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O Alterense CDU Alter do Chão | Outubro a Dezembro de 2017 | Dezembro de 2017 | N.º 17 | Ano V CDU A campanha eleitoral acabou com o resultado que todos conhece- mos, bom para uns e mau para outros, e há um novo executivo camarário, que já tomou posse, ao qual desejamos bom trabalho em prol do concelho de Alter do Chão. Obviamente que os programas eleitorais apresentados foram dife- rentes e tiveram, igualmente, acolhimentos e entendimentos dife- As eleições autárquicas de 1 de Outubro de 2017 rentes. Também foram diferentes as campanhas que as diversas candidaturas fizeram de acordo, entre outros, com os orçamentos e apoios que conseguiram e também com a agressividade que tiveram na apresentação das respectivas propostas. A nível nacional houve de facto uma “onda rosa” que assolou o país e o PS utilizou e aproveitou muito bem o facto de ser governo e a mistura de membros do governo com militantes do partido. Relativamente à realidade alterense, os números apurados indicam claramente um apelo ao voto útil e uma aposta no candidato do PS para que o candidato do PSD não fosse eleito. Isto contribuiu bas- tante, a par da campanha vergonhosa contra a candidatura da CDU, para os resultados alcançados pela CDU. Regista-se a curiosidade interessante na Chancelaria de os resultados para a CM, AM e AF terem sido sempre iguais, 147.

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O Alterense CDU Alter do Chão | Outubro a Dezembro de 2017 | Dez embro de 2017 | N.º 17 | Ano V

CDU

A campanha eleitoral acabou com o resultado que todos conhece-mos, bom para uns e mau para outros, e há um novo executivo camarário, que já tomou posse, ao qual desejamos bom trabalho em prol do concelho de Alter do Chão. Obviamente que os programas eleitorais apresentados foram dife-rentes e tiveram, igualmente, acolhimentos e entendimentos dife-

As eleições autárquicas de 1 de Outubro de 2017

rentes. Também foram diferentes as campanhas que as diversas candidaturas fizeram de acordo, entre outros, com os orçamentos e apoios que conseguiram e também com a agressividade que tiveram na apresentação das respectivas propostas. A nível nacional houve de facto uma “onda rosa” que assolou o país e o PS utilizou e aproveitou muito bem o facto de ser governo e a mistura de membros do governo com militantes do partido. Relativamente à realidade alterense, os números apurados indicam claramente um apelo ao voto útil e uma aposta no candidato do PS para que o candidato do PSD não fosse eleito. Isto contribuiu bas-tante, a par da campanha vergonhosa contra a candidatura da CDU, para os resultados alcançados pela CDU. Regista-se a curiosidade interessante na Chancelaria de os resultados para a CM, AM e AF terem sido sempre iguais, 147.

P á g i n a 2 O A l t e r e n s e D e z e m b r o d e 2 0 1 7 | N . º 1 7

esperança e mais de acordo com os resultados obtidos, saiu um discurso de circunstância e uma mão cheia de nada. Aos novos empossados, na Câmara Municipal, Assembleia Municipal e Assembleias de Freguesia, a CDU de Alter do Chão deseja votos de bom trabalho em prol do concelho de Alter do Chão. Música no princípio não tem bons augúrios. A participação da banda nestes eventos fez-nos lembrar tempos antigos. Oxalá nos enganemos.

Quem assistiu na noite de 16 de Outubro à tomada de posse do novo executivo camarário e dos membros da Assembleia Municipal de Alter do Chão, ficou certamente espantado com a “pompa”, quase “pimba”, como decorreu a cerimónia. Muitos já estiveram em várias cerimónias deste género e, seguramente, nunca tal viram. Foi muito bonito ver o Cine Teatro cheio, mas o bater palmas por tudo e por nada (mais parecia um concerto), a postura de alguns empossados, os abraços de circunstância, os agradecimentos a quem estava, os louvores a quem saiu, não soaram a verdadeiro. Do recém empossado Presidente de Câmara, de quem se esperava uma intervenção mais acertiva, mais mobilizadora, com mais

Alter do Chão Chancelaria Cunheira Seda Total CM-AM CM AM AF CM AM AF CM AM AF CM AM AF CM AM

PS 701 630 617 147 147 147 75 79 75 77 69 69 1000 925 +75

CDU 57 119 114 15 17 26 15 18 14 85 97 120 172 251 -79

BE 30 36 34 1 3 1 0 0 - 5 8 - 36 47 -11

PSD/CDS 533 524 552 126 121 118 112 107 114 55 43 31 826 795 +31

Total 1321 1309 1317 289 288 292 202 204 203 222 217 220 2034 2018 +16

A taxa de desemprego atingiu valores mínimos desde há vários anos, cerca de 8,5%. Por sua vez, a taxa de emprego está a subir mais que a taxa de desemprego, o que dito assim parece bom e ambas são boas notícias. A frase batida de que vale mais estar empregado que desempregado nem sempre é verdadeira.Trabalho sim mas com dignidade. Uma leitura mais fria dos números revela que a esmagadora maioria dos empregos criados, cerca de 160000, requerem apenas a escolaridade básica e que para o ensino superior apenas foram criados cerca de 1100 novos empregos. Isto significa que a maioria dos novos empregados tem salários baixos ou muito baixos e que a economia não está a subir qualitativamente. A Comissão Europeia diz mesmo que o número de postos de trabalho associados a qualificações mais baixas e a salários reduzidos é "elevado" e que esta situação é limitadora do crescimento a prazo, limita a economia e impede as pessoas de terem mais rendimento, maior poder de compra e mais qualidade de vida. Continua muito preocupante a subida da taxa de desempregos nos jovens. No distrito de Portalegre, os números apurados para o mês de setembro são os que se mostram no quadro abaixo:

Regista-se o facto de em Alter do Chão e no Gavião a oferta de emprego ter sido nula e a grande oferta, não contando com as cidades do distrito, que se verifica em Avis (35), por razões que, seguramente, serão distintas.

Emprego | Desemprego

H M T O

Alter do Chão 97 114 211 0

Arronches 69 57 126 3

Avis 107 160 267 35

Campo Maior 214 250 464 6

Castelo Vide 58 84 142 3

Crato 100 123 223 6

Elvas 914 1207 2121 72

Fronteira 102 135 237 2

Gavião 97 111 208 0

Marvão 75 60 135 6

Monforte 140 150 290 2

Nisa 153 176 329 10

Ponte de Sor 422 543 965 67

Portalegre 543 710 1253 73

Sousel 106 191 297 8

Totais 3197 4071 7268 293

Conhecem-se muito bem os inúmeros erros graves cometidos nas tentativas de construção desta sociedade sem classes e talvez se tenha esquecido ou menosprezado o individualismo e o egoísmo próprios do ser humano, que o capitalismo utiliza todos os dias como arma de arremesso. O mundo atravessa momentos muito difíceis e as desigualdades entre os povos e entre os pobres e os ricos não pára de aumentar. A globalização não vai contribuir para o progresso da humanidade. O capital não tem rosto mas o trabalho tem. O proletariado de hoje já não anda de foices e martelos às costas e os avanços tecnológicos vão mudando os comportamentos e as sociedades. Como diz o poeta “o sonho comanda a vida” e, amanhã, será diferente pois o homem novo nascerá e o comunismo triunfará.

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Artigo de Opinião

Revolução de Outubro de 1917

Romão Trindade | CDU Alter do Chão

Celebrou-se neste ano de 2017, a 7 de Novembro, o centenário da Revolução de Outubro que levou ao poder na Rússia czarista os bolcheviques dirigidos por Lenine. O Partido Operário Social Democrata Russo de origem socialista marxista cindiu-se em dois, originando os Partidos Menchevique (minoria) e Bolchevique (maioria) e este passou a chamar-se Parti-do Comunista. A Revolução de Outubro, dirigida pelos operários e os seus alia-dos, tinha como grande objectivo a construção de uma sociedade onde não existisse a exploração do homem pelo homem, ou seja, uma sociedade sem classes. A liberdade, a fraternidade e a igualdade da Revolução Francesa encontraram no ideal socialista/comunista um terreno fértil para progressão.

pelos seus próprios afiliados, da sede dos sindicatos. Quem não se lembra da célebre afirmação do Ministro do PS para a necessidade de partir a espinha à Intersindical Nacional, CGTP-IN. O Povo tolerou-os tanto que hoje estamos, no nosso dia a dia, enfrentando uma luta contra elementos do antes 25 de Abril. É tempo de dizer basta!. Mas voltando à CP, não houve, no contexto nacional, ramais ou linhas de comboios, que não fossem rentáveis. Mas ainda assim ouviam-se vozes a dizer o contrário, pois tinham de enfraquecer o movimento Sindical, fosse ele do jeito que fosse, mesmo com o prejuízo do povo. No poleiro, um Primeiro Ministro, trouxe a Portugal uma equipa de Canadianos, com o objetivo, de estudar os caminhos de ferro em Portugal e os seus sindicatos. Veja-se? Ora aí está a razão o actual ponto em que a sociedade portuguesa se encontra. Quem tem jeito para dar pomada/graxa, vai vivendo, com todas as possibilidades que toda a Esquerda fez aprovar no Parlamento. Quem continua fazendo voz das descriminações propositadas só encontra barreira pela frente, criadas para o efeito. Até quando? Citando António Aleixo. ESTA DESCARADA ENORME COM QUE A DIREITA NOS ALDRABA DURA ENQUANTO O POVO DORME QUANDO ELE ACORDAR, ACABA.

Artigo de Opinião

Os Caminho de Ferro em Portugal ...

João da Silva Rodrigues | CDU Cunheira

Decidi hoje voltar ao assunto que conheço bem e que o vejo mui-to mal liderado.~ ...Na década de 40 do século passado, não existiam em Portugal, tantos espaços físicos sem cobertura dos transportes públicos, como os de agora, que não estivessem a coberto do Caminho de Ferro ou das várias empresas rodoviárias da altura. Na Beira Alta, Beira Litoral, no Norte interior, no Alentejo etc. todas as regiões estavam a coberto dos transportes ferroviários. Onde não existiam combóios, havia o serviço combinado com mesmos, uma razão fértil, que motivou a fixação das gentes por todo o País, dito de outra forma o País desenvolveu-se. Com o 25 de Abril o desenvolvimento dos povos das aldeias atingiu o ponto mais alto já conseguido, no país. A permissão, a tolerância do po-vo, a não rejeição de, várias figuras politicas que se aliaram com objetivos diferentes, aos do Povo, criou os motivos para a situa-ção, não só Regional, como de todo o país. Em pleno 25 de Abril, para os que conheceram isso, os atuais ditos atrevidos, ou talvez não satisfeitos com o desenvolvimento da sociedade (25 de Abril) infiltraram-se, alguns ocultaram, ao povo, a sua relação com o passado e foi o necessário para, muito cedo, começarem a fazer-se ouvir, dizendo mesmo que existiam empresas que teriam sofrer alterações estruturais, e foi precisamen-te por ai que começaram. Na CP, face ao movimento Sindical na altura muito forte, começa-ram por criar sindicatositos de ocasião para negociarem o ACT, (acordo coletivo de trabalho). Alguns ditos ex-dirigentes de sindi-catos paralelos desapareceram ao ponto de terem de ser expulsos,

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Ficha Técnica

A MIOPIA

Precisam-se de cortes no trono P'ra engalanar a sociedade

Dar-lhes subsídio por abono Enquanto durar a vaidade

O Sócrates saiu da atualidade Para entrar o Sr. Presidente

É tão notória a maldade Que infesta a cabeça da gente

Quem sai aos seus não degenera

P'ra que se cumpra a tradição Aquele que o Povo não venera

Contra ele deita a mão.

Se a pensar estou enganado Enganado fico a pensar

Todo aquele que me julga errado Errado fica ao me julgar

Das várias fases da vida

Uma delas tem mais valor Quando damos uma curtida

Na luta com muito amor

Temos um país viciado Há casos de bradar aos céus Sem matas, todo queimado

Foram os filhos de Zeus

Edição e Propriedade: CDU - Alter do Chão

ISSN: 2183-4415

Periodicidade: Trimestral

Tiragem: 250 exemplares

Distribuição: Impressa e online (gratuitas)

Director: João Martins

Morada: Rua Senhor Jesus do Outeiro, n.º 17

7440 - 078 Alter do Chão

Telefone: 927 220 200

Email: [email protected]

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AINDA SOU DO TEMPO

eu ainda sou do tempo de andar com o pé no chão

de vestir a mesma roupa no inverno e no verão

eu ainda sou do tempo

apenas com três sardinhas davam para nove pessoas

pouco sobrava das espinhas

eu ainda sou do tempo que o dinheiro que se ganhava

trabalhando sol a sol nem para comer chegava

eu ainda sou do tempo

em que desde pequenino de haver educação

também muito respeitinho

eu ainda sou do tempo que o povo era espezinhado

pelos patrões e lacaios que viviam lado a lado

hoje já vivo melhor

mas nuca irei esquecer por tudo o que passei para outros enriquecer

Fabião Heitor Coutinho/Seda

Poesia Popular

Com ignóbeis e desvirtuados Se alimenta uma nação

O meu Portugal aos bocados E o povo sem atenção

A confusão que sustento

Não tenho forma de a perder Um povo com falta de alimento

Que nada quer aprender

Os ricos dão muito nas vistas Muitos recusam vê-los

Tantos aldrabões e vigaristas Não há forma de contê-los

A opinião que eu tenho

Que mora dentro de mim De lutar com todo o empenho

Até que chegue o meu fim

João da Silva Rodrigues/Cunheira