o brasil dos viajantes - tv escola · filme tempos modernos, de charles chaplin, res-saltando o...

13
VINDIMA DA IMAGEM VIDA NA COLÔNIA E PORTAL EL PROGRESSO O BRASIL DOS VIAJANTES PROFESSORES SÔNIA BRANDÃO História PAULA BELMIRO FONTES Geografia

Upload: others

Post on 31-Jan-2020

2 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Vindima da imagemVida na Colônia e Portal El ProgrEsso

o Brasil dos Viajantes

PRoFessoRessônia BRandão História

Paula BelmiRo Fontes Geografia

aPResentaçãoo documentário é uma excelente oportunidade para os professores de História e Geografia de-senvolverem seus conteúdos em conjunto. em História, o docente poderá contemplar conteúdos que envolvam a revolução industrial e seu impac-to nas relações econômicas e sociais. o docente de Geografia poderá tratar de conteúdos como: movimentos populacionais, emigrante x imigran-te, diferença entre rural e urbano, conceito de cultura e território, miscigenação e as diferentes práticas que se fixam no território, características

físicas locais e suas influências na população.

sinoPse do PRogRamaOs filmes mostram de maneira poética o co-tidiano e o ritmo de vida dos descendentes de italianos que vivem na região da serra gaúcha. eles vivem tradições e hábitos dos seus antepas-sados ao mesmo tempo que precisam conviver com as novas exigências do mundo e das novas gerações. No programa “sala de Professor” será apresentado um projeto interdisciplinar de Geo-grafia e História que analisa o tempo do trabalho

através dos séculos.

sala de professor a vida na colônia e porta el progresso 3

Caberá à disciplina de História ressaltar no vídeo alguns elementos documentais, como o registro atual da produção que flagra um momento muito próximo ao ano em que vivemos. Por outro lado, estamos lidando com um material que nos faz relembrar o papel da História oral e da riqueza que podemos retirar de entrevistas, testemunhos, biografias. É importante trabalharmos o quanto da História Coletiva atravessa o indivíduo e, portanto, que podemos colher o espírito de uma época por meio de depoimentos.

De imediato, muitos conceitos podem ser trabalha-dos a partir desse documentário, a citar: Revolução industrial, fontes de energia, alienação do tra-balhador. Propomos o desenvolvimento de uma atividade baseada no seguinte questionamento:

Como, em um contexto tão impregnado de signos urbanos, podem sobreviver comunida-des rurais que cultivam valores tão distintos?

Para isso, iniciaremos a atividade com a exibição do documentário, pedindo aos nossos alunos atenção à sequência dos relatos, que fazem parte do cotidiano de Flores da Cunha e Caxias do sul, dos sons que povoam este dia a dia, da insistência com que o tempo do trabalho se aproxima do tem-po da natureza (nascer do sol, por exemplo).

Há passagens em que os protagonistas teste-munham o gosto por esta experiência, e novas gerações que confessam querer continuar vivendo da terra e desfrutando deste tempo.

tal observação servirá de pretexto para discutir-mos com as turmas quando, como e por que esta forma de cotidiano foi modificada. Inevitável, as-sim, estudar o impacto das revoluções industriais na sociedade.

Um olHar Para o DoCUmeNtário a Partir Da históRia

lembremos que no século XViii a mecanização, a introdução de fontes não naturais/humanas de energia, a divisão do trabalho, a massificação da produção, criaram uma experiência diferente de tra-balho, um novo posicionamento do Homem diante dos meios de produção e a sensação de alienação (o trabalhador não se vê naquilo que produz).

O habitat por excelência das fábricas é a cidade, e a população expulsa do campo (primeiro pelos cercamentos, depois pela mecanização da agricul-tura) fornece mão de obra barata e em quantidade para os novos setores da economia.

o operário obedece ao tempo do relógio; seu tra-balho é comprado pela indústria e calculado por horas; a noção de natureza é substituída por um espaço onde fica confinado por muito tempo. O re-sultado do trabalho não é seu e ele não se apropria dos lucros da produção.

Podemos recolher algumas imagens das fábricas inglesas deste período para ilustrar essas mudan-ças. E/ou contrapor o vídeo com um trecho do filme Tempos Modernos, de Charles Chaplin, res-saltando o ritmo de trabalho, a linha de produção, o distanciamento do trabalhador, o olho fiscaliza-dor do dono dos meios de produção.

tempos modernos (1936) Direção Charles Chaplin

sala de professora vida na colônia e porta el progresso4

aliás, já que destacamos Charlie Chaplin, devemos lembrar que aqui falamos da segunda revolução industrial. Vale lembrá-los que, do século XiX em diante, a necessidade de aumentar a produção e diminuir custos leva ao aperfeiçoamento das fábri-cas a partir do desenvolvimento de novas fontes de energia (eletricidade e petróleo), máquinas mais avançadas, máxima divisão do trabalho, moder-nização dos transportes e comunicação. espaço e tempo são noções cada vez mais distantes e externas ao Homem que produz.

interessante como a rapidez deste processo ge-rou um excedente de mão de obra (junto com as guerras de unificação na Alemanha e Itália e das expropriações de terras) que migra para recuperar sua identidade em outro continente. o Brasil - que vive a expansão da lavoura cafeeira, o surgimento de uma indústria de bens de consumo não durá-veis e precisa ocupar áreas de fronteira – absorve parte do excedente europeu. seus descendentes testemunham o apego a uma economia rural, a uma divisão natural do trabalho e à negação do tempo mecânico que encontrarão no sul do Brasil.

Para entender o nosso tempo, é importante loca-lizar a terceira revolução que se inicia em 1960 e se aperfeiçoa sob o signo de energias mais sofisti-cadas, da informatização, da robotização, do “Just in time”, do toyotismo.

É importante comparar estes momentos diferentes da industrialização do ocidente. No terceiro está-gio desta evolução, em uma fase avançada como a que observamos hoje, a produção é descentrali-zada, as cidades são pulverizadas. Nesse cenário, desenvolve-se um novo tipo de êxodo: dos gran-des para os médios centros, dos médios para os pequenos, e destes para os núcleos rurais.

Propõe-se que nesse momento o professor trabalhe com estatísticas e levantamentos de números que dimensionem este fenômeno, por meio de gráficos e tabelas. excelente oportunidade para recuperar-mos a importância do trabalho com uma História quantitativa, que interprete números e avalie seus significados. Essa etapa poderá contar com parce-rias de outros docentes das Ciências da Natureza e Matemática. Exemplos de gráfico e tabela:

1875

24

16

8

20

12

4

0

1900 1925 1950anos

popu

laçã

o(m

ilhõe

s de

hab

)

1975 2000

Nova York

londres

Paris

são Paulo

Buenos aires

eVolução da PoPulação de gRandes metRóPoles da euRoPa e da améRiCa

Fonte disponível em: <http://dc311.4shared.com/doc/eHfuF0le/preview.html>.

sala de professor a vida na colônia e porta el progresso 5

É válido registrar que o encaminhamento desta discussão contribuirá para desenvolver algumas habilidades e competências que, afinal, também orientam o nosso trabalho em sala de aula. A ativi-dade proposta contempla algumas competências e habilidades presentes na Matriz de Referência para o ENEM 2011, a saber:

mateRial

Caderno para anotações;

Datashow ou retroprojetor para análise de imagens;

televisão ou tela com projetor.

Veja mais

A Revolução Industrial. Disponível em: <portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=7234>.

O homem pode voar. Disponível em: <portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnica.html?id=37781>.

etaPas

Assistir aos vídeos (já vistos em Geografia);

interpretar as diferentes fases da revolução industrial;

Discutir o trecho do filme “Tempos Modernos”;

Interpretar as estatísticas.

Fonte adaptado de alves & rocha.

PoPulação RuRal do BRasil e migRantes em 1991, 2000 e 2007

BRasil e Regiões

População rural 1991 (1.000 hab.)

n° de migran-tes 1991-2000

(1.000 hab.)

(%) Base 1991

População rural 2000 (1.000 hab.)

n° de migran-tes 2000-2007

(1.000 hab.)

(%) Base 2000

População rural 2007 (1.000 hab.)

norte 4.107,00 771 18,8 3.914,10 673 17,2 3.630,00

nordeste 16.721,30 4.223 25,3 14.759,70 1.659,00 11,2 14.770,00

Centro- oeste 1.764,50 461 26,1 1.540,60 -25 -2 1.789,00

sudeste 7.514,40 1.696 22,6 6.851,60 1.108,20 16,2 6.440,00

sul 5.726,30 1.699 29,7 4.780,90 574 12 4.739,00

BRasil 35.834,50 8.850 24,7 31.847,00 3.986,00 12,5 31.368

Competência de área 3 - Compreender a produção e o papel histórico das instituições sociais, políticas e econômicas, associando-as aos diferentes grupos, conflitos e movi-mentos sociais (H15).

Competência de área 4 - entender as trans-formações técnicas e tecnológicas e seu im-pacto nos processos de produção, no desen-volvimento do conhecimento e na vida social (H16 e H20).

sala de professora vida na colônia e porta el progresso6

antônio Prado

Flores daCunha

Caxias do sul

Porto Alegre

Rio Grande do sul

Garibaldi

Farroupilha

Bento Gonzalves

Guaporé

Serafina Correa

Veranópolis

onde se instalaRam as PRinCiPais Cidades de Colonização italiana no Rio gRande do sul

Fonte disponível em: <www.infoescola.com>.

maPa do BRasil Com destaque PaRa a Região sul e são Paulo

Um olHar Para o DoCUmeNtário a Partir Da geogRaFia

A ideia da atividade com base no filme é promover a elaboração de um dia para se conhecer a imigração italiana (o professor poderá escolher o movimento de migração a estudar) no Brasil, situando as cida-des e os estados onde ocorreram essa imigração, pesquisando hábitos e costumes da cultura italiana e como se deu sua relação no novo local. os objeti-vos pensados para esta tarefa são os de relacionar os conceitos da Geografia Humana com os da Geo-grafia Física, e, a partir disso, entender como ocorre essa dinâmica e quais são seus efeitos.

a primeira etapa, antes da exibição do documentá-rio, é realizar um debate com os alunos levantando questões sobre o tema da imigração no Brasil, perguntando o que eles entendem por imigração, quais movimentos populacionais eles conhecem e as principais cidades que recebem os imigrantes. Após a visualização do filme, propomos ao pro-

fessor dividir os discentes em grupos e pedir que pesquisem sobre a vida dos imigrantes italianos, de que local partiram e quais as principais cidades que ocuparam. Buscar também as áreas de traba-lho onde a população se estabeleceu.

a pesquisa pode ser realizada com o uso do livro didático e com o material distribuído (revistas, reportagens, internet e outros livros). Citamos o exemplo da migração italiana para o estado do rio Grande do sul.

em seguida, os grupos iniciarão a localização das principais cidades ocupadas no mapa (utilizar o mapa do Brasil de um lado e outro com o estado de são Paulo e a região sul – mostrar a ideia de locali-zação em diferentes escalas). Com o uso de alfinetes coloridos com as cores da bandeira italiana, pontuar no mapa a localização das principais cidades.

sala de professor a vida na colônia e porta el progresso 7

essa atividade permite, à medida que se inicia a construção do mapa, que o professor explore diver-sos conceitos durante a produção da tarefa, como:

a diferenciação entre imigrante e emigrante;

os principais movimentos populacionais;

as diferenças entre rural e urbano;

o conceito de cultura, território, miscigenação da população;

as diferentes práticas culturais que se fixam no território.

a atividade tem como objetivo despertar o interes-se dos discentes de maneira mais leve e dinâmica. após seu término, a atividade poderá ser esten-dida para outras aulas, e a partir da pesquisa em casa, os alunos trarão apresentações à sala de aula. essa apresentação poderá ser em forma de música, dança, trajes típicos, comidas, implemen-tos agrícolas e qualquer outra manifestação de criatividade dos alunos que se refira à necessidade de os imigrantes preservarem sua cultura no novo

mateRial

Caderno para anotações;

livro didático;

revistas;

Imagens e fotografias;

mapa do Brasil e da região sul com a presença do estado de são Paulo.

Veja mais

revolução tecnológica e transformações geográficas. Disponível em: <portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=25549>.

Geografia agrária. Disponível em: <portaldoprofes-sor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=41141>.

etaPas

Debate sobre o tema de migração;

Visualização dos vídeos de documentários;

Pesquisa nos materiais dispostos sobre a migração italiana no Brasil;

elaboração do mapa.

país. Dessa forma, o docente realiza uma troca de aprendizagem com os discentes.

a forma de avaliação é feita durante o processo, a partir da observação da participação dos alu-nos, e ao final é feita uma arguição com algumas perguntas selecionadas para fixar o conteúdo trabalhado. esta atividade dá margem a ações interdisciplinares, e poderá ser realizada em con-junto por docentes de História, Português, etc.

sala de professora vida na colônia e porta el progresso8

Uma CoNVersa eNtre as disCiPlinas

esse terceiro momento dará a possibilidade de os alunos realizarem um trabalho de campo envolven-do a sua cidade. a ideia é que, divididos em grupos, façam um levantamento do fenômeno demográfico do seu local.

Sugerimos a pesquisa em algumas fontes como: o site do iBGe, relatórios de empresas de transpor-tes que prestam serviços na cidade, programas de estímulo a entrada e/ou saída de pessoas em sua

cidade e entrevistas com a população mais próxi-ma (do bairro, da família, da escola etc.).

De posse dos dados objetivo-quantitativos, os grupos produzirão um gráfico representativo do fe-nômeno demográfico local. Podemos incentivá-los a inovar na apresentação sugerindo que utilizem um formato físico (painel ou cartazes) ou virtual (para ser projetado) contendo imagens. sugerimos que os alunos disponibilizem a apresentação para todos.

a PoPulação mundial de migantesPopulação (milhões)

8000

7000

6000

5000

4000

3000

2000

1000

01965

Migrantes Nascidos no país em que residem

75

1975

84

1965

105

2002

175

2010

230

migRantes PoR Região em 2000migrantes

60

40

20

0

Europa

Ásia

América

do Nort

eÁfric

a

América

Latic

a

Caribe

Ocean

ia

exemPlo de gRáFiCo 1

Fonte: Organização internacional para a migração.

taxas anuais de migRação do estado de são Paulo e Regiões metRoPolitanas 1980-2010

19

15

12

9

6

3

0

-3Estado de São Paulo

1980/1991

RM de São Paulo

1991/2000

RM da Baixada Santista

2000/2010

RM de Campinas

Por mil habitantes

exemPlo de gRáFiCo 2

Fonte: Fundação Seade.

PRoPoRção das naCionalidades na imi-gRação PaRa o BRasil (1808-1995)

exemPlo de gRáFiCo 3

Portugueses 31%

Italianos30%

Alemães 4,0%

Eslavos (poloneses e russos), sírio-libaneses, judeus, holandeses, franceses, norte-americanos, ingleses, coreanos, bolivianos, nigerianos, etc.

Japoneses 4,2%

outros17,8%

espanhóis13%

distRiBuição dos migRantes PoR sexo, segundo motiVos deClaRados PaRa o último desloCamento no BRasil - 2001 (em porcentagem)

exemPlo de taBela

Fonte: IBGE. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio – PNAD 2001.

motiVos deClaRados homens mulheRes total

total 100 100 100

trabalho 34.7 11.8 23.1

estudo 2.7 3.2 2.9

saúde 1.6 1.6 1.6

moradia 11 9.4 10.2

acompanhar a família 39.6 63 51.5

Dificuldade no relacionamento familiar

1.5 2.4 2.0

outro motivo 8.9 8.5 8.7

ignorado 0.1 0.1 0.1

sala de professor a vida na colônia e porta el progresso 9

modelo de entReVista

Devemos lembrar que nas aulas de Geografia, discutimos nos últimos tempos o fenômeno de diversifi-cação dos destinos de atração de migrantes no Brasil. essa é uma ótima oportunidade para explorar o tema, veja o mapa abaixo:

Novos pólos de atração de migrantes surgem na dé-cada de 90. tocantins, mato Grosso e Goiás desta-cam-se em razão do desmembramento territorial e do crescimento econômico regional. santa Catarina sobressai na Região Sul. O fluxo que parte do Norte reflete o esgotamento da fronteira agrícola e mineral.

Novos pólos de atração de migrantes.

Pólos tradicionais de atração de migrantes.

Na segunda etapa da atividade, propomos a rea-lização de entrevistas pelos alunos, com a coleta de informações de, no mínimo, cinco emigrados ou imigrados. Isto proporcionará que ao final obte-

nham maiores detalhes aleatórios e pessoais sobre o mesmo fenômeno demográfico. Os resultados coletados podem ser apresentados à turma na forma de um texto jornalístico.

imigRante

1. Nome:2. Idade:3. onde nasceu?4. Quando chegou à cidade (do aluno)?5. Por que migrou?6. Pretende voltar? Por quê?

emigRante

1. Nome:2. Idade:3. onde nasceu?4. Quando chegou à cidade (do aluno)?5. Por que migrou?6. Pretende voltar? Por quê?

são paulo

roraima

amazonas

rondônia mato grosso

goiás

distrito federal

tocantins

mato grosso do sul

paraná

santacatarina

rio de janeiro

espírito santo

minas gerais

bahia

piauí

rio grande do sul

acre

pará

amapá

maranhãoceará

paraíbapernambuco

alagoas

sergipe

rio grande do norte

sala de professora vida na colônia e porta el progresso10

RePoRtagem: o BRasil tenta enten-deR os noVos dados demogRáFiCos

As grandes cidades continuam inchadas, mas surgem nos últimos anos novos fenômenos de

deslocamento populacional no ocidente.sônia Brandão, de são Paulo

Os últimos dados confirmam algo que já se ob-servava no funcionamento das pequenas e mé-dias cidades brasileiras. estes centros menores cresceram proporcionalmente mais nos últimos anos, tornando-se áreas atrativas pela oferta de trabalho e pelas oportunidades de investimentos.

Num mundo produtivo totalmente descentrali-zado, onde as empresas buscam espaços pro-missores com mão de obra em larga escala, infraestrutura e rapidez logística, os grandes ou mais tradicionais centros urbanos atingem hoje uma curva de estabilidade. É o que pode-mos observar no gráfico (página 9) que registra numa escala de 25 anos a evolução de várias cidades, inclusive duas da América Latina: São Paulo e Buenos aires.

observa-se que se os centros latino-america-nos ainda envergam uma taxa de crescimento significativa, outros – no coração do mundo ocidental – como londres, Paris e Nova ior-que, estacionaram e passam a viver uma outra etapa de sua urbanização.

O êxodo rural, marca da história ocidental in-dustrializada a partir do séc. XViii, ainda repre-senta um fenômeno importante. mas ele vem desacelerando, ainda que a população urbana supere a rural.

No Brasil, vale a pena ressaltar outra questão. o deslocamento interno empresta uma dinâ-mica curiosa no país desde o período colonial. Da migração forçada dos africanos à recepção de milhares de europeus e asiáticos a partir da segunda metade do século XiX, empurrados pelo desemprego ou pelas guerras, o Brasil sempre recebeu imigrantes que se espalharam e mudaram constantemente de endereço.

No entanto, os destinos foram alterados nos úl-timos anos. Como o mapa ilustrativo demons-tra, o sudeste deixou de ser preferencialmente o destino de brasileiros de outras regiões. o

No caso de os alunos nunca terem produzido tex-tos na forma de reportagem, sugerimos a inclusão do professor de Língua Portuguesa na atividade para o docente trabalhar as especificidades deste tipo de texto.

Na impossibilidade de inclusão do docente de Língua Portuguesa, sugerimos ao lado alguns elementos que devem constar em um texto jornalístico.

I. Título;II. Cabeça de notícia ou parágrafo-guia;III. Corpo da notícia ou desenvolvimento.

O título deve resumir a notícia ao mínimo. o parágrafo é escrito com caracteres di-ferentes e destacado do corpo. o corpo responderá às questões chaves da re-portagem: quem, o quê, quando e onde.Um jornal impresso, por sua vez, pode se apresentar em formatos diferentes (standard, berliner e tabloide, para ficar-mos nos exemplares mais comuns).

escolhemos o tabloide para este trabalho, mas o professor deverá adequar a ativida-de à sua realidade, recursos e interesses dos alunos. Não descartem a possibilida-de de ser uma publicação virtual; nesse caso, será necessário realizar pesquisa e escolher os padrões que serão seguidos.

Na reportagem, os alunos utilizarão os relatos pes-soais para: indagar os motivos dos deslocamentos, qualificar os números coletados, confeccionar os gráficos e indicar possíveis conclusões. Nesta etapa eles poderiam, inclusive, levantar dados de outras cidades e regiões para dimensionar o fenômeno de sua localidade em relação à escala regional, nacional ou mundial.

sugerimos que os grupos entreguem o trabalho por escrito e esperamos que, depois das possíveis correções, ele possa ser publicado nos meios dis-poníveis: blog, mural, jornal da escola etc.

Ao lado, partimos dos dados que aparecem no gráfico, tabela e mapa, usados na Ficha para a elaboração de uma reportagem dentro dos padrões de publicação.

sala de professor a vida na colônia e porta el progresso 11

Nordeste é marcado por um deslocamento in-tra-regional, enquanto o centro-oeste e santa Catarina surgem como novos polos atrativos.

os números, portanto, obrigam os analistas e os agentes públicos a buscar novas expli-cações para uma nova realidade demográfica que parece não estar restrita ao Brasil. Não dará mais para explicar os fluxos migratórios pelos paradigmas dos séculos XiX e XX.

mateRial

Computador com acesso à internet;

Caderno para anotações;

Gravador, filmadora ou material escrito para entrevista;

Folha adequada para imprimir o jornal;

mural ou outro recurso de exposição dos trabalhos.

etaPas

Dividir as turmas em grupo de 4 ou 5 alunos;

levantamento dos números na cidade;

Produção de gráfico;

Coleta de entrevistas;

reportagem;

Publicar (em mural, no jornal da escola, em meio virtual etc.).

Veja mais

Elementos que fundamentam a Ciência Geo-gráfica. Disponível em: <portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=20988>.

O Censo Demográfico de 2010: telefones celu-lares na construção de podcasts geográficos. Disponível em: <portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=40839>.

trabalhando com espaço e tempo urbano. Disponível em: <portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=27688>.

sala de professora vida na colônia e porta el progresso12

sugestões De leitUra e oUtros reCUrsos

alVes, e. & roCHa, D. P. ganhar tempo é Possível? Disponível em: <www.ciflorestas.com.br/arquivos/doc_ga-nhar_possivel_13249.pdf>. acesso em 15 de fevereiro de 2013.

ariÈs, Philippe. história da Vida Privada: das Revoluções Burguesas à Primeira guerra. São Paulo: Companhia das letras, 1992.

ariÈs, Philippe. história da Vida Privada: da Primeira guerra a nossos dias. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.

HaesBaert, rogério. o mito da desterritorialização: do “Fim dos territórios” à multiterritorialidade. Ed.: Bertrand Brasil, 2004, rio de Janeiro.

moreira, igor. O Espaço Geográfico: Geografia Geral e do Brasil. editora ática, são Paulo, 2006.

seNe, eustáquio & moreira, João Carlos. Geografia Geral e do Brasil: Espaço Geográfico e Globalizado. Volume 2. editora scipione, 2011, são Paulo.

HoBsBaWm, eric J. era das Revoluções. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2009.

HoBsBaWm, eric J. era do Capital. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2009.

HoBsBaWm, eric J. era dos extremos. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2009.

iGlesias, Francisco. Revolução industrial. São Paulo: Brasiliense, 1996.

marQUes, adhemar martins. história Contemporânea através dos textos. São Paulo: Contexto, 1994.

marQUes, adhemar martins. história do tempo Presente. São Paulo: Contexto, 2007.

liVRos e ReVistas

Filmes e doCumentáRios

Tempos Modernos. Direção: Charlie Chaplin. Intérpretes: Charlie Chaplin; Paulette Godard; Henry Bergman; Chester Conklin e outros. Roteiro: Charlie Chaplin. EUA: United Artists, 1936 (87 min.).

Um documentário da tV escola. Um ponto de partida para grandes trabalhos com os alunos. assim é o sala de Pofessor. o progra-ma incentiva os professores de ensino médio a desenvolverem projetos que mudem a roti-na em sala de aula. em cada programa, dois professores convidados criam um projeto a partir de documentários exibidos na tV es-cola. são sempre propostas e experimentos inovadores, que podem ser reaplicados em qualquer escola do país.

os trabalhos apresentados são detalhados em dicas pedagógicas como essa e ficam disponíveis no site da TV Escola. Os profes-sores também podem usar as artes criadas para o programa: são animações, tabelas, mapas e infográficos que tornam os con-teúdos mais visuais e interativos. as dicas pedagógicas e as computações gráficas fo-ram transformadas em fascículos interativos para tablets. e o professor também pode navegar pelo material extra do programa no blog do sala. Para ter acesso a esses pro-dutos, acesse o site tvescola.mec.gov.br ou curta a fan page da tV escola no Facebook.

Foto

Foto