o dia em que eu nasci
DESCRIPTION
TRANSCRIPT
© Edições ASA II, SA
““O Dia em que eu nasci O Dia em que eu nasci moura e pereça”moura e pereça”
© Edições ASA II, SA
O dia em que eu nasci moura e pereça.Não o queira jamais o tempo dar,Não torne mais ao mundo, e, se tornar,Eclipse nesse passo o sol padeça. A luz lhe falte, o céu se lhe escureça,Mostre o mundo sinais de se acabar,Nasçam-lhe monstros, sangue chova o ar, A mãe ao próprio filho não conheça.
As pessoas, pasmadas de ignorantes,As lágrimas no rostro, a cor perdida,Cuidem que o mundo já se destruiu. Ó gente temerosa, não te espantes,Que este dia deitou ao mundo a vida Mais desaventurada que se viu!
© Edições ASA II, SA
VocabulárioMoura/pereça/padeça = morra;Rostro = rosto/face;Cuidem = saibam;Desaventurada = infeliz;
TEMAA maldição da existência
© Edições ASA II, SA
O dia em que eu nasci moura e pereça.Não o queira jamais o tempo dar,Não torne mais ao mundo, e, se tornar,Eclipse nesse passo o sol padeça.
A luz lhe falte, o céu se lhe escureça,Mostre o mundo sinais de se acabar,Nasçam-lhe monstros, sangue chova o ar, A mãe ao próprio filho não conheça.
O eu lamenta ter nascido, assumindo uma atitude masoquista nos pedidos formulados, cujos efeitos poderão atingir toda a humanidade.O dia do nascimento surge aqui amaldiçoado mas também personificado, sugerindo o seu poder destruidor.
DESENVOLVIMENTO DO TEMA
© Edições ASA II, SA
As pessoas, pasmadas de ignorantes,As lágrimas no rostro, a cor perdida,Cuidem que o mundo já se destruiu.
Ó gente temerosa, não te espantes,Que este dia deitou ao mundo a vida Mais desaventurada que se viu!
Efeitos produzidos nos humanos pela transformação que o sujeito espera que ocorra na natureza.
Justifica-se e confirma-se o pedido auto e hetero-destrutivo que inicia e percorre todo o texto.
© Edições ASA II, SA
O dia em que eu nasci moura e pereça.Não o queira jamais o tempo dar,Não torne mais ao mundo, e, se tornar,Eclipse nesse passo o sol padeça. A luz lhe falte, o céu se lhe escureça,Mostre o mundo sinais de se acabar,Nasçam-lhe monstros, sangue chova o ar, A mãe ao próprio filho não conheça.
As pessoas, pasmadas de ignorantes,As lágrimas no rostro, a cor perdida,Cuidem que o mundo já se destruiu. Ó gente temerosa, não te espantes,Que este dia deitou ao mundo a vida Mais desaventurada que se viu!
Amaldiçoa o dia em que nasceu
Lança o repto final
Prevê a reacção das pessoas
© Edições ASA II, SA
O dia em que eu nasci moura e pereça.Não o queira jamais o tempo dar,Não torne mais ao mundo, e, se tornar,Eclipse nesse passo o sol padeça. A luz lhe falte, o céu se lhe escureça,Mostre o mundo sinais de se acabar,Nasçam-lhe monstros, sangue chova o ar, A mãe ao próprio filho não conheça.
As pessoas, pasmadas de ignorantes,As lágrimas no rostro, a cor perdida,Cuidem que o mundo já se destruiu. Ó gente temerosa, não te espantes,Que este dia deitou ao mundo a vida Mais desaventurada que se viu!
ConjuntivoInfinitivoIndicativo
Indicativo
MODOS VERBAIS UTILIZADOS
© Edições ASA II, SA
O dia em que eu nasci moura e pereça. ANão o queira jamais o tempo dar, BNão torne mais ao mundo, e, se tornar, BEclipse nesse passo o sol padeça. A A luz lhe falte, o céu se lhe escureça, AMostre o mundo sinais de se acabar, BNasçam-lhe monstros, sangue chova o ar, B A mãe ao próprio filho não conheça. A As pessoas, pasmadas de ignorantes, CAs lágrimas no rostro, a cor perdida, DCuidem que o mundo já se destruiu. E Ó gente temerosa, não te espantes, CQue este dia deitou ao mundo a vida DMais desaventurada que se viu! E
Interpolada
Emparelhada
Interpolada
Forma poética e rimas
Soneto com rimas:
© Edições ASA II, SA
Recursos estilísticos O dia em que eu nasci moura e pereça.Não o queira jamais o tempo dar,Não torne mais ao mundo, e, se tornar,Eclipse nesse passo o sol padeça. A luz lhe falte, o céu se lhe escureça,Mostre o mundo sinais de se acabar,Nasçam-lhe monstros, sangue chova o ar, A mãe ao próprio filho não conheça.
As pessoas, pasmadas de ignorantes,As lágrimas no rostro, a cor perdida,Cuidem que o mundo já se destruiu. Ó gente temerosa, não te espantes,Que este dia deitou ao mundo a vida Mais desaventurada que se viu!
Pleonasmo
Inversão
Enumeração
Apóstrofe
© Edições ASA II, SA
© Edições ASA II, SA
Questionário1. Indica os sentimentos revelados pelo sujeito
poético ao longo do soneto.
2. Explica por que razão o sujeito poético amaldiçoa o dia em que nasceu.
3. Indica o motivo que levou ao uso das formas verbais “moura e pereça”, no primeiro verso.
4. Identifica a quem se dirige realmente o sujeito poético através da apóstrofe “Ó gente temerosa”.