o coordenador pedagógico no contexto escolar - maria josé freires da silva dias
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eeeescola de gestores da eeeeducação bbbbásica
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA
CENTRO DE EDUCAÇAO – CE
CURSO DE ESPECIALIZAÇAO EM COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA
MARIA JOSÉ FREIRES DA SILVA DIAS
O PAPEL DO EDUCADOR
O COORDENADOR PEDAGÓGICO NO CONTEXTO ESCOLAR
JUAREZ TÁVORA – PB
2012
Universidade Federal da Paraíba Centro e Educação
MARIA JOSÉ FREIRES DA SILVA DIAS
O PAPEL DO EDUCADOR
O COORDENADOR PEDAGÓGICO NO CONTEXTO ESCOLAR
Trabalho de conclusão de curso de Especialização Apresentado como parte dos requisitos para obtenção do titulo de Especialista em Coordenação Pedagógica outorgado pela Universidade Federal da Paraíba – PB
O TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO APROVADO EM_____/____/____
NOTA________
COMISSÃO EXAMINADORA
___________________________________________
JUAREZ TÁVORA – PB
2012
D541p Dias, Maria José Freires da Silva.
O papel do educador: o coordenador pedagógico no contexto
escolar / Maria José Freires da Silva Dias. – João Pessoa: UFPB, 2012.
41f. Orientador: DO.Judy Maurea Gueiros Rosas Monografia (especialização em Coordenação Pedagógica) –
UFPB/CE
1. Coordenador pedagógico. 2. Escola. 3. Intervenção. I. Título. UFPB/CE/BS CDU: 37-051(043.2)
MARIA JOSÉ FREIRES DA SILVA DIAS
O PAPEL DO EDUCADOR
O COORDENADOR PEDAGÓGICO NO CONTEXTO ESCOLAR
Trabalho de conclusão de curso de Especialização apresentado como parte dos requisitos para obtenção do titulo de Especialista em Coordenação Pedagógica outorgado pela Universidade Federal da Paraíba – PB
Orientadora: DO. Judy Maurea Gueiros Rosas
JUAREZ TÁVORA – PB
2012
DEDICATÓRIA
Dedico a Manoel Dias, Lucas Dias e Vida Dias, os preciosos presentes de Deus.
AGRADECIMENTOS
Muitos foram aqueles que se fizeram presentes nessa caminhada. Aqui, singelamente, expresso todo o meu carinho e toda a minha gratidão por vocês participarem comigo dessa conquista. E agradeço:
Agradeço e reconheço a Soberania do Senhor Deus em minha vida, sua Misericórdia se
renove a cada manhã.
Meu agradecimento todo especial, a você Manoel dias, esposo, companheiro e amigo de todas
as horas, incentivador dos meus projetos de vida, agradeço-te pelo apoio, encorajamento e
incentivo que me deste para conclusão desse estudo, pois com palavras seria impossível dizer-
te o quanto ti sou grata.
Aos meus filhos, Lucas e Vida que mesmo sem entender tudo tiveram paciência e souberam
me incentivar com seus sorrisos, carinhos e afetos, apoiando-me através das suas faces ainda
tão angelical.
A minha mãe, pelos ensinamentos que me repassou durante toda minha existência, minha
eterna gratidão.
Aos meus familiares, principalmente ao meu irmão Josinaldo, que me apóia em meus projetos
de forma tão carinhosa.
A uma família em especial formada por Isabela, Emmanuel Inácio e Pedro Emmanuel, filha,
genro e neto do coração.
A minha professora e orientadora DO. Judy Maurea Gueiros Rosas, que me ensinou e
auxiliou de forma tão cariosa, atenciosa e amiga, meu muito obrigado.
Aos professores Fabrícia Sousa Montenegro e Eduardo Jorge Lopes da Silva, que nos proporcionaram um melhor processo ensino- aprendizagem.
Aos meus colegas de turmas, principalmente a Joana D’arc, Ilma, Auxiliadora, Martha, Nildinha e Cipriano, que nos acompanharam nesta jornada.
A todos os coordenadores, tutores e assistência técnica da plataforma.
A gestão da escola em que trabalho, e a possibilidade de ausentar algumas vezes, sem esse tempo eu não conseguiria.
Agradeço a paciência dos colegas professores e alunos da escola no momento de ausência.
Agradeço ao sentido de ter amigos torcendo por mais esta conquista.
“Agradeço todas as dificuldades que enfrentei, não fosse por elas, não teria saído do lugar. As facilidades nos impedem de caminhar. Mesmo as críticas nos auxiliam muito.”
Chico Xavier
“Os professores coordenadores pedagógicos ideais são os
que se fazem de pontes, que convidam os alunos a
atravessarem, e depois, tendo facilitado a travessia,
desmoronam-se com prazer, encorajando-os a criarem
suas próprias pontes” Nikos Kazantzakis.
RESUMO
Este trabalho apresenta uma pesquisa sobre o papel do coordenador pedagógico no
contexto escolar. Identifica sua atuação no desenvolvimento do processo de ensino-
aprendizagem. Para viabilizar este estudo, foi realizada pesquisa bibliográfica.
Consultamos a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional Nº 9394/96 e
fundamentamos a discussão a partir da contribuição de Carneiro (1998), Libâneo
(2001), Orsolon (2001), Vasconcelos (2006), Almeida (2003), Nóvoa (1999), entre
outros. Inferimos que a transformação que ocorre a escola como instituição de ensino e
prática pedagógica, enfrenta desafios que comprometem sua ação frente às exigências
que surgem. Buscamos discutir o papel do coordenador pedagógico frente à formação
continuada dos professores. Situamos as atribuições do coordenador pedagógico na
escola, embasado em princípios que norteiam a escola democrática, pública e gratuita e
que tenha autonomia para elaborar suas propostas pedagógicas. Discorremos sobre o
papel do coordenador pedagógico no ambiente escolar, onde está evidenciada a sua
importância como um dos sujeitos do processo de ensino-aprendizagem. Destacamos a
importância da inclusão de discussão sobre a estrutura e o contexto escolar e abordamos
o papel do coordenador pedagógico como um importante articulador da proposta de
intervenção na escola.
PALAVRAS-CHAVE: Coordenador Pedagógico, escola, intervenção
ABSTRACT
This paper presents research on the role of pedagogical coordinator in the school
context. Identifies their role in the development of teaching-learning process. To
facilitate this study, literature search was performed. We consulted the Law of
Guidelines and Bases of National Education No. 9394/96 and we support the discussion
from the contribution of Carneiro (1998), Libâneo (2001), Orsolon (2001), Vasconcelos
(2006), Almeida (2003), Nóvoa (1999), among others. We infer that the transformation
that occurs at school as an institution of teaching and pedagogical practice faces
challenges that compromise its action to the demands that arise. We discuss the role of
the pedagogical coordinator facing the continuing education of teachers. Situate the
tasks of the coordinator in teaching school, based on principles that guide the
democratic school, public and free and has the autonomy to develop their pedagogical
proposals. We discuss the role of the pedagogical coordinator in the school
environment, where its importance is highlighted as one of the subjects in the teaching-
learning process. We stress the importance of including discussion of the structure and
approach the school context and role of the coordinator as an important pedagogical
articulation of the proposed intervention in school.
Key words: Pedagogical Coordinator, School, Intervention.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...................................................................................................11
1º CAPÍTULO: O Papel do Coordenador Pedagógico no Contexto Escolar........15
2º CAPÍTULO: A Estrutura da Escola.................................................................23
3º CAPÍTULO: Aprendizagem Através da Motivação.........................................33
CONCLUSÃO.....................................................................................................38
REFERÊNCIAS..................................................................................................39
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INTRODUÇÃO
O interesse por esse tema constitui-se inicialmente em função da minha trajetória
profissional. Atuo como coordenadora pedagógica desde 2009, especialmente no ensino
infantil e no ensino fundamental. Nesta experiência deparo-me com a realidade de que este
profissional exerce vários papéis e funções.
É este profissional quem auxilia e compartilha na gestão escolar e na elaboração da
proposta pedagógica da escola. Orienta alunos, pais e professores, além de responder pela
formação continuada dos professores, no planejamento e como articulador de interesses e
sujeitos escolares.
Interfere também nas questões relacionadas à indisciplina dos estudantes. Por isso, o
coordenador pedagógico só vai desempenhar bem seu ofício se for um líder e tiver apoio da
direção em suas ações e reivindicações, como infra-estrutura de trabalho e tempo de estudo
para ele e para todos os professores.
Além disso, conhecendo a dificuldade do docente na ação do ensino-aprendizagem,
podemos colaborar propondo mudanças na realidade escolar visando construir uma educação
de qualidade, ao servir como elo entre educador e educppandos.
Sendo assim, levamos os professores a ressignificarem suas práticas, resgatando a
autonomia docente sem desconsiderarmos a importância do trabalho coletivo. Dessa forma,
agindo como um parceiro do professor o coordenador vai ajudando a transformar a prática
pedagógica.
Cabe ao coordenador planejar, coordenar, gerir, acompanhar, intervir e avaliar todas
as atividades pedagógicas e curriculares da escola. Somos agente responsável pelo
direcionamento de suas ações para a transformação da prática pedagógica. Isto é, precisa estar
consciente da importância do trabalho coletivo, mediante a articulação dos diversos sujeitos
escolares.
Essa é uma forma de garantir aos professores, gestores, pais, funcionários e alunos a
participação e o envolvimento nos novos rumos da escola. Cabe ao coordenador pedagógico,
também estimular e criar situações para que se realizem debates amplos e definições sobre a
estrutura da escola, seu funcionamento e suas relações com a sociedade, pois, a ação do
coordenador deverá ser a de um agente transformador na medida em que transformar a si
mesmo e, por conseqüência, a realidade escolar de maneira dinâmica, crítica e simultânea
promovendo e difundindo uma adequada compreensão do fenômeno educativo.
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Diante desta breve discussão sugiram perguntas como: qual o papel do coordenador
pedagógico? O coordenador pedagógico está preparado para atuar nesta função? Seu trabalho
é reconhecido pela comunidade escolar?
Essas e outras tantas questões nos acompanharam ao longo da experiência
profissional principalmente na coordenação pedagógica, despertando a necessidade de mais
reflexão e estudo acerca desta questão.
Merece destaque também o fato de que muitas vezes o coordenador pedagógico
ultrapassa suas atribuições imediatas e volta-se a exercer funções voltadas à orientação e ao
gerenciamento de cobranças de resultados tanto de professores como de alunos.
Conforme Almeida (2003), para a formação do educador é importante prestar
atenção no outro, em seus saberes, dificuldades, sabendo reconhecer essas necessidades e
proporcionando subsídios adequados à atuação.
Desta forma, a relação entre o professor e o coordenador se estreita e ambos crescem
no sentido prático e teórico, proporcionando a confiança, o respeito dentro da equipe. É aqui
que entra o trabalho do professor-coordenador e fundamentalmente num trabalho de formação
continuada em serviço
Portanto pode-se acrescentar que se coordenadores e professores agem de forma
conjunta e planejada, através da reflexão sobre a prática experienciada, ocorrem momentos
riquíssimos para a formação dos professores e da formação do próprio coordenador. Isto
porque o trabalho coletivo que parte da observação e se complementa com discussão e
planejamento de novas ações é elemento fundamental para a efetiva superação de
dificuldades, o que resulta em renovação de expectativas e redefinição das necessidades
surgidas.
Partindo deste entendimento, pode-se identificar a importância do coordenador
pedagógico no cotidiano escolar, visto que tal profissional da educação se revela como
articulador de diferentes tipos de saberes para solucionar os desafios encontrados no interior
da escola. Relacionando-se com os sujeitos que compõe a comunidade escolar, este mediador
de conflitos e problemas, planeja e organiza atividades, atende emergências e, além de tudo,
mantém sua atenção na importância da construção do Projeto Político Pedagógico da escola.
Para nos aprofundarmos sobre esse tema examinamos estudos que abordam o papel
do coordenador pedagógico. Sendo como agente formador, transformador e articulador dos
processos de ensino-aprendizagem, diante do trabalho pedagógico desempenhado pelos
docentes.
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No decorrer desta pesquisa procuramos demonstrar o papel do coordenador
pedagógico e destacamos, dentre outras atribuições, sua importância na formação continuada
de professores, questão esta de fundamental importância à realização do projeto maior de
melhoria da qualidade da educação.
Junto ao corpo docente o coordenador tem como principais atribuições a assistência
didática pedagógica, refletindo sobre as práticas de ensino, auxiliando e construindo novas
situações de aprendizagens, capazes de auxiliar os alunos ao longo da sua formação. Para isso,
torna-se necessário um planejar reflexivo, indispensável na prática pedagógica. É nessa etapa
que as metas são definidas e as estratégias adequadas à realidade da escola e da sua clientela.
Para que aconteça precisamos unificar o planejamento pedagógico. Pois o mesmo é
uma ferramenta necessária, e deve ser construído em conjunto com os objetivos da escola. Por
isso, é preciso que as secretarias tanto municipais, estaduais, bem como o sistema particular
de ensino ofereçam cursos de aperfeiçoamento e qualificação para professores poderem
melhor lidar com a questão do planejamento. É preciso que seja oferecido este conhecimento
para o professor poder dispor desta ferramenta indispensável.
Talvez em parte seja por falta de informação ou conhecimento que muitos
professores ainda realizam seus planejamentos de forma mecânica e burocrática, sem
considerar o que revela e reclama o contexto, levando em consideração que em muitos casos
não lhe foi dada a oportunidade de aprender e entender o processo do planejamento como um
dos caminhos da ação docente em conjunto com os caminhos da escola.
Este trabalho tem como objetivo compreender o papel do coordenador pedagógico no
âmbito escolar, identificando-o como peça fundamental, buscando integrar os envolvidos no
processo de ensino-aprendizagem, mantendo as relações interpessoais de maneira saudável,
compreendendo os limites e as possibilidades da sua prática na escola, desenvolvendo
habilidades para lidar com as diferenças cuja principal tarefa é ajudar efetivamente na
construção de uma educação de qualidade.
E lembrando de que vão desempenhar um novo papel que já não é o de professor,
ainda que esteja ligado por laços de afetividade aos colegas. Seu papel passa a ser bem
diferente voltado para a orientação, gerenciamento e cobrança de resultados.
Sobre este estudo refletiremos acerca do papel do coordenador pedagógico no
contexto escolar, buscando subsídios nos estudos de Almeida (2003), Garcia (1986), Almeida
e Placco (2001), Orsolon (2001), dentre outros pesquisadores.
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Para uma maior compreensão do papel desse profissional da educação, tornou-se
necessário, então, a compreensão da importância de uma definição do papel do coordenador
pedagógico no interior da escola.
O nosso objetivo é compreender o papel do coordenador pedagógico no âmbito
escolar.
E os nossos objetivos específicos são: compreender o papel do coordenador
pedagógico na escola; observar a prática do coordenador junto ao planejamento dos
professores e apresentar a proposta de intervenção pedagógica.
As questões que nos propusemos a responder foram: qual o seu verdadeiro papel
como coordenador pedagógico? O coordenador pedagógico esta preparado para atuar nesta
função? Seu trabalho e reconhecido pela comunidade escolar? Para tentar elucidar essas
questões, dividimos o presente estudo em três capítulos.
No primeiro discorreremos sobre o papel do coordenador pedagógico na escola, a
partir das discussões fornecidas por autores como Garcia (1986), Almeida e Placco (2001),
Orsolon (2001), dentre outros pesquisadores. Esses autores trazem bastante contribuição sobre
o tema em questão. Esses autores trazem bastante contribuição sobre o tema em questão.
No segundo capítulo fazemos uma observação acerca da prática do coordenador
pedagógico junto ao planejamento dos professores na escola, através de analises.
No terceiro capítulo apresentamos os resultados das analises e das observações das
práticas realizadas no interior da escola, buscando compreender se essa atuação, de fato,
repercute na melhoria da qualidade do processo ensino-aprendizagem.
Finalmente apresentamos nossas considerações finais, nas quais sugerimos meios que
possibilitem uma melhor maneira de incentivar a comunidade educativa, principalmente os
docentes a participar das novas formas de organização e, fazê-los entender que é necessário
que o Coordenador Pedagógico tenha embasamento teórico que oriente a sua prática. .
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1º CAPÍTULO: O PAPEL DO COORDENADOR PEGDAGÓGICO NO
CONTEXTO ESCOLAR
O tema desta pesquisa emergiu de experiências na formação em nível de graduação e
de especialização bem como no exercício do magistério nos anos iniciais do ensino
fundamental em escolas das redes pública estadual e municipal. Em 1986, iniciei a atuação
como professora nas escolas municipais, depois veio à experiência como coordenadora
pedagógica no ensino fundamental, no qual atuo atualmente.
A partir dessas vivências pessoais e de algumas das angústias suscitadas pelo
trabalho docente, decidi prosseguir meus estudos e ingressei no curso de especialização em
coordenação pedagógica.
É uma busca constante, no que se refere à educação de qualidade, nas instituições de
ensino, tanto municipais, estaduais ou até mesmo particulares, para que isso ocorra e torne
realidade são necessárias ações que sustentem um trabalho em equipe.
No entanto, para que isso ocorra, precisamos de profissionais na educação
capacitados, sendo necessário que priorize a formação dos docentes.
Nessa perspectiva devemos identificar as necessidades dos professores e com eles
encontrar soluções que coloquem em primeiro lugar, um trabalho educacional de qualidade,
trabalho esse que deve ser desenvolvido pelo coordenador pedagógico.
Almeida (2003), numa análise dos depoimentos de coordenadores pedagógicos de
escolas da grande São Paulo, corrobora essa posição quando cita a natureza original da
relação estabelecida entre professor e coordenador pedagógico, ao enfatizar que
Ele é um professor coordenador pedagógico, isto é, um professor antes de ser um coordenador. Estar ocupando, agora, um lugar que lhe permite contemplar o macro da escola não pode levá-lo a enxergar cada professor em particular com suas expectativas, suas dificuldades e seus sucessos, tais como ele os tinha quando professor (p.37).
De certo, a coordenação pedagógica escolar é prática nova em algumas instituições
educativas, sobre a qual não há muita experiência construída. Para essa função muitos
profissionais de educação, professores em sua maioria, não estão capacitados. Outra certeza é
a de que essa função em construção permite muitas possibilidades de ação. Dizer o que ele é e
o que não é fica um tanto difícil dentro do movimento de mudanças constantes pelas quais
passa a escola.
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Para Almeida (2000), a ação do coordenador pedagógico deve estar direcionada para
a possibilidade de fazer tudo para que a escola possa funcionar da melhor maneira possível,
desde que seja de forma planejada e organizada
No Brasil, a função de coordenação pedagógica nasceu na década de 1920, com a
tarefa de homogeneizar propostas pedagógicas, hierarquizar competências e catalogar as
práticas pedagógicas. No decorrer do século XX e, sobretudo, no auge do tecnicismo da
década de 1970, a dicotomização do trabalho pedagógico tornou-se potencializada com a
estruturação da divisão entre planejamento e execução. A figura do coordenador pedagógico,
revestida dos cargos de supervisão, orientação e inspeção escolar simbolizava o controle e a
hierarquização do poder.
No que se refere ao coordenador pedagógico, no contexto brasileiro, a função de
coordenação parte de uma substituição à função supervisora, que foi institucionalizada com o
Parecer 252/69 do Conselho Federal de Educação, dentre outras habilitações oferecidas no
curso de Pedagogia, e que foi reafirmada com a Lei de Diretrizes e Bases nº 9.394/96, Título
VI, que trata dos profissionais da educação, quando expõe no artigo 64 que
A formação dos profissionais de educação para administração, planejamento, inspeção, supervisão e orientação educacional para a educação básica, será feita em cursos de graduação em Pedagogia, ou em nível de pós-graduação, a critério da instituição de ensino, garantindo nesta formação a base comum nacional (CARNEIRO, 1998, p.152).
Apesar do termo “supervisão” ainda ser utilizado, há uma nova perspectiva desta
função dentro deste contexto ao qual é atribuição precípua “irradiar energia estimuladora para
a manutenção de um clima participativo” (CARNEIRO, 1998, p. 153), contribuindo assim
para a ascensão da figura do coordenador pedagógico.
Concordamos também que
O professor coordenador por sua vez, encontra dificuldade para realizar sua atividade. É atropelado pelas urgências e necessidades do cotidiano escolar. Enquanto figura nova e sem tradição na escola, tem suas funções ainda não bem definidas, com poucos parceiros e freqüentemente sem apoio na unidade escolar, necessita vencer seus medos, seu isolamento para conquistar seu espaço (ALMEIDA, 2000, p.11).
Diante dessas dificuldades percebe-se a importância do trabalho que pode e precisa
ser desenvolvido no horário de trabalho pedagógico coletivo, pois é nesse espaço coletivo que
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o professores, ao elaborarem propostas de ensino para responder aos desafios de sua escola,
também estão construindo sua qualificação profissional.
Deste modo, como afirma Almeida (2000) “é preciso investir nesse espaço, e isso
significa que é preciso investir na formação do professor coordenador, na medida em que ele
é o agente estimulador e articulador desse processo”. É esta a perspectiva da formação em
serviço, pois nos informa que, como educadores, não só formamos, mas também nos
formamos ao realizarmos nossa função precípua. Ou seja, o educador também se educa ao
ensinar, assim como tem que estar permanentemente preparado para enfrentar as demandas
que o contexto escolar enseja.
Para tanto, é preciso que o coordenador tenha também um espaço coletivo e
formador, no qual possa apresentar suas dificuldades, partilhar suas angústias, refletir sobre
sua prática, trocar experiências e crescer profissionalmente, para exercer de forma plena sua
função formadora e promotora do projeto pedagógico. Como afirma Freire (1996), quem mais
precisa aprender é aquele que ensina.
Não devemos esquecer, entretanto, as atribuições do coordenador pedagógico
relacionadas ao ambiente escolar, pois, na sua organização, decisões e orientações precisam
ser definidas tomando todo o contexto escolar e seus sujeitos como elementos de
preocupação. E isto é destacado por Garcia (1986) quando ressalta que
A matrícula, os horários, a organização das turmas e escolha de profissionais para cada turma, o planejamento, a grade curricular, a seleção de conteúdos, os materiais didáticos, os critérios de avaliação, a relação da escola com as famílias, a relação da escola com a comunidade da qual fazem parte, as relações internas na escola, a arrumação das salas de aula, as metodologias e atividades selecionadas, a merenda, o uniforme, o recreio e a forma, a organização da limpeza da escola, tudo, enfim, que acontece na escola, facilita ou dificulta a aprendizagem de cada aluno. Logo, nada é meramente administrativo, ou meramente racional, ou meramente pedagógico, mas, fundamentalmente, político (p. 15-16).
Portanto concordamos com o autor quando expõe que atividades de caráter
operacional devem ser incorporadas à prática de liderança pedagógica da escola, pois, tais
atividades também configuram o pensar estratégico necessário ao coordenador pedagógico.
Até porque as atividades aparentemente apenas administrativas e distanciadas de uma suposta
atribuição do coordenador pedagógico, não desqualificam este cargo ou função, ao contrário,
reforça e politiza sua identidade no espaço escolar.
Além de se envolver em questões imediatas e emergenciais características da
dinâmica escolar, o papel do coordenador pedagógico é ajudar na formação dos professores.
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Diante do exposto concluímos que este profissional exerce em seu cotidiano uma série de
funções. Assim, necessita ser destacado que tal profissional é um organizador do trabalho
escolar ao ser responsável por mediar à relação entre o corpo docente e a direção da escola, e
entre estes com os alunos e seus responsáveis.
Porém, o coordenador pedagógico só desempenhará adequada e plenamente seu
papel se for um líder e tiver apoio de outros integrantes da escola, principalmente da direção.
O que se pode afirmar é que devem estar sempre se atualizando e buscando melhoria coletiva
dentro da instituição escolar.
Apesar das inúmeras responsabilidades apresentadas, como as tarefas de ordem
burocrata, disciplinar e organizacional, uma dificuldade que o coordenador pedagógico
enfrenta no seu cotidiano é a disputa de poder e território, por se tratar de uma nova figura e
por quebrar uma rígida hierarquia de função que centraliza nas mãos de “poderosos”
diretores.
Além disso, muitas vezes sozinhos e sem espaço adequado para trocar idéias com
outros profissionais da escola, o coordenador pedagógico sente-se atropelado pela insegurança
e incerteza. Ele também encontra dificuldade com o coletivo, marcado pelo difícil acesso, ao
organizar e direcionar encontros com os professores, visto que, em algumas escolas, podemos
observar a transformação das horas de trabalho em meras exigências burocráticas.
O coordenador pode e deve ser um dos agentes de mudança nas práticas dos
professores, mediante as articulações externas que realiza. Ele media o saber, o saber fazer, o
saber ser e saber agir do professor, na busca de uma prática inovadora. Essa tarefa do
coordenador é desafiadora, porque conduz a um momento de criação conjunta.
Na literatura atual a principal função do coordenador pedagógico é o de mobilizar os
diferentes saberes dos profissionais que atuam na escola para levar os alunos ao aprendizado.
Essa é a visão que Freire (1982) defende ao descrever que o coordenador pedagógico é,
primeiramente, um educador e como tal deve estar atento ao caráter pedagógico das relações
de aprendizagem no interior da escola. Ele leva os professores a ressignificarem suas práticas,
resgatando a autonomia docente sem, se desconsiderar a importância do trabalho coletivo.
Dessa forma, agindo como um parceiro do professor o coordenador vai
transformando a prática pedagógica. Segundo Vasconcellos (2006) essa práxis é composta das
dimensões: reflexiva ao auxiliar na compreensão dos processos de aprendizagem;
organizativa ao articular o trabalho dos diversos atores escolares; conectiva por possibilitar
inter-relação entre os professores, gestores, funcionários, pais e alunos; interventiva quando
modifica algumas práticas arraigadas que não traduzem mais o ideal de escola e por fim,
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avaliativa, ao estabelecer a necessidade de repensar o processo educativo em busca de
melhorias.
Ao identificarmos as funções formadora, articuladora e transformadora desse
profissional no âmbito escolar, concluímos ser este um agente de transformação no cotidiano
escolar, responsável pela construção e reconstrução da ação pedagógica, com vistas à
construção e articulação coletiva do Projeto Político Pedagógico.
Considerando a função formadora, o coordenador precisa programar as ações que
viabilizem a formação do grupo para qualificação continuada desses sujeitos.
Conseguintemente, conduzindo mudanças dentro da sala de aula e na dinâmica da escola,
produzindo impactos e atingindo as necessidades decorrentes do fazer pedagógico.
Quanto à função de articulador do trabalho escolar, entendemos ser ele quem
estabelece e mantém a integração entre Pais-Alunos-Professores-Direção. Esta “peça
chave” precisa ter habilidade e carisma para liderar a sua equipe, pois o grupo integrado,
motivado e valorizado desempenhará com mais prazer e dedicação o que lhe for proposto.
Uma postura autoritária só irá afastar o coordenador de sua equipe.
Para Libâneo (2004), o coordenador pedagógico é aquele que responde pela
viabilização, integração e articulação do trabalho pedagógico, estando diretamente
relacionado com os professores, alunos e pais. Junto ao corpo docente o coordenador tem
como principal atribuição a assistência didática pedagógica, refletindo sobre as práticas de
ensino, auxiliando e construindo novas situações de aprendizagem, capazes de auxiliar os
alunos ao longo da sua formação.
Junto aos professores o coordenador tem como principal atribuição a assistência
didática pedagógica, refletindo sobre as práticas de ensino, auxiliando e construindo novas
situações de aprendizagem, capazes de auxiliar os alunos ao longo da sua formação.
Junto aos pais, o coordenador elabora e executa programas e atividades de
integração e estreitamento de relações. Esta parceria pode ocorrer tanto no acompanhamento
do desempenho escolar dos filhos, quanto pelo estímulo à participação nos conselhos
escolares. A escola deve aprender a partilhar sua responsabilidade com os pais, por isso é de
suma importância a presença dos pais em todas as instâncias de decisão das escolas.
Para Falcão Filho (2007), a atividade do coordenador pedagógico compõe-se de
quatro momentos: acompanhamento, assistência, orientação e articulação. O momento de
acompanhamento tem como objetivo saber como as atividades dos docentes e discentes estão
sendo desenvolvidas, de modo a contribuir com o seu saber e sua prática para a solução dos
problemas que surjam no desenvolvimento de ensino-aprendizagem. A partir daí, surge o
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momento de assistência, no qual o Coordenador presta uma colaboração às ações docentes e
discentes. O momento de orientação visa a alterar a forma de atuação do docente em uma
determinada situação ou a influenciar futuras. E o momento de articulação exige que o
Coordenador seja capaz de desenvolver ações para unir e integrar os docentes na busca de
objetivos comuns Para o autor, o desenvolvimento eficaz do processo de ensino
aprendizagem exige que tais momentos aconteçam na escola. Não se demanda somente uma
função específica, mas um profissional devidamente qualificado e preparado para enfrentar
os desafios que emergem do ambiente escolar.
Como função primordial, a Coordenação Pedagógica buscaria articular e
mobilizar a escola para a construção coletiva do Projeto Pedagógico, de modo a alcançar a
transformação da escola por meio da discussão coletiva do que se faz, por que se faz como se
faz e para quem se faz a ação pedagógica (ORSOLON, 2001). Para tal fim, torna-se
necessário que o Coordenador Pedagógico desenvolva a mediação dessas discussões com
direção, professores, alunos, funcionários e comunidade, criando espaços para a comunicação
entre todos os envolvidos. É ele quem se incumbe da função de gestor do processo,
recolhendo e organizando idéias e escolhas, orientando as discussões, o modo como será
desenvolvido as reuniões, coordenando a distribuição de tarefas individuais ou em grupo,
viabilizando recursos materiais, físicos, didáticos e financeiros necessários, considerando a
legislação escolar e normas administrativas bem como as rotinas organizacionais e escolares,
entre outras questões tanto de ordem pedagógica e curricular quanto técnica e administrativa.
A ação do coordenador precisa estar voltada para o questionamento, o diálogo e a
orientação do docente. Da mesma forma, devemos ter a preocupação de abordar os assuntos
afetivos, procurando entender o ambiente que envolve o discente. O coordenador precisa ter
em mente que, agindo conforme este preceito pode ter um melhor entendimento das diversas
relações que estão presentes no cotidiano escolar. Esta conduta permite, também, o pleno
envolvimento e comprometimento dos agentes da educação, e conduz a um ambiente em que
impera a confiança mútua.
Acompanhando as necessidades sociais e educacionais dos alunos, o coordenador
deve verificar, juntamente com os docentes, formas de organização dos trabalhos pedagógicos
que favoreçam a aprendizagem de todos. Neste aspecto, é importante que se busque levantar
as prováveis dificuldades que possam se apresentar, visando à prevenção e a correção de
eventuais distorções no processo ensino-aprendizagem.
É importante que o coordenador esclareça ao professor que a finalidade da
avaliação não é reprovar ou aprovar o aluno e, sim, visa à compreensão da situação da
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aprendizagem do aluno. Para que estas atribuições do coordenador pedagógico sejam
exercidas de forma eficaz, deve se ter um acompanhamento do relacionamento entre o
professor e o aluno. Nessa relação o diálogo entre os agentes é fundamental para alcançar o
êxito no processo ensino-aprendizagem.
Como sujeitos da educação, a comunidade escolar precisa ter ciência de suas
responsabilidades. O professor em sua práxis educativa tem a oportunidade de desenvolver
um espírito crítico em seus alunos e estes, por sua vez, devem estar comprometidos com
assimilação e construção do conhecimento que estiver sendo proposto.
A motivação pela participação nos trabalhos dos agentes também precisa ser buscada
pelo coordenador pedagógico. Esta participação efetiva de todos os atores da educação nas
diversas fases do processo de ensino contribui para um melhor resultado e ajuda a evitar
distorções de entendimentos, uma vez que passa a ter a colaboração de todos os sujeitos. Cabe
ao coordenador, ainda, a reflexão sobre sua condução neste processo de mediação. O
ambiente escolar é um local rico em experiências dignificantes.
A compreensão dessa variedade é importante para se conseguir entender o
funcionamento desse complexo mecanismo. Com essa visão de mundo dinâmico, pode-se
extrair o máximo de informações a respeito das pessoas que compõem este todo e facilitar o
entendimento das relações interpessoais, o que é de fundamental importância para o trabalho
do coordenador pedagógico.
O aspecto do bom relacionamento interpessoal permite ao coordenador uma maior
flexibilidade para resolver as questões divergentes no cotidiano escolar. O coordenador que
está sempre em contato com a equipe de professores, gestor, alunos, funcionários e pais,
auxiliando-os e orientando-os em todos os momentos, pode conquistar mais facilmente sua
confiança. Com isso, espera-se que o coordenador pedagógico adquira uma postura
democrática em função da extrema necessidade de administrar os conflitos existentes nas
relações interpessoais e busque sempre o aperfeiçoamento do processo ensino-aprendizagem,
por meio de uma prática participativa que envolva os agentes da educação. O todo da
comunidade escolar, precisa deste importante agente, o coordenador pedagógico, para mediar
suas relações promovendo o desenvolvimento da práxis educativa de forma democrática.
O papel do coordenador pedagógico está estruturado em sua própria prática, que
surgem das reflexões referentes a ela. Como aponta Paulo Freire (2000, p.76): “Preciso
conhecer as diferentes dimensões que caracterizam a essência da prática, o que me pode
tornar mais seguro no meu próprio desempenho”. O amplo e aprofundado conhecimento das
diversas competências e das práticas exercidas pelo coordenador pedagógico propicia a
22
potencializarão e o aperfeiçoamento do trabalho pedagógico, o que se reflete claramente na
formação do sujeito. A práxis de coordenação pedagógica está em contribuir na organização e
gestão do trabalho pedagógico, tanto no que tange especificamente ao processo ensino e
aprendizagem, como também nos diferentes segmentos da comunidade escolar.
Percebemos que o Coordenador Pedagógico lida com questões variadas e profundas
em sua prática cotidiana. E é a partir desse profissional, que se pode evidenciar que as
mudanças ocorridas na regulação das políticas educacionais trazem benefícios para a
organização das escolas de educação básica e, conseqüentemente, para o trabalho, para a
profissão e para a identidade docente.
A discussão sobre o papel da Coordenação Pedagógica remete, portanto, à discussão
da organização escolar e da própria gestão da escola, marcantes para a vida do aluno. Ela
remete também aos atos de natureza burocrática, os quais, como atos políticos que são
também interferem na definição da proposta pedagógica da escola e em sua própria função
social.
Concluímos que o coordenador pedagógico e suas ações junto ao corpo docente e dos
membros da comunidade escolar é uma forma de dar sentido ao profissional especialista, cujo
papel, constatou uma grande indefinição, pois, na maioria das vezes, este profissional é
chamado a desempenhar outras funções, levando a este especialista sobrecarga as suas
atribuições especificas
Como vemos, a ação do coordenador pedagógico como ligação desse processo não
deve acontecer de maneira descompromissada e descontextualizada, pois, com o seu papel
sério e ético, é possível contribuir para uma ação efetiva a serviço de uma educação de
qualidade.
23
2º CAPÍTULO: ESTRUTURA DA ESCOLA
A Escola Municipal do Ensino Fundamental José Augusto de Lira, foi fundada na
gestão do prefeito municipal, João Trajano da Cunha, no ano de 1992. Está localizada na
Avenida Francisco Luis s/n, na cidade de Juarez Távora-Paraíba. Funciona com o
compromisso de criar condições para desenvolver um trabalho pedagógico participativo,
envolvendo a comunidade escolar no processo de ensino aprendizagem.
Trabalhamos com atividades concretas e lúdicas que valorizaram a natureza, a
criatividade e a sociabilidade do educando, visando evitar a rotina, envolvendo professores e
alunos, numa constante troca de experiências.
Neste sentido, a escola parte do pressuposto de que seus sujeitos são parte de uma
totalidade a ser transformada. Assim, nós que estamos inseridos neste contexto, não podemos
cruzar os braços.
Como afirma Freire (1996), o homem é um sujeito que age e reflete sobre a sua ação,
é capaz de transformar o mundo à medida que se transforma.
De acordo com esse pensamento, devemos dar a nossa contribuição através de ações
concretas para que ocorra essa transformação humana, na qual se reflete a maneira de ser, agir
e pensar de um povo.
Analisar o espaço escolar é um fator importante para que se possa compreender sua
relação com a aprendizagem. Uma escola sem uma estrutura física adequada pode criar num
aluno um quadro mental de abandono ou de desvalorização da educação pelo estado e até
mesmo pela sociedade.
Segundo Vygotsky, “o ser humano cresce num ambiente social e a interação com
outras pessoas, é essencial ao seu desenvolvimento” (DAVIS & OLIVEIRA, 1993, p. 560).
Sendo assim o professor deve assumir o papel de orientador, propiciando a liberdade
das descobertas e respeitando o nível de desenvolvimento de cada indivíduo.
Localizada no centro da cidade, a escola em tela é construída de alvenaria, em um
lugar seco e firme e de livre acesso, com dependências bem reparadas, limpas e piso adequado
para o bem estar das crianças.
A estrutura da escola está organizada de acordo com as normas da Secretaria
Municipal da Educação, através de Ordem de Serviço. Ela funciona atualmente com
543(quinhentos e quarentas e três) alunos matriculados nos turnos matutinos e vespertinos.
24
O prédio possui 01(uma) sala para a diretora, 01(uma) sala para secretaria, 05(cinco)
banheiros, dos quais 01(um) para atender ao corpo técnico-administrativo e docente e
04(quatro) para os alunos, sendo 02(dois) WC masculinos e 02(dois) WC femininos, 01(uma)
cozinha, 01(uma) dispensa, 01(uma) área livre, 01(uma) biblioteca, 01(uma) sala de vídeo,
uma quadra poliesportiva, 01(um) laboratório de informática ainda em período de instalação
dos computadores, 15(quinze) salas de aulas, quadros de giz, armários, carteiras, mesas, boa
iluminação, porém não muito ventilada. A área e o espaço físico que dispõe a escola, não
satisfazem às necessidades dos alunos, onde necessitamos de espaço para recreação.
A escola conta com o apoio de docentes e de especialistas da educação, assim
distribuídos: 24(vinte e quatro) professores especialistas, 03(três) professores de nível
superior, 03(três) coordenadores pedagógicos, 01(um) psicóloga, 01(um) assistente social,
01(uma) nutricionista, 01(uma) gestora, 02(dois) diretores adjuntos. Também conta com
serviços de apoio administrativo, sendo: 03(três) vigilantes, 02(duas) merendeiras, 10(dez)
auxiliares de serviços gerais, 02(duas) secretárias, 02(dois) inspetores, 04(quatro) agentes de
serviços complementares.
No que diz respeito à formação de turmas em nossa escola foi decidido que cada uma
deve ter no máximo 25 alunos, tendo salas com número a menos, o que possibilita um
atendimento que pode levar a uma melhor aprendizagem dos alunos e um melhor desempenho
dos nossos professores.
De acordo com levantamentos junto ao Projeto Político Pedagógico da escola, os
materiais didáticos da escola vêm através de solicitação junto à secretaria de No momento
falta um espaço para que nossas crianças venham a fazer suas refeições, no caso, um refeitório
para um melhor atendimento. Como também um espaço para recreação para os alunos da
educação infantil, para que tenham um lugar para jogos e brinquedos educativos.
Tratando-se de material didático-pedagógico, de certa forma houve evolução. O
professor escolhe os livros didáticos, o dinheiro do PDDE (Programa Dinheiro Direto na
Escola), faz com que não faltem os materiais de emergência para o funcionamento da escola,
e o projeto de inclusão digital trouxe alguns equipamentos de informática, mas falta muito
para a realidade que queremos. Contudo, com o apoio do Projeto Político Pedagógico e de
uma gestão participativa faremos uma educação de qualidade, que vai desde a estrutura física
da escola às condições sociais do educando.
A maneira e as condições em que o docente realiza o seu trabalho resultarão no tipo de
educação que os alunos receberão, seja voltada para formar indivíduos capazes de se
25
reconhecerem enquanto sujeitos, ou para sua formação. Por isso, as condições de trabalho têm
grande importância no efetivo trabalho do docente.
Todos os alunos recebem livros didáticos para um melhor desenvolvimento e
aprendizagem, sendo um material de grande importância do planejamento pedagógico e no
planejamento diário. Fazemos mensalmente encontros de capacitação em serviço com os
nossos professores, onde contamos com assessoria de profissionais qualificados.
Alem dessas questões que dizem respeito às condições de trabalho, existem outras
que devem ser pensadas, como a valorização do docente, sua motivação e remuneração, visto
que alguns deles trabalham em tempo integral em outras instituições, não possuindo tempo
para dedicarem-se aos alunos considerando sua individualidade.
A equipe técnica é comprometida com os ideais da escola, buscando sempre uma ação
conjunta com a comunidade, com abordagem humanística, promovendo integração, tanto com
os professores como também com os alunos. Preocupados na formação de alunos capazes de
reconhecerem seus valores e importância diante do mundo. Contamos com o apoio dos
próprios docentes em questões participativas e comemorativas.
O trabalho e a participação coletiva provocam o educando a vivenciar e assegurar os
mesmos direitos de ter voz e vez no cotidiano educativo. Trabalhamos sempre pensando
nisso. No decorrer do ano letivo, em período quinzenal, nos reunimos para realizar o
planejamento pedagógico, onde os professores elaboram seus planos de aula com base no
projeto político pedagógico da escola. Durante o planejamento pedagógico os docentes,
equipe pedagógica e gestora, se tornam parceiros na busca de soluções para problemas
comuns. Também há reunião mensal com a equipe técnica e professores, para discutimos as
necessidades dos nossos alunos. Mas encontramos dificuldades em reunir o coletivo de
professores, porque muitos trabalham em outras instituições. A nossa construção coletiva é
um processo contínuo e dinâmico, que necessita ser reavaliado cotidianamente, o que exige
profunda reflexão sobre as finalidades da escola.
A relação entre escola e comunidade é satisfatória, por sempre realizarem-se reuniões
de pais e mestres, reuniões com a comunidade escolar, reuniões com o conselho tutelar e
festas comemorativas com a participação da comunidade. A disponibilidade dos pais para
visitarem a escola e os filhos é escassa. Mas, apesar dessa escassez, lutamos para fazer da
escola um ambiente de participação entre pais e comunidades escolar. O conselho escolar é
ativo, onde ocorrem reuniões periódicas com registros em atas e com a participação dos seus
representantes.
26
A qualidade da atuação da escola não depende apenas da sua direção. É preciso a
participação de comunidade para tomadas de decisões em todos os aspectos.
O nosso projeto político pedagógico veio auxiliar nas tomadas de decisões com
consciência de nossa responsabilidade, não tendo receio de refletir e modificar nossa forma de
agir em relação à nossa prática pedagógica, usando estratégias didáticas adequadas que
venham atender às necessidades da demanda escolar. Pois, as metas propostas não se
efetivarão em curto prazo, como também poderão ser revistas a cada dia, auxiliando para que
o caminho da educação seja percorrido com sucesso.
Os estudantes da nossa escola são, na sua maioria, crianças que vivem em condições
de moradia simples, possuindo casas de moradia em situação precárias. O município possui
uma extensa zona rural, o que faz com que muitos de nossos alunos residam no campo.
O cargo de coordenadora pedagógica surgiu como uma necessidade da escola, e em
nosso município esse cargo é comissionada, ou seja, é indicação de professores efetivos ou
não, decidida pelo prefeito ou pelo secretário da educação.
Como coordenadoras pedagógicas precisaram estudar muito, estar sempre
capacitadas e procurar inovações e maneiras para estimular todos que trabalham na escola e
principalmente os professores e os alunos.
Em nosso trabalho encontramos também muitos desafios e muitas dificuldades
acerca do nosso cargo. A nossa instituição possui diretora e vice- diretora, no entanto, a
solução ou encaminhamento de tarefas urgentes de ordem burocrática, sempre recaem sobre
os coordenadores pedagógicos.
Outras dificuldades dizem respeito ao espaço para o planejamento pedagógico. Na
escola não há uma sala direcionada para proporcionar os encontros durante o planejamento
com os professores. Também não há sala destinada à coordenação pedagógica, procuramos
estar sempre na sala dos professores, na secretaria ou na diretoria.
Por causa dessa dificuldade procuramos realizar o planejamento pedagógico sempre
em horário oposto, só que alguns dos professores trabalham em outras instituições, não
podendo assim destinar seu tempo efetivamente ao planejamento e às avaliações pedagógicas.
Seria propício que os professores se dedicassem a um só emprego e desenvolvessem bem seu
planejamento, seus projetos, suas relações e pensassem, de fato, no desenvolvimento
pedagógico da escola.
Também nos deparamos em nossa escola, em alguns casos, com a falta de interação
na relação escola-família, principalmente no que diz respeito ao sucesso ou fracasso dos
27
alunos. Sendo assim, dessas situações, uma pode ser considerada como central: a participação
ou não da família na escola.
Nessa perspectiva, o coordenador pedagógico junto com todos que fazem a escola,
vamos encontrar formas e meios que proporcionem uma melhor participação dos pais ou
responsáveis no processo escolar, de forma a contribuir com o fortalecimento da discussão
sobre seus direitos e deveres ao longo desse processo.
Portanto, o coordenador contribui na organização das rotinas tanto da sala de aula,
quanto nas ações que acontecem em seu entorno. O seu envolvimento nessas atividades
poderá gerar uma dinâmica e desenvolvimento do projeto pedagógico da escola, permitindo-
lhe analisar e refletir sobre as questões cotidianas, sem se deter apenas nas resoluções
imediatas das situações, mas tornando-se agente colaborativo e presente na elaboração e
realização dos projetos didáticos e das ações da escola.
Compreendemos que o campo de atuação do coordenador pedagógico envolve
questões de currículos, relação ensino-aprendizagem, formação dos professores, avaliação da
aprendizagem, recursos didáticos, relações interpessoais, ética, disciplina, relacionamento
com a comunidade e as famílias.
Portanto, no que se refere ao papel do coordenador pedagógico no regimento escolar da
nossa instituição ainda em tramitação, destacam-se as atribuições inerentes à esta função no
seu Art. 40º:
São atribuições do Coordenador Pedagógico nas Unidades Escolares:
I. Coordenar, juntamente com a direção, a elaboração e responsabilizar-se pela divulgação e execução da \Proposta Pedagógica da escola, articulando essa elaboração de forma participativa e cooperativa;
II. Organizar e apoiar principalmente as ações pedagógicas, proporcionando sua efetividade;
III. Estabelecer uma parceria com a direção da escola, que favoreça a criação de vínculos de respeito e de trocas no trabalho educativo;
IV. Acompanhar e avaliar o processo de ensino e de aprendizagem e contribuir positivamente para a busca de soluções para os problemas de aprendizagens identificados;
V. Atuar de maneira integrada e integradora junto á direção e a equipe pedagógica da escola para a melhoria do processo de ensino-aprendizagem;
VI. Coordenar e acompanhar os horários de atividade complementar (AC), promovendo oportunidades de discussão e proposição de inovações pedagógicas, assim como a produção de materiais didático-pedagogicos na escola na perspectiva de uma efetiva formação continuada;
VII. Avaliar as pratica planejadas, discutindo com os envolvidos e sugerindo inovações; VIII. Acompanhar o desempenho acadêmico dos alunos, através de registros por bimestre,
orientando os docentes para a criação de propostas diferenciadas e direcionadas aos que tiveram desempenho insuficiente;
IX. Estabelecer metas a serem atendidas em função das demandas explicitadas no trabalho dos professores;
28
X. Promover um clima escolar favorável de aprendizagem ao ensino a partir do entrosamento entre os membros da comunidade escolar e da qualidade das relações interpessoais;
A escola, como instituição que desempenha um papel social e educativo e, ao
mesmo tempo, se constitui um local de trabalho é caracterizada por uma complexidade de
múltiplas relações.
Portanto, no que e refere ao aluno, é fundamental ter consciência sobre o que se
desejam ensinar e sobre o que é indispensável que o aluno aprenda para o seu
desenvolvimento individual e coletivo.
Portanto, a escola também enfrenta impasses quanto à sua prática, ao seu
relacionamento com a comunidade escolar e, principalmente, com relação à participação dos
pais ou responsáveis a respeito da aprendizagem dos alunos. Assim, citaremos alguns dos
obstáculos a serem enfrentados:
1. Falta de acompanhamento dos pais ou responsáveis nas atividades de casa.
2. Falta de hábitos de estudos dos alunados.
3. Falta de limites na educação escolar.
4. Falta de ética e postura profissional.
5. Falta de coesão do grupo.
6. Forte resistência às mudanças e à incorporação do que é útil na prática.
7. Pouco uso do material pedagógico disponível, não inovando assim a prática
pedagógica.
8. Pouca oralidade, raciocínio e comunicação escrita.
9. Pouco respeito, disciplina e bons modos dos alunos.
Necessitamos de uma escola autônoma, aberta, flexível, democrática, participativa e
que seja um espaço de socialização. Uma escola que estabeleça diálogos com a comunidade
escolar, onde os professores se comprometam com os resultados dos alunos, onde os pais e
mães estejam presentes. Enfim, uma escola onde o aluno seja valorizado e estimulado a
aprender.
Precisamos também transformá-la num ambiente voltado à reflexão. Nesse sentido,
o papel do gestor/diretor, coordenador pedagógico passa a ser muito importante. É essencial
entender o conceito de liderança educacional como um tipo de intervenção junto a pessoas,
por meio do qual se promovem novas maneiras de pensar. Se educadores não mudam sua
forma de pensar, não mudarão sua forma de agir. Liderar é criar ambientes seguros, que sejam
favoráveis para inovações educacionais.
29
A escola, como instituição social que dimensiona a educação de maneira sistemática
atendendo a necessidades dos alunos, leva em conta as diversas possibilidades de
aprendizagens, não só no que diz respeito à seleção de metas e conteúdos, como também, no
que se refere ao ato de acompanhar o planejamento. Além disso, rever constantemente suas
ações para acompanhar o desenvolvimento da aprendizagem é uma das ações mais
importantes da escola.
Dessa forma, a escola reflete sobre o que pretende desenvolver nos estudos das áreas do
conhecimento que serão trabalhadas, a partir da interdisciplinaridade, de modo que o aluno
compreenda a realidade política, social, econômica e cultural, afim de que possa tornar-se
capaz de atuar no processo de construção da sociedade
A escola tem como finalidade transmitir a “socialização do saber historicamente
acumulado”. Este saber deve servir de ferramenta para que o aluno desenvolva uma
consciência crítica da realidade que possibilite a transformação da sociedade. Ela leva em
consideração a filosofia que visa não só transmitir conhecimento acumulado pela
humanidade, mas, acima de tudo, proporciona ao educando uma formação geral para o pleno
exercício da cidadania, pela consideração de que este é um sujeito ativo
Portanto, proporciona ao aluno na sua totalidade, um compromisso com a construção de
um saber que permita o desenvolvimento das suas potencialidades favorecendo a vivência em
sociedade.
Se desejarmos uma sociedade humana e justa, a educação deve ser crítica, participativa e
criadora. Certos valores podem ser desenvolvidos, como a participação, o respeito, a
solidariedade, a justiça, a democracia e outros não comumente praticados em nossa sociedade.
Conforme Demo (2000)
O principal poder de transformação da educação está na capacidade de formar sujeitos capazes de história própria, individual e coletiva, que, dentro de circunstâncias dadas, elaboram competência humana suficiente para dar sentido alternativo à história ( p. 64).
Portanto, uma educação que transforma é aquela que permite o desenvolvimento da
autonomia, que exige uma reflexão crítica, um ato de pensamento sobre as regras a que nos
submetemos.
Dessa forma a escola deve atuar em uma perspectiva de trabalho participativo, onde a
colaboração da comunidade escolar condiciona a efetividade das tomadas de decisões,
implementação e execução das propostas de atividades como forma de garantir a socialização
a partir das trocas estabelecidas entre os distintos sujeitos que a conformam.
30
Nessa perspectiva o planejamento emerge como a oportunidade de repensar a prática
pedagógica dos educadores, partindo-se da análise e reflexão do seu desempenho, tendo a
comunidade como essência geradora dos propósitos, objetivos e prioridades que a escola deve
levar em consideração e assumir, ao assegurar a formação de cidadãos críticos e atuantes no
nosso mundo contemporâneo e globalizado.
Suas ações procuram atender às novas diretrizes da Política Nacional de Educação
desenvolvendo ações voltadas para a necessidade e realidades dos que fazem a escola.
Assim, propomos que os educadores envolvidos neste processo pedagógico se
comprometam com a viabilização das seguintes ações:
- Elaboração do diagnóstico escolar, contendo as necessidades, a realidade e os anseios da
comunidade escolar;
- Análise e redefinição dos conteúdos de ensino fundamental, de acordo com os Parâmetros
Curriculares Nacionais;
- Elaboração de proposta de conteúdos, considerando a realidade dos alunos e seus interesses;
- Análise crítica dos livros didáticos junto aos educadores;
- Realização de projetos em língua portuguesa, para melhoria da leitura e da escrita;
- Realização de projetos na área de matemática, abrangendo as operações fundamentais e a
geometria;
- Dinamização das reuniões departamentais que reflitam sobre o compromisso político dos
educadores;
- Elaboração de um projeto de reforço em leitura e escrita nos anos iniciais do ensino
fundamental;
- Elaboração de um projeto de avaliação da aprendizagem numa perspectiva progressista,
onde o aluno e professor sejam sujeitos ativos desse processo;
- Reivindicação junto à secretaria de educação de cursos de formação continuada para os
professores;
- Realização de oficinas pedagógicas sobre temas da comunidade escolar, numa perspectiva
interdisciplinar;
31
- Sistematização de um trabalho de acompanhamento ao aluno nas áreas psicopedagógica e
social;
- Luta pela criação de sala de recursos pedagógicos, para atendimento de alunos com
necessidades especiais;
- Elaboração de um projeto de educação artística que incentive o desenvolvimento de artes
populares (grupos folclóricos e teatrais);
- Elaboração de um projeto sobre educação sexual para atender aos alunos na faixa etária de
07 a 14 anos;
- Reivindicação, junto à secretaria de educação, para fornecimento de equipamento e
materiais didáticos para o bom desempenho das atividades (projetor, foto copiadora, papel
oficio, lápis, quadro branco, computador, etc.);
- Promoção de fórum de debates sobre os temas: cidadania, globalização, democracia,
neoliberalismo, etc.;
- Sondagem e análise das dificuldades dos alunos junto aos educadores;
- Organização e dinamização das reuniões de pais e mestres;
- Discussão e análise, junto aos educadores, sobre os resultados de avaliação bimestral dos
alunos;
- Acompanhamento e avaliação sistemática do processo de ensino-aprendizagem;
- Participação efetiva de todos os educadores nos programas: livro didático,
alfabetização, treinamento em serviço, leitura e escrita, matemática e as operações
fundamentais;
- Elaboração de documento reivindicando a construção de um refeitório para atendimento da
demanda da comunidade escolar;
- Luta pela ampliação do espaço de recreação de alunos com jogos e brinquedos educativos;
- Organização das matrículas;
- Organizações das turmas;
32
- Planejamento didático semanal;
- Organização do horário de aula;
- Reunião para avaliação das ações realizadas;
- Atividades em sala de aula com leitura e escrita;
- Acompanhamento a alunos para atendimento com urgência em posto de saúde;
- Trabalho de aconselhamento e orientação a pais e a alunos em situações de conflito;
- Acompanhamento psicossocial a alunos com dificuldade de aprendizagem;
- Realização de visitas domiciliares para detectar os motivos que levam alguns alunos a terem
elevado índice de faltas;
- Acompanhamento bimestral do desempenho do aluno.
Portanto, temos consciência de que um trabalho de tal forma abrangente se torna
difícil operacionalizar, mas não temos receios de modificar nossa forma de agir e refletir
sobre a nossa prática, através de um questionamento constante do trabalho desenvolvido, onde
a discussão e a avaliação sejam constantes no desenvolvimento das ações.
O nosso projeto político-pedagógico deve auxiliar nas tomadas de decisões com
consciência de nossa responsabilidade, não tendo receio de refletir e modificar nossa forma de
agir em relação à nossa prática pedagógica, usando estratégias didáticas adequadas que
venham atender às necessidades da demanda escolar, visto que as metas propostas não se
efetivarão em curto prazo, como também deverão ser revistas e reavaliadas a cada dia,
auxiliando para que o caminho da educação seja percorrido com sucesso.
33
3º CAPÍTULO: APRENDIZAGEM ATRAVÉS DA MOTIVAÇÃO
A necessidade de construir uma proposta de intervenção na própria instituição
escolar e buscar uma aproximação maior entre a coordenação pedagógica e o professor é de
grande necessidade, pois cabe ao coordenador pedagógico incentivar a aprendizagem através
da motivação do professor e quando do desenvolvimento do seu trabalho sala de aula.
A elaboração e a aplicação da proposta de intervenção serão realizadas na escola em
que exercemos o cargo de coordenador pedagógico. A escola faz parte de uma rede municipal
de ensino, e terá como objetivo mostrar a contribuição do coordenador pedagógico e o seu
papel no incentivo à aprendizagem dos alunos, através da motivação realizada em sala de
aula.
Teremos como princípios básicos atingir o dinamismo presente no desenvolvimento
do ensino, nas dimensões do fazer pedagógico.
A palavra motivação originalmente vem do verbo latino movere, cujo tempo supino
motum e o substantivo motivum, do latim tardio, deram origem ao nosso termo
semanticamente aproximado, que é motivo. Assim, a motivação ou o motivo é a força que
coloca a pessoa em ação e que acorda sua disponibilidade de se transformar. É aquilo que nos
move que nos leva a agir e a realizar alguma coisa. Logo, podemos dizer que motivar
significa predispor-se a um comportamento desejado para determinado fim.
A motivação é um processo que se dá no interior do indivíduo ao mesmo tempo em
que está ligada às relações de troca que o mesmo estabelece com o meio. Todo ser humano e
qualquer profissional, em especial o de educação, vivencia ou já vivenciou em sua prática, a
falta de motivação.
Portanto, na escola, caberá à equipe administrativa e ao coordenador pedagógico,
como parte integrante da comunidade escolar, como norteador e líder do trabalho docente,
influenciar a motivação do professor e o próprio processo de ensino aprendizagem.
Uma proposta de intervenção visa mostrar ao professor que ele é o principal sujeito
detector das diferentes potencialidades e fragilidades dos seus educandos e, para alcançar tais
objetivos, é necessário que esteja motivado com as atividades que realiza. Segundo Oliveira
(2006), a escola precisa ser um local onde se aprende, ensina e educa.
Nesse cenário, o professor assume um papel de grande importância e
responsabilidade, pois se apresenta como um guia que orienta a criança em suas buscas e
descobertas. O educador deve fazer com que a criança se sinta protegida em um ambiente
34
repleto de afeto, compreensão e estímulo, potencializando os resultados do ensino e da
aprendizagem.
No contexto educacional, a motivação dos alunos é um importante desafio com que
devemos nos confrontar, pois tem implicações diretas na qualidade do envolvimento do aluno
com o processo de ensino e aprendizagem. O aluno motivado procura novos conhecimentos e
oportunidades, evidenciando envolvimento com o processo de aprendizagem, participa nas
tarefas com entusiasmo e revela disposição para novos desafios (ALCARÁ & GUIMARÃES,
2007). A motivação do aluno é uma variável relevante do processo ensino/aprendizagem, na
medida em que o rendimento escolar não pode ser explicado unicamente por conceitos como
inteligência, contexto familiar e condição socioeconômica.
Para alcançar tal objetivo propomos que sejam realizadas inicialmente algumas
reuniões com os professores que devem ser estimulados a conversar e debater a respeito dos
trabalhos que estão desenvolvendo em sala de aula.
Tais reuniões serão realizadas com a equipe pedagógica e com os professores. Visará
transformar o comportamento do docente, por meio de um processo flexivo, em que o próprio
coordenador pedagógico, como agente mediador, participará ativamente do grupo, a fim de
atingir o objetivo final, com resultados e mudanças positivas, nos comportamento dos
participantes dessa proposta.
Durante o desenvolvimento dessa intervenção serão realizados debates sobre a
profissão do professor, o seu papel como educador, palestras de motivação pessoal e
elaboração de estratégias em relação ao ensino a ser desenvolvido em sala de aula.
Além disso, mostraremos que o incentivo que será dado é peça fundamental para o
sucesso da aprendizagem, uma vez que o prazer de ensinar é um grande aliado do sucesso da
educação.
Partindo da existência da gestão democrática e participava na escola, vamos
trabalhar, principalmente, a participação coletiva da equipe escolar, bem como valorizar o
profissional da educação.
Para isso será necessário que a equipe pedagógica da escola, proponha aos docentes
um plano para o incentivo à aprendizagem através da motivação do educador.
Para que a escola possua uma educação eficiente será necessário que a mesma realize
atividades voltadas para o seu crescimento. Por isso, o incentivo aos que fazem a educação
torna-se fundamental, pois alguns professores e até mesmo os funcionários em geral,
aparentar não estarem suficientemente comprometidos com o bom desempenho das suas
funções, o que pode causar prejuízo ao desenvolvimento do trabalho na escola.
35
O coordenador pedagógico é peça essencial dessa proposta. Nesse sentido, o seu
papel de mediador, formador e desencadeador das reflexões e discussões no campo
pedagógico através de sua prática e da dos educadores, organizará os meios para a
concretização da proposta buscando garantir a aprendizagem e o desenvolvimento dos alunos.
Cabe ao coordenador, assim como os demais sujeitos da escola, o cuidado com as
relações pessoais no ambiente de trabalho, levando em consideração as diferenças individuais.
Sabendo-se que nem sempre os envolvidos na escola possuem a mesma opinião, a mesma
percepção sobre determinada temática, proposta ou problema, é necessário que haja
preocupação com as impressões gerais de todos que participam da instituição, devendo-se
trabalhar em princípios éticos.
Com a aplicação dessa proposta, o coordenador pedagógico, vai levar o professor a
refletir sobre a prática da escola, ligando a sua formação à docência e ao incentivo voltado
diretamente para o ensino-aprendizagem do seu alunado.
A escola na qual será desenvolvida essa proposta atende crianças da educação
infantil e anos iniciais do ensino fundamental, daí ser importante perceber o que ocorre dentro
da sala de aula, conhecer os interesses e as necessidades dos alunos. Nesta escola trabalham
14 educadores, dos quais 10 são professores, 2 são coordenadores pedagógicos e 2 compõem
a equipe administrativa.
Os encontros que ora propomos devem acontecer após o término das aulas, para que
não haja prejuízo no que se refere às atividades letivas.
Desta forma o contato inicial, poderá ser realizado por meio de convites impressos
para os professores coordenadores e equipe administrativa, convidando-os a comparecer a
este encontro, para expor o objetivo dessa proposta. É através dos próprios professores que
buscaremos informações sobre a implementação dessa proposta.
Todos os educadores mencionados precisam eleger como prioridade a aprendizagem
dos alunos, desenvolvendo atitudes de gestão compartilhada, entendendo que a gestão não
pode ser jamais um fim em si mesmo e que, para ter sentido, tem que estar a serviço do êxito
dos alunos.
Mas é importante ficar claro que a ação de todos que não atuam diretamente na sala
de aula, como coordenador pedagógico e equipe administrativa, só faz sentido se favorecer o
trabalho do professor, resultando em benefícios educacionais e sociais para os alunos.
O clima de motivação e de organização precisará ser favorável à aprendizagem e
precisará estimular os professores para que desenvolvam trabalhos que priorizem o despertar
36
da curiosidade do aluno, a fim de que este perceba a importância do aprender e receba na
escola as condições para tal.
A metodologia será realizada em etapas, através dos encontros que teremos com os
sujeitos envolvidos, debates sobre motivação, encontros para mostrar a importância de cada
um na proposta, apresentação de vídeos.
Também haverá distribuição para a equipe de textos sobre auto-avaliação, juntamente
com novas sugestões para serem analisadas e debatidas entre os grupos.
A realização do nosso primeiro encontro deverá ser em torno de uma palestra, seguida
de apresentação de slides sobre motivação para o professor trabalhar com seus alunos.
Nesse encontro iremos sensibilizar e motivar os educadores, através de dinâmica de
grupo, envolvendo a equipe mostrando a necessidade deste momento na prática docente.
Para o desenvolvimento do segundo encontro iremos utilizar debater sobre a
importância do papel de cada um da equipe presente, para o empreendimento do seu trabalho
no meio escolar.
No final do segundo encontro, vai ser preparado um local para expor as mensagens
de otimismo e a dinâmica de descontração, realizado pelos professores.
A motivação deverá estar presente em todos os momentos do processo educacional e
em todos os envolvidos, devendo existir uma relação de reciprocidade. Mas há uma relação de
grande importância a ser colocada em questão que é a relação entre coordenadores e
professor, daí a relevância da abordagem do assunto nesta proposta.
Em determinado momento incentivaremos os educadores a falar sobre suas
dificuldades e sobre suas sugestões, a favor do trabalho que vai ser realizado em sala de aula.
No decorrer da proposta o apoio que os coordenadores irão oferecer aos professores é
fundamental. Nesse sentido, ambos se fazem necessários para que conheçam suas realidades e
construam coletivamente uma relação de diálogo mútuo, procurando meios para que se
concretize essa parceria, apesar das dificuldades e diversidades que as envolvem.
No terceiro encontro será distribuída para a equipe a auto-avaliação, em forma de
breve relatório, onde iremos oferecer ao educador a liberdade de relatar, de forma escrita, sua
filosofia de trabalho em relação à sua prática em sala de aula.
Ao realizamos este trabalho e fazemos uma reflexão sobre aprendizagem através da
motivação, poderemos ver que a parceria entre coordenador e professores é indispensável para
o sucesso na educação dos alunos. Constataremos que é tarefa primordial de todos que
trabalham na escola, como também da própria escola o trabalho de transformar a criança
imatura e inexperiente em cidadão maduro, participativo, atuante, consciente de seus deveres
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e direitos, possibilidades e atribuições. E, que este ser em formação seja futuramente um
cidadão consciente, crítico e autônomo desenvolvendo valores éticos, espírito empreendedor
capaz de interagir no meio em que vive.
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CONCLUSÃO
Ao longo deste estudo, foi destacado a importância da atuação dos coordenadores
pedagógicos no seu papel como agente de transformação, formação e articulação do processo
ensino e aprendizagem. O coordenador pedagógico no desenvolvimento de suas atribuições
deve favorecer o clima de respeito á diversidade, exercitar praticas coletivas, dialogar com os
educandos, levar em consideração as formas de pensar, agir e sentir os elementos
imprescindíveis da escola em que ele estiver inserido.
Dentre tantas atribuições uma das mais relevantes é acompanhar o trabalho docente,
buscando alternativas para solução dos problemas juntamente com a equipe pedagógica e
professores. Pensar nos desafios da escola e da educação.
Outro fator, é que o medo e a insegurança também fazem parte da trajetória
profissional do coordenador pedagógico e do professor, mas é refletindo sobre suas práticas/
ações, de acordo com os desejos e necessidades de todos, que se encontram respostas.
Um dos grandes desafios com que defrontamos hoje na maioria das escolas públicas
é conseguir criar mecanismos de participação de todos, principalmente da comunidade local,
dos próprios professores, alunos e diretores, e também trabalhar em equipe. Isso sim é um
desafio para o coordenador pedagógico.
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Os desafios do coordenador pedagógico | Formação continuada de ...revistaescola.abril.com.br/.../coordenador-pedagogico/desafios-coord...15 jan. 2012.