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OLHARES EMPREENDEDORES NO BRASIL E NO MUNDO
O desafio de consolidar a cultura empreendedora como a
chave da transformação de comunidades, pessoas e negócios.
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2013. Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE
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EMPREENDER É TRANSFORMAR Ao longo de quase dois dias, tempo em que a programação principal do GEC aconteceu, vários olhares sobre empreendedorismo
foram apresentados por palestrantes de todo o globo. Algumas linhas de pensamento, porém chamaram atenção por sua
aproximação com as demandas e as dificuldades vivenciadas pelos pequenos empresários brasileiros. Empreender é transformar
negócios, pessoas e comunidades, possibilitando que produtos e serviços ampliem seu valor agregado, gerem emprego e renda e
promovam mudanças sociais e econômicas nas regiões em que estão inseridos.
Empreender também é desafiar o mercado e os empresários a pensar diferente e a olhar para oportunidades não exploradas como a
porta para um novo item, que logo em seguida será demandado pela sociedade. E é nesse sentido que o empreendedor se torna um
visionário, aquele que antecipa tendências e que vai a busca do que muitos poucos ousaram procurar. A face do empreendedorismo
no mundo, especialmente na área tecnológica, é extremamente jovem e dinâmica. São pessoas que estão em uma constante busca
pelo novo e por viabilizar suas ideias, transformando-as em negócios.
Se de um lado estão os empreendedores ávidos por movimento, de outro, estão às dificuldades para empreender. O acesso aos
recursos ainda é difícil para aqueles que estão começando. Já a burocracia, aos poucos, vem sendo desemperrada com iniciativas
que apoiam os pequenos empresários, como o Simples Nacional. Porém, o conhecimento é o elemento que promove a maior
mudança na vida de um pequeno empresário. Ao saber mais, o negócio toma novo impulso e, consequentemente, promove
transformações que impactam comunidades e o Brasil como um todo.
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COPA DO EMPREENDEDORISMO CHEGA AO BRASIL
Evento colocou em pauta tendências para os pequenos negócios
Conhecido como a “Copa do Empreendedorismo”, o Global Entrepreneurship Congress (GEC) reuniu autoridades mundiais entre os
dias 18 e 21 de março, no Rio de Janeiro, para troca de experiências, apresentação de pesquisas e discussões de práticas bem
sucedidas. O evento, que contou com o patrocínio do SEBRAE, congregou representantes de mais de 125 países e foi realizado pela
primeira vez no Brasil e na América Latina.
A escolha do país não ocorreu por acaso. Além de o Brasil ter sido destaque nos últimos anos no cenário econômico mundial, o perfil
empreendedor já faz parte da cultura brasileira. Estudo realizado pela ENDEAVOR sobre a relação entre população e
empreendedorismo identificou que três em cada quatro pessoas (76% da população brasileira) pretendem ter o próprio negócio.
Esta é a segunda maior taxa do mundo, ficando atrás apenas da Turquia.
O Brasil tem ainda cerca de 30 mil empresas consideradas de alto crescimento e que aumentaram em mais de 20% seus negócios
nos últimos três anos - sendo responsáveis pela geração de mais da metade dos novos postos de trabalho. “Essa foi uma
oportunidade de ouro para que o Brasil conheça melhores práticas e para que os empreendedores possam entrar em contato com
as principais aceleradoras de negócios”, afirmou Juliano Seabra, diretor geral da Endeavor Brasil.
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EMPREENDEDORISMO SE APRENDE NA ESCOLA
Estimular o empreendedorismo e a criação de startups implica na geração de
empregos, no crescimento econômico e na inovação em mercados globais cada vez
mais competitivos. Esses foram alguns dos temas abordados durante o Global
Entrepreneurship Congress (GEC), também conhecido como Copa do
Empreendedorismo, realizado entre os dias 18 a 21 de março, no Rio de Janeiro. O
caminho até a criação e a consolidação do pequeno negócio passa por diversos
estágios. “O desafio não é apenas formar para o empreendedorismo, mas ensinar
como fazer empresas crescerem e se consolidarem”, destacou o presidente do GEC,
Jonathan Ortmans.
Ter foco no desenvolvimento de uma solução global e não apenas local é outra questão que deve ser levada em conta para os
pequenos negócios que querem se consolidar no mercado. A influência e o apoio do governo também podem fazer a diferença na
promoção de um cenário mais favorável para os pequenos negócios que estão começando. “Uma questão importante é o quanto o
governo deve influenciar. O melhor é que tente prover a infraestrutura e influencie o mínimo possível”, disse a diretora Executiva do
MIT Enterprise Fórum, de Israel.
A inserção do conceito do empreendedorismo para os jovens é um dos grandes desafios no contexto mundial. Na Itália, por
exemplo, o governo percebeu a necessidade de criar um ecossistema, que incluiu a diminuição da burocracia, a criação de um
mercado mais liberal e um novo sistema fiscal. O conceito de mortalidade como fracasso empresarial também foi substituído pela
definição de aprendizagem.
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“Estamos estimulando o uso do capital intelectual das universidades e
promovendo conexões que façam com que as pessoas fiquem atentas as
oportunidades de criar negócios. É preciso conectar as pesquisas acadêmicas com
as empresas e, em um segundo momento, com as necessidades do mercado
global. O empreendedorismo não é feito por professores de negócios, mas por
pessoas de fora da universidade que estão atentas”, comentou o conselheiro-
chefe do Ministério do Desenvolvimento Econômico da Itália, Alessandro
Fusacchia.
Já em Cingapura, empreendedorismo se aprende na escola. Para difundir a
cultura dos novos negócios, o governo está trabalhando com os estudantes. Além
de engenheiros, médicos e advogados, a meta é fazer com que crianças a partir de sete anos comecem a se reconhecer como
possíveis empreendedores. “Tivemos empresários de sucesso que foram para as escolas palestrar. Eles destacaram para os alunos a
criatividade, a liberdade, as oportunidades e as conquistas que tiveram como empreendedores. A consolidação da cultura do
empreendedorismo é de longo prazo”, explicou o chefe de Apoio de Novos Negócios da Spring Cingapura, Patrick Lim.
No Chile, o investimento está em atrair talentos estrangeiros para oferecer novas conexões ao mercado local. O intuito é fazer com
que os pequenos empresários chilenos consigam dar o próximo passo e buscar o desenvolvimento de soluções globais ao invés de
apenas locais. “A ideia é trazer o talento de fora para sacudir o mercado interno. Essas interações entre empreendedores globais
têm sido muito importantes. É fundamental construir pontes”, destacou o diretor executivo do InnovaChile, Conrad Von Ingel.
De acordo com a gerente do Serviço de Linha de Inovação e Empreendedorismo do Banco Mundial, Esperanza Lasagabaster, existe o
desafio de criar estratégias globais para dar suporte aos novos pequenos negócios e, ao mesmo tempo, desenvolver oportunidades
de emprego. Ela destacou que a ênfase das estratégias dependerá do cenário, dos desafios e das oportunidades de financiamento
disponíveis. “Há uma percepção no empreendedorismo de hoje da importância de não apenas gerar capital, mas também
conhecimento”, finalizou.
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MAIS QUE CRESCER, É PRECISO EMPREENDER
Pequenos negócios não são apenas oportunidades de obtenção de lucro, mas meios de geração de emprego e benefícios sociais.
Neste cenário, promover o crescimento implica na solidificação do
empreendedorismo nas micro e pequenas empresas. Esse é o resumo do painel
sobre remoção de barreiras para ampliação das empresas de alto crescimento
que aconteceu durante o Global Entrepreneurship Congress (GEC), também
conhecido como Copa do Empreendedorismo, realizado entre os dias 18 a 21 de
março, no Rio de Janeiro.
De acordo com a chefe da Seção de Empreendedorismo, Divisão do
Investimento e da Empresa da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e
Desenvolvimento (UNCTAD), Fiorina Mugione, é necessário que os
empreendedores desenvolvam um olhar apurado para as estratégias, fazendo
com que consigam observar desafios e oportunidades. “Você não precisa de um plano, mas precisa de estratégicas”, reforçou.
Fiorina também destacou a necessidade de pensar nas questões regulamentárias e na importância da educação empreendedora. Ela
comentou ainda a necessidade da criação de conexões entre o empreendedorismo e as grandes empresas, além das oportunidades
de acesso aos financiamentos. A promoção da tecnologia e da inovação também são demandas dos pequenos negócios. “É preciso
ter em mente ainda o networking, que possibilita que uns aprendam com os outros”, disse.
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Para o diretor Executivo da Babson Ecossistema de Empreendedorismo,
Daniel Isenberg, o desafio de crescer é do empresário e não do governo.
Ele defende que cabe ao poder público prover educação e
infraestrutura, além de estimular o diálogo. “Empreendedorismo é uma
ação que as pessoas fazem naturalmente. O desafio está em como tirar
as barreiras para que empreendedores e investidores se encontrem. É
também importante que o empreendedor ouça o seu cliente e não o
investidor”, reforçou.
Isenberg deu dicas para os pequenos empresários que estão
começando: trabalhar em uma grande empresa durante um período de
cinco anos para aprender e usar o conhecimento no negócio que dará
início. “Outra questão que precisa ser observada é que o empreendedorismo deve ser retirado da área de responsabilidade social.
Empreender tem que ser visto como um investimento e não como a devolução de algo para a sociedade”, afirmou.
O diretor do Escritório de Alianças de Inovação e Desenvolvimento da Agência de Desenvolvimento Internacional dos Estados
Unidos (USAID), Ricardo Michel, comentou a oportunidade trazida pela criação de estratégias de laboratório, que possibilitam a
busca de itens inovadores, que terão grande impacto social e que poderão ser feitos em escala. Ele levantou ainda a necessidade de
engajar os empreendedores local e globalmente. “Tenha certeza de que as ferramentas estão à disposição de todos, mesmo
daqueles que estão fora do país”, explicou.
O secretário de Comércio e Serviços do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Humberto Ribeiro, ressaltou que o
Brasil está consolidando sua inserção social e que existem inúmeras oportunidades, principalmente com o surgimento dos pequenos
negócios. Ele destacou o processo facilitado de formalização das empresas, através do Portal do Empreendedor, e o Plano Brasil
Maior, que entre suas atividades está possibilitando que estudantes brasileiros tenham acesso à formação acadêmica no exterior.
“Estamos acostumados a um mercado fechado com o governo dando suporte para todos os passos, mas isso mudou. Na maior parte
do Brasil, é possível abrir uma empresa entre cinco e nove dias. A formalização das pequenas empresas também teve o cuidado de
permitir que elas possam atender ao governo em suas próprias regiões”, finalizou.
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POTENCIAL EMPREENDEDOR MARCA CIDADE MARAVILHOSA
O turismo somado aos mega eventos oferecem ao Rio de Janeiro oportunidades
que favorecem e trazem desafios ao potencial empreendedor da localidade. Para
a presidente do Instituto Pereira Passos, Eduarda La Roque, o momento
demanda planejamento e a construção de parcerias público-privadas. Ela
também destacou a importância da articulação para à promoção da inovação e a
integração das políticas públicas. “É preciso ainda engajamento e diálogo com a
sociedade”, reforçou.
Eduarda chamou atenção para a importância da inclusão produtiva e das
oportunidades disponíveis com a formação de uma rede empreendedora que una cultura, moda, esporte e que promova a
capacitação. “Precisamos de um planejamento integrado da cidade, do urbano, do econômico e do social. Também temos que criar
um ecossistema de empreendedorismo social que vá além das favelas”, disse.
O secretário de Desenvolvimento, Energia, Indústria e Serviços do Estado do Rio de Janeiro, Júlio Bueno, comentou a pacificação
como um processo que amplia os investimentos e a formalização da economia. Ele reforçou também a necessidade de criação de
canais que integrem as comunidades do ponto de vista econômico. “É preciso melhorar o ambiente de negócios, reduzir a
burocracia em todos os níveis e setores. Tão importante quanto à questão da carga tributária é a simplificação dos tributos. A
burocracia precisa de atualização para se tornar inteligente e contemporânea”, finalizou. .
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EMPREENDEDORISMO É DAR AO MUNDO MELHORES OPORTUNIDADES
A solenidade de abertura do Global Entrepreneurship Congress (GEC), conhecido como a “Copa do Empreendedorismo”, destacou a importância do fomento aos novos negócios como a chave para as mudanças econômicas e sociais necessárias no mundo. De acordo com o presidente do GEC, Jonathan Ortmans, o empreendedorismo deve ser visto não como a busca do lucro, mas como a oportunidade de oferecer as melhores oportunidades ao planeta. “É preciso ajudar o mundo a inovar para mudar. Empreendedorismo é uma questão de inspirar as pessoas a fazerem o melhor”, afirmou.
O presidente do SEBRAE, Luiz Barreto, destacou o momento importante
vivenciado pelo Brasil com a diminuição das desigualdades sociais. Ele ressaltou
as mudanças na legislação para os pequenos negócios e os benefícios oferecidos
pelo tratamento tributário diferenciado do Simples Nacional, que trouxe menos
burocracia, mais formalização e estímulo às compras governamentais. “Melhoramos muito o país nos últimos anos, mas temos
muitos desafios pela frente. Precisamos trabalhar fortemente a inovação, as mudanças tecnológicas e o valor agregado. Temos que
ajudar o espírito empreendedor do brasileiro a se desenvolver”, disse.
Já o presidente da Rio Negócios, Marcelo Haddad, explicou que o legado do Rio de Janeiro estará focado em mobilidade,
conectividade e liderança. “O índice de aderência dos brasileiros ao empreendedorismo é um dos maiores do mundo. Esse é um
desafio e uma meta que vários países querem e que temos por essência”, finalizou.
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DE STARTUP A MARCA ÍCONE
Abílio de Diniz, presidente do conselho do Grupo Pão de Açúcar, é conhecido por ter
transformado o pequeno negócio da família em um dos mais importantes conglomerados
empresariais do país. Durante o Global Entrepreneurship Congress (GEC), conhecido como
a “Copa do Empreendedorismo”, o empresário deu dicas para quem está começando e
quer transformar suas ideias em ícones no mundo dos negócios. “Eu quero ser hoje melhor
do que fui ontem. Isso envolve crescimento pessoal, mas também aquilo que você está
fazendo. Precisamos amar o que temos e não somente aquilo que desejamos”, afirmou.
Diniz destacou a importância de ter metas aspiracionais grandes, mas estar satisfeito com o que foi alcançado até o momento. Ele
ressaltou ainda a importância da experiência adquirida ao longo da vida e da formação de líderes que possam ser referência para os
jovens empreendedores brasileiros. “A chave está na aprendizagem, na busca de mais conhecimento e no entendimento das
pessoas. Aprendendo a conhecer os outros, você conhece a si”, reforçou. O empresário enumerou quatro valores básicos para
aqueles que estão começando: humildade, determinação, disciplina e equilíbrio emocional. Abílio Diniz também estimulou à
valorização do capitalismo consciente, que tem o lucro em primeiro lugar, mas no qual o empresário está comprometido com a
sociedade. “O lucro é importante. Tenha o lucro ou você não terá uma empresa. Porém, tenha mais do que o lucro, tenha algo que
te dê orgulho. Seja comprometido com a sociedade na qual você se insere”, ensinou.
O presidente do Grupo Pão de Açúcar explicou que a gestão empresarial pode ser dividida em pessoas e processos e que as marcas
precisam estar atentas aos seus diferenciais. Ele reforçou que empreender é criar tendo em mente oferecer para a sociedade uma
contribuição que agregue algo a mais. “Se você escolher uma só coisa na vida, escolha ser feliz”,finalizou.
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EMPREENDEDORISMO É FERRAMENTA DE COMPETITIVIDADE LOCAL
O fomento aos pequenos negócios pode ser uma alternativa para o desenvolvimento de comunidades locais. Em painel realizado durante o Global Entrepreneurship Congress (GEC), conhecido como a “Copa do Empreendedorismo”, os palestrantes ressaltaram a importância da inclusão positiva. Segundo o fundador da TechStars, Brad Feld, é necessário ter uma relação de longo prazo para desenvolver uma comunidade. “Como empreendedor, você tem que fazer e fazer. Tem que investir seu tempo e talento nas startups locais e focar suas energias em dar mais do que receber”, comentou.
Feld também ressaltou que muitos empreendedores erram ao ver o governo como uma liderança para o desenvolvimento. Para ele, o cenário ideal é quando o poder público não exerce controle, mas apoia a comunidade na geração de soluções. Outra questão diz respeito à mensuração dos resultados, que muitas vezes são menos importantes em um contexto mais complexo. “O governo e os empreendedores precisam entender que há um universo paralelo e que ambos precisam trabalhar nele”, explicou. O chefe do departamento de ciência, políticas industriais e empreendedorismo do governo Russo, Alexey Komissarov, reforçou a necessidade da criação de programas que deem suporte para os empreendedores. Ele destacou ainda a importância de apresentar publicamente os empreendedores bem-sucedidos e de promover a conexão entre universidades e negócios para dar escala as pesquisas e experiências. “Quanto mais forte o empreendedorismo for, melhor será a vida de todos. Não espere a iniciativa do governo. Seja proativo e dê ideias”, disse. O fundador da Osklen, Oskar Metsavath, explicou que a maneira de empreender mudou no país ao longo dos últimos anos e que pensar em startups é falar de inovação. “As comunidades têm a metodologia e a criatividade, mas não tem a gestão para colocar no mercado. Nós trazemos a nossa experiência com empreendedorismo”, finalizou.
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CULTURA DA EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA DEVE SER CONSOLIDADA
Garantir a existência dos empreendedores do futuro passa necessariamente pelo estímulo à consolidação de uma nova cultura educacional. Em painel realizado durante o Global Entrepreneurship Congress (GEC), conhecido como a “Copa do Empreendedorismo”, o presidente do Grupo Gazelle, Fintan Donohue, destacou que é necessário desenvolver uma visão holística sobre o empreendedorismo que inclua a educação como parte fundamental do processo. “Não dá mais para aceitar uma escola que não estimule empreendedores. O desafio é criar um pensamento empreendedor no sistema educacional”, destacou. Já o presidente da Iniciativa de Aprendizado Empreendedor (The Entrepreneurial Learning Initiative), Gary Schoeniger, reforçou que o empreendedorismo deve ser visto também pela lente do empoderamento e não somente com o olhar de negócios. Ele citou aspectos fundamentais para o processo: a oportunidade de descobrir que vem
antes do processo de gerenciamento do negócio, o impulso de empreender como a chance de ter uma vida melhor e fazer com que as ideias sejam ouvidas, o engajamento da comunidade e o compartilhamento dos conhecimentos aprendidos e o empreendedorismo como uma revolução e uma mudança de como a vida é pensada. “Precisamos definir empreendedorismo de uma maneira que todo mundo possa participar”, disse. O secretário geral da Fundação de Tecnologia e Empreendedorismo para Graduados de Shanghai (Shanghai Technology Entrepreneurship Foundation for Graduates) ressaltou que as empresas que estão começando precisam de dinheiro e capacitação para que tenham mais oportunidades. Ele ressaltou que, cada vez mais, empreendedores querem trabalhar para pequenas e médias empresas. “Ser empreendedor não é apenas abrir uma empresa, mas é também ser criativo e bom colaborador”, finalizou.
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EMPREENDER É LINGUAGEM UNIVERSAL
No atual cenário econômico, o papel das empresas começa a mudar. Isso exige uma nova postura para que os sonhos dos empresários de pequenos negócios se realizem. Para a empreendedora-residente da Dell, Ingrid Vanderveldt, os investidores quem saber se a ideia da empresa startup é boa e se pode ser executada com sucesso. Durante apresentação no Global Entrepreneurship Congress (GEC), conhecido como a “Copa do Empreendedorismo”, ela ressaltou que empreendimentos que atuam com tecnologia e inovação geram, por exemplo, duas vezes mais empregos. “Acreditamos que os empreendedores têm tudo para fazer a sua ideia acontecer”, ressaltou.
A opinião foi compartilhada pelo presidente do Grupo Meta, Luigi Amati, que também destacou a importância do governo nos investimentos para os pequenos negócios e o aumento das plataformas de crowdfunding na Europa. “No caso dos recursos investidos em pesquisa, é necessário conversar com o pesquisador para que ele entenda a importância de criar algo que possa ser usado no mercado”, destacou. Já o fundador da Sawari Ventures, Leslie Jump, comentou que os empreendedores devem adotar a postura do fazer acontecer. Ele explicou ainda que o diálogo com as grandes empresas pode ser fundamental na busca por investidores e que os contatos locais também podem promover soluções conjuntas. “Empreender é uma linguagem internacional”, finalizou.
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CONSTRUÇÃO DE EMPRESAS DEVE SER FEITA EM ONDAS
“Para ser empreendedor é preciso ser louco, pois só um louco pode ter grandes ideias”. Foi assim que a presidente da Endeavor Global, Linda Rottenberg, abriu um dos painéis do Global Entrepreneurship Congress (GEC), conhecido como a “Copa do Empreendedorismo”. O debate colocou em pauta as estratégias que fizeram com que grandes marcas, como o Facebook e o Mercado Livre, se tornassem referências mundiais mesmo como um começo modesto. O chefe de operações do Mercado Livre, Hernán Kazah, comentou que, para garantir o crescimento das empresas, é preciso estar focado desde o início do negócio. Ele reforçou também a necessidade de mais modelos de empreendedores bem-sucedidos na América
Latina e destacou a oportunidade que a tecnologia oferece em oportunidades para quem está começando. “O mais importante é ter o DNA de empreendedor. Boas ideias ajudam, dinheiro ajuda, mas a questão é encontrar um bom empreendedor”, ressaltou. Já o vice-presidente para América Latina do Facebook, Alexandre Hohagen, disse que acredita que a construção das empresas no Brasil e em outras nações da América Latina deve acontecer em ondas. Ele destacou ainda a necessidade de encontrar as pessoas certas que ajudem a dar escala ao empreendimento e a necessidade de ter os conhecimentos necessários para o caso do negócio ganhar vulto rapidamente. “Não há nenhum país como o Brasil com adesão tão grande a tecnologia, mas temos um grande problema com a educação”, reforçou. O fundador da 500 Startups, Dave McClure, comentou o uso da internet tanto para a produção quando para a distribuição. Ele
reforçou a mudança geracional vivenciada pelos países e a busca do público mais jovem por oportunidades ligadas à tecnologia
“Muitas vezes, os empreendedores ficam preocupados em agir globalmente e não se dão conta das oportunidades no mercado
doméstico”, finalizou.