o design da interface como facilitador ao professor na utilização de ambientes virtuais de...
TRANSCRIPT
-
8/9/2019 O design da interface como facilitador ao professor na utilizao de Ambientes Virtuais de Aprendizagem
1/185
2
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARAN
PROGRAMA DE PS-GRADUAO EM DESIGN
O DESIGN DA INTERFACE COMO FACILITADOR AO PROFESSOR
NA UTILIZAO DE AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM
VIVIANE HELENA KUNTZ
CURITIBA
2010
-
8/9/2019 O design da interface como facilitador ao professor na utilizao de Ambientes Virtuais de Aprendizagem
2/185
VIVIANE HELENA KUNTZ
O DESIGN DA INTERFACE COMO FACILITADOR AO PROFESSOR
NA UTILIZAO DE AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM
Dissertao apresentada ao Programa dePs-Graduao em Design da UniversidadeFederal do Paran, Setor de CinciasHumanas, Letras e Artes, como requisitoparcial obteno do ttulo de Mestre emDesign.
Orientadora:
Prof Dra. Stephania Padovani
CURITIBA
2010
-
8/9/2019 O design da interface como facilitador ao professor na utilizao de Ambientes Virtuais de Aprendizagem
3/185
2
Dedico essa dissertao a todos que apoiaram e
compartilharam esse ideal, em especial aos meus pais
Helase e Jos e ao meu namorado Leandro.
-
8/9/2019 O design da interface como facilitador ao professor na utilizao de Ambientes Virtuais de Aprendizagem
4/185
3
AGRADECIMENTO
Agradeo a todos que compartilharam desse ideal, desde o processo seletivo aos ltimos
ajustes do documento final, principalmente :
Deus, pela fora nos momentos mais difceis e por colocar pessoas imprescindveis para e
durante essa caminhada, em especial:
Stephania Padovani, por sua orientao sempre dedicada, paciente e fundamental.
Colegas do mestrado e ao Gerson, pela amizade e apoio durante a realizao da
pesquisa.
Professores do PPGDesign, pelos contedos passados nas disciplinas.
Professores que participaram dessa pesquisa, pela disponibilidade para a
participao da pesquisa.
Professores que participaram da banca de qualificao e defesa, Alice Theresinha
Cybis Pereira e Virginia Borges Kistmann, Antnio M. Fontoura pelas sugestes demelhoria.
Professores do DECiGi, Maria do Carmo Duarte Freitas, Denise Fukumi Tsunoda e
Helena de Ftima Nunes, Ccero Aparecido Bezerra pelo apoio e incentivo.
Professores Ricardo Mendes Junior e Srgio Scheer pelo apoio e incentivo.
Equipe do Labmidi, Ana Carolina Greef, Yasmim Paim Forte, Francisco Daniel de
Oliveira Costa e Eduardo Michelotti Bettoni, pela amizade, ajuda e apoio.
Helase e Jos (meus pais) pelo apoio constante, compreenso e todo amor.
Leandro (meu namorado) pela ajuda, pacincia, apoio, carinho e amor.
Luan (meu sobrinho) por me fazer voltar a ser criana em alguns momentos.
Capes, pela bolsa de mestrado para o financiamento desta pesquisa.
-
8/9/2019 O design da interface como facilitador ao professor na utilizao de Ambientes Virtuais de Aprendizagem
5/185
4
S um apaixonado consegue se dedicar tanto a um
sonho a ponto de conhec-lo na sua integridade e
assim adquirir a capacidade de seduzir pessoas para
participarem de sua realizao.
Dolabela, 1999
-
8/9/2019 O design da interface como facilitador ao professor na utilizao de Ambientes Virtuais de Aprendizagem
6/185
5
RESUMO
KUNTZ, V. H. O design da interface como facilitador ao professor na utilizao
de Ambientes Virtuais de Aprendizagem. Curitiba, 2010. Dissertao. (Programade Ps-Graduao em Design), Universidade Federal do Paran.
Associando a educao com a Tecnologia da Informao e Comunicao possibilita-se aaderncia de suportes tecnolgicos s aulas presenciais e distncia, como por exemplo, oAmbiente Virtual de Aprendizagem - AVA. As Instituies Federais de Ensino Superior, porintermdio da Universidade Aberta do Brasil UAB, esto implantando o AVA Moodle(Modular Object-Oriented Dynamic Learning Environment), devido gama de ferramentasde controles, avaliaes e de estruturao por ele oferecidas. O objetivo do AVA aaprendizagem do aluno, que, para tornar-se efetiva, demanda primeiramente que oprofessor conhea e inclua tal Ambiente como suporte para suas aulas. Nisso, encontram-se
algumas barreiras, como: a no instruo ou desconhecimento da tecnologia econsequentes resistncias; as mudanas na maneira de ensinar; a falta de equipamentosadequados; a falta de motivao; e o foco desta pesquisa: a insatisfao com a interface,causando aborrecimentos e desistncia no uso. Tendo isso em vista, tem-se como objetivopropor diretrizes para configurar a interface do AVA MoodleUFPR, de modo a facilitar aosprofessores da Instituio a utiliz-lo. Trata-se de uma pesquisa participante, em trs fases:exploratria, principal e ao, com os respectivos objetivos de: anlise do MoodleUFPR esimilares, utilizando a tcnica de checklist; diagnstico do MoodleUFPR, com a tcnica deanlise da tarefa e participao do usurio por meio de ensaio de interao e, por fim,proposta do redesign da interface MoodleUFPR, utilizando a tcnica de prototipagem. Naprimeira fase, exploratria, verificaram-se problemas de visibilidade e acesso ao AVA, assimcomo aspectos relacionados aos requisitos de sistema, design e arquitetura de informao.
J com a anlise de moodlessimilares identificaram-se aspectos positivos a seremreproduzidos. Com o ensaio de interao, segunda fase, puderam-se confirmar osproblemas identificados na primeira fase ao analisar as dificuldades durante a interao comas tarefas desenvolvidas. A compilao dos resultados possibilitou a proposta das diretrizesque, transpostas em wireframesdas telas, compem um novo prottipo do MoodleUFPR.Tendo como desdobramento a validao e a implementao do produto, pode-se confirmara importncia do design centrado no usurio, reduzindo assim problemas relacionados adificuldades, que consequentemente geram resistncia e a no utilizao do Ambiente.
Palavras-chave: Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), design da interface, designcentrado no usurio
-
8/9/2019 O design da interface como facilitador ao professor na utilizao de Ambientes Virtuais de Aprendizagem
7/185
6
ABSTRACT
An association between education and the Technology of Information and Communicationenables adherence of technical supports to help in course on campus and online course, asfor example, the Virtual Learning Environment VLE. Federal Universities Institutions,through the Open University of Brazil (Universidade Aberta do Brasil - UAB) are deployingthe VLE Moodle (Modular Object-Oriented Dynamic Learning Environment), because therange of possibilities, controls, assessments and structuring. The objective of VLE is astudents apprenticeship, however its necessary that the teacher knows this ambient andincludes as support for his classes. In addition to that, there are few problems as forexample: not instruction or unknowing about this technology which may cause resistance;changes in the way of teaching; lack of appropriate equipment; lack of motivation; and thefocus on this research: dissatisfaction with the interface,causing annoyance and desist from
use. Therefore it has as objective proposes guidelines for configuring the interface of VLEMoodle UFPR, facilitating teaches of UFPR to use it. It is a participatory research, in threephases: exploratory, main and action with the respective objectives: analysis of MoodleUFPR and his parallels using the checklist technique;diagnosis of Moodle UFPR, with thetask analysis technique and participation of the user through the test of interaction and finallypropose a new design pattern of Moodle UFPR using the prototyping technique. In the firstphase, exploratory, were verified visibility problems and access in VLE, as well as aspectsrelated to system requirements, design and information architecture. Now with the moodlesimilar analysis identified positive aspects to be considered. In the second phase with thetest of interaction, could be confirmed the problems identified in the first phase to examinethe difficulties when interacting with the tasks performed. The compilation of the resultsallowed the proposal of guidelines that implemented in wireframe screens; making a new
prototype of Moodle UFPR. Based on deployment validation and implementation of theproduct, we could confirm the importance of user-centered design, reducing problems relatedto difficulties, which consequently generate resistance and non-use of the environment.
Keywords:Virtual Learning Environment (VLE), interface design, User Centered-Design.
-
8/9/2019 O design da interface como facilitador ao professor na utilizao de Ambientes Virtuais de Aprendizagem
8/185
7
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
AHT Anlise Hierrquica da Tarefa
AVA Ambientes Virtuais de Aprendizagem
AVA-AD Ambiente Virtual de Aprendizagem em Arquitetura e Design
AVEA Ambiente Virtuais de Ensino aprendizagem
CESEC Centro de Estudos de Engenharia Civil na UFPR
CIPEAD Coordenadoria de Integrao de Polticas e Educao a DistnciaCUA Common User Access
DCU Design Centrado no Usurio
DECiGI Departamento de Cincia e Gesto da Informao
EaD Educao a Distncia
FAQ Perguntas Frequentes
FGV Fundao Getlio Vargas
IBM International Business Machines
LMS Learning Management System
MMC Mtodo de Marcadores Culturais
Moodle Modular Object-Oriented Dynamic Learning Environment
NEAD Ncleo de Educao a Distncia
ProInfo Programa Nacional de Tecnologia Educacional
PUC Minas Pontifcia Universidade Catlica de Minas Gerais
PUC/PR Pontifcia Universidade Catlica do Paran
PUC/RJ Pontifcia Universidade Catlica do Rio de Janeiro
QUIS Questionnaire for User Interaction Satisfaction
TIC Tecnologia de Informao e Comunicao
-
8/9/2019 O design da interface como facilitador ao professor na utilizao de Ambientes Virtuais de Aprendizagem
9/185
8
UCALP Universidad Catlica de La Plata
UDESC Universidade do Estado de Santa Catarina
UFAl Universidade Federal de Alagoas
UFBA Universidade Federal da Bahia
UFPR Universidade Federal do Paran
UFSC Universidade de Santa Catarina
ULBRA Universidade Luterana do Brasil
UnB Universidade de Braslia
UNIFAL Universidade Federal de Alfenas
VLE Virtual Learning Environment
-
8/9/2019 O design da interface como facilitador ao professor na utilizao de Ambientes Virtuais de Aprendizagem
10/185
LISTA DE ILUSTRAES
Figura 1 interface MoodleUFPR ............................................................................ 17Figura 2 interface MoodleCIPEAD ........................................................................ 18
Figura 3 interface do MoodleCESEC .................................................................... 18
Figura 4 componentes dos AVAs ........................................................................... 26
Figura 5 interaes dos atores do AVA .................................................................. 27
Figura 6 ferramentas de um AVA ........................................................................... 28
Figura 7 ferramenta de controle de acesso do AVA Virtus ..................................... 29
Figura 8 ferramentas de edio do AVA Moodle.................................................... 30
Figura 9 ferramenta sncrona (chat) do AVA AulaNet ............................................ 31Figura 10 ferramentas assncronas (mural e frum de discusso) do AVA TelEduc
............................................................................................................... 31
Figura 11 metas de usabilidade e decorrentes da experincia do usurio ............. 41
Figura 12 modelo de design versusmodelo do usurio ......................................... 43
Figura 13 problemas de usabilidade prevista ......................................................... 44
Figura 14 elementos da teoria da atividade............................................................ 46
Figura 16 representao grfica do filtro de cultura ............................................... 47
Figura 17 elementos da experincia do usurio ..................................................... 50
Figura 18 modelo de Garrett adaptado .................................................................. 52
Figura 19 interface Moodle[distribuio livre] ........................................................ 54
Figura 20 interface Atutor [distribuio livre] .......................................................... 54
Figura 21 interface OLAT [distribuio livre]........................................................... 55
Figura 22 interface AulaNet [distribuio comercial] .............................................. 55
Figura 23 interface Dtcom [distribuio comercial] ................................................. 56
Figura 24 interface WebAula [distribuio comercial] ............................................. 56
Figura 25 interface Blackboard [distribuio comercial] ......................................... 57Figura 26 sistema de organizao do AVA Blackboard ......................................... 59
Figura 27 sistema de organizao do AVA Eureka ................................................ 59
Figura 28 rotulao das ferramentas do AVA Blackboad ....................................... 60
Figura 29 reas clicveis dos AVAs AulaNet, Eureka e Moodle............................ 61
Figura 30 indicadores de localizao dos AVAs Amadeus, WEBCT e Moodle...... 62
Figura 31 auxlio navegao do TelEduc ............................................................ 63
Figura 32 sistema de busca do AVA Moodle.......................................................... 64
Figura 33 processamento de informao no AVA .................................................. 65Figura 34 estrutura em nica coluna do AVA MoodlePUC-RIO ............................ 67
-
8/9/2019 O design da interface como facilitador ao professor na utilizao de Ambientes Virtuais de Aprendizagem
11/185
Figura 35 estrutura em duas colunas do AVA ULBRA Santa Maria ....................... 67
Figura 36 estrutura em trs colunas do AVA UNIFAL ............................................ 68
Figura 37 clareza do AVA Moodle UnB .................................................................. 69
Figura 38 simplicidade da interface do AVA UCALP .............................................. 69
Figura 39 falta de nfase no AVA do Departamento de informtica e estatsticaUFSC ..................................................................................................... 70
Figura 40 consistncia na composio das telas do AVA TelEduc ........................ 70
Figura 41 proporo do cabealho do AVA Moodle UFAL ..................................... 72
Figura 42 critrios de percepo no AVA Moodle da Universidad Del Pacifico...... 73
Figura 43 fases da pesquisa .................................................................................. 76
Figura 44 1 fase da pesquisa ................................................................................ 76
Figura 45 2 fase da pesquisa ................................................................................ 77
Figura 46 3 fase da pesquisa ................................................................................ 78
Figura 47 pgina inicial do MoodleUFPR .............................................................. 85
Figura 48 pgina de acesso do MoodleUFPR ....................................................... 85
Figura 49 formulrio para criar um curso................................................................ 86
Figura 50 pgina inicial MoodleUniversidade Federal da Bahia ............................ 86
Figura 51 pgina inicial MoodleFundao Getulio Vargas .................................... 87
Figura 52 pgina inicial MoodleUniversidade Lusada do Porto ............................ 87
Figura 53 pgina inicial MoodleAVA-AD ............................................................... 87
Figura 54 estratgia de anlise .............................................................................. 89
Figura 55 descrio do Ambiente e informaes de cadastro ................................ 91
Figura 56 erro e vocabulrio fora da experincia ................................................... 91
Figura 57 passos para criar um curso .................................................................... 93
Figura 58 cones e termos com mesma funo diferentes significados ................. 93
Figura 59 quantidade de informao e contrates dos contornos/cores .................. 95
Figura 60 categorizao da informao ................................................................. 95
Figura 61 localizao da informao ...................................................................... 96
Figura 62 identificao do Ambiente ...................................................................... 96
Figura 63 orientao para o usurio ....................................................................... 96
Figura 64 tela sem orientao para criar um curso ................................................ 97
Figura 65 tutorial e informaes de cadastro no MoodleUFBA ............................. 99
Figura 66 informao imprescindvel na primeira tela MoodleFGV ..................... 100
Figura 67 menus homogneos de uma tela para outra ........................................ 101
Figura 68 organizao da lista de disciplinas ....................................................... 103
Figura 69 local para logine senha ....................................................................... 104
Figura 70 identidade visual MoodleUFBA ........................................................... 104
-
8/9/2019 O design da interface como facilitador ao professor na utilizao de Ambientes Virtuais de Aprendizagem
12/185
Figura 71 identidade visual Moodleda Universidade Lusiada do Porto ............... 104
Figura 72 identidade visual MoodleFGV ............................................................. 105
Figura 73 identidade visual MoodleAVA-AD........................................................ 105
Figura 74 diagrama AHT resultante da anlise da tarefa da funo de professor noMoodleUFPR ....................................................................................... 107
Figura 75 passos para cadastrar-se no Ambiente ................................................ 109
Figura 76 localizao do linkde acesso ............................................................... 110
Figura 77 passos para editar pgina .................................................................... 111
Figura 78 passos para criar um curso .................................................................. 112
Figura 79 passos para cadastrar-se no Ambiente ................................................ 115
Figura 80 passos para criar um curso .................................................................. 116
Figura 81 passos para atividade de inserir um frum ........................................... 117
Figura 82 passos para criar um curso .................................................................. 120
Figura 83 passos para atividade de inserir um frum ........................................... 121
Figura 84 estruturao do Ambiente .................................................................... 121
Figura 85 wireframeda pgina inicial ................................................................... 142
Figura 86 reestruturao das informaes sobre o cadastro ............................... 144
Figura 87 reestruturao do formulrio de cadastro ............................................. 144
Figura 88 wireframeda pgina com login............................................................. 145
Figura 89 interface dos meus cursos/disciplinas .................................................. 145
Figura 90 formulrio para criar um curso que no aceita inscrio ...................... 146
Figura 91 ajuda resumida do campo formato ..................................................... 147
Figura 92 ajuda detalhada do campo formato .................................................... 147
Figura 93 formulrio para criar um curso que aceita inscrio [modo avanadooculto] ................................................................................................... 148
Figura 94 formulrio para criar um curso que aceita inscrio [modo avanado] . 149
Figura 95 interface para estruturao do usurio ................................................. 150
Figura 96 relao da ferramenta Frum com a prtica pedaggica ..................... 150
Figura 97 relao da ferramenta Escolha com a prtica pedaggica ................... 151
Figura 98 formulrio para inserir um frum [modo avanado oculto] ................... 151
Figura 99 formulrio para inserir um frum [modo avanado] .............................. 152
-
8/9/2019 O design da interface como facilitador ao professor na utilizao de Ambientes Virtuais de Aprendizagem
13/185
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 interaes sncrona e assncrona em AVAs ........................................... 32
Quadro 2 atributos culturais em web sites ............................................................. 49
Quadro 3 exemplo dos atributos ............................................................................ 49
Quadro 4 resumo do mtodo de pesquisa ............................................................. 83
Quadro 5 perfil que no utiliza o MoodleUFPR ..................................................... 84
Quadro 6 perfil que utiliza ou j utilizou outra ferramenta como ambiente deaprendizagem ...................................................................................... 84
Quadro 7 perfil que utiliza ou j utilizou o MoodleUFPR ....................................... 84
Quadro 8 sntese dos resultados da avaliao MoodleUFPR [Mdulo requisitos do
sistema e necessidades de informao] .............................................. 91
Quadro 9 sntese dos resultados da avaliao MoodleUFPR [Mdulo arquiteturada informao] ..................................................................................... 92
Quadro 10 sntese dos resultados da avaliao MoodleUFPR [Mdulo design dainformao] .......................................................................................... 94
Quadro 11 sntese dos resultados da avaliao moodlessimilares [Mdulorequisitos do sistema e necessidades de informao] ......................... 99
Quadro 12 sntese dos resultados da avaliao moodlessimilares [Mduloarquitetura da informao] ................................................................. 101
Quadro 13 sntese dos resultados da avaliao moodlessimilares [Mdulo Designda informao] ................................................................................... 103
Quadro 14 avaliao dos professores no utilizam o MoodleUFPR sobre a tarefacadastrarem-se no Ambiente ............................................................. 110
Quadro 15 avaliaes dos professores no utilizam o MoodleUFPR sobre a tarefade editar pgina ................................................................................. 112
Quadro 16 avaliaes que ressaltam facilidade de interao dos professores noutilizam o MoodleUFPR .................................................................... 113
Quadro 17 avaliaes que ressaltam dificuldade de interao dos professores no
utilizam o MoodleUFPR .................................................................... 113Quadro 18 impresses gerais sobre o site segundo dos professores no utilizam o
MoodleUFPR .................................................................................... 114
Quadro 19 impresses especficas sobre o AVA dos professores no utilizam oMoodleUFPR .................................................................................... 114
Quadro 20 avaliao dos professores que utilizam ou j utilizaram outro AVA sobrea tarefa de cadastrarem-se no Ambiente MoodleUFPR .................... 115
Quadro 21 avaliaes dos professores que utilizam ou j utilizaram outro AVA queressaltam facilidade de interao ....................................................... 117
Quadro 22 avaliaes dos professores que utilizam ou j utilizaram outro AVA queressaltam dificuldade de interao ..................................................... 118
-
8/9/2019 O design da interface como facilitador ao professor na utilizao de Ambientes Virtuais de Aprendizagem
14/185
Quadro 23 impresses gerais dos professores que utilizam ou j utilizaram outroAVA sobre o site ................................................................................ 119
Quadro 24 impresses especficas sobre o AVA por parte dos professores queutilizam ou j utilizaram outro AVA ..................................................... 119
Quadro 25 utilizao do Moodleversusoutro AVA segundo professores queutilizam ou j utilizaram outro AVA ..................................................... 119
Quadro 26 resposta sobre estruturao do Ambiente professores que j utilizaramou utilizam o MoodleUFPR ................................................................ 122
Quadro 27 respostas que no ressaltam a dificuldade de interao dos professoresque j utilizaram ou utilizam o MoodleUFPR ..................................... 123
Quadro 28 respostas que ressaltam a dificuldade de interao dos professores quej utilizaram ou utilizam o MoodleUFPR ............................................ 123
Quadro 29 Impresses gerais sobre o site conforme professores que j utilizaram
ou utilizam o MoodleUFPR ................................................................ 123
Quadro 30 impresses especficas sobre o AVA conforme professores que jutilizaram ou utilizam o MoodleUFPR ............................................... 124
Quadro 31 impresses gerais sobre o ambiente [todos os perfis] ........................ 124
Quadro 32 caractersticas do AVA [todos os perfis] ............................................. 125
Quadro 33 discordncia entre a interao e as respostas aps o ensaio [todos osperfis] ................................................................................................. 125
Quadro 34 avaliao para realizao de tarefas (passos, comandos, sequncia[todos os perfis] .................................................................................. 126
Quadro 35 avaliao para inicio da utilizao [todos os perfis] ............................ 126Quadro 36 tarefas versusperfis dos participantes ............................................... 126
Quadro 37 recomendaes [Diretriz administrativa] ............................................. 132
Quadro 38 recomendaes [Diretriz para pgina de acesso/cadastro] ................ 134
Quadro 39 recomendaes [Diretriz para editar pgina o meu moodle] ............ 136
Quadro 40 recomendaes [Diretriz para criar um curso] .................................... 138
-
8/9/2019 O design da interface como facilitador ao professor na utilizao de Ambientes Virtuais de Aprendizagem
15/185
SUMRIO
CAPTULO 1 -
INTRODUO ............................................................................. 16
1.1 CARACTERIZAO DO PROBLEMA ...................................................................... 161.2 DELIMITAO DA PESQUISA ................................................................................. 191.3 OBJETIVOS ............................................................................................................... 191.4 JUSTIFICATIVA E CONTRIBUIO PARA O DESIGN DA INFORMAO ............. 201.5 VISO GERAL DO MTODO DE PESQUISA ........................................................... 211.6 ESTRUTURA DA DISSERTAO ............................................................................. 22
CAPTULO 2 - AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM (AVAS) .............. 242.1 CONCEITUAO ...................................................................................................... 242.2 IMPORTNCIA DOS AVAS ....................................................................................... 252.3 COMPONENTES DOS AVAS .................................................................................... 26
2.3.1
FERRAMENTAS DOS AVAS ................................................................................... 28
2.3.1.1 Ferramentas de controle e manuteno do curso ................................................ 282.3.1.2 Ferramentas de edio ........................................................................................ 292.3.1.3 Ferramentas de interao .................................................................................... 302.3.2 ALUNO ..................................................................................................................... 322.3.3 PROFESSOR ........................................................................................................... 332.3.4 TUTOR ..................................................................................................................... 342.4 MUDANAS NA PRTICA DOCENTE COM A INTRODUO DOS AVAS ............. 352.4.1 TIPOS DE RESISTNCIA DO PROFESSOR ........................................................... 372.4.2 O PAPEL DA INTERFACE COMO INCENTIVO UTILIZAO DE AVAS.............. 40
CAPTULO 3 - DESIGN CENTRADO NO USURIO DE AVAS .......................... 413.1 A IMPORTNCIA DO DESIGN CENTRADO NO USURIO (DCU) ........................... 413.2 DESIGN CENTRADO NA CULTURA DO USURIO ................................................. 453.3 ELEMENTOS DA EXPERINCIA DO USURIO DE AVAS ...................................... 503.3.1 OBJETIVOS DO AVA E NECESSIDADES DOS USURIOS ................................... 523.3.2 ESPECIFICAES FUNCIONAIS E REQUISITOS DE CONTEDO ...................... 533.3.3 ARQUITETURA DA INFORMAO ......................................................................... 573.3.3.1 Sistema de organizao ...................................................................................... 573.3.3.2 Sistema de rotulao ........................................................................................... 603.3.3.3 Sistema de navegao ........................................................................................ 603.3.3.4 Sistema de busca ................................................................................................ 643.3.4 DESIGN DE INTERAO ........................................................................................ 643.3.5 DESIGN DA INFORMAO ..................................................................................... 66
3.3.5.1 Princpios funcionais ............................................................................................ 663.3.5.2 Princpios administrativos .................................................................................... 713.3.5.3 Princpios estticos .............................................................................................. 723.3.5.4 Princpios cognitivos ............................................................................................ 73
CAPTULO 4 - MTODO ...................................................................................... 744.1 CARACTERIZAO DA PESQUISA ......................................................................... 744.2 FASES DA PESQUISA .............................................................................................. 754.2.1 ANLISE DO MOODLEUFPR E SIMILARES - 1 FASE [EXPLORATRIA] ........... 764.2.2 DIAGNSTICO DO MOODLEUFPR - 2 FASE [PRINCIPAL] ................................. 774.2.3 PROPOSTA DO REDESIGN DA INTERFACE DO MOODLEUFPR - 3
FASE [AO] ........................................................................................................... 78
4.3
TCNICAS DE COLETA DE DADOS ........................................................................ 79
4.4 PARTICIPANTES DA PESQUISA ............................................................................. 834.5 AMOSTRA DA PESQUISA ........................................................................................ 854.5.1 MOODLE UFPR ....................................................................................................... 85
-
8/9/2019 O design da interface como facilitador ao professor na utilizao de Ambientes Virtuais de Aprendizagem
16/185
4.5.2 MOODLES SIMILARES ........................................................................................... 864.6 APARATO/MATERIAL ............................................................................................... 884.7 ESTRATGIA DE ANLISE ...................................................................................... 88
CAPTULO 5 -
RESULTADOS ............................................................................. 90
5.1 RESULTADOS DA AVALIAO DO MOODLEUFPR POR CHECKLIST................ 905.1.1 REQUISITOS DE SISTEMA E NECESSIDADES DE INFORMAO ...................... 905.1.2 ARQUITETURA DA INFORMAO ......................................................................... 925.1.3 DESIGN DA INFORMAO ..................................................................................... 945.1.4 SNTESE DA AVALIAO DO MOODLEUFPR POR CHECKLIST........................ 975.2 RESULTADOS DA AVALIAO DE MOODLESSIMILARES POR
CHECKLIST............................................................................................................... 985.2.1 REQUISITOS DE SISTEMA E NECESSIDADES DE INFORMAO ...................... 985.2.2 ARQUITETURA DA INFORMAO ......................................................................... 1005.2.3 DESIGN DA INFORMAO ..................................................................................... 1025.2.4 SNTESE DA AVALIAO DOS MOODLESSIMILARES POR CHECKLIST........... 105
5.3 ANLISE DA TAREFA DA FUNO DE PROFESSOR NO MOODLE UFPR .......... 1065.4 RESULTADOS DA AVALIAO DO MOODLEUFPR JUNTO AOS
PROFESSORES DA INSTITUIO ........................................................................... 1085.4.1 PROFESSORES QUE NO UTILIZAM O MOODLEUFPR ..................................... 1085.4.2 PROFESSORES QUE UTILIZAM OU J UTILIZARAM OUTRO AVA ..................... 1145.4.3 PROFESSORES QUE J UTILIZARAM O MOODLEUFPR .................................... 1205.4.4 SNTESE DA AVALIAO DO MOODLEUFPR ...................................................... 1245.5 DISCUSSO GERAL DOS RESULTADOS ............................................................... 128
CAPTULO 6 - DIRETRIZES E PROTOTIPAGEM ............................................... 1316.1 DIRETRIZES .............................................................................................................. 1316.1.1 DIRETRIZ ADMINISTRATIVA .................................................................................. 131
6.1.2 DIRETRIZ PARA PGINA DE ACESSO/CADASTRO .............................................. 1336.1.2 DIRETRIZ PARA EDITAR PGINA O MEU MOODLE ........................................... 1346.1.3 DIRETRIZ PARA CRIAR CURSO ............................................................................ 1366.1.4 DIRETRIZ PARA ESTRUTURA DO AMBIENTE DA DISCIPLINA ............................ 1396.1.5 DIRETRIZ PARA PGINA DE FRUM .................................................................... 1406.2 PROTOTIPAGEM ....................................................................................................... 142
CAPTULO 7 - CONCLUSO E DESDOBRAMENTOS ...................................... 1537.1 CONCLUSO ............................................................................................................ 1537.2 DESDOBRAMENTOS DA PESQUISA ....................................................................... 156
REFERNCIAS ......................................................................................................... 158ANEXOS ................................................................................................................... 166APNDICES ............................................................................................................. 168
-
8/9/2019 O design da interface como facilitador ao professor na utilizao de Ambientes Virtuais de Aprendizagem
17/185
16
CAPTULO 1 - INTRODUO
1.1 CARACTERIZAO DO PROBLEMA
Tecnologias da Informao e Comunicao utilizadas na educao como, por
exemplo, os Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVAs) esto atualmente em foco
na sociedade. A expectativa de que elas sirvam de suporte, se bem empregadas,
para mudar e qualificar as prticas pedaggicas. Existe ainda o incentivo do governo
para implementar a tecnologia na educao.
Entretanto, conforme argumentam Krahe et al. (2006), no basta implementar
tecnologias na educao e us-las de qualquer maneira, pois isso no garantia de
melhoria do processo de ensino aprendizagem. Mais ainda, ocorrem dificuldades na
utilizao dessa tecnologia pelos professores. Por isso, impe-se um desafio aos
educadores e profissionais envolvidos: fazer evoluir os conceitos e prticas que
melhor permitiro ajustar as tecnologias ao processo de ensino-aprendizagem
(SILVA, 1998).
Esses desafios geram mudanas que podem trazer dificuldades, ocasionando
resistncias por parte dos utilizadores. Segundo reviso de literatura conduzida
durante o desenvolvimento desta pesquisa, tm-se resistncias tecnologia de
maneira geral, tais como: resistncia mudana para novas prticas, exigncia de
investimentos em abordagens recentes, acomodao, falta de motivao,
conhecimento e instruo, recursos disponveis e problemas com a interface.
De acordo Mozzaquatro e Medina (2008) a interfacedestes sistemas deve
ser amigvel e intuitiva, bem como, facilitar o seu uso e diminuir o processo
exaustivo da busca de acesso a informao pelo usurio. Para tanto, o design da
interface deve levar em conta as necessidades do usurio.
Na UFPR, especificamente, o Ambiente Virtual de Aprendizagem institucional
foi estruturado na plataforma Moodle(Modular Object-Oriented Dynamic Learning
Environment). Trata-se de um sistema de gerenciamento de cursos, que funciona
como suporte para o ensino-aprendizagem em disciplinas ministradas
presencialmente ou distncia. Alm disso, considerado um SoftwareLivre, ou
seja, um softwaregratuito que pode ser baixado, utilizado e/ou modificado.
-
8/9/2019 O design da interface como facilitador ao professor na utilizao de Ambientes Virtuais de Aprendizagem
18/185
17
O Moodledispe de um conjunto de ferramentas passveis de seleo pelo
professor de acordo com seus objetivos pedaggicos. Dessa forma podemos
conceber cursos que utilizem fruns, dirios, chats, questionrios, textos wiki
(ALVES; BRITO, 2005). Ao se obter a plataforma, a interface grfica padro vem
dividida em trs colunas, em diferentes tons de cinza. No entanto, por se tratar de
um sistema de cdigo livre possvel realizar alteraes nesta interface.
Na Universidade Federal do Paran, diferentes verses da plataforma Moodle
coexistem. Alm do MoodleUFPR1, tm-se os Moodlesdo CIPEAD2 (Coordenadoria
de Integrao de Polticas e Educao a Distncia) e do CESEC3 (Centro de
Estudos de Engenharia Civil na UFPR).
O MoodleCIPEAD caracteriza-se por apoiar os cursos na modalidade distncia e tambm presenciais, j o MoodleCESEC utilizado para disciplinas de
graduao, mestrado e doutorado da Construo Civil. Cada qual possui seu prprio
servidor, tendo autonomia para realizao de configuraes e modificaes
administrativas.
Nas figuras 1, 2 e 3 podem-se visualizar respectivamente as interfaces dos
MoodlesUFPR, CIPEAD e CESEC.
Figura 1 interface MoodleUFPR
1 http://moodle.ufpr.br2 http://www.cipead.ufpr.br3 http://moodle.cesec.ufpr.br
-
8/9/2019 O design da interface como facilitador ao professor na utilizao de Ambientes Virtuais de Aprendizagem
19/185
18
Figura 2 interface MoodleCIPEAD
Figura 3 interface do MoodleCESEC
Alm dos cursos de treinamento promovidos pelo CIPEAD, tem-se o projeto
de pesquisa intitulado Capacitao de professores do DECiGI utilizando Moodle,
iniciativa do Departamento de Cincia e Gesto da Informao (DECiGI) no perodo
de 2007 a 2009, sob coordenao da Professora Dra. Denise Fukumi Tsunoda e
vice-coordenao da professora Dra. Maria do Carmo Duarte Freitas. Esse projeto
capacitou os docentes do Departamento supracitado, e seu desdobramento em
projeto de extenso universitria est se expandindo para outros Departamentos.
Por fazer parte da equipe, como voluntria do referido projeto, (vide anexo A)
a autora desta dissertao pode verificar in locodificuldades relacionadas
interao dos professores com a interface do Moodle. Nesse contexto,
especificando-se os usurios e o objeto desta pesquisa, tem-se o seguinte o
problema de pesquisa: como facilitar ao professor, por meio da interface, a
utilizao da Plataforma de aprendizagem MoodleUFPR?
-
8/9/2019 O design da interface como facilitador ao professor na utilizao de Ambientes Virtuais de Aprendizagem
20/185
19
1.2 DELIMITAO DA PESQUISA
Os limites desta pesquisa esto relacionados ao assunto e extenso, conforme
proposto por Lakatos e Marconi (1991);
Para impedir a complexidade do assunto, ao verificar a amplitude de
resistncias perante o AVA, e por se tratar de uma dissertao realizada em um
Programa Ps-Graduao em Design, a resistncia a ser abordada ser com
relao interface do AVA.
J com relao extenso, por no ser possvel abranger todo o mbito onde
o fato se desenrola, delimitou-se como foco da pesquisa:
a) uma das plataformas de AVA: moodle
b) um dos atores que compem o AVA: professor
c) um local especfico para o estudo: Universidade Federal do Paran
1.3 OBJETIVOS
Esta pesquisa tem como objetivo geral propor diretrizes para configurar a
interface do AVA MoodleUFPR, de modo a facilitar aos professores da Instituio a
utiliz-lo. Para tanto, definiram-se como objetivos especficos:
a) verificar a usabilidade do AVA MoodleUFPR;
b) Identificar pontos positivos e negativos em interfaces de aprendizagem
similares ao MoodleUFPR;
c) diagnosticar as dificuldades dos professores perante a plataforma
MoodleUFPR;
d) propor modificaes na interface do AVA MoodleUFPR com base nas
sugestes dos professores.
e) Ilustrar a aplicao das diretrizes propostas por intermdio de prottipo
de baixa fidelidade.
-
8/9/2019 O design da interface como facilitador ao professor na utilizao de Ambientes Virtuais de Aprendizagem
21/185
20
1.4 JUSTIFICATIVA E CONTRIBUIO PARA O DESIGN DA INFORMAO
Segundo Krahe et al. (2006), a sociedade em que vivemos hoje
contraditria, complexa e cada vez mais pressiona a escola e os professores para
que se transformem e adquiram novas competncias, ensinando aos alunos como
lidar com uma avalanche de informaes e com as mdias que nos afetam a todo
instante.
Para Okada e Santos (2003) a estrutura tradicional de sala de aula, com
alunos-expectadores diante de um professor-especialista, deve ser modificada tanto
nos ambientes presenciais, semipresenciais ou no presenciais. Para isso os novos
paradigmas epistemolgicos apontam criao de espaos que privilegiem a
construo do conhecimento. Com isso, promove-se a dialogicidade, a interatividade
e a intersubjetividade, ou seja, a concepo de ambiente de aprendizagem e
comunidade de aprendizagem que se constituam como Ambientes Virtuais de
Aprendizagem - AVAs (OKADA; SANTOS, 2003).
Uriarte et al. (2005) apontam alguns dos AVAs que foram adotados por
Instituies de Ensino Superior, tais como: o UDESCVirtual4, na Universidade do
Estado de Santa Catarina UDESC; o AulaNet5, na Pontifcia Universidade Catlicado Rio de Janeiro - PUC/RJ; o LearningSpace Ltus6, Pontifcia Universidade
Catlica de Minas Gerais - PUC Minas; o Eureka7, na Pontifcia Universidade
Catlica do Paran - PUC/PR; e o TelEduc8, na Unicamp.
J em se tratando de Instituies Federais de Ensino Superior, verifica-se que
o Moodle9 - (Modular Object-Oriented Dynamic Learning Environment), serve como
plataforma de aprendizagem para algumas delas, tais como: Minas Gerais, Rio de
Janeiro, Pernambuco, Santa Catarina, Santa Maria, Mato Grosso do Sul, Juiz deFora, Amazonas, Lavras, Acre, Uberlndia, Tringulo Mineiro, Rio Grande do Sul,
So Carlos, Cear, Minas Gerais, Maranho, Gois, Alagoas, Pampa, So Joo Del-
Rei, Rio Grande do Norte, ABC e do Paran.
4 ;5 6
7 8 9
-
8/9/2019 O design da interface como facilitador ao professor na utilizao de Ambientes Virtuais de Aprendizagem
22/185
21
Para todos esses ambientes, pressupe-se uma interface necessria para
viabilizar e facilitar os processos de comunicao entre o usurio e a mquina.
Souza e Costa (2006) afirmam que em um projeto de softwareque envolva a
interao homem-computador, a participao do usurio no projeto de interface
fundamental para o sucesso do sistema. Sendo assim, fatores de satisfao
subjetiva, de eficincia, de segurana, de custo de treinamento, de retorno de
investimento, todos, dependem de um bom design de interface (SOUZA; et al.,
1999).
Justifica-se, portanto, a importncia de verificar as necessidades do usurio
professor, para facilitar o uso do Ambiente Virtual de Aprendizagem. Almeja-se
assim, a contribuio direta para duas reas: a educao e o design.
Contribui-se com a educao, ao obter uma interface que facilite o uso do
AVA como suporte para as aulas, possibilitando a organizao, disponibilizao e
armazenamento de contedos didticos, bem como o controle de acesso e
principalmente ferramentas que proporcionam a interao entre professor- aluno,
professor- alunos e alunos- alunos.
J para rea de design, tem-se a contribuio ao elaborar critrios de
avaliao, por meio de um checklist, e ao aplicar conceitos e caractersticas da rea
para em um objeto em especfico, no caso o AVA.
1.5 VISO GERAL DO MTODO DE PESQUISA
Trata-se de uma pesquisa aplicada, qualitativa e exploratria, com abordagem
participante, ou seja, o estabelecimento de uma relao comunicativa com pessoas
ou grupos da situao investigada com o intuito de serem melhor aceitos
(THIOLLENT, 2007). Para tanto, a investigao dividida em 3 fases.
Na 1 fase utilizaram-se as tcnicas de anlise da tarefa e checklistpara
avaliar a usabilidade do MoodleUFPR e AVAs similares.
Para diagnosticar as resistncias e dificuldades dos professores perante a
plataforma MoodleUFPR, na 2 fase realizaram-se ensaios de interao com
verbalizao simultnea seguida de uma entrevista estruturada para mensurar a
satisfao do usurio.
-
8/9/2019 O design da interface como facilitador ao professor na utilizao de Ambientes Virtuais de Aprendizagem
23/185
22
Na 3 fase, foram propostas diretrizes para configurar a interface do AVA
MoodleUFPR, com base nos resultados das fases anteriores. Para ilustrar a
aplicao das diretrizes, produziu-se um prottipo de baixa fidelidade, na forma de
wireframescom reas funcionais.
1.6 ESTRUTURA DA DISSERTAO
Esta dissertao encontra-se organizada em 7 captulos, cujos contedos so
brevemente descritos a seguir.
O Captulo 1, em questo, apresenta a contextualizao para definio do
problema, posteriormente tem-se a justificativa desde trabalho seguido dos seus
objetivos, geral e especficos. Alm disso, tem-se a delimitao da pesquisa e uma
viso geral do mtodo.
O Captulo 2, Ambiente Virtual de Aprendizagem, inicia afundamentao
terica. Nele apresentam-se conceitos, identificam-se e descrevem-se os
componentes dos AVAs, enfatizando tanto as ferramentas quanto os atores
envolvidos. Por fim, tem-se como foco de estudo o professor, verificando suas
resistncias perante as tecnologias educacionais.
O Captulo 3, que tambm faz parte da fundamentao terica, tem como
tema o Design Centrado no Usurio de AVAs. Este tema apresenta sua importncia,
bem como o design centrado na cultura e na experincia do usurio, ao abordar
aspectos de necessidades dos usurios; especificaes funcionais e requisitos de
contedo, arquitetura da informao, design de interao e informao.
O mtodo de pesquisa abordado no Captulo 4. Nele se apresentam a
caracterizao e as fases da pesquisa (1 fase: diagnstico, 2 fase: principal, 3
fase: ao), tcnicas de coleta de dados (anlise da tarefa, checklist, questionrio
online, verbalizao, entrevista e prototipagem), participantes, amostra, aparatos e
materiais e a estratgia de anlise.
O foco do Captulo 5 est nos resultados especficos das anlises das
coletas de dados com o diagnstico do MoodleUFPR e similares, ensaio deinterao com os professores e posterior entrevista de satisfao.
-
8/9/2019 O design da interface como facilitador ao professor na utilizao de Ambientes Virtuais de Aprendizagem
24/185
23
O Captulo 6 contempla as diretrizes para o desenvolvimento do redesign de
AVA, com recomendaes especficas para o MoodleUFPR. Alm disso, apresenta-
se a prototipagem em wireframesdas interfaces, conforme as diretrizes.
Por fim, no Captulo 7, apresentam-se as concluses da pesquisa, limitaes
e desdobramentos da dissertao.
-
8/9/2019 O design da interface como facilitador ao professor na utilizao de Ambientes Virtuais de Aprendizagem
25/185
24
CAPTULO 2 - AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM (AVAS)
2.1 CONCEITUAO
A incorporao de novas tecnologias computacionais de comunicao na
educao possibilitou o desenvolvimento dos Ambientes Virtuais de Aprendizagem
(AVAs), tambm denominados: ambientes eletrnicos de aprendizagem, softwares
educacionais, ambientes digitais de aprendizagem e ambientes inteligentes de
aprendizagem.
Quanto terminologia, ainda tem-se a discusso com relao sigla AVEA
(Ambiente Virtuais de Ensino aprendizagem), pois segundo Pereira (2007), trata-se
de um processo mediado de ensino aprendizagem.
Pereira (2007) ainda verifica a equivalncia entre a sigla AVA, j difundida no
Brasil, e a sigla utilizada no exterior LMS (Learning Management System), ou seja,
Sistema Gerenciador de Aprendizagem.
Diante da variedade de termos, muito embora sendo diferenciados por alguns
autores, para facilitar o entendimento, utiliza-se o termo Ambiente Virtual de
Aprendizagem AVA. Kemczinski (2000) visualiza AVAs como sistemas
computacionais disponveis na Internet, destinados ao suporte de atividades de
ensino aprendizagem.
Com outra viso, Okada e Santos (2003) abordam o Ambiente Virtual de
Aprendizagem como um espao fecundo de significao onde seres humanos e
objetos tcnicos interagem, potencializando, assim, a construo de conhecimentos,
logo, a aprendizagem.
Ao envolver uma tecnologia digital, esses sistemas possibilitam a produo de
contedos e canais variados de comunicao, sendo possvel o gerenciamento de
banco de dados e controle total das informaes circuladas no e pelo ambiente
(OKADA; SANTOS, 2003).
Em sntese, segundo Milligan (2009), no existe uma definio simples do
que constitui um AVA.
-
8/9/2019 O design da interface como facilitador ao professor na utilizao de Ambientes Virtuais de Aprendizagem
26/185
25
Ainda assim, para este estudo AVA ser considerado como um sistema e
suporte de aprendizagem presencial ou a distncia, cujo objetivo gerenciar
diversos aspectos do processo de ensino aprendizagem, disponibilizando materiais,
organizadamente, obtendo interao dos alunos por meio das ferramentas
disponveis como fruns, chats, dirios, etc.
2.2 IMPORTNCIA DOS AVAS
A importncia dos AVAs atribuda principalmente devido troca de
informaes, comunicao, interao e disponibilizao de material de estudo entre
os usurios (RIBEIRO et al., 2007). Alm disso, para Almeida (2003) os AVAs
possibilitam a apresentao de informaes de forma organizada.
Outra vantagem atribuda aos AVAs o fato de serem uma alternativa para
aprimorar a memorizao, a reproduo de contedo e, principalmente, o
desenvolvimento individual de cada aluno, aprimorando assim suas mltiplas
inteligncias (MARTINS; CAMPESTRINI, 2004).
O uso de vrias mdias, como vdeo, udio, grficos e textos, segundo Fahy
(2004), apresenta, alm das mencionadas, uma srie de outras vantagens:
a) possibilita mltiplas modalidades de aprendizagem;
b) aumenta a interatividade;
c) faculta a individualidade - o aluno pode administrar seu tempo;
d) permite aos estudantes compreenderem melhor o contedo, pois utiliza
grficos, quadros e esquemas e no apenas textos ;
e) facilita a aprendizagem por meio das palavras utilizadas,simultaneamente aos grficos, tabelas ou quadros.
O AVA no ensino presencial poder ser uma importante opo para aderir
Portaria n 2.253, publicada em agosto de 2002, pelo Ministrio da Educao,
normatizando a transformao de at 20% da carga horria presencial na
modalidade no-presencial.
-
8/9/2019 O design da interface como facilitador ao professor na utilizao de Ambientes Virtuais de Aprendizagem
27/185
26
2.3 COMPONENTES DOS AVAS
Para que se constitua como tal, o ambiente de aprendizagem, alm de
cooperativo, autonomizador e interativo, pressupem a presena de diversos atores,entre os quais o professor, uma equipe e o aluno (MEDEIROS, 2003).
A figura 4 apresenta os componentes dos AVAs, nela visualizam-se as
ferramentas e os atores que sero descritos em seguida, tendo maior nfase em
aluno, professor e tutor.
Figura 4 componentes dos AVAsFonte: adaptada de WEBSCHOOL (2002 apudBASTOS, 2003)
Os principais atores no processo de ensino aprendizagem so os
professores e os alunos. No entanto, para auxiliar nessa interao, tm-se os
monitores, que comumente atuam no ensino presencial, e os tutores, para auxiliar namodalidade de Educao a Distncia (EaD).
Ao se utilizar um suporte como o AVA, na modalidade presencial, torna-se
opcional para o professor obter um auxlio e nesses casos h uma confuso na
literatura ao especificar as atividades de cada ator, monitor e tutor, pois muitas vezes
verifica-se a equivalncia nas definies.
A equipe administrativa formada pelos administradores, suportes tcnicos
e administrativos.
-
8/9/2019 O design da interface como facilitador ao professor na utilizao de Ambientes Virtuais de Aprendizagem
28/185
27
A responsabilidade dos administradores a gesto do sistema. Decidem
pelos equipamentos, formatos, contrataes, prazos e prioridades. Como funes do
suporte administrativo tm-se as matrculas, a logstica e distribuio dos
materiais, bem como sua aquisio, o controle de direitos autorais e de
processamento de notas. O suporte tcnico responsvel por todos os aspectos
relacionados ao sistema, tem a funo de operar os equipamentos, oferecendo
manuteno e configurao de software(KEMCZINSKI, 2000).
O contedo pedaggico referente a informaes para os estudantes,
dispostas em diferentes formatos: pginas Web, arquivos de texto, imagens, udio e
vdeo etc. (KEMCZINSKI, 2000). Para essa comunicao, tm-se as mdias, ou seja,
ferramentas disponveis nos AVAs. A avaliao desse contedo feita por meio doSistema de Gerenciamento de Aprendizagem, um conjunto de ferramentas
responsveis por controlar o acesso ao curso, gerenciar matrculas, dar suporte
comunicao, registrar frequncia, mediar a interao entre professor e aluno, aluno
e aluno e administrao e aluno (BASTOS; 2003).
Os componentes como: ferramentas, professor, aluno, tutor, por estarem
mais ligados ao foco desta pesquisa, sero descritos com mais detalhes na
sequncia. A interao entre esses componentes apresentada na Figura 5.
Figura 5 interaes dos atores do AVAFonte: adaptado de Anderson, 2004
Ressalta-se que a utilizao do AVA para a modalidade de ensino a
distncia, exige a presena de um tutor para mediao entre professor e aluno. Essa
exigncia no verificada quanto se trata de AVA no ensino presencial, em que a
interao entre os atores supracitados pode ser independente de intermedirios.
Tutor
-
8/9/2019 O design da interface como facilitador ao professor na utilizao de Ambientes Virtuais de Aprendizagem
29/185
28
J em ambas as modalidades de ensino tm-se o prprio AVA mediando a
interao, por meio de sua interface, composta de ferramentas, com a interao
aluno-professor, aluno-tutor, aluno-contedo, professor-contedo.
2.3.1 FERRAMENTAS DOS AVAS
Os AVAs so compostos, em sua maioria, por ferramentas para edio do
contedo, de controle e de interao, conforme visto na Figura 6.
Figura 6 ferramentas de um AVAFonte: Adaptado de Fernandes (2008)
2.3.1.1 Ferramentas de controle e manuteno do curso
O controle refere-se s verificaes peridicas sobre a efetiva participao
dos alunos nas atividades propostas. Essas informaes serviro de base para a
avaliao do aluno em relao a sua participao (equiparada frequncia no
ensino presencial) (BRAZILIAN; 2009).
As ferramentas de manuteno possibilitam a gesto do Ambiente, que est
relacionado a incluso, lista, modificao e remoo de participantes do curso, alm
de gerenciamento de grupos (vide Figura 7).
-
8/9/2019 O design da interface como facilitador ao professor na utilizao de Ambientes Virtuais de Aprendizagem
30/185
29
Figura 7 ferramenta de controle de acesso do AVA VirtusFonte: Adaptado de Gomes (2004).
2.3.1.2 Ferramentas de edio
As ferramentas de edio podem estar relacionadas ao contedo em si e
estrutura em geral do Ambiente. Consequentemente, essa edio varia conforme oAVA.
Utilizando o AVA Moodlecomo exemplo, o contedo didtico comumente
editado pelo professor por meio de editores de texto fora do Ambiente. O contedo
ento disponibilizado no Ambiente em forma de arquivo com extenses como .pdf,
.doc etc.
A edio do Ambiente corresponde configurao de recursos a serem
utilizados, por meio da insero de rtulo, criao de pginas, diretrios, arquivos,
links, entre outros.
Alm disso, esses recursos podem ser organizados por meio de ferramentas
que editam o texto: recuo, cor, fonte, tamanho, marcadores. Algumas ferramentas de
edio so apresentadas na Figura 8.
-
8/9/2019 O design da interface como facilitador ao professor na utilizao de Ambientes Virtuais de Aprendizagem
31/185
30
Figura 8 ferramentas de edio do AVA MoodleFonte: adaptado de Google Imagens (2009)10.
2.3.1.3 Ferramentas de interao
Segundo Mehlecke e Tarouco (2003) as interaes nos AVAs podem ser pormeio da interao sncrona e/ou assncrona.
Entende-se por interao o conceito dado por Preece, Rogers e Sharp
(2007) em que se verifica a troca de instrues e informaes que ocorre entre um
usurio e um sistema computadorizado.
A interao sncrona se d em tempo real, ou seja, interao simultnea
entre as pessoas, como o caso das ferramentas de chat(comunicao entre duas
ou mais pessoas) conforme Figura 9; videoconferncia (por meio de udio e vdeo);
teleconferncia (diversos tipos de mdia) e audioconferncia (transmisso de udio).
10 Disponvel em:
-
8/9/2019 O design da interface como facilitador ao professor na utilizao de Ambientes Virtuais de Aprendizagem
32/185
31
Figura 9 ferramenta sncrona (chat) do AVA AulaNetFonte: Adaptado de Gomes (2004).
A interao assncrona no permite a comunicao em tempo real, sendo
exemplificada por ferramentas como e-mail, grupos de discusso, mural, fruns,
vistos na Figura 10.
Figura 10 ferramentas assncronas (mural e frum de discusso) do AVA TelEducFonte: Adaptado de Gomes (2004).
-
8/9/2019 O design da interface como facilitador ao professor na utilizao de Ambientes Virtuais de Aprendizagem
33/185
32
Apresenta-se, a seguir, o Quadro 1, no qual constam as caractersticas
dessas interaes.
Interao Ferramenta Caracterstica
Assncrona Wiki Espao colaborativo para o registro de coleesde documentos atualizados e aprimorados deforma coletiva. Fontes de informaes soconstrudas a partir do lanamento eaprimoramento dessas por qualquer aluno dacoletividade.
Mural Ambiente tecnolgico destinado instituio deensino, como um quadro de avisos eletrnico.Nele podem ser inseridos, a critrio exclusivo daescola, quaisquer tipos de avisos, sejam eles
institucionais ou promocionais.E-mail Forma digital de correspondncia enviada pela
rede Internet.Grupos dediscusso
Estimulam a troca de informaes atravs demensagens entre vrios membros de umacomunidade virtual, que tm interesses afins.Chamada tambm de lista de discusso.
Sncrona Chat Comunicao em tempo real entre duas ou maispessoas, conhecida tambm como bate-papo.
Vdeoconferncia Comunicao bidirecional atravs de envio de
audio e vdeo em tempo real, via Web, por meiode cmeras acopladas ao computador.
Teleconferncia Definida como todo o tipo de conferncia distncia e em tempo real, envolvendotransmisso e recepo de diversos tipos demdia, assim como suas combinaes.
udioconferncia Sistema de transmisso de udio recebido porum ou mais usurios simultaneamente.
Quadro 1 interaes sncrona e assncrona em AVAsFonte: adaptado pela autora com base em Mehlecke e Tarouco (2003) e BRAZILIAN
(2009).
2.3.2 ALUNO
Segundo Kemczinski (2000) o aluno o principal elemento no processo de
ensino aprendizagem. Cabe aos alunos a tarefa de administrar o seu tempo de
estudo, sabendo selecionar os contedos que mais lhe interessam, bem comoparticipar das atividades elencadas pelos professores (KENSKI, 2005).
-
8/9/2019 O design da interface como facilitador ao professor na utilizao de Ambientes Virtuais de Aprendizagem
34/185
33
Alm disso, importante que os alunos organizem suas idias,
compartilhando seus conhecimentos e tornando-se autnomos e responsveis por
sua aprendizagem (MEHLECKE; TAROUCO, 2003). Estas so caractersticas
desejveis independente da modalidade de ensino e que, para utilizao deste tipo
de Ambiente se tornam ainda mais relevantes.
Segundo Valentini (2008) dentro dos AVAs procura-se uma postura, por
parte dos alunos, com as seguintes caractersticas: participativo e ativo, participando
das atividades propostas; cooperativo e interativo, tendo uma viso de grupo;
criativo, autnomo, com atitude, comprometido e envolvido com o processo.
No processo de avaliao da aprendizagem, por sua vez, o aluno aquele
que se submete diretamente avaliao. Espera-se que o aluno a encare como umdesafio cuja superao contribuir para o seu crescimento rumo competncia
(NEAD, 2008).
2.3.3 PROFESSOR
O professor o facilitador e provedor de contedo (KEMCZINSKI, 2000).Independente da modalidade de ensino, seja presencial ou a distncia, j no cabe
mais a idia de que o professor repassa aos alunos, por meio de aula expositiva,
parte do seu saber, cabendo a estes to somente colher e acumular informaes
(COELHO; HAGUENAUER, 2004).
Segundo Belloni (1999), o papel do professor orientar os alunos nos
estudos da disciplina pela qual responsvel, esclarecendo dvidas e explicando
questes relativas aos contedos. Alm disso, o professor deve incentivar os alunosa buscarem e a no esperarem uma resposta j decifrada (COELHO;
HAGUENAUER, 2004).
Com relao aos AVAs tem-se a tarefa de planejar, participar, instigar as
discusses, acompanhar e analisar a construo do conhecimento do aluno por
meio da participao individualizada e coletiva nos espaos de interao
disponibilizados no Ambiente (TABORDA, 2007).
-
8/9/2019 O design da interface como facilitador ao professor na utilizao de Ambientes Virtuais de Aprendizagem
35/185
34
V-se o professor como mediador, ou seja, aquele que incentiva e ativa a
criao de oportunidades para que sua turma realize seus objetivos e tenha uma
experincia produtiva. A presena do professor, portanto, no diminui a importncia
em funo da tecnologia ou da distncia e, mais do que isso, no mundo globalizado
o seu papel no processo educacional no perde sua essncia. (COELHO;
HAGUENAUER, 2004).
Cabe ressaltar que o papel do professor sofre modificaes na modalidade a
distncia, pois existe o tutor como mediador na interao aluno-professor. Algumas
atividades so, assim, compartilhadas com a tutoria ou passam a ser funo do
tutor, conforme ser visto a seguir.
2.3.4 TUTOR
Para Coelho e Haguenauer (2004), o papel do tutor conceder aos alunos
mais do que uma orientao didtica, preciso que o tutor seja flexvel,
perseverante, persistente e sensvel para lidar com eventuais dificuldades (ou no
envolvimento) por parte dos alunos.O tutor deve conhecer os contedos ministrados. Sua funo est mais
prxima do professor, pois precisa assisti-lo, interagindo frequentemente com ele.
Alm disso, esclarece dvidas dos alunos e faz a correo de exerccios
(KEMCZINSKI, 2000).
Logo, fundamental ao tutor o conhecimento das ferramentas de
comunicao e gerenciamento disponibilizadas pelos AVAs.
Com relao avaliao, o tutor a figura que acompanha o aluno aolongo de todo o seu trajeto de aprendizado. Surge ento a responsabilidade da
avaliao processual e, para isto, torna-se importante conhecer os alunos no
apenas em relao ao grau de aprendizado, mas quem eles so, quais suas
motivaes, grau de comprometimento, at mesmo dados pessoais como
informaes sobre suas famlias e trabalho. Isto contribui para traar um perfil de
cada aluno, facilitando a interlocuo (NEAD, 2008).
-
8/9/2019 O design da interface como facilitador ao professor na utilizao de Ambientes Virtuais de Aprendizagem
36/185
35
2.4 MUDANAS NA PRTICA DOCENTE COM A INTRODUO DOS AVAS
A mudana da prtica pedaggica se amplia na sociedade da informao
quando o professor se depara com uma nova categoria de conhecimento, o
denominado digital (BEHRENS, 2000).
Portanto, a tecnologia precisa ser contemplada, pelo professor, nessa
prtica pedaggica, de modo a instrumentaliz-lo a agir e interagir no mundo, pois a
tecnologia desenvolve as possibilidades individuais dos alunos, por meio do mltiplo
uso dos espaos de interao por parte do professor (LITWIN, 1997).
Segundo Messina (2001), desde os anos 70, a modificao na educao
concebida como parte de um processo social de mudana. Nesse sentido,estabeleceu-se uma relao direta entre mudanas na educao e sociedade
globalizada, que exige sistemas flexveis e abertos a novas estruturas. Em resumo,
fala-se de sociedades em processo acelerado de transformao e que necessitam
de sistemas educacionais que lhes sejam compatveis (MESSINA, 2001).
Segundo Kenski (2005), primeiramente teve-se o computador como uma
mquina de escrever aperfeioada, sendo visto no incio com desconfiana e como
modismo A presso social levou muitas escolas a inserir o 'laboratrio deinformtica como um apndice, um diferencial a mais para atrair novos alunos. No
entanto, raras eram as propostas que envolvessem as atividades de informtica.
Posteriormente, com o aparecimento de novos softwarestais como:
planilhas, ilustraes, apresentaes, iniciou-se o treinamento mais sistemtico de
professores e de alunos. Com a vinda dos perifricos: CDs, DVDs, programas
interativos, enciclopdias, imagens, sons, o computador passou a ser visto como um
novo auxiliar, "um recurso" para ajudar nas pesquisas e realizar alguns trabalhosdiferentes (KENSKI, 2005).
O grande salto nas relaes entre educao e tecnologias d-se, noentanto, em um terceiro momento, com as possibilidades decomunicao entre computadores e o surgimento da Internet,possibilitando o acesso informao em qualquer lugar do mundo(KENSKI, 2005).
-
8/9/2019 O design da interface como facilitador ao professor na utilizao de Ambientes Virtuais de Aprendizagem
37/185
36
A comunicao entre alunos e professores se torna comum fora da sala de
aula por meio de e-mail, listas de discusses, fruns e chats. Ento surgem, em
meados da dcada de 1990, os primeiros projetos de Ambientes Virtuais de
Aprendizagem destinados educao (FRANCO; CORDEIRO; CASTILHO, 2003).
Nestes sistemas a utilizao de ferramentas facilita eficazmente os aspectos
de aprendizagem por proporcionar a conduo de trocas e transformaes nas
prticas educacionais, a fim de se obter mudanas na sociedade (LUPPICINI, 2005).
Segundo Barbosa (2002) nas lutas e contradies da modernidade e ps-
modernidade que reside o desafio da mudana para os professores e gestores das
escolas.
Mudar premente. E por detrs destas mudanas h transformaes
profundas nas prprias razes do trabalho do professor, as quais incidem sobre o
ensino e afetam o modo como este definido e socialmente organizado (BARBOSA,
2002).
Essas transformaes exigem o desenvolvimento de algumas
caractersticas, competncias e habilidades por parte do professor, tais como:
a) compreender que a aprendizagem o principal objetivo na educao,
que um processo de ensino e de aprendizagem;
b) construir uma relao aluno-professor baseada na confiana, na empatia
e colaborao mtua, desmistificando o professor dono do
conhecimento.
c) construir uma relao de parceria com o aluno durante todo processo
educativo: planejamento, execuo e avaliao; obtendo opinies e
sugestes dos alunos.
d) ter um domnio profundo de sua rea de conhecimento, demonstrando
ter competncia epistemolgica, incentivando a pesquisa entre os
alunos;
e) ser criativo e saber envolver os alunos em solues novas e crticas, ao
mesmo tempo em que est aberto ao novo e inesperado proposto pelos
alunos;
f) estar aberto ao dilogo a qualquer momento e lugar, sendo gil em darfeedback;
-
8/9/2019 O design da interface como facilitador ao professor na utilizao de Ambientes Virtuais de Aprendizagem
38/185
37
g) tendo uma comunicao interpessoal que considere a subjetividade e
individualidade dos alunos;
h) saber construir uma comunicao que propicie a aprendizagem a
distncia o que implica utilizar palavras e expresses que ajudem e
incentivem o aprendiz em seu caminho em direo a construo do
conhecimento:
- implementar projetos,
- compartilhar problemas sem apontar as solues e respostas
prescritivas,
- promover o pensamento reflexivo e a tomada de conscincia
pelo aluno durante toda sua trajetria.(MASETTO, 2000).
2.4.1 TIPOS DE RESISTNCIA DO PROFESSOR
Com essas mudanas entra-se numa rea amplamente estudada em
administrao, a resistncia s mudanas. Maravieski et al. (2007) define-a como:
[...] algo absolutamente normal e esperado em TODOS os sereshumanos. No h mudana que no nos force a abrir mo dealgumas coisas. normal que um sentimento de medo dodesconhecido venha atormentar as pessoas. (MARAVIESKI; et al.,2007).
Na educao, observa-se, ainda, por parte de muitos professores, um perfil
muito conservador e uma forte resistncia ao novo (COELHO; HAGUENAUER,
2004).
Ressalta-se que o foco em AVAs trata-se de uma contribuio desta
dissertao.
E com relao a esta resistncia, Litto (2008) apresenta trs possveis
explicaes para essa diferena de posicionamento: a forma de aprendizagem; o
princpio de investimento e com relao ao eixo de duas extremidades: o
pragmatismo e a reflexo.
-
8/9/2019 O design da interface como facilitador ao professor na utilizao de Ambientes Virtuais de Aprendizagem
39/185
38
a) A primeira relaciona-se com forma de aprendizagem no passado. Por se
obter o conhecimento pelo exerccio da memria, tendo estocado um
conhecimento decorado, pronto a ser transmitido para prximas
geraes, a tendncia resistir a novas informaes, especialmente
aquelas que obrigam o abandono de antigas categorias e fatos j
memorizados. Em contrapartida, no resiste a novas tecnologias quem
aprendeu a abordagem didtica em que preciso saber como identificar
e solucionar os problemas.
- Haver resistncia com o AVA, pois os ambientes utilizam-se da
abordagem construtivista, evitando assim prticas de memorizao
e repetio.b) A segunda explicao condiz com o principio de investimento (tempo
e/ou dinheiro), ou seja, quando algum j investiu bastante tempo (e
talvez dinheiro) num determinado caminho ou carreira, torna-se difcil
aceitar novas prticas que anulem as adotadas no passado, exigindo
assim novos investimentos em abordagens recentes.
- Ao utilizar um AVA, o professor precisa adaptar o material utilizado
em aulas tradicionais. Por exemplo, os mapas em cartazes serosubstitudos por mapas disponveis na Internet; objetos utilizados
como exemplos em sala de aula, devero ser fotografados e
inseridos no AVA.
c) A terceira explicao aborda o eixo com a existncia de duas
extremidades: o pragmatismo e a reflexo. Opta-se por uma delas agindo
diariamente, segundo a posio em que se acomodaram. Na educao
prepara-se o professor a ensinar que a reflexo superior aopragmatismo, isto , que a teorizao superior prtica. Assim, fugindo
dessa viso, tem-se a resistncia.
- O AVA prope, segundo Taborda (2007), a articulao entre a parte
terica e as atividades prticas. Portanto gera-se um desconforto e
consequentemente a resistncia do professor, devido a essa
oscilao.
-
8/9/2019 O design da interface como facilitador ao professor na utilizao de Ambientes Virtuais de Aprendizagem
40/185
39
Com maior foco sobre a tecnologia, Demetriadis et al. (2003) abordam duas
grandes questes identificadas para introduo das Tecnologias de Informao e
Comunicao - TIC na sala de aula, como:
a) recursos (nmero de computadores disponveis).
- para utilizao do AVA torna-se imprescindvel a disponibilidade de
um computador com acesso Internet. Essa preciso serve tanto
para professor quanto para aluno. Portanto, sem que haja este
recurso, a utilizao do AVA invivel.
b) controle (que possuam conhecimento de trabalho das TIC, estando
confiante de ter controle sobre tecnologia).
- os AVAs exigem certa familiaridade do professor com o
computador, incluindo conhecimentos relacionados Internet. A
insegurana gerada pelo desconhecimento das TICs e do AVA gera
a resistncia.
Mais especificamente em relao ao AVA, Demetriadis et al. (2003)
apresentam duas questes relevantes:
a) ''Em quais condies os professores so motivados para usar tecnologia
na aula?
- nesta questo verifica-se a importncia na forma de apresentar o
Ambiente, identificando seus aspectos positivos, as possibilidades e
as vantagens em sua utilizao. O professor deve acompanhar e
participar tanto da escolha como da configurao do Ambiente,
fazendo com que essa interao motive o uso propriamente dito.
b) Que tipo de instruo feita aos professores para decidir qual tecnologia
usar?''
- para utilizao do AVA tornam-se fundamentais o treinamento e a
elaborao de um guia, tutorial ou manual, evitando o abandono do
Ambiente por falta de auxilio imediato.
-
8/9/2019 O design da interface como facilitador ao professor na utilizao de Ambientes Virtuais de Aprendizagem
41/185
40
Ressalta-se que o foco em AVAs das questes abordadas pelos autores
citados trata-se de uma contribuio desta dissertao.
Mais especificamente como foco deste projeto, a resistncia pode ocorrer
devido s interfaces desenvolvidas para sistemas computacionais, de uma forma
geral, que exigem que os usurios se adaptem ao seu funcionamento. Segundo
Gomes (2004), verifica-se que no desenvolvimento destes sistemas no se
considera as necessidades dos usurios ao desempenhar suas tarefas.
2.4.2 O PAPEL DA INTERFACE COMO FACILITADOR NA UTILIZAO DE AVAS
As interfaces dos AVAs, por se constiturem meio para o dilogo entre o
usurio e o sistema, devem oferecer aos alunos e professores os mecanismos de
busca, por meio de variadas opes de navegao e facilidades na localizao das
informaes procuradas (OLIVEIRA; FIREMAN, 2007).
Segundo Cybis (2003), a consequncia de aborrecimentos, frustraes,
estresse, psicopatologias, subutilizao e abandono por parte do usurio so
causados pelo desconhecimento do modelo mental deste na elaborao de umsistema e de sua interface.
Para Machado Junior (2008) a adaptao visual da interface torna-se um
fator positivo no somente nos componentes estruturais das telas, como menus,
molduras e botes, mas tambm nos espaos de interveno dos usurios.
A interface grfica de um AVA pode, portanto, ser aperfeioada no apenas
para melhor mediar interaes reativas com o software, mas para melhor mediar a
comunicao visual/textual entre os usurios, com o uso de som e vdeo, inclusive.
Novas pesquisas, anlises e estudos, relacionados interface, como,por exemplo, navegabilidade, adaptabilidade e usabilidade, sob oponto de vista da percepo dos usurios, devem ser desenvolvidaspara que os ambientes sejam cada vez mais transparentes aosusurios (PEREIRA, SCHMITT; DIAS, 2007).
-
8/9/2019 O design da interface como facilitador ao professor na utilizao de Ambientes Virtuais de Aprendizagem
42/185
41
CAPTULO 3 - DESIGN CENTRADO NO USURIO DE AVAS
3.1 A IMPORTNCIA DO DESIGN CENTRADO NO USURIO (DCU)
O DCU se preocupa em incorporar a perspectiva do usurio ao ciclo de
desenvolvimento de software, de forma a atingir um sistema com uma boa
usabilidade (MAGUIRE, 2001).
Segundo Cato (2001), a abordagem de DCU torna a interface usvel,
eficiente, melhorando a produtividade, reduzindo o tempo de treinamento e
melhorando a aceitabilidade. Dentre essas melhorias em potencial, Maguire (2001),
cita ainda a reduo de erros.
Estas preocupaes em adaptar a interface conforme as necessidades do
usurio so denominadas, segundo Preece, Roger e Sharp (2005), metas de
usabilidade e metas decorrentes da experincia do usurio. Apresentadas na Figura
11, a seguir.
Figura 11 metas de usabilidade e decorrentes da experincia do usurioFonte: Preece, Roger e Sharp (2005)
-
8/9/2019 O design da interface como facilitador ao professor na utilizao de Ambientes Virtuais de Aprendizagem
43/185
42
Para Cybis (2003) considerar a experincia do usurio consiste em
implementar meios que permitam com que o sistema respeite o nvel de experincia
deste usurio. O grau de experincia dos usurios pode variar, pois podem se
tornar especialistas, devido a utilizao continuada, bem como tornar-se menos
especialistas, depois de longos perodos de no utilizao.
Portanto, a interface deve ser concebida para lidar com as variaes dos
nveis de experincia, pois os usurios experientes no tm as mesmas
necessidades informativas que novatos.As metas de experincias para o sistema,
deixando-o: divertido, satisfatrio, agradvel, interessante proveitoso,
motivador, esteticamente aprecivel, incentivador de criatividade,
compensador, emocionalmente adequado, segundo Preece, Roger e Sharp(2005), so subjetivas, sendo difceis de definir.
A usabilidade considerada um fator que se assegura que o sistema seja
fcil de usar, eficiente e agradvel, de acordo com a perspectiva do usurio
(PREECE; ROGER; SHARP, 2005). As metas de usabilidade so definidas pelos
autores supracitados como:
a) eficcia no uso: corresponde ao quanto o sistema bom para fazer o
que se espera dele;b) eficincia no uso: corresponde maneira como o sistema auxilia os
usurios na realizao das tarefas;
c) fcil de lembrar como usar: corresponde facilidade de lembrar
como utilizar o sistema;
d) fcil de entender: corresponde ao quo fcil aprender a usar o
sistema;
e) de boa utilidade: corresponde medida na qual o sistema propicia otipo certo de funcionalidade, de maneira que os usurios possam
realizar aquilo de que precisam ou que desejam;
f) seguro no uso: corresponde proteo os usurios de situaes
perigosas e indesejveis.
Para atingir essas metas, importante que o modelo do desenvolvedor
corresponda ao modelo do usurio, para que no haja problemas na comunicao.
-
8/9/2019 O design da interface como facilitador ao professor na utilizao de Ambientes Virtuais de Aprendizagem
44/185
43
Essa viso destacada por Norman (1998), quando confronta o modelo
mental do design com o modelo mental do usurio, conforme visto na Figura 12 a
seguir.
Figura 12 modelo de design versusmodelo do usurioFonte: adaptado de Norman (1998)
O modelo do usurio corresponde ao modelo de sistema formado pelo
usurio, por meio de experincia e interaes com a imagem do sistema (MORAES,
2000). Caldas (2002) aborda as diretrizes da International Business Machines (IBM)
(Common User Access CUA) em que o acesso aos modelos mentais dos usurios
por meio de pesquisas como: entrevistas, enquetes, feedbacks, anlise de tarefas
e testes de usabilidade com tais atores dos sistemas, sejam reais ou potenciais.
O modelo de design o modelo conceitual que o designer tem do sistema. E
a imagem do sistema, corresponde estrutura fsica deste manuais, instrues
elegendas (PADOVANI, 2008).
Na situao ideal, o modelo de design transforma-se em imagem do sistema
que auxilia a formao do modelo do usurio, existindo, entre ambos os modelos,
uma comunicao indireta.
J na situao problemtica, ocorre um problema na traduo, em que se
origina do sistema uma imagem incoerente, incompleta, inapropriada, que
apresentar ao usurio um problema de interao.
-
8/9/2019 O design da interface como facilitador ao professor na utilizao de Ambientes Virtuais de Aprendizagem
45/185
44
Quando esses modelos no tm correspondncia no momento de
desenvolvimento do sistema, ocorrem problemas de usabilidade. John e Marks
(1996) exemplificam os caminhos traados ao se prever um problema dessa
natureza:
Os modelos mentais (usurio e design) e a imagem do sistema, abordados
por Norman (1998), so associados aos caminhos, relacionados a problemas de
usabilidade, previstos por John e Marks (1996). Associao esta apresentada na
Figura 13 descrita a seguir.
Figura 13 problemas de usabilidade previstaFonte: adaptado de John e Marks (1996)
Em um primeiro estgio, o modelo de design pode ou no observar o
problema de usabilidade.
Passando para a imagem do sistema (segundo estgio), observado o
problema, torna-se possvel a realizao de mudanas. Nesse caso, no modelo do
usurio (3 estgio) pode-se obter:
a) menos problemas: obtendo uma mudana eficaz. Processo destacado
na figura e base para o Design Centrado no Usurio, foco desta
dissertao;
b) mesmos problemas: obtendo uma mudana ineficaz;
-
8/9/2019 O design da interface como facilitador ao professor na utilizao de Ambientes Virtuais de Aprendizagem
46/185
45
c) mais problemas: obtendo uma mudana ineficaz;
Retomando o primeiro estgio, ao no observar um problema, tambm
possvel, no segundo estgio, realizar mudanas. Ao realizar essas mudanas na
imagem do sistema, o resultado no modelo do usurio pode ocasionar:
a) mesmos problemas: obtendo uma mudana ineficaz;
b) mais problemas: obtendo uma mudana ineficaz;
Esse modelo demonstra que ao observar um problema, se o mesmo for
identificado por meio do modelo do usurio, e nele forem pautadas as mudanas,
estas sero certamente eficazes.
3.2 DESIGN CENTRADO NA CULTURA DO USURIO
A abordagem de DCU envolve, alm de caractersticas especficas do
pblico alvo, a questo cultural dos grupos de usurios. Segundo Santaella (2002):
quaisquer meios de comunicaes ou mdias so inseparveis dassuas formas de socializao e cultura que so capazes de criar, demodo que o advento de cada novo meio de comunicao trazconsigo um ciclo cultural que lhe prprio.
O desenvolvimento de um design de interface nico inadequado, uma vez
que no se pode acomodar a diversidade das formas de interao em um nico
Ambiente (SAVIDISA; STEPHANIDIS, 2004). Em contrapartida, para Johnson
(2001), os usurios, com o tempo, devem aprender a navegar e interagir com ainterface de forma intuitiva.
No entanto, para Sato e Chen (2008), a incorporao de fatores culturais nos
processos de design torna-se importante para otimizar a interao homem-
computador, obtendo-se um sistema com interface eficaz e convidativa.
A teoria da atividade apresenta os aspectos culturais. De acordo com
Andersen e Bdker (2005), a teoria da atividade, proposta por Vygotskyi, tem como
base trs caractersticas fundamentais: primeiramente direcionada para um objeto
material, em segundo lugar, mediada por artefatos e, em terceiro, socialmente
constituda dentro de uma cultura.
-
8/9/2019 O design da interface como facilitador ao professor na utilizao de Ambientes Virtuais de Aprendizagem
47/185
46
Os elementos constitutivos da teoria da atividade so apresentados na
Figura 14.
Figura 14 elementos da teoria da atividade
Martins e Daltrini (1999) descrevem os elementos dessa teoria:a) sujeito: agente que atua sobre o objeto da atividade;
b) objeto: elemento para o qual as aes da atividade estaro
direcionadas, podendo ser algo material, ou algo menos tangvel, como
um plano ou uma idia qualquer. O relacionamento recproco entre o
sujeito e o objeto da atividade sempre mediado por uma ou mais
ferramentas (tambm chamadas de artefatos de mediao);
c) ferramentas: podem ser instrumentos, sinais, procedimentos,mquinas, mtodos, leis, formas de organizao de trabalho etc. E
sempre possuem um papel de mediao, usadas no processo de
transformao do objeto.
Ressalta-se que a teoria da atividade refuta a idia de que o ser humano
seja isolado como unidade de anlise, persistindo na mediao tcnica e cultural da
atividade (ANDERSEN; BDKER, 2005). A relao entre sujeito e objeto, portanto,
sempre ocorre dentro de determinado contexto.
Este contexto inclui aspectos relacionados a determinadas regras, que
implicam os princpios, condutas, normas explcitas ou implcitas identificadas em
uma comunidade ou sociedad