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O Caminho para a VIDA ETERNA Gordon Lindsay Digitalização: renato14 Nossos e-books são disponibilizados gratuitamente, com a única finalidade de oferecer leitura edificante a todos aqueles que não tem condições econômicas para comprar. Se você é financeiramente privilegiado, então utilize nosso acervo apenas para avaliação, e, se gostar, abençoe autores, editoras e livrarias, adquirindo os livros. http://semeador.forumeiros.com/f1-lancamentos www.convictos.netau.net

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O Caminho para a VIDA ETERNA – Gordon Lindsay

Digitalização: renato14

Nossos e-books são disponibilizados gratuitamente, com a única finalidade de oferecer leitura edificante a todos aqueles

que não tem condições econômicas para comprar.

Se você é financeiramente privilegiado, então utilize nosso

acervo apenas para avaliação, e, se gostar, abençoe autores,

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http://semeador.forumeiros.com/f1-lancamentos

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O Caminho para a VIDA ETERNA

Ou o que devo fazer para ser Salvo

22 de novembro de 1963 foi um dia que estarreceu e consternou o

mundo inteiro. Nele o presidente Kennedy dos Estados Unidos, era morto a

tiros por um assassino. O agitado mundo parava ao tombar um dos seus

grandes líderes.

O choque tremendo causado por esse acontecimento foi sentido em toda

a parte, porém maior foi o seu efeito sobre a cidade de Dallas onde ocorreu.

Para os que presenciaram a cena aquele foi um dia de que nunca se

esquecerão. Entre os que viram o horrível espetáculo estava meu filho caçula,

Dennis.

Na manhã de 22 de novembro de 1963, ele com dois outros

companheiros entraram no seu pequeno Volkswagen vermelho e rumaram

para o campo de aviação de Dallas. A caminho notaram que um grande relógio

dum prédio das adjacências da via férrea marcava onze horas e minutos.

Tinham de apressar pois sabiam que não tardaria o presidente a chegar em

seu grande avião a jato. Atingiram o Aeroporto pouco antes de chegar o avião

presidencial. Este não tardou a aterrissar e em poucos minutos o carro do

presidente transpunha os portões do campo. Um dos meninos tirava

fotografias de cima do Volkswagen. O presidente olhou-o de relance, sorriu, e

acenou para a multidão ao passar o cortejo.

Dennis e seus amigos haviam conseguido ingressos para o local onde o

presidente devia falar dentro de uma hora. Mais tarde, nele perambulando

viram um repórter empunhando um transmissor portátil a correr em direção

ao pavilhão do fotografo. Naquele momento um carro em grande velocidade

descia a estrada. Ao diminuir a marcha para fazer a curva, Dennis que então

filmava, ao olhar pelo visor, viu uma cena indescritível. O presidente estava

caído dentro do carro e sobre ele se inclinavam a Sra. Kennedy e um homem.

Um dos fotógrafos exclamou: “O presidente foi baleado!”

Os rapazes entraram no Volkswagen e seguiram o carro que corria a

toda velocidade em direção ao hospital. Os agentes do serviço secreto ainda

não estavam postados às portas. Levados pela curiosidade própria de

meninos, entraram. Seguiram um repórter até o quarto para onde fora levado

o presidente. Uma enfermeira saiu apressadamente e perguntou-lhes qual o

tipo de sangue deles, e se estavam dispostos a dá-lo para uma transfusão.

Dennis consentiu, mas antes que uma decisão pudesse ser tomada, os

médicos chamaram-na e disseram-lhe ser isso desnecessário. O estado do

presidente estava além de recursos humanos. Logo depois era feito o

comunicado do falecimento do presidente.

Os rapazes regressaram ao colégio acabrunhados e calados. Passaram

pelo relógio que haviam visto fazia apenas duas horas. Ainda não sabiam que

fora debaixo daquele mesmo relógio que a arma assassina detonara.

Outro choque, porém, os esperava. Um assassinato ocorrera na rua.

Sangue espalhava-se pelo chão e os policiais perseguiam freneticamente um

homem que acabava de matar um policial. Os agentes não tardaram a prendê-

lo e conduzi-lo para a delegacia. Lá souberam que provavelmente se tratava da

pessoa que havia assassinado o presidente, o que veio a confirmar-se

posteriormente.

Para os rapazes aquele fora um dia repleto de acontecimentos e de

lições. Perguntei a Dennis, após ter ele presenciado essa trágica e histórica

ocorrência, qual a impressão que lhe deixara ela no espírito. Com sobriedade

respondeu-me: “Mostrou-me quão breve pode ser a vida e quão súbito pode a

morte chegar. Fez-me compreender que mesmo que tenhamos centenas de

homens a guardar-nos, podemos ser levados na fração de um segundo. Temos,

pois, de estar preparados”.

Existe vida após a morte?

Desde que o velho Jó pronunciou estas palavras: “Morrendo o homem

porventura tornará a viver?” a humanidade tem perguntado: De onde viemos?

Para onde vamos? Qual o destino do homem? Se o homem torna a viver, como

será essa vida?

Existe algo no coração humano – um instintivo anelo de imortalidade.

No íntimo do homem há alguma coisa que lhe diz não ser a morte nem o

túmulo o fim de tudo.

Não há rigor no mundo povo algum que não nutra certa espécie de

crença numa vida futura.

De todas as criaturas que vivem na face da terra, ocupa o homem a

mais elevada posição – embora as espécies animais inferiores possuam

instintos realmente notáveis. Por exemplo, coloque-se um pombo-correio num

receptáculo totalmente fechado e transporte-se a ave a um ponto situado a

légua de distância, onde ela nunca esteve. Ao soltar-se, o que acontece? O

pombo ergue-se no ar, circula no alto alguns minutos para se orientar e

depois parte em linha reta em direção ao seu pombal. Não tarda a estar de

volta ao ponto de partida.

Ora, será possível que o instinto que conduz seguro o pombo-correio de

volta ao lar seja real, e falso o que leva o homem a Deus e ao seu lar celestial?

Quanto mais valor tem um homem do que um pássaro? Foi o que disse Jesus

ao falar de pardais:

"Não se vendem dois passarinhos por um ceitil? e nenhum deles cairá em terra

sem a vontade de vosso Pai. E até mesmo os cabelos da vossa cabeça estão

todos contados. Não temais, pois; mais valeis vós do que muitos passarinhos."

(Mateus 10:29-31)

Ensina-nos a natureza que existe uma vida após a morte. Um grão de

trigo cai na terra aparentemente apenas para morrer. Não, assim, porém! A

natureza tem um milagre reservado. Da morte surge a vida! Aquele grão que

morreu não somente recebe vida como também reproduz muitas vezes. Sem

dúvida o homem vale mais do que um grão de trigo!

Jesus claramente ensinou que há vida depois da morte. Quando os

saduceus negaram que houvesse ressurreição, Ele disse: “Errais, não

conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus... E quanto à ressurreição dos

mortos, não tendes lido o que Deus vos declarou: Eu sou o Deus de Abraão, o

Deus de Isaque e o Deus de Jacó? Ele não é Deus de mortos, e, sim, de vivos”

(Mat. 22:29,31-32)

Sim, você e eu viveremos após a presente vida. A única pergunta é que

todo-importante, é saber se aquela existência será feliz ou, – Não o permita

Deus, – se será uma de consciência de oportunidade perdida durante a vida

terrena.

Quem é Deus

Quase todo o mundo em toda parte exceto onde o ateísmo é prática

imposta pelo governo, crê num Poder Superior ao do homem – um Supremo

Ser a quem chamamos Deus. O homem, criado à Sua imagem, instintivamente

O invoca na hora da angústia e da tribulação. A razão lhe diz que há Deus. A

coisa criada fala e diz que deve haver um artesão. A criação declara que deve

haver um Criador. O efeito reclama a existência de uma causa.

Embora quase todos creiam em Deus, muito pouco sabem a respeito

dEle. Como e onde se pode obter o desejado conhecimento? Os filósofos e os

cientistas contam-nos alguma coisa das suas obras – são infinitamente

grandes; há desígnio e ordem no universo que é regido por leis imutáveis. A

natureza mostra Deus como o Criador da beleza e da variedade infinita. Dos

bilhões de flocos de neve que caem sobre a terra não há dois deles exatamente

iguais. Todavia, a ciência e a natureza pouco podem revelar da natureza moral

de Deus. Não nos podem dizer que Ele é um Pai de amor nem um Deus de

santidade, que odeia o pecado. O conhecimento disso deve vir por revelação. E

somente um livro no mundo pode nos dá-la, a saber, as Santas Escrituras, ou

a Bíblia.

Esta revela que Deus é espírito. Alguns dos antigos pensavam vê-Lo no

céu visível. Adoravam o sol, a lua e as estrelas. Os gregos tinham seus semi-

deuses – de ambos os sexos. Ainda outros O concebiam à imagem de um

animal ou mesmo de uma serpente. Jesus, porém, trouxe ao homem a

verdadeira revelação de Deus. Ele declarou haver só um Deus, que é Espírito,

e que “importa que os Seus adoradores O adorem em espírito e em verdade.”

(João 4:24)

Por ser Deus Espírito pode estar em toda a parte ao mesmo tempo. Não

há limitação ao Seu poder. Embora não possamos ver o Espírito com nossos

olhos naturais, contudo, sabemos que Ele existe. Também nós somos espírito

vivendo dentro de um corpo físico; quando este morre, aquele sobrevive.

Certas pessoas procuram compreender a Deus por meio do raciocínio.

Não se pode porém compreendê-Lo do mesmo modo que não se pode

compreender como do nada criou Ele o mundo, nem como tem existido desde

o princípio. Só pela fé compreendemos e conhecemos a Deus.

Não podemos ver as ondas de rádio, mas sabemos que existem e que

penetram em nossos lares. Podemos sintonizá-las em nosso receptor e ouvir

música ou a voz do locutor falando a centenas de léguas de distância. Assim

também, embora não possamos com os olhos naturais ver a Deus, todavia

sabemos pela fé que Ele está presente e que nos ouve quando oramos. Declara

a Escritura: “Buscar-me-eis e me achareis, quando me buscardes de todo o

vosso coração.” (Jer. 29:13)

O que separa o homem de Deus?

Revela a Bíblia que Deus é Deus de amor e de misericórdia, mas

também fala dEle como Deus de santidade. E porque Ele é santo e o homem

pecador, um grande abismo se ergueu entre ambos. Um Deus santo não pode

olhar com aprovação para o pecado. Foi por esse motivo que a comunhão

entre Ele e o homem se rompeu. O pecador em si mesmo não pode encontrar

um meio de restabelecer essa comunhão. Não pode erguer-se aos céus pelos

seus próprios recursos. Está o homem eternamente separado de Deus exceto

se puder encontrar alguém que tenha poder de redimi-lo.

Como entrou no mundo o pecado que separou o homem de Deus?

Ninguém pode negar a existência do mal. Podem alguns não se reconhecerem

pecadores, porém todos tem de concordar que há o pecado no mundo. Bastava

a qualquer um ler apenas os jornais com suas páginas repletas de notícias

sobre homicídios, brutalidades e crimes para saber que alguma coisa está

errada com a sociedade. Bastar-lhe-á apenas observar a atual delinqüência

juvenil, a crescente incidência de crimes de violência, os milhares de jovens

que se prostituem numa vida de degradação e vergonha, instituições repletas

de pessoas cujas mentes estão perturbadas, para saber que algo está

assustadoramente errado com este mundo.

O pecado porém não está limitado aos redutos marginais da população.

A própria sociedade geme em conseqüência dos males que corroem as suas

fileiras: – infidelidade conjugal, divórcio, embriaguez, perversões e depravação.

Conforme declara a Escritura: “Não há justo, nem sequer um... pois todos

pecaram e carecem da glória de Deus” (Rom. 3:10,23)

Onde se originou o Pecado?

Surge aqui a pergunta, de onde veio o pecado? Esteve ele sempre no

mundo? Se não, onde começou? Para encontrar resposta a essa pergunta

voltemos ao Jardim do Éden. Quando Deus criou o homem e ali o colocou, fez

este perfeito e sem mácula. Sendo, porém, criado à imagem de Deus, possuía

a faculdade de escolher. Sem ela não seria um agente moral livre. Ao homem

foi-lhe concedida a liberdade de obedecer ou de desobedecer às ordens de

Deus. Possuía realmente ilimitada possibilidade de desenvolvimento e de

expressão. Deus disse-lhe que exercesse domínio sobre toda a terra e a

sujeitasse (Gên. 1:28). Esse domínio, porém, foi-lhe dado ficando entendido

que ele se submeteria a uma prova de obediência. Adão preferiu desobedecer;

falhou na prova e, desde então, vem a humanidade sofrendo-lhe as

consequências. Deus dissera que a desobediência traria a morte e por causa

disso o mundo se transformou num imenso cemitério. Decepção, desilusão,

sofrimento, miséria, tristezas, tem sido a história da raça humana desde Adão

até o presente. O vírus pecado, herdado de Adão, transmitiu-se a todas as

gerações. Cada membro da raça humana é um pecador (Rom. 5:12).

É isso a que se chama pecado que tem impedido o homem de alcançar o

seu potencial, as suas esperanças e ideais; que tem feito fracassar todas as

civilizações. O homem tem tentado numerosas vezes construir na terra, por

esforço próprio, o reino da utopia. Mais cedo ou mais tarde, porém, fracassou

em todos os casos. A atual situação trágica em que se encontra o mundo a

oscilar na balança sob a ameaça de aniquilação atômica, é testemunha

eloqüente do fato que jamais esteve o homem tão distante do seu objetivo.

O que é isso que se chama Pecado?

O pecado é essencialmente aquilo que foi no Jardim do Éden – preferir o

homem escolher os seus próprios caminhos ao de Deus; ter mais afeição aos

seus próprios desejos do que a Deus e à Sua vontade.

Satanás caiu por ter escolhido seguir a sua própria vontade. Fora criado

ser perfeito e santo, porém preferiu sobrepor a sua vontade à de Deus e

construir ao redor de si um reino por ele mesmo arquitetado. Caiu e tornou-se

o ser nefando que é.

É essa terrível capacidade que tem o homem de exercer o livre arbítrio

para satisfazer os seus propósitos egoístas, que tem causado a miséria em que

se encontra hoje o mundo. Não obstante as engenhosas especulações do

homem no sentido de que há na natureza um “impulso ascensional” e que o

processo de “evolução” transformará, a seu tempo, a raça humana em super-

homens, todavia, sem Cristo, tudo isso ruirá.

Não ousemos encarar o pecado de maneira leviana. Pecado é violação da

lei de Deus. A natureza corrompida do homem leva-o a dar pouco caso ao

pecado e sobre ele tecer piadas. Jesus, porém, declarou que da natureza má

do homem procede toda sorte de iniqüidades. “Porque de dentro do coração dos

homens, é que procedem os maus desígnios, a prostituição, os furtos, os

homicídios, os adultérios, a avareza, as malícias, o dolo, a lascívia, a inveja, a

blasfêmia, a soberba, a loucura: ora, todos estes males vem de dentro e

contaminam o homem.” (Marcos 7:21,23)

(Agora em outra tradução da Bíblia)

"Porque do interior do coração dos homens saem os maus pensamentos, os

adultérios, as prostituições, os homicídios, os furtos, a avareza, as maldades, o

engano, a dissolução, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. Todos estes

males procedem de dentro e contaminam o homem."

(Marcos 7:21,23)

Supõem alguns que certos pecados não são tão maus quanto outros.

Embora seja verdade que alguns não sejam tão flagrantes quanto outros,

todavia, todos eles são mortais. O mundo costuma considerar o criminoso que

furta ou mata como indivíduo excepcionalmente perverso, ao passo que o

homem que defrauda um pouco, pragueja um pouco, mente um pouco, e não

vai para a prisão, é tido como boa pessoa. Porém os pecados grandes ou

pequenos são expressão da natureza decaída do homem. Talvez o mais sutil

perigo que defronta o indivíduo é sentir que não é tão mau quanto os demais

homens e, portanto, não precisar da salvação. Mas na realidade, descrer da

importância que Deus dá ao pecado é um insulto à Sua vontade. Tornar-se

alguém surdo ao evangelho que prega a necessidade de arrependimento, é

assegurar a sua própria condenação.

Geralmente o pecador não compreende o perigo do pecado. Inclina-se

antes a tolerá-lo e a desculpar-se dizendo que outros fazem o mesmo, ou que

há outros piores do que ele. Porém o pecado exerce um efeito peculiar. Enlaça

o homem e torna-o parte dele. Foi dito acerca de Moisés que preferiu “ser

maltratado junto com o povo de Deus, a usufruir prazeres transitórios do

pecado” (Heb. 11:25). O pecado proporcionou prazer por algum tempo, mas

apenas por algum tempo. Vem o dia em que ele se volta contra a sua vítima e

dela se torna senhor.

Conta-se que havia em Londres um domador de feras, dono de uma

enorme jibóia que ele criara desde filhote. Ao terminar uma exibição, o animal

deslizou-se pelo palco e, a uma voz de comando, enrolou-se toda no corpo do

homem, ocultando-o à vista. Por cima dele, bem alto, agitava a cobra a

horrível cabeça. A platéia aplaudiu delirantemente o ato mas, de repente,

silenciou de horror. Um grito de agonia partira de onde se achava a enorme

serpente. Ouviram-se estalar, um por um, os ossos do domador, até que tudo

se fez silêncio. A jibóia passava de dominada à dominadora. O pobre homem

havia brincado com ela demasiadamente. Que verdadeiro símbolo do que o

pecado faz às suas vítimas!

O que acontece ao homem que morre em seus pecados?

O que realmente acontece ao pecador que morre sem Cristo? Cessa ele

de existir? Sua alma dorme ou se encontra ele algures em estado de

consciência? Existe um lugar chamado inferno? É compreensível que a pessoa

não convertida não esteja particularmente interessada em aceitar a existência

do inferno, mas também é claro que se tal lugar existe, a situação não se

altera, creia nela ou não o indivíduo.

Incontestavelmente o assunto de inferno é na Bíblia um dos mais

difíceis de tratar. Billy Graham, o grande evangelista, diz que ao realizar as

suas campanhas de evangelização, costuma dedicar uma noite à discussão

dele. Acrescenta, porém, que após durante dias seguidos os redatores dos

jornais recebiam cartas de pessoas que apresentam os seus argumentos a

favor ou contra o assunto.

Há também os que ensinam que há inferno, não contudo, eterno.

Todavia, convém salientar que a mesma palavra usada para significar a bem-

aventurança eterna do justo é também usada para descrever a eternidade dos

incrédulos.

Há ainda os que ensinam que aos que rejeitam a Cristo ser-lhe-á

concedida uma segunda oportunidade. Quanto a isso só podemos dizer que,

se verdadeiro, as Escrituras estranhamente silenciaram a respeito. Por outro

lado, repetidas vezes nelas se encontram declarações como estas: “Eis agora o

dia da Salvação... Eis agora o tempo aceitável... Hoje, se ouvirdes a Sua voz...”

Parece evidente que se faz necessária uma compreensão mais clara do

que é o inferno e da razão porque muitos vão para lá. Alguns extremistas

religiosos tem ensinado que se for para glória de Deus, o homem deve estar

disposto a ser lançado no inferno. Isto, sem dúvida, é grave erro, pois faz de

Deus um ser cruel que acha prazer na morte de pecadores. O oposto é

realmente a verdade. Disse Jesus: "Porque Deus amou o mundo de tal maneira

que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nEle crê não pereça,

mas tenha a vida eterna."

(João 3:16) A Bíblia claramente ensina que Deus empregou todos os recursos,

até mesmo os de dar o seu próprio Filho, para que todos os homens viessem a

salvar-se.

Consideremos agora algumas perguntas geralmente feitas a respeito da

morte. O ateísmo afirma que quando alguém morre, morre como qualquer

animal – e tudo se acaba. Tal ponto de vista, contudo, é contrário não só ao

instinto humano como também à experiência daqueles que tem observado

pessoas morrerem. A própria Bíblia dá forte ênfase ao ensino que afirma ficar

o espírito humano consciente após a morte. Jesus disse ao ladrão na cruz:

“Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso”. Ele falou do patriarca

Abraão e de Lázaro e o rico como estando conscientes após a morte. O

apóstolo Paulo também afirma o mesmo ao dizer: “Preferindo deixar o corpo e

habitar com o Senhor”. Não podemos, aqui, por falta de espaço, transcrever as

muitas passagens da Escritura que ensinam essa verdade. Podemos apenas

dizer que tão esmagadora é a evidência que a Igreja, como um todo e através

de todos os tempos, tem consistentemente ensinado que os homens estão

conscientes após a morte.

A questão realmente não é saber se os mortos estão conscientes ou não,

mas se estão num estado de paz ou de infelicidade. Muitos crêem num céu

para os justos porém não estão certos do que ocorre aos perdidos. Seria Deus

tão inclemente que os excluísse do céu? Todavia, perguntamos, estará o

pecador feliz no céu com os seus pecados? Quando na terra, onde procura

seus companheiros? Tem ele prazer em estar na casa de Deus? É encontrado

numa reunião de oração? Porventura se alegra com outros pela conversão de

pecadores? Ou antes não prefere a companhia de pecadores e mundanos? As

ações de um homem neste mundo respondem à pergunta acerca de onde

estará ele no vindouro. Os ímpios querem estar com os ímpios e os justos com

os justos. Esta é a lei da atração e repulsão, lei essa que se aplica tanto no

presente mundo como ao vindouro.

A morte não opera qualquer transformação fundamental na natureza

humana. Se antes dela o homem ama o mal, depois dela será atraído pelo mal.

Se neste mundo ele ama a companhia dos redimidos, por eles será atraído no

outro.

Assim, pois, fosse o pecador que morre em seus pecados para a

presença dos santos e dos redimidos seria ele profundamente infeliz. Sentir-

se-ia totalmente em desarmonia numa atmosfera de adoração. Preferiria antes

estar com aqueles que lhe são semelhantes – os impuros e ímpios. Eis a razão

porque Jesus disse aos judeus não convertidos que se recusavam a aceitar as

Suas declarações: “Vou retirar-Me, e vós Me procurareis mas perecereis no

vosso pecado; para onde Eu vou vós não podeis ir.” (João 8:21)

Ao morrer o homem o seu espírito deve ir para algum lugar. Para onde?

Os semelhantes se atraem. Os justos, lavados no sangue de Jesus, são

atraídos para as regiões da justiça. Os ímpios, para as do pecaminoso e

impuro. Ora, se o justo fosse para a região dos não convertidos, o sofrimento

dele seria intenso. Por esse motivo Deus colocou um abismo entre os ímpios e

os justos.

Hades é o lugar para onde vão os que se não convertem. Os que não são

purificados pelo sangue de Cristo são levados pela lei de atração para a região

do pecaminoso. Foi isso o que ocorreu ao homem rico a respeito do qual Jesus

fala em Lucas 16:19-31.

Enquanto vivia na terra se vestia de púrpura e de linho finíssimo e se

banqueteava todos os dias. Não diz a narrativa fosse ele criminoso ou mau no

sentido em que o mundo a isso considera.

Como contraste havia um mendigo chamado Lázaro, coberto de chagas

e de andrajos. Jazia à porta do rico e não tinha ninguém com quem contar

senão a Deus. Ao morrer foi pelos anjos levado para o paraíso.

O rico também morreu e foi sepultado, tendo sido talvez honrado com

um suntuoso funeral. Isso marcou o fim desse opulento homem tanto quanto

os registros terrenos dizem respeito.

Cristo, porém, levou a história mais adiante. Só Ele poderia descerrar o

véu do mundo além. Os mais bondosos e ternos lábios que falaram aos

homens, conta-nos que o rico foi para o Hades. Lá ele sofreu, não de uma

chama física, mas do fogo do mal que existe nas regiões das trevas.

Esse rico na sua forma espiritual possuía faculdades que lhe

correspondiam às do corpo físico. Podia ver, pois viu, à distância, o patriarca

Abraão. Podia sentir, ouvir, conversar. Tinha o sentido do paladar.

Experimentou remorso. Tentou em vão que Lázaro levasse uma mensagem a

cinco irmãos seus, de sorte que não fossem eles, também parar naquele lugar.

Tão pouco expressou o outrora rico qualquer esperança de escapar dali. Entre

ele e a habitação de Lázaro grande abismo se interpunha.

Hades, ou inferno, em essência é lugar onde a alma está separada de

Deus, uma região da qual todo o bem está ausente. É um país de trevas.

Ademais, as descrições que dele fazem as Escrituras não sugerem qualquer

esperança de futuro melhoramento de condição ali. Não faz a Bíblia a mínima

referência a esse respeito.

Que acontece ao cristão após a morte? Conforme notamos, Lázaro foi

conduzido pelos anjos a um lugar de paz. Cristo dá o nome de paraíso ao lugar

para onde vão os justos. O apóstolo Paulo conta que foi arrebatado ao paraíso,

ou terceiro céu como lhe chama, e as coisas que nele viu eram tão gloriosas

que ao regressar à terra lhe foi vedado revelá-las. (II Cor. 12:1-4). O Livro do

Apocalipse descreve a Nova Jerusalém como o futuro lar da igreja. A descrição

contida nos capítulos 21 e 22 desse Livro indicam que um Deus infinito usou

os Seus recursos para fazer do paraíso lugar que transcende a capacidade de

imaginação da mente humana.

Há dois caminhos – o da vida e o da morte. Deles falou Jesus em

Mateus 7:13-14:

"Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que

conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela; E porque estreita é a

porta, e apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem."

Nem todos os que professam Cristo entrarão no reino de Deus. Ali só

ingressarão os que fazem a vontade dEle. “Nem todo o que Me diz: Senhor,

Senhor entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de Meu Pai que

está nos céus. (Mat. 7:21)

Como pode Cristo Salvar-me?

Bastante espaço usamos para mostra as consequências do pecado e seu

efeito sobre o pecador no mundo vindouro. O homem não pode compreender

de modo completo o lugar de Cristo no plano da redenção até primeiro ver o

pecado como doença mortal. Somente quando se põe a considerar o poder que

este tem para o atormentar e destruir é que começa a procurar um meio de

escapar.

Esse meio, esse caminho, é Cristo. Disse Ele: “Eu sou o caminho, e a

verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por Mim.” (João 14:6)

Os homens tem experimentado todos os métodos, menos a Cristo, para

trazer a humanidade de volta à perfeição do Éden, mas nenhum deles jamais

deu resultado. O homem é decaído, arruinado e não pode salvar-se a si

mesmo. Não há solução, exceto se houver alguém que possa pagar a pena do

pecado.

Graças a Deus que há UM que pode – o Senhor Jesus Cristo!

Só Cristo pode pagá-la. Só Ele tem condições para tomar o lugar do

pecador. Como pode, porém, fazê-lo? Ora, se Cristo tinha de substituir-se ao

pecador, forçoso Lhe era tornar-se homem, ser feito à semelhança de homem.

Se devia vencer a tentação, teria, como nós, de ser tentado em todas as coisas.

Se tinha de prover o preço da redenção, teria de pagá-lo com Seu próprio

sangue. Como diz o apóstolo Pedro: “Não foi mediante coisas corruptíveis,

como prata ou ouro, que fostes resgatados... Mas pelo precioso sangue... o

sangue de Cristo

(I Ped. 1:18-19)

Visto que o salário do pecado é a morte, se Cristo devia tomar o lugar

do pecador, devia, pois, experimentar a morte do pecador. Devia morrer como

este morre: – desamparado de Deus. Realizou Cristo tudo isso? Sim, e mais

ainda! Nascido da virgem Maria, cresceu até atingir a estatura de homem, do

mesmo modo que os filhos dos homens crescem. Quando atingiu a idade

adulta, pregou o evangelho, ministrou às necessidades dos homens, curou os

enfermos, foi tentado em todas as coisas à nossa semelhança, derramou Seu

sangue, morreu na cruz em resgate por muitos, e finalmente ressuscitou.

Há os que estremecem de horror à menção do sangue de Jesus como

meio necessário à salvação da humanidade. Sua sensibilidade, declaram eles,

é por demais “refinada” para poder aceitar tal “cruenta religião”. Não podem

ver a necessidade de outra pessoa por eles morrer. Consideremos, porém, por

um momento, o que ocorreu no ano de 1940 quando as legiões nazistas e os

Países Baixos (Holanda) já tinham caído. Parecia, naquela ocasião, estar tudo

perdido. Muitos diziam nada poder acontecer que fosse capaz de salvar a

Inglaterra.

Todavia, algo ocorreu que salvou a nação. Foram os jovens que subiram

nos aviões “Spitfires” e deram combate à vasta armada aérea de Hitler que

varria os céus da Grã-Bretanha nas suas missões de destruição. Aqueles

moços, em desesperados combates, fizeram recuar os mortíferos,

bombardeiros inimigos, e a nação foi salva. Houve, porém, um preço a pagar.

Antes que terminasse a Batalha da Inglaterra, a fina flor da Força Aérea

Britânica tinha perecido. Morreram para que outros pudessem viver. Acaso

menosprezou o povo britânico o sacrifício desses valentes jovens? Longe disso.

A Nação compreendeu que sobre si recaia uma dívida de gratidão que jamais

poderia ser resgatada. Winston Churchill em imortais palavras assim a

expressou: “Nunca tantos deviam tanto a tão poucos”.

Há, contudo, uma augusta exceção. O mundo inteiro deve a um só

Homem, - o Senhor Jesus Cristo, a sua oportunidade de salvação. Sozinho

deu Ele combate ao inimigo e ganhou a vitória, quando todos os demais

recursos tinham falhado. É mediante Ele que temos esperança de salvação.

Pelo Seu sangue vertido na cruz temos o perdão dos nossos pecados e o

livramento da morte eterna.

Assim, podemos cantar:

“Eu venho como estou!

Eu venho como estou!

Porque Jesus por mim morreu,

Eu venho como estou!”

Alguns estão convencidos de que Cristo os pode salvar; não porém

certeza de que os pode também guardar. Receiam que algures na estrada lhes

surja alguma tentação maior do que a possam suportar. A resposta é: pela

graça somos salvos e pela graça protegidos. Deus proveu-nos Sua graça para a

jornada inteira, se tivermos os olhos voltados para Cristo.

Lembra-me ter lido algures acerca de certa meninazinha que fazia uma

longa viagem. No decorrer do dia o trem em que viajava teve de atravessar

diversos rios. A água, vista de antemão, sempre despertava dúvidas e receios

na criança que não podia compreender como poderia o rio ser transposto com

segurança. Ao aproximar-se o trem surgia, contudo, uma ponte. Diversas

vezes a mesma coisa aconteceu. Finalmente, com um suspiro de alivio e

confiança, a menina exclamou: “Alguém colocou pontes por todo o caminho”.

É o que Cristo faz em nossa jornada.

O fato é que salvação é mais do que reforma ou do que “virar uma nova

página”. É uma experiência sobrenatural. Nada menos do que nascer de novo.

O que quer dizer “Nascer de Novo”?

“Se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus” (João 3:3)

Certo líder religioso de Israel, chamado Nicodemos, procurou a Jesus

uma noite e de modo um tanto condescendente concordou que Jesus era

profeta. Cristo, todavia, nenhum comentário fez acerca desta observação mas

atingiu logo o ponto desejado, mostrando a Nicodemos a sua necessidade

pessoal. A despeito de ocupar esse Fariseu uma alta posição eclesiástica nem

por isso lhe garantia esse fato entrada no céu. Exceto em nascendo de novo,

disse Jesus, poderia ele ingressar no reino de Deus. Essas palavras deixaram

o Fariseu espantado e confuso. Mais tarde, porém, parece que Nicodemos veio

a compreender o que Jesus queria dizer pois, embora, pondo em risco a sua

posição de membro do sinédrio (Supremo Tribunal Judaico), foi em companhia

de José de Arimatéia a Poncio Pilatos pedir o corpo de Jesus para o sepultar,

após a Sua crucificação e morte.

O novo nascimento não é reforma; é transformação. O homem não se

livra dos pecados, caiando-os; tem de ser lavados no sangue de Jesus. Nem

mais nem menos do que conversão – acontecimento tão climático com o ato de

nascer – pode habilitar o homem a entrar no reino de Deus. Esse “novo

nascimento” é o que se chama conversão. Disse Jesus:

“Se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, de modo algum

entrareis no reino dos céus.” (Mat. 18:3)

A pessoa frequentemente tenta fazer muitas coisas quando começa a

preocupar-se com a salvação da sua alma. Alguns buscam encontrar a paz

guardando a lei, mas esta é impotente para salvar. Declaram as Escrituras

que “ninguém será justificado diante dEle (Deus) por obras da lei” (Rom. 3:20)

Há outros que tentam alcançar a salvação, abandonando certos hábitos

maus. Abandoná-los é bom, mas procurar realizá-lo sem Cristo assemelha-se

a destruir ervas daninhas cortando-lhes a crista. As raízes lá estão e a erva

torna a crescer e a expandir-se de tal maneira que a situação muitas vezes se

torna pior do que antes.

Ainda outros tentam ganhá-la tornando-se “bons”. Porém um homem

condenado de um crime não pode estar dele escusado apenas por prometer

não repetir o ato. Suponha você que, de repente, cessasse um homem

totalmente de cometer pecado – o que ninguém pode fazer, por suas próprias

forças – teria ele ainda de levar em consideração a penalidade exigida por

pecados já cometidos.

Erro comum praticado por outros, depois de sentirem a convicção do

pecado, é o de suporem que se procurarem fazer melhor e se libertar dele

pouco a pouco, operarão a sua salvação. Mas ninguém se torna melhor

reduzindo o número dos seus delitos e sim em se arrependendo deles e crendo

em Jesus. O famoso evangelista D. L. Moody num dos seus sermões disse:

“Há pessoas que me procuram objetando a declarar eu que Deus pode

salvar instantaneamente. Dizem-me que o homem é salvo gradativamente. É

conduzido à graça aos poucos. Absurdo! Suponha você que, viesse a mim um

homem e me dissesse:

“Sr. Moody, acho-me em terríveis circunstâncias. Furtei uma grande

quantia do meu patrão. Que devo fazer?” Devo eu dizer-lhe que no próximo

ano furte uma quantia menor e menor ainda no ano seguinte até que dentro

de três ou quatro anos nada mais estará roubando? Certamente não

aconselharia eu tal coisa a esse homem. Arrependimento e fé em Cristo é ato

dum momento.”

O que é conversão?

Os fatos simplesmente confirmam que os homens tem de se converter,

tem de nascer de novo. Tem de receber nova vida. Disse o apóstolo Paulo: “E

assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já

passaram; eis que se fizeram novas.” (II Cor. 5:17)

A singularidade e glória do cristianismo é que ele dá ao homem uma

vida completamente nova. Muitos tem vivido vidas acentuadamente

pecaminosas. Tem sido tão maus que quase não podem perdoar-se a si

mesmos. Ao fazerem um retrospecto dos anos que esbanjaram, chegam a

ponto de detestar o seu passado. Qual a resposta? Só em Cristo é encontrada.

Nele morremos para a velha vida e renascemos para a nova. Tornamo-nos

inteiramente novas criaturas em Cristo Jesus.

Aqui é onde alguns cometem grave erro. Não se julgam pecadores. À

feição dos fariseus, consideram-se justos. O maior pecado, porém, não é

matar, nem roubar, nem cometer adultério – por infame que todos estes

sejam. O maior pecado é o de rejeitar a Cristo como Salvador. Cristo perdoou o

assassino. Cristo perdoou a meretriz. Que pode porém Ele fazer por aqueles

que tem por coisa insignificante o Seu sangue vertido na cruz? Conforme diz o

autor do Livro de Hebreus: "Quebrantando alguém a lei de Moisés, morre sem

misericórdia, só pela palavra de duas ou três testemunhas. De quanto maior

castigo cuidais vós será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, e

tiver por profano o sangue da aliança com que foi santificado, e fizer agravo ao

Espírito da graça?"

(Hebreus 10:28-29)

Há pessoas que tem uma concepção errada acerca da conversão.

Algumas delas, ao serem salvas, passam por profunda experiência emocional.

As emoções, sem dúvida, desempenham certo papel na conversão. É erro,

todavia, esperar alguém seja a sua experiência exatamente igual à de outrem.

À raiz de todas as conversões há um elemento fundamental: a mudança de

coração. Ao passo que anteriormente vivia a pessoa segundo a sua própria

vontade, agora ela a submete a Cristo.

Algumas conversões ocorrem como resultado de uma grande crise.

Talvez tenha o indivíduo sofrido grande perda ou decepção. Na hora da

necessidade, volta-se para Deus. Às vezes quando um ente querido parte para

a eternidade o vazio de uma vida sem Deus se manifesta. Podem advir

circunstâncias que produzem conversões dramáticas e vigorosas. Certo

homem conhecido como notório opositor ao evangelho subitamente se

converteu a ponto de se tornar um dos mais fiéis seguidores de Cristo. Foi ele

o apóstolo Paulo.

Contudo, é também verdade que muitos há que não passam por

experiência assim dramática, nem por isso deixam de estar tão convertidos

quanto aqueles. Ás vezes ficam eles perturbados por não terem sentido o

mesmo que outros experimentaram. Pode muitas vezes tratar-se de pessoas

que cedo na vida se tornaram cristãs e que, por conseguinte, não se

submergiram tanto no pecado como outros. Não devem alarmar-se a esse

respeito. Nenhuma vantagem há para ninguém, passar pelos atoleiros do

pecado antes de vir a Cristo.

Na conversão, o elemento de importância capital é a mudança de

coração. A crença de muitos no evangelho é meramente intelectual.

Concordam mentalmente com as declarações de Cristo, mas as suas

convicções nunca se aprofundaram. As igrejas estão cheias de gente que

nunca se converteu, cujas vidas nunca foram fundamentalmente

transformadas. Jamais experimentaram real amor por Cristo, nem ódio ao

pecado, – pessoas que nunca entregaram suas vidas a Deus.

O que quer realmente dizer “crer em Cristo”?

Conta-se a história de famoso equilibrista que atravessou as cataratas

do Niagara caminhando sobre um cabo estendido através do abismo. Quando

anunciou a sua arriscada proeza, foi tido por louco e muitos afirmavam que

perderia a vida na tentativa. Havia, porém uma senhora idosa que declarou

conhecê-lo; por isso tinha certeza de que faria a travessia com segurança. E

assim aconteceu. Em seguida anunciou o equilibrista que iria repetir o ato

empurrando um carrinho na mão. Novamente os espectadores duvidaram,

mas a anciã estava confiante. “Eu creio que o fará” dizia ela. E o homem

repetiu a proeza. Pela terceira vez anunciou ele que faria a travessia, desta

vez, transportando alguém no carrinho de mão! Não conseguiu, todavia,

encontrar ninguém que se mostrasse disposto a acompanhá-lo, o que, aliás,

não era de surpreender. Por fim alguém sugeriu que aquela senhora que tão

positivamente demonstrara a sua confiança no equilibrista, aceitasse o

convite. Porém coisa alguma no mundo podia induzi-la a entrar no carrinho.

Sua fé era meramente menta; não partia do coração. Acreditava que o homem

atravessaria o abismo com segurança transportando no veículo alguém que

não fosse ela.

Assim também há muitos que nutrem por Cristo uma fé intelectual, não

uma fé oriunda do coração. Crêem que Ele é poderoso para salvar outros, não

a eles, porém.

Quer uma conversão seja dramática ou ocorra mansamente, o resultado

final é o mesmo. O modo de encarar a vida renovar-se-á. Haverá mudança de

afeições. Ocorrerá transformação de hábitos. Ninguém muda seu curso de vida

pra ganhar a salvação. Ao contrário, seu curso de vida se transforma porque

descobre o salvo que servir a Cristo é muito mais atraente.

Como se torna alguém cristão?

Temos visto a importância da conversão e que sem essa experiência

ninguém pode ser verdadeiro cristão. Surge, então a pergunta: Como pode

alguém se converter? Há uma palavra que é a chave da resposta –

arrependimento. Arrependimento quer dizer vira-volta, renúncia ao pecado.

Significa submeter de todo o coração a vida a Cristo.

Arrependimento nunca foi assunto que granjeasse (ganhasse)

popularidade por isso que antagoniza incisivamente o orgulho do homem. Ter

alguém, como pecador, a sua culpa exposta diante de si, não é fato calculado

a fazê-lo sentir-se confortável ou feliz. Sua posição é muito semelhante à do

homem julgado e condenado por um tribunal. A única diferença é que, ao

passo que o prisioneiro deve cumprir a pena imposta, Deus proveu um

Substituto para o penitente, Um que resgatará a pena do pecador. Terá este,

porém, primeiro de reconhecer a sua culpa, não devendo subestimar os seus

pecados. O fato de ter Cristo dado Sua vida em lugar do pecador, não é

assunto para ser tratado com leviandade (imprudência).

Dois homens que haviam sido amigos e companheiros na juventude

encontraram-se num tribunal. Um deles era magistrado, o outro o prisioneiro.

Julgado o caso foi este condenado. Porventura iria o juiz em consideração à

amizade que o unira anos atrás ao culpado abster-se de proclamar a

sentença? Não. Tinha de cumprir o dever; a justiça teria de ser feita e a lei do

pais cumprida. Sentenciou o homem a quatorze dias de trabalhos forçados

além de estabelecer uma multa fixada em elevada importância. O condenado

nada tinha com que pagar, por isso só lhe restaria ir para a prisão. Tão logo,

porém, terminou o juiz de pronunciar a sentença, ergueu-se da cátedra,

despiu a toga, e descendo os degraus pagou a multa do prisioneiro. Virando-se

então para este disse-lhe: “João, vem comigo à minha casa para jantarmos

juntos”.

Algumas pessoas procuraram a Jesus um dia e contaram-lhe acerca de

certos galileus a quem Pilatos mandava matar. Perguntou-lhes o Mestre se

achavam tivessem sido aqueles homens excessivamente pecadores para terem

sofrido tal pena. Chamou-lhes a atenção para certos galileus que haviam

perecido quando a torre de Siloé sobre eles ruiu. Teriam sido mais pecadores

do que outros por lhes terem acontecido tal coisa? Observe a resposta dada

por Jesus: "E, respondendo Jesus, disse-lhes: Cuidais vós que esses galileus

foram mais pecadores do que todos os galileus, por terem padecido tais coisas?

Não, vos digo; antes, se não vos arrependerdes, todos de igual modo

perecereis."

(Lucas 13:2-3)

Quer morram os homens como resultado de acidente, de morte natural,

ou em conseqüência de algum crime cometido, a sorte deles é a mesma – a

menos que se arrependam.

O arrependimento é pregado através de toda a Bíblia. João Batista, a

“voz clamante do deserto”, veio pregando arrependimento. Jesus enviou Seus

discípulos ordenando-lhes que chamassem os homens ao arrependimento. No

dia de Pentecoste Pedro pregou dizendo: “Arrependei-vos, e cada um de vós

seja batizado... e recebereis o dom do Espírito Santo”

(Atos 2:38)

Embora arrependimento signifique sentir tristeza pelos pecados

cometidos, quer dizer muito mais do que isto. Alguns sentem remorso do seu

pecaminoso passado, não a ponto porém de mudarem de caminho. O

verdadeiro arrependimento significa ter tristeza pelo pecado e dele se afastar.

Conta-se a história dum fazendeiro que orava assim: “Senhor, confesso-me

pecador. Furtei 47 fardos de feno do meu vizinho. Senhor, conte-os como se

fossem 50, pois vou amanhã buscar os três que faltam”. Muitos sentem

tristeza dos seus pecados, porém não bastante para os abandonar.

Pedro cometeu grave pecado ao negar seu Mestre, mas arrependeu-se

sinceramente. Por outro lado, Judas, experimentou grande remorso pelo seu

execrável ato, todavia não se arrependeu.

Igrejas de diferentes confissões religiosas tem vários meios de tratar

com os pecadores. Algumas esperam que seus convertidos passem longo

tempo no banco das lamentações. Outras mandam seus candidatos pôr-se de

pé e orar. O método usado não tem grande importância. O que realmente

importa é saber se a pessoa está ou não verdadeiramente arrependida. Terá o

Espírito de Deus penetrado em sua consciência? As lágrimas de

arrependimento são bom sinal. Muitas vezes a conversão é acompanhada de

forte experiência emocional. O publicano batia no peito e dizia: “Senhor, sê

propicio a mim, pecador.” Porém a pergunta importante é: temos nós

realmente nos arrependido? Odiamos e detestamos o pecado que outrora

amávamos? Estamos determinados a afastar-nos dele para sempre?

A obra do Espírito Santo na conversão é importante. Eis a razão porque

orar é tão necessário ao trabalho de reavivamento. Sem o convincente poder

do Espírito Santo, um talentoso orador pode provocar no auditório um

assentimento intelectual às verdades do evangelho, um efeito semelhante ao

que um brilhante orador político obtém.

É a ação do Espírito Santo sobre a Palavra que quebranta corações

empedernidos e leva o homem a ver-se a si mesmo como realmente é. Todavia,

só convicção não basta. Félix (procurador romano da Judéia) tremeu ao

pregar-lhe o apóstolo Paulo a justiça e o juízo vindouro, mas as suas

convicções não eram suficientes firmes para o fazerem abandonar o pecado,

por isso, disse Paulo:

“Quando eu tiver vagar, chamar-te-ei”. Essa oportunidade jamais a teve

Félix de novo. O mesmo se deu com o rei Agripa, ao dizer ao mesmo apóstolo:

“Por pouco me persuades a me fazer cristão” (Atos 26:28). A história, porém,

diz-nos que Agripa nunca se persuadiu integralmente.

Conversão é algo que transforma totalmente a vida do indivíduo. O

famoso evangelista Billy Graham em seu excelente livro “Paz com Deus” faz a

seguinte, impressionante declaração acerca de pessoas que se professam

religiosas e que se encontram, hoje, em nossas igrejas. Diz ele: “Há centenas

de pessoas cujos nomes figuram no rol de membros das nossas igrejas.

Assistem aos cultos quando conveniente. Para elas contribuem e lhes

sustentam as atividades. Apertam as mãos do pastor após o culto e dizem-lhe

que acharam esplêndido o sermão. Falam a linguagem do cristão e muitas

delas podem citar numerosas passagens das Escrituras. Todavia, nunca

experimentaram verdadeiro arrependimento. Mantém para com a religião uma

atitude de “se não serve assim, deixa ficar”. Voltam-se para Deus e oram

quando estão em apertos, mas, fora disso, não dão muita atenção a ela. A

Bíblia ensina que quando alguém aceita a Cristo, nele se opera uma

transformação que se reflete em todos os seus atos.

“Não há nas Escrituras um só versículo que indique possa o cristão

viver como lhe aprouver. Quando Cristo entra no coração do homem Ele exige

que dele seja o Senhor e Mestre. Exige submissão completa. Exige o comando

da mente. Exige esteja o corpo sujeito a Ele somente. Exige teus talentos e

aptidões e que tudo quanto fizeres seja realizado em Seu Nome”.

Fé em Cristo – O CAMINHO DA SALVAÇÃO

O arrependimento prepara o homem para a salvação. Arrepender-se é a

parte que a ele compete fazer, e tendo-a feito, deve permitir que Deus realize a

Sua. O pecador arrependido não pode salvar-se a si mesmo. Tem de confiar

integralmente no fato de que Deus efetuou por ele a salvação – a obra

consumada do Calvário.

O que significa a frase: “a obra acabada de Cristo?” Refere-se ela às

palavras de Cristo ao exclamar: “Está consumado’. Completado foi naquele

momento o plano da salvação. Nada mais restava por fazer. O homem não

pode torna-se melhor; de nenhum modo pode merecer a salvação. A salvação

pertence-nos simplesmente por ser a obra da redenção consumada no

Calvário.

Aceitar a Cristo não deve ser uma experiência temporária e sim uma

decisão profunda e definitiva. Tem de haver a completa submissão do “eu” a

Cristo. À feição do bom soldado, chamado a servir à pátria entre fadigas e

perigos, também o soldado da cruz avança sem nunca recuar. Destruiu todas

as pontes que lhe ficavam à retaguarda. Move-o um inalterável propósito que

nem infortúnios nem vicissitudes (Vocabulário: atribulações, alternativas,

tropeços) da vida poderão transformar. Sua resolução é que venha o que vier,

viva ou pereça, afunde ou flutue, seguirá a Cristo enquanto viver. Jamais diga:

“Vou experimentar isso para ver se é o que espero”.

Disse Jesus: “Ninguém que, tendo posto a mão no arado, olha para trás,

é apto para o reino de Deus”. (Lucas 9:62) Quando alguém permite que a

indecisão lhe penetre na mente, derrota-se a si próprio e torna-se presa fácil

para o inimigo.

Fé é o que distingue o homem do animal. Este come, bebe, procria, mas

falta-lhe a capacidade de conhecer a Deus. Não lhe é dado ter consciência do

seu Criador; só o homem a possui. Costuma-se dizer que há homens sem fé;

comem, bebem, participam das bênçãos comuns da vida; porém no reino da fé

estão no mesmo plano que os animais.

Quando Nikita Khrushchev era o Primeiro Ministro da Rússia, ao

mandar os seus astronautas, em órbita, pediu-lhes, em atitude de escárnio,

“que procurassem achar a Deus”. Ao responderem que não O podiam

encontrar lá em cima, foi-lhes dito que continuassem a procurá-lO pois talvez

O vissem. Naturalmente não O viram. Deus não pode ser visto por homens

sem fé.

A simplicidade da salvação está exemplificada na conversão do ladrão

na cruz. Ao observar ele o Salvador sofrer em agonia e ainda revelar Sua

infinita compaixão pela humanidade, orando pelos Seus inimigos, convenceu-

se de que Jesus era realmente o Cristo. Repreendeu seu companheiro, o outro

ladrão, pela sua impenitência declarando que, ao passo que sofriam ambos,

com justiça pelos seus pecados, Aquele que pendia da cruz entre eles era

inocente. Então disse a Jesus: “Senhor, lembra-te de mim quando entrares no

Teu Reino.” Respondeu-lhe o Mestre: “Em verdade te digo que hoje estarás

comigo no paraíso”. Tudo tão simples! É claro que o ladrão moribundo não

tinha um só mérito sequer. Cristo, no entanto, deu-lhe a promessa de que

naquele mesmo dia estaria com Ele no paraíso. Como podia ser isso? Pela obra

consumada do Calvário.

Como dissemos, pessoas há que parecem não ter fé. A realidade, porém,

é que todos nascem com certa medida de fé. Não poderíamos empreender um

só dia os negócios da vida se não a tivéssemos. Os passageiros, sem hesitar,

entram num grande avião a jato para uma viagem a uma cidade distante.

Deixasse a tripulação tomar as devidas precauções, de observar as regras de

segurança, de seguir explicitamente as ordens do comandante, todos eles

poderiam perder a vida. Todavia, revelam ter fé, pois confiam em que a

tripulação, tendo sido cabalmente treinada na arte da navegação aérea, os

conduzirá salvos ao destino. Todos tem fé, sejam santos ou pecadores, mas

alguns não a tem em Deus.

Por conseguinte, quando dizemos que alguém perdeu a fé, queremos

significar fé em Deus. Um dia a teve. É natural à criança crer... Disse Jesus:

“Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos tornardes como

crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus”. (Mat. 18:3) Somente

depois que o indivíduo se torna mais velho e entra em contato com a dúvida e

o ceticismo, e que o pecado lhe invade a vida, é que perde a fé.

Uns acham que antes de aceitarem a salvação devem primeiro

compreender tudo a respeito de Deus. Supina insensatez! Há muitas e muitas

coisas que a nossa mente finita não pode penetrar. Não podemos compreender

como pode Deus criar do nada os mundos. Como pode Ele ter sempre existido.

A criação, no entanto, mostra que há um Criador. O tempo, que sempre

existiu uma eternidade.

Fé em Deus é coisa simples. É confiar que Ele cumpre o que diz, que

Suas promessas não falham e que não criou o homem e lhe prometeu a

redenção apenas para dele escarnecer. Um Deus que tem o poder de fazer

existir um universo tão grande não seria culpado de tal capricho. Assim como

pai quer seu filho nele confie, assim também Deus.

O que é Fé?

Uma meninazinha perguntou certa feita ao pai o que queria o pastor

dizer quando falava a respeito de fé. Disse-lhe o pai que aguardasse a

resposta. Um dia trabalhando ele no porão da casa, onde se entrava por uma

porta corrediça existente numa passagem. Perguntou-lhe a criança: “Posso ir

até onde você está, papai?

“Sim” respondeu ele. Ia a menina descer quando descobriu que a

escada havia sido retirada.

“Não posso descer”, exclamou ela, “a escada sumiu”.

“Pule, filhinha” retrucou o pai.

“Mas eu não posso ver nada”

“Apanharei a você nos braços” falou-lhe ele.

“Não posso ver você” replicou ela.

“Mas eu a posso ver. Pule, filhinha, que apanhá-la-ei nos braços. Estão

abertos esperando-a.”A criança não hesitou mais. Estava certa de que o pai se

achava pronto para apanhá-la embora não o pudesse ver. Saltou e foi

recolhida com toda a segurança nos braços dele.

Assim a fé. Pode o caminho parecer-nos escuro e não podermos ver a

Deus. Porém Ele lá está pronto a receber-nos quando O buscamos. Ao aceitá-

Lo pela fé, sentimos que os Seus eternos braços nos cercam e sustentam.

Assim, também, quando vamos a Cristo. A nossa parte é crer; o milagre

da salvação realiza-o Cristo. É milagre deveras. Algo de real ocorre. Passamos

da morte para a vida; uma nova criatura surge. “As coisas antigas já

passaram; eis que se fizeram novas”.

O Chamado de Amor de Deus

O mais forte incentivo para o homem voltar-se para Deus é o seu

maravilhoso apelo de amor. “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que

deu...” Deus chama ao pecador porque o ama.

Certo ministro conta acerca de um moço a quem encontrara numa

viagem de trem. Notou que ele parecia perturbado e aflito. Disse-lhe ter notado

o seu estado e gostaria de ajudá-lo.

A princípio o rapaz mostrou relutância em falar, mas finalmente tomou

a decisão de aliviar o coração. Contou então ao pastor que havia levado uma

vida desregrada e causado aos pais muitos dissabores por causa da sua

conduta. Tendo eles o admoestado com amor a que mudasse de rumo, ele,

num acesso de ira, disse-lhes que se iria embora. Nunca mais a sua sombra

haveria de obscurecer a porta daquela casa. Deixara-os de coração partido e

mergulhados em tristeza.

Durante anos, feito o filho pródigo, seguira seu próprio caminho,

satisfazendo-se, assim pensava, com os prazeres do mundo. Mas, também

como ao pródigo, vieram-lhe os maus dias. Começou então a pensar nos pais a

quem havia tratado tão vergonhosamente.

A refletir sobre os seus maus atos do passado pôs-se a censurar-se a si

mesmo amargamente. Veio-lhe ao coração o desejo de regressar ao lar e

começar a vida de novo. Lembrava-se porém de que dissera aos pais que

nunca mais haveria de por os pés naquela casa. Estava tentado a crer que

depois de os ter tratado da maneira como o fez, seu regresso não seria bem

vindo. Finalmente, porém, decidiu, no mínimo, a escrever-lhes confessando

seu erro e oferecendo-se a voltar se assim o desejassem. Não estava, contudo,

certo de que eles o quisessem. Informara-os na carta de que estava

regressando num certo trem, mas comprara passagem para um ponto mais

distante. Estando sua casa localizada perto da via férrea pediu-lhes que

arranjassem um sinal que pudesse ser visto ao passar o trem. Seria um lenço

atado ao ramo de uma árvore crescida entre a casa e o leito dos trilhos. Se ao

passar visse ele o lenço, saberia que era desejado. Do contrário, continuaria a

viagem.

Ao terminar o jovem sua história, já se aproximavam da cidade. De

repente se lembrou que logo após uma curva poderia ver sua velha casa.

Dominado de emoção pediu ao pastor: “olhe por mim, pastor. Não tenho

animo de fazê-lo. Por favor, olhe e me diga o que está vendo”.

O ministro espiou pela janela do carro e respondeu: “Rapaz, eu vejo a

casa que você acaba de descrever; vejo também um casal idoso de pé nos

degraus da escada, protegendo os olhos com a mão e o olhar com grande

interesse nesta direção”.

O moço, porém, respondeu: “Não vê o pastor um lenço pendurado numa

árvore?

Replicou o ministro: “Venha depressa olhar, meu filho. Não há apenas

um lenço naquela árvore, mas um lenço em cada ramo!

Deus tem usado todos os meios possíveis para fazer com que os homens

conheçam o Seu amor por eles. Há, por assim dizer, um lenço em cada ramo

da árvore da Vida. “Quem quiser, receba de graça a água da vida”.

Como viver para Cristo?

Depois de aceitar alguém a Cristo, o que fazer? Assim como uma

criancinha tem de aprender a andar no mundo natural, assim também a

criança em Cristo tem de aprender a andar espiritualmente. Eis algumas

coisas importantes para o novo convertido apenas começando a sua vida

cristã.

Primeiro: procure uma boa igreja espiritual. Cristo disse aos Seus

discípulos: “Sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno

não prevalecerão contra ela”.

(Mat. 16:18)

Cristo fundou a igreja e os que nEle crêem são membros dela. Na

prática isto quer dizer que os cristãos devem frequentar uma igreja. Embora

seja bom ouvir os programas religiosos pelo rádio e pela televisão, essa

prática, contudo, não deve substituir a presença do crente à casa de Deus.

Alguns vivem a se arrastar de igreja em igreja. Não é prática recomendável. O

importante é achar o crente uma igreja na qual tenha ele oportunidade de

crescer espiritualmente e o melhor ensejo de ser uma benção para outros. O

cristão freqüenta a igreja não só por causa do que dela pode receber como

também por causa do que, para ela, pode ele contribuir.

Segundo: Comece a orar com regularidade. Nenhum cristão pode crescer

se não for uma pessoa de oração. Deus é um Deus que responde às orações.

Uma das maiores alegrias da vida cristã é vê-las respondidas. A oração não

deve ser praticada desordenadamente. Deve-se separar uma hora para a sua

prática diária. Uma vida que não hora é vida sem poder. A Igreja Primitiva

tinha a sua hora de oração (Atos 3:1). A ela o próprio Cristo dedicou muito

tempo. A principio pode parecer que as orações que você faz, sejam fracas,

mas com a continuação descobrirá você que poderá orar cada vez com mais

eficiência. A seu tempo, aguardará com prazer e alegria, as reuniões de

orações.

Terceiro: leia a Bíblia com regularidade. Disse Jesus: “Não só de pão

viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus.” (Mat. 4:4)

Do mesmo modo que o seu corpo requer alimento, também a sua alma precisa

ser nutrida. Crescemos espiritualmente pela leitura da Palavra de Deus.

Comece a lê-la pelos Evangelhos e Atos dos Apóstolos, podendo-se seguir os

livros de Gênesis e Êxodo. Depois os livros históricos são os Salmos. Você não

irá compreender tudo quanto ler na Bíblia, mas não desanime por isso. Ao

continuar a lê-la o seu interesse aumentará, e ela se tornará para você uma

inexaurível fonte de bênçãos e edificação.

Quarto: dê testemunho de Cristo. Use critério em fazê-lo mas deixe que

o mundo conheça logo a sua posição. Ter-lhe-á respeito. Disse Cristo:

“Portanto, todo aquele que me confessar diante dos homens, também Eu o

confessarei diante de meu Pai que está nos céus” (Mat. 10:32) E nunca se

esqueça de que você é testemunha tanto pela vida que vive como pela palavra

que diz. É notável o poder que tem sobre os pecadores o testemunho de um

jovem cristão.

O batismo nas águas é de certo modo um testemunho; ao passo que

testifica da nossa mente com Cristo, é também uma declaração pública da

nossa fé. Disse Jesus: “Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não

crer será condenado” (Mar. 16:16) O batismo nas águas é o testemunho que

você dá perante o mundo de que agora pertence a Cristo.

Não há alegria maior do que ganhar almas para Cristo. Dizem as

Escrituras: “Os que forem sábios, pois, resplandecerão, como o fulgor do

firmamento; e os que a muitos conduzirem à justiça, como as estrelas sempre e

eternamente” (Daniel 12:3)

Quinto: seja um cristão de verdade. A vida cristã é mais que uma

profissão de fé; é uma possessão. Muitos parecem pensar que a verdadeira

religião é meramente ter a correta teologia. Embora seja importante crer na

doutrina certa, se tivermos apenas a fria teologia na cabeça, não basta.

Devemos ter Cristo no coração. Devemos amar a Deus de todo o coração, alma

e mente. Devemos ir além: amar o nosso semelhante, o nosso próximo, como a

nós mesmo. “Nisto conhecerão todos que sois Meus discípulos, se tiverdes amor

uns aos outros”, disse Jesus (João 13:35). Nenhuma outra lei, até hoje,

suplantou a lei áurea: “Tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam,

assim fazei-o vós também a eles”.

Sexto: sustente a obra do Evangelho. Quando Jacó (notável patriarca

hebreu) teve em Betel, uma visão, fez voto de pagar seu dizimo ao Senhor

(Gên. 28:20-22). Há uma benção especial prometida ao povo de Deus que

permanece fiel no dar seus dízimos. (Ver Malaquias 3:6-8). Foi por ter alguém

contribuído que você teve oportunidade de ouvir o Evangelho. Também você

tem uma dívida para com outros, e todos a temos para com os pagãos. Disse

Jesus: “E será pregado este Evangelho do reino por todo o mundo, para

testemunho a todas as nações. Então virá o fim”. Devemos todos ser

missionários cristãos.

Sétimo: leve consigo o característico de cristão. Não quer isto dizer que

devamos ser singulares ou esquisitos. Acham alguns que é marca de

religiosidade, carregar um semblante sombrio e triste. O verdadeiro cristão

deve ser radiante e alegre. Não faz parte do plano de Deus seja o Seu povo

lastimoso e melancólico. O próprio Jesus disse: “Não vos mostreis contristados

como os hipócritas”.

Todavia os cristãos passarão por provações que, às vezes, podem ser

muito severas. O diabo procura sempre se opor aos filhos de Deus e os

embaraçar. Pela fé porém você pode vencer e viver acima dos ataques lançados

por ele.

Não se deixe guiar por sensações; estas passam mas a Palavra de Deus

nunca muda. Rogue a Deus que encha a você do Seu Espírito, pois é pelo

poder dEle que podemos viver uma vitoriosa vida cristã.

Após ter tomado a grande decisão, jamais volte atrás. Tendo feito tudo o

que devia, permaneça firme. Há real alegria em servir a Cristo na presente

vida e, na vindoura, herdará você a vida eterna.

Aceite Cristo Já

Você já O aceitou? Muitos tencionam ser salvos mais cedo ou mais tarde, mas

protelam até ser tarde demais! Faça agora o que desejará que tivesse feito

quando chegar o momento final da sua vida na terra. Hoje pode ser a sua

última oportunidade. Aceite Cristo Já!

Certo jovem escalador de penhascos estava um dia colhendo ovos de

aves marinhas. Desceu a um recife por uma corda lançada da crista de um

precipício. Estando ainda ali, a corda escapou-lhe e ficou a oscilar qual

pendulo sobre o abismo. No movimento de retorno estava ela mais perto do

que nunca, e assim mesmo, não muito perto. O que fazer? Lentamente a corda

oscilou em sua direção. Se perdesse essa oportunidade, a seguinte seria muito

precária. O homem prepara-se para o salto; pula e consegue segurar a ponta

da corda. Quase desmaia no recife ao amarrar-se com mais firmeza para se

puxado para cima.

Assim também Cristo está mais perto hoje de você. Talvez não estivesse

tão perto antes, mas está agora mais do que estará outra vez. Por que não O

aceitar já?

Se você deseja aceitar a Jesus Cristo em sua vida, você encontrará ajuda

nesta oração:

Querido Pai Celestial,

Agradeço-Te o Teu amor por mim.

Peço-te que o Teu Filho Jesus Cristo venha à minha vida.

Eu sei que tenho pecado e tenho cometido atos que Te são desagradáveis.

Peço-Te agora que me perdoes os meus pecados e que limpes a minha vida.

Ajuda-me a seguir-Te e a guardar os Teus ensinos.

Protege-me contra Satanás e o mal.

Ensina-me a identificar-me contigo em todos os meu pensamentos e ações.

Ajuda-me a amar o meu próximo assim como Tu me amaste.

Pai, mostra-me, passo a passo, o plano que tens para a minha vida.

Dou-Te o que sou e a minha vida.

Eu Te adoro e Te louvo, meu Criador e Senhor.

Eu te darei graças continuamente por haveres sacrificado o Teu Filho na cruz para

que eu possa herdar a vida eterna contigo.

Ajuda-me a trazer outros para Cristo.

Eu espero a próxima vinda de Cristo, quando Ele me levará para o céu.

Vem cedo, Senhor Jesus. Amém

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