o crime perfeito - capitulo 7

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Capítulo VII Uma Mensagem Silenciosa Personagens: Blazi - Jovem de 22 anos, trabalha numa empresa de animes criado por si. Takeshi - Primo do Blazi e sócio deste na empresa de animes. Gohan - Um dos sub dirigentes da empresa de animes. Neil Robertson - Sub dirigente da empresa de animes. Recepcionista - Membro do templo que se encarrega de entrega as chaves dos quartos disponíveis aos viajantes que querem passar a noite no templo. Bombeiro Um simples bombeiro a exercer a sua profissão. Vítima nº1 Senhora que costumava viajar e que se instalou no templo. Sr. OtoriPersonagem a ser descrita no capítulo. Monge Édelo Monge principal do templo. …Ele dirigiu-se primeiro ao do Takeshi onde entrou calma e atenciosamente para encontrar provas. Tudo parecia estar em ordem, não havia nada que levantasse suspeita, nem fios, ou qualquer objecto suspeito, até que reparou numa coisa tão óbvia que lhe escapou no primeiro instante. Uma pequena peça de metal estava caída junto à porta, peça essa que o Blazi não tinha visto na sua porta, talvez tivesse sido colocada para trancar, mas como poderia lá ter ido parar se ninguém estava no quarto além do Takeshi. Ele continuou a procurar quando sem querer ouviu algo partir-se sob os seus pés, eram meros estilhaços de vidro, mas tal não seria possível, nenhum dos quartos tinha espelhos ou peças em vidro e o Takeshi não trazia nada do género consigo. -Senhor polícia. Descobri aqui uma coisa. Disse o Blazi. -O que é rapaz? Perguntou o oficial curioso. -Encontrei pedaços de vidro, provavelmente de algo que o ladrão tivesse consigo, pois o Takeshi não tinha nada em vidro e como você está a ver não havia nenhum espelho. -Hm… curioso. Sem dúvida, muito curioso, mas pode ter muitas explicações, de qualquer maneira vou guardar como possível prova, agora volta a procurar e chama-me se encontrares alguma prova crucial, rapaz. -Com certeza, senhor polícia.

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O Crime Perfeito - Capitulo 7

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Page 1: O Crime Perfeito - Capitulo 7

Capítulo VII – Uma Mensagem Silenciosa

Personagens: Blazi - Jovem de 22 anos, trabalha numa empresa de animes criado por si. Takeshi - Primo do Blazi e sócio deste na empresa de animes. Gohan - Um dos sub dirigentes da empresa de animes. Neil Robertson - Sub dirigente da empresa de animes. Recepcionista - Membro do templo que se encarrega de entrega as chaves dos quartos disponíveis aos viajantes que querem passar a noite no templo. Bombeiro – Um simples bombeiro a exercer a sua profissão. Vítima nº1 – Senhora que costumava viajar e que se instalou no templo. Sr. Otori– Personagem a ser descrita no capítulo. Monge Édelo – Monge principal do templo.

…Ele dirigiu-se primeiro ao do Takeshi onde entrou calma e atenciosamente para

encontrar provas. Tudo parecia estar em ordem, não havia nada que levantasse

suspeita, nem fios, ou qualquer objecto suspeito, até que reparou numa coisa tão óbvia

que lhe escapou no primeiro instante.

Uma pequena peça de metal estava caída junto à porta, peça essa que o Blazi não tinha

visto na sua porta, talvez tivesse sido colocada para trancar, mas como poderia lá ter ido

parar se ninguém estava no quarto além do Takeshi. Ele continuou a procurar quando

sem querer ouviu algo partir-se sob os seus pés, eram meros estilhaços de vidro, mas tal

não seria possível, nenhum dos quartos tinha espelhos ou peças em vidro e o Takeshi

não trazia nada do género consigo.

-Senhor polícia. Descobri aqui uma coisa. – Disse o Blazi.

-O que é rapaz? – Perguntou o oficial curioso.

-Encontrei pedaços de vidro, provavelmente de algo que o ladrão tivesse consigo, pois o

Takeshi não tinha nada em vidro e como você está a ver não havia nenhum espelho.

-Hm… curioso. Sem dúvida, muito curioso, mas pode ter muitas explicações, de

qualquer maneira vou guardar como possível prova, agora volta a procurar e chama-me

se encontrares alguma prova crucial, rapaz.

-Com certeza, senhor polícia.

Page 2: O Crime Perfeito - Capitulo 7

Ele voltou a procurar provas, mas sempre com especial foco para algo que fosse ou

tivesse vidro pois poderia ser algo que transformasse o “intencional” incêndio, num

homicídio qualificado, ou pelo menos numa tentativa.

O chão estava todo preto do calor, tal como maior parte da mobília, o quarto estava

quase irreconhecível, apenas se conseguia reconhecer o lugar das coisas e alguns

objectos, de entre eles destacou-se um pequeno medalhão com a insígnia do templo,

mas o que poderia levantar aquilo de suspeito, todos os membros do templo tinham um,

e muito provavelmente teria caído de algum que estivesse encarregado da limpeza dos

quartos, como tal o Blazi simplesmente deixou-o estar.

Concluída a investigação ao quarto do Takeshi que nada mais de relevante tinha, o Blazi

foi para o seu quarto para ver atenciosamente o estado deste, tendo algo em particular

chamado à sua atenção, a boneca que lhes tinha sida oferecida pela Sra. Gori depois de

ter resolvido o caso do homicídio do seu marido, tinha agora a brilhar uma mensagem

em tons de laranja, como que uma mensagem secreta apenas revelada pelo calor intenso

como o de um incêndio. A mensagem não era bem clara – “Não procures o proibido” - ,

podia significar que o Sr. Hunter ou pelo menos alguém da família estaria a investigar

ou algo de género, era talvez a resposta mais óbvia, mas ainda assim inúmeras teorias

responderiam aquela mensagem. O Blazi pegou num papel, escreveu a mensagem que

estava na boneca e guardou-a na sua mala.

Faltava apenas o quarto do Senhor Otori, que estava em péssimo estado, aliás, pelo

estado do local até se poderia eventualmente concluir que tinha sido o local de onde

tinha deflagrado o incêndio. Ainda assim, para poder certificar-se de que tal era

verdade, o Blazi precisava de encontrar provas.

Tudo parecia destruído, a cama, a cómoda, o armário da roupa, tudo, era uma pena que

um templo tão bonito quase fosse destruído num incêndio.

-Espero que tenha sido um incêndio “natural”, porque pôr fim a um templo tão bonito e

com uma filosofia religiosa tão digna é um crime por si só. – Disse o Blazi ,

encostando-se ao armário que eventualmente acabou por ruir devido a estar todo

queimado, ao ruir, ficou visível nos seus destroços uma velha lamparina a gasóleo, e uns

prováveis retratos ou pinturas, tratava-se possivelmente de um pequeno altar que o Sr.

Otori tinha feito para poder rezar e muito provavelmente até teria sido a lamparina a

originar o incêndio.

Parecia que tudo estava resolvido e estava na hora do Blazi voltar lá para fora e deixar

que a polícia acabasse de investigar.

Chegando lá fora o Blazi dirigiu-se ao Takeshi para saber como ele estava.

-Olá primo. Estás bem?

-Sim, estou. Dói-me imenso a cabeça, não sei o que será, talvez seja do fumo que

respirei.

-Mas tu estavas a dormir e não acordaste com o fumo, sei lá, a tossir ou assim? –

Perguntou o Blazi algo incrédulo.

-Não sei, eu lembro-me de voltar para o quarto para me ir deitar e não me lembro de

rigorosamente mais nada.

-Isso é … estranho. – Comentou o Blazi. – De certeza que não te …

-Hey! Rapaz. – Interrompeu o polícia ao chamar o Blazi.

Page 3: O Crime Perfeito - Capitulo 7

-Sim. Diga senhor polícia.

-Encontrámos uma garrafa partida debaixo das vigas do templo, junto ao quarto do seu

primo, mas não sabemos se teria alguma coisa lá dentro e o que seria caso tivesse.

-Obrigado. Senhor polícia, posso ver essa mesma garrafa?

O polícia foi buscar a garrafa e mostrou-a ao Blazi, deixando-o estupefacto pelo seu

possível conteúdo.

-Rapaz, que cara é essa, sabes o que é que a garrafa tinha?

-Se ainda tinha ou não, eu não sei, mas apesar de eu ser o dono da empresa de animes,

sou também licenciado em enfermagem, tal como a minha falecida companheira e sei

pela minhas experiências de estágio durante o curso e ainda de trabalho enquanto

enfermeiro, que essa é muito provavelmente uma garrafa de éter, mas nada implica que

tivesse algum, até poderia ter água, contudo o éter explicaria o facto de o Takeshi não se

lembrar de ter adormecido e ter agora umas tremendas dores de cabeça. Se não se

importa eu preciso de comparar o vidro dessa garrafa com os que lhe entreguei e preciso

também de analisar novamente o quarto do meu primo.

-Claro, estás à vontade, mais uma vez obrigado por nos ajudares.

O Blazi pegou no saco com os vidros encontrados e percebeu, que pelo aspecto da

garrafa e dos vidros partidos, até um leigo concluía que se completam.

-São muito parecidos, senhor polícia. Já temos algo que nos possa pelos menos pôr a

hipótese de ter sido fogo posto, contudo tudo aponta para que o fogo tenha deflagrado

acidentalmente, porém ninguém adivinha que está a decorrer um incêndio, para pôr

outra pessoa inconsciente com éter, trancá-la e dar a entender que tinha morrido por

intoxicação, ainda assim nada me garante que isto que tenha dito tenha realmente

acontecido.

Ele voltou ao quarto do Takeshi, procurou por mais pistas mas nada encontrou, tendo

decidido ir ver a área onde foi encontrada a garrafa e depois de mais de meia hora,

acabou por encontrar na janela, um pedaço de um turbante daqueles característicos do

templo, com algumas manchas de sangue, o que permitiu concluir algo…

-Já sei, já temos parte do “crime” resolvido, um dos monges entrou no quarto do

Takeshi pela janela, deixou-o inconsciente com o éter e saiu quando deu pelo incêndio,

o problema é que ainda falta o motivo para o fazer e como o monge sabia do incêndio.

-Pois, e assim não temos sequer um suspeito, é como se todos fossem inocentes. –

Disse o polícia algo frustrado pelo facto de o crime estar a ser resolvido mas não haver

sequer um suspeito.

-Não é bem assim. Eu vou tentar falar com o monge principal do templo.

O Blazi dirigiu-se ao recepcionista e perguntou-lhe se poderia falar com o monge

principal do templo, tendo este dito que só com a sua autorização. Ele procurou o

monge por todo o templo e acabou por encontrá-lo nos seus aposentos a rezar pelas

mortes no incêndio.

KNOCK! KOCK!

-Posso entrar monge Édelo? - Após alguns momentos silenciosamente constrangedores

para o Blazi, o monge acabou por lhe responder.

Page 4: O Crime Perfeito - Capitulo 7

-Sim, podes meu rapaz, vejo que o teu coração é puro, queres falar comigo? Já agora,

fica a saber meu rapaz, que não se deve interromper as orações, mas és novo e talvez

não o soubesses. Diz lá então o pretendes.

-Caro monge Édelo, eu gostaria de saber quantos monges existem no templo e se posso

ver todos os monges juntos no mesmo local.

-Olha meu rapaz, existem cerca de 62 monges no templo e para que desejas a presença

de todos os nossos monges? – Perguntou o monge Edelo curioso com o estranho pedido

do Blazi.

-É que nós encontramos um pedaço do turbante de traje de monge, rasgado e com

sangue e pelas provas que encontrámos, podemos concluir que foi um monge entrou

pela janela e que usou uma garrafa de éter para pôr inconsciente uma das pessoas que cá

passava a noite.

-Conheço muito bem todos os monges deste templo e sei que tal feito era impossível por

parte de qualquer um deles, mas ainda assim, para ter certeza que ilibo todos os monges

eu concedo-te permissão para o que me pediste.

No exterior do templo, todos os monges do templo – com a excepção do falecido Sr.

Otori – alinharam-se para que o Blazi descobrisse qual o culpado da tentativa de

homicídio.

O Blazi olhou atenciosa e minuciosamente para todos e todos tinham o seu traje de

monge impecável, nenhum dos trajes estava rasgado e todos tinham o pequeno

medalhão com a insígnia do templo.

- Algo não bate certo, é impossível, tem de ser algum monge…

-Vês meu jovem, eu disse-te que não tinha sido nenhum dos nossos monges. – Disse o

monge Édelo.

-…a não ser que… talvez seja isso. – Disse o Blazi com alguma incerteza.

-A não ser o quê, meu jovem?

-Diga-me monge Édelo, os monges têm algum traje “suplente” que possam usar?

-Claro meu jovem, existe uma sala, em que cada monge tem o seu próprio cacifo com

algumas vestes, mas apenas os monges têm a chave de acesso ao seu próprio cacifo.

-Hm… Obrigado monge Édelo. – Agradeceu o Blazi com mais um plano. – Agradecia

que todos os monges retirassem das vestes a sua chave do cacifo e me mostrassem,

apenas peço que mas mostrem, não preciso delas.

Os monges não compreenderam o que pretendia o Blazi, ainda assim satisfizeram o seu

pedido e o Blazi pôde ver que todos tinham as suas chaves, o que levou o Blazi a

conluir…

-Obrigado. – Disse o Blazi aos monges do templo. – Assim está mais difícil, nenhum

monge teria tempo de mudar de vestes ou de algo do género e muito provavelmente o

monge que tivesse feito aquilo ao Takeshi teria perdido a chave na agitação de tentar

disfarçar o que sucedido, mas todos têm a chave. Tenho de pensar em algo… hm…

monge Édelo, pode-me emcaminhar para a sala dos cacifos?

-Claro jovem, mas este é o último que pedido que te concedo pois já tiveste mais do que

suficientes provas de que os outros monges estão inocentes.

Partiram então os dois em direcção à sala onde os monges trocam de vestes, era mais

uma magnífica sala, tal como todas as outras. Após contemplar a beleza da sala, o Blazi

começou a inspeccionar deparando-se com um cacifo danificado.

-Monge Édelo, tem conhecimento se algum dos cacifos estava danificado?

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-Estavam todos intactos meu jovem, nós somos pessoas civilizadas e calmas, com

certeza encontraríamos solução para abrir o cacifo, que não arrombá-lo.

O Blazi podia assim concluir que tinha sido arrombado, restava saber se lá estavam

algumas vestes, mas tal como esperava, abriu o cacifo e verificou que estava vazio,

restava apenas fazer uma última pergunta.

-Monge Édelo, responda-me a uma última pergunta, é possível que alguém alheio ao

templo tenha vindo a esta sala.

-É assim, só os membros do templo sabem o caminho para esta sala, contudo o templo

não tem nenhuma segurança interna, por isso qualquer pessoa que cá estivesse nem que

fosse a passar a noite, pode eventualmente ter descoberto esta sala, entrado e arrombado

o cacifo.

-Obrigado. Parece-me então que não temos nem vamos ter um suspeito, ainda assim

preciso de avaliar novamente os quartos das pessoas envolvidas no incêndio.

Pela terceira vez, o Blazi investigou do Takeshi.

-Bem, tenho de tentar recriar tudo na minha mente, o suspeito que desconhecemos

entrou pela janela … check … apanhou o Takeshi desprevenido e deixou-o inconsciente

com o éter… check … e com o susto do incêncio bateu com a garrafa de éter nalgum

lado, partindo-a antes de sair. Parece-me tudo certo, espera… o que é aquilo?

O Blazi reparou numa porta de um armário que estava com as dobradiças meio

arrancadas, se aquilo não fosse recente já teria sido arranjado antes, por isso era algo

novo e já para não falar que a porta tinha cerca de 1,80m , começava junto ao chão e

que aberta cobria totalmente um canto do quarto.

-Espera… assim há a hipótese de o suspeito já estar dentro do quarto em vez de entrar

pela janela, o que também já explica que o pedaço de tecido esteja num rebordo do lado

exterior da janela, foi rasgado ao cair para o lado de fora, assim quer dizer que o

culpado provavelmente entrou no quarto, pela porta, enquanto eu e o Takeshi

estávamos na missa e escondeu-se no canto, tapado pela porta do armário, depois

apanhou o Takeshi desprevenido e deixou-o inconsciente. Para fazer tal coisa só podia

ser alguém que o quisesse eliminar, ou mandar-me um aviso, mas ainda não temos nada

que prove que o incêndio não foi acidental.

Após ter chegado a esta conclusão, o Blazi saiu do templo e foi contar a sua versão ao

polícia, deixando-o surpreso, mas ele não foi a única pessoa a contar novidades, o

polícia tinha sido acabado de ser informado que o corpo do Sr. Otori tinha sinais de luta.

Agora sim, tudo fazia sentido, em conjunto com o polícia foi possível traçar um guião

do sucedido – Alguém entrou no quarto do Takeshi enquanto o Blazi e ele tinham ido à

missa, esperou por ele escondido no quarto e quando este chegou deixou-o inconsciente

com o éter, tendo eventualmente partido a garrafa. Após ter acabado a primeira parte do

plano dirigiu-se para o quarto do Senhor Otori, entrou e lutou com este acabando por

não conseguir concluir a missão pelas próprias mãos devido aos ferimentos que tinha e

deu início ao incêndio com a ajuda da lamparina.

O motivo continuava desconhecido, o Blazi tinha apenas uma mera teoria mas que não

partilhou com o polícia, a teoria baseava-se na única coisa que havia em comum entre o

Senhor Otori e eles dois – o Blazi e o Takeshi. - , que era a DarkScorpions, uma vez que

o Senhor Otori já tinha sido membro desta organização e que o Blazi e o Takeshi

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estavam agora a investigar a seita, possivelmente aquilo foi uma tentativa de calar o

Senhor Otori para garantir que este não dava qualquer informação a eles dois.

Mais tarde o Blazi e o Takeshi seguiram caminho.

Desta vez não tinha sido possível descobrir o assassino, contudo com mais pistas talvez

o conseguissem, a questão a salientar aqui é que talvez já não fossem o Blazi e o

Takeshi a perseguir a DarkScorpions, mas o contrário. Mas uma coisa é certa, o facto de

o Blazi e o Takeshi estarem a ser perseguidos e quase eliminados só poderia significar

que eram perigosos e temidos pela seita, o que ainda lhes deu mais força para

continuarem.

Continua…