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Agradecemos sua ajuda para conservar este texto que também está disponível em www.ufmg.br/cienciaparatodos Ilustração por Lucas Marns A CIÊNCIA CONTRA O CRIME PERFEITO Nós dois temos os mesmos defeitos Sabemos tudo a nosso respeito Somos suspeitos de um crime perfeito Mas crimes perfeitos não deixam suspeitos Humberto Gessinger Será que, como diz a letra da canção, existe um crime perfeito? Será que é possível cometer um crime sem que se obtenham provas para incriminar um suspeito? Se depender dos avan- ços da ciência, a resposta para essas perguntas é não! A medicina forense está pronta para ajudar a incriminar suspeitos e provar que crimes perfei- tos não existem. Peritos criminais coletam gotas de sangue, pedaços de pele, fios de cabelo e vários outros vesgios que podem ser ulizados na descoberta do suspeito do crime por meio de exames de DNA. Em casos de assassinato, médicos legistas analisam marcas, como hema- tomas, arranhões e cortes, e até o conteúdo intesnal da víma. A parr dessas informações, eles podem descobrir a causa e a hora aproximada do crime, se houve ou não consumo de drogas e até mesmo qual foi a arma ulizada. Quando o corpo está em decomposição, o trabalho dos legistas fica mais dicil. Aí, entram em cena os entomologistas forenses. Eles examinam seres vivos, como formigas e outros insetos e suas larvas, presentes no corpo ou no local do crime. Com base na análise desses animais, é possível descobrir a quanto tempo ocorreu o crime, se há drogas no organismo ou até mesmo se a víma foi transportada após o assassinato. Mas a medicina forense não analisa apenas assassinatos. Ela também pode analisar causas de abandono e maus tratos a crianças, idosos, enfermos ou ocorrências de agressão sica, aci- dente de trânsito e de trabalho. Os criminosos podem até tentar cometer um crime perfeito, mas com os especialistas da ciência forense em campo, a cada dia isso fica mais dicil. Texto originalmente escrito por Taane Resende para o programa Ritmos da Ciência, da Rádio UFMG Educa- va FM 104,5 e adaptado por Catarina Barata e Adlane Vilas-Boas. Projeto realizado com o apoio do PROEXT 2014 - MEC/SESu. 31 | 3409 6447 www.teiadetextos.com.br www.ufmg.br/ciencianoar [email protected] I N S T I T U T O D E C I Ê N C I A S B I O L Ó G I C A S U F M G - -

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Agradecemos sua ajuda para conservar este texto que também está disponível em www.ufmg.br/cienciaparatodos

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s

A CIÊNCIA CONTRA O CRIME PERFEITO

Nós dois temos os mesmos defeitosSabemos tudo a nosso respeito

Somos suspeitos de um crime perfeitoMas crimes perfeitos não deixam suspeitos

Humberto Gessinger

Será que, como diz a letra da canção, existe um crime perfeito? Será que é possível cometer um crime sem que se obtenham provas para incriminar um suspeito? Se depender dos avan-ços da ciência, a resposta para essas perguntas é não!

A medicina forense está pronta para ajudar a incriminar suspeitos e provar que crimes perfei-tos não existem. Peritos criminais coletam gotas de sangue, pedaços de pele, fios de cabelo e vários outros vestígios que podem ser utilizados na descoberta do suspeito do crime por meio de exames de DNA. Em casos de assassinato, médicos legistas analisam marcas, como hema-tomas, arranhões e cortes, e até o conteúdo intestinal da vítima. A partir dessas informações, eles podem descobrir a causa e a hora aproximada do crime, se houve ou não consumo de drogas e até mesmo qual foi a arma utilizada.

Quando o corpo está em decomposição, o trabalho dos legistas fica mais difícil. Aí, entram em cena os entomologistas forenses. Eles examinam seres vivos, como formigas e outros insetos e suas larvas, presentes no corpo ou no local do crime. Com base na análise desses animais, é possível descobrir a quanto tempo ocorreu o crime, se há drogas no organismo ou até mesmo se a vítima foi transportada após o assassinato.

Mas a medicina forense não analisa apenas assassinatos. Ela também pode analisar causas de abandono e maus tratos a crianças, idosos, enfermos ou ocorrências de agressão física, aci-dente de trânsito e de trabalho. Os criminosos podem até tentar cometer um crime perfeito, mas com os especialistas da ciência forense em campo, a cada dia isso fica mais difícil.

Texto originalmente escrito por Tatiane Resende para o programa Ritmos da Ciência, da Rádio UFMG Educa-tiva FM 104,5 e adaptado por Catarina Barata e Adlane Vilas-Boas.

Projeto realizado com o apoio do PROEXT 2014 - MEC/SESu.

31 | 3409 6447

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