o código da vinci desbancado

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REFUTAÇÃO DO cÓDIGO DA VINCI

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O CDIGO DA VINCI DESBANCADO

No indavincvel Uma anlise e crtica de O Cdigo da VinciPor: J. P. Holding Tekton Apologetics Ministries (http://www.tektonics.org/)

Por: J. P. Holding Tekton Apologetics Ministries (http://www.tektonics.org/)O artigo original, em ingls, atualizado, e com respostas aos crticos pode ser encontrado no seguinte endereo eletrnico: http://www.tektonics.org/davincicrude.htm. Caso o leitor saiba ingls, no link original h tambm uma lista de leituras recomendadas para se aprofundar no tema.Algumas perguntas nos foram enviadas a respeito do best-seller O Cdigo da Vinci, de Dan Brown. Este livro chegou lista dos mais vendidos a partir da distribuio de algumas cpias gratuitas e tem inspirado alguns questionamentos, muita ateno da mdia, e preocupao por parte de cristos que no gostam das idias, mas no tm as respostas para o contedo do livro. O livro tambm foi a inspirao para um programa especial no horrio nobre da ABC network [1], e recentemente, a Sony Pictures anunciou que adquiriu os direitos autorais para produzir um filme baseado no livro [2]. A Sony reuniu um elenco talentoso para a produo, que inclui o proeminente diretor Ron Howard.Vamos comear com uma avaliao literria clara. A histria de O Cdigo da Vinci lembra o provrbio que fala sobre comer comida chinesa e continuar com fome depois: Embora tenha 480 pginas, a histria simplesmente no satisfaz. No incio h um assassinato, e pelas prximas pginas os personagens principais saem correndo pela Frana e Inglaterra, indo de um enigma criptogrfico ao prximo como se fossem assistentes mirins do Batman perseguindo o vilo Charada. Enquanto correm por a, estes personagens deixam para trs quase todos os vestgios de personalidade, o que justo, pois na maioria das vezes eles encontram viles de jogos de cartas tambm pobremente desenvolvidos. A idia de Dan Brown de dar dimenso a um personagem parece ser ou t-los mudando de aliados sem aviso, ou ento dar a eles algum tipo de condio desabilitante, como albinismo ou precisar de bengala para andar. (Improvavelmente, o personagem albino no parece sofrer da perda de acuidade visual que acompanha esta condio [3]).O que realmente nos interessa aqui o porqu de toda esta correria. Nossos bat-mirins esto atrs do clice sagrado, que no universo de Dan Brown, que como se fosse moldado por especulaes e teorias de conspiraes populares ao invs de estudos comprovados, no a taa de Cristo ultimamente perseguida por Harrison Ford, mas sim uma linhagem real composta dos descendentes de Jesus Cristo e (quem mais?) Maria Madalena. Esta teoria j havia sido promovida anteriormente sem sucesso, mais notavelmente em 1983 no livro Holy Blood, Holy Grail, de Michael Baigent et al, (New York: Dell). (Em portugus: O Santo Graal e a Linhagem Sagrada, Editora Nova Fronteira). Livro este que tem sido muito criticado (Ver, por exemplo [em ingls]: http://anzwers.org/free/posmis/ , http://www.alpheus.org/html/articles/esoteric_history/richardson1.html e http://www.anzwers.org/free/posdebunking/).Nossos heris so informados de que dentro da tumba de Maria Madalena h vrios tipos de documentos secretos, cujos contedos iro arruinar o cristianismo da forma como hoje o conhecemos. Estas verdades recuperadas iro pavimentar o caminho para que ns retornemos a uma espiritualidade mais iluminada cujo centro o divino feminilizado, conhecido como adorao deusa. A idia de que a religio foi originalmente matriarcal, ou dominada por adorao a uma deusa, e mais tarde (sob o domnio judaico-cristo) mudou para o monotesmo patriarcal (dominado pelos homens) um mito. No verdade. No h evidncia de que qualquer movimento religioso significante tenha divindades femininas dominantes elas sempre foram ligadas aos seus parceiros masculinos, e normalmente em um papel servil. Ver por exemplo, In the Wake of the Goddesses [Na Pista das Deusas], de Tikva Frymer-Kensky (New York: Ballantine Books, 1993) e Goddess Worship, Witchcraft, and Neo-Paganism [Adorao Deusa, Bruxaria e Neo-Paganismo], de Craig Hawkins (Grand Rapids: Zondervan, 1998). A maior parte do livro gasta na busca pela localizao desta tumba, mas no fim sinto muito!- o livro acaba com o personagem principal encontrando a tumba e no revelando nada, ento ns nunca saberemos se a cripta de Maria Madalena continha um novo evangelho secreto ou se era a lista de compras de Judas Iscariotes. Entretanto, anteriormente a esse final pouco inspirador, em vrios captulos, so oferecidos certos pedaos de informaes que originaram dvidas entre nossos correspondentes, e agora ns iremos focar nisto.Mas s ficoNo uma obra fictcia? Por que se preocupar com alguns fatos fora de lugar? Realmente, por qu? Enquanto eu estava na livraria da esquina esperando na fila para adquirir o livro, examinei um captulo primrio problemtico, tendo sido prevenido por Bob Passantino [apologeta do website Answers in Action http://www.answers.org/] sobre esse contedo. Uma mulher atrs de mim disse: Esse um timo livro! Eu olhei para ela e respondi: -Na verdade no, cheio de anlises sem base.A mulher ficou chocada. Mas s fico, ela disse. Curiosamente, entretanto, ela pediu um exemplo.Bem, A data da descoberta dos pergaminhos do mar morto est errada [4], eu disse, e apontei os detalhes do erro. Se o autor no consegue pegar um dado to elementar e fundament-lo corretamente, no que mais ele estaria errado? Interessante, ela disse, concordando balanando a cabea. Muito mesmo. A semente da dvida importante, e o autor usa isto para atrair seus potenciais leitores. Uma das primeiras coisas que o leitor de O Cdigo da Vinci ver, no prefcio, e sob um ttulo onde se l: FATO, est a seguinte afirmao:Todas as descries das obras de arte, arquitetura, documentos, e rituais secretos neste romance so precisas.Em termos de documentos e rituais, entretanto, e mesmo das obras de arte e arquitetura [5], O Cdigo da Vinci contm poucos fatos e o pouco que contm requer certificao sria. Tudo isto poderia ser desculpado, exceto pelo fato de que Brown batiza tais aspectos do livro com a tarja de FATO, e de que muitos destes fatos saem da boca de um personagem chamado Teabing, que descrido como um respeitvel historiador. Eu prefiro pensar que se qualquer historiador acadmico genuno fez certos comentrios como os de Teabing, ele deveria ser prontamente rebaixado para o posto de zelador e detido para treinamento em Histria 101. Tristemente, o truque por baixo da capa de fato de Dan Brown enganou outras pessoas, incluindo o crtico editor do New York Daily News, que ingenuamente comentou que a pesquisa de Brown impecvel.O trabalho de fico sim, mas declara estar enraizado em fato. Deve-se acrescentar que, o prprio Brown reconheceu, em um especial de televiso, que passou a acreditar nas teorias sustentadas pelo seu livro, aps supostamente ter tentado refut-las. Ns no deveramos deixar isso passar, da mesma forma que algum no deixaria passar uma obra de fico enraizada na premissa de que certa raa inferior, e baseia essa declarao em uma afirmao do tipo: Todas as descries das culturas, biologia, sociologia e gentica neste romance so precisas. Ser que um livro como este iria permanecer muito tempo nas prateleiras de uma livraria? Eu acho que no. Mas como o cristianismo como um todo, e o catolicismo romano so considerados jogo-limpo [para se falar mal], este tipo de obra recebida como t bom, e no com indignao.Deixando de lado questes de deficincias literrias e imperfeies a respeito de outras reas menos importantes, o material que nos preocupa s emerge aproximadamente na metade do livro, no Captulo 55. As afirmaes abaixo saem da boca de Teabing, nosso historiador, respondendo algumas questes dos dois personagens principais sobre a natureza e contexto de sua busca. Comeando com [todas as citaes do livro, neste artigo, so tradues livres da verso em ingls]:A Bblia no foi enviada via fax do cu a Bblia o produto do homem minha querida, no de Deus. A Bblia no caiu magicamente das nuvens. O homem a criou como um registro histrico de tempos tumultuados, e ela evoluiu atravs de incontveis tradues, adies e revises. A histria nunca teve uma verso definitiva do livro [6]. Mesmo neste vago sumrio, muitos problemas aparecem:A viso implcita sendo tratada que A Bblia foi enviada via fax do cu, ou caiu das nuvens um boneco-de-palha tendencioso. A Bblia foi escrita por homens, sim, sob a inspirao do Esprito Santo. Entretanto, nunca foi declarado que esta inspirao envolveu o Esprito Santo atuando sobre os autores e fazendo que eles agissem sob a ao de foras no-naturais, e muito menos de que ela caiu das nuvens. Ao invs disso, acredita-se que Deus escolheu instrumentos especficos dos homens e que o Esprito Santo os guiou [7].Incontveis tradues, etc. uma hiprbole e uma generalizao vaga. Sem uma acusao especfica do que foi traduzido, adicionado ou revisado, impossvel responder a isto especificamente. Geralmente, entretanto, podem-se oferecer estas consideraes: Problemas de traduo com a Bblia no so diferentes dos mesmos problemas de traduo para qualquer documento, e no causam mais dificuldades. O enunciado implica que h grande confuso com a traduo e isto preocupante. verdade que existem problemas discutveis em termos de traduo da Bblia do hebraico e grego antigos para qualquer lngua moderna, mas isto uma funo natural de todos os processos de traduo, e de forma alguma se acredita que isto desmerece o oferecimento de uma explicao razovel, final, do que foi escrito. Na verdade, a transmisso dos textos antigos, a volumosa qualidade de cpias de manuscritos, a cincia da crtica textual, e a arte da traduo, asseguram que qualquer traduo moderna respeitvel da Bblia fiel ao que foi originalmente dito. Este assunto tem sido explicado to compreensivelmente e to bem por tantos estudiosos, que a m interpretao dos fatos por parte de Brown no tem desculpa. Os argumentos imaginrios de Brown contestando a confiabilidade do texto bblico so to pouco sofisticados e fora de lugar que um exemplo ser suficiente para mostrar suas fraquezas. Em Aramaic Sources of Marks Gospel [Fontes em Aramaico do Evangelho de Marcos], o estudioso da Bblia, Maurice Casey examina o processo de utilizao de fontes em aramaico por Marcos, para compor seu Evangelho em grego, oferece uma lista de complicaes inevitveis de traduo e bilingismo, e exemplos prticos. Como um bilnge aprende um idioma e como ele o mantm em uso inevitavelmente afeta a sua habilidade de traduo. H uma vasta diferena entre uma pessoa que cresce aprendendo duas lnguas (e pode, portanto, ser menos proficiente em ambas) e uma pessoa que aprendeu uma segunda lngua, e no usa a sua primeira lngua por muitos anos. Um estudioso moderno que aprende grego ou hebraico antigos deve encontrar dificuldades semelhantes. Como Casey explica, Todos os bilnges sofrem de interferncia, e os tradutores mais ainda [8]. Alguns exemplos oferecidos por Casey retornam a este ponto: Bilnges freqentemente utilizam um item lingstico mais vezes porque ele tem um paralelo prximo na sua outra lngua. Assim: relatado que estudantes dinamarqueses usam o artigo definido do idioma ingls mais freqentemente do que monoglotas falantes da lngua inglesa. Isto reflete o fato de que o ingls e o dinamarqus parecem ter concepes levemente diferentes do que constitui uma referncia genrica em oposio referncia especfica. Ou: H uma tendncia dos estrangeirismos de lngua inglesa serem femininos entre os falantes de alemo austraco, die road [a estrada], die yard [a quintal] etc. E isto provavelmente devido similaridade sonora entre o alemo die e a forma inglesa the (com sotaque), enquanto o masculino alemo der e o neutro das por sua vez j soam diferentes. Quando um texto fonte especfico de uma cultura, h grande necessidade de mudanas para fazer com que ele se torne compreensvel. O exemplo de como duas edies alems de Alice no Pas das Maravilhas teve uma passagem em particular traduzida de formas diferentes serve bem: Perhaps it doesnt understand English, thought Alice, I dare say its a French mouse, come over with William the Conqueror. [Talvez ele no entenda ingls, pensou Alice, Eu ouso dizer que um rato francs, veio junto com William o Conquistador.] Uma edio substituiu a palavra ingls, de forma que a traduo simplesmente dizia que o rato no entendia muita coisa, e para fazer a referncia a William o Conquistador compreensvel, foi adicionada uma frase sobre William ter vindo da Inglaterra. Uma traduo diferente fez ser o alemo, o idioma no entendido pelo rato, e trocou William por Napoleo [9]. Sendo assim, houve dois mtodos diferentes de se fazer com que o texto se tornasse compreensvel para leitores de pases distintos. Um alemo em um nibus pergunta a uma pessoa prxima a um assento vazio: ist dieser platz frei? em ingls literalmente: is this place free? [este lugar est livre?]. Mas um ingls diria: is this seat taken? [este lugar est tomado?]. Ou um pedido educado em polons a uma hspede distinta, para que ela se sente, em ingls fica literalmente: Mrs Vanessa! Please! Sit! Sit! [Sra. Vanessa! Por favor! Senta! Senta!]. A forma curta imperativa sit! soa como um comando ao invs de um pedido educado, dirigido a algum desobediente, ao invs de um hspede distinto [10]. Traduzindo-se Charles Dickens para o alemo, h uma frase na obra The Olde Curiosity Shop [A velha loja de raridades] onde um personagem fala algo sobre ser a fine week for ducks [uma boa semana para patos]. Falantes de lngua inglesa naturalmente sabem que isto significa que uma semana chuvosa. Um tradutor alemo, entretanto, concluiu que na verdade a frase significava que era uma boa semana para ir caar patos! [11] Tais so os problemas tpicos de se traduzir um texto de uma lngua para outra. O tipo de conhecimento aprofundado requerido para realizar uma traduo exata est simplesmente alm do conhecimento da maioria das pessoas, e apresenta uma impossibilidade prtica. Isto no significa que, quando no formos capazes de prover tradues definitivas para cada uma das palavras imediatamente, devamos apertar um boto de pnico que nos d todos os significados implcitos em cada palavra e a certeza do que est sendo dito. Os exemplos acima claramente transmitem o significado principal da passagem, mesmo se alguma nuance perdida para falantes no-nativos da lngua. Estudos lingsticos continuam a ser realizados at hoje, dando-nos novas percepes em linguagens antigas. Isto no vale somente para lnguas bblicas, mas tambm para outras lnguas antigas como o latim. Um historiador profissional, diferente do ficcional Teabing, nunca faria uma generalizao to ridcula. Adies e revises tambm no so um problema maior do que aqueles encontrados em qualquer outro documento. Novamente, sem uma adio ou uma reviso especfica para abordar, ns somente podemos oferecer alguns pontos gerais. Existem certos pontos de controle que nos do uma certeza razovel a respeito do significado do texto bblico original. O primeiro grupo de pontos de controle vem atravs do processo chamado crtica textual. Basicamente, os estudiosos coletam e comparam cpias do trabalho em questo, estabelecem suas idades relativas, e assim decidem qual a cpia mais verossmil ao documento original. Em termos de evidncia, comum falar da abundante riqueza de evidncias que ns temos para o texto do Novo Testamento, compreendendo mais de 24000 cpias ou pedaos de manuscritos, alguns datando dos sculos II e III. Em contraste, considere que as palavras do historiador romano Tcito, escrevendo por volta do ano 100 D.C., so confirmadas por menos de 12 manuscritos, datando de muito tempo depois do mais antigo, que por sua vez data do sculo XI! O Velho Testamento no tem a mesma qualidade de evidncia em manuscritos, mas ainda assim excede significantemente a maioria dos outros trabalhos antigos, como os de Tcito. Com base nisto, difcil justificar qualquer reivindicao de que ns no possumos uma idia definitiva do que estava escrito nos originais da Bblia (Autographa), a menos que se queira rejeitar todos os outros escritos antigos tambm. Escritores antigos tinham razes justificveis para realizar certos tipos de revises: Quando a linguagem mudava ou certos fatos tornavam-se menos conhecidos, era necessrio ajustar o texto a fim de que ele permanecesse coerente para leitores mais recentes. O historiador grego Herdoto, por exemplo, utilizou unidades de medidas gregas para relatar peso, moeda e distncia, que no eram utilizadas nas localidades dos povos que fez relatos a respeito. Herdoto fez isso mesmo quando traduziu escrituras feitas pelos povos que estudou. Tais revises so muito fceis de discernir, ento no to problemtico chegar a uma verso definitiva do texto bblico. Alm disso, os escritores antigos no deviam se confundir com revises de contedo em grande escala ou mudanas na ideologia, e certamente elas no eram incontveis, se para que tenhamos algum respeito pela evidncia propiciada pela crtica textual. Teabing continua com afirmaes mais especficas: Jesus Cristo foi uma figura histrica de influncia chocante, talvez o lder mais enigmtico e inspirador que o mundo jamais viu [] Compreensivelmente, sua vida foi registrada por milhares de seguidores em sua terra [] mais de 80 Evangelhos foram considerados para o Novo Testamento, contudo, somente alguns foram escolhidos para a incluso, como os de Mateus, Marcos, Lucas e Joo A Bblia, como a conhecemos hoje, foi compilada pelo imperador romano pago, Constantino o Grande [12]. Foi Jesus uma figura histrica de influncia chocante, sobre o qual milhares de seguidores escreveram algo a respeito? As respostas so: No exatamente, e A evidncia no permite concluir isto. Jesus se tornou uma figura de influncia chocante somente APS a igreja crist se tornar uma fora proeminente. Segundo os historiadores daquele tempo, Jesus foi somente um pontinho na tela da TV. Jesus no era considerado como historicamente significante pelos historiadores de seu tempo. Ele no discursou no senado romano ou escreveu extensos tratados de filosofia grega; Ele nunca viajou para fora da regio da Palestina, e tambm no foi membro de qualquer partido poltico conhecido. Ele se tornou conhecido somente porque os cristos posteriormente o tornaram uma celebridade. O historiador E. P. Sanders, ao comparar Jesus a Alexandre o Grande, nota que Alexandre Alterou de tal forma a situao poltica em to grande parte do mundo, que as informaes gerais sobre sua vida pblica so realmente bem conhecidas. Jesus no mudou as circunstncias sociais, polticas e econmicas na Palestina [] a superioridade da evidncia da existncia de Jesus vista quando nos perguntamos o que ele pensava [13]. Alm disso, Jesus foi executado como um criminoso, o que lhe deu uma marca de marginalidade mxima. Ele tinha um estilo de vida ofensivo e alienou muitas pessoas. Associou-se com os desprezados e rejeitados: Coletores de impostos, prostitutas e o bando de pescadores que ele tinha como discpulos. Finalmente, ele era pobre, uma pessoa do campo em uma terra governada por ricos das cidades. A idia de que Jesus tinha uma influncia chocante durante a sua vida na terra completamente errnea, o que significa que ele no poderia ter tido milhares de seguidores para escrever biografias autorizadas. Na verdade, trs ou quatro biografias seria o mximo que ns esperaramos, especialmente porque de 90 a 95 % de todas as pessoas do mundo antigo eram analfabetas e incapazes de escrever tais obras. Havia 80 Evangelhos, dos quais somente quatro foram escolhidos? Se for assim, ento ns temos justificativa para fazer vrias perguntas: 1) Quais so as datas dos manuscritos dos evangelhos excludos? Se devemos considerar tais trabalhos, devemos saber o quo prximos eles so do tempo que Jesus viveu. Uma forma de se determinar isto saber qual o manuscrito mais antigo. Quando ns olhamos para a evidncia (tristemente, a evidncia no parece incomodar Brown de forma alguma), ns encontramos que enquanto h um conhecimento e aceitao universal por parte dos cristos dos quatro evangelhos cannicos (Mateus, Marcos, Lucas e Joo), pela metade do sculo II, nenhum dos Evangelhos no pertencentes ao Cnon era prximo nos quesitos data de composio, amplitude de distribuio, ou proporo de aceitao. Estes eram, em sua maioria, pseudo-evangelhos atribudos a outros Apstolos, mas geralmente desqualificados pela maioria das igrejas porque eles no tinham um encadeamento de evidncias histrico conectando-os aos Apstolos reais, e/ou porque eles continham afirmaes contrrias ao que j era aceito nos Evangelhos cannicos. Esta questo tambm bem conhecida entre os estudiosos da Bblia, e informao a respeito pode ser facilmente obtida em livros escritos para leigos, tais como: A General Introduction to the Bible [Uma Introduo Geral Bblia] (Chicago: Moody Press, 1986), de Norman Geisler e William Nix; ou on-line, em fontes documentadas como as da Internacional Standard Bible Encyclopedia [Enciclopdia Bblica Padro Internacional], disponveis no seguinte endereo eletrnico [em ingls]: http://www.reference-guides.com/isbe/B/BIBLE_THE_IV_CANONICITY/ 2) Existe alguma evidncia destes Evangelhos excludos estarem sendo utilizados em um perodo anterior? tambm til encontrar citaes de um trabalho em obras de escritores contemporneos, pois se eles citam um trabalho, isto evidncia de que ele existia no tempo que foi escrito. Embora possam ter existido aproximadamente 50 Evangelhos pseudo-epgrafes, a maioria conhecida somente pelo nome, a partir de alguns enunciados escritos por escritores da igreja antiga. Os mais significantes so bem conhecidos e as razes para nunca terem sido aceitos pela maioria da igreja so bem conhecidas e nunca foram mantidas em segredo por qualquer hierarquia. Geisler & Nix propiciam aos leitores leigos um bom sumrio desta questo no seu livro referenciado anteriormente (pginas 297-317) dizendo: A literatura extra-cannica, como um todo, apresenta uma pobreza surpreendente. A maior parte dela fabulosa, e carrega a marca clara da falsificao. Somente aqui e acol, em meio a uma massa de bobagens inteis, que ns nos deparamos com uma jia inestimvel (311). Na verdade, essas jias inestimveis, na maioria dos casos so meras repeties do que ns j encontramos em um ou mais dos Evangelhos cannicos. 3) o contexto coerente com o que ns esperaramos do Jesus histrico? Em outras palavras, se dito que Jesus abriu uma geladeira, pegou um burrito, e o colocou num forno de microondas, ento ns podemos estar bastante seguros de que isto no relata com preciso as atividades de um Jesus que vivia no sculo I. Por exemplo, no Evangelho dos Ebionitas ns lemos que Joo Batista no comia mel e gafanhotos, mas somente mel, ao contrrio do que os Evangelhos cannicos relatam. Os Ebionitas eram vegetarianos e no deixaram a verdade atrapalhar com sua agenda de dieta vegetariana. O evangelho de Pedro ps a culpa da crucificao somente nos judeus, exonerando os romanos uma posio anti-semtica que Brown deveria considerar intolervel. Os mesmos Evangelhos que Brown usa como recurso para minar a histria consistente dos Evangelhos cannicos promove ensinamentos completamente contrrios cristandade secreta que Brown diz que eles representavam! Este o tipo de dado que os estudiosos levam em considerao quando decidem se um documento uma fonte confivel. Neste captulo Brown no diz o nome de nenhum dos outros evangelhos que ele tem em mente. Ele dir os nomes de dois deles em um captulo posterior, e ns os discutiremos quando formos discutir tais captulos. Finalizando, interessante notar que o sabido historiador de Brown perpetra dois erros graves que seriam um grande embarao para qualquer estudioso: Felizmente para os historiadores [] alguns dos evangelhos que Constantino tentou erradicar conseguiram sobreviver. Os pergaminhos do mar morto foram encontrados nos anos 1950 escondidos em uma caverna prxima a Qumran, no deserto da Judia. [14] Primeiro, como eu expliquei para a mulher na livraria, os pergaminhos do mar morto foram descobertos em 1947, e no na dcada de 1950. (Nota para aqueles com problemas: Trs pessoas escreveram para mim dizendo que Brown est certo porque os pergaminhos do mar morto continuaram a ser descobertos durante os 1950. Mas est claro que no foi isso que ele quis relatar, se fosse, ele teria dito que eles comearam a ser descobertos em 1947, continuando pela dcada seguinte. Sendo assim, isso continua sendo um erro. Alm disso, eu notei com satisfao que dois experts no guia de Burstein [ver abaixo] criticam Brown por causa desse mesmo erro). Segundo, eles no contm nenhum Evangelho ou outra coisa mencionando Jesus. Eles so preponderantemente mais antigos do que o Novo Testamento, em sua maioria so cpias de livros do Velho Testamento, e documentos internos para a comunidade Qumran [15]. Brown tambm faz seu personagem alegar que o Vaticano tentou bastante suprimir a liberao desses pergaminhos porque eles supostamente contm informaes danosas. Isto meramente uma teoria de conspirao ofensivamente arrogante utilizada por alguns escritores populares, sem ser baseada em fato [16]. Novamente, tem se escrito a respeito da evidncia dos pergaminhos do mar morto, em tantos livros, jornais e artigos, muitos em nvel mais acessvel, que Brown s pode fazer suas afirmaes errneas recorrendo a uma completa desconsiderao pelos fatos. No h nada nos pergaminhos do mar morto que promova ou o Cristianismo tradicional ou o derivado. A comunidade em Qumran responsvel pelos pergaminhos no era crist, mas sim judia. Mas enquanto os pergaminhos do mar morto no dizem nada diretamente sobre o Cristianismo, eles fornecem duas importantes verificaes para o Cristianismo tradicional. Primeiro, os textos do Velho Testamento preservados entre os pergaminhos nos fornecem a verificao de que o Velho Testamento preservado pelos judeus e cristos atravs dos sculos depois de Cristo so uma traduo precisa do que os judeus conheciam do tempo de Jesus. Segundo, a comunidade de Qumran reflete um judasmo do sculo I muito mais semelhante ao apresentado pelos escritores do Novo Testamento do que aquele judasmo que se desenvolveu aps a destruio do segundo templo em 70 D.C.. Aqueles que especularam em tempos passados que o Judasmo apresentado no novo testamento foi uma criao posterior por parte dos cristos que se opunham ao judasmo foram refutados pela informao que pudemos aprender nos pergaminhos do mar morto. Foi Constantino quem decidiu que livros entrariam no Cnon? Como funcionou o processo? [17] Constantino no foi o organizador do cnon, e na verdade no teve nenhuma participao na montagem. De forma geral, a igreja foi a responsvel. O processo de canonizao do Novo Testamento foi baseado em um modelo que j existia h sculos, segundo o qual, vrias religies escolhiam uma coleo de livros sagrados normativos. provvel que o prprio Apstolo Paulo tenha iniciado o processo ao reunir suas prprias cartas ou aquelas de seus amigos, como Lucas ou Timteo fizeram. Longe de ser um processo arbitrrio, ou um processo decidido por Constantino posteriormente, a formao do Cnon foi o resultado de escolhas minuciosas ao longo do tempo, por membros e oficiais da igreja interessados neste processo. Votos posteriores no Cnon eram meramente os passos mais definitivos tomados ao fim de um processo cuidadoso, longo, e algumas vezes difcil. O estudioso da Bblia, Robert Grant, escreveu que na formao do Novo Testamento, o Cnon foi: [N]o o produto de reunies oficiais ou mesmo dos estudos de alguns telogos. Ele reflete e expressa o auto-entendimento ideal de todo um movimento religioso que, apesar de diferenas temporais, geogrficas, e mesmo ideolgicas, pde finalmente ser unificado na aceitao desses 27 documentos diversos que expressam o significado da revelao de Deus em Jesus Cristo e para sua igreja. [18] Dizer que Constantino esteve por trs da formao do Cnon, ou que foi responsvel pela destruio de Evangelhos que no aprovava uma distoro absurda da histria. Na verdade, Constantino reuniu o conclio em Nicia, pagou as despesas das viagens dos que compareceram, e disponibilizou seu palcio de vero beira de um lago para o conclio, mas ele no teve nenhuma autoridade eclesistica. A informao que ns temos sobre o conclio fascinante e de forma alguma apia a idia de um romano pago distorcendo o Cristianismo primitivo ou qualquer outra conspirao. Uma boa introduo sobre os fatos do conclio est disponvel na edio do vero de 1996 da revista Christian History [Histria Crist], Heresy in the Early Church [Heresia na igreja primitiva], disponvel no endereo eletrnico [em ingls]: http://www.christianitytoday.com/ch/51h/ . Os vestgios de religies pags na simbologia crist so inegveis. Discos solares egpcios tornaram-se as aurolas dos santos catlicos. Pictogramas de sis amamentando seu filho Hrus, concebido milagrosamente, tornaram-se o projeto artstico para as nossas imagens modernas da Virgem Maria amamentando o menino Jesus. E virtualmente todos os elementos do ritual catlico a turba, o altar, os louvores, a comunho, o ato de comer Deus foram tirados diretamente de religies pags antigas. [19] Em seu texto, Brown s comenta sobre uma religio misteriosa em particular, que supostamente seria uma fonte para as crenas crists (ver abaixo), mas no geral, pode se responder: A tomada do simbolismo verdadeira mas significa vitria ideolgica, e no pegar emprestado. Para comear, note que ns no estamos falando do Cristianismo apostlico do sculo I, mas do Cristianismo dos sculos III e IV. O que ns vemos aqui no bem pegar emprestado, mas um tipo de propaganda, ou um tipo artstico de superao competitiva. A divindade pag Mitra [antigo deus sol persa, deus da verdade e da luz] era apresentado cavalgando um touro e o matando: A igreja produziu uma cena semelhante com Sanso matando um leo. Mitra atirou flechas em uma rocha para produzir gua: A igreja mudou isso para Moiss tirando gua da rocha no monte Horeb. Por que se fez isso? Porque esta foi uma poca em que a arte era geralmente imitativa. As pessoas do mundo do Novo Testamento pensavam em termos do que poderiam ser probabilidades, ou verificao da experincia geral ou anterior. A imitao era uma forma de expressar superioridade: Mitra no o verdadeiro heri, Sanso , ignore Mitra. Esta religio misteriosa usa uma turba como sinal de poder. Bem, ns que temos o poder verdadeiro, ns reivindicamos a turba. Note que pegar emprestado envolvia somente arte e ritual No envolvia a tomada da ideologia. Agora em termos da nica religio misteriosa que Brown cita, o Mitrasmo: O deus pr-cristo Mitra chamado de filho de Deus e a luz do mundo nasceu em 25 de Dezembro, morreu, foi enterrado em uma tumba de pedra, e ento ressuscitou aps trs dias. No surpreendentemente, os estudiosos do Mitrasmo no sabem nada a respeito disso. Vamos analisar uma afirmativa de cada vez: Ele era chamado de filho de Deus e a luz do mundo: Isto simplesmente falso. Eu j havia previamente examinado a literatura sobre estudos mitricos e estes ttulos no so conhecidos por estudiosos do Mitrasmo [20]. Ele nasceu 25 de Dezembro: Isto pode ser verdade, mas no tem relevncia, pois o Novo Testamento no associa o dia 25 de Dezembro ao nascimento de Jesus, de jeito nenhum. Quando a igreja crist escolheu este dia para a celebrao do aniversrio de Jesus Cristo, eles o fizeram em oposio direta ao festival pago do solstcio de inverno, Saturnalia, e no porque eles acreditavam que Jesus tambm havia nascido naquela data (assim como Mitra). Ele morreu, foi enterrado em uma tumba de pedra, e ento ressuscitou aps trs dias: Isto tambm simplesmente falso. O estudioso do Mitrasmo, Richard Gordon, diz claramente que no h a morte de Mitra [21] O que significa no haver tambm um enterro de Mitra, e nem ressureio. Alguns escritores amadores citam o escritor da igreja do sculo IV, Firmico, que diz que os mitrastas guardam luto pela imagem de um Mitras morto, mas isto tardio demais para ter influenciado o cristianismo (se ocorreu alguma influncia, foi no sentido contrrio), e aps ler o trabalho de Firmico, eu no encontrei nenhuma referncia a isso. Mais relevante talvez seja Tertuliano, escritor da igreja do sculo II, que em sua obra Prescrio Contra os Hereges, diz no captulo 40: se minha memria ainda me serve, Mitra [] pe sua marca nas testas de seus soldados, tambm celebra a oblao do po, introduz uma imagem da ressurreio, e antes de que a espada engrinaldasse uma coroa Portanto, o argumento depende da memria de Tertuliano, e no so os servos de Mitra, mas sim o prprio, que introduz a imagem de uma ressureio (?) ele mesmo no ressurreto. Portanto, o comentrio do personagem de Brown uma avaliao tristemente errnea do que relatado por estudos mitrastas. O Cristianismo guardava o sbado judeu [sabbath], mas Constantino mudou o dia para coincidir com a venerao pag do dia do sol [sunday domingo]. [22] Isto tambm falso. Toda a evidncia disponvel indica que o Cristianismo j estava guardando o domingo h muito tempo antes de Constantino. Brown talvez esteja confuso porque certas passagens do Novo Testamento, por exemplo, registram Paulo indo sinagoga no sbado para pregar aos judeus (se algum quer pregar para os judeus e os gentios tementes a Deus que tambm o cultuavam, ento lgico procurar por eles justamente onde eles estariam na sinagoga, no sbado!). Entretanto, claro que os cristos guardam o primeiro dia da semana (Atos 20:7; 1 Corntios 16:2, cf. Apocalipse 1:10), e h tambm ampla evidncia bem anterior a Constantino sobre o domingo sendo guardado: Incio, bispo de Antioquia (110 D.C.), escreveu: Se, ento, aqueles que andam nas prticas antigas alcanam renovao de esperana, no mais guardando o sbado, mas moldando suas vidas aps o dia do Senhor, no qual nossas vidas tambm surgiram atravs dele, que ns podemos nos descobrir discpulos de Jesus Cristo, nosso nico professor. Incio especifica o dia do Senhor como aquele em que nossas vidas surgiram atravs dele O dia da ressurreio, que foi em um domingo. Justino Mrtir (150 D.C.) descreve o domingo como o dia em que os cristos se renem para ler as escrituras e guardar sua assemblia, pois este dia o primeiro da criao, e tambm o da ressurreio. A epstola de Barnab (120-150) cita Isaas 1:13 e indica que o oitavo dia um novo comeo via ressurreio, e o dia a ser guardado. A Didach [ou ensinamento dos doze apstolos] (70-75) instrui os crentes a: No dia prprio do Senhor, renam-se, partam o po e agradeam. Outros testemunhos posteriores, de Irineu, Cipriano e Plnio o Jovem, significantemente anteriores a Constantino, testificam que os cristos adoravam o Senhor no domingo. Ento novamente, o historiador de Brown recebe uma nota deprimente em histria. [No Conclio de Nicia] muitos aspectos do cristianismo foram debatidos e votados a data da pscoa, o papel dos bispos, a administrao dos sacramentos, e claro, a divindade de Jesus [] At aquele momento na histria, Jesus era visto por seus seguidores como um profeta mortal [] um homem grandioso e poderoso, mas mesmo assim um homem. Um mortal. [23] Esta uma meia-verdade. O Conclio de Nicia realmente considerou vises alternativas de Jesus, no no nvel de mortal versus Deus, mas sim como eterno versus criado. Houve este debate porque hereges eram contrrios viso j estabelecida de que Jesus era divino. A viso hertica, defendida pelo presbtero Arius, acreditava que Jesus no era divino por natureza, mas j tinha sido criado por Deus h muito tempo atrs. Desta forma, nem mesmo os hereges argumentavam sobre Jesus ter sido um mortal ou um apenas um homem grandioso. (Aparte disso, Constantino, a quem Teabing tanto culpa, era simpatizante do arianismo!) [24]. Alm disso, o prprio Novo Testamento d claras evidncias de Jesus sendo visto como divino: Atravs do Novo Testamento, o prprio Jesus e os escritores o descrevem, em termos de Sabedoria de Deus, uma expresso judia anterior ao Novo Testamento, considerada como um atributo divino e de Deus personificado. Jesus se identificava como o filho do homem, uma frase associada com a expresso divina em Daniel 7. Paulo em 1 Corntios 8:4-6 oferece uma verso aprimorada da Shem judia [uma prece do judasmo] que inclui Jesus na identidade de Yahweh [Jeov], o Deus dos judeus. Uma variedade de passagens do Novo Testamento afirmam ser absoluta e completa a divindade de Cristo, como em [Notar que as seguintes passagens so referentes verso King James] Joo 1:1 (the Word was God [A palavra era Deus]), Joo 5:18 (calling God his own father, making himself equal with God [chamando Deus de pai, fazendo-se igual a ele]), Joo 20:28([you are] my Lord and my God [tu s meu Senhor e meu Deus]), Tito 2:13 (our great God and Saviour, Jesus Christ [nosso grande Deus e salvador, Jesus Cristo]), Romanos 9:5 (God over all, blessed forever [Deus de todos, abenoado para todo o sempre]), e Colossenses 2:9 (within him dwells all the fullness of being God in bodily form [dentro dele habita toda a compleio de ser Deus em forma corprea]), e outras. Ento, como visto, o captulo 55 do Cdigo da Vinci, carregado de erros e representa a pesquisa mais pobre que se pode encontrar entre as duas capas do livro. Fazer um historiador falar este tipo de coisa um insulto profisso. Ns pegaremos mais erros semelhantes no Captulo 58. Assim como antes, Teabing e sua autoridade implcita de historiador so responsveis pelas seguintes afirmaes relevantes: [] Jesus como um homem casado faz muito mais sentido do que nossa viso bblica comum, de v-lo como solteiro [] Porque Jesus era judeu [] o decoro social durante aquele tempo virtualmente proibia um homem judeu de no ser casado. De acordo com o costume judeu, o celibato era condenado, e a obrigao de um pai judeu era encontrar uma esposa adequada para o seu filho. Se Jesus no era casado, pelo menos um dos evangelhos da Bblia mencionaria isso e ofereceria alguma explicao para o seu estado no-natural de solteiro. [26] Tudo isso afim de arrumar uma explicao do suposto porqu de Jesus ter sido casado com Maria Madalena. So informaes tiradas do material escrito por Leigh & Baigent (ver abaixo), e no de fontes reputveis sobre os costumes judeus. E isso correto? Novamente Teabing seria parado pela polcia da histria por um trabalho de to m qualidade. Primeiro, ele est cometendo a falcia clssica do argumento a partir do silncio No se pode afirmar qualquer coisa que se quer simplesmente porque o texto no o nega. Segundo, os seguintes dados extrados do website Christian ThinkTank de Glenn Miller derrubam suas especulaes no geral [27]: Seria normal [Jesus] ter sido casado, mas isso no era obrigatrio naquele tempo (ou em nenhum outro tempo, para falar a verdade). 1. A literatura rabnica [ou talmudista, ou talmdica] que o que as pessoas geralmente usam para argumentar que o celibato era uma ofensa capital (!) Nota e regulamenta as excees s regras, que por sua vez no eram obrigatrias: Na verdade, o celibato no era comum, e era desaprovado pelos rabinos, cujos ensinamentos diziam que o homem deveria se casar aos 18 anos, e que se ele passasse dos 20 anos sem ter se casado, teria violado um comando divino, o que desagradaria a Deus. O adiamento do casamento era permitido aos estudantes da lei, de forma que pudessem se concentrar nos estudos, livres das preocupaes de sustentar e dar ateno a uma esposa. Casos como o de Simeon beAzzai, que nunca se casou, so evidentemente raros. Ele mesmo disse que um homem que no se casa era igual a um que mata, e isso diminua a sua semelhana com Deus. Um de seus colegas o acusou de ser melhor na pregao do que como praticante, ao qual ele respondeu: O que eu devo fazer? Minha alma est apaixonada pela lei; a populao do mundo pode ser mantida pelos outros [] no para ser imaginado que pronunciamentos sobre o dever de casar e a idade na qual as pessoas deveriam se casar, na verdade regulava a prtica. [HI:JFCCE:2.119f] [referncia do website do autor] 2. O judasmo no tempo de Jesus certamente foi uma coisa muito fragmentada, com os precursores dos ensinamentos dos rabinos sendo somente um grupo dentre muitos, um ponto de vista (na verdade mltiplos!) em um espectro de pontos de vista. Conseqentemente, havia outros grupos naquele tempo que ou (a) requeriam o celibato, ou (b) o permitiam. Os Essnios (e o pessoal do Qumran, de alguma forma relacionados) foram descritos por Josefo, Philo e Plnio como sendo celibatrios, mas os dados so incompletos, e no permitem concluir se eles REQUERIAM ou meramente ENCORAJAVAM o celibato. [OT:FAI:130ff] [referncia do website do autor] Philo descreve outro grupo judeu, composto de homens e mulheres os Therapeutae que eram celibatrios, nos seus estudos e busca por sabedoria e uma vida sagrada (De Vita Contemplativa 68f). 3. Mas a classe dominante dos indivduos a quem era permitido ou esperado que fossem celibatrios eram personagens profticos, durante a histria judaica: O profeta Jeremias Banus, o profeta do deserto [wilderness, no texto original]: O mais bem conhecido, embora ainda excepcional, teria sido o indubitvel celibato de profetas do deserto, como Banus (Josephus Life 2.11) e Joo Batista. [DictNTB, s.v. marriage] [referncia do website do autor] Joo Batista (e possivelmente Elias, seu prottipo) Mesmo o rabino Galileu Pinhas ben Yair, religioso devoto e operador de milagres do sculo II, ensinou que a abstinncia era essencial para se receber a sabedoria proftica do Esprito Santo. [JJ:102] [referncia do website do autor] 4. Embora os escritores rabnicos enfatizassem a importncia do casamento para a procriao, importante ressaltar que este ideal proftico do celibato ainda apareceu nos escritos rabnicos: O judasmo no via nada de errado em retratar como celibatrio o grande profeta primordial, e legislador, Moiss (embora somente depois do Senhor ter comeado a falar com ele). Ns vemos esta interpretao j comeando a se desenvolver em Philo no sculo I. O que mais surpreendentemente esta idia tambm ser refletida em vrias passagens dos escritos rabnicos. A essncia da tradio um argumento a fortiori. Se os israelitas no Sinai tinham de se abster temporariamente das mulheres para se prepararem para receber as ordens de Deus, o quo mais Moiss deveria permanecer casto, j que Deus falava regularmente com ele (ver e.g., b. Yabb. 87a). A mesma tradio, mas do ponto de vista da esposa desprovida, relatado no Sipre em Nmeros 12.1 (99). Sendo que os rabinos eram contrrios para no dizer hostis ao celibato religioso, a sobrevivncia desta tradio de Moiss mesmo nos escritos rabnicos argumenta a favor de que a tradio tinha vida longa e era comum no tempo dos rabinos [] Nesta viso de tradio marginal no judasmo primitivo, no surpreendente que o estudioso do judasmo, Geza Vermes, tivesse alguma dificuldade em ver Jesus como celibatrio e explicasse este seu estado incomum como funo de seu chamado proftico e recebimento do Esprito. [MJ:1.340f] [referncia do website do autor] Ento, embora fosse normal e esperado que um homem judeu jovem fosse casado, ns temos exemplos onde o celibato era aceito, encorajado ou requerido. Portanto, Jesus no obrigatoriamente teria de ser casado Miller adiciona que um erro utilizar impropriamente a literatura rabnica (como provavelmente Teabing faz, por conta de Dan Brown), para supor que uma opinio rabnica fosse como uma lei. De acordo com Miller, o historiador E. P. Sanders nota: H tambm um ponto mais geral relacionado a se chamar uma opinio de lei: Uma vez que algum comea citando enunciados rabnicos como leis governando a Palestina, pode-se pintar um quadro daquela regio no sculo I, da forma que se quer. H milhares e milhares de pginas, preenchidas com opinies. [JPB:463] [referncia do website do autor] Estas leis podem no ser leis, mas tambm no so simples descries de prticas comuns, que algum finalmente decidiu escrever para uma proibio proposta precisamente porque tantas pessoas estavam fazendo justamente o contrrio. Pode ser algo intencionado aos fariseus, ou pode ser uma expresso de um ideal que nunca foi seguido. Como Miller nota, citando o estudioso judeu Zeev Safrai: De forma geral, o pblico no obedecia aos rabinos. Dentre os judeus, somente uma minoria seguia os rabinos, obedecia a suas decises e era influenciado pelos seus sermes e ensinamentos morais [] O estudioso ou leitor que deseja escrever sobre histria real deve levar em considerao todos os tipos de possibilidades quando se depara com uma passagem rabnica. A resposta: todos faziam algo porque os rabinos estabeleceram raramente a resposta correta. Portanto, falso dizer que faz infinitamente mais sentido Jesus ter sido casado. simplesmente falso afirmar que o decoro social (ou qualquer coisa do tipo) virtualmente proibia um homem judeu de no ser casado. falso dizer que o celibato era condenado, e o silncio sobre o assunto nos Evangelhos no d de forma alguma espao para se provar isto. (Adiciona-se aqui, finalmente, que Jesus realmente tem uma noiva a igreja! assim que o corpo de crentes identificado em Apocalipse, o que claramente aponta para Jesus ter sido solteiro aqui na terra). Em uma seo seguinte, o historiador de Brown repete seu erro sobre terem sido encontrados Evangelhos dentre os pergaminhos do mar morto. Ele tambm recorre a uma coleo de textos encontrados em um local chamado Nag Hammadi em 1945. Surpreendentemente, Teabing no menciona o mais famoso Evangelho alternativo encontrado nesta coleo, o Evangelho de Toms [ou Tom]. O porqu disto bem claro: O Evangelho de Toms termina com uma advertncia de Jesus, dizendo que as mulheres devem tornar-se homens afim de encontrarem a salvao [28]! Nem preciso dizer que isto no se encaixaria no conto de busca ao divino feminino de Brown! Ao invs disso, ele escolhe a dedo dois outros documentos: O Evangelho de Filipe. Recomendado por Teabing como um bom lugar para se comear, Brown cita uma poro do texto na qual dito que Jesus freqentemente beija Maria Madalena na boca e, portanto, provoca cimes em Pedro. Teabing continua apontando que Maria descrita como a companheira de Jesus, e isto supostamente problemtico para a viso dos Evangelhos cannicos [29]. Ser que ? Brown faz Teabing dizer pouco sobre o evangelho de Filipe, e por um bom motivo. Os estudiosos tm absolutamente rejeitado este trabalho como fonte de registros histricos autnticos que no sejam derivados dos Evangelhos cannicos. Um distinto Professor de Histria e Estudos Religiosos da Penn State University, Philip Jenkins, o nosso Felipe que ir desbancar o Felipe de Teabing. Em seu livro Hidden Gospels [Evangelhos Secretos], Jenkins explode o mito sobre o Evangelho de Felipe ser uma fonte confivel e/ou contempornea da/sobre a vida de Jesus: O Evangelho de Felipe no data de jeito nenhum do sculo I, os estudiosos o datam do sculo III, cerca de 200 anos aps Jesus ter vivido, e, portanto, no produto do discpulo Felipe do livro de Atos, a menos que ele tenha vivido pelo menos 310 anos! Isto seria to distante do nosso tempo como a Revoluo Americana, e certamente este um Evangelho no preferencial em relao aos cannicos, os quais mesmo designados com datas tardias por alguns estudiosos (80-100 D.C.) so muito mais prximos da sua fonte [30]. O documento de Nag Hammadi, por sua vez, no foi escrito antes de 350 D.C. [31]. O evangelho de Felipe um texto gnstico, e o pensamento gnstico no teria lugar no Judasmo Palestino do sculo I. Um Jesus ensinando gnosticismo neste cenrio no teria sido a pessoa influenciando Teabing ele teria sido ignorado e evitado. Teabing tambm recorre brevemente a um segundo documento, chamado O Evangelho de Maria Madalena [32]. Afirmando que historiadores modernos j investigaram o assunto (e implicando um veredicto positivo). Este Evangelho tambm mostra Jesus tratando Maria como uma companheira, e apresenta o cime de Pedro, aps Jesus dar a ela instrues especiais para administrar a igreja aps a sua crucificao. Levando idia de que Maria Madalena seria o tero feminino que carregou a linhagem real de Jesus [33], Teabing comenta: Jesus foi o feminista original. Ele pretendia que a cultura de sua igreja estivesse nas mos de Maria Madalena. Entretanto, este Evangelho no tem um desempenho melhor que o de Felipe sob uma anlise crtica. Ele tambm um documento gnstico que no reflete a realidade encontrada entre os judeus palestinos do sculo I. Jenkins nota que os fragmentos mais antigos datam do sculo III, e a maioria dos estudiosos no o datam de antes de 180-200 D.C., to distantes de Jesus como ns estamos da guerra civil norte americana. O que Brown realmente fez aqui aceitar de forma no crtica, e como vlidas, certas vises perifricas que estudiosos moderados como Jenkins rejeitam. Brown senta-se junto aos que afirmam que a tradio original era a de uma adorao deusa e proeminncia de Maria Madalena, que a igreja primitiva, maligna e dominada pelos homens, apagou. Mas como Jenkins observa, O mundo gnstico deveria ser visto como a primeira de muitas reaes populares contra as estruturas institucionais da igreja existente, do tipo que deveria ser comum ao longo da idade mdia e alm dela [35]. Simplificando, a igreja tinha uma reivindicao melhor, por ter estado l antes. Os documentos da igreja tm a evidncia de terem sido compostos primeiro, em termos de evidncias de manuscritos, lingstica interna e certificao externa. A evidncia de contexto para a sociedade dominada por homens, que to depreciada por idelogos como Brown, mais compatvel com a cultura do Judasmo, na qual o Cristianismo foi formado, enquanto o ideal de divino feminino que eles preferem s encontrado mais tarde em materiais gnsticos. Assim, ns encontramos (mesmo em Brown) justificativas necessrias para explicar o porqu da evidncia ser toda a favor da igreja, desta forma, assumindo a cegueira de estudiosos em cima do muro como Jenkins: dito que A histria escrita pelos vencedores, e toda a evidncia para o Cristianismo com um ideal de feminismo foi destruda. Contudo, isto requer a questo natural, de como e por que, os vitoriosos venceram. Assume-se que a luta no foi honesta, que a Igreja aplicou um golpe baixo. Evidncias como o Evangelho de Maria Madalena so admitidas, e no-evidncias como a falta de cpias deste Evangelho de antes do sculo III so tambm admitidas como evidncia. Simplesmente no h como deixar a Igreja vencer no pode haver evidncia a favor dela, assim, Brown e seu bando arrumaram o baralho para vencer no jogo. [36] Em tudo isso admitido que a Igreja Primitiva fosse patriarcal e dogmtica, mas isto simplesmente no o caso. Como Jenkins observa, o Novo Testamento nota um nmero de mulheres proeminentes (antes de ser editado ou alterado, a qualquer extenso conveniente que as teorias da conspirao requeiram). Vrios comentadores no programa do horrio nobre na televiso sugeriram que Maria, enquanto talvez no fosse esposa de Jesus, foi de alguma forma, prxima a Jesus. Isto verdade, mas no da forma que Brown ou esses comentadores acham. Mulheres como Maria Madalena, Joana e Suzana o serviam [Jesus] com os seus bens (Lucas 8:3). O impacto desta passagem no apreciado porque ns perdemos a pista do significado contextual: Isto significa que estas mulheres ricas eram patronas de Jesus, e que financiaram o seu ministrio sendo que, naquele tempo, ele teria sido um cliente que de alguma forma tinha obrigaes para com elas. Posteriormente no Novo Testamento, personagens como Ldia, Jnias, Priscila e Febe so apresentadas proeminentemente. Isto no para dizer que a Igreja era inteiramente igualitria, mas seria um erro consider-la como misgina quando as estruturas de autoridade da Igreja se tornaram menos favorveis s mulheres, Jenkins adiciona: Foi porque a Igreja comeou a seguir os modelos de administrao romanos [37]. O uso de Maria Madalena reflete uma ttica gnstica em todos os sentidos. Como Jenkins observa, os gnsticos, precisando derrubar a autoridade papal/apostlica (note que o fato deles terem de fazer isto, pressupe que em primeiro lugar, a tradio apostlica j tinha a vantagem!), tinham de escolher uma pessoa prxima a Jesus, mas que no fizesse parte do grupo dos apstolos [38]. Os gnsticos tambm tinham uma viso de mundo que demandava a existncia de seres espirituais na forma de casais, ento a escolha de uma mulher como duplicata de Jesus era inevitvel. Nas palavras de Jenkins, utilizar-se desses textos tardios representa o triunfo da esperana sobre o julgamento [39]. Brown no merece nenhuma credibilidade fazendo seus personagens confirmarem esses textos [40]. O Captulo 60 nos oferece o mais prximo de uma pesquisa bibliogrfica que Brown pretende prover. Seu personagem historiador diz que foram feitos relatos aprofundados sobre a linhagem real de Jesus Cristo, por uma grande quantidade de historiadores. Este grande nmero reduzido a quatro (para nossa convenincia, ou por que no h mais?), mas um olhar mais detalhado sobre esses historiadores revela algumas anomalias. As pessoas que escreveram estes textos certamente no so historiadores no sentido acadmico, isto , reconhecidamente possuidores de diplomas acadmicos nestas reas, ou autores de publicaes em peridicos cujos artigos so revisados [peer-reviewed]. E nem seus livros so publicados por editoras acadmicas. Vamos dar uma olhada nos livros que Brown recomenda: The Templar Revelation [A Revelao dos Templrios], de Picknett & Prince. Eles no so historiadores. Os crditos em seu livro os caracterizam como escritores, pesquisadores e conferencistas sobre o paranormal, o oculto, e mistrios histricos e religiosos. Seus outros crditos autorais incluem algumas obras primas da histria crtica, como The Stargate Conspiracy: The Truth About Extraterrestrial Life and the Mysteries of Ancient Egypt [A Conspirao Stargate: A Verdade Sobre a Vida Extraterrestre e os Mistrios do Egito Antigo] e The Mammoth Book of UFOs [O Livro Gigante dos OVNIs]. A Editora da Universidade de Harvard j est praticamente derrubando suas portas. The Woman with the Alabaster Jar [A Mulher com a Jarra de Alabastro], de Starbird & Sweeney. Impresso por aquela boa editora acadmica, Bear and Company [Urso e Companhia], a autora deste livro diz ter Mestrado (mas no diz em que rea) e ter estudado na Vanderbilt Divinity School [Escola de Teologia Vanderbilt]. Embora no seja dito se ela terminou o curso, e se algum material de seu livro foi retirado de algum artigo. Starbird tambm a autora do terceiro livro que Brown destaca, The Goddess in the Gospels [A Deusa nos Evangelhos][41]. notado que o livro a seguir foi uma influncia primria para ela: Holy Blood, Holy Grail [O Santo Graal e a Linhagem Sagrada, disponvel em portugus Ed. Nova Fronteira], de Baigent e Leigh. Este livro, um bestseller que uma mina de ouro para o tipo de teorias desenvolvidas por Brown, no inteiramente confirmado por Teabing, que o critica e alfineta de incerto salto no escuro, mas o permite dizer que a sua premissa fundamental legtima. bom saber que algo , porque as qualificaes dos autores no so. O autor principal, Baigent, tem como nica credencial, ser graduado em psicologia. Leigh descrito em um local (um website promovendo suas qualidades como conferencista) como um escritor e conferencista com um extenso conhecimento de histria, filosofia, psicologia e esoterismo o que parece ser uma forma cheia de rodeios de se dizer que ele no tem nenhuma credencial relevante no assunto. Nenhum desses estudiosos so estudiosos mesmo, e nenhum estudioso do Novo Testamento, seja ele liberal ou conservador, citado. Uma boa introduo ao Novo Testamento para os leigos est disponvel em The Case for Christ [O Argumento a Favor de Cristo] (Zondervan, 1998) e The Case for Faith [O Argumento a Favor da F] (Zondervan, 2000), ambos de Lee Strobel. Acima, ns temos a maior parte do material Bblico de Brown. Daqui pra frente ns encontramos somente alguns pontos a considerar. No Captulo 74 afirma-se que a tradio Judaica antiga envolvia sexo ritualstico no Templo Judeu, e que YHWH era adorado junto com sua esposa Shekinah. difcil dizer de onde Brown tirou esta informao. Eu no estou ciente de nenhum estudo que a contenha. Isto no certificado por nenhum comentarista importante da Bblia ou arqueologia [42]. No Captulo 77 Brown oferece um comentrio sobre um nome prprio, Sesaque [Sheshach], que ele diz ser mencionado repetitivamente no livro de Jeremias. Este nome uma palavra cdigo para Babilnia. Isso verdade, mas parece excessivo dizer que algo mencionado duas vezes (Jer. 25:26, Jer. 51:41) mencionado repetitivamente. adequado, agora no final, levar em considerao alguns comentrios do Captulo 82. O heri de Brown adverte que toda religio no mundo fundamentada em fabricao. Esta a definio de f: A aceitao de algo que ns imaginamos ser verdade, mas que no podemos provar [43]. No mistrio que um estudo contextual da palavra f (pistis) no Novo Testamento e sua literatura contempornea no gerar esta definio. A palavra usada como um substantivo para se referir f Crist como um conjunto de convices, mas em muitos outros casos o significado intencionado no sentido de fidelidade, ou lealdade, como a devida para algum a quem se est destinado e/ou obrigado a servir. A relao entre o crente e Deus forjada no Novo Testamento em termos de uma relao antiga entre cliente-benfeitor. Como os clientes de Deus, a quem ele tem mostrado uma bondade que ns no merecemos (graa), nossa resposta deveria ser a conscincia dos deveres prescritos para aqueles a quem ns devemos prestar contas (Deus) e o grupo ao qual pertencemos (A famlia de Deus, o corpo de Cristo). Esta conscincia a expresso da nossa lealdade em outras palavras, isto a nossa pistis ou f. F no a aceitao do que no podemos provar, mas a confiana em algum que se provou, nossa obrigao de confiar, e sermos servos confiveis para com o nosso benfeitor (Deus), que nos tem provido com ddivas tangveis (Cristo) e provou atravs disso a sua prpria confiabilidade. F no imaginao, mas a forma que ns reagimos evidncia. Os missionrios do Novo Testamento no recorriam aos seus sentimentos, mas aos fatos: A ressurreio e a tumba vazia; os milagres de Jesus; e o cumprimento das profecias do Velho Testamento. Em outras palavras, evidncia. Aqueles que aderem caricatura idealizada de Brown, entretanto, deveriam por razes bvias preferir o tipo de f mais nebulosa. claro o porqu: Todos os seus documentos so datados de muito tempo depois; toda a sua evidncia destruda; todas as suas idias so descontextualizaes grosseiras. No surpreendente que o Cdigo da Vinci termine com a abertura da tumba de Maria Madalena, e os supostos segredos continuem no sendo ditos. Se os idelogos de Brown realmente possuem antigos documentos secretos que podem virar o mundo de cabea para baixo, por que esses documentos agora no esto nas mos de palegrafos, experts em lingstica ou outros estudiosos para serem datados? Os missionrios cristos arriscaram suas vidas para pregar o Evangelho o que os revisionistas temem? Brown no o primeiro a propor que o Cristianismo seja uma grande conspirao por parte do Vaticano e/ou outros para ludibriar o mundo sobre o Jesus verdadeiro, e ele no ser o ltimo. O que surpreendente no que ele audaciosamente rotule como FATO o que j foi totalmente refutado pela evidncia. O que surpreende que nossa cultura seja to desinformada sobre o Cristianismo, lamentavelmente ignorante sobre a histria, e no tenha a mnima idia sobre a origem, composio, preservao e traduo da Bblia. Este romance baseado em uma falsificao to frgil que se tivesse usado qualquer outro contexto na trama uma vizinhana de periferia, uma investigao policial, um movimento pr-conservao do meio-ambiente ningum seria capaz de suspender a descrena por tempo o bastante para aproveitar a estria. mais do que surpreendente que milhes de pessoas no tenham virado as costas ao Cdigo da Vinci, triste. Que os crticos e a mdia sejam to ingnuos, trgico. [1] Jesus, Mary and DaVinci, ABC, 3 de Novembro de 2003. [2] Ver: Behind Tonights ABC Jesus Special, http://www.worldnetdaily.com/news/article.asp?ARTICLE_ID=35400. [3] Ver: http://www.albinism.org/publications/what_is_albinism.html. [4] Os pergaminhos do mar morto foram descobertos em 1947, e qualquer texto introdutrio confirmar isso (ver por exemplo: http://www.encyclopedia.com/html/D/DeadS1eaS1.asp ). [5] Embora esteja alm do nosso escopo geral, til apontar mais alguns erros rudes de Brown nesta rea, e em outras, que j foram notados por comentadores do livro: A teoria de que Leonardo da Vinci incluiu Maria Madalena em seu quadro A ltima Ceia no aceita por historiadores da arte, que dizem que a figura feminina sentada esquerda de Jesus o Apstolo Joo Batista infantilizado, e esta a forma como ele normalmente retratado nas obras de arte daquela poca. Essa identificao foi explicitamente rejeitada por Carmen Bombach, uma expert em Leonardo entrevistada por Katie Couric no Today Show. O especial da ABC foi capaz de localizar somente um historiador da arte, Carlo Pedretti, que concordou que Leonardo pintou esta figura como uma mulher, aparentemente baseando-se na leve semelhana na figura de uma mulher em outro quadro. Brown dispensa o testemunho de experts em histria da arte ao simplesmente afirmar que ns vemos o que nos foi dito para ver. Brown relata de forma incorreta que as Olimpadas antigas eram realizadas em honra a Afrodite. Na verdade elas honravam Zeus. Contrrio ao que Brown diz, Os cavaleiros templrios no tinham nada a ver com a construo de catedrais. Um assassino no livro identificado como um monge da organizao catlica Opus Dei, embora a organizao nem tenha monges. Brown relata que a Pirmide do Louvre composta de 666 vidraas. Na verdade, composto de 673. Ver: The Louvres Pyramid celebrates its 10th Anniversary from 7 to 21 April1999, http://www.louvre.or.jp/louvre/presse/en/activites/archives/anniv.htm dito que a igreja, em sua histria, queimou 5 milhes de mulheres acusadas de bruxaria. O nmero real de executadas nas caas s bruxas europias foi algo em torno de 30000 a 60000; nem todas eram mulheres, nem todas foram queimadas, e nem todas foram executadas pela igreja. [Ver: Bob & Gretchen Passantino, Satanism (Zondervan, 1995), 33-34]. [6] Dan Brown, The DaVinci Code (Doubleday, 2003), 231. [7] Brown lamentavelmente ignorante sobre a origem e composio da Bblia. Existem muitas fontes disponveis sobre o assunto, tais como Revelation, Inspiration, and Illumination em http://www.answers.org/theology/illumination.html. [8] Maurice Casey, The Aramaic Sources of Marks Gospel (Cambridge University Press, 1999), 94. [9] Casey, 101. [10] Casey, 105. [11] Casey, 106. [12] Brown, 231. [13] E. P. Sanders, The Historical Figure of Jesus (Penguin Books), 3. [14] Brown, 234. [15] H vrios estudiosos que acreditam na possibilidade de existncia de fragmentos de documentos do Novo Testamento dentre os pergaminhos do mar morto. Sem discutir sobre as suas teorias, para o propsito deste artigo eles so irrelevantes, mesmo se genunos, pois eles estariam meramente reproduzindo pores incompletas do Novo Testamento, sem estabelecer ou promover qualquer idia ou ensinamento cristo ou pseudo-cristo. Uma introduo a esta tese est disponvel em: http://www.geocities.com/Heartland/7547/ntmss.html. [16] Um bom incio para se buscar informaes on-line sobre os pergaminhos est em: http://www.biblicalstudies.org.uk/back_dss.html. Para um julgamento mais moderado sobre as controvrsias envolvendo os pergaminhos do mar morto, ver a compilao de Mahlon Smith em http://www.rci.rutgers.edu/~religion/iho/dss.html. [17] Para se aprofundar neste assunto, ver Seven Principles for Recognizing Canonical Books http://www.answers.org/bible/canonicity.hmtl; J.P. Holding, Canon Fire http://www.tektonics.org/lp/ntcanon.html. [18] Robert M. Grant, The Formation of the New Testament (Harper and Row, 1965), 10. [19] Brown, 232. [20] Ver: J. P. Holding, Mighty Mithraic Madness, http://www.tektonics.org/copycat/mithra.html. [21] Richard Gordon, Image and Value in the Greco-Roman World (Variorum, 1996), 96. [22] Brown, 232-3. [23] Brown, 233. [24] Albert Mohler nota um erro particularmente evidente de Teabing, que afirma que a divindade de Jesus foi decidida em Nicia por uma votao relativamente apertada. Na verdade somente dois dos 300 bispos no conclio no assinaram a confisso de f afirmando a completa divindade de Cristo e condenando qualquer viso que o considerasse menos que isso! [no link para o artigo original h mais informaes sobre o assunto]. [25] Uma explicao completa dos vrios ttulos atribudos a Jesus por ele mesmo e pelos autores do Novo Testamento pode ser encontrada em: J. P. Holding, The Divine Claims of Jesus http://www.tektonics.org/jesusclaims/jesusclaimshub.html. [26] Brown, 245. Este ponto foi reiterado pela feminista Karen King, professora de teologia, no programa de televiso, que afirmou que era uma prtica normal para um homem judeu daquele tempo ser casado. [27] Glenn Miller, Did the Bible Lie About Jesus Not Being Married?, http://www.christian-thinktank.com/singlejesus.html. [28] Jesus diz sobre Maria na passagem final de Toms: Eu mesmo irei orient-la afim de torn-la homem [] Pois cada mulher que se fizer homem ir entrar no reino dos cus. Para um exame da confiabilidade do Evangelho de Toms, ver: Is the Gospel of Thomas Reliable? http://www.answers.org/bible/gospelofthomas.html; J. P. Holding, Thomas Gospel Tizzy http://www.tektonics.org/qt/thomasgospel.html. [29] Brown, 246. Na entrevista ao Today Show, o estudioso da Bblia, Roy Heller da Perkins University notou outro erro rude de Brown, quando ele afirmou que Maria Madalena era chamada de companheira de Jesus e que esta palavra em aramaico significa esposa. Heller notou que o Evangelho de Felipe foi escrito em grego, e no em aramaico. (Olson end Miesel [94] adicionam u estudo detalhado desta palavra grega, que usada como parceiros em uma variedade de relacionamentos, incluindo os no sexuais). [30] A datao dos evangelhos cannicos um tema complexo. Para uma introduo aos argumentos, ver: J. P. Holding, Gospel Dates, Gospel Authors http://www.tektonics.org/tekton_02_02_02.html. H tambm questes relacionadas aos usos de fontes dos Evangelhos, e de uns dos outros; para uma introduo a essas questes, ver: The Mysterious Case of the Missing Q, http://www.answers.org/bible/missing_q.html; J. P. Holding, Q Tips http://www.tektonics.org/qm/qmhub.html/. [31] Philip Jenkins, Hidden Gospels (Oxford Press, 2002), 69, 117. Em um programa do horrio nobre da ABC, Elaine Pagels citada dizendo que possvel que documentos como estes sejam muito antigos, embora no esteja claro se ela quis dizer do sculo I ou muito antigos, como de 150 D.C., em comparao com a datao do sculo IV que outros determinam. Se ela quer dizer a data mais antiga, ela est apenas supondo, no h absolutamente nenhuma evidncia para apoiar isso. Se ela quis dizer 150 D.C. ou depois, eles esto enfrentando o desafio formidvel que a comum aceitao, por parte da igreja, dos quatro Evangelhos j cannicos. [32] Brown, 247. [33] Brown, 248-9. [34] Jenkins, 139. [35] Jenkins, 118. [36] Para uma resposta aos ataques sobre a confiabilidade da Bblia, ver: How Far Can We Trust the Bible? http://www.answers.org/apologetics/contradictions.html; The Testimony of Two or Three Witnesses: We Can Trust the Factuality of the Gospel http://www.answers.org/bible/two_witnesses.html; W. R. Miller, The Truthfulness of the Bible http://www.tektonics.org/guest/truthfulness.htm. Existem muitas fontes disponveis on-line sobre a confiabilidade da Bblia, de estudiosos extraordinrios, dos quais Daniel B. Wallace um exemplo (ver seus Inspiration, Preservation and New Testament Textual Criticism http://www.bible.org/docs/soapbox/inspiration.htm, The Conspiracy Behind the New Bible Translations http://www.bible.org/docs/soapbox/conspire.htm, e Why So Many Versions? http://www.bible.org/docs/soapbox/versions.htm). [37] Jenkins, 131, 133. [38] Jenkins, 142. [39] Jenkins, 146. [40] Para uma excelente viso geral sobre o tratamento favorvel das mulheres na Bblia, ver a srie estendida de Glenn Miller em http://www.christian-thinktank.com/femalex.html. Para um exemplo de como se derrotar as tentativas de se fazer o Cristianismo original de gnstico, ver J. P. Holding, Those Naughty Gnostys! http://www.tektonics.org/gk/gnostpaul.html. [41] Starbird participou de um programa no horrio nobre, onde ela argumentou que Joo 20:17, No me toque, implicava uma relao muito prxima entre Maria e Jesus, pois a palavra toque significava se apegar a algum [neste caso, no sentido de se dar as mos fortemente]. O estudioso evanglico Darrel Bock respondeu que a reao de Maria foi simplesmente de devoo e emoo ordinrias. Bob Passantino comenta: Jesus ficaria por perto por 40 dias, propiciando mltiplas evidncias de sua ressurreio, de forma que Maria no tinha que temer a partida imediata e sem retorno de Jesus. No havia razo para se segurar pelas mos algum que no estava com pressa de partir! O principal propsito das aparies aps a ressurreio foram justamente provar que ele ressuscitara no mesmo corpo, agora glorificado, mas que antes havia sido crucificado. No foi uma ressurreio espiritual e efmera/passageira, incapaz de ser verificada empiricamente (Lucas 24:39). [42] Miesel [Ver mais no link original, na seo de sugestes para aprofundamento do tema] acha que esta afirmao de Brown surpreendente e adiciona a seguinte crtica especfica sobre outra afirmao: Alm disso, [Brown] diz que o tetragrammaton YHWH deriva de Jehovah, uma unio fsica andrgina entre o masculino Jah e o nome pr-hebraico de Eva, Havah. Mas como qualquer estudante iniciante das Escrituras poderia te dizer, Jehovah na verdade uma transformao, do sculo 16, da palavra Yahweh usando as vogais de Adonai (Senhor). O tetragrammaton na verdade derivado do verbo em hebraico ser e uma indicao da natureza eterna de Deus, no tem relao com sexos ou mistura de sexos. [43] Brown, 341. Traduo: Maximiliano Arajo. OBS1: Traduzi este texto h um bom tempo, minha traduo t meio tosca, mas acho que d pra entender tranqilo. OBS2: As crticas devem ser enviadas ao autor, no site dele. (function(g){g.__ATA.initAd({sectionId:26942, width:300, height:250});})(window); Curtir isso:Curtir Carregando... Relacionado