o crf-pr e a assistência farmacêutica no sus

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CRF-PR e a Assistência Farmacêutica no SUS

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Manual de Orientação para a organização da Assistência Farmacêutica no Sistêma ùnico de Saúde - 1ª Edição

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Page 1: O CRF-PR e a Assistência Farmacêutica no SUS

CRF-PR e a

Assistência Farmacêutica

no SUS

Page 2: O CRF-PR e a Assistência Farmacêutica no SUS

CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIADO ESTADO DO PARANÁ - CRF-PR

COMISSÃO DE SERVIÇO PÚBLICOBenvenuto Juliano GazziDeise Sueli de Pietro CaputoJose dos Passos NetoLore LambPaulo Costa Santana Roberto Amatuzzi FrancoTelma Rozinha Dombroski de Freitas

DIRETORIAPresidenteEverson Augusto KrumVice-PresidenteDennis Armando BertoliniTesoureiraMarisol Dominguez MuroSecretáriaSandra Iara Sterza

CONSELHEIROSBenvenuto Juliano GazziCelia Fagundes da CruzJulio Cezar MerlinMaria do Carmo Baraldo WagnerPaulo Roberto Ribeiro DinizRicardo Toshikazu YamamotoRoberto Amatuzzi FrancoSonia Aparecida Wagnitz BertassoniSuzane Mitiyo Yanaze

Revisão, Diagramação, Layout, EditoraçãoEmanuele de Oliveira

Assessoria de Comunicação

Conselho Regional de Farmácia do ParanáRua Itupava, 1235 -

CEP: 80040-000 Curitiba - Paraná

Tel: (041) 363.0234 Fax (041) 223-3281

[email protected]

REALIZAÇÃO

CRF-PR2005

Page 3: O CRF-PR e a Assistência Farmacêutica no SUS

Everson Augusto Krum

Presidente do CRF-PR

A exigência de profissional farmacêutico como responsável técnico pelas

farmácias municipais está prevista na Lei 5991/73, bem como consta nos protoco-

los assinados pelos municípios ao assumirem a responsabilidade sobre o gerencia-

mento da Assistência Farmacêutica Básica, e os vários programas de Saúde

implantados pelo Sistema Único de Saúde, o SUS.

Além de sua atuação específica como responsável técnico pela unidade de

dispensação de medicamentos (Farmácia), o farmacêutico é o profissional com

formação para atuar na área de Assistência Farmacêutica do município, Vigilân-

cia em Saúde (Vigilâncias Sanitária e Epidemiológica), entre outras.

No entanto, o Conselho Regional de Farmácia do Paraná vem observando

que muitos municípios têm se equivocado nas atribuições previstas para o

farmacêutico que irá atuar nessas áreas, inserindo em suas exigências atividades

inerentes ao farmacêutico bioquímico (que é quem atua na área de Análises

Clínicas) e deixando, por outro lado, de pontuar aspectos importantes para o

profissional que desenvolverá seu trabalho na Assistência Farmacêutica Básica.

Sendo assim, como contribuição, o CRF-PR elaborou esta cartilha, com um

modelo de descrição para a função de farmacêutico e suas atribuições no SUS,

junto a um resumo de temas que podem ser abordados quando da realização de

concurso público para farmacêutico.

Desta forma, o município poderá dispor de profissionais com perfil mais

adequado para desenvolver as atividades de Assistência Farmacêutica, o que

certamente representará melhorias na qualidade de vida da população e o

aperfeiçoamento do SUS.

Colocando-nos à disposição para quaisquer assuntos relacionados à

Assistência Farmacêutica, subscrevemo-nos.

APRESENTAÇÃO

3

Page 4: O CRF-PR e a Assistência Farmacêutica no SUS

SUMÁRIO

PAPEL E AÇÃO DO CRF-PR

ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA NO SUS

1 - Introdução ......................................................................... 08

2 - Financiamento da Assistência Farmacêutica ................................. 11

3 - Estruturação e Planejamento das Atividades da

Assistência Farmacêutica ....................................................... 14

4 - Legislação Sanitária e Profissional Relacionada ............................. 15

5 - Conceituação ..................................................................... 17

6 - Referências Bibliográficas ...................................................... 18

ANEXO

SUGESTÃO PARA DESCRIÇÃO DE FUNÇÃO

E PROPOSTA DE CONTEÚDO PARA ADMISSÃO

DE FARMACÊUTICO

I - Descrição e Atribuições ........................................................ 19

a) Assistência Farmacêutica e Farmácia Municipal ............................. 19

b) Área Hospitalar .................................................................... 21

c) Área de Vigilância em Saúde ..................................................... 21

d) Área de Análises Clínicas, Toxicológicas e Bromatológicas .................. 22

e) Indústria de Medicamentos ....................................................... 23

II - Concurso ...................................................... .................... 24

1ª Fase - Conhecimentos Específicos ............................................... 24

2ª Fase - Prova de Currículo ......................................................... 31

SITES PARA CONSULTA/ BIBLIOGRAFIA SUGERIDA .............................. 32

CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DO PARANÁ

ENDEREÇOS E TELEFONES ......................................................... 35

.......................................................... 05

4

Page 5: O CRF-PR e a Assistência Farmacêutica no SUS

PAPEL E AÇÃO DO CRF-PR

5

O Conselho Regional de Farmácia do Estado do Paraná (CRF-PR) é a Autar-

quia Federal fiscalizadora da profissão farmacêutica e órgão de defesa da

sociedade, que tem como papel principal atuar na prevenção de irregularidades

relacionadas ao exercício profissional farmacêutico, instaurar processos éticos

aos farmacêuticos que cometerem irregularidades ético-profissionais, fiscalizar

os estabelecimentos onde o profissional farmacêutico exerce a sua profissão,

fiscalizar e autuar estabelecimentos que se encontrem sem a obrigatória presen-

ça do profissional farmacêutico.

Desde 1986 o CRF-PR tem atuado com firmeza e cumprido progressivamen-

te com a sua função de exigir a presença do farmacêutico em todos os estabeleci-

mentos farmacêuticos, conforme exige a lei.

Quanto aos estabelecimentos farmacêuticos públicos, o CRF-PR tem

atuado junto ao Estado e municípios para regularizar a situação de suas farmácias

públicas, sendo que na última década de 90 firmou-se um acordo entre o CRF-PR e

o COSEMS-PR para que os estabelecimentos municipais se regularizassem quanto

à presença do farmacêutico durante todo o horário de atendimento ao público.

O CRF-PR, da mesma forma que trabalhou com os estabelecimentos

privados, iniciou o seu trabalho de acordo com o porte dos municípios, a comple-

xidade e quantidade dos medicamentos dispensados nas farmácias municipais.

Nesse período, de forma isolada ou em conjunto com a Secretaria de Estado de

Saúde, o CRF-PR promoveu três eventos estaduais de capacitação de farmacêuti-

cos para o serviço público, além de vários outros em nível local. Ao final do prazo

acordado, e considerando que havia ainda estabelecimentos ilegais nos serviços

públicos, o CRF-PR iniciou a autuação das farmácias municipais que encontra-

vam-se irregulares.

Nos últimos anos a demanda pela presença do profissional farmacêutico nas

farmácias municipais tem aumentado, fruto das normativas da Política Nacional

de Medicamentos, pactuações realizadas entre a Secretarias de Saúde Estaduais,

Page 6: O CRF-PR e a Assistência Farmacêutica no SUS

6

Municipais e o Ministério da Saúde, além dos convênios do Consórcio Paraná

Saúde, bem como de toda a legislação sanitária relativa a estabelecimentos

farmacêuticos que contemplam que os municípios devem possuir profissional

habilitado para assumir a responsabilidade pelas farmácias municipais.

O Ministério Público, na sua função de exigir o fiel cumprimento das

legislações, tem atuado e cobrado dos órgãos de Vigilância Sanitária e CRF-PR

para que a legislação sanitária e profissional seja de fato cumprida. Também

nesse sentido têm sido as decisões das últimas conferências estaduais e nacionais

de saúde quanto à questão da Assistência Farmacêutica.

Nesse período, o CRF-PR firmou convênios com Secretarias Municipais de

Saúde para colaborar na organização da Assistência Farmacêutica, através do seu

Centro de Informações de Medicamentos, onde ajudou a elaborar planos de

Assistência Farmacêutica, folhetos, apoio às comissões de farmácia e terapêuti-

ca, elaboração de padronização de medicamentos, palestras, entre outras

atividades.

Desta forma, o CRF-PR mais uma vez busca orientar os municípios quanto à

necessidade de regularização dos seus estabelecimentos farmacêuticos, bem

como esclarecer que está apresentando projetos de capacitação dos profissionais

farmacêuticos e gestores de saúde para a Assistência farmacêutica junto aos

Pólos de Educação Permanente, além de estar fornecendo treinamentos gratuitos

aos profissionais farmacêuticos nas várias regiões do Paraná.

A ação do CRF-PR tem por base legal:

Lei 3.820/60

Art. 10 - As atribuições dos Conselhos Regionais são as seguintes:

c) fiscalizar o exercício da profissão, impedindo e punindo as infrações à

lei, bem como enviando às autoridades competentes relatórios documen-

tados sobre os fatos que apurarem e cuja solução não seja de sua alçada.

Art. 24 - As empresas e estabelecimentos que exploram serviços para os

quais são necessárias atividades de profissional farmacêutico deverão

provar, perante os Conselhos Federal e Regionais, que essas atividades são

exercidas por profissionais habilitados e registrados.

Page 7: O CRF-PR e a Assistência Farmacêutica no SUS

7

Segue-se ainda a posição da plenária do CRF-PR quanto à regularização da

Assistência Farmacêutica nos municípios:

O CRF-PR exigirá o cumprimento da Lei 5991/73, especificamente o artigo

15, e demais legislações sanitárias que exigem a presença do farmacêutico

durante todo o horário de funcionamento nos estabelecimentos farmacêuticos.

Art. 15 - A farmácia e a drogaria terão, obrigatoriamente, a assistência de

técnico responsável, inscrito no Conselho Regional de Farmácia, na forma

da lei.

§ 1 - A presença do técnico responsável será obrigatória durante todo o

horário de funcionamento do estabelecimento.

§ 2 - Os estabelecimentos de que trata este artigo poderão manter técnico

responsável substituto, para os casos de impedimento ou ausência do

titular.

Quanto aos parâmetros do número de farmacêuticos e farmácias, a

Comissão de Serviço Público do CRF-PR recomenda:

a) Que as farmácias sejam instaladas em Centros de Saúde regionalizados e

que sirvam de referência, prevendo-se o melhor acesso pela população no

atendimento entre os postos de saúde e a farmácia de referência.

b) O número de farmacêuticos necessários deve ser previsto em função dos

seguintes critérios:

· Número de habitantes

· Complexidade do serviço

· Número de prescrições/dia atendidas

· Número de postos de saúde com medicamentos

· Complexidade dos medicamentos dispensados

· Programas Especiais que existem

· Programa Saúde da Família

· Índice de Desenvolvimento Humano

Para encaminhar propostas de regularização e adequação junto ao CRF-PR,

os municípios podem entrar em contato com a Comissão de Serviço Público do

órgão.

A documentação necessária para o registro de estabelecimentos Públicos

vinculados às Prefeituras Municipais está disponível em .www.crfpr.org.br

Page 8: O CRF-PR e a Assistência Farmacêutica no SUS

ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA NO SUS

01 - INTRODUÇÃO

A Constituição Federal de 1988 é um marco referencial para as profun-

das mudanças na área da saúde no Brasil. No capítulo dedicado à seguridade

social, ficou estabelecida a criação de um Sistema Único de Saúde (SUS), definin-

do-se seus princípios e diretrizes baseados em um conceito ampliado de saúde.

De acordo com o artigo 196 da Constituição da República Federativa do Brasil:

A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantida mediante

políticas sociais e econômicas, que visem à redução dos riscos de

doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às

ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação

(BRASIL, 1988).

A Lei Orgânica da Saúde (Lei 8080 de 1990), contempla os

preceitos constitucionais e estabelece que, entre seus campos de atuação, está

incluída a execução da "assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica"

e entre as ações, "a formulação da política de medicamentos,(...) de interesse

para a saúde(...)" (BRASIL, 1990). De acordo com seu Artigo 18, compete à direção

municipal do SUS:

"dar execução, no âmbito municipal, à política de insumos e

equipamentos para a saúde".

A desarticulação da Assistência Farmacêutica no país, em descompasso

com as mudanças que vinham ocorrendo na área de saúde, especialmente com

relação ao processo de descentralização do SUS, contribuíram para a formula-

ção de novas diretrizes para a área de medicamentos, explicitadas na Política

Nacional de Medicamentos (PNM), publicada em outubro de 1998.

Esta PNM fortalece os princípios e diretrizes constitucionais e do SUS,

8

Page 9: O CRF-PR e a Assistência Farmacêutica no SUS

tendo como finalidade principal "garantir a necessária segurança, eficácia e

qualidade dos medicamentos, a promoção do uso racional e o acesso da popula-

ção àqueles considerados essenciais" (BRASIL, 1998).

Entre as diretrizes estabelecidas por essa política está a reorientação da assistên-

cia farmacêutica, definida como:

"um grupo de atividades relacionadas com o medicamento, destinadas a apoiar

as ações de saúde demandadas por uma comunidade. Envolve o abastecimento de

medicamentos em todas e em cada uma de suas etapas constitutivas, a conserva-

ção e controle de qualidade, a segurança e a eficácia terapêutica dos medica-

mentos, o acompanhamento e a avaliação da utilização, a obtenção e a difusão

de informação sobre medicamentos e a educação permanente dos profissionais

de saúde, do paciente e da comunidade para assegurar o uso racional de medica-

mentos" (BRASIL, 1998) ;

Dentre as prioridades da reorientação da Assistência Farmacêutica

"a estruturação da Assistência Farmacêutica (AF) é um dos grandes desafios que

se apresentam aos gestores e profissionais do SUS, uma vez que sua reorientação

propõe uma mudança no modelo de organização e na forma de gerenciamento,

tendo por base uma nova lógica de atuação. Não deve se limitar apenas a

aquisição e distribuição de medicamentos, exigindo para a sua implementação a

elaboração de planos, programas e atividades específicas, de acordo com as

competências estabelecidas para cada esfera de governo. O processo de

descentralização exige que os gestores aperfeiçoem e busquem novas estratégi-

as, com propostas estruturantes que garantam a eficiência de suas ações,

consolidando os vínculos entre os serviços e a população, promovendo o acesso,

o uso racional e a integralidade das ações."

O processo de reorientação da AF proposto pela PNM e que vem sendo

implementado no SUS está fundamentado:

þ Na descentralização da gestão;

þ Na promoção do uso racional de medicamentos;

þ Na otimização e na eficácia das atividades envolvidas na AF;

þ No desenvolvimento de iniciativas que possibilitem a redução de

preços de produtos, viabilizando o acesso da população inclusive no

âmbito privado.

A necessidade de construir uma nova gestão da assistência farmacêutica

no SUS fundamenta-se na implementação desta nova prática nos estados e

9

Page 10: O CRF-PR e a Assistência Farmacêutica no SUS

municípios, sendo necessário, para isto, o desenvolvimento de ações estruturan-

tes, com aplicação de novos conhecimentos, habilidades, ferramentas e técni-

cas, indispensáveis à qualificação e melhoria das atividades desenvolvidas.

Englobará as atividades de seleção, programação, aquisição, armazenamento e

distribuição, controle de qualidade e promoção do uso racional, compreendendo

a prescrição e utilização dos medicamentos.

Prevê que o processo de descentralização contemplará a padronização

dos medicamentos, o planejamento e a redefinição das atribuições das três

instâncias de gestão do SUS.

De acordo com a PNM, no âmbito municipal, caberá à Secretaria da

Saúde ou ao organismo correspondente:

þCoordenar e executar a Assistência Farmacêutica - AF no seu âmbito;

þassociar-se a outros municípios, por intermédio da organização de

consórcios, tendo em vista a execução da assistência farmacêutica;

þpromover o uso racional de medicamentos junto à população, aos

prescritores e aos dispensadores;

þtreinar e capacitar Recursos Humanos para cumprimento das

responsabilidades do município no que se refere a esta Política;

þcoordenar e monitorar o componente municipal de sistemas nacio-

nais básicos para a Política de Medicamentos, de que são exemplos o

de Vigilância Sanitária, o de Vigilância Epidemiológica e o de Laborató-

rios de Saúde Pública;

þimplementar ações de vigilância sanitária sob sua responsabilidade;

þassegurar a dispensação adequada dos medicamentos;

þdefinir a relação municipal de medicamentos essenciais, com base

na RENAME, a partir das necessidades decorrentes do perfil nosológico

da população;

þassegurar o suprimento dos medicamentos destinados à atenção

básica à saúde de sua população, integrando sua programação à do

estado, visando garantir o abastecimento de forma permanente e

oportuna;

þadquirir, além dos produtos destinados à atenção básica, outros

medicamentos essenciais que estejam definidos no Plano Municipal de

Saúde como responsabilidade concorrente do município;

þutilizar, prioritariamente, a capacidade dos laboratórios oficiais

10

Page 11: O CRF-PR e a Assistência Farmacêutica no SUS

para o suprimento das necessidades de medicamentos do município;

þinvestir na infra-estrutura das centrais farmacêuticas e das farmáci-

as dos serviços de saúde, visando assegurar a qualidade dos medica-

mentos;

þreceber, armazenar e distribuir adequadamente os medicamentos

sob sua guarda.

Portanto, o papel dos gestores municipais é fundamental para que a

assistência, parte fundamental da atenção à saúde, seja implementada no SUS.

De acordo com o Dr. Gilson Cantarino (CONASS. 1997), atual presidente

do CONASS e, na época, presidente do CONASEMS, "nos últimos anos, os municí-

pios brasileiros assumiram novas e importantes responsabilidades, passando a

desempenhar um papel primordial na assistência à população, condição necessá-

ria para que se tenha um sistema local de saúde forte, para que possa dar um salto

de qualidade."

2 - FINANCIAMENTO DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA

A Assistência Farmacêutica, apresenta financiamento das três instânci-

as gestoras do SUS, pactuada entre os gestores nas Comissões Intergestores,

Tripartite e Bipartite.

Em 1998, logo após a publicação da Política Nacional de Medicamentos

PNM, e dando início ao processo de descentralização da AF preconizado pela

mesma, foi estabelecido o Incentivo à Assistência Farmacêutica Básica (IAFB),

com valores pactuados na Comissão Intergestores Tripartite (CIT). Em 1.999,

através da Portaria GM nº 176, foram estabelecidos os critérios e requisitos para a

habilitação dos estados e municípios a receberem este incentivo financeiro.

Como condição para acessar esse Incentivo, a mesma Portaria 176

determina a necessidade de se estabelecer :

þ elenco de medicamentos para AF básica, a ser adquirido com este

recurso financeiro;

þ os mecanismos de adesão e responsabilidade dos municípios;

þ o pacto de gestão do recurso, com estabelecimento dos valores das

contrapartidas estaduais e municipais;

11

Page 12: O CRF-PR e a Assistência Farmacêutica no SUS

þ a sistemática de programação, acompanhamento e avaliação da sua

implementação no Estado.

Atualmente a prestação de contas da aplicação dos recursos do Incentivo

à Assistência Farmacêutica Básica por estados e municípios é feita através de um

programa informatizado denominado Sistema de Acompanhamento do Incentivo

à Assistência Farmacêutica Básica - SIFAB, instituído através da Portaria GM nº

2050 de novembro de 2001, alimentado pelos estados e municípios e encaminha-

do ao Ministério da Saúde.

A implantação desse Incentivo à Assistência Farmacêutica Básica,

possibilitou aos municípios uma ampliação na oferta de medicamentos à popula-

ção, porém, em muitos casos este acesso não foi qualificado, por não vir acompa-

nhado de ações importantes da assistência farmacêutica, entre elas a promoção

de seu uso racional.

Dados do Sistema Nacional de Informações Toxicológicas - SINETOX,

apontam os medicamentos como a maior causa de intoxicações. Por isso o

Conselho Nacional de Saúde, atendendo as orientações da 1ª Conferência

Nacional de Assistência Farmacêutica, através da Resolução MS/CNS 338 de maio

de 2004, resolveu englobar entre seus eixos estratégicos, entre outros que:

þ A garantia de acesso e equidade às ações de saúde, inclui, necessaria-

mente a assistência farmacêutica;

þ Manutenção de serviços de assistência farmacêutica na rede pública

de saúde, nos diferentes níveis de atenção, considerando a necessária

articulação e a observância das prioridades regionais definidas nas

instâncias gestoras do SUS;

þ Qualificação dos serviços de Assistência Farmacêutica existentes, em

articulação com os gestores estaduais e municipais, nos diferentes níveis

de atenção;

þ Desenvolvimento, valorização, formação, fixação e capacitação de

recursos humanos;

þ Promoção do uso racional de medicamentos, por intermédio de ações

que disciplinem a prescrição, a dispensação e o consumo.

Durante o processo de municipalização da Assistência Farmacêutica, os

municípios assumiram o compromisso de estruturarem esta área para desenvol-

ver as atividades que lhe são pertinentes. Trata-se de uma atividade multidisci-

plinar, porém a sua coordenação deve estar sob a responsabilidade do profissional

12

Page 13: O CRF-PR e a Assistência Farmacêutica no SUS

que tem a formação acadêmica compatível, e a atribuição legal para exercê-la -

o profissional farmacêutico.

A Organização Mundial da Saúde, já em 1994, solicitou a todos os países

membros que definissem a função do farmacêutico na promoção e na aplicação

da política farmacêutica nacional, para atingir o objetivo da saúde para todos.

Ela conclama os farmacêuticos e a suas entidades para que exerçam a vigilância

sanitária para assegurar a qualidade dos produtos e dos serviços farmacêuticos,

se encarreguem da gestão dos sistemas de aquisição e administração dos medica-

mentos, forneçam informações sobre medicamentos à população e divulguem o

conceito de assistência farmacêutica como forma de promover o uso racional do

medicamento. Além disso, os conclama a participar ativamente na prevenção das

doenças e na promoção da saúde.

Todos reconhecem a dificuldade que os municípios possuem em imple-

mentar as ações de assistência farmacêutica, no qual o farmacêutico assume

papel de destaque. Com sua formação científica é o profissional habilitado a

tratar das questões relacionadas ao medicamento, sejam elas de planejamento

ou de caráter operacional, como o recebimento, armazenamento, distribuição e

dispensação.

No entanto, experiências nacionais e no Estado do Paraná, na qual a

assistência farmacêutica foi organizada sob a coordenação do farmacêutico,

demonstraram resultados concretos. Entre estes, uma otimização dos recursos

financeiros disponíveis, a racionalização do elenco de medicamentos gerenciados

pelo município, atendendo as suas necessidades nosológicas e epidemiológicas, a

organização e qualificação do acesso dos usuários aos medicamentos, a adesão

dos pacientes aos medicamentos prescritos com aumento da resolubilidade das

ações de saúde ofertadas pelo município, a educação da população acerca dos

riscos advindos do uso indadequado dos medicamentos, entre outras.

Os recursos para a contratação e manutenção do profissional farmacêu-

tico estão inseridos no financiamento para a área de saúde previsto na EC29, o

previsto na arrecadação dos municípios relativa ao fundo de participação dos

municípios, arrecadação própria, Taxas sanitárias, repasses do PAB fixo e variá-

vel, incentivos do Teto de Financiamento das Ações de Epidemiologia e Combate

às Doenças, Incentivo para ações de Vigilância Sanitária, recursos relativos ao

Termo de ajuste de metas para média e alta complexidade da vigilância Sanitária

(TAM-MACVISA), entre outras fontes.

A última Conferência Nacional de Política de Medicamentos e Assistên-

cia Farmacêutica aprovou que os recursos do Incentivo da Assistência Farmacêu-

13

Page 14: O CRF-PR e a Assistência Farmacêutica no SUS

tica Básica sejam incrementados para a estruturação das farmácias básicas,

prevendo-se recursos para a contratação de farmacêuticos, informatização,

melhorias na estrutura física, entre outros. No Ministério da Saúde, a proposta

encontra-se em fase de estudo.

3 - ESTRUTURAÇÃO E PLANEJAMENTO DAS ATIVIDADES DE

ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA

Como ponto de partida para o planejamento das ações a serem desen-

volvidas pelos municípios nesta área, sugere-se a elaboração de um Plano

Municipal de Assistência Farmacêutica , que deve integrar o Plano Municipal de

Saúde.

Devem estar fundamentadas na:

þ descentralização da gestão;

þ no diagnóstico da situação de saúde do município;

þ na execução das atividades de seleção, programação, aquisição,

distribuição e dispensação dos medicamentos;

þ nos recursos humanos, materiais e financeiros disponíveis;

þ na rede de serviços existentes, de acordo com o nível de complexi-

dade;

þ nas condições necessárias para o cumprimento das boas práticas de

armazenagem para medicamentos;

þ na proposta de capacitação e aperfeiçoamento permanente dos

recursos humanos envolvidos com a assistência farmacêutica;

þ na permanente avaliação da assistência farmacêutica através de

indicadores específicos, que possibilitem o aprimoramento de seu

gerenciamento;

þ outros aspectos que atendam as peculiaridades locais;

Esse Plano deve explicitar as atividades a serem desenvolvidas para sua

estruturação e organização, o elenco a ser gerenciado e os recursos humanos e

financeiros a serem disponibilizados, constando da previsão orçamentária das

respectivas Secretarias. Os Planos de Assistência Farmacêutica devem ser

submetidos e aprovados pelos Conselhos Municipais de Saúde e divulgados junto

aos setores da sociedade envolvidos com o tema, a fim de possibilitar o efetivo

controle social nesta área.

14

Page 15: O CRF-PR e a Assistência Farmacêutica no SUS

4 - LEGISLAÇÃO SANITÁRIA E PROFISSIONAL RELACIONADA:

A Legislação Sanitária e Profissional relacionada com medicamentos e

exercício profissional exige a presença e atuação do profissional Farmacêutico na

Assistência Farmacêutica, conforme exposto a seguir:

a) Lei 5.991/73

Art. 2 - As disposições desta Lei abrangem as unidades congêneres que inte-

gram o serviço público civil e militar da administração direta e indireta, da União, dos

Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios e demais entidades paraesta-

tais, no que concerne aos conceitos, definições e responsabilidade técnica.

Art. 3 - Aplica-se o disposto nesta Lei às unidades de dispensação das institui-

ções de caráter filantrópico os Beneficentes, sem fins lucrativos.

Art. 4 - Para efeitos desta Lei, são adotados os seguintes conceitos:

VIII - Empresa - pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, que exerçam como

atividade principal ou subsidiária o comércio, venda, fornecimento e distribuição de

drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos, equiparando-se à

mesma, para os efeitos desta Lei, as unidades dos órgãos de administração direta ou

indireta, federal. estadual, do Distrito Federal, dos Territórios, dos Municípios e

entidades paraestatais, incumbidas de serviços correspondentes;

X - Farmácia - estabelecimento de manipulação de fórmulas magistrais e oficinais, de

comércio de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos, compreen-

dendo o de dispensação e o de atendimento privativo de unidade hospitalar ou de

qualquer outra equivalente de assistência médica.

Art. 15 - A farmácia e a drogaria terão, obrigatoriamente, a assistência de

técnico responsável, inscrito no Conselho Regional de Farmácia, na forma da lei.

§ 1 - A presença do técnico responsável será obrigatória durante todo o horário

de funcionamento do estabelecimento.

§ 2 - Os estabelecimentos de que trata este artigo poderão manter técnico

responsável substituto, para os casos de impedimento ou ausência do titular.

Art. 17 - Somente será permitido o funcionamento de farmácia e drogaria sem a

assistência do técnico responsável, ou do seu substituto, pelo prazo de até trinta dias,

período em que não serão aviadas fórmulas magistrais ou oficiais, nem vendidos medica-

mentos sujeitos a regime especial de controle.

Art. 53 - Não poderá ter exercício nos órgãos de fiscalização sanitária o servidor

público que for sócio ou acionista de qualquer categoria, ou que prestar serviços à empresa

ou estabelecimento que explore o comércio de drogas, medicamentos, insumos farmacêu-

ticos e correlatos.

15

Page 16: O CRF-PR e a Assistência Farmacêutica no SUS

B) Resolução 54/1996 SESA/PR - Norma Técnica de Farmácias:

Art. 1º - Para efeitos da presente norma técnica, são adotados como estabele-

cimentos farmacêuticos os seguintes conceitos:

I -Farmácia: unidade de prestação de serviços de interesse público, articula-

da ao Sistema Único de Saúde, destinada a prestar assistência farmacêutica

e orientação sanitária individual ou coletiva, onde se processe a dispensação

de produtos com finalidade profilática, curativa, paliativa, estética ou para

fins de diagnósticos em seres humanos, compreendendo medicamentos,

cosméticos, insumos e produtos farmacêuticos e correlatos; a manipulação e

dispensação de fórmulas magistrais, oficinais, e farmacopêicas, a execução

de primeiros socorros e a aplicação de injetáveis.

Art. 14º - Quanto a assistência, funções e responsabilidade técnica do farma-

cêutico e auxiliares técnicos, deverão ser observados os seguintes critérios:

I - A presença e atuação do profissional farmacêutico é condição e requisito

essencial para a dispensação de medicamentos ao público;

II - Os estabelecimentos deverão possuir quantos farmacêuticos forem

necessários para garantir assistência farmacêutica de qualidade durante todo

o horário de funcionamento do estabelecimento, bem como em número

suficiente para o desempenho de todas as suas atividades técnicas.

c) Decreto 85.878/1981 Regulamenta o âmbito profissional farmacêutico

Art. 1º - São atribuições privativas dos profissionais farmacêuticos:

I - desempenho de funções de dispensação ou manipulação de fórmulas

magistrais e farmacopéicas, quando a serviço do público em geral ou mesmo de

natureza privada;

II - assessoramento e responsabilidade técnica em:

b) órgãos, laboratórios, setores ou estabelecimentos farmacêuticos em que se

executem controle e/ou inspeção de qualidade, análise prévia, análise de

controle e a análise fiscal de produtos que tenham destinação terapêutica,

anestésica ou auxiliar de diagnósticos ou capazes de determinar dependência

física ou psíquica;

d) depósitos de produtos farmacêuticos de qualquer natureza.

III - a fiscalização profissional sanitária e técnica de empresas, estabelecimen-

tos, setores, fórmulas, produtos, processos e métodos farmacêuticos ou de

natureza farmacêutica;

O não cumprimento da Legislação Sanitária e Profissional pode

implicar na aplicação da Lei de Responsabilidade Administrativa aos gestores

municipais.

16

Page 17: O CRF-PR e a Assistência Farmacêutica no SUS

5 - CONCEITUAÇÃO

Assistência Farmacêutica

De acordo com a Política Nacional de Medicamentos, a assistência

farmacêutica é definida como:

"um grupo de atividades relacionadas com o medicamento, destinadas a apoiar as

ações de saúde demandadas por uma comunidade. Envolve o abastecimento de

medicamentos em todas e em cada uma de suas etapas constitutivas, a conserva-

ção e controle de qualidade, a segurança e a eficácia terapêutica dos medica-

mentos, o acompanhamento e a avaliação da utilização, a obtenção e a difusão de

informação sobre medicamentos e a educação permanente dos profissionais de

saúde, do paciente e da comunidade para assegurar o uso racional de medica-

mentos" (BRASIL, 1998) ;

De acordo com a Política Nacional de Assistência Farmacêutica,

"A Assistência Farmacêutica trata de um conjunto de ações voltadas à promo-

ção, à proteção e à recuperação da Saúde, tanto individual como coletiva, tendo

o medicamento como insumo essencial e visando ao acesso e ao seu uso racional,

conjunto este, que envolve a pesquisa, o desenvolvimento e a produção de

medicamento e insumos, bem como a sua seleção, programação, aquisição,

distribuiçãÃo, dispensação, garantia da qualidade dos produtos e serviços,

acompanhamento e avaliação de sua utilização, na perspectiva da obtenção de

resultados concretos e da melhoria da qualidade de vida da população" ( BRASIL,

2004)

Atenção Farmacêutica

As ações de Assistência Farmacêutica, envolvem aquelas referentes à

Atenção Farmacêutica considerada na Política Nacional de Assistência Farmacêu-

tica como:

"Modelo de prática farmacêutica, desenvolvida no contexto da Assistência

Farmacêutica e compreendendo atitudes, valores éticos, comportamentos,

habilidades, compromissos e co-responsabilidades na prevenção das doenças,

promoção e recuperação da saúde, de forma integrada à equipe de saúde. É a

interação direta do farmacêutico com o usuário, objetivando uma farmacotera-

pia racional e a obtenção de resultados definidos e mensuráveis, voltados para a

melhoria da qualidade de vida. Essa interação também deve envolver as concep-

ções dos seus sujeitos, respeitadas as suas especificidades bio-psico-sociais, sob a

17

Page 18: O CRF-PR e a Assistência Farmacêutica no SUS

ótica da integralidade das ações de saúde." (BRASIL, 2004)

Dispensação

"É o ato profissional farmacêutico de proporcionar um ou mais medicamentos a

um paciente, geralmente como resposta a apresentação de uma receita elabora-

da por um profissional autorizado. Neste ato, o farmacêutico informa e orienta o

paciente sobre o uso adequado do medicamento.

São elementos importantes da orientação, entre outros, a ênfase no cumprimen-

to da dosagem, a influência dos alimentos, a interação com outros medicamen-

tos, o reconhecimento da reações adversas potenciais e as condições de conser-

vação dos produtos" (PNM. BRASIL, 1998).

Uso Racional do Medicamento

"É o processo que compreende a prescrição apropriada; a disponibilidade

oportuna e a preços acessíveis; a dispensação em condições adequadas; o

consumo nas doses indicadas, nos intervalos definidos e no período de tempo

indicado, de medicamentos eficazes, seguros e de qualidade." (PNM. BRASIL,

1998).

Referências Bibliográficas:BRASIL, Constituição da Republica Federativa do Brasil. Brasília. 1988.

BRASIL. Lei Federal 8080 de 19 de setembro de 1990, que trata da Lei Orgânica do

Sistema Único de Saúde, Brasília. 1990.

BRASIL, Ministério da Saúde, Secretaria de Políticas de Saúde. Portaria 3916

GM/MS. Brasília. Ministério da Saúde. 1998.

BRASIL, Ministério da Saúde, Secretaria de Políticas de Saúde. Portaria 176

GM/MS de 8 de março de 1999. Brasília. Ministério da Saúde. 1999.

BRASIL, Ministério da Saúde, Conselho Nacional de Saúde. Resolução 338/MS/CNS

de 06 de maio de 2004. Brasília. Ministério da Saúde. 2004.

CONSELHO NACIONAL DE SECRETÁRIOS DE SAÚDE. Oficina de Trabalho. Relató-

rio Final. Aracajú, CONASS, 1997. 162 p.

18

Page 19: O CRF-PR e a Assistência Farmacêutica no SUS

ANEXO

SUGESTÃO PARA DESCRIÇÃO DE FUNÇÃO E PROPOSTA DE CONTEÚDO PARA CONCURSO

PARA ADMISSÃO DE FARMACÊUTICO

I - DESCRIÇÃO DE FUNÇÃO E ATRIBUIÇÕES

ÁREAS DE ATUAÇÃO: Farmácia / Vigilância em Saúde/Farmácia Hospitalar

Análises Clínicas/ Hemoterapia

Minuta de Edital (quesitos mínimos a serem contemplados)

Função: Farmacêutico

Exigência: Inscrito no CRF-PR

Formação: Curso superior em Farmácia.

Áreas de atuação: Assistência Farmacêutica, Farmácias ambulatoriais

ou hospitalares nos municípios, Central de Abastecimento Farmacêuti-

co, Vigilância em Saúde (Vigilância sanitária, epidemiologia e ambien-

tal) no município.

Atribuições do FARMACÊUTICO:

A - Assistência Farmacêutica e Farmácia Municipal

1. Participar da elaboração da Política de Saúde e de Assistência Farmacêu-

tica do município

2. Assessorar, gerenciar e responder tecnicamente pelas atividades relacio-

nadas à assistência farmacêutica, entre elas, a seleção, o armazenamen-

to, a aquisição e distribuição de produtos farmacêuticos de qualquer

natureza.

3. Estruturar a farmácia do município, de acordo com as normas e aspectos

legais vigentes.

4. Responder técnica e legalmente pela farmácia, desempenhando,

supervisionando e coordenando as atividades que lhe são inerentes,

entre elas, a de dispensação e manipulação de medicamentos.

19

Page 20: O CRF-PR e a Assistência Farmacêutica no SUS

5. Participar da elaboração de diagnósticos de saúde, levantamento da

situação dos serviços de saúde e da formulação de políticas, em sua área

de atuação.

6. Participar da definição, elaboração e implementação de programas na

área de saúde.

7. Coordenar a elaboração de normas e procedimentos na sua área de

atuação.

8. Coordenar e participar dos processos seleção e padronização de medica-

mentos com base em protocolos clínicos reconhecidos pelas sociedades

científicas e instituições congêneres.

9. Coordenar as atividades relacionadas com o gerenciamento dos medica-

mentos e insumos para a saúde, de acordo com as boas práticas estabele-

cidas para a área.

10. Coordenar, monitorar e responsabilizar-se pelo fracionamento de

medicamentos, quando necessário.

11. Participar da Comissão de Farmácia e Terapêutica do município.

12. Participar, em conjunto com outros profissionais da saúde, de atividades

de planejamento, avaliação, acompanhamento, capacitação, de

atividades relacionadas às ações de saúde e programas municipais,entre

eles, saúde do trabalhador e destinação de resíduos de serviços de saúde.

13. Acompanhar, analisar, avaliar e supervisionar os custos relacionados à

aquisição, distribuição e dispensação de medicamentos no município,

promovendo a racionalização no uso dos recursos financeiros disponíveis.

14. Acolher, orientar e prestar informações aos usuários e outros profissio-

nais, acerca dos medicamentos e outros assuntos pertinentes a Assistên-

cia Farmacêutica.

15. Promover no seu âmbito de atuação, o uso racional de medicamentos e o

acompanhamento farmacoterapêutico.

16. Promover e participar de debates e atividades informativas junto à

população, profissionais e entidades representativas, acerca dos temas

relacionados com sua atividade.

17. Prever as necessidades de treinamento na área de assistência farmacêu-

tica em seu município

18. Participar da organização eventos, simpósios, cursos, treinamentos e

congressos relacionados à sua área de atuação.

19. Executar outras tarefas correlatas com sua formação e função na área em

que atua, colaborando para o permanente aprimoramento dos serviços

20

Page 21: O CRF-PR e a Assistência Farmacêutica no SUS

prestados à população.

20. Supervisionar as atividades sob sua responsabilidade, promovendo seu

aperfeiçoamento contínuo afeiçoamento dos serviços prestados

21. Atuar, em conjunto com as Vigilâncias Sanitária e Epidemiológica, nas

ações de educação em saúde e investigações epidemiológica e sanitária.

22. Apoiar as atividades de Vigilâncias Sanitária e Epidemiológica no municí-

pio.

23. Divulgar as atividades de farmacovigilância junto aos profissionais de

saúde, notificando desvios de qualidade e reações adversas a medica-

mentos aos órgãos competentes.

24. Realizar pesquisas na área de atuação, visando divulgar e contribuir para

o aprimoramento e o desenvolvimento da prestação dos serviços de

saúde.

B - Área Hospitalar

Função: Farmacêutico Hospitalar

Formação: Curso superior em Farmácia, inscrição no CRF-PR e compro-

vação de ter cursado disciplina(s) ou curso de aperfeiçoamento em

Farmácia Hospitalar.

Além dos conhecimentos específicos para área de farmácia:

25. Conhecimento de preparo de soluções de nutrição enteral e parenteral;

26. Conhecimento de preparo de soluções quimioterápicas.

C - Área de Vigilância em Saúde

Formação: Curso superior em Farmácia, inscrição no CRF-PR.

Além das atribuições citadas no item A (de 1 a 26) descritos nas atribui-

ções do farmacêutico para atuar na assistência farmacêutica, incluir :

27. Desenvolver ações de fiscalização e orientação aos estabelecimentos de

interesse à saúde e da população através dos serviços de Vigilância

Sanitária de Serviços de Saúde de produtos, higiene, alimentos e sanea-

mento.

28. Programar, orientar e supervisionar as atividades referentes à vigilância

sanitária, aplicando a legislação vigente

29. Montar, instruir, julgar, dar ciência de julgamento de Processo Adminis-

21

Page 22: O CRF-PR e a Assistência Farmacêutica no SUS

trativo Sanitário a estabelecimentos autuados por infringir os dispositi-

vos da legislação sanitária vigente.

30. Emitir Parecer Técnico às solicitações sobre questões da legislação

sanitária vigente.

31. Responder aos Ofícios, solicitações e questionamentos da Promotoria,

Órgãos de Classe, Conselhos de Saúde e Usuários concernentes às

atividades de vigilância sanitária.

32. Participar das ações de investigação epidemiológica, organizando e

orientando na coleta, acondicionamento e envio de amostras para

análise laboratorial.

33. Participar da coleta, análise de dados, construção de indicadores de

saúde e análise do perfil morbi-mortalidade.

34. Em cooperação com engenheiro ou arquiteto, e equipe multiprofissional;

analisar projetos arquitetônicos de Estabelecimentos de interesse à

saúde.

35. Programar, orientar, supervisionar, coordenar, executar ações na área de

Vigilância Epidemiológica.

36. Programar, orientar, supervisionar, coordenar, executar ações na área de

Vigilância Ambiental.

37. Programar, orientar, supervisionar, coordenar, executar ações na área de

Vigilância das condições de trabalho (saúde do trabalhador).

D - Área de Análises Clínicas, Toxicológicas e Bromatológicas

Função: Farmacêutico-Bioquímico

Formação: Curso superior em Farmácia com habilitação em Bioquímica ou

Farmacêutico com formação generalista, inscrito no CRF-PR.

Áreas de atuação: Programar, orientar, executar e supervisionar atividades

laboratoriais em análises clínicas, toxicológicas, bromatológicas, de

vigilância sanitária, epidemiológica, farmacêuticas e controle de qualidade

relacionado às análises clínicas.

38. Programar, orientar, executar e supervisionar atividades farmacêuticas,

de vigilância sanitária, epidemiológica e laboratoriais.

39. Programar, orientar, supervisionar e responder tecnicamente pelo

desempenho das atividades laboratoriais nas áreas de análises clínicas,

bromatológica, toxicológica, na produção e realização de controle de

22

Page 23: O CRF-PR e a Assistência Farmacêutica no SUS

qualidade de insumos de caráter biológico, físico, químico e outros,

elaborando pareceres técnicos. laudos e atestados de acordo com as

normas.

40. Promover o controle de qualidade dos exames laboratoriais realizados.

41. Participar no desenvolvimento de ações de investigação epidemiológica,

organizando e orientando na coleta, acondicionamento e envio de

amostras para análise laboratorial.

42. Programar, orientar, supervisionar e responder tecnicamente pelo

desempenho das atividades laboratoriais na área de hemoterapia

(exames sorológicos, imunológicos, imunohematológicos, exames pré-

transfusionais de doadores e receptores de sangue, processamento,

armazenamento, liberação, transporte de hemocomponentes).

E - Indústria de Medicamentos

Função: Farmacêutico Industrial

Formação: Curso superior em Farmácia com habilitação em Indústria ou

Farmacêutico com formação generalista, inscrito no CRF-PR.

Áreas de Atuação: Programar, orientar, executar e supervisionar, responder

tecnicamente por atividades de produção, processamento, industrialização

de medicamentos, drogas, plantas medicinais, saneantes, cosméticos,

realizar análises laboratoriais de controle de qualidade de insumos,

embalagens, de processos, do produto final, água, inspeção sanitária e

ações de vigilância sanitária, epidemiológica e farmacêuticas.

Atribuições: Além das atribuições descritas nos itens 1, 2, 5 a 9, 11 a 24

voltadas ao laboratório industrial:

43. Estruturar o laboratório industrial, de acordo com as normas e

aspectos legais vigentes

44. Responder técnica e legalmente pelo laboratório industrial, desempe-

nhando, supervisionando e coordenando as atividades que lhe são

inerentes, entre elas a realização de controle de qualidade dos insumos,

embalagens, etapas produtivas e dos produtos acabados.

23

Page 24: O CRF-PR e a Assistência Farmacêutica no SUS

II - CONCURSO

1ª Fase - CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS Todos os livros ou materiais dos quais serão extraídas as perguntas do

concurso devem estar relacionados para que o candidato saiba a bibliografia a

consultar.

CONTEÚDO

I - Assistência Farmacêutica (Farmácia), inclusive Hospitalar

1. Farmacologia Geral: Absorção e Distribuição de Drogas, Farmacocinéti-

ca, Biotransformação e Excreção de Drogas, Princípios de Ações de Drogas,

Fatores que Alteram os Efeitos de Medicamentos. Conceito de biodisponi-

bilidade e bioequivalëncia.

2. Política Nacional de Medicamentos - Políticas de Saúde e de Medicamentos,

Regulamentação e Qualidade, Seleção de Medicamentos, Disponibilidade e

Acesso, educação, Informação e Comunicação, Indústria Farmacêutica e o

Papel do Setor Privado, Financiamento e Aspectos Econômicos.

3. Assistência Farmacêutica: Ciclo da Assistência Farmacêutica - produção,

seleção, programação, aquisição, armazenamento, distribuição, prescrição,

dispensação de medicamentos. Uso Racional de Medicamentos, Assistência

Farmacêutica na atenção básica.

4. Assistência Farmacêutica no SUS (Medicamentos disponibilizados, Programas

aos quais se destinam - Saúde Mental, Excepcionais, Hipertensão e Diabetes,

Estratégicos, Aids).

5. Princípios de ética profissional (Resolução n.º 417/2004 do Conselho Federal

de Farmácia. Código de Ética da Profissão Farmacêutica.)

6. Noções sobre atividades administrativas e gerenciais na assistência

farmacêutica e farmácias:

a) Organização, estrutura física, sanitária e legal da Central de

Abastecimento Farmacêutico e farmácia(s) municipal(ais).

b) Planejamento de atividades, elaboração de procedimentos,

organização, logística e administração de materiais, acompanhamentos

físico/ financeiro, controle de estoque, ponto de ressuprimento, Noções

sobre gerenciamento de pessoas.

c) Implantação de sistemas de qualidade, acompanhamento e avaliação de

24

Page 25: O CRF-PR e a Assistência Farmacêutica no SUS

processos.

7. Noções gerais sobre legislação:

A) Portaria GM n.º 3916/1998: Aprova a Política Nacional de Medicamentos.

b) Portaria GM n.º 176/1999: Estabelece critérios e requisitos para habilita-

ção dos municípios e estados ao incentivo à Assistência Farmacêutica Básica e

define os valores a serem transferidos.

c) Portaria nº 1587, de 03 de setembro de 2002 - Revisão da RENAME.

d) Resolução 54/1996 da SESA/PR: Regulamenta a abertura e o funciona-

mento de estabelecimentos farmacêuticos.

e) Lei Orgânica da Saúde 8080/1990 e 8142/1990.

f) Lei Estadual PR n.º 13.331/2000, regulamentada pelo Decreto

5711/2002. Aprova o Código de Saúde do Estado do Paraná.

g) Portaria SVS/MS 802/98: Boas Práticas de Distribuição de Medicamentos

h) Resolução RDC 51/00 da ANVISA: Boas Práticas de Fabricação, Armazena-

mento e Distribuição de Produtos e Artigos Médico-Hospitalares (Produtos

para a Saúde)

i) Portaria SVS/MS 112/93: Aprova o Regulamento Técnico referente a

fracionamento de medicamento, ou norma que vier a substituí-la.

j) Resolução RDC 210/03 da ANVISA: Boas Práticas de Fabricação de Medica-

mentos.

k) Lei 9787/1999, Resolução RDC ANVISA n.º 10/2001 e Decreto n.º

3181/1999. Dispõe sobre a Vigilância Sanitária, estabelece o medicamento

genérico, dispõe sobre a utilização de nomes genéricos em produtos farma-

cêuticos.

8. Escrituração de medicamentos sujeitos ao controle Especial (Portaria 344/98

MS - e Pt. 06/99)

9. Importância de Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas no SUS.

10. Noções sobre Atenção Farmacêutica (Proposta de Consenso Nacional de

Atenção Farmacêutica - OPAS).

11. Noções básicas de Licitação pública (Lei 8666/..) (cotação, empenho,

licitação)

12. Noções Básicas sobre estudos de utilização de medicamentos - EUM.

13. Conceito de Essencialidade de Medicamentos. Orientações da OMS sobre

tema. Relação Nacional de Medicamentos Essenciais - RENAME.

14. Administração, estrutura e rotinas de funcionamento em farmácia de

manipulação. Formação de custo. Avaliação farmacêutica: prescrição médica

e técnica de dispensação farmacêutica.

25

Page 26: O CRF-PR e a Assistência Farmacêutica no SUS

15. Centros de Informação de Medicamentos: finalidade e importância.

Farmácia Hospitalar:

16. Administração hospitalar. Localização e estrutura da Farmácia Hospitalar.

Requisitos técnicos e funcionais. Medicamentos. Gestão de estoques e

sistemas de distribuição de medicamentos.

17. Preparo e controle de soluções de nutrição parenteral, enteral, e antineoplá-

sicas e sua regulamentação técnica.

18. Portaria SVS/MS 2616/00: Estabelece a Comissão de Controle de Infecção

Hospitalar.

II - Vigilância em Saúde (Vigilância Sanitária, Epidemiológica e

ambiental):Além dos itens 3, 5, 7(“d’ à “k”), 12, 16,17,18 descritos para Farmácia:

19. Sistema Nacional de Vigilância Sanitária.

20. Vigilância Sanitária - Políticas de Saúde e de Vigilância de Medicamentos,

Farmacoepidemiologia e Farmacovigilância.

21. Princípios da qualidade: Gestão de qualidade, política e sistemas da qualida-

de, garantia da qualidade: conceitos e fundamentos, organização e funções,

recomendações e normas de regulamentação (BPF, BPL). Filosofias e progra-

mas de qualidade (ISSO 900, 5S, TQS) .

22. Processo Administrativo Sanitário (pela Lei PR 13.331/2001)

23. Noções gerais sobre legislação:

a) Lei Estadual PR n.º 13.331/2000, regulamentada pelo Decreto

5711/2002. Aprova o Código de Saúde do Estado do Paraná.

b) Lei 5991/73 e Decreto 74.094/77: Dispõe sobre o controle sanitário do

comércio de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos.

c) Lei 6360/76 e Decreto 79094/77. Dispõe sobre a Vigilância Sanitária a

que ficam sujeitos os medicamentos, cosméticos, saneantes e outros

produtos.

d) Resolução 54/1996 da SESA/PR: Regulamenta a abertura e o funciona-

mento de estabelecimentos farmacêuticos.

e) RDC 33/2000 da ANVISA. Dispõe sobre Farmácias de Manipulação.

f) Portaria SVS/MS 112/93: Aprova o Regulamento Técnico referente a

fracionamento de medicamento, ou norma que vier a substituí-la.

g) Portaria 344/98 MS - Dispõe sobre os medicamentos sujeitos a controle

especial, regulamentada pela Portaria 06/99.

26

Page 27: O CRF-PR e a Assistência Farmacêutica no SUS

h) Portaria SVS/MS 802/98: Boas Práticas de Distribuição de Medicamentos

i) Resolução RDC 51/00 da ANVISA: Boas Práticas de Fabricação, Armazena-

mento e Distribuição de Produtos e Artigos Médico-Hospitalares (Produtos

para a Saúde)

j) Portaria SVS/MS 327/98: Boas Práticas de Fabricação de Saneantes

Domissanitários.

k) Portaria SVS/MS 272/98: Boas Práticas de Manipulação, Armazenamento

e Distribuição de Nutrição Parenteral Total.

l) RDC 48/2003 da ANVISA. Dispõe sobre Fitoterápicos.

m)RDC 275/2002 Regulamento Técnico aplicável aos Estabelecimentos

Produtores/Industrializadores de Alimentos.

n) RDC 216/2004 Regulamento Técnico de Boas Práticas para Serviços de

Alimentação.

o) Resolução RDC 210/03 da ANVISA: Boas Práticas de Fabricação de Medica-

mentos.

p) Portaria 348/98: Boas Práticas de Fabricação de Cosméticos e Produtos

de Higiene Pessoal.

q) Lei 9787/1999, Resolução RDC ANVISA n.º 10/2001 e Decreto n.º

3181/1999. Dispõe sobre a Vigilância Sanitária, estabelece o medicamento

genérico, dispõe sobre a utilização de nomes genéricos em produtos farma-

cêuticos.

r) Portaria SVS/MS 2616/00: Estabelece a Comissão de Controle de Infecção

Hospitalar.

24. Princípios da destruição térmica de microrganismos: desinfetantes e anti-

sépticos. Esterilização química e física. Aplicações médicas. Preservativos

antimicrobianos.

25. Conceito e importância da saúde pública. Epidemiologia geral. Saúde

coletiva.

a) Construção de indicadores de saúde e análise do perfil morbi-

mortalidade em Vigilância Epidemiológia.

b) Investigação e processo de contenção de surtos e epidemias.

c) Doenças de notificação compulsória

26. Saneamento: higiene da água. Lixo: conceito, classificação, composição e

importância sanitária. Importância sanitária dos objetos característicos dos

esgotos. Poluição atmosférica.

27

Page 28: O CRF-PR e a Assistência Farmacêutica no SUS

III - Análises Clínicas (Bioquímico):a. Técnicas de pesagem. Sistemas óticos refletores. Microscopia. Propriedades

de radiações. Viscosidade e tensão superficial. Métodos de Centrifugação.

b. Conceitos de população, amostra. Medidas de posição: desvio padrão e

variância. Probabilidade e suas propriedades, distribuição de erros. Inter-

pretação de dados estatísticos. Testes pareados e não-pareados. Estatística

paramétrica e não-paramétrica.

c. Princípios da destruição térmica de microrganismos, desinfetantes e anti-

sépticos. Esterilização química e física. Preservativos antimicrobianos.

d. Métodos de coleta de sangue fezes, urina, secreções e outros líquidos biológi-

cos. Coleta de material para pesquisa de fungos. Meios de transporte. Tipos de

anticoagulantes. Métodos de armazenamento e manipulação de amostras

biológicas. O lixo hospitalar.

e. Parasitas responsáveis pelas endoparasitoses e ectoparasitoses humanas,

particularmente as existentes no Brasil. Diagnóstico laboratorial, técnicas e

procedimentos laboratoriais aplicados ao diagnóstico das doenças parasitárias

de interesse humano.

f. Proteínas plasmáticas. Carboidratos e diabetes. Lipídeos, lipoproteínas,

dislipidemias. Ácido úrico, uréia e creatinina. Enzimologia clínica. Função

hepática. Função renal. Função cardíaca. Exame parcial de urina. Automação

em bioquímica clínica. Erros inatos do metabolismo. Hormônios e suas funções

metabólicas. Correlação de resultados de exames bioquímicos com a fisiopa-

tologia.

g. Bacteriologia clínica: métodos e técnicas de isolamento e identificação.

Noções de técnicas e práticas laboratoriais especializadas para diagnóstico

bacteriológico nos principais fluidos corpóreos. Principais doenças infecciosas

de interesse clínico causadas por bactérias e vírus. Avaliação da toxicidade.

Toxicocinética. Toxicodinâmica. Toxicologia ambiental. Toxicologia de

alimentos. Aspectos clínicos e laboratoriais da toxicologia de medicamentos e

toxicologia ocupacional.

h. Mecanismos de defesa específicos e inespecíficos na espécie humana. Reações

antígeno-anticorpo. Estudo do tipo de reação, fundamento do método e

desenvolvimento prático da análise. Avaliação das respostas imunes humoral e

celular por meio de métodos sorológicos e de análise de funções celulares.

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Page 29: O CRF-PR e a Assistência Farmacêutica no SUS

Principais metodologias sorológicas e suas especificidades no diagnóstico de

doenças infecciosas, autoimunes, neoplasias e alergias.

I. Técnicas hematológicas básicas. Citologia hematológica. Investigação labora-

torial das anemias. e leucoses. Investigação laboratorial das doenças hemorrá-

gicas vasculares e plaquetárias. Coagulopatias. Investigação laboratorial das

doenças hemorrágicas vasculares e plaquetárias. Coagulopatias. Princípios

Gerais em Imunohematologia.

j. Controle de qualidade em laboratório de análises clínicas. Gerenciamento da

qualidade, calibração de vidrarias e equipamentos, normas de biossegurança.

Desenvolvimento de procedimentos operacionais padrão em análises clínicas.

Os diferentes programas de controle de qualidade em laboratórios de análises

clínicas.

k. Aplicações das técnicas de genética molecular no diagnóstico das diferentes

áreas da clínica médica. DNA recombinante. Engenharia genética. Fusões

celulares, hibridomas. Criopreservação.

l. Sistema Único de Saúde no Brasil. O sistema de saúde privado no Brasil. Postos

de saúde. Mecanismos de credenciamento de estabelecimentos farmacêuti-

cos.

m. Interpretação das leis que regem o exercício profissional. Princípios de ética

profissional. Registro de estabelecimentos farmacêuticos nos órgãos compe-

tentes.

n. Principais atividades administrativas no laboratório clínico. Planejamento

global. Administração de materiais. Administração da produção. Administração

financeira. Administração de pessoal. Controle de desempenho total do

planejamento.

o. Lei 8.080, de 19/09/1990, e legislação específica à área de atuação.

p. Doenças de notificação compulsória pelos laboratórios de análises clínicas.

q. Legislação sanitária aplicável a Laboratórios de Análises Clínicas.

R. Princípios de ética profissional.

IV - Área de Hemoterapia:Além dos conhecimentos específicos para área de Análises Clínicas:

a. Legislação relacionada à Hemoterapia:

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Page 30: O CRF-PR e a Assistência Farmacêutica no SUS

- RDC 153/2004 ANVISA (Norma técnica de serviços e Hemoterapia

Transplante de Medula Óssea e Banco de Sangue de Cordão Umbilical)- Lei 10.205/

b. Conhecimento de técnicas laboratoriais em imunologia e sorologia (IGG, IGM,

discrepâncias sorológicas, imunologia direta, imunologia indireta).

c. Conhecimento de técnicas laboratoriais de tipagem de sangue para doação e

transfusão, provas pré-transfusionais, discrepâncias de tipagem, Detecção,

identificação e diferenciação de Anticorpos Irregulares.

D.Processamento, armazenamento, liberação, transporte de hemocomponentes.

V - Área de Indústria de Medicamentos (Farmacêutico Industrial)Além dos conhecimentos específicos para a área de farmácia e vigilância

sanitária, itens 1 a 8, 12, 13, 21, 23 (b, c, g, h, i, j, k, l, o, q), 24, 26, aplicáveis

aos laboratórios industriais:

a) Química orgânica Instrumental. Determinação de constantes. Análise funcio-

nal. Síntese de compostos orgânicos aplicados à indústria farmacêutica.

Separação de compostos orgânicos. Extração com solventes.

b) Produção de plantas medicinais e preparação da droga vegetal. Análise de

drogas. Plantas inibidoras de tumor. Plantas teratogênicas e alérgenos

naturais. Controle de qualidade de plantas medicinais e fármacos de origem

vegetal.

c) Estudos dos aspectos operacionais e metodológicos relativos às diversas

técnicas analíticas (físicas, físico-químicas), bem como aos diversos testes

físicos, físico-químicos e químicos aplicados à avaliação da qualidade de

insumos e formas farmacêuticas, saneantes ou cosméticas.

d) Operações farmacêuticas na indústria de medicamentos, saneantes e cosméti-

ca.

e) Principais atividades administrativas no laboratório Industrial. Planejamento

global. Administração de materiais. Administração da produção. Administra-

ção financeira. Administração de pessoal. Controle de desempenho total do

planejamento.

f) Preparo de soluções: percentagem, molaridade, normalidade e concentra-

ções, pesos e medidas, processos físicos de aplicação de calor.

g) Propriedades coligativas.

h) Agentes de superfície ativa: detergentes, emulsivos, agentes solubilizantes,

agentes espumantes e antiespumantes; Estado coloidal; Emulsificação.

i) Cromatografia: tipos e usos.

30

Page 31: O CRF-PR e a Assistência Farmacêutica no SUS

CONCURSO

2ª Fase - PROVA DE CURRÍCULO:

Como uma forma de melhor selecionar profissionais com perfil para

educação continuada e que buscam o auto aperfeiçoamento, bem como possuam

alguma experiência prática para a função, é recomendável a realização de prova

de currículo, complementar às provas de conhecimento objetivo.

Recomenda-se pontuar:

1) Tempo de exercício/ experiência profissional na área desejada (no

mínimo 50% do valor do máximo dos pontos que podem ser obtidos). Por exemplo:

0,5 a 1 ponto para cada ano de experiência comprovada até o limite de 5 pontos.

a) Tempo de exercício profissional em serviço público (p. ex. 1 ponto/ano)

b) Tempo de exercício profissional em serviço privado (p. ex. 0,5 ponto/

ano)

2) Cursos de aperfeiçoamento

a) Cursos comprovados com no mínimo 40 horas, relacionados à área do

concurso; (p.ex. 0,5 pontos por curso realizado nos últimos cinco anos, até o

limite de três pontos).

3) Pós-Graduação: (limite de 2 pontos)

a) Especialização relacionada à área do concurso: (p.ex. 1 ponto por cada

Especialização/ Residência)

Exemplos de áreas:

Em Saúde Pública, Gestão em Saúde Pública, Administração Pública,

Dispensação de medicamentos, Farmacologia, Atenção farmacêutica, Vigilância

Sanitária, Vigilância em Saúde, Epidemiologia, Análises Clínicas e/ou Toxicológi-

cas, Controle de qualidade, Gestão da qualidade, Residências em Saúde Pública,

entre outras.

b) Títulos de especialistas/exames de proficiência (p.ex. 1 ponto por título

renovado nos últimos 5 anos)

c) Mestrado (da mesma forma que item sobre especialização) (p.ex. 1,5

pontos)

d) Doutorado (da mesma forma que item sobre especialização) (p.ex 2

pontos)

Observação: a maior parte da legislação e os materiais citados estão

disponíveis nas páginas de internet e bibliografia referenciadas na seqüência.

31

Page 32: O CRF-PR e a Assistência Farmacêutica no SUS

SITES PARA CONSULTA

· Conselho Nacional de Secretários de Saúde:

· Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde:

· ANVISA:

· OPAS:

· Ministério da Súde:

· Secretaria de Estado de Saúde do Paraná:

· FIOCRUZ:

· SOBRVIME:

· Conselho Regional de Farmácia do Paraná:

· Conselho Federal de Farmácia:

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

BONFIM, José Ruben A. e MERCUCCI, Vera L. A Construção da Política de Medica-

mentos. Orgs. Hucitec/Sobravime. In Http://www.saude.gov.br/rename.

RENAME 1998.

BRASIL. Ministério da Saúde. Assistência Farmacêutica na Atenção Básica:

Instruções Técnicas para sua Organização. Brasília: Ministério da Saúde. 2002

BRASIL. Lei Federal nº 8.080 de 19 de setembro de 1990. Brasília, 1990.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Portaria nº

3916/98 GM - Política Nacional BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de

Políticas de Saúde. 1998. Brasília. DF

BRASIL, Ministério da Saúde. Guia Básico de Farmácia Hospitalar.

BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Dpto de Atenção

Básica. Política Nacional de Medicamentos. Brasília: Ministério da Saúde.

2001

BRASIL, Ministério da Saúde. Portaria nº 176 de 08 de março 1999. Política de

Medicamentos. Brasília DF, outubro, 1998.

www.conass.com.br

www.conasems.org.br

www.anvisa.gov.br

www.opas.org.br/medicamentos

www.saude.gov.br

www.saude.pr.gov.br

www.fiocruz.br

www.sobravime.org.br

www.crfpr.org.br

www.cff.org.br

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338 de 6 de maio de 2004. Aprova a Política Nacional de Assistência Farma-

cêutica.

BRASIL. Lei 9279/1996. Lei da Propriedade Industrial que estabelece a proteção

de patentes.

CASTRO, Claudia G. S. O de. Estudos de Utilização de Medicamentos. Rio de

Janeiro: Fiocruz. 2000.

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cêutica 2003-2004. Brasília, 4.ª Edição. CFF, Brasília, 2003, 1785 p.

CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DO PARANÁ. O Farmacêutico e o

Processo de Municipalização. Curitiba, CRF-PR, [ ca. 1993 ]. 14 p.

Conselho Nacional de Secretários de Saúde - CONASS. Para Entender a Gestão do

SUS . Brasília: Conass. 2003

Conselho Nacional de Secretários de Saúde - CONASS. Legislação do SUS. Brasília:

Conass. 2003

CONASS, Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Documenta 3: Para Enten-

der a Gestão dos Medicamentos de Dispensação em Caráter Excepcional.

Brasília: Conass. 2004

DUPIM, José Augusto Alves. Manual de Organização da Assistência Farmacêuti-

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DUPIM, J. A. A. Assistência Farmacêutica: um modelo de organização. Belo

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SOBRAVIME; AIS. O que é Uso Racional de Medicamentos. S.Paulo: Sobravime,

2001.

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LAPORTE, J. R.; TOGNONI, G.;ROZENFELD, S. Epidemiologia do Medicamento

Princípios Gerais. São Paulo - Rio de Janeiro; Editora Hucitec - Abrasco.

264p.

LIMA, Luiz Felipe Moreira e cols. Vigilância Sanitária de Medicamentos e Corre-

latos. Qualitymark Editora.

MARIN, Nelly et al. Assistência Farmacêutica para Gestores Municipais de

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cia Farmacêutica. snt., 1998 . 68p.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Saúde. Plano Estadual de Assistência Farma-

cêutica Básica 2002.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Saúde, Conselho Estadual de Saúde. Relatório

Final I Conferência Estadual de Assistência Farmacêutica do Estado do

Paraná. Curitiba. 2003.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Saúde, Conselho Estadual de Saúde. Subsídios

para a I Conferência Estadual de Política de Medicamentos e Assistência

Farmacêutica. Curitiba. 2002.

RANG, H.P., et al. Farmacologia. Rio de Janeiro. Elsevier. 2004.

ROZENFELD, Suely, TOGNONI, Gianni & LAPORTE, Joan-Ramon. Epidemiologia do

Medicamento. Princípios Gerais. Hucitec-Abrasco.

ROZENFELD, Suely(org). Fundamentos da Vigilância Sanitária. Rio de Janeiro:

Editora FIOCRUZ. 2000. p. 304

ZANINI & OGA. Farmacologia Aplicada. Atheneu Editora.

ZUBIOLI, Arnaldo. Profissão: Farmacêutico. E agora?. Editora Lovise.

34

Page 35: O CRF-PR e a Assistência Farmacêutica no SUS

SEDERua Itupava, 1235 - 80040-000- Curitiba/PR.

Tel: (041) 363.0234 - Fax (041) 223-3281

Atendimento: 2.ª a 6.ª feira, das 8h30 às 17h30.

Endereço eletrônico: [email protected]

Internet: www.crfpr.org.br

SECCIONAISCascavel

Rua Souza Naves, 3983 - 85807-690 - Cascavel/PR

Telefax: (045) 3902.1810

Atendimento: 2.ª a 6.ª feira, das 8h30 às 11h30 e das 13h30 às 17h30.

Londrina

Rua Souza Naves, 612 - 1" andar - 86010-170 - Londrina/PR

Telefax: (043) 3321-6803'

Atendimento: 2.ª a 6.ª feira, das 8h30 às 11h30 e das 13h30 às 17h30.

Maringá

Av. Carneiro de Leão, 135 - 2" andar - Sala 204 - 87013-080 - Maringá - PR

Telefax: (044) 3901.1630

Atendimento: 2.ª a 6.ª feira, das 8h30 às 11h30 e das 13h30 às 17h30.

Ponta Grossa

Rua Júlio de Castilho, 1010 - Ap. 01 - 80040-220 - Ponta Grossa/PR

Telefax: (042) 3901.1330

Atendimento: 2.ª a 6.ª feira, das 8:30 às 11:30 e das 13:30 às 17:30h.

CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DO PARANÁ

ENDEREÇOS E TELEFONES

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CRF-PR e a

Assistência Farmacêuticano SUS

Conselho Regional de Farmáciado Estado do Paraná