núcleo matéria - abfm · estado sólido, física moderna para inici-ados, interessados e...

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Julho/ Agosto de 2006 A descentralização para a produção do FDG-18 (flúor desó- xido de glicose) co- meçou a todo vapor. Primeiro centro pri- vado do país a in- vestir na fabricação do fármaco usado no diagnóstico pre- coce do câncer, a Clínica Villas Boas, em Brasília, adquiriu o Cíclotron da Sie- mens, equipamento que funciona como acelerador de partí- culas. O radioisóto- po FDG-18 tem ati- vidade metabólica limitada a, no máxi- mo, oito horas, o que dificulta a reali- zação de exames complexos de PET- CT fora das localida- des de elaboração da substância. Com a recente abertura da legislação, (emenda constitu- cional 199/03), que estendeu os direitos assegurados às ins- tituições públicas do eixo Rio-São Paulo às instituições parti- culares, o acesso à tecnologia foi impul- sionado em todo o território nacional. Leonardo Packer, gerente de... Continua na pág. 08 >> AULA MAGNA Seminário de Radioterapia apresentado pelo Professor Dr. Thomaz Ghilardi Netto, presidente do CBFM, durante o XI Congresso Brasileiro de Física Médica, que aconteceu na cidade de Ribeirão Preto (interior paulista). Foto Laura Furnari Coordenador do Serviço de Radioterapia do Hos- pital Sírio Libanês, o Doutor João Luis Fer- nandes da Silva atua em frentes que visam am- pliar o atendimento ini- ciado em 1970, com mais de 52 mil pessoas assistidas. São pacientes que procuram o local por conta de uma repu- tação que transcende a história, feita por médi- cos altamente especiali- zados, equipamentos de ponta, além de estrutura de padrão internacional. Em entrevista ao Jornal Núcleo da Matéria, o radioterapêuta falou um pouco sobre a rotina de um dos maiores... Conti- nua na pág. 10 >> Radioterapia Hora de parar Foto AEP Divulgação O poder da imagem Divulgação Divulgação Foto AEP núcleo da matéria

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Page 1: núcleo matéria - ABFM · Estado Sólido, Física Moderna para Inici-ados, Interessados e Aficionados vol. I e II e Termodinâmi-ca –, concorrem ao prêmio Jabuti. O ... mais leve

Julho/ Agosto de 2006

A descentralização

para a produção do

FDG-18 (flúor desó-

xido de glicose) co-

meçou a todo vapor.

Primeiro centro pri-

vado do país a in-

vestir na fabricação

do fármaco usado

no diagnóstico pre-

coce do câncer, a

Clínica Villas Boas,

em Brasília, adquiriu

o Cíclotron da Sie-

mens, equipamento

que funciona como

acelerador de partí-

culas. O radioisóto-

po FDG-18 tem ati-

vidade metabólica

limitada a, no máxi-

mo, oito horas, o

que dificulta a reali-

zação de exames

complexos de PET-

CT fora das localida-

des de elaboração

da substância. Com

a recente abertura

d a l e g i s l a ç ão ,

(emenda constitu-

cional 199/03), que

estendeu os direitos

assegurados às ins-

tituições públicas do

eixo Rio-São Paulo

às instituições parti-

culares, o acesso à

tecnologia foi impul-

sionado em todo o

território nacional.

Leonardo Packer,

gerente de... Continua

na pág. 08 >>

AULA MAGNA Seminário de Radioterapia apresentado pelo Professor Dr. Thomaz Ghilardi Netto, presidente do CBFM, durante o XI

Congresso Brasileiro de Física Médica, que aconteceu na cidade de Ribeirão Preto (interior paulista).

Foto Laura Furnari

Coordenador do Serviço

de Radioterapia do Hos-

pital Sírio Libanês, o

Doutor João Luis Fer-

nandes da Silva atua em

frentes que visam am-

pliar o atendimento ini-

ciado em 1970, com

mais de 52 mil pessoas

assistidas. São pacientes

que procuram o local

por conta de uma repu-

tação que transcende a

história, feita por médi-

cos altamente especiali-

zados, equipamentos de

ponta, além de estrutura

de padrão internacional.

Em entrevista ao Jornal

Núcleo da Matéria, o

radioterapêuta falou um

pouco sobre a rotina de

um dos maiores... Conti-

nua na pág. 10 >>

Radioterapia Hora de parar

Foto AEP

Div

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ção

O poder da imagem

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Foto

AEP

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2

Por Laura Natal Rodrigues

O Congresso Brasileiro de Física Médi-

ca, realizado no último mês em Ribei-

rão Preto, apresentou uma nova reali-

dade à área. Com pelo menos

800 participantes vindos de todos os

estados, o encontro teve 67 palestran-

tes, num total de 103 apresentações.

As exposições de trabalhos científicos

somaram 225 pôsteres, com 29 exibi-

ções orais. Entre as discussões, além

de radioterapia, medicina nuclear e

radiodiagnóstico, temas como dosime-

tria, radioproteção, ressonância mag-

nética, biomagnetismo, ultra-som, fo-

toquimioterapia, fotobiofísica, proces-

samento de imagens e sinais, instru-

mentação biomédica e biomateriais

Sobre a situação atual da carreira, fa-

lou-se do crescente aumento da com-

plexidade tecnológica e dos incentivos

dados por algumas empresas na con-

tratação de estagiários para serviços

de ressonância magnética, a exemplo

da Siemens. Também foi decidido o

local dos próximos encontros, sendo

Foz do Iguaçu para 2007, Belo Hori-

zonte em 2008 e São Paulo em 2009,

ano que a Associação comemora

40 anos de existência.

Na reunião do Conselho Deliberativo,

recomendou-se aos presidentes dos

CBFMs mais independência financeira,

apoiando ações de busca de patrocí-

nios, por exemplo. A idéia é fortalecer

a entidade cada vez mais. Neste con-

texto, a partir de 2007 as anuidades

voltam ao sistema escalonado, com

data base de 30 de março. Um dos

associados propôs a formação de um

comitê permanente para organização

de eventos a fim de sistematizar pedi-

dos aos órgãos de fomento, e a temá-

tica dos encontros. Este, sem dúvida,

é um dos pontos para suscitar maior

autonomia à entidade.

Com o aumento de estudantes, especial-

mente nos cursos de física médica, foi

unânime a preocupação quanto à fis-

calização dos centros universitários,

tudo para garantir maior qualidade do ensi-

no e a ampliação do mercado de trabalho.

Outro ponto bastante abordado foi em

relação ao código de ética com o início

dos trabalhos do Comitê de Ética bem

como Comitê de Credenciamento das

Instituições, atualização do documen-

to – que será colocado em consulta

pública por um período de 30 dias. A

revalidação do título de especialista e

o resultado do exame, assim como a

regulamentação da profissão, a apre-

sentação dos balancetes e a necessi-

dade de readequação do estatuto

também foram tópicos da reunião.

Neste ano, o Congresso premiou tra-

balhos e conferiu homenagens a algu-

mas personalidades do setor, caso dos

Professores Doutores Shigueo Wata-

nabe, Sérgio Mascarenhas e Bob Zim-

mermann. O prêmio Esther Nunes Pe-

reira foi para Wellington Furtado Pi-

menta Neves Jr. e Janaína Dutra Sil-

vestre Mendes levou o reconhecimen-

to Alípio Luis Dias Neto. O prêmio

John R Cameron ficou com Cássio Vi-

lela Komatsu. Na categoria melhor traba-

lho oral, Daniel Ramos Louzada foi o desta-

que e o segundo lugar ficou com Gil-

berto Orengo. Os pôsteres de Audrew

Frimaio, Rodrigo Silva Duran e Samuel Ra-

malho Avelino foram os contemplados.

Editorial

Núcleo da Matéria - Número 08, Ano III - Julho/ Agosto de 2006. Publicação Bimensal

SUCESSO EM DOSE DUPLA Acima, o jantar de confraternização une repre-

sentantes de diversas gerações da ABFM. Na seqüência, os trabalhos expostos no XI Congresso de Ribeirão Preto, recebem atenção especial dos visitantes.

Foto Laura Furnari Foto A

EP

(!) Erramos: Na edição de número 07, maio/junho, o nome correto do presidente do TUCCA é SIDNEI EPELMAN.

Presidente: Laura Natal Rodrigues [email protected]; Vice-

presidente: Carlos Malamut [email protected]; Secretária Geral: Márcia de

Carvalho Silva [email protected]; Tesouraria: Vilma Aparecida

Ferrari [email protected]; Diretoria de Radioterapia: Maria Es-

meralda Ramos Poli [email protected]; Diretoria de Medicina

Nuclear: Maria Inês Calil Guimarães [email protected]; Diretoria de

Radiodiagnóstico: Leonardo Paschino [email protected]; Secretária

regional norte-nordeste: Maria Eliane de Moraes [email protected];

Secretária regional centro-sudeste: Maria Lúcia Ferreira [email protected];

Secretário regional sul: Maurício Leick [email protected].

ABFM 2006

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3

Sinal Vermelho

O que vêm por aí...

√ Desde o dia 21 de março, a Editora Unesp e a Livraria Cultura

oferecem um ciclo de encontros com cientistas e pesquisadores para

debater temas complexos, essenciais a estudantes e ao público leigo.

Informações: (11) 3170-4033

√ A cidade de Acapulco, no México, recebe de 03 a 08 de setem-

bro, o primeiro Congresso latino-americano de Radiologia, juntamente

com o VII Congresso Regional de Segurança Radiológica e Nuclear.

Informações: www.smsr.org.mx

√ No dia 07 de agosto, às 20h, no Plenário Juscelino Kubitschek, na

Assembléia Legislativa de São Paulo, será realizado Sessão Solene em homena-

gem ao Cinqüentenário do IPEN. A iniciativa é do deputado Arnaldo Jar-

dim (PPS-SP).

√ No litoral carioca, em Búzios, acontece o VIII Congresso da So-

ciedade Brasileira de Radioterapia, entre os dias 25 e 28 de outubro.

Informações no site: www.wgs-info.com.br.

√ A I Jornada de Cálculos de Blindagem, será sediada no auditório

Professor Carneiro Felippe, na CNEN, Rua General Severiano, 90, Bota-

fogo, Rio de Janeiro, em 28 e 29 de setembro. Informações pelo site:

www.cnen.gov.br/jornadablindagem.

√ De 12 a 15 de outubro, Brasília recebe o XXIII Congresso Brasi-

leiro de Biologia, Medicina Nuclear e Imagem Molecular. Informações:

www.reconeventos.com.br/medicinanuclear.

Biblioteca

Quatro títulos da edi-

tora da Física – Intro-

dução à Física do

Estado Sólido, Física

Moderna para Inici-

ados, Interessados

e Aficionados vol. I

e II e Termodinâmi-

ca –, concorrem ao

prêmio Jabuti. O

livro Introdução à

Física do Estado Só-

lido proporciona aos

alunos de graduação

a oportunidade do

primeiro contato

com o formalismo utilizado em matéria con-

densada, o que normalmente só acontece em

cursos de pós-graduação. De autoria dos físicos Ivan S. Oliveira e Vitor L.B.

de Jesus, a obra pode ser utilizada como texto complementar, já que pos-

sui grande número de exercícios resolvidos detalhadamente após cada ca-

pítulo. Em Física Moderna para Iniciados, Interessados e Aficionados I e II

todos os avanços, tecnologias e as grandes descobertas da Física do século

XX são retratados. "A idéia foi mesmo transformar a Física em uma leitura

mais leve e interessante" diz Ivan S. Oliveira, autor dos livros, que lembra

que o século XX foi relevante para a física, pois os progressos permitiram

tecnologias nunca antes sonhadas. O conhecimento da Natureza cresceu

vertiginosamente e até mesmo a viabilização dos computadores quânticos

que realizam teleporte e cálculos em velocidades inimagináveis, além de

todas as maravilhas prometidas pela nanociência decorrente da manipula-

ção de materiais em escala atômica, já não estão distantes. "Resumindo, o

livro é um laboratório", orgulha-se Oliveira. Os dois volumes trazem temas

como a Teoria da Relatividade Especial, a Mecânica Quântica, o modelo a-

tômico, a Física do Estado Sólido, o Magnetismo, a Computação Quântica, a

Física Nuclear, a Teoria da Relatividade Geral e a Física de Partículas. No

livro Termodinâmica, do físico Mário José de Oliveira, são abordados assun-

tos como as grandezas fundamentais e a primeira e a segunda leis da ter-

modinâmica. Outros tópicos também são discutidos de forma abrangente,

caso das transformações de Legendre, das relações de Maxwell e da equa-

ção de Clausius-Claperyon.

Serviço: Termodinâmica, ed. Livraria da Física, 365 páginas, preço sugeri-

do R$ 45,00. Física do Estado Sólido, ed. Livraria da Física, 358 páginas,

preço sugerido R$ 45,00. Física Moderna volumes I e II, ambos da ed. Li-

vraria da Física, 290 páginas, preço sugerido R$ 30,00 (cada).

Por Ariana Brink

Publicadas no dia mundial

de combate ao fumo, 31

de maio, as estatísticas de

mortes relacionadas direta

e indiretamente ao taba-

gismo são alarmantes.

Pelo menos 200 mil pes-

soas morrem somente no

Brasil por conta dos males

associados ao cigarro. O

INCa afirma que ainda es-

te ano, 27 mil novos casos

serão diagnosticados por

aqui. Ao todo, 50 tipos

diferentes de doenças são

causados pelo fumo, entre

as quais, as cardiovascu-

lares, o câncer e as doen-

ças respiratórias obstruti-

vas crônicas, chamadas de

DPOC. Segundo dados a-

presentados pela Associa-

ção Brasileira de Portado-

res de DPOC, pelo menos

85% das ocorrências de

falecimento são atribuídos

ao hábito de fumar. Con-

tudo, não se pode exi-

mir de culpa outros fa-

tores, caso da exposição

à poeira e a poluição, por

exemplo. Os danos cau-

sados pelas doenças res-

piratórias comprometem

os pulmões e sua capaci-

dade de respiração, facili-

tando o aparecimento de

bronquite crônica e enfise-

ma pulmonar. Estima-se

que cerca de 5 milhões de

brasileiros sofram com

estas enfermidades, nú-

mero equivalente à popu-

lação da cidade do Rio de

Janeiro, o que gera um

custo anual de R$ 100 mi-

lhões aos cofres públicos.

Div

ulga

ção

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Radiologia Diagnóstica

Núcleo da Matéria - Número 08, Ano III - Julho/ Agosto de 2006. Publicação Bimensal

NOVAS PÁGINAS NA ABFM Mais livros, mais informação.

É o que se espera da parceria entre a Livraria da Física e a

ABFM, que trará aos graduandos novas opções de consulta.

Os títulos paradidáticos e a série “Notas de Aulas de Física

Médica” chegam com o objetivo de incrementar a formação

dos estudantes. Como os escritores estão sendo convida-

dos a publicar suas obras, a Livraria da Física dá as seguin-

tes orientações: os exemplares terão formato de 16X23cm,

com o número de ilustrações (em preto e branco) determi-

nado pelo autor. Os textos devem ser formatados em Word

ou Latex. Será preciso também verificar a necessidade de

pagamento de direitos autorais, no caso de reprodução de

fotos de outra fonte. E fica permitido citar o nome da Socie-

dade Brasileira de Física (SBF) como parceira do projeto,

caso isso facilite a negociação. O Contrato de Direito Auto-

ral sobre a série será firmado entre o autor e a Editora Livraria

da Física. As propostas devem ser encaminhas para o ende-

reço eletrônico [email protected]. É

preciso que o material esteja completo, para aprecia-

ção da Comissão Editorial.

ALTA PERFORMANCE Uma das armas para aumentar a

sobrevida dos pacientes com câncer de pulmão – que aco-

mete 1,2 milhão de pessoas em todo o mundo, com uma

morte a cada 30 segundos – foi apresentada no Congresso

da Sociedade Americana de Oncologia Clinica, realizado em

Atlanta, Estados Unidos, no início de junho. Trata-se de

uma combinação de dois medicamentos inovadores, o be-

vacizumabe (Avastin) e o cloridrato de erlotinibe (Tarceva),

que pelos testes aumentaram entre 46 e 60% a vida dos

pacientes, com menos efeitos colaterais que os tratamen-

tos quimioterápicos convencionais. Ambas as substâncias

pertencem a nova geração de remédios, que funcionam

como espécie de “mísseis teleguiados”, atingindo apenas

as células doentes. No mesmo congresso, a Merck & Co.

anunciou que o Gardasil, utilizado contra o câncer de colo

de útero, através de vacina, evitou 100% de lesões pré-

cancerosas vaginais e vulvares de grau elevado e associa-

dos com o HPV (Papilomavírus Humano) tipos 16 e 18. São

630 milhões de pessoas infectadas pelo vírus no mundo.

Nos Estados Unidos, aproximadamente 6 mil casos de cân-

ceres vulvares ou vaginais são diagnosticados anualmente,

sendo diagnosticado o HPV em 75% dos casos ocorridos

em mulheres jovens, o que representa um gasto de

US$ 5 bilhões ao governo norte-americano.

Por Alex Barbosa

Tema de discussão entre os profis-

sionais do setor, assunto contido

em esferas políticas, hoje a física

médica chama atenção também

por conta do aumento de estudan-

tes interessados na área, como se

viu no último Congresso realizado

em Ribeirão Preto, em junho. Leo-

nardo Paschino, da diretoria de

radiodiagnóstico da ABFM atesta

que cerca de 800 pessoas assisti-

ram às aulas e palestras, e ainda

conferiram a feira do setor, orga-

nizada no Centro de Convenções

da cidade.

Prova disso, foi a programação

científica, que contou com mais

de 50 trabalhos apresentados por

alunos e professores de centros de

pesquisa e desenvolvimento de

todo o país, caso do INCa, I-

PEN, CNEN e Centro Técnico Aero-

espacial, bem como de hospitais e

universidades particulares, fede-

rais e estaduais do Rio Grande do

Sul, São Paulo, Mogi das Cruzes,

Rio de Janeiro, Sergipe, Per-

nambuco e Rio Grande do Norte.

Destaque para o convidado inter-

nacional Robert J. Jennings, da

FDA (Food And Drug Administration),

que abordou o tema “Spectral con-

siderations for digital mammogra-

phy”. Robert é estudioso da

matéria e publicou um artigo sobre

o processo de aprovação de novas

tecnologias na área de diagnóstico

por imagem em tumores de

mama.

A mamografia esteve na pauta de

outros palestrantes. Tânia Fur-

quim, Gabriela Hoff e a profes-

sora Doutora Regina Bitelli Medei-

ros, respectivamente da USP, PUC

e UNIFESP, também aborda-

ram a questão.

Regina acrescenta que a colocação

deste tema foi muito pertinente,

pois, “a condição dos exames ma-

mográficos tem se constituído uma

preocupação dos órgãos oficiais.

Seria importante a criação de

uma espécie de certificação ISO

na área da saúde”.

Entre os tópicos ligados à tecnolo-

gia chegaram ao debate a aplica-

ção da radiologia sem filme, a im-

plantação de laboratórios em uni-

dades de saúde para manutenção

de filmes radiográficos e o estabe-

lecimento de um controle de quali-

dade em equipamentos de raios X

convencionais no estado de São Paulo.

Márcia Terezinha Carlos, da CNEN,

esteve à frente de boa parte das

aulas ministradas como coordena-

dora. Especialista em dosimetria,

comandou a abordagem técnica

exibida, por exemplo, no argumen-

to de Cássio Vilela Tomatsu (A

importância da metodologia utili-

zada nas medidas e nos cálculos

para a avaliação da camada

semi-redutora de feixes de rai-

os X aplicados em radiodiag-

nóstico).

Paschino pondera ainda que, à

medida que o bom resultado de

público possibilita iniciativas futu-

ras, sinaliza a necessidade no au-

mento do número de vagas de tra-

balho para a crescente demanda

de físicos médicos.

“Constantemente especialistas se

vêem diante de tecnologias apri-

moradas, e atualmente, a radiolo-

gia digital que já é uma realidade

em nosso meio, que requer um

maior número de profissionais

preparados. Este evento foi

importante também para mostrar

aos futuros profissionais, dificulda-

des e problemas que eles encon-

trarão nesta área”, finaliza Regina

Bitelli.

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Informe-se

DOR ATENUADA Para minimizar o

trauma da retirada das mamas, o Insti-

tuto Brasileiro de Controle do Câncer

(IBCC), realizou em seu anfiteatro, em

28 de junho, um circuito de palestras

para as mulheres que sobreviveram ao

câncer de mama. Foram quatro confe-

rências que abordaram a vida sexual da

mulher mastectomizada, coordenadas

pelo mastologista do Instituto Adalgir

d´Alessandro, o psicólogo do Onocentro

de São Paulo, Paulo Cyrillo, a enfermeira

Giovanna Borro e a escritora – e paci-

ente do IBCC – Lourdinha Borges.

TECLAR Uma parceria inédita entre a

Eletronuclear e a prefeitura de Angra

dos Reis, no Rio de Janeiro, viabilizou a

realização do projeto de inclusão digital

TECLAR. Ao todo, serão implantados

seis centros com tecnologia digital e aces-

so à internet, garantindo a participação

da população local, com investimento

total de R$ 148 mil. Por esta iniciativa, a

empresa recebeu o Troféu Mário Henri-

que Simonsen, na categoria Excelên-

cia em Balanço Social.

O BRASIL NA FRENTE O Ministério do

Turismo confirmou a 24ª edição do Con-

gresso Interamericano de Radiologia –

que acontece em 2008 – em Belo Hori-

zonte. Segundo informações da EMBRA-

TUR, o evento de quatro dias reunirá

pelo menos 400 participantes entre es-

trangeiros e brasileiros, com estimativa

de renda de U$ 170 mil.

Por Helen Pessoa

O câncer de estômago é con-

siderado um dos mais agres-

sivos, com alta incidência de

óbito. Os resultados – nada

animadores – foram com-

provados em recente es-

tudo realizado em Campi-

nas (interior paulista, a 100

km da capital).

Mesmo com a queda de mor-

talidade nos últimos 50 anos,

a enfermidade representa

ainda hoje a segunda causa

de morte de câncer no mun-

do. Dados publicados na Eu-

ropa apontam que apenas

21% dos tratados sobrevi-

vem mais de cinco anos após

o diagnóstico. A taxa no Bra-

sil, neste mesmo período, de

acordo com pesquisa coorde-

nado por Maria Teresa Bus-

tamante, da Universidade

Federal de Juiz de Fora (MG),

é de apenas 9%.

O artigo foi publicado na edi-

ção de julho/agosto deste

ano, nos Cadernos de Saúde

Pública, e destaca especial-

mente a análise de 414 pa-

cientes de câncer gástrico

residentes na cidade de

Campinas, em tratamento

entre 1991 e 1994.

Da observação, notou-se que

logo após receber a confir-

mação da doença, os níveis

de sobrevida despencaram.

Após o primeiro ano, a ex-

pectativa de vida é de 32%.

“Ao longo dos anos, o com-

portamento foi semelhante

para os dois sexos e ao final

de cinco anos a sobrevida

relativa foi de 9% para am-

bos. Entretanto, o risco rela-

tivo de morte dos homens

comparado ao das mulheres

foi maior, com valores esta-

tisticamente significativos

apenas na sobrevida após

um ano”, afirmam os respon-

sáveis pelo estudo.

A idade é outro fator rele-

vante. Indivíduos entre 45 e

54 anos, apresentam risco

de morte de 0,66, menor

que os com mais de 74 anos,

cujo risco chega a 1,36. Se-

gundo a equipe, “é ampla-

mente aceito que o mais im-

portante fator prognóstico

para a sobrevida por câncer

de estômago é o estadia-

mento (classificação clinica e

histopatológica da doença)

do tumor ao diagnóstico,

pois isto determina o trata-

mento, principalmente se

este tumor é cirúrgico. Dife-

renças de sobrevida encon-

tradas entre as diversas po-

pulações analisadas podem

ser atribuídas a este fator.

No caso de Campinas, o es-

tádio do tumor no diagnós-

tico se apresenta como

um importante fator de

prognóstico”.

A melhor estratégia, contu-

do, ainda é a prevenção. “A

redução da mortalidade e o

aumento da sobrevida de

câncer de estômago por meio

da detecção precoce é limita-

da, devido ao alto custo da

radiografia fotofluográfica e

da gastroscopia subseqüente

indicada para cerca de 10%

dos indivíduos examinados,

devendo ser aconselhada pa-

ra as regiões de alto risco. A

estratégia de controle mais

viável a longo prazo para

este tumor, e recomenda-

da para as regiões de me-

nor risco, é a da prevenção

primária, centrada principal-

mente no estímulo a uma

dieta adequada”, advertem

membros da equipe.

ABRA A BOCA O 2º Salão da Maturidade aconteceu entre 29 de junho e 02 de julho, no Centro de

Eventos São Luís, em São Paulo. Além das atividades culturais, esportivas, políticas e de entreteni-

mento, o congresso ofereceu serviços gratuitos de saúde, entre os quais, a realização de exames pre-

ventivos do câncer bucal, feitos sob orientação da clínica Spigolon Implantologia Oral. O câncer bucal,

segundo estatística publicada em 1996, pelo Ministério da Saúde, ocupa o sexto lugar entre as neo-

plasias malignas. Cerca de 70% dos portadores da doença são fumantes ou consumidores de bebidas

alcoólicas, com incidência maior nos homens com mais de 40 anos. Entre os tumores mais comuns,

está o carcinoma epidermóide, que representa de 94 a 96% dos casos registrados.

Melhor Caminho

Divulgação

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6

Por Patrícia Favalle

No Brasil, o machismo – mesmo em pleno

século XXI – ainda emperra o diagnóstico

de determinados tipos de

cânceres, entre os quais,

o de pênis.

Preocupada com a falta de

dados precisos sobre a

doença, a Sociedade Bra-

sileira de Urologia (SBU)

lançou o I Estudo Epide-

miológico sobre o câncer

de pênis. As referências

apontam que 2% dos tu-

mores masculinos estão

localizados no órgão, a-

trás apenas dos

de próstata e de

bexiga. Outro

detalhe é que

as regiões norte

e nordeste con-

centram 16%

dos casos.

Os resultados

mais alarman-

tes - até agora -

foram encontra-

dos no Mara-

nhão, onde um

novo caso é re-

gistrado a cada treze dias. “O câncer de

pênis é uma doença de forte estigma soci-

al. Os números preliminares também con-

firmam que a falta de orientação ajuda a

doença a se alastrar com maior facilida-

de”, afirma o coordenador da pesquisa,

Dr. Aguinaldo Nardi.

É na área mais volumosa do pênis, chama-

da glande, que é coberta por uma pele fina

e elástica, o lugar ideal para o câncer se

instalar. “Este tipo de tumor está muito

ligado às condições de higiene íntima do

indivíduo, sendo o estreitamento do prepú-

cio (fimose) um fator predisponente”, ad-

verte o médico.

O mais comum é o aparecimento de uma

ferida ou úlcera persistente, que mesmo

indolor deve ser analisada por um especia-

lista. Em homens que não foram operados

de fimose, os casos são mais freqüentes.

Outro fator de exposição é a prática sexual

com diferentes parceiros sem o uso da ca-

misinha, que facilita o contágio de doenças

sexualmente transmissíveis, caso do HPV

(Papilomavírus Humano), também associa-

do a este tipo de câncer.

Em países desenvolvidos, a relação da doen-

ça é de 1 para cada 100 mil homens adul-

tos. Nos Estados Unidos, por exemplo, em

2001, a ocorrência foi de 3 mil casos,

com cerca de 300 mortes.

Eficaz, o auto-exame possibilita o diagnós-

tico precoce, e assim como se observa nas

mulheres, minimiza o avanço da enfermi-

dade. É importante ficar atento principal-

mente à perda de pigmentação e o surgi-

mento de manchas esbranquiçadas, feridas

e caroços, secreções, mau cheiro, ín-

guas, inflamação de longo período

com vermelhidão e coceira. Nestas o-

corrências, a consulta clínica é indis-

pensável para a detecção de possíveis

anomalias e dependen-

do da fase, o trata-

mento indicado pode

ser cirúrgico, quimiote-

rápico ou radioterápico.

Segundo informações da

SBU, por aqui metade dos

portadores de tumores de

pênis levam mais de um

ano para procurar ajuda

específica, mesmo depois

de constatar lesões locais.

É esta demora, na maioria

dos atendimentos, que

complica o quadro, culminando

em conseqüências severas, co-

mo a amputação e a acentuação

de problemas físicos, sexuais e

psicológicos.

O principal objetivo do estudo – que

foi colocado em vigor em maio de

2006 e vai até maio de 2007 –, é

avaliar o perfil do tumor, identifi-

cando as características clinicas, a

fim de traçar um comparativo com

as estatísticas vigentes no Brasil e

no exterior e fornecer dados clínico-

patológicos e epidemiológicos que

tragam informações particulares e per-

tinentes à população.

São estes dados que fornecerão políticas

eficazes de atendimento ao paciente,

além da realização correta de campa-

nhas para conscientizar sobre as necessi-

dades de adotar medidas preventivas e

da descoberta precoce da doença.

De acordo com o Dr. Nardi, “a estima-

tiva é de que uma campanha ostensi-

va possa erradicar a doença em 15 anos”. Trata-

se de um estudo transversal com respostas

a questionários que são preenchidos

pelos médicos urologistas, de forma

voluntária. Certamente, são informa-

ções que salvarão muitas vidas.

Esse tal Preconceito

Núcleo da Matéria - Número 08, Ano III - Julho/ Agosto de 2006. Publicação Bimensal

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Trilogia de métodos

Por Alex Barbosa

A Varian Systems apresenta um novo

equipamento em que as premissas fun-

damentais deste mercado - tecnologia,

design e segurança - uniram-se como

sua melhor definição. Eis o Trilogy, consi-

derado o primeiro aparelho de teleterapia

capaz de atender desde a radioterapia

conformacional em 3D, IMRT, até a ra-

diocirurgia estereotáxica, além da neuro-

cirurgia.

Para se ter uma idéia do avanço proposto

pela empresa, a técnica de Radiocirurgia

Estereotáxica (SRS), que trata de tu-

mores em uma única e alta dose de

radiação, era executada somente em lo-

cais de possível imobilização, caso de ca-

beça e pescoço. Agora, outras partes do

corpo também poderão ser tratadas.

Segundo Timothy Guertin, presidente do

Departamento Oncológico da Varian,

“O Trilogy é um sistema clínico e prático

elaborado para todas as formas de tera-

pia de radiação por feixe”.

Tanta evolução se deve graças ao acele-

rador linear 23EX Clinac®, também de-

senvolvido pela empresa e aprimorado

para diversos tipos de aproveitamento,

com taxas de doses mais elevadas de

radiação – de 600 a 1.000 unidades mo-

nitoras por minuto – em áreas menores e

num espaço curto de tempo.

O sistema incorpora ainda os acessórios

da Varian´s Dynamic Targeting para

IGRT (Image-Guided Radiation Therapy),

que ampliam a exatidão do procedimen-

to, bem como o Portal Vision AS 1000,

um recurso que produz imagens em alta

resolução, de modo a posicionar o

paciente da melhor forma, verificar o

tratamento e garantir sua qualidade.

Contudo, os executivos da Varian indi-

cam que o objetivo da companhia na

área de elaboração de softwares de alta

precisão na captura de imagens está em

plena fase de expansão, já que a meta é

oferecer recursos cada vez mais moder-

nos aos profissionais das áreas médicas,

nos casos de radiografias bidimensio-

nais e imagens tridimensionais em

Tomografia Computadorizada, para

localizar as neoplasias malignas com

a maior exatidão possível.

ABFM em balanço

Um dos destaques da última edição do Con-

gresso Brasileiro, que aconteceu na cidade de

Ribeirão Preto, foi o público contabilizado, com

quase 800 inscrições. Num retrospecto dos

anos anteriores, vale lembrar do Congresso

do Rio de Janeiro de 2001, teve a apresenta-

ção de 99 trabalhos, para 290 estudantes e

429 participantes. No ano seguinte, em Cam-

pos do Jordão, sob a supervisão de José Carlos

Cruz e Homero Lavieri Martins, contou-se com

400 inscritos e a publicação de 85 trabalhos.

Alexandre Bacelar, Ana Maria Marques Silva e

José Carlos Cruz receberam no ano de 2003,

em Porto Alegre, cerca de 200 universitários,

durante quatro dias de encontros, com média

de 114 trabalhos exibidos e a presença de 500

físicos médicos.

Através da exposição de pesquisas, a ABFM

tem elaborado a programação, sobretudo, pa-

ra o intercâmbio dos profissionais do segmen-

to, investidores, representantes de instituições

acadêmicas e as demais pessoas. Dessa for-

ma, nota-se o crescimento dos interessados

nas informações difundidas nos Congressos.

Caso de 2004, quando o número de trabalhos

chegou ao total de 255. Neste período, o trio

que dirigia a ABFM e o CBFM, formado por Ho-

mero Lavieri, Helvécio Mota e Renato di Prinzi-

o, ganhou a companhia de Victor Borel. E na

capital carioca, 431 interessados, dentre os

quais 69 estrangeiros, além de 208 estu-

dantes, prestigiaram a agenda elaborada

naquele ano.

Já na décima edição, realizada em maio de

2005, estiveram presentes 423 participantes,

149 estudantes, em uma semana preenchida

com 230 trabalhos difundidos. Em 2006, sob a

batuta de Thomaz Ghilardi Netto e Oswaldo

Baffa Filho, o XI Congresso Brasileiro de Física

Médica, organizado em Ribeirão Preto, superou

as expectativas, com a adesão de 744 inscri-

tos, dos quais 10 estrangeiros, bem como de

381 físicos médicos em formação, que pude-

ram acompanhar 255 trabalhos, sendo 29 de-

les na forma oral.

RECEITA DE SUCESSO Novo aparelho da Varian alia design, tecnologia de ponta e segurança no combate às neoplasias

Divulgação

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Por Sandi Dias

A descentralização para a produção do FDG

-18 (flúor desóxido de glicose) começou a

todo vapor. Primeiro centro privado do país

a investir na fabricação do fármaco usado

no diagnóstico precoce do câncer, a Clínica

Villas Boas, em Brasília, adquiriu o Cíclo-

tron da Siemens, equipamento que funcio-

na como acelerador de partículas.

O radioisótopo FDG-18 tem atividade me-

tabólica limitada a, no máximo, oito horas,

o que dificulta a realização de exames

complexos de PET-CT fora das localidades

de elaboração da substância. Com a recen-

te abertura da legislação, (emenda consti-

tucional 199/03), que estendeu os direitos

assegurados às instituições públicas do ei-

xo Rio-São Paulo às instituições particula-

res, o acesso à tecnologia foi impulsionado

em todo o território nacional.

Leonardo Packer, gerente de produto de

Imagem Molecular da Siemens, defende a

iniciativa. “Com estrutura e logística apro-

priadas para produção e transporte do ma-

terial, mais clínicas e hospitais poderão

contar com esta forma de diagnóstico, o

que deve aquecer este mercado, favorecendo

o combate a doenças”, diz.

A Clínica Villas Boas sempre apostou na

área de diagnósticos por imagens, sendo

pioneira no centro-oeste no uso da radiolo-

gia geral, mamografia digital, ultrassono-

grafia, densiometria óssea, tomografia

computadorizada, ressonância magnética e

PET-CT. O diretor da instituição, Dr. Tito

Mundim, afirma que “o aparelho não será

utilizado somente para produzir o FDG,

mas também para o fornecimento comerci-

al do material para outros centros do país”.

Para tanto, o apoio logístico da PETNET, empre-

sa do grupo Siemens especializada na distri-

buição de radiofármacos,

será fundamental.

Trata-se de um setor

promissor, já que no

Brasil, o negócio de

imagem molecular fatu-

rou R$ 44 milhões em

2005, segundo dados

apresentados na 36ª

Jornada Paulista de Ra-

diologia. E a expectativa

é crescer ainda mais.

Em Curitiba, o DAPI

(Diagnóstico Avançado

por Imagem) readequou

seus conceitos e implan-

tou o primeiro sistema

de ressonância magnéti-

ca de última geração e

tecnologia diferencia-

da, chamado de Mag-

netom Avanto, tam-

bém desenvolvido pe-

la Siemens.

O aparelho permite a

aquisição de imagens do corpo inteiro em

alta resolução, sem reposicionamento do

paciente ou troca de bobinas, e tudo isso

em apenas 12 minutos, graças ao Tim®

(Total Imaging Matrix). Outro diferencial é

o Matrix Coils, que possibilita a combinação

de até 76 elementos de bobinas diferentes

e a utilização de até 18 canais simultanea-

mente (76x18), o que proporciona maior

velocidade e qualidade de imagem. É uma

evolução se comparada aos sistemas atuais,

que possuem de oito a dezesseis canais de re-

cepção. Isso sem contar a diminuição dos ruídos

em até 97%.

A maior relevância, porém, é o rastre-

amento de metástases com praticidade e

agilidade ao paciente. “Até então, um

exame completo exigia a troca de bo-

binas e fazia com que o paciente fosse

reposicionado no mínimo cinco vezes.

Com o Avanto é possível realizar um

exame de corpo inteiro, da cabeça aos

pés, com pacientes de até 2,05 m de

altura, em uma única posição. A análi-

se fica muito mais fácil e melhora con-

sideravelmente o diagnóstico. O mes-

mo também se aplica para estudos

vasculares e do sistema nervoso cen-

tral”, afirma Ricardo Martins, espec i-

a l is ta da Siemens em ressonância

magnét ica.

Imagem é tudo

Núcleo da Matéria - Número 08, Ano III - Julho/ Agosto de 2006. Publicação Bimensal

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Por Sérgio Martins

Inscrita nesta edição do Congresso, a

graduanda em física médica, Janaína Du-

tra, trouxe à tona a proposta de implan-

tação de proteção e segurança no serviço

nuclear do Hospital Universitário Clemen-

tino Fraga Filho, da UFRJ. Aluna da enti-

dade, seu primeiro interesse foi a Radio-

terapia. Entretanto, depois que recebeu a

bolsa-sanduíche para estudar em Berlim,

durante seis meses, percebeu que tinha

afinidade com a proposta e com o am-

biente do Departamento de Medicina

Nuclear. “Gosto da rotina hospitalar e da

interação com outros profissionais”. Em

entrevista ao Jornal Núcleo da Matéria,

Janaína falou sobre o estudo que lhe con-

feriu o prêmio Alípio Luiz Dias Neto.

No que consiste o projeto criado pelo

Hospital? Quando voltei da Alemanha,

tive contato com a física Ana Maria Rabe-

lo e a farmacêutica Maria do Rocio

Bencke, que me convidaram para minis-

trar aulas e treinamento aos profissionais

do Departamento de Medicina Nuclear,

condizente, aliás, ao meu interesse por

educação. O curso tem o objetivo de es-

clarecer as principais regras de seguran-

ça àqueles que trabalham diretamente

com radiações ionizantes, através de in-

formações como, ‘a quem procurar em

caso de acidente’. E até mesmo de iden-

tificação de símbolos pertinentes à rotina

de funcionários das áreas de enferma-

gem, radioproteção, limpeza, administra-

ção, bem como os médicos e demais es-

pecialistas. No contato com eles pode-

mos fazer, por exemplo, a avaliação de

erros de conduta, auxiliá-los no registro

de qualquer contaminação, além de iden-

tificar as falhas mais comuns.

Como você participou do processo de

elaboração desta fase? Como seria a

segunda turma, queríamos desta vez um

material mais abrangente e de maior

qualidade. Então sugeri algo focado em

outras mídias, como a internet e a-

postilas elaboradas por meio de

questionários de avaliação, com forte

embasamento nas imagens para abor-

darmos as informações que chegariam

aos alunos. Para tanto, contamos com

patrocínio de empresas do setor. E os

resultados têm sido animadores, sendo

bem recebido, inclusive, pela Central de

Atendimento ao Estudante.

Quais são os próximos projetos? Pois

é, estou no último período de meu ba-

charelado e pretendo continuar a desen-

volver questões relacionadas à educação

na área de medicina nuclear. Tenho tam-

bém o convite de Ana Maria para integrar

a equipe de sua empresa, a ANAFIS, que

executa o controle de qualidade dosimé-

trica em outras unidades de saúde. Pre-

tendo ainda fazer mestrado, com o obje-

tivo de aperfeiçoar a comunicação entre

a equipe multidisciplinar.

Medicina Nuclear

SETOR EM FOCO Desde 29 de junho está funcionando o novo Cen-

tro de Oncologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da

USP (FMUSP). Inaugurado como parte do Instituto de Radiologia

Diagnóstica (InRad), um dos benefícios imediatos foi o aumento

da capacidade de atendimento, que passou de 170 para 250 consultas

por dia. O número de pacientes tratados também saltou de 2 mil pa-

ra 3,5 mil e os leitos de 06 para 20 unidades. O investimento no complexo – dividido em três andares, distribuídos por

um área de 2,5 mil m2, com arquitetura moderna inspirada no conceito humanista –, custou aos cofres públicos R$ 7,2

milhões.

Div

ulga

ção

O que é Notícia

DESPEDIDA José Leite Lopes, um dos fun-

dadores do Centro Brasileiro de Pesquisas

Físicas (CBPF), no Rio de Janeiro, faleceu na

manhã de 12 de junho, aos 87 anos. O físi-

co fez doutorado na Universidade de Prince-

ton sob orientação do ganhador do Nobel,

Wolfgang Pauli. Na área acadêmica foi autor

de mais de 80 trabalhos, dentre os quais,

destaque para o que descreve a existência

de bósons vetoriais neutros, juntamente

com os bósons carregados.

PRÓXIMA PARADA Já tem data e local de-

finidos o próximo encontro de física médica.

O XII Congresso da área acontece entre os

dia 06 e 09 de junho de 2007, na cidade

paranaense de Foz do Iguaçu. Além das be-

lezas naturais do lugar, na pauta do Con-

gresso muita novidade para atualização dos

profissionais da área.

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O Jornal Núcleo da Matéria é uma publicação da Associação Brasileira de Física Médica [ABFM], distribuída gratuitamente entre os associados, com periodici-dade bimensal. Tiragem: 1.500 exemplares. www.abfm.org.br. Caixa Postal: 72002. Cep: 05508-970, São Paulo, SP.

Expediente - Jornalistas Responsáveis: Adriana Sanches, MTB: 34.872 e Patrícia Favalle, MTB: 33.548. Reportagens: Alex Barbosa, Ariana Brink, Helen Pessoa, Sandi Dias e Sérgio Martins. Fotos: Agência Em Pauta [AEP]. Projeto gráfico: 7ervas. Impressão: Laborgraf (11) 3829-4711. Comercial: OPS!!! Propaganda e Marketing (11) 3961-5777. ** Grupo Em Pauta Assessoria de Comunicação Ltda. ** Rua Teodoro Sampaio, 1788, cj. 111, Pinheiros - São Paulo - SP. Tel./Fax: (11) 3031-6033. CNPJ: 05.529.556/0001-93. Fale conosco: [email protected] www.e-pauta.com.br.

Radioterapia

Núcleo da Matéria - Número 08, Ano III - Julho/ Agosto de 2006. Publicação Bimensal

Por Adriana Sanches

Coordenador do Serviço de Radio-

terapia do Hospital Sírio Libanês, o

Doutor João Luis Fernandes da Sil-

va atua em frentes que visam am-

pliar o atendimento iniciado em

1970, com mais de 52 mil pessoas

assistidas. São pacientes que pro-

curam o local por conta de uma

reputação que transcende a histó-

ria, feita por médicos altamente

especializados, equipamentos de

ponta, além de estrutura de padrão

internacional. Em entrevista ao Jor-

nal Núcleo da Matéria, o radiotera-

pêuta falou um pouco sobre a roti-

na de um dos maiores centros on-

cológicos do país.

Quase oito anos depois de sua

criação, qual é o grande dife-

rencial do departamento? Nesta

nova fase, o Centro de Oncologia

atende a parte clínica, radioterapia,

medicina bucal (que trata dos efei-

tos colaterais ocasionados pelo

procedimento) e multidisciplinar,

que agrega ainda, a equipe de en-

fermagem e psicologia. Vale ressal-

tar que 65% dos pacientes rece-

bem a t écn i ca de IMRT

(Radioterapia com Intensidade Mo-

dulada de Feixe), um dos procedi-

mentos mais modernos do merca-

do, implantado aqui em 13 de ou-

tubro de 2000. São realizados por

mês, quinze procedimentos em ra-

diocirurgia e braquiterapia. E trata-

mos ainda de 360 casos de mama,

350 de próstata, 120 tumores de

cabeça e pescoço, e cerca de 30

localizados em outras áreas, como

o reto e a pélvis. Acho que o que

distingue nosso trabalho também é

o investimento na estrutura. Con-

tamos com três aceleradores linea-

res, quatro sistemas de planeja-

mento, sementes de ouro e iodo, e

equipamentos para braquiterapia

de alta e baixa taxa de dose.

O senhor pode falar sobre o a-

primoramento dos profissionais

que fazem parte da equipe do

hospital? Graças ao trabalho de

pessoas como a dra. Cecília Kalil

Haddad, pudemos formar mais de

100 profissionais. Temos um crité-

rio muito rígido para a contratação

de novos físicos, e para tanto, abri-

mos uma vaga em residência com

a duração de dois anos. Prepara-

mos também observadores em físi-

ca de todo o país e da América La-

tina e Central. Quero ressaltar que

nos dias 19 e 20 de outubro, reali-

zaremos o VI Curso de Radiotera-

pia de Última Geração, voltado

para físicos e médicos, em que se-

rão abordados, por exemplo, as-

suntos sobre radioterapia guiada

por imagem (IGRT). Para mais in-

formações, os interessados podem

acessar o link do Instituto de Ensi-

no e Pesquisa do Hospital:

www.hospitalsiriolibanes.org.br/iep.

Na rota da ciência

Considerado um dos mais célebres físicos de todos os tempos,

Albert Einstein (1879-1955) conquistou notoriedade ainda em

vida. Aproveitou o reconhecimento para viajar por diversos paí-

ses e divulgar a ciência. Numa dessas paradas, esteve no Bra-

sil. Os registros da visita fazem parte da mostra Einstein e a

América Latina, aberta ao público até 01 de setembro, no sa-

guão do prédio de Ensino/ Informática do IPEN. A instalação

traz fotos inéditas do físico em suas andanças pelas Américas

do Sul e Central, e integra o convênio do Instituto com o Museu

de Astronomia e Ciências Afins (MAST). Tel. (11) 3816-9092.

Foto AEP

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Por Adriana Sanches

Em evidência, o grupo coor-

denado por Janaína Men-

des, elaborou a pesquisa a

respeito da “Proposta de

implementação de cultura

de proteção e segurança no

serviço de Medicina Nuclear

do HUCFF/UFRJ”, que con-

quistou a premiação Alípio

Luiz Dias Neto, entregue

durante o XI Congresso

Brasileiro de Física Médica,

realizado em junho, na ci-

dade de Ribeirão Preto.

Janaína ministra cursos de

radioproteção para profis-

sionais ocupacionalmente

expostos e de radiofarmácia

hospitalar, no Hospital Uni-

versitário Clementino Fraga

Filho, no Rio de Janeiro.

Dos trabalhos apresentados

de forma oral aqueles que

mereceram atenção foram

“Desenvolvimento de trans-

dutor de pressão de alta

sensibilidade baseado no

fenômeno de magnetoim-

pedância gigante, para apli-

cação biomédica” e

“Simulação de transporte

de nêutrons, em meio

aquoso, visando estudos

sobre BNCT”, ganhando res-

pectivamente, o primeiro e

o segundo lugar. Os autores

das matérias são alunos da

PUC do Rio de Janeiro e da

UNIFRA, do Rio Grande do Sul.

Destaque para o professor

Gilberto Orengo, que inves-

te muito tempo no estudo

do transporte de partículas

de nêutrons, para o trata-

mento do câncer. A respeito

do tema publicou artigos

em revistas especializadas,

além de participar simulta-

neamente, de outros três

projetos de pesquisa.

Engenheira química forma-

da pela FEI e pós-graduada

em administração de em-

presas, Audrew Firmino,

recebeu o prêmio na cate-

goria de melhor pôster. Re-

sultado do trabalho,

“Desenvolvimento de mate-

riais cerâmicos para utiliza-

ção em proteção radiológica

diagnóstica”, concebido no

atual mestrado feito pelo

IPEN/USP.

Bem como Audrew, mais

dois temas foram condeco-

rados sob forma de pôster.

Os especialistas R.S. Duran,

L.G. Donato, O.B. Martinez,

L. Ventura e S.F. Souza apre-

sentaram “Moderador e si-

mulador do sistema visual

humano”. Já através do tí-

tulo “Uso da espectroscopia

fotoacústica na investigação

do processo de diluição so-

bre a cobertura molecular

de fluídos magnéticos bio-

compatíveis”, S.R. Avelino,

F.M.L. Oliveira, A.C. Oliveira

e P.C. Morais receberam o

reconhecimento pela desco-

berta de informações im-

portantes para a área.

Assim se faz a história

Núcleo da Matéria - Número 08, Ano III - Julho/ Agosto de 2006. Publicação Bimensal

Parabéns aos novos especialistas que foram aprovados na prova de título

realizada concomitantemente ao Congresso de Ribeirão Preto. São eles:

Alexandre Cássio Guimarães; Alexandre de Oliveira; Ana Cristina Bratkowski Pereira;

Angel da Silva Martinez; Anselmo Mancini; Cássio Vilela Komatsu; Crystian Wilian

Chagas Saraiva; Daniel Souza Felipe; Ernani Anderson; Heberton Ferreira; Hugo

Leonardo Lemos Silva; Israel de Oliveira Mendes; Josemilson de Meneses Bispo;

Josy Casicava, Katiucia Santana Bomfim; Leonardo Peres da Silva; Marcus Vinicius

Bortolotto; Raimundo Maciel de Vasconcelos; Rodrigo Rodrigues Hattori; Rômulo

Verdolin de Souza; Susiane Moraes; Vinicius Demanboro Gonçalves; Welington Fur-

tado Pimenta Neves Jr.

À esquerda, Jana-

ína Dutra, estu-

dante de Física

Médica da Univer-

sidade Federal do

Rio de Janeiro; ao

lado, a engenhei-

ra Audrew Firmi-

no, ambas premi-

adas durante o XI

Congresso Brasi-

leiro de Física

Médica, realizado

em Ribeirão Preto

(SP), em junho.

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