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JOANA RITA CORREIA VIEGAS O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA DOS IDOSOS DO SERVIÇO DE APOIO DOMICILIÁRIO DO CENTRO COMUNITÁRIO DE ESTOI Mestrado em Educação Social Trabalho efetuado sob orientação de: Doutora Cláudia Cristina Guerreiro Luísa UNIVERSIDADE DO ALGARVE Escola Superior de Educação e Comunicação 2016

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1

JOANA RITA CORREIA VIEGAS

O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE

DE VIDA DOS IDOSOS DO SERVIÇO DE APOIO

DOMICILIÁRIO DO CENTRO COMUNITÁRIO DE

ESTOI

Mestrado em Educação Social

Trabalho efetuado sob orientação de:

Doutora Cláudia Cristina Guerreiro Luísa

UNIVERSIDADE DO ALGARVE

Escola Superior de Educação e Comunicação

2016

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O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE

DE VIDA DOS IDOSOS DO SERVIÇO DE APOIO

DOMICILIÁRIO DO CENTRO COMUNITÁRIO DE

ESTOI

Declaração de autoria de trabalho

Declaro ser o(a) autor(a) deste trabalho, que é original e inédito. Autores e trabalhos

consultados estão devidamente citados no texto e constam na listagem de referências

incluída.

__________________________________________________

Copyright © Joana Rita Correia Viegas

A Universidade do Algarve reserva para si o

direito, em conformidade com o disposto no

Código do Direito de Autor e dos Direitos

Conexos, de arquivar, reproduzir e publicar a obra,

independentemente do meio utilizado, bem como

de a divulgar através de repositórios científicos e

de admitir a sua cópia e distribuição para fins

meramente educacionais ou de investigação e não

comerciais, conquanto seja dado o devido crédito

ao autor e editor respetivos.

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Dedicatória

À minha mãe, o meu mundo.

Ao meu pai, o meu porto de abrigo.

À minha irmã, a minha melhor metade.

Aos meus amigos, a minha segunda família.

E, claro, aos meus animais, os melhores do mundo.

In memoriam

Aos meus avós e bisavós, as minhas estrelas.

III

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Agradecimentos

Ao Diácono Doutor Luís Galante, pela oportunidade de integrar o meu estágio no

Centro Cultural e Social da Paróquia de São Martinho de Estoi.

À Dr.ª Dora Luís, pela constante preocupação e disponibilidade em ajudar-me no que

fosse preciso.

À Dr.ª Rute Fernandes, Andreia Barracha, Soraia Niquice e Sara Guerreiro, minhas

companheiras de gabinete, por todo o apoio e ajuda dispensados.

A toda a equipa do Centro Comunitário de Estoi, sem exceção, por me fazerem sentir

em casa.

Aos idosos, por quem fui sempre recebida de braços abertos, por me ensinarem e

ajudarem a perceber que o melhor modo de trabalhar com eles é estar próxima deles.

Ao professor Doutor António Fragoso, na altura diretor do mestrado, pela paciência e

dedicação (quase) infinitas para o bem e para o mal.

À professora Doutora Cláudia Luísa, minha orientadora e confidente, por todo o tempo

e apoio dispensado à minha pessoa e ao meu trabalho.

A todos os meus professores até então, que contribuíram para o meu enriquecimento

pessoal e profissional.

Aos meus colegas de turma de mestrado, em especial à minha querida Nilza, por todas

as quartas-feiras (e não quartas-feiras) passadas em conjunto repletas de ideias e

desabafos.

A todos os meus amigos, por todos os momentos que passámos juntos e por tudo o que

já fizeram por mim. Em especial à Márcia, à Catarina e à Sofia (entre muitos outros)

pelos cafés em Faro, à Joana e à Inês (entre muitos outros) pelos cafés em Albufeira e à

Filipa pelos cafés em ambas as cidades.

À Ana Rita, minha irmã, por ser ela própria e me fazer o jantar.

E, como os últimos são sempre os primeiros, aos meus pais, por sempre me terem

incentivado e ajudado a prosseguir os estudos, pela educação que me deram, pelos

valores que me transmitiram, por todos os sacrifícios que fizeram ao longo das suas

vidas para que nada me tenha faltado, por nunca me terem deixado desistir de alcançar

os meus sonhos, pela paciência que (quase) sempre tiveram comigo e, acima de tudo,

por acreditarem e confiarem em mim. É a eles a quem devo tudo.

Muito obrigada e um bem-haja a todos!

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“Não há futuro sem os nossos idosos, se eles não nos legam

actualmente o saber, legam-nos seguramente o afecto e

nós projectamo-nos em cada ruga deles, como que

ao espelho, somos nós próprios e é toda a nossa

cultura que olhámos” (Paúl, 1997, p.7).

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Resumo

Numa sociedade marcada pelo visível aumento de idosos e pela vasta gama de

instituições de apoio a esta faixa etária, o animador surge como um dos técnicos que

deverá marcar a diferença entre o tradicional processo de envelhecimento (que reduz a

velhice a um tempo de espera passiva) e o necessário envelhecimento ativo (em que a

pessoa idosa se torna ativa e agente do seu próprio desenvolvimento quanto às suas

vontades e necessidades).

Deste modo e procurando vir a colmatar algumas necessidades identificadas

como prioritárias, surge uma urgência em capacitar os idosos para um envelhecimento

bem-sucedido, pois a maioria destes tende a manter uma postura passiva acabando por

desvalorizar as suas próprias competências, realidade que se deve essencialmente às

representações negativas impostas pela sociedade.

O pressuposto deste trabalho é incidir nas temáticas do envelhecimento,

qualidade de vida, saúde e animação e trabalhá-las no que diz respeito ao aumento e

criação de oportunidades para que os indivíduos sintam a sua experiência de vida e

competências adquiridas, ao longo desta, valorizadas. Assim, o objetivo geral deste

trabalho recai em promover o bem-estar biopsicossocial do idoso num todo.

A presente investigação baseia-se numa amostra de três domiciliados do Serviço

de Apoio Domiciliário do Centro Comunitário de Estoi que usufruem do recente serviço

de “Animação/Socialização”.

Através da investigação-ação criou-se um plano de intervenção educativa e

sociocultural que visou melhorar e/ou manter a qualidade de vida dos idosos que

usufruem deste serviço constante.

Conseguiram treinar-se alguns aspetos que ajudaram o idoso a tornar-se mais

autossuficiente, consciente e empreendedor no seu quotidiano e na relação com a

comunidade e grupos a que pertence.

Palavras-chave: Animação sociocultural; envelhecimento; qualidade de vida; serviço

de apoio domiciliário.

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Abstract

In a society marked by this visible increase in the elderly and the wide range of

institutions to support this age group, the animator emerges as one of the technicians

who will make the difference between the traditional aging process (which reduces old

age to a waiting time passive) and the necessary active aging (where the elder becomes

active and agent of his own development and to his wants and needs).

Therefore looking and come to fill some identified as priority needs, there is a

urgent need to empower the elderly to a successful aging, as most of these tend to

maintain a passive attitude tends to devalue their own skills, a reality that is essentially

the negative representations imposed by society.

Therefore, the working assumption presented to focus here is the aging issues,

quality of life, health and work them with regard to the increase and creating

opportunities for individuals to feel your life experience and skills acquired throughout

this valued. As such, the main goal of this work stands to promote bio-psychosocial

well-being of the elderly in plenitude.

This research is developed based on a sample of three resident who use the new

service “Animation/Socialization” of the Estoi Community Center home support

service.

Through research-action we created an educational and socio-cultural

intervention plan that aimed to improve and/or maintain the quality of life for seniors

who enjoy this constant service.

We managed to train up some aspects that helped the elderly to become more

self-sufficient, conscious and enterprising in their daily lives and in the relationships

that they maintain with the community and groups to which they belong.

Keywords: Socio-cultural animation; aging; quality of life; home support service.

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Índice

Dedicatória III

Agradecimentos IV

Resumo VI

Abstract VII

Introdução 1

Parte I

Capítulo 1. Enquadramento teórico: Envelhecimento, Qualidade de vida e Saúde

1.1. O envelhecimento humano 4

1.1.1. Envelhecimento demográfico 4

1.1.2. Envelhecimento e o seu processo 6

1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12

1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15

1.3. A animação sociocultural como promotora da qualidade de vida 22

Capítulo 2. Enquadramento do objeto de estudo: Serviço de Apoio Domiciliário

2.1. O SAD e o seu contributo para a qualidade de vida do idoso 28

2.2. O SAD na família e no contexto dos serviços de proximidade 33

Capítulo 3. Enquadramento institucional: Centro Comunitário de Estoi

3.1. União de Freguesias da Conceição e de Estoi 38

3.2. Espaço físico do Centro Comunitário de Estoi 38

Parte II

Capítulo 4. Enquadramento metodológico

4.1. Formulação do problema de investigação 42

4.1.1. Delimitação dos objetivos 42

4.1.2. Justificação do estudo 42

4.1.3. Questões de investigação 43

4.1.4. Amostra do estudo 43

4.1.5. Diagnóstico de necessidades 44

4.2. Metodologia de investigação 45

4.3. Método de investigação 46

4.4. Técnicas de recolha de dados 48

4.4.1. Pesquisa e análise documental 49

4.4.2. Notas e diário de campo 49

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4.4.3 Observação direta participante 50

4.4.4. Conversas informais 51

4.4.5. Inquérito por questionário 52

4.4.6. Entrevista semiestruturada 53

Capítulo 5. Apresentação e análise interpretativa dos dados

5.1. Informação relativa ao inquérito da amostra do estudo/idosos 55

5.2. Informação relativa ao inquérito das auxiliares 57

5.3. Informação relativa à entrevista à responsável do SAD 58

5.4. Análise dos resultados obtidos 62

Capítulo 6. Plano de intervenção no serviço de apoio domiciliário de Estoi 71

Capítulo 7. Avaliação geral do plano 81

Considerações finais 85

Referências 96

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Índice de anexos

Anexo I – Código deontológico para a profissão de educador social em Portugal 102

Anexo II – Nota explicativa do protocolo de cooperação 2013-2014 106

Anexo III – Evolução das respostas sociais para as Pessoas Idosas 123

Anexo IV – Organograma I 124

Anexo V – Organograma II 125

Anexo VI – Cronograma de tarefas 126

Anexo VII – Cronograma mensal das atividades 127

Anexo VIII – Plano de intervenção no serviço de apoio domiciliário de Estoi 128

Anexo IX – Resultados - Miniexame do estado mental (MEEM) 134

Anexo X – Tabela de avaliação diária da atividade 158

Anexo XI – Relatório diário da atividade 159

Anexo XII – Trava-línguas 160

Anexo XIII – Adivinhas 161

Anexo XIV – Provérbios 162

Anexo XV – Cálculo matemático 163

Anexo XVI – Labirintos 164

Anexo XVII – Estimulação tátil 165

Anexo XVIII – Rimas 168

Anexo XIX – Semelhanças e diferenças 170

Anexo XX – Sinónimos e antónimos 171

Anexo XXI – Sardinha e cartaz da festa 172

Anexo XXII – Jogos de tabuleiro 173

Anexo XXIII – Estimulação auditiva 174

Anexo XXIV – Exercícios de aquecimento para iniciar as atividades do plano 176

Anexo XXV – Inquéritos por questionário à amostra do estudo 179

Anexo XXVI – Gráficos e tabelas dos inquéritos à amostra do estudo 200

Anexo XXVII – Inquéritos por questionário às auxiliares do SAD 213

Anexo XXVIII – Gráficos e tabelas dos inquéritos às auxiliares do SAD 237

Anexo XXIX – Guião de entrevista semiestruturada à responsável pelo SAD 252

Anexo XXX – Transcrição da entrevista à responsável pelo SAD 258

X

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Listas de abreviaturas, siglas e símbolos

ASC – Animação sociocultural

CCE – Centro comunitário de Estoi

CCSPSME – Centro Cultural e Social da Paróquia de São Martinho de Estoi

CLDS+ – Contratos Locais de Desenvolvimento Local +

CMF – Câmara Municipal de Faro

DGS – Direção Geral de Saúde

ERPI – Estrutura Residencial Para Idosos

INE – Instituto Nacional de Estatística

IPSS – Instituição Particular de Solidariedade Social

ISS – Instituto de Segurança Social

JFE – Junta de Freguesia de Estoi

OMS – Organização Mundial de Saúde

PAII – Programa de Apoio Integrado a Idosos

PEA – Programa de Emergência Alimentar

PARES – Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais

SAD – Serviço de Apoio Domiciliário

SPSS – Statistical Package for the Social Sciences

SS – Segurança Social

UE – União Europeia

WHOQOL Group – The World Heath Organization Quality of Life Group

E1 – Entrevistado

% – Percentagem

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Introdução

No âmbito do curso de mestrado em Educação Social foi proposto aos discentes

a escolha entre a realização de um estágio, de um trabalho de projeto ou de uma

dissertação, onde o objetivo principal recaía na aplicação dos conhecimentos e

competências adquiridas ao longo de todo o nosso percurso académico e profissional.

Incidindo a nossa escolha no estágio, tencionámos escolher uma entidade ligada

à área da terceira idade, pois esta sempre foi ao encontro dos nossos interesses e

expectativas em explorar as várias hipóteses de intervenção e também a que, até à data,

sempre nos estimulou e motivou a querer desenvolver ou implementar algum tipo de

projeto.

Ao propor que o estágio fosse desenvolvido na maior e mais recente estrutura do

Centro Cultural e Social da Paróquia de São Martinho de Estoi (CCSPSME) – o Centro

Comunitário de Estoi (CCE) – pudemos ter contacto com a realidade em questão e

procuramos desenvolver um trabalho de campo que implementasse mudanças e

transformações na vida dos idosos que usufruem do serviço de apoio domiciliário (SAD

– Animação e Socialização).

Visto que frequentemente ouvimos que Portugal está envelhecido, que o número

de idosos é cada vez maior e que a taxa de natalidade tem diminuído, desequilibrando

assim a pirâmide demográfica, aproveitamos esta oportunidade para procurar um

desafio motivante num contexto bastante característico, o qual proporcionasse uma

aprendizagem aliciante e produtiva ao nível da intervenção social.

Estando o estágio integrado no CCE e ligado à terceira idade, foi importante

desenvolver algumas temáticas-chave. Desta forma, iniciaremos este relatório com um

enquadramento teórico acerca dos conceitos “Envelhecimento, Qualidade de vida e

Saúde” abordando o envelhecimento humano, o envelhecimento bem-sucedido, a

qualidade de vida e a animação sociocultural (sendo estas a base de todo o trabalho).

Para além de uma abordagem teórica, pretendemos recolher e perceber através

da aplicação de algumas metodologias uma conceção mais clara do que se espera de um

educador social e do seu papel nos diversos contextos, de modo a dar espaço para que

os indivíduos sintam a sua história de vida reconhecida e para que as suas próprias

competências possam ser integradas, passando por compreender e, igualmente, motivar

os idosos e a comunidade a lidarem com o fator mudança no sentido de se gerar um

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grupo cada vez mais consciente, no que diz respeito às oportunidades a que todos os

cidadãos têm direito.

A implementação de um plano de intervenção social na terceira idade já não se

reduz meramente a ações destinadas ao entretenimento propriamente dito do idoso, mas

cada vez mais à criação e dinamização de atividades que o coloquem como agente de

promoção de aprendizagens. É, para nós, importante desenvolver um perfil, enquanto

educador social, que não se limite a ser, estar e fazer em contexto institucional, mas que

potencie os saberes dos idosos, estimulando e criando o encontro e a partilha.

Portanto, este estágio beneficiará de uma vertente de intervenção educativa e

sociocultural, apoiando-se nas temáticas já referidas e usando-as como base para a

construção do plano. Este procura colmatar algumas necessidades identificadas como

prioritárias, porque infelizmente existe, na maior parte dos casos, uma urgência em

capacitar os idosos para um envelhecimento bem-sucedido – a maioria destes tende a

manter uma postura passiva, desacreditando-se das suas próprias aptidões.

Sendo o principal foco do estágio trabalhar com os idosos que recebem o SAD,

contaremos em fazer um enquadramento deste objeto de estudo, falando sobre o seu

contributo para a qualidade de vida do idoso e, também, sobre o seu impacto na família

e no contexto dos serviços de proximidade do domiciliado.

Encontrando-se o SAD num organismo, faz todo o sentido fazer-se um

enquadramento institucional. Em seguida, serão então sinteticamente abordados os

temas da união de freguesias da conceição e de estoi e do espaço físico do CCE.

Para que tudo isto fosse possível de perceber, foi necessário desenvolver-se um

enquadramento acerca da metodologia, dos métodos e das técnicas pensadas para

aplicar as diferentes medidas. É neste capítulo “Enquadramento metodológico” que

iremos explicar a formulação do problema de investigação. Começaremos por delimitar

os objetivos, justificar o estudo com a ajuda das questões de investigação, falar da

amostra do estudo e, por último, o diagnóstico das necessidades. Seguidamente virão a

metodologia e o método de investigação em que nos suportámos e, em continuação,

quais as técnicas que foram utilizadas para a obtenção dos dados.

Depois deste capítulo é a vez de falarmos da apresentação e análise

interpretativa dos dados, do plano de intervenção no serviço de apoio domiciliário de

Estoi, da avaliação geral e das considerações finais. Por fim, teremos a lista de

referências utilizadas em todo o relatório e os anexos, como complementaridade dos

capítulos abordados.

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Parte I

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Capítulo 1. Enquadramento teórico: Envelhecimento, Qualidade de

vida e Saúde

1.1. O envelhecimento humano

O envelhecimento é um fenómeno universal, irreversível e inevitável em todos

os seres vivos. No ser humano, o envelhecimento resulta não só do envelhecimento

orgânico das células, tecidos e órgãos, com a diminuição do seu funcionamento e

consequente diminuição da sua capacidade de sobrevivência, mas, também, da alteração

dos seus papéis na sociedade (em geral) e na família (em particular) e ainda da

representação mental que o indivíduo faz de si próprio e do meio que o envolve

(Cordeiro, 1994).

A interação destes quatro principais fatores, ao longo do seu ciclo vital, é que irá

determinar o modo, mais ou menos saudável, como o indivíduo encarará o seu próprio

envelhecimento, as suas incapacidades e limitações físicas (Erikson, 1998).

1.1.1. Envelhecimento demográfico

O envelhecimento demográfico é uma realidade, atualmente vivida a nível

mundial, confirmada pelos dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) quando

afirma que haverá mais pessoas octogenárias e nonagenárias no mundo do que nunca,

de tal forma que, entre 2000 e 2050, o número de pessoas com 80 anos ou mais

aumentará quase quatro vezes chegando a 395 milhões (INE, 2011).

Esta tendência está espelhada quer na comunidade europeia quer na sociedade

portuguesa. Portugal ocupa a 6ª posição na tabela dos países com maior índice de

envelhecimento da União Europeia, segundo os dados estatísticos da Pordata (2014).

Segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), a proporção da

população com 65 ou mais anos era, em 2011, de 19% em contraste com os 8%

verificados em 1960 e com os 16% da década anterior, ultrapassando este valor a

proporção de jovens, que é de cerca 15%. Também o índice de envelhecimento da

população, que em 2011 apresenta um valor de 129, comprova que Portugal tem hoje

mais população idosa do que alguma vez teve.

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Ainda nos resultados apresentados nos Censos de 2011, verifica-se que 60% da

população idosa vive sozinha ou em companhia exclusiva de pessoas também idosas,

situação cuja dimensão aumentou 28% ao longo da última década (INE, 2011).

Em 2001 haviam 85 municípios com o índice de envelhecimento menor ou igual

a 100, enquanto em 2011 este valor é apenas de 45. Alterações nos indicadores

demográficos como o aumento da esperança média de vida, o aumento da taxa de

emigração da população ativa e a diminuição das taxas de natalidade, fecundidade e

mortalidade, são responsáveis pelo envelhecimento demográfico (INE, 2011).

Nos últimos 30 anos, a esperança média de vida cresceu, mas em ordem inversa.

A evolução científica e tecnológica ou a nova visão sobre o significado de qualidade de

vida têm-se evidenciado cada vez mais como dois dos fatores justificativos para este

aumento. Pela redução da taxa de fecundidade e natalidade que originam a redução da

população ativa e jovem do país, prevê-se um futuro onde os idosos predominam, e

cresce a preocupação com o apoio que esta população necessitará (INE, 2011).

Entre 1970 e 2001 a esperança média de vida da população do sexo masculino

situava-se inicialmente em 60,9 anos e nos últimos anos em 73,4 anos. Por sua vez, o

sexo feminino, além de apresentar uma esperança média de vida superior, acompanhou

a mesma evolução, respetivamente de 66,4 anos e 80,5 anos de idade (INE, 2011).

Nas últimas duas décadas tem-se verificado um novo movimento de correntes

imigratórias que têm permitido algum rejuvenescimento populacional, vindo a combater

o fenómeno envelhecimento e a aumentar a população ativa. No entanto, este fator não

resolve o panorama nacional vigente porque “A longo prazo a população activa,

tenderá, pois, a envelhecer progressivamente, apesar do impacto positivo da imigração

externa em Portugal…” (Cónim, 2005, p.18).

A Gerontologia, segundo Netto (citado por Freitas et al., 2006), foi criada em

1903 por Elie Metchnikoff e define-se a partir das expressões gero (velhice) e logia

(estudo), e, neste sentido lato, esta ciência tem vindo a valorizar-se, crescendo

exponencialmente a sua visibilidade pública e política, em termos mundiais, já que

enquanto campo do saber especificamente comprometido com a velhice e com o

envelhecimento, a Gerontologia tem como objeto de estudo integrado a pessoa idosa, as

suas circunstâncias e representações, sendo, atualmente reconhecida como uma área

interessante e atrativa para estudos futuros (Ribeiro & Paúl, 2012).

Esta inquietação crescente para ampliar a Gerontologia deve-se, sem dúvida, aos

inúmeros desafios lançados à sociedade moderna, como reflexo do envelhecimento

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populacional ao longo dos anos, do aumento gradual da população idosa que torna, por

sua vez, as populações envelhecidas.

A sociedade antiga, contrariamente ao que se verifica na sociedade moderna,

estimava o saber e a experiência dos mais velhos, protegendo-os e cuidando-os a todo o

custo, até um fim de vida respeitável. Como nos refere Daniel (2009), hoje não porque

tenha desaparecido o conceito de família, mas por uma necessidade de readaptação

constante às exigências sociais e económicas das famílias, o cuidado dos idosos é

confiado, muitas vezes, a grupos sociais externos à família ou instituições.

Desta forma, este envelhecimento demográfico é apontado como o fenómeno

mais relevante do século XXI nas sociedades desenvolvidas devido às suas implicações

na esfera socioeconómica, traduzindo-se na reestruturação familiar e profissional, para

além das modificações ocorridas a nível individual e em novos estilos de vida na

população portuguesa.

Este crescente fenómeno veio obrigar-nos a refletir sobre várias questões como

são exemplo a qualidade de vida dos idosos, a sua saúde, o seu estatuto na sociedade e

os serviços que existem ao seu dispor. Agora mais do que nunca, numa perspetiva de

combater todos os estigmas. É essencial que se venha a capacitar o indivíduo para uma

vida ativa e participativa nesta faixa etária, de modo a promover-se um envelhecimento

positivo e a contribuir-se para uma boa qualidade de vida, onde não se exclua o idoso da

restante sociedade, o que traduz uma forte preocupação na construção de infraestruturas

que possam dar resposta a este número crescente de idosos que necessitam de apoios.

1.1.2. Envelhecimento e o seu processo

Pensar no futuro para os idosos significa pensar em instituições e recursos

humanos que possibilitem dar apoio a todos os níveis da vida da pessoa, contribuindo

para a sua qualidade de vida. Contudo, não é só com as infraestruturas que nos devemos

preocupar, pois deve subsistir uma prestação cuidada dos serviços, tendo como especial

atenção, manter o idoso ativo e ajudá-lo a perceber que é importante viver, tal como em

qualquer outra etapa da vida, o resto dos seus dias com qualidade, com as suas

capacidades e respetivos saberes encarecidos.

Segundo Lopes (2008), atualmente o idoso é desvalorizado perante a sociedade.

Isto deve-se à relevância que é dada, socialmente, ao jovem, em detrimento de outras

faixas etárias, nomeadamente a dos idosos. É neste sentido que, a meu ver, a pertinência

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de se intervir no campo da terceira idade ascende com a clara e progressiva necessidade

de se criar um elo de ligação entre esta faixa etária – cada vez mais predominante – e a

sociedade na qual se insere, devendo-se habilitar o indivíduo para este estágio da vida,

onde possa ver como reconhecidas e úteis as suas vivências do passado e,

consequentemente, como alguém provido de sabedoria e não como fardo, mudando

gradualmente a conceção que a sociedade possui do idoso.

Sendo cada um de nós portador de uma herança genética, herdamos dos nossos

progenitores a predisposição para desenvolver determinados comportamentos, incluindo

a forma como envelhecemos e de como impulsionamos o nosso próprio processo de

envelhecimento. Já que envelhecer é uma inevitabilidade do ser humano, envelhecer

com qualidade é, sobretudo, uma escolha que deve ser feita o quanto antes.

Tendo em conta as alterações das sociedades ao longo dos séculos, que

contribuíram para a transformação da visão sobre o envelhecimento e para a evolução

das instituições, atualmente estas têm revelado deter uma missão preponderante para

proporcionar uma velhice digna ao indivíduo, mostrando como deve ser respeitado o

envelhecimento e tudo o que está subjacente a este.

O ciclo de vida compreende que a pessoa nasça, cresça, atinja o auge das suas

capacidades físicas, envelheça e, finalmente, morra. Com a evolução dos cuidados de

saúde e da medicina, tem havido um aumento da qualidade de vida dos idosos, o que

permite ao indivíduo desfrutar da sua velhice em pleno. Em 1999 foi proclamado o Ano

Internacional da Pessoa Idosa onde a expressão “por uma sociedade para todas as

idades” foi adotada com o slogan pela Assembleia das Nações Unidas, pressupondo “A

participação dos idosos na vida da comunidade, nas vertentes cultural, social económica

e política, em comunhão com todas as outras gerações, dando particular atenção aos

seus espaços relacionais e garantindo a continuidade dos laços familiares e sociais”

(Damas, 2007, p.16).

De facto, nos últimos anos tem-se verificado um maior apoio a vários níveis às

pessoas idosas, apesar da velhice nem sempre ter sido tratada da mesma forma. Hoje em

dia, expressões como terceira idade e velhice são utilizadas de forma arbitrária, sem nos

apercebermos, muitas das vezes, do que cada uma implica e que processos e

construções sociais conduziram a essas expressões.

A cada uma destas expressões “velhice” e “terceira idade” (pessoas com idade

igual ou superior a 65 anos) corresponde, histórica e sociologicamente, uma definição e

uma forma de intervir na velhice.

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Desde a Revolução Industrial até meados do século XX, a velhice era associada

à incapacidade para o trabalho e à pobreza, sendo, portanto, incluída na categoria dos

indigentes, cujo apoio se resumia a instituições de beneficência. Era sinónimo de

dependência e inutilidade, encontrando-se inserida na área de exclusão social, onde os

idosos de classes sociais mais favorecidas eram apoiados pelo setor doméstico. Assim, a

velhice não pertencia a uma categoria social autónoma, nem havia uma intervenção

pública dirigida especificamente à mesma. Estávamos, segundo Guillemard (citado em

Veloso, 2005, p.31), “… perante uma velhice invisível”.

Todavia, diferentes mudanças fizeram emergir a categoria social autónoma da

terceira idade.

Uma das grandes alterações que contribuiu para mudar a forma de perspetivar a

velhice foi a constituição e a generalização de sistemas de reforma. Como defende

Guillemard (citado em Veloso, 2005, p.49), “a difusão das reformas … representa a

condição essencial da emergência de uma nova concepção de velhice e de uma nova

maneira de a gerir”. Com esta medida, o termo velhice deixou de estar associado a uma

incapacidade para trabalhar e passou a ser entendido como inatividade pensionada, ou

seja, a generalização do sistema de reforma contribuiu para que todas as pessoas, a

partir de uma determinada idade, ficassem dispensadas de trabalhar independentemente

da sua capacidade para realizar trabalho.

A construção dos sistemas de reforma contribuiu para se provocar uma alteração

nos estatutos sociais. Passou-se para uma sociedade na qual a segurança já não se

baseava na propriedade, no estatuto ou na família, mas no trabalho. Portanto, as

reformas valorizavam o indivíduo, passando este a ter um futuro emancipado da família

e a ser mais independente.

Na ótica de Guillemard (citado em Veloso, 2005) a situação de reforma, ao ser

comum para um determinado grupo etário, conferiu identidade ao idoso e tornou-o

identificável. A entrada para o mundo da reforma marcava a saída do mundo ativo por

critérios formais e não pelo facto de o trabalhador não ter capacidade para desempenhar

as suas funções. Neste sentido, os indivíduos ficam dispensados de trabalhar, mesmo

que a sua idade varie de acordo com a profissão, a posição hierárquica e social. Perante

as alterações que se fizeram sentir, o mesmo autor afirma que estamos perante uma

velhice identificada.

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A expressão “terceira idade” corresponde, então, a uma nova definição de

velhice, vencendo a imagem decadente e indigente, e dando lugar a uma velhice

autónoma, independente, capaz e ativa em que Morato (1986, p.176) esclarece-nos que

Os conceitos ligados às palavras velho, envelhecer, velhice e envelhecimento

são muito complexos. O adjectivo velho, no grau positivo, significa deteriorado

e aplica-se a coisas, pessoas ou animais; como substantivo refere-se

exclusivamente a pessoas de idade avançada; já como adjectivo no grau

comparativo têm apenas um significado cronológico.

Por conseguinte, todas as definições que se possam dar nunca serão suficientes

para dizer o que na realidade é ser idoso. Há, no entanto, necessidade de definições para

nos entendermos na comunicação. Por isso, a OMS classifica como idosos as pessoas

“…com mais de 65 anos de idade, em países desenvolvidos, e com mais de 60 anos de

idade, em países em desenvolvimento” (Imaginário, 2004, p.45).

Na perspetiva de Marchand (2005), o desenvolvimento ocorre ao longo de toda a

vida, caracterizando-se por ser multidirecional (efetua-se por múltiplas vias),

multidimensional (ocorre em diferentes dimensões: física, intelectual e social) e

contextual. Em muitos escritos, subsiste o pressuposto de que a última fase da vida é,

essencialmente, um tempo de perdas, de deterioração do funcionamento e de regressão a

uma segunda infância.

Lima (2006) evidencia que a investigação gerontológica tem vindo a dissipar os

estereótipos associados aos idosos enquanto seres frágeis, dependentes ou pobres e, só

mais recentemente, tem contribuído para a descrição do que é o adulto na maturidade

tardia. Pois para Paúl (1997, p.11),

A forma como envelhecemos tem a ver com a forma como nos desenvolvemos,

ou seja, a senescência é uma função do meio físico e social em que o organismo

se desenvolve e envelhece, o envelhecimento é a contrapartida do

desenvolvimento.

Assim, o envelhecimento deve ser encarado como sendo um processo natural e

biológico, de todos os seres humanos, porque desde que nascemos começamos a

envelhecer. Reforçando a sua ideia, Paúl (1997, p.7) ainda nos diz que

O ser humano envelhece porque é um processo universal inerente a todos os

seres vivos; é um processo normal, que faz parte da vida de qualquer ser

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humano. Envelhecimento é diferente de velhice dado que o envelhecimento

começa assim que somos gerados, a velhice dado que o envelhecimento começa

assim que somos gerados, a velhice e os seus sinais e sintomas físicos e mentais

só se manifestam de forma clara a partir de determinada idade.

O conceito de velhice está intimamente ligado a um determinado período de vida

de uma determinada pessoa, mas não só. Quando perguntamos a alguém o que é uma

pessoa idosa, rapidamente compreendemos que são, maioritariamente, encarados como

alguém inválido, que pode ser um fardo para a sociedade ou para a família. Ou seja,

mediante esta perspetiva percebemos que é um termo estereotipado e associado à

solidão, à incapacidade e até mesmo à apatia. São estes estereótipos que a nossa

sociedade cria e reproduz, tal como nos diz Fernandes (2005, p.12), “… vivemos numa

civilização de jovens em que se evita a velhice, em que se evitam as próprias aparências

de velhice”.

Repensando no conceito de velhice de acordo com Fernandes (2005), devemos

procurar encará-la como um estado de espírito, como uma forma de ser e de estar e que

varia de pessoa para pessoa, de acordo com a experiência de vida, fatores sociais,

culturais, religiosos, entre outros, e que não está propriamente correlacionado com uma

idade como afirmava o autor. Portanto, “… ser-se mais velho, em termos biológicos,

não tem sempre o mesmo significado em termos sociais … a condição de idoso na nossa

sociedade é um produto de determinadas circunstâncias demográficas e outras”

(Rodrigues, 1999, p.21).

Tal como afirma Fonseca (2006, p.22),

Quando pensamos em idade pensamos habitualmente no tempo que vivemos

desde que nascemos, isto é, a idade cronológica. …Assim, mais importante do

que o tempo em si mesmo é compreender que o comportamento humano é

afectado por experiências que ocorrem durante a passagem desse tempo …

De acordo com alguns dos estudos realizados por Simões (1999) neste domínio,

compreende-se que as pessoas mais velhas mantêm a sua capacidade de aprender, uma

plasticidade mental razoável, assim como a experiência e saberes adquiridos e

construídos ao longo da vida. As descobertas sugerem que a última fase da vida é um

período de satisfação para a generalidade das pessoas. Relativamente à memória dos

idosos, os problemas identificados não se devem à perda de capacidade de

armazenamento, mas “… dos processos que garantem a transferência da informação de

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armazenamentos transitórios para os da memória a longo prazo, e sua recuperação”

(Marchand, 2005, p.153).

Podendo o envelhecimento ser definido de uma forma prática e simplista como

sendo um processo pelo qual a pessoa se vai transformando em idoso, ou então procurar

uma definição biológica, assim saberemos que se trata de um conjunto de fenómenos

que levam à redução da capacidade de adaptação a sobrecargas funcionais.

Em traços gerais, o envelhecimento poderá ser entendido conjugando-se a análise

de duas perspetivas: por um lado a biológica, que incluirá tudo o que se relacione com o

corpo, as capacidades, as patologias e as vulnerabilidades que vão surgindo com o

avançar da idade; e a psicológica, que envolverá todos os aspetos referentes ao bem-

estar emocional do idoso.

Contudo, não nos podemos esquecer que, para Zimerman (2000, p.22), “… com o

passar dos anos, o desgaste é inevitável. Sabemos que a velhice não é uma doença, mas,

sim, uma fase na qual o ser humano fica mais suscetível a doenças”, mas Ferreira e

Maciel (2010, p.2) esclarecem-nos dizendo que “… a dependência não é um estado

permanente, mas sim um processo dinâmico, cuja evolução pode-se modificar e até ser

prevenida ou reduzida, se houver ambiente e assistência adequados”.

Se por um lado Zimerman (2000) diz-nos que não devemos dizer que uma

pessoa é velha pela idade que tem, por outro esclarece-nos que devemos ter em conta

aquilo que a pessoa realmente é, ainda que existam sinais visíveis que nos indicam que

determinada pessoa é idosa. Para a autora, a expressão “velho” não é depreciativa mas

até carinhosa, pois velho é sinal de experiência, de sabedoria e de reconhecimento,

ainda que, tendencialmente, se associe a palavra “velho” a uma conotação depreciativa,

o que leva a que se opte pela palavra “idoso”.

Portanto, envelhecer é transitar para uma nova etapa da vida e deve ser encarada

de forma positiva, saudável e proactiva, pois a “Velhice não é uma doença, mas sim

uma fase na qual o ser humano fica mais susceptível a doenças” (Zimerman, 2000,

pp.19-22).

É de salientar que o envelhecimento humano não é só um problema

demográfico, mas é sobretudo um fenómeno mais complexo que envolve aspetos

socioculturais, políticos e económicos em interação dinâmica e permanente com a

dimensão biológica e subjetiva dos indivíduos. Por isso, a reestruturação dos sistemas

de reforma, os regimes de previdência social e o aumento das instituições de apoio à

velhice são indicadores da preocupação e adaptação social ao fenómeno do

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envelhecimento. Devem ser estimuladas atividades de tempos livres variadas, contactos

afetivos e sociais, relações familiares, formas de apoio e assistência na doença, na

alimentação e na higiene.

1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso

O envelhecimento demográfico e as suas repercussões sensibilizaram, de facto,

as sociedades e os seus dirigentes para a necessidade de inclusão, integração e

valorização desta população que se via a aumentar. Repare-se que já em 1991 são

definidos princípios a favor da pessoa idosa, nomeadamente o princípio da

independência onde se inclui o acesso aos direitos básicos bem como a possibilidade de

se residir no seu domicílio tanto tempo quanto possível.

Todo este percurso temporal das políticas sociais vem determinar os valores e os

princípios das políticas sociais. Citando Kraan et al. (1993, p.44) “…a mais moderna

noção de inovação nas políticas sociais para a terceira idade em Portugal caracteriza-se

por programas descentralizados, desenvolvidos no âmbito local mas que têm

implicações a nível central”. Acontece que em Portugal a política caracteriza-se pela sua

centralização completa no desenho de políticas num organismo central nacional que é o

Ministério da Solidariedade e da Segurança Social.

Neste sentido, revela-se necessário e conveniente descentralizar as políticas

relacionadas com a terceira idade, em termos de desenho, implementação e avaliação de

cada uma das medidas para este setor. É com uma efetiva descentralização que, a partir

da elaboração de diagnósticos sociais feitos a nível local pelos trabalhadores de terreno,

se vão inovando pouco a pouco algumas respostas sociais que posteriormente inspirarão

as políticas de envelhecimento (Lopes, 2008).

Na realidade, as respostas sociais vão surgindo para que se solucionem ou

amenizem algumas questões relacionadas com o envelhecimento, mas a estrutura

(política) fundamental em que se deveriam apoiar estas respostas carece de uma

estrutura suficientemente firme que, afinal de contas, não passa sob um ponto de vista

individual, de uma política suavizante usada em situações de emergência, sendo as

respostas sociais intenções convertidas em ações utilizadas como o meio mais imediato

para estes fins, porque “A política de velhice tem de ser necessariamente

intersectorial…exigente na diversificação das respostas, e na respetiva contextualização,

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bem como na qualidade, na abrangência e na precocidade da intervenção” (Quaresma,

1999, p.18).

As dinâmicas das políticas sociais, numa primeira fase, começaram por se

apresentar num contexto mais assistencialista em que a única modalidade de

intervenção então concebível seria o alojamento coletivo – a institucionalização. Para

Correia (2011, p.17):

As políticas sociais europeias começaram a apelar à assistência ao idoso no

sentido da prevenção, da recuperação e da preservação da independência, dando

prioridade às ações que visem manter o idoso no seu domicílio, dando

relevância à desinstitucionalização (ou pelo menos à institucionalização o mais

tardia possível), orientada para a valorização da vida do idoso numa perspetiva

de inserção na comunidade.

Ou seja, permitiam a continuidade da interação com as pessoas que lhes são

próximas, o que se traduz em menos uma perda no seu processo de envelhecimento.

Foi assim que, ao tornar-se um problema social, o envelhecimento da população

passou a mobilizar um conjunto de medidas que revertessem a favor do bem-estar e das

condições de autonomia da pessoa idosa.

Torna-se inevitável começar a dar-se mais importância ao fenómeno do

envelhecimento demográfico e às políticas sociais de velhice. São, então, formuladas

várias respostas com o fim de garantir o envelhecimento bem-sucedido do idoso e

respetivo bem-estar, estando, entre elas, os centros de convívio, os centros de dia e de

noite, as estruturas residenciais para idosos, residências, acolhimento familiar de idosos,

centros de acolhimento temporário de emergência para idosos e os serviços de apoio

domiciliário.

A medida do SAD, que assenta numa vasta oferta de serviços diversificados,

pela sua estrutura e planeamento, incorpora uma intervenção distinta das outras

respostas sociais e surgiu como opção para inverter a situação de centralização

evidenciada anteriormente pelas políticas sociais relativas aos idosos. Rodríguez e

Sánchez (2000, p.17) explicam-nos que

La atención en su domicilio de personas dependientes es un modo operativo

descentralizado, contrario a la prestación del servicio en un centro. El próprio

término “centro” revela que la intervención residenciada en el mismo

representa una manera centralizada de acción.

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O serviço de apoio domiciliário surge como sendo uma das medidas políticas

pertencentes ao Programa de Apoio Integrado a Idosos (PAII) cujo objetivo pressupõe a

melhoria da qualidade de vida das pessoas idosas, prioritariamente no seu meio habitual

de vida, junto dos seus familiares, amigos e vizinhos, implementando-se através de

projetos de desenvolvimento central e a nível local.

De acordo com a Segurança Social, o PAII foi criado por Despacho conjunto, de

1 de Julho de 1994, dos Ministros da Saúde e do Emprego e da Segurança Social e

propõe alcançar os seguintes objetivos: i) promover a autonomia das pessoas idosas ou

pessoas em situação de dependência, prioritariamente no seu meio habitual de vida; ii)

estabelecer medidas que melhorem a mobilidade e acessibilidade a serviços; iii)

implementar respostas de apoio às famílias que prestam cuidados a pessoas em situação

de dependência, especialmente idosos; iv) promover e apoiar a formação de prestadores

de cuidados informais e formais, de profissionais, familiares, voluntários e outras

pessoas da comunidade; v) desenvolver medidas preventivas do isolamento e da

exclusão; vi) contribuir para: vi.i) a solidariedade entre as gerações; vi.ii) uma sociedade

para todas as idades; vi.iii) o desenvolvimento de respostas inovadoras e integradas

(saúde/ação social); vi.iv) a promoção de parcerias; vi.v) a criação de postos de

trabalho.

Reflexo disso foi o resultado do diálogo social e as negociações com os

parceiros que foram introduzidos pela Comissão Europeia em 1994 dando uma

reconfiguração diferente à palavra «rede», que passou a constituir desde então a nova

morfologia social das nossas sociedades. Segundo Castells (2006, p.25):

A sociedade em rede correspondente à nova estrutura social surgiu a 18 de

Novembro de 1997 pela Resolução do Conselho de Ministros no âmbito das

políticas sociais - o Programa Rede Social - uma medida de política social que

reconhece e incentiva as atividades das redes de solidariedade local no combate

à pobreza, à exclusão social e à promoção do desenvolvimento social. Define-se

como sendo um fórum de articulação e conjugação de esforços, baseando-se na

adesão livre por parte das autarquias e das entidades públicas ou privadas sem

fins lucrativos que nela queiram participar, conjugando os seus esforços

fundamentados na responsabilização e mobilização do conjunto da sociedade

para o esforço do alcance de um padrão social dominante de bem-estar, através

de um trabalho em parceria.

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15

Foi em consequência de toda esta evolução e alterações no quadro da política

social e do envelhecimento que se vai alcançando o aumento da rede social, com a

pretensão de se chegar cada vez mais às pessoas e às suas reais necessidades.

1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento

Um dos triunfos mais significativos do século XX foi o aumento da esperança

média de vida da população. A população idosa ocupa cada vez mais um papel

fundamental na estrutura demográfica mundial, verificando-se uma inversão das

pirâmides etárias na generalidade dos países desenvolvidos.

A terceira idade consiste numa fase dominada por enormes transformações quer

a nível físico, psíquico ou social e apesar do envelhecimento ser um processo natural,

depende em grande parte dos comportamentos e hábitos de vida do indivíduo.

Vimos que o progressivo envelhecimento demográfico constitui um dos traços

mais marcantes das sociedades contemporâneas. Se, por um lado, a longevidade

representa um notável progresso social, por outro, impõe grandes exigências

económicas, sociais, políticas e culturais.

Tanto o envelhecimento do indivíduo como a mudança das estruturas sociais

sofreram duas evoluções distintas, cujas dinâmicas são independentes, mas, no entanto,

uma acaba sendo capaz de influenciar a outra (Riley & Riley, 1991). Pensando no que

ocorre nas sociedades modernas nas últimas décadas, a inquietação e a perplexidade são

sensações reais, onde “A dinâmica do envelhecimento traz consigo a mudança da

dinâmica das estruturas” (Riley & Riley, 1991, p.6), que implica um desequilíbrio entre

as forças e as capacidades potenciais do número cada vez maior de pessoas que viveram

muitos anos, e a ausência de papéis produtivos ou carregados de sentido, que significa

postos na estrutura social que aprovariam encorajar e recompensar essas novas forças.

Através das primeiras pesquisas pudemos entender que é cada vez mais

frequente falar de um envelhecimento ativo reconhecendo que este aplica-se, de acordo

com o pensamento de Jacob (2007, p.20),

… tanto a indivíduos como a grupos populacionais e permite que as pessoas

percebam o seu potencial para o bem-estar físico, social e mental ao longo do

curso da vida e inclui a participação activa dos séniores nas questões

económicas, culturais, espirituais, cívicas e na definição das políticas socias.

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Fonseca (2006) realça a questão da saúde física e mental nos idosos, “real e

percebida como um aspecto fundamental na análise das condições psicológicas do

envelhecimento, nomeadamente a satisfação com a vida e a própria qualidade de vida

do idoso” (p.125).

A OMS (citada em Imaginário, 2004, p.54) define saúde como “um estado de

completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença ou

enfermidade”. Esta definição reflete um conceito holístico de saúde, que reconhece não

apenas o aspeto físico do envelhecimento, mas também os aspetos sociais e emocionais

da saúde.

Hoje, para além do desejo de viver muitos anos, há uma grande preocupação

com a saúde e o bem-estar da pessoa idosa, encarados como indicadores de qualidade de

vida.

A partir do momento em que a qualidade de vida passou ser vista como um

indicador de adaptação ao envelhecimento, surgiu uma crescente preocupação e

investigação no âmbito da qualidade de vida das pessoas idosas.

A associação dos conceitos de qualidade de vida e envelhecimento revela-se

complexa, uma vez que os dois conceitos dependem de inúmeros fatores. O crescente

envelhecimento da população tem vindo a despertar interesse nesta temática,

nomeadamente no que diz respeito à qualidade de vida no idoso (Paúl & Fonseca,

2001).

A qualidade de vida é, cada vez mais, um tema de particular interesse, uma vez

que viver não se restringe apenas a uma forma de subsistência, mas sim uma forma de

promoção da saúde em vez da doença. Deste modo, a promoção da qualidade de vida

nas pessoas idosas implica a adoção de estilos de vida adaptados às alterações

biológicas e psicológicas do envelhecimento (Squire, 2005).

A definição do conceito “qualidade de vida” é algo difícil de materializar. Bond

e Corner (2004) referem que existem dois tipos diferentes de definições: as definições

dos especialistas e as definições laicas. Existem ainda diferenças entre as perspetivas

individuais e societais acerca da qualidade de vida, que se constitui como um conceito

multidimensional, com limites mal estabelecidos. Desta forma, estes autores identificam

alguns domínios-chave na qualidade de vida: a satisfação subjetiva, fatores do meio

físico e social, fatores socioeconómicos, fatores culturais, fatores do estado de saúde,

fatores de personalidade e fatores de autonomia pessoal.

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Nobre (2009) refere que o conceito de qualidade de vida parece estar

relacionado com as experiências de vida de cada pessoa. Castellón (2003, citado em

Fonseca, 2005) afirma existirem diversas formas de conceptualizar a qualidade de vida

na velhice, nomeadamente: (i) em termos das condições de vida; (ii) em termos de

satisfação pessoal com as condições de vida; (iii) combinando as condições de vida e a

satisfação; (iv) combinando condições de vida e satisfação pessoal de acordo com os

critérios do próprio sujeito.

Ou seja, já não se trata apenas de prevenir o aparecimento de doenças, mas de

propiciar, sobretudo, qualidade de vida em termos de bem-estar físico, funcional,

psicológico, psíquico e social, pois o termo “qualidade de vida” foi, e continua a ser,

muito utilizado em definições que não têm uma aceitação igual, o que parece lógico

dada a evidência da pluralidade conceptual ao nível dos indivíduos.

É neste sentido que o termo envelhecimento ativo foi adotado pela OMS (2005),

no final dos anos 90. Este pretende transmitir uma mensagem mais abrangente, que

reconhece, para além dos cuidados a nível da saúde, outros fatores que afetam o modo

como os indivíduos e as populações envelhecem. Ou seja, a OMS (2005, p.13) propôs

este conceito como sendo um “processo de optimização de oportunidades para a saúde,

participação e segurança, no sentido de aumentar a qualidade de vida durante o

envelhecimento”. Assim, a qualidade de vida, o bem-estar e a manutenção das

qualidades mentais estão diretamente relacionadas com a atividade social, o convívio, o

sentir-se integrado e útil na família e na comunidade.

Perante essas exigências, em Abril de 2002 na Segunda Assembleia Geral sobre

o Envelhecimento, os governos lançaram o desafio para a estruturação de um Plano

Internacional de Ação para o Envelhecimento, plano esse que se “… dirigia em três

direções fundamentais: as pessoas de idade e o desenvolvimento; a promoção da saúde e

do bem-estar na velhice e a criação de ambientes emancipadores e propícios”

(Imaginário, 2004, p.14).

Neste âmbito, convém salvaguardar que esta urgência na criação de um plano

não foi novidade, já que em 1982 as Nações Unidas tinham estabelecido o Plano de

Viena de ação para o envelhecimento e, posteriormente em 1991, foram estabelecidos

os princípios das Nações Unidas para as pessoas idosas que se organizavam em cinco

dimensões: “independência, participação, cuidados, realização pessoal e dignidade”

(Fonseca, 2006, p.15).

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18

Por conseguinte, com base nas conclusões resultantes dos encontros acima

referidos, a OMS (2005) introduziu o conceito de envelhecimento ativo, definindo-o

como o processo pelo qual se otimizam as oportunidades de bem-estar físico, social e

mental ao longo da vida, com o objetivo de aumentar a esperança de uma vida saudável,

a produtividade e a qualidade de vida para todos os indivíduos que estão a envelhecer,

incluindo aqueles que se encontram incapacitados fisicamente e que precisam de

cuidados específicos. Este conceito estabelece assim um novo paradigma da velhice, em

que esta deixa de ser sinónimo de exclusão social e incapacidade, passando a ser

sinónimo de inclusão social e atividade.

A noção de envelhecimento ativo aplica-se tanto a indivíduos como a grupos

criando várias formas de participação ativa dos idosos na sociedade. Neste sentido, uma

dessas formas refere-se ao voluntariado, área onde os seniores ocupam já uma faixa

importante. Geralmente, o voluntariado exercido pelos idosos focaliza-se na cultura, no

ensino e na ação social e humanitária, constituindo tudo isto um importante elemento

para a manutenção do bem-estar e da qualidade de vida na velhice (Jacob, 2008).

A nível individual, Jacob (2008) clarifica que o envelhecimento ativo pode ser

definido como o conjunto de ações e atitudes que os indivíduos podem adotar de forma

a prevenir ou adiar as dificuldades associadas ao processo de envelhecimento. Neste

campo de ação destacam-se atitudes como a adoção, ao longo da vida, de hábitos

alimentares saudáveis, a realização de jogos intelectualmente estimulantes, a prática de

exercício físico regular, a escrita e a leitura, entre outros.

Para além disso, o envelhecimento ativo também pode ser promovido nas

instituições de acolhimento de idosos. De um modo geral, este tipo de instituições são

espaços tendencialmente autoritários e de pouca privacidade, ou seja, por vezes existem

situações em que a participação do idoso na vida da instituição é quase nula dada a

omnipotência da organização sobre todos os aspetos da vida comunitária. Deste modo,

torna-se necessário dar voz às preferências e gostos dos idosos onde, por exemplo, estes

possam participar em tarefas simples como na elaboração da ementa, escolherem a hora

de acordar e de se deitar ou ajudar os auxiliares em qualquer tipo de tarefas.

Cada situação, de todas as esferas de vida, contribui para uma adaptação mais ou

menos favorável aos desafios do envelhecimento, num balanço de vantagens e

desvantagens que se equilibram, diferentemente, em cada percurso individual. Assim, o

modelo de envelhecimento preconizado pela OMS (2005) depende de uma diversidade

de fatores, denominados de determinantes sociais.

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Por conseguinte, um primeiro fator diz respeito à saúde. De forma a promover o

envelhecimento ativo, os sistemas de saúde precisam ter uma perspetiva de trajeto de

vida que vise a promoção da saúde, a prevenção de doenças e o acesso imparcial dos

indivíduos a cuidados primários de qualidade e a tratamento de longo prazo. Por sua

vez, os serviços de saúde e os serviços sociais precisam estar integrados, acessíveis e

coordenados (OMS, 2005).

O The World Health Organization Quality of Life Group (WHOQOL Group,

1994, citado em Paúl & Amado, 2005) é um grupo de trabalho sobre a qualidade de

vida, criado sob a salvaguarda da OMS na década de 1990, que definiu a qualidade de

vida como “… a perceção individual da sua posição na vida no contexto da cultura e

sistema de valores nos quais se insere e em relação aos seus objetivos, expectativas,

padrões e preocupações” (WHOQOL Group, 1994, citado em Paúl & Amado, 2005,

pp.77-78).

A qualidade de vida está implicitamente ligada a um envelhecimento

bem-sucedido, que Paúl e Amado (2005) afirmam ser, na sua versão mais básica, a

autonomia física, psicológica e social dos idosos. Para estes autores, o sucesso no

envelhecimento depende da competência e empenho na vida.

O conceito de envelhecimento ativo integra a influência da cultura e do género

no processo de envelhecimento, onde se incluem ainda vários outros fatores, tais como:

fatores económicos, fatores relativos a serviços sociais e de saúde, fatores

comportamentais, fatores pessoais, ambiente físico e fatores sociais. Os vários aspetos a

ter em conta nestes fatores contribuem com pesos diferentes para a satisfação e

qualidade de vida dos idosos, conforme os seus contextos (OMS, 2005). O indivíduo é,

pois, um ator e responsável direto pela sua qualidade de vida, sobretudo em idades mais

avançadas.

As teorias de envelhecimento bem-sucedido, de acordo com Fonseca (2005,

p.288),

vêem os indivíduos idosos como pró-activos, regulando a sua qualidade de vida

pela definição de objetivos e lutando para os atingir, servindo-se para tal de

recursos que são úteis para a adaptação a mudanças relacionadas com a idade e

envolvendo-se ativamente na preservação do seu bem-estar.

Um segundo fator, o comportamento do indivíduo, remete para a adoção por

parte deste de estilos de vida saudáveis, tais como a prática de exercício físico regular

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ou uma alimentação saudável, o que pode aumentar a sua qualidade de vida (OMS,

2005).

O terceiro fator, particularmente importante, é o ambiente físico, o qual pode

determinar a independência ou dependência do indivíduo. Por exemplo, pessoas idosas

que habitem em ambientes ou áreas de risco com diversas barreiras físicas,

provavelmente saem com menos frequência e, por isso, estão mais sujeitas à depressão,

isolamento, redução da forma física e a um aumento de problemas de mobilidade

(OMS, 2005). Nesse sentido, cabe à sociedade criar espaços seguros e acessíveis a todos

os idosos.

Um quarto fator, o económico, remete para a importância de se ter em conta o

rendimento, o trabalho e a proteção social. Grande parte dos idosos dispõe de poucos

recursos económicos, o que afeta negativamente a sua saúde e independência. Neste

sentido, as políticas de envelhecimento ativo precisam de se cruzar com projetos mais

amplos de modo a garantir que os idosos tenham melhores recursos económicos (OMS,

2005).

O quinto fator, meio social, diz respeito a aspetos como o apoio social,

oportunidades de educação e aprendizagem permanente. Neste domínio, o apoio social

permite reduzir a solidão e o isolamento social na velhice e, naturalmente, evitar o

aparecimento de problemas psicológicos nos idosos. Assim, torna-se importante que a

sociedade promova redes de contacto sociais para as pessoas idosas a partir de grupos

comunitários liderados pelos idosos, como é exemplo o voluntariado ou programas que

promovam a intergeracionalidade que desenvolvem as competências e a confiança que

necessitam para se adaptarem e permanecerem independentes à medida que envelhecem

(OMS, 2005).

Por último, importa considerar os fatores pessoais como a genética e a

capacidade cognitiva, dado que determinam, igualmente, a promoção do

envelhecimento ativo.

Fonseca (2008) refere que na fase mais avançada da vida, existem de uma forma

geral mais perdas do que ganhos, pelo que se pode falar em vulnerabilidade dos idosos,

assumindo a saúde um papel primordial nessa vulnerabilidade. Bond e Corner (2004)

dizem que a saúde é extremamente importante na perceção individual da qualidade de

vida. Já Paúl (1997) afirma que a saúde, real ou percebida, é um aspeto fundamental

para se perspetivar um envelhecimento ótimo, pois é ela a principal preocupação dos

idosos.

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Fonseca e Paúl (2008) afirmam mesmo que se pode prever a qualidade de vida

dos idosos pela sua saúde. Quando, do ponto de vista da saúde, não há sucesso no

envelhecimento, surgem as patologias, sendo que as patologias mais frequentes nos

idosos são a depressão (com caráter mais psicológico) e as demências, especialmente

tipo Alzheimer (de caráter mais fisiológico) (Fontaine, 2000).

Se no campo da saúde, o prolongamento da vida se avalia facilmente através das

taxas de mortalidade, a qualidade de vida já é mais difícil de quantificar, exigindo uma

definição mais precisa do termo e uma metodologia adequada à sua medição. Para

Fonseca e Paúl (2008), o conceito de qualidade de vida tem a ver com a perceção por

parte dos indivíduos ou grupos de que as suas necessidades são satisfeitas e não lhes são

negadas oportunidades para alcançar o estado de felicidade e de realização pessoal na

procura de uma qualidade de existência acima da mera sobrevivência.

Coste (1993, citado em Herrisson & Simon, p.33), afirma que a qualidade de

vida na pessoa idosa dependerá da

… preparação física, psicológica e social para a reforma, prolongando o período

de actividade e capacidade para viver autónomo; minimização nas dificuldades e

desconforto que as doenças crónicas possam provocar e promoção de um

suporte emocional à pessoa idosa e família, assegurando menor stress físico e

mental perante doenças terminais.

A educação para a saúde aqui entendida, refere-se não só à saúde física, mas

também à saúde mental e social. O idoso, ao manter as relações interpessoais e através

de atividades de estimulação cognitiva e motora, contribui para a saúde na sua

totalidade, levando a uma melhor qualidade de vida onde “… o processo de educação

para a saúde deve permitir ao idoso a promoção das condições necessárias ao exercício

de uma autonomia sem entraves e incentivando a auto-realização pessoal” (Almeida,

2006, p.116).

Quaresma (2008, p.51) entende o envelhecimento ativo como “a possibilidade

de envelhecer com saúde e autonomia, continuando a participar plenamente na

sociedade enquanto cidadão ativo. Independentemente da idade, todos podem continuar

a desempenhar um papel na sociedade e a usufruir de uma boa qualidade de vida”.

O envelhecimento ativo está inteiramente relacionado com a promoção da

autonomia e assenta em duas premissas: a prevenção do isolamento social e a solidão

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das pessoas idosas. Também a questão da qualidade de vida e do bem-estar estão

diretamente ligadas ao convívio, à participação, à atividade familiar e ao sentir-se útil.

O isolamento social pode comprometer o envelhecimento ativo. Esta realidade,

já identificada por várias entidades, é a razão pela qual se procura, através da prevenção

e da articulação, a identificação de situações de vulnerabilidade nesta população e

começar a intervir desde logo com todas as ferramentas para ajudar o idoso a se sentir

parte integral do grupo e do meio.

Falar do idoso implica não só refletirmos sobre uma pessoa, que faz parte de

uma sociedade e comunidade, mas também percebermos algumas alterações específicas

que estão associadas à idade. Como temos vindo a salientar, esta etapa pode e deve ser

vivida com felicidade, no entanto não deixa de ser uma fase complicada por diversos

fatores. Estes fatores contribuem para a tristeza e infelicidade, levando a depressões e a

outros problemas de saúde. Desta forma, é necessário ter em conta a história de vida de

cada um e a caracterização familiar e social em que o idoso vive, para que se possa atuar

precocemente antes que advenha algum tipo de demência, por exemplo.

Envelhecer bem e ativamente é um processo diferenciado, varia de indivíduo

para indivíduo, na medida em que cada um o vive consoante determinados contextos

físicos, sociais e humanos, aliados a todas as vivências e projetos de vida individual. A

qualidade de vida nesta faixa etária depende claramente de vários domínios e só se

verifica quando há longevidade, saúde biológica e mental, interação e competência

social, controlo e autonomia, bem-estar e atividade.

1.3. A animação sociocultural como promotora da qualidade de vida

A animação nasceu na Europa durante os anos 50 e 60 como resposta à crise da

identidade urbana e aos défices socioculturais provocados pelo crescimento acelerado e

pela concentração de grandes massas de população sem equipamentos culturais nem

estrutura associativa.

Acompanhando a proposta de Lopes (2008), reconhece-se a emergência da

animação sociocultural em Portugal associada ao Movimento da Escola Nova e de

Educação Popular, assim como a importância de que se revestiram as campanhas do pós

25 de Abril de 1974, distinguindo-se pelo seu carácter revolucionário, emancipatório e

de forte potencialidade mobilizadora da população.

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A expressão “animação sociocultural” não tem sido sinónimo de clareza e rigor

conceptual. Conforme Canário (2000, p.72),

as dificuldades de conceptualização representam a tradução da distância que

separa, por um lado, o desenvolvimento real destas práticas, no campo social e

cultural, e por outro, a limitada exploração a que estas práticas têm sido

submetidas, a partir de estratégias de investigação.

Ainda assim, esta apareceu “com a finalidade principal de fomentar atitudes de

participação ativa dos indivíduos, no processo do seu próprio desenvolvimento, quer

social quer cultural” (Valente, 2010, p.13). Logo, vem tornar importante a estimulação

de vivências e saberes dos indivíduos, de maneira a contornar a ideia de que os

conhecimentos adquiridos ao longo da vida não são valorizados e que, como nos refere

Zimerman (2000, p.27), “no «pacote» da velhice devem constar ideias como a de que os

velhos já produziram muito ao longo da sua vida, continuam produzindo de diversas

maneiras e agora merecem receber mais atenção e respeito”.

A partir de 2010 ficou claro que as competências técnicas que hoje se exigem a

um profissional de animação sociocultural registam-se na sua capacidade de caraterizar

um contexto, reconhecendo-lhe as suas potencialidades e fragilidades; de intervir junto

de populações vulneráveis, com finalidades e objetivos que explicitem a sua

intencionalidade; e de avaliar os resultados da intervenção.

Neste seguimento, Osório (citado em Valente, 2010, p.14) afirma que “a prática

da animação sociocultural tem a missão de criar uma nova imagem cultural alternativa à

visão negativa do envelhecimento”, tornando assim o processo de envelhecimento uma

etapa de vida positiva, pois para Osório (citado em Trilla, 1998, p.262)

… considera-se que é possível (…) potenciar o crescimento psicológico e o

desfrute da vida … . Cada vez é mais a pessoa idosa que não está disposta a

aceitar a idade avançada como uma diminuição. Este facto supõe inverter, de

forma importante, as concepções sobre a velhice e, ao mesmo tempo, oferecer-

lhe as oportunidades específicas de estilos de vida mais saudáveis sob os pontos

de vista sanitário, social, psicológico, formativo...É possível continuar a

descobrir novos horizontes na vida e a prática da animação sociocultural tem a

missão de criar uma imagem cultural alternativa à visão negativa do

envelhecimento.

Por outras palavras, umas das mais-valias da animação sociocultural dirigida à

terceira idade consiste no facto de as pessoas se transformarem em agentes e

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protagonistas do seu próprio desenvolvimento. Tal como entendem Lopes, Galinha e

Loureiro (2010), uma das primeiras características que emerge na aproximação ao

conceito de animação é o seu caráter polissémico. Assim, a animação engloba sentidos

de vida, movimentos e alegria.

Assim, Pereira (2010) esclarece-nos que as atividades de animação sociocultural

não devem ser postas em prática só de acordo com os gostos individuais de cada pessoa,

mas sim com os de todos, pois a essência destas remete para o convívio entre todos os

participantes. Então, devem ser sempre as atividades a adaptarem-se ao idoso e não o

oposto, pois às pessoas idosas tem que ser maioritariamente solicitada a sua

participação.

Esta definição espelha-se neste estágio, uma vez que os idosos é que vão

selecionar os conteúdos e as atividades que pretendem desenvolver em função dos seus

objetivos pessoais, sociais e culturais. Besnard (citado em Quintana, 1993, p.30)

assumiu uma posição semelhante ao considerar que “a animação sociocultural é uma

acção intencional destinada a transformar as atitudes individuais e colectivas dos

sujeitos, através da realização de actividades sociais, culturais e lúdicas, em que todos

participam”.

Este estágio sustentado na animação sociocultural pressupõe a oferta de um

leque variado de atividades a idosos em contexto institucional e à comunidade

envolvente, o que deverá provocar mudanças nas mentalidades da sociedade atual e, por

conseguinte, estimar cada vez mais esta faixa etária. É neste sentido que o educador

social deverá procurar intervir, ao potencializar a equidade nas classes sociais, ao

inspirar uma sociedade cada vez mais coesa e ao realçar as faculdades de cada

indivíduo.

Primeiramente, estas atividades pretendem estimular as competências motoras,

pois, na nossa visão, são fundamentais para que se evite uma degradação acentuada no

idoso. Este incentivo parece proporcionar aos idosos uma maior disposição mental e

também social, sugerindo a manutenção das suas características e referentes

propriedades. Tal como referem Benedetti, Borges, Gonçalves e Petroski (2008, p.303),

“existe evidência de que idosos fisicamente ativos apresentam menor prevalência de

doenças mentais do que os não-ativos”. Assim sendo, o exercício físico revela-se

decisivo no processo de envelhecimento, no indício de que “a atividade física regular e

a adoção de um estilo de vida ativo são necessárias para a promoção da saúde e

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qualidade de vida durante o processo de envelhecimento” (Matsudo, S., Matsudo, V. &

Neto, 2001, p.11).

O estímulo mental do idoso também é um elemento fulcral para o processo de um

envelhecimento saudável, no que é extremamente necessário um trabalho contínuo para

que sejam exercitadas as várias áreas do cérebro. O caso que frustra e desmotiva mais o

idoso é a diminuição da capacidade de memória, sendo que, na verdade “a memória não

envelhece, o que ocorre frequentemente é que ela passa a ser menos exigida, piorando

pela falta do uso” (Zimerman, 2000, p.29), ou seja, o que muitas vezes falta é o

encorajamento e a aplicação frequente de processos de memória no decorrer do

envelhecimento, em que a conduta de atividades a nível físico, mental e social é

imperativa para que a memória não se degenere. Quando tal não acontece, o idoso pode

levar-se “ao autoabandono, perda da autoestima e seu isolamento da sociedade e até

mesmo do ambiente familiar” (Chaves & Souza, 2005, p.14).

Podendo também se recorrer à animação para desenvolver uma maior coesão e

relações a nível grupal, é de salientar o impacto dos vínculos no modelo de um

envelhecimento saudável e ativo. Estes interferem com a motivação e a confiança que o

idoso tem em si próprio, sendo indispensável trabalhar na direção de um ajustamento

das suas relações sociais, no convite a novos relacionamentos, na conjugação da esfera

de socialização com os domínios psíquico e biológicos.

Assim, no decorrer do estágio assumimos uma atitude especialmente interativa e

relacional, tendo em consideração o idoso não como indivíduo isolado na instituição,

mas como ser humano que tem o direito de estar em constante interação com o mundo

que o rodeia, trabalhando sempre uma comunicação positiva entre pessoas, grupos,

comunidades, espaços e outras instituições.

Para além disso, alguns pontos-chave que cremos serem importantes ressaltar, e

que tivemos em conta no delineamento do nosso perfil como animadoras socioculturais

neste estágio, referem-se: ao papel de mediação que desempenhamos, pois tivemos que

ter a capacidade de intervenção, de antecipação, de iniciativa e improviso nas mais

variadas situações, adaptando-nos às circunstâncias; à realização de um plano de

atividades dinâmico, inovador e criativo, que tivesse um conjunto abrangente de

atividades que conjugassem diversas componentes e que fomentasse o espírito de

equipa; e o valor de estarmos sempre empenhadas, motivadas e de acreditarmos no

trabalho que iriamos desempenhar com e para os idosos, construindo uma boa relação

de confiança e empatia com cada um deles, para que, de modo, possa contribuir para o

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seu bem-estar (Código Deontológico para a Profissão de Educador Social em Portugal,

2001, Anexo I).

É importante destacar que o animador sociocultural deve ser coerente naquilo

que diz ou faz, para não confundir o idoso, e que deve assumir o papel de agente de

desenvolvimento inicial, onde o seu objetivo é trabalhar para que o grupo ganhe

autonomia e motivação própria suficiente para dirigir o seu envelhecimento saudável e

ativo, devendo-se, assim, procurar o empenho coletivo porque todo o corpo institucional

contribui para a evolução do idoso e para uma qualidade de vida melhor.

Antes de se ser animador sociocultural, é-se pessoa e, portanto membro de uma

comunidade, portador de crenças e valores que podem ou não ser norma. A ética

profissional que deve reger a atividade deste técnico de intervenção social deve sempre

ser clara: há que saber respeitar e incutir valores como a tolerância, a compreensão e a

igualdade de direitos.

É natural que com a passagem dos anos haja alguma perda de capacidades, que

haja o que desvaneça ou que acrescente dificuldades, mas essa travessia no tempo

também se exprime sempre na chegada de um tempo novo, um tempo digno de ter

história, como em qualquer outra paragem anterior, um tempo para que se dê

continuidade à arquitetura pessoal, para que se ateste a vida com a vida que ainda

remanesce, e para que se desafie a mesma com o que o tempo- sempre que existe-

permite ainda ensaiar, descobrir e prescrever. É nesta linha que pretendo trabalhar no

meu estágio: quero expressar, como animadora sociocultural, uma atitude de escolha, de

dinamização de atividades e ações que orientem a formação dos idosos para a sua

participação ativa, trazendo-lhes novas aprendizagens que, por sua vez, deverão levar a

uma mudança de postura, marcadamente mais ativa, mais participativa- a transição da

passividade para a atividade (Código Deontológico do Animador Sociocultural, 2010).

Nas sessões de atividades de animação tencionam-se realizar diversas atividades

de natureza pessoal, social, comunicacional e cultural, tais como: raciocínio lógico,

partilha de saberes e opiniões, diálogos e jogos. Em cada atividade o importante é

conseguir-se captar a atenção dos idosos, envolvê-los e valorizá-los nas práticas

educativas.

Para finalizar, a animação para a terceira idade assumiu um papel primordial no

estágio, logo foi a partir dela que se vão alcançar as necessidades, os desejos, os

problemas vividos pelo grupo, as relações interpessoais, a trocas de ideias, a autoestima,

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entre outros parâmetros (Código para a Profissão de Educador Social em Portugal,

2010).

Contudo, o que importa nesta fase da vida é proporcionar experiências de

gratificação às pessoas idosas e facultar-lhes um ambiente rico e estimulante, fazendo

ver que o fator idade não tem que ser obrigatoriamente sinónimo de doença. Problemas

como a perda de memória e défice de audição/visão podem superar-se com a adequada

prevenção e tratamento e é, neste sentido, que pretendemos implementar um estágio

vinculado à animação sociocultural dos idosos que usufruem do SAD no CCE.

Pois, e de acordo Pereira e Lopes (2011, p.39),

um programa de animação sociocultural para a terceira deve ser criado não para

trabalhar para a terceira idade, mas sim com a terceira idade, fazendo dos

utentes protagonistas levando-os à projeção e à partilha das suas vivências,

memórias saberes e inquietações.

Ou seja, é usando esta ferramenta da animação sociocultural como uma

metodologia de intervenção social que se estende a nível social, cultural, educativo e

político que pretendemos levar o indivíduo a tornar-se ativo e a ser agente do seu

próprio desenvolvimento e do meio envolvente relativamente às suas vontades e

necessidades.

Este princípio posto em prática num trabalho multidisciplinar contribuirá para

que a comunidade tenha melhores condições para perceber as suas necessidades, no que

se refere ao seu próprio corpo e saúde, na qual o contato com o lazer é bastante

importante. Seja qual for o contexto em que cada um se encontra, o envelhecimento

ativo constitui um processo que diz respeito a todos os indivíduos. Neste domínio, cabe

à sociedade criar as condições que permitam que se envelheça de forma bem-sucedida,

ativa e digna.

Em forma de síntese, cabe ao animador encarar e divulgar a imagem do idoso

como portador de saberes e experiências que podem e devem ser partilhadas com outras

faixas etárias, evitando um envelhecimento intensificado pela indiferença ou inércia do

indivíduo, e atribuindo um papel social ao idoso, de modo a gerar o seu bem-estar. Há

que ter em consideração que nesta faixa etária em particular é preciso adequar a forma

de agir e, acima de tudo, selecionar cuidadosamente as técnicas a aplicar e as dinâmicas

a desenvolver, sempre com a finalidade máxima de potenciar as competências do idoso.

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Como se pôde observar até agora, a prática da animação sociocultural assume-se

como um dos meios primordiais para a promoção do bem-estar dos idosos. No decorrer

deste estágio a intenção consistiu em empregar um plano de atividades com diferentes

finalidades, na busca de respostas capazes de: promover o bem-estar biopsicossocial do

idoso através de um plano de animação sociocultural; capacitar o idoso para um

envelhecimento ativo; potencias a realização pessoal e a autoestima; incentivar/criar um

maior nível de coesão e relações afetivas, quer com familiares, amigos, vizinhos,

auxiliares ou crianças; e motivar os idosos para que continuem ativos e participativos na

manutenção ou aumento da sua qualidade de vida para se aproveitar o potencial cultural

e experiências pessoais de cada um, valorizando-os.

Segundo Hervy (citado em Jacob, 2007, p.31), “a importância da animação

social das pessoas mais velhas é facilitar a sua inserção na sociedade, a sua participação

na vida social e, sobretudo permitir-lhes desempenhar um papel, inclusive, reactivar

papéis sociais”, dando um sentimento de pertença a uma sociedade, para cujo avanço

podem continuar a contribuir.

Levar o idoso a querer manter um estilo de vida ativa com o desejo de continuar a

aprofundar conhecimentos, experimentar novos conceitos e conhecer outros espaços, é a

chave para desconstruir ideias erradas presentes na sociedade, pois, partindo do

ensinamento de Freire (1994, p.11), “Pensar a prática é, por isso, o melhor caminho para

pensar certo”.

Capítulo 2. Enquadramento do objeto de estudo: Serviço de Apoio

Domiciliário

2.1. O SAD e o seu contributo para a qualidade de vida do idoso

O serviço de apoio domiciliário é uma resposta social orientada sobre um

modelo de linhas de diretrizes interventivas que, localmente, devem criar e adotar os

seus próprios mecanismos de intervenção para prestar um serviço de qualidade. Para

Quaresma (1999), é necessário ter-se sempre em consideração fatores como a

individualidade para uma perceção clara das necessidades do indivíduo; ter igualmente

em conta a contextualização porque como intervenção específica que se processa no

âmbito da intimidade e do espaço individual, tem que se ter presente a diversidade de

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contextos com que se vai conviver, designadamente: hábitos pessoais, cultura,

condições habitacionais, meio envolvente, etc.; bem como o fator da intersectoralidade,

na medida em que esta diversidade dos contextos obriga a respostas também elas

diversificadas, sustentadas numa lógica da diversidade dos serviços adequados à

heterogeneidade das situações e, para isso, a estratégia tem que ser holística e

interdisciplinar.

Quaresma (1999, pp.18-23) sublinha que “…enquanto serviço de primeira linha

deve ser concebido em função da intervenção precoce, na base da flexibilidade e da

intersetorialidade necessárias, garantindo assim uma ação preventiva de inestimável

importância na valorização da autonomia das pessoas idosas”.

Assim, e de acordo com o Despacho Normativo nº 62/99 (p.1), o serviço de

apoio domiciliário é uma resposta social que consiste

… na prestação de cuidados individualizados e personalizados no domicílio a

indivíduos e famílias quando, por motivo de doença, deficiência ou outro

impedimento, não possam assegurar, temporária ou permanentemente, a

satisfação das suas necessidades básicas e ou as actividades da vida diária.

Logo, entende-se por SAD a disponibilização de serviços necessários a pessoas

dependentes, que não podem ser prestados de forma adequada pela família ou pelos

amigos, e que lhes permitem permanecer em suas casas. Ou seja, este serviço visa a

prevenção e vigilância, mantendo uma vida autónoma num ambiente próprio e familiar,

antecipando o complemento ou substituição do apoio da família, isto através do alívio

da família das tarefas desgastantes que perturbam a sua rotina. O que tem o benefício

indireto de dar oportunidade à família de estimar melhor o idoso. Estas funções

procuram evitar os serviços de internamento (que será o último recurso), pois o

internamento é a alternativa ao apoio no domicílio (Fernandes, 1997).

Na sua diversidade, este tipo de serviços procura atingir os seguintes objetivos:

“Promover a autonomia, evitar/retardar a dependência; Apoiar nas actividades de vida

diária; Promover estilos de vida saudáveis; Prestar cuidados de saúde; Melhorar as

condições de habitabilidade; Evitar o desenraizamento/manter laços; Combater o

isolamento e a solidão; Fomentar a solidariedade…” (Fernandes, 1997, p.19).

Atualmente, e devido às diferentes alterações que se têm verificado nas

sociedades, constata-se uma viragem de orientação e de desenvolvimento das formas de

apoio no domicílio, que faz com que o domicílio se torne cada vez mais num recurso.

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Da evolução histórica da rede de serviços sociais para idosos, conclui-se que se tem

dado, na última década, especial ênfase a estas políticas sociais que privilegiam a

manutenção da pessoa idosa no seu quadro habitacional – e mais do que uma

manutenção da subsistência, procuram a autonomia e a qualidade de vida.

De acordo com a evolução das respostas sociais para as pessoas idosas (Anexo

III), os dados representados são tanto mais evidentes se os compararmos com os

restantes equipamentos sociais de apoio a idosos. Já desde 2000 que os SAD estão em

vantagem a nível de valores, concluindo que há 11 anos, pelo menos, esta resposta

social é opção de eleição para muitos idosos como se pode verificar na imagem que se

segue.

Segundo a Nota Explicativa do Protocolo de Cooperação 2013-2014 (Anexo II),

o SAD inclui serviços para a satisfação das necessidades físicas e psicossociais das

pessoas e/ou a realização de atividades instrumentais da vida diária (com um mínimo de

dois dos serviços considerados indispensáveis). Este deve ainda reunir condições para

prestar quatro dos seis seguintes serviços: i) higiene pessoal; ii) higiene habitacional; iii)

alimentação; iv) tratamento de roupas; v) serviço de teleassistência e serviço de

animação/socialização (que abrange atividades semanais).

Indo à etiologia da palavra, o conceito de SAD assume uma dupla vertente: por

um lado, é um serviço que procura prevenir situações de dependência e respetiva perda

de autonomia – «care»; por outro, assume-se como reabilitador, na medida em que

procura estimular o treino de competências e capacidades para a vida diária e por

intensificar os laços com a rede social – «cure» (Fernandes, 1997).

Segundo a definição contemplada pelo Instituto da Segurança Social (ISS, 2013,

p.1), os SAD são uma:

Resposta social que consiste na prestação de cuidados e serviços a famílias e ou

pessoas que se encontrem no seu domicílio, em situação de dependência física e

ou psíquica e que não possam assegurar, temporária ou permanentemente, a

satisfação das suas necessidades básicas e ou a realização das atividades

instrumentais da vida diária, nem disponham de apoio familiar para o efeito.

Para que esta definição seja vista através de uma perspetiva prática, os SAD

baseiam a sua ação nos seguintes objetivos: i) contribuir para a melhoria da qualidade

de vida dos indivíduos e famílias; ii) garantir a prestação de cuidados de ordem física e

apoio psicossocial aos indivíduos e famílias (contribuindo para o seu equilíbrio e bem-

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estar); iii) apoiar os indivíduos e famílias na satisfação das necessidades básicas e

atividades da vida diária; iv) criar condições que permitam preservar e incentivar as

relações interfamiliares; v) colaborar e/ou assegurar o acesso à prestação de cuidados de

saúde; vii) contribuir para retardar ou evitar a institucionalização; viii) prevenir

situações de dependência, promovendo a autonomia (Decreto Lei n.º 133-A/97, citado

em Despacho Normativo n.º62/99).

Trigueros e Mondragón (2002, citados em Martín et al., 2006, p.29) fazem uma

avaliação das funcionalidades do apoio domiciliário, concluindo que “…o apoio

domiciliário tem quatro grupos de funções: (i) assistenciais, (ii) preventivas, (iii)

reabilitadoras e (iv) educativas”.

Ou seja, as funções assistenciais cobrem a assistência às pessoas, famílias ou

coletivos que necessitam do apoio domiciliário para poder subsistir, e/ou ajuda para

superar um momento de crise ou conflito e atuam sobre a necessidade de limpeza,

preparação de alimentos e cuidados pessoais e do domicílio. As preventivas,

reabilitadoras e educativas, por um lado, procuram prevenir situações de carências que

aumentam o risco de perda de independência, criam hábitos saudáveis, fazem prevenção

de quedas e reforçam os vínculos familiares e sociais. Por outro lado, pretende-se

recuperar as capacidades funcionais perdidas ou em vias de se perderem, mediante o

treino de habilidades para atividades da vida diária, tais como vestir, andar, cuidar-se,

etc.

Guillemard (citado em Fernandes, 1997) reforça a ideia de que deveria ser

considerada como palavra de ordem a “prevenção”, no sentido de retardar o mais

possível o surgimento das dependências resultantes do envelhecimento biológico.

Segundo este, o meio escolhido como adequado para promover o atraso das

dependências, é a integração da pessoa no seu meio de vida, e com o SAD prossegue-se

com esse princípio básico de respeito pelo meio de integração, contribuindo com

serviços que se propõem a substituir os próprios na satisfação das necessidades, nas

quais já encontram alguma dificuldade de realização.

Graças ao SAD honra-se o princípio básico de respeito pela integração da pessoa

no seu meio de vida, estabelecendo-se os serviços que, segundo a situação concreta de

um determinado idoso, se revelam adequados e imprescindíveis para a satisfação

daquelas necessidades em que ele já manifesta real dificuldade de execução.

Todavia, o maior interesse não passa apenas por preservar a continuidade de

uma vida no meio habitual do idoso, mas também por garantir que este meio continue a

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assegurar o pleno bem-estar da pessoa beneficiária deste serviço, não ficando, contudo,

confinado às suas necessidades de higiene, saúde e alimentação. Isto significa muito

concretamente que assim como em ambientes institucionais existe a preocupação com a

parte socioeducativa no processo de envelhecimento do idoso, é igualmente importante

tornar a intervenção socioeducativa extensiva às situações de apoio domiciliário

(Pereira, 2010).

Em consequência, é importante que se reconheça a importância desta vertente

socioeducativa, mas não sem antes elaborar um diagnóstico de necessidades para que se

evitem generalizar as práticas de ação. Uma resposta personalizada e ajustada às

necessidades de cada um no âmbito de um serviço socioeducativo em contexto de apoio

domiciliário torna possível um SAD atento a todas a necessidades e aspirações e com

capacidade de resposta (Pereira, 2010).

A permanência do idoso no seu meio habitual de vida inclui mais vantagens do

que aquelas que podemos imaginar, porque é no seu domicílio que encontramos os

sinais do seu quotidiano e das suas vivências passadas, que são os fios com que ele tece

a sua identidade. As fotografias, os móveis, um simples compartimento, funcionam

como marcas indeléveis do percurso de uma vida. Mas este trajeto expande-se além do

seu domicílio.

O contexto de vida do idoso pode também ser, por exemplo, constituído pelos

vizinhos; eventualmente, por afazeres que tenha hábito de praticar fora da sua

habitação; pequenos negócios locais; frequência da casa de um/a filho/a que, por

exemplo, esteja localizada como anexo no seu terreno – algumas vezes, inclusive,

construída pelo próprio idoso. Tudo isto são referências estruturantes do espaço/tempo

da pessoa idosa e representam aspetos pertinentes da sua identidade. Quebrar esta rede

de laços afetivos que constroem a história da relação com as pessoas e os objetos,

introduz uma rutura nessa continuidade e influencia, inevitavelmente, o processo de

envelhecimento do indivíduo idoso, como defende Quaresma (2008, p.37):

O domicílio constitui uma pedra angular da relação do homem com o seu meio,

entendido como um lugar de vida, fator de promoção das relações sociais e

intergeracionais comportando três dimensões: ambiente, habitação e condições

físicas da habitação que correspondem ao valor atribuído à casa em que cada um

vive: faz parte da sua história, partilha da história dos sítios e é espaço de

memórias.

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Investir realmente num trabalho socioeducativo com os idosos que ainda

desfrutam de alguma independência, é o primeiro passo para a prevenção de possíveis

situações de solidão, estados de desmotivação, tristeza ou apatia, favorecendo um

envelhecimento saudável e ativo e podendo garantir a redução do número de casos de

dependência precoce.

Através do Manual de Processos-Chave: Serviço de Apoio Domiciliário

(VVAA, 2011, p.2) podemos perceber que

Face ao número crescente de pessoas mais velhas, o número restrito de

familiares que possam assegurar os cuidados necessários e a diminuição o mais

possível da institucionalização da pessoa, leva à necessidade crescente de

implementação e desenvolvimento do Serviço de Apoio Domiciliário.

Ou seja, relativamente aos idosos gravemente dependentes, também eles podem

estar de igual modo inseridos neste investimento, embora a modalidade de intervenção

deva ser adaptada a estas naturezas e, portanto, já não esteja preparada nos moldes de

prevenção, mas de assistencialismo.

2.2. O SAD na família e no contexto dos serviços de proximidade

Apesar do SAD procurar estender-se às necessidades do idoso, “…esta nova

ideologia de prestação de cuidados aos idosos no domicílio não desresponsabiliza,

porém, como em qualquer política social relacionada com a terceira idade, a família do

seu papel de suporte afetivo” (Correia, 2011, p.17).

O suporte familiar é considerado parceiro dos cuidados sociais, sendo que, na

maioria das vezes, são os primeiros prestadores de cuidados ao colaborar e ao promover

o seu autocuidado. Oliveira e Cunha (2007, citados em Correia, 2011, p.17) defendem

que “os idosos suportam melhor as condições de vida próprias do envelhecimento

quando mantêm contacto com os familiares mais próximos”.

No entanto, há que considerar que nos dias que correm há uma mudança no

perfil social da família que descaracteriza a valorização do cuidar do idoso. Por esse

motivo, a assistência ao idoso por parte dos familiares pode-se tornar difícil, sendo esta,

muitas vezes, a causa da institucionalização. Sobre isto, é muito importante que se

enfrente o próprio processo de envelhecimento dentro de expectativas que combinem

com as novas formas de organização familiar, e é também aqui que nos apercebermos

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da importância de um profissional do âmbito social, nomeadamente dos educadores

sociais na capacitação destes idosos muitas vezes postos ao abandono.

Apercebemo-nos, igualmente, no conjunto dos elementos participativos que se

têm vindo a evidenciar – idoso, família, especialistas das ciências sociais e humanas –

acompanhando a ideia de que os SAD não se devem concentrar apenas no indivíduo

beneficiário de serviços no seu domicílio, mas em toda a rede vinculada ao idoso,

especialmente a família, considerando também a cooperação e a interdisciplinaridade

como uma estratégia imprescindível para uma visão holística do envelhecimento, de

forma a promover uma maior humanização dos serviços. Esta visão holística do

envelhecimento pode ser conseguida tanto quanto melhor for o diagnóstico da realidade

a conhecer (Correia, 2011).

Nesta fase da vida é comum a alteração dos papéis sociais e, por exemplo em

consequência da reforma, a perda de alguns deles. O idoso necessita, no entanto, de se

sentir valorizado e protegido num espaço onde possa manter um papel ativo. No seio da

família, ele pode participar de um ambiente que preservará a sua identidade e

individualidade construída até então. Ora, quando o idoso vive num ambiente em que a

participação dos seus familiares no seu processo de envelhecimento é assumida sem

reservas, ele ao perceber que a sua família se preocupa, vive uma sensação de satisfação

por ser querido e preservado, ampliando e alicerçando assim a sensação de bem-estar

(Correia, 2011).

As políticas sociais por mais bem adaptadas que estejam, nunca terão a

capacidade de substituir a dimensão familiar. Não há política alguma que seja a garantia

exclusiva da promoção do bem-estar e qualidade de vida. Muito do sucesso destas

políticas está na base das relações humanas informais de caráter afetivo que se

estabelecem quando as há.

O SAD nos moldes de um serviço atento à vertente socioeducativa do idoso, não

só poderá contribuir para a qualidade de vida do domiciliado, como para a qualidade de

vida da sua família. Quando existe suporte familiar, há uma preocupação associada ao

bem-estar dos familiares, e saber que existem pessoas que se preocupam com o seu

bem-estar e que se dedicam a estes profissionalmente no sentido de os ajudar na

adaptação ao seu envelhecimento, a prolongarem-se autónomos e independentes, a

terem autoestima e autoconfiança, assegura também o bem-estar das suas famílias.

Deste modo, o bem-estar dos seus idosos refletir-se-á no bem-estar dos seus familiares e

vice-versa (Correia, 2011).

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Infelizmente, nem todos os idosos usufruem deste suporte familiar e, mais uma

vez, a amplitude da vertente socioeducativa poderá ser uma mais-valia no

(re)estreitamento de laços familiares.

Quando o idoso não tem família, os laços estabelecidos serão entre a rede de

vizinhança e a comunidade. Aos idosos que vivem sós, também lhes está reservado o

direito de qualidade de vida. Nestes contextos, o trabalho socioeducativo ganha maiores

proporções porque há a necessidade de o idoso aprender a adaptar-se ativamente a essa

situação e a buscar a felicidade e o bem-estar noutros domínios.

O serviço de apoio domiciliário é um serviço de proximidade, uma vez que

corresponde a uma resposta social organizada a que as pessoas em situação de

dependência podem ter acesso para satisfação de necessidades básicas e específicas,

tendo apoio nas atividades instrumentais da vida quotidiana e atividades sócio-

recreativas (VVAA, 2005).

Compreende-se por serviços de proximidade, sobretudo as atividades que

tradicionalmente eram asseguradas pelas famílias, nas suas casas (tais como assistência

a pessoas idosas, crianças, deficientes) e que, com a evolução das condições de vida,

passaram a ser realizadas no exterior da esfera familiar.

Na ótica de Pimentel e Mesquita (2003), o desenvolvimento dos serviços de

proximidade resultou, essencialmente, dos seguintes fatores: i) abandono dos campos e

vinda das pessoas para as cidades, com a crescente influência dos centros urbanos; ii)

crescimento do número de mulheres a trabalhar fora de casa, provocando a elevação dos

rendimentos das famílias e, consequentemente, a procura de níveis de vida e de hábitos

de consumo mais exigentes; iii) alterações da estrutura familiar, com redução do

número de filhos; iv) habitações pouco espaçosas e, por fim, aumento da esperança de

vida das pessoas, logo o aumento da população idosa.

Todas estas mudanças levaram a que determinadas atividades, sobretudo as de

assistência a crianças, pessoas doentes e dependentes, antes asseguradas no seio da

família, passassem a ser confiadas a pessoas ou a instituições exteriores ao agregado

familiar, dando origem ao desenvolvimento de serviços de proximidade.

Contudo, porque se tratam de serviços prestados às pessoas, na sua maioria em

situação de dependência, tais atividades mantêm a exigência de um relacionamento

pessoal próximo, afetuoso, entre quem as exerce e quem delas beneficia (Pimentel &

Mesquita, 2003).

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Com a evolução das condições de vida obteve-se um aumento da procura destes

serviços e também o aparecimento de outros, na medida em que as necessidades por

satisfazer são, de dia para dia, mais heterogéneas, exigindo respostas cada vez mais

inovadoras.

O apoio pessoal e social é, sem dúvida, o que mais desperta e justifica os

serviços de proximidade, na medida em que responde às carências básicas das pessoas.

Os serviços de proximidade têm tido grande crescimento nos países

desenvolvidos e decorrem das exigências de qualidade de vida, que levam ao

aparecimento de novas necessidades, cuja satisfação contribui para o crescente bem-

estar das pessoas (Pimentel & Mesquita, 2003).

Em Portugal, alguns serviços de proximidade, designadamente os serviços de

apoio social, são prestados por instituições públicas ou por instituições de solidariedade

social (por exemplo, misericórdias, centros sociais e paróquias, etc.) bem como por

entidades particulares, com ou sem fins lucrativos.

Os serviços de proximidade que respondem a necessidades mais genéricas das

famílias e das comunidades locais têm sido assegurados, principalmente, por empresas

para a prestação. Por vezes estes serviços são assegurados por pessoas particulares, em

nome individual, trabalhando por conta própria (Pimentel & Mesquita, 2003).

Este conjunto de serviços é prestado no domicílio habitual de vida do cliente (a

escolha da terminologia de cliente em detrimento da de utente tem como base as novas

indicações da segurança social), contribuindo para a promoção da sua autonomia e

prevenção de situações de dependência ou do seu agravamento.

Devido ao envelhecimento progressivo da população, ocorrem com maior

frequência situações de vulnerabilidade física e psíquica, que possibilitam o

aparecimento de situações patológicas crónicas, as quais originam, na maioria dos

casos, dependência dentro de limites nem sempre controláveis pelo próprio e/ou pelo

seu agregado familiar, como é o caso das demências. De ressaltar que a situação de

dependência pode ocorrer em qualquer outro grupo de idade, podendo igualmente

necessitar deste tipo de resposta social (Pimentel & Mesquita, 2003).

As diferentes alterações que se têm verificado na sociedade atual, sobretudo ao

nível da composição e funções do grupo familiar, da solidariedade intergeracional e

social e da insuficiência de respostas adequadas ao controlo das situações de

dependência, permitem verificar que grande número de pessoas em situação de

dependência continua a encontrar no serviço de apoio domiciliário uma resposta que

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contribui para colmatar algumas das dificuldades com que elas próprias e/ou o seu

agregado familiar se debatem quotidianamente.

Ao instituir-se legalmente a resposta social do SAD, no âmbito de medidas de

política destinadas à população em situação de dependência, procurou-se que a mesma

possibilitasse uma oferta de serviços diversificada, cujo acesso correspondesse à

concretização de direitos de cidadania (Pimentel & Mesquita, 2003).

Os serviços que os clientes do serviço de apoio domiciliário solicitam têm vindo

a sofrer alterações, na medida em que as situações de dependência pela sua

complexidade afetam, na maioria dos casos, várias dimensões da pessoa, exigindo em

muitos casos o estabelecimento de parcerias que capacitem esta resposta social para a

concretização do seu objetivo.

O número crescente de pessoas mais velhas vulneráveis, o número significativo

de pessoas mais jovens em situação de dependência por diversas causas, o número

restrito de familiares que possam assegurar os cuidados necessários e o retardamento o

mais possível da institucionalização da pessoa, levam à necessidade crescente de

implementação e desenvolvimento do serviço de apoio domiciliário, para que a pessoa

tenha, cada vez mais, a possibilidade de selecionar esta resposta social, garantindo-lhe a

satisfação das suas necessidades com qualidade de vida (Pimentel & Mesquita, 2003).

Esta resposta é considerada por muitas pessoas em situação de dependência

como uma forma de continuarem inseridas no seu meio habitual de vida, rodeadas dos

seus afetos e pertences, com possibilidade de novos relacionamentos facultados pelos

colaboradores, incluindo voluntários que se deslocam ao domicílio, podendo constituir,

para muitas dessas pessoas, o único elo de ligação com o exterior, donde a qualidade da

intervenção deve ser uma exigência a ter em conta, permanentemente, na gestão desta

resposta social (VVAA, 2005).

Assim, e para que haja um aproveitamento das sinergias desenvolvidas no

contexto do SAD, é necessário um conjunto de critérios de qualidade. Na nossa opinião,

o mais importante e que resume um pouco as ideias aqui expostas, diz respeito à ideia

de VVAA (2005, p.2) aquando se deve sempre

Ter em consideração o superior interesse das pessoas em situação de

dependência, especialmente quando se planifica o trabalho, o que exige uma

articulação muito próxima com os clientes, pessoas próximas dos mesmos e

entidades parceiras. Há que estabelecer uma parceria forte com o cliente e

pessoa próxima, a fim de recolher a informação necessária sobre as

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necessidades, expectativas, capacidades e competências, com a finalidade de se

poder delinear o plano de desenvolvimento individual.

Capítulo 3. Enquadramento institucional: Centro Comunitário de

Estoi

3.1. União de Freguesias da Conceição e de Estoi

Situada na zona de transição entre o Barrocal e a Planície Litoral, Estoi é sede da

freguesia rural com o mesmo nome. A proximidade a Faro, Olhão, São Brás de Alportel

e Loulé, polos que no conjunto representam 43% da população do Algarve, faz com que

a localização desta Aldeia tenha assumido um papel preponderante no seu crescimento.

Recentemente, esta freguesia foi agregada à freguesia de Conceição e passou a

designar-se por “União das Freguesias de Conceição e Estoi”, com sede, ainda que

provisória, na Conceição de Faro, concretizado pelo ato eleitoral de 29 de setembro de

2013 e tomada de posse da nova Junta em 14 de outubro de 2013.

Atualmente, Estoi apresenta-se atualmente como uma alternativa habitacional a

Faro, quer pela proximidade a esta cidade, quer pelas boas acessibilidades ou ainda pela

tranquilidade e ruralidade que a caracterizam. O crescimento demográfico de 14,9 %

verificado na freguesia na última década poderá estar relacionado com este facto.

Com uma população atual, na freguesia, de 3561 indivíduos em 2001 contra

3100 registados em 1991, Estoi é a freguesia do concelho de Faro com menor número

de habitantes (INE, 2011).

3.2. Espaço físico do Centro Comunitário de Estoi

O Centro Cultural e Social da Paróquia de São Martinho de Estoi (CCSPSME) é

uma Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS) sem fins lucrativos, criado

pela Fábrica da Igreja Local, registada na Direcção-Geral da Ação Social, em 5 de

setembro de 1996, e reconhecida como pessoa coletiva de utilidade pública. O registo

foi lavrado pela inscrição n.º 28/96, a fls. 102 verso do Livro das Fundações de

Solidariedade Social. A Instituição tem a sua sede na freguesia de Estoi, concelho de

Faro, com o número de pessoa coletiva 503713040.

O referido Centro visa a promoção cultural e social de todos os habitantes da

paróquia, pelo fomento da solidariedade e da participação ativa da população na solução

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dos seus próprios problemas. Este propõe-se promover a criação e manutenção das

seguintes atividades: assistência à 1.ª e à 2.ª infâncias, cooperando com as famílias na

educação integral dos seus filhos, nomeadamente através de uma creche e de um

estabelecimento de educação pré-escolar, de apoio aos jovens na organização e

orientação das atividades de tempos livres, orientação profissional e desportiva, de

assistência à 3.ª e 4.ª idade (através do alojamento, alimentação e ocupação, assistência

médica e enfermagem em regime de internato e assistência ao domicílio) e a outras

atividades de índole cultural ou social que visem o bem-estar e desenvolvimento global

dos habitantes da paróquia.

Relativamente aos seus valores, a instituição apresenta os seguintes: i)

humanidade no cuidado e na prestação de serviços; ii) ideais cristãos de serviço,

fraternidade e amor ao próprio; iii) justiça e ética; iv) centralidade das pessoas como

critério de todos os atos da organização; v) probidade, exatidão e rigor em todos os atos

de gestão e transparência.

Quanto aos seus objetivos, estes recaem em: i) respeitar e promover a dignidade

da pessoa; ii) considerar a individualidade de cada pessoa enquanto sujeito de direitos e

deveres; iii) contribuir para o desenvolvimento das dimensões física, psíquica,

intelectual, espiritual e social da vida de cada pessoa; iv) garantir o respeito pelo direito

à identidade e à autonomia; v) satisfazer as necessidades fundamentais da pessoa; vi)

providenciar e executar respostas de qualidade.

A instituição apresenta como missão, para todas as suas valências, promover a

autonomia e a felicidade de cada pessoa, ao longo do seu ciclo de vida, através de

respostas de qualidade.

O equipamento mais antigo da instituição é o estabelecimento de educação

pré-escolar e o maior e mais recente equipamento do CCSPSME é o Centro

Comunitário de Estoi (inaugurado a 15 de Abril de 2011).

Este está localizado na freguesia com o mesmo nome, em Faro, e apresenta as

respostas sociais de Estrutura Residencial Para Idosos (ERPI), SAD e Creche –

conduzidas pelos técnicos presentes no organograma I (Anexo IV) e organograma II

(Anexo V).

O CCE tem ainda, desde junho, uma nova resposta às necessidades locais: o

serviço de cantina social, o qual é uma atividade que integra a convenção da rede

solidária de cantinas sociais, para o designado programa de emergência alimentar

Page 51: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

40

(PEA), que pressupõe a confeção e disponibilização de refeições, para consumo no

domicílio.

As respostas sociais do Centro constituem prioridades locais, de acordo com o

pré-diagnóstico da rede social de faro e justifica-se pelas taxas de cobertura do

concelho. Nesta medida, o CCE emerge como um importante polo de desenvolvimento

social.

Os principais parceiros da instituição são o Instituto de Segurança Social (ISS), a

Câmara Municipal de Faro (CMF) e a Junta de Freguesia de Estoi (JFE). Aliás, os dois

primeiros constituem importantes fontes de financiamento das respostas sociais do

CCE.

A nível de financiamento público, o Centro foi apoiado pelo ISS através do

programa de alargamento da rede de equipamentos sociais (PARES).

A nível do financiamento privado, utilizaram-se receitas próprias da Instituição,

obtidas por donativos da população, pela celebração de festas/jantares de beneficência,

por empréstimo bancário e pela colaboração financeira de 35%, assumida pela CMF.

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Parte II

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Capítulo 4. Enquadramento metodológico

4.1. Formulação do problema de investigação

4.1.1. Delimitação dos objetivos

Através do conhecimento da realidade e do levantamento de necessidades, como

todos os projetos sociais, este também implicou necessariamente a delimitação prévia

dos objetivos que se pretendem alcançar com a concretização das diversas atividades

desenvolvidas.

Deste modo, os objetivos do presente projeto encontram-se subdivididos em

objetivos gerais e específicos de modo a caracterizar os clientes deste serviço e saber

qual o contributo do serviço no aumento da sua qualidade de vida, nomeadamente

através da aplicação de técnicas de recolha de informação – aos clientes, às

colaboradoras deste serviço e à diretora técnica desta valência.

Assim, como objetivo geral temos:

Promover o bem-estar biopsicossocial do idoso através de um plano de

animação sociocultural;

E como objetivos específicos:

1. Capacitar o idoso para um envelhecimento ativo;

2. Potenciar a realização pessoal e autoestima;

3. Motivar os idosos para que continuem ativos e participativos na

manutenção ou aumento da sua qualidade de vida;

4. Fortalecer e desenvolver as suas capacidades e competências;

5. Incentivar/criar um maior nível de coesão e relações afetivas, quer com

familiares, amigos, vizinhos, auxiliares ou crianças.

4.1.2. Justificação do estudo

Este estudo de caráter exploratório vem no sentido de melhor compreender a

dinâmica do SAD e o contributo da animação sociocultural no aumento da qualidade de

vida e saúde dos idosos que usufruem do mesmo no CCE recorrendo a uma vertente

educativa e sociocultural, que acabou por resultar no plano de intervenção social de

atividades de animação sociocultural utilizado. Esta é uma investigação que tenta

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permitir uma melhor análise da ação e da possível adoção de novos métodos de

intervenção de forma a conseguir uma maior eficácia e qualidade no serviço.

4.1.3. Questões de investigação

De acordo com os objetivos e justificação do estudo em causa, levantaram-se

algumas questões que ajudaram inicialmente a definir os mesmos. Foram elas:

Qual o papel do SAD na vida dos clientes?

O que caracteriza o grupo de clientes do SAD do CCE?

Quais os hábitos de vida e necessidades específicas dos clientes?

Qual a opinião dos clientes do SAD sobre o mesmo no que diz respeito à

melhoria, ou não, da sua qualidade de vida?

Será que as necessidades percecionadas pelos clientes são coincidentes com

as das colaboradoras e com as da diretora técnica desta valência?

O que realmente precisam estes clientes para melhorar a sua saúde e

qualidade de vida?

Será que um plano de animação sociocultural potencia uma melhor

qualidade de vida?

4.1.4. Amostra do estudo

A presente investigação desenvolve-se alicerçada numa amostra de três

domiciliados do universo dos atualmente dezassete clientes do SAD do CCE.

Destes dezassete clientes foram eliminados catorze indivíduos pelo facto destes

não usufruírem do serviço de “Animação/Socialização”, pois, infelizmente, este foi

recentemente implementado no CCE e, atualmente, só quatro pessoas o recebem. Nos

outros serviços a afluência é maior. Temos então: i) fornecimento de alimentação – 14;

ii) higiene pessoal – 9; iii) tratamento de roupas – 6; iv) higiene habitacional – 5; v)

animação/socialização e teleassistência – 9 (em fase experimental).

Estes três clientes foram identificados como tendo alguma independência e

beneficiam dos serviços de fornecimento de alimentação, higiene habitacional, higiene

pessoal e animação/socialização.

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Infelizmente não foi possível realizar o plano de atividades com um dos clientes

pelo facto de este recursar, em várias ocasiões, fazer parte do estudo.

4.1.5. Diagnóstico de necessidades

Neste ponto será importante refletir sobre o conceito de necessidade. Bradshaw

(1972, citado em Almeida, 2006, p.58) distingue vários tipos de necessidades. São eles:

Necessidade normativa que faz referência às carências que um sujeito ou grupo

tem, se as considerarmos relativamente a um determinado standard ou padrão

tipo. [...] Necessidade sentida: é a resposta à pergunta “Que necessidades?”,

“Que desejarias ter?”. Necessidade expressa ou procura: é a expressão

comercial, objectiva da necessidade. […] Torna-se a procura como indicador de

necessidade. Necessidade comparativa baseada na justiça distributiva. Assim se

convertem em necessidades todo aquele tipo de benefícios que um determinado

grupo ou sector não possui […] Necessidade prospectiva: aquela que com toda a

probabilidade se manifestará no futuro.

Ainda de acordo com Bradshaw (1972, citado em Almeida, 2006, p.58), neste

contexto de intervenção identificamos a presença da necessidade sentida e da

necessidade prospetiva. A necessidade sentida está presente e é suscetível por meio da

observação participante e conversas informais. A necessidade prospetiva também está

presente, uma vez que toda a atividade educacional deve ser regulada ou pensada para o

futuro.

Estimulando a aproximação dos idosos e dos colaboradores do CCE, chegou-se

à conclusão que o veículo mais convincente na área de intervenção seria a animação

sociocultural.

Posto isto, a intervenção foi pensada e delineada de acordo com as necessidades

sentidas, mas sempre com o intuito de obter resultados para uma evolução

continuamente ajustada às respetivas realidades com que se depare, e, neste caso em

especifico, despertar no idoso o impacto da animação na sua qualidade de vida através

do SAD.

Assim, constrói-se o “Plano de Intervenção no serviço de apoio domiciliário de

Estoi” (Anexo VIII), aprofundado mais à frente no relatório, em que se encontram os

blocos temáticos a trabalhar e áreas de intervenção subdivididas pelas quais se sentiram

mais urgência em desenvolver atividades.

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4.2. Metodologia de investigação

De acordo com Bogdan e Biklen (1982), um paradigma é aquilo que nos permite

olhar o mundo e identificar o que nele é, para nós, importante. É um conjunto de

crenças básicas que tratam de princípios elementares ou do foro mais profundo. Guba e

Lincoln (1994) dizem-nos que o paradigma representa a visão do mundo que cada um

tem, da sua natureza e do lugar que cada sujeito ocupa nesse mundo. As crenças dizem

respeito a um conjunto de pressupostos básicos sobre a natureza das coisas que ampliam

o nosso pensamento e que admitimos como verdadeiros. Embora possam ser mais ou

menos justificadas, não é possível, em última instância, comprovar ou refutar a sua

veracidade.

Guba e Lincoln (1994) propõe-nos uma análise comparativa entre diferentes

paradigmas de investigação, assente em três grupos de questões relativas,

respetivamente, a aspetos ontológicos, epistemológicos e metodológicos. Embora

constituindo três campos de análise distintos, eles estão interrelacionados, isto é, são

interdependentes. Por outras palavras, a forma como nos posicionamos face a um grupo

de questões de um dos campos de análise influencia e determina a resposta a dar às

questões de outro campo.

Podemos assim concluir que, no que respeita a atitude ética na investigação,

como investigadores que trabalham no terreno, “devemos desenvolver uma

responsabilidade moral e bom senso para como os sujeitos do estudo em primeiro lugar,

com o próprio estudo, em segundo, e só por último, com nós próprios” (Fontana & Frey,

1994, p.372).

Diversos autores indicam a necessidade de se levarem a cabo diligências para

que as interpretações realizadas num dado estudo de cunho interpretativo possam ser

consideradas como credíveis. Como tal, o investigador deve explicitar, no início do

estudo, as suas expectativas e convicções de forma a tornar claros e compreensíveis os

seus efeitos em interpretações subsequentes (Denzin, 1989).

Para Trilla (2004), o paradigma de intervenção neste estágio de animação

sociocultural e comunitária foi o paradigma interpretativo. Aqui o animador exerce uma

função de mediação, propondo atividades de desenvolvimento pessoal e coletivo,

promovendo o desenvolvimento de interações sociais e a prática de um envelhecimento

bem-sucedido e ativo. Neste paradigma o indivíduo é o centro do processo formativo e

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da aprendizagem, onde Trilla (2004, p.58) refere que “…o protagonismo é das pessoas,

com as quais é preciso conversar e escutar para compreender”.

Por outro lado, o indivíduo é visto como um sujeito inserido na comunidade,

cultura e contexto envolvente, tendo liberdade para exprimir os seus desejos e

interesses. Também é um paradigma que reconhece as práticas desenvolvidas em

instituições sociais, assim como as atividades que podem ser desenvolvidas, como são

exemplo a expressão plástica, as comemorações festivas, os jogos, entre outros.

Foi neste paradigma que pretendi que se enquadrassem as ações que pretendo

desenvolver ao longo de todo o estágio, pois procurei ser uma animadora/mediadora em

constante preocupação com as necessidades e interesses do idoso, colocando-o, por isso,

no centro do seu processo formativo.

4.3. Método de investigação

A metodologia a utilizar neste trabalho será de origem qualitativa, uma vez que

o estágio se destina a compreender e, ao mesmo tempo, a atuar nas relações sociais e

culturais, assim como a intervir na comunidade de Estoi, parte-se do pressuposto de que

o conhecimento resulta da interpretação de quem investiga, através de um processo

dialético com os atores sociais implicados no seu contexto de atuação (Denzin &

Lincoln, 2006).

A pesquisa qualitativa tem como uma das características principais ser

presencial, sendo um trabalho com alguma duração, dentro de um contexto com as

pessoas do mesmo. Para além disso, neste tipo de pesquisa a pessoa que orienta as ações

também consolida conhecimentos e adota novas ferramentas e instrumentos sempre que

achar necessário, constituindo, por isso, um elemento em constante formação. Por estas

características é que considero que o este estágio se insere neste tipo de metodologia.

Tendo em conta a pesquisa qualitativa, e considerando a investigação-ação como

um método que se insere neste tipo de pesquisa, utilizamos a investigação-ação como

um método de intervenção direta, no campo de trabalho. Assim “a investigação-acção

consiste na recolha de informações sistemáticas com o objectivo de promover mudanças

sociais. …A investigação-acção é um tipo de investigação aplicada no qual o

investigador se envolve activamente na causa da investigação.” (Bogdan & Biklen,

1994, p.292). Ainda segundo Barbier (1985, p.157), podemos perceber que “a pesquisa-

acção é uma actividade de compreensão e de explicação da praxis dos grupos sociais

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por eles mesmos, com ou sem especialistas em ciências humanas e sociais práticas, com

o feito de melhorar essa praxis”.

Por outras palavras, a investigação-ação é um método de intervenção direta,

junto de um determinado grupo e contexto em que o investigador desse grupo participa

e se envolve nos acontecimentos ao longo da sua intervenção. Desde que inicia a

intervenção, procura-se compreender e dar respostas a algumas questões inicialmente

formuladas, estando, por isso, permanentemente em avaliação para que possam

melhorar as suas práticas e as práticas do grupo em que está inserido.

Outra característica importante da investigação-ação, segundo Barbier (1985,

p.112), é o conceito de implicação, não só profissional mas também contextual, pois

… reconhecer a implicação histórica-existencial é levar em conta o ethos e o

habitus da nossa classe social de origem. É pouco provável que o pesquisador

oriundo de uma classe popular considere os factos sociais de maneira

semelhante à de um da classe abastada.

É importante a aproximação e implicação do grupo, só conhecendo

verdadeiramente a sua cultura, valores, hábitos e costumes é que podemos atuar sobre a

realidade, tendo sito esta uma das preocupações a ter aquando iniciar o estágio.

Planificar, agir, observar e refletir são palavras que nos indicam ações e, neste

caso em concreto, para uma intervenção que funciona ou que se desenvolve numa

espiral. Tal como refere Latorre (2003, p.32),

La investigación-acción se suele conceptualizar como un “proyecto de acción”

formado por “estratégias de acción”, vinculadas a las necesidades del

profesorado investigador y/o equipos de investigación. Es un proceso que se

caracteriza por su carácter clínico, que implica un “vaivén” – espiral dialéctica

– entre la acción y la reflexión, de manera que ambos momentos quedan

integrados y se complementan. El proceso es flexible e interactivo en todas las

fases o pasos del ciclo.

Para terminar a justificação da escolha deste método, segundo Lewin (1947,

citado em Esteves, 2008), a investigação-ação não é um mero método de investigação,

mas também uma forma de se articularem os movimentos sociais, logo um modo de

intervenção social onde não há uma realidade mas realidades. Para Lewin (1947, citado

em Esteves, 2008, p.32), “a investigação que apenas produz livros não chega”.

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Portanto, a investigação-ação desenvolve-se segundo diferentes técnicas e

instrumentos, sejam eles de pesquisa ou não. As técnicas de recolha de informação que

irei focar em seguida, tentam, assim, perceber em que ponto do percurso da intervenção

é que cada um deve ser utilizado.

4.4. Técnicas de recolha de dados

LeCompte e Preissle (1993) elucidam-nos que esta fase inicia-se com uma

abordagem clara no âmbito da realidade a pesquisar, os objetivos do estudo, a

informação adequada às questões específicas da pesquisa e às estratégias mais

adequadas para obter a informação necessária. O presente estágio procurará descrever

um conjunto flexível de linhas orientadoras que relaciona os paradigmas teóricos com as

estratégias de pesquisa e os métodos de recolha de todo material empírico.

Este estágio situa o investigador no mundo empírico e relaciona-o com contextos

específicos, pessoas, grupos, instituição e materiais relevantes, nomeadamente

documentos e arquivos. No que se refere à estratégia de pesquisa, esta compreende um

conjunto de capacidades, pressupostos, pressuposições e práticas que os investigadores

aplicam à medida que passam do campo teórico (paradigmático) ao campo empírico.

A seleção das técnicas a utilizar durante o processo de pesquisa constitui uma

etapa em que o investigador não pode depreciar, pois destas depende a concretização

dos objetivos do trabalho de campo.

À semelhança do que acontece com as restantes etapas, esta tem também um

carácter aberto e interativo. As técnicas de recolha de informação predominantemente

utilizadas na metodologia qualitativa agrupam-se em dois grandes blocos: técnicas

diretas ou interativas e técnicas indiretas ou não-interativas.

Assim, as principais técnicas em que se sustenta o presente relatório são a

pesquisa e análise documental; as notas e diário de campo; a observação direta

participante; as conversas informais; os inquéritos por questionário; e, por último, a

entrevista semiestruturada.

Foi pedida autorização para a aplicação destes mesmos instrumentos de pesquisa

aos diferentes inquiridos e à instituição explicando a questão do respeito pela

confidencialidade. Sendo esta defendida por Ludke e André (1986), informou-se a

instituição e os inquiridos sobre a forma como os dados seriam recolhidos e codificados

e como seriam reservados à investigação em curso.

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4.4.1. Pesquisa e análise documental

Para um melhor conhecimento da temática central da investigação e de forma a

retirar ideias para a implementação de qualquer outro projeto, é bastante importante que,

numa primeira fase, se recorra à pesquisa e análise documental. Como defendem Quivy

e Campenhoudt (2003, p.57), “O principal objectivo da leitura é retirar dela ideias para

o nosso trabalho”.

Não faria qualquer sentido desenvolver um estágio sem antes se investigarem

estudos anteriores que abordassem a problemática em questão ou que focassem temas

que estejam relacionados com a mesma. Para Quivy e Campenhoudt (2003, p.51), é

… indispensável tomar conhecimento de um mínimo de trabalhos de referência

sobre o mesmo tema ou, de modo mais geral, sobre problemáticas que lhe estão

ligadas. Seria ao mesmo tempo absurdo e presunçoso acreditar que podemos

pura e simplesmente passar sem esses contributos, como se estivéssemos em

condições de reinventar tudo por nós próprios.

Por outro lado, a tomada de conhecimento de estudos anteriores e a leitura dos

mesmos visa “assegurar a qualidade da problematização” (Quivy & Campenhoudt,

2003, p.49), na medida em que esses mesmos trabalhos acabam, muitas vezes, por

sugerir pistas para novos estudos. Deste modo, a pesquisa e análise documental torna-se

fundamental em qualquer tipo de estudo ou projeto que se pretenda realizar.

4.4.2. Notas e diário de campo

Consideramos também importante a utilização das notas do diário de campo uma

vez que aborda dois pontos essenciais na ótica de Peretz (2000, p.125): “...a relação do

investigador com o meio e o relato das jornadas de observação”.

Através da análise do diário de campo é possível ver a evolução do

relacionamento do observador com a comunidade ou grupo com quem trabalha,

facilitando, também, a observação e avaliação do trabalho desempenhado até à data.

Para Bogdan e Biklen (1994, p.151), as notas de campo “ajudam o investigador

a acompanhar o desenvolvimento do projecto, a visualizar como é que o plano de

investigação foi afectado pelos dados recolhidos …”.

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As notas do diário de campo dizem que o investigador regista, diária e

sistematicamente as suas observações e informações, reflexões teóricas e metodológicas

e todas impressões e estados de espírito. Costa (1986, p.132) teoriza que este

… diário de campo … tem a preocupação de distinguir claramente cada um

daqueles três tipos de registo. Na anotação da informação substantiva distingue

ainda observações pessoalmente realizadas, informações prestadas por outras

pessoas e enunciados verbais dos actores sociais em estudo, procurando

transcrever estes últimos tão à letra quanto possível.

4.4.3. Observação direta participante

Se nos basearmos nos autores Quivy e Campenhoudt (2003, p.163), “a

observação directa é aquela em que o próprio investigador procede directamente à

recolha das informações, sem se dirigir aos sujeitos interessados. Apela directamente ao

seu sentido de observação”. Ghiglione e Matalon (1993, p.8) definem-na “como um

olhar sobre uma situação ... que tem por objectivos, a recolha de dados sobre a mesma”.

O mesmo será dizer que a observação direta é uma forma de obter respostas sem fazer

perguntas. Peretz (2000, pp.24-26) diz-nos que “a observação directa consiste em ser

testemunha dos comportamentos sociais dos indivíduos ou grupos nos próprios locais

das suas actividades sem lhes alterar o seu ritmo normal”.

Com este método é possível recolher dados importantes para a avaliação de

forma natural sem provocar grandes alterações no contexto de investigação, logo “o

objectivo da observação é encontrar um significado sociológico para os dados

recolhidos, classificá-los e avaliar o seu grau de generalidade” (Peretz, 2000, p.15).

A observação direta está, por norma, associada à observação participante.

Digamos que estes dois tipos de observação se encontram interligados devido à

semelhança das suas características. Tal como Costa (1986, p.137) refere, a observação

participante “trata-se, evidentemente, duma observação directa, mas num sentido mais

restrito”. Peretz (2000, p.77), por sua vez, declara que “a observação participante visa

justamente penetrar num dado meio social para se aperceber dos seus diversos

aspectos”.

Segundo Peretz (2000, p.44), “…a observação recorta na história de um meio

social um período de que nos dá conta: ela presencia acontecimentos que têm um

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princípio e um fim…”. Já quanto às notas desta observação, o autor Peretz (2000,

p.118) explica-nos que

Na maior parte das vezes, o observador redige as suas notas ao fim do dia de

trabalho, no domicílio ou no gabinete. Faz a redacção utilizando suportes

variados: durante muito tempo, esta foi feita em papel, mas cada vez mais se

transcrevem as notas directamente para o computador …

Ou seja, em alguns casos, o observador faz o devido registo das suas notas no

diário de campo, de modo a “acompanhar incessantemente as actividades dos outros,

participar nelas sem as perturbar, não permite a tomada de notas durante o desenrolar da

acção” (Peretz, 2000, p.101).

4.4.4. Conversas informais

Antes de mais, importa fazer a distinção entre conversas e entrevistas informais.

As conversas informais desencadeiam-se ocasionalmente, de forma espontânea e

natural, permitindo a total liberdade de expressão entre o investigador e o seu

interlocutor. Surgem de acordo com o momento ou a situação. As entrevistas informais

podem ocorrer ocasionalmente mas o investigador tem objetivos ao fazer as questões,

ainda que de uma forma bastante informal.

As entrevistas e conversas informais são, ao fim ao cabo, o ponto de partida para

muitos estudos ou projetos a desenvolver. A troca de impressões de maneira espontânea

e flexível permite uma maior proximidade com a comunidade em questão.

De certa forma, as conversas informais são conversas banais que consistem

segundo Bogdan e Biklen (1994), em “… procurar um interesse ou um tópico em

comum, uma oportunidade para se construir uma relação” (p.135), isto é, uma técnica

para quebrar o gelo. As conversas informais são uma das técnicas mais adequadas “para

a captação de acontecimentos, práticas e narrativas” (Costa, 1986, p.140), sendo “a

técnica preferencial para a recolha de normas e classificações de status sociais de

conhecimento geral no contexto social em estudo” (Costa, 1986, p.140).

Para além disto, estas constituem um meio natural e espontâneo de recolha de

informação e de ideias que poderão ser fundamentais na avaliação de determinados

critérios deste estágio. Não nos podemos esquecer que este tipo de entrevistas e

conversas permite uma grande liberdade de expressão por parte dos intervenientes,

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permitindo, por vezes, ao investigador recolher dados e informações bastante

importantes aos quais não conseguiria ter acesso utilizando outros métodos, como tal, se

oportuno, deve sempre procurar gravar-se todas as entrevistas realizadas para uma

perceção mais facilitada e coerente do discurso do entrevistado.

4.4.5. Inquérito por questionário

Relativamente à aplicação de inquéritos por questionário como elementos de

investigação, Quivy e Campenhoudt (2003, p.188) dizem-nos que a utilização de

questionários

Consiste em colocar a um conjunto de inquiridos, geralmente representativo de

uma população, uma série de perguntas relativas à sua situação social,

profissional ou familiar, às suas opiniões, à sua atitude em relação a opções ou a

questões humanas e sociais, às suas expectativas, ao seu nível de conhecimentos

ou de consciência de um acontecimento ou de um problema, ou ainda sobre

qualquer outro ponto que interesse os investigadores.

Em conformidade com Ghiglione e Matalon (1993, p.121) o questionário

... é um instrumento rigorosamente estandartizado, tanto no texto das questões

como na sua ordem. No sentido de garantir a comparabilidade das respostas de

todos os indivíduos, é absolutamente indispensável que cada questão seja

colocada a cada pessoa da mesma forma, sem adaptações nem explicações

suplementares resultantes da iniciativa do entrevistador.

Só desta forma é que se conseguem obter respostas objetivas sem que estas

sejam influenciadas pelo investigador ou pela pessoa responsável pela elaboração dos

questionários.

Ghiglione e Matalon (1993, p.70) falam-nos de dois tipos de questionários:

O questionário aberto: a formulação e a ordem das questões são fixas mas a

pessoa pode dar uma resposta tão longa quanto desejar e pode ser incitada por

insistência do entrevistador.

O questionário fechado: a formulação das questões, a sua ordem e a gama de

respostas possíveis são previamente fixadas.

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No entanto estes expõem que, muitas vezes, pode-se recorrer a métodos mistos,

ou seja, “…um questionário alternando questões abertas e questões fechadas” (p. 70). A

este respeito, Vala (1986, p.107) assegura ainda que:

Sempre que o investigador não se sente apto para antecipar todas as categorias

ou formas de expressão que podem assumir as representações ou práticas dos

sujeitos questionados, recorrerá a perguntas abertas sendo as respostas depois

sujeitas à análise de conteúdo.

4.4.6. Entrevista semiestruturada

Por último, e não menos importante, entre os vários tipos de entrevista temos as

entrevistas não-diretivas e as entrevistas semi-diretivas. A definição de entrevista como

“uma conversa tendo em conta um objetivo apresenta a vantagem de ser suficientemente

ampla para englobar uma grande variedade de entrevistas possíveis, mas, em

contrapartida, é muito vaga para permitir distinguir os diferentes tipos de entrevista”

(Ghiglione & Matalon, 1993, p.71).

A entrevista semidirecta, ou semi-dirigida, é certamente a mais utilizada em

investigação social. É semi-directiva no sentido em que não é totalmente aberta nem

conduzida por um grande número de perguntas particularizas. Geralmente, o

investigador dispõe de uma série de perguntas-guia, relativamente abertas, a propósito

das quais é imperativo receber uma informação da parte do entrevistado. Não colocando

necessariamente todas as perguntas pela ordem em que as anotou ou sob a formulação

prevista, tanto quanto possível, o intervistador “deixará o entrevistado à vontade para

que este possa falar abertamente, com as palavras que desejar e pela ordem que lhe

convier” (Quivy & Campenhoudt, 2003, p.192).

De acordo com Ghiglione e Matalon (1993, p.70),

A entrevista semi-directiva (por vezes chamada clínica ou estruturada): o

entrevistador conhece todos os temas sobre os quais tem de obter reacções por

parte do inquirido, mas a ordem e a forma como os irá introduzir são deixadas

ao seu critério, sendo apenas fixada uma orientação para o início da entrevista.

Uma vez apresentadas as características das entrevistas semi-directivas, importa

salientar a opinião de Ghiglione e Matalon (1993, p.142), quando estes afirmam que

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Na recolha de informação pela via da entrevista ou do questionário tem de se ter

sempre em conta que, mesmo nas questões ditas mais objectivas, tudo o que se

obtém é uma declaração do sujeito sobre a observação que ele faz do seu próprio

pensamento, comportamento ou situação.

Ou seja, de uma forma muito geral, o uso dos instrumentos de recolha de

informações permitem escutar as perceções dos atores, segui-las, ouvi-las, registá-las e

fazer um retrato de uma situação social particular recolhendo estilos de vida,

componentes culturais, perspetivas, valores, atitudes, conhecimentos e interações dos

sujeitos. Deste modo, o investigador compreende as perspetivas, os significados e o

envolvimento dos sujeitos numa situação em particular.

Após recolhido todo o material, foi feito o seu tratamento para se conseguir uma

melhor compreensão e organização da informação. Ao aplicar as técnicas de recolha de

informação foi assegurado o anonimato e confidencialidade de todos os envolvidos no

projeto, sendo esclarecido que todos os dados obtidos seriam estritamente para fins

académicos. Tendo sido pedido para respeitar ao máximo a privacidade dos

participantes, as notas e diário de campo tal como os relatórios das várias atividades não

se encontrarão em anexo, pois visto ser um número tão reduzido de idosos seria fácil

perceber através da especificação das notas quais fizeram parte do estudo.

Reconhecendo a Declaração de Barcelona de 2001 a ética como “elemento

central da prática profissional, apontando, a partir daí, a adopção de padrões de conduta

comuns e a promoção de processos participativos de diálogo e de formação como

compromissos colectivos fundamentais” (Carvalho & Batista, 2004, p.105), vale ainda

referir que em conformidade com os princípios éticos, importa manter viva a tensão

criativa entre o como e o porquê da ação. Foi com esse cuidado que se destaca o

carácter reflexivo da profissionalidade do educador social enquanto promotor da

condição humana em toda a sua multidimensionalidade e mistério (Carvalho & Batista,

2004).

Sentiu-se a necessidade de aplicar todas estas técnicas de forma a compreender

melhor o serviço desenvolvido no SAD, conhecer os seus utentes e necessidades e a

partir dai, dado que estamos a falar de um trabalho de projeto aplicar um plano de

intervenção que desse resposta às necessidades reais dos utentes e desta forma

pudéssemos contribuísse para atingir os objetivos do estudo.

A análise dos dados foi qualitativa ou quantitativa de acordo com a sua natureza.

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Na análise quantitativa utilizou-se o programa IBM SPSS Statistics 21

(Statistical Package for the Social Sciences 21, SPSS). Esta escolha recaiu sobre este

suporte informático devido à natureza e variedade de varáveis implicadas e à sua

relativa complexidade.

Inicialmente, realizou-se toda uma categorização de maneira a que a análise se

processasse de forma mais objetiva e sistemática.

Desta forma, procedeu-se à construção de tabelas de frequência, de gráficos de

barras e de gráficos circulares. Não foram utilizados nem testes estatísticos nem análises

ou gráficos/tabelas mais sofisticados dada a pequena amostra e o carácter exploratório

da investigação não o justificar.

Relativamente ao tratamento da entrevista semiestruturada e às questões abertas

nos inquéritos, a técnica utilizada foi a análise de conteúdo. Uma vez que se trata, de

acordo com Vala (1986, p.114),

… da desmontagem de um discurso e da produção de novo discurso através de

um processo de localização – atribuição de traços de significação, resultado de

uma relação dinâmica entre as condições de produção do discurso a analisar e as

condições de produção de análise.

Por fim, todo o material foi devidamente codificado por forma garantir o total

anonimato dos participantes.

Capítulo 5. Apresentação e análise interpretativa dos dados

Passando agora à apresentação e análise interpretativa dos dados recolhidos, esta

irá organizar-se da seguinte forma: 5.1. informação relativa ao inquérito da amostra do

estudo/idosos (Anexo XXVI); 5.2. informação relativa ao inquérito das auxiliares

(Anexo XXVIII); 5.3. informação relativa à entrevista à responsável do SAD (Anexo

XXX); 6.4. análise interpretativa dos resultados obtidos.

5.1. Informação relativa ao inquérito da amostra do estudo/idosos

A participação da amostra neste inquérito por questionário (Anexo XXV) de

caráter exploratório teve como pressuposto observar a realidade concreta do SAD do

CCE como resposta social, no sentido de analisar e compreender a dinâmica e o

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contributo deste serviço no aumento ou na preservação da qualidade de vida e saúde dos

seus beneficiários.

De modo a identificar e perceber as características contextuais e de

funcionamento da resposta social em questão, as informações recolhidas foram

necessárias para se tentar este cada vez melhor e mais eficaz.

Começando pelo primeiro módulo intitulado de “Caracterização do/a idoso/a”,

podemos concluir que: a amostra é composta por um idoso do sexo masculino e por

duas idosas do sexo feminino; o total das idades da amostra encontra-se situada no

intervalo “De 81 a 85 anos de idade”; dois idosos estão na categoria de “Casado/a” e um

na de “Viúvo/a”; um idoso “Não sabe ler nem escrever”, outro “Sabe ler e escrever (sem

grau de instrução formal” e outro concluiu os estudos no “Ensino primário”.

Agora relativamente ao segundo módulo intitulado de “Saúde e Qualidade de

Vida do idoso no SAD do Centro Comunitário de Estoi”, o qual tem questões

relativas à “Saúde do/a idoso/a”, podemos deduzir que: dois idosos classificam a sua

saúde no presente como “Má” e um como sendo “Boa”; comparativamente com o que

acontecia há um ano atrás, dois dos idosos descrevem o seu estado de saúde como

estando “Má” e um como estando “Boa”; a saúde do idoso o limita, “Completamente”,

em: “Atividades físicas”, “Atividades domésticas”, “Levantar ou carregar compras”,

“Inclinar-se, ajoelhar-se ou baixar-se” e “Passear sozinho”; os idosos avaliam a sua

mobilidade/dependência dentro dos parâmetros “Boa”, “Razoável” e Muito má”; nas

últimas semanas, os idosos sentiram-se “Quase sempre”: “Muito nervoso”, “Calmo e

tranquilo”, “Cansado”, “Feliz”, “Sozinho” e “Ansioso”; todos os idosos consideraram

“Verdadeiro” a afirmação “Estou convencido de que a minha saúde vai piorar”; dois

classificam a sua qualidade de vida como “Razoável” e um como sendo “Boa”; todos os

idosos consideram importante para ter qualidade de vida: “Ter saúde física” e “Poder

passear e divertir-me”; dois idosos identificam que o SAD tem contribuído “Muito”

para a melhoria da sua saúde e qualidade de vida e um que “Nem muito nem pouco”;

por fim, e existindo a possibilidade de melhorar o apoio prestado pelo SAD, gostariam

de ver implementadas atividades ligadas à “Expressão plástica”, “Família e

comunidade”, “Preservação do meio ambiente”, “Acompanhamento da saúde” e

“Intergeracionais”.

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5.2. Informação relativa ao inquérito das auxiliares

A participação das auxiliares neste inquérito por questionário (Anexo XXVII) de

caráter exploratório teve como pressuposto observar a realidade concreta do SAD do

CCE como resposta social, no sentido de analisar e compreender a dinâmica e o

contributo deste serviço no aumento ou na preservação da qualidade de vida e saúde dos

seus beneficiários.

De modo a identificar e perceber as características contextuais e de

funcionamento da resposta social em questão, as informações recolhidas foram

necessárias para se tentar este cada vez melhor e mais eficaz.

Começando pelo primeiro módulo intitulado de “Caracterização do/a

auxiliar”, podemos concluir que: a amostra é composta por três auxiliares do sexo

feminino; as suas idades encontram-se nos intervalos “De 32 a 42 anos de idade” e “De

43 a 53 anos de idade”; duas auxiliares na categoria de “Casado/a” (66,67%) e uma na

de “Divorciado/a ou Separado/a”; todas concluíram o “Ensino secundário”; o agregado

familiar de duas auxiliares é composto por “Casal com filhos/as”, enquanto o da outra

auxiliar é de “Pessoa só com filhos/a”; todas as auxiliares têm curso de ajudante

familiar; a parte do trabalho que mais gostam é “Trabalhar em equipa” e o “Convívio

com o idoso”; todas classificam como maiores dificuldades ao prestar o SAD “A

aquisição da confiança do idoso” e “O ajustar o serviço aos hábitos do idoso”; todas as

auxiliares consideram que o SAD não preenche todas as necessidades dos idosos; por

fim, o SAD não consegue satisfazer o tipo de componentes/necessidades “Sociais” e

“Psicológicas e/ou cognitivas”.

Agora relativamente ao segundo módulo intitulado de “Saúde e Qualidade de

Vida do idoso no S.A.D. do Centro Comunitário de Estoi”, podemos enumerar que:

todas as auxiliares consideram que a qualidade de vida dos idosos melhorou com o

SAD; todas as auxiliares são testemunhas dessa melhoria a “Nível Biológico e/ou

físico”; todas pensam ser necessário “Mais ajudantes familiares”, “Desenvolver uma

iniciativa de combate ao isolamento e solidão” (a nível do SAD) e “Gratuitidade de

certos serviços ao domicílio para os que mais necessitam” (a nível da comunidade) para

melhorar a qualidade de vida dos idosos; a saúde e qualidade de vida dos domiciliados é

considerada “Razoável” segundo a experiência profissional de todas as auxiliares; as

áreas/serviços apontadas por todas como mais importantes que ajudam a promover a

qualidade de vida e saúde do idoso em SAD dizem respeito à “Alimentação”, à

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“Higiene pessoal e habitacional” e ao “Controlo de medicação”; por fim, consideraram

“Ter saúde física” e “Poder passear e divertir-se” importante para o idoso ter qualidade

de vida.

5.3. Informação relativa à entrevista à responsável do SAD

Sendo que o objetivo geral da aplicação desta entrevista (Anexo XXIX) recaia

em “Compreender a dinâmica do serviço de apoio domiciliário e a sua importância”,

serão seguidamente apontados vários pontos que resumam e ilustrem o tipo de dinâmica

e importância deste serviço.

Estando este guião agrupado por categorias, optou-se por seguir a mesma lógica

de modo a conseguir-se uma compreensão mais simples e rápida dos conteúdos.

Passaremos então à explicitação de várias citações do Entrevistado 1 (E1).

Na categoria “C. Contexto institucional”, E1 diz-nos que:

Acha que “Atualmente o número de técnicos e auxiliares é suficiente para

garantir o normal funcionamento da Instituição” e que os recursos materiais existentes

“Numa Instituição sem fins lucrativos … existem sempre recursos materiais em falta.”

Salientando ainda que “No SAD necessitamos de uma carrinha adaptada para o

transporte da alimentação ao domicílio dos utentes apoiados nessa valência”.

Na categoria “D. O SAD no Centro Comunitário de Estoi ”, E1 afirma-nos que:

O número de assistidos “…ao nível do SAD é oscilante” mas acha que “Face ao

envelhecimento progressivo da população … o recurso ao SAD tende a aumentar

futuramente”.

A componente social é trabalhada através do SAD através de “… visitas

domiciliárias e entrevistas de pré-diagnóstico com o intuito de aprofundar o

conhecimento … da realidade que facilitará e dará suporte ideológico às ações a

desenvolver na dimensão física, psicológica e social do utente”, pois a vertente

socioeducativa “… é muito importante no âmbito do SAD dado que através do

desenvolvimento de um conjunto de ações socioeducativas aprofundam-se

conhecimentos … no sentido de contribuir, sempre que possível, para o aumento ou

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manutenção da sua autonomia, da capacidade de comunicação e de relacionamento …

assim como os seus valores e interesses, costumes e crenças, para que rompa com a

apatia e o desânimo e se sinta motivado a melhorar”.

Nos SAD, por “Regra geral é a família que solicita o apoio domiciliário pois o

idoso normalmente já se encontra numa condição física e psicológica muito frágil…” e

que os serviços mais solicitados “…são: fornecimento da alimentação, higiene pessoal

e tratamento de roupas”.

Na categoria “E. Trabalho desenvolvido no SAD”, E1 comprova-nos que:

É “…desenvolvido um Plano de Atividades … tendo em consideração as

necessidades e expectativas de cada um dos utentes.” Isto no que diz respeito às

atividades de “…Fornecimento de Alimentação, Higiene Pessoal, Higiene

Habitacional, Tratamento de Roupa, Animação e Teleassistência”.

Aqui existe “… o cuidado de perceber quais são as reais necessidades do utente

… sendo de comum interesse integrar o idoso aquando da elaboração do seu Plano

Individual…” Pois na construção de um bom plano individual, os princípios-chave são

“os que estão agregados ao conhecimento de cada utente, focando essencialmente as

necessidades e expectativas; uma correta articulação de informação e ação com a

equipa SAD, familiares e significativos; a implementação do(s) serviço(s), a

monotorização e avaliação do(s) mesmo(s) e por fim, a revisão do Plano Individual em

função da realidade existente”.

Esta animação “…focaliza as particularidades de cada um. …que por sua vez

prioriza as necessidades e potencialidades de cada um dos utentes a fim de que fique

determinado que a “atividade” é sempre um indicador positivo para que daí possa

decorrer um envelhecimento saudável”. Desta forma, pretende-se que das atividades de

animação resultem “…a participação e melhoria da qualidade de vida e bem-estar,

remetendo essa atividade para melhorias no campo físico ou mental”.

É graças ao SAD e às atividades desenvolvidas por este que “…existem casos de

melhoria … Exemplo disso poderá ser o controlo da higiene habitacional e do

tratamento de roupas, a garantia de habituação e incentivo à higiene pessoal e/ ou

alimentação e o combate ao isolamento e a limitações decorrentes do envelhecimento”.

No âmbito da promoção da qualidade de vida e saúde, “…determina-se que a

técnica que garante o Serviço de Animação promova um conjunto de atividades ou

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dinâmicas que conduzam precisamente à sua melhoria através de sessões de

gerontomotricidade e da consciencialização e promoção dos hábitos de vida saudável.”

No entanto, “Essa ação é também alargada ao(s) cuidador(es) por se considerar uma

mais valia a articulação e encadeamento de práticas com o(s) mesmo(s). Sendo uma

área específica, muitas vezes é necessário o envolvimento de outros técnicos, a título de

exemplo a enfermeira, para que seja possível assegurar o serviço da forma mais

apropriada e fiável”.

Na sua opinião, é preferível a institucionalização “…quando não existe uma

rede de suporte familiar ou de outros significativos que garantam em articulação com a

Equipa SAD um correto desenvolvimento e satisfação plena das necessidades do

utente”.

Na categoria “F. Relações dos idosos”, E1 expõe-nos que:

A boa relação entre as auxiliares e os idosos do SAD “… é preservada por meio

da simpatia, compreensão, afetividade, comunicação e satisfação das suas

necessidades de forma correta e responsável” e que a relação entre a Instituição e os

familiares dos utentes “… é positiva pois permite a troca de informações e articulação

de práticas ou ações necessárias à melhoria dos cuidados ou condição dos utentes”.

Salienta que entre todos os utentes das valências do SAD e ERPI “…existem

atividades de interação entre utentes do SAD e da ERPI cuja condição física e mental

ainda permite a sua movimentação e perceção da ação proposta”.

A triangulação das relações entre família – idoso – instituição “Normalmente é

feita através de contactos telefónicos e/ou presenciais com os familiares ou outros

significativos e visitas domiciliárias, tendo como base a construção de uma relação de

proximidade, cordialidade e responsabilidade em prol da prestação de um serviço

adequado e eficiente”.

Por fim, na categoria “G. Futuro do serviço: perceção e apreciação”, E1 fala-nos

de que:

Na sua opinião, “…a animação contribui, sem dúvida, para retardar os efeitos

do envelhecimento e potencializar a adoção de hábitos de vida saudável

imprescindíveis à vivência da terceira idade de forma positiva e digna ” e que o SAD

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“…tem contribuído para a melhoria do estado de saúde e qualidade de vida do utente

ao enviar esforços no sentido de desenvolver um trabalho em equipa que congrega

vários profissionais de diferentes áreas empenhados quer na satisfação de cuidados

básicos, como a alimentação, a higiene pessoal e habitacional e o tratamento de

roupas, quer na superação das limitações do idoso, no restabelecimento da autoestima,

no reforço de laços de identidade, afetividade e sociabilidade”.

A seu ver, “… o atraso à institucionalização é benéfico para o idoso que ainda

revela alguma autonomia ao nível físico e psicossocial mas que precisa de auxílio na

execução de tarefas da vida quotidiana devido a limitações decorrentes de doença ou

da idade. … É muito importante para o idoso manter-se no seu meio sociofamiliar,

ligado às suas raízes, à sua casa, aos seus pertences e às suas memórias… à história

construída ao longo da vida”.

Os principais problemas com que os idosos do SAD se confrontam

“Geralmente…prendem-se com a saúde e a incapacidade dos familiares ou outros

significativos contribuírem para a sua resolução ou retardamento de dependências

associadas…”.

O modo de funcionamento do SAD “…atualmente enquadra-se nas

possibilidades a nível institucional e nas necessidades prementes dos utentes apoiados.

O serviço é prestado por uma equipa que tem formação, sensibilidade e motivação

para “levar” diariamente um gesto de carinho, uma palavra de conforto, o seu sorriso

e a sua vontade de colaborar na manutenção do bem-estar geral dos nossos utentes”.

Relativamente a projetos futuros, “…seria benéfico para o SAD desenvolver,

por exemplo, projetos de parceria com centros de saúde, hospitais e clínicas de

reabilitação … Também seria interessante a criação de uma rede de voluntários

composta por profissionais das mais variadas áreas, dispostos a promover visitas

domiciliárias para ouvir, conversar, partilhar, acompanhar e colaborar com o seu

saber no bem-estar global dos utentes do SAD”.

Por fim, as perspetivas futuras acerca da “…expansão e consequente evolução

do SAD depende, em grande medida, dos apoios, ações ou políticas que visem dotar as

instituições de uma maior capacidade de resposta. Sem essa dotação é complicado

“fazer mais” para colmatar a necessidade premente de proporcionar aos idosos a

vivência da terceira idade com qualidade e dignidade”.

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62

5.4. Análise dos resultados obtidos

Após o tratamento da informação apresentada nos pontos anteriores, vamos

agora fazer uma articulação e análise da mesma, considerando alguns pontos mais

importantes, relativos às temáticas privilegiadas no presente trabalho, correspondentes à

animação, qualidade de vida e saúde.

Os idosos classificam a sua saúde no presente como “Má” chegando mesmo a

referir que estão convencidos de que esta vai piorar e que, comparativamente com o que

acontecia há um ano atrás, esta encontrava-se “Boa” na maioria dos casos. Ainda que

indiquem que a sua qualidade de vida está “Razoável”, maioritariamente, a sua

mobilidade/dependência foi avaliada como se encontrando “Muito má” e “Razoável”.

Eis uma questão que Saldanha (2009, p.3) nos coloca:

Será que a felicidade do ser humano como consequência do aumento do tempo

de vida e da eterna juventude, se entendermos esta expressão como traduzindo

de forma holística o bem estar físico e mental ao longo da sua existência, foi

conseguida?

Paúl, Fonseca, Martín e Amado (2005), referem que a falta de saúde contribui

grandemente para a diminuição da qualidade de vida dos idosos. Para além da saúde

real, a saúde percebida também é relevante e a maioria dos idosos demonstra estar

insatisfeito com a mesma. Os indicadores da qualidade de vida não revelam grandes

diferenças de género, à exceção do sentimento de solidão e da perceção de qualidade de

vida psicológica.

A perceção de qualidade de vida aparece intimamente ligada a variáveis

sociodemográficas, a variáveis físicas e de contexto. As associações verificadas entre a

qualidade de vida e as variáveis contextuais físicas e sociais apontam no sentido da sua

promoção numa perspetiva comunitária (Paúl, Fonseca, Martín & Amado, 2005).

Aumentar o nível de educação e rendimento, o acesso a saúde e a serviços, bem

como a integração social, podem ser meios para implementar o envelhecimento ativo e a

qualidade de vida (Paúl, Fonseca, Martín & Amado, 2005).

A qualidade de vida na velhice parte de uma avaliação multidimensional em

relação aos critérios socionormativos e intrapessoais que procuram referências tanto nas

relações atuais quanto nas passadas e também prospetivas na relação entre o idoso e o

ambiente que o cerca. Deste modo, a qualidade de vida na velhice depende de muitos

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aspetos que estão em constante interação ao longo da vida do ser humano. Acrescente-

se que a qualidade de vida nesta etapa da vida pode ser entendida como um processo

adaptativo multidimensional, a despeito da capacidade do sujeito lidar com diferentes

demandas (Fleck, 2008).

Para Fontaine (2000) a qualidade de vida na reforma, o bem-estar subjetivo e a

satisfação de viver dependem da participação social que se define por duas

componentes: a manutenção das relações sociais e a prática de atividades produtivas.

Por sua vez, todas as auxiliares consideram que o SAD não preenche todas as

necessidades dos idosos, especialmente o tipo de componentes/necessidades “Sociais” e

“Psicológicas e/ou cognitivas”. Já de acordo com Luísa (2014), as coisas que os

inquiridos do seu estudo apontam como mais importantes para termos uma boa

qualidade de vida recaem nas categorias de saúde com 33,7%, seguida da categoria

ausência com 30,3%, da comportamental com 25,3%, da social com 22%, ambas com

valores próximos e expressivos.

Tratando-se do SAD de um serviço ainda muito vinculado ao assistencialismo, é

na animação sociocultural que podemos intervir de modo a colmatar esta lacuna, pois no

entender de Cunha (2009), a animação, no que diz respeito ao idoso, desempenha um

papel fundamental, especialmente vocacionada para que se estabeleçam relações sociais

e estas são essenciais para manter ou mesmo promover a saúde física, psicológica e

social. Efetivamente que o bem-estar está associado a medidas de satisfação com a vida,

a felicidade e a autoestima.

Contudo, as auxiliares dizem notar que a qualidade de vida dos idosos melhorou

com o SAD a “Nível Biológico e/ou físico”. Todas estas referem-nos que, segundo a

sua experiência profissional, a saúde e qualidade de vida dos domiciliados é

considerada “Razoável” e que é importante trabalhar com o idoso para este ter

qualidade de vida ao nível de “Ter saúde física” e “Poder passear e divertir-se”.

Neste entender, podemos recorrer, uma vez mais, à animação como estratégia de

intervenção como a finalidade dinamizar o social, promovendo a participação e

responsabilizando os indivíduos pela gestão e direção dos seus próprios recursos, no

sentido de um desenvolvimento sustentado (Vallicrosa, 2004). Este desenvolvimento

potencia a estabilidade e a igualdade de oportunidades para todos os elementos da

comunidade a nível económico, social, educativo, cultural e político.

Estas atividades de animação podem ser uma forma do idoso manter o seu

organismo ativo, em bom funcionamento biológico e em equilíbrio com as relações

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afetivas e sociais. Portanto, um programa variado de atividades de animação trará,

certamente, qualidade de vida ao idoso.

Desta forma, poder-se-iam tentar amenizar os principais problemas com que

estes idosos se confrontam, pois “Geralmente…prendem-se com a saúde e a

incapacidade dos familiares ou outros significativos contribuírem para a sua resolução

ou retardamento de dependências associadas…” (E1).

Deve ter-se “…o cuidado de perceber quais são as reais necessidades do utente

… sendo de comum interesse integrar o idoso aquando da elaboração do seu Plano

Individual…” (E1). Pois na construção de um bom plano individual, os princípios-chave

que devem estar sempre presentes são aqueles “que estão agregados ao conhecimento

de cada utente, focando essencialmente as necessidades e expectativas; uma correta

articulação de informação e ação com a equipa SAD, familiares e significativos; a

implementação do(s) serviço(s), a monotorização e avaliação do(s) mesmo(s) e por fim,

a revisão do Plano Individual em função da realidade existente” (E1).

Este plano “…focaliza as particularidades de cada um. …que por sua vez

prioriza as necessidades e potencialidades de cada um dos utentes a fim de que fique

determinado que a “atividade” é sempre um indicador positivo para que daí possa

decorrer um envelhecimento saudável” (E1). Desta forma, pretende-se que das

atividades de animação resultem “…a participação e melhoria da qualidade de vida e

bem-estar, remetendo essa atividade para melhorias no campo físico ou mental” (E1).

Reforçando estas ideias, Jacob (2007) descreve a animação de idosos como a

maneira de atuar em todos os campos do desenvolvimento da qualidade de vida dos

mais velhos, sendo um estímulo permanente da vida mental, física e afetiva da pessoa

idosa. A animação é essencial em qualquer projeto com a população idosa, sendo

considerada um elemento fundamental para a qualidade de vida dos idosos de

estabelecimentos de acolhimento de pessoas idosas, cujo objetivo principal é preservar a

autonomia dos idosos.

Na opinião E1, “…a animação contribui, sem dúvida, para retardar os efeitos do

envelhecimento e potencializar a adoção de hábitos de vida saudável imprescindíveis à

vivência da terceira idade de forma positiva e digna ” e que o SAD “…tem contribuído

para a melhoria do estado de saúde e qualidade de vida do utente ao enviar esforços no

sentido de desenvolver um trabalho em equipa que congrega vários profissionais de

diferentes áreas empenhados quer na satisfação de cuidados básicos, como a

alimentação, a higiene pessoal e habitacional e o tratamento de roupas, quer na

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superação das limitações do idoso, no restabelecimento da autoestima, no reforço de

laços de identidade, afetividade e sociabilidade” (E1).

O desenvolvimento de atividades de lazer e animação, que se revelem do

interesse do idoso, determinam o alcance de níveis satisfatórios de bem-estar e

contribuem para a promoção da saúde (Terra & Cunha, 2001), pois o lazer é

fundamental para o bem-estar físico, mental e social (Portugal & Azevedo, 2011).

Acrescente-se que a animação é uma ferramenta fundamental para aumentar a

autoestima do sénior e do idoso. Deste modo, e no entender de Martínez (2001, p 95):

Quanto mais positiva é a nossa autoestima mais preparados estamos para

enfrentar as adversidades e resistir às frustrações, mais possibilidades temos de

ser criativos no nosso trabalho e de encontrar mais oportunidades de estabelecer

relações enriquecedoras, mais dispostos nos sentimos para tratar os outros com

respeito e mais satisfação encontramos pelo simples facto de viver.

Dois dos idosos identificam que o SAD tem contribuído “Muito” para a

melhoria da sua saúde e qualidade de vida. E1 refere-nos que é graças ao SAD e às

atividades desenvolvidas por este que “…existem casos de melhoria … Exemplo disso

poderá ser o controlo da higiene habitacional e do tratamento de roupas, a garantia de

habituação e incentivo à higiene pessoal e/ ou alimentação e o combate ao isolamento e

a limitações decorrentes do envelhecimento”.

Na mesma linha de pensamento temos as auxiliares que nos apontam as

áreas/serviços “Alimentação”, à “Higiene pessoal e habitacional” e ao “Controlo de

medicação” como sendo as mais importantes e que ajudam a promover a qualidade de

vida e saúde do idoso em SAD.

Ainda no âmbito da promoção da qualidade de vida e saúde, “…determina-se

que a técnica que garante o Serviço de Animação promova um conjunto de atividades

ou dinâmicas que conduzam precisamente à sua melhoria através de sessões de

gerontomotricidade e da consciencialização e promoção dos hábitos de vida saudável.”

No entanto, “Essa ação é também alargada ao(s) cuidador(es) por se

considerar uma mais valia a articulação e encadeamento de práticas com o(s)

mesmo(s). Sendo uma área específica, muitas vezes é necessário o envolvimento de

outros técnicos, a título de exemplo a enfermeira, para que seja possível assegurar o

serviço da forma mais apropriada e fiável” (E1).

Araújo e Melo (2013, p.156) justificam que com

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A participação em atividades de lazer e de recreação permite a distração e, se

desenvolvidas em grupo, promove a convivência e o aumento de relações …

melhora a … autoestima e, ao adquirir novas aprendizagens, aumenta o

crescimento pessoal e sente-se mais participativo e integrado na sociedade.

Podem ser escolhidas actividades … consoante os interesses pessoais de cada

um, como, por exemplo, físico, intelectual, cultural, manual e artístico.

E1 salienta ainda que entre todos os utentes das valências do SAD e ERPI

“…existem atividades de interação entre utentes do SAD e da ERPI cuja condição

física e mental ainda permite a sua movimentação e perceção da ação proposta”.

Segundo Zimerman (2005) o indivíduo devido à sua natureza é um ser sociável,

vive em interação durante toda a sua vida com outros indivíduos. Este está inserido em

vários grupos, como é o exemplo o grupo da família, amigos, escola e trabalho. Assim,

a pessoa idosa ao longo da sua vida passou por todos estes grupos, no entanto passa por

ela criar condições internas e a necessidade de se associar a um grupo com o qual se

identifique.

As pessoas que têm amigos na terceira idade são mais felizes e saudáveis e que é

com os amigos que vão confiar os sentimentos e pensamentos e que são os melhores a

compreender as mudanças que se fazem sentir na fase do envelhecimento. Como nos

dizem Araújo e Melo (2013, p.141),

Em muitos aspetos as nossas relações são âncoras que estruturamos as nossas

prioridades, e uma convivência harmoniosa com os outros faz-nos sentir

seguros, apoiados e compreendidos, contribuindo para a definição da nossa

identidade, pois aquilo que pensam de nós contribui para a imagem que vamos

construindo de nós próprios.

E1 assegura-nos que “Atualmente o número de técnicos e auxiliares é suficiente

para garantir o normal funcionamento da Instituição” e que os recursos materiais

existentes “Numa Instituição sem fins lucrativos … existem sempre recursos materiais

em falta”. Já as auxiliares não partilham da mesma opinião, pois acham ser necessário

“Mais ajudantes familiares” ao nível do SAD.

Veiga-Branco (2012) defende que a “gerontologia é uma área multi e

interdisciplinar de intervenção … uma conduta no sentido da neuroplasticidade e da

autoeficácia” (p.51), no sentido em que se torna necessário o rico trabalho em rede

criando sinergias que beneficiem os idosos, que não tem como objetivo a aprendizagem

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de novas matérias, “mas sim, serem eles mesmos, os conteúdos das suas aprendizagens

de SI” (p.51).

Neste âmbito, quem deve intervir com os idosos serão todos os profissionais

desde enfermeiros, psicólogos, médicos, educadores sociais, ajudantes familiares, entre

outros, no entanto, existindo falta de alguns destes profissionais, deve procurar-se dar

resposta ao máximo de necessidades possíveis do idosos até se conseguir um maior

número de profissionais que assegure o pleno bem-estar da pessoa. É nestes casos que

se torna fundamental o papel do animador como agente de ação educativa.

Afirmando que Educação Social auxilia no sentido em que mantêm as aptidões,

Veiga-Branco (2012) contrapõe dizendo que a “educação deve estar presente na vida

que se vive. Cada momento é o momento de vida até que a vida se extinga” (p.50).

Lemieux (2000, citado em Veiga-Branco, 2012, p.53) defende:

… a questão da educação antecede a referência ao envelhecimento e aos

sujeitos envelhecidos, pois ... deve permitir a combinação de distintas

especialidades, como a psicologia, a filosofia, a antropologia, a história, a

sociologia e a economia, … e ajudar no momento em que for necessário decidir

sobre o quê, o como e para quê da educação às pessoas idosas.

O idoso é uma pessoa que possui uma história pessoal única, com todos os

conhecimentos adquiridos ao longo da vida. Esta história pessoal é agora aproveitada e

inserida em dinâmicas de grupo, para que a pessoa idosa possa falar e reanalisar as suas

potencialidades. Desta forma, pretende-se organizar mudanças culturais nas

representações sociais que se tem sobre a velhice, a nível das várias gerações.

A triangulação das relações entre família – idoso – instituição “Normalmente é

feita através de contactos telefónicos e/ou presenciais com os familiares ou outros

significativos e visitas domiciliárias, tendo como base a construção de uma relação de

proximidade, cordialidade e responsabilidade em prol da prestação de um serviço

adequado e eficiente” (E1).

A autora Zimerman (2005, p.91) justifica esta situação com o facto de

Na prática, a família de muitos velhos não é sempre aquela que tem laços de

consanguinidade. Seja por não terem parentes, por viverem afastados ou ainda

por serem rejeitados pela família, certos velhos desenvolvem verdadeiros laços

familiares com vizinhos, amigos e empregados … são os cuidadores e outras

pessoas fisicamente mais próximas, com quem acabam desenvolvendo fortes

laços de amizade e confiança … por estarem próximas na vida quotidiana,

podem acabar conhecendo melhor o velho, os seus gostos e necessidades do que

familiares que os visitam esporadicamente.

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Ainda que esta boa relação entre as auxiliares e os idosos do SAD seja “…

preservada por meio da simpatia, compreensão, afetividade, comunicação e satisfação

das suas necessidades de forma correta e responsável” e que a relação entre a

Instituição e os familiares dos utentes seja “… positiva pois permite a troca de

informações e articulação de práticas ou ações necessárias à melhoria dos cuidados ou

condição dos utentes” (E1), nas últimas semanas, os idosos sentiram-se “Quase sempre”

muito nervosos, cansados, sozinhos e ansiosos.

De acordo com Duarte, Lapa e Nunes (2013), podemos comprovar que prestar

um bom serviço passa por alguns aspetos como a “motivação para a área … satisfação

com o desempenho, atividade gratificante, … relação de trabalho interpares, …

contributo pessoal na relação profissional, … trabalho em equipa” (pp.268-269) mas

infelizmente tais aspetos não são suficientes para colmatar os sentimentos apontados

pelos idosos.

Zimerman (2005) justifica esta situação com o facto de muitas vezes a família

dos idosos não ser sempre quem desenvolve maiores laços com estes, seja por não terem

família perto ou por falta de tempo. Nestes casos acabam por ser os colaboradores que

estão mais presentes no seu dia-a-dia, desenvolvem maiores laços de amizade e

confiança e chegam mesmo a conhecê-los melhor que os seus familiares.

Desta forma, e ainda que o modo de funcionamento do SAD se enquadre “…

nas possibilidades a nível institucional e nas necessidades prementes dos utentes

apoiados” (E1), é necessário fazer-se algo para melhorar o serviço de modo a combater

tais sentimentos.

Mesmo sabendo que a sua saúde os limita “Completamente” em “Atividades

físicas”, “Atividades domésticas”, “Levantar ou carregar compras”, “Inclinar-se,

ajoelhar-se ou baixar-se” e “Passear sozinho”, todos consideraram importante “Ter

saúde física” e “Poder passear e divertir-me” para ter qualidade de vida e é preciso

orientar planos de atividades neste campo de ação.

Um dos aspetos mais significativos para a qualidade de vida é o suporte e apoio

familiar, dos amigos e o envolvimento nas atividades sociais. Baixos níveis de contatos

sociais estão associados a uma pobre qualidade de vida, pois atualmente há um grande

número de pessoas que vivem sós, que perderam o/a companheiro ou perderam os

amigos que foram falecendo e podem experienciar a solidão. De referir que Santos,

Fernandes e Henriques (2002) realizaram um estudo sobre a Qualidade de vida do idoso

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na comunidade: aplicação da Escala de Flanagan, cujo objetivo era avaliar a satisfação

de idosos em relação à sua qualidade de vida e onde a variável 15 – Socialização: “fazer

amigos” apresentou maior índice de satisfação.

Assim, Cunha (2009, p. 33) comprova que

…a animação deve ser entendida como uma forma ideal de promover a

socialização, formar os indivíduos para a vida em comunidade, sensibilizar e

educar as pessoas para os valores humanos e para o desenvolvimento da sua

personalidade.

Relativamente a projetos futuros, os idosos gostavam de ver implementadas

atividades ligadas à “Expressão plástica”, “Família e comunidade”, “Preservação do

meio ambiente”, “Acompanhamento da saúde” e “Intergeracionais”. Já as auxiliares

acham ser necessário “Desenvolver uma iniciativa de combate ao isolamento e solidão”

(a nível do SAD).

Por fim, seria também “… benéfico para o SAD desenvolver, por exemplo,

projetos de parceria com centros de saúde, hospitais e clínicas de reabilitação …

Também seria interessante a criação de uma rede de voluntários composta por

profissionais das mais variadas áreas, dispostos a promover visitas domiciliárias para

ouvir, conversar, partilhar, acompanhar e colaborar com o seu saber no bem-estar

global dos utentes do SAD” (E1).

Como uma das grandes conclusões que podemos apreender é que a animação

contribui para retardar os efeitos do envelhecimento e potencializar a adoção de hábitos

de vida saudável, imprescindíveis à vivência da terceira idade de forma positiva e digna,

e que o SAD tem contribuído para a melhoria do estado de saúde e qualidade de vida do

cliente ao enviar esforços no sentido de desenvolver um trabalho em equipa que

congrega vários profissionais de diferentes áreas, empenhados quer na satisfação de

cuidados básicos – como a alimentação, a higiene pessoal e habitacional e o tratamento

de roupas – quer na superação das limitações do idoso, no restabelecimento da

autoestima, no reforço de laços de identidade, afetividade e sociabilidade, e é preciso

continuar a orientar planos de atividades neste campo de ação.

Em inferência, o levantamento de necessidades permite avaliá-las em meio

domiciliário e apontar lacunas encontradas, e dos resultados consequentes dos

inquéritos e da entrevista conclui-se a necessidade da vertente socioeducativa no dia-a-

dia do idoso domiciliado num processo de desenvolvimento ativo e integral, sem, no

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entanto, esquecer a individualidade de cada interveniente e para que até ao fim cada um

seja o autor da sua própria história.

Assim, poder-se-ia tentar amenizar os principais problemas com que estes idosos

se confrontam, pois, na maioria das vezes, estes centram-se nas limitações da saúde e na

incapacidade dos familiares ou outros significativos, contribuírem no apoio e

abrandamento do processo de dependência. Para Kanning e Schlicht (2008) o bem-estar

é um critério primordial para o envelhecimento bem-sucedido e para uma boa qualidade

de vida. Segundo estes, o envelhecimento bem-sucedido está relacionado com a

capacidade que os idosos têm em promover o bem-estar subjetivo tornando-se, assim,

fulcral envolver os demais na procura do bem-estar do seu idoso.

Larson (1978) concluiu que entre todos os componentes da situação da vida de

uma pessoa idosa, a saúde é a que está mais fortemente relacionada com bem-estar.

Através da leitura, quer dos questionários quer da entrevista, podemos verificar que, de

facto, o bem-estar físico aparece relacionado diretamente com facto de se ter saúde.

O crescente investimento futuro nestas linhas de atuação poderá ser

determinante na alteração progressiva das mentalidades no que diz respeito à

importância das relações, dentro e fora dos grupos, nos dias de hoje.

Desta forma, o convívio mostra-se também como um fator relevante no que

concerne ao bem-estar social dos idosos. De acordo com a opinião quer dos idosos, quer

dos colaborados da instituição, pode-se constatar no contexto de relações sociais e

afetivas, a interação aparece como sendo um fator muito significativo. Segundo Silva e

Rezende (2005) o aumento da rede de contatos sociais proporciona um aumento do

bem-estar, potencializa os recursos pessoais e coopera no entendimento da

interdependência com os outros idosos.

Na nossa ótica, relativamente a projetos futuros benéficos para o SAD, tornam-

se importantes de desenvolver, por exemplo, projetos de parceria com centros de saúde,

hospitais e clínicas de reabilitação, assim como uma rede de voluntários composta por

profissionais das mais variadas áreas, dispostos a agendar visitas domiciliárias para

ouvir, conversar, partilhar, acompanhar e imprimir com as suas vocações, o bem-estar

geral dos idosos.

Por um lado, os idosos gostariam de ver continuadas, atividades ligadas a:

expressão plástica; família e comunidade; preservação do meio ambiente;

acompanhamento da saúde e intergeracionalidade. Por outro, as auxiliares insistem em

conferir alguma prioridade em desenvolver uma iniciativa de combate ao isolamento e

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solidão (a nível do SAD). Mas, a nosso ver, desde que o serviço seja prestado por uma

equipa que tenha formação, sensibilidade e motivação para oferecer diariamente um

gesto de carinho, uma palavra de conforto, um sorriso e uma vontade de coadjuvar na

manutenção do bem-estar geral dos nossos utentes, encontram-se, então, reunidos os

atributos essenciais para o perpetuamento dos cuidados de excelência.

Com a reforma, o tempo livre parece ser o maior aliado do isolamento, de

solidão e de falta de vontade de viver, o que pode por instigar doenças como a

depressão. Para combater estes problemas, é necessário procurarem-se alternativas

satisfatórias para o indivíduo. Não basta apenas ocupar o seu tempo com qualquer tipo

de atividade, é fundamental que este seja ocupado com atividades que lhe proporcionem

satisfação na realização das mesmas.

Ter a capacidade de desbravar novos conhecimentos parece ser uma arte de se

conquistarem também outros benefícios. De acordo com os dados comprovou-se que os

idosos querem aprender coisas novas, que lhes possam trazer algum benefício, que

possam contribuir para o seu bem-estar psicológico. Na opinião de Neri (2006), a

atualização de conhecimentos pode ser compreendida como uma propensão para a

efetivação de uma meta de vida. Fica clara a relevância não só da aquisição e troca de

conhecimentos, como também a importância de conhecer novas pessoas e de ter

condições favoráveis para a socialização.

A nosso ver, desde que o serviço seja “… prestado por uma equipa que tem

formação, sensibilidade e motivação para “levar” diariamente um gesto de carinho,

uma palavra de conforto, o seu sorriso e a sua vontade de colaborar na manutenção do

bem-estar geral dos nossos utentes” (E1), vai-se sempre procurar “… “fazer mais”

para colmatar a necessidade presente de proporcionar aos idosos a vivência da

terceira idade com qualidade e dignidade” (E1).

Capítulo 6. Plano de intervenção no serviço de apoio domiciliário de

Estoi

Para Serrano (2008), o projeto nasce como consequência do desejo de melhorar

a realidade onde se está inserido. Os projetos podem ser muito diferentes e variados,

tanto no que toca aos objetivos como à sua metodologia, no entanto, todos têm uma

característica comum, o avanço antecipado das ações para conseguir determinados

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objetivos, que permitam alcançar o fim previsto. Este passa por um plano de trabalho

com carácter de proposta onde estão presentes os elementos necessários para alcançar os

objetivos. Ou seja, o projeto tem como missão prever, orientar e preparar o que se vai

fazer, para o seu desenvolvimento.

Em todos os projetos deve estar presente: a descrição do que se quer alcançar,

bem como a sua finalidade; a adaptação do projeto às características do meio, e às

pessoas que nele vão participar; os dados e as informações técnicas para o

desenvolvimento do projeto, assim como, os instrumentos de recolha de dados; os

recursos para a execução; e a calendarização do seu desenvolvimento (Serrano, 2008).

Seguindo a mesma linha de pensamento de Serrano (2008), o que se pretende deste

trabalho é a construção de um projeto de intervenção para satisfazer as necessidades

detetadas no trabalho de investigação que se realizou.

O que se pretende passa, então, por consentir o desenvolvimento de

jogos/dinâmicas/atividades para auxiliar no contacto com temáticas que de outra forma

não seria possível, sem causar uma excessiva ansiedade. De acordo com Manes (2014),

torna-se importante que as pessoas que participam estejam num ambiente onde se

sintam confortáveis, que seja facilitador de reduzir os seus receios de modo a que

explorem e se conscientizem dos temas que lhes sejam úteis.

Torna-se importante referir que apesar de cada atividade se desenvolver em

âmbitos específicos, estas podem estar interligadas, assim como, o caso de se

desenvolverem várias objetivos com a mesma atividade.

Desta forma, serão então apresentadas em seguida as atividades e os seus

respetivos objetivos. Importa referir, antes de tudo o resto, que algumas sofreram

mudanças no decorrer da sua implementação consoante as capacidades e gostos dos

idosos.

Existiram, também, algumas alterações a nível de datas previstas, devido a

alguns imprevistos que foram surgindo ao longo do percurso. Embora a ideia inicial

fosse desenvolver as atividades duas vezes por dia nas duas habitações, foi-nos

aconselhado fazer apenas uma habitação por dia. Tal facto não impediu que não

pudéssemos cumprir com o plano de atividades delineado inicialmente, pelo contrário:

até o facilitou.

Relativamente à calendarização, esta foi construída entre as segundas e

quartas-feiras (onde das 14h30 às 15h30 nos deslocávamos a uma habitação) e as terças

e quintas-feiras (seguindo o processo anterior mencionado). Assim, o plano de

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atividades decorreu entre os dias 14 de maio de 2015 e marcou o seu fim a 14 de julho

de 2015 com a última atividade (Anexos VI e VII).

As conclusões retiradas em cada atividade abaixo enunciadas foram alcançadas

através da observação direta participante e de conversas informais, conduzidas com a

ajuda da tabela de avaliação diária da atividade (Anexo X) e do relatório diário da

atividade (Anexo XI).

Esta tabela de avaliação consistia na sondagem da opinião dos idosos em torno

de dez questões com duas possibilidades de escolha – “Sim” e “Não”. Foram elas:

1. Gostou desta atividade?

2. Gostou da forma como foi feita esta atividade?

3. Acha que aprendeu alguma coisa com esta atividade?

4. Esta atividade foi de encontro aos seus gostos e interesses?

5. Sentiu que esta atividade se adaptou às suas necessidades?

6. Sentiu algum tipo de dificuldade em realizar esta atividade?

7. Alterava/substituía esta atividade?

8. Esta atividade permitiu que desenvolvesse algum tipo de hábito

saudável?

9. Ao participar nesta atividade sentiu melhorias na sua saúde?

10. Gostaria que esta atividade tivesse continuidade? (Anexo X).

Já o relatório diário da atividade ajudava-nos a organizar a informação recolhida

de acordo com a área de intervenção em que se baseava a atividade, o tema da semana

em que esta se enquadrava, qual a atividade em especifico e a sua data, hora, local,

duração e participante(s). Depois fazia-se uma breve descrição do que consistia a

atividade e quais o(s) seu(s) objetivo(s) e, por fim, um resumo de como esta correu

(Anexo XI).

Falando agora acerca das atividades, falta ainda salientar que antes de quaisquer

uma delas procurou-se sempre fazer um pequeno grupo de exercícios de modo a depois

iniciar cada atividade do plano (Anexo XXIV) mas que nem sempre foi executado, pois

em alguns dos dias os idosos recusaram fazê-lo.

Em seguida, e para uma melhor esquematização das atividades, optamos por

dividi-las em blocos e subdividir estes pelas áreas de intervenção em que pretendiam

desenvolver atividades. Dentro de cada área de intervenção estarão discriminadas as

correspondentes atividades. Segue, então, o “Plano de Intervenção no serviço de apoio

domiciliário de Estoi” (Anexo VIII).

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Atividade 1

Pré-teste e pós-teste

Avaliação física e cognitiva: “MiniExame do Estado Mental” de Folstein,

Folstein e McHugh (1975), traduzido por Guerreiro e col. (1994)”.

Os objetivos da aplicação deste pré e pós-teste serviram para identificar se

existiria algum tipo de incapacidade física e/ou cognitiva agravante. Depois de aplicado

o pré-teste, algumas das atividades iniciais foram retificadas de forma a tornarem-se

mais simples de executar por parte dos idosos.

Este teste consistia em colocar questões ligadas à orientação, retenção, atenção e

cálculo, evocação, linguagem e habilidade construtiva. Em cada categoria consoante o

idoso acertasse ou errasse era atribuído o número de pontos respetivo em cada questão.

No final do projeto aplicou-se o pós-teste de forma a comparar se existiria algum

tipo de evolução ou regressão no estado físico e/ou cognitivo da pessoa.

As diferenças positivas deram-se em dois dos idosos que evoluíram de forma

significativa a nível cognitivo, pois alcançaram-se melhorias em algumas questões.

Quanto ao idoso em falta, esse sofreu de uma regressão, facto que se pode explicar

através de ser uma pessoa com alzheimer (Anexo IX).

Os objetivos foram cumpridos tornando-se possível a identificação das

principais dificuldades dos idosos em realizar determinado tipo de atividades. Foi-nos

possível deduzir tais factos através da observação direta participante aquando o

preenchimento do teste. Assim, foi notável o comportamento pouco interessado dos

idosos durante a aplicação do mesmo, ainda que estes não demonstrassem grandes

dificuldades na compreensão das questões acabando por conclui-los dentro do tempo

previsto.

Atividade 2

Atividades lúdicas e recreativas

Estas atividades de expressão plástica consistiram em fazerem-se recortes e

colagens, pinturas, desenhos, cortes e costura, modelagens e decalques.

Foram também dinamizadas atividades de estimulação cognitiva/mental e

sensorial ligadas a jogos de sala e jogos lúdicos, ao uso de algumas TIC

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(Tecnologias de informação e comunicação), ao cálculo matemático, a

exercícios de escrita sobre várias temáticas, a exercícios de memória, a jogos

de semelhanças e diferenças e a jogos de reconhecimento auditivo, táctil e

visual.

Falando-se sobre o Santo António e as tradições festivas alusivas a esta época,

os idosos embelezaram sardinhas de papel que vieram a servir de decoração na festa de

Santo António organizada pelo CCE para todos aqueles que quisessem comparecer.

Graças a isso foram também partilhadas muitas memórias sobre como os idosos

comemoravam esta altura e recolhidos alguns versos, em SAD e ERPI, que acabaram,

também estes, por constar nos majericos que estavam à venda neste dia.

Para a festa de final de ano letivo das crianças, aproveitamos para moldar alguns

ímanes em papel reciclado que acabaram por estar em exposição nesta mesma festa. A

salientar que esta atividade também contou com a participação de alguns idosos da

ERPI.

Os objetivos destas eram:

i) Desenvolver a destreza manual;

ii) Estimular a criatividade;

iii)Desenvolvimento da atenção, concentração e coordenação;

iv) Promoção da orientação espacial e temporal;

v) Aquisição de novos conhecimentos.

Posto isto, todos os objetivos foram alcançados na medida em que se trabalhou

cada um destes através da interação entre os participantes, quer em grupo quer

individualmente, com as dinamizadoras das várias atividades plásticas. Isto foi-nos

possível concluir através da observação direta participante e das conversas informais

que se iam estabelecendo no decorrer de cada atividade.

Conseguiu-se observar que os idosos ficavam bastante mais entusiasmados

quando estas eram feitas em grupo, pois a interação com os idosos da ERPI era muito

dinâmica e permitia a que houvesse a oportunidade de aquisição de novos

conhecimentos. Ainda assim, quando esta era feita a um nível mais restrito, os idosos

também se mostravam satisfeitos por poderem realizá-las. Ainda a salientar que não

foram demonstradas graves dificuldades no decorrer destas e tendo sido o tempo de

duração das atividades mal controlado, acabou-se por ter sido necessário realizarem-se

mais de duas sessões graças à dispersão da atenção no término das tarefas propostas.

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Desde rimas e provérbios a labirintos e sons, este módulo contou com as

atividades mais dinâmicas do plano na opinião dos idosos. Ainda que tenha existido

alguma dificuldade nas atividades de cálculo matemático, tarefas verbais e jogos de

memória, com ajuda todos os idosos acabaram por executar todas as tarefas até ao fim.

Infelizmente a atividade ligada às TIC não foi muito bem encarada por nenhum

deles, pois sentiram desde inicio muitas dificuldades acabando por se mostrarem pouco

à vontade para aprender a trabalhar com estas. A primeira parte desta consistia na

enumeração de cinco coisas que gostassem e não gostassem, que conseguiu ser

realizada, e a segunda resultaria na captação através da fotografia do mesmo, que ficou

por concluir.

Relativamente ao cálculo matemático, só um idoso mostrou grande destreza e

gosto em responder às questões.

Os jogos de reconhecimento auditivo, táctil e visual foram aqueles que mais se

destacaram a nível de entusiasmo e espírito de grupo. Os auditivos consistiam na

reprodução de sons digitais e identificação numa lista do que estes eram, os tácteis eram

compostos por vários objetos, onde o idoso através do toque (e com os olhos vendados)

tentava adivinhar o que cada um era e, por fim, os visuais consistiam na exibição de

alguns cartões com várias figuras e que se pedia ao idoso para, sem dizer o que estava

na imagem, descrevê-lo de modo à pessoa que os mostrava adivinhar sem ver.

Os objetivos destas eram:

i) Fomentar o espírito de grupo;

ii) Aquirir novos conhecimentos e partilha de informação;

iii) Evitar o isolamento;

iv) Prevenir a rápida degradação mental;

v) Estimular a memória, o raciocínio e a concentração.

Assim, foi-nos possível inferir que todos os objetivos foram cumpridos graças a

este módulo ter sido apontado, no decorrer de cada atividade, como o mais divertido,

sendo observável no decorrer de todas as atividades a boa disposição e o interesse na

partilha de histórias relacionadas com as temáticas. O tempo de duração das atividades

nem sempre muito foi bem controlado pois existia alguma dispersão, o que, por sua vez,

também ajudou a que o idoso interagisse mais com quem o rodeava.

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Atividade 3

Atividades socioculturais

Dividindo-se estas em três módulos, as atividades realizadas em cada um destes

foram:

Desenvolvimento pessoal e social: conversas informais; recolha de

património oral; exercícios de conhecimento; leitura de notícias; estimulação

da escrita; estimulação da leitura; rezar o terço; recolha de dizeres populares;

descrição de profissões e atividades de antigamente;

Família e comunidade + Intergeracionalidade: dinâmicas de grupo;

atividades de troca de ofertas entre os idosos e as famílias; festa de Santo

António; festa de final de ano letivo com desfile, atuações e jantar;

Preservação do meio ambiente: plantação de sementes e flores; decoração de

objetos com materiais recicláveis.

As festas de Santo António e de final de ano letivo, já referidas anteriormente,

contaram com atuações dos clientes de todas as faixas etárias do CCE (ligadas ao canto

e dança), convívio com comes e bebes e, ainda, alguma venda de peças feitas pelos

idosos da instituição. Vale salientar que se dinamizou um desfile ligado à moda dos

anos 40 na festa de Santo António e que este contou com a participação dos idosos de

ERPI. Dois dos idosos da amostra compareceram mas ficaram só a assistir.

Ainda na altura desta época de Santo António, foram plantados, com a ajuda de

dois dos idosos da amostra, alguns manjericos no CCE em conjunto com clientes da

ERPI.

Criou-se também a oportunidade de cada idoso pintar e decorar uma tela em

género de moldura a seu gosto para oferecer a um membro da sua família com uma

fotografia sua.

Outra atividade que gostaria de salientar foi uma ligada à creche “O Caracol”.

Nesta pediu-se aos idosos que dissessem o que gostavam nas crianças. Esse material

recolhido constou no postal que foi oferecido a uma sala desta creche no dia mundial da

criança.

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A recolha de património oral deu-se em quase todas as atividades. Esta foi

facultada, na íntegra, ao CCE e irá constar no seu futuro livro (encontrando-se ainda em

fase de finalização).

Os objetivos traçados em cada módulo foram:

Desenvolvimento pessoal e social

i) Estimular a comunicação verbal;

ii) Valorizar a pessoa e a sua autoestima;

iii) Fortalecer laços familiares;

iv) Partilhar experiências;

v) Educar para a cidadania;

vi) Despertar o espírito crítico;

vii) Promover a autonomia e a responsabilidade;

viii) Promover o diálogo e troca de opiniões;

ix) Estimular a memória;

x) Reviver as vivências e experiências adquiridas ao longo da vida;

xi) Promover a interação e coesão grupal.

Família e comunidade + Intergeracionalidade

i) Reforçar os laços familiares entre os idosos e os seus familiares;

ii) Contribuir para evitar o isolamento;

iii) Permitir a relação com o meio envolvente;

iv) Proporcionar momentos de convívio e confraternização;

v) Envolver a comunidade nas comemorações festivas;

vi) Incrementar a participação ativa dos idosos e crianças.

Preservação do meio ambiente

i) Preservar o meio ambiente;

ii) Educar para hábitos de poupança dos recursos naturais;

iii) Contribuir para um desenvolvimento sustentável às gerações futuras.

No geral, os idosos mostraram-se cooperantes e interessados na maior parte das

atividades mas nem sempre o tempo de duração das atividades fosse bem controlado.

Não se conseguiu executar a atividade “rezar o terço” e ficaram por cumprir cinco

objetivos. Estes dizem respeito ao seguinte:

v) Educar para a cidadania;

vi) Despertar o espirito crítico;

i) Reforçar os laços familiares entre os idosos e os seus familiares;

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ii) Educar para hábitos de poupança dos recursos naturais;

iii) Contribuir para um desenvolvimento sustentável às gerações futuras.

Foi-nos possível apurar que estes objetivos não foram concretizáveis pois, em

conversa informal com a colaboradora que nos acompanhava em cada habitação,

concluiu-se que seria preciso fazer um trabalho gradual de modo a ir-se incutindo aos

idosos e às suas famílias alguma sensibilidade para o que cada um destes objetivos

implicava.

Atividade 4

Atividades físico-motoras

Atividades de animação física ou motora onde se fizeram exercícios de

aquecimento e relaxamento, exercícios de geromotricidade e jogos de

bowling.

Neste quadro de atividades, os jogos de bowling devem ter sido as atividades

que conseguiram despertar alguma satisfação. Talvez por não necessitarem de um

grande esforço físico, contrariamente às outras duas atividades.

Todos os idosos mostraram severos problemas em executar quaisquer exercícios

ligados à atividade física, inclusive era necessário incentivá-los a dobrar para que

realizassem a atividade. Fator justificativo deste acontecimento talvez se deva à idade já

um pouco avançada da amostra e à falta de ocupação livre que os obrigue a

movimentarem-se.

Dentro das dificuldades sentidas, os exercícios de aquecimento e relaxamento

ainda eram aqueles que, lentamente, ainda eram executados dentro dos termos em que

era solicitado. Aquando pedido um exercício de geromotricidade, os idosos negavam

logo à partida realizá-lo. Ainda assim, com muito custo, sempre acabaram por fazer a

maior parte das atividades ligadas à animação física ou motora.

Os objetivos definidos foram:

i) Estimular a comunicação não-verbal;

ii) Estimular os/as idosos/as para as práticas desportivas;

iii) Aquisição, coordenação e controlo do próprio corpo;

iv) Aumentar a resistência física.

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Tendo sido confessado pelos idosos ter sido este o módulo que menos gostaram,

inferimos que seria necessário desenvolver, já de trás, um trabalho constante de modo a

prevenir a rápida degradação física do idoso e a cativá-lo para a prática de hábitos

saudáveis. Isto acabaria não só por ajudá-lo a que não sentisse tantas dificuldades em

executar algum tipo de exercícios como, também, a sentir-se melhor consigo próprio por

conseguir realizar alguns exercícios, ainda que com alguma ajuda. Infelizmente notou-

se que nenhum idoso mostrava uma boa destreza física ou motivação em alterar este

facto.

Não havendo um grande interesse na prática destas atividades, o tempo de

duração destas foi bem controlado e deixaram-se dois objetivos por alcançar.

Nomeadamente:

iii) Aquisição, coordenação e controlo do próprio corpo;

iv) Aumentar a resistência física.

Atividade 5

Atividades de saúde

Ligadas ao acompanhamento da saúde do idoso, as atividades que se

pretenderam promover diziam respeito a troca de informações com a equipa

do SAD, a sessões informais de esclarecimento sobre doenças, prevenção de

quedas, alimentação e outras temáticas, a medir a tensão, a cuidados de

beleza e a confeção de alimentos.

As atividades realizadas nestes módulos foram a nível de troca de informações,

em regime informal, com a equipa do SAD, de cuidados de beleza, que consistiu no

tratamento e pintura das unhas das duas idosas da amostra (sugerida por uma idosa) e de

confeção de alimentos (pães de cereais e alfarroba).

Os objetivos traçados para estas atividades recaiam em:

i) Conhecer o historial clínico do/a idoso/a;

ii) Melhorar ou preservar a qualidade de vida do/a idoso/a;

iii) Promover a autonomia, a independência e os hábitos de vida saudáveis;

iv) Promover a integração familiar na tomada de decisão;

v) Detetar precocemente possíveis alterações a nível físico e/ou cognitivo

na saúde do/a idoso/a;

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vi) Controlar a evolução dos problemas já existentes;

vii) Prevenção de doenças e quedas;

viii) Minimizar o impacto da posterior institucionalização.

Este foi o módulo em que mais atividades e objetivos ficaram por acontecer

ainda que o tempo de duração das atividades tenha sido bem controlado e os idosos

tenham gostado das atividades que conseguiram ser realizadas. Relativamente aos

objetivos por cumprir, destacam-se os seguintes:

iii) Promover a autonomia, a independência e os hábitos de vida saudáveis;

iv) Promover a integração familiar na tomada de decisão;

v) Detetar precocemente possíveis alterações a nível físico e/ou cognitivo na

saúde do/a idoso/a;

vi) Controlar a evolução dos problemas já existentes;

vii) Prevenção de doenças e quedas.

Estes objetivos não foram alcançáveis pois, após algumas conversas, julgamos

ser necessário, antes de tudo mais, criarem-se e implementarem-se algumas medidas a

longo prazo que venham a capacitar os idosos para uma prevenção de cuidados ao nível

da sua saúde. Só depois seria possível pensar-se em traçar um trabalho gradual que se

fosse promovendo, a pouco e pouco, estes mesmos objetivos e desconstruindo algumas

ideias erradas acerca desta temática.

Capítulo 7. Avaliação geral do plano

De acordo com Serrano (2008, p.81), a avaliação “é um processo de reflexão que

permite explicar e avaliar os resultados das acções realizadas. A avaliação permite-nos

reconhecer os erros e os sucessos da nossa prática, a fim de corrigir aqueles no futuro”.

Como em todos os projetos sociais, também este foi sujeito a um processo de avaliação

com o intuito de verificar o cumprimento ou não dos objetivos propostos na fase inicial

do mesmo.

A avaliação do projeto visa a transformação de aspetos que possam não ter

corrido da melhor forma no desenvolvimento das atividades, bem como perceber até

que ponto os idosos se encontram satisfeitos com o decorrer do processo. Chama-se a

isto uma avaliação com fins de acompanhamento, pois “…pretende-se saber se os

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projectos de intervenção estão a atingir os grupos-alvo e se estão a assegurar os recursos

e serviços previstos” (Serrano, 2008, p.196).

Para Almeida (1998, p.124), “A avaliação é um processo contínuo de renovação

que, dia a dia, vem sendo enriquecido com várias vivências e experiências”. Assim, a

avaliação deste projeto foi feita de forma contínua de modo a que fosse possível

melhorar alguns aspetos referentes à organização e no decorrer das atividades, à medida

que estas iam acontecendo. Foi através da observação direta participante, de conversas

informais e do preenchimento da tabela de avaliação diária da atividade (Anexo X) e do

relatório diário da atividade (Anexo XI) que esta se tornou possível.

Serrano (2008, p.96), por sua vez, diz-nos que

Através da avaliação progressiva do projecto vamos tomando consciência tanto

dos progressos e avanços como dos desajustamentos e vicissitudes no processo

de desenvolvimento do mesmo. Este caminho vai-nos indicando em que grau, de

que forma e de que modo se vão alcançando os objectivos. A avaliação de

qualquer projecto deve ser integrada nele próprio. Esta deve ser contínua,

sistemática e flexível.

Tendo a avaliação sido feita a nível interno, foi realizada por pessoas que

“…procedem do interior da instituição executora do projecto. Ou seja, é levada a cabo

por pessoas implicadas no plano que possam proporcionar um feedback contínuo, de

modo que possam integrar as adaptações necessárias” (Serrano, 2008, p.89). Importando

aqui salientar o facto de esta também ser feita pelos idosos, não passando só pela equipa

técnica face ao projeto.

Deste modo, torna-se imprescindível fazer uma breve avaliação das diferentes

componentes envolvidas no projeto, nomeadamente de cada atividade e dos seus

objetivos e do comportamento e participação dos idosos.

Por fim, e relativamente à avaliação final, esta é aplicada no fim do processo ou

período de realização de um projeto. Para Serrano (2008, p.96), esta fase final implica

… a elaboração de uma síntese que se atinge com a conjugação de todos os

elementos proporcionados pela avaliação inicial e processual para chegar a uma

formulação global na qual se ponha em relevo se os objectivos do projecto

foram alcançados, ou não, e em que medida. É necessário analisar os resultados

alcançados e os seus efeitos nos beneficiários.

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A avaliação final possibilita-nos compreender a forma como correu a

intervenção revelando aquilo que os idosos aprenderam e gostaram, fortalecendo uma

visão mais positiva sobre o envelhecimento. Esta avaliação foi realizada várias vezes

após terminada cada atividade para perceber a opinião destes e ajudá-los a esclarecer

alguma dúvida que possa ter surgido. Esta foi ainda novamente utilizada aquando o

término do estágio junto da colaboradora que me acompanhava às habitações para que

se pudessem distinguir pontos fortes e limitações desta intervenção.

De acordo com o plano de estágio, a avaliação das atividades passou por aplicar

um pequeno questionário com perguntas simples, diretas e com vocabulário acessível,

como já fora enunciado anteriormente. Este foi composto por dez questões com duas

possibilidades de escolha – “Sim” e “Não” (Anexo X).

Na primeira vez que este foi aplicado, foi necessário explicar ao idoso qual a

finalidade do questionário, tendo sido imprescindível fazer um acompanhamento

individual durante a aplicação do mesmo. Esta situação fez-nos perceber, claramente, a

amostra detinha graves problemas de literacia, isto deve-se ao facto de que, no seu

tempo, poucos eram aqueles que não trabalhavam no campo e chegavam a estudar.

Posto isto, e considerando que a aplicação do questionário não seria viável, uma

vez que se apresentaram grandes dificuldades no preenchimento e compreensão do

instrumento, já para não falar que no caso dos idosos que sofriam da doença de

alzheimer existia uma desorientação factual e temporal que os impossibilitava recordar

a atividade no seu todo, que a melhor alternativa a este passava por se criar uma

pequena conversa informal, com base nas questões da tabela e na observação de

reações, de modo a recolher alguma informação que nos ajudasse a compreender a sua

opinião relativamente à atividade em particular. Para tal, teve-se como suporte base a

junção da tabela de avaliação diária da atividade com o relatório diário da atividade.

Desta junção deram-se origem às notas e diário de campo, que ajudaram na

esquematização dos aspetos mais relevantes em cada uma das atividades.

Uma vez que as respostas negativas foram muito inferiores às positivas (como já

foi mencionado anteriormente quando se fala de cada atividade em particular), podemos

concluir que os idosos gostaram dos temas propostos e de tudo o que estas envolviam

numa generalidade.

Aquando o término do estágio, a colaboradora que nos acompanhava às

habitações avaliou o plano em causa como sendo um bom potenciador de mudanças na

vida quotidiana destes idosos.

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Ao fim e ao cabo, o que se pretende com a implementação de um projeto

exploratório deste género é, fundamentalmente, provocar mudanças – quer na

instituição, quer no dia-a-dia dos envolvidos. Essas mudanças poderão vir a ampliar-se,

eventualmente, a uma horizontalidade mais abrangente via projetos futuros, na medida

em que estes, através do vasto leque de atividades propostas, encorajaram os idosos a

fortalecerem o gosto pela partilha e comunhão.

De acordo com Zimerman (2005), através desta metodologia é possível criar as

mais diversas relações, com o objetivo de incluir a pessoa no grupo, facilitando o seu

desenvolvimento como pessoa individual e como membro do grupo, o que irá criar

impacto também na família e na comunidade.

Este plano destacou as particularidades de cada um e, por sua vez, prioriza as

necessidades e potencialidades de cada um dos utentes a fim de que fique determinado

que a “atividade” é sempre um indicador positivo para que daí possa decorrer um

envelhecimento saudável.

Em jeito de síntese, devemos sempre procurar incitar atitudes deste tipo, pois

estes poderão vir, de certo modo, a contribuir para uma alteração das mentalidades

relativamente à crescente relevância que as relações, dentro e fora de grupos, têm nos

dias de hoje.

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Considerações finais

Com o aumento da população idosa, e com a diminuição do tempo disponível

por parte das famílias para cuidar dos seus idosos, tornou-se urgente a criação não só de

infraestruturas, mas também de atividades capazes de sustentar o bem-estar físico,

social, psicológico e espiritual de toda a população sénior.

A sociedade atual retirou ao idoso o lugar privilegiado de outrora, pois os

conhecimentos de hoje estão em permanente atualização, o que deixa os idosos

confinados a um papel secundário, em que o know-how dos mesmos é subvalorizado.

Na sequência do panorama vigente, impera uma necessidade de revisão do estatuto do

idoso e da forma precária como é aproveitada a experiência, sugerindo o desenho de

novas fórmulas que integrem o processo de envelhecimento, com protagonismo, na

construção do futuro das comunidades.

É nesta perspetiva que este estágio, envolvendo idosos que connosco partilham o

seu dia-a-dia, possibilitou a realização deste plano, com uma abordagem recetiva,

integradora, e cujo desígnio aludiu ao treino da autonomia e aspetos que tornem o idoso

autossuficiente, oferecendo um papel mais consciente e empreendedor no seu

quotidiano e na relação com a comunidade, a instituição e grupos a que pertencem.

A verdade é que se torna redutor encarar o envelhecimento apenas numa

perspetiva biológica ou psicológica, na medida em que existem outros fatores que

interferem no mesmo e sendo este um processo irreversível e diferenciado. Então, não

sendo meramente um processo biológico, deve ser observado como um processo

cultural e social. Isto é, o envelhecimento não resulta apenas da maior idade mas

também de um conjunto de alterações de atitudes e mentalidades, fruto das próprias

vivências do idoso. Tal como nos diz Fonseca (2006, p.186), não nos devemos centrar

na perspetiva de velhice

… mas na pessoa, que antes de ser “velha” ou “idosa” é uma pessoa em

desenvolvimento, um desenvolvimento marcado não apenas por uma evolução

biológica mas também por uma modificação na forma como se dá sentido ao

mundo e às coisas que nele (e na própria pessoa) vão acontecendo.

Envelhecer faz parte da nossa condição de seres vivos e esse processo decorrerá

de forma distinta em cada indivíduo, dependendo do seu percurso de vida, do ambiente

e contextos aos quais foi subjugado.

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Trabalhar com idosos é um processo complexo não propriamente pelas

dificuldades motoras, mas sim pelas alterações emocionais e psíquicas pelo qual este

atravessa durante o processo de envelhecimento. Contudo, cabe aos técnicos mudar os

estereótipos e combater estas limitações, tratando sempre o idoso de maneira adequada

à sua idade e a eventuais patologias presentes. Foi neste sentido que mais se

testemunhou um crescimento e enriquecimento pessoal e profissional.

Aprendemos a adequar o discurso e o verdadeiro significado das temáticas ao

redor de todo o envelhecimento humano e o que este acarreta. Não nos sentimos

capazes de mudar o mundo, mas já nos temos sentido mais capazes de desconstruir

algumas noções tidas como erradas que, infelizmente, dominam numa grande fração das

sociedades contemporâneas.

O desenvolvimento das políticas sociais em matéria de ação social e/ou

solidariedade social perante o fenómeno da velhice, não invalida o princípio da

responsabilidade das pessoas, das famílias e das comunidades na prossecução do

bem-estar social, o que potencia a descentralização de competências da SS para o poder

local e para as famílias.

Se na realidade dispomos de um conjunto de medidas de proteção social para as

pessoas idosas, não deixa de ser legítimo questionar se tais medidas são suficientes, se

há necessidade de repensar sobre o seu impacto no bem-estar desta população e, ainda,

se estão harmonizadas com cada contexto de aplicação.

O envelhecimento, sendo um fenómeno social, é uma experiência individual no

sentido de uma vivência singular, que comporta realidades específicas sob o ponto de

vista físico, psicológico e social. É um processo biopsicossocial em que a pessoa

humana, no seu existir quotidiano, experimenta ganhos e perdas, resultantes da

interação entre o processo de envelhecimento, as alterações inerentes às múltiplas

dimensões do seu ser, e as circunstâncias específicas em que este processo se dá.

Não existindo um modelo único de intervenção adequada a grupos, cada

intervenção deve ter em conta a situação em que tem lugar, ou seja, onde estamos a

intervir. Na consecução deste plano tivemos que analisar previamente as características

do contexto e dos destinatários da intervenção, apesar de, muitas vezes, sentirmos

dificuldade em dispor de algumas informações úteis em tempo real e, inclusive,

debatermo-nos com contingências imprevistas (especialmente evidentes com os doentes

de alzheimer), em que, por exemplo, apesar do conhecimento por parte do centro, e da

cautela orientada para estes casos, a doença é algo constante, cuja progressão e respetiva

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variância, ocorrem todos os dias da semana e a qualquer hora- situação em que uma ou

duas horas semanais de acompanhamento demonstram ser limitativas, com contornos

imprevisíveis, que alteram o estado e exigem o contínuo ajuste do plano de assistência,

apresentando-se como o principal obstáculo neste plano.

Se por um lado falar de envelhecimento já não é novidade, por outro existe um

caminho a percorrer, no que toca à inclusão dos mais velhos na vida social. Neste

seguimento, devem ser incentivados os eventos intergeracionais que possibilitem

relações de proximidade com pessoas de diferentes idades, outorgando aos mais velhos

uma oportunidade de destaque e envolvimento, em que “o desafio de uma nova etapa

para os idosos irá depender das políticas sociais…é necessário assumir o modelo

proposto pela última Assembleia sobre envelhecimento (Madrid, 2002) «uma sociedade

para todas as idades»” (Osório & Pinto, 2007, p.43).

Os SAD assumem-se numa tentativa de descentralização, pelo que pretendem

ser uma resposta que ultrapasse as paredes institucionais. Porém, e de um ponto de vista

pessoal, assiste-se a uma tendência de proceder a uma transferência de modelos de

intervenção ignorando ou desvalorizando as especificidades reais desta resposta social.

Isto é, por uma questão de facilitismo, não se está a tirar partido pleno desta

característica de descentralização, tão importante na esfera das redes sociais em

Portugal, o que reduz as multifacetadas virtualidades do SAD a um modelo único de

intervenção.

Os cuidados são efetivados no domicílio das pessoas requerentes, mas a isto

podemos chamar transferência de serviços e não de descentralização – as refeições são

confecionadas na instituição e distribuídas para os domicílios; as colaboradoras de

limpeza da instituição são transferidas para os domicílios para prestar todos os cuidados

de higiene habitacional regulamentados; o mesmo acontece na higiene pessoal, em que

as colaboradoras responsáveis por estas funções na instituição, transferem as suas

competências nesta matéria para os domicílios; entre outros. A descentralização existe

nestes procedimentos, mas é uma descentralização aparente ou, melhor dizendo,

apaziguada, em que na realidade ao que se assiste é à transferência de serviços

assistencialistas de um sítio para outro, e apenas isto, restringindo-se, assim, as

potencialidades do SAD.

Apesar destes benefícios que os atuais SAD têm proporcionado às populações,

aumentando a sua cobertura a nível nacional, ainda existe um conjunto de

constrangimentos que têm limitado a qualidade dos serviços. De acordo com Quaresma

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(1999, pp.18-23), “Sendo distinto das demais respostas, o SAD carece de novos

dinamismos que o projetem para o surgimento de conteúdos menos homogéneos, mais

flexíveis e diversificados”.

Deste modo, no que diz respeito ao cariz prático dos SAD, às suas funções

assistenciais deveriam também acrescentar-se as preventivas, reabilitadoras e

educativas. Os SAD devem ser concebidos em função da intervenção precoce, na base

da flexibilidade e intersetorialidade necessárias, garantindo assim uma ação preventiva

de valor inestimável no campo da autonomia das pessoas idosas, em vez de intervir já

numa última instância, sobre estados graves de dependência, o que levanta dúvidas

quanto à credibilidade do estatuto da palavra «care» definida anteriormente.

Esta visão traz, sobretudo, uma mudança de paradigma, pois quebra com a

intervenção que apenas procura satisfazer as necessidades básicas de higiene, saúde e

alimentação, as chamadas funções assistencialistas. Logo, o SAD deve estar atento às

verdadeiras condições e respetivas exigências da comunidade e dos idosos, e ir ao

encontro desta procura.

Portanto, o ênfase nas medidas reparadoras não deve ser subestimado, nem o

investimento na prevenção das doenças, das incapacidades e da perda das competências,

pois para Walker (citado em Quaresma, 2008, p.21)

A promoção de medidas que favoreçam a autonomia e a iniciativa individual é

uma estratégia a implementar numa lógica de parceria entre o cidadão e a

sociedade, na partilha das responsabilidades e no respeito pelos direitos sociais

que cabe à sociedade garantir de forma inequívoca.

Há que envolver no funcionamento do SAD um sistema de manutenção de

capacidades, quaisquer que elas sejam - como as funcionais e as sensoriais - através da

exploração do potencial existente; do refinamento da capacidade de criar objetivos

personalizados (o que significa torná-los mais realistas e exequíveis); de mais apoio na

gestão de práticas quotidianas e inovação, dentro do possível, para que o cliente possa

manter e/ou melhorar a sua atividade, ainda num ambiente de conforto, consolado pela

autonomia que ainda detém e na pretensão de poder progredir no seu seio, beneficiando

da sua privacidade.

Para tal, há que avaliar alguns princípios como: i) enquadrar a pessoa face às

suas características e face ao meio em que está inserida; ii) perceber o grau de

autonomia da pessoa e quando possível, ajudá-la a considerar o seu estado, não como

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fator limitativo, mas antes como potenciador da realização de tarefas que de outro modo

não concretizaria; iii) perspetivar com a pessoa os seus gostos pessoais e encontrar

tarefas que possam ir ao encontro dos mesmos, potenciar na pessoa um processo de

evolução ou manutenção das suas capacidades atuais; iv) encontrar com a pessoa

alternativas para a realização de tarefas, que apesar de serem indicadas para aquela

pessoa, possam não surtir o efeito desejado.

Para o sucesso de um programa como o que se tem tentado descrever, a ligação

da pessoa à realização das suas tarefas individuais parece ser o ponto de partida para

toda a atividade. É através dessa ligação e da concretização (em muitos casos apoiada)

de tarefas diárias, que se deviam criar projetos futuros. Pois, desta forma, iria permitir-

se fazer uma manutenção da ligação ao real onde a pessoa não perca a sua capacidade

de execução, ao mesmo tempo que se estimula sentimentos de segurança, confiança e

emancipação.

Infelizmente, podemos então afirmar que os objetivos específicos que talvez

tenham ficado por cumprir digam respeito a “3. Motivar os idosos para que continuem

ativos e participativos na manutenção ou aumento da sua qualidade de vida” e a “5.

Incentivar/criar um maior nível de coesão e relações afetivas, quer com familiares,

amigos, vizinhos, auxiliares ou crianças”, pois como não se conseguiram executar a

maior parte das atividades ligada à área da saúde, família + comunidade e

intergeracionalidade não se conseguiram trabalhar estas áreas, podendo então apontar-se

estes como grandes limitações do estudo.

Futuramente, para que se pudessem ver estes objetivos atingidos, seria

fundamental garantir o acesso às mais diversas áreas da sociedade e criar condições que

permitam aos idosos participar na mesma. Assim, ao nível do acesso à saúde, deveriam

ser também criadas áreas de Geriatria nos serviços de saúde. Estas seriam responsáveis

por promover não só cuidados físicos, mas, também, de acompanhamento psicológico,

neuropsicológico e estimulação integral do idoso enquanto ser biopsicossocial.

Facilitar o acesso à cultura parece-nos também bastante significativo, pois

admite aos idosos usufruir de iniciativas como cinema, teatro ou música,

proporcionando momentos de lazer e convívio, tendo, obviamente, atenção aos

interesses, às rotinas e às possibilidades financeiras dos idosos.

No âmbito da habitação, para que o idoso se mantenha autónomo o máximo

tempo possível e permaneça na sua casa, é pertinente que se viabilizem condições de

meios de transporte que auxiliem na mobilidade dos mais velhos.

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Posto isto, é elementar perceber que a integração social dos mais velhos passa

pelo envolvimento destes na criação de medidas sociais, que estimulem o

envelhecimento ativo e saudável através de condições de participação, segurança e

saúde.

Para que esta integração seja praticável, é imprescindível desmistificar as ideias

pré-concebidas que existem sobre as pessoas mais velhas. O envelhecimento é um

processo que faz parte da vida e não deve ser encarado como algo negativo, mas sim

como uma etapa igualmente merecedora de um projeto de vida. Segundo o ciclo natural

da vida, pressupõe-se que todos envelheçamos no futuro, e cabe-nos a nós perceber,

como seres individuais e comunitários, como queremos viver essa fase e como podemos

agir em prol do seu aperfeiçoamento.

A animação da terceira idade é o principal meio para produzir momentos de

participação e interação, para criar espaços para a comunicação de grupos e pessoas,

levando os mais velhos a colaborar no seu enriquecimento próprio. Assim, na ótica de

profissionais, a animação corresponde à dinamização de atividades, nos diversos

âmbitos que circunscrevem a vida de cada um. Interliga-se com diversas práticas

socializadoras, como a educação, a identidade cultural, a participação, a criatividade

coletiva, a crítica e a generalização da mudança social.

Para sabermos como intervir numa comunidade ou grupo, temos que ter em

conta que não nos podemos sentir inibidos, mas sim à vontade para falar em público e

passar uma imagem confiante e empenhada.

O animador não pode evitar ocasiões em que tem de lidar com um coletivo e

deve avaliar sempre os resultados da sua intervenção. Convém que sejam usados alguns

suportes quando se vai falar em público, como por exemplo, apontamentos para

resguardo no caso de lapsos ou esquecimentos. Pedir a opinião ao público ou inclui-lo

no que está a ser apresentado pode complementar a tarefa, para que estes se sintam

envolvidos no desenrolar das atividades.

As decisões dos profissionais ligados à animação sociocultural devem ser

tomadas com consciência dos seus resultados. Segundo o Código Deontológico para a

Profissão de Educador Social em Portugal (2001, p.2, Anexo I)

Os animadores socioculturais devem também estar conscientes do impacto da

tomada de decisões por parte das comunidades com quem trabalham, dos seus

próprios valores pessoais e das suas crenças e práticas culturais. Devem estar

conscientes de quaisquer conflitos entre valores pessoais e profissionais, lidando

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com eles de um modo responsável. Para uma orientação mais responsável, os

animadores socioculturais devem cuidar da sua informação no campo da ética,

da ética profissional e do texto e espírito deste código.

Devemos considerar a animação como um processo em permanente

reestruturação adaptativa a cada realidade social, no essencial, fruto do cruzamento de

conhecimentos e ações nos domínios do social, do cultural e do educativo. Embora

sendo um campo relativamente novo, para quem deseja intervir como animador, a

animação sociocultural é assumida como uma ferramenta privilegiada. Como refere

Simões (2006, p.134),

Ao contrário do que se pensa, não há, no ciclo da vida, uma idade da felicidade

… nem um período mais feliz ou satisfatório do que outros: em todas as idades

(extrema velhice incluída) se pode ser, e se é, efectivamente feliz. Mais, em

todas as idades, velhice incluída, se deve ser feliz. A felicidade é, com efeito,

direito e obrigação do idoso, como direito é obrigação de cada um.

Sem dúvida que os idosos têm uma forma de encarar a vida, diferente da que

tinham em estádios anteriores. É natural que agora julguem estar numa reta final e, por

vezes, conjugando as dificuldades físicas às escassas relações sociais, formulem as

ideias já mencionadas. O importante é que familiares, amigos, vizinhos e profissionais,

contribuam para que o idoso se sinta uma pessoa útil e que encare esta etapa com uma

mente aberta e positiva, onde pode e deve recordar o passado, frisando as experiências

mais importantes, mas compreendendo o conhecimento que abarca, as emoções que

ainda reserva, e a forma como a animação pode facilitar a transmissão para gerações

mais novas ou mesmo a amizade entre idosos.

O idoso para além de estar associado à idade da reforma é visto como aquele que

é mais dependente, onde as palavras “velho”, “sénior”, “terceira idade” e

“envelhecimento” são predominantes, mas, por outro lado, engloba a figura sábia,

experiente, e, acima de tudo, ainda capaz. Ou seja, cabe ao animador sociocultural

pensar num plano de atividades devidamente ordenadas, para as quais se devem traçar

objetivos específicos alcançáveis, focados na aprendizagem e valorização

multidisciplinar, e que corresponda às necessidades dos idosos, capacitando-os.

O Direito Português encara os cidadãos idosos como sujeitos iguais a todos os

outros. É uma abordagem que não categoriza os destinatários do direito em função da

idade. Porém, nota-se uma preocupação crescente com os idosos, em ordem à definição

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de um estatuto jurídico que, pontualmente corrija as desigualdades que a sociedade tem

infringido àqueles que ultrapassaram a meta da idade (Costa, 1986).

Assim, podemos concluir com a ajuda do pensamento de Costa (1986) que

devemos não só procurar a forma de contribuir para o aumento da esperança média de

vida como, essencialmente, para o crescimento da sua qualidade. Ou seja, o segredo de

um envelhecimento bem-sucedido é “a forma como se prepara a velhice, pois os

comportamentos adotados ao longo da vida refletir-se-ão na fase final desta, mas nem

sempre a participação ativa dos mais velhos tem estado na ordem dos trabalhos” (Jacob,

2008, p.35).

Portanto, tornou-se importante para nós ganhar ferramentas para desenvolver

uma intervenção neste grupo que orientasse cada idoso a potenciar o seu

envelhecimento ativo. Graças à dinamização destas atividades conseguimos estimular e,

em alguns casos ajudar a pensar numa forma de prevenção de declínios prematuros com

atribuição de papéis significativos aos idosos, ajudar a potenciar a sua qualidade de vida

bem como o usufruto da mesma.

Cabe à Educação Social dar o seu contributo para melhorar a vida da

comunidade, modificando os ciclos de distribuição dos recursos da comunidade e

desenvolvendo novos recursos comunitários e sociais que vertam para o bem-estar da

população, nomeadamente da população idosa, pois a base da intervenção deve ser

traçada numa lógica de longo prazo, em que se aposte numa relação entidade-

comunidade sólida.

A qualidade de vida e o bem-estar dependem de iniciativas premeditadas pela

intervenção social, de interferência ou influência, através da criação de condições e

oportunidades para que os cidadãos participem e assumam o controlo sobre as suas

próprias vidas. Como diz Dolors (citado em Cardoso, 2006, p.13), somos uma profissão

vocacionada para ajudar os outros, com competências para “… ajudar a formar pessoas

capazes de evoluir, de se adaptarem a um mundo em rápida transformação e de dominar

a mudança”.

Para tal, tem que se partir do princípio de que o cliente tem o direito a que as

suas próprias decisões sejam legitimadas no âmbito da relação profissional, com o

objetivo de incutir a responsabilidade individual do idoso na solução dos seus

problemas, das suas fragilidades, das suas necessidades, com enfoque na capacidade e

na melhoria das suas competências. Quando este princípio é respeitado, estabelece-se

uma relação de carácter profissional (não-formal) em que se reconhece a necessidade de

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se estar em conformidade, de se estabelecer estratégias em conjunto, e de se tomar

decisões em comum, cada um na sua posição sem que o idoso e o profissional deixem

de ser quem são.

A intervenção do SAD pretende-se personalizável, atenta aos comportamentos

protagonizados pelo idoso. Todavia, a intervenção individual não é um fim em si

mesmo.

A Educação Social, como área sensibilizada para a individualidade, tem que ir

ao terreno questionar modelos de intervenção, prevenir situações de vulnerabilidade

antes que estas sejam identificadas como problema e, contribuir para uma ação que não

segue receitas mas que se estende de uma forma pró-ativa e moldada às pessoas e às

conjunturas.

Do que pudemos apreender, confirma-se que a animação contribui para retardar

os efeitos do envelhecimento e potencializar a adoção de hábitos de vida saudável,

imprescindíveis à vivência da terceira idade de forma positiva e digna, e que o SAD tem

contribuído para a melhoria do estado de saúde e qualidade de vida do cliente, ao enviar

esforços no sentido de desenvolver um trabalho em equipa que congrega vários

profissionais de diferentes áreas.

No que diz respeito a fatores externos condicionantes para o projeto, aquando da

realização do mesmo, foram previstas a ocorrência de várias situações, designadas como

constrangimentos ou como possíveis potencialidades.

No que respeita aos constrangimentos, existia a possibilidade dos idosos,

inicialmente, não aderirem facilmente às atividades propostas ou ficarem

impossibilitados, por motivos de saúde, de participar nas diversas atividades antes do

fim do projeto. Visto que, da amostra deste estudo, dois dos idosos sofriam da doença

de alzheimer e ainda dois deles tinham uma mobilidade reduzida, foi despendido algum

tempo extra em deslocações ou no decurso das atividades em si.

Outro dos constrangimentos por nós apontados diz respeito ao facto de termos

sentido a necessidade de recorrer, em algumas das atividades, à participação de pessoas

externas ao plano de intervenção. Queremos nós com isto dizer que contámos com a

participação de alguns clientes do CCE para que algumas atividades corressem da

melhor forma, pois dado o número reduzido da amostra, em algumas atividades era

necessário formar-se um grupo mais extenso para que se obtivessem resultados mais

visíveis. Ainda que este aspeto possa também ele ser encarado como algo não negativo,

pois potencia a interação entre pessoas, resolvemos encará-lo como entrave.

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Para além disto, os meses iniciais de projeto estiveram cingidos, até integrarmos

o SAD, facto que acabou por condicionar temporalmente o trabalho que pensara fazer

primeiramente. O estágio iniciou-se no programa de contratos locais de

desenvolvimento social + (CLDS+) aquando da primeira reunião na instituição nos foi

transmitido que sentiam necessidade de incluir mais uma técnica. Face a alguma

desorientação e falta de entusiasmo, ponderámos avançar com outra solução e, assim,

acabámos por integrar o SAD no mês de janeiro, dando arranque à intenção do presente

plano de raiz.

Fora estes aspetos, cabe-nos ainda referir o facto de não termos muita

experiência prática na área, o que poderia levar a que, caso ocorresse algum problema

durante as atividades, ficássemos limitadas na sua resolução ou contorno das mesmas.

Pontualmente, chegou a ser impossível realizar a atividade nesse momento concreto,

acabando por ter que ou reagendá-la ou substitui-la por qualquer outra.

Quanto às potencialidades, importa referenciar que, em primeira instância,

encontrando-se Estoi a, mais ou menos, 8 quilómetros de Faro ajudou-nos na redução de

custos de deslocação. Depois, as duas habitações da amostra situavam-se, também estas,

nas imediações do CCE, facilitando não só a deslocação como a realização de atividades

conjuntas com cliente de ERPI. Já para não falar que o próprio CCE facultava-nos uma

viatura para deslocação aos domicílios.

Sendo a amostra constituída por um grupo tão reduzido, conseguimos uma

margem de manobra maior na planificação e execução das atividades. Interessa ainda

mencionar que, como não nos encontrávamos empregadas, os horários eram mais

flexíveis de modo a conseguir adequar o plano à nossa vida pessoal.

Em último, e não menos importante, cabe-nos ainda afirmar que, durante todo o

processo, o apoio e a ajuda por parte de todos os colaboradores do CCE esteve sempre

presente.

Em jeito de síntese, no contexto do presente relatório de estágio, a intervenção é

vista como uma boa estratégia para detetar necessidades individualizadas, as quais

permitem que se consiga contrariar uma política que se fez estandardizada. Este

levantamento das necessidades deve ser trabalhado em função da avaliação diagnóstica

em que se pressupõe a promoção do carácter socioeducativo do SAD como principal

necessidade da valência em causa para que a capacidade de resposta aos seus clientes

seja melhor. Isto porque, pessoalmente, acreditamos que a vertente socioeducativa seja

um elemento propulsivo de bem-estar.

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95

Nos dias de hoje, cada vez mais o mundo à nossa volta está em constante

mudança e dificuldade, mas a nossa missão enquanto educadores sociais é acreditar,

lutar e não desistir de tentar transformar o mundo. Devemos todos, mesmo que por

vezes em mundos e realidades diferentes, lutar em conjunto pela igualdade e por uma

educação baseada na partilha e na transformação, sendo e fazendo os outros felizes.

Na nossa curta experiência profissional devemos ser gratos por todas as coisas

que vivemos, aprendemos e partilhamos. E por todas as pessoas que conhecemos.

Todos nós somos pessoas. Nem mais nem menos do que ninguém. Todos temos

os mesmos direitos e deveres. Por isso, e antes de tudo o resto, nunca nos devíamos

esquecer que “Ser velho – como ser jovem – é ser-se plenamente humano” (Carvalho &

Batista, 2004, p.34).

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ANEXOS

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Anexo I

Código Deontológico para a Profissão de Educador Social em Portugal

Aprovado a 17 de Novembro de 2001 no II Fórum Nacional de Educação Social,

Delegação Regional de Santarém do Instituto Português da Juventude, Santarém

Deveres e direitos do Educador Social

Ponto 1- Em relação a si mesmo e à profissão

1. O Educador Social deve reger o seu trabalho pelo critério da eficiência e competência

profissional, tomando como referência as técnicas e metodologias reconhecidas pela

prática social e interventiva e pela ética profissional.

2. O Educador Social tem o direito e o dever ao seu desenvolvimento profissional,

através de actividades de formação permanente, sendo também promotor da sua auto-

formação e actualização científica e metodológica tal como agente activo na inovação e

investigação sócio-educativa.

3. O Educador Social deve assumir responsabilidade profissional nas matérias para as

quais esteja capacitado pessoal e tecnicamente e com as quais se compromete.

4. O Educador Social deve desenvolver uma atitude de análise crítica e reflexiva

permanente em relação a si próprio e ao seu desempenho profissional.

5. O Educador Social não deve praticar e tem o dever de denunciar às entidades

competentes qualquer exercício sócio-educativo anti-ético, prejudicial ou com efeitos

nocivos quer para o utente, para as instituições ou para a sociedade, praticados por

Educadores Sociais ou por outros profissionais.

6. O Educador Social deve contribuir através da sua acção profissional para a

dignificação social da sua profissão.

7. O Educador Social deve defender e fazer respeitar os direitos e deveres inerentes à

sua profissão, tal como os constantes neste código.

8. O Educador Social deve ter para com os seus colegas respeito, consideração e

solidariedade que fortaleçam o bom conceito da categoria.

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9. O Educador Social deve esforçar-se para desenvolver em si qualidades pessoais que

optimizem o seu desempenho profissional, tais como a paciência, a tolerância, o auto

controle, a empatia, o altruísmo, o equilíbrio.

10. O Educador Social deve associar-se e prestigiar as associações e órgãos

representativos da profissão, contribuindo para a harmonia e coesão profissional e para

o desenvolvimento da profissão, enriquecendo-a através da investigação e da partilha de

resultados.

11. O Educador Social deve programar e planificar as suas intervenções sócio-

educativas não as deixando ao acaso e à aleatoriedade, recolhendo o maior número

possível de informação que fundamente a sua intervenção.

12. Deve-se considerar Educador Social o profissional que detém uma formação

adequada, de acordo com os diversos graus formativos previstos e ministrados e a

devida comprovação pelas entidades competentes.

13. O Educador Social deve gozar de privacidade na sua vida particular, devendo no

entanto ser coerente com a sua postura profissional durante o seu relacionamento

informal, considerando a pedagogia do exemplo.

14. O Educador Social tem direito ao exercício autónomo e reconhecido da sua

profissão nas instituições públicas e privadas.

Ponto 2- Em relação aos utentes

1. É dever do Educador Social informar, esclarecer e promover a participação dos

utentes nos diversos momentos do processo pedagógico.

2. O Educador Social deve procurar desenvolver nos utentes competências que lhes

permitam uma positiva integração social no contexto em que vivem. Deve procurar o

desenvolvimento integral do pessoal sustentado em atitudes de respeito, criatividade,

iniciativa, reflexão, coerência, sensibilidade, autonomia, fomentando a confiança e auto-

estima.

3. Durante a relação educativa o Educador Social não deve manter um relacionamento

com o utente que condicione nocivamente a boa prestação do seu desempenho

profissional.

4. O Educador Social deve consciencializar o utente do problema que ele atravessa e

esclarecer os objectivos e a amplitude da sua actuação profissional.

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5. O Educador Social deve desenvolver com os utentes uma relação educativa

ideologicamente desinteressada que promova o auto conhecimento cultural e o

reconhecimento da multiculturalidade.

6. O Educador Social deve guardar o sigilo profissional, não utilizando indevidamente

as informações que dispõe sobre os utentes e as famílias, só podendo ser transmitidas

em situação de trabalho multidisciplinar, quando daí advenha benefício para a acção

sócio-educativa.

7. O Educador Social não deve usar metodologias que afectem a dignidade dos utentes,

respeitando a sua integridade.

8. O Educador Social deve ser cauteloso mas objectivamente crítico nas afirmações que

profere e nos juízos que efectua sobre questões que possam dar azo a generalizações e a

estigmatizações.

9. O Educador Social não deve na sua prática profissional criar expectativas no utente

que não sejam possíveis de concretizar.

10. O Educador Social deve respeitar os direitos educativos das famílias com relação

aos utentes numa postura de cooperação entre a família e a equipa sócio-educativa,

entendendo a família como agente de socialização essencial ao utente.

11. O Educador Social deve ser conhecedor do contexto familiar da sua intervenção,

desenvolvendo o contacto directo e contínuo de forma coordenada com a família.

12. O Educador Social tem o direito ao respeito por parte dos utentes e das famílias.

Ponto 3- Com relação às instituições

1. O Educador Social deve respeitar de forma plena os compromissos assumidos com os

contratadores, assim como, cumprir as normas institucionais vigentes.

2. O Educador Social deve salvaguardar a autonomia de critérios e procedimentos

essenciais ao desempenho da sua função profissional, podendo recusar tarefas que

comprometam a sua integridade profissional.

3. O Educador Social não deverá aceitar substituir profissionalmente um colega que

tenha sido exonerado por defender os princípios e normas deste código no exercício da

profissão.

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105

4. O Educador Social deverá ver garantida a confidencialidade dos documentos e

arquivos do seu uso profissional, assim como a inviolabilidade do local de trabalho.

5. O Educador Social tem direito a um contrato de trabalho e remuneração adequados às

funções que desempenha, assim como de usufruir de condições e recursos adequados à

sua prática profissional e de ser correctamente informado das tarefas que deverá

desempenhar.

6. O Educador Social deve assumir a identificação com os objectivos e com o projecto

institucional, desde que não contrariem os seus princípios deontológicos.

7. O Educador Social deverá ser promotor de princípios de parceria e inter-

sectorialidade entre instituições, quando essa estratégia for ao encontro dos objectivos

da prestação profissional.

8. O Educador Social tem direito a despender de algumas horas do seu horário de

trabalho para actualização das suas competências profissionais através de experiências

formativas.

Ponto 4- Com relação aos outros profissionais

1. O Educador Social deverá manter em relação as outras profissionais, princípios de

cooperação interdisciplinar, sem desrespeito pela autonomia e pelas competências

específicas de cada profissional.

2. O Educador Social não deve tecer comentários pejorativos e desvalorizadores em

relação ao trabalho desenvolvido por outros profissionais. A sua crítica deve ser

construtiva e dirigida ao profissional, assumindo o educador plena responsabilidade por

ela.

3. O Educador Social não deverá compactuar com o exercício ilegal da profissão,

correspondendo-lhe o direito de denunciar actos ilícitos, usurpadores ou faltas éticas dos

outros profissionais.

4. É dever do Educador Social fornecer à equipa ou seu substituto, toda a informação

necessária à prossecução e continuidade positiva do trabalho sócio-educativo.

5. O Educador Social não deve prejudicar deliberadamente o trabalho e a reputação de

outro profissional, nem imiscuir-se na prestação e no relacionamento profissional dos

outros profissionais.

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6. No seu desempenho profissional o Educador Social deve atribuir prioridade ao

profissionalismo em detrimento da afectividade no relacionamento com os elementos da

equipa de trabalho.

7. O Educador Social deve assumir como suas aquando da implementação, as decisões

apuradas em equipa de trabalho, mesmo quando haja manifestado a sua discordância no

momento da decisão.

8. O Educador Social deve elaborar e planificar em parceria com os outros profissionais

da equipa sócio-educativa um projecto educativo que oriente a sua intervenção.

9. O Educador Social tem direito ao apoio, à informação sobre o trabalho, à participação

como elemento de voz activa e a ser consultado e informado das decisões, em contexto

de trabalho de equipa.

Ponto 5- Com relação à sociedade em geral

1. O Educador Social deve caracterizar a sua relação pelo critério da igualdade, sem

aceitar ou permitir discriminações em função do sexo, idade, raça, ideologia, credo,

origem social e cultural, condições sócio-económicas, nível intelectual, promovendo o

respeito pela multiculturalidade e pela diferença.

2. O Educador Social deve manter uma postura isenta, valorizando equitativamente e

procurando um relacionamento equilibrado com os diversos actores sociais, individuais

ou colectivos, com os quais se cruza na sua prestação profissional.

3. O Educador Social deve ser sensível à sua participação activa nos programas de

socorro à população vitimada sem requerer remuneração ou outra compensação, nas

situações de calamidade pública.

4. O Educador Social deve participar e contribuir activamente para a dinamização do

movimento sócio-cultural no contexto social envolvente à sua intervenção, numa

perspectiva de valorização e promoção dos aspectos socioculturais locais.

5. O Educador Social deve subordinar a sua actuação profissional a princípios como a

igualdade de direitos, o exercício da liberdade, a promoção da paz, a prática da justiça, o

exercício da tolerância e o respeito para com a Natureza.

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Anexo II

NOTA EXPLICATIVA DO PROTOCOLO DE COOPERAÇÃO 2013-2014

No passado dia 8 de novembro foi assinado o Protocolo de Cooperação de 2013-2014,

celebrado entre o Ministério da Solidariedade e da Segurança Social e a União das

Mutualidades Portuguesas (UMP), a Confederação Nacional das

Instituições/Misericórdias de Solidariedade (CNIS) e a União das Misericórdias

Portuguesas (UM).

Considerando o disposto no artigo 63.º, n.º 5 da Constituição da Republica Portuguesa,

bem como os princípios orientadores do subsistema de ação social, definidos na Lei n.º

4/2007, de 16 de Janeiro, que estabelece as bases gerais em que assenta o sistema de

segurança social, o protocolo em referência reitera os princípios de uma parceria

público/social e determina o compromisso assente na partilha de objetivos e interesses

comuns, bem como de repartição de obrigações e responsabilidades entre o Estado e as

Instituições/Misericórdias.

A presente nota explicativa pretende ser um instrumento auxiliar do Protocolo que

vigorará a partir de 1 de Janeiro de 2013 para os aspetos inovadores que a seguir

enunciamos.

I. DO ENQUADRAMENTO

O Protocolo vigora para os anos 2013 e 2014, dada a sua vigência plurianual (2

anos);

As atualizações relativas às comparticipações de 2014 serão objeto de adenda, na

sequência de negociações prévias para o efeito;

Trata-se do mesmo documento, traduzido em Protocolo celebrado com as 3 Uniões

– CNIS; União das Misericórdias Portuguesas e União das Mutualidades

Portuguesas;

O Protocolo continua a privilegiar a flexibilização e maximização das capacidades

instaladas nas diversas respostas sociais, contribuindo para a manutenção do

equilíbrio na despesa e da capacidade financeira das Instituições/Misericórdias,

nomeadamente as que têm candidaturas nos programas PARES e POPH;

Prevê-se a maximização do Programa de Emergência Alimentar (PES).

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II. PROJETOS DE INOVAÇÃO SOCIAL

Enquadrados nas medidas inovadoras de intervenção, os projetos de inovação social

constituirão novas linhas de acção e mecanismos de execução;

As condições de operacionalidade destas medidas serão definidas em regulamento

próprio, de acordo com os parâmetros definidos nos fundos estruturais do QREN.

Irão abranger as seguintes áreas:

Cuidados especializados na área de infância e juventude, destinados a

crianças prematuras e a crianças e jovens que, após cuidados médicos,

necessitam de cuidados continuados (Ex: hemodiálise, ventilados, pós-

operatórios e multidependência clínica);

Cuidados especializados na área das demências, através de formação

específica, em meio institucional, a profissionais das respostas sociais de

SAD, Centro de Dia e Estruturas Residenciais e, em meio familiar, aos

respetivos cuidadores.

Os projetos serão concretizados mediante uma parceria entre MSSS e o Ministério

da Saúde, através do POPH.

III. SUSTENTABILIDADE

Tendo em conta o princípio da sustentabilidade e gestão flexível, com base nas

sinergias das economias de escala, será criado um grupo de trabalho para avaliação

dos impactos de uma maximização dos recursos humanos nas várias respostas

sociais.

Objetivo: Propor um modelo que possibilite uma gestão mais eficaz e

sustentada, mantendo os níveis de qualidade.

Prazo: 4 meses após criação do grupo de trabalho.

O modelo terá em conta a conjuntura económica e social e será objeto de

avaliação e decisão com base numa análise da qualidade dos serviços

prestados aos utentes.

IV. ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO

O acompanhamento e avaliação do Protocolo continuam a ser assegurados pela

CNAAPAC;

Continuam em funcionamento os seguintes grupos de trabalho:

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Apresentação de proposta de comparticipação da Segurança Social dos

Lares de Infância e Juventude;

Revisão da Circular n.º 3 (comparticipações familiares) – até 30 de junho

de 2013. Mantêm-se os compromissos assumidos no âmbito do

Protocolo de Cooperação para 2011-2012, plasmados no n.º 4 da cláusula

13ª;

Avaliação dos custos de funcionamento das respostas Creche, ERPI e

SAD.

É criada a Comissão Permanente do Setor Solidário:

Competências: concertação estratégica no âmbito da cooperação,

designadamente no acompanhamento da execução das medidas previstas

no Protocolo de Cooperação;

Presidência: membro do governo com responsabilidade na área da

cooperação com o setor solidário;

Composição: Presidente do Conselho Diretivo do ISS, IP; Diretor-Geral

da DGSS; Diretor-Geral do GEP; Presidente da CNIS; Presidente da

União das Misericórdias Portuguesas e Presidente da União das

Mutualidades Portuguesas;

Periodicidade das reuniões: trimestral.

V. ESTABELECIMENTOS INTEGRADOS

No decorrer de 2013, o MSSS continuará o processo de transferência gradual dos

Estabelecimentos Integrados para o setor solidário, através de oferta pública, tendo

as IPSS direito de preferência em sede de procedimento concursal, em função da

proximidade aos mesmos e da experiência no desenvolvimento de respostas sociais

análogas;

Será dada continuidade à metodologia implementada em 2012, mediante a

celebração de contratos de comodato/gestão + acordos de cooperação.

VI. TIPIFICAÇÃO DE ACORDOS DE COOPERAÇÃO

Relativamente às respostas sociais atualmente comparticipadas sob acordos de

cooperação atípicos, durante o ano de 2013, proceder-se-á gradualmente à conversão

em acordos típicos.

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O Estado procura garantir, desta forma, um tratamento de igualdade entre as

Instituições/Misericórdias.

VII. MEDIDAS PARA COLMATAR DIMINUIÇÃO DAS RECEITAS DAS IPSS

E AGRAVAMENTO DOS CUSTOS

Para assegurar às Instituições/Misericórdias condições para o cumprimento do papel

essencial que vêm desempenhando, e em função da diminuição das receitas e

agravamento dos custos, o MSSS providenciará medida administrativa de cariz

transitório, a consagrar em despacho, relativa à reafetação dos montantes restituídos

pelas Instituições/Misericórdias em virtude da diminuição de frequências dentro da

capacidade definida de cada resposta.

VIII. VALORES DAS COMPARTICIPAÇÕES FINANCEIRAS

O Protocolo prevê que, para 2013, o aumento da comparticipação financeira da

segurança social, no âmbito dos acordos de cooperação, é de 0,9% face às

comparticipações de 2012:

0,4% - como compensação dos encargos decorrentes do aumento da taxa

social única;

0,5% - para atualização de todos os acordos de cooperação típicos e

atípicos;

0,4% apenas para LIJ - Nestes casos a atualização totaliza 1,3%;

A atualização tem efeitos a partir do dia 1 de janeiro 2013;

Não abrange os acordos de cooperação para Pré-escolar;

Em 2014 será elaborada adenda com valores da atualização.

IX. ACORDOS SUJEITOS A HOMOLOGAÇÃO

Atualização da comparticipação financeira em 0,9%;

Relativamente aos acordos de cooperação para CAT, cujo valor seja inferior a 700€

utente/mês, no ano de 2013, a comparticipação será desse valor;

No que respeita a respostas sociais constantes do Anexo I (Creche, ERPI, CAO,

outros) atualmente comparticipadas pela Segurança Social sob a forma de acordos

atípicos, existe o compromisso no sentido de se proceder, gradualmente, à

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conversão dos acordos em típicos, sem prescindir das situações em que essa

atipicidade se justifique;

Existe, ainda, o compromisso de estudar forma de tipificação de respostas sociais

com acordos atípicos, com vista à sua convergência e correção.

X. RESPOSTAS SOCIAIS

1. CRECHE

Mantém-se o pressuposto da celebração de novos acordos de cooperação apenas

para projetos com inclusão de berçário. Excecionam-se as situações que resultem da

reconversão de espaços físicos de outras respostas em creche. (exemplo:

reconversão do espaço de CATL em creche);

Para as creches em que pelo menos 30% das crianças tenha necessidade de um

horário superior a 11 horas diárias há lugar a uma comparticipação complementar

por mês de 476,83€.

Para formalizar o pedido relativo a esta comparticipação complementar, a

Instituição/Misericórdia terá de apresentar ao Centro Distrital do ISS, IP declaração

que ateste a necessidade expressa dos pais;

A comparticipação desta verba pressupõe, como condição prévia, a sua inclusão e

aprovação no Orçamento Programa 2013 do ISS, IP.

O aumento da capacidade nos termos do n.º 5 desta cláusula consta de adenda ao

acordo de cooperação.

2. CRECHE FAMILIAR

No âmbito do PES, e de acordo com as iniciativas do grupo de trabalho para

regulamentação das respostas sociais, na sequência de alteração do regime jurídico

da atividade de Ama, será efetuada uma adenda ao Protocolo.

3. CENTRO DE ATIVIDADES DE TEMPOS LIVRES (CATL)

Os CATL podem funcionar mediante 2 modalidades:

a) Com funcionamento clássico, com e sem almoço;

b) Para extensões de horário e interrupções letivas, incluindo a

totalidade dos períodos de férias, com e sem almoço.

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O modelo de CATL clássico mantém-se nas situações em que os estabelecimentos

de ensino não assegurem as AEC’s:

Ponto 5 da Cláusula 5º: “Sempre que os estabelecimentos de ensino

assegurem as AEC’s mas a escolha dos encarregados de educação

recaia nas atividades do CATL, a Instituição, independentemente da

modalidade de acordo de cooperação em vigor, assegura a respetiva

resposta, que passa a ter a designação de CATL de conciliação

familiar”;

Esta modalidade, constará de adenda ao acordo de cooperação existente,

sem alteração da comparticipação, podendo ser adaptada a tabela das

comparticipações familiares de forma a assegurar a sustentabilidade da

resposta social.

Assim, nas situações em que os CATL têm acordo de cooperação apenas para

extensões de horário, mas por escolha dos encarregados de educação passem a ter

um funcionamento como CATL Clássico, a comparticipação da segurança social

não sofre qualquer alteração, sendo os pais a suportar o aumento dos custos de

funcionamento. Nestes casos os CATL têm a designação de CATL de conciliação

familiar.

Exemplo:

Modalidade Comparticipação da

Segurança Social

Comparticipação

Familiar (CF)

CATL com extensão de

horário com almoço 66,07€

CF em conformidade com

Regulamento Interno

CATL de conciliação

familiar 66,07€

CF de CATL clássico em

conformidade com

Regulamento Interno +

12,77€ (78,84 – 66,07)

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4. LAR DE INFÂNCIA E JUVENTUDE (LIJ) e CENTRO DE ACOLHIMENTO

TEMPORÁRIO (CAT)

Em 2013, para os LIJ do SERE +, a comparticipação financeira total será de 700€

utente/mês

Para os restantes LIJ, a comparticipação variará em função da avaliação realizada

pelo ISS, IP, em cada um dos semestres, mediante parecer prévio fundamentado dos

representantes das 3 Uniões

a) Aos LIJ que não aderiram ao Plano SERE + mas que tenham possibilidade de o

fazer ainda no 1.º semestre: aumento para 550€;

b) Aos LIJ sem condições de aderir ao Plano SERE +, mas que manifestem

interesse numa qualificação no âmbito do Plano CASA: aumento para 500€

A avaliação positiva, no final do 1.º semestre, garantirá aos LIJ da alínea

a) um aumento no 2.º semestre para 700€;

Para os LIJ da alínea b) o aumento para 700€ no 2.º semestre está

dependente da análise de propostas fundamentadas de requalificação,

encerramento e/ou transição das suas instalações

Uma vez que os LIJ e CAT não se encontram todos na mesma fase de evolução, o

Plano CASA será implementado de acordo com a seguinte planificação:

4.1. LIJ SERE+

O valor total de 700 €, acordado para 2013, será assegurado da seguinte forma:

481,38€ resultantes da atualização de 1,3% em relação ao valor de

475,21€,em sede de acordo de cooperação;

+ 218,62 € assegurados pelo SERE+.

Estes LIJ serão automaticamente atualizados não carecendo de manifestação de

interesse das Instituições/Misericórdias.

4.2. LIJ Qualificação

1.º semestre - Caso as Instituições/Misericórdias manifestem interesse, a

comparticipação será aumentada de 481,38€ para 550€

+ 68,62€ assegurado pelo SERE+

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Após avaliação realizada no final do 1.º semestre, e na eventualidade de esta ser

positiva, o valor a receber pelas Instituições/Misericórdias pode passar para 700€ no

2.º semestre de 2013.

Os 150€ de diferença serão assegurados por candidatura ao POPH.

4.3. Outros LIJ

Durante o 1.º semestre, caso as Instituições/Misericórdias manifestem interesse, a

comparticipação será aumentada de 481,38€ para 500€, sendo o valor de 18,62€

assegurado pelo SERE+.

Após avaliação realizada no final do 1.º semestre, e na eventualidade de esta ser

positiva, o valor a receber pelas Instituições/Misericórdias poderá passar para 700€

(no 2.º semestre de 2013).

Os 200€ de diferença serão assegurados por candidatura ao POPH.

4.4. Centros de Acolhimento Temporário

Nos CAT em que existia, em 2012, uma comparticipação financeira inferior a 700€

utente/mês, passarão a beneficiar da comparticipação mínima definida;

Exemplo:

Comparticipação da Segurança Social

2012 2013

695€ 700€

700€ 700€

Em 2013 os CAT serão objeto de avaliação por forma à sua gradual tipificação.

Em suma, em 2013, o orçamento da cooperação continuará a assegurar os

compromissos regulares decorrentes da atualização automática de 1,3%, sendo que as

restantes atualizações serão garantidas, consoante o tipo de LIJ em questão (LIJ SERE+;

LIJ Qualificação ou Outros LIJ), pelo SERE+ e/ou candidatura POPH (previsão de

abertura em maio de 2013).

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Plano CASA Valor utente/mês

1.º semestre 2013

Valor utente/mês

1.º semestre 2013

LIJ SERE + 700€ 700€

LIJ Qualificação 550€ 700€

Outros LIJ 500€ 700€

CAT inferior a 700€ 700€ 700€

Ainda no âmbito do Plano SERE+ serão implementados projetos-piloto de um novo

modelo de funcionamento para Lares de Infância e Juventude com unidades

especializadas, sendo criado o respetivo enquadramento legal que normalize o

funcionamento da resposta social.

5. SERVIÇO DE APOIO DOMICILIÁRIO (SAD)

A comparticipação do valor do SAD que consta no Anexo I do Protocolo de

Cooperação (241,37€ para 2013) pressupõe que sejam assegurados 4 dos 6 serviços

indispensáveis:

1. Higiene pessoal;

2. Higiene habitacional;

3. Alimentação;

4. Tratamento de roupas;

5. Serviço de Teleassistência;

6. Serviço de animação/socialização (abrange no mínimo 4 atividades

semanais que podem variar entre animação, lazer, cultura, aquisição de

bens e de géneros alimentícios, pagamento de serviços e deslocação a

entidades da comunidade)

O SAD implica que exista um mínimo de 2 dos serviços;

Para além destes serviços, caso o SAD preste serviços esporádicos e pontuais, como

acompanhamentos ao exterior para consultas médicas ou pequenas reparações no

domicílio, a comparticipação é acrescida de 5% do valor constante no Anexo I, ou

seja, à comparticipação de 241,37€, o que resulta no caso de acréscimo de apenas

um serviço, no valor de 253,44€.

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Quando os utentes não necessitem do número mínimo de 4 serviços, a

comparticipação do Anexo I será reduzida em 10% (3 serviços) ou 15% (2 serviços)

o que resulta num valor de 217,23€ ou de 205,16€, respetivamente;

Quando o SAD preste 4 dos serviços acima referidos, também aos fins de semana e

feriados, o valor da comparticipação da segurança social poderá ser objeto de

consenso entre a instituição e o ISS, IP podendo haver um acréscimo até 50% da

comparticipação de 241,37€, o que resulta num valor até 362,06€.

Coexistindo, ao abrigo do mesmo acordo de cooperação, utentes que não necessitem

da totalidade dos 4 serviços com utentes com necessidades de outros serviços

adicionais, não haverá lugar à redução da comparticipação financeira da

Segurança Social, desde que se verifique um equilíbrio global, quer quanto ao

número de serviços prestados, quer quanto à frequência dos mesmos.

Exemplo SAD para 20 utentes:

Serviços Número de Serviços Número de Serviços

Higiene pessoal 20 15

Alimentação 20 16

Tratamento de roupas 15 20

Higiene habitacional 10 20

Reparação no domicilio 5 6

Acompanhamento a consulta

médica 10 3

Média de serviços por utente 4 4

A OT 09/2009, de 1 de abril, do Conselho Diretivo do ISS, IP, que estabelece

critérios para a majoração e redução dos acordos de cooperação para SAD será

objeto de revisão, tendo em vista a sua adequação ao disposto no Protocolo.

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6. ESTRUTURA RESIDENCIAL PARA PESSOAS IDOSAS (ERPI)

Relativamente às comparticipações por dependência (1º e 2º grau) e

comparticipações adicionais e suplementares mantêm-se os princípios definidos no

anterior Protocolo.

Atualização dos valores:

Comparticipação adicional: 65,94€ para idosos em situação de

dependência de 2.º grau;

Comparticipação suplementar de 46,19€ utente/mês.

6.1. Vagas Reservadas à Segurança Social (1)

A comparticipação da segurança social para as vagas em Lar reservadas à Segurança

Social, corresponde à diferença entre o valor de referência do Protocolo de

Cooperação para 2010 (869,91€) e o somatório da comparticipação familiar com o

valor da comparticipação dos descendentes de 1.º grau da linha reta ou outros a

quem a lei obrigue à prestação de alimentos;

A Instituição/Misericórdia enviará a listagem dos utentes que ocupam as vagas

reservadas para a segurança social, com a indicação do valor pago pelo utente e do

montante da comparticipação familiar;

O processamento da comparticipação das vagas reservadas para a segurança social

far-se-á trimestralmente;

São mantidas por dois meses e pagas neste período pelo valor da comparticipação

mensal prevista no Anexo I do Protocolo, podendo ao fim desse prazo serem

preenchidas pela Instituição/Misericórdia, obrigando-se esta, no entanto, a

comunicar à segurança social a vaga que ocorra imediatamente a seguir.

6.2. Esgotadas as Vagas

Desde que surjam situações que careçam de resposta imediata para utentes em

ERPI, a segurança social recorrerá, preferencialmente, a equipamentos da rede

solidária (com o valor convencionado de 583,20€), só podendo fazê-lo na rede

lucrativa caso não exista disponibilidades na rede solidária.

Ao valor convencionado de 583,20€, acresce a comparticipação familiar do utente,

aplicando-se os pressupostos aplicáveis aos utentes com acordo de cooperação.

O CDist deve formalizar o pedido por escrito à Instituição/Misericórdia da rede

solidária, identificando o número e respetiva cláusula do Protocolo de Cooperação.

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Os serviços centrais do ISS, IP estão a ultimar um guião de procedimentos

relativamente a este processo.

6.3. Vagas Reservadas à Segurança Social (2)

Na celebração de novos acordos de cooperação:

Quando se trate de equipamentos com comparticipação pública na sua

construção, são garantidas até 20% das vagas para colocação de utentes

pelos serviços competentes da segurança social;

Quando se trate de equipamentos sem comparticipação pública na sua

construção, serão garantidas até 10% das vagas para colocação de utentes

pelos serviços competentes da segurança social.

Para ERPI já em funcionamento:

Poderão, através de consenso entre a Instituição/Misericórdia e os

serviços da Segurança Social, ser reservadas até 10% dos lugares

abrangidos pelo acordo de cooperação, cuja ocupação será efetuada de

modo gradual, à medida que sejam criadas vagas;

A reserva de vagas deve ser formalizada através de adenda ao acordo de

cooperação em vigor.

Os lugares são preenchidos por indicação da segurança social, sem prejuízo da

avaliação conjunta das situações de acolhimento de complexidade acrescida,

associados a situações graves de caráter degenerativo de doença mental e /ou

deficiência:

Para este efeito deve esgotar-se, em primeiro lugar, as hipóteses de

colocação em respostas específicas para o efeito e efetuar-se de acordo

com critérios de proximidade geográfica;

Em situações de conflito, cabe recurso para a Comissão Nacional de

Acompanhamento e Avaliação dos protocolos e Acordos de Cooperação

(CNAAPAC).

As alterações resultantes da adaptação aos novos normativos serão regularizadas

pelos acordos de cooperação ao nível da redefinição das capacidades do

equipamento social, não sendo necessária a revisão dos acordos existentes, mas

simplesmente atualizá-los quanto à capacidade, através de adenda;

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ERPI com acordos de cooperação que sofram obras de requalificação e que não

necessitem de licença emitida pela Câmara Municipal, apenas terão de atualizar a

sua capacidade.

6.4. Comparticipação Familiar

Pode ser elevada até 85% do rendimento per capita desde que ao utente tenha sido

atribuída a situação de dependência de 1º grau;

Quando, no momento da admissão, o utente não esteja a receber o complemento

dependência de 1º grau, mas já o tenha requerido, a Instituição/Misericórdia pode

decidir pela aplicação dos 85%;

À comparticipação familiar do utente, calculada de acordo com as normas em vigor,

deve acrescer uma comparticipação dos seus descendentes, ou outros a quem a lei

obrigue à prestação de alimentos, estabelecida de acordo com a sua capacidade

económica e financeira e mediante outorga de acordo escrito;

Com o Protocolo de Cooperação 2011/2012, deixou de existir um limite individual

por utente em ERPI, para utentes abrangidos pelo acordo de cooperação,

permitindo-se uma maior flexibilidade às Instituições/Misericórdias, desde que

adotem um limite global do acordo, em função do valor de referência;

O valor de referência (V.R.) estipulado para o ano de 2013 é de 938,43€ utente/mês;

Prevê-se um limite de receitas anual por cada ERPI:

A soma das receitas anuais totais das comparticipações (segurança social, utentes e

descendentes) não pode exceder o produto do valor de referência multiplicado pelo

número de utentes com acordo no Lar, admitidos após junho de 2008, acrescido de

15%.

Exemplo:

Limite anual de receitas para ERPI com 60

utentes.

(938,43€ x 60 x 12) + 15% ≤ 777.020,04 €

Para os utentes que, dentro da capacidade definida, não estejam abrangidos pelo

acordo de cooperação, é livre a fixação do valor da comparticipação familiar;

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Este valor, não deve atingir os valores praticados na rede lucrativa;

Não poderá ser recusada a revisão do acordo de cooperação para incorporação

destas vagas.

6.5. Aplicabilidade do Protocolo de Cooperação

As normas do Protocolo aplicam-se a todos os utentes admitidos na ERPI a partir

da data da publicitação do Protocolo;

Para os utentes já admitidos anteriormente à celebração do Protocolo de

Cooperação de 2013-2014, caso a aplicação das regras implique um aumento da

comparticipação familiar, ou dos descendentes de 1º grau de linha reta ou de outros

devedores legais de alimentos, o aumento deverá ser gradual e não poderá ser

superior a 10% ao ano (em 2011-2012 era de 5%).

7. ACOLHIMENTO FAMILIAR A PESSOAS IDOSAS E ADULTAS COM

DEFICIÊNCIA

As Instituições/Misericórdias com respostas sociais nas áreas da terceira idade e da

deficiência podem ser Instituições/Misericórdias de enquadramento, no âmbito do

acolhimento familiar a idosos e pessoas com deficiência;

No âmbito do PES, e de acordo com as iniciativas do grupo de trabalho para

regulamentação das respostas sociais, na sequência de alteração da regulamentação

da resposta, será efetuada uma adenda ao Protocolo.

8. CENTRO DE NOITE

Às Instituições/Misericórdias com experiência no desenvolvimento de respostas

sociais na área da terceira idade, que pretendam desenvolver o Centro de Noite, de

forma a permitir aos idosos a manutenção da sua residência e do seu quotidiano

diurno autónomo, precavendo e apoiando a sua segurança no período noturno,

poderão solicitar a celebração de acordos de cooperação;

Prevê-se a publicação de legislação de enquadramento do Centro de Noite na

vigência do Protocolo.

9. CANTINAS SOCIAIS

As Instituições/Misericórdias que reúnam condições para a confeção de refeições,

maximizando os recursos existentes, poderão aderir ao Programa de Emergência

Alimentar, através da rede solidária de cantinas sociais:

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121

Formalização através de Protocolos com os Centros Distritais do ISS, IP;

A rede solidária de cantinas sociais prevê a possibilidade de as refeições

poderem ser fornecidas às famílias, nos equipamentos da

Instituição/Misericórdia ou para consumo fora desta (take-away).

XI. VARIAÇÃO DE FREQUÊNCIAS DOS UTENTES

Em respostas sociais abertas à comunidade (Cantinas Sociais, outras) ou que

envolvam confidencialidade (Casas Abrigo) serão, excecionalmente, dispensadas de

controlo de variação de frequências, desde que seja remetida informação aos CDist

quanto à média de frequências e consumos nelas verificados;

Nos LIJ e CAT, desde que se verifique uma taxa de frequência mensal igual ou

superior a 65%,(em 2011-2012 era de 50%) do número de utentes abrangidos por

acordo de cooperação, não há lugar à dedução da comparticipação financeira:

Nestas respostas sociais, as Instituições/Misericórdias não poderão

recusar a integração de crianças e jovens por solicitação da Segurança

Social, em resultado de encaminhamento judicial, sem prejuízo do

recurso para a subcomissão nacional (que integra elementos da

CNAAPAC e da CNPCJR), criada pelo Protocolo de Cooperação 2011-

2012.

Os montantes resultantes da revisão dos acordos de cooperação, por diminuição do

número de utentes, será destinado, prioritariamente, a:

Revisão de acordos de cooperação para a mesma

Instituição/Misericórdia, nas situações em que se verifique uma

frequência superior ao número de utentes comparticipados;

Revisão de acordos de cooperação de outras Instituições/Misericórdias

do mesmo distrito, nas situações em que se verifique uma frequência

superior ao número de utentes comparticipados.

A alocação dos valores resultantes de “poupança” serão inscritos da seguinte forma:

75% em Orçamento de Gestão Corrente e 25% em Orçamento Programa

para a celebração de novos acordos de cooperação;

Mediante despacho do Exmo. Sr. SESSS, nos meses de maio e Setembro.

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122

O pagamento da comparticipação financeira da Segurança Social será efetuado

mediante o controlo das frequências mensais, tendo por base o Número de

Identificação da Segurança Social (NISS);

Prevê-se que durante o 1.º trimestre de 2013 entre em funcionamento a comunicação

das frequências mensais dos utentes (identificados pelo NISS), através de

funcionalidade via web, na Segurança Social Direta. Está previsto, no âmbito da

implementação deste processo, uma fase de formação aos CDist, bem como de

esclarecimentos às Instituições/Misericórdias com acordos de cooperação em que

exista controle de frequências.

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123

Anexo III

Evolução das respostas sociais para as Pessoas Idosas, Continente 2000-2011

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124

Anexo IV

Centro Cultural e Social da Paróquia de S. Martinho de Estoi – Organograma I

Secretária

Escriturária

Presidente

Diretora Geral (técnica e de

serviços)

Motorista Animadora Cultural

Animadores Voluntários

Chefe da Equipa Médica

Médicos Enfermeira Fisioterapeuta

Coordenação Técnica e Pedagógica da Creche e do Pré-

Escolar

Educadoras de Infância

Auxiliares de Ação Educativa

Auxiliar de Serviços Gerais

Chefes de Secção

Coordenação Técnica Serviço de Apoio Domiciliário

Auxiliares de Ação Direta

Coordenação Técnica do Lar de

Idosos

Chefe de Secção

Auxiliares de Ação Direta

Técnico de Manutenção

Costureira/

Lavadeira

Auxiliar de Serviços Gerais

Chefe de Cozinha

Ajudantes de Cozinha

Tesoureira

Contabilidade Tesouraria

Vogais

Aprovisionamento

Chefe de Secção

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125

Anexo V

Centro Cultural e Social da Paróquia de S. Martinho de Estoi – Organograma II

Conselho Diretivo, Direção Geral e Coordenações Técnicas

Secretário

Isaura Figueiras Presidente

Diác. Luís Seabra Galante

Diretora Geral

e Técnica ERPI

Dora Valério Luís

Coordenadora Técnica SAD

Rute Fernandes

Coordenadora Técnica Creche

Fátima Sousa

Coordenadora Pedagógica Pré-Escolar

Céline Guerreiro

Tesoureira

Andreia Fonseca

Vogal

Manuela Brás

Vogal

Ana Maria Vairinhos

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126

Anexo VI

Cronograma de tarefas

Calendarização Tarefas Fase da

Investigação

De outubro a

dezembro de

2014

Conhecer os idosos, a equipa de trabalho do

Centro, a comunidade e a instituição

Recolher informação

Investigação

De janeiro a

abril de 2015

Recolher informação

Observar e participar nas atividades Investigação

De maio a julho

de 2015

Aplicar medidas

Dinamizar atividades Ação

De maio a

agosto de 2015 Avaliação e escrita do relatório final Avaliação

Em setembro de

2015 Entrega da 1.ª versão à Orientadora Conclusão

Até 29 de

setembro de

2015

Reformulação do relatório final com as

sugestões da Orientadora Conclusão

A 30 de

setembro de

2015

Entrega da versão final nos Serviços

Académicos Conclusão

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127

Anexo VII

Cronograma mensal das atividades

Mês/dia da

semana

Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira

Maio 14

Maio 18 19 20 21

Maio 25 26 27 28

Mês/dia da

semana

Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira

Junho 1 2 3 4

Junho 8 9 10 11

Junho 15 16 17 18

Junho 22 23 24 25

Junho 29 30

Mês/dia da

semana

Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira

Julho 1 2

Julho 6 7 8 9

Julho 13 14

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128

Anexo VIII

Plano de intervenção no serviço de apoio domiciliário de Estoi

Pré-teste e pós-teste

Área de intervenção Objetivos Atividades Recursos

Avaliação física e

cognitiva

- Identificar a existência de algum grau de

incapacidade física e/ou cognitiva;

- Comparar a evolução dos idosos antes e

depois de aplicado o plano de intervenção.

- Observação das atitudes e comportamentos;

- Conversas informais;

- Recolha de informação junto da equipa de

auxiliares;

- Preenchimento do “MiniExame do Estado

Mental” de Folstein, Folstein & McHugh (1975),

traduzido por Guerreiro e col. (1994)

Material de suporte às

atividades;

Educadoras sociais;

Animadoras

socioculturais.

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129

Atividades lúdicas e recreativas

Atividades socioculturais

Área de intervenção Objetivos Atividades Recursos

Expressão plástica

- Desenvolver a destreza manual;

- Estimular a criatividade;

- Desenvolvimento da atenção, concentração

e coordenação;

- Promoção da orientação espacial e

temporal;

- Aquisição de novos conhecimentos.

- Escultura;

- Pintura;

- Desenho;

- Corte e costura;

- Modelagem e decalque;

- Recortes e colagens.

Material de suporte às

atividades;

Educadoras sociais;

Animadoras

socioculturais.

Área de intervenção Objetivos Atividades Recursos

Desenvolvimento

pessoal e social

- Estimular a comunicação verbal;

- Valorização pessoal e autoestima;

- Fortalecer laços familiares;

- Partilha de experiências;

- Educar para a cidadania;

- Conversas informais;

- Recolha de património oral;

- Exercícios de conhecimento;

- Leitura de notícias;

- Estimulação da escrita;

Material de suporte às

atividades;

Educadoras sociais;

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130

- Despertar o espírito crítico;

- Promover a autonomia e a

responsabilidade;

- Promover o diálogo e troca de opiniões;

- Estimular a memória;

- Reviver as vivências e experiências

adquiridas ao longo da vida;

- Promover a interação e coesão grupal;

- Estimulação da leitura;

- Recolha de dizeres populares;

- Descrição de profissões e atividades de

antigamente;

- Rezar o terço.

Animadoras

socioculturais.

Família e comunidade

+

Intergeracionalidade

- Reforçar os laços familiares entre os idosos

e os seus familiares;

- Sensibilizar as famílias para a problemática

do envelhecimento;

- Contribuir para evitar o isolamento;

- Permitir a relação com o meio envolvente;

- Fomentar a integração social do/a idoso/a.

- Proporcionar momentos de convívio e

confraternização;

- Promover o diálogo intergeracional;

- Envolver a comunidade nas comemorações

festivas;

- Incrementar a participação ativa dos idosos

- Dinâmicas de grupo;

- Atividades de troca de ofertas entre os idosos e as

famílias;

- Festa de final de ano letivo com desfile, atuações

e jantar.

Material de suporte às

atividades;

Educadoras sociais;

Animadoras socioculturais

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131

Atividades cognitivas

e crianças.

Preservação do meio

ambiente

- Preservar o meio ambiente;

- Educar para hábitos de poupança dos

recursos naturais;

- Contribuir para um desenvolvimento

sustentável às gerações futuras;

- Plantação de sementes e flores;

- Decoração de materiais com materiais recicláveis.

Material de suporte às

atividades;

Educadoras sociais;

Animadoras socioculturais

Jardineiro.

Área de intervenção Objetivos Atividades Recursos

Estimulação

cognitiva/mental e

sensorial

- Fomentar o espírito de grupo;

- Aquisição de novos conhecimentos e

partilha de informação;

- Evitar o isolamento;

- Prevenir a rápida degradação mental;

- Estimular a memória, o raciocínio e a

concentração.

- Jogos de sala;

- Jogos lúdicos;

- Uso de algumas TIC (Tecnologias de informação

e comunicação);

- Cálculo matemático;

- Exercícios de tarefas verbais sobre várias

temáticas;

- Exercícios de memória;

- Jogos de semelhanças e diferenças;

- Jogos de reconhecimento auditivo, táctil e visual.

Material de suporte às

atividades;

Educadoras sociais;

Animadoras

socioculturais.

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132

Atividades físico-motoras

Atividades de saúde

Área de intervenção Objetivos Atividades Recursos

Animação física ou

motora

- Estimular os/as idosos/as para as práticas

desportivas;

- Aquisição, coordenação e controlo do

próprio corpo;

- Aumentar a resistência física;

- Estimular a comunicação não-verbal;

- Exercícios de aquecimento e relaxamento;

- Geromotricidade;

- Jogo do bowling.

Material de suporte às

atividades;

Educadoras sociais;

Animadoras

socioculturais.

Área de intervenção Objetivos Atividades Recursos

Acompanhamento da

saúde

- Conhecer o historial clínico do/a idoso/a;

- Prevenir o rápido desenvolvimento de

patologias e/ou doenças;

- Melhorar ou preservar a qualidade de vida

do/a idoso/a;

- Troca de informações com a equipa do SAD;

- Sessões informais de esclarecimento sobre

doenças, prevenção de quedas, alimentação e

outras temáticas;

- Medir a tensão;

Material de suporte às

atividades;

Educadoras sociais;

Animadoras

socioculturais;

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133

- Promover a autonomia, a independência e

os hábitos de vida saudáveis;

- Estabelecer e/ou fortalecer uma relação de

ajuda com o idoso;

- Promover a integração familiar na tomada

de decisão;

- Detetar precocemente possíveis alterações

a nível físico e/ou cognitivo na saúde do/a

idoso/a;

- Controlar a evolução dos problemas já

existentes;

- Prevenção de doenças e quedas;

- Minimizar o impacto da posterior

institucionalização.

- Confeção de alimentos. Enfermeira.

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Anexo IX

Resultados

Miniexame do Estado Mental (MEEM)

Folstein, Folstein & McHugh (1975), traduzido por Guerreiro e col. (1994)

Utente: 1 Data: 14/05/2015 Avaliador: Joana Viegas

1. Orientação (Um ponto por cada resposta correta – 0 a 10 pontos).

Certo Errado

1.1. Em que ano estamos? x

1.2. Em que mês estamos? x

1.3. Em que dia do mês estamos? x

1.4. Em que dia da semana estamos? x

1.5. Em que estação estamos? x

1.6. Em que país estamos? x

1.7. Em que distrito é que vive? x

1.8. Em que terra vive? x

1.9. Em que casa estamos? x

1.10. Em que andar estamos? x

Total orientação: __6__ pontos

2. Retenção (Um ponto por cada palavra corretamente repetida – 0 a 3 pontos).

Este item é avaliado com o seguinte exercício:

Vou dizer três palavras: queria que as repetisse mas só depois de eu as dizer todas.

Procure ficar a sabê-las de cor.

Certo Errado

2.1. Pêra x

2.2. Gato x

2.3. Bola x

Total retenção: __3__ pontos

3. Atenção e cálculo (Um ponto por cada palavra corretamente repetida – 0 a 5 pontos).

Se der uma resposta errada mas depois continuar a subtrair bem, consideram-se as

seguintes como corretas. Parar ao fim de cinco respostas.

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135

Agora peço que me diga quantos são 30 menos 3 e depois ao número encontrado voltar

a tirar 3 e repete-se assim até lhe dizer para parar.

Ex. 30- (3) __1__ 27- (3)___1__ 24-(3)__1__ 21-(3)__1__ 18-(3)__1__

Total atenção e cálculo: __5__ pontos

4. Evocação (Um ponto por cada palavra corretamente repetida – 0 a 3 pontos).

Veja se consegue dizer as três palavras que pedi anteriormente para decorar:

Certo Errado

4.1. Pêra x

4.2. Gato x

4.3. Bola x

Total evocação: ___0___ pontos

5. Linguagem (Um ponto por cada palavra corretamente repetida – 0 a 8 pontos).

5.1. Como se chama isto? (mostrar objetos – 0 a 2 pontos).

Certo Errado

5.1.1. Relógio x

5.2.2. Lápis x

Total de pontos: ___2___

5.2. Repita a frase (contar 1 ponto): “O rato roeu a rolha”.

Total de pontos: __1__

5.3. Quando eu lhe der esta folha de papel, pegue nela com a mão direita, dobre-a ao

meio e coloque-a sobre a mesa. Dar a folha com as duas mãos. (0 a 3 pontos)

Certo Errado

5.3.1. Pega com a mão direita a folha x

5.3.2. Dobra a folha ao meio x

5.3.3. Coloca a folha onde deve x

Total de pontos: __3__

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136

5.4. Leia o que está neste cartão e faça o que lá diz.

Mostrar cartão com letra bem legível com a frase: “Feche os olhos”. (Se a pessoa for

analfabeto/a, lê-se a frase). (0 a 1 pontos)

5.4.1. Fechou os olhos

Certo Errado

x

Total de pontos: __0__

5.5. Escreva uma frase inteira aqui. Deve ter sujeito e verbo e fazer sentido. Os erros

gramaticais não prejudicam a pontuação. (0 a 1 pontos)

Total de pontos: __0__

Total linguagem: __6__ pontos

6. Habilidade construtiva (Um ponto pela cópia correta – 0 a 1 pontos).

Deve copiar um desenho. Dois pentágonos parcialmente sobrepostos e cada um deve

ficar com cinco lados, dois dos quais intersetados. Não valorizar os tremores ou rotação.

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Desenho Cópia

Total Habilidade construtiva: __0__ pontos

Pontuação total (Máximo de 30 pontos): __20__ pontos

Classificação: varia entre os 0 e 30 pontos sendo os valores de corte para a população

portuguesa a partir dos quais se considera com defeito cognitivos os seguintes:

Analfabetos: ≤ 15

1 a 11 anos de escolaridade: ≤ 22

Escolaridade superior a 11 anos: ≤ 27

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138

Miniexame do Estado Mental (MEEM)

Folstein, Folstein & McHugh (1975), traduzido por Guerreiro e col. (1994)

Utente: 1 Data: 14/07/2015 Avaliador: Joana Viegas

1. Orientação (Um ponto por cada resposta correta – 0 a 10 pontos).

Certo Errado

1.1. Em que ano estamos? x

1.2. Em que mês estamos? x

1.3. Em que dia do mês estamos? x

1.4. Em que dia da semana estamos? x

1.5. Em que estação estamos? x

1.6. Em que país estamos? x

1.7. Em que distrito é que vive? x

1.8. Em que terra vive? x

1.9. Em que casa estamos? x

1.10. Em que andar estamos? x

Total orientação: __7__ pontos

2. Retenção (Um ponto por cada palavra corretamente repetida – 0 a 3 pontos).

Este item é avaliado com o seguinte exercício:

Vou dizer três palavras: queria que as repetisse mas só depois de eu as dizer todas.

Procure ficar a sabê-las de cor.

Certo Errado

2.1. Pêra x

2.2. Gato x

2.3. Bola x

Total retenção: __3__ pontos

3. Atenção e cálculo (Um ponto por cada palavra corretamente repetida – 0 a 5 pontos).

Se der uma resposta errada mas depois continuar a subtrair bem, consideram-se as

seguintes como corretas. Parar ao fim de cinco respostas.

Agora peço que me diga quantos são 30 menos 3 e depois ao número encontrado voltar

a tirar 3 e repete-se assim até lhe dizer para parar.

Ex. 30- (3) __1__ 27- (3)___1__ 24-(3)__1__ 21-(3)__1__ 18-(3)__1__

Page 150: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

139

Total atenção e cálculo: __5__ pontos

4. Evocação (Um ponto por cada palavra corretamente repetida – 0 a 3 pontos).

Veja se consegue dizer as três palavras que pedi anteriormente para decorar:

Certo Errado

4.1. Pêra x

4.2. Gato x

4.3. Bola x

Total evocação: __1__ pontos

5. Linguagem (Um ponto por cada palavra corretamente repetida – 0 a 8 pontos).

5.1. Como se chama isto? (mostrar objetos – 0 a 2 pontos).

Certo Errado

5.1.1. Relógio x

5.2.2. Lápis x

Total de pontos: __2__

5.2. Repita a frase (contar 1 ponto): “O rato roeu a rolha”.

Total de pontos: __1__

5.3. Quando eu lhe der esta folha de papel, pegue nela com a mão direita, dobre-a ao

meio e coloque-a sobre a mesa. Dar a folha com as duas mãos. (0 a 3 pontos)

Certo Errado

5.3.1. Pega com a mão direita a folha x

5.3.2. Dobra a folha ao meio x

5.3.3. Coloca a folha onde deve x

Total de pontos: __3__

5.4. Leia o que está neste cartão e faça o que lá diz.

Mostrar cartão com letra bem legível com a frase: “Feche os olhos”. (Se a pessoa for

analfabeto/a, lê-se a frase). (0 a 1 pontos)

Page 151: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

140

5.4.1. Fechou os olhos

Certo Errado

x

Total de pontos: __0__

5.5. Escreva uma frase inteira aqui. Deve ter sujeito e verbo e fazer sentido. Os erros

gramaticais não prejudicam a pontuação. (0 a 1 pontos)

O cão gosta de ladrar e o gato gosta de miar.

Total de pontos: __1__

Total linguagem: __7__ pontos

6. Habilidade construtiva (Um ponto pela cópia correta – 0 a 1 pontos).

Deve copiar um desenho. Dois pentágonos parcialmente sobrepostos e cada um deve

ficar com cinco lados, dois dos quais intersetados. Não valorizar os tremores ou rotação.

Page 152: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

141

Desenho Cópia

Total Habilidade construtiva: __0__ pontos

Pontuação total (Máximo de 30 pontos): __23__ pontos

Classificação: varia entre os 0 e 30 pontos sendo os valores de corte para a população

portuguesa a partir dos quais se considera com defeito cognitivos os seguintes:

Analfabetos: ≤ 15

1 a 11 anos de escolaridade: ≤ 22

Escolaridade superior a 11 anos: ≤ 27

Page 153: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

142

Miniexame do Estado Mental (MEEM)

Folstein, Folstein & McHugh (1975), traduzido por Guerreiro e col. (1994)

Utente: 2 Data: 14/05/2015 Avaliador: Joana Viegas

1. Orientação (Um ponto por cada resposta correta – 0 a 10 pontos).

Certo Errado

1.1.Em que ano estamos? x

1.2. Em que mês estamos? x

1.3. Em que dia do mês estamos? x

1.4 Em que dia da semana estamos? x

1.5 Em que estação estamos? x

1.6 Em que país estamos? x

1.7. Em que distrito é que vive? x

1.8. Em que terra vive? x

1.9. Em que casa estamos? x

1.10. Em que andar estamos? x

Total orientação: __5__ pontos

2. Retenção (Um ponto por cada palavra corretamente repetida – 0 a 3 pontos).

Este item é avaliado com o seguinte exercício:

Vou dizer três palavras: queria que as repetisse mas só depois de eu as dizer todas.

Procure ficar a sabê-las de cor.

Certo Errado

2.1. Pêra x

2.2. Gato x

2.3. Bola x

Total retenção: __3__ pontos

3. Atenção e cálculo (Um ponto por cada palavra corretamente repetida – 0 a 5 pontos).

Se der uma resposta errada mas depois continuar a subtrair bem, consideram-se as

seguintes como corretas. Parar ao fim de cinco respostas.

Agora peço que me diga quantos são 30 menos 3 e depois ao número encontrado voltar

a tirar 3 e repete-se assim até lhe dizer para parar.

Ex. 30- (3) __1__ 27- (3)__0___ 24-(3)__0__ 21-(3)__0__ 18-(3)__0__

Page 154: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

143

Total atenção e cálculo: __1__ pontos

4. Evocação (Um ponto por cada palavra corretamente repetida – 0 a 3 pontos).

Veja se consegue dizer as três palavras que pedi anteriormente para decorar:

Certo Errado

4.1. Pêra x

4.2. Gato x

4.3. Bola x

Total evocação: __0__ pontos

5. Linguagem (Um ponto por cada palavra corretamente repetida – 0 a 8 pontos).

5.1. Como se chama isto? (mostrar objetos – 0 a 2 pontos).

Certo Errado

5.1.1. Relógio x

5.2.2. Lápis x

Total de pontos: ___2__

5.2. Repita a frase (contar 1 ponto): “O rato roeu a rolha”.

Total de pontos: __1___

5.3. Quando eu lhe der esta folha de papel, pegue nela com a mão direita, dobre-a ao

meio e coloque-a sobre a mesa. Dar a folha com as duas mãos. (0 a 3 pontos)

Certo Errado

5.3.1. Pega com a mão direita a folha x

5.3.2. Dobra a folha ao meio x

5.3.3. Coloca a folha onde deve x

Total de pontos: __3__

5.4. Leia o que está neste cartão e faça o que lá diz.

Page 155: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

144

Mostrar cartão com letra bem legível com a frase: “Feche os olhos”. (Se a pessoa for

analfabeto/a, lê-se a frase). (0 a 1 pontos)

5.4.1. Fechou os olhos

Certo Errado

x

Total de pontos: __0__

5.5. Escreva uma frase inteira aqui. Deve ter sujeito e verbo e fazer sentido. Os erros

gramaticais não prejudicam a pontuação. (0 a 1 pontos)

A Rita gosta de fazer malha, meias, blusas e cuidar de galinhas.

Total de pontos: __1__

Total linguagem: __7__ pontos

6. Habilidade construtiva (Um ponto pela cópia correta – 0 a 1 pontos).

Deve copiar um desenho. Dois pentágonos parcialmente sobrepostos e cada um deve

ficar com cinco lados, dois dos quais intersetados. Não valorizar os tremores ou rotação.

Page 156: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

145

Desenho Cópia

Total Habilidade construtiva: __0__ pontos

Pontuação total (Máximo de 30 pontos): __16__ pontos

Classificação: varia entre os 0 e 30 pontos sendo os valores de corte para a população

portuguesa a partir dos quais se considera com defeito cognitivos os seguintes:

Analfabetos: ≤ 15

1 a 11 anos de escolaridade: ≤ 22

Escolaridade superior a 11 anos: ≤ 27

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146

Miniexame do Estado Mental (MEEM)

Folstein, Folstein & McHugh (1975), traduzido por Guerreiro e col. (1994)

Utente: 2 Data: 14/07/2015 Avaliador: Joana Viegas

1. Orientação (Um ponto por cada resposta correta – 0 a 10 pontos).

Certo Errado

1.1.Em que ano estamos? x

1.2. Em que mês estamos? x

1.3. Em que dia do mês estamos? x

1.4. Em que dia da semana estamos? x

1.5. Em que estação estamos? x

1.6. Em que país estamos? x

1.7. Em que distrito é que vive? x

1.8. Em que terra vive? x

1.9 Em que casa estamos? x

1.10. Em que andar estamos? x

Total orientação: __2__ pontos

2. Retenção (Um ponto por cada palavra corretamente repetida – 0 a 3 pontos).

Este item é avaliado com o seguinte exercício:

Vou dizer três palavras: queria que as repetisse mas só depois de eu as dizer todas.

Procure ficar a sabê-las de cor.

Certo Errado

2.1. Pêra x

2.2. Gato x

2.3. Bola x

Total retenção: __3__ pontos

3. Atenção e cálculo (Um ponto por cada palavra corretamente repetida – 0 a 5 pontos).

Se der uma resposta errada mas depois continuar a subtrair bem, consideram-se as

seguintes como corretas. Parar ao fim de cinco respostas.

Agora peço que me diga quantos são 30 menos 3 e depois ao número encontrado voltar

a tirar 3 e repete-se assim até lhe dizer para parar.

Ex. 30- (3) __1__ 27- (3)___1__ 24-(3)__0__ 21-(3)__0__ 18-(3)__0__

Page 158: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

147

Total atenção e cálculo: __2__ pontos

4. Evocação (Um ponto por cada palavra corretamente repetida – 0 a 3 pontos).

Veja se consegue dizer as três palavras que pedi anteriormente para decorar:

Certo Errado

4.1. Pêra x

4.2. Gato x

4.3. Bola x

Total evocação: __0__ pontos

5. Linguagem (Um ponto por cada palavra corretamente repetida – 0 a 8 pontos).

5.1. Como se chama isto? (mostrar objetos – 0 a 2 pontos).

Certo Errado

5.1.1. Relógio x

5.2.2. Lápis x

Total de pontos: __2__

5.2. Repita a frase (contar 1 ponto): “O rato roeu a rolha”.

Total de pontos: __1__

5.3. Quando eu lhe der esta folha de papel, pegue nela com a mão direita, dobre-a ao

meio e coloque-a sobre a mesa. Dar a folha com as duas mãos. (0 a 3 pontos)

Certo Errado

5.3.1. Pega com a mão direita a folha x

5.3.2. Dobra a folha ao meio x

5.3.3. Coloca a folha onde deve x

Total de pontos: __3__

5.4. Leia o que está neste cartão e faça o que lá diz.

Page 159: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

148

Mostrar cartão com letra bem legível com a frase: “Feche os olhos”. (Se a pessoa for

analfabeto/a, lê-se a frase). (0 a 1 pontos)

5.4.1. Fechou os olhos

Certo Errado

x

Total de pontos: __1__

5.5. Escreva uma frase inteira aqui. Deve ter sujeito e verbo e fazer sentido. Os erros

gramaticais não prejudicam a pontuação. (0 a 1 pontos)

Eu gostava muito de tecer mantas no tear.

Total de pontos: __1__

Total linguagem: __8__ pontos

6. Habilidade construtiva (Um ponto pela cópia correta – 0 a 1 pontos).

Deve copiar um desenho. Dois pentágonos parcialmente sobrepostos e cada um deve

ficar com cinco lados, dois dos quais intersetados. Não valorizar os tremores ou rotação.

Page 160: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

149

Desenho Cópia

Total Habilidade construtiva: __0__ pontos

Pontuação total (Máximo de 30 pontos): __14__ pontos

Classificação: varia entre os 0 e 30 pontos sendo os valores de corte para a população

portuguesa a partir dos quais se considera com defeito cognitivos os seguintes:

Analfabetos: ≤ 15

1 a 11 anos de escolaridade: ≤ 22

Escolaridade superior a 11 anos: ≤ 27

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150

Miniexame do Estado Mental (MEEM)

Folstein, Folstein & McHugh (1975), traduzido por Guerreiro e col. (1994)

Utente: 3 Data: 14/05/2015 Avaliador: Joana Viegas

1. Orientação (Um ponto por cada resposta correta – 0 a 10 pontos).

Certo Errado

1.1.Em que ano estamos? x

1.2. Em que mês estamos? x

1.3 Em que dia do mês estamos? x

1.4 Em que dia da semana estamos? x

1.5. Em que estação estamos? x

1.6. Em que país estamos? x

1.7. Em que distrito é que vive? x

1.8. Em que terra vive? x

1.9. Em que casa estamos? x

1.10. Em que andar estamos? x

Total orientação: __7__ pontos

2. Retenção (Um ponto por cada palavra corretamente repetida – 0 a 3 pontos).

Este item é avaliado com o seguinte exercício:

Vou dizer três palavras: queria que as repetisse mas só depois de eu as dizer todas.

Procure ficar a sabê-las de cor.

Certo Errado

2.1. Pêra x

2.2. Gato x

2.3. Bola x

Total retenção: __3__ pontos

3. Atenção e cálculo (Um ponto por cada palavra corretamente repetida – 0 a 5 pontos).

Se der uma resposta errada mas depois continuar a subtrair bem, consideram-se as

seguintes como corretas. Parar ao fim de cinco respostas.

Agora peço que me diga quantos são 30 menos 3 e depois ao número encontrado voltar

a tirar 3 e repete-se assim até lhe dizer para parar.

Ex. 30- (3) __1__ 27- (3)___1__ 24-(3)__0__ 21-(3)__1__ 18-(3)__0__

Page 162: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

151

Total atenção e cálculo: __3__ pontos

4. Evocação (Um ponto por cada palavra corretamente repetida – 0 a 3 pontos).

Veja se consegue dizer as três palavras que pedi anteriormente para decorar:

Certo Errado

4.1. Pêra x

4.2. Gato x

4.3. Bola x

Total evocação: __0__ pontos

5. Linguagem (Um ponto por cada palavra corretamente repetida – 0 a 8 pontos).

5.1. Como se chama isto? (mostrar objetos – 0 a 2 pontos).

Certo Errado

5.1.1. Relógio x

5.2.2. Lápis x

Total de pontos: __2__

5.2. Repita a frase (contar 1 ponto): “O rato roeu a rolha”.

Total de pontos: __1__

5.3. Quando eu lhe der esta folha de papel, pegue nela com a mão direita, dobre-a ao

meio e coloque-a sobre a mesa. Dar a folha com as duas mãos. (0 a 3 pontos)

Certo Errado

5.3.1. Pega com a mão direita a folha x

5.3.2. Dobra a folha ao meio x

5.3.3. Coloca a folha onde deve x

Total de pontos: __3__

5.4. Leia o que está neste cartão e faça o que lá diz.

Page 163: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

152

Mostrar cartão com letra bem legível com a frase: “Feche os olhos”. (Se a pessoa for

analfabeto/a, lê-se a frase). (0 a 1 pontos)

5.4.1. Fechou os olhos

Certo Errado

x

Total de pontos: __0__

5.5. Escreva uma frase inteira aqui. Deve ter sujeito e verbo e fazer sentido. Os erros

gramaticais não prejudicam a pontuação. (0 a 1 pontos)

O José joga à bola e eu não gosto de bola.

Total de pontos: __1__

Total linguagem: __7__ pontos

6. Habilidade construtiva (Um ponto pela cópia correta – 0 a 1 pontos).

Deve copiar um desenho. Dois pentágonos parcialmente sobrepostos e cada um deve

ficar com cinco lados, dois dos quais intersetados. Não valorizar os tremores ou rotação.

Page 164: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

153

Desenho Cópia

Total Habilidade construtiva: __0__ pontos

Pontuação total (Máximo de 30 pontos): __20__ pontos

Classificação: varia entre os 0 e 30 pontos sendo os valores de corte para a população

portuguesa a partir dos quais se considera com defeito cognitivos os seguintes:

Analfabetos: ≤ 15

1 a 11 anos de escolaridade: ≤ 22

Escolaridade superior a 11 anos: ≤ 27

Page 165: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

154

Miniexame do Estado Mental (MEEM)

Folstein, Folstein & McHugh (1975), traduzido por Guerreiro e col. (1994)

Utente: 3 Data: 14/07/2015 Avaliador: Joana Viegas

1. Orientação (Um ponto por cada resposta correta – 0 a 10 pontos).

Certo Errado

1.1. Em que ano estamos? x

1.2. Em que mês estamos? x

1.3. Em que dia do mês estamos? x

1.4.Em que dia da semana estamos? x

1.5. Em que estação estamos? x

1.6. Em que país estamos? x

1.7. Em que distrito é que vive? x

1.8. Em que terra vive? x

1.9. Em que casa estamos? x

1.10. Em que andar estamos? x

Total orientação: __7__ pontos

2. Retenção (Um ponto por cada palavra corretamente repetida – 0 a 3 pontos).

Este item é avaliado com o seguinte exercício:

Vou dizer três palavras: queria que as repetisse mas só depois de eu as dizer todas.

Procure ficar a sabê-las de cor.

Certo Errado

2.1. Pêra x

2.2. Gato x

2.3. Bola x

Total retenção: __3__ pontos

3. Atenção e cálculo (Um ponto por cada palavra corretamente repetida – 0 a 5 pontos).

Se der uma resposta errada mas depois continuar a subtrair bem, consideram-se as

seguintes como corretas. Parar ao fim de cinco respostas.

Agora peço que me diga quantos são 30 menos 3 e depois ao número encontrado voltar

a tirar 3 e repete-se assim até lhe dizer para parar.

Ex. 30- (3) __1__ 27- (3)__1___ 24-(3)__1_ 21-(3)__1__ 18-(3)__1__

Page 166: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

155

Total atenção e cálculo: __5__ pontos

4. Evocação (Um ponto por cada palavra corretamente repetida – 0 a 3 pontos).

Veja se consegue dizer as três palavras que pedi anteriormente para decorar:

Certo Errado

4.1. Pêra x

4.2. Gato x

4.3. Bola x

Total evocação: __1__ pontos

5. Linguagem (Um ponto por cada palavra corretamente repetida – 0 a 8 pontos).

5.1. Como se chama isto? (mostrar objetos – 0 a 2 pontos).

Certo Errado

5.1.1. Relógio x

5.2.2. Lápis x

Total de pontos: __2__

5.2. Repita a frase (contar 1 ponto): “O rato roeu a rolha”.

Total de pontos: __1__

5.3. Quando eu lhe der esta folha de papel, pegue nela com a mão direita, dobre-a ao

meio e coloque-a sobre a mesa. Dar a folha com as duas mãos. (0 a 3 pontos)

Certo Errado

5.3.1. Pega com a mão direita a folha x

5.3.2. Dobra a folha ao meio x

5.3.3. Coloca a folha onde deve x

Total de pontos: __3__

5.4. Leia o que está neste cartão e faça o que lá diz.

Page 167: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

156

Mostrar cartão com letra bem legível com a frase: “Feche os olhos”. (Se a pessoa for

analfabeto/a, lê-se a frase). (0 a 1 pontos)

5.4.1. Fechou os olhos

Certo Errado

x

Total de pontos: __1___

5.5. Escreva uma frase inteira aqui. Deve ter sujeito e verbo e fazer sentido. Os erros

gramaticais não prejudicam a pontuação. (0 a 1 pontos)

Eu gosto de semear melancias, melões e tomateiras.

Total de pontos: __1__

Total linguagem: __8__ pontos

6. Habilidade construtiva (Um ponto pela cópia correta – 0 a 1 pontos).

Deve copiar um desenho. Dois pentágonos parcialmente sobrepostos e cada um deve

ficar com cinco lados, dois dos quais intersetados. Não valorizar os tremores ou rotação.

Page 168: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

157

Desenho Cópia

Total Habilidade construtiva: __0__ pontos

Pontuação total (Máximo de 30 pontos): __24__ pontos

Classificação: varia entre os 0 e 30 pontos sendo os valores de corte para a população

portuguesa a partir dos quais se considera com defeito cognitivos os seguintes:

Analfabetos: ≤ 15

1 a 11 anos de escolaridade: ≤ 22

Escolaridade superior a 11 anos: ≤ 27

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158

Anexo X

Tabela de avaliação diária da atividade

Área de intervenção:

Tema da semana:

Atividade:

Pergunta Sim Não

1. Gostou desta atividade?

2. Gostou da forma como foi feita esta atividade?

3. Acha que aprendeu alguma coisa com esta atividade?

4. Esta atividade foi de encontro aos seus gostos e

interesses?

5. Sentiu que esta atividade se adaptou às suas

necessidades?

6. Sentiu algum tipo de dificuldade em realizar esta

atividade?

7. Alterava/substituía esta atividade?

8. Esta atividade permitiu que desenvolvesse algum tipo de

hábito saudável?

9. Ao participar nesta atividade sentiu melhorias na sua

saúde?

10. Gostaria que esta atividade tivesse continuidade?

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159

Anexo XI

Relatório diário da atividade

Área de intervenção: Tema da semana:

Atividade:

Data: Hora:

Local: Duração:

Participante(s):

Descrição da atividade:

Objetivo(s):

Resumo:

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160

Anexo XII

Trava-línguas

Xuxa! A Sasha fez xixi no chão da sala.

Pinga a pia apara o prato, pia o pinto e

mia o gato.

Em rápido rapto, um rápido rato raptou

três ratos sem deixar rastros.

O sabiá não sabia que o sábio sabia que o

sabiá não sabia assobiar.

Lúcia lustrava o lustre listrado. O lustre

listrado luzia pra Lúcia que admirava o

lustre listrado.

Atrás da pia tem um prato, um pinto e um

gato. Pinga a pia, para o prato, pia o pinto

e mia o gato.

Uma casa tem quatro quartos. Em cada

quarto tem quatro quadros. E cada quadro

é quadrado. Quantos quadros quadrados

tem na casa?

Um ninho de mafagafos tem seis

mafagafinhos. Quem os desmafagafizar

bom desmafagafizador será.

Perto daquele ripado está palrando um

pardal pardo.

- Pardal pardo, porque palras?

- Eu palro e palrarei, porque sou o pardal

pardo, palrador D'el Rei!

O Tempo perguntou ao tempo quanto

tempo o tempo tem, o Tempo respondeu

ao tempo que o tempo tem tanto tempo

quanto tempo o tempo tem.

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161

Anexo XIII

Adivinhas

O que é que na mesa se parte e reparte

mas não se come?

(R: Baralho de cartas)

Tem dentes e não come, tem barbas e não

é homem. O que é?

(R: Alho)

Uma capelinha muito pequenina, com o

sacristão vestido de vermelho e os santos

todos de branco. O que é?

(R: Boca)

Eu no campo me criei, metida entre

verdes laços. E quem mais chora por

mim, é quem me faz em pedaços. O que

sou?

(R: Cebola)

Pai carinhoso, filho espinhoso, neto

amoroso. O que é?

(R: Castanheiro)

Tem pescoço e não tem cabeça, tem

braços e não tem mãos, tem corpo e não

tem pernas. O que é?

(R: Camisa)

Qual é coisa qual é ela alta como pinho,

verde como linho, amarga como fel e

doce como o mel?

(R: Banana)

Verde foi o meu nascimento mas de luto

me vesti para dar a luz ao mundo mil

tormentos padeci. Quem sou eu?

(R: Azeitona)

Eu trabalho noite e dia se me derem de

comer e nos dentes quero água. O que

sou?

(R: Moinho)

À meia-noite se levanta o francês, sabe

das horas mas não sabe do mês. Tem

esporas e não é cavaleiro. Tem serra e

não é carpinteiro. Tem picão e não é

pedreiro. Cava no chão e não acha

dinheiro. Quem é?

(R: Galo)

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162

Anexo XIV

Provérbios

Amigo ____________ vale mais do que

___________.

(verdadeiro / dinheiro)

Mãos frias, coração quente,

________________________.

(amor para sempre)

Amor com _______ se paga.

(amor)

Amigos, amigos, _________ à parte.

(negócios)

Em Março, esperam-se as rocas e

sacham-se as _________.

(hortas)

Dinheiro compra ______, mas não

compra ______________.

(pão / gratidão)

Galinha ________ faz bom ______.

(velha / caldo)

Filhos ______, trabalhos ________.

(criados / dobrados)

Vale mais _____ duro que figo

___________.

(pão / maduro)

Quem _______ por gosto não _______.

(corre / cansa)

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163

Anexo XV

Cálculo matemático

Ligue a fração ao resultado correto:

Resolva as seguintes frações:

2+2+3-1= =35

12+5+1-0= =65

43-10-2+4= =6

55+5+5+5-5= =90

96-6+1-1= =18

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164

Anexo XVI

Labirintos

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165

Anexo XVII

Estimulação táctil

Objeto Certo Errado

Colher

Faca

Garfo

Alho

Cebola

Guardanapo

Folha de alumínio

Pelicula aderente

Farinha

Açúcar

Água

Folhas de louro

Anis

Arroz

Massa espiral

Palitos

Cotonetes

Chaves

Cruzeta

Botões

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166

Algodão

Tesoura

Corta-unhas

Borracha

Lápis

Caneta

Fita métrica

Concha

Carrinho de linha

Régua

Pilha

Pente

Escova de roupa

Papel

Carteira/Porta-moedas

Compressa

Pensos

Dado

Cartão

Plástico

Fecho

Vela

Jornal

Esponja de banho

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167

Palha d’aço

Pega

Fósforos

Colher de pau

Esponja de loiça

Funil

Coador

Palhinha

Vareta de varinha

Frasco

Tampa de plástico

Saqueta de chá

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168

Anexo XVIII

Rimas

Paixão/Limão

Vi/Fugi Anel/Mel Felicidade/Saudade

Coração/Emoção

Sofrer/Perder Viver/Conhecer Amizade/Verdade

Amor/Flor

Olhar/Beijar Mão/Melão Namorar/Lembrar

Cuidar/Amar

Sonhar/Explorar Comer/Beber Passear/Caminhar

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169

Fazer/Ler

Escrever/Saber Ver/Contar Cuidar/Viajar

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170

Anexo XIX

Semelhanças e diferenças

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171

Anexo XX

Sinónimos

Feliz

Rápido

Grande

Corajoso

Bom

Calma

Amigo

Despertar

Feio

Amor

Antónimos

Alegre

Rápido

Bom

Bonito

Grande

Calma

Ódio

Muito

Largo

Corajoso

Page 183: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

172

Anexo XXI

Sardinha e cartaz para a festa

Anexo XXII

Page 184: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

173

Anexo XXII

Jogos de tabuleiro

Page 185: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

174

Anexo XXIII

Estimulação auditiva

Som Certo Errado

Pássaro

Galinha

Porco

Cavalo

Cão

Gato

Pato

Vaca

Mocho/Coruja

Lobo

Grilo

Perú

Ovelha

Macaco

Elefante

Abelha

Burro/Mula

Leão

Mosquito

Sirene de ambulância

Sirene de polícia

Pessoas

Telefone

Vento

Bater à porta

Buzina do carro

Sino de igreja

Relógio

Page 186: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

175

Chuva e trovões

Ondas do mar

Campainha

Tambores

Aplausos

Trompete

Tirar fotografias

Explosão

Caminhar

Bebé a chorar

Autoclismo

Ressonar

Page 187: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

176

Anexo XXIV

Exercícios de aquecimento para iniciar as atividades do plano

Fases e duração Tipo de exercício

Aquecimento

(5 minutos)

Movimentos de baixa intensidade com aumento progressivo.

Em pé:

Marcha;

Levantar um braço de cada vez;

Andar para a frente, para trás e para os lados;

Elevação dos joelhos;

Chuto à frente;

Levantar os dois braços e baixar.

(duas series e quatro repetições)

Parte fundamental

(10 minutos)

Em pé, atrás da cadeira:

Elevação do joelho;

Posterior da coxa;

Agachamento;

Equilíbrio:

Fechar os olhos;

2 apoios e depois 1 apoio.

(duas series e quatro repetições)

Page 188: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

177

Relaxamento

(5 minutos)

Alongamento:

Rotação dos pés nos dois sentidos;

Esticar e encolher as pernas;

Esticar os braços à frente e abrir e fechar as mãos;

Rotação dos ombros e do pescoço;

Inspirar/expirar.

(duas series e quatro repetições)

Duração Alternativa de exercício

Aquecimento

(5 minutos)

Muitas repetições de baixa intensidade com um pequeno aumento gradual da intensidade.

Sentado/a na cadeira:

Toca a frente e ao lado;

Elevação dos joelhos;

Levantar os dois braços e baixar.

(duas series e quatro repetições)

Parte fundamental

(10 minutos)

Sentado/a na cadeira com movimentos lentos:

Elevação dos braços à frente, ao lado e acima;

Extensão dos joelhos;

Biceps;

Tentar uma pequena marcha;

Abrir e fechar as mãos;

(três series e seis repetições)

Page 189: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

178

Relaxamento

(5 minutos)

Alongamento:

Rotação dos pés nos dois sentidos;

Esticar e encolher as pernas;

Esticar os braços à frente e abrir e fechar as mãos;

Rotação dos ombros;

Rotação do pescoço;

Inspirar/expirar.

(duas series e quatro repetições)

Page 190: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

179

Anexo XXV

Inquérito por questionário à amostra do estudo

Data: __14____/__07____/____2015______

Venho por este meio solicitar a sua participação num estudo que pretende

observar a realidade concreta do Serviço de Apoio Domiciliário do Centro Comunitário

de Estoi como resposta social, no sentido de analisar e compreender a sua dinâmica e o

contributo do mesmo no aumento ou na preservação da qualidade de vida e saúde dos

seus beneficiários.

Para tal, solicito o seu contributo através da participação neste inquérito por

questionário de caráter exploratório de modo a identificar e perceber as características

contextuais e de funcionamento da resposta social em questão. Assim, o objetivo

principal desta será recolher informações necessárias de modo a tornar este cada vez

melhor e mais eficaz.

Após recolhido todo o material, será feito o seu tratamento para se conseguir

uma melhor compreensão e organização da informação que ajudará na criação de um

plano de intervenção social que vise o bem-estar dos utentes da amostra do estudo. Este

plano será, posteriormente, será dado a conhecer à Direção, colaboradores/as e utentes.

Será assegurado o seu anonimato e confidencialidade. Tudo o que disser será

estritamente para fins académicos.

Obrigada pela sua colaboração!

Page 191: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

180

Assinale cada item com um X que corresponda à sua realidade e preencha os espaços

em branco que aparecem com a informação desejada. Por fim, responda às questões

abertas que lhe são colocadas.

Caracterização do/a idoso/a:

1. Sexo:

1.1- Feminino x

1.2- Masculino

2. Idade:

2.1- Menos de 65 anos de idade

2.2- De 66 a 70 anos de idade

2.3- De 71 a 75 anos de idade

2.4- De 76 a 80 anos de idade

2.5- De 81 a 85 anos de idade x

2.6- Mais de 86 anos de idade

3. Estado civil:

3.1- Solteiro/a

3.2- Casado/a x

3.3- União de facto

3.4- Viúvo/a

3.5- Divorciado/a ou Separado/a

Page 192: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

181

4. Nível de instrução:

4.1- Não sabe ler nem escrever x

4.2- Sabe ler e escrever (sem grau de

instrução formal)

4.3- Ensino primário

4.4- Ensino básico

4.5- Ensino secundário

4.6- Ensino técnico-profissional

4.7- Curso superior

4.8- Outro, qual?

Saúde e Qualidade de Vida do idoso no SAD do Centro Comunitário de Estoi

Saúde do/a idoso/a:

5. Como avalia, no presente, a sua saúde:

Muito boa Boa Razoável Má Muito má

x

6. Comparando com o que acontecia há um ano atrás, como descreve o seu estado

de saúde?

Muito

melhor

Melhor Igual Pior Muito pior

x

Page 193: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

182

7. Relativamente às atividades que executa no seu dia-a-dia, em que medida a sua

saúde o limita em:

Nada Pouco Moderadamente Bastante Completamente

7.1- Atividades físicas

(ex. Correr ou andar)

x

7.2- Atividades

domésticas (ex. Aspirar

a casa)

x

7.3- Levantar ou

carregar compras

x

7.4- Subir escadas x

7.5- Inclinar-se,

ajoelhar-se ou baixar-se

x

7.6- Tomar banho ou

vestir-se sozinho

x

7.7- Passear sozinho x

7.1- Deste modo, como avalia a sua mobilidade/dependência (capacidade para se

movimentar e deslocar sozinho/a)

Muito boa Boa Razoável Má Muito má

x

Page 194: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

183

8. Nas duas últimas semanas com que regularidade se sentiu:

Sempre Quase

sempre

Algumas

vezes

Quase

nunca

Nunca

8.1- Cheio de vitalidade? x

8.2- Muito nervoso? x

8.3- Deprimido? x

8.4- Calmo e tranquilo? x

8.5- Com muita energia? x

8.6- Triste e em baixo? x

8.7- Cansado? x

8.8- Feliz? x

8.9- Chateado? x

8.10- Útil? x

8.11- Sozinho x

8.12- Depressivo x

8.13- Ansioso x

9. Escolha a opção que melhor se adequar à sua realidade:

Verdadeiro Falso

9.1- Parece que adoeço com mais facilidade do que os outros x

9.2- Sou tão saudável como qualquer outra pessoa x

9.3- Estou convencido de que a minha saúde vai piorar x

9.4- A minha saúde é muito boa para a idade que tenho x

9.5- Os meus hábitos de vida são os mais indicados para a

minha idade

x

Page 195: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

184

10. Como avalia a sua qualidade de vida:

Muito boa Boa Razoável Má Muito má

x

11. O que considera importante para ter qualidade de vida? (Poderá assinalar

mais do que uma resposta se assim o entender)

11.1- Ter saúde física x

11.2- Ter saúde psicológica

11.3- Ter dinheiro x

11.4- Ter o apoio da família

11.5- Ter o apoio dos amigos e vizinhos

11.6- Ter o serviço de SAD

11.7- Poder passear e divertir-me x

11.8- Outro. Qual?

12. Em que medida o serviço de apoio domiciliário tem contribuído para a

melhoria da sua saúde e qualidade de vida:

Muitíssimo Muito Nem muito nem pouco Pouco Nada

x

Explique a sua resposta:

(Não respondeu)

Page 196: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

185

13. Caso haja a possibilidade de melhorar o apoio prestado pelo SAD, que

atividades gostaria de ver implementadas:

Sim Não

13.1- Expressão plástica (ex. Corte e costura) x

13.2- Desenvolvimento pessoal e social (ex. Estimulação da escrita

e leitura; rezar o terço) x

13.3- Família e comunidade (ex. Piquenique no exterior) x

13.4- Preservação do meio ambiente (ex. (Re)Erguer a horta; e

reciclagem) x

13.5- Estimulação cognitiva/mental e sensorial (ex. Cálculo

matemático) x

13.6- Animação física ou motora (ex. Gerontomotricidade) x

13.7- Acompanhamento da saúde (ex. Medir tensão) x

13.8- Intergeracionais (ex. Centro de Ciência Viva móvel) x

Page 197: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

186

Inquérito por questionário à amostra do estudo

Data: __14____/__07____/____2015______

Venho por este meio solicitar a sua participação num estudo que pretende

observar a realidade concreta do Serviço de Apoio Domiciliário do Centro Comunitário

de Estoi como resposta social, no sentido de analisar e compreender a sua dinâmica e o

contributo do mesmo no aumento ou na preservação da qualidade de vida e saúde dos

seus beneficiários.

Para tal, solicito o seu contributo através da participação neste inquérito por

questionário de caráter exploratório de modo a identificar e perceber as características

contextuais e de funcionamento da resposta social em questão. Assim, o objetivo

principal desta será recolher informações necessárias de modo a tornar este cada vez

melhor e mais eficaz.

Após recolhido todo o material, será feito o seu tratamento para se conseguir

uma melhor compreensão e organização da informação que ajudará na criação de um

plano de intervenção social que vise o bem-estar dos utentes da amostra do estudo. Este

plano será, posteriormente, será dado a conhecer à Direção, colaboradores/as e utentes.

Será assegurado o seu anonimato e confidencialidade. Tudo o que disser será

estritamente para fins académicos.

Obrigada pela sua colaboração!

Page 198: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

187

Assinale cada item com um X que corresponda à sua realidade e preencha os espaços

em branco que aparecem com a informação desejada. Por fim, responda às questões

abertas que lhe são colocadas.

Caracterização do/a idoso/a:

1. Sexo:

1.1- Feminino x

1.2- Masculino

2. Idade:

2.1- Menos de 65 anos de idade

2.2- De 66 a 70 anos de idade

2.3- De 71 a 75 anos de idade

2.4- De 76 a 80 anos de idade

2.5- De 81 a 85 anos de idade x

2.6- Mais de 86 anos de idade

3. Estado civil:

3.1- Solteiro/a

3.2- Casado/a

3.3- União de facto

3.4- Viúvo/a x

3.5- Divorciado/a ou Separado/a

Page 199: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

188

4. Nível de instrução:

4.1- Não sabe ler nem escrever

4.2- Sabe ler e escrever (sem grau de

instrução formal)

4.3- Ensino primário x

4.4- Ensino básico

4.5- Ensino secundário

4.6- Ensino técnico-profissional

4.7- Curso superior

4.8- Outro, qual?

Saúde e Qualidade de Vida do idoso no SAD do Centro Comunitário de Estoi

Saúde do/a idoso/a:

5. Como avalia, no presente, a sua saúde:

Muito boa Boa Razoável Má Muito má

x

6. Comparando com o que acontecia há um ano atrás, como descreve o seu estado

de saúde?

Muito

melhor

Melhor Igual Pior Muito pior

x

Page 200: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

189

7. Relativamente às atividades que executa no seu dia-a-dia, em que medida a sua

saúde o limita em:

Nada Pouco Moderadamente Bastante Completamente

7.1- Atividades físicas

(ex. Correr ou andar)

x

7.2- Atividades

domésticas (ex. Aspirar

a casa)

x

7.3- Levantar ou

carregar compras

x

7.4- Subir escadas x

7.5- Inclinar-se,

ajoelhar-se ou baixar-se

x

7.6- Tomar banho ou

vestir-se sozinho

x

7.7- Passear sozinho x

7.1- Deste modo, como avalia a sua mobilidade/dependência (capacidade para se

movimentar e deslocar sozinho/a)

Muito boa Boa Razoável Má Muito má

x

Page 201: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

190

8. Nas duas últimas semanas com que regularidade se sentiu:

Sempre Quase

sempre

Algumas

vezes

Quase

nunca

Nunca

8.1- Cheio de vitalidade? x

8.2- Muito nervoso? x

8.3- Deprimido? x

8.4- Calmo e tranquilo? x

8.5- Com muita energia? x

8.6- Triste e em baixo? x

8.7- Cansado? x

8.8- Feliz? x

8.9- Chateado? x

8.10- Útil? x

8.11- Sozinho x

8.12- Depressivo x

8.13- Ansioso x

9. Escolha a opção que melhor se adequar à sua realidade:

Verdadeiro Falso

9.1- Parece que adoeço com mais facilidade do que os outros x

9.2- Sou tão saudável como qualquer outra pessoa X

9.3- Estou convencido de que a minha saúde vai piorar x

9.4- A minha saúde é muito boa para a idade que tenho X

9.5- Os meus hábitos de vida são os mais indicados para a

minha idade

x

Page 202: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

191

10. Como avalia a sua qualidade de vida:

Muito boa Boa Razoável Má Muito má

x

11. O que considera importante para ter qualidade de vida? (Poderá assinalar

mais do que uma resposta se assim o entender)

11.1- Ter saúde física x

11.2- Ter saúde psicológica x

11.3- Ter dinheiro

11.4- Ter o apoio da família x

11.5- Ter o apoio dos amigos e vizinhos x

11.6- Ter o serviço de SAD x

11.7- Poder passear e divertir-me x

11.8- Outro. Qual?

12. Em que medida o serviço de apoio domiciliário tem contribuído para a

melhoria da sua saúde e qualidade de vida:

Muitíssimo Muito Nem muito nem pouco Pouco Nada

x

Explique a sua resposta:

Porque eu não me posso mexer bem… A minha filha é que me ajuda.

Page 203: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

192

13. Caso haja a possibilidade de melhorar o apoio prestado pelo SAD, que

atividades gostaria de ver implementadas:

Sim Não

13.1- Expressão plástica (ex. Corte e costura) x

13.2- Desenvolvimento pessoal e social (ex. Estimulação da escrita

e leitura; rezar o terço) x

13.3- Família e comunidade (ex. Piquenique no exterior) x

13.4- Preservação do meio ambiente (ex. (Re)Erguer a horta; e

reciclagem) x

13.5- Estimulação cognitiva/mental e sensorial (ex. Cálculo

matemático) x

13.6- Animação física ou motora (ex. Gerontomotricidade) x

13.7- Acompanhamento da saúde (ex. Medir tensão) x

13.8- Intergeracionais (ex. Centro de Ciência Viva móvel) x

Page 204: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

193

Inquérito por questionário à amostra do estudo

Data: __14____/__07____/____2015______

Venho por este meio solicitar a sua participação num estudo que pretende

observar a realidade concreta do Serviço de Apoio Domiciliário do Centro Comunitário

de Estoi como resposta social, no sentido de analisar e compreender a sua dinâmica e o

contributo do mesmo no aumento ou na preservação da qualidade de vida e saúde dos

seus beneficiários.

Para tal, solicito o seu contributo através da participação neste inquérito por

questionário de caráter exploratório de modo a identificar e perceber as características

contextuais e de funcionamento da resposta social em questão. Assim, o objetivo

principal desta será recolher informações necessárias de modo a tornar este cada vez

melhor e mais eficaz.

Após recolhido todo o material, será feito o seu tratamento para se conseguir

uma melhor compreensão e organização da informação que ajudará na criação de um

plano de intervenção social que vise o bem-estar dos utentes da amostra do estudo. Este

plano será, posteriormente, será dado a conhecer à Direção, colaboradores/as e utentes.

Será assegurado o seu anonimato e confidencialidade. Tudo o que disser será

estritamente para fins académicos.

Obrigada pela sua colaboração!

Page 205: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

194

Assinale cada item com um X que corresponda à sua realidade e preencha os espaços

em branco que aparecem com a informação desejada. Por fim, responda às questões

abertas que lhe são colocadas.

Caracterização do/a idoso/a:

1. Sexo:

1.1- Feminino

1.2- Masculino x

2. Idade:

2.1- Menos de 65 anos de idade

2.2- De 66 a 70 anos de idade

2.3- De 71 a 75 anos de idade

2.4- De 76 a 80 anos de idade

2.5- De 81 a 85 anos de idade x

2.6- Mais de 86 anos de idade

3. Estado civil:

3.1- Solteiro/a

3.2- Casado/a x

3.3- União de facto

3.4- Viúvo/a

3.5- Divorciado/a ou Separado/a

Page 206: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

195

4. Nível de instrução:

4.1- Não sabe ler nem escrever

4.2- Sabe ler e escrever (sem grau de

instrução formal)

x

4.3- Ensino primário

4.4- Ensino básico

4.5- Ensino secundário

4.6- Ensino técnico-profissional

4.7- Curso superior

4.8- Outro, qual?

Saúde e Qualidade de Vida do idoso no SAD do Centro Comunitário de Estoi

Saúde do/a idoso/a:

5. Como avalia, no presente, a sua saúde:

Muito boa Boa Razoável Má Muito má

x

6. Comparando com o que acontecia há um ano atrás, como descreve o seu estado

de saúde?

Muito

melhor

Melhor Igual Pior Muito pior

x

Page 207: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

196

7. Relativamente às atividades que executa no seu dia-a-dia, em que medida a sua

saúde o limita em:

Nada Pouco Moderadamente Bastante Completamente

7.1- Atividades físicas

(ex. Correr ou andar)

x

7.2- Atividades

domésticas (ex. Aspirar

a casa)

x

7.3- Levantar ou

carregar compras

x

7.4- Subir escadas x

7.5- Inclinar-se,

ajoelhar-se ou baixar-se

x

7.6- Tomar banho ou

vestir-se sozinho

x

7.7- Passear sozinho x

7.1- Deste modo, como avalia a sua mobilidade/dependência (capacidade para se

movimentar e deslocar sozinho/a)

Muito boa Boa Razoável Má Muito má

x

Page 208: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

197

8. Nas duas últimas semanas com que regularidade se sentiu:

Sempre Quase

sempre

Algumas

vezes

Quase

nunca

Nunca

8.1- Cheio de vitalidade? x

8.2- Muito nervoso? x

8.3- Deprimido? x

8.4- Calmo e tranquilo? x

8.5- Com muita energia? x

8.6- Triste e em baixo? x

8.7- Cansado? x

8.8- Feliz? x

8.9- Chateado? x

8.10- Útil? x

8.11- Sozinho x

8.12- Depressivo x

8.13- Ansioso x

9. Escolha a opção que melhor se adequar à sua realidade:

Verdadeiro Falso

9.1- Parece que adoeço com mais facilidade do que os outros x

9.2- Sou tão saudável como qualquer outra pessoa x

9.3- Estou convencido de que a minha saúde vai piorar x

9.4- A minha saúde é muito boa para a idade que tenho x

9.5- Os meus hábitos de vida são os mais indicados para a

minha idade

x

Page 209: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

198

10. Como avalia a sua qualidade de vida:

Muito boa Boa Razoável Má Muito má

x

11. O que considera importante para ter qualidade de vida? (Poderá assinalar

mais do que uma resposta se assim o entender)

11.1- Ter saúde física x

11.2- Ter saúde psicológica

11.3- Ter dinheiro x

11.4- Ter o apoio da família x

11.5- Ter o apoio dos amigos e vizinhos

11.6- Ter o serviço de SAD x

11.7- Poder passear e divertir-me x

11.8- Outro. Qual?

12. Em que medida o serviço de apoio domiciliário tem contribuído para a

melhoria da sua saúde e qualidade de vida:

Muitíssimo Muito Nem muito nem pouco Pouco Nada

x

Explique a sua resposta:

(Não respondeu)

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199

13. Caso haja a possibilidade de melhorar o apoio prestado pelo SAD, que

atividades gostaria de ver implementadas:

Sim Não

13.1- Expressão plástica (ex. Corte e costura) x

13.2- Desenvolvimento pessoal e social (ex. Estimulação da escrita

e leitura; rezar o terço) x

13.3- Família e comunidade (ex. Piquenique no exterior) x

13.4- Preservação do meio ambiente (ex. (Re)Erguer a horta; e

reciclagem) x

13.5- Estimulação cognitiva/mental e sensorial (ex. Cálculo

matemático) x

13.6- Animação física ou motora (ex. Gerontomotricidade) x

13.7- Acompanhamento da saúde (ex. Medir tensão) x

13.8- Intergeracionais (ex. Centro de Ciência Viva móvel) x

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200

Anexo XXVI

Gráficos e tabelas dos inquéritos por questionário à amostra do estudo

Gráfico circular da pergunta “1. Sexo”

Gráfico circular da pergunta “2. Idade”

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201

Gráfico circular da pergunta “3. Estado civil”

Gráfico circular da pergunta “4. Nível de instrução”

Page 213: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

202

Gráfico de barras da pergunta “5. Como avalia, no presente a sua saúde?”

Gráfico de barras da pergunta “6. Comparando com o que acontecia há um ano

atrás, como descreve o seu estado de saúde?”

Page 214: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

203

Tabelas de frequência da pergunta “7. Relativamente às atividades que executa no

seu dia-a-dia, em que medida a sua saúde o limita em”

7.1- Atividades físicas (ex. Correr ou andar)

Frequência Percentagem

Válido

Moderadamente 1 33,3

Bastante 1 33,3

Completamente 1 33,3

Total 3 100,0

7.2- Atividades domésticas (ex. Aspirar a casa)

Frequência Percentagem

Válido

Bastante 1 33,3

Completamente 2 66,7

Total 3 100,0

7.3- Levantar ou carregar compras

Frequência Percentagem

Válido

Moderadamente 1 33,3

Bastante 1 33,3

Completamente 1 33,3

Total 3 100,0

7.4- Subir escadas

Frequência Percentagem

Válido

Moderadamente 1 33,3

Bastante 2 66,7

Total 3 100,0

Page 215: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

204

7.5- Inclinar-se, ajoelhar-se ou baixar-se

Frequência Percentagem

Válido

Bastante 2 66,7

Completamente 1 33,3

Total 3 100,0

7.6- Tomar banho ou vestir-se sozinho

Frequência Percentagem

Válido

Moderadamente 1 33,3

Bastante 2 66,7

Total 3 100,0

7.7- Passear sozinho

Frequência Percentagem

Válido

Moderadamente 1 33,3

Bastante 1 33,3

Completamente 1 33,3

Total 3 100,0

Gráfico de barras da subpergunta “7.1- Deste modo, como avalia a sua

mobilidade/dependência (capacidade para se movimentar e deslocar sozinho/a

Page 216: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

205

“Tabelas de frequência da pergunta “8. Nas duas últimas semanas com que

regularidade se sentiu”

8.1- Cheio de vitalidade?

Frequência Percentagem

Válido

Algumas vezes 1 33,3

Quase nunca 2 66,7

Total 3 100,0

8.2- Muito nervoso?

Frequência Percentagem

Válido

Quase sempre 1 33,3

Algumas vezes 1 33,3

Quase nunca 1 33,3

Total 3 100,0

8.3- Deprimido?

Frequência Percentagem

Válido Algumas vezes 3 100,0

8.4- Calmo e tranquilo?

Frequência Percentagem

Válido

Quase sempre 2 66,7

Algumas vezes 1 33,3

Total 3 100,0

8.5- Com muita energia?

Frequência Percentagem

Válido Quase nunca 3 100,0

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206

8.6- Triste e em baixo?

Frequência Percentagem

Válido Algumas vezes 3 100,0

8.7- Cansado?

Frequência Percentagem

Válido

Sempre 1 33,3

Quase sempre 1 33,3

Quase nunca 1 33,3

Total 3 100,0

8.8- Feliz?

Frequência Percentagem

Válido

Quase sempre 2 66,7

Algumas vezes 1 33,3

Total 3 100,0

8.9- Chateado?

Frequência Percentagem

Válido

Algumas vezes 2 66,7

Quase nunca 1 33,3

Total 3 100,0

8.10- Útil?

Frequência Percentagem

Válido

Quase nunca 2 66,7

Nunca 1 33,3

Total 3 100,0

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207

8.11- Sozinho

Frequência Percentagem

Válido

Quase sempre 1 33,3

Algumas vezes 2 66,7

Total 3 100,0

8.12- Depressivo

Frequência Percentagem

Válido Algumas vezes 3 100,0

8.13- Ansioso

Frequência Percentagem

Válido

Quase sempre 1 33,3

Quase nunca 2 66,7

Total 3 100,0

Tabelas de frequência da pergunta “9. Escolha a opção que melhor se adequar à

sua realidade”

9.1- Parece que adoeço com mais facilidade do que os outros

Frequência Percentagem

Válido

Verdadeiro 2 66,7

Falso 1 33,3

Total 3 100,0

9.2- Sou tão saudável como qualquer outra pessoa

Frequência Percentagem

Válido Falso 3 100,0

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208

9.3- Estou convencido de que a minha saúde vai piorar

Frequência Percentagem

Válido Verdadeiro 3 100,0

9.4- A minha saúde é muito boa para a idade que tenho

Frequência Percentagem

Válido

Verdadeiro 2 66,7

Falso 1 33,3

Total 3 100,0

9.5- Os meus hábitos de vida são os mais indicados para a minha idade

Frequência Percentagem

Válido Falso 3 100,0

Gráfico de barras da pergunta “10. Como avalia a sua qualidade de vida”

Page 220: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

209

Tabelas de frequência da pergunta “11. O que considera importante para ter

qualidade de vida? (Poderá assinalar mais do que uma resposta se assim o

entender)”

11.1- Ter saúde física

Frequência Percentagem

Válido 1 3 100,0

11.2- Ter saúde psicológica

Frequência Percentagem

Válido

0 2 66,7

1 1 33,3

Total 3 100,0

11.3- Ter dinheiro

Frequência Percentagem

Válido

0 1 33,3

1 2 66,7

Total 3 100,0

11.4- Ter o apoio da família

Frequência Percentagem

Válido

0 1 33,3

1 2 66,7

Total 3 100,0

11.5- Ter o apoio dos amigos e vizinhos

Frequência Percentagem

Válido

0 2 66,7

1 1 33,3

Total 3 100,0

Page 221: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

210

11.6- Ter o serviço de SAD

Frequência Percentagem

Válido

0 1 33,3

1 2 66,7

Total 3 100,0

11.7- Poder passear e divertir-me

Frequência Percentagem

Válido 1 3 100,0

11.8- Outro. Qual?

Frequência Percentagem

Válido 0 3 100,0

Gráfico de barras da pergunta “12. Em que medida o serviço de apoio domiciliário

tem contribuído para a melhoria da sua saúde e qualidade de vida?”

Page 222: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

211

Tabelas de frequência da pergunta “13. Caso haja a possibilidade de melhorar o

apoio prestado pelo SAD, que atividades gostaria de ver implementadas?”

13.1- Expressão plástica (ex. Corte e costura)

Frequência Percentagem

Válido

Sim 2 66,7

Não 1 33,3

Total 3 100,0

13.2- Desenvolvimento pessoal e social (ex. Estimulação da escrita e leitura; rezar o

terço)

Frequência Percentagem

Válido

Sim 1 33,3

Não 2 66,7

Total 3 100,0

13.3- Família e comunidade (ex. Piquenique no exterior)

Frequência Percentagem

Válido Sim 3 100,0

13.4- Preservação do meio ambiente (ex. (Re)Erguer a horta; e reciclagem)

Frequência Percentagem

Válido

Sim 2 66,7

Não 1 33,3

Total 3 100,0

Page 223: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

212

13.5- Estimulação cognitiva/mental e sensorial (ex. Cálculo matemático)

Frequência Percentagem

Válido

Não 2 66,7

Sim 1 33,3

Total 3 100,0

13.6- Animação física ou motora (ex. Gerontomotricidade)

Frequência Percentagem

Válido

Sim 1 33,3

Não 2 66,7

Total 3 100,0

13.7- Acompanhamento da saúde (ex. Medir tensão)

Frequência Percentagem

Válido

Sim 2 66,7

Não 1 33,3

Total 3 100,0

13.8- Intergeracionais (ex. Centro de Ciência Viva móvel)

Frequência Percentagem

Válido

Sim 2 66,7

Não 1 33,3

Total 3 100,0

Page 224: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

213

Anexo XXVII

Inquérito por questionário às auxiliares do S.A.D do Centro Comunitário de Estoi

Data: __14____/_07___/___2015_____

Venho por este meio solicitar a sua participação num estudo que pretende

observar a realidade concreta do Serviço de Apoio Domiciliário do Centro Comunitário

de Estoi como resposta social, no sentido de analisar e compreender a sua dinâmica e o

contributo do mesmo no aumento ou na preservação da qualidade de vida e saúde dos

seus beneficiários.

Para tal, solicito o seu contributo através da participação neste inquérito por

questionário de caráter exploratório de modo a identificar e perceber as características

contextuais e de funcionamento da resposta social em questão. Assim, o objetivo

principal desta será recolher informações necessárias de modo a tornar este cada vez

melhor e mais eficaz.

Após recolhido todo o material, será feito o seu tratamento para se conseguir

uma melhor compreensão e organização da informação que ajudará na criação de um

plano de intervenção social que vise o bem-estar dos utentes da amostra do estudo. Este

plano será, posteriormente, será dado a conhecer à Direção, colaboradores/as e utentes.

Será assegurado o seu anonimato e confidencialidade. Tudo o que disser será

estritamente para fins académicos.

Obrigada pela sua colaboração!

Page 225: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

214

Assinale cada item com um X que corresponda à sua realidade. Se entender existirem

outros itens fundamentais, acrescente-os em “Outro/a” e classifique-os também. Por

fim, responda às questões abertas que lhe são colocadas.

Caracterização do/a auxiliar:

1. Sexo:

1.1- Feminino x

1.2- Masculino

2. Idade:

2.1- Menos de 20 anos de idade

2.2- De 21 a 31 anos de idade

2.3- De 32 a 42 anos de idade x

2.4- De 43 a 53 anos de idade

2.5- De 54 a 64 anos de idade

2.6- Mais de 65 anos de idade

3. Estado civil:

3.1- Solteiro/a

3.2- Casado/a x

3.3- União de facto

3.4- Viúvo/a

3.5- Divorciado/a ou Separado/a

Page 226: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

215

4. Nível de instrução:

4.1- Não sabe ler nem escrever

4.2- Sabe ler e escrever (sem grau de

instrução formal)

4.3- Ensino primário

4.4- Ensino básico

4.5- Ensino secundário x

4.6- Ensino técnico-profissional

4.7- Curso superior

4.8- Outro, qual?

5. Agregado familiar:

5.1- Pessoa só

5.2- Pessoa só com filhos/as

5.3- Casal

5.4- Casal com filhos/as x

5.5- Casal com filhos/as e outros

familiares

5.6- Casal e outros familiares

5.7- Casal com outras pessoas. Quais?

6. Tem curso de ajudante familiar?

6.1- Sim x

6.2- Não

Page 227: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

216

7. Qual é a parte do trabalho que mais gosta? (Poderá assinalar mais do que uma

resposta se assim o entender)

7.1- Trabalhar em equipa x

7.2- Diversidade de tarefas

7.3- Convívio com o idoso x

7.4- Dar a alimentação

7.5- Fazer a higiene pessoal x

7.6- Fazer a higiene da casa

7.7- Outra. Qual?

8. Enumere de 1 a 8, sendo que 1 corresponde ao menos significativo e o 8 ao

mais significativo, as dificuldades que sente ao prestar o serviço de auxiliar de

apoio domiciliário:

8.1- A aquisição da confiança do idoso 6

8.2- O ajustar o serviço aos hábitos do

idoso

4

8.3- O grande número de idosos 3

8.4- A própria situação de precariedade

em que se encontram os idosos

2

8.5- A falta de equipamentos e técnicas

que facilitem a prestação dos serviços

1

8.6- A falta de informação/formação

adequada à prestação dos serviços

5

8.7- O stress físico e psíquico 7

8.8- Outras. Quais? 8 (não especificou)

Page 228: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

217

9. Considera o S.A.D. um serviço que preenche todas as necessidades dos idosos?

9.1- Sim

9.2- Não x

9.1. Se não, na sua opinião, quais dos seguintes tipos de componentes/necessidades

que o S.A.D. não consegue satisfazer:

9.1.1- Sociais

9.1.2- Psicológicas e/ou cognitivas x

9.1.3- Culturais

9.1.4- Biológicas e/ou físicas

9.1.5- Outra. Qual?

Saúde e Qualidade de Vida do idoso no S.A.D. do Centro Comunitário de Estoi

10. Considera que a qualidade de vida dos idosos melhorou com o S.A.D?

10.1- Sim x

10.2- Não

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218

10.1- Se sim, a que níveis é testemunha dessa melhoria? (Poderá assinalar mais do

que uma resposta se assim o entender)

10.1- Nível Social

10.2- Nível Psicológico e/ou cognitivo x

10.3- Nível Cultural

10.4- Nível Biológico e/ou físico x

10.5- Outra. Qual?

11. De seguida serão apresentados dois quadros. Nestes é pedido que ordene por

ordem de importância de 1 a 6, sendo o 1 o de menor relevância, o que pensa ser

necessário fazer para melhorar a qualidade de vida dos idosos em S.A.D.:

11.1. Ao nível do S.A.D.:

11.1.1- Prolongar o serviço para 24H/dia 2

11.1.2- Incluir o serviço aos fins-de-

semana

1

11.1.3- Mais ajudantes familiares 3

11.1.4- Mais recursos materiais 4

11.1.5- Desenvolver uma iniciativa de

combate ao isolamento e solidão

6

11.1.6- Outra. Qual? 5 (não especificou)

11.2. Ao nível da comunidade:

11.2.1- Gratuitidade de certos serviços ao

domicílio para os que mais necessitam

6

11.2.2- Apoio financeiro 4

Page 230: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

219

11.2.3- Manter os idosos ativos 5

11.2.4- Maior capacidade institucional 2

11.2.5- Trabalho em rede com várias

instituições

3

11.2.6- Outra. Qual? 1 (não especificou)

12. Tendo em conta a sua experiência profissional como colaboradora do S.A.D.,

como avalia a saúde dos domiciliados?

Muito boa Boa Razoável Má Muito má

x

13. Tendo em conta a sua experiência profissional como colaboradora do S.A.D.,

como avalia a qualidade de vida dos domiciliados?

Muito boa Boa Razoável Má Muito má

x

14. Na sua opinião, e ordenando de 1 (menor relevância) a 5 (maior relevância),

quais áreas/serviços mais importantes que ajudam a promover a qualidade de vida

e saúde do idoso em S.A.D.?

14.1.- Alimentação 4

14.2- Higiene pessoal e habitacional 5

14.3- Tratamento de roupas 1

14.4- Controlo de medicação 3

14.5- Animação sociocultural 2

Page 231: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

220

15. O que considera importante para o idoso ter qualidade de vida? (Poderá

assinalar mais do que uma resposta se assim o entender)

15.1- Ter saúde física

15.2- Ter saúde psicológica

15.3- Ter dinheiro

15.4- Ter o apoio da família x

15.5- Ter o apoio dos amigos e vizinhos

15.6- Ter o serviço de SAD x

15.7- Poder passear e divertir-se x

15.8- Outro. Qual?

16. Por último, dê alguns exemplos de projetos que poderiam vir a ser benéficos

para os idosos se fossem desenvolvidos no S.A.D.

(Não respondeu)

Page 232: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

221

Inquérito por questionário às auxiliares do S.A.D do Centro Comunitário de Estoi

Data: __14____/_07___/___2015_____

Venho por este meio solicitar a sua participação num estudo que pretende

observar a realidade concreta do Serviço de Apoio Domiciliário do Centro Comunitário

de Estoi como resposta social, no sentido de analisar e compreender a sua dinâmica e o

contributo do mesmo no aumento ou na preservação da qualidade de vida e saúde dos

seus beneficiários.

Para tal, solicito o seu contributo através da participação neste inquérito por

questionário de caráter exploratório de modo a identificar e perceber as características

contextuais e de funcionamento da resposta social em questão. Assim, o objetivo

principal desta será recolher informações necessárias de modo a tornar este cada vez

melhor e mais eficaz.

Após recolhido todo o material, será feito o seu tratamento para se conseguir

uma melhor compreensão e organização da informação que ajudará na criação de um

plano de intervenção social que vise o bem-estar dos utentes da amostra do estudo. Este

plano será, posteriormente, será dado a conhecer à Direção, colaboradores/as e utentes.

Será assegurado o seu anonimato e confidencialidade. Tudo o que disser será

estritamente para fins académicos.

Obrigada pela sua colaboração!

Page 233: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

222

Assinale cada item com um X que corresponda à sua realidade. Se entender existirem

outros itens fundamentais, acrescente-os em “Outro/a” e classifique-os também. Por

fim, responda às questões abertas que lhe são colocadas.

Caracterização do/a auxiliar:

1. Sexo:

1.1- Feminino x

1.2- Masculino

2. Idade:

2.1- Menos de 20 anos de idade

2.2- De 21 a 31 anos de idade

2.3- De 32 a 42 anos de idade

2.4- De 43 a 53 anos de idade x

2.5- De 54 a 64 anos de idade

2.6- Mais de 65 anos de idade

3. Estado civil:

3.1- Solteiro/a

3.2- Casado/a

3.3- União de facto

3.4- Viúvo/a

3.5- Divorciado/a ou Separado/a x

Page 234: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

223

4. Nível de instrução:

4.1- Não sabe ler nem escrever

4.2- Sabe ler e escrever (sem grau de

instrução formal)

4.3- Ensino primário

4.4- Ensino básico

4.5- Ensino secundário x

4.6- Ensino técnico-profissional

4.7- Curso superior

4.8- Outro, qual?

5. Agregado familiar:

5.1- Pessoa só

5.2- Pessoa só com filhos/as x

5.3- Casal

5.4- Casal com filhos/as

5.5- Casal com filhos/as e outros

familiares

5.6- Casal e outros familiares

5.7- Casal com outras pessoas. Quais?

6. Tem curso de ajudante familiar?

6.1- Sim x

6.2- Não

Page 235: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

224

7. Qual é a parte do trabalho que mais gosta? (Poderá assinalar mais do que uma

resposta se assim o entender)

7.1- Trabalhar em equipa x

7.2- Diversidade de tarefas

7.3- Convívio com o idoso x

7.4- Dar a alimentação

7.5- Fazer a higiene pessoal

7.6- Fazer a higiene da casa

7.7- Outra. Qual?

8. Enumere de 1 a 8, sendo que 1 corresponde ao menos significativo e o 8 ao

mais significativo, as dificuldades que sente ao prestar o serviço de auxiliar de

apoio domiciliário:

8.1- A aquisição da confiança do idoso 4

8.2- O ajustar o serviço aos hábitos do

idoso

8

8.3- O grande número de idosos 3

8.4- A própria situação de precariedade

em que se encontram os idosos

5

8.5- A falta de equipamentos e técnicas

que facilitem a prestação dos serviços

7

8.6- A falta de informação/formação

adequada à prestação dos serviços

2

8.7- O stress físico e psíquico 6

8.8- Outras. Quais? 1 (não especificou)

Page 236: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

225

9. Considera o S.A.D. um serviço que preenche todas as necessidades dos idosos?

9.1- Sim

9.2- Não x

9.1. Se não, na sua opinião, quais dos seguintes tipos de componentes/necessidades

que o S.A.D. não consegue satisfazer:

9.1.1- Sociais x

9.1.2- Psicológicas e/ou cognitivas

9.1.3- Culturais

9.1.4- Biológicas e/ou físicas

9.1.5- Outra. Qual?

Saúde e Qualidade de Vida do idoso no S.A.D. do Centro Comunitário de Estoi

10. Considera que a qualidade de vida dos idosos melhorou com o S.A.D?

10.1- Sim x

10.2- Não

10.1- Se sim, a que níveis é testemunha dessa melhoria? (Poderá assinalar mais do

que uma resposta se assim o entender)

Page 237: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

226

10.1- Nível Social

10.2- Nível Psicológico e/ou cognitivo

10.3- Nível Cultural

10.4- Nível Biológico e/ou físico x

10.5- Outra. Qual?

11. De seguida serão apresentados dois quadros. Nestes é pedido que ordene por

ordem de importância de 1 a 6, sendo o 1 o de menor relevância, o que pensa ser

necessário fazer para melhorar a qualidade de vida dos idosos em S.A.D.:

11.1. Ao nível do S.A.D.:

11.1.1- Prolongar o serviço para 24H/dia 2

11.1.2- Incluir o serviço aos fins-de-

semana

3

11.1.3- Mais ajudantes familiares 6

11.1.4- Mais recursos materiais 4

11.1.5- Desenvolver uma iniciativa de

combate ao isolamento e solidão

5

11.1.6- Outra. Qual? 1 (não especificou)

11.2. Ao nível da comunidade:

11.2.1- Gratuitidade de certos serviços ao

domicílio para os que mais necessitam

6

11.2.2- Apoio financeiro 5

11.2.3- Manter os idosos ativos 4

11.2.4- Maior capacidade institucional 3

11.2.5- Trabalho em rede com várias

instituições

2

11.2.6- Outra. Qual? 1 (não especificou)

Page 238: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

227

12. Tendo em conta a sua experiência profissional como colaboradora do S.A.D.,

como avalia a saúde dos domiciliados?

Muito boa Boa Razoável Má Muito má

x

13. Tendo em conta a sua experiência profissional como colaboradora do S.A.D.,

como avalia a qualidade de vida dos domiciliados?

Muito boa Boa Razoável Má Muito má

x

14. Na sua opinião, e ordenando de 1 (menor relevância) a 5 (maior relevância),

quais áreas/serviços mais importantes que ajudam a promover a qualidade de vida

e saúde do idoso em S.A.D.?

14.1.- Alimentação 5

14.2- Higiene pessoal e habitacional 1

14.3- Tratamento de roupas 4

14.4- Controlo de medicação 3

14.5- Animação sociocultural 2

15. O que considera importante para o idoso ter qualidade de vida? (Poderá

assinalar mais do que uma resposta se assim o entender)

Page 239: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

228

15.1- Ter saúde física x

15.2- Ter saúde psicológica x

15.3- Ter dinheiro

15.4- Ter o apoio da família x

15.5- Ter o apoio dos amigos e vizinhos

15.6- Ter o serviço de SAD x

15.7- Poder passear e divertir-se

15.8- Outro. Qual?

16. Por último, dê alguns exemplos de projetos que poderiam vir a ser benéficos

para os idosos se fossem desenvolvidos no S.A.D.

(Não respondeu)

Page 240: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

229

Inquérito por questionário às auxiliares do S.A.D do Centro Comunitário de Estoi

Data: __14____/_07___/___2015_____

Venho por este meio solicitar a sua participação num estudo que pretende

observar a realidade concreta do Serviço de Apoio Domiciliário do Centro Comunitário

de Estoi como resposta social, no sentido de analisar e compreender a sua dinâmica e o

contributo do mesmo no aumento ou na preservação da qualidade de vida e saúde dos

seus beneficiários.

Para tal, solicito o seu contributo através da participação neste inquérito por

questionário de caráter exploratório de modo a identificar e perceber as características

contextuais e de funcionamento da resposta social em questão. Assim, o objetivo

principal desta será recolher informações necessárias de modo a tornar este cada vez

melhor e mais eficaz.

Após recolhido todo o material, será feito o seu tratamento para se conseguir

uma melhor compreensão e organização da informação que ajudará na criação de um

plano de intervenção social que vise o bem-estar dos utentes da amostra do estudo. Este

plano será, posteriormente, será dado a conhecer à Direção, colaboradores/as e utentes.

Será assegurado o seu anonimato e confidencialidade. Tudo o que disser será

estritamente para fins académicos.

Obrigada pela sua colaboração!

Page 241: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

230

Assinale cada item com um X que corresponda à sua realidade. Se entender existirem

outros itens fundamentais, acrescente-os em “Outro/a” e classifique-os também. Por

fim, responda às questões abertas que lhe são colocadas.

Caracterização do/a auxiliar:

1. Sexo:

1.1- Feminino x

1.2- Masculino

2. Idade:

2.1- Menos de 20 anos de idade

2.2- De 21 a 31 anos de idade

2.3- De 32 a 42 anos de idade x

2.4- De 43 a 53 anos de idade

2.5- De 54 a 64 anos de idade

2.6- Mais de 65 anos de idade

3. Estado civil:

3.1- Solteiro/a

3.2- Casado/a x

3.3- União de facto

3.4- Viúvo/a

3.5- Divorciado/a ou Separado/a

Page 242: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

231

4. Nível de instrução:

4.1- Não sabe ler nem escrever

4.2- Sabe ler e escrever (sem grau de

instrução formal)

4.3- Ensino primário

4.4- Ensino básico

4.5- Ensino secundário x

4.6- Ensino técnico-profissional

4.7- Curso superior

4.8- Outro, qual?

5. Agregado familiar:

5.1- Pessoa só

5.2- Pessoa só com filhos/as

5.3- Casal

5.4- Casal com filhos/as x

5.5- Casal com filhos/as e outros

familiares

5.6- Casal e outros familiares

5.7- Casal com outras pessoas. Quais?

6. Tem curso de ajudante familiar?

6.1- Sim x

6.2- Não

Page 243: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

232

7. Qual é a parte do trabalho que mais gosta? (Poderá assinalar mais do que uma

resposta se assim o entender)

7.1- Trabalhar em equipa x

7.2- Diversidade de tarefas x

7.3- Convívio com o idoso x

7.4- Dar a alimentação

7.5- Fazer a higiene pessoal

7.6- Fazer a higiene da casa

7.7- Outra. Qual?

8. Enumere de 1 a 8, sendo que 1 corresponde ao menos significativo e o 8 ao

mais significativo, as dificuldades que sente ao prestar o serviço de auxiliar de

apoio domiciliário:

8.1- A aquisição da confiança do idoso 8

8.2- O ajustar o serviço aos hábitos do

idoso

7

8.3- O grande número de idosos 3

8.4- A própria situação de precariedade

em que se encontram os idosos

6

8.5- A falta de equipamentos e técnicas

que facilitem a prestação dos serviços

5

8.6- A falta de informação/formação

adequada à prestação dos serviços

2

8.7- O stress físico e psíquico 4

8.8- Outras. Quais? 1 (não especificou)

Page 244: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

233

9. Considera o S.A.D. um serviço que preenche todas as necessidades dos idosos?

9.1- Sim

9.2- Não x

9.1. Se não, na sua opinião, quais dos seguintes tipos de componentes/necessidades

que o S.A.D. não consegue satisfazer:

9.1.1- Sociais x

9.1.2- Psicológicas e/ou cognitivas

9.1.3- Culturais

9.1.4- Biológicas e/ou físicas

9.1.5- Outra. Qual?

Saúde e Qualidade de Vida do idoso no S.A.D. do Centro Comunitário de Estoi

10. Considera que a qualidade de vida dos idosos melhorou com o S.A.D?

10.1- Sim x

10.2- Não

10.1- Se sim, a que níveis é testemunha dessa melhoria? (Poderá assinalar mais do

que uma resposta se assim o entender)

Page 245: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

234

10.1- Nível Social

10.2- Nível Psicológico e/ou cognitivo

10.3- Nível Cultural x

10.4- Nível Biológico e/ou físico x

10.5- Outra. Qual?

11. De seguida serão apresentados dois quadros. Nestes é pedido que ordene por

ordem de importância de 1 a 6, sendo o 1 o de menor relevância, o que pensa ser

necessário fazer para melhorar a qualidade de vida dos idosos em S.A.D.:

11.1. Ao nível do S.A.D.:

11.1.1- Prolongar o serviço para 24H/dia 5

11.1.2- Incluir o serviço aos fins-de-

semana

4

11.1.3- Mais ajudantes familiares 3

11.1.4- Mais recursos materiais 2

11.1.5- Desenvolver uma iniciativa de

combate ao isolamento e solidão

6

11.1.6- Outra. Qual? 1 (não especificou)

11.2. Ao nível da comunidade:

11.2.1- Gratuitidade de certos serviços ao

domicílio para os que mais necessitam

6

11.2.2- Apoio financeiro 5

11.2.3- Manter os idosos ativos 3

11.2.4- Maior capacidade institucional 4

11.2.5- Trabalho em rede com várias

instituições

2

11.2.6- Outra. Qual? 1 (não especificou)

Page 246: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

235

12. Tendo em conta a sua experiência profissional como colaboradora do S.A.D.,

como avalia a saúde dos domiciliados?

Muito boa Boa Razoável Má Muito má

x

13. Tendo em conta a sua experiência profissional como colaboradora do S.A.D.,

como avalia a qualidade de vida dos domiciliados?

Muito boa Boa Razoável Má Muito má

x

14. Na sua opinião, e ordenando de 1 (menor relevância) a 5 (maior relevância),

quais áreas/serviços mais importantes que ajudam a promover a qualidade de vida

e saúde do idoso em S.A.D.?

14.1.- Alimentação 4

14.2- Higiene pessoal e habitacional 2

14.3- Tratamento de roupas 1

14.4- Controlo de medicação 5

14.5- Animação sociocultural 3

15. O que considera importante para o idoso ter qualidade de vida? (Poderá

assinalar mais do que uma resposta se assim o entender)

15.1- Ter saúde física x

15.2- Ter saúde psicológica

Page 247: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

236

15.3- Ter dinheiro

15.4- Ter o apoio da família x

15.5- Ter o apoio dos amigos e vizinhos

15.6- Ter o serviço de SAD x

15.7- Poder passear e divertir-se x

15.8- Outro. Qual?

16. Por último, dê alguns exemplos de projetos que poderiam vir a ser benéficos

para os idosos se fossem desenvolvidos no S.A.D.

(Não respondeu)

Page 248: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

237

Anexo XXVIII

Gráficos e tabelas dos inquéritos por questionário às auxiliares do S.A.D do Centro

Comunitário de Estoi

Gráfico circular da pergunta “1. Sexo”

Gráfico circular da pergunta “2. Idade”

Page 249: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

238

Gráfico circular da pergunta “3. Estado civil”

Gráfico circular da pergunta “4. Nível de instrução”

Page 250: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

239

Gráfico circular da pergunta “5. Agregado familiar”

Gráfico circular da pergunta “6. Tem curso de ajudante familiar?”

Page 251: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

240

Tabela estatística descritiva da pergunta “7. Qual é a parte do trabalho que mais

gosta? (Poderá assinalar mais do que uma resposta se assim o entender)

7.1- Trabalhar em equipa

Frequência Percentagem

Válido 1 3 100,0

7.2- Diversidade de tarefas

Frequência Percentagem

Válido

0 2 66,7

1 1 33,3

Total 3 100,0

7.3- Convívio com o idoso

Frequência Percentagem

Válido 1 3 100,0

7.4- Dar a alimentação

Frequência Percentagem

Válido 0 3 100,0

7.5- Fazer a higiene pessoal

Frequência Percentagem

Válido

0 2 66,7

1 1 33,3

Total 3 100,0

7.6- Fazer a higiene da casa

Frequência Percentagem

Válido 0 3 100,0

Page 252: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

241

Tabelas de frequência da pergunta “8. Enumere de 1 a 8, sendo que 1 corresponde

ao menos significativo e o 8 ao mais significativo, as dificuldades que sente ao

prestar o serviço de auxiliar de apoio domiciliário”

8.1- A aquisição da confiança do idoso

Frequência

Válido

4 1

6 1

8 1

Total 3

8.2- O ajustar o serviço aos hábitos do idoso

Frequência

Válido

4 1

7 1

8 1

Total 3

8.3- O grande número de idosos

Frequência

Válido 3 3

8.4- A própria situação de precariedade em que se encontram os idosos

Frequência

Válido

2 1

5 1

6 1

Total 3

Page 253: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

242

8.5- A falta de equipamentos e técnicas que facilitem a prestação dos serviços

Frequência

Válido

1 1

5 1

7 1

Total 3

8.6- A falta de informação/formação adequada à prestação dos serviços

Frequência

Válido

2 2

5 1

Total 3

8.7- O stress físico e psíquico

Frequência

Válido

4 1

6 1

7 1

Total 3

8.8- Outras. Quais?

Frequência

Válido

1 2

8 1

Total 3

Page 254: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

243

Gráfico circular da pergunta “9. Considera o S.A.D. um serviço que preenche

todas as necessidades dos idosos”

Gráfico de barras da subpergunta “9.1. Se não, na sua opinião, quais dos seguintes

tipos de componentes/necessidades que o S.A.D. não consegue satisfazer”

Page 255: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

244

Gráfico circular da pergunta “10. Considera que a qualidade de vida dos idosos

melhorou com o S.A.D?”

Tabelas de frequência da subpergunta “10.1- Se sim, a que níveis é testemunha

dessa melhoria? (Poderá assinalar mais do que uma resposta se assim o entender)”

10.1.1- Nível Social

Frequência Percentagem

Válido 0 3 100,0

10.1.2- Nível Psicológico e/ou cognitivo

Frequência Percentagem

Válido

0 2 66,7

1 1 33,3

Total 3 100,0

Page 256: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

245

10.1.3- Nível Cultural

Frequência Percentagem

Válido

0 2 66,7

1 1 33,3

Total 3 100,0

10.1.4- Nível Biológico e/ou físico

Frequência Percentagem

Válido 1 3 100,0

10.1.5- Outra. Qual?

Frequência Percentagem

Válido 0 3 100,0

Tabelas de frequência da pergunta “11. De seguida serão apresentados dois

quadros. Nestes é pedido que ordene por ordem de importância de 1 a 6, sendo o 1

o de menor relevância, o que pensa ser necessário fazer para melhorar a qualidade

de vida dos idosos em S.A.D.”

“11.1- Ao nível do SAD”

11.1.1- Prolongar o serviço para 24H/dia

Frequência

Válido

2 2

5 1

Total 3

Page 257: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

246

11.1.2- Incluir o serviço aos fins-de-semana

Frequência

Válido

1 1

3 1

4 1

Total 3

11.1.3- Mais ajudantes familiares

Frequência

Válido

3 2

6 1

Total 3

11.1.4- Mais recursos materiais

Frequência

Válido

2 1

4 2

Total 3

11.1.5- Desenvolver uma iniciativa de combate ao isolamento e solidão

Frequência

Válido

5 1

6 2

Total 3

11.1.6- Outra. Qual?

Frequência

Válido

1 2

5 1

Total 3

Page 258: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

247

“11.2. Ao nível da comunidade”

11.2.1- Gratuitidade de certos serviços ao domicílio para os que mais necessitam

Frequência

Válido 6 3

11.2.2- Apoio financeiro

Frequência

Válido

4 1

5 2

Total 3

11.2.3- Manter os idosos ativos

Frequência

Válido

3 1

4 1

5 1

Total 3

11.2.4- Maior capacidade institucional

Frequência

Válido

2 1

3 1

4 1

Total 3

11.2.5- Trabalho em rede com várias instituições

Frequência

Válido

2 2

3 1

Total 3

Page 259: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

248

11.2.6- Outra. Qual?

Frequência

Válido 1 3

Tabela de frequência da pergunta “12. Tendo em conta a sua experiência

profissional como colaboradora do S.A.D., como avalia a saúde dos domiciliados?”

Tabela de frequência da pergunta “13. Tendo em conta a sua experiência

profissional como colaboradora do S.A.D., como avalia a qualidade de vida dos

domiciliados?”

Tabelas de frequência da pergunta “14. Na sua opinião, e ordenando de 1 (menor

relevância) a 5 (maior relevância), quais áreas/serviços mais importantes que

ajudam a promover a qualidade de vida e saúde do idoso em S.A.D.?”

14.1.- Alimentação

Frequência

Válido

4 2

5 1

Total 3

Frequência

Válido Razoável 3

Frequência

Válido Razoável 3

Page 260: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

249

14.2- Higiene pessoal e habitacional

Frequência

Válido

1 1

2 1

5 1

Total 3

14.3- Tratamento de roupas

Frequência

Válido

1 2

4 1

Total 3

14.4- Controlo de medicação

Frequência

Válido

3 2

5 1

Total 3

14.5- Animação sociocultural

Frequência

Válido

2 2

3 1

Total 3

Page 261: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

250

Tabelas de frequência da pergunta “15. O que considera importante para o idoso

ter qualidade de vida? (Poderá assinalar mais do que uma resposta se assim o

entender)”

15.1- Ter saúde física

Frequência

Válido

0 1

1 2

Total 3

15.2- Ter saúde psicológica

Frequência

Válido

0 2

1 1

Total 3

15.3- Ter dinheiro

Frequência

Válido 0 3

15.4- Ter o apoio da família

Frequência

Válido 1 3

Page 262: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

251

15.5- Ter o apoio dos amigos e vizinhos

Frequência

Válido 0 3

15.6- Ter o serviço de SAD

Frequência

Válido 1 3

15.7- Poder passear e divertir-se

Frequência

Válido

0 1

1 2

Total 3

15.8- Outro. Qual?

Frequência

Válido 0 3

Page 263: O CONTRIBUTO DA ANIMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA … · 1.1.3. Políticas sociais de apoio ao idoso 12 1.2. A qualidade de vida e o envelhecimento 15 1.3. A animação sociocultural

252

Anexo XXIX

Guião de entrevista semiestruturada à responsável pelo S.A.D. do Centro

Comunitário de Estoi

Data: ______/______/__________

Venho por este meio solicitar a sua participação num estudo que pretende

observar a realidade concreta do Serviço de Apoio Domiciliário do Centro Comunitário

de Estoi como resposta social, no sentido de analisar e compreender a sua dinâmica e o

contributo do mesmo no aumento ou na preservação da qualidade de vida e saúde dos

seus beneficiários.

Para tal, solicito o seu contributo através da participação nesta entrevista de

caráter exploratório de modo a identificar e perceber as características contextuais e de

funcionamento da resposta social em questão. Assim, o objetivo principal desta será

recolher informações necessárias de modo a tornar este cada vez melhor e mais eficaz.

Após recolhido todo o material, será feito o seu tratamento para se conseguir

uma melhor compreensão e organização da informação que ajudará na criação de um

plano de intervenção social que vise o bem-estar dos utentes da amostra do estudo. Este

plano será, posteriormente, será dado a conhecer à Direção, colaboradores/as e utentes.

Para assegurar o rigor da análise dos dados recolhidos é desejável proceder à

gravação áudio desta entrevista. A gravação poderá ser interrompida em qualquer

momento se assim o desejar. Será assegurado o seu anonimato e confidencialidade.

Tudo o que disser será estritamente para fins académicos.

Obrigada pela sua colaboração!

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253

Definir objetivo geral:

Compreender a dinâmica do serviço de apoio domiciliário e a sua importância.

Construção do guião:

A. Identificação e legitimação

B. Caracterização do entrevistado

- Qual o seu nome?

- Qual a sua data e local de nascimento?

- Quais as suas habilitações literárias?

C. Contexto institucional

- Tinha conhecimento da existência do Centro Comunitário antes de começar a

trabalhar neste?

- Acha que os técnicos/auxiliares que trabalham no Centro Comunitário são

suficientes? (Se não, quais as necessidades existentes nesse sentido?)

- Os recursos materiais existentes asseguram o pleno bom funcionamento de

todas as valências que o Centro tem à disposição? (Se não, quais os que estão

em falta?)

D. O SAD no Centro Comunitário de Estoi

- O número de assistidos a nível domiciliário tem vindo a aumentar? Acha que a

tendência, no futuro, é este ser cada vez mais elevado?

- Como é que a componente social é trabalhada através do SAD?

- Considera importante a vertente socioeducativa no âmbito do Serviço de Apoio

Domiciliário? Porquê?

- Por norma, quem é que solicita este serviço? O idoso ou a família?

- Quais os serviços mais solicitados?

E. Trabalho desenvolvido no SAD

- Sei que é feito um plano de atividades para os idosos. Quais e que tipo de

atividades é que a valência do SAD promove?

- Existe o cuidado de integrar o idoso na planificação do seu plano individual?

Porquê?

- Quais são os princípios-chave para a construção de um bom plano individual?

Seguem algum modelo?

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254

- Sei que o SAD também dinamiza atividades de animação. Em que medida é

que esta animação contribui para o bem-estar físico e mental do idoso?

- Tem conhecimento de algum caso que, graças ao SAD e às atividades

desenvolvidas por este, tenha melhorado exponencialmente a condição física e

mental do idoso? (Se sim, como?)

- No âmbito da promoção da qualidade de vida e saúde, existe algum técnico

especializado que dinamize algo ligado às necessidades destes idosos? Se sim,

em que medidas?

- Existem casos em que, na sua opinião, é preferível a institucionalização?

Porquê?

F. Relações dos idosos

- Como é preservada uma boa relação entre as auxiliares e os idosos do SAD?

- A relação entre a Instituição e os familiares dos utentes é positiva? Existe

partilha de informação/ajuda?

- Existem atividade de interação entre todos os utentes das valências do SAD e

do Lar de Idosos?

- Como é feita a triangulação das relações entre família idoso instituição? G. Futuro do serviço: perceção e apreciação

- Para si, qual a importância da animação para manter ou preservar o bem-estar

físico e mental dos idosos?

- Em que medida(s) o serviço de apoio domiciliário tem contribuído para a

melhoria da saúde e qualidade de vida do domiciliado?

- É da opinião de que o atraso à institucionalização é uma mais-valia para o

idoso? (Se sim, quais acha serem os motivos que levam o domiciliado a recorrer

ao SAD e não à institucionalização?

- Por norma, quais são os principais problemas com que os idosos do SAD se

confrontam? (ex. Financeiros, saúde, solidão…)

- Acha que faz falta algum tipo de mudança no funcionamento do SAD? (Se sim,

qual(ais)?)

- Que exemplos de projetos futuros viriam a ser benéficos se fossem

desenvolvidos no SAD?

- Que perspetivas futuras, a médio/longo prazo, é que tem acerca da

expansão/evolução deste serviço?

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255

Blocos temáticos Objetivos

específicos

Indicadores das

perguntas Questões

A.

Identificação e

legitimação

Identificar e

legitimar a

entrevista.

- Referir a importância da

colaboração do

entrevistado;

- Solicitar a autorização

para gravação áudio da

entrevista;

- Agradecimentos.

B.

Caracterização do

entrevistado

Conhecer o perfil

do entrevistado.

- Conhecer o entrevistado;

- Percurso profissional do

entrevistado até às suas

funções atuais.

- Qual o seu nome?

- Qual a sua data e local de nascimento?

- Quais as suas habilitações literárias?

C.

Contexto institucional

Conhecer os

recursos e

funcionalidades

do Centro

Comunitário de

Estoi.

- Conhecer melhor o Centro

Comunitário de Estoi.

- Tinha conhecimento da existência do Centro

Comunitário antes de começar a trabalhar neste?

- Acha que os técnicos/auxiliares que trabalham

no Centro Comunitário são suficientes? (Se não,

quais as necessidades existentes nesse sentido?)

- Os recursos materiais existentes asseguram o

pleno bom funcionamento de todas as valências

que o Centro tem à disposição? (Se não, quais os

que estão em falta?)

D.

O SAD no Centro

Comunitário de Estoi

Conhecer os

recursos e

aspectos gerais do

Serviço de Apoio

Domiciliário no

Centro

Comunitário de

Estoi.

- Obter uma visão geral

sobre aspectos do SAD.

- O número de assistidos a nível domiciliário tem

vindo a aumentar? Acha que a tendência, no

futuro, é este ser cada vez mais elevado?

- Como é que a componente social é trabalhada

através do SAD?

- Considera importante a vertente socioeducativa

no âmbito do Serviço de Apoio Domiciliário?

Porquê?

- Por norma, quem é que solicita este serviço? O

idoso ou a família?

- Quais os serviços que são mais solicitados?

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256

E.

Trabalho

desenvolvido no SAD

Saber as

atividades que

desenvolve.

-Verificar as atividades

realizadas neste serviço;

- Sei que é feito um plano de atividades para os

idosos. Quais e que tipo de atividades é que a

valência do SAD promove?

- Existe o cuidado de integrar o idoso na

planificação do seu plano individual? Porquê?

- Quais são os princípios-chave para a construção

de um bom plano individual? Seguem algum

modelo?

- Sei que o SAD também dinamiza atividades de

animação. Em que medida é que esta animação

contribui para o bem-estar físico e mental do

idoso?

- Tem conhecimento de algum caso que graças,

ao SAD e às atividades desenvolvidas por este,

tenha melhorado exponencialmente a condição

física e mental do idoso? (Se sim, como?)

- No âmbito da promoção da qualidade de vida e

saúde, existe algum técnico especializado que

dinamize algo ligado às necessidades destes

idosos? Se sim, em que medidas?

- Existem casos em que, na sua opinião, é

preferível a institucionalização? Porquê?

F.

Relações dos idosos

Identificar que

tipo de relações

são estabelecidas

entre os técnicos,

idosos e os seus

familiares.

- Conhecer as relações

efetivas estabelecidas entre

funcionários e idosos;

- Perceber a relação entre os

idosos da valência do SAD

e outras;

- Perceber a relação entre a

Instituição e familiares dos

idosos.

- Como é preservada uma boa relação entre as

auxiliares e os idosos do SAD?

- A relação entre a Instituição e os familiares dos

utentes é positiva? Existe partilha de

informação/ajuda?

- Existem atividade de interação entre todos os

utentes das valências do SAD e do Lar de Idosos?

- Como é feita a triangulação das relações entre

família idoso instituição?

G.

Futuro do serviço:

perceção e apreciação

Identificar

possíveis

mudanças para

melhorar a

qualidade de vida

e saúde dos idosos

no futuro.

- Perceber a perspetiva da

Diretora Técnica sobre o

SAD;

- Conhecer possíveis

projetos que poderiam

beneficiar o progresso do

SAD.

- Para si, qual a importância da animação para

manter ou preservar o bem-estar físico e mental

dos idosos?

- Em que medida(s) o serviço de apoio

domiciliário tem contribuído para a melhoria da

saúde e qualidade de vida do domiciliado?

- É da opinião de que o atraso à

institucionalização é uma mais-valia para o

idoso? (Se sim, quais acha serem os motivos que

levam o domiciliado a recorrer ao SAD e não à

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257

institucionalização?

- Por norma, quais são os principais problemas

com que os idosos do SAD se confrontam? (ex.

Financeiros, saúde, solidão…)

- Acha que faz falta algum tipo de mudança no

funcionamento do SAD? (Se sim, qual(ais)?)

- Que exemplos de projetos futuros viriam a ser

benéficos se fossem desenvolvidos no SAD?

- Que perspetivas futuras, a médio/longo prazo, é

que tem acerca da expansão/evolução deste

serviço?

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258

Anexo XXX

Transcrição da entrevista semiestruturada à responsável pelo SAD do Centro

Comunitário de Estoi

Definir objetivo geral:

Compreender a dinâmica do serviço de apoio domiciliário e a sua importância.

Construção do guião:

A. Identificação e legitimação

B. Caracterização do entrevistado

Qual o seu nome?

Rute Fernandes.

Qual a sua data e local de nascimento?

Nasci a 23 de Abril de 1979 em Faro.

Quais as suas habilitações literárias?

Licenciatura em Educação e Intervenção Comunitária.

C. Contexto institucional

Tinha conhecimento da existência do Centro Comunitário antes de começar a

trabalhar neste?

Sim. A Instituição onde trabalhava anteriormente tinha três Grupos

Culturais - Grupo de Cantares, Grupo de Teatro e Rancho Folclórico -

compostos por idosos que a cantar, representar ou dançar pretendiam

alegrar idosos de outras instituições como o Centro Comunitário de

Estoi. Numa das suas deslocações, acompanhei o Rancho Folclórico e

também o Grupo de Cantares ao Lar do Centro Comunitário de Estoi e

assim fiquei a conhecê-lo.

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259

Acha que os técnicos/auxiliares que trabalham no Centro Comunitário são

suficientes? (Se não, quais as necessidades existentes nesse sentido?)

Atualmente o número de técnicos e auxiliares é suficiente para garantir

o normal funcionamento da Instituição.

Os recursos materiais existentes asseguram o pleno bom funcionamento de todas

as valências que o Centro tem à disposição? (Se não, quais os que estão em falta?)

Numa Instituição sem fins lucrativos que assegura as valências de

Creche, Jardim-de-Infância, ERPI, SAD e outros serviços como a

Cantina Social através do PEA – Programa de Emergência Alimentar e

o FEAC – Fundo Europeu de Auxílio a Carenciados, abrangendo assim

crianças, idosos e famílias com fragilidade a nível económico-social,

existem sempre recursos materiais em falta.

No SAD necessitamos de uma carrinha adaptada para o transporte da

alimentação ao domicílio dos utentes apoiados nessa valência.

D. O SAD no Centro Comunitário de Estoi

O número de assistidos a nível domiciliário tem vindo a aumentar? Acha que a

tendência, no futuro, é este ser cada vez mais elevado?

O número de utentes apoiados ao nível do SAD é oscilante. Face ao

envelhecimento progressivo da população têm vindo a criar-se

condições e estruturas para a terceira idade, no entanto ainda são

insuficientes para dar resposta ao número crescente de idosos. Como tal,

creio que o recurso ao SAD tende a aumentar futuramente.

Como é que a componente social é trabalhada através do SAD?

No SAD são feitas visitas domiciliárias e entrevistas de pré-diagnóstico

com o intuito de aprofundar o conhecimento do estado global do utente,

das condições em que subsiste e do suporte de familiares ou outros

significativos. É esse conhecimento da realidade que facilitará e dará

suporte ideológico às ações a desenvolver na dimensão física,

psicológica e social do utente.

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260

Considera importante a vertente socioeducativa no âmbito do Serviço de Apoio

Domiciliário? Porquê?

A vertente socioeducativa é muito importante no âmbito do SAD dado

que através do desenvolvimento de um conjunto de ações

socioeducativas aprofundam-se conhecimentos acerca do estado físico e

psicossocial do utente e a partir daí trabalha-se no sentido de contribuir,

sempre que possível, para o aumento ou manutenção da sua autonomia,

da capacidade de comunicação e de relacionamento, de reflexão e

perceção, respeitando o ritmo próprio, capacidades e disponibilidade do

utente, assim como os seus valores e interesses, costumes e crenças, para

que rompa com a apatia e o desânimo e se sinta motivado a melhorar.

Por norma, quem é que solicita este serviço? O idoso ou a família?

Regra geral é a família que solicita o apoio domiciliário pois o idoso

normalmente já se encontra numa condição física e psicológica muito

frágil que não lhe permite reconhecer as suas necessidades reais e

avançar com um pedido de auxílio para as poder colmatar.

Quais os serviços mais solicitados?

Os serviços mais solicitados são: fornecimento da alimentação, higiene

pessoal e tratamento de roupas.

E. Trabalho desenvolvido no SAD

Sei que é feito um plano de atividades para os idosos. Quais e que tipo de

atividades é que a valência do SAD promove?

Sim, é desenvolvido um Plano de Atividades, sendo que o mesmo é

aplicado durante todo o ano civil tendo em consideração as

necessidades e expectativas de cada um dos utentes. As atividades que o

SAD promove são as seguintes: Fornecimento de Alimentação, Higiene

Pessoal, Higiene Habitacional, Tratamento de Roupa, Animação e

Teleassistência.

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261

Existe o cuidado de integrar o idoso na planificação do seu plano individual?

Porquê?

Existe o cuidado de perceber quais são as reais necessidades do utente

tais como as rotinas, as potencialidades, expetativas ou outras questões

de ordem particular. Assim, entende-se como sendo de comum interesse

integrar o idoso aquando da elaboração do seu Plano Individual partido

do princípio que as reais necessidades de ambas as partes são tidas em

consideração para aditamento de um bom serviço

.

Quais são os princípios-chave para a construção de um bom plano individual?

Seguem algum modelo?

Entende-se que os princípios – chave para que se construa um bom

Plano Individual são os que estão agregados ao conhecimento de cada

utente, focando essencialmente as necessidades e expectativas; uma

correta articulação de informação e ação com a equipa SAD, familiares

e significativos; a implementação do(s) serviço(s), a monotorização e

avaliação do(s) mesmo(s) e por fim, a revisão do Plano Individual em

função da realidade existente.

Sei que o SAD também dinamiza atividades de animação. Em que medida é que

esta animação contribui para o bem-estar físico e mental do idoso?

Sim, o SAD contempla um serviço de animação que é sempre adequado

em função do indivíduo através da elaboração de uma Proposta de

Plano de Atividades Socioculturais. À semelhança do Plano Individual,

este também focaliza as particularidades de cada um. É traçado um

perfil e um conjunto de áreas de intervenção que se entendem fulcrais à

correta execução da Proposta de Plano de Atividades Socioculturais

sendo estas: a Dimensão Social, Dimensão Desportiva e Saúde,

Dimensão do Quotidiano/ Desenvolvimento de AVD´s e a Dimensão

Psicológica/ Cognitiva. Pressupõe-se que para cada uma das dimensões

definidas exista um conjunto de atividades que por sua vez prioriza as

necessidades e potencialidades de cada um dos utentes a fim de que

fique determinado que a “atividade” é sempre um indicador positivo

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262

para que daí possa decorrer um envelhecimento saudável. Em súmula,

pretende-se que as atividades de animação gerem a prevenção de

incapacidades e isolamento, promovam a interação e envolvimento com

os pares e a sociedade envolvente, resultem delas a participação e

melhoria da qualidade de vida e bem-estar, remetendo essa atividade

para melhorias no campo físico ou mental.

Tem conhecimento de algum caso que, graças ao SAD e às atividades

desenvolvidas por este, tenha melhorado exponencialmente a condição física e mental

do idoso? (Se sim, como?)

Sim, existem casos de melhoria uma vez que de modo geral as atividades

desenvolvidas em SAD, ao irem ao encontro da satisfação das

necessidades do utente contribuem precisamente para a melhoria da sua

qualidade de vida. Exemplo disso poderá ser o controlo da higiene

habitacional e do tratamento de roupas, a garantia de habituação e

incentivo à higiene pessoal e/ ou alimentação e o combate ao isolamento

e a limitações decorrentes do envelhecimento.

No âmbito da promoção da qualidade de vida e saúde, existe algum técnico

especializado que dinamize algo ligado às necessidades destes idosos? Se sim, em que

medidas?

No caso específico da promoção da qualidade de vida e saúde

determina-se que a técnica que garante o Serviço de Animação promova

um conjunto de atividades ou dinâmicas que conduzam precisamente à

sua melhoria através de sessões de gerontomotricidade e da

consciencialização e promoção dos hábitos de vida saudável. Essa ação

é também alargada ao(s) cuidador(es) por se considerar uma mais valia

a articulação e encadeamento de práticas com o(s) mesmo(s). Sendo

uma área específica, muitas vezes é necessário o envolvimento de outros

técnicos, a título de exemplo a enfermeira, para que seja possível

assegurar o serviço da forma mais apropriada e fiável.

Existem casos em que, na sua opinião, é preferível a institucionalização?

Porquê?

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263

Sim, quando não existe uma rede de suporte familiar ou de outros

significativos que garantam em articulação com a Equipa SAD um

correto desenvolvimento e satisfação plena das necessidades do utente.

F. Relações dos idosos

Como é preservada uma boa relação entre as auxiliares e os idosos do SAD?

A boa relação entre as auxiliares e os idosos do SAD é preservada por

meio da simpatia, compreensão, afetividade, comunicação e satisfação

das suas necessidades de forma correta e responsável.

A relação entre a Instituição e os familiares dos utentes é positiva? Existe

partilha de informação/ajuda?

Sim, a relação entre a Instituição e os familiares ou outros significativos

dos utentes é positiva pois permite a troca de informações e articulação

de práticas ou ações necessárias à melhoria dos cuidados ou condição

dos utentes.

Existem atividade de interação entre todos os utentes das valências do SAD e do

Lar de Idosos?

Sim, existem atividades de interação entre utentes do SAD e da ERPI

cuja condição física e mental ainda permite a sua movimentação e

perceção da ação proposta.

Como é feita a triangulação das relações entre família idoso instituição?

Normalmente é feita através de contactos telefónicos e/ou presenciais

com os familiares ou outros significativos e visitas domiciliárias, tendo

como base a construção de uma relação de proximidade, cordialidade e

responsabilidade em prol da prestação de um serviço adequado e

eficiente.

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264

G. Futuro do serviço: perceção e apreciação

Para si, qual a importância da animação para manter ou preservar o bem-estar

físico e mental dos idosos?

Na minha opinião, a animação na terceira idade tem vindo a assumir

particular importância como estratégia de intervenção na prevenção,

manutenção e melhoria da vitalidade física, mental e social do idoso

através do planeamento, articulação e desenvolvimento de ações e

dinâmicas focalizadas no seu sistema de valores, identidade,

capacidades, interesses, potencialidades, saberes e necessidades. Dessa

forma, a animação contribui, sem dúvida, para retardar os efeitos do

envelhecimento e potencializar a adoção de hábitos de vida saudável

imprescindíveis à vivência da terceira idade de forma positiva e digna.

Em que medida(s) o serviço de apoio domiciliário tem contribuído para a

melhoria da saúde e qualidade de vida do domiciliado?

O serviço de apoio domiciliário tem contribuído para a melhoria do

estado de saúde e qualidade de vida do utente ao envidar esforços no

sentido de desenvolver um trabalho em equipa que congrega vários

profissionais de diferentes áreas empenhados quer na satisfação de

cuidados básicos, como a alimentação, a higiene pessoal e habitacional

e o tratamento de roupas, quer na superação das limitações do idoso, no

restabelecimento da autoestima, no reforço de laços de identidade,

afetividade e sociabilidade.

É da opinião de que o atraso à institucionalização é uma mais-valia para o idoso?

(Se sim, quais acha serem os motivos que levam o domiciliado a recorrer ao SAD e não

à institucionalização?)

Na minha opinião o atraso à institucionalização é benéfico para o idoso

que ainda revela alguma autonomia ao nível físico e psicossocial mas

que precisa de auxílio na execução de tarefas da vida quotidiana devido

a limitações decorrentes de doença ou da idade. Quando existe suporte

familiar ou de outros significativos e o idoso se encontra na situação

referida, o recurso ao SAD sobrepõe-se à institucionalização. É muito

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265

importante para o idoso manter-se no seu meio sociofamiliar, ligado às

suas raízes, à sua casa, aos seus pertences e às suas memórias… à

história construída ao longo da vida.

Por norma, quais são os principais problemas com que os idosos do SAD se

confrontam? (ex. Financeiros, saúde, solidão…)

Geralmente, os principais problemas dos idosos que recorrem ao SAD

prendem-se com a saúde e a incapacidade dos familiares ou outros

significativos contribuírem para a sua resolução ou retardamento de

dependências associadas, quer por falta de formação, quer por

indisponibilidade.

Acha que faz falta algum tipo de mudança no funcionamento do SAD? (Se sim,

qual(ais)?)

Acho que o modo de funcionamento do SAD atualmente enquadra-se nas

possibilidades a nível institucional e nas necessidades prementes dos

utentes apoiados. O serviço é prestado por uma equipa que tem

formação, sensibilidade e motivação para “levar” diariamente um gesto

de carinho, uma palavra de conforto, o seu sorriso e a sua vontade de

colaborar na manutenção do bem-estar geral dos nossos utentes.

Que exemplos de projetos futuros viriam a ser benéficos se fossem

desenvolvidos no SAD?

Penso que seria benéfico para o SAD desenvolver, por exemplo, projetos

de parceria com centros de saúde, hospitais e clínicas de reabilitação

para se poder proporcionar e agilizar, quer a melhoria adequada e

atempada da condição física e mental do idoso com problemas a esses

níveis, quer a formação e reciclagem de conhecimentos de quem

desenvolve diariamente o serviço de apoio domiciliário, técnicos e

dirigentes de instituições, e cuidadores. Também seria interessante a

criação de uma rede de voluntários composta por profissionais das mais

variadas áreas, dispostos a promover visitas domiciliárias para ouvir,

conversar, partilhar, acompanhar e colaborar com o seu saber no bem-

estar global dos utentes do SAD.

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266

Que perspetivas futuras, a médio/longo prazo, é que tem acerca da

expansão/evolução deste serviço?

A expansão e consequente evolução do SAD depende, em grande

medida, dos apoios, ações ou políticas que visem dotar as instituições de

uma maior capacidade de resposta. Sem essa dotação é complicado

“fazer mais” para colmatar a necessidade premente de proporcionar

aos idosos a vivência da terceira idade com qualidade e dignidade.