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Relatório Especial O apoio do FEDER às PME no domínio do comércio eletrónico foi eficaz? PT 2014 n.º 20 TRIBUNAL DE CONTAS EUROPEU

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Relatório Especial O apoio do FEDER às PME no domínio do comércio eletrónico foi eficaz?

PT 2014 n.º 20

TRIBUNALDE CONTASEUROPEU

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TRIBUNAL DE CONTAS EUROPEU 12, rue Alcide De Gasperi 1615 Luxemburgo LUXEMBURGO

Tel. +352 4398-1

E-mail: [email protected] Internet: http://eca.europa.eu

Twitter: @EUAuditorsECA YouTube: EUAuditorsECA

Encontram-se mais informações sobre a União Europeia na rede Internet, via servidor Europa (http://europa.eu)

Luxemburgo: Serviço das Publicações da União Europeia, 2015

ISBN 978-92-872-1335-8doi:10.2865/17271

© União Europeia, 2015Reprodução autorizada mediante indicação da fonte

Printed in Luxembourg

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O apoio do FEDER às PME no domínio do comércio eletrónico foi eficaz?

(apresentado nos termos do n.º 4, segundo parágrafo, do artigo 287.º do TFUE)

Relatório Especial

PT 2014 n.º 20

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02Índice

Pontos

Glossário e abreviaturas

I–IV Síntese

1–11 Introdução

1–3 Por que é que o comércio eletrónico é importante?

4–6 Estratégias da UE no domínio da sociedade da informação

7–9 Apoio do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) a investimentos no domínio do comércio eletrónico

10–11 Sistema de gestão do FEDER

12–16 Âmbito e objetivos da auditoria

17–62 Observações

17–27 Os programas operacionais (PO) dos Estados Membros constituíram uma boa base para apoio a pequenas e médias empresas (PME) no domínio do comércio eletrónico mas não para medição do desempenho

18–19 Todos os Estados Membros selecionados elaboraram os PO auditados em conformidade com as estratégias regionais ou nacionais relevantes no domínio das tecnologias da informação e da comunicação (TIC)

20–27 Todos os PO auditados incluíram medidas de comércio eletrónico com objetivos e indicadores associados mas as alterações tardias a estes últimos prejudicaram por vezes uma adequada avaliação do desempenho

28–51 As autoridades de gestão centraram se mais nas realizações do que nos resultados tanto na fase de seleção como de acompanhamento

29–43 Os procedimentos de seleção de projetos raramente avaliaram se os projetos selecionados eram os que tinham mais probabilidades de contribuir para o desenvolvimento das PME e/ou dos objetivos da UE no domínio da sociedade da informação

44–51 Na maioria dos casos, as autoridades de gestão não puderam avaliar o impacto de um projeto no desenvolvimento da PME

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03Índice

52–62 Em termos globais as PME executaram bem os projetos mas os resultados alcançados nem sempre foram demonstrados

53–57 As realizações dos projetos estavam geralmente em conformidade com a respetiva candidatura

58–62 Diversas PME afirmaram ter obtido benefícios com a execução do projeto mas os resultados alcançados não foram medidos de forma sistemática

63–68 Conclusões e recomendações

Respostas da Comissão

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04Glossário e abreviaturas

ADE: Agenda Digital para a Europa.

Autoridade de gestão: Entidade pública nacional, regional ou local ou organismo público ou privado designado pelo Estado-Membro para gerir um programa operacional.

B2B: Comércio eletrónico entre empresas.

EAC: Comércio entre empresas e consumidores.

Efeito de inércia: O efeito de inércia ocorre quando o financiamento é atribuído a um beneficiário que teria feito a mesma opção na ausência de apoio. Nesse caso, o resultado constatado não pode ser imputado à política e a ajuda paga a esse beneficiário não teve qualquer impacto. Assim, a parte das despesas que gera efeitos de inércia é por natureza ineficaz, uma vez que não contribui para alcançar os objetivos definidos.

FEDER: Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional: o FEDER presta assistência financeira destinada a promover a coesão económica e social entre as regiões da UE. As intervenções do FEDER são, na sua maioria, executadas através de programas operacionais que englobam um grande número de projetos.

Impacto: Consequências socioeconómicas a longo prazo que podem ser observadas algum tempo após a conclusão de uma intervenção e que podem afetar quer os destinatários diretos de uma intervenção, quer os destinatários indiretos não abrangidos no âmbito da intervenção, que podem ficar a ganhar ou a perder.

Organismo intermédio: Qualquer organismo ou serviço público ou privado que atue sob a responsabilidade de uma autoridade de gestão ou que desempenhe funções em nome desta autoridade em relação aos beneficiários que executam as operações.

PME: Pequenas e médias empresas. A Comissão define as como empresas que empreguem menos de 250 pessoas e que tenham um volume de negócios anual inferior a 50 milhões de euros e/ou um balanço anual total não superior a 43 milhões de euros.

PO: Programa operacional: documento aprovado pela Comissão que assume a forma de um conjunto coerente de prioridades compostas por medidas plurianuais que englobam um grande número de projetos.

PTA: Programa de trabalho anual.

Realização: O que é produzido ou realizado com os recursos atribuídos a uma intervenção (por exemplo, subvenções atribuídas a PME, sítios Internet desenvolvidos, software de TI adquirido).

Resultado: Alterações imediatas sentidas pelo destinatário direto no final da sua participação numa intervenção (por exemplo, aumento do volume de negócios, aumento do número de clientes, aumento da percentagem de vendas em linha, criação de emprego).

TIC: Tecnologias de Informação e Comunicação.

UE: União Europeia.

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05Síntese

IAs tecnologias relativas ao comércio eletrónico são consideradas uma forma de acelerar o crescimento económico e a integração europeia, e desenvolver o mercado único. Esta questão reveste se de particular importância para as pequenas e médias empresas (PME), que continuam atrasadas em relação às grandes empresas no que se refere à adoção das Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC).

IINesse sentido, a Comissão tem conferido uma impor-tância cada vez maior à necessidade de promover o desenvolvimento no domínio do comércio eletrónico, especialmente através de uma das suas iniciativas emblemáticas, a Agenda Digital para a Europa (ADE). O orçamento do FEDER atribuiu cerca de três mil milhões de euros para promoção da adoção das TIC por parte das PME, durante o período de programação de 2007-2013.

IIIA auditoria analisou se o apoio do FEDER às PME no domínio do comércio eletrónico foi eficaz e concluiu que o apoio do FEDER a projetos de comércio ele-trónico contribuiu para aumentar a disponibilidade de serviços comerciais em linha. No entanto, as insufi-ciências no acompanhamento não permitiram avaliar em que medida esse apoio contribuiu para a reali-zação das estratégias da UE e dos Estados-Membros no domínio das TIC, assim como para os objetivos de desenvolvimento das PME. Além disso, a fraca quali-dade dos procedimentos de seleção resultou no cofi-nanciamento de projetos com poucas probabilidades de garantir uma otimização dos recursos.

IVAssim, o Tribunal recomenda que a Comissão:

a) garanta a obtenção de informações coerentes e fiáveis por parte dos Estados-Membros sobre os progressos relativos aos programas operacionais, não só em termos financeiros mas também de de-sempenho, com particular ênfase nos indicadores e metas de resultados.

b) insista para que os critérios e procedimentos de seleção aplicados pelos Estados-Membros ga-rantam a seleção de projetos que maximizam o valor acrescentado entre candidatos, em termos de promoção do desenvolvimento do comércio eletrónico nas PME e de concretização dos objeti-vos da ADE garantindo, simultaneamente, que tais procedimentos são adequados aos beneficiários visados no que se refere ao tempo e ao trabalho administrativo necessários.

c) exija que as autoridades de gestão dos Estados--Membros criem instrumentos de gestão para efeitos de acompanhamento do impacto da sub-venção no desenvolvimento da atividade das PME apoiadas.

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06Introdução

Por que é que o comércio eletrónico é importante?

01 O comércio eletrónico consiste na venda ou aquisição de bens ou ser-viços, seja entre empresas, famílias, indivíduos ou organizações privadas, mediante transações eletrónicas reali-zadas através da Internet ou de outras redes (de comunicação em linha) informáticas1.

02 As tecnologias relativas ao comér-cio eletrónico são consideradas uma forma de acelerar o crescimento económico e a integração europeia, e desenvolver o mercado único. Tra-ta-se de uma questão particularmente importante para as pequenas e médias empresas (PME), cujo papel na econo-mia europeia tem sido repetidamente reconhecido pelo Conselho, pelo Parla-mento Europeu e pela Comissão, mas que continuam atrasadas em relação às grandes empresas no que se refere à adoção de Tecnologias da Informa-ção e da Comunicação (TIC).

03 A promoção da adoção de TIC e, em particular, do comércio eletrónico é, por conseguinte, fundamental para melhorar o desenvolvimento e a com-petitividade globais, especialmente no caso das PME, e para a criação de empregos2, tal como tem sido reco-nhecido em diversos documentos da Comissão3.

Estratégias da UE no domínio da sociedade da informação

04 A Comissão tem desenvolvido, des-de 2010, diversas estratégias para o desenvolvimento da sociedade da informação na UE: lançou a iniciativa eEuropa4 e a Estratégia Sociedade Europeia da Informação 2010 (Estraté-gia i2010)5, no âmbito da estratégia de Lisboa, e em 2010 lançou a Agenda Di-gital para a Europa (ADE), que constitui uma das sete iniciativas emblemáticas da atual estratégia «Europa 2020» cen-trada no crescimento e no emprego (ver gráfico 1).

05 A ADE baseia-se na estratégia i2010. Reafirmou a importância de um empenho sustentado por parte da UE e do conjunto dos Estados-Mem-bros, incluindo a nível regional6. Inclui ações, agrupadas em pilares7. Um desses pilares («Um mercado digital único») incide, entre outros aspetos, na simplificação das transações em linha e transfronteiras. Três dos seus 13 obje-tivos dizem respeito ao comércio ele-trónico e um centra-se especificamen-te nas PME, ou seja, visa garantir que, até 2015, 33% das PME realizam vendas e aquisições em linha8. O último Painel de Avaliação da Agenda Digital reve-lou um ligeiro aumento do número de PME que realizam vendas e aquisições em linha: de 12% e 24% em 2009 para 14% e 26% em 2013, respetivamente.

1 Definição comum do Eurostat e da OCDE.

2 Acredita-se que a economia da Internet possa gerar 2,6 empregos por cada posto de trabalho perdido e representar 25% da criação líquida de emprego (considera-se ter sido o caso em França, durante o período de 1995-2010). McKinsey, «Impact d’internet sur l’économie française» (Impacto da Internet na economia francesa), março de 2011.

3 COM(2010) 245 final/2 de 26 de agosto de 2010 - Uma Agenda Digital para a Europa; COM(2011) 777 final, de 15 de novembro de 2011 — Programa de Trabalho da Comissão para 2012; COM(2013) 739 final de 22 de outubro de 2013 — Programa de Trabalho da Comissão para 2014.

4 COM(99) 687 final, de 8 de dezembro de 1999 —eEuropa — Uma sociedade da informação para todos.

5 COM(2005) 229 final, de 1 de junho de 2005, i2010 — Uma sociedade da informação europeia para o crescimento e o emprego.

6 COM(2010) 245 final/2, p. 7.

7 Em 2010, a ADE era composta por 101 ações, agrupadas em sete pilares. Em 2012, no âmbito da sua atualização, a Comissão adotou sete novas prioridades e 31 novas ações.

8 Os outros dois objetivos consistem em garantir que, até 2015, 50% das pessoas realizam aquisições em linha e 20% das pessoas realizam aquisições transfronteiras em linha.

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07Introdução

9 O objetivo consistia em duplicar a percentagem de comércio eletrónico nas vendas a retalho (3,4% em 2010) e no setor da Internet no PIB da UE (inferior a 3% em 2010) até 2015. COM(2011) 942 final, de 11 de janeiro de 2012 — Um enquadramento coerente para reforçar a confiança no Mercado Único Digital do comércio eletrónico e dos serviços em linha.

Grá

fico

1 Estratégias da UE no domínio da sociedade da informação

v2000 2005 20152010 2020

Estratégia de Lisboa (2000)

Objetivo: tornar a Europa a economia mais dinâmica e competitiva do mundo até 2010

Assinala a necessidade de a Europa agarrar as oportunidades oferecidas pela economia digital e pela Internet.

Iniciativa eEurope e Planos de ação

Objetivo: estimular serviços, aplicações e conteúdo na

Internet. Contém 10 prioridades, sendo uma delas acelerar o comércio

eletrónico

Estratégia em matéria de sociedade da

informação (Estratégia i2010)

Objetivo: promover a convergência das TIC até 2010, através da execução de três subprogramas, um

dos quais se destina a desenvolver o espaço

único europeu da informação

Objetivo: Alcançar um crescimento inteligente, sustentável e inclusivo através de sete iniciativas «emblemáticas»,

sendo uma delas a «Agenda Digital para a Europa».

Estratégia Europa 2020 para o crescimento e o emprego (2010)

Agenda Digital para a Europa (ADE)

Objectivo: relançar a economia da UE e permitir às empresas e aos cidadãos tirar o máximo partido das tecnologias digitais

Metas: 13 metas - três metas especí�cas em matéria de comércio eletrónico

Fonte: Tribunal de Contas Europeu.

06 Além disso, em janeiro de 2012, a Comissão adotou a Comunicação sobre comércio eletrónico e serviços em linha, com o objetivo de duplicar o volume do comércio eletrónico na UE até 20159.

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08Introdução

Apoio do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) a investimentos no domínio do comércio eletrónico

07 Durante o período de programação de 2007-2013, as Orientações Estratégicas Comunitárias10 sublinharam a impor-tância da adoção de TIC por parte das empresas, especialmente das PME, tendo em vista aumentar a produti-vidade e promover uma economia digital aberta e competitiva. A revisão intercalar da Estratégia de Lisboa11 também sublinhou a importância da adoção de TIC por todos os setores da economia e o papel que a política de coesão poderia desempenhar na promoção da sua adoção.

08 O orçamento do FEDER para adoção de TIC pelas PME para o período de programação de 2007-2013, que inclui investimentos em comércio eletrónico, representa cerca de três mil milhões de euros, ou seja, 11% do apoio des-tinado diretamente às PME e 21% do montante destinado a TIC. De acor-do com a Comissão, em novembro de 2013, 57% do orçamento acima indicado fora atribuído aos projetos selecionados, demonstrando uma reduzida taxa de absorção, quando comparada com os 85% referentes a todos os fundos estruturais (ver tam-bém pontos 24 e 27).

09 Não existem números disponíveis so-bre os montantes atribuídos especifi-camente a investimentos em comércio eletrónico uma vez que as categorias de comunicação estipuladas nos regu-lamentos12 não exigem comunicações separadas sobre o apoio ao comércio eletrónico. Por outro lado, o domínio de despesas que abrange o comércio eletrónico também inclui a educação,

a formação, a criação de redes e ou-tros serviços e aplicações relativos a PME.

Sistema de gestão do FEDER

10 O FEDER faz parte dos fundos da política de coesão. Estes fundos são executados através de programas plurianuais, em modalidades de ges-tão partilhada entre a Comissão e os Estados-Membros. Para cada período de programação, a Comissão aprova, com base em propostas dos Esta-dos-Membros, programas operacionais (PO) e planos financeiros indicativos, que incluem as contribuições nacionais e da UE.

11 Os projetos financiados pelos PO são selecionados pelas autoridades de gestão e realizados por particulares, associações, empresas públicas ou privadas ou por organismos públicos locais, regionais e nacionais.

10 Decisão 2006/702/CE do Conselho, de 6 de outubro de 2006, relativa às orientações estratégicas comunitárias em matéria de coesão (JO L 291 de 21.10.2006, p. 11).

11 COM(2005) 24 final, de 2 de fevereiro de 2005 — Trabalhando juntos para o crescimento e o emprego. Um novo começo para a Estratégia de Lisboa.

12 Regulamento (CE) n.º 1083/2006 do Conselho, de 11 de julho de 2006, que estabelece disposições gerais sobre o Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, o Fundo Social Europeu e o Fundo de Coesão, e que revoga o Regulamento (CE) n.º 1260/1999 e Regulamento (CE) n.º 1828/2006 da Comissão, de 8 de dezembro de 2006, que prevê as normas de execução do Regulamento (CE) n.º 1083/2006 que estabelece disposições gerais sobre o Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, o Fundo Social Europeu e o Fundo de Coesão e do Regulamento (CE) n.º 1080/2006 do Parlamento Europeu e do Conselho relativo ao Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional.

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09Âmbito e objetivos da auditoria

12 O Tribunal examinou se o apoio do FEDER às PME no domínio do comér-cio eletrónico foi eficaz. A auditoria incidiu em três questões principais de auditoria:

a) os PO desenvolvidos pelos Esta-dos-Membros e aprovados pela Comissão constituíram uma boa base para a execução eficiente das medidas de apoio ao comércio eletrónico junto das PME?

b) as autoridades de gestão sele-cionaram e acompanharam os projetos de comércio eletrónico de forma adequada?

c) os projetos de comércio eletrónico cofinanciados pelo FEDER foram executados com sucesso e resul-taram em benefícios mensuráveis para as PME beneficiárias?

13 A auditoria centrou-se no apoio pres-tado pelo FEDER durante o período de programação de 2007-2013 e abrangeu cinco PO dos seguintes quatro Esta-dos-Membros: Grécia («Convergência Digital», Itália («Piemonte» e «Emí-lia-Romanha»), Polónia («Economia Inovadora») e Reino Unido («Terras Altas e Baixas da Escócia»). Conjunta-mente, representaram 1,6 mil milhões de euros (51%) do orçamento do FEDER disponibilizado para a adoção de TIC por parte das PME.

14 Os Estados-Membros foram seleciona-dos pelo facto de os seus PO incluírem medidas relativas a comércio eletróni-co e com base na dotação orçamental e nos montantes autorizados para adoção de TIC por parte das PME.

15 Os trabalhos de auditoria incluíram:

a) um exame do quadro estratégico da Comissão no domínio do co-mércio eletrónico e da sociedade da informação;

b) um exame dos documentos estratégicos relevantes, nacio-nais e regionais, em matéria de comércio eletrónico, elaborados para o período de 2007-2013 pelos países selecionados, assim como uma análise dos respetivos PO;

c) visitas às autoridades nacionais e regionais responsáveis pela ges-tão dos PO nos Estados-Membros selecionados;

d) um exame no local de 30 projetos13 que se encontravam em funciona-mento há pelo menos dois anos, para avaliar o seu impacto. Os custos totais elegíveis dos pro-jetos auditados variaram entre aproximadamente 1 800 euros e 527 000 euros (tendo a contri-buição do FEDER variado en-tre 12% e 74%). Em três projetos a assistência não foi financeira, tendo consistido na prestação de serviços de consultadoria;

e) uma visita de estudo a uma região que aplicava a iniciativa designada «Regime de cheques TIC» (ver cai-xa 2), um projeto-piloto introdu-zido recentemente pela Comissão para avaliar esta utilização alterna-tiva do FEDER e para a comparar com os procedimentos de seleção nos termos dos quais os projetos auditados foram selecionados e executados.

16 As provas de auditoria foram recolhi-das em entrevistas com funcionários da Comissão e dos Estados-Membros, e com gestores de projetos.

13 De referir que no Reino Unido (Terras Altas e Baixas da Escócia) houve dois níveis de execução dos projetos (projetos dos patrocinadores de projetos e projetos de PME). Estes números incluem apenas os projetos de PME.

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10Observações

Os programas operacionais (PO) dos Estados‑Membros constituíram uma boa base para apoio a pequenas e médias empresas (PME) no domínio do comércio eletrónico mas não para medição do desempenho

17 O Tribunal analisou se:

a) os Estados-Membros elaboraram os seus PO em conformidade com as estratégias relevantes no domínio das TIC;

b) os PO definiram objetivos e medi-das específicos para dar resposta às necessidades identificadas, assim como metas e indicadores adequa-dos para efeitos de acompanha-mento do seu desempenho.

Todos os Estados‑Membros selecionados elaboraram os PO auditados em conformi‑dade com as informações e as estratégias regionais ou nacionais relevantes no domínio das tecnologias da informação e da comuni‑cação (TIC)

18 Quando os PO foram elaborados, todos os Estados-Membros selecionados tinham instituído um quadro estraté-gico destinado a dar resposta às suas necessidades em termos de adoção de TIC/sociedade da informação, assim como de desenvolvimento e competi-tividade das PME. No entanto, apenas a estratégia grega examinada foi sufi-cientemente abrangente para incluir uma estrutura organizacional que atribuía responsabilidades em matéria de execução dos objetivos estratégicos e de recursos necessários e disponíveis.

19 As estratégias foram subsequentemen-te tidas em conta nos PO pelas auto-ridades de gestão, apesar de apenas os PO de Itália (Emília-Romanha) e da Grécia as mencionarem explicitamen-te. Além disso, apenas a autoridade de gestão grega mencionou especi-ficamente as estratégias para a so-ciedade da informação da UE, desde o início do período de programação. Quando a ADE foi lançada, em maio de 2010, uma autoridade de gestão do Reino Unido teve esse facto em conta e adaptou o seu PO em conformidade (ver ponto 23 e caixa 1).

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11Observações

Todos os PO auditados incluí‑ram medidas de comércio eletrónico com objetivos e indicadores associados mas as alterações tardias a estes últimos prejudicaram por vezes uma adequada avalia‑ção do desempenho

20 Todas as autoridades de gestão tinham incluído nos seus PO medidas destina-das a promover o comércio eletrónico, especificamente junto das PME ou inseridas em medidas mais abrangen-tes relativas ao negócio eletrónico e à adoção de TIC pelas PME, dando assim resposta às necessidades iden-tificadas nas respetivas estratégias (ver ponto 18).

21 Por seu lado, a Comissão avaliou as análises de necessidades incluídas nos PO e verificou se os objetivos definidos estavam em conformidade com essas análises e se contribuíram para as políticas da UE.

22 Todas as autoridades de gestão defi-niram os seus próprios indicadores de realizações para as medidas relativas a comércio eletrónico descritas nos respetivos PO e todas, com exceção de uma, definiram igualmente indicado-res de resultados (ver gráfico 2), assim como valores-alvo associados a esses indicadores. Inicialmente, constituíam uma boa base para efeitos de acompa-nhamento da execução do programa. No entanto, apenas dois PO [Itália (Pie-monte) e Grécia] incluíram o indicador «comércio eletrónico para empresas» definido na ADE. A diversidade de indi-cadores impediu qualquer agregação que pudesse ser utilizada para prestar informações a um nível superior.

23 O Tribunal constatou que, entre 2009 e 2013, a Comissão aprovou diversas alterações nos cinco PO examinados. Contudo, em três casos [Grécia, Itália (Piemonte) e Polónia], os indicadores foram modificados com as alterações aos PO realizadas perto do final do período de programação, ou seja, em 2012 e 2013 (ver também ponto 19)14.

14 O PO de Piemonte foi alterado quatro vezes (em 2009, 2010, 2012 e 2013) e o PO da Grécia foi alterado duas vezes (em 2011 e 2012) mas, em ambos os casos, os indicadores apenas foram modificados uma vez, em 2012. Na Polónia, foram feitas alterações (em 2011 e 2013) e os indicadores foram modificados em ambas as ocasiões.

Exemplo de uma alteração ao PO adequada à nova iniciativa da UE: Reino Unido (Terras Altas e Baixas da Escócia)

O PO «Terras Altas e Baixas da Escócia» foi alterado em março de 2011 para incluir medidas que visavam uma melhor concretização dos objetivos da ADE, uma nova iniciativa emblemática da UE.

A alteração foi feita de forma a incluir o apoio à ligação por banda larga de PME rurais e a alinhar a Estratégia Digital do governo escocês com a ADE.

Caix

a 1

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12Observações

Grá

fico

2 Pormenores e alterações dos indicadores de desempenho e dos valores‑alvo do comércio eletrónico nos PO examinados

Economia Inovadora(Polónia)

Número de projetos cofinanciados (13 100)Número de empresas

apoiadas (11 400)

Terras Altas e Baixas da Escócia(Reino Unido)

Convergência Digital (Grécia)

Número de empresas financiadas por integrarem TIC nas suas

atividades quotidianas(13 561 --> Diminuiu para 7 700)

Emília-Romanha (Itália)

Piemonte (Itália)

Número de projetos cofinanciados (125 para

o fornecimento de serviços e 250 para a utilização de serviços de informação)

PO

Número de empresas que recebem apoio para comércio eletrónico (5 700)

Número de empresas apoiadas (450)

Indicadores de realização (e valores-alvo)

Empresas financiadas que podem aceitar encomendas (8,75%)

Empresas financiadas que podem aceitar pagamentos em linha para vendas efetuadas através da Internet (1,31%)

--> Fusionado: Empresas financiadas que podem aceitar encomendas e/ou pagamentos em linha

para vendas efetuadas através da Internet (20%)

Nenhum

Indicadores de resultados (e valores-alvo)

Empresas que receberam encomendas em linha (60%) --> Suprimido

Empresas que efetuaram encomendas em linha (26%) --> Alterado para: Número de empresas que efetuaram

encomendas em linha (90)

Desde o início: Número de estratégias de comércio eletrónico desenvolvidas (4 100)

Texto/Valores em negrito: Aplicável atualmenteTexto normal/valores: Já não aplicável

Percentagem de empresas que realizam vendas a empresas (B2B) através de mercados especializados

em linha (12%)Percentagem de empresas com sistemas de TI

integrados em sistemas de outras empresas (17%) --> Ambas fusionadas e substituídas por: Número

de empresas com um sistema de TI B2B executado e/ou integrado (5 300)

Percentagem de empresas que recebem encomendas através da Internet ou de outras redes

(50%) --> SuprimidoDesde o início: Número de novos empregos criados como resultado da execução dos

projetos (17 500 equivalentes a tempo inteiro)Desde o início: Número de serviços eletrónicos

preparados para serem prestados como resultado da execução dos projetos (11 000)

Fonte: TCE.

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13Observações

24 Em especial, os indicadores de resul-tados e/ou os seus valores-alvo foram consideravelmente alterados, o que prejudicou a avaliação dos resultados efetivamente decorrentes da execução do projeto. Nas situações em que os valores-alvo foram alterados [PO na Grécia, Itália (Piemonte) e Polónia], não foi possível comparar os resultados anteriores com os novos, uma vez que a definição dos indicadores (PO na Grécia e na Polónia) ou as unidades de medição [PO na Grécia e em Itália (Piemonte)] haviam sido alteradas e que essa alteração nem sempre fora justificada por reduções orçamentais ou fatores externos. Em dois casos, o motivo para a alteração foi a redu-zida procura das ações oferecidas, o que também resultou numa reduzida absorção dos fundos (ver também pontos 8 e 27).

25 O Tribunal considera que tais alte-rações perto do final do período de programação (quando as realizações efetivas já eram conhecidas) prejudica-ram a medição objetiva da eficácia dos PO no desenvolvimento do comércio eletrónico. Não obstante, estas modifi-cações foram aceites pela Comissão, ao aprovar as alterações ao PO em 2012 e 2013.

26 Além disso, a maior parte da ativida-de de acompanhamento dos PO pela Comissão centrou-se na informação financeira, que é importante mas insu-ficiente para avaliar os progressos efe-tivamente registados. Por outro lado, a categorização dos dados financeiros enviados à Comissão por duas autori-dades de gestão (na Grécia e no Reino Unido) não foi comunicada de forma consistente, uma vez que nem sempre os projetos de comércio eletrónico foram corretamente classificados, ou seja, em conformidade com o código contabilístico estipulado no Regula-mento do Conselho15.

27 A Comissão tem desenvolvido esfor-ços, desde 2003, para publicar16 guias destinados a promover a utilização de instrumentos de política no domínio da adoção de TIC pelas PME, incluindo o comércio eletrónico. Além disso, em 2013 propôs igualmente uma inicia-tiva alternativa que deveria facilitar a execução de projetos de TIC, a saber, o «Regime de Cheques Inovação TIC» (ver caixa 2). Esta iniciativa pretendia dar resposta à lenta absorção dos fun-dos disponibilizados para solucionar o problema da adoção de TIC pelas PME17.

15 Regulamen-to (CE) n.º 1083/2006 do Conselho, de 11 de julho de 2006, que estabelece disposições gerais sobre o Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, o Fundo Social Europeu e o Fundo de Coesão, e que revoga o Regulamento (CE) n.º 1260/1999 (JO L 210 de 31.7.2006, p. 25).

16 Por exemplo, os guias «Regional Policy for Smart Growth of SME’s» e «Digital Agenda Toolbox» (que podem ser encontrados na página da Smart Specialisation Platform gerida pelo Centro Comum de Investigação da Comissão em http://s3platform.jrc.ec.europa.eu/guides).

17 As taxas de absorção para as medidas de incentivo à adoção de TIC entre PME foram bastante inferiores à média do FEDER.

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14Observações

As autoridades de gestão centraram‑se mais nas realizações do que nos resultados tanto na fase de seleção como de acompanhamento

28 O Tribunal examinou se a autoridade de gestão garantiu que:

a) o procedimento de seleção lhe fornecia informações suficientes sobre as razões da empresa para proceder ao investimento e sobre a contribuição que a execução do projeto poderia dar à realização dos objetivos dos PO, permitindo maximizar o potencial do finan-ciamento do FEDER para gerar valor acrescentado, promovendo o desenvolvimento das PME e con-tribuindo para a execução das estratégias da UE no domínio da sociedade da informação;

b) o desempenho do projeto foi acompanhado, tanto duran-te como após a sua execução, para avaliar a sua contribuição para o desenvolvimento da PME e para a realização dos objetivos estratégicos.

Regime de Cheques Inovação TIC — Um regime de apoio alternativo para as PME

O «Cheque Inovação TIC» é um regime simplificado de apoio às PME para modernizarem os seus negócios através da adoção de TIC. Na prática, oferece-lhes uma pequena linha de crédito para que possam adquirir produtos ou serviços pré-definidos de fornecedores acreditados. O regime tem por objetivo prestar apoio célere às PME e reduzir o seu encargo administrativo.

Tem vindo a ser testado, desde 2013, em duas regiões de Espanha. Na região em que o projeto-piloto se en-contra mais avançado (Múrcia), o procedimento demora dois meses, entre o lançamento do convite e a data de aprovação das subvenções. Além disso, de acordo com a autoridade de gestão, os custos administrativos são inferiores a 10%.

No entanto, o Tribunal identificou duas insuficiências. Em primeiro lugar, não foi prestada atenção suficiente a fim de garantir que o financiamento do projeto fosse orientado pela procura da PME (e não pela procura do fornecedor de TIC) e, em segundo lugar, não foram solicitados indicadores de resultados às PME beneficiárias, o que excluiu a possibilidade de avaliar o impacto efetivo da execução de um projeto.

Caix

a 2

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15Observações

Os procedimentos de seleção de projetos raramente avalia‑ram se os projetos seleciona‑dos eram os que tinham mais probabilidades de contribuir para o desenvolvimento das PME e/ou para a realização dos objetivos da UE no domí‑nio da sociedade da informação

As autoridades de gestão raramente exigiram um plano de negócios ou objetivos quantificáveis ao avaliar as candidaturas dos projetos

29 Os regulamentos do FEDER não contemplaram planos de negócios nem outros objetivos financeiros ou empresariais mensuráveis para os PO relativos ao período de programação de 2007-2013. No entanto, este requi-sito é considerado uma boa prática quando se trata de avaliar a viabilidade e a pertinência de qualquer empreen-dimento empresarial. Entre os PO auditados, apenas duas das autorida-des de gestão (Polónia e Reino Unido) solicitaram a apresentação de planos de negócios nas candidaturas dos pro-jetos, ainda que não o tenham feito de

forma sistemática. Consequentemente, apenas seis das 30 empresas cujos projetos foram examinados apresenta-ram um plano de negócios ou outros objetivos financeiros ou comerciais mensuráveis (ver caixa 3).

30 Além dos seis candidatos que fornece-ram um plano de negócios, mais oito das 30 empresas cujos projetos foram auditados incluíram objetivos comer-ciais quantificáveis na candidatura do projeto, que constituíram uma base sólida para efeitos de acompanhamen-to (ver pontos 44 a 46).

31 No que se refere aos restantes 16 pro-jetos examinados (em 30), a autoridade de gestão não dispunha de informa-ções adequadas sobre a justificação da empresa para proceder ao inves-timento. Nestes casos, a informação solicitada pela autoridade de gestão não incluía um plano de negócios nem quaisquer objetivos comerciais quantificáveis.

Exemplo de um plano de negócios abrangente na candidatura de um projeto

Na Polónia, foi solicitado para todos os projetos financiados ao abrigo da medida e que tinham por objetivo promover soluções em matéria de comércio eletrónico entre empresas (B2B) que incluíssem um plano de negócios abrangente na candidatura do projeto.

O plano de negócios devia fornecer informações pormenorizadas, incluindo uma descrição da empresa, uma descrição do projeto (componentes do projeto, justificação para o investimento proposto, pormenores sobre os recursos financeiros, técnicos e humanos necessários para a realização do projeto), os benefícios esperados (incluindo objetivos, indicadores de realizações e de resultados mensuráveis e valores-alvo), e informações financeiras sobre a empresa (balanço, conta de ganhos e perdas e demonstração dos fluxos de caixa).

Estas informações pormenorizadas constituíram a base para uma boa compreensão da justificação do projeto e, consequentemente, para a seleção dos projetos mais eficientes.

Caix

a 3

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16Observações

Em alguns casos os projetos auditados não realizaram os objetivos da medida nos termos definidos nos PO

32 Na Grécia, cinco dos projetos cofinan-ciados auditados não realizaram os objetivos da medida, nos termos defi-nidos nos PO. Apesar de os PO subli-nharem a necessidade de apoiar micro e pequenas empresas, os convites à apresentação de propostas ao abrigo dos quais os projetos auditados foram selecionados também permitiram que grandes empresas se candidatassem ao cofinanciamento (ver caixa 4).

33 Relativamente a uma medida de um PO (Polónia), destinada a ajudar as em-presas em fase de arranque a prestar serviços em linha, o Tribunal consta-tou que, na fase de seleção, a única prova exigida para demonstrar que uma empresa se encontrava em fase de arranque era um extrato do registo comercial, com a indicação da data de criação da empresa. Este critério de seleção era, por conseguinte, facilmen-te contornável. Com efeito, dos cinco projetos auditados, apoiados ao abrigo da referida medida, dois incluíam a nova forma jurídica de empresas que já tinham existido e tinham encerrado ou tinham limitado significativamen-te a sua atividade comercial, que foi então transferida para a nova empresa criada. Os empresários tinham decidi-do criar uma nova empresa que cum-prisse os critérios de elegibilidade para poderem receber cofinanciamento do FEDER. Esta solução adotada para contornar os critérios de elegibilidade acima mencionados diminuiu a eficá-cia desta medida.

Seleção de projetos que não estavam em conformidade com os objetivos da medida nos termos definidos nos PO

Na Grécia, o PO fazia referência explícita à necessidade de apoiar as microempresas no setor do turismo e de-finia medidas destinadas a dar resposta a esta necessidade, largamente concentradas na zona de influência do PO e cujo nível de adoção de TIC era particularmente reduzido. Muitas das empresas visadas foram avaliadas como tendo uma presença em linha insuficiente ou nula. O apoio a essas microempresas também visava redu-zir o impacto da sazonalidade no negócio do turismo grego, aumentando a atividade económica que poderia ser mantida ao longo de todo o ano.

No entanto, o convite à apresentação de propostas foi elaborado sem atribuir especial ênfase às microempre-sas e nem sequer às pequenas empresas. Daí resultou que grandes hotéis também receberam financiamento (quatro das sete empresas avaliadas no setor do turismo pertenciam a grandes cadeias gregas de hotelaria).

Estes hotéis também tinham um modelo de negócio bem estabelecido, baseado em dois elementos princi-pais: a venda através dos operadores turísticos (pelo que a venda direta através do sítio Internet se revestia de pouca importância) e o caráter sazonal da sua atividade (estão abertos seis meses por ano). A execução dos projetos cofinanciados não teve impacto no modelo de negócios acima referido, ainda que esse fosse um dos objetivos estipulados nos PO e respetivas orientações.

Caix

a 4

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17Observações

18 O procedimento de seleção no Reino Unido (Escócia) incluía duas fases. A primeira envolvia a aplicação, pela autoridade de gestão, de um processo composto por duas partes para selecionar os promotores do projeto (intermediários). Na primeira parte do processo, a autoridade de gestão (ou organismo intermédio) estabelecia se um projeto cumpria ou não os critérios de

A fraca qualidade dos procedimentos de seleção resultou no cofinanciamento de projetos com poucas probabilidades de garantir uma otimização dos recursos

34 Foram detetadas diferenças nos proce-dimentos de seleção dos PO auditados, especialmente no que se refere aos tipos de projeto, limites máximos de

financiamento e processos de seleção (ver gráfico 3)18.

Grá

fico

3 Diferentes regimes de seleção de projetos de comércio eletrónico por Estado‑Membro

Fonte: TCE.

Selecão dos projetos das PME por patrocinadores de projeto: ordem de chegada com base no cumprimento

dos critérios de elegibilidade

Classi�cação dos pedidos de ajuda baseada numa avaliação de critérios concretos (efetuada por

peritos externos)

Até 200 000 euros

Até 2010: por ordem de chegada com base no cumprimento dos critérios de elegibilidade

A partir de 2010: Classi�cação dos pedidos de ajuda baseada numa avaliação de critérios

concretos

Subvenções: até 200 000 eurose/ou

Sem apoio �nanceiro: serviços de aconselhamento/consultoria

Até 200 000 euros

Por ordem de chegadaCom base no cumprimento dos critérios

de elegibilidade

Consoante o regime de ajuda: até 40 000 euros (projetos turísticos) ou 200 000 euros (projetos do setor

retalhista)

Investimento direto em PME

Financiamento de intermediários (patrocinadores de projetos)

Investimento direto em PME

Investimento direto em PME

Procedimento de seleçãoLimite de investimentoTipo de ajuda

Emília-Romanha (Itália)

Piemonte(Itália)

Convergência Digital

(Grécia)

Terras Altas e Baixas da Escócia

(Reino Unido)

PO

Economia Inovadora(Polónia)

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18Observações

35 Na maioria dos casos, os procedimen-tos de seleção foram organizados com base na ordem de chegada das candi-daturas, tendo sido utilizados critérios de elegibilidade fáceis de preencher. Até 2010, a autoridade de gestão utili-zara, em apenas dois dos cinco PO em Itália (Piemonte, Emília-Romanha), um procedimento de seleção qualitativa baseada em critérios substantivos, na classificação das candidaturas e na avaliação de peritos. Em 2010, a Po-lónia decidiu alterar os seus proce-dimentos de seleção e introduziu a avaliação qualitativa e a classificação das propostas no processo de seleção.

36 A combinação da falta de critérios exi-gentes e de uma seleção comparativa das candidaturas com a inexistência de informações comerciais abrangentes nas candidaturas dos projetos resul-tou, em mais de um terço dos casos, no cofinanciamento de projetos que ofereciam pouca ou nenhuma otimiza-ção dos recursos:

a) na Grécia, quatro projetos relativos ao desenvolvimento de um sítio Internet com um dispositivo de reserva em linha foram redundan-tes. As empresas tinham tido um sítio Internet e um dispositivo de reserva em linha antes de terem realizado o projeto. Além disso, os sítios Internet desenvolvidos tinham a mesma configuração de outros sítios Internet criados por outros hotéis da mesma cadeia, que também tinham sido cofinan-ciados (com um custo idêntico ou muito semelhante) pelo FEDER, ao abrigo do mesmo convite à apre-sentação de propostas;

b) 10 dos 30 projetos cofinanciados auditados [os 10 relativos a Itália (Emília-Romanha e Piemonte), ou à Grécia19] teriam sido executados, mesmo sem cofinanciamento público, de acordo com afirma-ções dos donos dos projetos. Além disso, cinco destes 10 projetos tiveram início bastante antes da notificação da subvenção. Três projetos tiveram início antes de as empresas apresentarem a candi-datura ao cofinanciamento. Todos estes projetos apresentam um efeito de inércia;

c) num Estado-Membro (Reino Uni-do), os promotores do projeto prestaram aconselhamento às empresas, além das subvenções ou em vez destas. De acordo com os donos dos projetos, no caso dos três projetos que receberam aconselhamento, o impacto do apoio do FEDER foi insignifican-te, uma vez que as três empresas tinham desenvolvido a sua própria estratégia de comércio eletrónico e de presença em linha de forma independente e à sua custa. Em dois desses casos, o aconselha-mento não prestou qualquer ajuda às empresas e foi, por conseguinte, considerado inútil pelas mesmas.

elegibilidade do PO. As candidaturas dos projetos bem-sucedidos passavam à segunda parte do processo, durante o qual as candidaturas eram avaliadas com base em critérios específicos e, em seguida, ponderadas. A segunda fase de todo o procedimento de seleção incluía os promotores do projeto que haviam sido selecionados para prestar assistência com base na ordem de chegada.

19 Incluindo os quatro projetos referidos na alínea a) do ponto 36.

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19Observações

Os procedimentos de seleção foram por vezes demasiado lentos

37 O prazo médio de aprovação dos projetos auditados (período de tempo entre o lançamento do convite à apre-sentação de propostas e a atribuição das subvenções) foi superior a seis meses em três dos cinco PO auditados [na Grécia e em Itália (Emília-Romanha e Piemonte)]. Esta situação poderá ter afetado os candidatos que não conseguiram reunir capital suficiente e necessitavam, efetivamente, de mais apoio financeiro público, e, por conse-guinte, não puderam executar os seus projetos.

38 Os atrasos de vários meses explicam-se apenas parcialmente pelo facto de o processo de seleção incluir uma avaliação de peritos e uma compara-ção entre as candidaturas recebidas, com base num conjunto de critérios substantivos. Tratou-se do caso de Itália, onde o prazo médio de aprova-ção dos projetos se situou entre oito meses (PO Emília-Romanha) e 14 me-ses (PO Piemonte).

39 No entanto, os atrasos de sete meses foram difíceis de justificar quando os procedimentos de seleção também se baseavam na ordem de chegada das candidaturas sem avaliação substanti-va nem comparação entre estas, como foi o caso da Grécia (PO «Convergência Digital»). Procedimentos idênticos no Reino Unido (PO «Terras Altas e Baixas da Escócia») e na Polónia (PO «Econo-mia Inovadora») demoraram entre dois e quatro meses.

40 A duração do procedimento de sele-ção no âmbito do PO grego também pode ser comparada à do projeto-pilo-to relativo à iniciativa «Cheques Inova-ção TIC», uma vez que ambos financia-ram tipos similares de projetos prontos a funcionar, especificamente definidos a nível regional, com base na ordem de chegada. No âmbito do projeto-pi-loto de cheques, foram selecionados projetos muito semelhantes em menos de um terço do tempo necessário na Grécia (ver caixa 2).

Na maioria dos Estados‑Membros visitados o procedimento de seleção não teve em conta a dimensão transfronteiriça

41 No início do período de programa-ção, os procedimentos de seleção ao abrigo dos quais os projetos auditados foram selecionados em todos os Esta-dos-Membros visitados, com exceção da Grécia (onde era obrigatório) não ti-veram em conta os serviços transfron-teiriços em linha, apesar de se tratar de um importante fator da ADE para alcançar um mercado interno digital mais integrado (tal como mencionado na estratégia i2020 e salientado na ADE) (ver também ponto 5). Em 2010, após revisão dos seus procedimentos e critérios de seleção, a Polónia intro-duziu o critério de seleção «dimensão internacional de um projeto» (oferta de serviços transfronteiriços) no respe-tivo PO.

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20Observações

42 Apenas sete das 22 empresas cujos projetos foram examinados e para as quais as transações transfronteiriças faziam sentido, executaram efetiva-mente um projeto que permitiu a cria-ção de um sítio Internet ou a adap-tação do sítio Internet existente para efeitos de transações transfronteiriças. Outras quatro empresas já tinham essa componente disponível na sua empresa ou no grupo de empresas ao qual pertenciam. Por conseguinte, metade das empresas não beneficiou das oportunidades oferecidas pelo comércio eletrónico transfronteiriço ao executar os respetivos projetos.

43 Dez das 23 empresas cujos projetos fo-ram auditados e em relação aos quais era razoável esperar um sítio Internet multilingue, tinham um sítio Inter-net em duas ou mais línguas. Dessas 10 empresas, duas tinham tido um sítio Internet multilingue antes da execução do projeto. As restantes oito desenvol-veram esta capacidade pela primeira vez, na sequência da execução dos respetivos projetos.

Na maioria dos casos, as autoridades de gestão não puderam avaliar o impacto de um projeto no desenvolvi‑mento da PME

Em mais de metade dos projetos examinados não foi exigida qualquer informação sobre objetivos orientados para os resultados

44 Todas as autoridades de gestão solicitaram às empresas beneficiárias a apresentação de relatórios sobre os progressos registados na execução dos seus projetos e, dependendo da duração, os relatórios foram apresen-tados após a execução do projeto ou tanto durante a execução como após a mesma. No entanto, em 16 dos 30 ca-sos examinados, estas informações diziam apenas respeito à execução física do projeto, ou seja, à aquisição e/ /ou ao desenvolvimento das soluções informáticas necessárias. Além disso, os relatórios não continham informa-ções sobre a duração de um terço dos projetos auditados:

45 As autoridades de gestão competentes (na Grécia, em Itália e no Reino Unido) não solicitaram quaisquer objetivos orientados para os resultados em nenhum dos 16 projetos em questão. A única informação solicitada e forne-cida pelos beneficiários dizia respeito ao custo real do projeto e às realiza-ções produzidas.

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21Observações

46 Relativamente aos outros 14 projetos, procedeu-se a um acompanhamento pormenorizado dos dados económi-cos, para permitir que a autoridade de gestão avaliasse o impacto imediato da execução do projeto no desenvol-vimento da empresa. No caso de uma autoridade de gestão, os pagamentos estiveram relacionados com o desem-penho do projeto (ver caixa 5).

47 Não houve um acompanhamento sis-temático após a execução de um pro-jeto estar concluída, exceto por parte de uma autoridade de gestão (Polónia) e de um promotor de projeto (Reino Unido), que tinham especificado uma obrigação para este efeito na conven-ção de subvenção. Por conseguinte, outras autoridades de gestão não dispuseram de informação suficiente para avaliar em que medida o apoio prestado contribuiu de forma eficaz para o desenvolvimento das empresas cofinanciadas e/ou objetivos estratégi-cos definidos.

Exemplo de gestão orientada para os resultados: condicionar os pagamentos ao desempenho

Na Polónia, os pagamentos dependiam da concretização de metas relativas aos resultados empresariais. Quando os valores-alvo não eram atingidos, o organismo intermédio tinha a possibilidade de reduzir o mon-tante da subvenção.

Tratou-se do caso de um dos projetos avaliados, nos quais o desempenho insuficiente (a meta de receitas esperada não foi alcançada) ficou refletido na diminuição de 5% do apoio financeiro público para o projeto em questão.

Caix

a 5

Em alguns casos os sistemas de acompanhamento não registaram o desempenho do projeto de uma forma fiável

48 Todas as autoridades de gestão examinadas, com exceção de uma, receberam das PME as informações sobre o desempenho sob a forma de um relatório normalizado. No entanto, uma autoridade de gestão [Itália (Emí-lia-Romanha)] não tinha esse formato

normalizado, o que fez com que os relatórios recebidos variassem muito em termos de qualidade, dado que cada empresa escolheu o conteúdo e as modalidades de informação. Por conseguinte, a autoridade de gestão não podia avaliar se um projeto foi ou não concluído com êxito. Por exemplo, um beneficiário não declarou que uma das componentes do projeto (cesto de compras em linha) não fora desen-volvida, e a autoridade de gestão não abordou a questão, embora fizesse parte do projeto cofinanciado.

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22Observações

49 No caso de duas outras autoridades de gestão (em Itália e no Reino Unido), os dados introduzidos nos sistemas de acompanhamento não eram totalmen-te fiáveis e/ou abrangentes:

a) em Itália (Piemonte), a autoridade de gestão não verificou a exatidão das informações fornecidas. Em dois dos quatro projetos avalia-dos, a informação introduzida no sistema era errónea (num caso dizia respeito ao indicador de rea-lizações e no outro ao número de empregados numa das empresas cofinanciadas);

b) no Reino Unido (Terras Altas e Baixas da Escócia) a definição insuficiente dos indicadores pela autoridade de gestão fez com que cada patrocinador do projeto os interpretasse de forma diferente e, por conseguinte, não comuni-casse os progressos de uma forma coerente.

A falta de dados impediu por vezes o acompanhamento da utilização económica do financiamento da UE

50 No Reino Unido (Terras Altas e Baixas da Escócia), as empresas foram apoia-das através de intermediários (ou seja, promotores de projetos). Em alguns casos, os intermediários prestaram apoio não financeiro, ou seja, presta-ram serviços de aconselhamento ou de consultadoria [ver também alínea c) do ponto 36].

51 Em dois casos, as despesas administra-tivas dos intermediários foram consi-deráveis, especialmente quando com-paradas com as do projeto-piloto para a iniciativa «Cheques Inovação TIC» (ver caixa 2). Nos outros Estados-Mem-bros foi possível determinar o mon-tante exato pago às PME para adoção de TIC, mas neste caso não ficou claro o montante do FEDER efetivamente destinado a apoiar os beneficiários (ver caixa 6).

Falta de informações sobre a economia das despesas administrativas incorridas pelos intermediários

Na Escócia, a autoridade de gestão executou projetos através de intermediários (promotores de projetos).

Uma vez que os próprios intermediários prestavam apoio de aconselhamento às PME, as despesas adminis-trativas, incluindo os salários, representaram uma percentagem significativa das despesas reembolsadas: um promotor de projetos utilizou 55% do seu orçamento em salários e 18% em atividades de comercialização, enquanto noutro caso os salários representaram 82% do orçamento total. Perante a inexistência de quaisquer dados, o Tribunal não pôde concluir se os fundos em questão foram ou não utilizados de forma económica. Além disso, um dos intermediários não foi capaz de documentar o tempo despendido nem o trabalho envolvi-do na prestação de aconselhamento a algumas das PME que apoiou.

Caix

a 6

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23Observações

Em termos globais as PME executaram bem os projetos mas os resultados alcançados nem sempre foram demonstrados

52 O Tribunal examinou se:

a) os projetos foram realizados e mantidos nos termos inicialmen-te previstos;

b) os benefícios económicos espe-rados da execução de um projeto foram alcançados e medidos.

As realizações dos projetos estavam geralmente em con‑formidade com a respetiva candidatura

53 Na maioria dos casos, os projetos foram realizados em conformidade com o orçamento e sem atrasos sig-nificativos. Quando ocorreram custos orçamentais acrescidos, os montantes envolvidos eram reduzidos e não afe-taram o montante do cofinanciamento público. Todos os atrasos nos projetos foram notificados à autoridade de gestão e aprovados por esta.

54 Em 25 dos 30 projetos auditados, as realizações foram concretizadas nos termos previstos e estavam operacionais:

a) 17 empresas beneficiárias pu-deram funcionar em linha, na sequência da criação de um sítio Internet, e nove puderam realizar vendas em linha;

b) outras oito empresas tinham tido uma presença em linha antes da execução do projeto, mas optaram por criar um novo sítio Internet ou por atualizar o existente.

Em quatro dos 25 casos acima men-cionados, os progressos realizados em matéria de comércio eletrónico cons-tituíram uma parte de projetos mais abrangentes, destinados a digitalizar os procedimentos internos da empresa (negócio eletrónico).

55 No que se refere aos restantes cinco projetos auditados (na Grécia, em Itália (Piemonte) e na Polónia), a sua execução não produziu as realizações esperadas. No caso de um projeto, a empresa não utilizou a aplicação desenvolvida. Relativamente a quatro outros projetos, embora as aplicações informáticas tenham sido desenvol-vidas e executadas, as empresas não conseguiram encontrar um nicho de mercado ou tiveram dificuldades téc-nicas (ver ponto 57).

56 Ainda que a grande maioria dos proje-tos não tenha previsto um orçamento para manutenção informática des-de o início (apenas quatro projetos o fizeram) esta situação não acarretou qualquer problema a nenhuma das empresas cujos projetos foram avalia-dos. Com efeito, o software informático foi concebido, de um modo geral, para garantir custos de manutenção reduzi-dos e permitir que os próprios utiliza-dores o atualizassem e alterassem (foi o caso de 14 projetos).

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24Observações

57 Quase nenhuma empresa teve pro-blemas técnicos significativos, tanto durante como após a execução dos projetos. As aplicações informáticas desenvolvidas estavam operacionais e funcionavam sem interrupção. As poucas exceções foram as seguintes: não foi possível aceder ao sítio Internet e/ou à página de reservas em linha de duas empresas na Grécia, e três outras empresas na Polónia e em Itália não conseguiram encontrar um nicho de mercado e não tinham clientes. Nestes três casos, a sustentabilidade do projeto não se resumia a uma ques-tão de manutenção informática: um projeto não foi concluído e nos outros dois casos as empresas recearam não conseguir continuar a sua atividade económica após o prazo de sustentabi-lidade legal.

Diversas PME afirmaram ter obtido benefícios com a execução do projeto mas os resultados alcançados não foram medidos de forma sistemática

58 Das 30 empresas cujos projetos foram avaliados, só cerca de metade foram solicitadas a apresentar objetivos de resultados (ver também pontos 44 a 46). Dos 14 projetos cujas candidatu-ras incluíam objetivos de resultados, que também foram acompanhados, os resultados foram alcançados em oito casos. Os objetivos de resultados consistiam no aumento do volume de negócios, do número e clientes, da percentagem de venda em linha e/ou da criação de emprego.

59 No que se refere à outra metade das empresas que receberam apoio do FEDER para efeitos de desenvolvimen-to do comércio eletrónico, não foi possível estabelecer qualquer relação entre os recursos recebidos e o desen-volvimento comercial alcançado pela empresa.

60 Treze empresas afirmaram ter obtido ganhos de eficiência como resultado da execução dos respetivos projetos, ainda que apenas uma tenha fixado tais objetivos na candidatura do proje-to. Destas 13 empresas, apenas quatro foram capazes de os quantificar. Seis empresas não tinham ligado o sítio Internet cofinanciado ao software comercial interno, o que significou que todas as reservas em linha recebidas tivessem de ser introduzidas manual-mente nos seus sistemas internos.

61 A maioria dos projetos cofinanciados não visava a criação de empregos. No entanto, em oito projetos as empresas tinham definido esse objetivo como um objetivo de resultados nas candi-daturas dos seus projetos.

62 Os oito projetos realizaram os respeti-vos objetivos. Outras cinco empresas afirmaram ter contratado uma ou mais pessoas como resultado da execução do projeto, tendo quatro sido capazes de comprovar tal facto. Metade das empresas cujos projetos foram ava-liados organizou formação para o seu pessoal no domínio da utilização das aplicações informáticas desenvolvidas no âmbito do projeto. Essa formação foi adaptada para dar resposta às em-presas que a solicitaram, pelo que não se emitiram certificados. A formação no posto de trabalho também foi uma prática comum.

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25Conclusões e recomendações

63 As tecnologias relativas ao comércio eletrónico são consideradas uma for-ma de acelerar o crescimento econó-mico e a integração europeia, e desen-volver o mercado único. Nesse sentido, a Comissão tem conferido uma importância cada vez maior à necessi-dade de promover o desenvolvimento no domínio do comércio eletrónico, especialmente através de uma das suas iniciativas emblemáticas, a ADE. O orçamento dos fundos estruturais da UE atribuiu três mil milhões de euros para promoção da adoção das TIC por parte das PME, durante o período de programação de 2007-2013.

64 A auditoria analisou se o apoio do FEDER às PME no domínio do comér-cio eletrónico foi eficaz e concluiu que o apoio do FEDER a projetos de comércio eletrónico contribuiu para aumentar a disponibilidade de servi-ços empresariais em linha. No entanto, as insuficiências no acompanhamento não permitiram avaliar em que me-dida o apoio contribuiu para a rea-lização das estratégias da UE e dos Estados-Membros no domínio das TIC, assim como para os objetivos de desenvolvimento das PME. Além disso, a fraca qualidade dos procedimentos de seleção resultou no cofinanciamen-to de projetos com poucas probabili-dades de garantir uma otimização dos recursos.

65 Os PO dos Estados-Membros constituí-ram uma boa base para apoiar as PME no domínio do comércio eletrónico. Incluíram medidas relativas ao comércio eletrónico em conformidade com as suas necessidades nacionais ou regio-nais, nos termos definidos nas respe-tivas estratégias de TIC. No entanto, a medição relevante dos progressos re-gistados foi por vezes prejudicada pelo facto de os indicadores e os valores-alvo terem sido revistos, frequentemente perto do final do período de programa-ção, nem sempre com uma justificação adequada. Além disso, as despesas rela-tivas aos projetos de comércio eletróni-co nem sempre foram comunicadas à Comissão na categoria correta, o que impediu a sua avaliação global. Em 2013, a Comissão procurou dar resposta à lenta absorção de fundos, propondo uma utilização alternativa dos fundos estruturais para promover a adoção das TIC por parte das PME, através do seu «Regime de Cheques Inovação TIC». Po-rém, não prestou atenção suficiente ao acompanhamento do desempenho, que é indispensável para avaliar os progres-sos efetivamente registados (pontos 18 a 27).

66 As autoridades de gestão centraram-se mais nas realizações do que nos resulta-dos, tanto na fase de seleção como de acompanhamento. A natureza limitada dos critérios de seleção aplicados impli-cou que por vezes fossem financiados todos os projetos elegíveis, desde que houvesse financiamento disponível, independentemente do seu valor acres-centado potencial para o desenvolvi-mento das PME ou dos objetivos da UE no domínio da sociedade da informação (pontos 29 a 43). Além disso, na maioria dos casos, as autoridades de gestão não puderam avaliar o impacto de um pro-jeto no desenvolvimento de uma PME. Por último, em dois dos Estados-Mem-bros selecionados, não foram realizados os controlos necessários sobre a fiabili-dade dos dados introduzidos no sistema (pontos 44 a 51).

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26Conclusões e recomendações

67 Em termos gerais, as PME executa-ram bem os projetos e as realizações correspondem às respetivas candi-daturas. Muitas PME afirmaram ter obtido benefícios com a execução dos seus projetos mas os resultados só foram medidos em menos de metade dos projetos auditados. Nestes casos, constataram-se benefícios em mais de metade das PME envolvidas (pontos 53 a 62).

68 Pelo exposto, o Tribunal formula as seguintes recomendações:

Recomendação 1

A Comissão deve garantir a obtenção de informações coerentes e fiáveis por parte dos Estados-Membros sobre os progressos relativos aos PO, não só em termos financeiros mas também de desempenho. Para o efeito deve:

a) avaliar a relevância dos indicado-res de resultados propostos, tanto quando aprova os PO como as subsequentes alterações;

b) conceber um sistema de acompa-nhamento que permita a medição atempada dos progressos regista-dos em relação aos valores-alvo e a comparação ao longo do tempo;

c) sugerir indicadores normaliza-dos relevantes para os objetivos estratégicos da UE no domínio do comércio eletrónico.

Recomendação 2

A Comissão deve insistir em que os critérios e procedimentos de seleção aplicados pelos Estados-Membros garantam a seleção de projetos que maximizam o valor acrescentado entre candidatos, em termos de promoção do desenvolvimento do comércio eletrónico nas PME e de concretiza-ção dos objetivos da ADE, garantindo simultaneamente que tais procedi-mentos são adequados aos beneficiá-rios visados em termos de tempo e de trabalho administrativo necessários.

Ao selecionar os projetos, as autori-dades dos Estados-Membros devem, sempre que adequado, solicitar aos candidatos que:

a) justifiquem a necessidade de executar o projeto em questão, idealmente sob a forma de um plano de negócios suficientemente detalhado e realista;

b) demonstrem a viabilidade finan-ceira do projeto;

c) demonstrem a necessidade de apoio financeiro público para evi-tar o efeito de inércia;

d) incentivem os donos dos projetos a ter em conta a dimensão trans-fronteiriça da sua atividade empre-sarial para que possam explorar plenamente as oportunidades do mercado único.

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27Conclusões e recomendações

Recomendação 3

A Comissão deve exigir que as auto-ridades de gestão dos Estados-Mem-bros criem instrumentos de gestão para efeitos de acompanhamento do impacto da subvenção no desenvolvi-mento da atividade das PME apoiadas. Deverá exigir, em particular, que:

a) as convenções de subvenção definam um conjunto mínimo de indicadores sólidos acompanhados dos objetivos correspondentes, que sejam medidos e sujeitos a pos-terior acompanhamento, tanto quando o projeto for executado e estiver operacional como, numa fase posterior, quando se considerar que o seu impacto pleno teve lugar;

b) sempre que adequado, seja introduzido um mecanismo que garanta que os pagamentos estão ligados ao desempenho e permita o seu ajustamento em caso de in-suficiência grave no desempenho.

c) se realizem as verificações e os controlos necessários para garan-tir que os dados introduzidos no sistema são fiáveis e coerentes.

O presente relatório foi adotado pela Câmara II, presidida por Henri GRETHEN, membro do Tribunal de Contas, no Luxemburgo, na sua reunião de 12 de novem-bro de 2014.

Pelo Tribunal de Contas

Vítor Manuel da SILVA CALDEIRA Presidente

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28

Os «princípios orientadores para a seleção das opera‑ções» e «indicadores de realização, incluindo o valor‑alvo quantificado» devem fazer parte dos programas dos FEEI para o período de 2014-2020 e dependem das negociações com a Comissão. O tipo dos princípios de seleção e dos critérios de seleção pormenorizados dependerá do objetivo específico e do contexto do investimento cofinanciado.

Os Estados-Membros com deficiências detetadas nestas áreas são convidados a descrever no programa (condicionalidade ex ante, plano de ação) quais as medidas que as autoridades preveem tomar a fim de melhorar os procedimentos de seleção de projetos e a carga administrativa para os beneficiários. Se for caso disso, os Estados-Membros são encorajados a utilizar a assistência técnica de uma forma pró-ativa e focali-zada para realizar as melhorias previstas.

Além disso, a Comissão aconselhará as autoridades de gestão a incluírem as recomendações do Tribunal de Contas Europeu no processo de seleção e nos critérios de seleção dos projetos de crescimento digital.

IV c)A Comissão aceita em parte esta recomendação.

Em especial, a Comissão concorda, em princípio, com a introdução de um mecanismo que assegure que os pagamentos dependem do desempenho. No entanto, seria difícil fazer depender dos resultados os paga-mentos do FEDER destinados ao comércio eletrónico.

Resumo

IIIA Comissão congratula-se com a apreciação do Tribunal.

A Comissão considera que a eficácia do apoio do FEDER a projetos de comércio eletrónico permite aumentar a disponibilidade de serviços comerciais em linha.

Os novos regulamentos para os fundos europeus estruturais e de investimento (FEEI) para o período de 2014-2020 abordam a questão da monitorização a nível da programação, mediante o reforço da orien-tação para os resultados, e a nível da intervenção, mediante a introdução de condicionalidades ex ante. No caso de investimentos em comércio eletrónico, é necessária uma condicionalidade ex ante específica sob a forma de um quadro de intervenção estratégico para o crescimento digital.

IV a)A Comissão aceita esta recomendação.

Para o período de 2007-2013, a Comissão solicita às autoridades de gestão que apresentem um relatório sobre a execução dos programas em conformidade com os regulamentos relativos ao FEDER.

Os programas dos FEEI 2014-2020 colocarão uma maior ênfase nos resultados com base em objetivos. A nível do eixo prioritário, os indicadores devem ter em conta o desempenho global no eixo, mas não o desempenho de todos os tipos de ação que podem ser incluídos no mesmo eixo.

IV b)A Comissão aceita a recomendação e exigirá aos Esta-dos-Membros que tomem as medidas adequadas.

Respostas da Comissão

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Respostas da Comissão 29

Observações

18A Comissão congratula-se com a avaliação do Tribunal sobre o quadro estratégico implantado em todos os Estados-Membros auditados. Além disso, a Comissão salienta que o novo Regulamento dos Fundos Estru-turais proporciona um quadro mais orientado para o desempenho e para os resultados no período 2014- -2020. (Ver resposta no ponto IVb).

22O Regulamento que rege os programas de 2007-2013 não inclui qualquer obrigação de utilizar indicadores normalizados para fins de controlo. Além disso, não existe qualquer indicador de base especificamente para o comércio eletrónico.

Um «indicador de resultado» engloba os resultados esperados da aplicação de uma dada atividade. Por conseguinte, os Estados-Membros optam pelo indica-dor de resultados que melhor mede o desempenho da atividade empreendida. Embora com os indica-dores de realização seja possível a normalização, os indicadores de resultados são adaptados e refletem o objetivo prosseguido.

Resposta conjunta aos pontos 23 e 25Os indicadores de resultados são alterados pelas auto-ridades de gestão durante a totalidade do período de programação. A Comissão assinala que, se um Estado-Membro solicitar uma alteração do programa, é necessário rever igualmente os correspondentes indicadores no programa. Em caso de desvio grave, é necessário investigar a razão desse desvio caso a caso. A Comissão Europeia negoceia as alterações e solicita à autoridade de gestão uma boa justificação. Os indicadores de resultado são atualizados tanto a montante (se o nível de ambição ainda for mais elevado) e a jusante (se a realidade económica e os progressos realizados no terreno não dependerem de uma autoridade de gestão).

Quanto à Grécia, a recente alteração do programa ope-racional (PO) «Convergência Digital», de dezembro de 2012, referia-se principalmente a uma redução conside-rável do orçamento (cerca de 300 milhões de EUR) a fim de reforçar o PO « Competitividade «. Esta redução afeta inevitavelmente o valor dos indicadores que tiveram de ser aperfeiçoados e ajustados em conformidade.

Introdução

05A Comissão recorda que a percentagem de PME que efetuam compras em linha é, em geral, muito mais elevada, e a média da União Europeia de 26% está muito mais próxima do objetivo. Este êxito relativo deve-se em parte a um ponto de partida mais elevado. Além disso, é fácil comprar em linha, mas difícil vender uma vez que deve ser criada uma plataforma, com um mecanismo de pagamento e entregas.

09A Comissão partilha a preocupação do Tribunal relativa às baixas taxas de absorção dos fundos para adoção das TIC. Por conseguinte, a Comissão elaborou e divulga1 orientações a fim de promover a utilização de instrumentos estratégicos para a adoção das TIC pelas PME, incluindo o comércio eletrónico. É o caso, por exemplo, como parte do «Guia Inteligente para inovação nos serviços», do guia «Crescimento inte-ligente das PME», do guia «Internacionalização das PME», do Guia para o crescimento digital diferente destinado a reforçar os métodos de apoio da «caixa de ferramentas da Agenda Digital» e o sistema de cupões de inovação no domínio das TIC a seguir menciona-dos. A Comissão proporciona também o acesso a peri-tos em crescimento digital através da sua assistência técnica2.

A Comissão lançou igualmente, em 2003, a rede europeia de apoio ao comércio eletrónico para as PME (eBSN) como plataforma para a coordenação de políticas destinada aos decisores nacionais e regionais e aos peritos em políticas públicas no domínio do comércio eletrónico. Tal inclui uma iniciativa destinada a promover a utilização inteligente das tecnologias da informação e a integração das PME nas cadeias de valor da indústria mundial3.

1 Ver: http://s3platform.jrc.ec.europa.eu/guides2 Tal como aconteceu no período de 2013-14, no caso da Hungria,

da Grécia e da Itália

3 Ver http://ec.europa.eu/enterprise/sectors/ict/ebsn/what/index_en.htm

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Respostas da Comissão 30

À luz do princípio da subsidiariedade e no âmbito da gestão partilhada, compete aos Estados-Membros e às regiões decidir iniciar ou não um regime de cupões para a inovação das TIC no âmbito dos seus PO. Atualmente, a Comissão promove a adoção do regime pelas regiões nas suas estratégias a favor da inovação ou do crescimento digital.

A Comissão concorda igualmente com a necessidade de apoiar um sistema de apoio às PME que o soli-citem a fim de dar resposta às suas necessidades empresariais.

No entanto, a experiência adquirida até à data nas regiões sugere que muitas vezes as PME não dispõem do conhecimento suficiente para identificar com precisão a tecnologia/soluções TIC que correspondem ao seu conceito de negócio e as PME necessitam de apoio para identificar e formular a sua procura de TIC, bem como para formular um plano empresarial adequado. Também faz parte da iniciativa dos cupões prestar aconselhamento para analisar e identificar a solução TIC mais indicada para as PME.

Tendo em conta o caráter experimental da iniciativa dos cupões e tendo em conta o período limitado da sua aplicação, ainda não estão disponíveis indicadores de resultados. Estas informações serão comunicadas à Comissão nas próximas reuniões dos comités de acompanhamento previstas para meados de 2015.

A nível do programa, importa sublinhar que, no período de programação de 2007-2013, não existem indicadores de resultados mas indicadores de realiza-ção. Esta informação será, no entanto, solicitada nos comités de acompanhamento.

24As alterações dos indicadores para o programa operacional « Economia Inovadora na Polónia « foram efetuadas no início de 2011. Tendo em conta que o PO foi aprovado no final de 2007, e que os primeiros convites à apresentação de propostas foram lançados em 2008 e 2009, as alterações foram efetuadas o mais cedo possível após a primeira experiência adquirida na aplicação desta medida a meio do período de pro-gramação, tendo a autoridade de gestão apresentado a justificação pertinente.

26Embora a Comissão tivesse dado às autoridades res-ponsáveis (ver nota de rodapé 6) orientações sobre os princípios que regulam o sistema de informação por «categorização», a classificação das despesas continua a ser da responsabilidade da autoridade de gestão.

Caixa 2No contexto do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, os «Cupões para a Inovação das TIC» é um mecanismo de distribuição que permite chegar às microempresas e PME de uma forma que reduz os encargos administrativos destas últimas. Não existe um «modelo único». Cada regime será desenvolvido e aplicado pelos órgãos de poder local e regional sob a forma de subvenções ou instrumentos financeiros de acordo com fatores específicos relevantes, como o potencial das TIC e a intensidade de cada região, a sua integração com outras medidas de gestão da inovação, a capacidade para gerir o regime, experiência anterior em termos de apoio a tais medidas ou a neces-sidade de melhoria da adoção de TIC pelas PME.

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Respostas da Comissão 31

33A Comissão salienta que «os princípios orientadores para a seleção» da operação, como parte dos PO, são cuidadosamente analisados pela Comissão na negociação dos programas dos FEEI para o período de 2014-2020 para que correspondam aos objetivos específicos e tipos de operações4.

35A Comissão considera que a autoridade de gestão (ou um organismo intermediário) deve conservar suficientes elementos de prova a fim de demonstrar que o processo de seleção é transparente e cumpre os critérios fixados pelo comité de acompanhamento do programa.

36 a)A Comissão sublinha que tem conhecimento do caso descrito. A Comissão e o Estado-Membro tomaram as medidas corretivas adequadas.

36 b)No que diz respeito aos projetos italianos e tal como foi explicado pelas autoridades do Estado-Membro, o convite à apresentação de propostas foi elabo-rado em conformidade com o Regulamento (CE) n.º 1998/2006 («de minimis»). Este regulamento não prevê qualquer requisito relativo a um efeito de incen-tivo, contrariamente a outros regimes de auxílios. No entanto, o convite limitava as despesas retroativas a 1.1.2008 e não as estendia a 1.1.2007 como podia ter feito.

4 Artigo 96.º, n.º 2, alínea b) do Regulamento Disposições Comuns iii) uma descrição do tipo e exemplos de ações a apoiar no âmbito de cada prioridade de investimento e o contributo que delas se espera para os objetivos específicos referidos na subalínea i), incluindo os princípios que orientam a escolha das operações e, se necessário, a identificação dos grupos-alvo principais, dos territórios específicos visados e dos tipos de beneficiários, se adequado, bem como a utilização prevista para os instrumentos financeiros e os grandes projetos;

29No âmbito da gestão partilhada, a fixação de critérios de seleção pormenorizados e a seleção dos projetos é da responsabilidade dos Estados-Membros. Isto sig-nifica que aquando da seleção dos projetos de comér-cio eletrónico, a autoridade de gestão decide se um plano de atividades deve ser apresentado como parte do pedido (ou outras informações, em consonância com os objetivos do PO) e o que deve incluir. A auto-ridade de gestão também verifica a qualidade da candidatura dos projetos e dos documentos de apoio (por exemplo a qualidade dos planos empresariais).

31No âmbito da gestão partilhada, a fixação de critérios de seleção pormenorizados e a seleção dos projetos é da responsabilidade dos Estados-Membros. Isto sig-nifica que aquando da seleção dos projetos de comér-cio eletrónico, a autoridade de gestão decide se um plano de atividades deve ser apresentado como parte do pedido (ou outras informações, em consonância com os objetivos do PO) e o que deve incluir. A auto-ridade de gestão também verifica a qualidade da candidatura dos projetos e dos documentos de apoio (por exemplo a qualidade dos planos empresariais).

Resposta da Comissão ao ponto 32 e caixa 4A Comissão sublinha que tem conhecimento do caso referido no ponto 32 e na caixa 4. A Comissão e o Estado-Membro tomaram as medidas corretivas adequadas.

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Respostas da Comissão 32

43A tradução do sítio web pode ser considerada quando surgem oportunidades de negócio no estrangeiro no mercado visado. Ora, as despesas incorridas podem ultrapassar os benefícios adicionais, dependendo da natureza da atividade.

Resposta conjunta aos pontos 44 e 45O Regulamento que rege os programas de 2007-2013 não inclui qualquer obrigação de utilizar indicadores normalizados para fins de controlo. Além disso, não existe qualquer indicador de base especificamente para o comércio eletrónico.

A análise dos relatórios apresentados sobre os pro-gressos da execução dos projetos é feito a nível do Estado-Membro. De acordo com as bases jurídicas, a Comissão fornece orientações para a melhoria da gestão do projeto.

Um «indicador de resultado» engloba os resultados esperados da aplicação de uma dada atividade. Por conseguinte, os Estados-Membros optam pelo indica-dor de resultados que melhor mede o desempenho da atividade empreendida. Embora com os indica-dores de realização seja possível a normalização, os indicadores de resultados são adaptados e refletem o objetivo prosseguido.

47A monitorização sistemática dos projetos plenamente implementados pode ser considerada uma boa prá-tica, mas nos termos dos regulamentos não constitui uma obrigação.

As autoridades de gestão devem realizar avaliações a fim de apreciar a eficácia, a eficiência e o impacto de um programa. Será realizada uma avaliação para determinar de que forma os fundos contribuíram para os objetivos de cada prioridade.

37A Comissão concorda com o Tribunal e, nos casos per-tinentes, abordará a questão da duração da seleção de projetos no âmbito dos comités de acompanhamento dos programas com vista a assegurar procedimentos de aprovação mais rápidos.

40A Comissão sublinha a diferença de intensidade de intervenção entre o PO grego e o projeto piloto «cupões de inovação no domínio das TIC» que oscila no caso do PO grego entre 40 000 e 200 000 EUR e no caso do projeto-piloto entre 5 000 e 7 500 EUR. Isto poderia também explicar a diferença de duração a nível dos procedimentos de seleção.

Além disso, a região de Múrcia baseou o seu projeto piloto «cupões de inovação no domínio das TIC» na sua ampla experiência em matéria de conceção, implementação e gestão dos cupões de inovação.

41A dimensão transfronteiras depende da natureza da atividade. A atividade empresarial pode ser local e, por conseguinte, exclui as atividades transfrontei-ras. A expansão futura da empresa poderá, por seu turno, exigir a adaptação do sítio web com funções multilingue.

A Comissão insiste, relativamente aos programas do FEDER de 2014-2020, na importância da internaciona-lização das PME, uma vez que as análises demonstram que as PME que operam para além das fronteiras nacionais tendem a ser mais competitivas5.

5 Ver, por exemplo: http://ec.europa.eu/enterprise/policies/sme/files/support_measures/internationalisation/report_internat_en.pdf

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Respostas da Comissão 33

A Comissão salienta também que, no período de 2014--2020, a comunicação de resultados à Comissão não se refere a cada projeto individual, mas aos resultados agregados por programa ou por eixo.

60A Comissão salienta que os dados das obrigações de apresentação de relatórios dos beneficiários, incluindo objetivos quantitativos e qualitativos e as considera-ções do custo da produção dos dados e da elaboração de relatórios em comparação com o volume do apoio, são, nos termos da gestão partilhada, definidos pela autoridade de gestão, em conformidade com o PO e os respetivos objetivos.

Conclusões e recomendações

64A Comissão congratula-se com a apreciação do Tribunal. A Comissão considera que a eficácia do apoio do FEDER a projetos de comércio eletrónico permite aumentar a disponibilidade de serviços comerciais em linha. Os novos regulamentos para os fundos europeus estruturais e de investimento (FEEI) para o período de 2014-2020 abordam a questão da monitorização a nível da programação, mediante o reforço da orientação para os resultados, e a nível da intervenção, mediante a introdução de condicionali-dades ex ante. No caso de investimentos em comércio eletrónico, é necessária uma condicionalidade ex ante específica sob a forma de um quadro de intervenção estratégico para o crescimento digital.

65Os regulamentos que regem os programas de 2007--2013 não incluem obrigações de utilizar indicadores normalizados para fins de controlo. Além disso, não existe qualquer indicador de base especificamente para o comércio eletrónico que permita especifica-mente a monitorização de desempenho.

49 a)A Comissão reconhece o problema, mas chama a aten-ção para os efeitos da crise económica e financeira que conduziu a uma elevada taxa de mortalidade das empresas e às retiradas dos projetos financiados, bem como a um alongamento do prazo de execução das intervenções. Para superar esta crise, as autoridades do Piemonte centraram os seus esforços (incluindo a monitorização), na aceleração da absorção dos fundos.

A autoridade de gestão está a aplicar uma série de iniciativas destinadas a pôr termo a esta situação de «emergência» e a repor o desempenho regular, cons-tante e correto das atividades de gestão informatiza-das para todas as informações relativas aos progressos dos projetos financiados.

49 b)A Comissão reconhece que os indicadores pertinentes devem ser devidamente definidos, a fim de permitir à autoridade de gestão agregar os dados a nível do PO.

Os novos regulamentos dos FEEI para o período de 2014-2020 abordam este problema.

Caixa 6Os projetos auditados dizem essencialmente respeito à prestação de aconselhamento especializado pelos intermediários e de serviços de apoio a empresas novas e já existentes. Assim, os salários representam o principal elemento das despesas da subvenção.

Além disso, as despesas de comercialização foram geradas pelos eventos de ligação em rede organi-zados para permitir às novas empresas encontrar empresários de sucesso. As novas empresas beneficia-ram destes eventos uma vez que numa fase posterior surgiram oportunidades de negócio.

58Ver a resposta da Comissão ao n.º 22 relativa a uma melhor orientação para os resultados no âmbito do Regulamento Disposições Comuns para o período 2014-2020.

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Respostas da Comissão 34

67A Comissão congratula-se com a apreciação do Tribunal.

Recomendação 1Para o período de 2007-2013, a Comissão solicita às autoridades de gestão que apresentem um relatório sobre a execução dos programas em conformidade com os regulamentos relativos ao FEDER.

Contudo, os programas dos FEEI 2014-2020 colocarão uma maior ênfase nos resultados com base em objeti-vos. A nível do eixo prioritário, os indicadores devem ter em conta o desempenho global no eixo, mas não o desempenho de todos os tipos de ação que podem ser incluídos no mesmo eixo.

Recomendação 1 a)A Comissão aceita avaliar a pertinência dos indicado-res de resultados propostos, tanto quando aprova os PO como as subsequentes alterações;

Recomendação 1 b)A Comissão aceita a recomendação.

No período de 2014-2020, no âmbito do reforço da orientação para os resultados, os programas são convidados a identificar claramente os indicadores de realizações comuns e específicos dos progra-mas (com valores-alvo) e indicadores de resultados que meçam os progressos realizados para atingir a mudança através do investimento (com linhas de base e valores-alvo). As informações sobre o progresso na execução do programa devem ser transmitidas à Comissão numa base anual (a partir de 2016), o que permite o acompanhamento ao longo do tempo. Estas informações serão estruturadas, de forma a per-mitindo a sua análise, comparação e agregação, tendo a Comissão igualmente a intenção de publicar estes dados.

Recomendação 1 c)A Comissão aceita em parte esta recomendação.

Além disso, se um Estado-Membro solicitar uma alte-ração do programa, é necessário rever igualmente os correspondentes indicadores no programa.

Em segundo lugar, embora a Comissão tivesse dado às autoridades responsáveis6 orientações sobre os princípios que regulam o sistema de informação por «categorização», a classificação das despesas continua a ser da responsabilidade da autoridade de gestão.

A Comissão salienta o caráter experimental da ini-ciativa «regime de cupões para a inovação das TIC». A experiência adquirida até à data nas regiões sugere que há uma necessidade real de tais iniciativas a fim de promover a procura das PME. Tendo em conta o limitado período de aplicação, ainda não estão dis-poníveis indicadores de resultados. Estas informações serão comunicadas à Comissão nas próximas reuniões dos comités de acompanhamento previstas para meados de 2015.

66A Comissão considera que o novo Regulamento dos Fundos Estruturais proporciona um quadro mais orientado para o desempenho e para os resultados no período 2014-2020.

Em especial, salienta que «os princípios orientadores para a seleção» da operação, como parte dos PO, são cuidadosamente analisados pela Comissão na negociação dos programas dos FEEI para o período de 2014-2020 para que correspondam aos objetivos específicos e tipos de operações7.

6 Nota de orientação de 2009 — http://ec.europa.eu/employment_social/sfc2007/quick-guides/sfc2007_reporting_categorisation_data_Note_Art_11.pdf (inglês) Perguntas e respostas publicadas pela primeira vez em 2009 e revistas em 2012 http://ec.europa.eu/employment_social/sfc2007/quick-guides/categorisation_faq_rev201202.pdf (inglês) — «É incentivada a utilização dos códigos baseada no bom senso, incluindo a utilização de convenções ou definições nacionais, quando disponíveis... a Comissão não propôs definições harmonizadas, mas está disposta a dar o seu parecer sobre quaisquer questões que possam surgir».

7 Artigo 96.º, n.º 2, alínea b) do Regulamento Disposições Comuns iii) uma descrição do tipo e exemplos de ações a apoiar no âmbito de cada prioridade de investimento e o contributo que delas se espera para os objetivos específicos referidos na subalínea i), incluindo os princípios que orientam a escolha das operações e, se necessário, a identificação dos grupos-alvo principais, dos territórios específicos visados e dos tipos de beneficiários, se adequado, bem como a utilização prevista para os instrumentos financeiros e os grandes projetos.

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Respostas da Comissão 35

A Comissão observa que a presente recomendação é dirigida aos Estados-Membros e salienta que os dados deveriam ser adequados no contexto específico de cada PO.

Recomendação 2 a)A Comissão aborda estas questões no contexto das negociações do projeto dos programas FEEI que devem incluir informações sobre os princípios que regulam a seleção das operações. Contudo, o tipo dos princípios de seleção e dos critérios de seleção por-menorizados dependerá do objetivo específico e do contexto do investimento. O que nem sempre pode, em todos os casos do apoio ao comércio eletrónico, conduzir à obrigação de apresentar um plano de atividades.

Recomendação 2 b)A Comissão concorda que a contribuição do FEDER para o projeto se deverá basear numa análise cus-to-benefício que demonstre a viabilidade finan-ceira do projeto. Trata-se de um critério de seleção previsto pelos comités de acompanhamento nos Estados-Membros.

Recomendação 2 d)A Comissão promove a internacionalização das PME, uma vez que as PME que operam a nível internacional criam mais empregos e são mais inovadoras do que as PME que operam apenas no seu mercado nacional8. Os Regulamentos FEEI para 2014-2020 promovem, por conseguinte, a cooperação para além do território do PO (ver artigo 70.º, n.º 2, do Regulamento Disposições Comuns) No entanto, para determinar se os incentivos específicos são adequados para a dimensão trans-fronteiriça dos projetos é necessário ter em conta os objetivos específicos e os tipos de ações previstos no âmbito do programa.

8 http://ec.europa.eu/enterprise/policies/sme/market-access/internationalisation/index_en.htm#h2-5.

A Comissão concorda que é importante acompanhar o impacto das subvenções. No entanto, os indica-dores selecionados para acompanhar os progressos e o impacto não serão normalizados. Dependerão dos objetivos específicos de cada PO. Os indicado-res que serão utilizados refletem a diversidade das necessidades e das respostas políticas das regiões/Estados-Membros.

No entanto, um quadro de intervenção estratégico para o crescimento digital inclui indicadores norma-lizados para medir os progressos das intervenções em diversos domínios, tal como previsto na condição ex ante 2.1 do Anexo XI do Regulamento Disposições Comuns.

Recomendação 2A Comissão aceita a recomendação e exigirá aos Esta-dos-Membros que tomem as medidas adequadas.

Os «princípios orientadores para a seleção das opera‑ções» e «indicadores de realização, incluindo o valor‑alvo quantificado» devem fazer parte dos programas dos FEEI para o período de 2014-2020 e dependem das negociações com a Comissão. O tipo dos princípios de seleção e dos critérios de seleção pormenorizados dependerá do objetivo específico e do contexto do investimento cofinanciado.

Os Estados-Membros com deficiências detetadas nestas áreas são convidados a descrever no programa (condicionalidade ex ante, plano de ação) quais as medidas que as autoridades preveem tomar a fim de melhorar os procedimentos de seleção de projetos e a carga administrativa para os beneficiários. Se for caso disso, os Estados-Membros são encorajados a utilizar a assistência técnica de uma forma pró-ativa e focali-zada para realizar as melhorias previstas.

Além disso, a Comissão aconselhará as autoridades de gestão a incluírem as recomendações do Tribunal de Contas Europeu no processo de seleção e nos critérios de seleção dos projetos de crescimento digital.

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Respostas da Comissão 36

Recomendação 3 a)A Comissão aceita a recomendação. O quadro jurídico de 2014-2020 exige indicadores de resultados nos programas a nível dos eixos prioritários e indicadores de realização a nível das operações durante o período de programação.

Recomendação 3 b)A Comissão concorda com o princípio, mas, na prática, não pode aceitar a recomendação. Os resultados de um projeto de comércio eletrónico podem ser influenciados por fatores externos que não podem ser conhecidos antecipadamente. Por esse motivo, seria difícil fazer depender dos resultados os pagamentos do FEDER para o comércio eletrónico.

Recomendação 3 c)A Comissão aceita a recomendação de obrigar os Estados-Membros a pôr em prática as necessárias verificações e controlos que assegurem que os dados introduzidos nos sistemas de monitorização são fiá-veis e coerentes.

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QJ-A

B-14-021-PT-N

ISSN 1977-5822

Ao longo dos últimos anos, a União Europeia tem cofinanciado projetos de comércio eletrónico no âmbito da sua política de coesão, com o apoio do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional. No presente relatório, o Tribunal de Contas Europeu avaliou se os projetos de comércio eletrónico foram bem-sucedidos no que se refere ao apoio à adoção de Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC) pelas PME, através da auditoria realizada a uma amostra de projetos de comércio eletrónicos cofinanciados pela UE na Grécia, em Itália, na Polónia e no Reino Unido.

O Tribunal concluiu que o apoio do FEDER a projetos de comércio eletrónico contribuiu para aumentar a disponibilidade de serviços comerciais em linha. No entanto, também concluiu que as insuficiências no acompanhamento não permitiram avaliar em que medida esse apoio contribuiu para a realização das estratégias da UE e dos Estados-Membros no domínio das TIC, assim como para os objetivos de desenvolvimento das PME.

TRIBUNALDE CONTASEUROPEU