o diário de um inconformado

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    O dirio de um

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    rafael augusto cardoso

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    NDICE

    INTRODUO

    1 A GLRIA ALM DO VU

    2 UMA RELAO COM DEUS

    3 ENTRE A CRUZ E A ESPADA

    4 O EVANGELHO DA PERSPECTIVA DE JUDAS

    5 SIGA AO HOMEM COM O CNTARO DAGUA

    6 NO VOU CRIAR MAIS UMA FACO RELIGIOSA

    7 100% AO INVS DE 10

    8 COBERTURA ESPIRITUAL

    9 PROFETAS "O ESTERCO DA IGREJA"

    10 UNIDADE NA DIVERSIDADE

    11 GERAO COMO SAMUEL

    12 AMIGOS DO NOIVO

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    INTRODUO"Rogo-vos, pois, irmos, pela compaixo de Deus, que apresenteis o vosso corpocomo em sacrifcio vivo, santo e agradvel a Deus, que o vosso culto racional. Eno vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovao do vossoentendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradvel e perfeita vontade

    de Deus".Romanos 12:1, 2

    Creio que em nenhuma outra poca, se pregou tanto acerca desse texto deRomanos 12. um texto clebre, sem dvida, mas nestes dias, ele parece fazer umsentido muito grande pra mim.Entendo que o tema central dele esteja relacionado com a palavra "forma", que,derivada em outras duas, traz tona o maior de todos os dilemas enfrentados pelaIgreja contempornea, relacionado sua identidade e carter perante o mundo. Acrise est instalada na ambigidade de se conformar ao mundo em seus conceitos

    seculares ou se transformar pela renovao do interior, pela ao do Esprito.Diante desse ensinamento, a escolha entre um destes dois modelos depersonalidade eclesistica se torna uma obrigao para o indivduo crente e porconseqncia, para a Igreja como um todo. Ou seja, ao meu entender, no h outrasada ou ainda um meio termo que possa ser viabilizado como trajeto de fuga daobrigao de uma opo radical, seja ela consciente ou no.Contudo, me parece que para o desfrute de uma experincia plena daquilo que chamado aqui por boa, perfeita e agradvel vontade de Deus, a escolha darenovao de mente se faz iminente.Isaas profetizou da parte de Deus quando disse: "Se quiserdes e me ouvirdes,

    comereis o melhor desta terra".Deus est dizendo: "Se quiserdes", o que denota a vontade interior do ser humano,os desejos ocultos em seu corao.Cabe aqui uma perguntinha: O que voc quer de Deus?Principalmente quando falamos de comer o melhor desta terra, parece que uma gulacarnal salta de dentro dos coraes tidos como os mais espirituais dentre osevanglicos. O desejo de um homem pode ser a sua runa! A Palavra est nosorientando claramente dizendo que para experimentarmos a boa, perfeita eagradvel vontade de Deus, ou seja, se quisermos comer o melhor desta terra,devemos passar por uma renovao incisiva de mentalidade.Se ainda estamos achando que se trata de jogos de golfe, iates ou viagens a Miami, porque de fato estamos por demais conformados a este mundo e seus conceitosmiserveis de riqueza.Nosso desejo deve ser transformado de uma maneira radical e o nosso padro de"melhor desta terra" no pode estar conformado com o pensamento secular, poisassim sendo, perderemos a noo da profundidade e excelncia da glria da riquezada herana dos santos.

    Se voc, assim como eu, entende que existe muito mais a ser explorado ecompreendido acerca das riquezas sublimes de Deus, se est tambm inconformadocom o que alcanou at aqui nas campanhas de prosperidade e de cura interior, siga

    adiante nesta leitura e compartilhe comigo deste caminho de revelaes que, comoum man escondido na presena de Deus, alimentou meu interior me fortalecendo e

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    respaldando para que se desse incio a uma renovao de mente em minhaespiritualidade e teologia. isso que quero compartilhar com cada um de vocs que estiverem lendo esselivro: minha curta, porm radical experincia de ver todos os meus conceitos cristossendo abalados um a um diante do Renovo de Deus.

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    CAPTULO 1A GLRIA ALM DO VUUma luta pessoal contra a hipocrisia religiosa

    E no somos como Moiss, que punha um vu sobre a sua face, para que os filhos

    de Israel no olhassem firmemente para o fim daquilo que era transitrio. Mas osseus sentidos foram endurecidos; porque at hoje o mesmo vu est por levantar nalio do Velho Testamento, o que foi por Cristo abolido. E at hoje, quando lidoMoiss, o vu est posto sobre o corao deles. Mas, quando se converterem aoSenhor, ento o vu se tirar. Ora, o Senhor Esprito; e onde est o Esprito doSenhor, a h liberdade. Mas todos ns, com cara descoberta, refletindo, como umespelho, a glria do Senhor, somos transformados de glria em glria, na mesmaimagem, como pelo Espritodo Senhor.II Corntios 3:13-18

    1) O que a Glria de Deus?Na histria da Igreja, temos visto e ouvido muito sobre a Glria de Deus. Milharesde pregadores e mestres da Palavra divagam e teorizam abundantemente acercadesse vasto assunto.Acredito que as definies feitas sobre a Glria do Senhor esto quase semprecorretas e partem da necessidade humana em dar um formato lgico e visvel quiloque de fato no possui forma. justamente por isso que alguns utilizam oselementos da natureza como o fogo, a gua ou um vento impetuoso, para falar dassupremas caractersticas divinas.Tenho buscado intensamente ver e entender a "Glria de Deus". Acho que ela est

    relacionada com sua aparncia pessoal ou simplesmente o seu 'jeito de ser'.Observei que quando Moiss pediu para ver a Glria de Deus, o termo usado possuitambm o significado de rosto ou face. Acho que ele estava buscando no somentever um rosto, fisicamente falando, como uma representao exterior de Deus, masMoiss queria ver quem Ele era na revelao clara e profunda de sua pessoa, ouseja, na intimidade.Glria, face, aparncia, carter, enfim, creio que vemos essa Glria quandopresenciamos os elementos que demonstram o jeito de ser da pessoa de Deus.Existem muitos adjetivos que, ao se manifestar diante dos homens, representam aGlria de Deus na Terra: a paz, a bondade, a misericrdia, a vida e ainda aquela quejulgo ser uma das maiores representaes espirituais capazes de trazer visibilidadeda Glria de Deus ao mundo que a Luz.Num breve panorama bblico, consigo ver a 'Luz de Deus' instituda de pelo menos 4formas visveis perante a humanidade:

    a) A Luz da CriaoNo primeiro dia da Criao, narrado em Gnesis 1:3, Deus criou a Luz. Antes detodas as demais coisas criadas, a Luz teve a prioridade no projeto divino. Essa Luzsignifica a possibilidade de acesso a Deus. Antes de tudo o mais, Deus se preocupouem abrir um caminho e deixar um rastro de sua Glria na dimenso da percepohumana. Em Romanos 1:20, 21 est escrito: "Porque as suas coisas invisveis, desde

    a criao do mundo, tanto o seu eterno poder como a sua divindade, se entendem eclaramente se vem pelas coisas que esto criadas, para que eles fiquem

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    inescusveis; porquanto, tendo conhecido a Deus, no o glorificaram como Deus,nem lhe deram graas; antes em seus discursos se desvaneceram, e o seu coraoinsensato se obscureceu".Aqui Paulo descreveu a marca da Luz de Deus registrada por toda a criao, comouma espcie de DNA divino, perceptvel a humanidade em geral.

    b) A Luz da Lei e dos profetasEsta a Luz que brilhava sobre o rosto de Moiss, ou seja, a Lei, junto com asrevelaes e os juzos eventuais trazidos aos homens por servos inspirados, oschamados Profetas.Esta Luz brilhou em meio a humanidade atravs dos rituais, doutrinas e osdespertamentos vividos pelo povo de Israel, como nao escolhida por Deus paradar testemunho de sua Glria ao mundo.

    c) A Luz de Jesus

    Joo comea o seu relato sobre o Evangelho declarando: Nele, estava a vida e avida era a luz dos homens; e a luz resplandece nas trevas... Ali estava a luzverdadeira que alumia a todo homem que vem ao mundo". 1:3,4,9Jesus, o Filho de Deus, nascido de mulher, foi o farol que sinalizou o caminho dasalvao aos homens em trevas, visto que a Criao e a Lei e os Profetas foramineficazes nestes sentido.

    d) A Luz da IgrejaA fim de dar continuidade na veiculao da luz aos povos, Jesus comissiona um povopara ser o reflexo de sua prpria Luz. Em Mateus 5:14 Ele disse: "Vs sois a luz do

    mundo".Assim como Jesus, enquanto esteve no mundo, foi a Luz do mundo (Joo 9:5), emsua passagem para junto do Pai, deixou a Igreja com a incumbncia de brilhar essaLuz nas geraes seguintes.O apstolo Paulo disse que os Filipenses deveriam ser: "filhos de Deus inculpveisno meio duma gerao corrompida e perversa, entre a qual resplandeceis comoastros do mundo". Fil. 2:15

    2) O que o Vu?Devido a grande identificao com o povo Judeu que tem inundado novamente ateologia da Igreja nos ltimos tempos, nos tornamos habituados ao termo vu.Falamos sobre o vu que cobria a face das mulheres dos tempos bblicos e,sobretudo, sobre o vu do Templo, que dividia o Santurio do Senhor em duaspartes. muito comum pra ns, quando se fala em "Glria alm do vu", pensarmos em ummergulho numa dimenso mais profunda da intimidade com Deus, adentrando noSantssimo lugar, onde repousa sua Glria.Esse tema muito lindo, mas no sobre esse vu que estamos falando aqui. Aquifalamos sobre o vu que Moiss punha sobre a sua face para que o restante dopovo de Israel no visse a ofuscante Glria que brilhava sobre seu rosto.No antigo testamento Deus foi chamado de Senhor dos Exrcitos, Terror de Jac,

    enfim, sua face era praticamente insuportvel. Isso se devia ao fato de que Deus

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    manifestou sua Glria a Israel atravs de Lei e Juzo, pela Lei e os Profetas e issocausava medo e grande tremor.Aps fitar a face de Moiss, carregada daquela terrvel Glria, o povo pediudesesperadamente que ele cobrisse seu rosto.No estou bem certo sobre qual era a sensao do povo ao ver em Moiss a Glria

    irradiante de Deus, mas posso fazer algumas suposies mediante minhas"experincias pessoais". Muita gente vai a um culto abenoado, onde o louvor envolvente e a palestra empolgante e podem sair de l dizendo ter visto a Glria deDeus. Pelo que tenho experimentado, rarssimas vezes posso dizer que vi ou senti aGlria de Deus num culto legal, pelo contrrio, todas as vezes que fui marcado como fogo da presena de Deus foram atravs de experincias muito amedrontadoras.Minhas situaes com a Glria de Deus e sua Luz ofuscante, sempre me fizeram verminha misria pessoal, minha incapacidade em alcanar aquilo que eu mesmosempre preguei, enfim, sempre muito humilhante ver tamanha santidade eIluminao, perante minhas trevas.

    Penso que era assim que os israelitas ficavam todas as vezes que olhavam paraMoiss. Acho que eles eram confrontados em seus pecados, sua murmurao, suasaudade do Egito e sua rebelio. Passar por tudo isso, sem a verdadeira esperanada graa, devia ser muito desesperador!Por isso, o povo optou por se distanciar de Deus, mesmo que o prprio Deusquisesse que todos subissem ao monte da sua Presena, convite esse que foinegado por toda a populao.Acompanhe e imagine comigo esse quadro: um povo no quer ter um encontro euma vivncia pessoal com seu Deus, por isso, elegeu um mediador humano parafalar em nome dEle e agora, no conseguem mais nem suportar a Glria que estava

    sobre aquele mesmo homem, visto que a mesma os incomodava.Em virtude desse quadro, a predisposio geral para a apostasia era iminente!Falando mais diretamente sobre o Vu, em busca de sua desmistificao e umaaplicao para a nossa realidade, vamos voltar ao Apstolo Paulo, no texto basedesta reflexo, quando o mesmo diz: "E no somos como Moiss que punha um vusobre a sua face, para que os filhos de Israel no olhassem firmemente para o fimdaquilo que era transitrio".Imagine essa pessoa, com status de "homem atravs de quem Deus fala", queagora usava perpetuamente um vu, escondendo sua verdadeira face diante dopovo.Quando se olhava para Moiss, no se via nada alm de um vu e Paulo estafirmando que o vu no estava mais ali para proteger o povo e sim para escondera verdadeira face sem Glria daquele homem comum.O vu uma mscara que pode ocultar uma face sem glria, tornando-a gloriosaapenas no imaginrio das pessoas. Todos os que olhavam para o Vu de Moiss,tinham uma convico interior de que havia algo por detrs dele, mas fazia muitotempo que ningum via mais a genuna Glria de Deus.Vemos nos nossos dias, muitas pessoas demonstrarem uma aparncia exterior deprofunda piedade e espiritualidade, mas todo esse show pode no passar de ummero jogo de cena. Jesus acusou aos fariseus de fazer longas oraes e jejuns empraas pblicas, dizendo que os mesmos eram semelhantes aos sepulcros caiados.

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    Tenho uma amiga que adora passear pelos cemitrios, ela diz que acha linda aarquitetura dos sarcfagos e das lpides, mas o que h ali de fato no passa demorte.Bons arquitetos podem deixar o lugar de morte bonito, mas nunca ser mais do queum cemitrio, bons vus podem trazer uma aparncia de espiritualidade, mas pode

    ser que no haja nada de verdadeiro por detrs daquela aparncia.Ao observarmos um riacho congelado, podemos ver ali o formato do movimento dasguas, mas s o formato. Aquilo que outrora tinha vida e se movimentavalivremente est agora paralisado, um vu, uma mscara.Tenho visto ministros de toda grandeza realizando seu ofcio e estou aprendendocom o Esprito a adquirir discernimento para compreender quando h ou no averdadeira Glria de Deus em ao, ou quando somente a aparncia da Glria.Muitos cacoetes trazem uma aparncia de Glria e chegam a nos impressionar.Confesso que muito difcil discernir quem quem na histria, somente peloEsprito mesmo. Quando vemos determinados estilos de louvor, j sentimos um

    arrepio na nuca, um poweracorde no violo nos leva a revirar os olhos,determinadas maneiras de iniciar uma orao, com linguagem revista e corrigida dotipo: " Deus-Pai Todo-poderoso, onipotente, nos cus e na terra..." enfim, essascoisas! Contudo, tudo isso pode no passar de vus bem bonitos, com formatos etrejeitos glorificados pela hipocrisia humana, escondendo uma face de apostasia emorte.

    3) Um rosto descobertoA sinceridade tem se tornado uma das qualidades mais raras nos seres humanosdeste tempo! Com tantas identidades virtuais, difcil at mesmo pra prpria pessoa

    saber que ela de verdade. Quando entro nas pginas das redes sociais de algumaspessoas,vixi, cai a casa! Impressionante, aquela irmzinha da igreja tal, todelicada e meiga, publicando fotos suas em poses erticas de lingerie em frente aoespelho e, pior, com a lngua de fora.Caramba! Peguei pesado. Isso est se tornando to natural... s ir ao colgio onde eles estudam pra ver como se postam diante dos colegas equal a linguagem que usam. Mas este no o grande problema da histria, o pior que quando vo igreja, essa meninada apresenta outra face. Danam noslouvores, choram e clamam pelo avivamento...Quem os ensinou a ser assim?? Deve ter sido Moiss!Nossos jovens ao se converter, entram na igreja dispostos a tudo, mas logo apstomar alguns choques de hipocrisia, podem seguir dois rumos: saem decepcionadoscom Deus ou consigo mesmos, ou entram no jogo do vu, passando a adotarmltiplas identidades (vus) para ocasies e grupos diferentes da vida social.Eis a crise da sinceridade!Igreja no pressupe um grupo de perfeitos, mas um grupo de pessoas livres. Essaliberdade a grande arma que temos no combate s nossas manchas e o texto nosdiz que com o rosto descoberto, refletimos a Glria do Senhor, sendo transformadosde Glria em Glria. um processo de caminhada, uma jornada rumo perfeio.Quando cobrimos nosso rosto, cobrimos no de Deus, que tudo v, mas cobrimos de

    nossos irmos, afim de no revelarmos quem somos de fato, demonstrando assimuma super espiritualidade, que nos torna falsamente especiais.

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    Contudo, a vontade de Deus que todos ns descubramos os nossos rostos,mostrando nossas imperfeies e para isso que o Esprito Santo habita em ns enos torna livres, ou seja, para abrir o jogo, para sermos sinceros uns diante dosoutros, numa demonstrao honesta de quem somos de verdade.Somente assim a Glria de Deus vem sobre ns. E o texto diz que uma Glria

    progressiva, ao contrrio da Glria de Moiss, que se apagava.Toda hipocrisia ser revelada e toda a verdade ser mostrada. Nada ficar oculto! por esta razo que tantos escndalos abalam a igreja de Jesus. Muitos super-herisespirituais, vestidos no de capas, mas de vus, divulgam uma imagem que nocondiz com a verdade oculta por detrs de suas mscaras e um dia a casa cai, poisas identidades virtuais sempre aparecem. Agora, uma igreja capaz de simplesmenteabrir-se uns diante dos outros, sem medo de ser acusados ou de ser humilhados,onde todos sabem que so igualmente imperfeitos, revelar uma Glria genuna,que no partir de seus prprios esforos e buscas pessoais, mas de simplesmenterefletir a Glria daquele que pela graa transformar nosso estado pecador em Luz

    para os povos da terra.

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    CAPTULO 2

    UMA RELAO COM DEUS

    Conhecendo a Deus e sendo conhecido por Ele

    Aparentemente, o intuito do corao de Deus ao criar o ser humano, sua imageme semelhana, demonstra sua inteno em ter prximo de si uma espcie de pessoacapaz de relacionar-se com Ele.

    Nas caractersticas mais interiores do ser humano, como o livre arbtrio, o cime, oamor, a compaixo, a ira, entre tantas outras que se poderia enumerar, vejo asemelhana divina programada dentro de cada homem e mulher, sejam eles datribo, nao, lngua ou cultura que forem. Todos ns possumos uma informaontima, que no est alocada no gene, mas em cmodos ainda mais entranhados de

    nosso ser e que nos levam a buscar algo ou algum que, talvez, conscientementenunca tenhamos visto ou ouvido.

    Se voc sente isso dentro de si, muito provvel que esteja sendo chamado noesprito a fazer parte da famlia de Deus. Espero sinceramente que voc compreendaque no se trata de uma religio, mas de um status alcanado por uma conjunturade fatores espirituais que vo alm de doutrinas e dogmas meramente humanos einstitucionalizados que no so capazes de gerar nada espiritualmente, seno, tosomente adeptos e seguidores de cultos e rituais, que nada tm a ver com aVerdade revelada pelo Filho de Deus.

    Este um chamado para o convvio, a amizade e a participao vvida na famlia deDeus e este ser um apoio indispensvel para que cada um de ns possa chegar aolugar onde est predestinado a chegar.

    Para ter um relacionamento saudvel com Deus, creio ser necessrio queentendamos algumas coisas que gostaria de expor abaixo:

    1) Preciso conhecer a Deus!Um tipo de conhecimento que se d em dois nveis:

    1 nvel:Ele deve se revelar a mim ( um milagre)Hebreus 8:10, 11:Porque este o concerto que, depois daqueles dias, farei com a casa de Israel, dizo Senhor: porei as minhas leis no seu entendimento em seu corao as escreverei; eeu lhes serei por Deus, e eles me sero por povo. E no ensinar cada um ao seuprximo, nem cada um ao seu irmo, dizendo: Conhece o Senhor; porque todos meconhecero, desde o menor deles at o maior.

    Antes de todas as outras coisas, no haveria nem ao menos busca de minha parte

    se Ele no houvesse se revelado de alguma maneira a mim. Na carta aos Romanos

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    h um texto que diz que Deus endurece o corao de uns enquanto usa demisericrdia para com outros. uma escolha de Deus! No se sinta melhor ou pior quanto revelao que estdentro de voc, pois esta busca no depende inicialmente do ser humano. Se Eleno houvesse plantado uma semente em cada um de ns, no nasceria sequer o

    desejo que encontr-lo. O querer e o realizar so dEle e no do homem.Aqui, no posso tomar um lugar que no me pertence e procurar ensinar a quemquer que seja o caminho para se encontrar com Deus. Eu poderia dar aulas sobre aNova Aliana, sobre os Evangelhos, sobre a Dispensao da Graa, mas no poderia,no posso e nunca poderei reconciliar pessoas a Ele.Fica a consolao no fato de que se voc est lendo isso porque existe de algumaforma certa curiosidade a dentro. Provavelmente Ele tocou em voc!

    2 nvel:Deve haver uma busca pessoal em conhec-Lo

    Osias 6:3:Conheamos e prossigamos em conhecer o Senhor...

    Aps ser atrado e intuitivamente comear a buscar essa fora superior que chama aateno dentro de mim, inicia-se o processo da busca.Veja que aqui, a regra ali de cima muda!Agora, Deus j est se movendo numa regio consciente dentro do indivduo eento o mesmo comea uma jornada de conhecimento da divindade. H diversosexemplos dessa jornada espalhados pela Bblia e tambm por toda a histriahumana. Posso citar o exemplo de Abrao, de Jac, de J, de Ana, de Davi, de Paulo

    e ainda falar da busca de pessoas como Charles Finney, Aime Semple McPhersonou ainda do contemporneo Maresh Chavda.Todos estes sentiram um chamado e aps uma revelao, uma luz que brilhou emseu interior, passaram a caminhar na direo do encontro e do relacionamento.

    Aps esses primeiros eventos reveladores em minha vida, j dentro dorelacionamento espiritual e tambm racional com Deus pela f, passo a um novonvel da jornada.

    2) Deus precisa me conhecerComo Deus me conhece?

    Salmo 139:23, 24Sonda-me, Deus, e conhece o meu corao; prova-me e conhece os meuspensamentos. E v se h em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminhoeterno.

    Deuteronmio 8:2E te lembrars de todo o caminho pelo qual o Senhor, teu Deus, te guiou nodeserto estes quarenta anos, para te humilhar, para te tentar, para conhecer o queestava no teu corao, se guardarias os seus mandamentos.

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    Baseado nestes dois textos acima, afirmo que s h uma maneira de Deus conhecerverdadeiramente o que se passa dentro de cada pessoa: a prova!O salmista diz que Ele sonda, ou seja, entra no mais profundo do meu ser e comeaa retirar informaes do meu interior. do corao que procedem as minhaspaixes, gostos e sonhos e do pensamento que nascem os meus projetos e

    atitudes.Deus precisou colocar toda uma nao em jornada num deserto do Oriente Mdio,em condies difceis, impondo duras provas aos seus filhos, a fim de que osmesmos pudessem se tornar aprovados para a entrada na Terra Prometida. de graa, mas tem preo! A vida aqui na terra dura e para sermos vencedoresno mundo competitivo temos que nos esforar alm dos outros. Todavia, para servitorioso neste sistema mundano, no preciso ter os elementos da imagem de Deusexercitados e sim as caractersticas menos nobres e mais teis neste mundo, como aganncia, que idolatria (pois o apego ao dinheiro idolatria), a mentira (que albia do corporativismo em suas mais diversas manifestaes, seja no marketing

    pessoal ou na propaganda de um produto em cadeia nacional de TV), a manipulaomental e emocional (que um nvel de bruxaria) entre muitas outras coisas quepodem nos levar ao encontro do maior dolo de nossa gerao: o sucesso.Contudo, para ser conhecido por Deus e aprovado, eu preciso demonstrar que possoser moldado e transformado nas deficincias latentes de meu carter etemperamento.

    Deus me levar a passar por duras provas a fim de que eu possa mostrar que umanova criatura poder ser gerada a partir do meu interior defeituoso, segundo ametamorfose proposta em cada passo de meu novo relacionamento com Ele. um

    processo mais do que dirio, de momento a momento e est bem descrito notexto de II Corntios 3:18:

    Mas ns, com cara descoberta, refletindo, como um espelho, a glria do Senhor,somos transformados de glria em gloria, na mesma imagem, como pelo esprito doSenhor.

    Ao entender e conceber esse processo no meu interior, procurando ser honestocomigo mesmo e com Deus, viverei uma transformao diria, que produzir aindaum fruto poderoso de manifestao divina diante de minha gerao, que o quepassarei a citar a partir de agora.

    3) O que o relacionamento com Deus produz em mim?

    Joo 10:15Assim como o Pai me conhece a mim, tambm eu conheo o Pai e dou a minhavida pelas ovelhas.

    Veja a grandiosidade deste pequeno versculo. Observe o tamanho e a profundidadedestra declarao de Jesus.O Mestre est dizendo que o Pai o conhece e Ele tambm conhece o Pai e esse

    conhecimento de ambas as partes gera uma atitude do mais elevado nvel em todo oUniverso natural e espiritual, que o sacrifcio em amor pelos irmos.

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    Ele mesmo em outro texto disse que ningum tem um amor maior do que esteo dealgum dar a sua vida em favor dos seus amigos.Conhecer a Deus e ser conhecido dEle, gerar em cada um de ns o maior e maispoderoso dom existente entre os cus e a terra, que nos tornar capazes deexecutar coisas impensveis, proezas nunca antes imaginadas.

    A revelao do verdadeiro amor, que est escondido no relacionamento com Deus,nos liberta de uma maneira to grande e perfeita que nos torna capazes de entregarnossas prprias vidas em favor de uma nao que nem conhecemos, como o casode algumas pessoas que morrem anualmente pregando o Evangelho em camposmissionrios inspitos e hostis. Alguns entregam suas fortunas, abrem mo de estargozando uma vida de regalias com suas famlias, em troca do servio em amor aoutros seres humanos. Estevo, Apstolo Paulo, Madre Teresa, Martin Luther King eoutros inmeros homens e mulheres que conheceram esse amor entregaram e estoentregando suas vidas ao servio de Deus em favor dos seres humanos.

    Se vivemos num mundo onde aparentemente no existe nada do que possamos nosalegrar, podemos crer que existem muitas pessoas escondidas em Deus, numrelacionamento to ntimo que passa longe de templos e denominaes crists, ondea hipocrisia e o zelo religioso tomaram conta de quase todos.E esta uma via que no est limitada nem restrita a pequenos grupos religiosos oucredos exclusivistas, mas est aberta a todos os que sentem que dentro de si existeuma chama acesa que o atrai a um relacionamento transcendente com o Divino.O Pai est de braos abertos espera dos Filhos que saram em uma busca que nodeu em nada e que agora, arrependidos, voltam ao Seu convvio, a fim de sercompletamente revolucionados em suas vidas, segundo a gloriosa revelao do

    relacionamento ntimo com Ele.Seja bem vindo de volta casa do Pai!

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    CAPTULO 3ENTRE A CRUZ E A ESPADAUma revelao capaz de gerar uma revoluo

    No cuideis que vim trazer a paz terra: no vim trazer paz, mas espada: porque

    eu vim por em dissenso o homem contra seu pai, e a filha contra sua me, e a noracontra sua sogra. E, assim, os inimigos do homem sero os seus prprios familiares.Quem ama o pai ou a me mais do que a mim no digno de mim; e quem ama ofilho ou a filha mais do que a mim no digno de mim. E quem no toma a sua cruze no segue aps mim no digno de mim. Quem achar a sua vida ir perd-la; equem perder a sua vida por amor de mim ir ach-la.Mateus 10:34-39

    Introduo

    Embora seja denominado profeticamente como o Prncipe da Paz, Jesus, em suamisso de trazer aos homens a Paz de Deus deparou-se com a triste e inevitvelrealidade do confronto direto com as estruturas de pensamento religioso. Estruturasnaquele tempo enrijecidas pelos interesses institucionalistas e tradicionalistasfomentados por dinastias humanas que formavam reinos tiranos sob o manto dosacerdcio oficial. Quero fazer algumas consideraes sobre o texto, procurandoaplic-las nossa realidade atual de igreja.

    1) A Espada!

    No cuideis que vim trazer a paz terra: no vim trazer paz, mas espada: porqueeu vim por em dissenso o homem contra seu pai, e a filha contra sua me, e a noracontra suasogra

    A carta aos Hebreus define a Palavra de Deus como viva e tambm como umaespada afiada. Jesus est dizendo aqui que no veio trazer paz, mas romanos 5:1nos diz que ao sermos justificados dos nossos pecados pela f, temos paz com Deusatravs de Jesus. Qual a diferena ento nesse aparente paradoxo bblico?No textoaos Romanos, Paulo est falando sobre a paz que restaurada no mbito damaldio do pecado, que fazia separao entre ns e Deus. Nesse sentido, aosermos reconciliados com Deus por intermdio do sacrifcio do Filho, alcanamos apaz. J no caso que estamos estudando aqui neste texto, Jesus est falando sobreum choque que se tornaria comum por causa da revelao, da rhema, que aPalavra Viva, a Espada que Ele afirmou ter trazido at ns. Portanto, esse tipo depaz que Ele est dizendo que no veio trazer a terra a paz superficial, quasesempre cnica, nas relaes interpessoais firmadas nos interesses humanos. A pazque garante a solidez nas alianas e nos conchavos institucionais, que nada tem aver com a paz promovida por Jesus. Uma paz meramente poltica e mundana.Lembra do que Ele disse:

    Deixo-vos a minha paz, a minha paz vos dou; no vo-la dou como o mundo a d.

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    2) Os familiares so os inimigos

    E, assim, os inimigos do homem sero os seus prprios familiares.

    O debate teolgico entre pais e filhos espirituais tem sido motivo para a criao detantas vises e denominaes crists no planeta. Se por um lado entendemos que ochoque teolgico uma fonte de divises no seio da Igreja de Cristo, por outro,gostaria de apontar numa direo diferente e surpreendentemente positiva para acontinuidade do fluir do Esprito sobre a face da terra. Deus se move de maneirapoderosa atravs dos obedientes e disponveis, aqueles doidos que se entregam deforma incondicional ao chamado e, normalmente, isso acontece na vida dos maisjovens. Na igreja, chamamos isso tradicionalmente e tristemente de 1 amor. atravs desse sentimento de impulso que muitos jovens sonhadores se colocam

    numa linha de atitude que se choca frontalmente com os pensamentos daqueles quej esto em busca da aposentadoria sacerdotal. Por favor, no fique tristes nemrevoltados com minhas palavras, elas no so irnicas nem carregadas de ira, masso coisas que de fato constatei na caminhada da Cruz e que experimentei naprpria pele. O que vou salientar aqui o fato de que as geraes se estabelecemcom o tempo. Existem padres e formatos de tempo em que as coisas acontecemaps um perodo de trabalho, unido persistncia, perseverana em f, enfim, seformos fieis, o nosso trabalho ter resultado. So princpios csmicos que regem avida antropologicamente. Certamente haver casos de injustias, onde algum quelutou avidamente, perseverando nos princpios, mas que por infortnio, no

    alcanou alguns de seus objetivos aqui na terra. Bem, aps algumas conquistas aquineste mundo, a tendncia da maioria dos homens a de relaxar em sua busca. Algodo tipo: agora vou descansar!Isso tambm algo natural na vida do ser humano eaparentemente justo. Mas ocorre que quando algum numa gerao alcanaalgumas promessas de Deus em sua vida, um fenmeno ocorre no seu corao. Eleprocura instintivamente perpetuar sua conquista para alm de seus prprios limitesnaturais, criando assim uma dinastia. Isso no de maneira alguma anti-bblico,pois as promessas de Deus para Abrao se estenderam gerao aps gerao porter carter perptuo. Todavia, no episodio da vida de Samuel, ao iniciar suacaminhada ainda nos tempos do sacerdote Eli, fica bem esclarecido para mim queDeus rompe com o sacerdcio levtico para ento passar a honrar uma aliana comquem o honrasse. No quero to somente levantar uma discusso teolgica aqui,mas esclarecer algo frisando mais uma vez que o fluir do Esprito se d onde Deusencontra fidelidade e disponibilidade. Por esse motivo, haver briga entre pais efilhos, pois alguns pais iro procurar obrigar seus filhos a seguir seu rumo dentro docircuito daquilo que j alcanaram. Muitas vezes os motivos sero humanamentebvios, tais como, a comodidade de toda uma estrutura j erguida ou at mesmopor achar que receberam toda a revelao de Deus, sem crer na possibilidade dealgo novo acontecer diferente daquilo que j viram em toda uma vida no ministrio.Essas coisas so bem comuns! Ocorre que muitas vezes o Senhor estar indicandonovos rumos na vida da Igreja por causa da apostasia ou da falta de fidelidade na

    caminhada de alguns lderes, honestamente creio que seja impossvel a ns homensjulgar isso sabiamente, mas entendo que essa mudana seja fundamental para que

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    o fluir do Esprito no cesse na terra. isso, portanto, que gera guerras entre asgeraes da Igreja, e esse desentendimento deve ser encarado como algo naturalna linha do tempo, pois vindo o vinho novo de Deus sobre a terra, muitostradicionalistas iro preferir o velho. Contudo, os jovens iro buscar o novo, pois isso natural ao esprito de ousadia que Deus derrama sobre os seus ungidos e a que

    mora a inimizade e a incompreenso entre as geraes.

    3) A viso acima de todas as coisas

    Quem ama o pai ou a me mais do que a mim no digno de mim; e quem ama ofilho ou a filha mais do que a mim no digno de mim.

    A demonstrao mais clara de nosso amor por Jesus a obedincia revelao queEle nos d. Alis em Joo 15:14 isso fica bem explcito: Vocs sero meus amigos,se fizerem o que eu mando.Quem quer gozar da plena e contnua amizade de Jesus

    em sua vida, dever fazer disso um princpio inegocivel durante toda sua existnciaaqui na terra. S assim, com esse amor radical, seremos capazes de ir at as ltimasconseqncias no rumo da viso revelada pelo Mestre a cada um de ns e se noformos capazes de enfrentar os embates domsticos para defender nossoposicionamento, certamente no seremos dignos de ir adiante nisso. Entenda queessa no uma guerra de intolerncia entre pais e filhos ou uma mera defesa depensamentos filosficos. No disso que estamos falando aqui e nem podemos nosdeixar levar por esse sofisma. Essa uma atitude sria e que traz consigo muitasresponsabilidades, devendo ser tomada a partir de uma mentalidade renovada ecompletamente convertida vontade de Jesus. uma espcie profunda de morte do

    eu e qualquer coisa diferente disso pode consistir em manipulao da Palavra parafins de discrdia e rebelio com objetivos decados.

    4) A Cruz!

    E quem no toma a sua cruz e no segue aps mim no digno de mim. Quemachar a sua vida ir perd-la; e quem perder a sua vida por amor de mim ir ach-la.

    A Cruz smbolo de sofrimento, morte, vergonha, zombaria, rejeio e rennciapessoal. Quando o crente toma a sua Cruz e segue a Cristo, ele nega-se a si mesmoe decide abraar Suas lutas e sofrimentos. Luta at o fim contra o pecado, contraSatans e seu sistema mundano que rege os pensamentos humanos e ossofrimentos da vergonha, do dio e do escrnio do mundo por causa de nossaabnegao em seguir a Cristo em amor. Essas coisas so terrveis para quem nosassiste fazendo isso e muitas vezes os prprios familiares ficam surpresos eatordoados com nossas atitudes, principalmente porque elas acusam as obras msdo mundo com seus padres e filosofias cadas. Tomar a Cruz e seguir a Jesussignifica se embrenhar no Renovo, naquilo que ningum capaz de entender se nosofrer o mesmo impacto que voc. Em contrapartida, muitos olharo para ns evero nossa luta e trabalho rduo por algo que aparentemente no est dando

    certo, visto que seria to fcil simplesmente seguir os seus modelos j confirmadospelo tempo. Jesus diz que quem encontrar sua vida, ir perd-la. Quem quiser

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    simplesmente vencer neste mundo e ter excelentes resultados com a aceitao damaioria, poder estar andando num caminho muito prximo de perder tudo no quediz respeito eternidade. Por outro lado, quem perder tudo o que aqui oferecidocomo padro de sucesso e xito, em nome da Revelao da Jesus, ir conquistar omais sublime dos tesouros.

    ConclusoH uma verdade! Mas h um preo a ser pago por ela. Muitos homens esto atrsdo segredo do sucesso, do pulo do gato e pagam somas grandiosas por livros,palestras e qualquer coisa que possa lhes legar o conhecimento que os leve ao toalmejado sucesso. Tudo isso na alma conformada ao que terrenal. Quem quiserganhar a sua vida aqui neste mundo, acredite em mim, prefervel ficar com aherana dos pais e seguir em seus caminhos j trilhados e que no daro muitotrabalho, agora pra quem quiser encarar a loucura da Cruz e seguir o caminho novo,vivo e estreito, siga o Renovo, o que ningum ainda viu, o caminho da novidade que

    Abrao seguiu e por isso foi chamado pai da f e que o apstolo Paulo disse aindano ter alcanado mas que seguia atravs dele, pelo prmio da soberana vocao.

    Entre a Cruz e a Espada h uma escolha a ser feita. Escolha o seu rumo, tenhaesperana do prmio que melhor lhe parecer e boa caminhada!

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    CAPTULO 4

    O EVANGELHO DE JUDAS

    Uma viso errada do Evangelho pode gerar expectativas falsas e muitafrustrao

    Satans entrou em Judas, chamado Iscariotes, que era um dos Doze. ento elesaiu, e foi tratar com os chefes dos sacerdotes e com os oficiais da guarda doTemplo, sobre amaneira de entregar Jesus. Eles ficaram alegres, e combinaram dar-lhe dinheiro. Judas concordou, e comeou a procurar uma boa oportunidade paraentregar Jesus, sem que o povo ficasse sabendo. Chegou o dia dos zimos, em quese matavam os cordeiros para a Pscoa. Jesus mandou Pedro e Joo, dizendo: Vo epreparem tudo para comermos a Pscoa.

    Lucas 22:3-8Introduo

    Quero falar de Judas! Essa figura malfadada, odiada e relembrada com socos epontaps por piro manacos em alguns lugares do Brasil quando em sbado dealeluia.A vida e a atitude de Judas Iscariotes tm muito mais a dizer para ns crentes dosdias atuais do que se prega comumente.Sim, ele foi o traidor e comprou um campo de sangue com trinta moedas de prata(o preo de um escravo), mas existem muitas coisas dentro dessa histria que tem

    edificado minha vida e mudado minha relao com as esperanas acerca daspromessas de Jesus e do Reino de Deus e ainda de sua manifestao na Terra.Vamos estudar algumas coisas da vida do infeliz irmo e ver o que podemos tirarpara ns como lio hoje:

    Quem era Judas?Para um julgamento mais profundo de seu ato de traio, importante procurarentender sua mente e o tipo de esperanas que ele possivelmente tenha depositadona pessoa de Jesus, bem como o prisma de sua identificao com as pregaes doMessias.

    IscariotesO sobrenome de uma pessoa daqueles tempos, quase sempre mencionava algo quedefinia sua posio social, profisso ou ideologia. No caso de Judas, Iscariotes uma palavra que foi provavelmente traduzida do hebraico Ish Sicarii que, alm designificar literalmente, homem do punhal, est tambm ligada a palavra Sicrio. Ossicrios eram uma ramificao da organizao dos Zelotes, um partido poltico quelutava pela libertao de Israel do domnio imperial romano.

    Apesar da palavra zelote significar simplesmente algum com excesso deentusiasmo, ou com muito zelo, sua origem est atrelada com o movimento polticojudaico do primeiro sculo depois de Cristo que procurou incitar o povo da Judia ase rebelar e expulsar os romanos pela fora das armas. Quando os romanos

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    introduziram o culto do imperador na Judia, os judeus revoltaram-se e foramderrotados. Os zelotes continuaram a opor-se aos romanos, argumentando queIsrael pertencia apenas a um rei judaico descendente do Rei Davi. Se opunhamradicalmente ao pagamento de tributo dos israelitas a um imperador pago,fundamentados na alegao que isso era uma traio contra Deus, o verdadeiro Rei

    de Israel.Pode-se dizer que, ideologicamente, Judas teria pertencido a um grupo derevolucionrios que seriam os avs dos homens-bomba de hoje, os quais nohesitaram em fazer da guerrilha sua arma em prol do ideal da restaurao dasoberania de sua amada ptria, Israel.

    Um dos 12O Evangelho puro e simples, livre de todos os institucionalismos que lhe foramimpostos em sculos de tradicionalizao religiosa, uma pregao que faz jus aoseu ttulo: Boa Nova!

    Quando Jesus manifestou ao mundo sua mensagem, apontou-nos um rumoespiritual de reconciliao entre ns e o Criador com base num discurso que foi etem sido at hoje interpretado de muitas maneiras.A maneira humana de operacionalizar sua f a criao de uma doutrina, ou seja,linhas de pensamento, regras, leis, dogmas e tradies construdas sobre umarevelao que se teve.Se observarmos a pregao mais original de Jesus, em Nazar, onde e quando Eleproferiu as palavras do profeta Isaas, veremos que os seus termos me enviou a darboas notcias aos pobres, a curar os coraes feridos, proclamar liberdade aosescravos e pr em liberdade os prisioneiros pode ter uma interpretao doutrinria

    completamente poltica e social, que a forma como eu acredito que Judas tenharecebido a profecia em seu corao.Um discurso baseado em temas como ajudar aos pobres e libertar prisioneiros eescravos certamente veio ao encontro dos anseios pessoais no somente de Judas,mas de outros discpulos tambm. certo que havia uma compreenso simplista na formao doutrinria de alguns dosseguidores de Jesus que os levou a compreender que Ele iria estabelecer um Reinoterreno naquele exato momento da histria, desbancando a opresso tirana deRoma contra Israel.As muitas palavras de Jesus acerca de justia, paz, respeito, igualdade e at mesmosobre redistribuio equilibrada de riquezas saram do mbito espiritual adentrandonuma esfera real para seus discpulos, gerando nos mesmos uma esperana de queo mundo ao seu redor seria revolucionado e de que tudo aquilo seria trazido existncia entre eles j naqueles dias.Note que esse tipo de esperana, baseado nesse axioma filosfico consiste numequvoco institucionalista que muito comum entre ns ainda hoje: o detransformar as palavras de Jesus, que so verdadeiras gemas espirituais, emteologias plsticas, moldveis aos nossos anseios pessoais.

    Judas, como um idealista poltico, logo se identificou com a mensagem doEvangelho, porm, a maneira equivocada e tendenciosa como ele processou e

    digeriu aquela mensagem, lhe gerou esperanas falsas sobre a instituio de umReino baseado numa justia forjada pelo seu prprio senso de justia.

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    O fim disso tudo no poderia ser outro seno uma profunda decepo que oconduziu a mais terrvel e injusta atitude que ele poderia ter.

    TraidorDentro desse quadro que se poderia pintar em cima desta histria que estamos

    estudando, possvel aceitar que altos nveis de decepo com Jesus e suapregao surreal devem ter sido os mais elevados.Em minha carreira ministerial, vi e ainda vejo muitas crentes abandonarem suascomunidades e passar de discpulos fiis a crticos implacveis do sistema eclesial oudo prprio Senhor Jesus.Gente que acreditou que a cura de seu filho condenado morte pela medicina viriae no veio, ou gente que esperava que determinados vcios pecaminosos fossemexorcizados de si mesmo, o que acabou no acontecendo, enfim, milhares, milhesde pessoas que se decepcionaram com Jesus por causa da maneira comointerpretaram sua pregao.

    Dando uma de psiclogo (o que no e a minha, definitivamente), acredito que daperspectiva de Judas, l dentro de seu corao, Jesus foi quem o traiu!Se observarmos as palavras que antecedem o texto que estamos usando como basepara esta reflexo, logo ali no captulo 21 de Lucas, veremos que Jesus faz questode mostrar que a carreira dos discpulos seria marcada por muitas perseguies eafrontas, humilhaes e mortes, mas reflita comigo que tudo isso estranhamenteoposto ao ideal de Reino de Deus que qualquer pessoa humana possa conceberem sua mente.Todos ns temos muitas informaes em nosso interior que nos tornam capazes deformatar conceitos rapidamente sobre diversos assuntos, que o que chamamos de

    lgica. Vou tentar dar um exemplo prtico: um pastor de grande expresso aqui noBrasil ao ser perguntado sobre a base da sua pregao da Teologia da Prosperidade,responde assim ao reprter: Se Deus um Rei e nos somos seus filhos, entosomos ricos, pois nunca se viu um rei pobre. uma constatao lgica mas, convenhamos, no passa de um postuladoautoritrio, uma mxima que nunca encontrar 100% de respaldo na realidade dosfatos. Ou seja, na igreja desse pastor devem existir muitos pobres, como peculiarao pas em que vivemos e isso deve gerar uma tremenda decepo em muitosdesses pobres, ou consigo mesmos por sua alegada falta de f e no observnciatotal dos ritos, ou o que pior, com Jesus.Muitas pessoas ao ouvir uma pregao que parte de um plpito, so incapazes deconsiderar que ali est um homem falando e que suas palavras podem no serexatamente as palavras de Jesus, mas de algum que recebeu uma revelao e atransformou em doutrina, popularizando-a.Pra um entendimento melhor cabe aqui aquela frase: Comer gato por lebre!(Disseram que era carne de lebre, comeu e no gostou, mas na verdade era carnede gato. Depois, a pessoa sai por a dizendo que carne de lebre ruim).

    Ao sentir-se decepcionado e no suprido em suas reais esperanas acerca doEvangelho pregado por Jesus, Judas fez algo muito natural nos dias de hoje:capitalizou em cima da situao!

    Essa nossa realidade capitalista embotou de tal forma nossa mentalidade que poucopercebemos que a proporo de Crentes Judas que existe hoje na igreja algo

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    assombroso. De fato, todos os discpulos foram chamados a carregar a cruz, negar-se a si mesmos e seguir os passos sacrificiais de seu Mestre e no a lucrar com oEvangelho.

    - O nico discpulo que ganhou alguma grana com Jesus foi Judas!

    Os outros foram massacrados por sua f, decapitados, crucificados, perseguidos,humilhados...

    O Evangelho da perspectiva de JudasHoje, se fala muito naquilo que o Evangelho proporciona ao indivduo que cr, seusamplos benefcios nas reas da sade, famlia e finanas, como se o seu objetivoprincipal fosse o bem estar das pessoas, o que, pasmem, no verdadeiro.Embora tudo isso esteja previsto como bno espiritual legada Igreja, oEvangelho deve produzir em cada crente uma capacidade de entrega de sua prpria

    vida para que o pleno cumprimento dos propsitos mais ntidos de Jesus ocorra emcada gerao.Coisas como o estabelecimento do Reino de Deus e suas virtudes de paz, justia egozo sobrenatural e ainda o cumprimento do principal mandamento, que o amor aDeus e ao prximo, bem como a Grande Comisso, devem ser o objeto da buscaobsessiva de cada crente e no meramente a sua realizao pessoal.Por mais cruel e impopular que possa parecer esta definio que estou dando causa do Evangelho, minha preocupao a de trazer tona a compreenso de quea doutrina pregada e vivida por Jesus e os discpulos fiis nada tem de semelhante filosofia humanista (homem no centro) que impregnou o cristianismo dos ltimos

    tempos.Uma compreenso incorreta acerca do Evangelho certamente acarretarexpectativas irreais e isso poder gerar decepes no corao das pessoasenganadas.Devemos empreender uma busca pela Verdade, por mais que a mesma seja dura ecruel. A fantasia uma grande vil, inimiga da pregao do Evangelho genuno eacaba se tornando uma espcie de droga alienadora, distanciando os crentes daverdadeira manifestao do Reino de Deus em ns e em nosso derredor.Uma sntese do que poderia ser o que estou chamando aqui de Evangelho de Judas a mxima que tem se tornado clssica nas igrejas, principalmente as neopentecostais, que garante que se Deus no fizer aquilo que o pregador est dizendo,ele rasga a Bblia.Ou seja, se o Evangelho no vem de encontro s minhas necessidades pessoais,ento ele no serve pra mim e eu ento me vingo dele, mas no sem antes ganharuma grana!Este engano fruto da tenebrosa arrogncia que obscurece o corao dos homens,tornando-os incapazes de perceber a graa e a beleza do propsito de Deus que foirevelado na vida e na atitude de seu Filho para cada ser humano.Ainda tempo de recebermos luz sobre nossas trevas e termos as nossas mentesesclarecidas pela manifestao genuna do Evangelho da graa, que produz riquezassobrenaturais amplamente acima de qualquer sensao ou realizao deste mundo.

    Cabe a ns escolher a qual grupo de pessoas pertenceremos: aos seguidores do

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    evangelho de Judas, que esperam conquistar seus objetivos pessoais atravs deJesus ou ao grupo dos que entraram no Cenculo com Cristo para receberem desuas prprias mos o Po e o Clice de sua Pscoa, smbolos do sacrifcio e da morteque produzem salvao eterna ao que crem.

    Essas duas portas esto abertas diante de ns hoje: a porta dos que lucram emnome de Jesus e a porta dos que se entregam em nome de Jesus!

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    CAPTULO 5

    SIGA AO HOMEM COM O CNTARO D GUA

    Aprendendo a seguir queles que Deus colocou em nosso caminho rumo intimidade

    "E, no primeiro dia da Festa dos Pes Asmos, quando sacrificavam a Pscoa,disseram-lhe os discpulos: Aonde queres que vamos fazer os preparativos paracomer a Pscoa? E enviou dois de seus discpulos e disse-lhes: Ide cidade, e umhomem que leva um cntaro de gua vos encontrar; segui-o. E. onde que queentrar,dizei ao senhor da casa: o Mestre diz: Onde est o aposento em que hei decomer a Pscoa com os meus discpulos? e ele vos mostrar um grande cenculomobiliado e preparado; preparai-a ali."

    Marcos 14:12 15

    Introduo

    Era tempo de Pscoa e, diferente da tradio que cultivamos hoje no ocidente, erapara os judeus um tempo de memrias sobre a grande libertao de Deus de umaamarga e longa escravido. Tempo de relembrar que os seus primognitos haviamsido poupados da ira de Yaweh, por causa do sangue do cordeiro nos umbrais desuas portas. Era tempo de ofertas de sacrifcios e de reflexo interior para os maisreligiosos. Naquele dia, Jesus enviou dois de seus discpulos mais fiis, a saber,Pedro e Joo, a fim de preparar um lugar especial onde realizaria algo to cheio designificado que marcaria profundamente a alma de toda a cristandade em todas asgeraes ate os dias de hoje. O mestre queria um lugar onde pudesse ter ummomento de intimidade com seus amigos e para isso, mandou que os mesmosseguissem algum.

    Vejam s: Jesus mandou que seus discpulos seguissem a outra pessoa! Um homemcom um cntaro d gua no era algum comum de se ver, pois tirar gua do pooera uma prtica das mulheres naquela cultura. Veremos que pessoas como ele,existem ainda nos dias de hoje, sendo instrumentos nas mos de Jesus para nosconduzir Sua intimidade. Aquela Pscoa marcaria um novo momento na histria

    espiritual do universo, trazendo uma nova viso ao mundo acerca do sacrifcio emamor para a salvao dos filhos de Deus, atravs de um ritual renovado, preparadopor Jesus para o estabelecimento de uma Nova Aliana com a humanidade: a SantaCeia do Senhor!

    1) O que significa a Santa Ceia?

    Apesar de reconhecer a imensido desse assunto, gostaria de apontar de forma bemobjetiva, a fim de dar apenas uma breve explanao sobre o que mais me toca com

    relao a esta ordenana de Jesus. Nos dois elementos simblicos que Jesuscompartilha com os discpulos esto representados sua vida terrena e espiritual. Ao

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    entregar seu corpo e seu sangue, para que os mesmos fossem ingeridos pelosdiscpulos, Jesus est convidando uma classe seleta de pessoas a se achegar a Suaintimidade mais profunda. Ingerir a carne e o sangue significa que aqueleselementos estariam fazendo parte da vida desses homens. Um pacto de corpo e desangue o que foi feito ali!

    Uma aliana que consistia da entrega de Sua prpria vida terrena, na rendio deseu corpo para ser humilhado e punido injustamente, para que a punio dosdiscpulos (no esprito) fosse revogada; na entrega de seu sangue, que o smbolode sua essncia celestial, a vida divina que estava nEle e estava sendocompartilhada com aqueles amados seguidores. Isso vale at hoje!!

    2) O que intimidade com Jesus?

    A intimidade aqui representada aponta no sentido de um compartilhamento de

    propores profundas e quase sempre muito dolorosas. Ao contrrio do que seprega nos Emprios Evanglicos espalhados pelas esquinas das cidades, estar emCristo algo que custa muito caro. Ser seu amigo e discpulo, beber seu sangue ecomer seu corpo, significa ser algum disposto a ir at as ltimas conseqncias poramor a Ele.Intimidade comer no mesmo prato, beber no mesmo copo, sofrer asmesmas dores, chorar as mesmas lgrimas e tambm sorrir com as mesmasconquistas, enfim, compartilhar a vida em comunho profunda.

    3) O que h na intimidade?

    Cada um desses versculos cita situaes que ocorrem quando entramos naintimidade com Jesus. Vejamos:(vers.18) Demonstra que ali na intimidade, existe confronto, transparncia,sinceridade. Se vivermos numa realidade de igreja-mercado, podemos passardespercebidos, colocando mscaras que ocultaro nossas intimidades. Contudo,numa relao pessoal com Jesus, isso impraticvel. Judas foi desmascarado dianteda Revelao de Cristo!!!(vers.22) H compartilhamento de elementos essenciais vida humana, que representado pelo Po. O po smbolo de alimento fsico e espiritual e naintimidade com Cristo todas as nossas necessidades so supridas.(vers.23, 24) No sangue est a marca da aliana e da vida divina de Jesus. Aocompartilhar isso conosco, Ele nos d acesso ao Esprito Santo com todas as suasvirtudes.(vers.25) Ali est o vnculo de amizade e compromisso.(vers.26) H adorao e orao no sobrenatural. Quando nos reunimos, Ele estentre ns e isso lega um poder espiritual capaz de gerar curas, milagres, mudanade situaes irreversveis. Sem isso, nossa reunio no passa de mero cluberecreativo. Alis, o que tem sido nossas igrejas, nossos cultos e louvores nessesltimos dias?? Pura recreao!!

    4) Como chegar intimidade? (Seguir ao homem com o Cntaro de gua)

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    Jesus deu a direo a Pedro e a Joo. Ele disse: sigam o homem com o cntaro degua e onde ele entrar vocs tambm devem entrar!

    Afinal, quem este homem? Um homem com o cntaro de gua algum querecebeu uma poro de revelao diferenciada da parte de Deus com a finalidade de

    conduzir as pessoas at o lugar da intimidade com Cristo. Ele possui um dom, umtalento que atrai as pessoas at Jesus. Pode ser um evangelista com dons de curasou milagres, um profeta com capacidade de receber de Deus direes sobrenaturaisapontando os erros de uma pessoa ou igreja e gerando o arrependimento ou aindaum mestre, com profunda revelao acerca das Escrituras, que ensinar aosdiscpulos a andarem em conformidade com a genuna Palavra. Essa pessoa umministro destacado entre o povo para ensinar e preparar a Igreja a andar em dia naintimidade com Jesus. Em todas as geraes da Igreja na terra, o Senhor enviapessoas com qualidades extraordinrias que tm a misso de nos conduzir at ocenculo. Todavia, ocorre entre ns um fenmeno comum, que o de muitas

    pessoas ficarem paralisadas em sua caminhada espiritual quando passam a seguirsomente o homem, nunca chegando intimidade com Jesus, o que no raro, setransforma em idolatria.

    O homem com o cntaro de gua no o fim, ele o meio, o condutor. Ele tohumano quanto cada um de ns e, ainda assim, nos chocamos quando vemosalguns desses homens deixar cair o seu cntaro, envolvido num pecado ouescndalo.Mas o que mais importante nisso tudo, o fato de que devemos cada um de nsbuscar o seu lugar na intimidade com Jesus. Ele disse que estava preparando muitasmoradas para ns, h espao para todos os que o desejarem sinceramente.

    No se conforme em apreciar a experincia espiritual de algum grande lder, pois ele somente algum que o Senhor enviou para servi-lo e lev-lo at bem perto dafonte de todo o poder a capacidade espiritual.

    Entre voc tambm na intimidade com Jesus!!!!

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    CAPTULO 6

    NO VOU CRIAR MAIS UMA FACO RELIGIOSA

    A sabedoria do Alto para a manuteno da Unidade do Esprito

    "Quem dentre vs sbio e inteligente? Mostre, pelo seu bom trato, as suas obrasem mansido de sabedoria. Mas, se tendes amarga inveja e sentimento faccioso emvosso corao, no vos glorieis, nem mintais contra a verdade. Essa no asabedoria que vem do alto, mas terrena, animal e diablica. Porque, onde hinveja e esprito faccioso, a h perturbaes e toda obra perversa. Mas, a sabedoriaque vem do alto , primeiramente, pura, depois, pacfica, moderada, tratvel, cheiade misericrdia e de bons frutos, sem parcialidade e sem hipocrisia. Ora, o fruto dajustia semeia-se na paz, para os que exercitam a paz".

    Tiago 3:13 - 18

    IntroduoEu gosto muito de ler! Tenho verdadeira paixo pela leitura! Os livros, inclusive, atj dispararam meu lado consumista mais irracional. No tenho paixo por carros,grandes casas, nada disso. Gosto mesmo de ler e de tocar uma boa msica praDeus, quase que na mesma proporo.Enfim, junto a essa minha paixo pelos livros existe tambm uma mstica que meacompanha acerca deles, alis, acho que toda pessoa que tem um prazer na leitura,possui algumas esquisitices interiores, fruto de uma imaginao que est sendomuito estimulada.

    No meu caso, entendo que no sou eu quem escolho os livros que vou ler, mas oslivros me escolhem. Livros me so dados ou emprestados, alguns eu confisco revelia de seus donos (perdo, Senhor), enfim, eles chegam a mim misteriosamentenum momento quando estou pronto para l-los e com isso ser edificado em minhaperegrinao terrena com cultura, revelaes, conhecimento, teologias e filosofias.Um belo dia, tive a grata oportunidade de ler um livro de A. W. Tozer, que no melembro de onde surgiu, apareceu l na cabeceira da minha cama. Ento, atendendoao seu convite, passei a l-lo. Era um livreto de bolso, bem pequeno que eu poderialer ali mesmo, naquela breve esticada vespertina ao lado da saudosa cadela labradorUlly.

    Uma das coisas que Tozer citou naquele livro e que marcou profundamente minhaalma, foi uma constatao que ele havia feito sobre um evangelho estranho queestava se construindo lentamente em seu tempo, ao qual ele chamou de "Evangelhode Escribas". Com o termo, ele se referia a um movimento prspero de escritorescristos de diversas partes do planeta, tratando de diversos assuntos subtrados dasentrelinhas das Escrituras Sagradas, trazendo tona uma srie inumervel derevelaes doutrinrias.Se formos a uma livraria evanglica, veremos que essa constatao feita pelo talescritor h muitos anos uma realidade ainda mais escandalosa nos dias atuais.Temas de auto-ajuda, contendo assuntos relacionados s finanas, casamento,

    criao de filhos, namoro, depresso entre tantos outros, possuem um sem nmerode escritores especializados em extrair da Bblia milhares de livros que possam

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    ensinar aos crentes como alcanar a plena realizao pela f.O fenmeno explicvel pelos questionamentos que se criam na mente das pessoasante o fato de verem to grande distncia entre a realidade vivida e a que apregoada a partir dos plpitos.Usando como exemplo o assunto finanas, comum ver em muitas igrejas que a

    prosperidade parece ser uma virtude atrelada a vida de alguns poucos, incluindo oslderes e no dos seguidores em geral. Esse desequilbrio gera uma indignao nocorao das pessoas que no se enquadram na teologia, e as mesmas acabamreagindo com o pensamento de que algo est errado nelas e precisam saber o que. Muitas dessas pessoas recorrem aos livros em busca de respostas.Porm, por trs de um livro existe um escritor ou um escriba, conforme o termo deA. W. Tozer, que um ser humano, algum com anseios e desejos em seu corao,algum falho, capaz de ser usado ou no pelo Esprito Santo para comunicar pelaescrita algo s pessoas.Quero chegar ao ponto de poder declarar com autoridade que um livro nunca dever

    exercer uma liderana absoluta em nosso modo de pensar e agir. Os livros soinstrumentos de comunicao de idias, assim como um blog. Algumas palavraspodem nos inspirar muito, outras podem nos desestabilizar em nossas convices -se voc j leu Watchman Nee sabe do que estou falando.Quero afirmar que muitas pessoas em nossos dias esto sendo totalmenteformatadas teologicamente por escribas. Segundo suas aspiraes pessoais ouministeriais, buscam num discipulado informal e desprovido de poder verdadeiro,acumular conhecimentos e argumentos, fortalecendo suas vidas em letras mortas,escritas, muitas vezes, a partir de convices oriundas de experincias particularescom Deus e as Escrituras.

    1) Cuidado com as faces ideolgicas"Mas, se tendes amarga inveja e sentimento faccioso em vosso corao, no vosglorieis, nem mintais contra a verdade. Essa no a sabedoria que vem do alto, mas terrena, animal e diablica". Versos 14, 15

    Como Igreja, somos um nico Corpo! Eu no gosto de perder sequer uma unha,alis, quando damos uma martelada na unha, uma dor terrvel nos mostra o quantoaquela coisinha na ponta dos dedos importante (se ela no estivesse l, teria sidopior).Tenho aprendido que a unidade da igreja respeita limites geogrficos. Paulo envioucartas s igrejas, identificado cada uma delas por cidade. Jesus fez a mesma coisa,conforme citado no apocalipse.Somos uma s Igreja primeiramente na cidade, depois no estado, na nao e assimpor diante, embora sejamos muitos e tenhamos diversos dons e capacidades quenos diferenciam uns dos outros.Deve haver um pensamento nico entre ns e no podemos nos permitir separarpor questes doutrinrias, sejam elas do tamanho que forem, nunca sero maisimportantes do que a unidade da Igreja.Sobre isso, Paulo afirma que: "devemos guardar a unidade do Esprito pelo vnculo

    da paz; h um s corpo e um s esprito, como fostes tambm chamados em umas esperana da vossa vocao; um s Senhor, uma s f e um s batismo; um s

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    Deus e Pai de todos, o qual sobre todos e por todos e em todos". Efsios 4:3-6Quando adquirimos um conhecimento advindo de uma doutrina de escriba,corremos srio risco de estar entrando em uma faco. Muitos crentes levantambandeiras de moveres espirituais, vises profticas, denominaes eclesisticas eisso no fruto de uma sabedoria divina, mas terrena, animal e diablica.

    Terrena porque no do cu, no trata do Reino do Deus, mas trata de coisasdaqui, de interesses terrenais, de estruturas polticas que visam antes de tudo a suaprpria manuteno na guerra das instituies por lucro, penetrao social, status,poder etc.

    Animal porque irracional! Se tivermos o mnimo de lucidez em nossospensamentos e atitudes, veremos que nossos projetos e vises, foram dados porDeus (se de fato foi Deus quem deu) para contribuir com a Igreja da cidade, doestado ou da terra, conforme a amplitude do chamado de cada ministrio. Nodevemos ser todos iguais na funo que exercemos, pois cada um de ns foi

    chamado e destinado por Cristo para uma posio til dentro da Igreja Corpo.Ningum o dono do supra-sumo das vises, alis, isso a raiz da irracionalidade.Achar que alguma coisa, no sendo, um engano, uma tolice que nos iguala aanimais que lutam com suas unhas e dentes, em defesa de seus pontos de vista,como se isso fosse nosso alimento.Isso definitivamente no vem de Deus!

    Diablica porque entramos no jogo das trevas! Aps trocarmos a Viso do Reino poruma viso terrenal e nos igualarmos a animais irracionais, na luta pelo

    estabelecimento de nossos ideais decados, deixamos de ser peas nas mos deDeus para ser peas nas mos do Diabo.Mudamos de time sem perceber! A luta para provar a todos que a nossa viso amais adequada para a Igreja pode contribuir muito para a gerao de um clima deanimosidade e rixa dentro do Corpo, gerando um estado de caos que beneficia aonosso adversrio, tirando a autoridade e potncia proftica da Igreja, enfraquecendoseu testemunho perante o mundo perdido.

    Uma desgraa!

    2) Moderao e seus bons frutos"Mas, a sabedoria que vem do alto , primeiramente, pura, depois, pacfica,moderada, tratvel, cheia de misericrdia e de bons frutos, sem parcialidade e semhipocrisia. Ora, o fruto da justia semeia-se na paz, para os que exercitam a paz".Versos 17, 18

    Introduzi o assunto falando sobre os riscos de se forjar uma doutrina a partir deuma viso recebida via livros. Isso tambm quer dizer que uma revelao que vemde fora da unidade do Corpo pode ser prejudicial para a manuteno da unidade.No h nada de mal em se buscar um crescimento atravs de bons e inspirados

    autores, o que est ocorrendo de errado na vida de muitos crentes que eles estotrocando os relacionamentos espirituais, onde o Corpo busca vnculos de paz pelo

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    exerccio da humildade e da mansido (Ef. 4:2,3), por um conhecimento intelectual,que na maioria das vezes s traz prejuzos para toda a Igreja.A diferena entre a sabedoria do alto e a que produzida nos livros, tradies ecursos bblicos que ela uma gema espiritual muito preciosa produzida no teroda convivncia na Igreja.

    Tudo o que vem de Deus proveitoso para edificao, j o que vem dos homensdeve ser avaliado, submetido liderana do Esprito.Para que possamos ter uma confiana das revelaes e ensinos que temos recebido,podemos fazer o teste da pureza.

    O texto que estamos estudando afirma que a Sabedoria do Alto :

    Pura - o que puro sem misturas, sem qumicas, original. Normalmente, asdoutrinas passam pelas lentes visionrias de algum e raramente as igrejas tmconseguido viver num nvel alto de pureza na revelao.

    A f uma virtude e um poder que nasce em Deus, mas no processo para que amesma seja aplicada na vida comum da igreja, ela acaba sendo formatada em umadoutrina e nessa etapa que ocorrem as confuses e misturas.Como saber se algo puro? Joo nos diz para provarmos os espritos. Aqueles queconfessam que Jesus Cristo encarnou de Deus. Encarnar, para ns hoje, umsmbolo da habitao do Esprito de Cristo na unidade da Igreja, o Corpo Vivo deJesus, cheio de sua vida.Portanto, iremos discernir as revelaes na unidade do Corpo, na sabedoria que seestabelece em meio comunho dos Santos.

    Pacfica - a paz o vnculo que mantm a unidade do Corpo. A sabedoria que vemde Deus promove a paz de Cristo, o shalon de Yaweh em sua plenitude. Se aquiloque estamos pregando est trazendo divises e guerras dentro da igreja, necessrio que seja muito bem examinado.As vezes, Jesus incitar a espada da palavra, com a finalidade de promover umarenovao em meio a Igreja. Isso aconteceu em muitos momentos da histria dacristandade, todavia, o verso 18 diz que o fruto da justia se semeia em paz. Umambiente de discrdia, gritarias, falta de educao e caos no foi promovido porDeus nem por sua palavra de sabedoria.

    Moderada - ao mesmo tempo, a sabedoria que vem da parte de Deus no se

    acovarda diante dos homens e suas instituies. II Timteo 1:7: "Porque Deus nonos deu o esprito de temor, mas de fortaleza, e de amor, e de moderao".Veja a comunho dessas trs virtudes na revelao que vem de Deus em contrastecom a covardia: fortaleza, amor e moderao.Isso significa que ao compartilharmos aquilo que recebemos da Deus no podemosser covardes, mas devemos partir de uma postura de fortaleza (firmeza, convico,f), de amor (capacidade de nos identificar, nos sacrificar e doar em favor da Igreja)e Moderao (no extremista).

    Tratvel - No sendo os donos da verdade! Sabendo que na comunho dos

    ministrios que a completude da manifestao do Corpo de Cristo se d. Um lder

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    intratvel se torna uma pessoa de difcil convvio e est fadada ao ostracismo. Aquiloque vem de Deus, sempre humilde e tratvel. Convicto, mas tratvel!

    Cheia de misericrdia e de bons frutos - a misericrdia a identificao que setem com a dor e o sofrimento dos outros. Atravs dela, somos capazes de nos

    oferecer em favor das pessoas. Os bons frutos so aquilo que oferecemos spessoas atravs de nossa instrumentalidade, so os dons, talentos, carismas quetemos em nossas vidas e que so colocados disposio da Igreja de Jesus.O que vem do Alto, utilizar meios cheios de misericrdia e de bons frutos paramanifestar ao mundo a sua grandeza e poder. Os dons so operados por intermdiodo amor, por isso, quando nos deparamos ministrios carregados de frutosestranhos como arrogncia e vaidade, podemos duvidar da veracidade de sua fonte.

    Imparcial - Neste mundo, os sistemas esto condicionados a uma motivaocorrupta do corao dos homens. Pelas leis naturais do capitalismo somos impelidosa lutar pelo lucro que, na sua origem, nos impele a levar vantagem sobre outras

    pessoas, gerando um ambiente de competio nas instituies humanas, inclusivealgumas chamadas de igreja.Deus no assim! Mas trata a todos com igualdade, no importando sua condiosocial, sua cor, sua histria pregressa. A palavra que provm dEle, possui essasmesmas caractersticas.

    Sem hipocrisia - A hipocrisia o fermento dos fariseus, segundo Jesus. definidacomo um fingimento de qualidades e bons sentimentos que de fato no se tm.A sabedoria que desce da parte de Deus no uma enganao, um engodo.Existem muitas palavra que tm sido pregadas entre ns nos dias de hoje, muitas

    doutrinas e vises, porm, aquilo que vem de Deus verdadeiro.Podemos provar o esprito da sabedoria, para sabermos se ela vem de Deus ou dehomens. Aquilo que Deus fala, vem acompanhado de sinais e frutos que do agarantia de que se trata da Verdade revelada. Para isso, precisamos renovar nossamente e conectar nosso interior a Ele afim de alcanarmos uma viso de amplitudeespiritual.Muitos sinais so feitos pelos poderes humanos com suas cincias e filosofias etambm no devemos confundir frutos com resultados. Frutos so a prova da sadede uma rvore e so dados segundo a espcie de cada uma delas. Muitos homensbem preparados alcanam bons resultados financeiros e numricos, mas podemapresentar frutos podres. Isso ser hipcrita!!Ao olhar para a vida de um fariseu, trabalhando firmemente para converter aspessoas, visitando as vivas e ainda orando nas praas, muitos poderiam pensar queaqueles homens tinham excelentes frutos, mas Jesus os via de uma maneiradiferente. Ele via resultados desprovidos de essncia!

    Enfim, est escrito que o fruto da justia semeia-se na paz. A paz uma marca quedeve permear as atitudes, as buscas, as oraes e o juzo dos crentes que buscampela verdade.

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    100% AO INVS DE 10

    Uma Igreja com viso de racionamento

    "Aquele que recebe o ensinamento da Palavra deve repartir todos os seus bens como que lhe ensina. No se iludam, pois com Deus no se brinca: cada um colheraquilo que tiver semeado. Quem semeia nos instintos egostas colher corrupo;quem semeia no Esprito, do Esprito colher a vida eterna. No nos cansemos defazer o bem; se no desanimarmos, quando chegar o tempo, colheremos. Portanto,enquanto temos tempo, faamos o bem a todos, especialmente aos que pertencem nossa famlia da f".Glatas 6: 6-10

    IntroduoVivemos num tempo de multides. Praticamente, h mais pessoas vivendo na faceda terra neste mesmo instante do que em todos os outros momentos dahumanidade somados. um tempo de bilhes! Um tempo em que a viso humana deve ser ampliadaadequando-se a um pensamento coletivo gigantesco. As metrpoles possuemmilhes de pessoas aglomeradas umas em cima das outras. As empresas aorealizarem suas vendas, mediante a lei da oferta e da procura, j compreenderamque devem diminuir a margem de lucro dos produtos, passando a ganhar em vendasde enormes quantidades. Outras oferecem os produtos de graa passando a ganharpelos servios prestados.Enfim, todos esto recorrendo aos meios de comunicao de massa, visando atingirum nmero cada vez maior de pessoas, se adequando a demandas cada vez maisastronmicas.Nesse modelo que visa o fracionamento das coisas com o fim de abranger asmassas populares, temos nos habituado a pequenas pores de tudo.Sem perceber, estamos nos adequando a um rao diria de vida. Tudo o que nos vital est sendo racionado, e como um exemplo, podemos citar a crise dos alimentosque estamos vivendo nos ltimos dias, que nos fora a comer menos; racionamos oshorrios de exposio ao sol por causa dos raios ultravioleta, cada vez mais potentesmediante os furos da camada de oznio.

    Podemos ver esse racionamento na vida comum da igreja, at. Se voc notar comolhos no-religiosos a ordenana da Santa Ceia, ver que a mesma sofreu umprocesso de fracionamento do Corpo e do Sangue de Cristo. uma coisa meiolgica, do ponto de vista humano, mas no do ponto de vista do Reino de Deus, queJesus tenha sido dividido em milhes de minsculas partes a fim de que pudesseatender toda a demanda litrgica. Ocorre que na perspectiva do Reino, esse tipo deeconomia que fraciona as coisas a fim de que todos sejam atendidos no temprocedncia. Voc pode pensar, a esta altura de sua leitura que eu estou viajando,mas eu peo, continue em frente!Note que quando Jesus tomou os poucos pes e peixinhos das mos de um dos

    seguidores, alimentou abundantemente toda uma multido e ainda sobraram 12cestos cheios. Ou seja, tem pra todo mundo e ainda tem pra sobrar.

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    As curas, os milagres, os benefcios do Reino de Deus no esto sob racionamento.Eles so abundantes, mas para aqueles que tm uma viso abundante de um Deusabundante.Quando voc recebeu uma uno com leo na igreja, era uma gota no dedo dopastor, por qu? Porque tinha que sobrar para os outros.

    Isso tudo faz parte de uma viso humana, limitada de uma economia baseada noracionamento e no medo de faltar no futuro.Precisamos urgentemente entrar na economia do Reino de Deus a fim de provarmosde abundncia transbordante.Aps essa breve introduo, gostaria de entrar no assunto em si. Assunto este quetenho evitado falar quase sempre, mas que neste momento, me sinto autorizado porDeus a dizer. Quero falar de dinheiro! Da economia de Deus e de como Deus capaz de multiplicar seus recursos na vida de quem Ele assim deseja fazer, a fim desuperabundar sua Graa sobre a Igreja. Porm, essa superabundncia precisa, antesde tudo, ser precedida de uma viso proftica das propores do Reino de Deus.

    necessrio que Deus abra nosso entendimento nesta hora, a fim de que possamosentrar na sua abundncia, que nada tem de semelhante com os miserveispedacinhos de po de nossa Ceia, nem das gotculas perfumadas de leo ungido natesta das pessoas e to pouco dos nfimos e politicamente corretos 10%empregados pelos evanglicos como Lei de Deus para este tempo.Entrando de vez no assuntoO dzimo estabeleceu uma cultura de misria na vida da Igreja quando passou a seruma lei, tirando a liberdade das pessoas em dar conforme ouvem de Deus. Baseadonos princpios que citei acima, da viso de fracionamento que visa abranger umgrande nmero de pessoas, atesto que o dzimo tem sido empregado entre o povo

    de Deus como uma ferramenta de segurana para administradores de igrejas.Calcula-se um pelo outro e se obtm um nmero vivel, a partir do qual, podem-sefazer provises financeiras para as aplicaes da instituio eclesistica.Samos do proftico, do abundante, do infindo e entramos num mundo onde temosque cortar o po em pedacinhos pequenininhos para que todos recebam sua partedo Corpo de Cristo.O conceito o mesmo! Voc s precisa dar 10%, isso vivel. Como se isso fosseuma meta de competncia humana, a de convencer quem quer que seja a daralguma coisa na Casa de Deus.No mundo todo, em todas as geraes, vemos relatos de pessoas que deram suasprprias vidas pela causa do Evangelho, gente que deu o seu "tudo". Esses valempor 10 dizimistas, na economia de Deus.Quando pregamos que os 10 % so uma ferramenta de garantia e de manutenodo patrimnio de um crente, no estamos apenas mentindo para essa pessoa, mastambm estamos incutindo em sua mente que isso o bastante. Note que estoudeclarando que existe uma mentalidade geral de racionamento, a partir de umaeconomia do medo e da insegurana.Irmos, o que Deus quer de ns o tudo! Dez por cento semelhante a uma gotade leo na sua testa. Talvez esse seja o nvel de uno ao qual voc esteja jacostumado e acomodado, mas definitivamente no o que eu quero pra minhavida espiritual.

    Tenho visto jovens incendiados, cheios de fogo consumidor de Deus, dispostos a darsuas vidas, sendo transformados em adultos mornos, que trocam uma vida de

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    entrega, por um emprego legal que lhes garante condies de ser dizimistas eapoiadores de ministrios que se tornaram aquilo que eles queriam ter sido na vida.Esto sendo sufocados, asfixiados em seus espritos de guia, trocando asuperabundncia de Deus por migalhas espirituais.Dez por cento, gota de leo, um pequeno clice de suco de uva aguado e um

    pedacinho de po. No esta a proporo daquilo que Deus projetou para ns,entregando aquilo que tinha de mais precioso.Lembra quando o Esprito proftico de Moiss saiu dele e tomou outros homens deIsrael? Assim Jesus. Ele foi partido e multiplicado em infinitas pores capazes detransformar pessoas comuns em profetas poderosos. Na ocasio de Moiss, somenteduas pessoas permaneceram naquela uno, pois os demais j estavam satisfeitoscom o profeta Moiss fazendo isso por eles.Jesus deu uns para apstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres, Eleimpartiu uma uno plena sobre a Igreja, crendo que cada vez mais pessoas seapaixonassem por Ele almejando entregar tudo diante de seu Altar.

    1) Compartilhar "todos os bens"O texto de Glatas que citei acima, fala sobre a instruo do apstolo Paulo nosentido de que algum que est sendo ensinado na Palavra deve compartilhar detodos os seus bens com seu mestre.Irmos, isso parece extremamente estranho para ns nesses dias. No parece nemum pouco sbio, mas o que a Bblia diz. O apstolo Paulo, nunca mandou ningumdar os dzimos na igreja e neste texto est sendo taxativo quanto ao fato de haverum compartilhamento integral entre duas pessoas numa relao de discipulado.Minha mente diz neste exato momento: "No sei como isso ser possvel!"."Ningum vai acreditar no que estou escrevendo!"Mas enfim, no uma obrigao minha fazer algum acreditar naquilo que escreveou prego, mas uma obrigao escrever e pregar.

    2) Um povo brincando com DeusEstamos brincando de igreja, o que Deus me diz neste momento! Estamostrabalhando dentro de uma margem de segurana, tanto os lderes com seuspretextos forjados a partir de textos fora de contexto, quanto os discpulos,semeando uma semente na igreja a fim de proteger seu patrimnio do Devorador

    (como se o Devorador agisse fora da vontade de Deus).A promessa a seguinte: se voc semear essa semente a partir de seus instintosegostas, colher corrupo.No isso o que mais temos visto dentro dos limites da Igreja ocidental nestes dias?Corrupo!Os que se tornaram polticos, salvo raras excees, se corromperam; alguns doslderes mais proeminentes das mais famosas denominaes esto se corrompendocom o dinheiro, a fama e a adorao que tm recebido de seus seguidores; filhos,esposas e famlias inteiras de grandes pastores esto colhendo os amargos frutos dacorrupo de uma semeadura feita em cima de um princpio de misria ereligiosidade.

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    3) Semeando no EspritoUma semeadura no Esprito, condiz com uma entrega que parte de uma sinceridadeentranhvel. O quebrantamento, as lgrimas, a contrio do corao daquele quebusca fazer a verdadeira vontade de Deus so a nica garantia que se pode ter.Basear uma vida com Deus em dogmas e legislaes uma grande enrascada!

    claro que existem princpios divinos, mas quem so as pessoas autorizadas a extra-los da Palavra Revelada e transform-los em doutrinas que compem estatutos elivros apologticos?Semear no Esprito se trata de investir dentro da economia do Reino de Deus, apartir de um relacionamento pessoal com Ele atravs do Corpo e do Sangue deCristo, numa comunho plena e abundante.Abundante porque no semelhante aos atos litrgicos com os quais estamosacostumados a lidar, mediante as midas fraes simblicas e religiosas dos rituaisda cristandade.

    4) Devemos entender isso enquanto ainda tempoAinda temos tempo! Creio que estamos passando por um processo de restauraono esprito da Igreja. Estamos muito avariados em nossa aparncia, isso um fato,mas uma reforma interior est acontecendo na Igreja de Jesus.O Apocalipse diz que Ele anda em meio aos castiais, que so a totalidade dasigrejas no mundo. Ele est aqui, entre ns, mantendo a chama acesa e a unosempre em dia. tempo de graa ainda, mesmo que estejamos vendo muito juzoser derramado entre ns, no um juzo de condenao, mas com vistas aoarrependimento e s mudanas das motivaes do corao do povo de Deus.

    Concluso

    Devemos deixar de lanar sementes para nos proteger. Isso est gerandocorrupo! Dar o dzimo para proteger-se de uma mesquinhez que fere ao coraodaquele que deu tudo para nos comprar.A contrrio, precisamos semear o nosso tudo naqueles que tm sido instrumentosde Deus para nos ensinar, pois isto significa semear no Esprito. Isto gerar umacolheita de vida eterna!O dzimo deveria ser um instrumento disciplinar para pessoas que saem do mundocarregadas de sentimentos egostas. Ele no uma ordenana perptua para ns,ao contrrio do que se prega!Ele como a Serpente chamada Neust, que Moiss levantou no deserto, sob a

    orientao de Deus para curar o povo de uma praga que eles mesmos provocaram.Como o passar dos dias, anos e geraes, a Serpente permaneceu ali e aquilo queera para ser um instrumento criado por Deus para uma necessidade especfica, setornou um deus, sendo adorado pelo povo, porm sem nenhuma eficciaverdadeira.Foi quando Deus levantou um rei, aclamado como o maior rei de Israel, Ezequias,que ousou derrubar Neust, aquele instrumento que passou a tomar o lugar de Deusno corao do povo. Precisamos derrubar os dolos de nossos coraes, pois elesesto afastando os nossos sentidos de Deus! Assim como se fizeram aos santos naigreja catlica, ou aos grandes lderes da histria evanglica, assim tem sido feitocom a doutrina de racionamento empregada no dzimo.Lembre-se: Deus no quer a sua frao, Ele quer o seu tudo!!

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    CAPTULO 8

    COBERTURA ESPIRITUAL

    Cobertos pelo esprito de quem?

    Ai dos filhos rebeldes, diz o Senhor, que tomaram conselho, mas no de mim! Eque se cobriram com uma cobertura, mas no do meu Esprito, para acrescentarempecado a pecado! Que descem ao Egito, sem perguntarem minha boca, para sefortificarem com a fora de Fara e para confiarem na sombra do Egito! Porque afora de Fara se vos tornar em vergonha, e a confiana na sombra do Egito, emconfuso.Isaas 30:1-3

    Introduo

    O contexto histrico deste fragmento das Escrituras encontra seu paralelo noscaptulo 18 e 19 do II Reis, narrando um perodo de domnio Assrio como potnciamilitar que subjugava de forma tirana algumas naes entre as quais, Israel.O rei Ezequias, cansado de arcar com os pesados tributos, coligou-se a umaconspirao internacional que tinha como principal aliado o Egito, com o objetivo deenfrentar e acabar com o domnio da Assria sobre Israel.Contudo, no plano espiritual, que contempla muito alm das razes polticas, algomuito mais profundo e grave estava ocorrendo, sendo revelado ao profeta Isaasque, de imediato, comunicou ao rei a fim de que o mesmo se alinhasse ao moverproftico.A partir deste exemplo, gostaria de editar uma forma de pensamento sobre oconflito entre essas duas dimenses to ativas e concorrentes dentro de ns.Cobertura do Esprito e Cobertura do Egito so duas formas de encontrarmos basespara nossas atitudes e duas maneiras de apoiar e justificar nossas teses.Vamos v-las:

    1) A cobertura do Esprito (versculo 1)Sem a pretenso de mistificar ou desmistificar, nem tampouco, esgotar o amploassunto Cobertura Espiritual, gostaria apenas de registrar meu entendimento sobreo tema, luz deste nico versculo.Segundo o texto, podemos observar que o tema cobertura do esprito, est

    intimamente vinculado ao quesito obedincia ao conselho de Deus.

    Naquela situao extremamente delicada que vivia Israel, sob a insegurana de viverdebaixo de um domnio tirano de uma nao sanguinria, o rei Ezequias se viu emposio emergencial para a tomada urgente de uma atitude.Sendo um estadista, aquele rei agiu da mesma maneira que qualquer outro lderresponsvel de alguma nao o faria. Dispondo de todas as alianas diplomticasque tinha a seu alcance, Ezequias ponderou que pagar tributos ao Egito seria,naquele momento, melhor negcio do que continuar assistindo os cofres da naose esvaziando ano aps ano, enriquecendo com isso a nao Assria.

    Aquela era uma maneira de pensar muito lgica para um lder de nao!Tudo o que ele queria como rei era cumprir com sua obrigao de preservar a

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    soberania de seu pas, no se abstendo de tomar as devidas atitudes para atingirseu objetivo de proteo nacional.Porm, conforme nos adverte o apstolo Paulo na carta aos romanos, no devemosnos confirmar com este mundo, antes, precisamos ser transformados pela renovaodas mentes para enfim experimentar a perfeita vontade de Deus.O texto no qual estamos refletindo inicia dizendo: Ai dos filhos rebeldes. Como povo de Deus, estamos destinados a uma dependncia irrestrita de suapalavra e quando agimos fora do seu Conselho, samos de sob sua cobertura,conforme diz a continuidade do texto: que se cobriram com uma cobertura, masno a do meu Esprito.Os que se estribam no arrogante entendimento humano, se tornam rebeldes. Osfilhos de Deus que tomam suas decises a partir de estatsticas, estudos sociolgicosou quaisquer outras formas cientficas, podem estar se enganando terrivelmente e oque pior, se rebelando contra o Conselho de Deus.S h uma verdade e ela o Verbo! Somente a Palavra Viva e revelada, aprovada

    com a chancela do Esprito poder nos garantir a Cobertura indefectvel que vem deDeus.O que for fora disso, repito, pode ser insurreio!! Repense as bases de suasatitudes.

    2) A Cobertura do Egito (Versculo 2)Para que pudessem levar seus tributos ao Egito, os diplomatas israelenses deveriamviajar pelo Negev (palavra hebraica que quer dizer sul).Passar pelo Negev j era por si s uma aventura muito arriscada, pois era uma reaacidentada e perigosa onde haviam muitos animais selvagens.

    Israel estava pagando um alto preo para levar suas mercadorias ao Egito porqueseu lder acreditava cabalmente que aquela aliana seria um recurso determinantena soluo de seus problemas.Para ns, avaliar essa histria teologicamente e conhecendo suas implicaes ecomo tudo acabou fcil concluir que aquela era um atitude alucinada do reiEzequias, porm, muito comum vermos crentes sarem debaixo da Cobertura doEsprito para entrar na Cobertura do Egito. Mas por que isso acontece?Quem entra debaixo da cobertura do Egito, passa a ser fortalecido pela fora doFara. Todos os que estudam a Bblia sabem que o Egito o smbolo do mundopago, que no tem o Deus de Israel como seu Rei mximo e essa fora faranica simbolizada pelas pirmides, onde vemos o ungido dominando sobre a massapopular, ou seja, o forte governa, oprimindo e escravizando a multido dosdesfavorecidos. um sistema de organizao social que no tem em sua essncia os princpiosDivinos, mas a mentalidade filosfica, cultural e poltica seculares de quem sempreviveu longe e em rebelio contra a vontade de Deus. assim que nosso mundo e foi governado sempre. O prprio Jesus disse isso aosseus discpulos: no mundo, o maior domina sobre o menor, mas entre vs no serassim.A est uma afirmao crucial do Mestre: Entre ns no deve ser assim!Existe, contudo, uma resposta imediata e real do Fara para todos os que o buscam

    como sua cobertura.Pessoalmente, enxergo a cobertura como uma rvore cujos galhos, folhas e frutos

  • 7/31/2019 O Dirio de um inconformado

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    trazem sombra, abrigo e alimento para diversas espcies de aves, animais e athomens. A cobertura do Egito fornece insumos para que as instituies possamdesenvolver e obter certa proteo em seus projetos, oferecendo condies dehospedarem-se debaixo de sua sombra, desde que seja pago o seu devido tributo, lgico.

    Isso comprovado pelo funcionamento dos sistemas de crdito que do suacobertura para que algum possa adquirir seus bens mveis e imveis, conquistandoseu patrimnio neste mundo, porm, atravs do pagamento de uma comisso,chamada de juros, que o mesmo tributo com um nome diferente.Perceba que quando se est em uma situao de perigo financeiro, a coberturamundial oferece crdito para que uma pessoa, instituio ou at uma nao possaser socorrida.Foi isso o que o rei Ezequias fez e foi por esse motivo que ele foi chamado por Deusde rebelde.Pense bem: ns fazemos isso quase todos os dias! Recorremos ao crdito que os

    sistemas cooperativos e bancrios nos oferecem sempre que uma situao deemergncia nos