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O ATENDIMENTO E A PETIÇÃO INICIAL QUEBRANDO PADRÕES Professora Samantha Marques Outubro de 2016

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O ATENDIMENTO E A

PETIÇÃO INICIAL

QUEBRANDO PADRÕES

Professora Samantha Marques

Outubro de 2016

Como atender? No mercado competitivo, sempre se destaca o/a Profissional que sabe atender a necessidade do cliente, mas a principal questão é saber identificar a

necessidade do cliente.

Vejamos as perspectivas das partes envolvidas:

PERSPECTIVA DA EMPRESA /ESCRITÓRIO

Crescimento nos contratos;Fortalecimento da imagem da empresa;Fidelização dos clientes;Criação de diferencial competitivo.

PERSPECTIVA DO ADVOGADO

Maiores ganhos;Possibilidades de crescimento profissional;

PERSPECTIVA DO CLIENTE

Atendimento personalizado;Agilidade, cortesia e presteza;Conhecimentos dos serviços;Ambiente adequado (organização conforto e etc.)Satisfação das suas necessidades.

Como atender?

Assim, nesta dinâmica, essencial que o Advogado(a) entenda seuescritório como uma empresa, ainda que lá só tenha você.

Para a criação de uma empresa, alguns elementos são essenciais:

Estatuto

Regulamento Interno

Manual de condutas

Guia de serviços ofertados

Tabelamento de valores

Procedimentos

Lembre-se de ser fiel àquilo que criar, pense – Isso é meu!

Todos os ganhos e perdas se deverão ao tamanho da sua dedicação!

Escuta atenta

Escutar é diferente de ouvir?

Escuta atenda é a capacidade de se

concentrar totalmente naquilo que seu cliente

está falando, expressando ou até mesmo

demonstrando durante o atendimento.

É daquilo que o cliente expressa que

podemos entender quais são seus objetivos e

se estamos aptos e preparados para atendê-lo

Como ESCUTAR?

Para escutar, devemos:

Criar condições que motivem o cliente a seguir

no atendimento;

Saber como seu cliente melhor se expressa;

Criar empatia;

Não se distrair;

Não perder o foco...

Modelo para atendimento

Elabore sua ficha de atendimento, pensando

principalmente nos tipos que cliente que tens

ou quer ter.

Procure colher o máximo de dados e

documentos e, sempre que possível, só deixe

o cliente sair depois que seus serviços sejam

contratados.

Lembre-se que um profissional despreparado

não cria confiança e fidelidade.

Exemplo:

Dados/ Fatos

narrados:

Documentos que

comprovam:

Impasse Jurídico: Solução Jurídica:

Dinâmica

Simulação em sala de aula de uma

atendimento

Prestem atenção, anotem os detalhes, as

falhas, os acertos.

Da petição inicial

Segundo Daniel Amorim Assumpção Neves, apetição inicial é a forma de materializar ointeresse em buscar a tutela jurisdicional,conceituada como a peça escrita, assinada porquem está devidamente constituído, querepresenta parte que tem legitimidade.

A petição inicial tem a função de provocar ajurisdição e de identificar a demanda.

Para isso, é essencial que as partes estejamidentificadas, as causas e os pedidos, que são oselementos da ação.

Saibam que ao delinear os contornos acimaidentificados, algumas situações processuaisacontecem:

• O Poder judiciário não pode atuar sem provocação, e assim fixarobjeto da controvérsia, senão vejamos:

– Art. 2º do CPC: Nenhum juiz prestará a tutela jurisdicional senãoquando a parte ou o interessado a requerer, nos casos e forma legais.

• Este posicionamento é fortemente reforçado, pelo decano baianoJJ Calmon de Passos quando afirma: a jurisdição é inerte, e ojulgador somente passa a praticar atos processuais depois deprovocado, depois que a pretensão é levada a seu conhecimento.(Calmon Passos,1995, p. 23)

• E como os atos intermediários se praticam em razão da inicial, dolibelo, e com a finalidade da sentença, esta não pode desdobrar oslimites daquele – Sententia debet esse conformis libello. "O juizdecidirá a lide nos limites em que foi proposta, sendo-lhe defesoconhecer de questões, não suscitadas, a cujo respeito a lei exige ainiciativa da parte" (CPC, art. 128).

• Assim, é através da exordial (Inicial) que o interessado ( Autor) nasolução do conflito (LIDE), narra ao Estado-Juiz o porquê eleentende que o direito ali embatido deve ser declarado como seu,pedindo/requerendo, inclusive, ao Estado-Juiz, as providênciaspara que este exerça o seu direito da forma que melhor lheaprouver, dentro dos ditames legais... Sem a interferência do seuadversário (Réu).

• Lembrando que sempre que o interessado entender que o seudireito está sendo maculado ou ameaçado, este tem o direitoincontestável de se socorrer do Estado-Juiz, nos termos da LexLegum, senão vejamos:

– Artigo 5º:

• XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ouameaça a direito

Por exemplo:

Se formam os contornos objetivos e subjetivos da

demanda;

Permite a verificação de eventual litispendência,

coisa julgada, conexão, continência, quando

comparada com outras ações;

Fixa a competência;

Já indica se alguma das condições da ação está

faltante;

Fixa o procedimento.

Estrutura da Inicial

Art. 319. A petição inicial indicará:

I - o juízo a que é dirigida;

II - os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu;

III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido;

IV - o pedido com as suas especificações;

V - o valor da causa;

VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados;

VII - a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação.

§ 1o Caso não disponha das informações previstas no inciso II, poderá o autor, na petição inicial, requerer ao juiz diligências necessárias a sua obtenção.

§ 2o A petição inicial não será indeferida se, a despeito da falta de informações a que se refere o inciso II, for possível a citação do réu.

§ 3o A petição inicial não será indeferida pelo não atendimento ao disposto no inciso II deste artigo se a obtenção de tais informações tornar impossível ou excessivamente oneroso o acesso à justiça.

Art. 320. A petição inicial será instruída com os documentos indispensáveis à propositura da ação.

Jurisdição

De acordo do Fredie Didier Jr., a jurisdição é (...) “a função de terceiro imparcial

de realizar o direito de modo imperativo, criativo,

reconhecendo/efetivando/protegendo situações jurídicas concretamente

deduzidas em decisão insuscetível de controle externo e com aptidão para

tornar-se indiscutível”.

A jurisdição é técnica de solução de conflitos por heterocomposição, por isso que

o terceiro substitui a vontade das partes (substitutividade) e soluciona o conflito

de interesses.

A jurisdição como poder exercente da função jurisdicional, produz a norma in

concreto. Mas também não confundir o poder jurisdicional, função jurisdicional e

a atividade jurisdicional.

O poder jurisdicional não se limita a dizer o direito, mas também impor a

satisfação, logo o poder do direito de materializar o direito positivo.

A jurisdição enquanto poder, é dependente do Estado organizado e forte

suficiente para interferir na esfera jurídica de seus cidadãos.

Assim, a jurisdição se ocupa da aplicação da norma jurídica ao caso concreto

que deve se dar à luz dos direitos fundamentais e dos princípios constitucionais

de justiça.

Como função trata-se de encargo constitucionalmente conferido ao Poder

Competência

Quando uma pessoa for pleitear judicialmente um direito é necessário que emsua petição inicial conste para quem ela será dirigida. É o cabeçalho dapetição.

O endereçamento a um membro do Poder Judiciário (juiz ou tribunal, que seráresponsável pela demanda) é um requisito essencial de toda petição inicial.Caso não seja realizada a nomeação do cabeçalho a ação será extinta nostermos do artigo 319, I do CPC.

Lembrando, que a nomeação do cabeçalho, nada mais é que a indicação doórgão do Estado-Juiz que terá a competência para julgar a ação, e não onome da pessoa física que ocupa o cargo, muito embora em vários recursosnomeamos o detentor da competência (EX: EXMO SR. DRDESEMBARGADOR RELATOR FULANO DE TAL).

A competência esta disposta nas lides, normalmente nos artigos 42 a 53 doCódigo de Processo Civil, mas no que tange as questões previdenciárias,normalmente a competência está disposta no artigo 109 da CF e na Lei10.259, senão vejamos:

Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:

I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federalforem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, excetoas de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e àJustiça do Trabalho;

(...)

VIII - os mandados de segurança e os "habeas-data" contra ato de autoridadefederal, excetuados os casos de competência dos tribunais federais;

(...)

§ 1º - As causas em que a União for autora serão aforadas na seção judiciáriaonde tiver domicílio a outra parte.

§ 2º - As causas intentadas contra a União poderão ser aforadas na seçãojudiciária em que for domiciliado o autor, naquela onde houver ocorrido o atoou fato que deu origem à demanda ou onde esteja situada a coisa, ou, ainda,no Distrito Federal.

§ 3º - Serão processadas e julgadas na justiça estadual, no foro do domicílio dossegurados ou beneficiários, as causas em que forem parte instituição deprevidência social e segurado, sempre que a comarca não seja sede de vara dojuízo federal, e, se verificada essa condição, a lei poderá permitir que outras causassejam também processadas e julgadas pela justiça estadual.

§ 4º - Na hipótese do parágrafo anterior, o recurso cabível será sempre para oTribunal Regional Federal na área de jurisdição do juiz de primeiro grau.

(...)

JEF

A lei do JEF também traz uma novidade acerca

de Competência, atrelando esta ao valor da

causa, nos termos do artigo 3º da Lei 10.259/01,

senão vejamos:

Compete ao Juizado Especial Federal Cível

processar, conciliar e julgar causas de competência

da Justiça Federal até o valor de sessenta salários

mínimos, bem como executar as suas sentenças.

Repisemos agora de forma limitada a questão da

competência da Ação Previdenciária:

AÇÕES JUDICIAIS

IDENTIFICARTIPO DE AÇÃO

PREVIDENCIÁRIA SUPERIOR A 60 SM

ACIDENTÁRIA

LOAS

PREVIDENCIÁRIAATÉ 60 SM

AÇÕES JUDICIAIS

COMPETÊNCIA

PREVIDENCIÁRIA/LOAS – JUSTIÇA FEDERAL

Competência originária – art. 109, I – CF/88

Competência delegada – art. 109, § 3º - CF/88

Competência Recursal TRF/STJ/STF

ACIDENTÁRIA – JUSTIÇA ESTADUAL

Competência originária – art. 109, I - CF/88 (exceto ações acidentárias)

Competência Recursal 2º TAC (TJ)/STJ/STF

JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS Lei 10.259, de 12/07/01(art. 3º "caput")

Limite: 60 salários mínimos

Renúncia ao crédito excedente

Nas ações previdenciárias, o artigo 109 da Constituição é quem determina a

competência para processar e julgar, reservando tal função para a Justiça

Federal.

Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:

I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal

forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes,

exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça

Eleitoral e à Justiça do Trabalho;

Contudo, o legislador sabendo da realidade da Justiça Federal determinou a

delegação da competência da Justiça Federal para a Justiça Estadual para

processar ações previdenciárias, conforme previsão do § 3º, do art. 109.

A delegação de competência é uma opção do segurado para ajuizar ações

contra a Previdência Social no foro estadual de seu domicílio ou no foro do Juízo

Federal (do interior ou da capital), senão vejamos o seu teor:

§ 3º Serão processadas e julgadas na justiça estadual, no foro do domicílio dossegurados ou beneficiários, as causas em que forem parte instituição de previdênciasocial e segurado, sempre que a comarca não seja sede de vara do juízo federal, e,se verificada essa condição, a lei poderá permitir que outras causas sejam tambémprocessadas e julgadas pela justiça estadual.

Importante:

Não se aplica a competência delegada quando se tratar de discussão sobrelegitimidade de contribuições previdenciárias. Neste sentido: TRF 3. AC90.03.028122-0. 1° Turma, Relator Juiz Relator Theotonio Costa, DJU 22/10/1996.

E ainda, não caberá a utilização da competência delegada estadual para julgamentode em Mandado de Segurança, já que é privativo da Justiça Federal o processo dejulgamento da ação mandamental contra ato de autoridade federal. Assim, oMandado de Segurança deve ser sempre ajuizado no Juízo Federal que tenhajurisdição sobre a sede da autoridade impetrada, conforme preceitua o artigo 109,inciso VIII. Neste sentido: TRF 3. AC 95.03.034797-1. 5° Turma, RelatorDesembargador Relator Pedro Rotta, DJU 05/08/1997.

Cabe salientar que a delegação de competência envolve apenas o primeiro graude jurisdição, pois, de acordo com o § 4º do art. 109 da Constituição Federal, orecurso cabível será sempre para o Tribunal Regional Federal da área deJurisdição do Juízo monocrático. Cabe, também, aos Tribunais RegionaisFederais julgar os conflitos de competência entre Juízes Federais e JuízesEstaduais investidos de competência delegada (art. 108, I, “e”, da CF/88).

Ações acidentárias. Ações propostas contra o INSS cuja origem seja decorrentede acidente de trabalho devem ser ajuizadas perante a Justiça Estadual, por setratar de competência residual prevista expressamente pela Constituição Federal(art. 109, I).

Neste sentido, existem a súmula 15 do STJ que diz: Compete à Justiça Estadualprocessar e julgar os litígios decorrentes de acidente do trabalho; e a súmula 235do STF que diz: ë competente para a ação de acidente do trabalho a JustiçaCível comum, inclusive em segunda instância, ainda que seja parte autarquiaseguradora.

Dessa forma, as ações que objetivam a concessão ou revisão deauxílio-doença, aposentadoria por invalidez e auxílio-acidentedecorrente de acidente de trabalho, devem ser ajuizadas perante aJustiça Estadual, com recursos aos Tribunais de Justiça. Ademais, oartigo 129 da Lei 8213/91, dispõe que:

Os litígios e medidas cautelares relativos a acidentes do trabalho serãoapreciados:

I - na esfera administrativa, pelos órgãos da Previdência Social,segundo as regras e prazos aplicáveis às demais prestações, comprioridade para conclusão; e

II - na via judicial, pela Justiça dos Estados e do Distrito Federal,segundo o rito sumaríssimo, inclusive durante as férias forenses,mediante petição instruída pela prova de efetiva notificação do evento àPrevidência Social, através de Comunicação de Acidente do Trabalho-CAT.

Parágrafo único. O procedimento judicial de que trata o inciso II desteartigo é isento do pagamento de quaisquer custas e de verbas relativasà sucumbência.

Benefício assistencial: O benefício assistencial (LOAS)

previsto no art. 203 da CF/88 e regulado pelo art. 20 da Lei

8.742/93, não pode ser confundido com os benefícios de

origem previdenciária da Lei 8.213/91, embora ambos sejam

concedidos pelo INSS.

Embora caiba à União a manutenção do benefício de

prestação assistencial continuada, a legitimidade passiva

para essas causas é do INSS, pacificada pelos Tribunais,

sendo inclusive pertinente a intentação de sua via na esfera

estadual, em inteligência do artigo 109, § 3˚ da Carta Maior.

JEF:

• JEF: A competência para processar e julgar ações em matéria previdenciária nosJEF’s encontra-se esculpida basicamente no valor da causa. Dispondo assim oartigo 3° da Lei 10.259/01:

• Compete ao Juizado Especial Federal Cível processar, conciliar e julgar causas decompetência da Justiça Federal até o valor de sessenta salários mínimos, bemcomo executar as suas sentenças.

• § 1º Não se incluem na competência do Juizado Especial Cível as causas:

• I - referidas no art. 109, incisos II, III e XI, da Constituição Federal, as ações demandado de segurança, de desapropriação, de divisão e demarcação, populares,execuções fiscais e por improbidade administrativa e as demandas sobre direitos ouinteresses difusos, coletivos ou individuais homogêneos;

• II - sobre bens imóveis da União, autarquias e fundações públicas federais;

• III - para a anulação ou cancelamento de ato administrativo federal, salvo o denatureza previdenciária e o de lançamento fiscal;

• IV - que tenham como objeto a impugnação da pena de demissão imposta aservidores públicos civis ou de sanções disciplinares aplicadas a militares.

• § 2º Quando a pretensão versar sobre obrigações vincendas, para fins decompetência do Juizado Especial, a soma de doze parcelas não poderá exceder ovalor referido no art. 3º, caput.

• § 3º No foro onde estiver instalada Vara do Juizado Especial, a sua competência éabsoluta.

A súmula n. 35 do JEF de São Paulo determina que acompetência dos Juizados Especiais Federais é determinadaunicamente pelo valor da causa e não pela complexidade damatéria. Assim, a competência para processar e julgar açõesem matéria previdenciária nos JEF’s encontra-se esculpidabasicamente no valor da causa. Dispondo assim, o artigo 3°da Lei 10.259/01 diz:

Compete ao Juizado Especial Federal Cível processar,conciliar e julgar causas de competência da Justiça Federalaté o valor de sessenta salários mínimos, bem comoexecutar as suas sentenças.

Como se pode perceber, o valor da causa é muito importantenas questões previdenciárias nas localidades onde existemJEF’s, assim importante trazer para a discussão que o valorda causa pode ser discutido e revisto pelo Juiz de ofício,conforme os artigos 6° e 51, inciso II da Lei 9.099/95 a qual éaplicada de forma acessória à Lei 10.259/01.

Precedente

Processo: PEDILEF 00079844320054036304

Relator(a): JUIZ FEDERAL FÁBIO CESAR DOS SANTOS OLIVEIRA

Julgamento: 14/04/2016

Publicação: 10/06/2016

Ementa

PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DE INTERPRETAÇÃO DE LEGISLAÇÃO FEDERAL.PREVIDENCIÁRIO. RENÚNCIA PARA DEFINIÇÃO DE COMPETÊNCIA DE JUIZADO ESPECIALFEDERAL. INCIDENTE CONHECIDO E PROVIDO PARA FIXAR A TESE DE QUE A RENÚNCIAAPRESENTADA PARA DEFINIÇÃO DE COMPETÊNCIA DOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS,RESSALVADA MANIFESTAÇÃO EXPRESSA DA PARTE AUTORA, SOMENTE ABRANGE ASPARCELAS VENCIDAS SOMADAS A DOZE PARCELAS VINCENDAS NA DATA DO AJUIZAMENTODA AÇÃO.

1. A parte autora interpõe Pedido de Uniformização de Interpretação da Legislação Federal contraacórdão prolatado pela Quinta Turma Recursal da Seção Judiciária de São Paulo, que negouprovimento ao recurso inominado interposto pela demandante, que pretendia a reforma parcial dasentença, com a aplicação do limite de 60 salários mínimos, considerados na data do ajuizamento daação e calculados conforme a Lei n. 10.259/2001. Nas suas razões recursais, a parte autora afirma queo acórdão, ao limitar o valor da condenação no montante de 60 salários mínimos na data da sentença,adotou interpretação divergente daquela acolhida pelo Superior Tribunal de Justiça (processos n.200501143269/PA e 200503000899764/SP). Transcreve, ainda, decisão proferida pela Turma Recursalda Seção Judiciária de São Paulo nos autos do processo n. 2002.61.84.015615-5. 2. A MMª JuízaFederal Presidente da 5ª Turma Recursal da Seção Judiciária de São Paulo proferiu decisão paraadmitir o Pedido de Uniformização. 3. Os autos foram-me distribuídos por decisão do MM. MinistroPresidente da Turma Nacional de Uniformização. 4. Em juízo de admissibilidade do Pedido deUniformização, constato que a parte autora demonstrou que o acórdão impugnado - ao deixar assenteque a renúncia formulada referia-se ao montante do valor da condenação que excedesse sessentasalários-mínimos - divergiu da orientação adotada nos paradigmas do Superior Tribunal de Justiça, nosquais foi

decidido que a renúncia, apresentada para fixação da competência dos Juizados Especiais Federais e delimitação

do valor dado à causa, abrange as parcelas vencidas à data do ajuizamento e o montante correspondente a doze

parcelas vincendas nas obrigações por tempo indeterminado. De igual modo, o conhecimento do Pedido de

Uniformização não é obstado pela regra veiculada pelo art. 14, caput, da Lei n. 10.259/01, e pelo enunciado n. 43,

da súmula da jurisprudência da Turma Nacional de Uniformização,

pois os critérios de definição de competência dos Juizados Especiais Federais podem repercutir na forma de

apuração da quantia devida na fase de cumprimento da sentença, o que afeta o resultado prático da solução do

conflito de direito material. 5. A divergência apontada no presente Pedido de Uniformização cinge-se à aplicação do

limite de 60 salários mínimos, considerados na data do ajuizamento da ação e calculados conforme a Lei n.

10.259/2001, desconsiderando-se as parcelas vencidas durante o curso da demanda e o valor da condenação. 6. A

Lei n. 10.259/01 dispõe, em seu artigo 3º, que compete ao Juizado Especial Federal Cível processar e julgar

causas de valor até sessenta salários-mínimos. Nas hipóteses em que o pedido visar à condenação da parte ré ao

pagamento de parcelas vincendas sem prazo determinado, a fixação do valor da causa, para fins de competência

do Juizado Especial, deverá considerar a soma de doze parcelas vincendas. Por sua vez, o § 4º, do artigo 17, da

mencionada lei, prevê a possibilidade de expedição de precatório para pagamento do débito, se o valor da

execução ultrapassar a alçada do Juizado Especial Federal. 7. A interpretação sistemática de tais regras excluiu a

aplicação do art. 39, da Lei n. 9.099/95, do âmbito dos Juizados Especiais Federais (cf. TNU, PEDILEF

200471500085030, Rel. Juiz Federal Herculano Martins Nacif, DOU 03/05/2013), uma vez que a quantia que

sobeja sessenta salários-mínimos pode ser objeto de execução por meio de expedição de precatório, o que afasta

a admissibilidade da renúncia tácita para definição de competência (enunciado n. 17, da súmula da jurisprudência

da Turma Nacional de Uniformização). De igual modo, o valor da causa não precisa guardar exata correspondência

com o valor da condenação, porque o art. 3º, § 2º, da Lei n. 10.259/01, dispõe que o valor da causa deve ter como

parâmetro a inclusão de doze parcelas vincendas nas obrigações por tempo indeterminado. A observância dos

critérios para fixação do valor da causa nessas hipóteses (art. 260, do Código de Processo Civil de 1973, e art. 292,

§§ 1º e 2º, do Novo Código de Processo Civil) exigiria que a sua apuração correspondesse ao somatório das

parcelas vencidas e doze prestações vincedas, cujo resultado não poderia ser superior a sessenta salários-mínimos

(cf. TNU, PEDILEF 200932007021984, Rel. Juiz Federal Janílson Bezerra de Siqueira, DOU 23/03/2012). 8. A

possibilidade de a tramitação processual estender-se por intervalo excessivo, além de comprometer a razoável

duração do processo, implica perda patrimonial significativa ao credor, caso o conteúdo da renúncia apresentada

para definição de competência abrangesse valor superior às prestações vencidas, quando houve o ajuizamento da

demanda, acrescidas das doze prestações vincendas computadas no valor da causa. Portanto, ressalvada

manifestação expressa e clara da parte autora, a renúncia apresentada, com o intuito de definição de competência

dos Juizados Especiais Federais, somente atinge as parcelas vencidas somadas a doze parcelas vincendas

Nesse sentido, colaciono passagem do voto condutor proferido no julgamento do

PEDILEF 200951510669087 (Rel. Juíza Federal Kyu Soon Lee, DOU 17/10/2014): “(...) 8. Após

a demanda, os valores atrasados, ou seja, os valores da condenação, não se sujeitam à

limitação dos 60 (sessenta) salários mínimos, daí a redação cristalina do artigo 17, § 4º da

Lei nº 10.259/01. Foi nesse sentido a

aprovação da Súmula nº 17 da TNU: para que não se interprete o ingresso nos Juizados

Especiais Federais, como renúncia à execução de valores da condenação superiores a tal

limite - repita-se, pois diferente de valor da causa. Igualmente importante consignar que,

por outro lado, “O que se consolidou não foi a possibilidade do autor da demanda não

renunciar ao excedente e, ao fim arguir, maliciosamente, a ausência de sua renúncia para

tudo receber, sem qualquer desconto, até mesmo porque estamos tratando de questão de

competência absoluta” (PEDILEF nº 008744-95.2005.4.03.6302, Rel. Juiz Federal LUIZ

CLAUDIO FLORES DA CUNHA, DOU 28/06/2013). Ou seja, pode ocorrer sim limite, mas na data

do ajuizamento da ação, conforme explicitado no item 7, mas não após esta data. (...)”9. Na

presente hipótese, a parte autora redigiu petição para “manifestar sua anuência com o

recebimento do valor da condenação até o limite de 60 salários mínimos, renunciando à

diferença além do referido limite, referentes aos valores pleiteados na inicial, o que engloba as

parcelas vencidas até a distribuição da ação, bem como a pertinente a doze prestações

vincendas, também contadas da data da distribuição da presente ação”. 10. A interpretação do

texto transcrito não autoriza a conclusão obtida pela Turma Recursal de origem, pois a

demandante enfatizou que sua renúncia cingia-se a doze parcelas vincendas, contadas a partir

da data da distribuição da ação, após ser instada pelo Juízo a quo a esclarecer os critérios

empregados para definição do valor atribuído à causa. Logo, a parte autora tem direito a obter a

condenação do réu ao pagamento das parcelas, que se venceram ao longo da tramitação

processual e superaram o limite das doze parcelas vincedas consideradas no cálculo do valor da

causa, sendo certo que a execução será feita mediante expedição de precatório se o somatório

dessas quantias sobejar sessenta salários-mínimos. 11. Ante o exposto, voto por conhecer o

Pedido de Uniformização e dar-lhe provimento para substituir o acórdão recorrido e fixar a tese

PARTES

Esse requisito é necessário para que as partes do processo sejam perfeitamente identificadas,evitando confusões com homônimos e outros possíveis equívocos quanto àqueles que estãoenvolvidos na relação jurídica. É uma forma de individualizar as partes. Tal mandamento estagrafado no artigo 319, II do CPC, senão vejamos:

Art. 319. A petição inicial indicará:

(...)

II - os nomes, prenomes, estado civil, profissão, domicílio e residência do autor edo réu;

Tal qualificação deve conter, para fins previdenciários: Autor - nome completo, nacionalidade,estado civil, profissão, domicílio e residência, número de inscrição do trabalhador – NIT, númerode benefício caso exista, número de identidade e número do CPF e um dado importante, sepossível o nome da mãe. Réu – nomenclatura social completa da Autarquia, bem como oendereço de citação.

Tal expediente normativo tem o condão de possibilitar a realização dos atos processuais, taiscomo: citação do réu (aviso) para que o mesmo responda a ação e demais intimações, as quaispermitem a adequada comunicação do juiz com as partes.

OBS: Em relação à completa qualificação do réu há uma certa tolerância maior quando o autornão indica todos os dados do réu, pois, no momento em que se ajuíza a ação o autor pode nãoter conhecimento de todos os dados exigidos.

PARTES NO JEF

Podem ser partes no JEF: Autores: as pessoas físicas, microempresas e empresas de pequeno porte; Réus:

União, Autarquia Federal, Fundações e empresas Públicas Federais nos termos do artigo 6º da Lei 10.259/03;

Neste sentido:

Enunciado FONAJEF 11: No ajuizamento de ações no JEF, a microempresa e a empresa de pequeno porte

deverão comprovar essa condição mediante documentação hábil;

Enunciado FONAJEF 12: No Juizado Especial Federal, não é cabível o pedido contraposto formulado pela

União Federal, autarquia, fundação ou empresa pública federal;

Enunciado FONAJEF 14: Nos Juizados Especiais Federais, não é cabível a intervenção de terceiros ou a

assistência;

Enunciado FONAJEF 21: As pessoas físicas, jurídicas, de direito privado ou de direito público estadual ou

municipal podem figurar no pólo passivo, no caso de litisconsórcio necessário;

Importante, as partes como narrado podem figurar desacompanhadas de advogado, podendo se assim

entenderem nomear representante não advogado para acompanhar o processo – o STF declarou constitucional

tal medida na ADI nº 3.168. Em outra analise: Enunciado FONAJEF 83: O art. 10, caput, da Lei nº 10.259/2001

não autoriza a representação das partes por não-advogados de forma habitual e com fins econômicos.

OBS.: Na esfera recursal é obrigatória a presença do advogado

CAUSAS DE PEDIR E PEDIDO

Como bem se sabe, entre os acontecimentos ocorridos denominados –Fatos e o direito ora pleiteado junto ao Estado-Juiz, existe um liame ouligação, o qual é denominado no mundo fenomênico jurídico de nexojurídico.

Assim, numa petição inicial, o sujeito ativo denominado Autor, deve trazerelementos que demonstrem de forma real, a presença do fato jurídicoensejador da tutela jurisdicional pelo Estado-Juiz, comprovando peranteeste, o nexo causal legal, ou seja, deverá comprovar, justamente, apresença do nexo jurídico entre os fatos ocorridos na situaçãoconcreta, e o surgimento do direito, consequência direta destes fatos.(citação http://www.jurisway.org.br/v2/cursoonline.asp?id_titulo=11683&id_curso=964&pagina=2)

Lembrando que para uma melhor eficiência da inicial, os acontecimentosdeverão ser narrados ao Estado-Juiz, de forma simples e concatenada, ouseja, os fatos devem ser descritos ao membro competente do Poder Judiciáriona forma de um raciocínio lógico e cronológico, para que o mesmo possachegar à conclusão de que o direito pleiteado decorre dos fatos narrados, eque fora o réu quem deu causa a lesão ou a ameaça a direito. (citação

http://www.jurisway.org.br/v2/cursoonline.asp?id_titulo=11683&id_curso=964&pagina=2)

Tais pressupostos sob comento, são um dos mais importantes naguarida do respeito ao direito invocado pelo Autor. Assim, deve –setentar comprovar por todos os meios legais e permitidos que aocorrência lesionadora, que motivou a entrada da ação pelo SujeitoAtivo – Autor se encontra amparada por norma jurídica, sendo devital importância o convencimento do Judiciário de que existe umasimilitude entre a ocorrência fenomênica abstrata prevista emnorma jurídica e o caso real imponível ocorrido, conforme asalegações do Autor.

Ademais, não é necessário que se indique o artigo de lei queembasa o direito pretendido (Narra-me os fatos que lhe direi odireito). Lembrando que o Estado-Juiz deve dar sua decisão combase no fim social, não buscando resolver a LIDE para acoletividade, como é comum em alguns Juízes, mas sim, dizendo odireito no caso em concreto, analisando a situação posta do pontode vista, apenas das partes que compõem a LIDE. Lembrando,finalmente, que hoje opera-se no mundo jurídico o fenômeno dopós-positivismo e não mais o do legal-positivismo.

Segundo, o ilustre professor Costa Machado, a norma sob análise disciplina a feição quedeve ter a causa de pedir (primeiro elemento objetivo da ação; o segundo é o pedido,sendo o terceiro s partes que tem cunho subjetivo).

Lembrando que segundo o renomado Autor, uma coisa é FUNDAMENTO JURÍDICO,outra coisa é FUNDAMENTO LEGAL. Lembrando que o texto legal só pede o primeiro,sendo o segundo (número da lei ou do artigo de lei) desnecessário.

O Fundamento Jurídico, corresponde na verdade a qualificação jurídica ouenquadramento jurídico dos fatos, ou seja, os fatos narrados assumem condição de atoilícito, infração contratual, desrespeito a preceito normativo, dentre outros. E como oFATO É O ACONTECIMENTO OU EVENTO apto a gerar o nascimento do direito ou gerara situação fenomênica que o Autor entende como maculada.

Assim para que o Autor vença a demanda através da sua inicial, é necessário que oEstado-Juiz se convença que o FATO ocorreu como alegado pelo Autor e que o NEXOCAUSAL JURÍDICO, tenha se positivado através do Réu, formando assim o ato-dúplicepositivo da Procedência da ação. Assim toda vez que o ato-dúplice se realizar a inicialserá procedente. No entanto, caso isto não ocorra o pedido deve ser julgadoimprocedente.

Em relação ao pedido, temos que lembrar queo Poder Judiciário não é um Órgão consultivo,mas sim o local onde se entrega o que se érequerido.

Assim, é fundamental que a petição inicialindique tudo aquilo que ela pretende, ondeestes pleitos serão compreendidos sob a óticaprocessual (pedidos imediatos – querepresentam a condenação, constituição oudeclaração) e sob a ótica material (pedidosmediatos – resultado prático pretendido).

Como fazer o pedido?

Essa é uma tarefa que só é possível ser

realizada se um excelente atendimento tiver

sido realizado.

Dica – completar o quadro

Valor da causa

O valor da causa é um dos temas mais simples e polêmicos na seara previdenciária. Talvalor é determinado em questões previdenciárias pelo CPC. Sendo que para o valor dacausa previdenciário quando se discute parcelas vencidas e vincendas, É REALIZADOnos artigo 260 do CPC, que narra:

quando se pedirem prestações vencidas e vincendas, tomar-se-á em consideração ovalor de umas e outras.

Assim o valor deve ser apurado levando em consideração o quanto segue:

o valor das prestações vincendas será igual a uma prestação anual, se a obrigaçãofor por tempo indeterminado, ou por tempo superior a 1 (um) ano; se, por tempoinferior, será igual à soma das prestações.

Outro ponto que devemos nos atentar é em razão do valor da causa é que dependendodeste, a ação será proposta na Federal Comum ou no JEF, e isto se dá porque qualqueração previdenciária que seja inferior a sessenta salários mínimos deve obrigatoriamenteser julgada junto ao JEF em inteligência ao artigo 3º da lei 10.259/01. Posto que estedetém competência absoluta em razão do valor da causa.

LEMBRANDO QUE NÃO RARO O VALOR DA CAUSA DEVERÁ OBDECER OSARTIGOS 291 e 292 DO CPC.

Gratuidade

O caput do art. 98 do NCPC dispõe sobre aqueles que podem ser

beneficiários da justiça gratuita: “Art. 98. A pessoa natural ou jurídica,

brasileira ou estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar as

custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios tem direito à

gratuidade da justiça, na forma da lei”.

Por sua vez, A Lei 1060/50 que regulamenta a hipossuficiência pátria é

clara ao narrar em seu artigo 2º, parágrafo 2º in verbis:

[...] Considera-se necessitado, para os fins legais, todo aquele cuja

situação econômica não lhe permita pagar as custas do processo e os

honorários de advogado, sem prejuízo do sustento próprio ou da família.”.

(grifos nossos)

A devida interpretação aos referidos mandamentos legais, afim de se

conceder os benefícios da justiça gratuita à alguém, devem verificar se o

indivíduo tem condições de arcar com as custas processuais sem afetar a

(1) sua subsistência e a (2) de sua família e ao mesmo tempo, sopesar (3)

o mérito da causa, bem como (4) o valor que lhe foi atribuído.

A interpretação literal do parágrafo único do art. 2º. da Lei n. 1.060/50conduz ao entendimento de que as pessoas jurídicas não podem usufruirdo benefício da gratuidade, uma vez que considera necessitado “todoaquele cuja situação econômica não lhe permita pagar as custas doprocesso e os honorários de advogado, sem prejuízo do sustento próprioou da família”.

Ao aludir à incapacidade de sustento próprio ou da família, o texto podelevar ao entendimento de que apenas as pessoas naturais podem serbeneficiárias da justiça gratuita; afinal, só elas podem compor uma família.

É verdade que, já à luz da Lei n. 1.060/50, a doutrina e a jurisprudênciasão unânimes quanto à possibilidade de concessão da justiça gratuita àspessoas jurídicas, que, apesar de não terem família, podem,perfeitamente, não ter condições de arcar com as despesas do processosem prejuízo de sua manutenção.

Ocorre que a redação do NCPC, ao requisitar “insuficiência de recursos”, émais clara, trazendo, pois, segurança na aplicação do instituto eprevenindo discussões desnecessárias.

Exercício

Com base nos elementos do atendimento,

elabore sua petição inicial.

Suporte

Demonstração da condição de segurado do decujus para concessão de pensão por morte aosdependentes. (Tema: 21)

EMENTA I - A condição de segurado do de cujusé requisito necessário ao deferimento dobenefício de pensão por morte ao(s) seu(s)dependente(s). Excepciona-se essa regra, porém,na hipótese de o falecido ter preenchido, aindaem vida, os requisitos necessários à concessãode uma das espécies de aposentadoria doRegime Geral de Previdência Social - RGPS.Precedentes. II[...] (REsp 1110565 SE, Rel.Ministro FELIX FISCHER, TERCEIRA SEÇÃO,julgado em 27/05/2009, DJe 03/08/2009)

Comprovação da atividade rurícula de menor de 14 anos (Tema:297)

EMENTA 1. Prevalece o entendimento de que a provaexclusivamente testemunhal não basta, para o fim de obtenção debenefício previdenciário, à comprovação do trabalho rural, devendoser acompanhada, necessariamente, de um início razoável deprova material (art. 55, § 3º, da Lei n. 8.213/91 e Súmula 149 desteSuperior Tribunal de Justiça). 2. Diante disso, embora reconhecidaa impossibilidade de legitimar, o tempo de serviço com fundamento,apenas, em prova testemunhal, tese firmada no julgamento desterepetitivo, tal solução não se aplica ao caso específico dos autos,onde há início de prova material (carteira de trabalho com registrodo período em que o segurado era menor de idade) a justificar otempo admitido na origem. (REsp 1133863 RN, Rel. MinistroCELSO LIMONGI (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/SP),TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 13/12/2010, DJe 15/04/2011)

UNIÃO ESTÁVEL. RECEBIMENTO. PENSÃO. PROVATESTEMUNHAL.

A companheira faz jus ao reconhecimento de união estávelpara fins de recebimento de pensão por morte de seucompanheiro. O Min. Relator entendeu que, se a legislaçãoprevidenciária não impõe a necessidade da prova materialpara a comprovação da dependência econômica para finsprevidenciários, não há por que o magistrado fazer talinterpretação da norma. "Onde a lei não distingue, não podeo intérprete fazê-lo". No caso, tendo a autora produzido aprova testemunhal que afirma a convivência com seufalecido companheiro de 1965 até 1995, data do óbito, temela direito ao recebimento da pensão. Precedente citado:REsp 720.145-RS, DJ 16/5/2005. REsp 783.697-GO, Rel.Min. Nilson Naves, julgado em 20/6/2006.