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O Cabistão faz campanha de doação de material escolar A equipe d’O Cabistão está fazendo uma campanha de doação de material escolar (mochila, caderno, tênis etc) para os alunos de rede pública. POSTOS DE ARRECADAÇÃO: Colégio Municipal Francisco Porto de Aguiar, todos os dias, das 9h às 18h. E no dia 21 de novembro, nas praças da Independência e praça Martiniano Teixeira Junior, das 9h às 17h. Outubro de 2009 Ano II Nº 05 O CABISTÃO UM JORNAL DINÂMICO FEITO POR JOVENS DE ARRAIAL DO CABO 7 Secretário de educação, Cadinho, fala sobre os desafios do ensino em Arraial 8 5 3 Pescadores contam “causos” de perigo e aventuras da vida no mar Artistas cabistas falam sobre música e poesia em suas vidas Figueira quer melhores condições de vida

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O Cabistão faz campanhade doação de material escolar

A equiped’O Cabistão estáfazendo umacampanha de doaçãode material escolar(mochila, caderno,tênis etc) para osalunos de redepública.

POSTOS DEARRECADAÇÃO:

Colégio MunicipalFrancisco Porto deAguiar, todos osdias, das 9h às 18h.

E no dia 21de novembro,nas praças daIndependênciae praça MartinianoTeixeira Junior,das 9h às 17h.

Outubro de 2009 Ano II Nº 05

O CABISTÃOUM JORNAL DINÂMICO FEITO POR JOVENS DE ARRAIAL DO CABO

7Secretário deeducação,Cadinho, fala sobreos desafios doensino em Arraial

853Pescadores contam“causos” de perigoe aventuras davida no mar

Artistas cabistasfalam sobre músicae poesia em suasvidas

Figueiraquer melhorescondiçõesde vida

2 O CABISTÃO | Novembro de 2009

O Cabistão faz campanhade arrecadação de material escolar

EDITORIAL

Nesta quinta edição do jornal O Ca-bistão, você, leitor, poderá saber maissobre a educação a partir de uma entre-vista com o secretário Cadinho. Tambémtrazemos notícias sobre a cultura da ci-dade, o movimento estudantil do Caboe acontecimentos da cidade, como umencontro com pescadores realizado peloprojeto Ressurgência, onde pudemos re-colher algumas histórias de perigo eaventuras nos mares de Arraial.

Temos ainda uma convocação a fa-zer a todos e todas. Estamos entrandoem novembro, e o ano está quase termi-nando, certo? Logo vão acabar as fériase começa um outro ano letivo. Quantogasto para manter a educação dos fi-lhos, não é mesmo? Por isso, a equiped´O Cabistão está realizando uma cam-panha de doação de material escolar(mochila, caderno, tênis etc) para os

O CABISTÃO

Endereço: Praça da Independência, 25 - Centro - Arraial do Cabo - RJTel.: (22) 2622-1341 - E-mail: [email protected]

Jornalista responsável: Claudia Santiago Diagramação: Equipe do jornal com a supervisão de Daniel Costa Jornalistas assistentes: Sheila Jacob Realização: Sage / Coppe / UFRJ Novembro de 2009

Equipe: Aline T. Oliveira / Analice Karoline S. de Cézar / Daniela V. dos SantosFelício Júlio de A. Hungria / Israel Vianna de M. Miranda / Izabelle FélixJéssica Mendonça/ Jonatas S. Ribeiro / Leilane Noeme R. de Sousa / Letícia R. de SousaLorena Brites / Many Pereira / Maria Antônia Casarões / Maria Gabriela VeigaOlívia de Oliveira Vidal / Pedro Henrique A. Oliveira / Ruand Porto Felix / Sabriny Lúciados S. Ferreira / Tayron Carlos Alvarenga / Wellyson V. Côrtes da Silva

Patrocínio:

alunos de rede pública. Convidamos você,leitor, a semear a solidariedade. Vá aoposto de arrecadação mais próximo: Co-légio Municipal Francisco Porto deAguiar, todos os dias, das 9h às 18h. Eno dia 21 de novembro, nas praças daIndependência (Centro) e praça Mar-tiniano Teixeira (em frente ao Adol-pho Beranger Junior) das 9h às 17h. Es-peramos que você contribua para me-lhor educação do seu município!

Queremos também a sua participa-ção na Rádio Comunitária que está sendofundada na cidade. Ela fica no Colégio Fran-cisco Porto, e tem como objetivo dar espa-ço a todos e todas que queiram se comuni-car. Saiba mais sobre a rádio e dê sua opi-nião sobre o jornal enviando um e-mail [email protected]. ou vi-site nosso blog:http://ocabistao.wordpress.com

Filme em Arraial

Por: Daniela Vieira

Está sendo gravado em Arraial do Caboo longa metragem SUDOESTE. O filmetem direção de Eduardo Nunes, e contacom os atores Leila Garcia, Simone Spo-ladore, Everaldo Pontes e Dira Paes noelenco. A Xaréu Produções tem comosuas representantes na equipe as xaré-us Daniela Vieira e Andréia Fernandes.Essa é a galera da cidade trabalhando...

Oba Arraial!Humano Mar

Por Daniela Vieira

No mês de setembro ocorreu em Ar-raial a 2ª etapa das oficinas HumanoMar de Intervenção Sócio Ambiental.Elas são um projeto da DEVON, juntoao IBAMA e Abaeté Social de educa-ção e gestão ambiental. Das oficinasformou-se um grupo de observaçãosócio ambiental, o OBA Arraial – Ob-servatório Humano Mar. A galera andaOBSERVANDO aí. Observe também...http://www.humanomar.com.br

Bons ventos nas praças do Cabo

CULTURA: Música na praça

Por Many Pereira

Os embalos de sábado à noite já nãosão mais os mesmos em Arraial do Cabo.Música de boa qualidade é o que oferece oprojeto Sábado na Praça, Se Não Chover.

Com essa iniciativa, a Secretaria deTurismo veio atender ao pedido de maislazer e entretenimento dos moradores eturistas que visitam a cidade. Os estilosmúsicas vão do samba e pagode até a bos-sa nova. Já se apresentaram artistas comoJúnior Carriço, João Pires,Sandra de Pau-la, entre outros. Movimentar o comérciolocal e divulgar o trabalho dos artistaslocais são os objetivos do projeto.

De acordo com Izabelle Felix, doDepartamento de Eventos da SecTur, aaceitação tem sido boa, com elogios à

iniciativa da Secretaria. Segundo ela,o projeto deve se estender até o iníciode dezembro nas praças Daniel Barre-to, Independência e Victorino Carriço,por apresentarem melhor infra-estru-tura para o evento, além de ajudarem afomentar o comércio local.

Por Many Pereira

O Centro Cultural Manuel Camargosediou entre os dias 21 de agosto e 21de setembro a exposição Folclore Cabis-ta. A mostra apresentou o modo de vidada população cabista na década de 1950.

Segundo o secretário de turismo deArraial do Cabo, Marco Simas, a exposi-ção foi realizada em comemoração ao diado folclore, 22 de agosto, e como formade resgatar e entre apetrechos de traba-lho e utensílios domésticos como o fo-gão à lenha e a renda de bilros.

Além disso, o visitante teve aces-so a quadros com a temática das reza-deiras do Cabo; pinturas que contavam

Folclore Cabista em alta

Resgate da cultura popular

“causos” e lendas da cidade; e explica-ções sobre o modo de falar típico doscabistas. Foram realizadas também pa-lestras sobre o assunto, principalmen-te para as escolas municipais.

Izabelle Felix

Cantor Junior Carriço se apresentana Praça da Independência

Exposição no Centro CulturalManoel Camargo

Por Wellyson Côrtes

Aproveitando as condições cli-máticas e físicas de Arraial do Cabo,a Seleção Brasileira de beach soccerescolheu a cidade como local de trei-namento para a copa do mundoFIFA. A Copa será realizada de 16 a22 de novembro, em Dubai. A equipe

Campeonato Brasileiro deFotosub será realizado emArraial, de 18 a 22 de novembro

chegou em outubro, e ficará até odia 13 de novembro.

Capital do MergulhoE a Capital do Mergulho, Arraial do

Cabo, mais uma vez foi escolhida para se-diar o Campeonato Brasileiro de Foto-sub, que será realizado de 18 a 22 de no-vembro. Participarão do evento 30 mergu-

Izabelle Felix

Novembro de 2009 | O CABISTÃO 3

Após nove meses, o que mudouna educação cabista?

ENTREVISTA: Secretário de educação Luiz Claudio de Mendonça

Os números referentes a 2009não são favoráveis em relaçãoà educação básica de Arraial.O desempenho da cidade,no período, ficou abaixo do valorde referência do IDEB.

Por Maria Antônia Casarões

O Índice de Desenvolvimento daEducação Básica (IDEB) foi criado hádois anos pelo Ministério da Educaçãopara medir a qualidade das escolas e decada rede de ensino. Os números refe-rentes a 2009 não são favoráveis emrelação à educação básica de Arraialdo C abo. O desempenho da cidade,no período, ficou abaixo do valor dereferência do IDEB. A partir dessa in-feliz constatação, um dos desafios daSecretaria de Educação de Arraial é ten-tar elevar a pontuação da cidade. “Em2009 Arraial ficou muito abaixo do va-lor de referência do IDEB, e estamos ten-tando melhorar isso. Essa é a nossa pri-oridade”, disse o secretário de Educa-ção da cidade, Luiz Claudio de Mendon-ça, em entrevista para O Cabistão.

Como uma das tentativas de alcan-çar essa meta, a Secretaria de Educaçãoda cidade promoveu, na primeira sema-na de outubro, o GESTAR II, com a fi-nalidade de proporcionar uma maior in-tegração entre professores e alunos do6° ao 9°ano, principalmente nas áreasde português e matemática. O encon-

tro contou com a participação de cercade 160 professores de vários municípi-os do estado do Rio.

Também foi promovida a marato-na de dislexia, que, segundo o secre-tário, “tem como objetivo capacitarprofessores e professoras para que pos-sam identificar alunos com dificulda-

des na escrita e na leitura, ou seja, como problema de dislexia”.

A maratona foi realizada no hotelRessurgência, da Marinha, e contou coma presença de 200 profissionais da edu-cação de toda a Região dos Lagos, de es-colas públicas ou privadas.

Como informou o secretário LuizCláudio, conhecido na cidade como Ca-dinho, neste primeiro ano de governoa educação em Arraial do Cabo tem in-vestido na área pedagógica. Para ospróximos anos, contudo, o plano é au-mentar o investimento em todas as áre-as. Cadinho conta que a Prefeitura temem vista a construção de uma escolade grande porte no distrito de MonteAlto. “As crianças que moram em MonteAlto não precisarão mais se locomoveraté Arraial do Cabo ou Cabo Frio paraestudar”, informa.

Em relação ao uniforme escolar,alguns pais alegam que não são forne-cidos os tênis dos alunos, apesar de fa-zer parte do uniforme escolar. Quandoquestionado pela equipe de O Cabistãosobre o assunto, o secretário disse queo tênis não é obrigação da prefeitura.Mas, no entanto, famílias mais carentesque forem diretamente à Secretaria po-dem receber a doação.

Uma grande conquista da cidade foimunicipalizar o CIEP, que antes era esta-tal e agora é onde funciona o Colégio Mu-nicipal Yone Nogueira, pois seu prédiohavia sido entregue ao CEFET.

Por Daniela Vieira

Estudantes de todo o Brasil estãodecepcionados e ao mesmo tempo alivi-ados - ao menos alguns - com o adia-mento da prova do ENEM. Nas últimas se-manas, foi publicado no jornal Folha deSão Paulo que dois homens teriam emmãos a prova que seria realizada nos dias04 e 05 de outubro. A notícia da fraudecausou um misto de sentimento nos es-tudantes que se preparavam para o exa-

Estudantes cabistas são surpreendidos duas vezescom fraudes envolvendo o exame

Opinião

me. Raiva e decepção pelo tempo que es-tudaram e se prepararam psicologicamen-te para a prova em determinada data; etambém alívio (UFA!!!) por terem maiscerca de um mês para estudarem e se pre-pararem melhor para o exame.

A prova está disponível na pági-na do MEC como um simulado:www.enem.inep.gov.br. Segundo al-guns professores, é uma vergonha sub-tituir o vestibular tradicional por umaprova com um nível de questões mui-

to abaixo das edições anteriores.

Golpe vem em dobroEm Arraial, não foi apenas essa notí-

cia que abalou os jovens da cidade. No iní-cio de setembro, o projeto GALO, que pre-parava os alunos para a nova forma do ENEM,foi cancelado. De acordo com alguns pro-fessores do projeto, esse término tambémfoi por fraude, só que neste caso financeira.

O município de Arraial concentra gran-de porcentagem de estudantes formados em

escolas públicas cabistas, bolsistas doProUni de universidades privadas na re-gião, que utilizam a nota do ENEM comocritério, e algumas instituições agregadasao programa do Governo Federal. A cida-de ainda obteve nas últimas edições mé-dia maior do que a média estadual.

É leitor. Vamos valorizar o que te-mos: os estudantes que querem ser algona vida e incentivar. Senão, vai ficar ge-ral na Praia Grande, vaiando gaivota...

E você? O que você quer, GALO?

Cadinho apontaprioridadespara próximo ano

Um tema que está sendo bastantediscutido é a escolha da direção das esco-las municipais, pois esse ano não houveeleições, mas sim indicações. De acordocom o secretário, o município está bas-tante concentrado na Prova Brasil, um dosexames de avaliação da Educação Básicaem escolas públicas do Brasil. A Secreta-ria também está atenta às eleições, o que“com certeza acontecerá a partir do anode 2010”, segundo Cadinho.

Quanto à verba recebida pelo Go-verno Federal para a educação, Arraialdo Cabo ainda se encontra muito aquémem relação aos municípios vizinhos. “En-quanto recebemos três milhões, CaboFrio e Búzios têm uma média de 20 mi-lhões”, diz. A Prefeitura tem a obriga-ção de oferecer o ensino básico gratui-to. Mesmo assim, a Prefeitura de Arraialdo Cabo investe em escolas de ensinomédio, o que é responsabilidade do go-verno do Estado do Rio. “Apesar de asoutras cidades quererem acabar, a Pre-feitura de Arraial quer continuar ban-cando o Ensino Médio. Isso sem deixarde lado a Educação Básica, além das cre-ches e maternal”, informa o secretário.

“As crianças quemoram em Monte Altonão precisarão mais

se locomover atéArraial do Cabo ou

Cabo Frio para estudar”

4 O CABISTÃO | Novembro de 2009

Movimento estudantil cabistareorganiza associação de jovens

Arraial do Cabo em Movimento

Por Júlio de Azevedo,Tayron Carlos e Wellyson Côrtes

Na última edição do Cabistão, anun-ciamos que o movimento estudantil dacidade voltou a tomar força nos últimosanos. Como exemplo dessa reorganizaçãodos jovens na luta e defesa de seus inte-resses, mostramos que alguns grêmiosestudantis retomaram suas atividades,como os do Francisco Porto de Aguiar,20 de Julho e Frederico Villar.

Diante desta nova organização, pes-soas ligadas ao movimento e outras in-dependentes tiveram a iniciativa de tra-zer à cena social a Associação Municipalde Estudantes Cabistas (AMEC). O grupoestava desativado desde 1994, devido àfalta de interesse juvenil pela causa.

O Cabistão entrevistou Altair Souza, um

antecipar o processo. Sua fundação foiem 1993, tendo como primeiro presidenteo próprio Altair de Souza, com mais tre-ze outros estudantes cabistas.

A partir daí o movimento estudan-til se fortaleceu e teve algumas conquis-tas importantes. Entre elas, a implanta-ção do Colégio Municipal Francisco Por-to Aguiar em um prédio estadual.

Os estudantes conquistaram tambémo passe-livre nos transportes públicos, a meiaentrada em locais de cultura e participaçãona reforma do Plano Diretor da cidade.

Outra importante conquista foi sub-jetiva, segundo Altair: a mentalidade dosjovens da época mudou, e eles passarama acreditar nas lutas sociais.

“Com a minha saída da cidade, paraestudar história na Universidade FederalFluminense (UFF), em Niterói, a Associa-

ção passou por uma transição e aos pou-cos foi perdendo força”.

Em 2009 ela retorna com vontadede mudança, tendo como presidente Ma-ria Gabriela, estudante do Colégio Esta-dual 20 de Julho, e um grupo de estu-dantes comprometidos com essa causa.

Hoje, o principal objetivo da Amecé trazer novas pessoas para a Associação,afim de que possam ajudar a atual exe-cutiva nas reuniões, eventos, projetos eoutras atividades.

Todos os estudantes podem ter vozativa nessa articulação, e também repre-sentar a cidade nos congressos estudantis.

Mude a cara da cidade e participeda Amec. As reuniões ocorrem todas asquintas-feiras, a partir das 14h, na Supe-rintendência de Juventude, que fica naRoça Velha, antigo Cyber público.

Uma das ações do grupofoi um estudo sobreo licenciamento do Porto do Fornoe seus impactos ao meio ambiente

Por Pedro Oliveirae Sabriny Ferreira

A ONG Movimento Ressurgênciafoi criada há cerca de vinte anos. Apóster ficado inativa por um tempo, foireativada no final de 2008. A ideia de

Movimento Ressurgência surgiu da preocupaçãocom a preservação da natureza e da cultura local

formar a ONGsurgiu de umgrupo de amigosamantes da na-tureza, da his-tória e da cultu-ra popular deArraial do Cabo. Seus cerca de 40 inte-grantes e mais alguns simpatizantes sãotrabalhadores com experiência e conhe-cimento em diversas áreas, dispostas paracolaborar com o desenvolvimento susten-tável da cidade. São pessoas preocupa-das com o processo de depredação ambi-ental, principalmente da Restinga da Mas-sambaba que, junto com a cultura e ahistória, estava sendo extinta.

Para eles, conservar o meio ambi-ente é o objetivo maior, mas não é o úni-co. Eles se preocupam com a história, apré-história, a pesca, o turismo, enfim,com todas as atividades exercidas no mu-nicípio. Sustentam a ONG com a colabo-ração de associados.

Segundo a bióloga Anita Mureb, ogrupo ainda não teve tempo hábil paradesenvolver projetos. Eles reiniciaram omovimento no ano passado acertando asituação legal, revendo estatutos, com-pondo nova diretoria etc.

Em junhode 2009, em par-ceria com a Pre-feitura Municipalde Arraial doCabo (PMAC),participaram da

Semana do Meio Ambiente. Depois veio olicenciamento do Porto do Forno, queexigiu muita dedicação do grupo. AnitaMureb, Solange Brisson e José Luiz, do Mo-vimento Ressurgência, se pronunciaramcontra a ampliação do Porto do Forno e asua transformação em porto offshore.

“Ampliar o porto para onde? Paraterra não dá, só se for para o mar. Comoescoar os produtos se a única via deacesso passa dentro da cidade? Comodar apoio às atividades offshore, petro-líferas, sem causar poluição ao meio am-biente e visual?”, questiona Anita, ementrevista ao Cabistão.

A ONG luta para convencer a opi-nião pública e os governantes que asvocações naturais de Arraial são a pes-ca e o turismo e, por isso, as atividadesportuárias deveriam atender a essas vo-cações, e não ao offshore.

Para tratar das questões referentesao Porto do Forno, o Movimento Ressur-

gência realizou o estudo do EIA (Estu-do de Impacto Ambiental)/RIMA (Re-latório de Impacto Ambiental) apresen-tado em audiência pública. O grupotambém elaborou documentos e víde-os, participou de entrevistas para jor-nais e rádios e compareceu à audiênciapública na Comissão de Meio Ambientena Câmara dos Deputados em Brasília.

São muitas as expectativas parafuturos projetos: eles pretendem esta-belecer parcerias com a Secretaria doAmbiente para projetos de refloresta-mento, manejo de espécies nativas, de-senvolvimento de projetos de educa-ção ambiental junto às escolas etc.

Normalmente os cabistas confun-dem o Movimento Ressurgência com oProjeto Ressurgência, que também atuaem Arraial do Cabo, mas não está rela-cionado à ONG – apesar de alguns mem-bros do projeto serem sócios do Movi-mento Ressurgência, que é anterior.

Caso alguém queira se associar aONG, suas responsabilidades serão par-ticipar das reuniões que ocorrem às se-gundas-feiras, 20h, no ConservatórioMusical, onde são discutidas as ques-tões consideradas importantes e parti-cipar dos eventos,

dos fundadores da AMEC. Ele contou que oinício das atividades do movimento estudan-til em Arraial se deu por conta do grêmioRose Souza, do Colégio Francisco Porto.

Ele foi fundado em 1992, e Altair foium dos criadores. Naquela época, o movi-mento estudantil estava presente na políti-ca nacional e, inclusive, segundo Altair, “eravisto como uma ameaça pelos políticos etodos queriam ter os estudantes do seu lado”.

Por meio do grêmio Rose Souza,foram criados outros na cidade, como odo Colégio Estadual 20 de Julho e o daEscola Municipal Yone Nogueira.

Jovens cabistas criam AssociaçãoA história da criação da AMEC teve

um início polêmico. Alguns líderes estu-dantis acreditavam não ter estrutura paraa criação dela, enquanto outros queriam

Novembro de 2009 | O CABISTÃO 5

Pescadores cabistas contamos perigos da vida no mar

Ligados na Pesca

Esses “causos” foram recolhidosdurante curso promovido pelo ProjetoRessurgência pela equipe do Cabistão

Por Aline Oliveira,Analice Soares e Olívia Vidal

Nos dias 16 e 17 de outubro, o pro-jeto Ressurgência promoveu, no colégioFrancisco Porto de Aguiar, o Curso “SMS”para pescadores cabistas. Os principais te-mas foram: Segurança, Meio Ambiente eSaúde para os pescadores da pesca artesa-

Aproximadamente dez anos atrás, euvinha com dois amigos da área de CaboFrio, aonde tínhamos ido pescar. Nós trêsestamos vindo em direção a Arraial quan-do o barco começou a virar, e eles tive-ram que se jogar na água.

Estava muito escuro e não dava paraver os companheiros, só conseguia ouviros gritos deles. Foi quando comecei a na-dar em direção à Ilha de Cabo Frio para

nal; Direitos Previdenciários; Seguro De-semprego e Acordos de Pesca. Todas as dis-ciplinas foram ministradas em parceria comos técnicos científicos do Ressurgência. Es-tiveram presentes 132 pescadores.

Para Luiz Fernando Vieira, ocea-nógrafo e assessor de Gestão Costeirado Projeto Ressurgência, o curso ser-viu para difundir conhecimentos quecontribuem para a organização dos pes-cadores profissionais artesanais de bo-tes de boca aberta, além de enfatizar aimportância do uso de medidas preven-

Para alguns, viagem sem volta

me segurar nas pedras, mas eu estava comum macacão pesado que me arrastava parao mar novamente.

Depois de um tempo, ouvi um bar-co se aproximar e comecei a pedir so-corro. O barco finalmente me resga-tou, e seus tripulantes me levarampara o hospital. Os meus dois amigos,Erenildo e Mestre Rui, infelizmentemorreram.

Calciléia Pedrode Alcântara, umamulher do mar

tivas que promovam a segurança, a pre-servação ambiental e elevação dos pa-drões de saúde.

Os pescadores que fizeram o cur-so receberam equipamentos de prote-ção individual e coletivo, composto porjardineira, capa, boné, óculos com pro-teção solar UVA/UVB, camisa de ma-lha, kit primeiros socorros e bolsa paracarregar material.

O Cabistão estava lá e ouviu de algunspescadores histórias de aventuras no mar,perigos e acidentes a que estão sujeitos.

Luciano quer a união de todos pela pescaO CABISTÃO: Qual é a importância paraos pescadores do curso promovido peloProjeto Ressurgência?Luciano Teixeira Netto: É bom pra co-nhecer melhor os direitos que a gente nãoconhecia. Acho que falta mais capacita-ção por parte do poder público para ospescadores. O curso está sendo bom, por-que aqui nós vamos receber gratuitamenteos equipamentos, que são caros e a gen-te não tem condições de comprar.

O CABISTÃO: Você acredita que a partirdas informações recedidas e da troca deexperiências vai mudar alguma coisa?Luciano: Pode até mudar, mas ainda fal-ta muito a união dos pescadores. Isso por-que muitos órgãos que respondem por nós(FIPAC, AREMAC, Colônia) não fazem nada.Acho que a solução poderia ser uma uniãode todos esses poderes num

Por Sabriny Ferreira

Um olhar atento para o horizonte,concentração, paciência. Observção cui-dadosa do tempo, da intensidade e dadireção do vento, temperatura, maré...Essa é a arte da pescaria, que pode sertanto um lazer quanto uma forma desustento. É considerada uma das profis-sões mais antigas, possuindo, assim, umagrande importância na vida cultural eeconômica da cidade de Arraial.

A vida do profissional da pesca àsvezes começa na infância, ao acompa-nhar os pais na pescaria. E a mulher?Normalmente era ela a responsável porsalgar os peixes e pela culinária.

Com o passar dos anos, a relaçãode trabalho não é a mesma: a quanti-dade de pescado reduziu, muitos ru-maram pra outra profissão, e as mulhe-res também passaram a querer entrarno mercado de trabalho.

Arraial do Cabo sempre foi conhe-cida como uma colônia de pescadores.A maior parte da população era sus-tentada com esse trabalho, exercido namaioria por homens. Mas, e as mulhe-res da cidade? O que dizem as pescado-ras cabistas?

O Cabistão conversou com Calci-léia Pedro de Alcantara, de 49 anos,pescadora da Praia dos Anjos. Confira aentrevista para entender um pouco decomo é ser uma mulher no meio de tan-tos homens no mundo da pesca.

O CABISTÃO: Como você definiria apesca em sua vida?É muito bom pescar. Para mim é umahigiene mental, além de poder ganhardinheiro com isso.O CABISTÃO: Quais são as característi-cas básicas para ser uma pescadora?Para ser uma boa pescadora tem queter paciência e não enjoar, para nãoestragar a pesca.O CABISTÃO: A pesca é um trabalhoadicional, você se sustenta com apesca ou é um hobbie?É um trabalho adicional. Sempre pescobastante peixe para vender,mas também trabalho naPizzaria Shans.O CABISTÃO: Qual éo tipo de peixe?Espada, ancho-va, lula, mi-rassol etc.

Dorival dos Santos Paiva, 38 anos de pesca,conta um causo triste de pescador

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