o cultivo da pinha

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Circ. téc - Embrapa Cerrados Planaltina n. 9 p.1-52 jul. 2000 ISSN 1517-0187 O CULTIVO DA PINHA, FRUTA-DO-CONDE OU ATA NO BRASIL Maria Cristina Rocha Cordeiro Alberto Carlos de Queiroz Pinto Víctor Hugo Vargas Ramos Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Cerrados Ministério da Agricultura e do Abastecimento

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  • Circ. tc - Embrapa Cerrados Planaltina n. 9 p.1-52 jul. 2000

    ISSN 1517-0187

    O CULTIVO DA PINHA, FRUTA-DO-CONDEOU ATA NO BRASIL

    Maria Cristina Rocha CordeiroAlberto Carlos de Queiroz Pinto

    Vctor Hugo Vargas Ramos

    Empresa Brasileira de Pesquisa AgropecuriaEmbrapa Cerrados

    Ministrio da Agricultura e do Abastecimento

  • Copyright Embrapa 2000Circular tcnica - Embrapa Cerrados, 9

    Exemplares desta publicao podem ser solicitados a:Embrapa CerradosBR 020, km 18, Rodovia Braslia/FortalezaCaixa Postal 08223CEP 73301-970 Planaltina, DFTelefone (61) 388-9898 Fax (61) 388-9879

    Tiragem: 100 exemplares

    Comit de Publicaes:Ronaldo Pereira de Andrade (Presidente), Maria Alice Bianchi, Leide RovniaMiranda de Andrade, Carlos Roberto Spehar, Jos Luiz Fernandes Zoby eNilda Maria da Cunha Sette (Secretria-Executiva).

    Coordenao editorial: Nilda Maria da Cunha Sette

    Reviso gramatical: Maria Helena Gonalves Teixeira

    Normalizao bibliogrfica: Maria Alice Bianchi

    Diagramao e arte final: Leila Sandra Gomes Alencar

    Capa: Chaile Cherne Soares Evangelista

    Foto da capa: Chaile Cherne Soares Evangelista

    Impresso e acabamento: Jaime Arbus Carneiro eDivino Batista de Souza

    Todos os direitos reservados.A reproduo no autorizada desta publicao, no todo

    ou em parte, constitui violao do Copyright (Lei n 9.610).

    Cordeiro, Maria Cristina Rocha.O cultivo da pinha, fruta-do-conde ou ata no Brasil / Maria CristinaRocha Cordeiro, Alberto Carlos de Queiroz Pinto, Vctor Hugo VargasRamos. Planaltina: Embrapa Cerrados, 2000.

    52p. (Circular tcnica / Embrapa Cerrados, ISSN 1517-0187 ; n.9)

    1. Annona squamosa - Cultivo. I. Pinto, Alberto Carlos de Queiroz. II.Vargas Ramos, Vctor Hugo. III. Ttulo. IV. Srie.

    631.5 - CDD 21

    C794c

  • SUMRIO

    RESUMO ................................................................................... 5ABSTRACT................................................................................ 5INTRODUO............................................................................ 6ORIGEM E DISPERSO ................................................................ 6ASPECTOS BOTNICOS.............................................................. 7ASPECTOS ECONMICOS ........................................................... 9FENOLOGIA .............................................................................. 9PROPRIEDADES E USOS .............................................................. 10

    Propriedades inseticidas....................................................... 10Propriedades medicinais....................................................... 11

    SELEO DE CULTIVAR .............................................................. 12PROPAGAO .......................................................................... 13LOCALIZAO DO POMAR ......................................................... 15

    Fatores edafoclimticos ....................................................... 15INSTALAO DO POMAR ........................................................... 16

    Preparo do solo e plantio ...................................................... 16Adubao e plantio ............................................................. 18

    MANEJO DO POMAR .................................................................. 19Nutrio e adubao (cobertura) ........................................... 20Recomendao para Norte e Nordeste .................................... 23Capinas ............................................................................ 23Podas ............................................................................... 24Raleamento ....................................................................... 25

    CONSORCIAO COM A CULTURA DA PINHA .............................. 25TECNOLOGIA DE IRRIGAO DESENVOLVIDA PARA A PINHA......... 26TECNOLOGIA DE POLINIZAO ARTIFICIAL ................................. 28DOENAS, PRAGAS E CONTROLES .............................................. 29

    Principais doenas .............................................................. 29Antracnose ................................................................... 30

  • Podrido-das-razes ......................................................... 31Pinta-preta.................................................................... 31Podrido-seca ou Podrido-seca-das-hastes ......................... 32Podrido-seca-dos-frutos ................................................. 33Murcha-de-phytophthora ................................................. 34Cancrose ...................................................................... 34Queima-do-fio ................................................................ 35Rubelose ...................................................................... 35Mancha-de-cylindrocladium .............................................. 36Mancha-de-alga ............................................................. 36Mancha-amarela-das-folhas .............................................. 36Mancha-de-cercospora .................................................... 37Tombamento das mudas ou damping off ............................. 37Rachadura nos frutos ...................................................... 38Deformao dos frutos .................................................... 38Nematides ................................................................... 38

    Principais Insetos-pragas ...................................................... 38Broca-dos-ramos ou serrador ............................................ 39Broca-dos-frutos ............................................................ 40Cochonilha-de-cera ......................................................... 40Broca-do-coleto ou da raiz pivotante .................................. 40Mosca-branca ............................................................... 41Cochonilha-branca ou Piolho-branco ................................... 41caro vermelho ............................................................. 41

    OBSERVAES .......................................................................... 41COLHEITA E PS-COLHEITA ........................................................ 42

    Tratamentos ps-colheita ..................................................... 43COMERCIALIZAO .................................................................. 44

    Embalagem ....................................................................... 44Transporte ........................................................................ 45

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ................................................... 46

    APNDICE ................................................................................. 52

  • Circ. tc. - Embrapa Cerrados, Planaltina, n. 9, p.1-52, jul. 2000 5

    1 Biomd., Ph.D., Embrapa Cerrados. [email protected] Eng. Agrn., Ph.D., Embrapa Cerrados. [email protected] Eng. Agrn., Ph.D., Embrapa Cerrados. [email protected]

    O CULTIVO DA PINHA, FRUTA-DO-CONDEOU ATA NO BRASIL

    Maria Cristina Rocha Cordeiro1; Alberto Carlos de Queiroz Pinto2;Vctor Hugo Vargas Ramos3

    RESUMO - A Pinha, Fruta-do-Conde ou Ata (Annona squamosa, L.) pertence famlia das anonceas. No Brasil, considerada uma fruta extica cujaproduo vem aumentando nos ltimos anos. Atualmente, os maiores produ-tores da pinha so os Estados de Alagoas e de So Paulo. Essa anonceaapresenta frutos de sabor muito agradvel e ricos em minerais e vitaminas,sendo portanto, um bom complemento alimentar na dieta humana. Alm dis-so, tm sido isolados compostos qumicos presentes em diferentes partes daplanta, como acetogeninas e alcalides que apresentam atividades inseticidase medicinais. Este trabalho apresenta uma reviso dos principais tpicos parauma produo eficiente da pinha em diferentes estados brasileiros.

    Termos para indexao: pinha, produo, compostos qumicos, reviso.

    THE CULTIVATION OF SUGAR APPLE IN BRAZIL

    ABSTRACT - The Sugar Apple or Sweetsop (Annona squamosa, L.) belongsto the Annonaceae family and the fruit is considered exotic and recently itsproduction has increased in the last years in Brazil. Actually, the most impor-tant producing states are Alagoas and So Paulo. This annonacea presentsfruits of agreable taste, rich in minerals and vitamins, and because of that isa good complement to the human diet. Moreover, it is possible to isolatechemical compounds in different plant parts, such as acetogenins and alkaloi-ds that present insecticidal and medicinal properties. This work presents areview of the main subjects for sugar apple efficient production in differentBrazilian States.

    Index terms: sugar apple, production, chemical compounds, review.

    INTRODUO

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    A cultura da pinha tem mostrado razovel aumento de in-teresse na sua produo, principalmente nos Estados de Alagoase de So Paulo, pois seus frutos so apreciados e seu cultivoaltamente rentvel (Indicativos, 2000). Este trabalho teve comoobjetivo revisar os principais tpicos relacionados ao cultivo dapinha no Brasil, tendo em vista que existe pouca literatura queaborda especificamente esse tema.

    Neste documento foram relatados aspectos do sistemaprodutivo da pinha em diferentes regies brasileiras como adu-bao, podas, controle de doenas e insetos-praga. Todas asquestes descritas representam dados na literatura corrente eno constituem recomendaes dos autores.

    ORIGEM E DISPERSO

    A pinha, tambm chamada de fruta-do-conde ou ata(Annona squamosa, L.), uma das frutas da famlia Annonaceaee tem origem na Amrica tropical, mais especificamente, na Ilhade Trindade e nas Antilhas. Foi introduzida no Brasil em 1626pelo Conde de Miranda, originando-se da, um de seus nomesvulgares, fruta-do-conde (Kavati, 1992).

    A famlia Annonaceae representada por 120 gneros, comduas mil espcies diferentes de plantas (Paiva & Fioravano, 1994;Rupprecht, 1990 citado por Hernndez & Angel, 1997). As fru-tas anonceas so geralmente de clima tropical, porm existemalgumas espcies de climas subtropical (Donadio, 1997) e tem-perado (Silva & Silva, 1997). Como exemplos de pases que cul-tivam anonceas destacam-se os Estados Unidos da Amrica(Califrnia), a ndia, a Espanha, o Mxico, o Chile e o Brasil(Donadio, 1997).

    Dentre as fruteiras dessa famlia que so mais cultivadasno Brasil, destacam-se: a pinha, a graviola e a atemia.

    A produo da pinha no Brasil ocorre, principalmente, nos

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    Estados de So Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, DistritoFederal e em vrios estados do Norte e Nordeste como: Par,Alagoas, Pernambuco, Bahia e Cear.

    ASPECTOS BOTNICOS

    A pinha uma planta de porte baixo (em geral de 4 a 6 m),apresenta folhas lanceoladas, decduas, de colorao verde-brilhante na pgina superior e verde-azulada na inferior. As floresapresentam trs ptalas e trs spalas. As ptalas so amarelo-verdosas por fora e amareladas com uma mancha roxa na base.Na base do receptculo da flor, observam-se muitos estames curtosde colorao amarela e, na poro mais superior, grandequantidade de carpelos de colorao prpura (Manica, 1994). Ofruto caracteriza-se por ser um sincarpo de forma arredondada,ovide, esfrica ou cordiforme, de colorao esverdeada,constitudo por muitos carpelos achatados dos quais se originamcada semente (em geral 68 sementes/fruto). Estes tm cerca de 5a 10 cm de dimetro e pesam, em mdia, de 150 a 650 g, podendochegar a 800 g (Ferreira, 1997) e apresentam 38,46% de polpa,56,04% de casca, 5,49% de semente (Kavati, 1992). A proporopeso de polpa/peso de semente da ordem de 2,57. A polpa branca, doce, de odor suave e perfumado e tem baixa acidez,sendo rica em sais minerais e vitaminas. Por isso, os frutos socomplementos alimentares para a dieta humana. A composiofsico-qumica da polpa foi determinada por diferentes autoresnacionais e internacionais e pode ser observada na Tabela 1.Gomes (1999) tambm descreve uma composio qumica dosfrutos da pinha que inclui diferentes componentes por exemplo:69,2% de gua, 1% de cinza, 12% de celulose, 0,3% de resina,2,8% de matria azotada, 1,73% de fcula, 0,8% de pentaglicose,0,37% de cido tartrico e 11,7% de glicose.

    Alguns parmetros de frutos da pinha, mdios e grandes,no Municpio de Vazante - MG (Tabela 2) foram avaliados.

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    Tabela 2. Parmetros fsico-qumicos de frutos da pinha (mdio egrande), do pomar situado no Municpio de Vazante - MG, 2000.

    Tabela 1. Composio fsico-qumica da pinha em 100 g de polpa.

    ComponentesValor mdio+desvio-padro(valor mnimo e mximo)

    gua (g) 72,6 2,4 (68,6 - 75, 9)Protena (g) 1,6 0,8 (1,2 - 2,4)Lpidios (g) 0,4 0,3 (0,1 - 1,1)Carboidratos (g) 19,6 1 (18,2 - 26,2)Fibra (g) 1,4 0,6 (1,1 - 2,5)Acidez total (%) 0,1Cinzas (g) 0,7 0,1 (0,6 1,3)Energia (calorias) 96 10 (86 - 114)Clcio (mg) 26,2 6 (17 - 44,7)Fsforo (mg) 42 14 (23,6 - 55,3)Ferro (mg) 0,8 0,5 (0,3 - 1,8)Vitamina A (mg) 0,005 0,001 (0,004 - 0,007)Tiamina (vitamina B1) (mg) 0,1 0,01 (0,1 - 0,11)Riboflavina (vitamina B2) (mg) 0,13 0,05 (0,057 - 0,167)Niacina (vitamina B 5) (mg) 0,9 0,3 (0,65 - 1,28)cido ascrbico (vitamina C) (mg) 37,38 4,62 (34 - 42,2)

    Fonte: Leal, 1990.

    Fonte: Avaliaes do Pinto, A.C. de Q., Pesquisador da Embrapa Cerrados, por meiode anlises bromatolgicas de frutos de pinha em 2000.

    TamanhoFruto

    Mdio GrandePeso mdio (g) 360,8 565,8Altura (cm) 8,4 10Dimetro (cm) 8,6 10Sementes (nmero mdio/fruto) 21,5 58,8Peso mdio das sementes (g) 11,6 25,5Porcentagem de polpa (%) 50 45,6Brix 24,9 24Acidez titulvel (%) 0,15 0,15RBA (relao Brix/acidez) 166 160

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    ASPECTOS ECONMICOS

    A maior produo da pinha no Brasil, ocorre nos Estados deAlagoas e So Paulo. Em Alagoas estima-se a rea produtora em500 ha (Albuquerque, 1997). Os principais municpios produto-res so os de Palmeira dos ndios, Estrela de Alagoas e Igaci. Aproduo se d em janeiro, fevereiro, maro, junho, julho e agosto.

    Em 1996, So Paulo apresentava 210 mil plantas de anon-ceas (Piza Jr & Kavati, 1997). A rea de concentrao da pinhaera Lins, Mirandpolis e Jales. No ano 2000, a produo da pi-nha expandiu-se nestes municpios (Lins, Mirandpolis e Jales)por pequenos agricultores. Nessa regio, apenas um hectare deproduo, utilizando-se os devidos tratos culturais, pode renderao produtor, no terceiro ano de produo, cerca de R$ 100 mil/ano, j que o preo da unidade da fruta varia de R$ 1,00 aR$ 5,00 (Indicativos, 2000).

    No Distrito Federal, a rea de cultivo descrita em 1998 erade apenas 0,5 ha. Porm, essa regio mostra condies edafo-climticas aceitveis para o cultivo da pinha. Seu cultivo, noentanto, ainda se d por conta e risco dos produtores que procuramnichos de mercado, pois a pinha ainda considerada um produtoextico nessa regio (Lima & Yamanishi, 1999).

    No Brasil, em geral, o perodo de produo e de colheita dapinha ocorre durante os meses de janeiro a maio, sendo consumi-da in natura. A comercializao da pinha realizada no s nasCeasas mais prximas da rea de produo, mas tambm porpequenos varejistas. Ainda muito restrito seu aproveitamentona agroindstria (So Jos, 1997). Em Braslia, possvel a indu-o da florao na estao chuvosa para frutificao (produo)no perodo seco. Esse fato permite a produo fora da pocanormal (janeiro a maio).

    FENOLOGIA

    No Mxico e no Distrito Federal, o perodo de florao ocorreno fim da estao seca.

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    A frutificao da pinha ocorre na poca da chuva em regiestais como a Flrida, Filipinas, India e Mxico (Mowry et al., 1941;Coronel, 1994). Na Flrida, a frutificao irregular e aconteceao longo de trs meses. Nas Filipinas, d-se no incio da estaochuvosa e, no Mxico, no final dela. Na ndia, as cultivaresBarbados Seedling, Washigton-97 levam 16 a 18 semanas (115 a125 dias) da abertura da flor ao completo amadurecimento dofruto (Pal & Kumar, 1995 citado por Alves, 1997). Em Braslia, afrutificao normalmente ocorre entre novembro e janeiro(crescimento do fruto) e a colheita entre abril e junho(amadurecimento do fruto).

    PROPRIEDADES E USOS

    Propriedades Inseticidas

    As folhas, as razes e, principalmente, as sementes da pinhaapresentam propriedades inseticidas. Essas propriedades so de-vidas a substncias do tipo acetogeninas como as anonina ouanonacina, asimicina, bulatacina, bulatacinona e escuamocina.(Hernndez & Angel, 1997).

    A atividade inseticida da anonina ou anonacina devida asua propriedade citotxica. Essas substncias tm ao sobre acadeia respiratria celular, no primeiro acoplamento energtico(Lodershausen et al., 1991 a,b). Por isso, provoca 70% de morta-lidade de Aedes aegypti em uma concentrao de 10 ppm.

    A asimicina efetiva no controle de insetos como Aedesaegypti, Aedes vittatum, Aedes gossypi, Coliphora vicina, Epila-chna varivertis, Tetranychus urticae e contra o nematideCaenoharbiditis elegans. Entre os 256 ismeros dessa substn-cia, citam-se a bulatacina e a bulatacinona (Li et al., 1990). Abulatacina o ismero mais txico da asimicina (Hui et al., 1989citado por Hernndez & Angel, 1997). Uma concentrao de 1,10 e 24 ppm dessa substncia capaz de matar 80% de insetosdo tipo A. aegypti, A. gossypii e Diabrotica undecimpunctata,respectivamente (Hernndez & Angel, 1997).

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    Outra acetogenina extrada da semente de pinha a escua-mocina que tem propriedades ovicida e larvicida (Rupprecht etal., 1990 citado por Hernndez & Angel, 1997). Essa substnciatambm efetiva no controle preventivo de insetos-praga.

    As acetogeninas tm ao de intoxicao sobre os insetosvia ingesto alimentar, inibio do crescimento, oviposio e tam-bm como repelente de insetos (Jacobson, 1975; Ratnayake etal., 1992; Stoll, 1989 citados por Hernndez & Angel, 1997). Essassubstncias que possuem propriedades inseticidas podem ser extra-das do p das folhas, das razes e das sementes em gua, acetona,etanol, ter de petrleo, ter etlico ou hexano (Jacobson, 1958,1975; Saito et al., 1989 citados por Hernndez & Angel, 1997).

    O extrato alcolico diludo, extrado das sementes, podeser utilizado como tratamento caseiro no controle preventivo deinsetos-praga e, s vezes, de nematides. Esse extrato da sementeda pinha, contendo uma mistura de acetogeninas, permite umaelaborao rpida de inseticidas naturais. Para a obteno desseextrato, maceram-se 500 g de sementes e adiciona-se 1 litro delcool na forma medicinal a 90. A mistura deixada em repousopor 15 dias, no escuro e em recipiente bem vedado. No momentoda aplicao, adicionam-se 16 litros de gua para cada 500 mLdo extrato. Como esse extrato um potente inseticida, deve-setomar os mesmos cuidados quanto intoxicao para os agrot-xicos sintticos comumente aplicados. Se utilizar substncias ole-osas, extradas da semente, adicionar sabo (5 g/litro) mistura.Recomenda-se colocar o extrato alcolico ou oleoso, provenientede sementes, fora do alcance de crianas, pois um produtoextremamente txico (receita modificada de Solrzano et al., 1991citada por Hernndez & Angel, 1997).

    Propriedades Medicinais

    Compostos qumicos como acetogeninas, diterpenos, leosessenciais, saponinas e alcalides, encontrados em diferentespartes da planta de pinha, como razes, folhas, frutos e sementesapresentam propriedades medicinais para diversas enfermidades.

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    O extrato das razes tem ao em processos de disenteria,depresso e doena da medula espinhal. O ch, neste caso, tam-bm tem ao purgativa.

    O extrato das folhas utilizado no tratamento do prolapsodo nus e o ch das folhas tem atividade medianamente laxativa(Leal, 1990).

    Nos frutos, j foi isolado um composto qumico chamado16 b, 17 cido diidroxikauranico - 19 que apresenta atividadeanti-HIV (Wu et al., 1996).

    Nas sementes, existem acetogeninas que apresentam ativi-dade inseticida e, em alguns casos, atividade anticancergena.Substncias chamadas de saponinas, encontradas nas sementes,podem hemolisar as clulas vermelhas do sangue humano e soigualmente txicas para os peixes (Salluja & Santani, 1990). Oextrato da semente tambm utilizado em tribos indianas doEstado de Madhya Pradesh como abortivo (Salluja & Santani,1990).

    Todas essas caractersticas medicinais provenientes de di-versas partes da pinha so citadas na literatura corrente e norepresentam recomendaes dos autores.

    SELEO DE CULTIVAR

    A seleo da pinha, indicada para o plantio, dever ser aquelamais adaptada s diferentes regies, com maior produtividade eaceitabilidade com respeito qualidade das frutas. O materialindicado para plantio no Brasil so: Pinha FAO I, Pinha AP ePinha FAO II (Luna, 1988, 1988 citados por Paiva & Fioravano,1994).

    conhecida tambm uma planta mutante de pinha semsementes, originada de uma mutao somtica natural. A pinhasem sementes encontrada e cultivada no Brasil e Cuba (Manica,1997). No Brasil, chamada tambm de Ata de Pitaguari, poisfoi pela primeira vez encontrada no campo de sementes de Bar-reira Vermelha no Municpio cearense de Redeno pelo enge-

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    nheiro agrnomo Jos Chaves da Cunha em 1940. Foi levadapara a Estao Experimental de Fruticultura de Santo Antnio dePitaguari onde foi multiplicada por enxertia (Gomes, 1999).

    Na Tailndia, so conhecidos frutos de casca vermelha, verde ou amarela. O tipo verde, porm o mais popular (Paiva &Fioravano, 1994). Em Petrolina, PE, Brasil, a Fazenda Boa Frutaj produz e comercializa a pinha roxa, possivelmente, um materialmutante.

    PROPAGAO

    A pinha pode ser propagada por via sexuada (sementes) ouassexuada (vegetativa), no entanto, a forma mais empregada asexuada.

    A maior parte dos pequenos pomares so constitudos deplantas de p-franco (propagao por semente). Esse fato, tornaos pomares muito desuniformes em virtude da variabilidade ge-ntica entre as plantas. Essa variabilidade gentica garante abiodiversidade da espcie, todavia, implica a heterogeneidadedos pomares. Naqueles de grande importncia comercial, no en-tanto, a propagao feita por via assexuada (enxertia).

    A dormncia da semente um dos problemas encontradosem relao sua propagao por via sexuada. Por isso, recomen-da-se semear em um perodo no muito longo depois da coletada semente para evitar a perda do poder germinativo. Antes deseme-las, devem ser postas para secar sombra e s entocolocadas para germinar quando a temperatura no estiver baixa,pois esta favorece a dormncia das sementes (Gama & Manica,1994). Caso isso ocorra, o aquecimento das sementes com guaquente pode ser uma sugesto para eliminar esse problema(Hartmann, 1990).

    A escarificao da semente, antes do plantio, outro fatorque aumenta seu poder germinativo (Gama & Manica, 1994).Depois desse procedimento, seu desenvolvimento parece ser r-pido e uniforme em condies de viveiro.

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    Uma alternativa tcnica para aumentar o poder germinativodas sementes a de deix-las na gua de 24 a 48 h, na partebaixa da geladeira, antes do plantio (Lucas, 1994).

    As sementes so colocadas para germinar em sementeiras(semeadura indireta), caixas ou sacos de polietileno (semeaduradireta).

    O solo deve ser desinfestado devido a problemas com apodrido-das-razes. Para a produo de mudas frutferas, no Cer-rado, recomenda-se tratar o substrato com brometo de metila naproporo de 20 cm3/m3 de terra. Durante esse procedimento,deve-se prevenir contra a toxidez e perigo no uso desse pesticida(Pinto, 1996). O solo pode ser tambm tratado pelo mtodo desolarizao que mais recomendado por ser menos perigoso nouso. A germinao sob sombrite com intensidade luminosa de50% ocorre depois de 10 dias.

    A propagao assexuada o mtodo mais adequado splantas frutferas, pois garante a homogeneidade do pomar, po-dendo-se plantar o mesmo clone ou variedade em uma mesmarea. Alm disso, esse mtodo permite a florao e a frutificaomais precoces, bem como o plantio em solos no-propcios des-de que o porta-enxerto seja resistente a doenas como a podri-do-das-razes. Por esse mtodo, pode-se promover ainda umafcil restaurao e substituio de copas do pomar.

    A propagao assexuada pode ser realizada por enxertia eestaquia porm a mais utilizada a enxertia.

    A maior dificuldade conseguir porta-enxertos resistentes podrido-das-razes na propagao por enxertia da pinha.

    O porta-enxerto mais utilizado no Brasil para a propagaoda pinha a prpria pinha. Todavia, o da Annona reticulata, daAnnona glabra e da Atemia tambm j foram utilizados comsucesso em outros pases (Bezerra & Lederman, 1997).

    A garfagem lateral e garfagem no topo, borbulhias em es-cudo, em T invertido, em placa ou em janela aberta so as princi-pais tcnicas do procedimento de propagao da pinha por en-

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    xertia. A eficincia de cada uma delas parece estar relacionadacom as condies ambientais como: temperatura, umidade rela-tiva, idade do porta-enxerto e enxerto, a compatibilidade do di-metro deles (enxerto e porta-enxerto) e at mesmo a experinciado operador. Assim sendo, a mesma tcnica utilizada no Estadodo Rio de Janeiro no igual quela utilizada em Pernambuco.No Rio de Janeiro, as tcnicas mais eficientes estudadas foram ada garfagem lateral e de topo, com 100% de pegamento e, emPernambuco, as mais eficientes foram a borbulhia em placa e emjanela aberta com 95,8% de pegamento (Pace & Arajo, 1979;Dantas et al., 1993 citados por Bezerra & Lederman,1997).

    Tambm j foi citado que, o corte da gema apical, feito naparte vegetativa que ser o enxerto (copa), em uma fase faseanterior realizao do processo de enxertia, promove o intu-mescimento das gemas axilares, aumentando o pegamento (Gama& Manica, 1994).

    LOCALIZAO DO POMAR

    O primeiro passo para iniciar-se um pomar de pinha definiro local onde ser instalado. Esse local depende do clima, do tipodo terreno e do solo, da presena ou da ausncia de outros pro-dutores e de estruturas de comercializao ou proximidade delas.

    Fatores Edafoclimticos

    Terreno - o terreno para a instalao do pomar no deve sermuito plano. O melhor aquele com declividade ao redor de 5%,podendo chegar a 20% (Schwartz & manica, 1994).

    Solo - As caractersticas mais importantes para a culturaso: profundidade e boa drenagem. A profundidade fundamentale necessria devido ao grande crescimento das razes da plantaenquanto a drenagem importante para evitar o aparecimentoda podrido-das-razes que se desenvolve quando h muitaumidade no solo. J foi relatado que a pinha morre depois de24h de encharcamento do solo (Caizares Zayas, 1966). Esta foi

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    descrita como sendo a espcie da famlia das anonceas maisresistentes seca (Nakasone & Paull, 1998). O pH deste deveestar entre 6,5 e 7,5 (Kavati & Piza Jr, 1997).

    Altitude - A pinha cultivada preferencialmente em terrasbaixas nas latitudes tropicais. Em Cuba, porm, j foi descritasua produo em altitudes de 900 m (Caizares Zayas, 1966). NoBrasil, a cultura tambm se estabelece em altitudes de 900 m.

    Clima - nativa das regies mais quentes e secas da AmricaCentral, mas tambm se adapta a regies com umidade maiselevada (Popenoe, 1952), desde que no seja excessiva, poisnessas condies, no frutificam bem. Necessita de uma pocade repouso em que a taxa de crescimento vegetativo diminudacomportando-se como rvore caduciflia (perda das folhas). Adiminuio da taxa do crescimento vegetativo pode ser devida aum estresse hdrico ou de temperatura. Por exemplo, no Nordeste eno Distrito Federal ocorre o estresse hdrico (poca de seca), en-quanto no Sudeste ocorre o de temperatura baixa (poca fria) quegarante o estresse necessrio para a cultura (Kavati & Piza Jr., 1997).

    A pinha adapta-se muito bem ao clima semi-rido (p.ex.Regio Nordeste brasileira). Porm, no tolera perodos prolonga-dos de frio (Fouqu, 1972).

    Ventos - Os ventos fortes podem provocar a queda dosfrutos e leses causadas pelo atrito dos ramos com os frutos oque os depreciam comercialmente. Os ventos frios, em particular,causam escurecimento deles ("chilling") (Kavati & Piza Jr., 1997).

    INSTALAO DO POMAR

    Preparo do solo e plantio

    A pinha pode crescer em solos pobres, porm maior produ-o pode ser obtida em solos bem adubados ou ricos.

    Antes de adotar um programa de adubao para a pinha,recomenda-se a realizao da anlise do solo na rea em que se

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    quer cultiv-la. Essa anlise deve ser feita, coletando-se as amos-tras em duas profundidades: de 0 a 20 cm e de 20 a 40 cm(Kavati & Piza Jr., 1997). Essa anlise tem como finalidade co-nhecer os parmetros como pH, concentrao de macro e micro-nutrientes e estudo de curva de reteno. No caso de solos ci-dos, sugere-se uma calagem preliminar para a correo de pH,utilizando-se calcrio dolomtico. Essa aplicao dever ser o maisprofunda possvel para sua boa incorporao. Assim, o melhor realizar a adio do calcrio ao solo antes de arar e passar grade.

    Havendo a necessidade de irrigao, por causa da baixaumidade do solo na regio, sero necessrios estudos de evapo-transpirao e tenso hdrica no solo (Santos, 1997).

    O boro e o zinco so micronutrientes importantes e compo-nentes dos frutos (Tabela 4). Esses microelementos devem teruma concentrao, no solo, acima de 0,2 mg/dm3 e 1,2 mg/dm3respectivamente (Kavati & Piza Jr., 1997).

    A pinha no deve ser plantada em solos argilosos ou quetenham sido recm-desbravados.

    Os espaamentos do plantio mais comuns so: 6 x 4 m; 8 x5 m; ou 7 x 5 m, sendo esses ltimos, dependentes do cresci-mento da planta (Kavati & Piza Jr., 1997). Tm sido usados,tambm, espaamentos de 4 x 4 m; 5 x 5 m; e 5 x 6 m; 5 X 7 me 6 x 6 m (Schwartz & Manica, 1994).

    Para o plantio, podem ser usados sulcos ou covas. A aber-tura dos sulcos, no solo, pode ser feita por meio de uma sulcadorade cana, e as covas para o plantio das mudas devem ser abertascom as seguintes dimenses: 40 x 40 x 40 cm (Kavati & Piza Jr.,1997). Dependendo do preparo do terreno, as seguintes dimen-ses tambm podem ser adotadas: 30 x 30 x 30 cm, 50 x 50 x 50cm ou 60 x 60 x 60 cm (Schwartz & Manica, 1994; Bezerra &Ledermann, 1997).

    Em geral, o plantio das mudas com 70 cm de altura dahaste principal deve ser realizado no incio da estao chuvosa,porm, se o pomar for irrigado, poder ser em qualquer poca.

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    As mudas devem ser plantadas de maneira que o colo esteja a5 cm acima do nvel normal do terreno e, acompanhando ascurvas de nvel.

    Depois do plantio, recomenda-se aplicar at 40 litros degua por cova. Essa irrigao importante para compactar o soloe eliminar os bolses de ar nas razes. Deve ser mantida a umidadena muda, at o completo pegamento (brotaes) (Kavati & PizaJr., 1997).

    O solo, em torno da cova da muda plantada, pode ser aindacoberto com palha. Esse procedimento tem a vantagem de con-servar a umidade, impedir o aquecimento excessivo do solo e,ainda, diminuir o custo dos tratos culturais (as capinas). usadoprincipalmente quando no utilizada a irrigao. Todavia, au-menta o risco de incndios no pomar (Schwartz & Manica, 1994).

    Adubao de plantio

    Como os fatores climticos e o solo variam de regio pararegio, conveniente tomar cuidado quanto aos procedimentosda adubao de formao (plantio). A anlise do solo necess-ria antes do plantio. As recomendaes de adubao de plantiovariam conforme a regio como descritas a seguir.

    Estado de Pernambuco: regio nas proximidades de Recife:10 a 20 litros de esterco de gado bem curtido por cova, 700 g defosfato natural ou de farinha de ossos, 100 g de sulfato de po-tssio, praticada de 15 a 20 dias antes do plantio, misturando-seao solo retirado durante a abertura das covas (Couceiro, 1973citado por Silva & Silva, 1997).

    Agreste e serto: recomenda-se usar 20 litros de esterco degado bem curtido, 500 g de superfosfato simples e 60 g decloreto de potssio, antes do plantio (Bezerra et al., 1997);

    Estado de So Paulo: 20 litros de esterco de curral, 300 gde fosfato natural, 300 g de superfosfato simples e 100 g decloreto de potssio (Santos & Moreira, 1980 citado por Silva &Silva, 1997). Tambm, neste mesmo Estado, bem como na

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    Regio do Cerrado, recomenda-se fazer a distribuio de calcrio200 g/m (no pomar). Nas covas, misturar 30 litros de matriaorgnica (esterco de curral bem curtido), 500 g de superfosfatosimples ou termofosfato, adicionam-se nas covas 10 g de brax(quando a concentrao no solo for inferior a 0,2 mg/dm3) ezinco com 20 g de sulfato de zinco/cova quando o teor no solofor menor ou igual a 1,2 mg/dm3. A mistura desses componentes feita com a terra retirada das covas que retorna a elas. O plan-tio deve ser feito 30 dias depois da adubao. (Kavati & Piza Jr.,1997);

    Estado de Alagoas: recomenda-se a anlise preliminar dosolo, caso no seja possvel, a conduta aplicar 300 g da frmula0-30-10 por cova (EMATER-AL, 1981 citado por Silva &Silva,1997);

    Estado do Cear: recomenda-se colocar na cova de 15 a 20litros de esterco de curral, fsforo nas quantidades 80, 60 ou 40g de P2O5 / planta conforme anlise do solo (Recomendaes deAdubao e Calagem para o Estado do Cear, 1993 citado porSilva & Silva, 1997);

    A ULTRAFRTIL, 1978 citado por Silva & Silva (1997), re-comenda para anonas, em geral, as frmulas 0-30-10; 0-30-15;0-34-12; 0-31-16 na ordem de 300 a 400g/cova mais matriaorgnica;

    Estado do Rio de Janeiro: em So Joo da Barra, j foiadotado o seguinte procedimento com sucesso: trs adubaesno primeiro ano. Uma no plantio, uma no incio e a ltima nofinal da estao chuvosa. Para cada adubao, utilizaram-se200 g da frmula NPK (10:10:10) (Lucas, 1991);

    MANEJO DO POMAR

    Existem produtores de pinha que no utilizam nenhuma tec-nologia que propicie a melhoria de sua produo. Todavia, para oaproveitamento mais efetivo da cultura, visando ao aumento deproduo e maior comercializao, essencial que sejam ado-

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    tadas diversas medidas de manejo e tratos culturais, tendo emvista que tecnologias como, por exemplo, nutrio adequada,podas, manejo de pragas, polinizao artificial e irrigao sorecursos que comprovadamente aumentam a produo de umacultivar e tambm a pinha. Todavia, as tecnologias de poliniza-o artificial e de irrigao para a pinheira ainda no esto total-mente estudadas no Brasil.

    Nutrio e adubao (cobertura)

    A adubao fundamental para a vida da planta, pois de-terminado composto qumico pode ter ao direta em seu meta-bolismo, como por exemplo, qualquer sistema enzimtico. O ni-trognio, o potssio, o fsforo, o clcio, o magnsio e o enxofreso considerados macroelementos. O boro, o cloro, o cobre, oferro, o mangans, o molibdnio e o zinco, microelementos.

    A correta adubao da pinha depende no s da anlise dosolo, como da anlise foliar de desequilbrios nutricionais (altera-es de concentraes de macro e micronutrientes nas folhas efrutos).

    Embora os desequilbrios nutricionais no sejam totalmenteconhecidos em anonceas alguns podem ser observados visual-mente nas plantas. Os sintomas de retardamento do crescimentovegetativo e da frutificao, a falta de novas brotaes, a redu-o do tamanho das folhas, a queda precoce de folhas, malfor-maes nas folhas, a clorose ou amarelecimento da folha e oaparecimento de manchas amarronzadas ou de manchas que lem-bram ferrugens so sintomas de desequilbrios nutricionais (Kist& Manica, 1994; Silva & Silva, 1997). Recomenda-se a anlisefoliar peridica para ter certeza da sanidade do pomar. Para acorreta anlise foliar conveniente realiz-la com o mesmo tipode folha quanto ao tamanho, idade e localizao no ramo.A poca de coleta da folha para a anlise tambm fator impor-tante e deve ser sempre realizada na mesma estao do ano(Silva & Silva, 1997).

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    Alguns elementos qumicos (macro e microelementos), ob-tidos de anlises em laboratrio que so exportados para folhas efrutos da pinha so mostrados nas Tabelas 3 e 4. Os macronutri-entes mais abundantes encontrados no fruto so: o nitrognio eo potssio; e, os micronutrientes so: o ferro, zinco, mangans eboro. A concentrao do sdio tambm bastante elevada nofruto.

    Tabela 3. Teores mdios de macronutrientes e micronutrientesem folhas de pinha.

    Tabela 4. Teores mdios de macro e microelementos em frutosde pinha.

    As recomendaes para a adubao de cobertura so tam-bm bastante variadas de regio para regio conforme se observaa seguir.

    Macronutrientes%

    Micronutrientes(ppm)

    Elemento Ramos semfrutos

    Ramos comfrutos

    Elemento Ramos semfrutos

    Ramos comfrutos

    N 3,6 3,3 Na 288 317P 0,18 0,17 Mn 253 197K 1,11 1,17 Fe 152 140Ca 2,09 2,12 Al 42 32Mg 0,41 0,35 B 105 107S 0,23 0,26 Zn 22 20- - - Cu 6 5

    Fonte: Kist & Manica, 1994.

    Fonte : Silva & Silva, 1997.* - no so nutrientes.

    Elemento N P K Ca Mg S Fe Cu Mn Zn B Na* Al*

    (mg/fruto) 2558 207 1849 160 163 95 6,59 0,85 1,16 2,48 1,11 31,74 2,8

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    Estado do Cear: Recomenda-se, no primeiro ano do plan-tio, fornecer s plantas, parceladamente, as adubaes nitroge-nada e potssica aos 30 e 60 dias depois do pegamento da muda.No segundo ano, essas adubaes devem ser parceladas em trsvezes durante o perodo chuvoso. Se o pomar for irrigado, oparcelamento dever ser em quatro vezes e adicionado em attrs meses. Recomenda-se aplicar o fsforo em dose nica quandose adicionar o potssio e o nitrognio pela primeira vez. Paragarantir o fornecimento de enxofre, devem ser adotadas as fon-tes de sulfato de amnio e superfosfato triplo ou uria e super-fosfato simples. Anualmente, devem ser fornecidos de 15 a 20litros de esterco curtido (Recomendaes de Adubao e Cala-gem para o Estado do Cear, 1993 citado por Silva & Silva,1997); (Tabela 5).

    Tabela 5. Programa de adubao de cobertura em plantas depinha.

    Recomendao para Norte e Nordeste:

    Esta recomendao foi testada para a adubao de coberturapara a pinha em fase de frutificao. Constitui no fornecimentode 1 kg da frmula 9-12-10 por rvore em duas ou trs aplicaesdurante o perodo do crescimento vegetativo (Couceiro, 1973citado por Silva & Silva,1997);

    Ano Teor denitrognio (g)

    Gramas de Fsforo (P2O5)teor no solo em g/cm3g /

    planta

    Gramas de potssio (K2O)teor de potssio no solo de g/cm3

    Primeiro 400 10

    -11 20

    -> 20

    -0 45

    6046 90

    40>90

    30Segundo 80 80 60 40 80 60 40Terceiro 120 120 80 60 120 80 60Quartoadiante

    180 120 80 40 180 120 60

    Fonte: Silva & Silva, 1997.

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    Estado de Pernambuco: regio do agreste e serto: reco-menda-se aplicar 250 g de sulfato de amnio e 40 g de cloretode potssio no primeiro e segundo anos, divididos em duas ve-zes, no incio e no fim do perodo das chuvas. A partir do terceiroano, utilizar 125 g de sulfato de amnio, 150 g de superfosfatosimples e 40 g de cloreto de potssio no incio e no final daschuvas (Bezerra et al., 1997);

    Estado de So Paulo: Fornecer s plantas depois de 30 diasde plantio, adubao com 50 g de nitroclcio, aplicado ao redorda planta de 20 a 30 cm de distncia do tronco. Passados 60dias do plantio, essa adubao repetida. No segundo ano, faz-se de 4 a 5 adubaes com 100 g de nitroclcio/planta/aplicao(Kavati & Piza Jr., 1997);

    Estado do Rio de Janeiro: Adicionar, no segundo ano, porduas vezes, 250 g da frmula NPK (10:10:10). No incio da pro-duo (terceiro ano), incorpora-se no solo em volta da planta deuma s vez, 300 g da mesma frmula (Lucas, 1991);

    O mulching (cobertura verde) uma prtica que tambmpode ser adotada na cultura da pinha. Esse procedimento be-nfico, pois aumenta a umidade do solo, reduzindo o aqueci-mento excessivo dele, controla, parcialmente, o crescimento daservas-daninhas e libera de forma gradual os nutrientes para asplantas (Indicativos, 2000).

    Capinas

    As capinas so realizadas no combate s plantas daninhas,pois essas plantas competem com a cultura pelos nutrientes,gua e luz. Existem dois mtodos de capinas: o mtodo fsico e oqumico. O fsico refere-se capina manual que feita com enxa-da fazendo-se as limpas na subcopa das plantas a um metro dotronco e, nas linhas e entre as linhas realiza-se roagem (Arajoet al., 2000). Devem-se evitar ferimentos no tronco e nas razesdas plantas, o que pode favorecer doenas fngicas como tam-

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    bm no formar bacias, pois o acmulo de gua pode prejudicaro desenvolvimento normal da planta (Fioravano & Paiva, 1994;Kavati & Piza Jr., 1997).

    O mtodo qumico faz-se com a aplicao de herbicidas(geralmente o glifosato e o paraquat + diuron) nas linhas decultivo (Kavati & Piza Jr., 1997; Arajo et al., 2000). A calda dosherbicidas pulverizada sobre as ervas-daninhas, evitando-se ocontato com as partes verdes da pinheira. Esse tratamento contra-indicado em pocas de alta temperatura ou durante o flo-rescimento da cultura. Ressalta-se a importncia de equipamen-tos de proteo (botas, roupas, luvas, mscaras) para o operadorde substncias qumicas. O equipamento de pulverizao deveser conservado (limpo) sempre depois do uso, evitando-se entu-pimentos, desgastes e corroses maiores.

    Podas

    Existem vrios tipos de podas recomendados para a pinhacomo: as podas de formao, de frutificao, de limpeza e derejuvenescimento (Fioravano & Paiva, 1994; Kavati & Piza Jr.,1997).

    O pegamento completo da muda ocorre com sua brotao.Nesse momento, deve-se efetuar as podas de formao cuja fina-lidade principal reduzir o porte, facilitando os tratos culturais,fitossanitrios e a colheita. A poda de formao corresponde eliminao das brotaes e realizada no caule principal a 70 cmde altura (poda de desponte no perodo de repouso); e, ao mes-mo tempo, nos 40 cm inferiores do tronco (haste), sendo feita aeliminao total das brotaes (Kavati & Piza Jr., 1997). O maisimportante realizar o desponte das gemas apicais dos ramospara estimular o crescimento dos laterais em diferentes alturasda haste (deixando-se de 3 a 4 pernadas alternadas). Quando osramos laterais crescerem 50 cm, faz-se novo desponte, favore-cendo o crescimento de ramos em nmero similar ao anterior(Indicativos, 2000).

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    Alm da poda de formao, tambm feita a de frutifica-o que uniformiza o pomar na segunda safra natural. Poda-se oramo em 2/3 do seu comprimento na parte constituda de tecidomaduro, lignificado. Nesses ramos encurtados, deixam-se de 8 a12 gemas para os novos brotamentos (Kavati & Piza Jr., 1997). Apoda de frutificao deve ser feita precocemente, pois ajuda naquebra da dormncia e permite mais facilmente o florescimentoe frutificao (Fioravano & Paiva, 1994). Essa poda estimula aproduo, diminuindo os ramos vegetativos e mantendo os pro-dutivos ou mistos. Em pomar irrigado, realiza-se a poda de fruti-ficao por meio da desfolha e da adubao da planta, depois deum estresse hdrico de 30 a 40 dias. Eliminam-se os ramos verti-cais que so menos eficientes em translocar os nutrientes emrelao aos laterais ou produtivos. Feita a poda, retorna-se a irriga-o e a adubao com N e K. Essa prtica repetida sempre napoca da florao e do vingamento dos frutos (Arajo et al., 2000).

    A poda de limpeza importante para o controle de pragas ea de rejuvenescimento, para recuperar plantas em decadncia emal tratadas. Nessa ltima, faz-se a poda drstica dos ramos, deforma a permitir grande nmero de brotaes novas.

    Raleamento

    Na poca da frutificao, tambm feito o raleamento ouo desbaste. Esse procedimento consiste na retirada manual defrutas malformadas e em excesso no ramo, deixando-se, em m-dia, de 50 frutos/rvore na primeira safra e 30 frutos/rvore nasegunda. O raleamento feito por trs vezes, retirando-se frutosque tm 1,5 cm de dimetro. Esse processo aumenta o desenvol-vimento dos frutos que permanecem na rvore principalmente nasegunda safra (Kavati & Piza Jr., 1997).

    CONSORCIAO COM A CULTURA DA PINHA

    A consorciao uma prtica ainda pouco utilizada com acultura da pinha. No Estado do Rio de Janeiro, foi realizada, comsucesso, a consorciao das culturas do maracuj e da pinha

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    (Lucas, 1991, 1994). A produtividade obtida para o maracuj, noprimeiro ano de cultivo, foi de 20 t/ha e no segundo, de 45 t/haenquanto, para a pinha, a produtividade esperada era de 150frutos/p. Esse consrcio demonstrou que a rapidez da culturado maracuj garante a produtividade da terra nos trs primeirosanos, alm de diminuir os custos com insumos, irrigao e mo-de-obra. Quando a produtividade da pinha inicia, os lucros soelevados, uma vez que o preo dessa fruta alto no mercado(Lucas, 1991; 1994). Outros consrcios podem ser feitos com amandioca, o feijo, a abbora e a melancia porm, a braquiriano recomendada (Lucas, 1994).

    TECNOLOGIA DE IRRIGAO DESENVOLVIDA PARA A PINHA

    A irrigao artificial uma tecnologia que aumenta muito aprodutividade de uma cultivar, pode amenizar o custo de produ-o, conservar o solo e diminuir os riscos da eroso e da lixivia-o de nutrientes do solo e promove o controle de gua. A ne-cessidade da irrigao fator que depende do estado fisiolgicoda planta e do perodo do ano (principalmente em relao tem-peratura e umidade). A irrigao importante na fase do de-senvolvimento da planta (Santos, 1997).

    Antes de escolher o mtodo, deve-se fazer um estudo doterreno, do solo e da real necessidade dessa prtica. Irrigaesmal feitas levam lixiviao de nutrientes ou eroso do solo.Portanto, muito importante o apoio tcnico especializado an-tes da elaborao e do dimensionamento de um projeto de irriga-o (Pinto & Ramos, 1997). Como exemplo de rea cultivada depinha irrigada temos a regio do Vale do So Francisco a maiorrea (Santos, 1997).

    A necessidade de irrigao pode ser medida pela evapo-transpirao foliar, estudo da distribuio das razes no solo oupela medio da tenso de gua no solo com um tensimetro.Uma tenso de 0,6 atm de gua no solo justifica o uso da irriga-o. A evapotranspirao foliar pode ser medida por meio dotanque classe A (Santos, 1997).

  • Circ. tc. - Embrapa Cerrados, Planaltina, n. 9, p.1-52, jul. 2000 27

    Existem vrios mtodos de irrigao. Os principais so: ogotejamento, a microasperso, a asperso convencional, em sulcoou por meio de microbacias. A escolha do mtodo depende dotipo de solo. Por exemplo, para solos arenosos ou areno-argilo-sos recomendado o sistema de microasperso ou asperso con-vencional; para os argilo-arenosos ou argilosos, por sulcos, gote-jamento e por microbacias (Santos, 1997).

    Os mtodos de gotejamento e de microasperso so maisvantajosos, pois diminuem as perdas de gua no trajeto entreuma planta e outra, sendo mais recomendados para o cultivo deplantas frutferas. O gotejamento garante a disponibilidade dagua no solo de 80% a 100%. Na asperso convencional, hperdas de gua no trajeto, e a distribuio no eficiente, pois impedida pelas folhas e tronco no pomar adulto. A asperso con-vencional garante a disponibilidade de gua para planta de 50%(Santos, 1997).

    Na adoo do mtodo de irrigao mais adequado soimportantes a monitorizao do lenol fretico via poos deobservao, quinzenalmente. Essa prtica muito importantecomo controle da irrigao. Esses poos devem ser construdosem malhas de 100 x 100 m ou de 100 x 200 m (Santos, 1997) e;a avaliao anual do equipamento de irrigao fator essencial.A determinao da eficincia na aplicao e na distribuio de gua,perdas de gua por percolao profunda ou escoamento superficial,coeficiente de uniformidade de distribuio e percentual deentupimento dos emissores so tpicos importantes na observao.Algumas medidas so eventualmente adotadas tais como:

    ! reposio de peas danificadas;

    ! manuteno da presso da gua;

    ! manuteno do conjunto de bombeamento da gua;

    ! limpeza no sistema de filtragem da gua;

    ! eliminao de vazamentos nas linhas principais lateraise terminais.

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    TECNOLOGIA DE POLINIZAO ARTIFICIAL

    A pinha, como todas as anonceas, uma frutfera quenormalmente no apresenta alta produtividade. Um dos fatoresque levam a sua baixa produo a polinizao deficiente, poiso tempo de amadurecimento do gineceu (rgo sexual feminino) diferente do androceu (rgo sexual masculino). Alm dessefato, apresenta elevada taxa de auto-incompatibilidade e a lentaabertura das ptalas dificulta a visita de insetos polinizadores(Fioravano & Paiva, 1994).

    A polinizao natural, feita por insetos, de grande impor-tncia. Porm, durante o controle qumico de pragas, como abroca-dos-frutos, pode-se eliminar os poucos polinizadores natu-rais e isto refletir no decrscimo ainda maior na produo (Kavati& Piza Jr., 1997). Assim, a polinizao artificial pode ser umamedida para aumentar a eficincia da fecundao e do vinga-mento dos frutos (Caizares Zayas, s.d.). Essa uma tecnologiaque, alm de resolver o problema da baixa eficincia da poliniza-o natural, oferece as vantagens de aumentar a produo e aqualidade dos frutos (Fioravano & Paiva, 1994; Lederman &Bezerra, 1997; Kavati & Piza Jr., 1997).

    A polinizao artificial, no entanto, ainda no uma prticacorrente visando ao aumento da produtividade da pinha. Esseprocedimento, pode ser seguido, como o descrito por CaizaresZayas (s.d.) para a pinha, para a cherimlia nos Estados Unidos(Schroeder, 1971 citado por Lederman & Bezerra, 1997) ou paraa atemia em Israel (Oppenheimer, 1980 citado por Lederman &Bezerra,1997).

    O procedimento realizado, levando-se em consideraoprincipalmente: o tempo de receptividade do estigma ao plenna flor feminina e o tempo de maturao do plen; a susceptibi-lidade do estigma seca e, do plen, seca e alta temperatura.

    A polinizao artificial da pinha deve ocorrer dentro doperodo de florescimento nas seis semanas intermedirias. Asprimeiras e as ltimas semanas no so recomendadas, pois oflorescimento da planta no representa seu pico mximo de eficincia.

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    O recolhimento das flores (plen) deve ser feito nas ltimashoras da tarde. Sulikeri, 1975 citado por Lederman & Bezerra(1997) relata que esse procedimento para a pinha, na ndia, deveser das 24h s 5h (preferencialmente s 3h), pois o horrio queo plen tem maior poder germinativo. As flores escolhidas parao recolhimento do plen devem ser aquelas que se encontramnas extremidades dos ramos florais e so as que caem com maisfacilidade, podendo, se usadas na polinizao, ocorrer perda defrutos por queda.

    O plen deve ser mantido em condies de umidade ebaixa temperatura (3 C a 7 C) at sua utilizao. Quando ocorreo amadurecimento do plen sua colorao amarelo-creme ouamarelo-laranja (Caizares Zayas, s.d.; Fioravano & Paiva, 1994;Pinto & Ramos, 1997). Nas primeiras horas da manh, o plenamadurecido pincelado sobre as flores parcialmente abertas.So essas flores que esto receptivas ao plen, pois apresentamuma substncia pegajosa no estigma que tende a secar com aabertura total da flor.

    As flores utilizadas para a polinizao devero ser aquelas quealm de semi-abertas, estejam localizadas no centro do ramo floral.

    O plen recolhido pode polinizar cerca de 6 a 8 flores eesse processo pode ser repetido de 7 a 10 vezes em intervalos dequatro dias entre cada uma delas (Caizares Zayas, s.d.). Umoperrio bem treinado pode polinizar de 800 a 1000 flores pordia. Pulverizaes com fungicidas podem ser realizadas antes dapolinizao para diminuir o ataque de antracnose durante o processo.

    DOENAS, PRAGAS E CONTROLES

    Principais doenas

    As principais doenas da pinha so: a antracnose, a podrido-das-razes, a pinta-preta, a podrido-seca ou podrido-seca-das-has-tes, a podrido-seca-dos-frutos, a murcha-de-phytophthora, a can-crose, a queima-do-fio e a rubelose (Freire & Cardoso, 1997).

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    Outras doenas que aparecem em anonceas e na pinha,consideradas menos importantes so: a mancha-de-cylindrocladium,a mancha-de-alga, a mancha-amarela-das-folhas, a mancha-de-cercospora, a doena do tombamento das mudas damping off, adoena de rachaduras nos frutos, deformaes nos frutos e ata-que de nematides (Kavati, 1992; Morales & Manica, 1994;Freire & Cardoso, 1997).

    Antracnose

    uma doena fngica, causada pelo fungo Colletotrichumgloeosporioides, Penz. Esse fungo ataca principalmente as fo-lhas novas e os frutos. Essa uma das doenas mais severas,podendo atacar tanto a muda como tambm a planta adulta.

    Os sintomas da doena incluem a alterao da cor dasfolhas (tornam-se pardas), o ressecamento e a queda. Os frutos,quando infectados, tornam-se escurecidos e mumificados.

    A poca da chuva a mais propcia para o aparecimento dadoena por causa do aumento da umidade uma vez que gotculasde chuva podem disseminar a infeco.

    O controle desse patgeno feito, em geral, por meio depulverizaes preventivas com produtos qumicos como oxicloretode cobre, clorotalonil, mancozeb, propineb e maneb (2-3g/litrosde gua) ou fungicidas sistmicos como o benomil, bitertanol,tiabendazole e tiofanato metlico (1-2 g/litro de gua) a intervalosde 7 a 30 dias (Lucas, 1994; Bezerra et al., 1997; Freire & Cardoso,1997). A pulverizao deve ser feita desde a florao at acompleta frutificao. Porm, os fungicidas base de cobre nodevem ser pulverizados durante a florao, principalmente, nashoras mais quentes do dia, pois podem resultar em perdas deflores e frutos. Outro controle a eliminao do materialcontaminado do pomar e podas com o objetivo de aumentar aventilao na copa.

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    Podrido-das-razes

    a principal doena da cultura e dificulta a propagao porenxertia. causada pelos fungos Rhizoctonia solani, KuhnColletotrichum gloeosporioides, Penz, Cylindrocladium scoparium,C.clavatum, Fusarium solani (Mart.) Sacc., Lasiodiplodiatheobromae (Pat.) Griffon & Maubl, Pythium sp., Sclerotium rolfsiiSacc. e Phytophtora sp. (Freire & Cardoso, 1997).

    Os sintomas da doena incluem necrose e morte da planta.A necrose tem incio na raiz, atinge o coleto e por fim origina amorte completa das mudas. Pode ser observada no momentoanterior necrose, murcha e amarelecimento das folhas.

    Para o controle, recomenda-se evitar o plantio em solosprofundos e mal drenados e, em casos de irrigao por goteja-mento, deve-se manter os emissores a 70 cm de distncia docoleto (Freire & Cardoso, 1997). A visita e o manejo adequadono viveiro so fundamentais. As mudas contaminadas devem serretiradas do viveiro e deve-se fazer a identificao precisa doagente causal para que as medidas de controle mais acertadassejam tomadas. O solo no qual ser feito o plantio das mudas setratado com brometo de metila ou submetido solarizao dimi-nui o inculo do patgeno. E, ainda, a enxertia pode ser feitautilizando-se a Annona reticulata (Condessa) como porta-enxertouma vez que apresenta maior resistncia s doenas do solo(Morales & Manica, 1994; Freire & Cardoso, 1997). Outra espcieque vem mostrando resistncia a essa doena no Distrito Federal o Birib amaznico (Rollinia mucosa).

    Pinta-preta

    Essa doena foi descrita por Junqueira & Resende(2000). Em Paracatu-MG, provocou intenso desfolhamento empinhas cultivadas e sua incidncia tambm foi relatada em Goinia-GO e Esprito Santo.

    O agente causal da doena o fungo Coniothyrium sp.Como sintomas, so observadas leses necrticas escuras,

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    circulares, medindo at 2 cm de dimetro. Sobre as leses, podemser observadas pontuaes escuras com menos de 0,3 mm queso acostromas ou estruturas de frutificao do fungo. Na mesmafolha, pode ocorrer mais de uma leso que coalesce e provocaqueda das folhas. As plantas com alta incidncia dedesfolhamento tornam-se fracas e propcias ao aparecimento daantracnose. Essa doena favorecida pelo aumento da umidade.

    Ainda no h controle com suficientes estudos. O indicado a realizao de podas com o objetivo de aumentar a aerao dacopa e a aplicao de fungicidas base de cobre, mancozeb,clorothalonil, benomil e tiofanato metlico a intervalos semanaisdurante o perodo chuvoso com os mesmos cuidados menciona-dos para a aplicao nos casos da antracnose.

    Podrido-seca ou Podrido-seca-das-hastes

    uma doena causada pelo fungo Lasiodiplodia theobromae(Pat.) Griffon & Maubl (Freire & Cardoso, 1997) e, maisrecentemente, descrita como o fungo Botryodiplodia theobromae,sin. Lasiodiplodia theobromae).

    Afeta principalmente a parte area das plantas. Os sintomascaractersticos so: a seca descendente dos ramos com discretoamarelecimento das folhas. Os ramos afetados ficam desnudos eamarronzados. Nessa fase, os sintomas assemelham-se aos da an-tracnose. As infeces podem localizar-se no tronco na forma decancros escuros. Nos frutos, observam-se leses escuras profundasna polpa, levando ao apodrecimento. O estresse hdrico favorece oaparecimento da doena, bem como a presena de ferimentos notronco. Pode ocorrer em mudas de p-franco ou enxertadas.

    Segundo Freire & Cardoso (1997), o controle faz-se, apenas,nas fases iniciais da doena por meio da exciso das reasnecrosadas com o auxlio de uma faca, com posterior proteoda rea com pasta bordalesa. Esse tratamento deve ser repetidomensalmente at a total cicatrizao do tecido da planta (Freire& Cardoso, 1997). Com esse mesmo objetivo, esses autoresrelatam que, depois da limpeza da rea necrosada pode-se tambm

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    pincelar com pasta base de 6 g de benomil (12 g de Benlate),500 g de caulim (dixido de alumnio), 500 mL de gua, 50 mLde leo de soja. O benomil pode ser substitudo por 10 g detiofanato metlico (14 g de cercobim M-70). Esses mesmos autorescitam tambm, como medidas de controle, evitar qualquer tipode estresse planta, a manuteno de tratos culturais e adubaoadequada, o controle de insetos-praga, podas de limpeza e compulverizaes com calda bordalesa a 2%, a l impeza erecolhimento do material infestado do pomar.

    Podrido-seca-dos-frutos

    uma doena causada pelo fungo Botryodiplodiatheobromae Pat. Esse fungo um oportunista, secundrio.Ataca flores, botes florais e frutos de qualquer idade. umadoena favorecida por estresses hdricos, adubaes desequili-bradas, deficincia nutricional acentuada, fitotoxidez por defen-sivos, alta presso dos pulverizadores pelo fato de que o fungonecessita de um ferimento no tecido vegetal para penetrar e,ataque de insetos-praga.

    Provoca manchas pretas em frutos desenvolvidos e causa se-camento, queda de flores e frutos jovens. Nos frutos desenvolvi-dos, observa-se o escurecimento de toda a superfcie, a polpa tor-na-se escura, dura e de sabor desagradvel. Durante a ps-colheita,nas manchas escuras, verifica-se, tambm, o escurecimento da pol-pa imediatamente abaixo e esta tambm tem sabor desagradvel.

    Como controle, recomendam-se: evitar o estresse da planta,manter tratos culturais e adubao adequada, controlar as pra-gas que atacam os frutos, retirar do terreno galhos, frutos ematerial contaminado, proteger o pomar de ventos fortes, fitoto-xidez e queimaduras de sol, podas com o objetivo de aumentar aaerao da copa e pulverizaes com fungicidas como realizadopara o controle da antracnose como, por exemplo, calda bordalezaa 2% imediatamente depois de feita a poda. No momento da pulve-rizao, tomar cuidado para no colocar demasiada presso no pulve-rizador.

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    Murcha-de-phytophthora

    Doena que aparece, principalmente, no Estado de So Pauloe no Cerrado (Gois e Distrito Federal) sendo causada pelo fungoPhytophthora nicotinae var. parasitica em So Paulo. Em Gois eno Distrito Federal, esse fungo ainda no foi caracterizado na espcie.

    Os sintomas incluem discreta descolorao das folhas que,a princpio, mantm-se verde-claras, depois perdem o brilho etornam-se clorticas. Uma murcha incipiente surge anteriormente seca. As razes exibem necrose e escurecem. As leses podematingir o colo da planta. Nos frutos, observam-se leses escurase apodrecimento em condies de extrema umidade. Podem serobservados, tambm, miclios na casca do fruto.

    Essa doena de difcil controle, pois quando detectadaj atigiu as razes e o colo da planta. Algumas medidas preventi-vas podem, no entanto, ser tomadas tais como, evitar o plantioem solos encharcados ou de forma que favorea a asfixia da raiz,o que prejudica o desenvolvimento normal da planta (Freire &Cardoso, 1997). Quando o pomar for irrigado por gotejamento,os emissores devem ser posicionados a, pelo menos, 70 cm dedistncia do tronco. Porta-enxertos resistentes podrido-das-ra-zes tambm tm sido mais tolerantes para a Murcha-de-phytophthora.

    Cancrose

    O agente causal dessa doena o fungo Albonectriarigisdiuscula (Berk & Br.). Nela, h formao de cancros nos rgoslenhosos da planta que podem ser de qualquer idade. Acarretarachaduras longitudinais e deformaes nos galhos. Inicialmente,aparecem dilataes nas axilas dos galhos e, essas se desenvolvempara rachaduras, resultando no escurecimento do tecido expostoe necrose.

    Para o controle, recomendam-se manter os tratos culturaise adubao adequada planta, evitar o estresse hdrico, contro-lar rapidamente as pragas, podar com o objetivo de aumentar aaerao na copa e depois pincelar pasta cprica ou pulverizar aplanta, usando a calda bordaleza a 3% ou oxicloreto de cobre a

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    1%. Evitar a poda no perodo mido. Fazer controle de ervas-daninhas e evitar realizar ferimentos no tronco principalmente napoca das chuvas. Em casos em que no houve anelamento dotronco, pode-se raspar a rea e utilizar pasta como descrito paraa podrido-da-haste. Se o produtor no conseguir caulim, podeutilizar terra branca de barranco ou terra de formigueiro. O pro-dutor nunca dever utilizar a cal para substituir o caulim. A calneutraliza o efeito dos fungicidas e somente pode ser utilizadaem mistura com fungicidas cpricos ou base de enxofre. Casoj tenha havido anelamento do tronco, o melhor cortar as par-tes contaminadas e inciner-las. Em regies de muita incidncia,como o Cerrado de Gois, o do Distrito Federal e o de MinasGerais, recomenda-se pincelar, uma vez no ano, o tronco e osgalhos com pasta base de 1 kg de sulfato de cobre e 4 kg decal hidratada no incio do perodo chuvoso.

    Queima-do-fio

    Essa doena causada pelo fungo Pellicularia koleroga,Cook., sin. Koleroga noxia.

    Como sintomas, observa-se o secamento das folhas e ao sedesprenderem do galho ficam presas por um fio miceliano brancoou amarelado. Passado algum tempo, esses fios podem escure-cer. Podem estender-se por toda a planta, e o emaranhado dosfios d uma idia de teia de aranha.

    Para o controle, sugerem-se podar e queimar os ramos afe-tados e pulverizar as plantas com fungicidas base de oxicloretode cobre a 0,15% (150 g do princpio ativo / 100 L de gua) aintervalos semanais ou quinzenais at o desaparecimento dossintomas. Os fungicidas base de cobre no devem ser aplicadosem plantas com flores.

    Rubelose

    uma doena causada pelo fungo Corticium sp.. Foi recen-temente descrita por Junqueira & Resende (2000) em pomaresda regio de Paracatu-MG e, posteriormente, em Gois.

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    Como sintomas, observam-se o murchamento e o secamentodos galhos, s vezes, com a morte da planta. H reduo dotamanho das folhas mais novas, perda de sua colorao original,elas murcham, secam e permanecem presas ao galho. O fungopode penetrar no galho ou no tronco. Neste, observam-se racha-duras com produo de exsudao de goma. A infestao ocorresempre do pice para a base. Tambm podem ser observadasrachaduras e, nelas, miclios (parte filamentosa, vegetativa, dotalo de qualquer fungo) cor de laranja-claro.

    Como medidas de controle, citam-se a realizao de podasperidicas com o objetivo de aumentar a aerao da copa, catare eliminar o material contaminado e inciner-lo. Feita a poda,pincelar pasta base de fungicidas cpricos 20 a 30 cm acima eabaixo dos cortes.

    Mancha-de-cylindrocladium

    uma doena causada pelo fungo Cylindrocladiumquinqueseptatum. Como sintomas, observam-se inicialmentemanchas foliares escuras que evoluem para o desfolhamento totalda planta. O controle praticado como o descrito para a antracnose.

    Mancha-de-alga

    uma doena causada pela alga Cephaleuros virescens,Kuntze cujos sintomas em folhas adultas incluem manchas circula-res, alaranjadas a ferrugneas de 2 a 10 mm de dimetro. H oaparecimento de crostas acinzentadas a esverdeadas. favorecidanos perodos de alta umidade. Essa doena at o momento norepresentou nenhum dano produo e no h, por enquanto,nenhuma indicao de controle (Freire & Cardoso, 1997). Apenas ocorreto manejo do pomar diminui ou evita seu aparecimento.

    Mancha-amarela-das-folhas

    Essa doena causada pelo vrus Rhabdovirus e no temgrande importncia econmica. Os sintomas incluem manchas

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    amareladas, difusas, sem contornos definidos sobre o limbo foliar.As folhas infectadas ficam distorcidas. As plantas infectadassofrem declnio e apresentam-se menores, fazendo com que suaprodutividade diminua. Foi detectada no Estado do Cear e, atagora, no h mtodos de controle. As principais medidaspreventivas so as pulverizaes do pomar com inseticidas paraimpedir a propagao por insetos vetores, eliminao das plantascontaminadas e utilizao de mudas sadias, uma vez que podeser transmitida pelo porta-enxerto (Freire & Cardoso, 1997).

    Mancha-de-cercospora

    A cercosporiose uma doena causada pelo fungoCercospora annonae A.S Muller et Chupp. Afeta somente asfolhas e raramente assume importncia econmica, determinandodesfolha no caso de infeces severas (Ponte, 1973 citado porFreire & Cardoso, 1997).

    Os sintomas surgem na forma de manchas arredondadasisoladas e, s vezes, coalescentes com 2 a 15 mm de dimetrocujo centro cinza-claro circundado de marrom. Na pinha, acolorao escura. A umidade favorece a severidade da doena.O controle realizado com pulverizaes de fungicidas proteto-res e sistmicos indicados para a antracnose. Outra prtica acorreo de pH do solo com calcrio dolomtico e adubaodurante o perodo vegetativo e produtivo (Morales & Manica,1994; Freire & Cardoso, 1997).

    Tombamento das mudas ou damping off

    uma doena causada pelos fungos Rhizoctonia solani,Fusarium spp., Pythium sp.. restrita s mudas de sementeirasdevido alta umidade, alto teor de matria orgnica, sombrea-mento excessivo e semeadura densa associados presena depatgenos. O principal sintoma o tombamento das plantas porcausa das infestaes fngicas no colo da planta.

    Como controle, recomenda-se utilizar solo que no tenhasido cultivado previamente, de textura mdia a leve, correto ma-nejo de irrigao e sombreamento adequado.

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    Rachadura nos frutos

    um desequilbrio fisiolgico, causado pelo rpido aumentoda umidade no ambiente (chuvas intensas) depois de um perodode veranico, durante o desenvolvimento dos frutos. As clulasda polpa absorvem mais rapidamente gua do que as da casca e,assim, produz as rachaduras. Esse efeito pode ser favorecido pordeficincia de clcio e potssio.

    Deformao dos frutos

    Esse efeito produzido por causa da polinizao deficientedos vulos que origina o fruto. Esse fenmeno deprecia os frutospara a comercializao.

    Nematides

    A pinheira tambm pode sofrer infestao dos nematidesRadopholus similis, Helicotylenchus sp., H. dihystera,Macroposthonia spp., Meloidogyne incognita, Rotylenchulusreniformis, Tylenchorhynchus phaseoli, Xiphinema spp.,X. elongatum e X. krugi (Sharma, 1973; Sharma, 1977; Monteiroet al., 1978; Ponte, 1984; Ferraz et al., 1989 citados por Freire &Cardoso, 1997).

    Os sintomas incluem enrolamento das folhas que se tornamcoriceas, amareladas e caem. As razes so escurecidas em vir-tude da necrose do crtex, causada pelos nematides (Freire &Cardoso, 1997).

    Como controle, recomendam-se a utilizao de mudas sadias,a instalao do pomar em terreno livre de nematides, evitar oplantio em solos arenosos e adubar anualmente com matria or-gnica (Morales & Manica, 1994).

    Principais Insetos-praga

    Os insetos-praga da pinha so: a broca-dos-ramos ou serrador(Oncideres dejeani, Oncideres saga), a broca-dos-frutos (Cerconota

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    anonella), a cochonilha-de-cera (Ceroplastes spp.), a broca-do-coleto ou da raiz pivotante (Heilipus velamen), a mosca-branca(Paraleyrodes goyabae; P. goyabas), a cochonilha-branca ou piolho-branco (Planococcus citri) e o caro-vermelho (Tenuipalpus granati)(Robbs s/d citado por Kavati,1992; Morales & Manica, 1994).

    Entre as espcies da famlia das anonceas tambm soobservadas pragas como por exemplo a broca-da-semente(Bephratelloides maculicolis), a broca-do-tronco (Cratosomusbombinus bombinus), a lagarta-das-folhas (Cocytius antaeus), amosca-das-frutas (Anastrepha fraterculus, Anastrepha grandis,Anastrepha obliqua, Ceratitis capitata), a praga-da-folhagem(Prinomerus anonicola), Trips (Heliothrips haemorrhoidalis,cochonilhas (Ceroplastes floridensis e Ceroplastes janeirensis); ea cochonilha-do-coqueiro (Aspidiotus destructor) (Morales &Manica, 1994). Apesar de essas pragas no terem muitaimportncia para a pinha, recomendvel estar alerta para suapossvel presena. Esse fato pode ser mais importante no casodo consrcio com outras culturas (principalmente com outrasanonceas) e a incidncia em propriedades prximas ao pomar.

    Broca-dos-ramos ou serrador

    So os besouros (colepteros) Oncideres dejeani ouOncideres saga. O Oncideres dejeani vulgarmente conhecidocomo serra-pau porque tem hbito de cortar os galhos e os troncosdas rvores. A fmea efetua oviposio durante vrios dias naponta dos ramos verdes de onde se alimenta. A umidade favoreceo processo da multiplicao.

    O controle dessa praga consiste em recolher e queimar osramos cados que contm larvas de insetos. Em seguida, pincela-seo local dos ramos perfurados ou cortados, com uma pasta borda-lesa (Morales & Manica, 1994). Outra prtica a limpeza dasgalerias nos ramos, feita com o auxlio de um arame e, depois deinjetar 10 mL de parathion metlico 60 CE nos orifcios, tap-los,posteriormente, com cera ou barro (Bezerra et al., 1997).

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    Broca-dos-frutos

    a mariposa Cerconota anonella da ordem Lepidoptera eda famlia Stenomatidae. As fmeas atacam principalmente osfrutos, mas tambm ramos novos e flores. Depois de 3 dias,surge a lagarta, medindo de 21 a 23 mm de cor rosada. Comocontrole, pode-se citar a retirada e incinerao do materialinfestado, podas dos ramos que esto com as folhas murchas.Deve-se agir logo depois do aparecimento dos primeiros sintomas.Pode-se tambm fazer controle com inseticida de 14 em 14 diasdurante o perodo de desenvolvimento dos frutos e suspend-lono perodo de colheita (Morales & Manica, 1994). O controledessa praga tambm realizado por meio de armadilhas luminosase inseticidas (Lucas, 1991,1994). Outro procedimento adotado a eliminao dos frutos atacados e a pulverizao com fenthion50CE (100 mL/100 litros de gua) ou carbaryl 85PM (140 g/100litros de gua) (Bezerra et al., 1997).

    Cochonilha-de-cera

    Essas cochonilhas (Ceroplastes spp.) apresentam cor parda,geralmente revestidas por cera branca. Instalam-se em ramos,caules ou folhas novas. So pragas que ocorrem nas mudas noviveiro e na planta adulta. Normalmente, sugam a seiva das plantasenfraquecendo-as. Sua presena induz o aparecimento defumagina (substncia aucarada). Como controle devem-se cortar,enterrar ou queimar os ramos atacados e fazer controle qumicocom leo mineral emulsionvel, exceto, no perodo de florescimentoe com a menor dose durante o vero (Morales & Manica, 1994).

    Broca-do-coleto ou da raiz pivotante

    So besouros (Heilipus velamen, Heilipus catagraphus) queatacam a juno do galho com o tronco e o coleto. Formamgalerias no tronco, podendo penetrar na raiz pivotante a 10 cmdo subsolo. Como controle, faz-se a pulverizao com insetici-das fosforados com a freqncia indicada por especialistas con-sultados previamente (Morales & Manica, 1994).

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    Mosca-branca

    Essas moscas (Paraleyrodes goyabae; P.goyabas) infestamas folhas novas e brotaes e causam deformaes e cloroses.Produzem graves prejuzos no desenvolvimento vegetativo daplanta porque provocam, s vezes, quebra de flores, diminuindoa produo.

    O controle da mosca-branca faz-se como o da broca-do-fruto, principalmente, contra o adulto e ninfas jovens com carba-ryl a 7,5% (Robs s/d citado por Kavati, 1992; Morales & Manica,1994).

    Cochonilha-branca ou Piolho-branco

    Essa cochonilha (Planococcus citri) ataca as brotaes e osfrutos na regio peduncular. Os frutos tornam-se de qualidadeinferior para a comercializao. Provoca definhamento da planta,pois suga muito sua seiva. H formao de fumagina e substncialanuginosa branca que protege a cochonilha e piora o quadro.

    Como controle qumico, faz-se pulverizao com leo mineralemulsionvel de 0,5 a 1% nas horas mais frescas do dia e tambmpode-se adicionar um inseticida fosforado com a menor doserecomendada. Observar o perodo de carncia, principalmente,no incio do amadurecimento do fruto (Morales & Manica, 1994).

    caro vermelho

    Esse caro (Tenuipalpus granati) ataca as plantas e causa obronzeamento, bem como a queda precoce das folhas. Como con-trole, utilizam-se acaricidas na plantao (Morales & Manica, 1994).

    OBSERVAES

    Para o controle adequado de doenas e de insetos-praga imprescindvel observar as instrues tcnicas de especialistas(fitopatologista, nematologista e entomologista).

  • 42 Circ. tc. - Embrapa Cerrados, Planaltina, n. 9, p.1-52, jul. 2000

    No controle qumico de insetos-praga, deve-se evitar a re-sistncia do inseto ao inseticida. Existem vrios grupos qumicosde inseticidas, como por exemplo, os fosforados, os biolgicos( base de Bacillus thuringiensis) etc. Assim, um bom programaque visa ao controle de insetos-praga, evitando-se a resistnciadeles, a pulverizao intercalada de inseticidas que pertenama grupos qumicos diferentes.

    Os pesticidas citados anteriormente, apesar de serem men-cionados e mostrarem-se eficientes no controle de doenas einsetos-praga, em pinha, no se encontram registrados para acultura no Ministrio da Agricultura e do Abastecimento.

    COLHEITA E PS-COLHEITA

    Na cultura da pinha, a colheita constitui uma das ativida-des mais trabalhosas, pois feita manualmente. Para um pomarcom mil ps de pinha, so necessrios, no mnimo, quatro traba-lhadores (Alves et al., 1997; Kavati & Piza Jr., 1997).

    O ponto de colheita um dos parmetros mais importantesde sua comercializao, pois, quanto mais tempo o fruto perma-necer na planta, melhor ser sua qualidade.

    A pinha deve ser colhida logo depois do afastamento doscarpelos, quando o fruto tem colorao verde-amarelada nos te-cidos intercarpelares. A maturao fisiolgica do fruto se d noincio do afastamento dos carpelos (Kavati & Piza Jr, 1997). Porser um fruto climatrico, pode completar seu desenvolvimentofora da planta. O pico climatrico, caracterstico desse tipo defruto, um parmetro de sua atividade metablica. Nesse pico, ofruto est em pleno processo de respirao, liberando gs carb-nico e calor, produzindo etileno e consumindo suas reservas.Com o aumento do calor no fruto, h o aumento das reaesmetablicas que tendem a diminuir sua qualidade (Alves et al.,1997). Se o centro de comercializao for distante, faz-se a co-lheita logo que os carpelos comeam a se afastar (Accorsi &Manica, 1994). Caso seja prximo, colhe-se o mais tardiamentepossvel, pois quanto mais tempo o fruto permanecer na rvore,

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    mais saboroso ser. A distncia do produtor ao consumidor medida pelo tempo gasto (dias) de seu transporte (Kavati & PizaJr., 1997).

    A colheita deve ser feita antes de seu pico climatrico, e afruta deve ser consumida quando o teor de slidos solveis e aacidez forem os mais adequados. O tempo mdio de maturaodo fruto no Rio de Janeiro de 2 a 5 dias, dependendo dascondies de armazenagem, temperatura e ponto de colheita(Lucas, 1994). Em So Paulo, a colheita feita com os carpelosbem separados no perodo de temperaturas elevadas (fevereiro amaro) e, neste perodo, o fruto atinge o ponto de consumo em2 dias (Kavati & Piza Jr., 1997).

    Os frutos devem ser colhidos manualmente pelo fato deserem muito susceptveis a rachaduras. Devem-se evitar toresao colh-los, utilizando-se escadas, sacolas, tesouras e caixaspara acondicion-los. A colheita deve ser feita, em um perodode 3 a 6 meses (Accorsi & Manica, 1994). Ao efetu-la, deve-sedeixar de 0,5 a 1 cm de pednculo no fruto para que no ocorraa perda de peso ou contaminao patognica. Para se evitar essacontaminao, faz-se, tambm, o tratamento da tesoura comsoluo de benomil 1g/litro (Alves et al., 1997).

    Tratamentos ps-colheita

    Os tratamentos ps-colheita, embalagem e armazenamentodas frutas podem ser realizados em um barraco prximo reade produo. Esses barraces so importantes, principalmente,quando a produo visa exportao. Podem ser fechados, masdevem ser bem aerados (Kavati & Piza Jr., 1997).

    Os tratamentos ps-colheita, iniciam-se com a imerso dosfrutos em um tanque de gua com 100 ppm de cloro na tempera-tura de 10 C a 12 C por vinte minutos. Esse o primeiro eimportante procedimento, pois resfria os frutos e retira as impu-rezas como uma primeira desinfestao. Em seguida, efetua-se aimerso dos frutos em outro tanque, contendo gua clorada a20 ppm na mesma temperatura anterior, por dez minutos, e,

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    posteriormente, em outro tanque, com gua clorada a 2 ppm, namesma temperatura, para remover o excesso de cloro. No ltimotanque, pode ser adicionado ou no, um fungicida para controlede patgenos como, por exemplo, o tiofanato metlico 1 g/L, obenomil 1 g/L ou o tiabendazol 8 g/L com espalhante adesivo0,3% (Alves et al., 1997).

    Os frutos devem ser conservados na temperatura de 15 C a20 C ou 4 C (temperatura de geladeira) por 6 semanas, emumidade de 85% a 95%, porm, sua casca escurece nessa ltimatemperatura (Leal, 1990).

    Os tratamentos de ps-colheita citados foram obtidos dedados na literatura disponvel e no correspondem a recomenda-es dos autores. Cabe salientar que no existem produtos regis-trados para serem utilizados em pr e ps-colheita de anonceasbem como estudos que visem a conhecer efeito de possveisresduos em frutos (Alves et al., 1997).

    COMERCIALIZAO

    Embalagem

    Em geral, os frutos so embalados em caixas de papelo oumadeira tipo I e II (435 X 262 X 90 mm (caixeta I) 110 mm(caixeta II)) em p (Kavati, 1997). Em So Paulo, utiliza-se acaixa de papelo com arrumao em uma nica camada de nove(3x3), doze (4x3), quinze (3x5) ou dezoito (6x3) frutos em p(Accorsi & Manica, 1994; Kavati, 1997). Essa arrumao segueum padro que classifica os frutos por qualidade tendo em vistao peso e o tamanho dos frutos. A embalagem valoriza o produto(Tabela 6). Os frutos maiores e mais pesados so aqueles demaior valor comercial; os menores e defeituosos (de menor valor,tipo 18) so comercializados em caixas tipo KN (495 X 355 X200 mm) com 15 kg de capacidade (Kavati, 1997).

    A arrumao dos frutos por tamanho mantm a uniformidadedo ponto de maturao, evita atritos que podem depreci-lospara o mercado e produz maior homogeneidade tornando-os mais

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    atraentes para o consumidor. Por isso, tambm utilizado umplstico esponjoso ao redor dos frutos para impedir possveisestragos.

    Em Pernambuco e no Rio de Janeiro, a pinha comercializada em caixas de madeira (Accorsi & Manica, 1994).Nesse ltimo Estado, utilizam-se caixas, contendo de 12 a 24pinhas envoltas em palha ou papel (Lucas, 1994).

    Outra opo para a comercializao da pinha o congela-mento da polpa para venda na entressafra. O processamento decongelamento ou pasteurizao da polpa da pinha possvel,apesar de ainda muito restrito (Leal, 1990; Lucas, 1994).

    A oferta da fruta-do-conde no mercado atacadista em SoPaulo ocorre durante o ano todo (Kavati, 1997), provinda doprprio Estado e tambm de outros.

    Tabela 6. Padro empregado na classificao e na embalagem dafruta-do-conde em So Paulo.

    Transporte

    Geralmente, os frutos so transportados do produtor aoconsumidor por via terrestre. Assim, o principal fator a ser consi-derado o tempo gasto da fazenda at o mercado varejista a fimde que o consumidor adquira o fruto com suas melhores carac-

    Tipo Comprimento dofruto (mm)

    Dimetro dofruto (mm)

    Peso mdiodo fruto (g)

    Disposio dos frutosna embalagem para

    comercializao

    8 > 105 105 a 115 600 a 620 2 a 2 (4)9 95 a 105 100 a 105 480 a 520 2 X 1 (3)

    12 85 a 95 90 a 100 360 a 390 2 X 1 (4)15 80 a 85 85 a 90 280 a 320 3 X 5 (5)18 75 a 80 75 a 85 210 a 215 3 X 6 (6)

    Fonte : Kavati, 1997.

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    tersticas (Alves et al., 1997). Em geral, deve-se tomar muitocuidado no transporte da pinha uma vez que essas frutas soaltamente susceptveis a danos mecnicos e, ao mesmo tempodeve ser rpido (Accorsi & Manica, 1994).

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