o conceito de angústia em lacan - doris rinaldi

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5/20/2018 OConceitodeAngstiaEmLacan-DorisRinaldi-slidepdf.com http://slidepdf.com/reader/full/o-conceito-de-angustia-em-lacan-doris-rinaldi 1/ 16/2/2014 » Intersecção Psicanalítica do Brasil « O Conceito de Ang ústia em Lacan - Doris Rinaldi http://www.interseccaopsicanalitica.com.br/art016.htm 1/4  Inicial Apr es en ta ç ão Atua ç ão Ati v i da de s S im pós ios Bi bl iote c a Li nk s Fale Conosco Co mi ss õe s M a pa Biblioteca O CONCEITO DE ANGÚSTIA EM LACAN Doris Rinaldi  As formulações apresentadas por Lacan no seminário de 1962-63 (Seminário X) a propósito da concepção de angústia apresentam algumas diferenças em relação à teoria freudiana da angústia. Não são apenas retomadas das teses freudianas, mas formulações novas que, de qualquer modo, têm as elaborações freudianas como referência. Ainda que Lacan afirme que em "Inibição, Sintoma e Angústia"(Freud,1926) fala-se de tudo, exceto da angústia, é às questões levantadas por Freud neste texto que ele se refere privilegiadamente na sua discussão, questionando algumas formulações e procurando apresentar caminhos para a resolução de determinados impasses. Em primeiro lugar, para Lacan a angústia é um afeto. Esta afirmação é importante no contexto de uma crítica ao ensino lacaniano por apresentar um excesso de intelectualismo, crítica feita por aqueles que consideravam que a psicanálise deveria tratar do afetivo, a partir de uma distinção psicológica entre o pensar, o sentir e o querer. Não se trata para Lacan, de entrar nessa ps icologia dos afetos, na medida em que a angústia não é uma emoção, mas um afeto especial que "tem estreita relação de estrutura com o que é um sujeito" (Lacan, op.cit) Este afeto es pecial Lacan diz que é da ordem de uma perturbação e não de um sentimento. Além disso, a angústia é um afeto que interessa sobremodo à experiência psicanalítica, uma vez que, como dirá mais adiante, é um afeto que não engana. Como tal ele serve de orientação para o analista na sua prática, não só pela sua emergência no analisante, mas também no próprio analista. Em todo o seu desenvolvimento sobre a angústia, a prática psicanalítica aparece como uma referência importante, o que não significa dizer que ele deixe de pensar a angústia no nível teórico, no sentido meta-psicológico, articulando-a aos registros do real, do simbólico e do imaginário. O que há de mais fundamental no que Lacan vai elaborar neste seminário decorre da sua afirmação da existência de uma relação essencial entre a angústia e o des ejo do Outro. Ao referir-se ao des ejo do Outro, ele traz a dimensão do Outro, como lugar do significante para a definição de angústia. Ao pensar a estrutura da angústia, enfatiza que, ao contrário do que geralmente se pensa, a angústia está enquadrada por esta relação ao campo do significante na sua articulação com o imaginário. Nesse sentido, não se pode ver, em Lacan, uma concepção de angústia totalmente descolada do registro da representação, como falta de representação, puro excesso econômico. Ele parte da própria definição de sujeito como determinado pelo significante, como constituído pelo traço unário, o significante mais simples, que o precede. Nessa relação ao Outro, o sujeito se inscreve como um quociente, isto é, como um resultado dessa marca significante. Mas há um resto, um resíduo, no sentido mesmo da operação matemática da divisão. Esse resto, esse irracional, esse enigma, é o objeto a, única garantia da alteridade do Outro. A problemática da angústia se vincula ao desejo do Outro justamente enquanto estrutura portadora desse enigma, nesse ponto de falta que faz do Outro o Outro.  Nesse momento de sua formulação Lacan vai articular o simbólico e o imaginário, o significante e a imagem especular, afirmando que a angústia permite refazer esta articulação.  No es tádio do espelho há uma relação essencial entre o momento jubilatório em que o bebê assume sua imagem especular e o movimento que faz ao se voltar para o adulto pedindo assentimento. Este pode ser considerado como o indício da ligação inaugural entre o advento da função da imagem especular i(a) e a relação com o grande Outro. A relação especular encontra-se dependente do fato de que o sujeito se constitui no lugar do Outro, pelo significante.

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  • 16/2/2014 Interseco Psicanaltica do Brasil O Conceito de Angstia em Lacan - Doris Rinaldi

    http://www.interseccaopsicanalitica.com.br/art016.htm 1/4

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    O CONCEITO DE ANGSTIA EM LACAN Doris Rinaldi

    As formulaes apresentadas por Lacan no seminrio de 1962-63 (Seminrio X) a propsito da concepo

    de angstia apresentam algumas diferenas em relao teoria freudiana da angstia. No so apenasretomadas das teses freudianas, mas formulaes novas que, de qualquer modo, tm as elaboraes freudianascomo referncia. Ainda que Lacan afirme que em "Inibio, Sintoma e Angstia"(Freud,1926) fala-se de tudo,exceto da angstia, s questes levantadas por Freud neste texto que ele se refere privilegiadamente na suadiscusso, questionando algumas formulaes e procurando apresentar caminhos para a resoluo dedeterminados impasses.

    Em primeiro lugar, para Lacan a angstia um afeto. Esta afirmao importante no contexto de uma crticaao ensino lacaniano por apresentar um excesso de intelectualismo, crtica feita por aqueles que consideravamque a psicanlise deveria tratar do afetivo, a partir de uma distino psicolgica entre o pensar, o sentir e oquerer. No se trata para Lacan, de entrar nessa psicologia dos afetos, na medida em que a angstia no umaemoo, mas um afeto especial que "tem estreita relao de estrutura com o que um sujeito" (Lacan, op.cit)Este afeto especial Lacan diz que da ordem de uma perturbao e no de um sentimento.

    Alm disso, a angstia um afeto que interessa sobremodo experincia psicanaltica, uma vez que, comodir mais adiante, um afeto que no engana. Como tal ele serve de orientao para o analista na sua prtica,no s pela sua emergncia no analisante, mas tambm no prprio analista. Em todo o seu desenvolvimentosobre a angstia, a prtica psicanaltica aparece como uma referncia importante, o que no significa dizer queele deixe de pensar a angstia no nvel terico, no sentido meta-psicolgico, articulando-a aos registros doreal, do simblico e do imaginrio.

    O que h de mais fundamental no que Lacan vai elaborar neste seminrio decorre da sua afirmao daexistncia de uma relao essencial entre a angstia e o desejo do Outro. Ao referir-se ao desejo do Outro, eletraz a dimenso do Outro, como lugar do significante para a definio de angstia. Ao pensar a estrutura daangstia, enfatiza que, ao contrrio do que geralmente se pensa, a angstia est enquadrada por esta relaoao campo do significante na sua articulao com o imaginrio. Nesse sentido, no se pode ver, em Lacan, umaconcepo de angstia totalmente descolada do registro da representao, como falta de representao, puroexcesso econmico.

    Ele parte da prpria definio de sujeito como determinado pelo significante, como constitudo pelo traounrio, o significante mais simples, que o precede. Nessa relao ao Outro, o sujeito se inscreve como umquociente, isto , como um resultado dessa marca significante. Mas h um resto, um resduo, no sentidomesmo da operao matemtica da diviso. Esse resto, esse irracional, esse enigma, o objeto a, nica garantiada alteridade do Outro. A problemtica da angstia se vincula ao desejo do Outro justamente enquantoestrutura portadora desse enigma, nesse ponto de falta que faz do Outro o Outro.

    Nesse momento de sua formulao Lacan vai articular o simblico e o imaginrio, o significante e a imagemespecular, afirmando que a angstia permite refazer esta articulao.

    No estdio do espelho h uma relao essencial entre o momento jubilatrio em que o beb assume suaimagem especular e o movimento que faz ao se voltar para o adulto pedindo assentimento. Este pode serconsiderado como o indcio da ligao inaugural entre o advento da funo da imagem especular i(a) e arelao com o grande Outro. A relao especular encontra-se dependente do fato de que o sujeito se constituino lugar do Outro, pelo significante.

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    O investimento especular se d no interior da dialtica do narcisismo, a partir da identificao. Por outrolado, esse investimento est tambm na base do desejo, na medida em que ele supe essa relao ao Outro.Como diz Comaru: " nos impasses da relao entre desejo e identificao que a angstia surge sob a forma deuma questo: Che vuoi? Que queres? Que Lacan traduz como: O que queres de mim? Que quer ele em relao aesse lugar do eu? "No momento de da virada entre o investimento no outro (desejo) e a retrao narcsica(identificao), a angstia comparece como ndice de que nem tudo no campo dos investimentos se desdobraem identificao. Este resto no incorporvel no eu, esse resduo de investimento narcsico, isso que no entrana imagem especular postulado por Lacan como sendo causa da angstia" (Comaru, 1995).

    Esse resto, um objeto que escapa imagem especular, cujo estatuto difcil de articular, diz Lacan - oobjeto a. dele que se trata quando Freud fala da angstia. Nesse sentido, para Lacan, no se pode dizer que aangstia sem objeto.

    interessante que Lacan introduz a noo de unheimlich para pensar a angstia na sua relao com esteobjeto. Ele diz: abordei o inconsciente pela via do chiste e vou abordar a angstia pela via do unheimlich,porque a dobradia absolutamente indispensvel para pensar essa questo.

    O que constitui a angstia? quando um mecanismo fez aparecer alguma coisa, unheimlich, no lugar do acomo objeto do desejo, como imagem da falta. Porque o objeto a no especularizvel. Pelo contrrio, quantomais o sujeito tenta dar corpo ao que no objeto do desejo representa a imagem especular, mais ele logrado.Quando algo surge no lugar da castrao imaginria, isso que provoca angstia, uma vez que a falta falta. isso que d o verdadeiro sentido ao que Freud designa como perda de objeto em relao angstia.

    Fenomenologicamente a angstia o estranho- unheimlichkeit. Examinando o radical da palavra - heim/unheim - Heim indica a casa do homem e o homem encontra sua casa num ponto situado no Outro, para almda imagem de que somos feitos e este lugar representa a ausncia em que estamos. a presena que faz esselugar como ausncia. A experincia do unheimlich sempre fugidia. O unheimlich - o horrvel, o duvidoso, oinquietante - surge nas frestas, de repente, subitamente. O surgimento do unheimlich-heimlich ( porque um serevira no outro, neste ponto de dobradia), no sentido radical daquele que no passou pelas redes doreconhecimento, o fenmeno da angstia.

    Esta formulao nos reenvia experincia primitiva do objeto, ao complexo do prximo que, no Projeto de1895 Freud articula ao desamparo primordial do sujeito humano, que o inscreve indelevelmente na dialtica darelao ao outro. Este complexo Freud o divide em duas partes: uma que pode ser reconhecida comosignificante e outra que se apresenta como estranha e mesmo hostil, na medida em que no se deixa apreendercomo transparncia pelo sujeito. Seguindo esta articulao Lacan dir, diferentemente de Freud, que a angstiano est relacionada ao desamparo inicial, mas sim ao amparo que o sujeito recebe, onde se faz enigmtico algoque diz respeito ao desejo do Outro. A perda do objeto no est relacionada a uma ausncia mas a umapresena portadora de um enigma: Che vuoi?

    Se a demanda primitiva tem sempre alguma coisa de enganadora, que preserva o lugar do desejo, o queacontece na neurose? Na neurose o que ocorre uma falsa demanda. O neurtico faz da demanda o seu objeto.A angstia surge quando se d a est falsa demanda uma resposta obturante que no preserva esse vazio,causa do desejo, uma obturao que no tem nada a ver com o contedo da demanda, se positivo ou negativo: a que surge esta perturbao onde se manifesta a angstia.

    Se a angstia surge no lugar da castrao imaginria - -phi - e Freud vai dizer que na experincia doneurtico a angstia de castrao se apresenta como intransponvel, Lacan afirma que no a castrao em simesma que constitui o impasse do neurtico. Aquilo diante do que ele recua, no da castrao, mas de fazerde sua castrao o que falta ao Outro. de fazer de sua castrao algo de positivo que a garantia destafuno do Outro.

    Mas a angstia no se refere, certamente, apenas ao neurtico, estando ligada prpria estrutura dosujeito. "O significante engendra um mundo, o mundo do sujeito que fala e cuja caracterstica essencial a deque possvel, a, enganar. A angstia esse corte mesmo, sem o qual a presena do significante, seufuncionamento, sua entrada, seu sulco no real impensvel. este corte que se abre e que deixa aparecer oinesperado, a visita, a novidade - presentimento, pr-sentimento - antes do nascimento de um sentimento"(Lacan, op.cit). Nesse sentido, a verdadeira substncia da angstia aquilo que no engana - o sem dvida..

    Para Lacan, portanto, a angstia no sem objeto, o que no significa dizer que ela tem um objeto. O objetoque se trata na angstia esse objeto que apenas um lugar, que tem um estatuto especial de causa do desejo:

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    o objeto a.

    Ao comentar a definio mnima de angstia que Freud apresenta em "Inibio, Sintoma e Angstia", comoangstia sinal, Lacan opera uma toro ao dizer que ela sinal no de perda do objeto, mas justamente dainterveno do objeto a. Ela sinal de certos momentos da relao do sujeito com esse objeto e, por isso, umsinal para o analista. Ele chega a dizer que pelo vis da angstia que se pode falar do objeto, na medida emque ela a sua nica traduo subjetiva.

    A angstia introduz funo da falta, no sentido de que ela , para a psicanlise, radical. Ela radical paraa prpria constituio da subjetividade tal qual ela aparece na experincia analtica. "A relao ao Outro se dpor esse ponto de onde surge o fato de que h significante, ponto esse que no poderia ser significado. O queeu chamo de ponto "falta de significante" (Lacan, op.cit). No existe, portanto, falta no Real, na medida em quea falta s apreensvel por intermdio do simblico. Nesse sentido a falta simblica.

    Quando Freud fala de angstia sinal se produzindo no eu, ele se refere a um perigo interno. Lacan suprimea noo de perigo interno, pois o envelope do aparelho neurolgico - em uma referncia ao Projeto - no teminterior, no mais do que uma superfcie - superfcie uniltera. O que se interpe entre percepo econscincia, a outra cena, situa-se nesta dimenso do Outro enquanto lugar do significante.

    A angstia introduzida como manifestao especfica nesse nvel do desejo do Outro, onde ganhaimportncia o sinal que se produz no eu, no lugar do eu, mas que diz respeito ao sujeito. O eu o lugar dosinal, mas no pelo eu que o sinal dado. Se isto aparece no eu porque o sujeito foi advertido de algo eeste algo um desejo.

    J no Seminrio 8 sobre A transferncia Lacan afirmava que o sinal de angstia tem uma relaoabsolutamente necessria com o desejo. Sua funo no se esgota na advertncia, pois ao mesmo tempo querealiza esta funo, o sinal mantm a relao com o desejo. A angstia o modo radical sob o qual mantida arelao com o desejo. "Quando, por razes de resistncia, de defesa e de outros mecanismos de anulao doobjeto, o objeto desaparece, permanece o que dele pode restar, a direo para o seu lugar, lugar de onde ele , apartir de ento, se ausenta .... Quando atingimos este ponto, a angstia o ltimo modo, modo radical, sob oqual o sujeito continua a sustentar, mesmo que de uma maneira insustentvel, a relao com o desejo.(Lacan,1992:353)

    O desejo do Outro no reconhece o sujeito, nem o desconhece, ele o coloca em causa, o interroga na raizmesmo do seu desejo como a, como causa de desejo e no como objeto. A nica via para romper esseaprisionamento engajar-se nele. Por isso Lacan diz que o desejo o remdio contra a angstia. A dimensotemporal desse engajamento surge com a angstia e isto que est em jogo na anlise.

    O sinal da angstia, assim, adverte sobre algo muito importante na clnica. o ponto que mais pode indicaraos analistas o uso que podem fazer da angstia. A angstia no absolutamente interna ao sujeito, mesmoporque o prprio do neurtico ser um vaso comunicante. A angstia como energia o neurtico busca nosgrandes Outros com os quais se defronta, entre eles o analista. Por isso importante que o analista saiba aquantas anda o seu desejo para que no surja na anlise a sua angstia, na medida em que ela pode setransportar para a economia do sujeito. A angstia do analista no pode entrar em jogo, a anlise deve serassptica quanto a isso.

    a noo de real que permite a orientao na prtica, uma vez que esse algo diante do qual surge aangstia o real. A angstia sinal do real, de algo da ordem do irredutvel. Por isso a angstia, de todos ossinais, aquele que no engana. Isto est ligado prpria constituio subjetiva, na medida em que o real - eseu lugar - aquele em relao ao qual, com o suporte do sinal ( significante), da barra, pode-se inscrever aoperao de diviso. No processo de subjetivao algo resta de irredutvel nesta operao de advento dosujeito no lugar do grande Outro. Esse resto o a. Enquanto queda da operao subjetiva pode-se reconhecernele o objeto perdido: disto que se trata, de um lado no desejo e, de outro, na angstia. O que Lacanprocurou mostrar foi isso: "penso ter-lhes mostrado o jogo de esconder pelo qual angstia e objeto, um eoutro, so levados a passar a primeiro plano, um s expensas do outro, mas tambm ter mostrado o lugarradical da angstia nesse objeto, medida que ele cai. Esta a sua funo essencial, funo decisiva de restodo sujeito, do sujeito como real" (Lacan, Sem X).

    Finalizando, gostaria de destacar a articulao feita por Lacan em que a angstia aparece como uma funomediana entre o gozo e o desejo.

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    Pode-se pensar, por um lado, em um sujeito mtico que seria o sujeito do gozo e, por outro, a poderia servisto como metfora do gozo. Mas isto s seria correto se a fosse assimilvel a um significante. E justamenteisto que no acontece, pois o a o que resiste a significantizao, o objeto perdido, fundamento do sujeitodesejante, no mais o sujeito do gozo. O sujeito desejante, na sua busca do gozo, procura fazer entrar essegozo no lugar do Outro, como significante. por esta via que o sujeito se precipita, se antecipa comodesejante. no sentido de que ele aborda, aqum de sua realizao, esta hincia do desejo ao gozo, que surgea angstia. Portanto, a angstia no est ausente na constituio do desejo, mesmo se este tempo elidido. sobre o tempo da angstia que o desejo se constitui., o que nos indica a importncia da dimenso temporal daangstia na experincia analtica.

    Bibliografia:

    COMARU, Marcos - "Notas sobre a concepo lacaniana da Angstia, Papis no.1 , maro de 1995.

    FREUD, S. Obras psicolgicas completas, Edio Standard Brasileira Rio de Janeiro, Imago Ed. 1976.

    __________. "Projeto para uma psicologia cientfica"(1895)

    __________. "Inibio, Sintoma e Angstia" (1926)

    LACAN, J. - Seminrio VIII, A Transferncia (1960-61), Rio de Janeiro, Jorge Zahar Ed., 1992.

    _________ - Seminrio X - A Angstia (1962-63), documento de circulao interna do Centro de EstudosFreudianos de Recife, s/d (mimeo).

    Interseco Psicanaltica do Brasil