o “não destrua tudo que milhões de trabalhadores conquistaram...

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abril : maio 2005 ano 10 | n o 36 Federação Nacional dos Empregados Vendedores e Viajantes do Comércio, Propagandistas, Propagandistas-Vendedores e Vendedores de Produtos Farmacêuticos 4 e 5 O apelo feito ao presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva consta na carta assinada por Paulo Abdalah, presidente do SINPROVERGS, que foi recebido pelo ministro das Cidades no seu gabinete, em Brasília, dia 12 de abril passado. Olívio Dutra prometeu ao sindicalista entregar a carta ao “companheiro” Lula. “Não destrua tudo que milhões de trabalhadores conquistaram com muita luta” Dirigentes sindicais, parlamentares e empresários, em audiência pública na Câmara dos Deputados, afirmaram: “A PEC 369 05 que trata da Reforma Sindical é draconiana e retrógrada”. IMPRESSO Fórum Sindical dos Trabalhadores promove Seminário Nacional que debate política econômica e discute alternativas para o desemprego Supremo Tribunal Federal considera Portaria 160 inconstitucional. Mais uma vitória dos trabalhadores e do movimento sindical. Senador Paulo Paim (PT-RS) autor de projeto que defende redução da jornada de trabalho promove debate no Senado Milhares de trabalhadores mobilizaram o centro do Rio contra a Reforma Sindical do Governo que pretende acabar com direitos trabalhistas Passeata do Fórum Sindical dos Trabalhadores-RJ 7 10 15 14 12 e 13

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abril : maio 2005ano 10 | no 36

Federação Nacional dos Empregados Vendedores e Viajantes do Comércio,Propagandistas, Propagandistas-Vendedores e Vendedores de Produtos Farmacêuticos

4 e 5

O apelo feito ao presidente da República

Luiz Inácio Lula da Silva consta na carta

assinada por Paulo Abdalah, presidente

do SINPROVERGS, que foi recebido pelo

ministro das Cidades no seu gabinete, em

Brasília, dia 12 de abril passado.

Olívio Dutra prometeu ao sindicalista

entregar a carta ao “companheiro” Lula.

“Não destrua tudo que milhões detrabalhadores conquistaram com muita luta”

Dirigentes sindicais, parlamentares eempresários, em audiência públicana Câmara dos Deputados, afirmaram:“A PEC 369 05 que trata da ReformaSindical é draconiana e retrógrada”.

IMPRESSO

Fórum Sindical dos Trabalhadorespromove Seminário Nacional quedebate política econômica e discutealternativas para o desemprego

Supremo Tribunal Federal consideraPortaria 160 inconstitucional.Mais uma vitória dos trabalhadorese do movimento sindical.

Senador Paulo Paim (PT-RS)autor de projeto que defenderedução da jornada de trabalhopromove debate no Senado

Milhares detrabalhadoresmobilizaram o centrodo Rio contra aReforma Sindical doGoverno que pretendeacabar com direitostrabalhistas

Passeata do Fórum Sindical dosTrabalhadores-RJ

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E D I T O R I A L

por Edson Ribeiro Pinto, presidente da FENAVENPRO

A Reforma Sindical necessária

expediente | Jornal da FENAVENPRO | Informativo bimestral produzido pela Assessoria de Comunicação Social da FENAVENPRO

Rua Álvaro Alvim, 21/4o - Cinelândia | CEP 20031-010, RJ/RJ | Tel.: [21] 2220-9499 | Fax: [21] 2262-0401 | www.fenavenpro.org.br | E-mail: [email protected]

Tiragem: 5.000 exemplares | Distribuição gratuita aos 28 Filiados;entidades sindicais; autoridades; órgãos governamentais federais, estaduais e municipais eempresas de comunicação.

Diretoria Executiva | Edson Ribeiro Pinto (SP); Carlos Simoni Giacoboni (RS); Ayrton Rodrigues de Almeida (RJ); Luiz Fernando Nunes (RJ); Olímpio Coutinho Filho (RJ); ReginaldoAllemand Damião (ES); Augusto Garcia (PR); Nataniel Vaz Costa (SE); Milton Zschaber de Araújo (MG). Conselho Fiscal | José Guimarães Alves (RJ); Álvaro Nascimento Filho (PA);José da Silva Cordeiro (SC).Jornal da FENAVENPRO | Dir. Responsável: Edson Ribeiro Pinto, Editora: Tania Maria de Oliveira : Reg: 18.138; Fotos: Tania Maria/arquivo; Revisão: Paulo Pimentel;Projeto Gráfico: Tathiana Marceli/ Edit Impress [21] 2567-1761; Impressão: SR Gráfica; O Jornal da FENAVENPRO não se reponsabiliza por conceitos emitidos em matérias assinadas

Leia esta edição e anteriores em www.editimpress.com.br, no link Jornal da FENAVENPRO

Alardeia o governo do presidente Lula a necessida-de de uma profunda Reforma Sindical. Com esteobjetivo, embora propalasse o contrário, promoveudebates apenas entre os que lhe são simpáticos,tudo para efeito de imenso jogo decena, para, a final, aparentar umaReforma democrática. Todos sabe-mos que não. Os contrár ios,“barrados” dos conclaves, tudo ma-nipulado de modo a parecer que sefazia a vontade de todos. O Gover-no, porém, já tinha idéia preconce-bida e apenas seguiu à risca o seuplano traçado.

Elaborado o anteprojeto, caiu amáscara: a Reforma pretendidatraz imenso retrocesso. É concen-tradora. Coloca o sindicalismo nasmãos de poucos grupos facilmen-te manipuláveis, enfraquecendo ostrabalhadores. Cria mecanismos deextinção de direitos dos trabalha-dores, inclusive no acerto de con-tas, que passaria a ser feito norecinto das empresas e não mais com a assistên-cia da entidade sindical. Elimina as homologa-ções nas rescisões, e centraliza opoder maior em mãos das Cen-trais, neutralizando Sindicatos,trazendo o Ministério do Trabalhopara o âmbito da organização sin-dical. Elimina a representação porcategoria, cria representação de-rivada, e quebra a unicidade sin-dical. Muitos criticavam injusta-mente a organização sindical atualpor ser fascista visto que inspira-da na Carta Del Lavoro, da Itá-lia, da época do fascismo. Nãoé verdade porque hoje, com aConstituição de 88, nossa or-ganização sindical é totalmen-te independente do Estado (oque a Reforma pensa em desfa-zer). Deste modo, e pelos moti-vos acima, a Reforma pretendidaé muito mais fascista.

Na verdade, nossa organização sin-dical não carece de nova reforma, visto que é ela per-feita com a independência do Estado promovido pelaConstituição de 1988. Carece apenas decomplementação, isto é, precisa ser regulamentada.

A unicidade foi mantida na Constituição de 1988.Portanto, fora preciso criar um órgão privado, sob ocontrole sindical (e não do Ministério do Traba-lho) para administrar a unicidade, o que não foi

feito. Daí a impressão de falta decoerência no sindicalismo atual emultiplicidade de Sindicatos novos.Este Conselho organizado pelos tra-balhadores, tal qual é autorizado noart. 8º, inc. I c/c inc. II, é a “cha-ve” complementar da Reforma ini-ciada com a Constituição de 1988.

A própria instituição das contribui-ções confederativas, extensíveis atoda a categoria, está prevista nocitado art. 8º. Falta apenas sua re-gulamentação.

Todos os direitos coletivos estãodelineados no artigo 8º, entre eleso direito de greve, liberdade defiliação, organização, representa-ção por categoria (inclusive dife-renciadas, portanto, como são as

nossas). Falta apenas sua regulamentação comojá mencionamos por lei infraconstitucional.

A reforma constitucional pretendida,para viabilizar a Reforma Sindical doGoverno, é de todo desnecessária evisa apenas tumultuar a organizaçãosindical e enfraquecer os trabalha-dores diante da reforma seguinte: ada CLT!

Portanto, convocamos todos os tra-balhadores das nossas e de outrascategorias, bem assim suas entida-des representativas, a unir forçascontra a Reforma Sindical preten-dida pelo Governo.

Companheiros! Lutemos junto anossos representantes no Con-gresso a f im de “barrarmos” omonstro que querem nos imporgoela abaixo, com o objetivo demanipular os Sindicatos resultan-tes desta “Reforma” e assim eli-

minar nossos direitos a duras penas conquista-dos, ao longo destes últimos 60 anos!

Unamo-nos!

“Elaborado o

anteprojeto do

Governo sobre a

Reforma, caiu

a máscara. A

Reforma traz

imenso retrocesso

e coloca o

sindicalismo nas

mãos de poucos

grupos facilmente

manipuláveis,

enfraquecendo os

trabalhadores”

“Na verdade,

nossa organização

sindical não

carece de

nova Reforma,

visto que ela é

perfeita com a

independência do

Estado promovido

pela Constituição

de 88. Carece

apenas de

complementação”O evento aconteceu no Centro de Convenções doHotel Financial, centro de Belo Horizonte - MG, nosdias 16 e 17 de junho do corrente ano e reuniu 130lideranças sindicais de todo o País, parlamentares,jornalistas e advogados. O objetivo do encontro foimobilizar e alertar os representantes das categoriasdiferenciadas, que a PEC 369/05 apresentada peloGoverno, el imina de vez a representação detrabalhadores por ramo de atividade, que hojetotalizam dez milhões no Brasil.

Delegação daFENAVENPRO noIV Seminário Nacionalem Defesa dasCategorias Diferenciadas

O pres. da FENAVENPRO, Edson Ribeiro Pinto,após a leitura da palestra proferida pelo ex-ministrodo TST e consultor jurídico trabalhista sindical,Amauri Mascaro Nascimento, na Sede da FECOMÉRCIO,em 26/04 passado, destacou: “ Faço das palavras doeminente professor nossas palavras”.

Reportagem completa do evento na próxima ediçãodo Jornal da FENAVENPRO. Aguarde.

A plenária aprovou por unanimidade um documento final euma Moção de Repúdio a PEC 369/05, encaminhados aosparlamentares e entidades sindicais.

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3abril : maio 2005 | ano 10 | no 36

Evento

A FECOMERCIO – Federação do Comércio do Estado de São Paulo reuniucerca de 500 empresários e trabalhadores na sede da entidade, no último dia 26 deabril, para discutir o Projeto de Reforma Sindical do Governo que tramita na Câmarados Deputados, e apresentar uma proposta alternativa que visa aperfeiçoar o atualsistema, sem destruir uma estrutura com resultados positivos há mais de 60 anos.

O Projeto de Lei elaborado pela FECOMÉRCIO, garante a unicidade sindical, respeitaos conceitos dos interesses de entidades sindicais de empregadores, empregados,agentes ou trabalhadores autônomos e profissionais liberais, especialmente oreconhecimento das entidades de categorias profissionais diferenciadas. O Projetocontempla a participação dos Sindicatos nas negociações coletivas de trabalho, decaráter geral, e os acordos coletivos, estimados em regime próprio.

No seu conjunto, favorece ainda a contribuição confederativa e negocial e nãoexclui a viabilidade do reconhecimento das Centrais, sem, portanto, traçar asregras de sua participação efetiva na organização sindical.

O presidente da FECOMÉRCIO Abram Szajman, enfatizou: “ Começa aqui umvigoroso movimento pela rejeição, na íntegra, da PEC 369/05, para que em seulugar se faça a verdadeira Reforma Sindical, com a regulamentação do Artigo8º da Constituição”.

Para o presidente da FENAVENPRO e do Sindicato dos Vendedores Viajantesdo Comércio no Estado de São Paulo, Edson Ribeiro Pinto, o evento foi umsucesso não só pelo número expressivo de participantes, como também pela

qualidade dos debatedores. O sindicalista destacou: “Acrescente-se a tudo isso a rejeição unânime do projeto proposto pelo Governono que se refere a PEC 369/05”. Edson lembrou: “Pela primeiravez irmanados, lado a lado, trabalhadores e empresários de formaveemente posicionaram-se contra a Reforma Sindical”.

“Não queremos uma Reforma imposta que desconsiderou as bases ereflete apenas a visão das cúpulas”, disse Manuel Henrique FariasRamos, vice-presidente da FECOMERCIO e presidente do Conselhode Relações do Trabalho da entidade.

“Uma alternativaà Reforma Sindical”

Projeto empresarial deReforma Sindical tramita na CâmaraO Projeto de Reforma Sindical do Governo ganhou outro concorrente. Odeputado federal Marcelo Barbieri (PMDB-SP) apresentou no Congressoo PL 5275/05, com 39 artigos, que trata da regulamentação do art. 8ºda Constituição. O Projeto foi construído pelo setor empresarial, sob acoordenação de Manuel Henrique Farias Ramos, vice-presidente daFECOMERCIO.

O caminho percorrido pelo novo Projeto é o mesmo do PL 4554/04apresentado pelo deputado federal Sérgio Miranda (PCdoB-MG), com oapoio de Confederações, Federações, Centrais e Sindicatos detrabalhadores descontentes com o conteúdo da Reforma do Governo.

Componentes da mesa: Abram Szajman (pres. FECOMERCIO); Amauri Mascaro Nascimento (advogado); AntonioMarangon (pres. Sescon); Antonio Neto (presidente CGTB); Edson Ribeiro Pinto (pres. FENAVENPRO); José Pastore(sociólogo e assessor FECOMERCIO); Manuel Henrique Farias Ramos (vice-presidente FECOMERCIO); Milton Monti(deputado PL-SP); Paulo Lucania (pres. FECESP); Roberto Ferraiuolo (dir. FIESP).

Câmara Ma Municipal doRio aprova porunanimidade Moçãode Repúdio a PEC 369/05Por iniciativa do Fórum Sindical dosTrabalhadores-RJ, a Câmara Munici-pal do Rio de Janeiro, no último dia 2de junho, através dos vereadores Se-bastião Ferraz (PMDB), Cristiane Bra-sil (PTB) e Brizola Netto (PDT), apro-vou por unanimidade Moção de Re-púdio à PEC 369/05.

Os parlamentares justificaram o ve-emente repúdio a Proposta de Emen-da Constitucional por consideraremque o texto da PEC “está eivado dedistorções estruturais, cria alicercespara a destruição da liberdade dasorganizações sindicais e da auto-nomia em relação ao estado, re-presentando um retrocesso aopatamar de independência, asse-gurado na Constituição da repú-blica federativa do Brasil de1988, e ainda, promovendo oenfraquecimento da democraciaatravés da revogação de direi-tos conquistados pelos traba-lhadores”.

A Moção destaca ainda “a importância de mantera unicidade sindical por constituir uma representatividade autêntica” e o“art. 8º da Carta Magna, que representa com fidelidade os anseios da classetrabalhadora deste país”.

Sindicalistas quelotaram as galerias doPlenário da Câmaraaplaudiram ainiciativa dosvereadores emaprovar a Moção deRepúdio.

Nas escadarias da Câmara os vereadores S. Ferraz e Brizola Netto afirmaram: “Esta Proposta doLula é vergonhosa e prejudica ao país e aos trabalhadores, além de ameaçar a democracia”.

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A Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público

da Câmara dos Deputados, preocupada com as críticas a

PEC 369/05, promoveu durante os meses de março e

abril, três audiências públicas com representantes dos

servidores públicos, de quatro Centrais (Força Sindical,

CUT, SDS e CAT), e de Confederações de Trabalhadores.

A reportagem do Jornal da FENAVENPRO documentou.

Audiências Públias Públicas na Câmara dos Deputados30 de março

Servidores criticamenfraquecimento de Sindicatos

Os representantes da CSPB (Confederação dos Servidores Públicos do Brasil), daAnfip (Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Previdência Social) e do

Sindireceita (Sindicato dos Técnicos da ReceitaFederal), juntamente com parlamentares da Co-missão de Trabalho, de Administração e ServiçoPúblico da Câmara dos Deputados, em audiênciapública no Plenário da Comissão, debateram a PECnº 369/05 que trata da Reforma Sindical.

Eles enfatizaram que “o trabalhador é quemdeve dizer se quer fazer ou não parte de umaCentral”. O argumento se deu pelo fato de que

o texto da Reforma do Governo inverte a estrutura da organização sindical ecoloca a Central como órgão maior do movimento dos trabalhadores. “Não aceita-mos o fortalecimento das Centrais em detrimento do enfraquecimento dos sindica-tos”, afirmaram. Eles disseram ainda, que os poucos “Sindicatos de carimbo” queexistem é por conta da falta de fiscalização das Delegacias Regionais do Trabalho edo próprio Ministério do Trabalho e Emprego que permite a criação das entidades.

O deputado Tarcísio Zimmermann (PT-RS), defensor da Proposta do Governo,criticou a realização de audiências públicas para discutir o assunto em umaComissão que segundo ele não terá o poder de debater o mérito da matéria ediscordou dos debatedores: “Os trabalhadores só vão atribuir a sua representa-ção às Centrais se quiserem”, afirmou.

A estrutura sindical e a representação do Sindicato foram outros dois temasabordados pelos dirigentes que defenderam a unicidade sindical e criticaram aexclusividade da representação sindical: “Pode-se com isso criar feudos nomovimento sindical”. Os sindicalistas apelaram aos membros da Comissão quetrabalhem pela retirada da PEC e que a mesma respeite 90% do movimentosindical brasileiro, legítimo representante dos trabalhadores.

“Reforma recebeu dinheiro externo e da CIOSL”A afirmação é do presidente da CSPB, João Domingos Gomes dos Santos,que também apresentou como contraponto a PEC da Reforma o Projeto de Leinº 4554/04 do Fórum Sindical dos Trabalhadores, assinado por cerca de200 deputados federais, inclusive os da base aliada ao Governo. Segundo JoãoDomingos “além da PEC desmontar a organização dos trabalhadores ela éimprestável, cupulista e retrógrada e está a serviço do capital internacional”.

“Proposta do Governo flexibiliza os direitos trabalhistas”.O presidente do Sindireceita, Paulo de Oliveira, em sua exposição enumerouvários aspectos negativos no texto da PEC em relação aos servidores públicos. Elechamou a atenção para o fato da Proposta do Governo além de flexibilizar os direitostrabalhistas dá início ao processo de “precarização das relações de trabalho”.Segundo Oliveira, a negociação coletiva no serviço público deve ser esclarecida jáque o salário do servidor é definido por meio de medidas infraconstitucionais enviadas

pelo Executivo para definição no Legislativo.

“Um trabalhador que não tem o direito de fazergreve é um trabalhador sem alma”O direito de greve foi outro tema da Reforma questionado à Co-missão pelos componentes da mesa e debatido pelo deputadofederal, Alceu Collares (PDT-RS): “Os servidores não foram con-templados com esse direito e continuam dependente do serviçopúblico.”. O parlamentar disse ainda “que a base do sindicalismonão foi ouvida pelo Governo” e garantiu: “A assessoria de Lulaestá despreparada e traiu o povo brasileiro”.

“A PEC exclui as Associações como legítimas representantesde categorias. É um absurdo!”.O representante da Anfip, Marcelo Oliveira, disse que a proposta do Governo de ReformaSindical “quer controlar e enredar as Associações, porque retira do artigo 8º da Constituiçãoa palavra associação profissional”. Oliveira lembrou a longa folha de serviços prestadospela Anfip em 55 anos de fundação à sociedade brasileira junto ao Parlamento.

6 de abril

Falta de consenso e confusão entremembros do FNT

Representantes das maiores Centrais não chegaram a um consenso sobre osprincipais pontos da Reforma Sindical, em audiência pública na Comissão deTrabalho da Câmara. A audiência foi assistida por membros do FST, da CUT e daForça Sindical, das Confederações e Sindicatos filiados.

O primeiro a discursar, o representante da CUT, Artur Henrique, bastante vaiado,defendeu a mudança na estrutura sindical e garantiu que não haverá subtraçãode direitos: “É mentira quem diz que haverá a retirada de direito dostrabalhadores”. Após a sua colocação foi necessária a intervenção do presidenteda Comissão para que os trabalhos fossem retomados.

O segundo orador, presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva,Paulinho, como é mais conhecido no movimento sindical defendeu amanutenção da atual estrutura sindical, apontando que a questão maisimportante da Reforma é a representação por local de trabalho: “Em todo olugar do mundo a relação capital e trabalho é boa quando há representaçãopor local de trabalho”. Paulinho defendeu também a substituição das trêscontribuições: o imposto sindical, a contribuição assistencial e a taxaconfederativa, que destacou representar 24% do salário, por uma únicacontribuição, a ser aprovada em assembléia, e que deve ser cobrada de todosos trabalhadores, com percentual variável de 1% a 13%: “O Sindicato vai poderarrecadar mais, pois o modelo está todo voltado para a negociação”, salientou.

O representante da Social Democracia Sindical, Enilson Simões de Moura,o Alemão, não entrou no mérito da proposta de Reforma Sindical. Sua falaficou restrita à existência de “um número grande de Sindicatos de carimbo,com número zero de sócios e que vivem do imposto sindical” no entanto,Alemão não apresentou dados comprobatórios.

O presidente da CAT – Central Autônoma de Trabalhadores, Laerte Teixeira,afirmou que no grupo temático que deu origem ao Projeto não houve consenso.“É preciso desmistificar que houve consenso; o Projeto é burocratizante eexcessivo em regras para comprovar a representatividade”.

Laerte destacou a importância de legalizar as Centrais; a negociação por localde trabalho; a garantia de liberdade e autonomia dos Sindicatos; a preservaçãodas categorias diferenciadas. Como pontos a serem revistos destacou a restriçãodo direito de greve, a Carta Sindical com uma nova roupagem e a representaçãoderivada, que inverte o modelo atual.

Ao finalizar sua participação, Laerte defendeu a necessidade da ReformaSindical, mas por meio de uma nova proposta, que poderá ser elaborada tendocomo base as discussões que geraram os Projetos do FNT e do FST, apresentadono Congresso pelo deputado Sérgio Miranda (PCdoB-MG).

Em seguida o debate foi aberto à participação dos parlamentares. A deputada VanessaGraziotin (PCdoB-AM) pediu e foi atendida para que a próxima audiência contassecom debatedores que defendem e os que são contra a proposta de Reforma Sindical.

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5abril : maio 2005 | ano 10 | no 36

Henrique Alves querpressa na votação doprojeto do FSTO presidente da Comissão de Trabalho, Adminis-tração e Serviço Público, Henrique EduardoAlves (PMDB-RN), anunciou na audiência públi-ca com empresários que também discordam daproposta de Reforma Sindical, que se a PEC 369/05 do Governo não for votada na Comissão deConstituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) atéo mês de agosto, vai colocar em votação na Co-missão de Trabalho o Projeto de Lei nº 4554/04 do deputado Sérgio Miranda (PCdoB-MG) quetrata do mesmo assunto.

A Proposta do Governo recebeu a rejeição de maisde 90% dos representantes patronais e dostrabalhadores que compareceram aos debatessobre o tema promovido pela Câmara.

Alves lamentou que o Governo tenha passado doisanos elaborando uma proposta que não agrada aninguém e justificou porque tomou a iniciativa derealizar as audiências: “O Projeto está parado na

CCJ e não há pers-pectivas de quandoa Comissão especi-al será instaladapara analisa-lo”.

1o de junho

Empresários também discordamda Reforma Sindical

A PEC 369/05 do Executivo que promove a ReformaSindical não conta nem com a aprovação dosempresários nem dos trabalhadores. A Comissão deTrabalho, Administração e Serviço Público da Câmararecebeu o setor patronal que demonstrou o seudescontentamento com a Proposta.

São vários os pontos polêmicos, entre eles o fim daunicidade sindical. Pela Proposta, uma mesmacategoria poderá ser representada por váriosSindicatos. Outro ponto é a troca da contribuiçãocompulsória de trabalhadores e empresas pelacontribuição negocial, mudança que os empresáriosconsideram inócua.

O diretor da Confederação Nacional da Indústria (CNI),Alexandre Herculano Furlan, destacou que aobrigatoriedade da presença de um representante dosSindicatos no local de trabalho é outro ponto quevem causando divergências: “Vemos a medida combons olhos porque a consideramos necessária, masdesde que seja feita mediante Convenção ou AcordoColetivo, e não imposta por Lei, argumentou Furlan”.

“PEC draconiana, retrógrada einconstitucional”Afirmaram no plenário da Comissão de Trabalho daCâmara dos Deputados os dirigentes de Confedera-ções e Centrais. Dando prosseguimento as Audiênci-

as Públicas os presidentes da CNTI,José Calixto Ramos; da CGTB,Antonio Neto; da CGT, AntonioCarlos Reis e o secretário-geral daCNTC, José Carlos Schulte, conde-naram a PEC 369/05 do Executivoque trata da Reforma Sindical, emtramitação na Casa, e defenderam oatual modelo sindical.

O primeiro a se manifestar nodebate foi o presidente da CGTB,Antonio Neto . A Centra l fo i

membro do FNT e por divergências, rompeu com oFórum do Governo e aderiu ao FST.O dirigentesindical lembrou que a Reforma Sindical é a portade entrada da Reforma Trabalhista: “A legislaçãotrabalh is ta é a garant ia dos d i re i tos dostrabalhadores e o movimento sindical é a garantiade que esses direitos serão respeitados”.

Neto se posicionou contrário à Reforma quando eladá plenos poderes às Centrais, ou seja, retira o podernegocial dos Sindicatos: “As Centrais, Confederaçõese Federações são complementares aos Sindicatos”,acrescentou. Ao final de sua fala, Neto afirmou: “Ouo Governo retira essa PEC draconiana ou a parcela

do movimento sindical contrária àProposta va i derrotá- la noCongresso”.

Para o presidente da CGT, Antô-nio Carlos Reis (Salim) “a PECprejudica o movimento sindical queé contra a Reforma”. Ele afirmouque a Reforma não atende aosanseios dos trabalhadores e suge-riu à Comissão de Trabalho que

realize audiências públicas nos Estados para aferira posição das bases sobre a matéria.

Salim lembrou que dos 25 membros da ExecutivaNacional da CUT, 12 são contrári-os à Reforma e disse também quea “Força Sindical declarou que quermudanças”.

“A PEC 369 peca pela inconstitu-cionalidade” , d isparou JoséCalixto Ramos, presidente daCNTI. Ele acrescentou também que

Alves adiantou:“A votação do PL4554, que regulamen-ta o art. 8o da Consti-tuição de certa formaacelerariaalgumas definiçõessobre o tema”.

13 de abril

Representantes deConfederações eCentrais defenderam aretirada da PEC 369.

O plenário daComissão de Trabalhoficou lotado desindicalistas queaplaudiram osdebatedores e vaiaramalgumas manifestaçõesde deputadosfavoráveis a PEC 369.

“tudo que tem na PEC já está na Constituição de88, não tem inovação, faltou criatividade e matériaao legislador”.

Em contraposição à posição daqueles que defen-dem a Proposta sob o argumento de que o movi-mento sindical brasileiro precisa se modernizar,Calixto indagou:” Onde essa estrutura estáatrapalhado a governabilidade do país?”. Elepediu aos deputados que rejeitem a PEC e

ponderou: “Do jeito que estáo projeto de relações sindicaisnão sairá da hibernação”.

Segundo o representante daCNTC, José Carlos Schulte,“as Centrais não podem reti-rar o poder negocial dos Sin-dicatos” e questionou a pos-sibilidade inserida na Propos-ta. Na sua opinião“ a matériainverte a estrutura sindical ao

dar poder as Centrais e secundarizar os Sindica-tos, entidades de base”.

Schulte não tem dúvida que o objetivo da PEC édiluir o movimento sindical e defendeu a contri-buição sindical bastante criticada: “Esse financi-amento é para manter a nossa estrutura”. Se-guindo o raciocínio dos demais debatedores, pe-diu a retirada da Proposta do Governo e a apro-vação do PL 4554/04 , do deputado SérgioMiranda (PCdoB-MG).

Terminada as falas dos dirigentes sindicais, os par-lamentares presentes no plenário se manifestaram.

O deputado JoãoFontes (PDT-SE)

afirmou: “Essa ReformaSindical é balela e

porta aberta para aReforma Trabalhista. O

Berzoini é soldado raso,homem de recados do

Lula, candidato debanqueiros e

latifundiários”.

O representante tucanoWalter Barelli (SP)disse porque a PEC éretrógada e representaum atraso: “Ela faz comque o movimentosindical seja novamenteatrelado ao Ministériodo Trabalho”.

debatem Reforma Sindical

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Notícias dos Filiados da FENAVENPROParaíba

Câmara Municipal de CampinaGrande debate Reforma Sindical

O SINVENPRO, Filiado da FENAVENPRO na Paraíba,a convite da Mesa da Câmara Municipal de CampinaGrande, participou no último dia 3 de maio, deSessão Especial para debater assuntos referentesao projeto de Reforma Sindical. O evento propostopelo vereador Paulo de Tarso (PT), contou com apart ic ipação de representantes de d iversosSindicatos de trabalhadores e patronais, Federaçõese Associações de classe, além de líderes de Partidospolíticos e do presidente da CUT-PB.

O presidente do SINVENPRO, Marcos Belfort, fezuso da palavra e defendeu a manutenção dacontribuição sindical compulsória, a unicidadesindical, o sistema confederativo e Sindicato porcategoria profissional. O sindicalista enfatizou quea Reforma proporciona a transferência do poder dosSindicatos para as Centrais e alertou que a PEC 369/05 tem que ser combat ida por todos ostrabalhadores.

GoiásVice-prefeito de Goiânia visitaSede Campestre do SINDVENDAS

O “Primeiro Torneio de Pelada do SINDVENDAS” naSede Campestre, onde várias equipes depropagandistas e vendedores participaram de umamovimentada pelada, contou com a visita do vice-prefeito de Goiânia, Valdino José de Oliveira (PMDB),e o secretário de Cidadania, Fernando Santana.

O pres. do SINDVENDAS, Paulo Guardalupe, falouda importância do contato com os dois políticos:“Acredito que a visita informal do Valdino e doFernando a nossa Sede só veio fortalecer osprofissionais e o Sindicato”. O sindicalista disse aindaque eles não tinham idéia da estrutura da entidadee elogiaram a atuação da sua diretoria.

Filiados da FENAVENPRO fecham em6,5% com SINFAR

16 Filiados da FENAVENPRO, exceto Rio Grandedo Sul e São Paulo, fecharam com o Sindicato daIndústria de Produtos Farmacêuticos em 6,5%,percentual acima do INPC, para os salários dospropagandistas, com vigência de um ano a contar de1º de março do corrente ano. O Acordo mantem aindatodas as cláusulas sociais e reembolso refeição deR$ 16,00 para os funcionários em trabalho externo.

Prevenção de câncer de mama

O PROPAGAVENDE há vários anos realiza campa-nhas gratuitas para prevenção da saúde de seusassociados e dependentes. No mês de maio foi avez da prevenção do câncer de mama que benefi-ciou 80 pacientes. A Mamografia, exame específicoe caro, é o mais recomendado para diagnóstico dealterações da mama.

Minas Gerais

Ministro corregedor do TST recebediretores do SINVENPRO

O ministro corregedor do Tribunal Superior doTrabalho, Rider Nogueira, em correição no TRT da13ª Região, João Pessoa, recebeu em audiência opresidente do SINVENPRO, Marcos Belfort, e odiretor Roberlando Veras.

Na ocasião, os sindicalistas apresentaram aoministro relatório com diversos processos de dissídiocoletivo do SINVENPRO, em tramitação no TST. Elessolicitaram ao corregedor maior agil idade noandamento dos mesmos e receberam a promessade Rider que tão logo chegasse a Brasília tomariaas devidas providências.

Belfort fez um apeloaos vereadores paraatuarem junto aosdeputados federais esenadores da bancadaparaibana, no sentidode apoiarem o projetode lei 4554/04 do FSTque regulamentao art. 8º daConstituição Federal.

As equipes da Schering do Brasil e da ReyDrogas levaram o Troféu de campeã e vice do“Primeiro Torneio de Pelada do SINDVENDAS”.

O vice-prefeito de Goiânia (4º da dir. para esq.)e o secretário (3º a esq.), ambos de colete branco,levaram apoio político aos vendedores epropagandistas goianos e comentaram que osgabinetes estão à disposição da categoria.

Novos cursos no PROPAGAVENDE

Devido ao grande número de associados e dependen-tes interessados o PROPAGAVENDE em parceria como Senac, abriu inscrições grátis para novos cursos, entreeles Internet, doces para festas infantis, bijuterias, cri-ação e confecção de caixas e embalagens.

Segundo o presidente do Sindicato, MiltonZschaber, “os cursos são um passaporte para oingresso no mercado de trabalho”.

PROPAGAVENDE ofereceatendimento psicoterápico

Para iniciar um processo psicoterapêutico noPROPAGAVENDE, basta marcar uma entrevista inicialpelo telefone ou pessoalmentena Sede do Sindi-cato. O psi-cólogo faráuma avalia-ção acercada necessida-de ou não daterapia. As ses-sões são total-mente gratuitaspara associadose dependentes,adultos, adoles-centes e crianças.

A título de divulga-ção de mais um benef íc io prestado peloPROPAGAVENDE um folder ilustrativo responde asdúvidas de quem acha se deve ou não procurar umpsicólogo. A FENAVENPRO parabeniza o Filiado deMinas por mais essa brilhante iniciativa!

O médico ginecologista do PROPAGAVENDE,Túlio Mundim, orienta a paciente que o câncer de mamaé o tumor maligno mais freqüente na mulher e que noBrasil, os óbitos por câncer de mama representam 16% damortalidade por neoplasia maligna.

O diretor daFENAVENPRO,Olimpio Coutinho,teceu críticas acartilha editada peloMTE/3a edição/fev.2005.Vale a reflexão dossindicalistas.

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ParáDia do Propagandistajá é realidade no Pará

O projeto de lei do deputado estadual Júnior Ferrari(PSDB) que institui o Dia Estadual do Propagan-dista comemorado anualmente no dia 14 de julho,foi aprovado na Assembléia Legislativa do Estadodo Pará e sancionado pelo Governador do Estado,Simão Jatene, através da Lei Estadual nº 6.727,de 21 de março de 2005.

A iniciativa do SINPROFARfoi festejada pelos pro-fissionais que vivem eatuam no Estado e quemerecidamente rece-beram esta justa ho-menagem.

São PauloSINPROVESP realizaXX Encontro de Aposentados

O Filiado da FENAVENPRO de propagandistas deprodutos farmacêuticos realizou mais um Encon-tro tradicional entre os profissionais aposentados.O almoço realizado no dia 13 de abril passado,em uma moderna churrascaria no Morumbi, reu-niu cerca de 300 convidados que desfrutarammomentos de alegria e descontração ao lado defamiliares e amigos.

O abraço fraterno da FENAVENPRO aos companhei-ros guerreiros do SINPROVESP.

A nova Central Sindical de Trabalhadores vem aíO lançamento da nova Central Sindical que já tem nome provisório – Central Confederativa dosTrabalhadores do Brasil (CCTB) será no auditório do Marina Hall, situado no SHTN – Setor de Hotéis eTurismo Norte, Trecho 02, Conjunto 5, Brasília, nos dias 28 e 29 de junho. A informação é da Comissãoorganizadora Pró-Fundação da nova Central que acredita vai se tornar uma das maiores Centrais detrabalhadores a partir do segundo semestre deste ano.

O Edital assinado pelo idealizador da iniciativa, José Calixto,presidente da CNTI, convocou todos os dirigentes de entidadessindicais brasileiras para a reunião que irá aprovar o Estatutoda futura Central. Na ocasião será realizada a eleição e possedos membros da diretoria e do conselho fiscal, com mandadode quatro anos.

STF julgou inconstitucional Portaria 160e ministro do Trabalho cumpre determinação

Calixto durante o II Seminário Nacional das Categorias Diferenciadas emsetembro do ano passado já divulgava a idéia da entidade e garantiu aossindicalistas: “A nova Central que defende incondicionalmente a unicidadesindical não terá braço político com o Governo fato que acontece com outrasduas grandes Centrais existentes no país”.

O ministro do Trabalho, Ricardo Berzoini, enviou em25 de abril, ofício ao ministro presidente do SupremoTribunal Federal, Nelson Jobim, comunicando que adecisão do STF em julgar inconstitucional a Portaria160/04, através das Ações Diretas de Inconstitucio-nalidade (Adin) nºs 3206 e 3353 impetradas pelasConfederações de Trabalhadores, será cumprida pe-las Delegacias Regionais do Trabalho e pelo Ministé-rio Público do Trabalho.

A CNTC considerou a decisão uma vitória para omovimento sindical e acredita que dessa formanenhuma “alegação esdrúxula” por parte do MTEpoderá ser utilizada para impedir a cobrança dascontribuições assistencial e confederativa de todosos membros da categoria, devidamente aprovadas emassembléias sindicais.

Mais uma derrota para o Ministério doTrabalho. Parabéns ao movimento sindicalpela vitória alcançada!

O presidente doSINPROFAR, ÁlvaroNascimento Filho,festejou: “Trata-se deuma grande conquistadesses trabalhadoresabnegados, que merecemnosso respeito pelacompetência com queexercem suas funções”.

O sorteado com uma cafeteira elétrica, Franciscode Souza, matrícula nº 282 no SINPROVESP,vibrou quando recebeu o brinde de Sérgio.

O presidente doSINPROVESP,Sérgio Alves,recepcionou comsimpatia os “velhi-nhos” como elecarinhosamente serefere aos colegasaposentados.

O ESTA

O, Porto Velho :: 14.06.2005Rondônia

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Fórum Sindical dos Trabalhadores :: Rio de JaneiroPlenárias estaduais do FST-RJ continuam a todo vaporOs encontros pelo interior do Estado, organizados pela coordenação do FST-RJ, além de aglutinar e mobilizar sindicalistas e trabalhadores de diversas categoriaschamam a atenção para o perigo da Reforma Sindical que o Governo deseja aprovar no Congresso Nacional. A reportagem do Jornal da FENAVENPROdocumentou as plenárias. Confira:

Os sindicalistas que lotaram o auditório da AssociaçãoComercial, Industrial, Agropastoril de Volta Redonda, abrirama Plenária cantando o Hino Nacional.

O presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Vol-ta Redonda, Sérgio de Araújo Montenegro, lamentou:“Esta Reforma que o Governo quer é para destruir o traba-lhador, especialmente o servidor público municipal. Há noveanos aqui em Volta Redonda que mais de 11 mil funcioná-rios não têm aumento”.

O presidente da Federação dos Contabilistas do Rio, EspíritoSanto e Bahia, Luiz Sérgio da Rosa Lopes, frisou: “A CLTnão foi feita sobre a ética da Carta del Lavoro, sobre a éticade coisa nenhuma e, sim sobre a ética de um Governo quequer criar um mercado interno consumidor. Este Governo éum retrocesso e pelegos são as Centrais que estão na em-boscada dele”, destacou.

“Trabalhei com o Lula como metalúrgico em São Paulo e naépoca ele dava vida aos Sindicatos. Hoje quer massacrar ostrabalhadores tirando os nossos direitos. Temos que derru-bar essa idéia maluca! Deixa os sindicalistas em paz, presi-

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas In-dústrias de Fiação e Tecelagem de Petrópolis, WamiltonReis dos Santos, anfitrião do evento, lembrou que acasa tem história dentro do movimento político domunicípio: “Este auditório foi construído com o dinheiroe suor dos trabalhadores. As portas da nossa entidadeestão sempre abertas às discussões e debates da clas-se trabalhadora”.

O auditório do Sindicato Têxtil em Petrópolis, regiãoser rana, aco lheu s ind ica l is tas que combatem aPEC 369.

Juracy Martins (pres. da Federação dos Empregadosem Estabelecimentos de Saúde RJ e coordenador FST-RJ).“O objetivo das nossas plenárias pelo interior do Estadoé conscient izar os t rabalhadores para a grandeempreitada que ainda vem pela frente. O presidente

dente!”, apelou Adão Manoel Monteiro, presidente do Sin-dicato dos Vigilantes de Volta Redonda.

“Nós, sindicalistas temos por obrigação defender os direitose interesses dos trabalhadores porque fomos eleitos pelaclasse. Por isso estamos aqui para repudiar a PEC 369/05e a proposta indecente do Governo em acabar com o Artigo8º da Constituição”, ressaltou Olimpio Coutinho, diretorda FENAVENPRO.

“Nós, dirigentes sindicais de todo o País temos que nosunir para derrubar essa grande mentira do Governo que é aproposta de Reforma Sindical! Tragam o trabalhador paraengrossar as nossas fileiras e façam com que ele conheçamais as leis trabalhistas”, conclamou José Teixeira,presidente do Sindicato de Hotéis e Similares de VoltaRedonda.

O diretor do Sindicato dos Rodoviários do Rio, SebastiãoJosé da Silva, afirmou: “Não aceitamos a destruição domovimento sindical que ainda garante a sobrevivência dotrabalhador brasileiro. Existe alguma legislação neste País,com a visão social do Sindicato?, indagou o sindicalista.

Volta Redonda: 28 de março

O presidente da Federação dos Trabalhadores emAlimentação, Deuzélio de Oliveira afirmou: “As nossasplenárias pelo interior do Estado contribuem para derrubadada famigerada PEC 369”.

“Não fui eleito para defender o Governo e, sim, para defendera população de trabalhadores que representam esse País”.

A afirmação é do deputado federal, Paulo Baltazar (PSB-RJ). O parlamentar prestigiou o encontro dos sindicalistasem Volta Redonda, município que o elegeu. Ele deixou claroque pertencer a base do Governo não o impede de participardos debates com trabalhadores, que na sua opinião sãoabsolutamente legítimos e fazem parte da democraciabrasileira: “Eu apóio o Governo, mas não para fazer qualquercoisa e qualquer bobagem e, sim, para fazer o melhor porquesou a favor desse País”, complementou.

Baltazar disse ainda que será um soldado ao lado de cadasindicalista: “Os senhores podem ficar tranqüilos que façoisso como um dever cívico e com a certeza que estou fazendoo melhor pelo Brasil e pelos trabalhadores. A Reforma écontra tudo que se defendeu ao longo da história”,acrescentou o deputado.

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da República quer destruir o sindicalismo nacional paradepois acabar com os nossos direitos trabalhistas”.

A representante do PDT e ex-vereadora do município,Renata Padelo, lamentou:“Lula usou a sua condição de ex-sindicalista parachegar ao poder”.

“O maquiavelismo da PEC 369 é tanto que o relatordesignado é um deputado federal do PT e co-autor deuma outra PEC que tramita na Câmara. É o legisladorleg is lando em causa própr ia”, i ron izou OlimpioCoutinho, diretor da FENAVENPRO.

A presidente do Sindicato das Secretárias do Rio,Gerarda de Freitas, frisou que a luta contra a PEC369 precisa da coragem da mulher: “ Em 1857 umgrupo de 100 mulheres têxteis se reuniram em prol dadefesa da redução da jornada de trabalho e como

recompensa pela luta foram queimadas vivas “.

“A nossa Central participou das discussões do Fórumdo Governo por três meses e posso afirmar que Bargase Berzoini são dois caras de pau, cínicos e os maioresmentirosos que eu já conheci”. Leandro Costa, diretorregional da CGTB-RJ.

Luiz Antonio Rodrigues (pres. da Federação daConstrução Civil e diretor da CNTI).“Apelo aos deputados favoráveis aos trabalhadores quevotem contra a PEC 369 porque ela é nojenta e destroea organização sindical brasileira”.

Para o presidente da Federação dos Vigilantes do Rio,Fernando Bandeira , “a Reforma Sindical que oGoverno quer impor aos trabalhadores é um engodopara depois com a Reforma Trabalhista acabar comtodos os direitos conquistados na CLT”.

Petrópolis :: 4 de abril (Fotos: Moysés Correa / Claudio José :: Colaboradores: Maria Helena de Oliveira (Sind. Agentes Autônomos do Rio) e Luiz Edmundo (FENAVENPRO)

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A FENAVENPRO mantem a luta pela rejeição da PEC 369/05 e pelaaprovação do PL 4554/04, elaborado pelo FST, que tramita no Congresso.

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A reunião aconteceu no auditório da Associação Médi-ca de Nova Iguaçu, no centro do município. Os sindica-listas junto à coordenação do FST-RJ, montaram estra-tégias para sensibilizar os vereadores da Baixada, queapresentem Moção de Repúdio contra a PEC 369/05.

O anfitrião do evento, Cláudio Nogueira Nunes, presi-dente do Sindicato dos Trabalhadores em Estabeleci-mentos de Saúde de Nova Iguaçu, agradeceu a presen-ça dos companheiros e aprovou a idéia em levar as ple-nárias do FST-RJ para o interior do Estado do Rio.

“A situação do país é bastante complicada e existe todoum esquema para desestabilizar, desacreditar, dificultar ecomplicar a vida dos trabalhadores através de seus Sindi-catos. Temos que pressionar os parlamentares para a reti-rada desta maldita PEC 369”, afirmou Luiz FernandoNunes, presidente do Sindicato dos Propagandistas deProdutos Farmacêuticos do Rio (SINPROVERJ).

Nova Iguaçu :: 23 de maio É hora da Baixada Fluminense!

O diretor do Sindicato dos Empregados em Estabeleci-mentos de Serviços de Saúde de Nova Iguaçu, JorgeUbiratan Barreto, defendeu a idéia do trabalhador irpara as ruas: “Temos que buscar o que nos pertence: orespeito, a dignidade e o direito por dias melhores evida mais justa”.

“O Lula quer silenciar os trabalhadores e botar uma ca-misa de força e um cabresto nas lideranças de baseporque ele só quer a cúpula negociando e garantindo opróprio Governo. Temos que lutar para que a PEC 369seja destruída no voto!”, apelou Fernando SanchesCascavel, presidente da Federação dos Servidores Mu-nicipais do Rio.

A socióloga Maria Helena Oliveira argumentou: “A Re-forma Sindical que o Governo pretende aprovar nãopassa de uma cortina de fumaça para esconder as gra-ves crises econômica e social que o País enfrenta”.

O diretor do Sindicato dos Empregados em Estabelecimen-tos de Saúde do Rio, João Batista, destacou a presença desindicalistas de todo o País no Seminário em Brasília: Ba-tista afirmou: “A nossa luta vai ser até o fim e vamos man-dar essa PEC 369 para o buraco!”.

“O rolo compressor está aí, mas nós vamos barrar esta Refor-ma Sindical! É uma covardia o que o Governo faz com a classetrabalhadora que depositou seu voto de confiança num presi-dente da República oriundo do movimento sindical”, lamentouJosimar Campos, presidente do Sindicato dos Trabalhadoresnas Indústrias da Construção Civil de Duque de Caxias.

O secretário executivo do FST-RJ, Moysés Correa, avaliouas atividades do FST-Nacional como positivas e ressaltou:“O Seminário em Brasília foi um sucesso e o nosso Fórumesteve muito bem representado com expressivas delegaçõese com a presença de dois deputados federais e um senadordo Rio que assumiram ser contra a PEC 369 e a favor doProjeto 4554 do FST”, festejou Moysés.

O deputado João Mendes de Jesus (PSL) reafir-mou sua convicção de que manter a unidade dosSindicatos deveria ser o objetivo de qualquer mu-dança na legislação. O parlamentar disse ainda queo fim da unicidade sindical pulveriza as entidadese finalizou: “A cada debate que participo fico maisconvencido da necessidade de me engajar na lutado FST contra a PEC 369”.

O presidente do Sindicato dos Comerciários do Rio,Mata Roma, indagou a plenária qual a estruturasindical no mundo que oferece tantos benefíciosao trabalhador como a brasileira e comentou emo-cionado: “Acabar com o sindicalismo no Brasil éacabar com a democracia. Temos que nos unir paraderrubar toda essa cretinice que o Governo fazcontra o trabalhador”.

A deputada Laura Carneiro (PFL) enalteceu a for-ma como o FST-RJ aborda os parlamentares: “Nãoadianta ameaças que político não tem medo dis-so. Acreditamos, sim, no diálogo, como aconte-ceu nesse Seminário, que nos permitiu conhecermelhor o posicionamento dos Sindicatos para po-dermos, juntos travar a luta”, comemorou.

O secretário da CNTC, José Carlos Schulte, ficouexaltado ao afirmar que a intenção do Governo coma PEC 369 é solapar os direitos dos trabalhado-

Painéis em debate

Dissídio Coletivo: Justiça do Trabalho e arbitragemprivadaExpositor: Sérgio Marques (Jurídico FETRAMICO)

Unicidade sindical, pluralidade e Sindicato derivadoExpositor: Sebastião José da Silva (Sind. Mun. Rodoviários)

Custeio compulsório e independência daorganização sindicalExpositor: Moysés Corrêa (sec. executivo do FST-RJ)

Democracia sindical X Partidarização e atrelamentoao EstadoExpositor: Fernando Bandeira (Fed. Est. dos Vigilantes)

18 de abril :: Seminário estadual

“PEC 369/05 é atraso e anarquia”

Foi o tema do Seminário organizado pelo FST-RJ, comparlamentares do Rio para discutir a Reforma Sindical.O encontro realizado na sub-sede da CNTC-Rio, em18 de abril passado durou todo o dia e contou com apresença de quatro deputados federais da bancadado Estado dispostos a derrotar a PEC no CongressoNacional, além de uma vereadora, e dirigentes sindicaisde todo o País, representantes de diversas categoriasde trabalhadores.

O presidente da CSPB, João Domingos, que abriu odebate afirmou: “O Projeto do Governo é imprestável emais uma vez o servidor público altamente discriminado”.O sindicalista reconheceu que a categoria conseguiualguns avanços, mas o direito de greve e o custeio daorganização sindical foram relegados.

res e desorganizar o movimento sindical dandolugar à exploração das multinacionaisl. Schulteadiantou: “Não sou contra o PT porque inclusiveajudei a eleger o presidente da República, mas daforma que o Governo apresentou essa Reformatemos que combatê-la!, sugeriu.

O ex-secretário de Segurança do Estado do Rio,deputado Josias Quintal (PMDB), lembrou quemesmo não sendo membro da Comissão de Tra-balho da Câmara Federal acompanha as audi-ências públicas sobre a Reforma Sindical: “ Comesforço estou presente na defesa da unicidadesindical”.

A vereadora do município do Rio, Cristiane Brasil(PTB) hipotecou solidariedade à luta do FST-RJcontra PEC 369 e colocou seu gabinete na Câma-ra Municipal à disposição dos trabalhadores.

O deputado Roberto Jefferson assumiu o com-promisso com os sindicalistas de que o PTB vota-rá contra a PEC 369, mas frisou que essa atitudenão representa ruptura com o Governo: “O PTB nãopode negar sua história e estou certo que Lulanão cobrará compromisso do Partido com estaReforma que se choca com os nossos princípios etambém dos trabalhadores”, ponderou.

Retirada já da PEC 369/05! Foi o apelo de cerca de 150lideranças sindicais aos parlamentares presentes no Seminário.

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A Justiça do Trabalho no direito degreve e dissídios coletivosO tema em discussão é da competência da Justiça do Trabalho, mas olhamos oque trata da greve (lockout) e dissídios coletivos, em relação ao art. 114, daConstituição Federal, como está na Emenda Constitucional nº 45. Assim, vejamos as interpretações que abrangem movimento articulado (greverotativa), as de origem não colaborativa, tampão, de solidariedade, de gelo,paralisações em geral (ocupação ou ameaça de atingir o local do trabalho),mas a greve abusiva está sujeita sempre, ou no campo coletivo ou individual, aaplicação de penalidade. Nessa competência, está compreendida a amplitude dos conflitos gerados quetenham por base os dissídios coletivos nas ações de representação sindicalentre Sindicatos e trabalhadores, e, ainda, entre Sindicatos e empregadores.Os litígios entre estes últimos são denominados conflitos impróprios; os derelação de empregos, individuais ou coletivos de trabalho, são conhecidos comoconflitos próprios. Para melhor entendimento da matéria, é necessário que sejam classificadosesses conflitos e dentro de suas origens: intersindicais coletivos (legitimidadeou âmbito de representação das categorias); intersindicais não coletivos(Sindicatos: com discussão de filiação ou não filiação de uma entidade sindicalou a uma Federação); intra-sindicais ou internos (em torno de administraçãodos Sindicatos ou entre Sindicatos e associados); extra-sindicais (Sindicatos eterceiros, com pedidos de inscrição do trabalhador ou do empresário na entidaderepresentativa de classe).

Há, também, conflito entre contrato por equipe, existente entre a classetrabalhadora. São ainda os conflitos dissídios individuais que se relacionamcom contribuições (sindical, confederativa, assistencial e dos associados),estando, nesse curso, as previstas em Convenção Coletiva.

J U R Í D I C O

por Wilson do Rego Monteiro, assessor jurídico da FENAVENPRO

Diretores da Uni Américasvisitam SinVendEm visita oficial ao Sindicato dos Vendedores Viajantes no Estado de SãoPaulo, no último dia 26 de abril, o presidente e a secretária-geral adjunta daUni Américas Agentes Viajeros, respectivamente Luis Carlos Cejas e MariaLuisa Fernandez, selaram laços de amizade com companheiros brasileiros econsolidaram um sindicalismo forte e sem fronteiras.

Internacional

O presidente do Sindicato dos Propagandistas e Vendedores de ProdutosFarmacêuticos, Paulo Abdalah, companheiro de muitas lutas do presidenteda República desde a fundação do PT, acompanhado de Edson Pinto, OlimpioCoutinho e Ayrton de Almeida, respectivamente presidente e diretores daFENAVENPRO, entregou ao ministro das Cidades, Olívio Dutra, uma carta dirigidaa Luiz Inácio Lula da Silva.

O texto destaca que a Reforma Sindical patrocinada pelo Governo, “impedeque os trabalhadores tenham vez e voz e destroe os direitos conquistados aduras penas pelos Sindicatos nestes 50 anos, instalando em seu lugar ocaos total”.

O texto diz ainda que companheiros e correligionários de Lula não acham justoque assessores e conselheiros do presidente, desavisados e mal intencionados,“de uma penada só, desmantelem a organização sindical dos trabalhadores,como brincadeira de criança”. Abdalah pede para que Lula analise a matériacomo fazia nos tempos em que era sindicalista e ajudou a fundar o PT, um dosmaiores Partidos brasileiros.

Os argumentos de Abdalah ao presidente Lula, ultrapassam a relação deamizade entre os dois e envolvem milhões de brasileiros. Diz o texto: “nãopermitir que a sua vida e a sua obra sejam jogadas no acaso, no esquecimento,ou, o que é pior, que seja lembrado como o único presidente, que emborasindicalista, permitiu a destruição da organização sindical colocando no lugarum sistema que se prenuncia caótico, confuso, sem representação, comalijamento das categorias diferenciadas”.

Nota da redação: O presidente da República acusou o recebimento da cartaem 26/04 e prometeu encaminha-la à Coordenação Política do Governo paraanálise e eventuais providências.

“Todos nóssabemos que aReforma Sindicalé um sonhoantigodo PT e dopresidente Lula”

O ministro Olívio Dutra, ao lado do secretário de relações do trabalho, Oswaldo Bargas,ponderou: “A Reforma Sindical só será aprovada após ser discutida exaustivamente”.

Delegação da FENAVENPRO alertaao presidente Lula sobre perigosda Reforma Sindical

Edson, Amílcar(diretor do SinVend),

Maria Luisa e Cejascaminham pela Colônia de

Férias do SinVend, emPraia Grande, litoral

paulista. Os visitantesficaram encantados com abeleza e a infra-estrutura

da área de lazer.

O diretor da FENAVENPRO,Olimpio Coutinho e Cejas,observam a placarepresentativa oferecidapelos companheiros daUni Américas AgentesViajeros ao presidente daFENAVENPRO e doSinVend, Edson Pinto,em prol do sindicalismobrasileiro.

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11abril : maio 2005 | ano 10 | no 36

Posse

A afirmação do presidente do Sindicato dos Propagandistas, Propagandistas Vendedores de ProdutosFarmacêuticos no Estado do Rio Grande do Sul, Paulo Abdlah, arrancou aplausos dos cerca de 100convidados entre associados, familiares e amigos, que participaram no último dia seis de maio, da solenidadede posse da nova diretoria do SINPROVERGS. Abdalah em seu discurso salientou: “Não será a cúpula deuma Central Sindical, distante da realidade dos trabalhadores, que irá lutar como os Sindicatos nos dissídiosdas categorias que representam”.

Perplexo com o rumo dos acontecimentos no que tange a Reforma Sindical proposta pelo PT, Partido queAbdalah ajudou a fundar, o sindicalista não poupou críticas ao Governo: “Iniciamos nossa luta contra essaReforma em julho do ano passado quando levamos pessoalmente, por escrito, nossas sugestões aopresidente Lula, de cuja amizade desfrutamos, porém ela não nos impede que dele discordemos”, enfatizou.

Abdalah frisou que nessa luta onde se coloca frontalmente contra, tem ao seu lado toda a integridade dadiretoria do SINPROVERGS e uma plêiade de valorosos lutadores. Entre eles citou: “Edson, esse guerreiroincansável, auxiliado por Coutinho, amigo e companheiro”, desabafou o sindicalista.

“Erra o meu Partido, erra a CUT, erram todos aqueles que pretendemextinguir as categorias diferenciadas como a nossa”.

Diretores do SINPROVERGS eleitos para o mandato 2005/2009.

FENAVENPRO elogiaatuação de AbdalahO presidente da FENAVENPRO, Edson RibeiroPinto, após a entrega das credenciais aos novosdiretores do SINPROVERGS elogiou a atuação docompanheiro Abdalah. Em nome dos 28 Sindicatosfiliados à entidade, desejou aos novos diretores umagestão profícua: “Parabéns aos senhores que vãoservir a uma categoria extraordinária e ao nossoFiliado gaúcho que é conduzido com muita maestriae experiência pelo Paulo que consideramos umreferencial para o sindicalismo brasileiro”.

O salão de festas deuma Churrascaria nobairro São Geraldo, emPorto Alegre, acolheuos convidados queprestigiaram os novosdiretores doSINPROVERGS.

Homenagem a ex-diretores do SINPROVERGSO SINPROVERGS ofereceu uma placa comemorativa aos companheiros que contribuíram em prol dos propagandistas de produtos farmacêuticos gaúchos.

Anacleto Dorotéo Severo Medeiros Darci D Ávila Gerson Farina Sidney Augusto Moreira Walter Gama Latuada

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Reportagem Exclusiva

FST promove Seminário Nacional contra a PEC 369/05A coordenação do Fórum Sindical dos Trabalhadores realizouum “Seminário Nacional contra a PEC 369/05”, que tratada Reforma Sindical, no auditório da Sede da ConfederaçãoNacional de Trabalhadores no Comércio (CNTC), em Brasília,nos dias 18 e 19 de maio.

O encontro contou com a presença de centenas de sindicalistasrepresentantes de Confederações, Federações, Sindicatos eCentrais de trabalhadores, dois senadores e 10 deputadosfederais, que ganharam de brinde a camiseta do FST. Osobjetivos da mobilização foi montar estratégias para a derrubadada PEC apresentada pelo Governo que tramita no CongressoNacional, orientar os participantes sobre o PL 4554/04, deco-autoria do deputado federal Sérgio Miranda (PcdoB-MG),além de discutir alternativas contra o desemprego e as péssimascondições de trabalho.

Em todos os discursos predominaram as críticas a PEC 369 eelogios ao PL 4554/04. Durante o evento a coordenação doFST lançou a proposta de organização da “Marcha dos 50mil” pela regulamentação do art. 8º da Constituição Federal.

A reportagem do Jornal da FENAVENPRO registrou o encontro.Confira:

Representantes da CNTC, CONTRATUH, CGTB, CAT,CNTA, CONTEEC, USI, CGT, CSPB, CCT, CNTT eCNPL compuseram a mesa que dirigiu ostrabalhos.

O evento teve início após a plenária cantar oHino Nacional.

A abertura do evento ficoupor conta do presidente da

CNTC (comércio), Antonio deAlmeida, que afirmou: “Há

mais de dez anos que a nossaConfederação luta a favor da

redução da jornada detrabalho e combate o

desemprego”. Quanto aoprojeto do FST, Almeida

frisou: “O PL 4554 libertará aorganização sindical das

garras do Estado”.

“O ato de 25 demarço do ano

passado, aqui emBrasília, foi um

sucesso e mostrou aoGoverno e a sociedade

que o movimentosindical está unido”,

lembrou MoacirRoberto Tesch,

presidente daCONTRATUH (turismo

e hotelaria).

18 de maio

Lideranças sindicais de vários pontos do paíslotaram o auditório da CNTC e acompanharamos debates sobre a Reforma Sindical

1o Painel

Política econômica:desemprego e jornada de trabalho

Palestrantes:

Para o senador PauloPaim (PT-RS) a adoção doturno de seis horas detrabalho é uma alternativapara o desemprego edefendeu o projeto de suaautoria: “Acredito que o PL104/05 que dispõe sobrea redução da jornada detrabalho, sem redução desalários promove o plenoemprego em curto prazo”.

O senador Marcelo Crivela(PL-RJ), presidente da Frente Parlamentar do PlenoEmprego no Senado e relator do projeto do senadorPaim (104/05), comentou que já deu seu parecerfavorável. Ele criticou a conjuntura social, política ecultural do país, falou da má distribuição de renda e

2o Painel

Seguridade Social (MP 242)Palestrantes:

A deputada JandiraFeghali (PcdoB-RJ)opinou sobre a MP232: “O Governo parafazer uma política per-versa com o mundodo trabalho tenta que-brar as pernas dosindicalismo, masessa Medida que ferea Constituição Nacio-

nal e dificulta o direito dos trabalhadores não tem condi-ção de ser aprovada no Congresso, devido as pressõesdo movimento sindical e de alguns parlamentares”.

“Sindicalistas, mobi-lizem-se para deter aMP 232, que acabacom o auxílio-doen-ça”. O apelo foi dodeputado ArnaldoFaria de Sá (PTB-SP). Ao se referir aPEC 369 o parla-mentar lembrou aos

líderes sindicais: “Vocês devem buscar apoio juntoao presidente da Câmara para que ele impeça avotação dessa PEC e mude seus relatores”, quesegundo Arnaldo trata-se de “jogo marcado”.

defendeu a redução da jornada: “Só assim o traba-lhador brasileiro que precisa de qualificação será

favorecido”.

Ao receber a camisetado FST do presidenteda CNTTT (transportesterrestres), OmarJosé Gomes, Crivelafoi mais além: “Paraa elite brasileira quemanipula o povo de-

sarticulado um ex-escravo é um ótimo capataz”.

Para o deputado DanielAlmeida (PcdoB-BA) a re-dução da jornada além deaumentar a oferta de em-prego favorece o trabalha-dor: “Ele passa a ter maistempo para investir na suaformação profissional epessoal”. O parlamentar éa favor do projeto do FSTe contra a Proposta doGoverno: “Esta PEC trazmais retrocesso do queavanços”.

O deputado MarceloBarbieri agradeceu acamiseta do FST ofe-recida pelo presiden-te da CGTB, AntonioNeto, e frisou que oPMDB se posicionoucontra a PEC 369.Para ele a posiçãomais acertada cons-ta no Projeto enca-

beçado pelo deputado Sérgio Miranda: “O PL4554 possibilitará a regulamentação do art. 8o

da Constituição, ponto fundamental que devemosdefender para atacar as mudanças impostas noprojeto do FNT”.

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por Tania Maria de Oliveira, assessora de comunicação da FENAVENPRO. Colaboração: Elizabeth Mourão (FENAVENPRO)

No segundo dia do Seminário o auditório da CNTCpermaneceu lotado de dirigentes sindicais atentosa exposição dos palestrantes.

4º PainelTramitação no Congresso doPL 4554/04 e da PEC 369/04

Palestrantes:

Para o co-autor do PL 4554/04 que regulamenta oart. 8º da CF, deputado Sérgio Miranda (PCdoB-MG),a aprovação do Projeto é viável, mas, para isso a PEC369 deve ser derrotada. O parlamentar não tem dúvi-

3o Painel

Congresso Nacionale as Reformas

Palestrantes:

Ovacionado pelaplatéia ao decla-mar seu poema“O Voto e o Pão”,Alceu Collares(PDT-RS) disseque a ReformaSindical propostapelo Governo éuma agressãoaos sindicalistasque e legeram

presidente da República e comentou sobre o proje-to do FST: “Esse projeto é infinitamente melhor queo do FNT”. O aliado do trabalhador mais uma vezdefendeu a CLT: “É a grande defensora do trabalha-dor ao contrário da Carta Del Lavoro que submete oempregado à vontade patronal”.

O deputadoJosias Quintal(PMDB-RJ) sali-entou que a atualestrutura sindicalé resul tado deuma luta históri-ca e aconselhouas lideranças sin-dicais: “É precisoque vocês se mo-v imentem no

Congresso Nacional e busquem alianças parlamen-tares em defesa do projeto do FST”.

O deputado Babá(PSOL-PA) incon-formado com as“trapalhadas” doGoverno acusouLula de levar oPaís a uma dasmais graves cri-ses econômicasjá vividas ao lon-go da história. Op a r l a m e n t a r

relembrou as lutas enfrentadas junto ao PT e a CUTem prol do trabalhador e alertou: “Companheiros, opior está por vir, é o ataque econômico que emperrao desenvolvimento nacional e afeta o trabalhador”.Babá conclamou à plenária: “Todos os setores de-vem se unir para derrotar essa PEC e não emendá-la”, finalizou.

A afirmação é de João Manoel,diretor do SIVEVI - Sindicatodos Vendedores Viajantes doComércio no Estado do RioGrande do Sul, F i l iado aFENAVENPRO. O sindicalistaelogiou o trabalho da CNTC jun-to as Federações e Sindicatosfiliados na mobilização dentrodo Congresso Nacional contra aPEC 369. Quanto a compara-ção da CLT à Carta Del Lavoro

19 de maio

Delegação daFENAVENPRO,junto aodeputadoSérgioMiranda,(terno escuro),foi até Brasílialevar o seuapoio aoco-autor doProjeto quedefende otrabalhador.

FENAVENPRO na luta peloprojeto do FST

“A luta continuanão podemos desanimar”

da que o Governo vai enfrentar mui-tas resistências para aprovar a suaProposta, inclusive do próprio PT:“Essa Reforma Sindical que o Gover-no deseja é um retrocesso. Ela en-fraquece os Sindicatos, permite ainterferência do Estado na organiza-ção dos trabalhadores, inviabiliza odissídio e restringe o direito de greve”.Miranda ressaltou que a pressão dostrabalhadores é fundamental para ven-cer essa batalha no Congresso.

O relator do PL 4554/04, deputadoTarcísio Zimmermann (PT-RS), re-conheceu que o Projeto do Governoprecisa de alguns acertos, mas queos pontos discordantes dentro do mo-vimento sindical estão abertos à ne-gociação: “O projeto do Governo tam-bém regulamenta o art.8º. Não acha-mos correto alterá-lo porque vai pre-judicar o trabalhador”, argumentou. Segundo ele umareforma só deve ser feita com o consenso entre traba-lhadores e sociedade e complementou: “O que nãoaconteceu com a proposta de Reforma Sindical quenão contemplou os anseios da classe trabalhadora”.

feita por algumas pessoas Joãoavaliou: “ É uma inconseqüência. ACLT é fruto de mais de 60 anos deconquistas trabalhistas promovidaspela classe trabalhadora enquanto aCarta é puramente fascista”.

O deputado Milton Cardias (PTB-RS)se colocou à disposição do FST e afir-mou: “O meu Partido apóia a luta dostrabalhadores contra a proposta deReforma Sindical do Governo”.

S IMNÃO

ao PL 4554/04

a PEC 369/05

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A pedido do senador Paulo Paim (PT-RS), o SenadoFederal realizou no último dia 2 de maio, SessãoSolene em homenagem aos trabalhadores.

No Ato em Comemoração ao Dia do Trabalhador,que contou com a presença de vários senadores elideranças sindicais, Paim fez um apelo para que ogoverno retirasse de pauta a PEC da ReformaSindical: “Nós não queremos esta Reforma Sindicalapresentada, diriam inúmeras Confederações,Federações, S indicatos e Associações deTrabalhadores e até algumas Centrais. Se ela não éboa para nossa organização, então, nos façam estahomenagem”, pediu o senador.

O FST levou mais de 500 convidados que lotaram o plenárioda Comissão e duas salas anexas, onde através de um telãoacompanharam os debates.

Paim promove no Senado debatesobre redução da Jornada de Trabalho

1o de maioDia do TrabalhadorNão a PEC 369/05!Palavra de ordemnas manifestaçõesem homenagem aoDia do Trabalhador

Empresários, representantes de Confederações detrabalhadores integrantes do FST, e de Centrais (CUT,CGT, CAT, CGT e CGTB), em audiência pública naComissão de Assuntos Sociais do Senado Federal, nodia 18 de maio passado, debateram o projeto de leinº 104/05 do senador Paulo Paim (PT-RS) “que dispõesobre a redução da jornada de trabalho, sem reduçãode salários, com o objetivo de promover o PlenoEmprego em curto prazo”. O tema em questão foi àredução da jornada de trabalho de 44 horas semanaispara 36 horas, sem redução de salário.

Experiência positivaO presidente da BS Colway Pneus, de Curitiba,Francisco Simeão, em sua palestra, apresentou umvídeo institucional da empresa e disse que já adotoua jornada de trabalho para os seus empregados emquatro turnos diários de seis horas. Simeãocomentou os resultados positivos ao longo dos cincoanos de implantação do modelo: “A experiência alémde ser um sucesso, gerou novos empregos,proporcionou qualidade de vida aos funcionários quetrabalham satisfeitos e, conseqüentemente, aempresa obtém lucros”.

O empresário afirmou ainda que a experiência é boa,mas deve ser aderida voluntariamente e não impostapelo Governo. Simeão acredita o que dificulta aosdemais empresários aderirem a proposta é o pesoda carga tributária, mas foi otimista: “Para tudo existeuma solução”.

Já o diretor da FIESP, Roberto Ferraiolo, nãoconcordou com os demais palestrantes “que a reduçãoda jornada de trabalho gera empregos”: “O que geraemprego é desenvolvimento econômico”, mas dividiua idéia com Simeão na questão da carga tributária:“É impossível falar em solução para o desemprego comeste peso sobre as nossas costas”, lamentou.

O secretário geral da CNTC, José Carlos Schulte,salientou que para a implantação da tão sonhadaredução de jornada é necessário também modificara legislação das horas extras e do banco de horas,caso contrário segundo ele “não se conseguirá aredução do desemprego”.

“A redução de jornada é um caminhopara o desenvolvimento”

Delegação daFENAVENPRO aplaudiuiniciativa do senadorPaulo Paim, autor doprojeto que promove oPleno Emprego, emcurto prazo, atravésda redução da jornadade trabalho, semredução de salários.

FENAVENPRO junto com Paimem defesa da redução de jornada

Componentes da mesa: À esq: Francisco Simeão(BS Colway Pneus);senador Antonio CarlosValadares (PSB-SE) -pres. da CAS; senador PauloPaim e Roberto Ferraiolo(diretor FIESP).

O senador Paim, entre os representantes daFENAVENPRO, Paulo Guardalupe (SINDVENDAS -Goiás) e Luiz Edmundo (SINPROVERJ -Rio),defendeu além da retirada da PEC, a criação de umaComissão mista para discutir a proposta de reajustepermanente do salário mínimo, aposentadoriasdignas e a retomada do emprego com redução dejornada para seis horas diárias.

Centenas de representantes de trabalhadores eparlamentares lotaram o Plenário do Senado Federal paraapoiar o movimento contra a PEC 369/05.

DANIEL DE OLIVEIRA

ARQUIVO SINDVENDAS

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Funcionários da FENAVENPROdefendem a CLT

Passeata no Rio reúnemilhares de trabalhadores contra a PEC 369/05

Mais de três mil trabalhadores e sindicalistas, com faixas, cartazes e carros desom, tomaram conta das ruas do centro do Rio, no último dia 29 de abril, napasseata promovida pelo Fórum Sindical dos Trabalhadores-RJ. O ato públicoem repúdio a PEC 369 teve início na Candelária e término em frente ao TribunalRegional do Trabalho no Castelo.

Jornal O Dia, Extra e a Hora doPovo divulgam passeata do FST-RJ

Nota da redação: O diretor da FENAVENPRO e coordenador do FST-RJ, Olimpio Coutinho, agradece ao presidente do Sindicato dos Trabalhadores nasIndústrias da Construção Civil da Baixada Fluminense, Josimar Campos, pelo carro de som cedido pela entidade para a realização da passeata.

Sindicalistas tocam fogono ministro “Malzoini”Após cantarem o Hino Nacional em repúdio a PEC 369/05, contra a ReformaSindical e pela manutenção dos direitos assegurados na CLT, sindicalistasrealizaram o enterro simbólico do presidente Lula e incendiaram o boneco querepresentava o ministro do Trabalho, “Malzoini”.

Brizola Neto leva o seu apoio aotrabalhador

“Cortejo fúnebre” aplaudido nasruas do Centro do Rio

TRT palco de revoltados sindicalistas

Os funcionários daFENAVENPRO,concentrados naCandelária, defendiamos direitos conquistadospelo trabalhadorbrasileiro que oGoverno Lula, com aReforma Sindical,quer acabar.

Os pedestres quepassavam pela Avenida RioBranco aplaudiram ossindicalistas da construçãocivil de Caxias. Elescarregavam dois caixõescom bonecos,simbolicamenterepresentando aPEC 369/05 e o ministro“Ricardo Berzoini”.

O protesto dossindicalistas, emrepúdio a PEC 369/05e na defesa do art. 8o

da Constituição,terminou na escadariado TRT, onde em1932, na Era Vargas,foi instituída a carteiraprofissional detrabalho.

O vereador Brizola Neto(PDT) questionou a ausência

na manifestação derepresentantes dos Partidos

que dizem lutar pelotrabalhador: “Onde estão asbandeiras do PT, do PcdoB,

do PSB?”, lamentou oparlamentar.

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Seminário “Mudanças e Impasses na Ref“Mudanças e Impasses na Reforma Sindical”reúne Partidos políticos e sindicalistasPara avaliar o novo modelo de estrutura sindical proposto pela PEC da Reforma Sindical, lideranças doPCdoB, PPS, PSB e PV, promoveram no auditório Nereu Ramos da Câmara dos Deputados, na manhãdo dia 14 de abril passado, o Seminário “Mudanças e Impasses na Reforma Sindical”.

Parlamentares e dirigentes sindicais que participaram do encontro defenderam a necessidade demudanças na estrutura sindical brasileira para corrigir distorções e deficiências, de forma a fortalecer aluta dos trabalhadores pelos seus direitos e interesses.

Os líderes do movimento argumentaram ainda que “a PEC 369/05 traz aberrações autoritárias eestabelece a volta do poder intervencionista do Estado nos Sindicatos de trabalhadores”.

1/3 d1/3 do Cono Congressovota convota contra a PEC 369/05PEC 369/05As bancadas do PCdoB, PPS, PDT, PTB, PSB, Prona e PMDB no Congresso já se posicionaram

oficialmente contrários a PEC nº 369/05, que trata da Reforma Sindical do Governo. Com isso 1/

3 do Congresso vota contra o texto produzido pelo Fórum Nacional do Trabalho, em discussão na

Câmara. Juntos estes Partidos representam 199 deputados e 34 senadores, quantidade suficiente

para impor veto à matéria.

Aliado a esse contingente de congressistas, uma expressiva parcela do movimento sindical combate

o texto da Reforma Sindical apresentado pelo FNT. Para o Fórum Sindical dos Trabalhadores a

proposta não foi amplamente debatida com os legítimos representantes dos trabalhadores que

são os Sindicatos de base, além de retroceder na autonomia sindical e no papel do Estado.

A deputadaJandira Feghali

(PCdoB-RJ) aopresidir os

trabalhos poralguns instantes fez

questão de afirmarque seu Partido

é contra aReforma Sindical.

O diretor de Documentaçãodo Diap, Antonio Queiroz,

ao lado do presidente daConttmaf, Severino deAlmeida Filho, expôs o

tema “Estrutura Sindical”,destacando a organização

por ramo de atividade,problemas da terceirização,

organização por local detrabalho, regulamentação dagreve e o financiamento das

entidades.

O representante da Associação Nacional deProcuradores do Trabalho (ANPT),Sebastião Vieira Caixeta, e o advogado e professor,João José Sady, debateram o tema a “A Negociaçãocomo instrumento de solução de conflitos”.Eles trataram do princípio da autonomia privadacoletiva, avaliação do novo modelo de negociação, a solução de conflitos individuais e coletivos, aarbitragem pública e privada, as comissões deconciliação prévia e a boa fé comopontos orientadores da ação sindical.

A juíza doTrabalho, MaraLoguercio, debateu“O novo papel doEstado nasrelações detrabalho” echamou atençãopara os aspectos daproteção dosdireitos dotrabalhador e opapel ordenador daestrutura sindical.

O evento quealcançouresultadospositivoscontou com apresença deparlamentarese diversosrepresentantesde entidadessindicais.