o dia em que eu nasci

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© Edições ASA II, SA O Dia em que eu nasci O Dia em que eu nasci moura e pereça” moura e pereça”

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Page 1: O dia em que eu nasci

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““O Dia em que eu nasci O Dia em que eu nasci moura e pereça”moura e pereça”

Page 2: O dia em que eu nasci

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O dia em que eu nasci moura e pereça.Não o queira jamais o tempo dar,Não torne mais ao mundo, e, se tornar,Eclipse nesse passo o sol padeça. A luz lhe falte, o céu se lhe escureça,Mostre o mundo sinais de se acabar,Nasçam-lhe monstros, sangue chova o ar, A mãe ao próprio filho não conheça.

As pessoas, pasmadas de ignorantes,As lágrimas no rostro, a cor perdida,Cuidem que o mundo já se destruiu. Ó gente temerosa, não te espantes,Que este dia deitou ao mundo a vida Mais desaventurada que se viu!

Page 3: O dia em que eu nasci

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VocabulárioMoura/pereça/padeça = morra;Rostro = rosto/face;Cuidem = saibam;Desaventurada = infeliz;

TEMAA maldição da existência

Page 4: O dia em que eu nasci

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O dia em que eu nasci moura e pereça.Não o queira jamais o tempo dar,Não torne mais ao mundo, e, se tornar,Eclipse nesse passo o sol padeça. 

A luz lhe falte, o céu se lhe escureça,Mostre o mundo sinais de se acabar,Nasçam-lhe monstros, sangue chova o ar, A mãe ao próprio filho não conheça.

O eu lamenta ter nascido, assumindo uma atitude masoquista nos pedidos formulados, cujos efeitos poderão atingir toda a humanidade.O dia do nascimento surge aqui amaldiçoado mas também personificado, sugerindo o seu poder destruidor.

DESENVOLVIMENTO DO TEMA

Page 5: O dia em que eu nasci

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As pessoas, pasmadas de ignorantes,As lágrimas no rostro, a cor perdida,Cuidem que o mundo já se destruiu.

 

Ó gente temerosa, não te espantes,Que este dia deitou ao mundo a vida Mais desaventurada que se viu!

Efeitos produzidos nos humanos pela transformação que o sujeito espera que ocorra na natureza.

Justifica-se e confirma-se o pedido auto e hetero-destrutivo que inicia e percorre todo o texto.

Page 6: O dia em que eu nasci

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O dia em que eu nasci moura e pereça.Não o queira jamais o tempo dar,Não torne mais ao mundo, e, se tornar,Eclipse nesse passo o sol padeça. A luz lhe falte, o céu se lhe escureça,Mostre o mundo sinais de se acabar,Nasçam-lhe monstros, sangue chova o ar, A mãe ao próprio filho não conheça.

As pessoas, pasmadas de ignorantes,As lágrimas no rostro, a cor perdida,Cuidem que o mundo já se destruiu. Ó gente temerosa, não te espantes,Que este dia deitou ao mundo a vida Mais desaventurada que se viu!

Amaldiçoa o dia em que nasceu

Lança o repto final

Prevê a reacção das pessoas

Page 7: O dia em que eu nasci

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O dia em que eu nasci moura e pereça.Não o queira jamais o tempo dar,Não torne mais ao mundo, e, se tornar,Eclipse nesse passo o sol padeça. A luz lhe falte, o céu se lhe escureça,Mostre o mundo sinais de se acabar,Nasçam-lhe monstros, sangue chova o ar, A mãe ao próprio filho não conheça.

As pessoas, pasmadas de ignorantes,As lágrimas no rostro, a cor perdida,Cuidem que o mundo já se destruiu. Ó gente temerosa, não te espantes,Que este dia deitou ao mundo a vida Mais desaventurada que se viu!

ConjuntivoInfinitivoIndicativo

Indicativo

MODOS VERBAIS UTILIZADOS

Page 8: O dia em que eu nasci

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O dia em que eu nasci moura e pereça. ANão o queira jamais o tempo dar, BNão torne mais ao mundo, e, se tornar, BEclipse nesse passo o sol padeça. A A luz lhe falte, o céu se lhe escureça, AMostre o mundo sinais de se acabar, BNasçam-lhe monstros, sangue chova o ar, B A mãe ao próprio filho não conheça. A As pessoas, pasmadas de ignorantes, CAs lágrimas no rostro, a cor perdida, DCuidem que o mundo já se destruiu. E Ó gente temerosa, não te espantes, CQue este dia deitou ao mundo a vida DMais desaventurada que se viu! E

Interpolada

Emparelhada

Interpolada

Forma poética e rimas

Soneto com rimas:

Page 9: O dia em que eu nasci

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Recursos estilísticos O dia em que eu nasci moura e pereça.Não o queira jamais o tempo dar,Não torne mais ao mundo, e, se tornar,Eclipse nesse passo o sol padeça. A luz lhe falte, o céu se lhe escureça,Mostre o mundo sinais de se acabar,Nasçam-lhe monstros, sangue chova o ar, A mãe ao próprio filho não conheça.

As pessoas, pasmadas de ignorantes,As lágrimas no rostro, a cor perdida,Cuidem que o mundo já se destruiu. Ó gente temerosa, não te espantes,Que este dia deitou ao mundo a vida Mais desaventurada que se viu!

Pleonasmo

Inversão

Enumeração

Apóstrofe

Page 10: O dia em que eu nasci

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Page 11: O dia em que eu nasci

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Questionário1. Indica os sentimentos revelados pelo sujeito

poético ao longo do soneto.

2. Explica por que razão o sujeito poético amaldiçoa o dia em que nasceu.

3. Indica o motivo que levou ao uso das formas verbais “moura e pereça”, no primeiro verso.

4. Identifica a quem se dirige realmente o sujeito poético através da apóstrofe “Ó gente temerosa”.