o bom da vida · aqueles que desejam viver ... siamesas que, se separadas, transformam a justiça...

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O bom da vida Adenáuer Novaes JULHO DE 2016 ANO XIII Nº 152 2 PÁGINA Justiça e Cidadania 3 PÁGINA 4 PÁGINA Sonhos: Mensagens da Alma Os nomes populares e raros no Brasil Medicina e Espiritualidade A vida é um valioso presente a ser experimentado com intensa e constante disposição. Sem emoção ou com medo de viver, não se absorve com gosto o que há de ser aproveitado. A inclusão da espiritualidade como modo de percepção da realidade no prazer de viver torna a vida mais complexa e rica, pois se adquire o sentimento de ter alcançado sua máxima amplitude e significado. Para aqueles que desejam viver consciente de estar atingindo o melhor, o mais maravilhoso e o real objetivo de sua vida, é preciso incluir experiências que contenham a generosidade, o amor e a consciência da própria imortalidade. Viver é sentir-se pertencente ao mundo sem dele se tornar exclusivo, mantendo a consciência de sua essência espiritual nas experiências da vida comum.

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O bom da vida

Adenáuer Novaes

JULHO DE 2016 ANO XIII • Nº 152

2PÁGINA

Justiça eCidadania

3PÁGINA 4PÁGINA

Sonhos: Mensagensda Alma

Os nomes populares e raros no Brasil Medicina e Espiritualidade

A vida é um valioso presente a ser experimentado com intensa e constante disposição. Sem emoção ou com medo de viver, não se absorve com gosto o que há de ser aproveitado. A inclusão da espiritualidade como modo de percepção da realidade no prazer de viver torna a vida mais complexa e rica, pois se adquire o sentimento de ter alcançado sua máxima amplitude e significado. Para aqueles que desejam viver consciente de estar atingindo o melhor, o mais maravilhoso e o real objetivo de sua vida, é preciso incluir experiências que contenham a generosidade, o amor e a consciência da própria imortalidade. Viver é sentir-se pertencente ao mundo sem dele se tornar exclusivo, mantendo a consciência de sua essência espiritual nas experiências da vida comum.

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expedienteEdiçãoAdenáuer Novaes

TextosAdenáuer NovaesAna Carmen SeguraCristiane TeixeiraEliane CirinoJosé Ribeiro

Projeto GráficoDiego Novaes

Arte FinalIan Menezes

ImpressãoContraste Editora Gráfica

Tiragem1.000 exemplares

Rua Deputado Paulo Jackson, 560. Piatã. Salvador-Bahia-Brasil (71) [email protected]

Colabore com nossas obras assistenciaisCaso você queira contribuir com o trabalho da Fundação Lar Harmonia, mande um e-mail para [email protected]. Você receberá em casa um exemplar do nosso jornal, onde poderá acompanhar nossas realizações, e um boleto bancário referente à sua contribuição. O valor a ser doado será estipulado por você.

programação2016

Setembro24/09 (sáb) 9h às 15hVII Feira Harmonia

Julho09/07 (sáb) 20hAniversário do Núcleo Jurídico e de Cidadania Mª Terezinha Ferraz Freire de Novaes23/07 (sáb) 10hAula Inaugural do 2º Semestre da Universidade Livre do Espírito

31/07 (dom) 9h às 13hAdenáuer Novaes3º Seminário “Sonhos: Mensagens da Alma”

JUSTIÇA E CIDADANIAPor Eliane Cirino, advogada e coordenadora do Núcleo Jurídico e de Cidadania Mª Terezinha Ferraz Freire de Novaes, na Fundação Lar Harmonia

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INA

Muitos questionam a relação da Justiça com a Cidadania, se haveria justiça num judiciário que não atenda os anseios do cidadão. Para responder a esse questionamento, precisei refletir sobre as minhas próprias escolhas. Formei-me em Direito há 14 anos. Lembro-me que, na primeira aula, uma honorável professora, conhecida e respeitada, perguntou à turma quem decidira estudar direito para mudar o mundo. Poucos levantaram as mãos, dentre os quais eu. Deparei-me então com uma resposta que não esperava: “vocês escolheram o curso errado”. Foi o que a nobre mestra afirmou.

Aquela afirmação me fez questionar se eu teria ou não escolhido o curso certo. Pouco a pouco, percebi que ela teria sentido se olharmos o Direito como um instrumento para manter a ordem, estanque, fechado em seus próprios termos, o que não reflete a verdade.

O profissional do Direito deve ter em mente a sua função social, deve ter uma atitude cidadã, aplicando as normas dentro de um contexto que vai além da letra fria da lei, atuando de forma compromissada com o bem social, zelando pela ordem, mas insurgindo-se contra as posturas que atentam contra a verdadeira justiça – a justiça social. O profissional do direito deve ter em mente que é ele quem pacifica a sociedade, deve ter um olhar menos combativo e mais conciliatório, erguendo a espada da justiça apenas quando o cidadão está sucumbindo diante da ignorância e irresponsabilidade daqueles que não possuem compromisso com o social.

O exercício cidadão da justiça pode e deve ser exercido também nas causas individuais, através da conscientização e da pacificação dos conflitos. Justiça e Cidadania são irmãs siamesas que, se separadas, transformam a justiça em injustiça e a cidadania em preconceito social.

Dezembro04/12 (dom) 7hCaminhada pela Paz e Café da Manhã

10/12 (sáb) 19hXI Encontro das Religiões

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4º Seminário “Psicologia do

Outubro23/10 (dom) 9h às 13h

Espírito” – Adenáuer Novaes

JULHO DE 2016ANO XIII • Nº 152

Por Ana Carmen Segura, coordenadora da Editora Harmonia

Em entrevista ao Jornal Harmonia, Adenáuer Novaes fala um pouco sobre o tema de seu próximo seminário, que acontecerá no dia 31 deste mês.

JH – Em seu livro Sonhos: mensagens da alma você nos diz que “o sonho é um recado do Inconsciente (Self) para o consciente (ego)”. Como o sonhador pode compreender este recado?

AN – O recado vem no formato de imagens carregadas de rico conteúdo simbólico, carecendo de compreensão, com informações a respeito do que se passa circunstancialmente no mundo íntimo do sonhador. Sua expressão se deve a um sistema de compensação existente entre a Consciência e o Inconsciente para o estabelecimento do equilíbrio psíquico. O recado visa a harmonia e o desenvolvimento da personalidade.

JH – De que forma a Psicologia de Carl Gustav Jung pode auxiliar na interpretação de um sonho?

AN – Os estudos de Jung a respeito dos sonhos nos levam ao entendimento de que se trata de retratos instantâneos da vida psíquica, contendo elementos identificadores de seu estado que são inacessíveis pela consciência, sobretudo apresentando a sombra, os complexos e os arquétipos do Inconsciente.

JH – Como psicólogo, de que forma se pode interpretar um sonho, considerando os complexos do sonhador?

AN – Os sonhos, em geral, apresentam uma estrutura típica que contém um enredo no

qual acontece uma situação contraditória ou mudança significativa de contexto. Neste ponto de clímax, é possível identificar uma condição que facilita a percepção do complexo que motiva a ocorrência do sonho. A identificação dos complexos no sonho possibilita o início de sua dissolução.

JH – Por que muitas vezes esquecemos um sonho? Há uma forma de lembrá-lo?

AN – Os sonhos ocorrem no Inconsciente, não sendo produto da experiência consciente. Isto dificulta sua fixação na memória da Consciência. Para melhor lembrar-se dos sonhos, existem algumas atitudes que facilitam esta possibilidade. Sempre que acontecer a lembrança de alguma parte, o sonhador deve apressar-se em anotar. Para tal, na cabeceira de sua cama, deve haver um caderno e uma caneta. Antes de dormir deve propor um tema para sonhar, aguardando a resposta do inconsciente.

JH – Qual a diferença entre o sonho e o desdobramento?

AN – O sonho é um ato que não depende da vontade consciente do sonhador, que não dirige as imagens que se formam em sua mente. Ao contrário, no desdobramento, ele se encontra totalmente consciente e decide o que fazer e aonde ir. O desdobramento é o desprendimento consciente do Espírito, que atua segundo sua vontade, até mesmo mantendo contato com outros que estejam

libertos, temporária ou definitivamente, do corpo físico. No desdobramento, a pessoa, ao retornar ao seu corpo físico, lembra-se, sem qualquer dificuldade, de tudo que vivenciou durante o processo.

JH – Na visão espírita, como são interpretados os sonhos? Quais critérios identificam um sonho espiritual?

AN – Segundo Allan Kardec, os sonhos são lembranças daquilo que o espírito vê durante o sono, lembranças da partida e chegada ao corpo e lembranças do que faz e leva preocupação para o estado de vigília. Os pesadelos são perseguições dos maus espíritos. Para ele, os sonhos resultam: das interferências das preocupações do estado de vigília; dos desejos do estado de vigília; das disposições orgânicas; das lembranças de vidas passadas; das atividades do espírito durante o sono; e das intuições quanto ao futuro. Os sonhos espirituais costumam apresentar encontros com pessoas já falecidas ou que relatam experiências em cenários típicos do Mundo Espiritual.

JH – Que mensagem você deixaria ao final deste seminário?

AN – Os sonhos são acontecimentos que retratam melhor a personalidade do que as informações apresentadas pelo ego da consciência. Lembrar de um sonho é enxergar dentro de si mesmo.

MARIA, JOSÉ E ANA, ADENÁUER E EDNILZE: OS NOMES POPULARESE RAROS NO BRASILPor José Ribeiro, economista e demógrafo

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JULHO DE 2016ANO XIII • Nº 152

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No dia 27 de abril, o IBGE disponibilizou um levantamento interessante e inédito: os nomes mais frequentes identificados pelo Censo Demográfico 2010. Foram observados 130.348 nomes diferentes na população brasileira, sendo 63.456 masculinos e 72.814 femininos. Para as mulheres, o nome mais popular é Maria, com frequência de 11,7 milhões de pessoas, seguido por Ana (cerca de 3,1 milhões). Já para os homens, os mais preferidos são Jose, com 5,7 milhões de pessoas, Joao (2,9 milhões) e Antonio (2,5 milhões). De forma intermediária, figuram, por exemplo, Fernando (556 mil), Diego (424 mil), Marcia (553 mil), Luciano (337 mil), Cristiane (328 mil), Rosangela (310 mil), Isabel (239 mil) e Angelica (123 mil). Em menor frequência, aparecem Teresa (83 mil), Djalma (31 mil), Ramiro (13 mil), Mabel (3,3 mil) e Socrates (1,9 mil). Por outro lado, há nomes raros (pouco comuns) a exemplo de Adenauer (238 pessoas, sendo 1 do sexo feminino), Hostilio (58 nomes, com maior presença na Bahia – 16 pessoas) e Ednilze (apenas 43 casos, sendo todos nomes de mulheres).

Conforme metodologia divulgada pelo IBGE, o projeto Nomes no Brasil (disponível em http://censo2010.ibge.gov.br/nomes) tem por base as listas de moradores dos domicílios em 31/07/2010, data de referência do Censo 2010. Foram registrados obrigatoriamente o primeiro nome e o último sobrenome de todos os moradores e, havendo mais de um morador com primeiro e último nomes iguais, foram registrados os outros nomes que permitissem distingui-los. As formas variantes foram contabilizadas distintamente. Desse modo, nomes como Ana ou Anna, Ian ou Yan, entre outros, foram considerados isoladamente, com a grafia original da coleta. Também não foram previstos sinais como acentos, cedilha, trema e til (por isso os nomes figuram sem acentos). O levantamento também aponta os nomes mais frequentes até 1929 e por década de nascimento a partir de 1930, possibilitando identificar nomes que entraram e saíram de moda e aqueles mais constantes. Exemplificando, em relação à década de 1950, deixaram de ser utilizados nomes como Terezinha, que caiu de 84.879 para 768 registros nos anos 2000.

Além de disponibilizada por sexo, a base de informações com os nomes está disponível para distintas escalas geográficas: Brasil, Unidades da Federação (UFs) e municípios. Somente são apresentados os nomes cuja frequência é maior ou igual a 20 para o total Brasil. Para a UF, se exige uma frequência de ao menos 15 nomes iguais e para os municípios ao menos dez nomes. A título de exemplo, o nome Adenáuer é mais comum em São Paulo (66 pessoas), Minas Gerais (26), Rio de Janeiro (25) e Rio Grande do Sul (15). Na Bahia, esse nome possui frequência inferior a 15 pessoas, ou seja, caso você conheça algum Adenáuer na amada terra de Amado, há mais um nobre motivo para sentir-se privilegiado – caso conheça algum nascido no município de Acajutiba, trata-se de um evento tão raro cuja probabilidade é quase a mesma de acertar os seis números do concurso da Mega Sena! Sendo assim, sinta-se literalmente afortunado!

MEDICINA E ESPIRITUALIDADEPor Cristiane Teixeira, médica e voluntária no Ambulatório Odonto-Médico Eurípedes Barsanulfo, na Fundação Lar Harmonia

Foi estabelecido pela OMS que saúde não é a ausência de doença, mas, sim*, um estado de harmonia física, mental e social. A doutrina espírita vem, então, acrescentar o fator espiritual e, nas palavras de Emmanuel, “a saúde vem a ser a perfeita harmonia da alma”. Como vivemos em um mundo de provas e expiações, a saúde integral ainda é bem difícil de ser observada na trajetória humana.

Parece contraditório, mas adoecemos porque precisamos nos curar como processo para o equilíbrio do espírito ora encarnado. Devemos, pois, enxergar na doença um sinal de que algo em nós precisa ser transformado, nossos comportamentos e atitudes, permanecendo na trilha em que estamos, rumo à unidade. A doença pode ter como causa somente uma alteração na estrutura orgânica, perecível, mas também pode ser decorrente de marcas deixadas no períspirito, nesta ou em outra existência, gerando desarmonia no indivíduo.

O tratamento espiritual de cura é importante como coadjuvante no tratamento das enfermidades, principalmente quando associado à fé e ao esforço pessoal do paciente. A saúde quase sempre é reflexo das nossas crenças e pensamentos e, em verdade, tudo melhora por fora quando melhoramos por dentro.

Quando nos libertamos dos maus condicionamentos, a doença como caminho nos ensina a exercitar valores como paciência, humildade, tolerância e amor, despertando da anestesia das ilusões do mundo. E a cura nem sempre representa a eliminação do problema, mas uma proposta de vida mais equilibrada, ainda que com limitações inerentes à própria doença, ou ao ciclo inexorável da vida.

A sociedade capitalista vem modificando a experiência da doença, retirando do indivíduo suas particularidades e transformando este processo em um problema puramente técnico, biológico. A visão mais holística da medicina deve ser capaz de perceber o paciente dentro de sua realidade própria, compreendendo a sua singularidade. A prescrição de medicação sintomática, de uma forma geral, somente alivia temporariamente os sintomas, não sendo a solução ideal. Há que se buscar também a base do problema e, mesmo quando não for possível a cura, está nas mãos do profissional de saúde a missão de esclarecer e atenuar o sofrimento daqueles que o procuram. Independente da área de atuação, quando estamos comprometidos no cuidar, inspiramos e irradiamos confiança, momento em que já é iniciado o processo de melhora.