o boletim do marketing esportivo · disputou o gp virtual organizado pelo site the race. a nascar...

5
O O E m meio à paralisação forçada do esporte profissional, o e-Sports se trans- formou na tábua de salvação para manter a chama acesa dos torcedores e reforçar o vínculo das instituições com seus fãs. Algumas iniciativas usando o esporte virtual começaram a ser adotadas pelas entidades nos últimos dias. A primeira delas foi no automobilismo. Assim que o GP da Austrália de Fórmula 1 foi cancelado, a apenas dois dias do evento, a Veloce eSports criou o "Not the Australia GP", uma competição virtual que contou com a participação do piloto da McLaren Lando Norris e do goleiro belga do Real Madrid, Thibaut Courtois. A transmissão do evento no Twitch e no YouTube teve mais de um milhão de pessoas. Quem também "correu" o GP da Austrália foi o holandês Max Verstappen, que O BOLETIM DO MARKETING ESPORTIVO DO POR ERICH BETING 1 NÚMERO DO DIA EDIÇÃO 1457 - QUARTA-FEIRA, 18 / MARÇO / 2020 de euros pode ser o prejuízo da LaLiga caso não seja concluída a temporada 2019/2020 da competição 678,8 mi e-Sports vira solução para esporte ativar fãs

Upload: others

Post on 09-Jul-2020

0 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: O BOLETIM DO MARKETING ESPORTIVO · disputou o GP virtual organizado pelo site The Race. A Nascar também encontrou no mundo virtual a solução para a pausa forçada. No domingo

O O

Em meio à paralisação forçada do esporte profissional, o e-Sports se trans-formou na tábua de salvação para manter a chama acesa dos torcedores e reforçar o vínculo das instituições com seus fãs. Algumas iniciativas usando

o esporte virtual começaram a ser adotadas pelas entidades nos últimos dias.A primeira delas foi no automobilismo. Assim que o GP da Austrália de Fórmula

1 foi cancelado, a apenas dois dias do evento, a Veloce eSports criou o "Not the Australia GP", uma competição virtual que contou com a participação do piloto da McLaren Lando Norris e do goleiro belga do Real Madrid, Thibaut Courtois. A transmissão do evento no Twitch e no YouTube teve mais de um milhão de pessoas.

Quem também "correu" o GP da Austrália foi o holandês Max Verstappen, que

O B O L E T I M D O M A R K E T I N G E S P O R T I V O

DO

POR ERICH BETING

1

N Ú M E R O D O D I A EDIÇÃO 1457 - QUARTA-FEIRA, 18 / MARÇO / 2020

de euros pode ser o prejuízo da LaLiga caso não seja concluída a temporada 2019/2020 da competição678,8mi

e-Sports vira solução para esporte ativar fãs

Page 2: O BOLETIM DO MARKETING ESPORTIVO · disputou o GP virtual organizado pelo site The Race. A Nascar também encontrou no mundo virtual a solução para a pausa forçada. No domingo

disputou o GP virtual organizado pelo site The Race. A Nascar também encontrou no mundo virtual a solução para a pausa forçada. No domingo em que haveria uma prova, a categoria criou em parceria com a Podium eSports a corrida virtual, con-tando com a participação de seus pilotos e até com equipe de transmissão na TV.

Agora, é o basquete quem começa a adotar o e-Sports como solução em tem-pos de blecaute do evento real. O Phoenix Suns começou a transmitir por meio da plataforma Twitch todo o restante dos jogos que o time da NBA ainda tem previsto para esta temporada. Por meio do simulador NBA2K, o Suns manteve o cronogra-ma de partidas e já começa a fazer sucesso com as transmissões virtuais.

O primeiro jogo teve 221 mil visualizações, sendo 126 mil usuários únicos. O ca-nal do time na plataforma, que não existia, já passou de 6 mil seguidores.

"Sabíamos que o esporte no mundo inteiro teria uma pausa, então pensamos como poderíamos dar às pessoas um jeito de continuar a acompanhar o esporte. Você encontra novos jeitos de sobreviver em momentos como esse e providencia entretenimento e distração. Se você olhar do jeito certo, pode encontrar um novo jeito de pensar", disse Dean Stoyer, CMO do Suns, ao site Front Office Sports.

De acordo com o executivo, agora que o e-Sports se tornou palpável, o próximo passo é buscar a monetização com os eventos virtuais. O Suns já conversa com as emissoras locais, que podem transmitir partidas da equipe, para levar para a TV o jogo. Da mesma forma, Stoyer afirma que a equipe de marketing da franquia tra-balha para encontrar maneiras de integrar seus patrocinadores ao projeto.

Com o esporte fora do mundo real, o mundo virtual virou a solução de momento.

F O R TA L E Z A U S A M A S C O T E PA R A E N T R E T E R T O R C E D O R

O Fortaleza lançou uma ação no Instagram para man-ter o torcedor entretido e, ainda, incentivar as pessoas a continuarem dentro de suas casas. O clube usou uma imagem do Juba, o leão mascote do time, para que os torcedores coloquem-o virtualmente junto a eles.

As imagens mais criativas são replicadas pelo Fortale-za em seu perfil na rede social. O clube, com a iniciativa, pretende manter sua influência no meio digital, em que tem cerca de 2 milhões de seguidores, segundo o Ibope.

A D I D A S C R Ê E M P E R D A P E Q U E N A S E M E U R O 2 0 2 0

A decisão de postergar a Euro 2020 para o próximo ano não deve impactar nos negócios da Adidas, fornecedora da bola da competição.

Em conversa com acionistas na se-mana passada, os executivos da empre-sa alemã afirmaram que as perdas de um cancelamento do torneio ficariam próximas de 50 milhões de euros.

"A maioria das vendas acontece antes do evento. Então não existe um impacto muito grande com um can-celamento. A exposição de marca no evento é grande, mas isso vale para to-das as marcas", disse Kasper Rorsted, CEO da Adidas, na conversa com os acionistas no último dia 11 de março.

Page 3: O BOLETIM DO MARKETING ESPORTIVO · disputou o GP virtual organizado pelo site The Race. A Nascar também encontrou no mundo virtual a solução para a pausa forçada. No domingo

O P I N I Ã O

Em que mundo vive o Comitê Olímpico?

A manutenção do calendário dos Jogos Olímpicos, reforçada na última terça-feira (17) pelo Comitê Olímpico Internacional, gerou uma onda de protestos de atletas e especialistas. A insistência do COI em dizer que,

em quatro meses, tudo estará normalizado no mundo e que não há razão para mudar o cronograma previamente estabelecido, deixou de ser teimosia para virar insanidade.

Sim, sem dúvida que em quatro meses já teremos saído do estado de pandemia do coronavírus. Mas em qual estado estaremos daqui a quatro meses?

É isso que faz da manutenção dos Jogos em seu cronograma original uma tre-menda irresponsabilidade egoísta do COI, e não uma simples teimosia. A Europa e os Estados Unidos pararam, a América do Sul começou a estacionar. Como os atletas vão treinar? De que forma o torcedor vai se programar para ir ao evento? E quais pa-

trocinadores terão condições de saber qual o orçamento para promover os Jogos?

Sim, se todos fizermos nossas partes teremos um mundo mais saudável daqui a quatro meses. Mas quais os legados des-se período de reclusão que temos vivido? Esse cenário gera uma incerteza que é muito maior do que a condição física dos atletas e o tempo hábil de se montar um evento de alto grau de complexidade.

Existe toda a questão financeira de prejuízo a emissoras, patrocinadores, COI

e Japão com relação a um adiamento ou até mesmo cancelamento dos Jogos. Para a mídia, o problema está claramente resolvido. A previsão é de que os dois

meses de ápice das competições esportivas que viveríamos agora em abril e maio sejam postergados para julho e agosto, exatamente o período em que ocorrerão os Jogos.

Aos patrocinadores, postergar o evento não parece tão ruim assim, já que a econo-mia precisará de um fôlego para retomada após os prováveis três meses de paralisação. Os Jogos serem ainda num período de recuperação econômica pode ser prematuro.

Sobram Japão e COI nessa conta. Para os anfitriões do evento, que começam agora a retomar as atividades após quase dois meses, em julho a vida já deve ter se nor-malizado, então não há motivo para mudar as datas. Para o comitê, manter o crono-grama significa não sofrer qualquer abalo financeiro como todo o restante do esporte.

Esse egoísmo pode criar um concorrente inesperado para as Olimpíadas. Basque-te, futebol e vôlei deverão estar, em julho, terminando sua temporada. O que o torce-dor vai querer acompanhar? Pelo visto o COI não percebeu o mundo em que vive...

Manutenção de data de Olimpíadas

agrada COI e Japão, mas gera um

inesperado concorrente para o evento

POR ERICH BETING

diretor executivo da Máquina do Esporte

Page 4: O BOLETIM DO MARKETING ESPORTIVO · disputou o GP virtual organizado pelo site The Race. A Nascar também encontrou no mundo virtual a solução para a pausa forçada. No domingo

Fifa estuda criar fundo para amparo a clubes no mundo

Os jogadores do Goiás decidi-ram, por conta própria, tirarem o time do Campeonato Goiano, que era um dos poucos estaduais que não havia interrompido os jogos.

Na tarde de terça-feira, os atle-tas anunciaram que não iriam mais treinar e jogar. O protesto foi apoiado pela diretoria do clube, que já havia sido contra a manutenção do estadual. Com a revolta dos atle-tas, a Federação Goiana voltou atrás e decidiu interromper o torneio.

A ideia original era encerrar a primeira fase do Goiano com por-tas fechadas e, então, paralisar o torneio. A recusa do Goiás acabou forçando os dirigentes a seguirem os demais campeonatos pelo país.

T I M E D O G O I Á S F O R Ç A PA R A D A E FA Z T O R N E I O S E R S U S P E N S O

A Federação Francesa de Tênis confirmou a mudança do torneio de Roland Garros para o mês de setem-

bro, por causa do coronavírus.O torneio é o primeiro do circuito do tênis a ter sua nova data confir-mada. Entre 20 de setembro e 4 de outubro acontecerá o Grand Slam.

A mudança deve impactar o cir-cuito da ATP como um todo, já que

será necessário alterar datas de outros torneios também para alocar a com-

petição francesa no período escolhido.

FFT DECIDE MUDAR TORNEIO

DE ROLAND GARROS PARA

SETEMBRO

POR REDAÇÃO

A Fifa quer discutir a possibilidade de criar um Fundo Glo-bal de Assistência ao Futebol para ajudar todos os clubes afetados pela crise atual, assim como incentivar todos no fu-tebol a contribuir com esses esforços. Os planos foram anun-ciados pelo presidente Gianni Infantino numa carta em que comenta as decisões do órgão com relação à pandemia do coronavírus que paralisou o futebol em boa parte do mundo.

A entidade acatou as decisões de Conmebol e Uefa de postergarem, para 2021, as realizações da Copa América e da Euro, que seriam na metade do ano. Com isso, terá de ser remarcado o Mundial de Clubes com 24 equipes, que seria realizado na China em 2021. Segundo Infantino, a Fifa vai estudar posteriormente como fará com a competição, num encontro com o governo chinês e a federação local.

"É imprescindível encontrar soluções adequadas e justas em nível global, o que requer unidade, solidariedade e um senso de responsabilidade compartilhado. Precisamos pen-sar em todos aqueles ao redor do mundo potencialmente impactados por nossas decisões", declarou Infantino.

A Fifa também vai estudar como ficará o mercado de trans-ferência de jogadores, já que possivelmente o calendário do futebol será extendido para o segundo semestre, já que os torneios estão paralisados por tempo indeterminado.

Na carta, o presidente ainda anunciou que a Fifa doou US$ 10 milhões para o Fundo de Resposta de Solidariedade da Organização Mundial da Saúde (OMS) contra o Covid-19.

Page 5: O BOLETIM DO MARKETING ESPORTIVO · disputou o GP virtual organizado pelo site The Race. A Nascar também encontrou no mundo virtual a solução para a pausa forçada. No domingo

A Confederação Brasileira de Futebol conseguiu, em 2019, a maior receita da sua história, chegando a R$ 957 milhões de faturamento no ano. O valor representa 43% a mais do que a entidade havia faturado em 2018.

Sem detalhar ainda seus resultados, a entidade divulgou que o aumento substan-cial de receita se deve a três fontes de arrecadação: patrocínio, direitos de trans-missão e comercial e a verba do Fundo de Legado da Copa do Mundo de 2014.

O incremento da receita com patrocínio foi graças ao acordo fechado com a Fiat no começo do ano e pela variação cambial. Os contratos com os patrocinadores da entidade são firmados em moeda estrangeira e utilizam a cotação do dólar no primeiro dia útil do ano para estabelecer o valor anual do acordo. Assim, somente com o aumento do dólar, a CBF faturou 17% a mais em 2019 em relação a 2018.

O incremento nos direitos de transmissão e comercial estão ligados à realização da Copa América no país. Já o Fundo de Legado da Copa do Mundo teve um aporte de pelo menos US$ 25 milhões feitos pela Fifa no começo de 2019, quando houve um acordo com a entidade para disponibilizar até 2022 os US$ 100 milhões que estão previstos para serem dados à CBF para investir no futebol do país. Parte da verba direcionada pela Fifa foi para custear as transmissões de torneios de fu-tebol feminino e de categorias de base, que têm 738 jogos organizados pela CBF.

Com o aumento de receita, o lucro da entidade também foi recorde. Sobraram R$ 190 milhões no caixa da CBF, que diz ter investido ainda R$ 535 milhões no de-senvolvimento do futebol, sendo R$ 215 milhões nas seleções brasileiras e outros R$ 320 milhões em competições e desenvolvimento das federações estaduais.

CBF alcança recorde de quase 1 bi em receita

5

POR REDAÇÃO