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USINAS (/N/INDUSTRIA/USINAS/)
novaCana.com ● 28 Jan 2016 ● 09:01h
O destino está praticamente selado para as 85usinas em recuperação judicial no Brasil
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Quando alguma usina de açúcar e etanol entra em recuperação judicial seu
destino estará praticamente selado: é o fim.
Dados atualizados mostram que desde a criação da Lei de Recuperação
Judicial, em 2005, apenas 5% dos pedidos resultaram em volta à normalidade
após o processo. No total, foram registrados 6.938 pedidos de recuperação e
3.859 de falência nos últimos 11 anos.
Considerando apenas as sucroenergéticas, os pedidos somam 85. No entanto,
é interessante notar que este número varia de acordo com a fonte
consultada.
Só no ano passado foram 13 usinas que pediram proteção judicial, excluindo
a Abengoa, que sabidamente não entrou com processo. Além das usinas em
recuperação, estima-se que nos últimos sete anos seis unidades tiveram
falência decretada. Cinco do Grupo João Lyra e a Companhia Albertina.
A Companhia Brasileira de Açúcar e Álcool, do grupo J. Pessoa, teve a
falência de cinco unidades decretada em 2013, mas uma decisão do Tribunal
Superior de Justiça de São Paulo no mesmo ano reverteu o decreto. Ainda
assim, as usinas estão paradas.
Em um olhar mais amplo sobre a cadeia de açúcar, etanol e bioeletricidade, o
Instituto Nacional de Recuperação Empresarial (INRE) estima que cerca de
700 empresas ligadas de alguma maneira ao setor sucroenergético estão
enfrentando problemas. Dessas, 25% tiveram a falência decretada e 75%
ainda estão com processos de recuperação judicial.
Os números do levantamento do INRE podem parecer grandes, mas é
importante considerar que são as pequenas e médias empresas que mais
buscam a proteção. “Tivemos um aumento substancial no setor [na cadeia
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como um todo] em questão de recuperação judicial em 2014 e 2015”, afirma o
presidente do instituto, Carlos Henrique Abrão.
O levantamento ainda aponta que o tempo médio de um processo desse tipo
varia de seis a dez anos, com a maioria dos quase 7 mil casos ainda
tramitando na justiça. Além disso, os credores arcam com deságios que
variam de 50% a 60% dos valores cobrados.
Há quem diga que esse é um caminho sem volta. Para o diretor-presidente da
FG Agro, Luis Gustavo Torrano Corrêa, é uma opção apenas para quem não
tem mais possibilidades de recuperação e quer sair do cenário de forma
organizada. “Recuperação judicial é só para quem quer sair do jogo. Na nossa
opinião é quase impossível recuperar uma condição de equilíbrio”, aponta.
Falta de planejamentoOs casos de recuperação judicial do setor sucroenergético têm recebido
críticas devido à falta de planejamento e à lentidão das empresas para
tomarem uma atitude em relação aos problemas, analisa o coordenador da
MBF Agribusiness, Marcos Antonio Françóia.
A questão crucial é o momento: a empresa deve tomar a decisão quando os
indicadores começarem a apresentar sinais de difícil recuperação sem ajuste
no endividamento, antecipando uma situação drástica.
Ele observa que geralmente não há esforço dos acionistas para mudar o
perfil de gestão da companhia a fim de aproveitar a hora certa. “Não há
milagre. Qualquer pedido de recuperação vem com o pressuposto de que o
mercado há de melhorar. Caso contrário, é melhor falir e dividir o que
sobrou”, conforma-se.
O movimento mercadológico é tão fundamental para o sucesso da ação que
guiou os destinos dos pedidos realizados nos últimos oito anos. O consultor
nota que os realizados de 2008 a 2014 foram surpreendidos pela inação
econômica do setor, impossibilitando com que os compromissos fossem
honrados em tempo. Os mais recentes vêm de grupos cuja alavancagem
financeira em dólar tornou o endividamento incompatível com a geração de
resultados.
Muitas empresas estão endividadas em dólar, que foi contratado a R$ 2,50 e
hoje custa R$ 4. “E o legislador fala que o valor da moeda estrangeira tem de
ser respeitado. Ou seja, tem de pagar integralmente o valor de hoje”, informa
o presidente do INRE.
“A recuperação judicial só é vantajosa se o setor está indo bem e se a
economia tem dados de crescimento”, garante Abrão. Ele acredita que
quando a economia encolhe e não há perspectiva de consumo, chega-se ao
cenário atual, em que as empresas são dissolvidas.
Ele lembra que não há estímulo de bancos e existem dois ou três fundos de
investimento que aplicam recursos em empresas se recuperando.
Apesar de a imensa maioria dos pedidos de recuperação judicial ficarem
longe do objetivo final, o sucesso do processo pode ser medido de outra
maneira: freando a perda de valor. Para o advogado Bruno Kurzweil de
Oliveira, sócio do escritório Dias Carneiro Advogados, a recuperação judicial
é um mecanismo que serve de proteção ao devedor e que a ideia de que o
processo traz prejuízo ao setor não deve ser levada tão ao pé da letra. “É um
processo que salva valor às empresas”, justifica.
Falta de estímulosO histórico de recuperações e falências desde a introdução da nova lei
mostra que nos primeiros nove anos de vigência o instrumento foi utilizado
quase que exclusivamente por pequenas e médias empresas. As grandes
passaram a “testar” a possibilidade em 2014, conforme informações do INRE.
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Atualmente são cerca de 150 empresas com capital superior a R$ 5 milhões
em recuperação judicial. Juntas, respondem por 20% das contratações do
País, direta e indiretamente.
“O princípio básico de uma lei de recuperação é a boa-fé do empresário. Se
explorada e constatada no início, o judiciário, Ministério Público ou
administrador priorizam aquele pleito de recuperação”, explica o presidente
do INRE.
Hoje, isso não acontece no Brasil. Os planos de recuperação têm longa
duração e os pagamentos não são feitos. Isso gera dois problemas: o deságio
e falta de condições de pagar a dívida passada com a dívida atual.
Mudanças na leiUm consenso entre os juristas é a necessidade de mudanças na legislação. Os
três componentes que vieram a ser defendidos na época em que a medida foi
aprovada eram redução de spread, da taxa de juros e ampliação das
empresas no mercado. Os efeitos foram exatamente contrários, segundo
Abrão, do INRE. “A taxa de juros está hoje em 14,75%, o spread bancário está
altíssimo e o número de empresas reduziu”, destaca.
Segundo ele, o artigo 49, que trata da recuperação judicial, cria exceções na
lei. Por exemplo, os credores tributários e os com garantia – geralmente
bancos – acabam cobrando as dívidas contra os sócios e com garantias, não
sendo submetidos ao rito da recuperação judicial. Via de regra, a liquidez de
uma empresa é vendida em garantia de empréstimos. Ao pedir recuperação a
empresa tem dinheiro na mão do banco, que por sua vez aprisiona o ativo,
deixando a companhia sem dinheiro novo de entrada. “A lei precisa passar
por sérias reformas. Só não foram feitas em razão do estado atual do país,
que não tem linhas econômicas e políticas no congresso”, lamenta Abrão.
Mesmo Bruno de Oliveira, da Dias Carneiro, concorda que é preciso mudar. O
escritório é responsável por um terço das usinas em recuperação no Brasil. O
advogado comenta que, como todo instrumento jurídico, a lei não é perfeita
e precisa melhorar, e que não atende completamente as necessidades de
credores e devedores.
Jorge Mariano – novaCana.com
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