o direito a cidade - lefebvre

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O grande Laboratrio do homem, a enormidade do fenmeno urbanoIndustrializao e Urbanizao. Noes preliminares. Henry Lefebvre Obra: O Direito Cidade

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Industrializao e UrbanizaoUrbanizao: induzidoMotor das transformaes na sociedade

Industrializao: indutor

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Porm, a cidade preexiste industrializao:

As obras mais belas da vida urbana (belas porque so antes obras do que produtos), datam de pocas anteriores industrializao.

Exemplos: a cidade oriental; a cidade arcaica; a cidade medieval. Ver pgina 4.

3

Portanto... As cidades representavam centro de vida social e

poltica, ode se acumulavam no apenas riquezas, mas os conhecimentos, as tcnicas e as obras (obras de arte, monumentos) Obra X Produto (Comercio, dinheiro, trocas)

4

Funes da cidade anterior industrializaoOriental Arcaica(Funo Poltica)

Medieval

Foi poltica, comercial, artesanal e bancria

5

A Cidade como...

ObraValor de UsoFesta, consumo improdutivo, prazer/prestgio

ProdutoValor de TrocaComrcio, dinheiro, trocas, produtos)6

Novas paisagens urbanas com a industrializao: Nova classe social Burguesia (empresrios) A riqueza deixa de ser imobiliria (nem prod.

agrria nem propriedade da terra) Terras dos senhores feudais para os capitalistas

urbanos (Comrcio, bancos...) Rede de cidades

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Novos conflitos/contrastes Poderosos e oprimidos Lutas de faces, de grupos, de classes,

reforam o sentimento de pertencimento Rivalizam no amor por sua cidade Paradoxo: Sociedades muito opressivas foram muitocriadoras e muito ricas em obras. Em seguida a produo de produtos substituiu a produo de obras e as relaes sociais ligadas a essas obras. Pgina 68

Tese A cidade e a realidade urbana dependem do

valor de uso. O valor de troca e a generalizao da mercadoria pela industrializao tendem a destruir, ao subordin-las a si, a cidade e a realidade urbana

9

Sistema corporativo e industrializao O embate entre sistema capitalista bancrio e

comercial e o sistema corporativo, que regulamenta atividades no espao (ruas e bairros) e no tempo urbano (honorrios e festas), que tende a se fixar em uma estrutura imvel.

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As Quatro Fases Do Capitalismo Pr-capitalismo : Perodo da economia mercantil, em que a produo se

destina a trocas e no apenas a uso imediato. No se generalizou o trabalho assalariado;

trabalhadores independentes que vendiam o produto

de seu trabalho, mas no seu trabalho. Os artesos eram donos de suas oficinas, ferramentas

e matria-prima.

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Capitalismo Comercial Apesar de predominar o produtor independente

(arteso), generaliza-se o trabalho assalariado. A maior parte do lucro concentrava-se na mo

dos comerciantes, intermedirios, no nas mos dos produtores. Lucrava mais quem comprava e vendia a

mercadoria, no quem produzia.

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Capitalismo Industrial O trabalho assalariado se instala, em prejuzo

dos artesos, separando claramente os possuidores de meios de produo e o exrcito de trabalhadores.

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Capitalismo financeiro Fase atual. O sistema bancrio e grandes corporaes

financeiras tornam-se dominantes e passam a controlar as demais atividades.

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Como essas transformaes se materializam na cidade, na paisagem urbana: A industria nascente se instala perto de: fontes de energia (rios, florestas, depois

carvo), meios de transporte (rios e canais, depois estradas de ferro), matrias-primas (minerais); mo-de-obra (o artesanato campons, os teceles e ferreiros)

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Economias de aglomerao - a constituio do espao urbano Concentrao dos meios de produo:

ferramentas, matrias-primas, mo-de-obra Crescimento da produtividade Concentraes urbanas acompanham as concentraes de capitais (Marx)

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Processo dialtico: industrializao e urbanizao Temos um duplo processo, ou um processo

com dois aspectos Crescimento e desenvolvimento Produo econmica e vida social

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Cidade e industrializao se contradizemPRODUO ECONMICA

INDUSTRIALIZAO

CRESCIMENTO

URBANIZAO

DESENVOLVIMENTO

VIDA SOCIAL

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Sobre o tecido urbano perspectiva do campo, quando assistimos a

um processo de concentrao da populao, dos transportes e das trocas comerciais. perspectiva da cidade, ampliao das periferias e das redes (bancrias, comerciais, industriais) e de habitao (residncias, espaos e locais de lazer, etc.)

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Uma anlise do tecido urbano Novo modo de vida nas aglomeraes industriais Antiga vida camponesa artesanato, pequeno

comrcio local, caem no folclore Tecido no se refere apenas forma, mas a um

novo modo de vida

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Representaes provenientes da vida urbana A sociedade e a vida urbana penetram nos

campos Sistemas de objetos : gua, eletricidade, gs Carro, televiso, utenslios domsticos, mobilirio moderno Novas exigncias no que diz respeito aos servios - Sistema de valores: lazer, costume, moda Segurana, preocupao com o futuro21

Antigos ncleos urbanos sobrevivem Em Paris, o Quartier Latin Duplo papel: lugar de consumo e consumo do

lugar Entram de modo mais completo na troca e no valor de troca, no sem continuar a ser valor de uso em razo dos espaos oferecidos para atividades especficas ressurgimento do ncleo da cidade como centro comercial ou turstico22

Crise da cidade Terica e prtica Conceitual idia se referia s cidades

antigas (pr-industrial, pr-capitalista), mas est em curso de transformao e nova elaborao Na prtica, o ncleo urbano est rachando,

deteriorado, mas no desaparece, est fadado ao fim a menos que se afirme como centro do poder...23

A (des)ordem urbana Encontros, confrontos das diferenas,

conhecimentos e reconhecimentos recprocos dos modos de viver, dos padres que coexistem na cidade Em 1848, periferizao da cidade e ocupao do centro, com pobres ocupando trreo de edifcios com pessoas abastadas nos andares superiores, ameaa os ricos.

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Democracia urbana? Estratgia de classe - remanejamento da

cidade Proletariado expulso do centro urbano e da

prpria cidade, destruio da urbanidade Por trs dos vazios dos parques e bulevares

est a afirmao da glria e do poder do Estado.

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O Boulevard Haussmann, em Paris

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Embelezamento estratgico e poltico de Paris

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La Dfense

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Novo significado: do habitar ao habitat Antes: participar de uma vida social, vivenciar a

cidade e na cidade Subrbios passam a ter a funo de habitao

dos camponeses expulsos do campo e que serviro de mo-de-obra industrial Estratgia de classe

Especulao imobiliria Afastado da Cidade, o proletariado acabar de

perder o sentido da obra. Pgina 1729

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Alienao da cidade e do homem A aceitao do habitat esfuma a conscincia

da cidade e da realidade urbana. Os moradores dos conjuntos se refugiam na lgica do habitat, moradores dos pavilhes se apiam no imaginrio do habitat, ao estarem desconectados da cidade, enxergam apenas seu espao e a cidade deixa de existir em suas conscincias e em sua prtica.

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Fim da Apresentao Prxima aulaPrimeira avaliao - Trabalho em grupos: Imagens da cidade Cada aluno dever trazer imagens que sintetizem a cidade, podem ser fotos, textos musicais, textos poticos, textos cartogrficos...e, a partir do material, devero produzir um painel para a apresentao da sntese da imagem de cidade para o grupo. Os painis devero ser apresentados na aula seguinte

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