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O desenho de pesquisa e a trajetória metodológica de uma tese Seminário de Pesquisa PPED 05/09/2016 Emanoel Querette [email protected]

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O desenho de pesquisa e a trajetória metodológica de uma tese

Seminário de Pesquisa PPED 05/09/2016

Emanoel Querette

[email protected]

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Objetivos: (1) Lembrar do caráter não-linear da tese

• Uma tese não reflete apropriadamente o esforço envolvido no doutorado

• A tese é uma evidência do doutoramento, mas somente uma pequena parte do conhecimento está apresentada nela.

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A pesquisa de tese

Como descrita na tese pronta.

Como realmente aconteceu.

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Objetivos: (2) Atenuar a ansiedade dos doutorandos

• Durante o doutorado, você pode experimentar muita ansiedade.

• Se sente sobrecarregado de referências e anotações e não consegue criar um sentido entre elas

• Acha que seu projeto foi mal pensado e que você não conseguirá responder à pergunta de pesquisa

• Você começa a achar que tudo que você escreveu é óbvio, desinteressante e desimportante

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Objetivos: (2) Atenuar a ansiedade dos doutorandos

Para uma tese bem sucedida (Mauch & Park, 2003): 1. A clear understanding of the meaning and purpose of student

research work. 2. Accurate knowledge of what constitutes an acceptable thesis. “The thesis is done to provide a demonstration of the candidate’s

ability to carry out, with substantial independence, a rational investigation that is significant in the field and to report the results in a sensible and understandable fashion. There are marked differences among fields as to what constitutes “independence” and “significant” in the research process and product. “ (Mauch & Park, p.4)

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Objetivos: (2) Atenuar a ansiedade dos doutorandos

• Como evitar a ansiedade (Booth, Colomb & Williams, 2003):

• Mantenha em mente o objetivo da sua pesquisa: – Que pergunta estou tentando responder? Que problema

estou propondo? “I am working on X to learn more about Y, so that my readers can better understand Z”.

• Converse com colegas, amigos e parentes. Defender e explicar a sua pesquisa ajuda a enxergar os pontos claros e partes mais confusas. Pergunte a eles: isso faz sentido? Do que estou esquecendo?

• “Pense por escrito”: o esforço de escrever ajuda a organizar as ideas na cabeça.

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Objetivos: (3) Reforçar a importância do desenho da pesquisa e da metodologia para a

qualidade do trabalho

• Toda pesquisa – e o doutoramento especialmente – é um processo interativo e interativo. A decisões influenciam os rumos da tese, e impactam no desenho da pesquisa.

• Uma boa tese deve se manter bem ajustada e equilibrada.

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O navio Vasa • “In 1625, Gustav II, the king of Sweden, commissioned the construction of four

warships to further his imperialistic goals. The most ambitious of these ships, named the Vasa, was one of the largest warships of its time, with 64 cannons arrayed in two gundecks. On August 10, 1628, the Vasa, resplendent in its brightly painted and gilded woodwork, was launched in Stockholm Harbor with cheering crowds and considerable ceremony. The cheering was short-lived, however; caught by a gust of wind while still in the harbor, the ship suddenly heeled over, foundered, and sank.

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O navio Vasa • “An investigation was immediately ordered, and it became apparent that the

ballast compartment had not been made large enough to balance the two gundecks that the king had specified. With only 121 tons of stone ballast, the ship lacked stability.

• “However, if the builders had simply added more ballast, the lower gundeck would have been brought dangerously close to the water; the ship lacked the buoyancy to accommodate that much weight. In more general terms, the design of the Vasa—the ways in which the different components of the ship were planned and constructed in relation to one another—was fatally flawed. The ship was carefully built, meeting all of the existing standards for solid workmanship, but key characteristics of its different parts—in particular, the weight of the gundecks and ballast and the size of the hold—were not compatible, and the interaction of these characteristics caused the ship to capsize.

• “Shipbuilders of that day did not have a general theory of ship design; they worked primarily from traditional models and by trial and error, and had no way to calculate stability. Apparently, the Vasa was originally planned as a smaller ship, and was then scaled up, at the king’s insistence, to add the second gundeck, leaving too little room in the hold.”

Extraído de Maxwell. Qualitative Research Design: an interactive approach

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O Desenho de Pesquisa

• Desenho de pesquisa refere-se à estrutura geral ou plano de um estudo, isto é, se o estudo é exploratório ou descritivo, qual o tipo de população, qual o método de análise e de coleta de dados.

• Metodologia de pesquisa refere-se às técnicas e práticas utilizadas para coletar, processar e analisar os dados

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Maxwell. Qualitative Research Design: an interactive approach

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Mauch&Park, 2003.

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Aspectos para o desenho da pesquisa

De: Hart (1998) Doing a Literature Review: Releasing the Social Science Research Imagination. OUP/Sage.

Ontológico O que existe? O que deve/pode ser investigado?

Epistemológico Como conhecer a verdade? Como distinguir conhecimentos verdadeiros e falsos?

Metodológico Como uma pesquisa produz conhecimentos válidos? Que opções adotar: indutivo-dedutivo; empírico-teórico; quantitativo-qualitativo...

Axiológico (ético) Questões relacionadas aos cientistas e aos sujeitos. Fraude.

Retórico Como a linguagem é utilizada? Pessoal-impessoal; formal-informal... Framing.

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Desenho da Pesquisa (Maxwell) 1. Goals. Why is your study worth doing? What issues do you want it to clarify, and

what practices and policies do you want it to influence? Why do you want to conduct this study, and why should we care about the results?

2. Conceptual framework. What do you think is going on with the issues, settings, or people you plan to study? What theories, beliefs, and prior research findings will guide or inform your research, and what literature, preliminary studies, and personal experiences will you draw on for understanding the people or issues you are studying?

3. Research questions. What, specifically, do you want to better understand about the settings or participants that you are studying? What do you not know about these that you want to learn? What questions best capture these learnings and understandings, and how are these questions related to one another?

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Desenho da Pesquisa (Maxwell) (2)

1. Methods. What will you actually do in conducting this study? What approaches and techniques will you use to collect and analyze your data? I identify four parts of this component of your design: (a) the relationships that you establish with the participants in your study; (b) your selection of settings, participants, times and places of data collection, and other data sources such as documents (“sampling”); (c) your methods for collecting your data; and (d) your data analysis strategies and techniques.

2. Validity. How might your results and conclusions be wrong? What are the plausible alternative interpretations and validity threats to these results and conclusions, and how will you deal with these? How can the data that you have, or that you could potentially collect, support or challenge your ideas about what’s going on? Why should we believe your results?

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A partir dos objetivos, à luz do quadro teórico, as perguntas de pesquisa são enunciadas.

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A metodologia vai ajudar a responder as perguntas, visando sempre garantir a validade dos resultados.

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Perguntas de Pesquisa

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Primeiro desafio: a pergunta de pesquisa

(Booth, Colomb & William, 2003)

• De um interesse amplo para um tópico de pesquisa: “Free will in Tolstoy” ➞ “The conflict of free will and inevitability in Tolstoy’s description of three battles in War and Peace”. – O tópico de pesquisa é um recorte do assunto amplo.

Para isso usamos palavras de “ação”: conflito, descrição, desenvolvimento, contribuição

– O tópico deve lhe interessar por todo o doutorado e deve ser passível de resposta no tempo disponível.

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Primeiro desafio: a pergunta de pesquisa

(Booth, Colomb & William, 2003)

• De um tópico para pergunta(s) de pesquisa (“N” livros da literatura) – Ask about the History of Your Topic – Ask about Its Structure and Composition – Ask How Your Topic Is Categorized – Ask What If? and Other Speculative Questions – Ask Questions Suggested by Your Sources

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Primeiro desafio: a pergunta de pesquisa

(Booth, Colomb & William, 2003)

• De uma pergunta para a sua significância – Name Your Topic:

I am trying to learn about (working on, studying) ____________ (X).

– Indicate the extent of your knowledge: ...because I want to find out who / what / when / where / whether / why / how ____________ (Y).

– Answer So What? by Motivating Your Question: ...in order to ____________ (Z).

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Da pergunta para a Tese:

• Argumentação é como um diálogo com o seu leitor: 1. What is my claim? 2. What reasons support my claim? 3. What evidence supports my reasons? 4. Do I acknowledge alternatives / complications /

objections, and how do I respond? 5. What principle makes my reasons relevant to my

claim? (We call this principle a warrant.)

Booth, Colomb & William, 2003

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HART, 1998. Doing a Literature Review.

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O argumento da tese:

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A tese em construção.

O Projeto (2012) REDES E CONHECIMENTO NA INDÚSTRIA BRASILEIRA DE JOGOS ELETRÔNICOS PARA UMA ESTRATÉGIA DE CRESCIMENTO ECONÔMICO

A tese (2016) COMUNIDADES E INTERMEDIÁRIOS DE CONHECIMENTO EM UM CLUSTER DE EMPRESAS DE TECNOLOGIA: um estudo das trocas informais de conhecimento através de redes sociais egocentradas

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A tese em construção.

O que eu pensava em 2012 • Objeto: Indústria de Games • Unidade de análise: pessoa • Tipo de pesquisa: Quantitativa • Método: análise de redes sociais • Tópico: trocas informais de

conhecimento, implicações para crescimento econômico

• Framework: Economics of Knowledge, Social Network Analysis

O que restou em 2016 • Objeto: Cluster de tecnologia • Unidade de análise: pessoa • Tipo de pesquisa: Quantitativa • Método: análise de redes

egocentradas • Tópico: trocas informais de

conhecimento, conflito entre epistemologias nos estudos de economia do conhecimento, diferentes noções de proximidades

• Framework: Economics of Knowledge, Geografia da Inovação, Egocentered Network Analysis

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Pools of hilgly talented, skilled and creative labour (Florida 2002)

Clusters

Promote innovation due to

Knowledge flows:x� Firm-firm;x� University-firmx� Unintentional Spillovers

(Knowlegde Externalities)

are

Formal and informal channels

through

Codified K travels easy. Taci K does not travel well, and is hard to codify;

so geography is important for interactive learning

Learning preconizes frequent co-presence, face-to-face interactions,

close collaboration.

Tacit K needs social underpinning (trust, reciprocity, sociality)

Informal K transfer is a benefit of

proximity/ agglomeration

Knowing as practice

x� Knowing as na action.x� Dependent and associated

with individuals capabilities and situated practices.

x� K is socially constructe; is only meaningful in relation to a distinct social practice.

x� Disctinct pieces of information can only be understood in relation to knowledge architectures (tacit + codified)

Knowing doesn’t circulate or diffuse; it has to be

always translated. Socialmente mediado.

Knowing Communities; Epistemic Communities; communities of Practice.

agglomeration of professionals, belonging to the same epistemic

communities

therefore

Mecanismos formais de trocas de conhecimento acarretam custos. Micro e Pequenas preferem canais

informais.

ECs are based largely on informal rather than formal relations (Haas,

1992a)

Diferentes canais exigem graus particulares de reciprocidade

EC surgem quando: complex

subject matter and technical

information need to be translated

into policy choices (Haas)

Epistemic community is in the genesis of a

science park

E.C. is a network of networks. ; a network that is integrated by a

complex group of networks

(Maldonado-Maldonado, 2004).

Triple Helix + 2: Industry,

Academia, ONG, Gov, VC.

Knowledge as possession. Codification

debate.

Non-intentional benchamrking mechanisms

and professional culture: rumours, impressions,

recommendations, trade folklore, strategic

misinformation

Learning Spaces with particular artefacts and

material infrastructure

are

Not bound by a single place, but

enacting a network of

learning places

Innovation occurs if actors manage to connect elements from practices that belong to different

places, communities, or organizations; Trade-off: cognitive

proximity vs. Diversity; Ideal cognitive distance (Nooteboom)

find a common language that facilitates mutual

learning, even though, the participants are engaged with

diverging, idiosyncratic localised practices.

Gatekeepersearching and selecting extra-

cluster knowledge

Introduce new knowledge into own companies

Diffuse new K to other firms of the cluster/ help firms

with poor connection

Quais canais? Motivação para adotar canais

levam em conta exigência de

reciprocidade?

Testar: Criação de parque tecnológico

preconiza existência de EC? Quais eram

as ECs existentes na genese do parque? Quem fazia parte

delas?

Testar pressuposto: Existem ECs no parque? Quais? Quem

pertence? Trace Epistemic Communities.

Testar: Ecs/ pessoas atuam

como Gatekeepers

(trazendo conhecimento externo para

dentro do cluster)?

Bridge/ Structural Hole

Testar: ECs atuam como bridges/

brokers (facilitando

aprendizado mútuo entre empresas do

cluster)?

Testar: ECs atuam como mecanismos de coordenação do trade-off entre distância-

proximidade cognitiva e distância-proximidade geográfica (considerando utilidade em forma de

U invertido)? Como?

O que é Comunidade Epistêmica? Como identificar uma comunidade epistêmica? Como

surge uma EC? Como funciona?

Knowing Communities OR Epistemic Communities OR

CoP? Tanto faz? Qual a diferença entre elas?

O que é Gatekeeper? Como atua? Que papel desempenha na rede? Quais suas motivações?

Que implicações tem para a troca de conhecimento?

O que é Structural Hole? O que é Spanning Position? O que é bridging position? Que

influências têm na troca de conhecimentos? (Burt)

O que é reciprocidade? Que importância tem para a troca de conhecimentos? (Coleman

1998)

Qual o papel da proximidade cognitiva para a troca de conhecimento em clusters? (Boschma;

Nooteboom)

Qual o papel da proximidade geográfica para a troca de conhecimento em clusters (Torre &

Gilli; Boschma)

Que papel cada uma desempenha

no cluster?

Comunidades / Redes como

mecanismos de coordenação?

O uso de técnicas – como o mapa mental abaixo – ajuda a organizar o que se sabe, definir os limites da pesquisa, enunciar as perguntas de pesquisa e não se perder no processo de revisão de literatura.

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Maxwell. Qualitative Research Design: an interactive approach

Cuidado para não ficar preso nesse loop.

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Quadro Teórico

“A teoria que ilumina sua tese”.

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Pra quê serve um framework teórico?

• “Every theory serves, in part, as a research directive. Theory is useful because it guides the collection of data and their subsequent analysis, by showing us beforehand where the data are to be fitted, and what we are to make of them when we get them…Without a theory, however provisional or loosely formulated, there is only a miscellany of observations, having no significance”

• (Kaplan, apud Shields 1998: 209)

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Pra quê serve um framework teórico?

• Ao pesquisador: guia a coleta e análise de dados: – O que procurar? – O que você está vendo nas observações? – Transparência: torna claros seus pressupostos e

pontos de partida. – Conhecimento acumulado: ajuda a relacionar a

pesquisa atual com a literatura prévia. – Guia a seleção de métodos.

• Ao leitor: – Revela as lentes (pressupostos, visões de mundo)

através das quais o pesquisador observa o fenômeno.

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O que é um Framework Teórico?

• O framework consiste em conceitos-chave interrelacionados.

• É como lentes ou filtros fotográficos ou luzes focais: ressaltam certos aspectos em detrimento de outros, amplificam um certo tipo de contraste.

• Qualquer tópico pode ser estudado a partir de diferentes ângulos, o framework deixa claro (para o pesquisador e para o leitor) qual está em vigor.

• Frameworks sugerem relações esperadas entre as variáveis.

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Framework é parte importante do desenho da pesquisa

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Operacionalização do Framework • Operacionalizar significa encontrar meios de medir os

conceitos apresentados na teoria. • Medir, nesse caso, pode se referir a quantificar ou avaliar

qualitativamente (ou ambos) • A teoria somente pode ser posta em prática mediante a

operacionalização de conceitos – Eg: como medir a inovação: por grau de novidade, por entradas

(investimentos em P&D), por saídas (número de inovações comercializadas), por impactos…

• A seleção ou criação de indicadores/medidas é um ponto crítico da pesquisa

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Quadro teórico da minha tese

1. Geografia da inovação (Boschma, 2005a, 2005b; Boschma e Ter Wal, 2007; Giuliani e Bell, 2005)

2. Economia do conhecimento, gestão do conhecimento, gestão da tecnologia

(Allen, 1971; Amin e Cohendet, 2004; Ancori et al. 2000; Cook & Brown; Cowan et al. 2000; Johnson et al. 2002; Lave & Wenger; Lundvall, 2004)

3. Análise de redes sociais (egocentradas) (Wasserman e Faust; Burt, 1984, 2000; Borgatti e Halgin,

2012)

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Operacionalização de Conceitos na minha tese

• Definição de comunidades de conhecimento, comunidades epistêmica e comunidades de prática (e como enquadrar os profissionais nestas categorias)

• Definição de intermediário de conhecimento (e como enquadrar os profissionais)

• Determinação de indicadores de proximidade geográfica e cognitiva,

• Etc.

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Metodologia

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O que é metodologia • Métodos para coleta, análise e interpretação de dados. • Define o jeito de fazer a pesquisa. • Tipos métodos:

– Indutivo x Dedutivo – Qualitativo x Quantitativo x Híbrido

• População e recorte. • Unidade de observação e análise. • Tipos de instrumentos: pesquisa, observação,

participação, equipamentos... • Tipos de amostragem: probabilística, não-

probabilística...

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Metodologia e desenho da minha tese

• Porque eu decidi que fosse: – Quantitativa – Método: análise de redes sociais – Unidade: pessoa – Universo: profissionais do porto digital

• Terminei com: – Redes egocentradas – Testes de correlação não-paramétricos – Amostra não-aleatória (bola-de-neve) – Etc..

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Análise de Redes Sociais (egocentradas)

Redes Completas • Coleta informações de

todos os atores e todos os laços

• Universo conhecido ex-ante • Ponto de vista externo • Não permite usar

amostragem aleatória, sempre censo

• Abordagem preferida para pequenos universos.

Redes Egocentradas (Freeman, 1982) • Seção da rede completa • Apenas Ego e seus Alters • Perspectiva “ptolomaica”,

pessoal • Menor volume de informação,

coleta de dados mais simples. • Possibilidade de amostragem

aleatória e combinação com survey

• Preferível em grandes universos

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Análise de Redes Sociais

Redes Completas Redes Egocentradas (Freeman, 1982)

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Metodologia da minha tese Universo e amostra

• Unidade de análise: pessoa (profissionais atuando em pesquisa e desenvolvimento de software no âmbito do Porto Digital)

• Recorte: PMEs locais, atuação em desenvolvimento de sw. (=114)

• Universo: estimado em 2.111 profissionais (média de 18,5 por empresa)

• Amostragem não-aleatória: 1. Identificação de empresas 2. Entrevista com diretor/ gerente 3. Entrevista com (até 4) profissionais de P&D indicados.

• Amostra final: 60 pessoas de 35 empresas.

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Metodologia Questionário

• Parte 1: sobre Ego (survey) – É TG? – Pertence a CC? – Que tipos de

conhecimento considera mais importante?

– que interações prefere?

– controles.

• Parte 2: Sobre a rede (Burt, 1984) – Name generator:

“Considerando a área de conhecimento relativa ao projeto de inovação em questão, com que pessoas você discutiu problemas e pediu sugestões, informações e conselhos ao longo desse período?”

– Name interrelator – Name interpreters

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1) Informações acerca de EGO: Qualificação,

Experiência, Preferências, TG, CC, etc.

2) Informações acerca de ALTERs:

Qualificação, Experiência, Tipos de conhecimento compartilhados, CC, etc.

3) Métricas (E-NET) acerca das redes e dos laços.

Ego-Rede (N=58)

Alter-Laço (N=280)

Três conjuntos de dados: Duas bases (Müller et al. 1999):

Variável-Chave: IdRede; Variáveis-resumo.

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Validade

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Qualidade da pesquisa

• Concordância intersubjetiva → consenso entre cientistas em um debate

• Construída sobre informação de qualidade – boas pesquisas

• Os mais importantes critérios de qualidade são controlabilidade/ replicabilidade, confiabilidade e validade (Yin 1994).

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Qualidade da pesquisa Controlabilidade • É o primeiro requisito para se alcançar concordância intersubjetiva acerca

de resultados de pesquisa. • É pré-requisito para se testar a validade e confiabilidade dos resultados. • Refere-se à possibilidade de replicar o estudo nas exatas condições, com

fins de verificação. • Para ter resultados controláveis/ controlados, cientistas devem explicitar

todos os passos de um estudo realizado: – Como os dados foram coletados? – Como os respondentes foram selecionados? – Que questões foram perguntadas? – Sob que circunstâncias os estudo foi conduzido? – Como os dados foram analisados? – O que apoiou as conclusões?

J. E. van Aken, H. Berends, H. van der Bij (2007) Problem-solving in Organizations

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Qualidade da pesquisa Confiabilidade • É um conceito fácil de compreender mas difícil de

definir. Geralmente dizemos que algo não é confiável se não podemos depender disso ou confiar em seu desempenho.

• Confiabilidade dos resultados da pesquisa → a possibilidade de se depositar confiança ou depender do desempenho também desse conhecimento.

• Os resultados de uma pesquisa são ditos confiáveis se forem independentes das características específicas do estudo, isto é, se não há vieses.

J. E. van Aken, H. Berends, H. van der Bij (2007) Problem-solving in Organizations

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Qualidade da pesquisa Confiabilidade

• Diferentes instrumentos podem resultar em medidas divergentes, mas os resultados da pesquisa devem ser uniformes, ajustados aos instrumentos.

• Se duas estratégias de pesquisa produzem resultados divergentes, tais resultados podem ser tanto conflitantes como complementares. – Eg. Entrevistas e Survey → o que eu faço vs. O que eu

digo/penso. • Confiabilidade aumenta com “triangulação” (Yin, 1994)

– Diferentes estratégias de pesquisa – Estudo de múltiplos casos

J. E. van Aken, H. Berends, H. van der Bij (2007) Problem-solving in Organizations

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Qualidade da pesquisa Validade • É o resultado justificável em função do método de

pesquisa. Este resultado é considerado verdadeiro ou adequado em relação ao método.

• Esta definição de validade pressupõe confiabilidade. Se uma medida não é confiável, não produzirá um resultado válido. – No entanto, confiabilidade não garante validade, veremos a

seguir. • Três tipos:

– Validade de Construto – Validade Interna – Validade Externa

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Qualidade da pesquisa

Validade de construto: • É a medida em que os instrumentos efetivamente

medem o que se pretendem medir. – i.e. a qualidade da operacionalização do framework. – Validade de construto é alta se os indicadores e

variáveis efetivamente medirem o significado do conceito a ser medido.

• Dois aspectos: – não deixar de medir algo fundamental; – não incluir na medida elementos irrelevantes/espúrios

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Qualidade da pesquisa

Validade interna: • Refere-se à validade das relações. Se as

relações entre variáveis e conclusões são completas e justificadas.

• Para que haja validade interna, é preciso ter certeza de que não existem outras explicações alternativas plausíveis.

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Qualidade da pesquisa

Validade externa • Se refere à generalização dos resultados e

conclusões para o universo das pessoas, organizações, países e situações – regra geral.

• Como determinar se as conclusões valem somente para o caso estudado ou para o universo?

• Um N (amostra) maior eleva a validade externa dos resultados.

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Conclusão • A pesquisa de mestrado/doutorado é um caminho

tortuoso, de tentativa e erro, com muitas decisões a serem tomadas.

• Em muitos momentos é preciso adiar/abandonar tópicos e perguntas para que não se perca. Mas... o doutorando/mestrando está no controle da sua pesquisa.

• Cada decisão tomada implica em consequências teóricas, empíricas e metodológicas.

• A qualidade da sua pesquisa é garantida quando todas as decisões são justificadas, explicitadas e os devidos ajustes são feitos.

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Referências • Wayne BOOTH, Gregory COLOMB; Joseph WILLIAMS, The Craft of

Research. Chicago: University of Chicago Press, 2003 • Chris HART, Doing a Literature Review, London: Sage, 2003. • James E. MAUCH; Namgi PARK.(2003) Guide to the Successful

Thesis and Dissertation • J. E. VAN AKEN, H. BERENDS, H. VAN DER BIJ. Problem-solving in

Organizations, 2007 • BURT, Ronald S. Network items in the General Social Survey. Social

Networks, v.6, p.293-339, 1984. • FREEMAN, Linton. Centered Graphs and the Structure of Ego

Networks, Mathematical Social Sciences, v.3, n.3, p.291-304, 1982. • MÜLLER, Christophe; WELLMAN, Barry; MARIN, Alexandra. How to

use SPSS to study ego-centered networks. Bulletin de Méthodologie Sociologique, v. 64, n. 1, p. 83-100, 1999.