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O AMOR E SEUS FARPADOS!

MARCELO A. D’AMICO

Capa:Marcelo D’Amico eAnna Poulain.

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índice

PrefácioCanção para Ezra Pound (ou Amor Poético)O Gosto de Deus por mim (ou Amor Divino)Os Vapores, as luzes, as vozes... (ou Amor que não se sabe Amar)Permitindo ao se permitir (ou Amor que não se pôde Proibir)Ouça-me bem amor (ou Elegia Silente)Sonâmbulo ao não dormir (ou Amor em Busca)Deixa-me um trago (ou Amor que vira Ódio)meu pé preto – corporal amor tal...Alquimia Dérmica (ou Amor de Paixão)Guanabara (ou poesia tola de amor infantil)Teu tórax troiano (ou Cântico do Amor Tesão)A Distância (ou Amor de Simplicidade)Divagando em Devaneio (ou Amor Simples)Para compor o olhar (ou Amor Sincero)Amor em devaneio (ou Amor Distante)Se o amor pára de respirar (ou Amor de Apnéia)Figura Emotiva (ou Símbolos do Amor)Traição (ou Amor Reverso)A casa do tempo (ou canção de ninar)Canção do amor típico de nós doisPassagem (ou Amor para Além)A luz dos nossos olhos (ou Amor em Segredo)Todos falam (ou Amor de Crença)Viramundo (ou Jovem Amor Atemporal)Na lápide de um herói desconhecidoCousas Estranhas – o Óbvio do AmorConhecer o conhecimento do amorO fraco (ou Amor Errante)Resposta para um amigo (ou Amor de Consciência)Os 39 Mandamentos (Sabedoria de muitas fontes)

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Prefácio

Um sentimento em suas várias facetas. a poesia desvendando tudo acerca do amor,entre todos os seus farpados. As ilusões, desilusões, descobertas, buscas, vivências,experiências, substantivos, adjetivos... Este livro é dedicado para todas as pessoasque amam e para todas que ainda aprendereia amar...

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Canção para Ezra Pound (ou Amor Poético)

Teu cabelo anárquicoDesgrenhado ladeira acimaFaz-me lembrar EinsteinNos brancos da vida.Entender-te dilacera-meAo compor meu olhar de elegia.Sou grávido em tua esfera,Literatura de companhia.Dá-me teus versos soberanos,Transmuta minha perversa apatia,Anarquiza meus valores humanosSangrando em doce euforia.Venta meus olhos sopranos,Agudas janelas da alforria,E jorra-me contemplandoAmor por tua poesia.

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O gosto de Deus por mim (ou Amor Divino)

... E Deus tossiuEm frente a mim.Seu rosto não se viu,Mas seu fonema soou sim.

... E Deus sorriu,Divino, enfim.Sua boca ninguém viu,Mas seu lábio mexeu sim.

... E Deus curtiuMeu canto-clarim.Todos pensam que não conheçoO gosto de Deus por mim,Mas não só o conheçoComo o tenho aqui,Onde nem sempreOs olhos chegam,Onde nem sempreLiteratura clamaOu razão estérilPode amar...

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Os vapores, as luzes, as vozes... (ou Amor que não se sabe Amar)

Podes falar, amar e pensarCom teu corpo material.Podes escrever, compor e cantarCom teu horto desigual,Feito água escorrendo na pele,Saem palavras de ti,Mas como olhar que vida reveleSão as palavras que podem sentir.Tua vida e verdadeNão são tangíveisPor ti,Nem por mim.O corpoMaterialÉ o hortoDesigualNo qual Derramam-seOs vapores,As luzesE as vozes...

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Permitindo ao se permitir (ou Amor que não se pôde Proibir)

O sol derrama em nós as luzes de um porvir,

E como vozes não ecoam sós

Não ouvimos teu surgir.

Ressoa em mim o calor da vida que se faz sentir,

De tudo que já foi dor,

Dos sonhos que posso explodir.

Hoje sou como eu sou, falando assim mesmo de mim:

Livre, leve e despreocupado,

Tranqüilo, inventivo, enfim...

O sol se tornou minha voz, meu calor versando em ti,

Criando, encantando, aquecendo,

Permitindo ao se permitir...

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Ouça-me bem amor (ou Elegia Silente)

Eu, poeta menor deste mundo,Faço-lhes saber que:Creio na força do silêncioMais do que em qualquer dizer.Uma palavra,Uma oração,Uma elegia,Uma nação,Não são maioresNem mais poderososQue o objetoDe minha adoração.O silêncio contémTodas as palavras,Mas não as fala,Contém todas as idéias,Imagens e sonsE somente as partilhaQuando nada buscar.O silêncio tem tudoMesmo parecendo inverso,Tem em si o universo.Preste atenção:Fique em silêncio!

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Sonâmbulo ao não dormir (ou Amor em Busca)

Dourado como não sou,Eldorado aqui soouE retumbou ecoantePelas vozes infindas.

Mais um instante...

Soprou coléricoO medo e o torpor,Suando assim,A anestesia de teu sabor,Flutuando imprecisoFeito vida pingando em mim:

Sou ou não sou enfim?

Ah! Interrogativo pretéritoDa alma que pulula sem fimVersando universosNo incontido desejo,Sabido querer,Que toda esperaEncontra sim...

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Deixa-me um trago (ou Amor que vira Ódio)

CALAtuaIMPÁFIAcorrosivaSILENCIAaDORdeNÃOserFLORIDAmudaTEUmundoMUDAqueEUmudoNÃOfalareiMAIScontigo.BUSCAoAMIGONaSOLIDÃOdeNÃO-ser.SER,NãoCRESCER,éAtuaQUESTÃO.masDEIXA-MEumTRAGOporNAVEGANTEescravoDOarQUEnãoRESPIREI.(silêncio)TALVEZoFIMestejaAQUI...

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meu pé preto - corporal amor tal...

meus pés sujospretos e moribundosfartam-se de um vinhopara desentristecerminhas pernas de gatoconstante ausência de sapatoscom feiúra craquelê.pobres unhas bronze,descasos intempestivosda não-simetriade meu ser.coça os dedos dormidosmãos que também são abrigosda bolsa que escondemeu futuro nascer...plantas cansadas no chão,estes pretos pés de emoçãoescondem sussurrosde dor e escoriação...não gostei de ti,mas aprendi a conviver contigo...

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Alquimia Dérmica (ou Amor de Paixão)

SentadoDorsoEntortadoEncostadoPor não viverVejo teu corpoDesfilandoO passadoDe meu Futuro desejoAinda lhe entreter:Prender-teEm finas cordasPra tua peleFerver;Beber-teViva e mortaEm êxtaseLhe derreter;Sugar-te Em líricas prosasEm universoPra se reler...

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Guanabara (ou poesia tola de amor infantil)

Adoro rimarO azul do céuCom o azul do mar,Para que minha peleUm dia reveleA alquimia de navegar...Guanabara como eraAgora e sempre,Amém.

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Teu tórax troiano (ou Cântico do Amor por Tesão)

Teu tórax troianoGuarda consigoUma corruptelaDo meu olhar.Salta amarelaTua pele morena,Platônico abrigoDo não compartilhar.Tão belo sorrisoOu anjo impreciso,Volúpia do todoPara o todo fartar.

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A Distância (ou Amor de Simplicidade)

Não tenho que me sentir menor,Se outros tentaram parecer assim.Alguns homens nos causam dores terríveisUsando valores completamente humanos.Muitas vezes somos impulsionadosPor sentimentos de rancor e raiva,Fazendo sofrer o próximo.Não devemos tomar para nós a posição de deusesFazendo o que somente cabe a Ele.Temos sim que ter em mente que se sofremos,É porque, de alguma maneira, teríamos de sofrer.Acreditar que passamos por algo sem motivo algumÉ duvidar da perfeição do Universo,E todo aquele que planta dúvidasColherá seus duros frutos,Porque existe sempre alguémEm quem devemos confiar plenamente,Sem medidas, sem sombras de dúvidas.Todo o resto será pura conseqüência de nossos atos.Jamais devemos sentir raiva dos que nos fazem mal,E não importa quão grande possa serO tamanho do sofrimento,Devemos ter em menteQue fizeram o melhor,Mesmo que este melhor seja aquiloQue tanto nos causou dor.Não tenha medo, pois jamais estamos sós.A vida sempre nos dá a oportunidade de aprender,E não perca a oportunidade de obter luz...

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Divagando em devaneio (ou Amor Simples)

Num destes momentos mágicosQue a vida nos propicia: nascemos.Nus, sujos e indefesos,Chegamos neste estranho mundo.Durante a infânciaTemos alegria que uma criançaPode desfrutar,Nas brincadeiras,Nas frases ditas sem querer.Existem aquelasQue não se deliciam em tal sentimento,Mas ainda tristes,Aqueles olhinhos deixam transparecerO doce ar da inocência.As crianças possuemEnergia bela e forte.Mas com o tempo,Vão amadurecendo,E pouco a pouco a inocênciaVai cedendo lugar à malícia,A alegria vai se transformandoEm desconfiança,A tranqüilidade se transforma em cansaço,A esperança se dilui no arE até mesmo a fé perde o seu sentido.Aqueles seres amáveis e dóceisTornam-se adultos de face enrugada,De um olhar extremamente sérioE eternamente pensativoNos problemas que podem afligir a alma.A vida parece perder seus encantos.Quando foi a última vez que sorrimosDesinteressada e verdadeiramente?

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Qual foi o dia em que decidimosAbraçar os amigos que encontrássemos?Qual foi a última vez que demosAlgum presente,Sem que fosse data comemorativa?Quando foi que não pensamosEm ganhar dinheiro e nos preocupamosEm dar o ganho ainda incertoPara quem precisasse?Se formos incapazes de responder,Então está na hora de corrermosAtrás da criança que se perdeuEm algum lugar de nossas vidas,Porque ela certamente precisaDe nosso socorro,E nós também necessitamos do dela.

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Para compor o olhar (ou Amor Sincero)

Sinta apenasMeu suor escorrer,Frio, intenso.Veja o sereno da noite,O luar descontente.Não pode ausentar,Não tente negar.Todo comportamento está escritoE não sigo com ele agora,A vida ensina diferente,Reage com tanta lealdade ao destinoQue não suporto ouvir a alma se negar.O bem que está aqui é tão imortalQuanto o mal que já esteve.Não quer me ver, feche os olhos,Não quer me ouvir, vá embora.Saia daqui, deste sol intenso,Que não vejo mais a noite e o dia,Sinto apenas o calor do ventoCortar a imaginação.E para que tanto?A força que encontroNão tem lugar para fugir,Está aprisionada na memória.Que força estranha é esta,Que não tenho coragem para recusarE não tenho medo de aceitar.Parece que tudo mudou,Tornou-se algo diferente,Distante, impreciso.Não sei do amor, talvez seja amor.Meu olhar já alcançou a distância do seu.Mas não sinto o cheiro da morte

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E nem o começo do fim,

Sinto a vida ouvir a misteriosa batida

Desconcertante do meu coração.

Não sente alívio, não se sente frágil,

Apenas apaixonado.

E se tudo agora ficou

Por conta do que não há resposta,

Respondo eu agora neste instante,

Que minha morte agora precisa

De vida para acontecer.

Sem o sentido do que não senti,

Não vai ser possível medir

Meus esforços para realizar

A caminhada pelo terreno do mundo.

E eu que não queria, acabei compondo,

Sem preparos, o meu amor,

Num simples toque do sol no horizonte

E da lua no ventre do universo.

Meus acasos se transformaram

Em fatos marcantes, passos despercebidos.

E para tanto, outra pergunta,

Se a dor do olhar

Já não conquista nada,

Não é mais preciso.

O fim de tudo está perdido

Neste mar que enfrento,

Labutando com as ondas

O sentimento que desejo sentir

Quando revir-te novamente.

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E para tanto,

Não é preciso perguntar,

Visto o silêncio e ele me transforma,

Falo o silêncio, torno-me senhor do espaço,

E tenho certeza que me ouve

Em qualquer canto do mundo.

E como sei que me entende,

Imagine comigo aquele olhar outra vez,

Para que o tempo ande depressa

E nosso encontro não seja tão demorado,

Ainda que a eternidade argumente,

Quero tornar fato nosso infinito.

E compor a cena do nosso olhar outra vez,

Agora sabendo de tudo o que pode acontecer,

De início a palavra e depois o beijo

Para tornar pública a intenção de amar.

Para calar de vez a ignorância

E classificar como o melhor

Da minha vida este encontro.

Se certeza não há, basta o segredo,

E se a certeza não há de haver,

Basta-nos o olhar,

O nosso único encontro

E nosso melhor recomeço.

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Amor em devaneio (ou Amor Distante)

A distância de mim para o amorÉ a mesma da luz para a sombra.Quanto mais a luz desce sobre mim,Mais a sombra diminui.Quanto mais a luz se põe na minha frente,Mais a sombra se distancia.Mas se a luz se apaga tudo vira sombra.

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Se o amor pára de respirar... (ou Amor de Apnéia)

Hora de questionar!Todo ser que procura,Ambiciona, vive,Questiona,E por isso ama.O que sair,Deve lutar,Porque ama a liberdade.O que entrar,Deve lutar,Porque ama a eternidade.A busca é incompreendida,Mas quem compreende o azul do céu?O amor consegue se estabelecerQuando os que estão por pertoNão deixam de ser respeitados.O amor não é apenas carne,O que fica é alma,Na memória só entra imagem,Não cabe outra.E para preservar a imagemQue é dada por graça,Só mesmo amando.Construindo destino, desejo,Sonho e coragemPara enfrentar a esperança,A dor e o desconhecido.Se o amor pára de respirarNão há quem possa...

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Figura Emotiva (ou Símbolos Do Amor)

Que dor sinto? Não entendo, O que será...Penso que sou amor, E penso tão imperfeito Que me esqueço e sonho. Fui enganado, Levei do tempo outro tempo, Perdi-me entre os intervalos. Não soube aproveitar O que tinha e estava acontecendo. Minha maior natureza Estava se esgotando. Enganei-me. Não sei se devo, talvez não. Meu silêncio ficará? Apaixonei-me, errei com a vida, Acertei com a alma. Tornei-me outra. Uma paisagem diferente, Que tempo nenhum podia mudar. Só o canto poderia, O que estava se escrevendo...E foi difícil, a morte me alcançou, E quando a tive aqui, Perto, Eu desisti. Meu sangue alcançou labaredas, Apagou o temor e desenhou no chãoA indicação de uma nova história. O tempo me deu outro tempo, Sugestionou o esforço E me colocou bem perto

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Das asas do vento.

Lá de cima eu vi

O que não tinha visto.

E por quem a paixão se abriu,

Não importa.

O que ficou de tudo

É o que mais importa.

Não se enganem sobre a paixão,

Vivam a paixão, como eu vivi.

Pode ser que meu erro seja infantil.

Mas agora o que tenho é amor,

A construção mais eficiente

Que Deus edificou.

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Traição (ou Amor Reverso)

Quando ouvi o minuto quebrar, Perguntei aos segundos Se era hora mesmo. A resposta não veio. Assustado com o descontrole Do coração, Aumentei meus esforços Em entender meu significado Diante de tudo.E de repente alcançou, Provocou o sangue, Que brilhante escorria Entre meus olhos. Foi sonho sem explicação. Metade de mim se ausentou, E a outra metade,Pra onde foiEu não sei.Perdi-me no conta-gotas da históriaJorrando em mimMil imagens de uma só vez.Corri para o ventoAbracei o tempoEm que eu eraApenas infante.E mesmo do agora distante,Comecei chorandoMeu choro convulsivo e mudo,Que me revira em profundoE inventivo depreciar.Joguei-me ao chão,Derramando células,Suores e lágrimas,

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E dentre todas

As minhas lástimas,

A mais medonha

Foi querer perdoar...

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A casa do tempo (ou canção de ninar)

Vim de uma casinha simples,Branca germinada,Onde nem tempo nem nadaPodia parar:O que gente sentiaEra sonho delicado, Sonhando feliz.

O tempo passando,Depois de tanta estradaNão via chegada,Nem como parar.A gente errandoFerindo, matandoQuem queríamos amar.

Com alma despedaçadaE choro vertenteNão havia mais genteNem família nem nada.Os sonhos se quebraramEm pedaços tão pequenosQue só faziam sangrar.

Hoje, a casinhaÉ tristeza da gente,Que vivia contente,Que falava e cantava.O tempo marcou demaisCom sua própria facaNosso velho amor.

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Canção do amor típico de nós dois

Digo nomes certosFinjo ser espertoE me esclareçoCom a luz do sol.

Nas cores abertasVejo tuas pernasCheias deTanto amor meu.

Lua mármoreFeito árvoreAbriga mesmoNossos corpos nus.

Um ar celesteMe invade a lesteFeito luz do solDe um beijo teu.

Para ter certeza do amorBasta um abraço em você, e sem saberQue seja por tudo o que forEstaremos juntos meu amor.

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Passagem (ou Amor Para Além)

Do corpoO que restará?Teus lares, teus vícios, sermões,O que restará?De teu ouro, teu couro, jóias, ilusões,O que restará?

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A luz dos nossos olhos (ou Amor em Segredo)

Vejo a luz das estrelas,Tênue semelhança,Com a luz dos nossos olhos; Quando surgem sorrindo De face demonstrandoPaz e tranqüilidade. Do infinito circular de nossa íris, De cores e mistérios, Vê-se uma luz: De onde vem não se sabe; Se realmente existe, Ninguém poderia dizer. Mas está no olhar. Quando a alma nutre-se De amor e paz, Acaba por transbordar O que acreditamos Ser a luz do olhar. Mas quanto amorÉ necessário para brilhar Os olhinhos apagados De quem carece tanto? Um ínfimo segundo De compreensão Seria capaz? Não importa quem pode amar, Mas como pode. Mais do que isso, Essencial é saber Quantos pode amar. Imagine que a alma Possua uma cor ou várias. Imagine.

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Que cores seriam? O tamanho da almaNão menospreze, E dê à sua alma Dimensões infinitas... Se fosse delimitado, Não seria alma,Seria corpo. Imagine alma Tão grande quanto Infinito firmamento. Um a um, Ponto a ponto, Coloque no céu da alma Pessoas que ama, Cada uma Uma estrela. Enfeite o céu. Não importa Se vivem ao lado Ou longe. AlgumasVão brilhar Mais que outras. Faça sem medo De olhar o firmamento. Cada estrela ao colocar, Perceba como está Com as outras. Quando acabar, Note quantas brilham por ti. Se podes contá-las Com os dedos das mãos, Ou se tantas Levariam o infinito

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Para contadas ser. Teu céu estará completo Quando estas Definitivamente forem Impossíveis de contar. Não esqueça: No céu falta uma luz, Sol interior, Luz do teu amor, Alimentando as outras Com intensidade.Quase impossível Descrever tamanho espetáculo. Lembre-se, Quando teu sol apagar, Haverá milhões de estrelas Brilhando céu, Devolvendo pra ti A luz do amor queUm dia irradiou.Por mais longa Que pareça a noite, Ela sempre cederá lugar Para o amanhecer. O dia e a noite tem seus encantos, E cada um tem um lugar.Mas o segredoDa vidaEstá no brilhoDo olhar.

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Todos falam (ou Amor de Crença)

Todos falaram de tiE tentaram revelarTua intimidade.Todos pensam conhecer-teAo jurar saber tuas verdades.Dizem sofrer por ti,Por tua ausência aparenteOu presente incompreensão.Muitos lhe negam ouvir,Mas sem ti,Não há existênciaQue possa existir, não...Não há beijoPara ser beijado,Nem aperto de mãoPara ser sentido.Não há olhar reveladoNem revelação para luzir.Não há carinhoAcariciadoNem afago para esculpir.Todos falam de ti,Mas nem todos sabemQuem estou a ungir...

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Viramundo (ou Jovem Amor Atemporal)

Nasceu no ventoOnde céu podia girar.Cresceu calmo recebendoTudo que queria evitar.Criou asas, voou a tempo,De aprender a ressuscitar.Se cantava, sentia o mundoE jamais poderia parar.Tinha sonhos, respiravaCom o pulso a sangrar.Tinha os olhos voltadosPara quem podia amar.Chorava universoQuando não podia tentar.Mas tentava e entendia:Nem todos podem enxergar.Viramundo soube atar num segundo,Suas mãos atentas.Quem lhe dera Se a hipocrisia calasse,Aquilo que seu Rock errou.Viramundo pisou fundoNos corações pagãos e ateus.Tinha ódio do dinheiroE dos tempos serenos de adeus.Era diferenteMas não podia salvar os seus.Principalmente seImpediam seu canto plebeu.Fosse quem fosse, o que quisesse,Quem aqui pode julgar...Palavras, histórias:Tinha o mundo para mudar..

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Cantava pela vida,Pelo punho a pulsar.Vivia pela certezaQue a ignorância pode findar.Viramundo, noutro tempo,Soube soltarSuas mãos sedentas...Quem tivera melhor Chance de alterarEste rock n' roll...

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Na lápide de um herói desconhecido

Delicadamente com dedos velhos,Busco entender a física, a metafísica,Busco sangrar sonhosPor qualquer medida, e logo desisto,De ficar parado, estacionado,Olhando o mundo girar.Eu sei, quando choro, eu choro,Quando rio, eu rio com a força das águas,E brindo as estrelas com a força dos ventos,Me perco na vida com a força da morte,Busco entender a morte com a força da vida,Amo com a força dos pulsos,E grito, e penso, e me reviro,Em mim mesmo,Dentro de meu ser...Não busco mais ser compreendido,Nem mesmo penso ser amado.Não penso na realidade das coisas,Ou em minha própria realidade...Me conformo em ser Dom Quixote,Ou até mesmo um Dom Pixote,Mendigando migalhas de teu pão.Ainda me emociono com pequenas coisas,Com um cigarro aceso,Um copo de bebida pra ferver o sangue,E por vezes penso na morte,Penso em como certas cousas poderiam morrer,E chego mesmo a sentir prazer...Minha vida é baseada em duas contrárias:Espiritualidade e prazer...Sou assim mesmo...Incompreensível,Amável, admirável,

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Mas incompreensível...E sigo voando feito pássaro, por aí...Não tente me dizer o que fazer,Minha beleza está em falar da vidaCultuando a morte,Em viver morrendo,Morrer vivendo,Acreditando sempre,E acreditando:Algo vai acontecer.Ser justo comigo, pelo menos uma vez...Em morte, em vida...Sei lá,Justiça...

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Cousas estranhas - O Óbvio do Amor

Um homem ferido pode curar lágrimasPorque cousas estranhas acontecem.O mundo nos afasta dos sonhos,Machuca corações.Homens não se importam,Querem defender seu minúsculo clã.Não precisamos de religião,Não precisamos de mais amor,Não precisamos de datas,Comemorações, convenções.Precisamos ficar em silêncio.Precisamos mais de silêncio que de amigos,Abraços, palavras.O silêncio é uma divindadePara quem ama a paz,Faz com a imbecilidadeO que nenhuma palavra faz.Tudo que compartilhamos,Mostramos ou falamosTorna-se nosso próprio ser,Nossa própria alma.Buscamos sempre qualquer cousaQue nos faça rir, qualquer diversão,Porque um espelho perdido num casteloRepentinamente pode nos mostrar sua feição.Não temos compromisso com a verdade,Com os sonhos.Temos medo da sinceridadePorque ela fereNosso semblante risonho.Somos engraçadinhos,Um tanto quanto “cults”,Com aparelhos novinhos

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E diplomas de Dante.Um homem pode secar mágoasEm qualquer nota de alaúde.Pode transbordar águasEm qualquer fonte de juventude.Um homem só não deveriaSugar amigos ou parceiros.Qual sentimento comprariasCom qualquer nota de teu mísero dinheiro?Um homem deveria ser humano,Curar as feridas sob a luz da coragem,E não jogar sua medíocre vidaPor cima de quem está só de passagem.Quando a nudez verdadeiraSe deitar em nossa camaNão haverá quem, de forma derradeira,Não dirás que te ama.Toda a estética deve ser castigada,Toda a falsidade, ignorada.Porque só me procurasQuando de mim precisastes?Onde está a amizadeQue tanto propagaste?Ou só te aproximastePorque sou amigoDaquele que lhe cora a face?Um homem pode suportar a dor,Mas quão difícil tem sido apagarmos da almaOs dias de terror, de choro,Onde faltou amor, faltou verdade,Faltou decoro.Ainda há muita genteQue não se importaráEm lhe afogar mais...

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Conhecer o conhecimento do amor

O conhecimento nos traz verdadeiro medo,Visto que o conhecer real de tudo abala Profundamente a estrutura das tradições, Das convicções, do pensamento adquirido; Conhecer é mudar a vida.

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O fraco (ou Amor Errante)

A imagem do fraco perpetua-seMuito mais na mente humanaDo que qualquer beleza Que você possa vir a ter...

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Resposta para um amigo (ou Amor de Consciência)

Perdoar é ter a certezaDe que neste mundoNada é absoluto e, portanto,Nada pode ser tão importanteA ponto de merecer serCarregado para sempre em nossas vidas.Perdoar é ter a certezaDe que o mais importanteÉ carregar em si apenas a leveza.Com o tempo deixamosQue a vida nos faça amargo,Por ouvirmos pessoas de pouco coração,Por acreditarmos em promessasDe não-razão,Por amarmos aos outrosCom todo o egoísmo,Por deixarmos pessoas pequenasOcuparem lugares importantes demais.Pelos enganos cometidos,Pelos dias preciosos que deixamos passar,Pela verdade que deixamos de dizer,Pela gentileza que não deixamos transbordarÉ que precisamos rir à toa mesmo,De nossa própria inocênciaDe termos esquecido o quãoRelativas são as coisas deste mundo,É quão absoluto é Deus.Nesta vida, somente vale SER,Mas não o que os outros lhe pedem,E sim seu autêntico SER.Não me importo com pessoasQue vendem sonhos e sentimentosPor uma “vida” social

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Aparentemente melhor.Não me importo com títulos, honrarias,Diplomas e pseudo-sabedorias,E tão pouco com quemReconhece valor nestas coisinhas,Porque estas não SÃO,Apenas ESTÃO assim.São covardes,E como todo covarde,Sonha em derrubar os fortesPara ter um mundoTão pequeno quanto o seu.Por mais que os pensamentosQueiram dizer o contrário,Meu coração puro e forteSabe que não há do que se arrepender,Vivendo num mundoDe cousas relativas.Tudo é experimentação,E sendo assim, o que chamam redenção,É apenas estado de consciência.Onde estiver sua consciência e coraçãoRepousará sua redenção.Todos os caminhosDesse mundo são simples.Simples não é fácil.Simples não é difícil.Simplicidade não traz em siGraus de dificuldade.Tudo depende apenasDo tipo de complicaçãoQue lhe aplicamos.A vida é simples e belaComo água caindoNuma tarde amarela.

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Dormindo, Nosso espírito,Livre corpo,Foge para lugares onde quer ir,Para resolver cousasQue nossas mentes estúpidasNão deixam resolver aqui.Dormindo somos livres.Acordados somos idiotas.A verdade está na liberdade.Estupidez é querer aprisionar:A gaivota sabe onde ir,Sabe o que fazer;E para isso basta apenas dormir,E SER em plenitudeTudo aquilo que acordadoPodemos apenas fingir.Se a gaivota rasga céusE fulgurante voaEm direção ao amor,É porque em liberdadeSó sabe amar;Em liberdade,Não sabe mentir.A gaivota não sabe como parar de lutarPelas cousas que não para de sentir.Enquanto a mente humanaVê o fogo da destruição em sua casa,A gaivota sabe que nadaPode realmente destruir sua morada.Deixe-a viver no céuO que ainda não podemos reviver aqui.

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Os 39 mandamentos (Sabedoria de muitas fontes)

1.Não me ofendo com atos alheios.2.Não modifico minha vida pela opinião dos outros.3.Não me abalo com as decisões de ninguém.4.Sei que cada caminho é único.5.Não me sensibilizo diante de promessas.6.Não brilho os olhos diante do poder aparente dos outros.7.Sei que cada justificativa traz consigo um erro a ser encoberto.8.Tudo é lícito, mas nem tudo convém.9.Posso representar grandes atos mas sou eu mesmo diante de pequenos detalhes.10.Busco o lado bom das coisas más e o lado mal das coisas boas.11.Observo e fico em silêncio sempre que possível.12.Maldade significa ignorância diante de um conhecimento maior.13.Todos os caminhos são iguais, a única diferença é qual deles tem amor.14.Sentimento sem razão é igual razão sem sentimento.15.É preferível ser humilhado a humilhar.16.Não espero que ninguém faça nada por mim, assim sou feliz.17.Existem dois conhecimentos: o imutável serve a Deus, e o modificado ao ego.18.Nenhuma doutrina séria presta-se a apontar erros ou modificar aos outros.19.O mundo não precisa de mudanças. Eu preciso mudar.20.O carisma não se mostra pelo poder, mas sim pelo respeito.21.O maior exercício da liberdade é o respeito.22.Amar ao próximo não é dar-lhe o que me convém.23.Nada que eu segure será meu. Tudo que eu liberto o será.24.Só posso dar aquilo que realmente tenho.25.Todo riso traz consigo a sombra de uma lágrima.26.Toda lágrima traz consigo o brilho de um sorriso.27.Falar é uma falácia. Apenas sentir, pensar e agir é verdadeiro.28.Amor e medo são as origens de todos os sentimentos.

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29.Todo ataque é um pedido de ajuda.30.Aquilo que é não precisa ser levado, pois caminha sozinho.31.A dor física aponta para o desconforto da alma.32.A verdade é UNA, apenas muda sua forma de expressão e interpretação.33.Por vezes são precisos séculos para compreendermos nove verdades.34.Perdoar as pessoas sempre, sem ser conivente com seus atos.35.Valor é algo que agregamos as coisas.36.Mentir é desconhecer a si próprio e a Deus.37.Tudo aquilo que vemos é apenas ilusão.38.O amor verdadeiro compreende sorrindo quando quer chorar.39.Quem fala sobre a ajuda não sabe ou não quer ajudar.

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O AMOR E SEUS FARPADOS!

Um livro que traça perfissobre o amor e tudo queo cerca, com seus escritostrazidos de muitas épocasO autor é músico, poeta,compositor e escritor.