o desenvolvimento do gosto pela leitura por … · cada dia mais me incentivar na ... aos meus pais...

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UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Pedagogia Lisandra Máira Caldas O DESENVOLVIMENTO DO GOSTO PELA LEITURA POR MEIO DA CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS NO 3º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL LINS SP 2016

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UNISALESIANO

Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

Curso de Pedagogia

Lisandra Máira Caldas

O DESENVOLVIMENTO DO GOSTO PELA LEITURA POR MEIO DA CONTAÇÃO DE

HISTÓRIAS NO 3º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

LINS – SP

2016

LISANDRA MÁIRA CALDAS

O DESENVOLVIMENTO DO GOSTO PELA LEITURA POR MEIO DA CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS NO 3º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Pedagogia, sob a orientação do Profª Ma Dra Elaine Cristina Moreira da Silva e orientação técnica da Profª Ma. Fatima Eliana Frigatto Bozzo

LINS – SP 2016

Lisandra Máira Caldas

O DESENVOLVIMENTO DO GOSTO PELA LEITURA POR MEIO DA CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS NO 3º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentado ao Centro

Universitário Católico Salesiano Auxilium para obtenção do título de graduação

do curso de Pedagogia.

Aprovado em ________/________/________

Banca Examinadora:

Prof (a) Orientador (a): Drª Elaine Cristina Moreira da Silva

Titulação: Doutora em Educação – Universidade Nove de Julho

Assinatura: _________________________________

1º Prof (a): Ma Fatima Eliana Frigatto Bozzo

Titulação: Mestre em Odontologia - Saúde Coletiva - Universidade sagrado

Coração - USC - Bauru

Assinatura: _________________________________

2º Prof (a): Ma. Denise Rocha Pereira

Titulação: Mestre em Educação. Área de Concentração Ensino na Educação

Brasileira (UNESP – Marília)

Assinatura: _________________________________

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho à minha família que se manteve

comigo até o fim, que me incentivou a continuar e buscar a

cada dia mais me incentivar na procura do meu melhor, por

ter paciência e me ajudar em tudo possível disponibilizando

de tempo para me ajudar.

Lisandra

AGRADECIMENTOS

A Deus, por me dar forças, paciência, sabedoria e capacidade

para conseguir realizar os trabalhos dando o meu melhor, e por fazer

a cada luta, uma vitória, uma conquista para a minha vida, me

tornado uma pessoa mais forte.

Aos meus pais Lauro Francisco do Amaral Caldas e Maria

Helena Berti Melchor Caldas, que me ajudaram, sem medir esforços

para que eu conseguisse concluir essa etapa da minha vida, tendo

paciência e compreensão.

À minha querida e amada irmã Laura Maria Caldas, que sempre

que pode fez de tudo para me ajudar, mesmo estando longe, me

aconselhando, orientando e dando incentivos para seguir enfrente.

À Profª Ma. Dra. Elaine Cristina Moreira da Silva, por ter dado

sua atenção e oferecido os seus conhecimentos, à Profª Ma. Fátima

Eliana Frigatto Bozzo, por ter disponibilizado de sua paciência e

compreensão e me atender sempre que possível.

À direção e a professora da escola EMEF “João Leonel

Berbert” por ter disponibilizado a escola e sua sala para a realização

da pesquisa.

E a todos que direta e indiretamente me ajudaram para a

conclusão desta etapa muito importante de minha vida.

Lisandra

RESUMO

O tema desta pesquisa consiste em mostrar a importância da leitura e

contação de histórias realizadas pela professora em sala de aula, podendo auxiliar no processo de aprendizagem de seu aluno, possibilitando-lhe prazer e vontade no ato de ler. A pesquisa qualitativa apresentada consiste na busca do desenvolvimento do hábito da leitura prazerosa usando o método de contação de histórias para modelizar e idealizar a leitura para a criança, mostrando que a mesma pode acontecer por meio da curiosidade e por vontade própria de cada aluno, sendo realizada no 3º ano do Ensino Fundamental Ciclo I em 2016. Os objetivos foram desenvolver métodos diferenciados de contação de histórias para despertar no aluno o gosto e o prazer pelo hábito de ler, verificar quais os critérios, a periodicidade e como é trabalhada a contação de histórias na sala de aula realizada pelo professor, estimular o gosto e o prazer pela leitura por meio da contação de histórias, aplicar o método de contação de histórias para modelizar e idealizar a leitura e proporcionar o contato dos alunos com gêneros textuais pertencentes ao agrupamento tipológico narrar. A metodologia deu-se por meio da aplicação de uma sequência didática que consistiu em desenvolver métodos diversificados de contação de histórias, para a realização do modelo leitor feito pelo professor, na qual foi realizada com 20 alunos de uma escola Municipal que se localiza na cidade de Getulina e sua professora. Ao ser realizada a sequência didática constatou que a contação de história na sala de aula oferecida pelo professor não era realizada, por falta de prática e não ter habilidades. Mas ao longo da aplicação, foi possível observar que ao ser aplicada a contação de histórias com frequência e de modo atrativo, pode-se melhorar o comportamento e a atenção dos alunos e os tornando pessoas desinibidas e competentes de expressarem a sua opinião, estimulando a sua inserção no mundo através da possibilidade de atuação, reflexão e questionamento através da leitura. Palavras chaves: Leitura. Contação de História. Hábito de Leitura

ABSTRACT

The theme of this research is to show the importance of the reading and storytelling carried out by the teacher in the classroom, which can help in the learning process of her student, giving her pleasure and willingness to read. The qualitative research presented consists of the search for the development of the habit of reading pleasure using the method of storytelling to model and idealize reading for the child, showing that it can happen through the curiosity and own will of each student, Being held in the 3rd year of Elementary School Cycle I in 2016. The objectives were to develop differentiated methods of storytelling to awaken in the student the taste and pleasure by the habit of reading, to verify the criteria, the periodicity and how is worked the storytelling in the classroom made by the teacher, stimulate the taste and the pleasure of reading through storytelling. The methodology was based on the application of a didactic sequence that consisted of developing different methods of storytelling, for the realization of the reader model made by the teacher, in which it was carried out with 20 students from a Municipal school that is located in the city Of Getulina and her teacher. When the didactic sequence was carried out, it was verified that the storytelling in the classroom offered by the teacher was not performed due to lack of practice and lack of skills. However, throughout the application, it has been observed that by applying storytelling frequently and attractively, one can improve student behaviour and attention and make them uninhibited and competent people to express their opinion, citizens involved with different cultures, social and critical.

Keywords: Reading. Storytelling. Reading Habit.

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: História com pano.................................................................... 27

Figura 2: História com bexiga................................................................. 27

Figura 3: Avental de Histórias................................................................. 27

Figura 4: Contação de Histórias com guarda-chuva............................... 28

Figura 5: Contação de História com representação corporal.................. 28

Figura 6: Ler e Escrever – Livro de Textos do Aluno.............................. 31

Figura 7: Recontação escrita e ilustrada................................................. 34

Figura 8: Recontação escrita................................................................... 34

Figura 9: Capa do livro o mundo inteiro................................................... 35

Figura 10: Capa do livro gato pra cá, rato pra lá...................................... 36

Figura 11: Representação da história escrita e ilustrada 1...................... 39

Figura 12: Representação da história escrita e ilustrada 2...................... 38

Figura 13: Capa do livro tatu balão.......................................................... 38

Figura 14: Capa do livro dos três porquinhos.......................................... 40

Figura 15: Capa do livro dorme, menino, dorme..................................... 42

Figura 16: Alunos fazendo a recontação................................................. 43

Figura 17: Alunos recontando a história.................................................. 43

0

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

LDB: Lei de Diretrizes e Bases da Educação

1

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .................................................................................................. 10

CAPÍTULO I - A IMPORTÂNCIA DO HÁBITO DE LER .................................. 13

1. A LEITURA ................................................................................................ 13

1.1. Estratégias de Leitura .......................................................................... 15

1.2. O ambiente escolar e a leitura ............................................................. 17

1.3. Leitura por prazer ................................................................................ 19

CAPÍTULO II - CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS .................................................. 22

1. CONTAÇÃO DE HISTÓRIA E O SER HUMANO ..................................... 22

1.1. Contação de História na sala ............................................................... 25

1.1. Técnicas de contação de história ........................................................ 26

1.2. Após a contação .................................................................................. 29

CAPÍTULO III - METODOLOGIA E RESULTADO ........................................... 30

1. METODOLOGIA ........................................................................................ 30

1.1. Sequência Didática .............................................................................. 30

1.2. Resultados ........................................................................................... 30

CONCLUSÃO ................................................................................................... 45

REFERÊNCIAS ................................................................................................ 47

APÊNDICE ....................................................................................................... 49

10

INTRODUÇÃO

Antes mesmo das crianças ingressarem na escola, o primeiro contato

com as histórias é feito oralmente, veiculadas pela voz de alguma pessoa que

faz relatos de sua experiência e narra histórias de tradição oral e contos

populares, o que é de suma importância para as crianças na formação leitora,

por meio de modelo leitor para as crianças escutarem histórias desde o início

de sua aprendizagem é muito importante, pois inicia em si a aprendizagem

para ser um leitor.

A leitura é tida como um hábito e deve ser trabalhada dia-a-dia com as

crianças para estimular a criatividade, ampliar os horizontes, contribuir na

construção de bons modelos, desenvolver o espírito investigativo, favorecer a

autonomia de pensamento, a autocrítica e o senso de julgamento, treinando o

intelecto e o exercício espiritual para a vida e não só para um aprendizado

mecânico.

A leitura em sala de aula, muitas vezes é desvalorizada por alguns

professores, mas sendo esta muito importante no processo ensino-

aprendizagem, devem-se materializar diferentes métodos de leitura

proporcionando aos discentes a aquisição do prazer e o gosto da leitura. O

PCN de Língua Portuguesa (BRASIL, 2001, p. 54) afirma que:

Formar um leitor competente supõe formar alguém que compreenda o que lê; que possa aprender a ler também o que não está escrito, identificando elementos implícitos; que estabeleça relações entre o texto que lê e outros textos já lidos; que saiba que vários sentidos podem ser atribuídos a um texto; que consiga justificar e validar a sua leitura a partir da localização de elementos discursivos.

Sendo assim, é preciso apresentar ambientes agradáveis, livros que

atraiam a atenção e que, os educandos, ao escutarem as leituras e\ou lerem

tenham o encantamento despertado e sintam o prazer de lê-los e que, por meio

da leitura, experimentem os vários sentimentos, tais como: alegria, tristeza,

medo, angústia e encantamento, e, portanto, estabeleçam um vínculo de

interação com as histórias ouvidas e lidas.

Evidencia-se a suma importância de desenvolver um modelo e

comportamento leitor para a apropriação, por parte dos discentes, da

habilidade leitora com tamanha proporção que os capacite a, não

11

simplesmente decodificar a língua, entretanto a compreendê-la e utilizá-la com

maestria nos mais diversos contextos que estejam inseridos.

No que diz respeito do desenvolvimento das habilidades e competências

relacionadas à formação do leitor, levanta-se a seguinte questão: A falta do

apreço pela leitura devido a não estimulação apropriada e a ausência de um

modelo leitor, pode ser considerada uma das dificuldades apresentadas com

relação a leitura e compreensão de textos no 3º ano do Ensino Fundamental?

Tendo em vista esta interrogação este trabalho destaca-se com significativa

relevância, uma vez que buscou compreender as dificuldades apresentadas

pelos alunos na leitura e compreensão fluentes de textos e apresentou

propostas que minimizem e/ou sanem os fatores de interferência e dificuldades

para uma leitura com maestria.

A seguinte pesquisa teve como objetivo geral investigar métodos de

contação de histórias para despertar no aluno o gosto e o prazer pelo hábito da

leitura; e os objetivos específicos foram traçados com a perspectiva de

ponderar como é trabalhada a contação de histórias, quais são os critérios

utilizados e a periodicidade em que são feitas as leituras para a contação de

histórias; estimular o gosto e o prazer pela leitura, por meio da contação de

histórias, nos discentes do 3º ano do ensino fundamental – ciclo um; aplicar o

método de contação de histórias para modelizar e idealizar a leitura e

proporcionar o contato dos alunos com os gêneros textuais pertencentes ao

agrupamento tipológico narrar.

Na metodologia foi realizada uma sequência didática, na qual foram

desenvolvidas diferentes formas de contar histórias e a partir destas foram

propostas atividades que protagonizaram os alunos como contadores e que,

consequentemente, subsidiaram a aquisição do gosto pela leitura nos alunos

do 3º ano.

O capítulo I "A importância da leitura" refere-se à importância que o ler

tem para a vida de uma pessoa e como ela pode transformar os pensamentos,

trabalhando no desenvolvimento cultural, social e crítico, tornando-a um

cidadão que consegue expor seus pensamentos e argumentos, se divide

também em alguns pontos, os quais dizem respeito das estratégias mais

comuns usadas pelas pessoas para compreender os textos, o dever da escola

12

em desenvolver o gosto e o prazer pela leitura, oferecendo suportes

necessários, e como pode ser trabalhada a leitura por prazer.

O capítulo II ―Contação de histórias‖, fala sobre as contações de

histórias ouvidas no dia-a-dia, a partir de quando as histórias começam a fazer

parte da vida de uma pessoa, como a contação de histórias deve acontecer na

sala de aula e algumas técnicas de contações de histórias que podem ser

introduzidas na sala de aula para os alunos.

Por fim, o terceiro e último capítulo ―Metodologia e Resultados‖, abrange

as etapas de desenvolvimento da sequência didática aplicada com a sala, as

histórias que foram usadas, as técnicas e as reproduções das histórias trazidas

pelos alunos, como eles reagiram com as histórias contadas e as diferenças

que ocorreram durante o processo.

13

CAPÍTULO I

A IMPORTÂNCIA DO HÁBITO DE LER

1. A LEITURA

Antes da invenção da imprensa, o privilégio da leitura era restrito a elite,

somente quem tinha estrutura financeira usufruía do acesso à mesma. Com o

passar das décadas o desenvolvimento tecnológico e econômico, fez com que

a leitura começasse a fazer parte da vida e do desenvolvimento intelectual de

muitas pessoas, contribuindo na sua vida social e cultural.

A leitura é um veículo constituidor de descoberta e compreensão em

diversos segmentos da vida do ser humano: a cognição, a emoção e a

afetividade, cumprindo diferentes funções: individuais, sociais e culturais.

Conforme Vasconcelos (2005, p.36) ―A língua é um sistema de signos

específicos, histórico e social, que possibilita a homens e mulheres significar o

mundo e a sociedade. Aprende-la é aprender pragmáticos seus significados

culturais‖.

Os leitores eficientes desenvolvem raciocínios e conhecimentos que lhes

trarão benefícios em diversas circunstâncias de sua vivência. Como cita Solé

(1998, p.22) a leitura ―é um processo de interação entre o leitor e o texto‖, pois

é nesse processo que o leitor supre sua necessidade de informações.

Ao fazer uma leitura, o leitor busca conhecimentos prévios a partir de

suas vivências, saberes e olhares para então, fazer a compreensão do texto

que está sendo lido. De acordo com Lerner (2002, p.73):

Ler é entrar em outros mundos possíveis. É indagar a realidade para compreendê-la melhor é se distanciar do texto e assumir uma postura crítica frente ao que se diz e ao que se quer dizer, é tirar carta de cidadania no mundo a cultura escrita.

Lerner (2002) esclarece que o ato de ler faz com que o leitor se

aproxime de diversas culturas, o que contribui para a construção do seu próprio

eu.

Vale ressaltar que o significado que a leitura proporciona faz necessária

sua compreensão, seus objetivos e suas estratégias.

Como relata Freire (1992, p.87):

14

O ato de ler implica também uma reflexão sobre a prática, os seus fins e os seus métodos. Sabemos que a leitura é de fundamental importância para o estudo, para a construção e reconstrução do conhecimento dos objetos da realidade.

A leitura do mundo é todo e qualquer objeto cultural, seja ele verbal ou

não que está implícito no código social, isto quer dizer que todos os textos

fazem parte do cotidiano, no qual pode-se ler as mensagens do ambiente que

cerca precedendo então, a leitura da palavra.

Ao fazer uma caminhada a criança poderá encontrar no trajeto

percorrido outdoors, panfletos, propagandas, entre outros, nos quais a leitura

dos mesmos às vezes não será tão importante, só será realizada por conta da

curiosidade.

Como diz Bozzo (2003, p. 63) veja se é isso ou precisa mais ou não é

A leitura fomenta no leitor a curiosidade e o interesse pela descoberta; permite que ele vivencie situações pelas quais jamais passou, alargando seus horizontes e tornando-o mais capaz de enfrentar situações novas. Ou seja, ao romper com as barreiras da realidade, possibilita ao leitor o acúmulo de experiências só vividas imaginariamente, o que o torna mais criativo e mais crítico, além de ensiná-lo a reagir a situações desagradáveis e de ajudá-lo a resolver seus próprios conflitos. Uma análise ampla da leitura e das suas técnicas não poderá ignorar que o tema envolve um número elevado de capacidades gerais. Ela exige uma discriminação visual especial, mas não considera fatos fundamentais relativamente ao papel que os olhos desempenham no ato de ler. Não é necessário nada especial para processar a discriminação entre letras ou entre palavras impressas. A leitura é na verdade, mais o processo de atribuir sentido ao material escrito do que extrair sons desse mesmo material.

É necessário que a leitura seja espontânea, que não seja uma atividade

obrigatória, que como diz o autor acima que leve a curiosidade, a descobertas

que serão apresentadas a cada dia e que "o caminho para a redescoberta da

leitura revela a inteligência como um elemento estruturador do universo que

cada indivíduo constrói dentro de si e sua importância fundamental para a

evolução e formação do futuro leitor".(BOZZO, 2003, p.62)

A leitura da palavra deve acontecer em diversos contextos, mas é

necessário existir um trabalho competente, criativo nas diversas linguagens,

para que o ganho pessoal venha ser construído por prazer e vontade e que

possa ser utilizado de modo eficaz.

15

1.1. Estratégias de Leitura

O que seria estratégia? Segundo o Dicionário Larousse (2009, p.336)

estratégia seria ―3. Conjunto de ações para alcançar um determinado fim‖.

Pode-se dizer então que estratégias podem ser procedimentos, técnicas,

métodos, destrezas ou habilidades que são desenvolvidas no dia-a-dia de cada

pessoa, para que consigam chegar à conclusão de alguns desafios, metas,

problemas e pensamentos que vão surgindo ao longo da caminhada.

Descreve Solé (1998, p.73) que:

As estratégias que vamos ensinar devem permitir que o aluno planeje a tarefa geral de leitura e sua própria localização – motivação, disponibilidade – diante dela; facilitaram a comprovação, a revisão, o controle do que se lê e a tomada de decisões adequada em função dos objetivos perseguidos.

Ao fazer uma leitura, o leitor, adquire habilidades que o ajudam a

entender melhor o texto lido, trazendo para si a compreensão do mesmo.

A estratégia tem em comum com todos os demais procedimentos sua utilidade para regular a atividade das pessoas, a medida que sua aplicação permite selecionar, avaliar, persistir ou abandonar determinadas ações para conseguir a meta a que nos propomos. (VALLS apud SOLÉ, 1998, p.69).

As habilidades utilizadas no ato de ler são denominadas estratégias de

leitura, no qual o objetivo a ser alcançado pelo leitor é criar sua autonomia de

compreensão.

Sem que o leitor perceba, ele adquire e desenvolve estratégias de leitura

de acordo com o que seja melhor para seu entendimento.

As estratégias de leitura têm como função dar clareza e coerência sobre

os novos conhecimentos que serão inseridos ao longo da leitura como nos diz

Solé (1998):

Seleção: neste momento o leitor ao ler um texto seleciona o que lhe é interessante e são nesses momentos em que muitas vezes quando se lê ―pula-se‖ certas frases que para o leitor não é importante. Antecipação: é quando antecipamos em nossa mente algo que irá acontecer, levantando uma hipótese diante do que é lido. Essas antecipações podem ou não serem corretas, isto faz com que o leitor leia novamente e faça uma análise. Inferência: são informações que completam o texto a partir dos conhecimentos prévios do leitor sobre aquele determinado assunto,

16

ou seja, tudo aquilo que não está explícito no texto. São pistas oferecidas pelo texto e pelo conhecimento do leitor, podendo ou não se confirmar. Autorregulação: esta estratégia necessita da seleção, antecipação e inferência do leitor juntamente com as informações obtidas através do texto. É momento de avaliação da antecipação e as inferências para uma melhor compreensão do conteúdo. Autocorreção: é quando os resultados levantados pelas estratégias não são confirmadas, cria uma situação de dúvida. E a corrigindo-as e construindo novas ideias. (SOLÉ, 1998, p.71)

A criança começa a ler e a compreender uma leitura bem antes de

codificar uma palavra, o aprendizado acontece no seu mundo, no cotidiano e

nas suas origens. A compreensão da leitura implica na relação entre texto e

contexto, portanto, para compreender e construir um sentido para o texto, a

criança faz sua percepção visual juntamente com a antecipação de mundo.

Para que as crianças se tornem leitoras autônomas é necessário que

ensinem as estratégias de leitura citadas acima, tornando possível levantar

questionamentos e modificações em seu pensamento à frente do que lê,

adquirindo melhor compreensão em relação com os conhecimentos prévios.

Sendo assim Solé (1998, p.73) expõe atividades que façam com que as

crianças tracem suas tarefas, que são perguntas que o leitor usa para

compreender o texto. Que são elas:

1. Compreender os propósitos implícitos e explícitos da leitura. Equivaleria a responder as perguntas: Que tenho que ler? Porque/para que tenho que lê-lo? 2. Ativar e aportar à leitura os conhecimentos prévios relevantes para o conteúdo em questão: O que sei sobre o conteúdo do texto? Que sei sobre conteúdos a fins que possam ser úteis para mim? Que outras coisas sei que possam me ajudar: sobre o autor, o gênero e o tipo do texto...? 3. Dirigir a atenção ao fundamental, em detrimento do que pode parecer mais trivial (em função dos propósitos perseguido s; v. ponto 4. Qual é a informação essencial proporcionada pelo texto e necessária para conseguir o meu objetivo de leitura? Que informações posso considerar pouco relevantes, por sua redundância, seu detalhe, por serem pouco pertinentes para o propósito que persigo? 5. Avaliar a consciência interna do conteúdo expressado pelo texto e sua compatibilidade com o conhecimento prévio e com o ―sentido comum‖. Este texto tem sentido? As ideias expressadas no mesmo têm coerência? É discrepante com que eu penso, embora sigam uma estrutura de argumentação lógica? Entendi-se o que quer exprimir? Que dificuldades apresentam? 6. Comprovar continuamente se a compreensão ocorre mediante a revisão e as recapitulação periódica e a autointerrogação. Que se pretendia explicar neste parágrafo – subtítulo, capítulo - ? Qual é a ideia fundamental que extraio daqui? Posso reconstruir o fio dos

17

argumentos expostos? Posso reconstruir as ideias contidas nos principais pontos? Tenho uma compreensão adequada dos mesmo? 7. Elaborar e provar inferências de diversos tipos, como interpretações, hipóteses e previsões e conclusões. Qual poderá ser o final deste romance? Que sugeriria para resolver o problema exposto aqui? Qual poderia ser – por hipótese – o significado desta palavra que me é desconhecida? Que pode acontecer com este personagem?

Para que as crianças sejam boas leitoras capazes de compreenderem o

que lerem é necessário ensiná-las a realizarem tais perguntas, das quais o

professor observará as respostas das crianças e deverá auxiliá-las nas leituras.

Somente assim serão capazes de evoluir e emitir a sua opinião e sua

concepção.

Ao proporcionar desafios aos alunos, é necessário que o professor

selecione textos adequados para a leitura questionando que objetivos querem

alcançar e quais dificuldades poderão surgir, para que ao final se consiga

alcançar um ideal utilizando a leitura como situação de aprendizagem e

desenvolvimento do aluno. Para Koch, Elias (2008, p.39):

[...] Essas estratégias por meio das quais se realiza o processamento textual mobilizam vários tipos de conhecimento que temos armazenados na memória [...]. Dizer que o processamento textual é estratégico significa que os leitores, diante de um texto, realizam simultaneamente vários passos interpretativos finalisticamente orientados, efetivos, eficientes, flexíveis e extremante rápidos.

Quando ocorrer a incompreensão de um texto lido é necessário e

importante que o professor ensine o aluno a praticar algumas ações como

examinar as previsões diante do que foi lido, reler o que não entendeu para

que se alcance o entendimento e compreensão.

1.2. O ambiente escolar e a leitura

Hoje existe um misto entre famílias que incentivam ou não as crianças

para o princípio de sua inserção no universo das histórias antes mesmo de

iniciar a vida escolar, transformando em um processo que se faz necessário,

uma vez que estimulada a leitura, posteriormente a imaginação e a criatividade

se desenvolvem com mais facilidade.

18

Levando em conta as concepções que a criança traz do ambiente

familiar, é dever da escola proporcionar a aprendizagem da leitura a partir do

momento em que a criança passa a ter o convívio neste ambiente.

[...] a sala de aula é um espaço privilegiado para o desenvolvimento do gosto pela leitura, assim como um campo importante para o intercâmbio da cultura literária, não podendo ser ignorado, muito menos desmentida a sua utilidade. Por isso, o educador deve adotar uma postura criativa que estimule o desenvolvimento integral da criança. (ZILBERMAN, 2003, p.16).

Para que o prazer e o interesse pela leitura sejam despertados no aluno

e este se sinta à vontade de ler é imprescindível que o educador busque

métodos que transformem este momento, numa experiência leitora dinâmica e

produtiva, em um espaço privilegiado de criatividade e imaginação contribuindo

assim, para construção do hábito de ler. O comportamento do professor deve

ser motivador e mediador, pois suas ações são refletidas posteriormente no

aluno.

Vale ressaltar que, a aprendizagem da leitura está relacionada entre o

ambiente familiar e o escolar, sendo os dois responsáveis para este

aprendizado, pois o gosto pela leitura é construído por meio de longo processo,

no qual a construção de significados é inviabilizada pelo trabalho ativo.

Ao proporcionar o desenvolvimento do vocabulário e facilitando a

alfabetização, a criança deve ser incitada a leitura de maneira tal que relacione

essa prática a uma ocasião prazerosa, de expansão de saberes, no qual

desenvolva a construção do próprio conhecimento e do mundo que o cerca, e

não como um processo de obrigação.

Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) de Língua

Portuguesa (2001), no espaço escolar, o objetivo da leitura é formar leitores

criativos e competentes para tramar relações entre os conhecimentos dos

textos já lidos e os que ainda lerão.

A leitura é um processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de construção do significado do texto, a partir de seus objetivos, do seu conhecimento sobre o assunto, sobre o autor, de tudo o que sabe sobre a língua: características do gênero, do portador, do sistema de escrita e etc. (BRASIL, 1997, p.53)

19

Os métodos apresentados pelo educador servem para mostrar que a

leitura não é uma conquista automática e, contudo, um processo realizado

sucessivamente. Assim como a leitura serve de entretenimento para a criança,

ela propicia a posse de informações em relação a diversos contextos na área

do conhecimento, constituindo caminhos que conduzam ao atendimento das

necessidades do ser humano e sua inserção no mundo.

Como diz Vygotsky (2000, p.124) ―O indivíduo interioriza formas de

funcionamento psicológico culturalmente transmitido, mas ao tomar posse

delas, torna-as suas e as utiliza como instrumentos pessoais de pensamento e

ação no mundo‖.

Imaginar a relevância da leitura é pensar nas possibilidades que as

crianças têm de explorar um texto, extrapolar os limites da sala de aula,

diminuir distâncias e interligar disciplinas, inclusive, no contexto afetivo, cultural

e social, nos quais estão inseridos nossos alunos, eles são estimulados a

investigar os acontecimentos que os cercam com aspecto amplo e crítico, essa

ação criadora coincide com a fantasia, o jogo e a leitura bem sucedida.

Vygotsky (2000, p.108) diz:

A tarefa do docente consiste em desenvolver não uma única capacidade de pensar, mas muitas capacidades particulares de pensar em campos diferentes, não em reforçar a nossa capacidade geral de prestar atenção, mas em desenvolver diferentes faculdades de concentrar a nossa atenção sobre diferentes materiais.

Uma das formas propicia a sensibilização para a leitura é a contação de

histórias, em que a aula torna-se mais atraente, além do aluno interagir mais

ele se tornará mais participativo e expressará seus sentimentos e emoções.

Cabe ressaltar que o educador é o responsável por criar em sua sala

situações que ampliem os conhecimentos do aluno, permitindo que os

educandos entrem em contato com vários gêneros literários. Tais situações

podem instigar a criança para o prazer, sentido, objetivo e importância da

leitura.

1.3. Leitura por prazer

Muitas pessoas quando crianças ouviam histórias sendo contadas por

seus familiares, como avós, tios, pais, entre outros, que os deixavam ansiosos

20

para ouvir outras histórias, na qual proporcionavam na descoberta de outros

mundos, os quais eram criados pela imaginação particular de da um. Ir além ao

ler uma história é concordar, contestar, solucionar dúvidas, refletir, fazendo

avançar novos horizontes, que nem mesmo o autor, às vezes, tenha

imaginado, e possibilitar sentimos como se fossem os personagens atuando na

história.

Ao fazer tais coisas, dar-se o nome de viagem literária, afinal a literatura

pode desenvolver a emoção, a sensação de prazer, e desenvolve a capacidade

de compreensão e percepção de tudo que é transmitido do mundo, sendo

então, tudo o que está ao seu redor, como nos diz Bamberberger (1975, p.33)

―A leitura suscita a necessidade de familiarizar-se com o mundo, enriquecer as

próprias ideias e ter experiências intelectuais. Resultado: formação de uma

filosofia de vida, compreensão do mundo que nos rodeia‖, criando então a

oportunidade do encontro das pessoas consigo mesmas e trabalhando o

imaginário, transpassando para a leitura do mundo, assim diz Paulo Freire

(1982, p.22) ―A leitura do mundo precede sempre a leitura da palavra e a leitura

desta implica a continuidade da leitura daquele‖.

É responsabilidade tanto da escola como dos pais estimular o hábito de

leitura na infância, sendo assim o PCN de Língua Portuguesa (2001, p.57) nos

fala que ―A leitura como prática social, é sempre um meio, nunca o fim‖,

portanto gostar de ler não é nenhum dom e sim uma prática que se adquire por

entre o estímulo dos seus maiores exemplos, que são os pais e os professores.

A criança só iniciará seu caminho de leitor se encontrar no adulto o

modelo, o amor e o prazer pelo ato de ler, de acordo com a visão de Vygotsky

(2000a, p.29):

A experiência social exerce seu papel através do processo de imitação; quando a criança imita a forma pela qual o adulto usa instrumentos e manipulam objetos, ela está dominando o verdadeiro princípio envolvido numa atividade.

Só existirá atração entre leitura e leitor quando transcender na criança o

gosto e a paixão.

Portanto, ao fazer a leitura de uma história é indispensável que o leitor

saia de si e se transpareça, incorporando-se nas personagens, levando as

crianças a se aventurarem e imaginar que estão além do que estão vivendo, de

certo que elas se aproximarão e sentirão o desejo pelo gosto de ler.

21

Para Abramovich (1991, p.17):

Ler histórias para crianças, sempre, sempre... É poder sorrir, rir, gargalhar com as situações vividas pelas personagens, com a ideia do conto ou com o jeito de escrever do autor e, então pode ser um pouco cúmplice desse momento de humor, de brincadeira, de divertimento...

Durante o tempo de leitura de uma história pode ser implantado o gosto

e o prazer pela mesma no receptor, se ele sentir-se envolvido e motivado por

ela. Nesta hora é necessário que não se tenha pressa, é preciso respeitar as

pausas, os comentários naturais da história, despertar tanto em quem lê como

em quem ouve o sentido da leitura.

22

CAPÍTULO II

CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS

1. CONTAÇÃO DE HISTÓRIA E O SER HUMANO

Desde que nasce a criança já começa a interagir-se com o mundo, por

meio do choro, pois ao chorar quer dizer que está lhe faltando ou acontecendo

algo, sendo assim os familiares dialogam com a mesma no sentido de

acalenta-la. São nestes diálogos que surgem as cantigas e as contações de

histórias verídicas e inventadas na qual, ao ouvi-las, despertam com as vozes

que ouvem, como disse Louis Paswels apud Abramovich (1991, p. 24) ―Quando

uma criança escuta, a história que se lhe conta penetra nela simplesmente,

como história. Mas existe uma orelha detrás das orelhas que conserva a

significação do conto e o revela muito mais tarde.

Quando vão crescendo e começam a balbuciar as palavras, criam suas

próprias histórias para contar ocorridos do dia-a-dia, suas vontades e

sentimentos ou até mesmo reproduzem histórias ouvidas, e isso acontece

ainda que só elas sabem o que estão dizendo.

Por esse motivo é necessário que sejam contadas histórias agradáveis e

prazerosas nas qual a criança se identifique com o que está sendo ouvido.

É ouvindo histórias que se pode sentir emoções importantes, como a tristeza, a raiva, a irritação, o bem estar, o medo, a alegria, o pavor, a insegurança, a tranquilidade, e tantas outras mais, e viver profundamente tudo o que as narrativas provocam em que as ouve – com toda amplitude, significância e verdade que cada uma delas fez (ou não) brotarem... Pois é ouvir, sentir, enxergar com os olhos do imaginário, [...] Afinal, nela se descobrem palavras novas, se entra em

contato com a música e com as sonoridades das frases, dos nomes [...] Contar histórias é uma arte [...] Ela é o uso simples e harmônico da voz. (ABRAMOVICH, 1991, p. 17 e 18)

Dessa maneira percebesse que é por meio de contação de histórias que

desperta-se o interesse e o envolvimento com o mundo da leitura. O primeiro

contato da criança com um texto é feito oralmente, através da voz de um

familiar relatando experiências, em momentos diversificados, referindo-se a

momentos em que a família se reúne nas refeições, na hora do banho e na

hora de dormir.

23

Como diz Abramovich (1991, p. 16 e 17):

O primeiro contato da criança com o texto é feito oralmente, através da voz da mãe, do pai ou dos avós, contando contos de fada, trechos da Bíblia, histórias inventadas (tendo a criança ou os pais como personagem), livros atuais e curtinhos, poemas sonoros e outros mais... contados durante o dia – numa tarde de chuva, ou estando todos soltos na grama, num feriado ou domingo – ou num momento de aconchego, à noite, antes de dormir, a criança se preparando para um sono gostoso e reparador, e para um sonho rico, embalado por uma voz amada.

A prática da contação de história é o alavanque da apreciação das

leituras e consequentemente da aquisição do gosto pela leitura, uma vez que

esta carece muito mais que inspiração, é preciso irradiar o amor e a paixão

pela mesma, para isso é necessário métodos que estimulam a leitura

associada ao prazer. Portanto Abramovich nos diz que:

Quando se vai ler uma história, não se pode fazer isso de qualquer jeito. [...] O narrador tem que transmitir confiança, motivar a atenção e despertar admiração. Tem que conduzir a situação como se fosse um virtuose que sabe seu texto, que o tem memorizado, que pode permitir-se o luxo de fazer variações sobre o tema. [...] E para que isso ocorra, é bem que quem esteja contando crie todo um clima de envolvimento. (ABRAMOVICH, 1991, p. 18, 20 e 21)

Para as crianças, ouvir histórias desde o início de sua aprendizagem é

muito importante, pois inicia em si o estímulo para ser um bom leitor, assim

como diz Abramovich (1991, p.16) ―Escutá-las é o início da aprendizagem para

ser um leitor, e ser leitor é ter um caminho absolutamente infinito de

descobertas e de compreensão do mundo [...]‖.

Há alguns anos a capacidade de ler é considerada uma realização

pessoal e essencial, que é cada dia mais aceita como progresso social e

econômico de uma sociedade, em que se tem acesso aos conhecimentos

indispensáveis, transmitidos pela mídia impressa.

A promoção da leitura é responsabilidade da comunidade, dos pais, da

escola e dos professores que precisam estar seriamente convencidos da

importância da leitura e dos livros se quiserem melhorar a situação da vida

individual, social e cultural de cada um.

A leitura é tida como um hábito e deve ser trabalhada dia-a-dia com as

crianças para estimular a criatividade, ampliar os horizontes, contribuir na

construção de bons modelos, desenvolver o espírito investigativo e favorecer a

24

autonomia de pensamento, a autocrítica e o senso de julgamento, treinando o

intelecto e o exercício espiritual para a vida e não só para um aprendizado

mecânico. Segundo Silva (1981, p.42) ―a leitura é uma atividade essencial a

qualquer área do conhecimento e mais essencial ainda a própria vida do Ser

Humano‖.

O hábito de leitura é o meio mais eficaz e sistemático no

desenvolvimento da linguagem e da personalidade dando oportunidades mais

justas de educação.

Tendo em vista que é dentro da educação que deve ter o modelo leitor

mais eficaz para a progressão de sua vida, deve ser trabalhada a leitura em

voz alta sempre que necessário, mesmo que os alunos já saibam ler, mas não

é isso que se vê nas escolas, dentro das salas de aulas, onde o professor

muitas vezes desvaloriza a leitura e não se dá conta que ele pode ser o único

modelo leitor da vida de seus alunos. Segundo Brasil (2001, p. 64) nos mostra

que:

A leitura em voz alta feita pelo professor, não é uma prática muito comum na escola, E, quanto mais avançam as séries, mais incomuns se tornam, o que não deveria acontecer, pois muitas vezes, são os alunos maiores que mais precisam de bons modelos leitores.

Para que o prazer da leitura seja despertado nas crianças é preciso que

tenha um ambiente agradável, convidativo, diferenciado e disposto na medida

das mesmas, onde elas tenham liberdade de escolher dentre o acervo de

livros, o seu tema preferido, fazendo com que o aluno leia por prazer e não por

obrigação.

O incentivo a leitura juntamente com um acervo adequado de livros

pessoal ou oferecido pela escola são objetos interligados, pois viabilizam a

formação de leitores competentes e eficientes. Segundo Brasil (2001, p. 49):

Expressar-se oralmente é algo que requer confiança em si mesmo. Isso se conquista em ambientes favoráveis à manifestação do que se pensa, do que se sente, do que se é. Assim, o desenvolvimento da capacidade de expressão oral do aluno depende consideravelmente de a escola constituir-se num ambiente que respeite e escolha a vez e a voz, a diferença e a diversidade. Mas sobretudo, depende de a escola ensinar-lhe os usos da língua adequados a diferentes situações comunicativas. De nada adianta aceitar o aluno como ele é, mas não lhe oferecer instrumentos para enfrentar situações em que não será aceito se reproduzir as formas de expressão próprias de sua comunidade. É preciso, portanto, ensinar-lhe a utilizar

25

adequadamente a linguagem em instancias públicas, a fazer uso da língua oral de forma cada vez mais competente.

Um bom exemplo para o estímulo da leitura prazerosa é disponibilizar as

crianças livros para que sejam levados para casa, na qual façam a leitura com

a família, desenvolvendo assim uma ligação prazerosa com a leitura, fazendo

as crianças e seus familiares compartilharem descobertas, permitindo assim

ampliar o sentido da leitura e ajudando na aprendizagem. Muitas famílias não

têm condições de aproveitar esses momentos, pois muitos não tiveram

estudos, outros não tem tempo, sendo desta maneira um dos lugares mais

apropriados para que a criança ouça histórias passa ser a escola.

Mas para que tudo isso ocorra necessita-se a peça principal que é o

professor, que servirá de modelo para uma boa leitura. Sendo assim, o

professor deve estar atento nas escolhas dos livros, na forma de apresenta-los,

despertando o interesse das crianças em ouvir histórias e ter o gosto pela

leitura.

1.1. Contação de História na sala

Com a finalidade de trazer as crianças para o universo da leitura e das

histórias dentro da sala de aula, o professor pode aderir algumas estratégias

que o ajudará a facilitar o interesse dos alunos pelas mesmas, tornando-as

mais divertidas, pois para o aluno a leitura deve ser feita de forma prazerosa,

para que assim eles se tornem interativos e extasiados, e percebam a

importância do desenvolvimento psicológico, cognitivo e social.

Ao fazer o planejamento dos instantes de contação de histórias, é

fundamental que o professor tome conhecimento antecipado da história, avalie

a estratégia adequada, o tempo necessário, prepare os recursos que serão

utilizados, prepare as atividades que ampliarão o conhecimento de seus alunos

e por fim, organize o espaço para que os objetivos esperados sejam

alcançados, fazendo de forma que chamará a atenção de seus alunos.

Deve-se ainda ressaltar que o ato de ler não deve se tornar uma frustrante experiência escolar. O prazer pelo ato de ler precisa ser estimulado desde a infância para que se torne um caso de amor tornando-se o ensino aprendizagem mais atrativo aos olhos da criança, (CADERMARTORI,1987, p.67).

26

Na escolha da história a ser contada e lida, o professor deverá seguir

alguns critério para que esse fim seja alcançado com êxito, por exemplo:

levantar os conhecimentos prévios de seus alunos para saber quais pontos

deverá ser mais explorado na história, se a história está de acordo com a faixa

etária, ler e estudar a história antes de ser contada aos alunos, observando a

mensagem a ser passada e divertindo-se com ela, sendo assim dificilmente

encontrará dificuldades em realizar a contação para a sala.

Em relação aos conhecimentos prévios e para possibilitar que os alunos

tenham melhor interpretação da história é preciso que o professor faça uma

breve recapitulação de seu conteúdo, extraindo dela o que lhe é importante em

função dos seus objetivos. A exploração da história é de grande importância e

faz com que as crianças criem em seu imaginário várias conclusões além de

sensibilizar o seu emocional.

Ao trabalhar com o conhecimento prévio e explorar detalhes, o professor

pode utilizar várias técnicas ao contar uma história como a de fazer gestos,

cantar e bater palmas, ao adaptar-se às técnicas terá confiança em seu

trabalho e conseguirá vivenciar o personagem exposto, sem perder o sentido

nem o foco da história. Segundo Beth Coelho (2008, p. 26) ―se o narrador

baseou a sua escolha em critérios adequados não deve arriscar-se a

adaptação de improviso, que podem prejudicar a integridade do texto‖.

1.1. Técnicas de contação de história

Muitas são as vezes que encontramos nas salas professores que não

usam de recurso algum para contar história, sendo que poderia ser mais

atrativa e chamar mais a atenção do aluno.

Além da própria narração do contador, a história deve ter várias

possibilidades para ser contada e lançar mão de inúmeras técnicas e recursos

é muito importante. Vejamos agora algumas opções para ser efetuada a

contação.

1.1.1. Uso de objetos

Na contação de histórias pode ocorrer o uso de objetos como fantoches,

dedoches, palitoches, objetos acústicos, panos para representar os

27

personagens que constroem o cenário baseado na história. A sucata e os

utensílios cotidianos podem nos ajudar na construção destes objetos, como

talheres, copos descartáveis, sacos de lixo, embalagens, utilidades domésticas,

garrafas, papelão, bexiga, dentre outros.

Sendo assim os alunos, podem usar este recurso e sua imaginação

escolhendo e selecionando os objetos, interagindo-se um com os outros para

chegar a um produto final.

Figura 1- História com Pano Figura 2- História com bexiga

Fonte: própria autora - 2016 Fonte: própria autora - 2016

1.1.2. Suportes para a contação

O contador poderá utilizar também de suportes como: tapetes, guarda-

chuvas e aventais; onde estimulará o imaginário e o encanto pelas imagens e

as narrativas.

Figura 3- Avental de história

Fonte: própria autora – 2016

28

Figura 4- Contação de história com guarda-chuva

Fonte: própria autora – 2016

―A interferência consiste numa participação ativa dos ouvintes, pela voz

e/ou gestos, podendo ser bastante variável: falada [...], cantada [...], e de grupo

[...]‖, segundo Betty Coelho (2008, p. 43)

Ao contar a história, o professor pode usar da participação dos alunos

como dando sugestões para as atividades, ajudando a manusear os recursos.

1.1.3. Utilização de movimentos corporais

Na contação de história podem ser utilizadas, além dos livros com

imagens chamativas e cores vibrantes, técnicas para a produção de imagens

por meio dos movimentos corporais, aplicando sons e palavras para tornar a

contação mais rica e chamativa.

Figura 5- Contação de história com representação corporal

Fonte: própria autora – 2016

29

Segundo Cléo Busatto (2008, p. 52), ―a imagem é um dos elementos de

encantamento na contação de história‖. O uso de expressão corporal para a

realização da história pode ser um ponto importante quando se conta um conto

em que há trechos sobre medo, desespero e sono.

Sem estas imagens o conto perderia a graça e o fascínio, e para que elas surjam no imaginário do ouvinte com toda a força que elas trazem consigo é preciso que antes elas sejam visualizados por nós, na nossa tela interna com tanta precisão, que ao narrar elas criem vida e se materializem no espaço. (BUSATTO, 2008, p. 54)

Por meio do uso do corpo, é possível construir todo o contexto da

história, com imagens corporais que estimulam o imaginário das crianças.

1.2. Após a contação

Ao propor uma conversa, uma recontação ou até mesmo interpretação

sobre as histórias contadas, a disposição da sala deve ser encontrada de forma

que promova a socialização das crianças umas com as outras, na qual

possibilite ao professor desenvolver atividades que tenham um maior

aproveitamento podendo dar melhor entendimento do enredo. Relatando o que

compreenderam passa a ser de grande valia, pois os que estão a sua volta

poderão fazer relações sobre as reações emocionais de cada um diante das

histórias apresentadas, no qual apontarão semelhanças e diferenças com

outras histórias.

Propor tais atividades às crianças faz com que tenham melhor proveito

do conhecimento transmitido, abrangendo a linguagem artística, enriquecendo

também seu vocabulário e sua cultura.

30

CAPÍTULO III

METODOLOGIA E RESULTADO

1. METODOLOGIA

Esta pesquisa foi realizada em uma sala com 20 (vinte) alunos do 3º

(terceiro) ano do Ensino Fundamental de uma escola municipal de Getulina no

período de agosto a outubro de 2016 (dois mil e dezesseis), em que consiste

na aplicação de uma sequência didática, a qual se baseou na observação dos

momentos de contação de histórias realizadas pelo professor, para

posteriormente dar início ao método de contação de histórias pela universitária.

Para a aplicação da pesquisa foi solicitada a autorização do diretor da

escola, da professora da sala e dos pais dos alunos.

Foi realizada uma observação, na qual se percebeu que não havia

momentos específicos de contação de história durante as aulas, então foi

proposto um período de contação de histórias para notar o comportamento dos

alunos, deste direcionou-se a realização da sequência didática.

1.1. Sequência Didática

Na 1ª etapa foram realizadas as observações no período de 5 dias para

constatar se havia momentos de contação de histórias realizadas pela

professora, e também verificar a periodicidade, os critérios e como eram

trabalhados esses momentos na sala de aula, em que foram feitas 2 (duas)

perguntas para a professora sobre os mesmos.

A 2ª etapa foi realizada em um período de 15 dias, no qual foram

aplicado alguns métodos de contação de histórias, com técnicas diferenciadas

e gêneros variados. Após as contações foi feita a intervenção dos alunos por

meio de produções escritas, orais e outras linguagens, para que fosse

estimulado o gosto e o prazer pela leitura.

1.2. Resultados

Ao observar as aulas notou-se que não havia um momento especifico

para a realização de contação de histórias pela professora. Na primeira

pergunta feita questionou-se ―Quais os critérios utilizados pela professora para

31

selecionar as histórias para a contação de histórias?‖, foi dito que quando eram

realizadas as contações de histórias na sala de aula, os critérios utilizados

eram definidos por etapas. As quais eram:

Escolher o gênero fabula por ser curta e trabalhar com animais e

também os contos e parlendas;

Ler as histórias antes no HTPC;

Fazer a leitura pela professora;

Leitura em conjunto e

Leitura individual.

Mas ao ser feita a segunda pergunta à professora, questionando-a ―Qual

a periodicidade que a professora conta histórias?‖, ela respondeu que não é o

dom dela, e que no primeiro semestre ela lia, mas não frequentemente e que

no segundo semestre não havia realizado nenhuma leitura ou contação de

história para os seus alunos.

Continuando a observação, após as respostas da professora, a

universitária resolveu realizar só a leitura de uma história, para fazer a

observação do comportamento dos alunos mediante a mesma. Antes da leitura

foram realizados os levantamentos prévios da história de ―Pandora‖, para que

fosse lida posteriormente, a qual se encontra no livro Ler e Escrever – Livro de

Textos do Aluno (ARATANGY, 2013, p.149):

Figura 6 – Ler e Escrever – Livro de Textos do aluno

Fonte: http://pt.slideshare.net/. Pandora Mitologia Grega

32

Num tempo distante, os homens dominaram a dádiva do fogo, graças a Prometeu, tornando melhor a vida na terra. Mas diante daquela afronta, a ira de Zeus não teve limites, e ele resolveu então punir os homens. Ordenou a Hefesto que moldasse uma mulher de barro, tão linda como uma verdadeira deusa, que lhe desse voz e movimento e que seus olhos inspirassem um encanto divino. A deusa Atena teceu-lhe uma belíssima roupa, as três Graças a cobriram com joias e as Horas a coroaram com uma tiara de perfumadas flores brancas. Por isso a jovem recebeu o nome de Pandora, que em grego significa ―todas as dádivas‖. No dia seguinte, Zeus deu instruções secretas a seu filho Hermes que, obedecendo às ordens do pai, ensinou Pandora a contar suaves mentiras. Com isso, a mulher de barro passou a ter uma personalidade dissimulada e perigosa. Feito isso, Zeus ordenou a Hermes que entregasse a mulher de presente a Epimeteu, irmão de prometeu, um home ingênuo e lento de raciocínio. Ao ver Pandora, Epimeteu esqueceu-se de que Prometeu lhe havia recomendado muitas vezes para não aceitar presentes de Zeus; e aceitou-a de braços abertos. Certo dia, Pandora viu uma ânfora muito bem lacrada, e assim que se aproximou dela Epimeteu alertou-a para se afastar, pois Prometeu lhe recomendara que jamais abrisse, caso contrário os espíritos do mal recairiam sobre eles. Mas, apesar daquelas palavras, a curiosidade da mulher de barro aumentava; não mais resistindo, esperou que o marido saísse de casa e correu para abrir o jarro proibido. Mal ergueu a tampa, Pandora deu um grito de pavor e do interior da ânfora saíram monstros horríveis: o Mal, a Fome, o Ódio, a Doença, a Vingança, a Loucura e muitos outros espíritos maléficos... Quando voltou a lacrar a jarra, conseguiu prender ali um único espírito, a Esperança. Assim, então, tudo aconteceu exatamente conforme Zeus havia planejado. Usou a curiosidade e a mentira de Pandora, para espalhar o mal sobre o mundo, tornou os homens duros de coração e cruéis, castigando Prometeu e toda a humanidade.

Após a conversa e a observação, começaram a serem aplicados os

métodos diferenciados de contar a histórias, sendo eles:

Uso de objetos no qual foi utilizado retalhos de tecido e bexiga;

Suporte de contação de história, utilizando o avental e o guarda-

chuva e

Utilização de movimentos corporais, em que foi realizada uma

encenação referente a personagem.

No início, quando a universitária se apresentou e contou a primeira

história, os alunos ficaram acanhados, com vergonha de se expressarem, mas

ouviram a história com atenção.

No dia seguinte, a história contada foi ―Nha Barbina‖, uma história que

foi utilizada pela a universitária para fazer uma apresentação na escola quando

33

estava na 3ª série do Ensino Fundamental, na qual no dia da contação foi

caracterizada e fez uma surpresa para os alunos:

Nha Barbina Eu e meu cumpadi fumo cunvidado pruma festa. Puis num é qui Nha Barbina quis i tamém.

Tu num vai, tu num vai, que mecê num vai gostá. Eu vou! Eu vou! Eu vou! Então vamu NE.

Caminhemu, caminhemu e cheguemo num rio. Puis num é qui Nha Barbina quis entrá. Tu num entra, tu num entra qui mecê vai si afogá. Eu entru, Eu entru e eu entru! Então entra né! Nha Barbina, merguiô na água i: Socorro! Socorro! Qui eu vou mi afogá! Eu e o meu cumpadi, puxemu Nha Barbina e tiremo ela de lá e vortemo a caminhá. Caminhemu, caminhemu e cheguemo numa casa de barro. Puis num é qui Nha Barbina quis entrá. Tu num entra, tu num entra que mecê num cabe lá! Eu entru, eu entru, eu entru! Então entra né! Nha Barbina, meteu o cabeção la drentu i: Socorro! Socorro! Qui eu num saio mais daqui! Eu e meu cumpadi, puxemo Nha Barbina e tiremo ela de lá, e vortemo a caminhá. Caminhemu, caminhemu e cheguemo na festa, pensei eu cá cumigu: Grazadeus! Nha Barbina não há de querêr fazêr mais nada puis

cheguemu na festa! Na tar da festa tinha besouro assadu, borboleta arechiada, tinha inté rojão! Puis num é que Nha Barbina quis sorta rojão! Tu num sorta, tu num sorte, que mecê vai se queimá Eu sorto, eu sorto eu sorto! Então sorta né! Mais teimosa que a mãe da mula! Nha Barbina, pego o forfi, risco e eu: Cuidado Nha Barbina, cuidado! Buuuuummmmm! Coitada da Nha barbina, ficou tudo sapecada!

Ao a universitária entrar na sala, levaram um susto, pois não estavam

esperando, todos ficaram muito eufóricos e apreensivos para saber como seria

a apresentação da história, em certos momentos da história, as crianças riam

bastante e era perceptivo no comportamento dos alunos o prazer que estavam

sentindo ao ouvirem a história. No término da contação realizada pela mesma,

foi sugerido aos alunos que fizessem a recontação da história para a sala, mas

como ainda estava muito acanhado, ninguém se prontificou, então foi sugerido

que fizessem a recontação escrita no papel, no entanto apenas duas crianças

34

se propuseram a fazê-la, na qual uma fez a parte somente escrita e a outra

realizou a parte escrita e a ilustrativa.

Figura 7 – Recontação Escrita e Ilustrativa

Fonte: própria autora – 2016

Figura 8 – Recontação Escrita.

Fonte: própria autora – 2016

No próximo dia foi realizada apenas a leitura da história ―O mundo

inteiro‖ de Liz Garton Scalon (2013, p. 1 a 38) para que pudessem realizar uma

comparação entra a história contada no dia anterior e a contada no dia para

acharem as semelhanças e as diferenças entre ambas.

35

Figura 9 – Capa do livro o mundo inteiro

Fonte:http://professorlepri.com.br/ O mundo inteiro A rocha, a pedra, a areia, o seixo O braço, o ombro, o rosto, o queixo Um buraco pra cavar E uma concha pra guardar O mundo inteiro é um vasto lugar O mel, a abelha, o favo, o zumbido O sabugo, a espiga, o milho cozido! O tomate vermelho, a erva de cheiro O mundo inteiro é um canteiro O tronco, o toco, o ramo, o carvalho Trepa no alto, fica sobre o galho Ver a manhã passar neste abrigo O mundo inteiro é novo e antigo A rua, a via, a travessa, o caminho O navio, a jangada, a vela, o barquinho O ninho, a ave, a nuvem cinzenta O mundo inteiro sopra e venta Corre, tropeça, escorrega, olha a lama! Vira o balde, derruba, esparrama A sorte volta em outro momento O mundo inteiro segue o movimento A mesa, o prato, a faca, o saleiro A barriga faminta, o jantar vem ligeiro O pão, a farinha, o caldeirão fervente O mundo inteiro é frio e quente O sol se pondo, a sombra repentina O fim do dia, o grilo, a cortina Um fogo leva o frio embora O mundo inteiro descansa uma hora Os avós, os pais, os parentes, os primos O piano, a harpa e o violino De colo em colo segue o bebê

36

O mundo inteiro somos eu e você Tudo o que se escuta, sente e vê O mundo é tudo isso Tudo isso somo eu e você A paz, a esperança e o amor verdadeiro Nós somos o mundo inteiro.

Após a contação, foi realizado um bate-papo fazendo comparação sobre

a contação de história do dia anterior e a do dia, que havia sido só lida. Ao

serem questionados sobre qual dos dias gostaram mais, todos disseram que

teria sido a anterior, pelo fato da contadora ter ido caracterizada e ter contado a

história e não por ser lida apenas, mas quando a professora expôs a sua

opinião, alguns alunos dividiram a sua opinião dizendo que a do dia também

havia sido interessante, pelo fato da mesma conter bastante rimas e as

imagens serem bem atraentes.

Ao comparar o comportamento das crianças nos dois dias, eles se

sentiram mais a vontade no dia anterior e no dia que foi lida a história, muitos

conversaram, não prestaram muita atenção e ficavam mexendo em coisas

dispersas.

Posteriormente, contou-se a história ―Gato pra cá, rato pra lá‖, de Sylvia

Orthof (2014, p. 1 a 16):

Figura 10: Capa do livro gato pra cá, rato pra lá

Fonte: http://www.dicasmiudas.com.br/gato-pra-ca-rato-pra-la/ Gato pra cá, rato pra lá

Era um gato, muito viajado, que andava pulando por sobre o telhado, e encontrou, de repente, de cinza vestido, um ratinho choroso que estava perdido.

O gato, de fato, que não gosta de rato, quis morder, quis pegar seu eterno inimigo, mas o rato cinzento parecia alguém tão sozinho, coitado, sem ter ninguém... que despertou no gato uma certa tristeza vendo o rato chorando, naquela fraqueza.

37

Dona Lua, redonda, que a tudo assistia, viu o rato sofrendo, naquela agonia, saiu lá do alto da sua morada, desceu cá pra perto, chegou apressada, usando, de prata, uma escada rolante, pousou no telhado a lua brilhante.

O gato cá, miando pro rato. O rato lá, com medo do gato... mas vendo a lua, o gato, de fato,

ficou amoroso, miando poesia. A lua, tão gata, tão prata, sorria. O rato cinzento aproveitou o sossego, pulou no luar e virou um

morcego!

Para realizar a contação desta história, foi utilizado retalhos de panos

das cores representadas na história para fazer a representação dos

personagens. Antes de contar, foi feito o levantamento prévio sobre a história,

no qual foram interrogados sobre o que eles esperavam que aconteceria na

história, e se alguém já conhecia, como é do projeto que o Banco Itaú realiza

todos os anos, ―Ler para uma criança‖, no qual os pais se cadastram e pedem

os livros, umas 10 crianças falaram que já conheciam, mas foi dito a eles que a

história seria contada de um jeito diferente. Todos ficaram muito curiosos para

saber de que maneira seria contada.

Na realização da contação os alunos ficaram bem atentos e prestando

atenção na forma em que era utilizado os retalhos para a representação dos

personagens.

Ao término da história, os alunos foram questionados se já haviam visto

a história contada com retalhos e disseram que nunca haviam visto. Após a

conversa, foi pedido que eles reescrevessem a parte que mais gostaram e

fizessem a ilustração. Alguns alunos nesse dia faltaram, mas todos que

estavam presentes se sentiram à vontade para fazer a realização da atividade

proposta.

Figura 11 – Representação da história escrita e ilustrada 1.

Fonte: própria autora - 2016

38

Figura 12 - Representação da história escrita e ilustrada 2.

Fonte: própria autora - 2016

A história contada no dia seguinte foi ―Tatu Balão‖, de Sônia Barros

(2014, p. 1 a 32) Para a contação dessa história foi utilizado uma maneira

diferente, como fala que o tatu queria voar, foram usadas bexigas para fazer a

representação dos personagens da história,

Figura 13 - Capa do livro tatu balão

Fonte: http://www.travessa.com.br/tatu-balao/artigo/

39

Tatu Balão

Conheci um tatu-bola que não era feliz, não. Tinha um sonho na cachola: Não ser bola, ser balão! Todos os dias fazia a caminhada comprida: do pé de um morro

partia e seguia na subida. Lá em cima, sentia o vento batendo forte no rosto. Seu sonho no pensamento lhe causava um alvoroço! Ora calor, ora frio e também dor de barriga. Um comprido arrepio e alegria em seguida. Tatu-bola suspirava, olhando a imensidão. Corajoso, se jogava para ser o tatu-balão! Mas em vez de ele voar como havia planejado, começava a

despencar, rolando desenfreado! Sentia, enquanto rolava, disparar seu coração. O tombo só terminava cara-a-cara no chão. Depois de tanto tentar subir e voar em vão, tatu-bola encontrou

o menino Damião. Como era dia de vento Damião mostrou ao tatu o seu melhor

passatempo: empinar pipa no azul! Tatu, que estava tão triste, acabou até sorrindo. Sem perceber distraiu-se com aquele quadro lindo. De repente, vendo a pipa ser levada pelo vento, descobriu, feliz

da vida, que era um mágico momento. O esperto tatu-bola não perdeu seu tempo, não: se agarrou na

rabiola e voou feito balão! Foi forte a felicidade no coração do tatu, que voava de verdade,

enfim, cruzando o azul. Esse foi só o primeiro, ora no alto, ora no chão, de muitos

outros passeios do tatu com Damião. Pois muito mais importante do que o voo de verdade é que dali

em diante começou uma amizade. E os dois se divertiam mesmo sem vento soprando. No alto do morro subiam, depois desciam... rolando!

Neste dia ao chegar à sala, os alunos começaram a questionar qual

objeto seria usado para a contação, e ficaram muito instigados para descobrir.

Não foi mostrado aos alunos, criou-se um clima de expectativa, ao contar a

história, no momento em que apareceu o primeiro personagem, puderam ver

que era com balões, conforme iam aparecendo os personagens, ia se

enchendo balões para realizar a representação e para que pudesse se parecer

com os mesmos foi pedida a participação dos alunos, na qual puderam expor

suas ideias de como deveria ser desenhado os personagens e perguntado aos

colegas se concordavam ou não com a ideia do amigo, mas sempre lhes dando

opções de não deixarem as ideias dos outros para.

No término da contação, foram feitas perguntas para saber o que

acharam, sendo que a grande maioria disse que gostou, pois puderam ajudar e

participar da contação.

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No dia posterior, foi contada a história dos ―Três Porquinhos‖, de Rubem

Alves (1999, p. 1 a 20) utilizando o avental de histórias para a realização da

mesma. Ao ser contada a história, foram realizadas algumas mudanças e

adaptações para que se encaixasse no material utilizado.

Figura 14 - Capa do livro a história dos três porquinhos

Fonte: http://www.paulus.com.br/loja/a-historia-dos-tres-porquinhos- Os Três Porquinhos Era uma vez uma porca cor-de-rosa que vivia com seus três filhos no bosque. Eram grandes, até já tinham profissões. O orgulho da porca mãe era o filho mais velho, o Prático. Jovem sério, era pedreiro. Fazia belas e sólidas casas de pedra e cimento. Os outros dois eram motivos de muita preocupação para a mãe. Sonhadores, estavam sempre alegres. Eram músicos. Um deles tocava violino, por isso o seu apelido era Violinista. Enquanto o outro tocava flauta e todos o chamavam de Flautista. Um dia a porca mãe os chamou e os aconselhou a construírem suas casas ali perto. O Violinista e o Flautista pegaram seus instrumentos musicais e saíram alegremente. O Prático pegou sua caixa de ferramentas e saiu preocupado. Ele levou também um baú fechado com três cadeados. Perguntado sobre o que tinha no baú ele se calou, ficou vermelho e se negou a responder. O Violinista construiu uma casinha de palha. Depois de pronta entrou e começou a tocar violino. O Flautista construiu uma casinha de madeira. Depois de pronta, entrou e pôs alegremente a tocar. O Prático construiu uma casa de pedras e cimento. Depois de pronta, entrou nela e começou a andar de um lado para o outro, preocupado. É que ali perto morava um lobo que não gostava de música, gostava mesmo era de costelas de porco. O lobo, foi até a casa do Violinista, bateu na porta e urrou:

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— Abra a porta que eu quero comer você! O porquinho respondeu:

— Não faça isso seu Lobo! Carne de porco, faz mal à saúde! O Lobo não quis saber. Estufou o peito, bufou, soprou e derrubou a casa do Violinista, que saiu correndo na direção da casa do Flautista. O Lobo chegou lá e disse a mesma coisa:

— Abram a porta, que eu quero comer vocês! Eles responderam:

— Não faça isso seu Lobo! Comendo tanta carne de porco o senhor pode passar mal. Para tranquilizá-lo vamos tocar uma música! O Lobo não quis saber da música. Estufou o peito, bufou e soprou a casa do Flautista. Os dois porquinhos saíram correndo na direção da casa do Prático. O Lobo chegou lá e falou a mesma coisa. O Prático nem ligou! O Lobo estufou o peito e bufou, estufou e bufou, até perder o fôlego. E a casa não caiu. Aí ele pensou: ―Vou entrar pela chaminé‖. Prático logo colocou um enorme caldeirão com água fervente dentro da lareira. O Lobo escorregou pela chaminé, caiu dentro da água que fervia e ficou todo queimado. Ele deu um berro de dor e logo perdeu a vontade de comer porquinhos. O Lobo saiu correndo. Prático, vendo que o Lobo tinha ido embora, deixou de ficar preocupado, deu uma gargalhada, abriu os cadeados do baú.

— Agora, finalmente, posso abrir meu baú! Correu ao quarto, trouxe o baú, e lá de dentro tirou um lindo contrabaixo. Olhou para o Violinista e o Flautista e disse:

— Vamos formar nossa banda!

No momento em que foi tirado de dentro da bolsa o material para a

realização da contação de história, os alunos ficaram intrigados e começaram a

questionar se a história seria de culinária, se seria ensinado a fazer alguma

receita ou algo que mexeria com coisas que sujasse, mas ao dizer que o

material seria usado para ser contada uma história em que seriam fixados os

personagens representando-a, eles ficaram espantados e ansiosos para ver

como seria utilizado.

Terminada a história, foi questionado a eles se já haviam sido contadas

histórias para eles com o material, os mesmo disseram meio tristonhos que

não, mas logo em seguida disseram felizes que gostaram muito, pois foi

diferente ver a história ser contada e mostrada em um lugar que não fosse o

livro.

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Percebendo então, que os alunos gostavam de participar da contação,

para o último dia, foi escolhida a história ―Dorme, menino, dorme‖, de Laura

Herrera (2015, p. 1 a 28):

Figura 15 – Capa do Livro dorme, menino, dorme

Fonte: https://coolturalblog.wordpress.com/2015/11/23/ Dorme, menino, dorme - Dorme, menino, dorme. Não chora na noite escura. - Ai vem sua irmã com cinco velas, iluminando o céu e suas estrelas. - E se as velas apagarem? - Se as velas apagarem... vem seu pai pelo jardim com o seu violino e canções sem fim. - E se o violino parar? - Se o violino parar... vem a avó pelos caminhos com cinco papagaios e três passarinhos. - E se os passarinhos não cantarem? - Se os passarinhos não cantarem... vem a sua tia do sul, e traz uma manta preta e azul. - E se a manta se for com o vento? - Se a manta se for com o vento... vem o avô devagarinho com o leite fresco e um lampiãozinho. - E se o leite derramar? - Se o leite derramar... Ah, como é?! Não perguntes tanto, José. Aqui está sua caneca de leite morno, sua manta de lã fina; seus pássaros de muitas cores e o violino com seus cantos. -Dorme, meu menino, dorme, enquanto lá fora o vento soprar, esta história eu vou contar

Nela foi usado o guarda-chuva como suporte para a contação, aonde

foram confeccionados cartões com os objetos que foram citados na história,

sendo assim, na hora da contação, quando iam aparecendo os tais objetos, foi

solicitado a ajuda dos alunos para que eles viessem pendurar os cartõezinhos

no guarda-chuva até no final da história, na solicitação da ajuda, todos se

prontificaram para ajudar, mas como eram poucos objetos e muitos alunos, foi

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questionado se alguém queria ir até a frente da sala e fazer a recontação da

história, no mesmo momento todos levantaram a mão, mas como o tempo era

curto (estava quase na hora do intervalo), foram selecionado apenas 2 alunas

para a atividade, do mesmo jeito que foi contada pela a universitária, as alunas

também contaram, elas foram lendo e chamando os coleguinhas que ainda não

tinha participado para irem colocando os cartõezinhos no guarda-chuva, assim

que contaram, foi perguntado se haviam gostado, e se gostaram o porquê,

todos disseram que sim, pelo fato de terem participado indo pôr os

cartõezinhos e que puderam ver os coleguinhas contando também.

Figura 16 – Alunos fazendo a recontação

Fonte: própria autora – 2016

Figura 17 – Alunos recontando a história

Fonte: própria autora - 2016

Ao findar a atividade, foi feito o levantamento com os 20 alunos

participantes da sala para saber qual dos métodos de contar as histórias

gostaram mais, 7 (sete) alunos gostaram da história ―Dorme, menino, dorme‖, 1

(um) aluno da dos ―Três Porquinhos‖ e 12 (doze) da ―Nha Barbina‖. Aos 12

(doze) alunos que gostaram da história da ―Nha Barbina‖, questionou-se

porque gostaram mais dela, responderam que foi pelo jeito contado, pela

universitária ter se caracterizado.

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Após a aplicação dos métodos de contação de história, no dia seguinte a

professora foi abordada com duas perguntas:

Notou alguma mudança no fato de quererem ler mais?

Quais mudanças foram?

Respondidas as perguntas, a professora disse que no ato de ler não

houve interferência, pois já liam anteriormente, mas no comportamento houve

várias mudanças, os alunos ficaram mais entusiasmados para ler e motivados

a lerem mais e se sentiram mais à vontade no momento da leitura individual e

em grupo.

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CONCLUSÃO

O objetivo dessa pesquisa foi aplicar métodos de contação de história

aos alunos do 3º ano do Ensino Fundamental Ciclo I, de uma escola municipal

de Getulina para que fossem despertados o gosto e o prazer pelo hábito da

leitura.

Aplicou-se uma sequência didática em que foi possível fazer

observações e aplicações de métodos diferenciados de contação de histórias

para que fossem estimulados nos alunos o gosto e o prazer pela leitura.

Diante das observações foi constatado que não era proporcionado aos

alunos momentos de contação de histórias oferecidos pela professora em sala

de aula.

Após as observações foram aplicados a estes educandos alguns

métodos de contação de histórias, para que pudessem modelizar e idealizar a

leitura aos alunos.

Em cada história os alunos foram se deixando levar pela leitura, o que

proporcionou a interação dos mesmos devido a atratividade ofertada pelos

métodos aplicados em sala de aula.

No começo, o comportamento dos alunos diante das leituras era um

tanto quanto inibido e receoso, pois resistiam em expressar a própria leitura e

interagir com as histórias, mas com o passar das histórias foram ficando mais

desinibidos, desejosos sempre de participar das atividades propostas e de

exporem as suas ideias e impressões sobre as histórias.

Ao ser aplicada a sequência didática, na qual foram realizadas diferentes

técnicas, com base nas fundamentações teóricas e nas praticas vivencias

conclui-se que, a partir da leitura e contação de histórias realizadas pelo

professor de modo diferenciado, os alunos se sentem incentivados a ler e

buscar cada vez mais formas diferentes de aprender, pois diante das atividades

propostas após as leituras, podem-se formar alunos mais concentrados,

desinibidos e com melhor convívio social desenvolvendo então um incentivo

para que venha ler cada dia mais.

Ao fazer as referências que motivaram este trabalho, ficou claro que ao

ser aplicada a sequência didática foram comprovadas as ideias e as

afirmações que as mesmas apresentam, mostrando que o trabalho do

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professor dentro da sala de aula deve ser de forma prazerosa e motivar os

seus alunos ao realizarem em suas leituras, mesmo de forma curiosa ou por

prazer.

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REFERÊNCIAS ABRAMOVICH, F. Leitura Infantil: Gostosuras e bobices. 5 ed. São Paulo: Scipione, 1991. ALVES, R. A história dos três porquinhos. Ilustrações André Ianni. 5 ed. São Paulo, Paulus, 1999. ARATANGY, C. R. Ler e Escrever: Livro de textos do aluno. Secretária da Educação, Fundação para o Desenvolvimento da Educação: Seleção dos textos. 7 ed. São Paulo: FDE, 2013. BAMBERGER, R. Como Incentivar o Hábito de Leitura. São Paulo: Ática, 1975. BARROS, S.; Tatu Balão. Ilustrações de Simone Matias. Belo Horizonte, Aletria, 2014. BOZZO, F. E. F. Desafiando o professor para o resgate da leitura como direito e prazer. Dissertação de Mestrado. Bauru: USC, 2003.

BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Língua Portuguesa. Secretaria da Educação Fundamental: 3 ed. Brasília: A Secretaria. 2001. BUSATTO, C. Contar e Encantar. Pequenos segredos da narrativa. Petrópolis – Rio de Janeiro, Vozes, 2008. CADEMARTORI, L. O que é a literatura infantil. 3. ed. São Paulo: Brasiliense, 1987. COELHO, B. Contar histórias: uma arte sem idade. São Paulo: Ática, 2008. FREIRE, P. A importância do ato de ler em três artigos que se completam. São Paulo: Ática, 1982. HERRERA, L. Dorme, menino, dorme. Ilustrato por July Macuada; tradução de Cecilia Guida. – São Paulo: Livros da Matriz, 2005. KOCH, I. V.; ELIAS, V. M.; Ler e compreender os sentidos do texto. São Paulo: Contexto, 2008. LAROUSSE, Minidicionário da Língua Portuguesa. 3 ed. São Paulo, Larousse do Brasil, 2009. LERNER, D.; Ler e Escrever na Escola: o real, o possível e o necessário. Porto Alegre: Artmed, 2002.

48

ORTHOF, S.; Gato pra cá, rato pra lá. Ilustrações Graça Lima. 2 ed. – Rio de Janeiro: Rovelle, 2014. SCANLON, L. G. O mundo inteiro. Ilustrações Marla Frazze; tradução de Marília Garcia, - 2 ed. – São Paulo: Paz e Terra, 2013.

SILVA, E. T. da. Ler é, antes de tudo, compreender. In_____. O ato de ler: fundamentos psicológicos para uma nova pedagogia da leitura. São Paulo: Cortez, 1981. SOLÉ, I.;Estratégias de Leitura. Porto Alegre: Artmed, 1998. VASCONCELOS, G. L. Práticas de Leitura na sala de aula. 1 ed. Campo Grande: UDDB, 2005. VYGOTSKY, L.;A Formação Social da Mente. 6 ed. São Paulo, Martins Fontes, 2000. ZILBERMAM, L. M. R. A formação da Leitura no Brasil. São Paulo: Ática, 2003.

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APÊNDICE

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APÊNDICE

Sequência Didática

Série: 3º Ano

Tema: Contação de História

Duração: 1 Mês

Objetivo geral

Despertar o prazer e o gosto pelo hábito da leitura

Objetivos Específicos

Observar os momentos de contação de histórias e o comportamento dos

alunos;

Verificar os critérios, a periodicidade e como é trabalhada a contação de

histórias na sala de aula;

Aplicar métodos diversificados de contação de histórias para modelizar e

idealizar a leitura;

Possibilitar a interação dos alunos por meio de produções escritas, orais

e ilustrativas;

Estimular o gosto e o prazer pela leitura por meio da contação de

histórias.

Metodologia

No primeiro momento serão observados os momentos utilizados pela

professora para a realização das contações de histórias para seus alunos.

Após as observações, será verificado com a professora quais os

critérios, a periodicidade e como é trabalhada a contação de histórias

oferecidas por ela para seus alunos.

Em seguida será aplicado no período de 15 dias intercalados a aplicação

de métodos diferenciados de contação de história para os alunos usando da

tipologia narrar.

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Antes e após cada aplicação, será realizado um bate-papo com os

alunos para obter os levantamentos prévios das histórias e quais as conclusões

tiveram sobre a história contada.

Findadas algumas histórias será pedido a reprodução, sendo elas

escrita, ilustrativa ou oral.

Avaliação

A avaliação será realizada à partir da realização de cada história, sendo

observado os comportamentos, a interação e o prazer em expressar suas

ideias, participação e as reproduções realizadas.