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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE O AUXÍLIO DO JUDÔ NO DESENVOLVIMENTO DA PERCEPÇÃO CORPORAL DO DEFICIENTE VISUAL Por: Marcelo Florentino Veríssimo da Silva Orientador Prof. FABIANE MUNIZ DA SILVA Rio de Janeiro 2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

O AUXÍLIO DO JUDÔ NO DESENVOLVIMENTO DA

PERCEPÇÃO CORPORAL DO DEFICIENTE VISUAL

Por: Marcelo Florentino Veríssimo da Silva

Orientador

Prof. FABIANE MUNIZ DA SILVA

Rio de Janeiro

2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

O AUXÍLIO DO JUDÔ NO DESENVOLVIMENTO DA

PERCEPÇÃO CORPORAL DO DEFICIENTE VISUAL

Apresentação de monografia à Universidade Candido

Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de

especialista em Psicomotricidade.

Por: Marcelo Florentino Veríssimo da Silva

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AGRADECIMENTOS

Aos meus colegas de faculdade pelos momentos de aprendizagem

constante e pela amizade solidificada, ao longo deste curso, que, certamente se

eternizará.

Aos professores, especialmente Fátima Alves, pela contribuição, e o

desenvolvimento da Psicomotricidade dentro da minha vida, e, principalmente pela

dedicação e empenho que demonstrou na orientação desse trabalho.

Agradecimentos especiais ao Instituto Benjamin Constant pelo confiança e

dedicação para construção desse objetivo.

A todos aqueles que, direta ou indiretamente, colaboraram para que este

trabalho consiga atingir aos objetivos propostos.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho primeiramente a Deus, pois sem Ele, nada seria

possível e não estaríamos aqui reunidos, desfrutando, juntos, destes momentos

que nos são tão importantes.

Aos meus alunos, aos colegas de profissão com que eu trabalho aos meus

alunos e aos meus amigos, no qual contribuirão em muito na minha vida

profissional e pessoal.

A minha mãe Olga e a minha esposa Ana Cláudia pelo esforço, dedicação e

compreensão, em todos os momentos desta e de outras caminhadas.

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RESUMO

O presente estudo trata dos benefícios psicomotores em especial a

percepção corporal do deficiente visual, através do Judô. Propomos-nos investigar

como as aulas de Judô podem auxiliar no desenvolvimento integral do deficiente

visual no processo de ensino-aprendizagem, favorecendo os aspectos físicos,

mental, afetivo-emocional e sócio-cultural, buscando estar condizente com a sua

realidade. Foi observado que o desenvolvimento das habilidades motoras como,

por exemplo, força, velocidade, coordenação, equilíbrio, entre outras, que no

decorrer do curso da vida são adquiridas através de adaptações, mudanças e

aprendizagens. Dessa forma, este trabalho irá contribuir na construção de valores,

como disciplina, respeito e concentração. E auxiliando na auto descoberta de

meios no qual o deficiente visual consiga desenvolver a sua mobilidade e

segurança tornando-o mais seguro e independente.

O propósito deste estudo foi analisar a importância educação psicomotora

como instrumento de adaptação para os deficiente visuais ao meio em que vivem,

utilizando o Judô, como forma de adaptação do comportamento psicomotor dos

mesmos. Dada a relevância do tema em foco, este trabalho foi elaborado com o

intuito de trazer uma reflexão sobre a necessidade de identificar as defasagens

psicomotoras, as más adaptações sensoriomotora, o sério comprometimento da

autonomia e a exploração espacial do indivíduo, que acabam prejudicando o seu

processo de ensino/aprendizagem, no qual poderá ser prevenido com a prática do

Judô. Com isso o psicomotricista terá subsídios necessários para conhecer melhor

o indivíduo, sabendo de suas necessidades e potencialidades psicomotoras.

Palavras – Chaves: Judô, Psicomotricidade, Educação Psicomotora, Deficiência

Visual, Percepção Corporal.

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METODOLOGIA

Para realização deste trabalho, a metodologia adotada, foi uma pesquisa

teórico-empírica, através dos estudos bibliográficos descritivos, auxiliados com as

pesquisas teóricas dos sites da internet na temática do Judô, devido aos poucos

materiais bibliográficos referente ao assunto, e as referências bibliográficas a

respeito da psicomotricidade com relação ao judô e o deficiente visual.

Sobre os métodos e fontes de pesquisa, Lakatos e Marconi (1996) dizem,

que:

“Consistem em investigação de pesquisa empírica cujo objetivo principal é o teste de hipóteses que dizem respeito a relações de tipo causa-efeito. Todos os estudos desse tipo utilizam projetos experimentais que incluem os seguintes fatores: grupos de controle (além do experimental), seleção da amostra por técnicas probalística e manipulação das variáveis independentes com a finalidade de controlar ao máximo os fatores pertinentes.” (Pág. 189)

Assim sendo, caracteriza-se como pesquisa teórico-empírica, como

utilização parcial das informações auxiliadas pelo Instituto Benjamin Costant.

Foram estudados assuntos como a Psicomotricidade, o histórico do Judô, o

Judô como instrumento de mobilidade e orientação para o deficiente visual, e como

pode ser utilizado no desenvolvimento integral (cognitivo, motor e afetivo) em seus

participantes.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - A Psicomotricidade 09

CAPÍTULO II - A Deficiência Visual 16

CAPÍTULO III – O Judô 21

CONCLUSÃO 34

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 36

BIBLIOGRAFIA CITADA (opcional) 38

ANEXOS 41

ÍNDICE 42

FOLHA DE AVALIAÇÃO 43

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INTRODUÇÃO

No mundo moderno, a maior parte das informações que chegam ao indivíduo são

trazidas por estímulos captados pela visão. Desde o seu primeiro contato com a

vida, acompanhando todo o seu desenvolvimento, seu relacionamento familiar, sua

vida acadêmica, sua integração social até a sua emancipação profissional, o

homem utiliza a visão como um dos principais sentidos receptores.

Segundo ALVES (2009), o ser humano nasceu para brilhar, e esses brilho pode se

manifestar de diversas maneiras, pois possui possibilidades para tal. Não importa

se esse corpo necessita de ajuda, o que importa é que ele existe e milhões de

potencialidades ali se alojam esperando pela possibilidade de brilhar.

O judô contribui para diminuição de algumas defasagens de ordem física, social e

afetiva, relacionando com a vida do deficiente visual. VIEIRA (1988), relata que

para desenvolver na pessoa cega, certa atitudes que lhe traga maior

independência de locomoção, melhor postura corporal, iniciativa para as ações,

além do relaxamento muscular que as atividades físicas proporcionam e que os

cegos tanto necessitam.

Com auxilio do psicomotricista o deficiente visual poderá desenvolver uma

independência de todo o potencial que o movimento humano. ALVES (2009),

acrescenta que o psicomotricista trabalha com mais afinco os movimentos do

deficiente visual que julgam mais adequados, precisos, harmoniosos e que

desprendem muito tempo e energia. Estabelecendo um comportamento de

interação e integração com a sociedade.

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CAPÍTULO I

TÍTULO DO CAPÍTULO

A PSICOMOTRICIDADE

A Psicomotricidade, nos seus primórdios, compreendia o corpo nos seus

aspectos neurofisiológicos, anatômicos e locomotores, coordenando-se e

sincronizando-se no espaço e no tempo, para emitir e receber significados. Hoje, a

Psicomotricidade é o relacionar-se através da ação, como um meio de tomada de

consciência que une o ser corpo, o ser mente, o ser espírito, o ser natureza e o ser

sociedade. A Psicomotricidade está associada à afetividade e à personalidade,

porque o indivíduo utiliza seu corpo para demonstrar o que sente, e uma pessoa

com problemas motores passa a apresentar problemas de expressão.

Como disse Fonseca (1995), “[...] conceito de psicomotricidade é, de alguma

forma, estudar a significação do corpo ao longo da civilização humana”. (Pág. 9)

Elevada atualmente ao nível de ciência, a Psicomotricidade possui crescente

importância nos trabalhos que se relacionam com o desenvolvimento infantil, como

nas fases posteriores. Por tratar da relação entre o homem, seu corpo e o meio

físico sociocultural no qual a Psicomotricidade é fundamentada, e estudada por um

amplo conjunto de campos científicos, que lhes são específicos.

Como o comportamento físico do indivíduo expressa, uma a uma, suas

dificuldades intelectuais e emocionais, pode-se dizer que a Psicomotricidade é a

ciência do corpo e da mente. Ao vermos o corpo em movimento, percebemos a

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ação dos braços, pernas e músculos gerado pela ação da mente. É necessário,

portanto, educar o movimento pela mente.

Psicomotricidade é uma ciência que tem por objetivo o estudo da relação entre o pensamento e a ação, envolvendo a emoção, atende a todas as áreas que trabalham com o corpo e a mente do ser humano. (ALVES 2009 – Pág. 52)

Em estudos mais recentes, Fonseca (1995) ressaltou a necessidade de se

abordar o significado do movimento como comportamento numa relação consciente

e inteligível entre ação individua e as situações circunstanciais, enviando-se

observações restritas ao trabalho de ossos, articulações e músculos, como se o

corpo fosse uma máquina posta em movimento por um psiquismo que habita o

cérebro.

Por que se move o homem, por que o faz, e em que direção? É afirmado por

Sergio (1987), que o homem, em si e a partir de si, está dotado de uma orientação

e de uma capacidade de intercâmbio com o mundo, e toda sua motricidade é uma

procura intencional do mundo que o rodeia, para realizar, para realizar-se.

A Psicomotricidade tem por objetivo o estudo do homem, através do seu

corpo em movimento, nas relações com seu mundo interno e externo para

descobrir e aprimorar todos os seus conhecimentos corporais.

A psicomotricidade visa, em contrapartida, a privilegiar a qualidade de relação afetivo-emocional, a disponibilidade tônica, a segurança gravitacional e o controle da postura, a noção fenomenológica do corpo e a sua dimensão existencial, a sua lateralização e direcionalidade e sua planificação práxica, enquanto componentes essenciais e globais da adaptabilidade, da aprendizagem e de seu ato mental concomitante. (FONSECA, 2004 – Pág. 10)

Na pratica da Psicomotricidade, a relação mente-corpo passa pela ação

motora e pela ação psíquica que permitem efetivar o despertar da consciência

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corporal, através dos movimentos e dos pensamentos. Essa consciência passa

também pela história afetiva do individuo. A maneira de viver o seu corpo dá

origem à elaboração e à evolução da imagem do corpo. As sessões de

Psicomotricidade permitem descobrir, redescobrir e viver melhor o corpo. O que é

mais importante não são os métodos, as técnicas e os instrumentos, apesar de

indispensáveis. O que conta, é permitir desabrochar a evolução positiva do ser;

tanto na relação consigo mesmo, como com o mundo externo.

Segundo Fonseca (1995), a Psicomotricidade é atualmente concebida como

a integração superior da motricidade, produto de uma relação inteligível entre o

indivíduo e o meio. É um instrumento privilegiado através do qual a consciência se

forma e se materializa.

1.1 – Educação psicomotora

Segundo Lê Boulch (1988), a educação psicomotora é um meio prático de

ajudar o indivíduo a dispor de uma imagem do “corpo operatório”, a partir da qual

poderá exercer sua disponibilidade em qualquer fase de sua vida.

Atribui-se à educação psicomotora uma formação de base, indispensável a

todo individuo (como ou sem deficiência), que responde a uma dupla finalidade:

assegurar o desenvolvimento funcional, tendo em conta, a possibilidades do

indivíduo, e ajudar sua afetividade a se expandir e equilibrar-se, através do

intercâmbio com o ambiente humano.

Uma definição de educação psicomotora que parece resguardar as

diferentes características abordadas foi citada por Morizot (1989):

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“Uma atividade através do movimento, visando um desenvolvimento de capacidades básicas, sensórias, perceptivas e motoras, proporcionando uma organização adequada de atitudes adaptativas, atuando como agente profilático de distúrbios de aprendizagem”. (Pág. 3)

A educação psicomotora visa melhorar e oportunizar o sujeito ao movimento;

conscientizando-o do seu próprio corpo; da consciência do esquema corporal;

domínio do equilíbrio; construção e controle das coordenações global e parcial;

organização das estruturas espaço-temporal; melhoria das possibilidades de

adaptação ao mundo externo; estruturação das percepções. Os benefícios serão

notados ao longo da vida desse sujeito, pois será um ser bem resolvido em suas

questões internas, podendo se libertar para as questões externas.

“A educação psicomotora é uma educação através do movimento. Movimento do seu corpo. Movimento deste corpo no espaço e tempo, coordenando-se e sincronizando-se para com seus aspectos anatômicos, neuropsicológicos, mecânicos e locomotores, para emitir e receber, significar e ser significante”. (CARVALHO, 1993 – Pág. 1)

Em face da grande qualidade de estudiosos, pode-se encontrar variações

nas definições das funções psicomotoras. Sendo assim, apresentaremos a seguir a

lista básica das principais funções psicomotoras, segundo Lê Boulch (1983),

Costallat (1989), Mello (1989), Coste (1992), Oliveira (1997), Fonseca (1995) e

Fonseca (2004).

Os conceitos ou funções psicomotoras são:

1. Esquema corporal: É uma intuição de conjunto ou um conhecimento imediato que

temos de nosso corpo em posição estática ou em movimento na relação das suas

diferentes partes entre si e, sobretudo, nas relações com o espaço e os objetos que

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nos circundam. Compreende, neste caso, a imagem e o conceito do corpo e suas

partes.

2. Tônus da postura: É uma tensão dos músculos, pelas quais as posições relativas

das diversas partes do corpo são corretamente mantidas e que se opõe às

modificações passivas dessas posições.

3. Dissociação de movimento: É a capacidade de individualizar os segmentos

corporais que tomam parte na execução de um gesto intencional.

4. Coordenações globais: É definida como a colocação em ação simultânea de

grupos musculares diferentes, com vistas à execução de movimentos amplos e

voluntários mais ou menos complexos, envolvendo principalmente o trabalho de

membros inferiores, superiores e do tronco.

5. Motricidade fina: É o trabalho de forma ordenada dos pequenos músculos.

Compreende todas as tarefas motoras finas, onde associa a função de

coordenação dos movimentos dos olhos durante a fixação da atenção, e durante a

fixação da atenção e manipulação de objetos que exigem controle visual, além de

abranger as funções de programação, regulação e verificação das atividades

preensivas e manipulativas mais finas e complexas. Crianças que têm transtornos

na coordenação dinâmica manual geralmente têm problemas visomotores,

apresentando inúmeras dificuldades de desenhar, recortar, escrever, ou seja, em

todos os movimentos que exijam precisão na coordenação olho/mão.

6. Organização espacial e temporal: A estruturação espácio-temporal decorre como

organização funcional da lateralidade e da noção corporal, uma vez que é

necessário desenvolver a conscientização espacial interna do corpo antes de

projetar o referencial somatognósico no espaço exterior. Este fator emerge da

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motricidade, da relação com os objetivos localizados no espaço, da posição relativa

que ocupa o corpo, enfim das múltiplas relações integradas da tonicidade, do

equilíbrio, da lateralidade e do esquema corporal.

• A organização espacial leva a tomada de consciência pela criança, da situação de

seu próprio corpo em um determinado meio ambiente, permitindo-lhe conscientizar-

se do lugar e da orientação no espaço que pode ter em relação às pessoas e

coisas;

• A organização temporal corresponde à capacidade de relacionar ações a uma

determinada dimensão de tempo, onde sucessões de acontecimentos e de

intervalo de tempo são fundamentais. Tratando do movimento, a psicomotricidade

solicita a associação de espaço e tempo conjuntamente no desencadeamento de

ações num determinado espaço físico e numa seqüência temporal, embora alguns

autores as estudem como duas funções isoladas

7. Ritmo: É a ordenação específica, característica e temporal de um ato motor. “Um

encadeamento de tempo, um encadeamento dinâmico-energético, um sincronismo

de tensão e de repouso, enfim, uma variação regular com repetições periódicas”.

8. Lateralidade: É a capacidade de se vivenciar as noções de direita e esquerda

sobre o mundo exterior, independentemente da sua própria situação física. Difere,

portanto do conceito de dominância lateral, que significa o predomínio ocular,

auditivo e sensório-motor de um dos membros superiores ou inferiores, que deve

ocorrer em todas as pessoas e é determinada.

9. Equilíbrio: É a capacidade de manter-se sobre uma base reduzida de sustentação

do corpo, através de uma combinação adequada de ações musculares e sob

influencia de força externas.

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10. Relaxamento: É o fenômeno neuromuscular resultante de uma reeducação de

tensão da musculatura esquelética. O estado de relaxamento total envolve todo

corpo e está diretamente vinculado a processos psicológicos, onde o trabalho

mental é determinante no alcance da redução da tensão muscular que não são

necessários à execução de determinado ato motor específico. O relaxamento

segmentar designa o relaxamento alcançado em partes do corpo.

A educação psicomotora tem a finalidade não de ensinar ao indivíduo

comportamentos motores, mas sim de permitir-lhe exercer a sua função de

ajustamento, individualmente ou com outros indivíduos.

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CAPÍTULO II

TÍTULO DO CAPÍTULO

A DEFICÊNCIA VISUAL

A deficiência visual é a perda ou redução de capacidade visual em ambos os

olhos em caráter definitivo, que não possa ser melhorada ou corrigida com o uso

de lentes, tratamento clínico ou cirúrgico. Existem também pessoas com visão

subnormal, cujos limites variam com outros fatores, tais como: fusão, visão

cromática, adaptação ao claro e escuro, sensibilidades a contrastes, etc.

A deficiência visual se caracteriza pela incapacidade total ou parcial de seus portadores utilizarem o sentido da visão nas atividades normais da vida e pela capacidade de superarem sua deficiência, valendo-se dos sentidos remanescentes. (LEMOS, 1978 – Pág. 11)

Os portadores de cegueira são aqueles que apresentam desde ausência

total de visão até a perda da projeção de luz. Seu processo de aprendizagem se

fará através dos sentidos remanescentes (tato, audição, olfato, paladar), utilizando

o sistema Braille como principal meio de comunicação escrita.

LEMOS (1978), Define que as pessoas portadoras da cegueira ou de

deficiência visual, que estejam vivendo em um ambiente cultural orientado

basicamente por meio de estímulos visuais, podem, apesar das limitações a que

estão sujeitas, serem preparadas para uma perfeita integração na vida social.

Deficiência visual, incluindo a cegueira, designa um comprometimento de

visão que, mesmo quando corrigido, prejudica o desempenho do indivíduo, caso

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não esteja preparado para uma vida social. O termo engloba tanto a baixa visão

como a cegueira.

Podemos encontrar variações nas diversas classificações das deficiências

visuais, segundo alguns autores CUSTAFORTH (1969) LEMOS (1978), VEIGA

(1983), MACHADO (1993), FILHO e SIAULYS (2009) :

1. Deficiência Visual: Termo geral que engloba cegueira total e baixa visão.

2. Baixa Visão: Consegue ler impressos grandes ou com ampliação.

3. Cegueira: Incapacidade de ler impressos grandes mesmo com ampliação.

4. Cegueira legal: Acuidade visual igual ou inferior a 20/200 no melhor olho

após correção, ou campo visual tão restrito que seu maior diâmetro

compreende uma distância angular inferior a 20° (20/200).

5. Visão de percurso: Capacidade de enxergar a uma distância de 1,52 a

3,04m o que o olho normal consegue ver a 60,96m (5/200 a 10/200).

6. Percepção de movimento: Capacidade de enxergar a uma distância de

91,4cm a 1,52m o que o olho normal consegue ver a 60,96m; essa

capacidade se limita quase que totalmente à percepção do movimento.

7. Percepção de luz: Capacidade de distinguir uma luz forte colocada a

91,04cm do olho, associada à incapacidade de detectar o movimento de

uma das mãos a 91,4cm do olho (<3/200).

8. Cegueira total: Incapacidade de reconhecer uma luz forte direcionada

diretamente aos olhos.

[...] considera-se visão subnormal, ou baixa visão, quando o valor da acuidade visual corrigida no melhor olho é < 0,3 e > 0,05 ou seu campo

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visual é < 20° no melhor olho com a melhor correção óptica (categoria 1 e 2 de graus de comprometimento visual) e considera-se cegueira quando esses valores encontram-se abaixo de 0,05 ou campo visual menor do que 10°. (FILHO e SIAULYS, 2009 - Pág. 8)

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), baseados na população

mundial do ano de 2002, estima que mais de 161 milhões de pessoas sejam

portadoras de deficiência visual, das quais 124 milhões teriam baixa visão e 37

milhões seriam cegas.

Segundo RESNIKOFF (2008) Dito por FILHO e SIALYS (2009), Estima-se

que 153 milhões de pessoas, acima de 5 anos de idade, apresentam deficiência

visual secundária à falta de correção óptica de seus vícios de refração, sendo 8

milhões consideradas cegas, de acordo com a definição de cegueira preconizada

pelo CID-10. Se essa população for incluída nos dados globais de deficiência

visual, a população cega mundial passará de 37 milhões para 45 milhões e a

população com baixa visão de 124 milhões para 269 milhões de pessoas.

A cegueira em si não é uma enfermidade, mas a conseqüência de uma

enfermidade, um acidente, ou ambos. Daí, serem múltiplas e variadas as suas

causas e diversificados os momentos de sua ocorrência, podendo ocorrer antes do

nascimento, logo após, ou nos primeiros anos de vida; ao longo da vida e por meio

de enfermidades ou acidentes.

Segundo FILHO e SIAULYS (2009), “As principais causas de deficiência

visual são: A catarata é a mais importante causa da cegueira (47,8% dos casos),

seguida pelo glaucoma (12,3%), a degeneração macular relacionada à idade

(8,7%), opacidades córneas (5,1%), retinopatia diabéticas (4,8%), cegueira na

infância (3,6%)”. (Pág. 13)

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2.1 – A percepção corporal do deficiente visual

O primeiro objeto que a criança percebe é seu próprio corpo. Este

conhecimento se estrutura através de sensações, mobilizações e deslocamento.

A organização das sensações relativas ao próprio corpo, como resultado da

associação de elementos cada vez mais coordenados e complexos São chamado

de Esquema Corporal. O esquema corporal nada mais é do que a imagem de si

mesmo, isto é, uma imagem que tem como particularidade o interesse efetivo que

lhe dirige o sujeito.

A imagem do corpo e a sua relação com o meio ambiente são conceitos

abstratos para os deficientes visuais, porque eles não dispõem de referências

visuais. Eles constroem seu universo por meio de sensações táteis. A

representação do esquema do próprio corpo dirige o indivíduo deficiente visual à

construção perceptiva do espaço em que se acha e no qual se deve orientar.

No desenvolvimento do esquema corporal, o indivíduo toma consciência de seu corpo e das possibilidades de expressar-se por meio desse corpo. (Alves 2008 - Pág. 22)

O comprometimento da visão impõe ao indivíduo, entre outras limitações,

uma série de dificuldades com todas as implicações decorrentes, dificultando sua

locomoção. Dessa forma a ausência da visão, aliada ao não conhecimento da

organização dos objetos e pessoas no ambiente, dificulta-lhe o deslocamento,

ocasionando, por vezes, tombos, esbarros, entre outros acidentes, que podem

resultar em frustrações que retardam a autoconfiança em conquistar o espaço.

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Busca-se então, a partir de técnicas específicas, auxiliar o portador de

deficiência visual a adquirir um grau de independência funcional dentro de seu

ambiente, permitindo a exploração com maior facilidade e segurança.

Contudo, essas técnicas ficam circunscritas ao aspecto de reproduzir

posturas ou movimentos indicativos, impossibilitando o indivíduo de interagir direta

ou indiretamente com o seu meio, contrariando dessa forma todas as situações que

possam possibilitar sua autonomia.

Neste caso, o Judô pode estabelecer fatores determinantes para a

autodescoberta, bem como o favorecimento para mobilidade independente e

orientação segura, em que os deficientes visuais podem ir além dos esquemas a

eles preconizados, desenvolvendo movimentos e ações que propiciem o princípio

da ação e reação sob o aspecto do desequilíbrio surtido em função de uma força

que emana de si mesmo.

A motricidade imanada do corpo, ao organizar progressivamente interações com o mundo exterior, e dialeticamente com o mundo inteiro, assegura a maturação e a organização neuronal do cérebro, estrutura orgânica complexa de onde emerge a consciência. (FONSECA, 2004 – Pág. 118)

ALVES (2008), Relata “que o momento em que o indivíduo descobre, utiliza

e controla o seu corpo, o esquema corporal é estruturado e passa a ter consciência

dele e suas possibilidades, na relação com o meio em que vive”. (Pág. 48)

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CAPÍTULO III

TÍTULO DO CAPÍTULO

AS ARTES MARCIAIS

A luta está presente desde o inicio da humanidade, o homem já lutava para

sua sobrevivência e por disputas territoriais, e hoje em dia, veio para promover, a

união do próprio homem, através de disputas, com regras pré-determinadas.

“Um processo de pensamento que deve ter começado quando o primeiro homem passou deliberadamente uma rasteira em outro evoluiu e transformou-se numa poderosa combinação de disciplinas intelectuais e físicas, análogas às empregadas por um músico ou dançarino profissional”. (REID e CROUCHER, 1983 – Pág. 16)

Os ingredientes que compõem uma arte marcial foram misturados, um por

um, desde antes dos inícios da civilização. O básico: chutar, dar rasteira, arranhar,

morder, puxar o cabelo, bater com a mão aberta, enfiar o dedo nos olhos, empurrar

e puxar são movimentos naturalmente usados pelas crianças ao brincar.

As artes marciais, que os alunos aprendem numa aula podem ser aplicadas

em muitos aspectos da sua vida. Podem usar para melhorar, o seu desempenho na

escola e nos esportes. As técnicas da luta marcial podem ainda ajudá-la na vida

cotidiana. Segundo LEDWAB e STANDEFER (2001), as artes marciais também

ensinam a permanecer concentrados e calmos. Ajudam no direcionamento de toda

a energia dos seus praticantes, para uma determinada tarefa, que será capaz de

executá-la bem e com eficiência.

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3. 1 – A história do Judô

A proibição geral do uso de armas brancas, ao término da era “Tohugaua

Shogunate” (1876), época da restauração do Império japonês, ocasionou grande

desorientação e desânimo entre os mestres de artes marciais, principalmente do

Ju-Jutsu. Iniciou-se então grande rivalidade entre as escolas de lutas, cada um

procurando sobreviver pela destruição e desmoralização da escola rival.

Nessa época, relata GLEESON (1975), surgiu Jigoro Kano, jovem

estudante da Universidade Imperial de Tóquio, que após freqüentar diversas

escolas de Ju-Jutsu percebeu que a perda das experiências e valores tradicionais

havia sido um grave erro para o Japão e para o Mundo.

Com o propósito de preservar tais valores, o jovem Kano dedicou-se às

artes-marciais, fundando em 1882, sua escola com objetivos diferentes do Ju-

Jutsu, ou seja, um modo de vida baseado na melhor utilização da energia humana

a qual deu o nome de Kodokan. Compreendeu a necessidade de completar e

adaptar a decadente arte marcial, representada então pelo Ju-Jutsu, tornando-a

numa arte esportiva que florescesse e sobrevivesse aos tempos modernos.

O Ju-Jutsu, conhecido no Ocidente como Jiu-Jitsu (de onde se originou o Judô) empregava, um grande número de técnicas de agarramento e lançamento, bem como golpes de mão, chute e o atemi, a técnica de ataque aos pontos vitais do corpo. (REID e CROUCHER, 1983 – Pág. 224)

Portanto, o Judô como é praticado nos dias atuais é baseado no antigo Ju-

Jutsu japonês. As técnicas do Ju-Jutsu, re-examinadas, refinadas, sistematizadas e

unidas a um ideal, tornaram-se as técnicas do Judô. Dessa forma, pode-se dizer

que o Judô elevou o Ju-Jutsu (arte marcial), para o Do (modo de vida). O Judô foi

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então criado pelo professor Jigoro Kano, que nasceu no Japão em 28 de outubro

de 1860, e faleceu em 4 de maio de 1938, após uma vida inteira divulgando o Judô.

Ensinando diversos estilos de Ju-Jutsu durante sua juventude, Kano começou a

desenvolver o próprio sistema, baseado em princípios do então esporte moderno.

Em 1882, fundou o Instituto Kodokan em Tóquio, o berço do Judô, onde começou a

ensinar o recém criado Judô. Kodokan significa literalmente, “a escola para se

estudar o caminho”.

Assim, ROBERT (1964), afirma que Jigoro Kano eliminou de tudo que

aprendeu nas escolas de Ju-Jutsu, os golpes violentos e mortais. Conservou as

técnicas mais eficientes das escolas da época, acrescentado novos recursos e

técnicas, criando o Judô Kodokan, uma nova arte com os seguintes objetivos:

Cultura e desenvolvimento do físico; Cultura e desenvolvimento da vontade e da

moral e a Capacidade de competir vitoriosamente.

A escola criada por Kano tem como princípio, ainda hoje, os mesmos

objetivos propostos pelo seu fundador, que o autêntico e legítimo Judoísta deve

cultuar harmoniosamente.

Desta forma o Judô, que significa: “Caminho Suave ou Via da não

resistência”, se desenvolve e se afirma como arte e esporte completo, sendo hoje

modalidade difundida e praticada em todo o mundo.

O Judô é, em essência, uma arte de luta corpo-a-corpo, e suas origens são

antigas. Kano admitia que as raízes do Ju-Jutsu estavam nas artes marciais

internas da China e procurou desenvolver esse aspecto suave do combate em sua

nova via marcial.

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Segundo REID e CROUCHER (1983), o princípio central que está por trás

do Judô é a noção mecânica de usar a força do oponente para levá-lo do ataque à

derrota. Assim, quando um agressor ataca o lutador de Judô, este não se opõe

imóvel ao ataque. Antes, tira vantagem da própria força do ataque, agarrando o

oponente – geralmente pela roupa – e atirando-o no chão ou imobilizando-o.

Jigoro Kano tornou-se em 1909 o primeiro membro japonês do Comitê

Olímpico Internacional. Kano acreditava na educação. Ele viveu com a idéia de que

uma pessoa podia fazer diferença não só em sua existência, mas também para as

gerações que viriam a seguir. Mais de sessenta anos após a sua morte, Jigoro

Kano continua a exercer influência positiva em todos os praticantes de Judô e de

outras artes marciais.

O fato de ter-se transformado de sistema feudal de combate em sistema educativo e esporte olímpico em menos de um século é uma prova de sua grande profundidade e versatilidade enquanto sistema físico, intelectual e moral. (REID e CROUCHER, 1983 – Pág. 229)

A popularidade do Judô aumentou muito após uma famosa competição

ocorrida na polícia de Tóquio em 1886, onde a equipe de Judô derrotou a escola de

Ju-Jutsu mais conhecida da época. O Judô se tornou então parte do sistema de

Educação Física japonês e começou a sua difusão por todo o mundo. Conforme

BROUSSE (1999), menciona que foi criada em 1962 a Federação Internacional de

Judô, que passou a ser o órgão regulamentador do Judô no mundo. Em 1964, a

modalidade foi introduzida nos Jogos Olímpicos de Tóquio.

Atualmente, milhões de pessoas em todo o mundo praticam Judô, seja com

propósitos de recreação, manutenção da saúde ou com objetivos de rendimento

competitivo nos mais diversos níveis. A popularidade mundial do esporte é

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evidenciada pelos mais de cem países filiados à Federação Internacional de Judô

(FIJ) e pelos inúmeros campeonatos internacionais que ocorrem todos os anos.

Segundo VIEIRA (1988), o Judô é mais que um esporte do físico, ele

pretende ser também uma filosofia; que valoriza a inteligência e o culto à verdade.

Assim o desenvolvimento espiritual desta arte deverá ser tão ou mais importante

que o objetivo de vencer as lutas.

3. 2 – O Judô para o deficiente visual

Ao abordar as questões relativas à prática esportiva por pessoas com

deficiência visual, é imprescindível fazer uma diferenciação entre alunos ou atletas

que possuem deficiência visual congênita ou adquirida precocemente daqueles que

contraíram a deficiência visual tardiamente, após terem experiências esportivas

próprias ou mesmo como espectadores.

A fim de promover uma competição justa para um universo tão distinto de

atletas, estes são agrupados em classes de acordo com a amplitude dos

comprometimentos visuais.

FILHO e SIAULYS (2009), ressaltam a relação da classificação Esportiva, os

deficientes visuais, onde são classificados nas categorias oftalmológicas em B1, B2

e B3 com fundamento nas regras da International Blind Sport Federation (IBSA):

• B1 – Os lutadores que são cegos totais com nenhuma percepção de luz em

ambos os olhos até a percepção de luz, com incapacidade de reconhecer o

formato da mão, a qualquer distancia ou em qualquer direção.

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• B2 – Os lutadores que já têm a percepção de vultos. Da capacidade de

reconhecer o formato da mão até a acuidade visual de 2/60 (pés) /ou campo

visual menor que 5°.

• B3 – Os lutadores conseguem definir imagens. Da acuidade visual acima de

2/60 (pés) até a acuidade visual de mais de 5° e menos de 20°.

Nesta modalidade os atletas deficientes visuais das classes B1, B2 e B3,

competem juntos, ou seja, do atleta completamente cego até os que possuem

acuidade visual parcial. O atleta cego (B1) é identificado com um círculo vermelho

em cada ombro do quimono. As regras são as mesmas da Federação Internacional

de Judô (I.J.F.), com as seguintes adaptações:

• A luta é interrompida quando os competidores perdem contato;

• Os judocas não são punidos quando saem da área de combate.

No judô competem todos (B1, B2, B3) em uma mesma categoria, não sendo necessário a utilização de vendas para aqueles que possuam baixa visão (B2 e B3). (FILHO e SIAULYS, 2009 - Pág. 500)

Com a filosofia de ética, respeito ao oponente e às regras, o esporte dá ao

atleta um grande aperfeiçoamento do equilíbrio estático e dinâmico, fundamentais

no cotidiano dos deficientes visuais. Aprender a cair é também muito importante

para dar segurança ao judoca. Insegurança gera tensão muscular, o que atrapalha

os movimentos.

Segundo JUNIOR e SANTOS, (2001) deve-se entender que ao final de um

período, os praticantes do desporto poderão estar aptos a ingressar em um

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processo de treinamento desportivo que vise a performance de alto rendimento,

pois superada ou diminuída as defasagens psicomotoras, aliadas a um novo

repertório motor que auxilie a sua orientação e mobilidade, o portador de

deficiência visual terá vivenciado todas as possibilidades proporcionadas pela a

luta.

Com base na qualidade dos estímulos recebidos e das oportunidades de

vivencia motoras anteriores, as pessoas com deficiência visual

apresentam diferentes patamares de habilidades físicas. É necessário

adequar à exigência da atividade física (tipo, intensidade e complexidade

dos exercícios) aos estágios de desenvolvimento em que cada indivíduo

se encontra, de maneira a estimular continuamente suas potencialidades,

respeitando inclusive, seus interesses e suas expectativas em relação ao

programa de atividade física e esportes adaptados. (FILHO e SIAULYS,

2009 – Pág. 501)

Propor sucintamente como esse esporte pode-se consolidar em uma

importante ferramenta na diminuição de algumas defasagens pertinentes a essa

parcela da população e ao mesmo tempo explorar todo o potencial que o

movimento humano nos oferece.

A abordagem aqui proposta não apresenta soluções ou receitas para o

desenvolvimento do Judô aos portadores de deficiência visual e/ou cegos.

VILLIAUMEY (1981), afirma que o Judô favorece o equilíbrio físico e

psíquico-afetivo daqueles que o praticam, afinando as qualidades de concentração,

aplicação, perseverança e abnegação. Além disso, estimula e dá confiança aos

angustiados e indecisos.

Para CASTILHO (1985), a constante prática do judô deve objetivar o bem-

estar geral do praticante, visando aos benefícios físicos, psíquicos e afetivos,

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sendo assim, uma constante no treinamento aprendizagem que, em princípio, é

infinito.

O ensino do Judô para os portadores de deficiência visual deve tentar

estabelecer nova amplitude. Objetivam-se atitudes que tragam maior

independência de locomoção, melhor postura corporal, iniciativa para ações, além

de relaxamento muscular que as atividades físicas proporcionam e de que os

cegos tanto necessitam.

O Judô não é somente uma técnica física para o corpo, mas também um

princípio filosófico para o fortalecimento do espírito. Princípio esse que se

aplicaram em todas as fases da vida humana, em todos os desafios, combates e

contratempos com que, porventura, se defrontará o portador de deficiência visual

nas suas atividades, quer sejam esportivas, sociais ou profissionais.

Ainda dentro desses aspectos, BROUSSE, M. & MATSUMOTO (1999),

destacam algumas das características desenvolvidas com o Judô, como:

• Consciência do próprio corpo;

• Organização do esquema corporal;

• Domínio do equilíbrio;

• Orientação de tempo e espaço;

• Mobilidade segura;

• Exploração das possibilidades corporais;

• Eficiência nas coordenações globais e segmentadas.

O desporto Judô, então, assume a condição utilitária complementar,

servindo como recurso auxiliador para atividades do cotidiano do portador de

deficiência visual, perdendo o caráter esportivo.

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Deve estar claro que crianças, jovens e adultos com visão subnormal ou

cegueira, contando com estimulação e apoios de qualidade, são pessoas em

perfeitas condições de praticar as mais diversas modalidades esportivas, para

cursar os diversos níveis e graus do ensino, assim como para assumir diversas

formas de emprego e assegurarem seu sustento. O esporte tem um papel

importantíssimo na vida dessas pessoas, no sentido de dar provas inequívocas de

seus potencias a sociedade e às suas famílias.

3. 3 – O psicomotricista e as aulas de Judô

Com o tempo, a figura dos vários mestres e de seus sucessores vai sofrendo

muitas mutações para adaptar-se lentamente ás civilizações e sociedades próprias

de cada país.

Na sociedade atual, o mestre, professor ou educador de Psicomotricidade

cobre objetivos sociais, culturais e de personalidade muito mais além da

preparação física e técnica. Serve de guia na área psicológica e social para

contribuir com o seu ensino no desenvolvimento integral da personalidade

psicossomática do aluno.

O desenvolvimento psicomotor tanto das pessoas “normais” quanto de as

pessoas portadoras de deficiência visual requer o auxilio constante do

psicomotricista, através da estimulação, tanto fora ou dentro da escola e do

encaminhamento, quando se fizer necessário.

Já ALVES (2009), relata que a partir da sensibilidade e de técnicas, o

profissional psicomotricista poderá, sem dúvida alguma, “ouvir” a necessidade de

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um corpo, de um ser, que grita por desenvolver-se, por comunicar-se com o mundo

externo, com tudo ao seu redor.

O psicomotricista pode ajudar e muito em todos os níveis, na estimulação

para o desenvolvimento cognitivo e para o desenvolvimento de aptidões e

habilidades, na formação de atitudes através de uma relação afetiva saudável e

estável (que crie uma atmosfera de segurança e bem-estar para a criança) e,

sobretudo, respeitando e aceitando a criança do jeito que ela é.

[...] o profissional atento às necessidades trabalha fundamentalmente com o sentido de espaço e tempo. Sendo o movimento o primeiro a invadir o espaço com o corpo, desse movimento, inicia-se noção de duração, ritmo e seqüência. Da percepção do esquema corporal, nascem condições de trabalhar noções de localização, lateralidade, dominância lateral. (ALVES, 2009 – Pág. 37)

A caracterização geral do indivíduo deficiente visual, pela própria

problemática apresentada, coloca-o mais exposto a situações geradoras do

comprometimento psicomotor. Quando isso acontece, surge uma modificação no

rendimento geral, levando o indivíduo a um descontrole de todo o sistema psíquico.

Com medo de situações não conhecidas, insegurança em relação às suas

possibilidades, dependência, isolamento social, apatia e desinteresse pela ação

motora, o deficiente visual altera seu comportamento, o que certamente o torna

diferente do seu grupo.

Mais do que um simples atendimento que o reabilite a superar essas

dificuldades, o deficiente visual necessita de um conjunto de ações ou métodos que

permita a ele construir novo posicionamento em relação à sua realidade, não sendo

mais abordado como objeto defeituoso, mas a partir de um princípio

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epistemológico, como sujeito cognoscivo, superando os comprometimentos físicos

e estabelecendo comportamento de interação e integração com a sociedade.

É preciso mais do que vontade e boas intenções; é necessário intervir de

forma adequada, no momento oportuno, com técnicas apropriadas.

A ação educativa nas aulas de Judô consistirá em desenvolver a

espontaneidade adaptada ao ambiente. Para isso é necessário que o

psicomotricista tenha conhecimento desta arte marcial e do ritmo de

desenvolvimento do deficiente visual e crie as condições para o seu progresso. O

que só é possível num ambiente em que ele pode se beneficiar do contato com

outras pessoas que tenha a mesma necessidade, participando de atividades

coletivas, alternadas com tarefas mais individuais.

Uma atitude, não diretiva, que garantirá certa liberdade, o psicomotricista

permite ao deficiente visual realizar sua experiência do corpo, indispensável no

desenvolvimento das funções mentais e sociais. Desenvolvendo-se nesse clima, o

deficiente visual vai adquirindo pouco a pouco confiança em si mesmo e melhor

conhecimento de suas possibilidades e limites, condições necessárias para uma

boa relação com o mundo.

A prática do Judô sob a orientação de instrutores preparados e qualificados

trará benefícios inestimáveis para o deficiente visual, pois se ele for bem orientado

e motivado, será um grande passo para se evitar o aparecimento de defasagens

psicomotoras.

Segundo ALMEIDA (2009), o trabalho do psicomotricista deve ser para

reconhecer e perceber questões estruturais do corpo, mas, acima de tudo, ele deve

desenvolver atividades onde o individuo possa se reconhecer, descobrir seus

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próprios sabores, suas próprias condições e, portanto, seus limites de exploração,

uso e ações corporais.

Um psicomotricista, tendo em conta a deficiência de seus alunos, deve saber

o que pode esperar deles do ponto de vista da linguagem, da inteligência e do

corpo. A partir daí ele tem condições de dosar a estimulação em cada uma dessas

áreas, para que seus alunos possam amadurecer de uma forma equilibrada, em

todos os aspectos (intelectual, afetivo e corporal).

O professor deve tomar um cuidado especial ao se comunicar com a

pessoa que apresenta deficiência visual. Além de possuir um bom

vocabulário e saber se expressar claramente, é importante transmitir sua

afetividade por meio de gestos e palavras, pois muitas vezes o sorriso ou

sinal de reconhecimento e de aprovação social pode ser imperceptível

para a pessoa que não dispõe do sentido visual. (FILHO e SIAULYS - Pág.

502)

Torna-se importante salientar que o ensino do Judô proposto, procura atingir

outro nível de comprometimento desportivo, que não se limita somente ao aspecto

de realizar um treinamento, pois produz uma modificação de estado físico, motor e

afetivo ou uma melhoria metódica e coordenada da capacidade de desempenho

esportivo.

Deve-se entender o Judô como uma prática pedagógica/desportiva de visão

global, que se estabelece como estratégia de aprendizagem, em busca do

desenvolvimento e da diminuição de defasagens psicomotoras, procurando o ótimo

em cada praticante.

A partir dos pressupostos teóricos anteriormente citados, o ensino do Judô

para os portadores de deficiência visual deve tentar estabelecer nova amplitude.

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Objetivam-se atitudes que tragam maior independência de locomoção, melhor

postura corporal, iniciativa para ações, além de relaxamento muscular que as

atividades físicas proporcionam e de que os cegos tanto necessitam.

ALVES (2009), define que há uma compreensão da necessidade de um

corpo (seja qual for sua deficiência) e o compromisso em trabalhar essa estrutura,

é chegado o momento de “ouvir” o clamor da mente que o rege, trabalhando, em

etapas, a(s) necessidade(s) específica(s) de cada deficiência. Melhorando assim as

suas defasagens psicomotoras.

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CONCLUSÃO

O propósito deste estudo foi analisar a importância do Judô, como conteúdo

nas aulas de Psicomotricidade (auxiliando no desenvolvimento psicomotor),

durante a vida do deficiente visual.

O trabalho psicomotor pode levar à formação do deficiente visual,

características positivas, tanto no campo dos valores coletivos (integração no

grupo, companheirismo, respeito mútuo), como individuais (emulação, domínio,

esforço).

Toda e qualquer prática desportiva junto à educação especial torna-se de

vital importância aos portadores de deficiência visual. Contudo, o Judô tem-se

destacado por suas características e por ser um desporto que tem no

desenvolvimento da arte, tanta ou maior importância que o objetivo de vencer.

As atividades do Judô trazem equilíbrio, motricidade e orientação espacial

para pessoas com deficiência visual, além da autoconfiança e socialização para

estes indivíduos.

Pode-se concluir, portanto, que, entre os objetivos propostos, a atuação do

Judô como uma atividade pedagógica desportiva que irá complementar um

processo de orientação e mobilidade se consolida a partir do sucesso na

diminuição das defasagens psicomotoras, destacando-se na melhoria dos

comprometimentos psicomotores e na aquisição e desenvolvimento das

capacidades coordenativas e condicionantes, inerentes ao desporto.

Não podemos esquecer que todos que interagem com o deficiente visual,

direta ou indiretamente, devem assumir papel facilitador de seu desenvolvimento,

aproveitando todas as situações para possibilitar sua autonomia.

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Dessa forma, estabelecer o esporte como fator de promoção e exploração

das possibilidades sociais, afetivas, culturais e motoras é tarefa de todos que

militam na educação especial, destacando-se que utilizar as ricas potencialidades

que o Judô oferece pode ser um privilégio à docência especial.

“O praticante de Judô não se aperfeiçoa para lutar, ele luta para se

aperfeiçoar.” JIGORO KANO

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JUNIOR, Walter Russo e SANTOS, Leonardo José Mataruna dos. O Judô como atividade pedagógica desportiva complementar, em um processo de orientação e mobilidade para portadores de deficiência visual. Revista Digital, Lecturas: Educacion Física y Desportes. http://www.efdeportes.com. Buenos Aires: Abril, Ano 7, n.35, 2001. KANO, J. Kodokan Judô. Kodansha. Tóquio,1994. LAKATOS, Eva Maria e MARCONI, Mariana de Andrade. Fundamentos de metodologia científica. 3ª ed. São Paulo: Atlas, 1996. LEDWAB, Cláudio e STANDEFER, Roxanne. Um caminho de paz: Um guia das tradições das artes marciais para os jovens. São Paulo: Cultrix, 2001. LEMOS, Édison Ribeiro. Deficiência visual: Projeto especial multinacional de educação Brasil, Paraguai – Uruguai. Brasília: Ministério da educação e cultura, 1978. LÊ BOULCH, Jean. Educação psicomotora: A psicocinética na idade escola. 2ª ed. Porto Alegre: Artmed, 1988. LÊ BOULCH, Jean. A educação pelo movimento. Porto Alegre: Artmed, 1983. MACHADO, Maria Celeste Ribeiro. O deficiente visual na classe comum. 2ª ed. São Paulo: Secretaria do Estado da Educação do Estado de São Paulo, 1993. MELLO, Alexandre Moraes de. Psicomotricidade, educação física e jogos infantis. São Paulo: Ibrasa, 1989. MORIZOT, R. “Aspectos fonoaudiológico”. Jornal Brasileiro de Reabilitação Vocal, (1), 1989. OLIVEIRA, Gislene de Campos. Psicomotricidade: Educação e reeducação um enfoque psicopedagógico. Petrópolis, Rio de Janeiro, Vozes, 1997. REID, Howard e CROUCHER, Michael. O caminho do guerreiro: O paradoxo das artes marciais. São Paulo: Cultrix, 1983. ROBERT, L. O judô. 6ª. ed. Rio de Janeiro: Editorial Notícias, 1964. SÉRGIO, Manoel. Para uma epistemologia da motricidade humana. Lisboa: Compendium, 1987. VEIGA, J. E. O que é ser cego. Rio de Janeiro: José Olímpio, 1983. VILLIAUMEY, J. As artes marciais japonesas. Enciclopedia Salvat da Saúde, Rio de Janeiro: Salvat, 1981.

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VIEIRA, Carmelino Souza. Influência da prática do Judô no comportamento ansioso de adolescentes deficientes. (Dissertação de Mestrado). Rio de Janeiro: UERJ, 1988.

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ANEXO 1

INTERNET

O Judô como atividade pedagógica desportiva complementar, em um processo

de orientação e mobilidade para portadores de deficiência visual Walter Russo Júnior y Leonardo José Mataruna dos Santos

http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 7 - N° 35 - Abril de 2001

A partir das especificidades técnicas desenvolvidas, os deficientes visuais conseguem obter uma melhoria metódica e coordenada das suas capacidades.

Contudo, de acordo com WEINECK (1986),

“embora haja melhora da capacidade de performance esportiva, o treinamento no esporte escolar e higiênico não tem como objetivo, tal como o esporte recordista, a obtenção da performance individual máxima num processo de treinamento a longo prazo e regulamentado”.

Desta forma, mesmo não constituindo o objetivo de alcançar o resultado individual máximo, os aspectos determinantes da performance esportiva, como a resistência, a força, a velocidade, a mobilidade e a destreza, bem como, as qualidades pessoais de habilidade técnico-tática, as capacidades intelectuais e as qualidades morais e físicas, são abordadas e desenvolvidas.

Deve-se entender que ao final de um período, os praticantes do desporto poderão estar aptos a ingressar em um processo de treinamento desportivo que vise a performance de alto rendimento, pois superada ou diminuída as defasagens psicomotoras, aliadas a um novo repertório motor que auxilie a sua orientação e mobilidade, o portador de deficiência visual terá vivenciado todas as possibilidades proporcionadas pela a luta. Sem contudo, tornar-se necessariamente um desportista de Judô, pois desde que, o objetivo de potencializar ou superar suas defasagens tenha sido alcançado, ele estará apto à performance esportiva propriamente dita em outras modalidades esportivas. Cabe neste caso o profissional que conduz a atividade, analisar se existe possibilidade, capacidade e vontade da parte do aluno em seguir uma linha de treinamento para o alto rendimento, o qual possui seus objetivos diferenciados do trabalho pedagógico, (CARMELINO; MATARUNA DOS SANTOS e RUSSO JÚNIOR, 2000).

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 02

AGRADECIMENTO 03

DEDICATÓRIA 04

RESUMO 05

METODOLOGIA 06

SUMÁRIO 07

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - A Psicomotricidade 09

I. 1. Educação Psicomotora 11

CAPÍTULO II - A Deficiência Visual 16

II . 1. A Percepção Corporal do Deficiente Visual 19

CAPÍTULO III – As artes marciais 21

III. 1. A história do Judô 22

III. 2. O Judô para o Deficiente Visual 25

III. 3. O Psicomotricista e as aulas de Judô 29

CONCLUSÃO 34

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 36

BIBLIOGRAFIA CITADA (opcional) 38

ANEXOS 41

ÍNDICE 42

FOLHA DE AVALIAÇÃO 43

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: Universidade Candido Mendes – Pós-Graduação “Lato

Sensu” – Projeto A Vez Do Mestre

Título da Monografia: O auxílio do judô no desenvolvimento da percepção

corporal do deficiente visual

Autor: Marcelo Florentino Veríssimo da silva

Data da entrega: 12 de fevereiro de 2010

Avaliado por: Fabiane Muniz da silva Conceito: