número 70 setembro/outubro 2014 nesta edição · deus e de sua mãe, decorreu muito bem mais uma...

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Editorial: “EM PORTUGAL, CONSERVAR-SE-Á SEMPRE O DOGMA DA FÉ…” setembro/outubro 2014 Número 70 Movimento da Mensagem de Fátima na Diocese de Beja Movimento da Mensagem de Fátima na Diocese de Beja Nesta edição: Peregrinação de Idosos a Fátima 2 Conselho Nacional do Movimento da Mensagem de Fátima 2 A Treze de Outubro foi o Seu Adeus... 3 Os Cinco Primeiros Sábados XVI 4 temos já o fenómeno recente dos massacres contra os cristãos em países islâmicos e o outro que pode chegar ao martírio dos que testemunham com a própria vida, a sua fé em Cristo. São os mártires da fé que se inserem no contexto da Mensagem de Fátima, pois que o apelo à conversão e convite à perfeição pode ter como eixo da santidade a componente do martírio, num mundo que cada vez mais se afasta de Deus. Por antítese, Fátima constitui então um reduto de fé, “a última ligação à fé e à Igreja” e a expressão da realidade católica em Portugal, revelando a verdade da actualidade das palavras N um mundo particularmente hostil à ideia de Deus, a evolução do pensamento hodierno de uma civilização pretensamente moderna revela, de forma crescente e cada vez mais preocupante, a rejeição de um Deus do amor e da paz revelados em Jesus Cristo. A realidade das sociedades do mundo ocidental em países de raízes cristãs mas fragilizados pela indiferença, pela rejeição, pela ausência de Deus, eivados de ateísmo, de anti-valores morais, de hedonismo cego e de relativismo, permite-nos falar de uma perda generalizada da fé cristã nos países tradicionalmente católicos. O plano de salvação realizado por Deus em seu Filho Jesus Cristo coloca o homem perante uma resposta que pode ser de acolhimento ou de rejeição, estabelecendo, de forma radical, dois pólos contrários que podem chegar, um à violência contra os que se afirmam cristãos - e aí proféticas de Nossa Senhora na aparição de 13 de Julho de 1917: “…em Portugal conservar-se-á sempre o dogma da fé…” e a sua Mensagem pólo inspirador de vocação à santidade pelo apelo de Nossa Senhora. O exemplo primeiro da identificação com o espírito da mensagem oração e penitência (conversão) — foram os pastorinhos, pois entenderam que a santidade passa pela entrega e pelo sofrimento e a viveram, na medida do seu entendimento e da realidade das suas vidas mas com generosidade heróica. Passados quase cem anos sobre as aparições, Fátima, apelo exigente à conversão, continua a ser, num mundo conturbado, ausente de Deus, “o último reduto, a última ligação à fé e à Igreja”, um oásis de paz, a experiência do reconforto de Deus na ternura de Maria oferecida neste lugar como guarda e garante do dogma da fé. Pe. Mário Capa, Assistente

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Editorial: “EM PORTUGAL, CONSERVAR-SE-Á SEMPRE O DOGMA DA FÉ…”

setembro/outubro 2014 Número 70

Movimento da Mensagem de Fátima na Diocese de BejaMovimento da Mensagem de Fátima na Diocese de Beja

Nesta edição:

Peregrinação

de Idosos a

Fátima

2

Conselho

Nacional do

Movimento da

Mensagem de

Fátima

2

A Treze de

Outubro foi o

Seu Adeus...

3

Os Cinco

Primeiros

Sábados XVI

4

temos já o fenómeno recente

dos massacres contra os

cristãos em países islâmicos –

e o outro que pode chegar ao

martírio dos que testemunham

com a própria vida, a sua fé

em Cristo. São os mártires da

fé que se inserem no contexto

da Mensagem de Fátima, pois

que o apelo à conversão e

convite à perfeição pode ter

como eixo da santidade a

componente do martírio, num

mundo que cada vez mais se

afasta de Deus. Por antítese,

Fátima constitui então um

reduto de fé, “a última ligação

à fé e à Igreja” e a expressão

da realidade católica em

Portugal, revelando a verdade

da actualidade das palavras

N um mundo

particularmente hostil à

ideia de Deus, a evolução do

pensamento hodierno de uma

civilização pretensamente

moderna revela, de forma

crescente e cada vez mais

preocupante, a rejeição de um

Deus do amor e da paz

revelados em Jesus

Cristo.

A realidade das

sociedades do mundo

ocidental em países de

raízes cristãs mas

fragilizados pela

indiferença, pela rejeição,

pela ausência de Deus,

eivados de ateísmo, de

anti-valores morais, de

hedonismo cego e de

relativismo, permite-nos

falar de uma perda

generalizada da fé cristã nos

países tradicionalmente

católicos.

O plano de salvação realizado

por Deus em seu Filho Jesus

Cristo coloca o homem

perante uma resposta que

pode ser de acolhimento ou

de rejeição, estabelecendo, de

forma radical, dois pólos

contrários que podem chegar,

um à violência contra os que

se afirmam cristãos - e aí

proféticas de Nossa Senhora

na aparição de 13 de Julho de

1917: “…em Portugal

conservar-se-á sempre o

dogma da fé…” e a sua

Mensagem pólo inspirador de

vocação à santidade pelo

apelo de Nossa Senhora. O

exemplo primeiro da

identificação com o

espírito da mensagem —

oração e penitência

(conversão) — foram os

pastorinhos, pois

entenderam que a

santidade passa pela

entrega e pelo sofrimento

e a viveram, na medida

do seu entendimento e da

realidade das suas vidas

mas com generosidade

heróica.

Passados quase cem anos

sobre as aparições, Fátima,

apelo exigente à conversão,

continua a ser, num mundo

conturbado, ausente de Deus,

“o último reduto, a última

ligação à fé e à Igreja”, um

oásis de paz, a experiência do

reconforto de Deus na ternura

de Maria oferecida neste lugar

como guarda e garante do

dogma da fé.

Pe. Mário Capa, Assistente

Deus e de sua

Mãe, decorreu

muito bem mais

uma

peregrinação

dos mais idosos

ao Santuário de

Fátima. Esta foi

vivida com

alegria

e grande

espiritualidade.

Todos os

peregrinos se

envolveram em

comunhão nos

momentos de oração que nos

foram proporcionados, era

notória a alegria que cada

rosto expressava.

Desejamos que esta

disposição e bem estar de

cada um se perpetue e dê

frutos para que possam viver o

seu dia a dia com muita paz.

Maria Iria, Responsável Setor

Peregrinações

N os dias 24 e 25 de

junho, com a graça de

Página 2

“Continuem a rezar

o terço, para

alcançarem o fim da

guerra. Em outubro

virá também Nosso

Senhor, Nossa

Senhora das Dores

e do Carmo, S. José

com o Menino Jesus

para abençoarem o

Mundo. Deus está

contente com os

vossos sacrifícios,

mas não quer que

durmais com a

corda; trazei-a só

durante o dia.”

(Nª Sª, aparição de

setembro)

Peregrinação de Idosos a Fátima

Conselho Nacional do MMF em Fátima

R ealizou-se, nos

passados dias 5 e 6 de

Setembro, o Conselho

Nacional do Movimento da

Mensagem de Fátima onde

tomam assento os Presidentes

e os Assistentes Diocesanos e

onde são lançadas as

orientações das acções a

realizar no próximo ano

pastoral e colocados e

reflectidos aspectos

importantes da vida do

Movimento. A nossa Diocese

esteve representada pela

Presidente Diocesana D.

Adorinda Caeiro e pelo

Assistente Diocesano Padre

Mário Capa. Sob o tema 2015:

“SANTIFICADOS EM

CRISTO”, uma primeira

comunicação pelo Pe. Vitor

Coutinho e com o título

“Imagem Peregrina: quando,

como, onde?” focou a

Celebração do

Centenário das

Aparições onde toma

relevo a visita da

Imagem Peregrina a

todas as Dioceses de

Portugal. Os aspectos

organizativos e

logísticos, constituiu

assunto importante a

ser reflectido. Na ordem

dos trabalhos foram

tratados outros pontos,

tais como a votação da

Nova Proposta de

Regulamento e a apresentação

do relatório e planeamento das

actividades de âmbito nacional

e diocesano. O Conselho foi

enquadrado por momentos de

oração e celebrativos da

Eucaristia e reza do Rosário.

Pe.Mário Capa, Assistente

18 de outubro

Conselho Diocesano

(Beja)

————

8 de novembro

Dia de Deserto

Diocesano

(Quinta da Beira -

Alvito)

“A Treze de Outubro foi o Seu Adeus...”

Página 3 Número 70

C elebramos no mês de

outubro a sexta e última

aparição da Virgem Maria na

Cova da Iria.

O relato de muitas

testemunhas no momento em

que acontece o “Milagre do

Sol” não pode deixar

indiferentes as nossas

mentalidades passado quase

um século.

O padre Manuel Nunes

Formigão, testemunha dos

acontecimentos da Cova da

Iria em 1917, relata nos seus

escritos o testemunho do Dr.

Almeida Garret(1): “Cheguei

ao meio-dia. A chuva que

desde a manhã caía miúda e

persistente, (…) prosseguia,

(…) na ameaça de querer tudo

liquefazer.” Parecia um dia de

início de outono em que, de

repente, a atmosfera carrega

com forte humidade. Continua

a mesma testemunha: “Pouco

depois de uma hora,

chegaram a este sítio as

crianças a quem a Virgem

(garantiam elas) marcara

lugar, dia e hora da aparição.

(…) Numa determinada altura,

esta larga massa (de povo),

confusa e compacta, fechou

os guarda-chuvas…” Apesar

da chuva, aquelas pessoas

deixam-se molhar obedecendo

à voz de Lúcia. Uma

impressão de grande

humildade e respeito.

Prossegue o Dr. Almeida

Garret: “Devia ser uma e meia

(tarde) quando se ergueu, no

local preciso onde estavam as

crianças, uma coluna de fumo,

delgada, ténue e azulada, que

subiu direita até dois

metros…” O que seria que

subia no céu da Cova da Iria?

Seriam as preces e as orações

que o povo crente e humilde

dirigiam ao Céu?

Continua a testemunha: “Eram

quase duas horas. O Sol,

momentos antes, tinha

rompido ovante a densa

camada de nuvens que o

tivera escondido, para brilhar

clara e intensamente. Voltei-

me para este íman que atraía

todos os olhares e pude vê-lo

semelhante a um disco de

bordo nítido e aresta viva,

luminosa e luzente, mas sem

magoar.”

Sendo naturalmente a estrela

chamada Sol, centro do nosso

Sistema Solar, um astro de

grande brilho ofuscante, como

seria possível olhar para ele

sem magoar a vista, em pleno

início da tarde?

Este Sol é naturalmente

imagem de Deus que se

apresenta ao mundo de forma

suave e luminosa. Todas

aquelas pessoas que

estiveram na Cova da Iria

naquele dia, segundo as

crónicas da época, tanto ricos

como pobres, se sentiram

como que “envolvidos no amor

de Deus”.

Mas, repentinamente, como

afirma aquela testemunha,

“ouve-se um clamor (…) O

Sol, conservando a celeridade

da sua rotação, destaca-se no

firmamento e sanguíneo

avança sobre a terra…”

Parece que Deus nos vem

despertar para a

responsabilidade e, embora

seja terno e amável, também

nos faz cair na realidade da

nossa vida pessoal e

comunitária, como membros

Cova da Iria, em 1917

da Igreja de Cristo, o Seu

Filho. Por isso, a Mãe diz a

Lúcia nesta sexta aparição:

“Não ofendam mais a Deus

que já está muito ofendido.”

Queremos nós acreditar nela?

António Louro, responsável Setor

Oração

(1) Cf. Fátima Os Primeiros Escritos

(1917-1923), Visconde de Montelo,

2010, pgs. 112-113

“Quero dizer-te que façam

aqui uma capela em Minha

honra, que sou a Senhora

do Rosário, que continuem

sempre a rezar o terço

todo os dias. A guerra vai

acabar e os militares

voltarão em breve para suas

casas.”

(Nª Sª, aparição de outubro)

Seminário

Diocesano de Beja

Rua D. Afonso

Henriques, 1-A 7800 Beja

Edição e Composição:

António Louro

Impressão:

Gráfica Minhota

Publicação bimensal

mos estar seguros de chegar

a Deus. Maria é o grande sinal

da esperança para os homens

e mulheres de todos os tem-

pos e lugares. A palavra que a

Senhora revestida de sol dis-

se em Fátima, à Lúcia, quer

dizê-la a cada um de nós:

“Não desanimes. Eu nunca te

deixarei. O meu Imaculado

Coração será o teu refúgio e o

caminho que te conduzirá até

Deus”.

Acolho estas palavras como

dirigidas a mim, pessoal-

mente?

Confio, deveras, em Maria,

minha Mãe?

Deixo-me conduzir por ela?

Tenho presente a sua reco-

mendação de fazer sempre

o que Jesus disser?

Contemplo, medito, rezo...

A 25 de março de 1984, o

Papa João Paulo II, fez a con-

sagração da Rússia em união

com todos os bispos do mun-

do, tal como Nossa Senhora

pedira. Na altura, não havia

qualquer sinal de abertura do

regime comunista nas repúbli-

cas socialistas soviéticas, mas

5º Mistério Glorioso:

A Coroação de Maria como

Rainha do Céu e da Terra

Oração de entrega:

Virgem Santíssima, Mãe de

Deus e nossa Mãe!

Ao mostrar o vosso Imaculado

Coração, cercado de espi-

nhos, pedistes aos vossos

filhos consolo e reparação.

Queremos desagravar o vos-

so Imaculado Coração dos

nossos pecados e dos peca-

dos de toda a humanidade:

Eles são como espinhos, que

no vosso Coração se vão cra-

var, ferindo-vos e mago-

ando-vos.

Sejam o rosário que va-

mos rezar e os quinze

minutos de companhia

que Vos vamos fazer,

verdadeiros atos repara-

dores.

Fazei, Senhora, que o

vosso Imaculado Cora-

ção seja o nosso refúgio

e o caminho seguro que

nos conduza até Deus.

Ámen!

Leitura Bíblica:

Ap 12,1-3a

O texto do Apocalipse

faz-nos pensar no versí-

culo do Genesis que diz:

“Porei inimizades entre ti

(serpente) e a mulher, entre a

tua descendência e a dela”.

Nos dois textos aparecem os

símbolos: mulher, descendên-

cia e antiga serpente ou dra-

gão. Os Padres da Igreja vi-

ram em Génesis uma primeira

promessa do Redentor, feita à

mulher. Assim, Maria entra no

desígnio salvador de Deus,

desde o início da história da

salvação e continua ligada a

esse desígnio até ao fim dos

tempos, como indica o texto

do Apocalipse.

Tomando Maria por guia e

seguindo o seu trilho, pode-

a 8 de dezembro de 1987 (a

data é significativa!) a Rússia

e os Estados Unidos fazem

um pacto de desarmamento

nuclear; ao concluí-lo, Michael

Gorbachev disse: “Que Deus

nos ajude.” Dois anos mais

tarde, Gorbachev chegava a

Chefe de Estado da Rússia,

dando início à sua política de

abertura e de reestruturação;

várias Repúblicas de Leste

chegam à independência; cai

o muro de Berlim; é proclama-

da, na Rússia, a total liberda-

de religiosa e as igrejas rea-

brem as suas portas; é aboli-

da a disciplina de ateís-

mo, antes obrigatória, no

primeiro ano dos cursos

universitários. Muitos

reconhecem nestas mu-

danças, a mão de Deus

e a intercessão de Maria,

e são levados a pensar

que tudo teria sido bem

diferente se a consagra-

ção da Rússia tivesse

sido feita em devido tem-

po. Essa era a convicção

profunda da Irmã Lúcia

que escreveu: “Da práti-

ca desta devoção (a

devoção reparadora dos

primeiros sábados) unida

à consagração da Rús-

sia ao Coração Imacula-

do de Maria, depende a

guerra ou a paz no mun-

do”; e depende a salvação

“dum número imenso de al-

mas, que por meio desta amá-

vel devoção se vão salvar”.

Já tomei a sério a devoção ao

Imaculado Coração de Maria?

Estou interiormente convenci-

do do triunfo do Imaculado

Coração de Maria?

Contemplo, medito, rezo...

In “Primeiros Sábados -

Quinze Minutos de

Companhia a Nª Senhora”,

Fundação Maria Mãe da

Esperança

Os Cinco Primeiros Sábados XVI

Secretariado

Diocesano de Beja

do Movimento da

Mensagem de

Fátima

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