o descumprimento da lei 10559/2002 · em um processo judicial, que teve inicio em 1983 e encerrado...
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NÚCLEO JURIDICO – INFORMATIVO. (12/06/2011)
O DESCUMPRIMENTO DA LEI 10559/2002
A União foi condenada a pagar uma indenização a titulo de DANOS MORAIS no valor de
R$ 6.558.272,16 a Felícia Morais Soares e ao filho, esposa e filho do fiscal da Receita Federal
Rui Frazão Soares, desaparecido na manhã de 27 de maio de 1974, durante o regime militar,
em um Processo Judicial, que teve inicio em 1983 e encerrado e publicado em 20 de
outubro de 2002 (portanto 19 anos de tramitação na Justiça), quando foi publicada a decisão,
por unanimidade, da Primeira Turma do Tribunal de Justiça (STJ) que manteve decisão do
Tribunal Regional da 5ª Região, segundo a qual: “cabe reparação, com valores não
irrisórios, à família de desaparecido de prisão militar no período de exceção do Estado
brasileiro”. Segundo o acórdão do RTF, mantido pelo STJ, “é presumida a morte de pessoa
que desapareceu em prisão militar e sua família tem direito à compensação por dano
moral, como meio de “mitigação da dor”, dada a objetiva irreparabilidade da situação
adversa de que foi vitima”
O pagamento desta indenização, ainda durante o período de transição do governo FHC para
Lula, foi lançado como uma “denuncia” a qual ex-presos estariam recebendo indenizações
milionárias, fruto de fraudes e favorecimento de “amigos de amigos do Rei”. Procurando criar
uma “opinião publica” desfavorável ao pagamento destas indenizações. Esta campanha foi
feita pela imprensa escrita e também através da internet. O resultado é obvio: o Governo se
sentindo cobrado prometeu uma revisão de todos os valores pagos, ou autorizados a serem
pagos, principalmente os dos processos deferidos pela Comissão de Anistia do governo FHC
pregando mudanças nos critérios e formas de pagamento da reparação econômica aos
anistiados políticos de que trata a Lei 10559/2002.
Em 27 de agosto de 2003, o Governo institui através de um Decreto Presidencial, uma
Comissão Interministerial para estabelecer critérios e formas de pagamento das reparações
econômicas aos anistiados políticos. A Comissão Interministerial era formada por seis
Ministros mais o Secretario Especial dos Direitos Humanos da Presidência da Republica.
Em 2004, o FORUM DOS EX PRESOS E PERSEGUIDOS POLITICOS DO ESTADO DE
SÃO PAULO, que acompanhava de muito perto o andamento de centenas de Processos junto
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a Comissão de Anistia e percebendo as dificuldades dos Requerentes, em terem seus pedidos
analisados dentro dos parâmetros da Lei, pela Comissão de Anistia, e, não estávamos
observando apenas tempo de tramitação, tempo de diligencias infindáveis, lentidão nos
julgamentos, mas, e principalmente as novas interpretações que estavam sendo feitas da Lei,
interpretações que feriam o texto e o espírito da Lei em sua plenitude, mudanças que estavam
ocorrendo diante dos reiterados pronunciamentos que emanavam do Governo, nas pessoas dos
Senhores Ministro da Justiça e Presidente da Comissão de Anistia sobre a necessidade de
mudanças nos CRITÉRIOS, para a concessão dos benefícios previstos na Lei 10559/2002,
diante desta situação, em carta aberta ao Presidente da Republica, o FORUM reiterou a sua
firme posição de não aceitar qualquer manipulação ou modificações da Lei 10559/2002
expressando-se da seguinte forma:
“QUE A LEI SEJA CUMPRIDA”
“que a Lei seja aplicada sem casuísmos e em sua plenitude”
“que, nos termos da Lei, as reparações previstas sejam realmente estendidas a todos os ex-presos
e perseguidos políticos, independente do poder de barganha, individual ou de suas corporações,
com o Poder Político Constituído.”
No documento do 1º Seminário Nacional dos Anistiados e Anistiando do Brasil, realizado em
15 de agosto de 2007 e subscrito por mais de vinte representantes de Associações de ex-presos e
perseguidos políticos deste país, estão claras as nossas posições diante das investidas da direita para
anular mais este avanço na luta pela “Anistia Ampla, Geral e Irrestrita”,
Foram 19 itens e XVI incisos de reivindicações, onde deixamos consignadas, no 1º SEMINÁRIO
NACIONAL DOS ANISTIADOS E ANISTIANDOS DO BRASIL, nossas reivindicações, sendo a
primeira delas:
I – não à alteração da Lei de Anistia 10559/2002, sustentada pelo Artigo 8º do ADCT (1)
(1) – Isto dito contra o PL que tramita no Congresso propondo mudanças na
L.10559/02.
E o documento encerrava-se com as nossas principais reivindicações e discordância com as
aplicações dos “novos critérios” (2) e interpretações dadas a Lei 10559/2002 pelos Senhores
Ministro da Justiça e Presidente da Comissão de Anistia, divergências estas que de lá para cá só
se aprofundaram.
(2) - Declarações do Ministro Tarso Genro a revista ÉPOCA - (25/06/2008): – Qual o
balanço do processo de anistia no Brasil? - “A Lei da Anistia produziu deformações”
Tarso Genro: “O contraste dos valores das indenizações a anistiados é inaceitável, embora
seja legal”
Tarso Genro – “A Lei de Anistia é conquista do estado de direito, mas produziu
determinadas deformações, ela é disfuncional.” (?)
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ÉPOCA – Por que o senhor determinou mudanças no critério de concessão de anistias?
Genro – “Havia uma aplicação fria da lei, produzindo agressões ao direito. Injustiças.
Reorganizamos os critérios de deferimento das indenizações, reduzindo drasticamente
os valores. Eram valores legais, mas contrastava das outras indenizações, o que é
inaceitável. Nós mudamos os critérios interpretativos para aproximarmos a lei do direito.”
ÉPOCA – Há tempo de corrigir isso hoje?
Genro – “É difícil. Pode, mas depende de uma vontade política do legislador. É um bom tema
para o Congresso Nacional.”
Isso dito, nunca é demais lembrar a estes senhores que dentro de um Estado de Direito e
DEMOCRATICO, (como nós acreditamos que seja, ou não?) a Constituição Federal de 1988 foi
amplamente discutida por uma Assembléia Nacional Constituinte, Senadores e Deputados, eleitos
democraticamente para darem a este país uma “Constituição Cidadã”, Democrática, onde o
Legislador Constituinte entendeu que era necessário, para reparar 21 anos de DITADURA
MILITAR, que a ANISTIA POLITICA ficasse consignada na CONSTITUIÇÃO na forma:
Artigo 8º do ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUICIONAIS TRANSITÓRIAS de
1988.
Art. 8º. (ADCT) É concedida anistia (3) aos que, no período de 18 de setembro de 1946 até a data da
promulgação da Constituição, foram atingidos, em decorrência de motivação exclusivamente política, por
atos de exceção, institucionais ou complementares, aos que foram abrangidos pelo Decreto Legislativo nº 18,
de 15 de dezembro de 1961, (4) e aos atingidos pelo Decreto-Lei nº 864, de 12 de setembro de 1969,
asseguradas as promoções, na inatividade, ao cargo, emprego, posto ou graduação a que teriam direito se
estivessem em serviço ativo (5), obedecidos os prazos de permanência em atividade previstos nas leis e
regulamentos vigentes, respeitadas as características e peculiaridades das carreiras dos servidores públicos civis
e militares e observados os respectivos regimes jurídicos.
§ 1º - O disposto neste artigo somente gerará efeitos financeiros a partir da promulgação da
Constituição, vedada a remuneração de qualquer espécie em caráter retroativo.
§ 2º - Ficam assegurados os benefícios estabelecidos neste artigo aos trabalhadores do setor
privado, dirigentes e representantes sindicais que, por motivos exclusivamente políticos, tenham
sido punidos, demitidos ou compelidos ao afastamento das atividades remuneradas que exerciam,
bem como aos que foram impedidos de exercer atividades profissionais em virtude de pressões
ostensivas ou expedientes oficiais sigilosos.
§ 3º - Aos cidadãos que foram impedidos de exercer, na vida civil, atividade profissional específica,
em decorrência das Portarias Reservadas do Ministério da Aeronáutica nº S-50-GM5, de 19 de junho
de 1964, e nº S-285-GM5 será concedida reparação de natureza econômica, na forma que dispuser
lei de iniciativa do Congresso Nacional e a entrar em vigor no prazo de doze meses a contar da
promulgação da Constituição.
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§ 4º - Aos que, por força de atos institucionais, tenham exercido gratuitamente mandato eletivo de
vereador serão computados, para efeito de aposentadoria no serviço público e previdência social, os
respectivos períodos.
§ 5º - A anistia concedida nos termos deste artigo aplica-se aos servidores públicos civis e aos
empregados em todos os níveis de governo ou em suas fundações, empresas públicas ou
empresas mistas sob controle estatal, exceto nos Ministérios militares, que tenham sido punidos ou
demitidos por atividades profissionais interrompidas em virtude de decisão de seus trabalhadores,
bem como em decorrência do Decreto-Lei nº 1.632, de 4 de agosto de 1978, ou por motivos
exclusivamente políticos, assegurada a readmissão dos que foram atingidos a partir de 1979,
observado o disposto no § 1º.
(3) “É CONCEDIDA ANISTIA”
Advogado-Geral da União CLÓVIS RAMALHETE Ementa:
“Anistia é lei que atua sobre leis e suspende a atuação delas sem revogá-las, sejam penais,
tributárias, previdenciárias ou administrativas. - A Lei da Anistia, que é de exceção, tendo
imperativamente constituído situação jurídica de aposentado a certas pessoas anistiadas,
não se exige destas que tenham satisfeito os requisitos da lei comum, para a aquisição do
direito ao benefício previdenciário; estão aposentadas. - A União cabe recompor o sistema
financeiro da Previdência se acaso desfalcado por efeito das aposentadorias de regime
excepcional, outorgadas pela lei Anistia”. (CLOVIS RAMALHETE já falava da situação jurídica da Lei de
Anistia 6683/79)
(4) “DECRETO LEGISLATIVO 18/61”
Concede anistia aos que praticaram fatos definidos como crimes políticos definidos em lei
desde 16/07/1934 a 15/12/1961. (Este Decreto tinha sido revogado pela Ditadura Militar)
(5) “ASSEGURADAS AS PROMOÇÕES NA INATIVIDADE A QUE TERIAM DIREITO
(COMO) SE ESTIVESSEM EM SERVIÇO ATIVO”.
O Executivo, sob pressão, propõe a regulamentação do Artigo 8º da ADCT através da edição
da MP 2151/2001, Medida Provisória esta que foi reeditada por três vezes e finalmente
editada como “MP 65”, MP esta, que recebeu mais de 230 emendas, propostas de alteração
do texto legal, que após ampla e exaustiva discussão no Congresso o Legislador Ordinário
entendendo ter interpretado a vontade do Legislador Constituinte votou a MP 65
transformando-a em Lei 10559/2002.
Publicada nestes termos:
“Presidência da República
Casa Civil - Subchefia para Assuntos Jurídicos
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LEI No 10.559, DE 13 DE NOVEMBRO DE 2002.
Conversão da MP nº 65, de 2002 Regulamenta o art. 8o do Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias e dá outras providências.
Faço saber que o PRESIDENTE DA REPÚBLICA adotou a Medida Provisória nº 65, de 2002, que o
Congresso Nacional aprovou, e eu, Ramez Tebet, Presidente da Mesa do Congresso Nacional,
para os efeitos do disposto no art. 62 da Constituição Federal, com a redação dada pela Emenda
constitucional nº 32, de 2001, promulgo a seguinte Lei:”
A CONSTITUIÇÃO VILIPENDIADA E OS DESCUMPRIMENTOS DA LEI 10559/2002
CAPÍTULO I
DO REGIME DO ANISTIADO POLÍTICO (6)
(6) – DO REGIME DO ANISTIADO POLITICO.
Parecer: Alaor Barbosa Consultor Legislativo do Senado Federal, aposentado; advogado.
“Afirma, pois, a lei, de modo claríssimo, o caráter e natureza indenizatórios das duas
modalidades de reparação econômica ao anistiado político: a prestação única e a prestação
permanente e continuada”. Acrescentaria: - contagem para todos os efeitos, do tempo em
que o anistiado político esteve compelido ao afastamento de suas atividades profissionais.
- Que também não deixa de ser uma forma de reparação econômica.
Continuando: “Esse caráter e natureza precisam ser muito bem percebidos e assimilados, a
fim de não se deturpar o sentido teleológico dessa lei que veio, mediante indenizações
pecuniárias e a concessão de outros direitos, tentar colocar um ponto-final no ciclo de terríveis
agruras sofridas pelos vencidos políticos durante o período que medeia entre18 de setembro
de 1946 (data da promulgação da Constituição Federal desse ano) e 5 de outubro de 1988
(data da promulgação da Constituição Federal desse ano de 1988)”. “Note-se que, para não
deixar dúvida, a locução substantiva “reparação econômica” se repete em vários pontos da lei
10.559. Constitui-se mesmo em título de um capitulo dela: “DA REPARAÇÃO
ECONÔMICA DE CARÁTER INDENIZATÓRIO”, que começa com o Art. 3º”.
“Tal indenização a melhor analogia que guarda e apresenta é com a indenização por danos
decorrente da responsabilidade civil do Estado, fixada no Art. 37, § 6º, da Constituição
vigente e no Art. 43 do novo Código Civil. Essa analogia parece-nos perfeita e a única apta a
permitir compreender esse novo instituto indenizacional. (DO REGIME DO ANISTIADO
POLITICO) Ela afasta o risco do erro de se associar e confundir a indenização arbitrada pela
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Comissão de Anistia com qualquer benefício de natureza previdenciária.” (NÃO SE TRATA
DE APOSENTADORIA). (L 10559-art.11º, 19º e PU.) (6a)
Erro que pode se traduzir em interpretações e a raciocínios danosos ao direito dos anistiados
políticos. Como os que estão sendo intentados pelo TCU, pretendendo rever todas as
indenizações concedidas, por confundi-las com processos de aposentadoria previdenciários.
(6a) - Vejamos o que diz a Lei 10559 - art. 11º, 19º e PU.
“Art. 11. Todos os processos de anistia política, deferidos ou não, inclusive os que estão
arquivados, bem como os respectivos atos informatizados que se encontram em outros Ministérios, ou
em outros órgãos da Administração Pública direta ou indireta, serão transferidos para o Ministério
da Justiça, no prazo de noventa dias contados da publicação desta Lei.”
“Art. 19. O pagamento de aposentadoria ou pensão excepcional relativa aos já anistiados políticos,
que vem sendo efetuado pelo INSS e demais entidades públicas, bem como por empresas, mediante
convênio com o referido instituto, será mantido, sem solução de continuidade, até a sua substituição
pelo regime de prestação mensal, permanente e continuada, instituído por esta Lei, obedecido o que
determina o art. 11.”
“Parágrafo único. Os recursos necessários ao pagamento das reparações econômicas de caráter
indenizatório terão rubrica própria no Orçamento Geral da União e serão determinados pelo
Ministério da Justiça, com destinação específica para civis (Ministério do Planejamento, Orçamento e
Gestão) e militares (Ministério da Defesa).”
Art. 1º - O REGIME do Anistiado Político compreende os seguintes DIREITOS:
I - declaração da condição de anistiado político; (7)
(7) - A primeira condição para pleitear a declaração de anistiado político é a
motivação exclusivamente política do dano a ser reparado.
II - reparação econômica, de caráter indenizatório, em prestação única ou em
prestação mensal, permanente e continuada, asseguradas a readmissão (8) ou a
promoção na inatividade (9), nas condições estabelecidas no caput e nos §§ 1º e 5º do art.
8º do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias;
(8) - quantos militares foram readmitidos e/ou reintegrados em suas funções?
(8a) - (Anexo 2º Seminário) – Readmitidos e Reintegrados
A Comissão de Anistia está interpretando a Lei 10559/02, baseando-se na versão anterior MP 65/02,
onde constava no artigo 3º - § 3º a exclusão dos readmitidos e reintegrados no benefício de anistia,
totalmente excluído na Lei 10559/02, concedendo apenas a declaração de Anistia, considerando que
teriam sido devidamente indenizados ao retornar.
Exemplo:
Daniel de Andrade Simões.
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(9) - como estão sendo feitas as promoções na inatividade?
O entendimento adotado pelo Ministério do Planejamento inviabiliza o cumprimento do
disposto na Lei para todos que julgados pelo Comissão de Anistia com direito a uma
reparação econômica, mensal permanente e continuada, tiveram seu pedido deferido com
base na Bolsa de salários do Data Folha, quando o seu cargo , função ou profissão não
apresente evolução na pesquisa ou simplesmente a pesquisa considere que a sua profissão
não mais existe, não tenha demanda no mercado ou pelos critérios da Data Folha,
simplesmente, foi excluída da pesquisa.
O Ministério do Planejamento, para os valores fixados com base na Data Folha, recusa a
revisão anual dos valores baseada nos Dissídios Coletivos da Categoria profissional a qual o
anistiado pertencia à época de sua punição, a Convenção Coletiva da Categoria Profissional,
negociada pelo Sindicato da base a qual pertencia o anistiado não estão sendo aceitas como
paradigmas para conceder o reajuste previsto na Lei expressa no art. 8º da Lei 10559/02.
E o Ministério do Planejamento quando é questionado com base no PU do art. 11º da Lei
10559/02, sobre a revisão do valor da correspondente prestação mensal, permanente e
continuada, remete a questão como sendo de responsabilidade da Comissão de Anistia que
deferiu o pedido do requerente com base na Bolsa de salários da Data Folha, onde segundo
o Ministério do Planejamento não cabe revisão com base em Dissidios Coletivos de
Categoria Profissional, mas unicamente pelo índice da Data Folha.
(9a) - (Anexo - 2º Seminario) - MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO
Os problemas existentes neste Ministério também são decorrentes da total ignorância do artigo 6º e
seus §§ da Lei 10559/02, transformando os anistiados em 3 grupos distintos.
I - Verba de Custeio / Folha de Pagamento
O Ministério do Planejamento insiste em dividir os anistiados em dois grupos: folha de pagamento
(anistiados dos órgãos oficiais) e verba de custeio (anistiados da iniciativa privada).
II – Correção pelos índices do INSS
Estão aplicando correção das PMPCs(prestação mensal permanente e continuada) pelos índices do
INSS,(índice de aumento anual do salário mínimo) contrariando o artigo 8º:
Art. 8o O reajustamento do valor da prestação mensal, permanente e continuada, será feito quando
ocorrer alteração na remuneração que o anistiado político estaria recebendo se estivesse em serviço
ativo, observadas as disposições do art. 8o do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.
Exemplo:
Aleinaldo Batista Silva
III – Dissídios
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Não estão sendo cumpridas integralmente as condições das CONVENÇÕES COLETIVAS DE
TRABALHO, desrespeitando o artigo 8º acima citado.
III - contagem, para todos os efeitos, do tempo em que o anistiado político esteve
compelido ao afastamento de suas atividades profissionais, em virtude de punição ou de
fundada ameaça de punição, por motivo exclusivamente político (10), vedada a
exigência de recolhimento de quaisquer contribuições previdenciárias (11);
(10) - Uma das atribuições do Conselheiro, que depois de analisar a documentação
juntada em requerimento é a de emitir seu parecer conclusivo, primeiramente à
apreciação da Comissão de Anistia, para validar ou não o pedido de reparação, deve
também fazer constar do seu parecer, a contagem do tempo para todos os efeitos, isto é,
em quantos anos a CA vai anistiar o requerente para ele usar a CONTAGEM DO TEMPO
PARA TODOS OS EFEITOS, (DIREITO que o Ministério da Previdência e outros órgãos do
Governo não reconhecem, para todos os efeitos) visando à apreciação e decisão do Senhor
Ministro de Estado da Justiça, que, se for o caso, por meio de portaria declara a anistia, fixando os
direitos reconhecidos.
(11) – (Ministério da Previdência Social - PARECER Nº 1, DE 17 DE JANEIRO
DE 2007 - DOU Nº 14, sexta-feira, 19 de janeiro de 2007)
“37. Ante o exposto, esta Consultoria Jurídica, no exercício das atribuições que lhe confere o
inciso III do art. 11 da Lei Complementar nº 73, de 1993, adota os seguintes entendimentos:
a) a reparação econômica, de caráter indenizatório, de que trata a Lei nº 10.559, de 2002, e
a contagem de tempo, para fins previdenciário, do período em que o segurado anistiado
esteve compelido ao afastamento de suas atividades profissionais, em virtude de punição ou
de fundada ameaça de punição, por razões exclusivamente políticas, constituem direitos
cumulativos do anistiado político;
b) o trabalhador anistiado político, que teve reconhecido seu direito, pelo Ministério da
Justiça, à reparação econômica, de caráter indenizatório, de que trata a Lei nº 10.559, de
2002, também é assegurada a contagem de tempo, no âmbito do Regime Geral de
Previdência Social, do período de afastamento de suas atividades profissionais, em virtude
dos atos de exceção de natureza política;
c) é vedada a percepção cumulativa do benefício excepcional de anistiado político existente
anteriormente à edição do Decreto nº 3.048, de 1999, com a reparação econômica
indenizatória prevista na Lei nº 10.559, de 2002.
À consideração do Sr. Ministro, para fins do disposto no art. 42 da Lei Complementar nº 73,
de 1993. Brasília, 15 de janeiro de 2007. “
(11a) - (2º Seminário) - INSS - Apesar do constante no Inciso III do artigo 1º
“...vedada à exigência de recolhimento de quaisquer contribuições previdenciárias;”
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O INSS insiste em não aceitar as publicações de contagem de tempo em DOU e não acatam a
reimplantação da APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO dos que optaram pela APOSENTADORIA
EXCEPCIONAL DE ANISTIADO, hoje transformados em Prestação Mensal, Permanente e Continuada.
(11b) - (Art. 16º da Lei 10559/02) - “...facultando-se a opção mais favorável.” O INSS tem
dificultado muito a aplicação da Lei em pauta nas questões que lhe tocam.
IV - conclusão do curso, em escola pública, ou, na falta, com prioridade para bolsa de
estudo, a partir do período letivo interrompido, para o punido na condição de estudante,
em escola pública, ou registro do respectivo diploma para os que concluíram curso em
instituições de ensino no exterior, mesmo que este não tenha correspondente no Brasil,
exigindo-se para isso o diploma ou certificado de conclusão do curso em instituição de
reconhecido prestígio internacional; e (12)
(12) - O que não esta dito aqui é que o MEC só tem reconhecido os diplomas das
instituições que tenham convenio com as Universidades brasileiras, mesmo que a instituição
tenha reconhecido prestigio internacional.
V - reintegração dos servidores públicos civis e dos empregados públicos punidos, por
interrupção de atividade profissional em decorrência de decisão dos trabalhadores, por
adesão à greve em serviço público e em atividades essenciais de interesse da segurança
nacional por motivo político.
Parágrafo único. Aqueles que foram afastados em processos administrativos, instalados
com base na legislação de exceção, sem direito ao contraditório e à própria defesa, e
impedidos de conhecer os motivos e fundamentos da decisão, serão reintegrados em seus
cargos.
(13) - Qualquer requerente que demande a Comissão de Anistia o reconhecimento de
sua “condição de anistiado político”, independentemente de sua situação econômico-
financeira atual, ou da sua condição profissional , a época da sua punição, esta buscando
uma reparação do Estado por um dano sofrido. A Lei 10559/02 lhe oferece essa reparação,
uma indenização com todas as características de uma indenização por danos, sobretudo
trabalhista, Em nenhum momento a Lei faz referencias a reparar danos morais, recompor
patrimônios, e, menos ainda em recompor as perdas por perdas de oportunidade.
CAPÍTULO II
DA DECLARAÇÃO DA CONDIÇÃO DE ANISTIADO POLÍTICO
Art. 2º - São declarados anistiados políticos aqueles que, no período de 18 de setembro de
1946 até 5 de outubro de 1988, por motivação exclusivamente política, foram:
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I - atingidos por atos institucionais ou complementares, ou de exceção na plena
abrangência do termo; (14)
(14) - A usurpação do papel do Legislativo e do Judiciário pela ditadura civil militar pode
ser observada na forma como os militares brasileiros, de posse do poder executivo, conseguiram
atuar arbitrariamente, não só na promulgação de artigos “draconianos” de leis autoritárias, que
podem ser vistos, afora os diplomas legais regulares (como leis e decretos), na edição de 17 Atos
Institucionais, 9 Atos do Comando Supremo da Revolução, 105 Atos Complementares e uma
série de inúmeros decretos-lei, portarias, censuras, transferências e punições tipificadas (HOJE)
nos incisos do art. 2º da Lei 10559/02, manifestações pelas quais podemos perceber o caráter
insólito da estrutura de repressão implementada pelo regime civil militar brasileiro.
II - punidos com transferência para localidade diversa daquela onde exerciam suas
atividades profissionais, impondo-se mudanças de local de residência;
III - punidos com perda de comissões já incorporadas ao contrato de trabalho ou inerentes
às suas carreiras administrativas;
IV - compelidos ao afastamento da atividade profissional remunerada (PUNIDO), para
acompanhar o cônjuge;
V - impedidos de exercer, na vida civil, atividade profissional específica em decorrência das
Portarias Reservadas do Ministério da Aeronáutica no S-50-GM5, de 19 de junho de 1964, e
no S-285-GM5;
VI - punidos, demitidos ou compelidos ao afastamento das atividades remuneradas que
exerciam, bem como (TAMBÉM) impedidos de exercer atividades profissionais em virtude
de pressões ostensivas ou expedientes oficiais sigilosos, sendo trabalhadores do setor privado
ou dirigentes e representantes sindicais, nos termos do § 2o do art. 8o do Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias;
Art.8º- § 2º, (ADCT) - Ficam assegurados os benefícios estabelecidos neste artigo aos trabalhadores do setor
privado,(15) dirigentes e representantes sindicais que, por motivos exclusivamente políticos, tenham sido
punidos, demitidos ou compelidos ao afastamento das atividades remuneradas que exerciam,(16) bem
como(TAMBÉM) aos que foram impedidos de exercer atividades profissionais em virtude de pressões ostensivas
ou expedientes oficiais sigilosos.(17)
(15) – FICAM ASSEGURADOS OS BENEFICIOS... AOS TRABALHADORES DO SETOR PRIVADO:
Pela 1ª vez a Lei de Anistia assegura de forma clara que os benefícios da Anistia, também, se
aplicam aos trabalhadores do setor privado.
(Anexo 2º Seminario) - Interpretação da Lei (novos critérios):
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O entendimento da Comissão de Anistia, de que os valores recebidos por ACORDO TRABALHISTA
(verbas rescisórias – 13º - Férias, etc) correspondem à indenização por Anistia afronta o § 2º do ART
8º DO ADCT DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 88.
Nestes casos, estão sendo concedidas apenas a declaração de anistiado e a contagem de tempo.
Exemplos:
PÓLO PETROQUÍMICO CAMAÇARI – EMBRAER: Getúlio Antônio Guedes de Souza
(16) – a Comissão de Anistia não aceita discutir progressão de salários, nem
progressão de carreira, recusa os paradigmas de colegas de trabalho que permaneceram na
ativa, carta da Empresa, onde o requerente trabalhou, fixando progressão de salários e
carreira, cartas de associações de classe, sindicatos ou federações.
(17) – tenham sido punidos, demitidos ou compelidos ao afastamento das
atividades remuneradas: Punidos, Demitidos, ou Compelidos ao Afastamento estes termos
trazem consigo uma clara leitura de PUNIÇÃO como: PERDA DA ATIVIDADE REMUNERADA,
bem como (TAMBÉM) aos que foram impedidos de exercer atividades profissionais em
virtude de PRESSÕES OSTENSIVAS ou EXPEDIENTES OFICIAIS SIGILOSOS: O §2º do Art. 8º da
ADCT, A leitura do final do parágrafo estende os benefícios da Lei– BEM COMO (TAMBÉM)
aos que foram PERSEGUIDOS.
VII - punidos com fundamento em atos de exceção, institucionais ou complementares, ou
sofreram punição disciplinar, sendo estudantes;
VIII - abrangidos pelo Decreto Legislativo nº 18, de 15 de dezembro de 1961, e pelo Decreto-
Lei no 864, de 12 de setembro de 1969;
IX - demitidos, sendo servidores públicos civis e empregados em todos os níveis de governo
ou em suas fundações públicas, empresas públicas ou empresas mistas ou sob controle
estatal, exceto nos Comandos militares no que se refere ao disposto no § 5o do art. 8o do Ato
das Disposições Constitucionais Transitórias;
X - punidos com a cassação da aposentadoria ou disponibilidade;
XI - desligados, licenciados, expulsos ou de qualquer forma compelidos ao afastamento de
suas atividades remuneradas, ainda que com fundamento na legislação comum, ou
decorrentes de expedientes oficiais sigilosos.
XII - punidos com a transferência para a reserva remunerada, reformados, ou, já na
condição de inativos, com perda de proventos, por atos de exceção, institucionais ou
complementares, na plena abrangência do termo;
XIII - compelidos a exercer gratuitamente mandato eletivo de vereador, por força de atos
institucionais;
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XIV - punidos com a cassação de seus mandatos eletivos nos Poder Legislativo ou Executivo,
em todos os níveis de governo;
(Anexo 2º Seminário) - Processos de Deputados Federais
Não estão sendo concedidos contagem de tempo para Deputados Federais cassados em seus direitos
políticos por dez anos e que foram obrigados a exilar-se até a primeira Lei de Anistia, alegando que
os mesmos “já recebem demais ”, contrariando o artigo 1º - III da Lei 10559/02:
Exemplos:
Hermano de Deus Nobre Alves, Marco Antônio Tavares Coelho.
XV - na condição de servidores públicos civis ou empregados em todos os níveis de governo
ou de suas fundações, empresas públicas ou de economia mista ou sob controle estatal,
punidos ou demitidos por interrupção de atividades profissionais, em decorrência de
decisão de trabalhadores;
XVI - sendo servidores públicos, punidos com demissão ou afastamento, e que não
requereram retorno ou reversão à atividade, no prazo que transcorreu de 28 de agosto de
1979 a 26 de dezembro do mesmo ano, ou tiveram seu pedido indeferido, arquivado ou não
conhecido e tampouco foram considerados aposentados, transferidos para a reserva ou
reformados;
XVII - impedidos de tomar posse ou de entrar em exercício de cargo público, nos Poderes
Judiciário, Legislativo ou Executivo, em todos os níveis, tendo sido válido o concurso.
§ 1º - No caso previsto no inciso XIII, o período de mandato exercido gratuitamente conta-se
apenas para efeito de aposentadoria no serviço público e de previdência social.
§ 2º - Fica assegurado o direito de requerer a correspondente declaração aos sucessores ou
dependentes daquele que seria beneficiário da condição de anistiado político. (??)
CAPÍTULO III
DA REPARAÇÃO ECONÔMICA DE CARÁTER INDENIZATÓRIO
Art. 3º - A reparação econômica de que trata o inciso II do art. 1º desta Lei, nas condições
estabelecidas no caput do art. 8o do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias,
correrá à conta do Tesouro Nacional.
§ 1º - A reparação econômica em prestação única não é acumulável com a reparação
econômica em prestação mensal, permanente e continuada.
§ 2º - A reparação econômica, nas condições estabelecidas no caput do art. 8o do Ato das
Disposições Constitucionais Transitórias, será concedida mediante portaria do Ministro de
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Estado da Justiça, após parecer (18) favorável da Comissão de Anistia de que trata o art.
12 desta Lei.
(18) - Neste caso a Lei é bastante clara: a Comissão de Anistia (leia-se Conselheiro)
emitira um PARECER sobre o pedido formulado para a concessão da condição do anistiado
político e reparação pretendida pelo requerente, deferindo ou não este pedido, dentro dos
parâmetros da Lei, em nenhum momento a lei outorga aos Conselheiros, Presidente da CA
ou Ministro da Justiça o poder de JULGAR A LEI, boa ou má com base nos seus critérios
pessoais para julgar o pedido do requerente.
Seção I
Da Reparação Econômica em Prestação Única
Art. 4º - A reparação econômica em prestação única consistirá no pagamento de trinta
salários mínimos por ano de punição (19) e será devida aos anistiados políticos que não
puderem comprovar vínculos com a atividade laboral.
§ 1º - Para o cálculo do pagamento mencionado no caput deste artigo, considera-se como
um ano o período inferior a doze meses.
§ 2º - Em nenhuma hipótese o valor da reparação econômica em prestação única será
superior a R$ 100.000,00 (cem mil reais).
(19) - A NOVA INTERPRETAÇÃO adotada pela Comissão de Anistia (novos critérios)
neste caso choca-se com o texto da Lei quando a Comissão considera PUNIÇÃO, para os que
não comprovam o vinculo empregatício, apenas o tempo que o requerente foi punido em
DECORRENCIA DE PRISÃO, ignorando o período, anterior e posterior a PRISÃO, inclusive o
período de “liberdade condicional” que pelos novos critérios é apenas “monitoramento”.
Pelos “novos critérios” desconhecem também a parte final do §2º do Art. 8º da ADCT - BEM
COMO - (TAMBÉM) aos que foram PERSEGUIDOS ou aos que foram impedidos de exercer
atividades profissionais em virtude de PRESSÕES OSTENSIVAS ou EXPEDIENTES OFICIAIS
SIGILOSOS, como a compreensão do que seja PERSEGUIÇÃO foi banida do texto da Lei os
novos julgamentos desconhecem, em muitos casos, o período que o perseguido ficou no
exílio, a mesma interpretação se estende também aos requerentes que mesmo que
comprovem vinculo empregatício, mas optem pela prestação única. Pelos novos critérios
não existe PERSEGUIÇÃO, a contagem do tempo para todos os efeitos fica restrito ao
tempo de prisão
(19a) - Se o requerente não foi punido, (leia-se PRESO), NÃO EXISTE REPARAÇÃO
ECONOMICA, APENAS A “CONDIÇÃO DE ANISTIADO POLITICO”, sem nenhuma reparação
econômica. A leitura do final do § 2º do Art. 8º da ADCT que estende os benefícios da Lei–
“bem como (TAMBÉM) aos que foram impedidos de exercer atividades profissionais em virtude de pressões
ostensivas ou expedientes oficiais sigilosos “ esta simplesmente sendo ignorado.
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Seção II
Da Reparação Econômica em Prestação Mensal, Permanente e Continuada
Art. 5º - A reparação econômica em prestação mensal, permanente e continuada, nos
termos do art. 8º do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, será assegurada aos
anistiados políticos que comprovarem vínculos com a atividade laboral, à exceção dos que
optarem por receber em prestação única.
Art. 6º - O valor da prestação mensal, permanente e continuada, será igual ao
da remuneração que o anistiado político receberia se na ativa estivesse, considerada a
graduação a que teria direito, obedecidos os prazos para promoção previstos nas leis e
regulamentos vigentes, e asseguradas as promoções ao oficialato, independentemente
de requisitos e condições, respeitadas as características e peculiaridades dos regimes
jurídicos dos servidores públicos civis e dos militares, e, se necessário, considerando-se os
seus paradigmas. (20)
§ 1º - O valor da prestação mensal, permanente e continuada, será estabelecido conforme
os elementos de prova oferecidos pelo requerente, informações de órgãos oficiais, bem
como de fundações, empresas públicas ou privadas, ou empresas mistas sob controle
estatal, ordens, sindicatos ou conselhos profissionais a que o anistiado político estava
vinculado ao sofrer a punição,) podendo ser arbitrado até mesmo com base em pesquisa
de mercado. (21a)
(20) - (ANEXO DO 2º SEMINARIO L. A. DE ANISTIA E DIREITOS HUMANOS - 2008) As
dificuldades do não cumprimento da Lei 10559/2002 estão expressas principalmente na
total ignorância do Art. 6º e parágrafos da referida Lei,
(21a) - I -(ANEXO DO 2º SEMINÁRIO) - “Valores simbólicos”)
No julgamento das Sessões Temáticas e outras mais recentes, a afirmação do Presidente da
Comissão aos jornais, que reduziria para 1/3 o direito dos anistiados, está sendo ferreamente
cumprida.
Está sendo aplicada indiscriminadamente a BOLSA DE SALÁRIOS DA FOLHA DE SÃO PAULO, que
expressa os valores para admissão e não final de carreira a mando da Federação das Indústrias do
Estado de São Paulo (FIESP), ignorando-se a Lei 10.559/02 e o Art. 8º do ADCT. A Comissão de Anistia
não está considerando a carreira, planos de cargos e salários de cada categoria e a declaração das
empresas, concedendo apenas um “valor simbólico de acordo com a razoabilidade e realidade
brasileira”, já, nos processos de militares estão sendo consideradas as declarações fornecidas pelas
forças armadas, sem nenhuma redução.
Exemplos:
PETROBRAS: Wladimir da Silva Vasconcelos – Adauto Gomes dos Santos
15
BANCO DO BRASIL: José Alves dos Santos Filho.
Jesus Paredes Sotto: metalúrgico.
Além disso, não mais estão mencionando nas Portarias a função desempenhada pelo anistiado,
impossibilitando a aplicação dos índices corretores como determina o Artigo 8° da mesma Lei.
§ 2º - Para o cálculo do valor da prestação de que trata este artigo serão considerados os
direitos e vantagens incorporados à situação jurídica da categoria profissional a que
pertencia o anistiado político, observado o disposto no § 4o deste artigo.
§ 3º - As promoções asseguradas ao anistiado político independerão de seu tempo de
admissão ou incorporação de seu posto ou graduação, sendo obedecidos os prazos de
permanência em atividades previstos nas leis e regulamentos vigentes, vedada a exigência
de satisfação das condições incompatíveis com a situação pessoal do beneficiário.
§ 4º - Para os efeitos desta Lei, considera-se paradigma a situação funcional de maior
freqüência constatada entre os pares ou colegas contemporâneos do anistiado que
apresentavam o mesmo posicionamento no cargo, emprego ou posto quando da punição.
§ 5º - Desde que haja manifestação do beneficiário, no prazo de até dois anos a contar da
entrada em vigor desta Lei, será revisto, pelo órgão competente, no prazo de até seis meses
a contar da data do requerimento, o valor da aposentadoria e da pensão excepcional,
relativa ao anistiado político, que tenha sido reduzido ou cancelado em virtude de critérios
previdenciários ou estabelecido por ordens normativas ou de serviço do Instituto Nacional do
Seguro Social - INSS, respeitado o disposto no art. 7º desta Lei.
§ 6º - Os valores apurados nos termos deste artigo poderão gerar efeitos financeiros a partir
de 5 de outubro de 1988, considerando-se para início da retroatividade e da prescrição
qüinqüenal a data do protocolo da petição ou requerimento inicial de anistia, de acordo com
os arts. 1o e 4o do Decreto no 20.910, de 6 de janeiro de 1932.
Art. 7º - O valor da prestação mensal, permanente e continuada, não será inferior ao do
salário mínimo nem superior ao do teto estabelecido no art. 37, inciso XI, e § 9o da
Constituição.
§ 1º - Se o anistiado político era, na data da punição, comprovadamente remunerado por
mais de uma atividade laboral, não eventual, o valor da prestação mensal, permanente e
continuada, será igual à soma das remunerações a que tinha direito, até o limite
estabelecido no caput deste artigo, obedecidas as regras constitucionais de não-acumulação
de cargos, funções, empregos ou proventos.
§ 2º - Para o cálculo da prestação mensal de que trata este artigo, serão asseguradas, na
inatividade, na aposentadoria ou na reserva, as promoções ao cargo, emprego, posto ou
graduação a que teria direito se estivesse em serviço ativo.
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Art. 8º - O reajustamento do valor da prestação mensal, permanente e continuada, será
feito quando ocorrer alteração na remuneração que o anistiado político estaria recebendo
se estivesse em serviço ativo, observadas as disposições do art. 8o do Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias.
Art. 9º - Os valores pagos por anistia não poderão ser objeto de contribuição ao INSS, a
caixas de assistência ou fundos de pensão ou previdência, nem objeto de ressarcimento por
estes de suas responsabilidades estatutárias.
Parágrafo único. Os valores pagos a título de indenização a anistiados políticos são
isentos do Imposto de Renda.
(22) - Sobre o funcionamento da Comissão de Anistia: (Anexo do 2º Seminário) - Processos
julgados e não publicados
Apesar da motivação da Comissão em julgar maior quantidade de processos semanalmente, o Setor
de Finalização não consegue acompanhar a demanda. O número de processos considerados julgados
não correspondem a realidade, pois não foram publicados.
(22a) - Revisão de processos julgados: Fere princípios da Lei dos Processos Administrativos
“O princípio da segurança jurídica ou da estabilidade das relações jurídicas impede a desconstituição
injustificada de atos ou situações jurídicas, mesmo que tenha ocorrido alguma inconformidade com o
texto legal durante sua constituição.
Muitas vezes o desfazimento do ato ou da situação jurídica por ele criada pode ser mais prejudicial do
que sua manutenção, especialmente quanto a repercussões na ordem social. Por isso, não há razão
para invalidar ato que tenha atingido sua finalidade, sem causar dano algum, seja ao interesse
público, seja a direitos de terceiros.
Muitas vezes as anulações e revogações são praticadas em nome da restauração da
legalidade ou da melhor satisfação do interesse público, mas na verdade para satisfazer interesses
subalternos, configurando abuso ou desvio de poder. Mesmo que assim não seja, a própria
instabilidade decorrente desses atos é um elemento perturbador da ordem jurídica, exigindo que seu
exame se faça com especial cuidado”
(Anexo do 2º Seminário) - A Comissão de Anistia está revendo processos anteriormente julgados por
eles mesmos, por terem mudado os entendimentos. Tudo isto sem uma nota técnica explicativa que
dê autenticidade do ato ao requerente. Sempre tais decisões são para baixar os valores já
concedidos.
Exemplo:
Alcindino Bitencourtt Pereira.
(22b) - Aposentadoria Excepcional de Anistiado
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A Comissão de Anistia alegando que “como recebem alguma coisa, podem esperar”, têm ignorado as
conversões de Aposentadoria Excepcional de Anistiado em Prestação Mensal, Permanente e
Continuada, e está se propondo a converter, simplesmente, os valores, sem nenhuma correção, pois
no seu entendimento atual, os valores anteriormente concedidos estão acima da razoabilidade ora
aplicada com base na Bolsa de Salários da Folha de São Paulo.
Exemplo:
Germano Handel.
(22c) - Onde foi parar a Portaria Interministerial nº 447, que estabelecia prioridades no
julgamento dos processos:
“A seguir transcrevemos as normas procedimentais da Comissão (Portaria nº 2.523/2008), que instruem os interessados a formular seu requerimento de anistia.
(...)
- Art. 27. A prioridade na análise e julgamento dos processos, considerado o
disposto na Portaria Interministerial nº 447, de 06 de maio de 2002, e a Lei nº 10.741,
de 1º de outubro de 2003, será concedida na seguinte ordem:
I - aos mais idosos;
II - aos inválidos ou portadores de doenças graves;
III - aos desempregados; e
IV - aos que, embora empregados, percebam, mensalmente, menos de 05 (cinco) salários mínimos.
(23) - (Anexo 2º Seminário) - Antecipação aos Idosos e Doentes Graves
Não estão sendo efetuadas antecipações à idosos e doentes graves, apesar da existência de verbas.
Art. 28. Da Portaria nº 2.523/2008 - Aplicam-se aos Procedimentos da Comissão de Anistia,
subsidiariamente, as disposições da Lei nº 9.784, de 1999.
(24) - DOCUMENTO DOS PARTICIPANTES DO 2º SEMINÁRIO LATINO-AMERICANO
DE ANISTIA E DIREITOS HUMANOS.. - 14, 15 e 16 de outubro de 2008..- Os brasileiros que
lutaram pela liberdade, pela democracia e por um Brasil mais justo, representados pelos seus
seguimentos organizados, reunidos no 2º SEMINÁRIO LATINO-AMERICANO DE DIREITOS
HUMANOS E ANISTIA,.
AFIRMAM (...) 4 – Que a reparação moral, política e econômica aos perseguidos e punidos
pela ditadura é um direito dos atingidos e um dever do Estado Democrático de Direito,
assegurados pela Constituição de 1988 e pelas leis de Anistia.
Reiteram - 1 – A necessidade do cumprimento integral e irrestrito do art. 8º do ADCT/CF
(Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição Federal), e sua norma
regulamentadora, Lei 10.559/2002, da Lei 11.354/2006 e demais dispositivos garantidores
do cumprimento da anistia..
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Denunciamos, ainda, a aplicação restritiva das leis de Anistia com o objetivo de
boicotar, procrastinar e colocar empecilho à execução das leis emanadas do
Congresso Nacional, notadamente:.
O Ministério da Defesa, onde direitos assegurados pelo Regime Jurídico dos
Militares estão sendo lesados e o descumprimento da lei 11.354/06;
O Ministério do Planejamento, que não cumpre plenamente a lei 11.354/06;
classifica os anistiados em rubricas diferenciadas, uma adequada e outra improvisada
e também descumpre os compromissos assumidos com os anistiados do “Plano
Collor”.
O Tribunal de Contas da União que extrapola sua competência ao opinar sobre o
mérito da legislação da Anistia.
O Ministério da Justiça que, apesar da reorganização interna da Comissão de Anistia,
continua protelando julgamentos, demorando na finalização dos processos, não julgando
recursos, não atendendo reclamos dos camponeses, restringindo direitos, aplicando
decisões iguais para casos desiguais e tomando decisões a priori, conforme demonstrado nos
julgamentos dos blocos temáticos.
As denúncias aqui mencionadas e outras, discutidas e apresentadas nas oficinas do
Seminário, encontram-se em anexo.. (Anexo 2º Seminário)
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(Neste momento em que o Governo sinaliza, para a “esquerda”, com a criação da “Comissão da
Verdade”, “abrir arquivos”, ”punir torturadores”, na pratica vai para a direita com os
descumprimentos da Lei de reparação aos crimes da ditadura. - Nota do redator desta proposta de
discussão.)