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COMUNICAÇÃO INTERNA DA FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ COORDENADORIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL | PRESIDÊNCIA | FIOCRUZ Peter Ilicciev

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COMUNICAÇÃO INTERNA DA FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ

COORDENADORIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL | PRESIDÊNCIA | FIOCRUZ

Peter Ilicciev

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stimular a consciên-cia da comunidadeFiocruz sobre os cui-dados com a pró-

pria saúde por meio da buscapor informações nutricionais,adoção de bons hábitos alimen-tares e de atividades físicas. Essaé a essência do Circuito Saudá-vel, projeto coordenado pela Nu-trição do Núcleo de Saúde doTrabalhador do Coordenação deSaúde do Trabalhador da Dire-toria de Recursos Humanos(Nust/CST/Direh), em parceriacom a Caixa de AssistênciaOswaldo Cruz (FioSaúde) e oSindicato dos Trabalhadores daFiocruz (Asfoc-SN). Numa pers-pectiva macro objetiva, o focoé promover melhores condiçõesde saúde no trabalho.

“No Brasil, as DoençasCrônicas Não Transmissíveis(DNCTs) concentram 72% dosóbitos, segundo dados do sis-tema de informação de morta-lidade”, alerta a nutricionista doNust Wanessa Natividade, umadas responsáveis técnicas doprojeto. Endossando a fala danutricionista, a coordenadorade Saúde do Trabalhador daFiocruz, Fátima Rangel, desta-ca positivamente a iniciativa.

“Em um contexto onde asDNCTs representam um graveproblema de saúde pública, oCircuito Saudável visa reduzir operfil de morbimortalidade dostrabalhadores, dentre outrosbenefícios voltados à promoçãoda saúde no trabalho e à quali-dade de vida dos adeptos”, dizFátima. Alguns fatores de risco

Circuito Saudável:uma iniciativa de peso

Por Glauber Queiroz

– como hipertensão, obesidadee diabetes – são analisados naseleção dos participantes.

Existem duas portas de en-tradas para o Circuito. Servido-res, trabalhadores terceirizadose bolsistas podem participar pelaCST. Já os servidores convenia-dos e seus dependentes podemaderir à iniciativa via FioSaúde.A diretora do plano, Leila Mello,ressalta que o projeto se enqua-dra no programa de promoçãoda saúde e prevenção de doen-ças da FioSaúde, justificando aparceria. “Esperamos deixar deser um plano preocupado somen-te com a assistência à doençapara ser um plano que investefirmemente na saúde de seus be-neficiários”, afirma.

O Circuito Saudável integrao programa Fiocruz Saudável. Odiretor de Recursos Humanos,Juliano Lima, constrói essa rela-ção em sua fala. “A essênciado programa Fiocruz Saudávelé a integração das ações insti-tucionais com vistas à obtençãode melhores resultados para aqualidade de vida e saúde daspessoas. O circuito representaperfeitamente essa filosofia detrabalho”, analisa.

Dirac eExpansão

A metodologia adotadapela CST consiste na realiza-ção de atendimento nutricio-nal individual, com levanta-mento da história dietética,medidas antropométricas,

classificação do estado nutri-cional, elaboração de dietapersonalizada e oficina culiná-ria. Estão incluídas atividadesfísicas orientadas; realizaçãode grupos de educação e saú-de; distribuição de orientaçõesnutricionais e de outros mate-riais educativos; e realizaçãoavaliação em grupos de focais,bimestral, após o término dotrabalho com cada grupo.

O Serviço de Nutrição daCST realizou um projeto expe-rimental com a Dirad, no fimde 2014, e em junho de 2015iniciou as atividades coletivascom trabalhadores da Dirac. Aestratégia adotada pela equi-pe técnica é a formação degrupos por unidade. Farman-guinhos deve ser a próximacontemplada, ainda em 2015.Na FioSaúde, o projeto pilotovem ocorrendo com trabalha-dores do próprio plano e daFiotec, no prédio da Expansão.

Espera-se que, a médioprazo, o Circuito Saudável pos-sa contribuir para uma melho-ra efetiva das condições desaúde dos trabalhadores daFiocruz e de seus dependen-tes, por meio de ações educa-tivas implementadas e demaisatividades desenvolvidas. Mui-to além da realização de die-tas ou procedimentos pontuais,o principal legado que a inici-ativa visa deixar em cada par-ticipante é o real propósito demudança de vida, por meio daadoção consciente e voluntá-ria de hábitos mais saudáveis.A vida agradece.

Integração das ações institucionais visa a qualidadede vida e saúde dos trabalhadores

E

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ada de carne, co-rantes ou produtosindustrializados. Ospratos também não

passam pelo fogão, nenhumdeles. No projeto Terrapia, acomida vem de uma formadiferente: a alimentação éviva, baseada em alimentoscrus de origem vegetal, taiscomo frutos frescos e secos,vegetais, sementes e grãosgerminados. “Trata-se de umaforma de se alimentar que pri-vilegia a energia vital dos ali-mentos”, explica a coordena-dora do projeto, Cynthia Brant.

Após 18 anos de existên-cia, em 2015 o Terrapia pas-sou a integrar o rol de iniciati-vas que compõem o ProgramaFiocruz Saudável, fornecendoaos trabalhadores da Fundaçãoe à comunidade orientações epráticas de alimentação viva.Baseado numa alimentação eestilo de vida naturais, o Ter-rapia propõe uma série de

ações e reflexões relaciona-das à promoção da saúde eambiente. Funciona numa pe-quena casa, no Campus Man-guinhos, em frente ao CanalSaúde, que tem uma horta euma praça onde é preparadaa alimentação,

No âmbito do Fiocruz Sau-dável, o Terrapia objetiva pro-mover o desenvolvimento deuma consciência da relaçãoentre saúde e ambiente comvistas a gerar mudanças naspercepções do indivíduo, emrelação a si mesmo e ao meio-ambiente. A aproximação dasociedade com questões ecoló-gicas e ambientais, o resgate dehábitos saudáveis e de açõesnaturais de autocuidado são al-guns dos benefícios esperados.A iniciativa também promove oreconhecimento e inclusão deplantas, flores e sementes co-mestíveis na dieta alimentar.

Os frequentadores apren-dem a produzir sementes ger-

NPor Glauber Queiroz

Terrapia no Fiocruz SaudávelProjeto investe na alimentação viva para promoção da saúde

minadas e brotos, a prepararpratos sem cozinhar, além, éclaro, de pensar sobre nutri-ção. Hoje, o projeto contacom uma média de 100 cola-boradores – ex-alunos quecontinuam atuando comoapoio nas aulas. Pedrina Cas-con é uma das colaboradoras,que chegou ao espaço em2012 por indicação de ami-gos, devido a uma sinusitecrônica. A sinusite se foi ecom ela todo um antigo esti-lo de alimentação.

Hoje, Pedrina prepara fes-tas, cursos e oficinas de culi-nária viva para crianças. “Te-nho uma filha de cinco anos,por isso estou sempre inventan-do receitas”, ressalta. O Terra-pia é fruto de um projeto inici-ado pelo Centro de Saúde Es-cola Germano Sinval Faria, daEscola Nacional de Saúde Pú-blica Sergio Arouca (Ensp), em1997. Para saber mais, acesse:www.terrapia.com.br.

Fotos: Peter Ilicciev

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rca, SciELO Livros, Bi-bliotecas Virtuais emSaúde Fiocruz (BVS).

Todas essas iniciativas garantemo acesso gratuito, público e aber-to ao conhecimento geradopela instituição à comunidadecientífica e a quem mais possainteressar. Iniciativas que se for-taleceram após a publicação daPolítica de Acesso Aberto aoConhecimento. Outras são fru-tos das novas diretrizes, como

A o Portal de Periódicos e oCampus Virtual Fiocruz - es-paço que será lançado aindaem 2015 e oferecerá acessogratuito a todo material rela-cionado aos recursos educa-cionais da Fundação, comoaulas e mesas de debates.

A Política garante umasérie de benefícios para a Fio-cruz, para os pesquisadores epara a sociedade em geral:fortalecimento dos mecanis-

Um ano de acessoaberto ao conhecimento

Por Leonardo Azevedo

Política da Fiocruz contabiliza avanços no acesso à produção institucional

Outra iniciativa que temobtido êxito é o SciELO Li-vros, resultado da parceriaentre a Editora Fiocruz, Edi-tora Unesp e Edufba. Cria-do em março de 2012, oportal oferece mais de 350e-books em acesso aberto.São mais de 34,6 milhões dedownloads. Deste número,20 milhões foram de títulosda Editora Fiocruz. “Atual-mente, temos praticamentemetade do catálogo depo-sitado no SciELO, parte emacesso totalmente livre e aoutra em acesso bem facili-tado, o que não deixa de seruma forma importante deacesso”, afirma o editor-exe-cutivo da Editora Fiocruz,João Canossa.(Colaborou Fernanda Marques)

SciELO Livros

mos de preservação da memó-ria institucional, aumento noacesso e do impacto da pro-dução intelectual da Fundaçãoe redução da possibilidade deplágio, entre outros.

Um ano após a publica-ção da Política, a Fiocruz játrabalha em novas frentes,integrando organizaçõescomo a Confederation ofOpen Acess Repositories(Coar), entidade reconhecida

mundialmente pelos esforçospara a abertura de acessos àsredes de repositórios, com re-presentantes nas Américas,África, Europa e Ásia. NoBrasil, apenas a Fundação ea Universidade de São Paulo(USP) integram a Coar.

Em apresentação na Con-ferência Coar-SPARC 2015 -um dos mais importanteseventos mundiais no campodo acesso aberto -, a vice-

presidente de Ensino, Infor-mação e Comunicação, NísiaTrindade Lima, apresentouações e iniciativas da Fiocruznos últimos anos. O evento,realizado em abril na cidadedo Porto, em Portugal, con-tou com a participação deprofissionais de diversos paí-ses, entre bibliotecários, ges-tores de repositórios, investi-gadores, agências de finan-ciamento e estudantes.

Uma das iniciativas pioneiras no campo do acesso abertona instituição, o Repositório Institucional Arca conta atualmen-te com mais de 7.500 documentos disponíveis. São artigoscientíficos, teses e dissertações, relatórios técnicos, vídeos etodo um conjunto de conteúdos digitais originários da pesqui-sa, do ensino e do desenvolvimento tecnológico da Fiocruz.

E em um ano de Política, os resultados são animado-res: foram mais de 2.400 depósitos, entre fevereiro de 2014e abril de 2015. A média anual, desde 2007, foi de 718depósitos anuais. “Tivemos um crescimento de 50% emum ano, que é um bom resultado, levando em conta quetudo isso é novo para a Fiocruz. As adequações dos editaise outros documentos, por exemplo, ainda estão sendo fei-tas”, afirma a bibliotecária Viviane Veiga, uma das coor-denadoras do Arca, ao lado de Ana Maranhão.

Já são mais de 230 mil visitas desde a publicação daPolítica, com destaque para usuários do Brasil, Estados Uni-dos, Portugal, Angola e Moçambique. Algumas ferramentasforam desenvolvidas para facilitar a vida do usuário externo.Os arquivos em PDF, por exemplo, podem ser visualizados nainterface do Arca, não sendo necessário fazer download doarquivo. Também está disponível o botão request copy, pormeio do qual o usuário solicita a cópia de documentos queestejam embargados diretamente ao autor.

Para Viviane, são dois os desafios do Repositório atual-mente. O primeiro diz respeito à conscientização dos pesquisa-dores sobre os diversos benefícios do acesso aberto. O outro éabrir uma pauta com o Conselho Nacional de Desenvolvimen-to Científico e Tecnológico (CNPq) para que os dados deposita-dos no Arca possam ser inseridos automaticamente no Currícu-lo Lattes do pesquisador que assim desejar. “Isso já funcionaem outros países, como Portugal. É fundamental minimizar-mos o trabalho do pesquisador, não precisando inserir os mes-mos dados em duas plataformas”, ressaltou Viviane.

Recorde de depósitos

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e a produção de ci-ência, saúde e tec-nologia garantiram

à Fiocruz reconhecimento porsua atuação na área, a inici-ativa de disponibilizar este co-nhecimento para a popula-ção acaba de destacar a ins-tituição em outra frente: aFundação foi vencedora doPrêmio José Reis de Divulga-ção Científica e Tecnológica,na categoria Instituição e Veí-culo de Comunicação.

O prêmio anual foi cria-do pelo CNPq em 1978 e éconcedido em sistema de ro-dízio a apenas uma entre trêscategorias: Pesquisador e Es-critor; Jornalismo em Ciênciae Tecnologia; e Instituição eVeículo de Comunicação.Para concorrer, a Fiocruz ins-creveu algumas de suas ins-tâncias e canais de divulga-ção científica, como o Museu

Por Erika Farias

da Vida; o Canal Saúde; aspáginas Pense SUS e o Portalde Periódicos; a Agência deNotícias, e o Selo Fiocruz Ví-deos, entre outros.

“É importante que a ciên-cia contribua para a cidadania ea qualidade de vida. O trabalhodesenvolvido na área de divul-gação pela Fundação busca jus-tamente que o cidadão possa seapropriar e ser partícipe na pro-dução do conhecimento cientí-fico”, disse o presidente da Fio-cruz, Paulo Gadelha.

Este ano, a premiaçãochega à sua 35ª edição e édestinada a projetos que con-tribuam para tornar a Ciên-cia, a Tecnologia e a Inova-ção conhecidas do grandepúblico. A cerimônia aconte-ce na abertura da 67ª Reu-nião Anual da Sociedade Bra-sileira para o Progresso daCiência, no dia 12 de julho.

Fiocruz ganha oPrêmio José Reis

S Quem foiJosé Reis

José Reis foi um mé-dico, pesquisador, jorna-lista e educador, quenasceu no Rio de Janei-ro, em 12 de junho de1907, e viveu por quase95 anos. Em sua forma-ção acadêmica estive-ram grandes centros dereferência em saúde,como a Faculdade Naci-onal de Medicina e oInstituto Oswaldo Cruz,de onde foi para o Ro-ckefeller Institute, emNova York, especializar-se em virologia. Comopesquisador, realizoudiversos trabalhos emOrnipatologia, tornan-do-se especialista emdoenças de aves.

Lançado em março deste ano,o Portal de Periódicos reúne emum mesmo espaço as publicaçõescientíficas editadas na Fiocruz. Oacesso é gratuito. Na página, alémda versão digital das revistas, ousuário encontra entrevistas, info-gráficos, notícias e vídeos relacio-nados ao conhecimento em saú-de, a partir de diferentes aborda-gens. Mais de 43 mil usuários jáacessaram o portal.

“Além da visibilidade e do au-mento de submissões de artigos,ganhamos com o convívio e trocade informações com os editoresdas outras publicações, o que nospossibilita enfrentar de formamais consciente e rápida os desa-fios na construção do periódico”,ressalta Rosane Abreu, editora daRevista Fitos. A publicação quaseque dobrou o número de acessosapós a adesão ao Portal de Perió-dicos: de 2.839 (agosto de 2014 afevereiro de 2015) para 5.564 (demarço a 15 de junho de 2015).

Portal dePeriódicos

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ossibilitar a qualquerpessoa o recebimen-to de informações de

órgãos e entidades públicas.Este é o objetivo da Lei deAcesso à Informação (LAI), queacaba de completar três anosde efetividade. Regulamenta-da em 2011, a Lei nº 12.527entrou em vigor em 16 demaio de 2012. A legislaçãodetermina que o acesso é aregra e o sigilo, exceção.“Essa é uma lei que chegouatrasada, que visa suprir umanecessidade contida na pró-pria Constituição, e tambémuma exigência da sociedade”,afirma o ouvidor da FundaçãoOswaldo Cruz, João Gonçal-ves Barbosa Neto.

Para aumentar a eficiên-cia do Poder Público, diminuira corrupção e elevar a partici-pação social, a LAI determinoua criação do Serviço de Infor-mação ao Cidadão (SIC). NaFiocruz, os pedidos de informa-ção são feitos pelo e-SIC, ver-são eletrônica do sistema, de-senvolvido pela ControladoriaGeral da União (CGU). Tam-bém é possível requerer infor-mações diretamente na Ouvi-doria da instituição.

“A execução da lei, comoem muitas entidades do gover-no federal, ficou a cargo daOuvidoria. Temos uma estru-tura eletrônica para esta de-manda, além de experiênciaem lidar com o atendimentoao cidadão”, explica Neto,que complementa: “Basta quea pessoa se identifique, parasolicitar uma informação pelaLAI. Não é necessário dizer oporquê desta busca.

Lei de Acesso à Informaçãocompleta três anos

Por que não possomais me candidatarcomo voluntário?

Por Erika Farias

Se inicialmente o conhe-cimento sobre a lei era peque-no, hoje são feitas diversasbuscas. Até o fim de 2014,foram registrados na Fiocruz632 pedidos de acesso à infor-mação. No ano passado, fo-ram 142, entre 1.075 mensa-gens recebidas pela Ouvidoria.“As informações mais procu-radas aqui dizem respeito àsunidades fabris, e se referemao processo de desenvolvimen-to de remédios, ou à Diretoriade Recursos Humanos (Direh),com questões relativas a con-cursos”, diz o ouvidor.

DesafiosNo Brasil, o conhecimen-

to sobre e a aplicação da LAIé irregular. “O cumprimentoda lei, em maior ou menorescala, não depende da re-gião. Depende muito do go-verno”, explica o ouvidor,completando que há municí-pios nos quais a Lei de Aces-so é desconhecida. Algumasáreas do governo federal tam-bém não respondem às exi-gências da mesma forma.“No Executivo, isso está bemimplantando. Já no Legislati-vo, não”, afirma.

A velocidade na respostatambém pode ser aprimorada.A Lei de Acesso à Informaçãodetermina que as respostas de-vem ser dadas em até 20 dias,prorrogáveis por mais dez.Para isso, é necessário que asunidades questionadas respon-dam às exigências com maisagilidade. “Se você não res-ponde no prazo, o usuáriopode recorrer até à Controla-

doria Geral daUnião, em umadas últimas ins-tâncias, geran-do diversas pu-nições paraquem não res-ponde ou res-ponde mal aosque s t i ona -mentos”, infor-ma João Bar-bosa. “Na Fio-cruz, em especi-al, as respostasda Ouvidoria ago-ra fazem parte dosindicadores de de-sempenho, o que dei-xou as unidades maisatentas”, diz.

Planosparao futuro

Entre os próxi-mos passos para agilizar a en-trega de informações e facilitaro manejo das exigências, estáa integração do sistema e-SICcom o utilizado para as mensa-gens que chegam para a Ouvi-doria. “Até o momento aindatrabalhamos com dois sistemas,e precisamos integrá-los. Existeum sistema semelhante, cha-mado Sistema de Ouvidorias doPoder Executivo Federal (e-OUV), que já conta com esta in-tegração e evita a duplicidadede trabalhos”, afirma Neto. Osistema facilita o contato do ci-dadão com as ouvidorias do Po-der Executivo Federal e funcio-na nos moldes do e-SIC.

P

Apesar do número expressivo de solicitações,ainda há questões a serem aprimoradas

O site (www.acessoainformacao.gov.br), do governofederal, traz explicações, dados e diversos indicadores decumprimento da LAI, mas não é o único. Diante das exi-gências de clareza nas informações, cada vez mais veícu-los estão se voltando à divulgação de pesquisas e ques-tões referentes ao tema. O site Artigo 19 (http://artigo19.org), por exemplo, publica anualmente um re-latório de monitoramento da lei. O estudo de 2014 anali-sou 51 órgãos públicos federais do Executivo, Legislativoe da Justiça. Outro que funciona com finalidade parecidaé o Fiquem sabendo (www.fiquemsabendo.com.br), umsite de jornalismo de dados independente, que se propõea revelar informações de interesse social que o poderpúblico não divulga.

Acompanhando a LAI

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WebTV Fiocruz ga-nhou nova progra-mação e uma iden-

tidade visual mais leve. O pro-jeto de renovação do veículode comunicação interna daCoordenadoria de Comunica-ção Social (CCS/Presidência),que hoje tem 58 pontos detransmissão espalhados emtodos os campi da Fiocruz, fazparte das comemorações doaniversário de 115 anos daFundação. Desde o dia 25 demaio, estão no ar vinhetas in-formativas, mais vídeos legen-dados, reportagens e um no-ticiário com informes deeventos e atividades de inte-resse institucional, distribuí-dos em novas editorias.

Implantada em maio de

2011, inicialmente com 25pontos, a WebTV é um veícu-lo ágil, que permite a integra-ção das assessorias de comu-nicação das unidades e dasdemais instâncias numa mes-ma plataforma. O sistema, li-citado e mantido pela CCS,possibilita a veiculação de umagrade de programação unifica-da - que pode ser alternadacom editorias ou grades de pro-gramação local, como os ca-nais de TV afiliados. Hoje, Bio-Manguinhos, Farmanguinhose Fiocruz Pernambuco, porexemplo, mantém editorias,enquanto a Escola de SaúdePública Sergio Arouca (Ensp)e o Centro de Criação de Ani-mais de Laboratório (Cecal)têm canais próprios.

WebTV se renovaVeículo completa quatro anos com nova programação e projeto-piloto para pacientes

Claudia Lima

A A Comunicação Internada CCS é responsável pelo ge-renciamento e produção diá-ria de notícias para a WebTVFiocruz, que demandam omonitoramento diário de 26sites, Lista Fiocruz-L, Intranete Portal Fiocruz. Assessoresdas diretorias de Administra-ção do Campus e de Recur-sos Humanos (Dirac e Direh),da Editora Fiocruz e de uni-dades atuam como colabora-dores e produzem matériaspara a programação geral daFiocruz. Já o Instituto Oswal-do Cruz (IOC) contribui comvídeos, legendados para aWebTV. Em 2013, foram vei-culadas 1.820 mensagens evídeos, número que saltoupara 2.595 em 2014.

Fiocruz recebeu a cer-tidão de reconheci-mento dos cursos de

pós-graduação lato sensu dainstituição - condição neces-sária para a validade nacio-nal dos certificados emitidosaos alunos concluintes. O do-cumento foi assinado pelo di-retor de Política Regulatória

MEC reconhece cursos de especializaçãoLeonardo Azevedo

do Ministério da Educação(MEC), João Paulo Bachur.

O reconhecimento é re-sultado de um longo traba-lho, com reuniões e discus-sões junto ao MEC, organi-zadas pela Presidência daFundação por meio da Vice-Presidência de Ensino, Informa-ção e Comunicação (VPEIC),

A

Projeto-pilotoComo parte da renovação

da WebTV, no seu quarto anode funcionamento, a Coordena-doria de Comunicação Socialimplementou um projeto-pilotono Centro de Saúde Escola Ger-mano Sinval Faria da Ensp (CSE-GSF/Ensp). Desde a primeira se-mana de julho, a programaçãoda TV instalada na sala de espe-ra é exclusiva: tem áudio e é to-talmente voltada para os paci-entes do Centro. Ali, são veicu-lados programas do Canal Saú-de, material da VídeoSaúde e doMinistério da Saúde, de até 20minutos – tempo médio de es-pera pelo atendimento. O obje-tivo é estender o projeto para asdemais áreas de assistência.

sempre destacando a ex-pressiva contribuição acadê-mica e o compromisso da Fi-ocruz com a formação dostrabalhadores que atuam naspolíticas e práticas de saúde,notadamente no SistemaÚnico de Saúde (SUS). Atu-almente, a Fiocruz oferece 37cursos de especialização, na

modalidade presencial, euma expressiva oferta de cur-sos de educação à distância.

A vice-presidente daVPEIC, Nísia Trindade, afir-mou que é necessário conti-nuar com o trabalho de sis-tematização, integração eaprimoramento das açõeseducacionais nesse nível de

formação, que serão avalia-das agora pelo Instituto Na-cional de Estudos e Pesqui-sas Educacionais Anísio Tei-xeira (Inep), como já ocorrecom as universidades. Emrelação ao marco regulató-rio dos cursos, a Fiocruz con-tinua acompanhando o pro-cesso de aprovação.

A chefe do Centro de Saú-de, Emilia Correia, aposta noprojeto. “A promoção, preven-ção e a atenção em saúde, alémda reabilitação, fazem parte denossa missão institucional, com-prometida com SUS que faze-mos. Neste sentido, a utilizaçãode mídias com grande poderde difusão de informação é ali-ada no alcance de nossos ob-jetivos de contribuir com o de-senvolvimento da cidadaniadeste território”, afirma. “Uti-lizamos a sala de espera comoespaço de promoção e preven-ção há anos e, desde a implan-tação da WebTV Fiocruz, ob-servamos a potência desta for-ma de comunicação com osnossos usuários, moradores deManguinhos”, conta.

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uem atua nas áre-as da saúde – sejano atendimento

direto a pacientes, seja noslaboratórios de pesquisa bi-omédica ou em outras fren-tes de trabalho – vivenciaconflitos no dia a dia. Paraenfrentá-los, esses profissi-onais contam com a bioé-tica. Não se trata de um ‘li-vro de receitas’, com fór-mulas e respostas prontas.

Por Fernanda Marques

Autor do livro Três Ensaios de Bioética, da Editora Fiocruz,fala sobre sistema de valores

Bioética,pra que te quero?

Q

LD – Em que medidauma competência bioéticaespecífica, por parte dosprofissionais da saúde, édeterminante da qualidadeda prática clínica, nas rela-ções humanas com pacien-tes e seus familiares?

R – De forma geral, a‘competência bioética espe-cífica’ dos profissionais dasaúde consiste em ter a ca-pacidade de utilizar a ‘caixade ferramentas’ do saber-fa-zer bioético para: (1) identi-ficar o tipo de conflituosida-de inerente à prática clínica;(2) analisar, da maneira maisracional e imparcial possível,os conflitos detectados e osatores envolvidos, assimcomo suas crenças e sistemasde valores; e (3), após o de-vido esclarecimento e nego-ciação entre todos os atoresenvolvidos nos conflitos, sa-ber adotar a melhor maneirade resolvê-los, eliminando oureduzindo o sofrimento evitá-vel, de modo a assegurar amelhor qualidade de vidapossível para os pacientes.

A bioética é como uma‘caixa de ferramentas’, queauxilia o profissional aidentificar o conflito e ana-lisá-lo da forma mais isen-ta possível, considerandonão apenas suas dimensõesbiotecnocientíficas, mastambém suas implicaçõesmorais e políticas. Em en-trevista ao Jornal LinhaDireta , Fermin RolandSchramm, autor do livro

Três Ensaios de Bioética, lan-çamento da Editora Fiocruz,abre essa ‘caixa de ferra-mentas’ e demonstra comoela pode ser útil em diferen-tes situações concretas. Ro-land Schramm é PhD em ci-ências/saúde pública, compós-doutorado em bioética,pesquisador titular em éti-ca aplicada e bioética da Es-cola Nacional de Saúde Pú-blica Sergio Arouca (Ensp).

LD – No caso de ensaiosclínicos, que envolvem pro-cedimentos experimentaiscom seres humanos, há múl-tiplas dimensões a seremconsideradas, dos aspectospsicológicos de pacientes efamiliares à exploração eco-nômica de novas terapêuti-cas. Como a bioética ajudaa lançar luz sobre essas si-tuações?

R – Neste caso, a bioética,com suas ferramentas, podeservir para detectar e explicitartais aspectos psicológicos e apossível exploração econômica,os grupos de interesses envolvi-dos na condução dos ensaios,os atores - agentes e pacientesmorais -, os possíveis e prová-veis efeitos benéficos e prejudi-ciais, tanto do ponto de vistaeconômico como do político esocial, sem esquecer os ganhose perdas em termos de saúdepública. O conjunto de fatoresdeverá ser abordado tambémpelas ferramentas normativasprescritivas e proscritivas quepermitam resolver concreta-mente os conflitos.

LD – Fala-se em ‘colapsodo consenso’, com o aumen-to de casos em que o pro-cesso de negociação não se-ria suficiente para solucionaras controvérsias e obter, pelomenos, um acordo. Pode-seafirmar que esse ‘colapso’tem sido verificado, porexemplo, no âmbito das pes-quisas biomédicas, com ofrequente embate entre ci-entistas e grupos de prote-ção dos animais?

R – Em geral, a expressão‘colapso do consenso’ pode serutilizada para indicar a impos-sibilidade de construir represen-tações comuns (e de ‘sentidocomum’) para o conjunto dasforças que atuam em uma so-ciedade e, a fortiori, na socie-dade mundial ou globalizada.Ou seja, refere-se à impossibi-lidade de uma mesma lingua-gem para abordar a maneirade os indivíduos (ou cidadãos)respeitarem – ou não – normascomuns que permitam a con-vivência. Em particular, essaexpressão é utilizada em bioé-tica, a partir de H.T. Engelhar-

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dt Jr., para indicar a impossi-bilidade de um sentido com-partilhado para abordar con-flitos morais, os quais se tor-nariam, portanto, dilemas.Esse é o caso das controvér-sias no campo das pesquisasbiomédicas, mas tambémnaquele da utilização de ani-mais sencientes, onde os pro-tetores dos animais defen-dem a posição de, pelo me-nos, reduzir o número de ani-mais utilizados e o sofrimen-to implicado. De qualquermaneira, mesmo admitindo o‘colapso do consenso’, isto é,a impossibilidade de um sen-tido compartilhado a priori,capaz de direcionar o com-portamento, isso não impedealgum tipo de convergênciaa posteriori, como no caso deacordos após negociações.

LD – Nesse contexto,qual o papel dos comitês econselhos de ética em ins-tituições de pesquisa?

R – Os comitês e conse-lhos de ética em pesquisa(CEP) têm o papel de garan-tir que as práticas de pesqui-sa sejam corretas do ponto devista moral, de acordo comescalas de valores considera-das corretas, embora issodeva enfrentar o problema do‘colapso do consenso’, discu-tido na questão anterior. Issofaz com que alguns atores so-ciais, como é atualmente ocaso no Brasil, contestem alegitimidade de tais comitês,que seriam – de acordo comas críticas – ‘burocráticos’ euma forma de ‘atraso’ parauma pesquisa eficiente. Masa história já mostrou que aatividade científica pode sertambém, em alguns casos,imoral. Logo, os comitês sãodispositivos de avaliação econtrole para que o agir doscientistas seja moralmentecorreto, pois uma pesquisacorreta do ponto de vistaepistemológico e metodoló-gico pode não ser correta doponto de vista moral.

LD – Apesar da impor-tância de conhecer e pes-quisar, ampliando as pos-sibilidades médicas, a ge-

nômica envolve uma sériede outras questões, comoas relações de poder e osconflitos de interesse en-tre pesquisadores, sujeitospesquisados, financiado-res, indústria e mercado.Ou seja: trata-se de umdebate que vai muito alémda dimensão técnica. Comogarantir o direito de vozpara todos os envolvidos,inclusive os chamados ‘lei-gos’? Como superar a po-larização ‘tecnofílicos’ ver-sus ‘tecnofóbicos’ e efeti-vamente contribuir para aconstrução de consensosou acordos?

R – Com o surgimento do‘paradigma biotecnocientífico’,fica patente que todo saber-fa-zer aplicado a seres vivos – e,em particular, a seres humanos– envolve conhecimentos cien-tíficos e habilidades técnicasque têm necessariamente umadimensão moral, além de umadimensão política, por tratar-se de práticas que envolvemagentes morais (ou autoresdos atos) e pacientes morais(ou destinatários de tais atos).Tecnofílicos e tecnofóbicos re-presentam os polos opostos deum espectro de possibilidadespara julgar esse saber-fazer. Épreciso ir além dos polos paraencontrar um ponto de con-vergência e avaliar, da formamais racional e imparcial pos-sível, as consequências sobrea saúde e o bem-estar de in-divíduos e populações envol-vidos na aplicação do ‘para-digma biotecnocientífico’ aofenômeno da vida.

LD – Muitas vezes, odebate sobre novas tecno-logias se resume a pesarbenefícios e riscos, e nãoleva em conta a forma iní-qua como eles são ou se-rão distribuídos, cabendoàs populações mais vulne-ráveis o maior ônus dos ris-cos e a menor fatia dosbenefícios. Nesse sentido,como a bioética pode con-tribuir para uma maior jus-tiça social?

R – Partindo da ideia deAristóteles de que a justiça é

a virtude arquitetônica da so-ciedade, a bioética pode con-tribuir argumentando a favorde mais justiça social, ao mos-trar, por exemplo, a iniquida-de que se manifesta entre po-pulações com o poder de de-fender seus privilégios e aque-las suscetíveis e vulneráveis,que ‘pagam’ o preço dos avan-ços biotecnocientíficos em ter-mos de riscos e perigos.

LD – As consequênciasda engenharia genética, as-sim como de outras tecno-logias emergentes, podemnão ser imediatas. O senhorconcorda que a sociedadecontemporânea tem umcompromisso e um dever emrelação às gerações futuras?

R – Concordo plenamen-te, pois aprendi com a histó-ria (nasci pouco depois do fimda Segunda Guerra Mundial)que cada geração tem umaresponsabilidade com o beme o mal que deixou no mun-do para aqueles que nele vi-eram depois. Considerandoque, com o tempo, a capaci-dade humana de transformaro mundo cresceu de manei-ra significativa, parece lógi-co que essa responsabilidadedeva crescer também, ouseja, o grau de responsabili-dade pode ser consideradodiretamente proporcional àcapacidade de transformar omundo e a sociedade.

LD – No terceiro ensaiodo livro, o senhor afirmaque “bioética e biosseguran-ça podem ser utilizadas paraabordar os danos e os riscospara a saúde e o bem-estar,resultantes do saber-fazertecnocientífico”. Como osenhor avalia a atual forma-ção dos profissionais das ci-ências biomédicas no que serefere a cada uma dessas dis-ciplinas? Considerando-seque a bioética tende a servista como uma disciplinamais ‘filosófica’ e a biosse-gurança, mais ‘utilitarista’,haveria maior ênfase noensino da segunda?

R – De fato, a bioéticaaborda riscos e danos, mas

também possíveis benefíci-os, distanciando-se dos extre-mos da tecnofobia e da tec-nofilia. Já a biossegurança seocupa essencialmente dospossíveis e prováveis riscos edanos, sendo amparada poruma legislação (lei de bios-segurança). A bioética, porsua vez, não conta com umdispositivo desse tipo, nemcom uma comissão nacionalde bioética (como ocorre emoutros países). Penso que osdois campos de saber têmum vínculo entre si, pois abioética pode ser a ‘consci-ência crítica’ da biosseguran-ça e esta, uma espécie de‘braço armado’ para a bioé-tica. Sobre a pergunta, pen-so que os profissionais da bi-omedicina deveriam ter umasólida preparação nos doiscampos, para poderem con-siderar devidamente os as-pectos de suas práticas quetêm a ver com a bioética ea biossegurança.

LD – Há quem digaque o progresso tecnoló-gico avança mais rapida-mente do que os mecanis-mos de controle da bioé-tica e da biossegurança. Osenhor concorda com talafirmação? Se sim, seriapossível diminuir esse‘atraso’?

R – Concordo que o pro-gresso tecnológico pode servisto como um dispositivoque tem mais avanços oupoder sobre as sociedadeshumanas do que a compe-tência moral. Inverter essetipo de visão só pareceriapossível se o saber ético fos-se capaz de antecipar even-tos biotecnocientíficos futu-ros, algo dificilmente imagi-nável fora do campo da fic-ção científica e de uma es-fera biopolítica imagináriaonde, de fato, predominas-se o medo, com todas assuas nefastas consequências.Por isso, um bioeticista deve,certamente, ser bem infor-mado sobre os progressostecnológicos e biotecnológi-cos, mas possuir tambémsuficiente imaginação parapensar cenários futuros.

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stá disponível, noPortal e na Intra-net da Funda-

ção, o Relatório de Ges-tão da Fiocruz 2014. O do-cumento é uma prestaçãode contas, para o gover-no federal e para a socie-dade, da atuação da Fio-cruz como órgão de ciên-cia e tecnologia do Minis-tério da Saúde. O Relató-rio atende às normas e de-terminações do Tribunal deContas da União (TCU),refletindo a complexidade

Curso de Desen-volvimento deCompetências Ge-

renciais, uma das ações doPrograma de Desenvolvimen-to Gerencial (PDG) da Fio-cruz, formará mais duas tur-mas até o final do mês dejulho. As aulas, iniciadas emabril, acontecem na sede daFundação Dom Cabral, noRio de Janeiro, e contamcom a participação de 76 ser-vidores selecionados por

Diretoria de Recur-sos Humanos (Di-reh/Fiocruz) pro-

moveu, no mês de abril,eventos de integração comos novos servidores aprova-dos no concurso 2014. A ini-ciativa foi realizada emduas etapas: a primeira,nos dias 9 e 10/4, reuniutécnicos e tecnologistas emSaúde Pública; a segunda,nos dias 28 e 29/4, reuniupesquisadores em SaúdePública, especialistas emC&T Produção e Inovaçãoem Saúde Pública e tecno-logistas ligados à área depesquisa.

O evento, transmitidotambém por webconferên-cia para as regionais, foi apro-vado pelos novos servidores.Nathália Serrano, tecnologis-ta da Casa de Oswaldo Cruz,

destacou a validade da iniciati-va como forma de esclarecerquestões ligadas ao cotidiano doserviço público. “A integração foimuito importante para ajudaràqueles que, como eu, estão in-gressando pela primeira vez noserviço público”, disse.

O pesquisador Rudimar LuizFrozza, natural de Santa Cata-rina, avaliou a iniciativa comomuito proveitosa, em especialpara quem não tinha vínculoanterior com a Fiocruz. “É umapossibilidade de conhecer a in-serção da instituição nos cená-rios nacional e internacional einteragir com outros pesquisa-dores e especialistas aprovadosneste concurso. Quem sabe,desse contato, não apareçamnovas possibilidades e colabo-rações?”, disse.

Há uma década na Funda-ção, a pesquisadora do Instituto

Boas-vindas aos novos servidores

E

A

Relatório deGestão 2014

e diversidade das ações e ati-vidades desenvolvidas pelaFundação. Fornece análises edados sobre diversos aspec-tos institucionais, como pla-nejamento, estruturas de go-vernança, programação eexecução da despesa orça-mentária e financeira, alémda gestão de pessoas, do pa-trimônio e imóveis, de recur-sos renováveis e sustentabili-dade ambiental.

(Por Gustavo Mendelsohnde Carvalho)

Nacional de Controle de Quali-dade em Saúde (INCQS), AnnaCarolina Machado Marinho, tam-bém elogiou a ação. “Mesmo játrabalhando na Fundação há bas-tante tempo, este evento de in-tegração foi importante por apre-sentar a amplitude da Fiocruz noque diz respeito ao seu campode atuação e, também, para en-tendermos o papel de cada servi-dor na estrutura institucional”.

Cerca de 400 servidores fo-ram convidados para acompa-nhar o evento presencialmenteou pela web. As palestras foramproferidas pelo presidente daFiocruz, Paulo Gadelha, os vice-presidentes Pedro Barbosa (VPG-DI), Rodrigo Stabeli (VPPLR) eNísia Trindade (VPEIC), diretores,coordenadores e representantesde diversos setores da Fundação.

(Por Eduardo Muller)

PDG formará mais76 servidores

meio de entrevista individual eanálise de currículo. A primeiraturma deve terminar as aulasem 7/7 e a segunda, em 30/7.

A oferta de vagas para asduas turmas de 2015 vem aoencontro da estratégia da Di-retoria de Recursos Humanosde ampliar a formação ge-rencial de chefias e líderes deequipe das unidades da Fio-cruz. Esta iniciativa de capa-citação teve início no anopassado, com três turmas -

duas no Rio de Janeiro e umaem Belo Horizonte -, e for-mou 99 servidores.

O Curso de Desenvolvi-mento de Competências Ge-renciais tem quatro módulos:gestão de pessoas; gestão pú-blica; planejamento e gestãoestratégica; e gestão da infor-mação e da comunicação,perfazendo uma carga horáriatotal de 96 horas.

(Por Eduardo Muller)

O

Foto: Direh

Foto: Direh

10 | LINHA DIRETA

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urante a semana decomemorações deaniversário da Fio-

cruz, na Feira Fiocruz Saudá-vel, a equipe de Ergonomia doNúcleo de Saúde do Trabalha-dor (Nust)/CST apresentou osegundo volume do Guia deErgonomia. A publicação ori-enta os trabalhadores sobrecomo ajustar corretamente omobiliário de postos de traba-lho com computador.

A iniciativa foi motivadapor um estudo da própria equi-pe, que revelava essa carênciade conhecimentos na institui-ção. Tal levantamento originouo primeiro volume do guia deErgonomia, lançado em 2013,

D

Novo Guia de Ergonomia para os trabalhadores

voltado para os setores de com-pras, com orientações e especi-ficações adequadas para as aqui-sições de mobiliário.

Com o lançamento donovo volume, destinado aostrabalhadores, a ideia é que osprofissionais conheçam a me-lhor maneira de adequar suapostura no trabalho, prevenin-do o possível aparecimento dedores provocadas por posturasforçadas. O material orientatambém alguns exercícios es-pecíficos para o trabalho sen-tado, que podem ser feitos nopróprio posto.

A equipe de Ergonomiaoferece oficinas nas unidadesou setores para divulgação e

orientação sobre a utilizaçãodos guias. Além do formatoimpresso, as publicações es-tão disponíveis na extensãoPDF, na Intranet Fiocruz - abaTrabalhadores, seção Saúdedo Trabalhador.

A Ergonomia pretendedesenvolver e lançar outrasedições do guia, estendendoas orientações a outros tiposde postos de trabalho utiliza-dos na instituição. A equipeestá elaborando, ainda, outrapublicação na área, o guia deprevenção e autocuidado dador, que também deve ser lan-çado em 2015.

(Por Glauber Queiroz)

LINHA DIRETA | 11

Publicação orienta sobre ajuste correto nos postos de trabalho com computador

Foto: Direh

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o dia 28 de julho écomemorado o DiaMundial de Luta

contra as Hepatites Virais. Apartir de iniciativa e propostasbrasileiras, a OrganizaçãoMundial da Saúde (OMS), du-rante 63ª Assembleia Mundialda Saúde realizada em maiode 2010, criou a data com ointuito de aumentar a sensibi-lização e a compreensão so-bre a hepatite viral que, atu-almente, atinge 500 milhõesde pessoas. Apesar disso, ahepatite segue sendo umadoença esquecida ou desco-nhecida. A VídeoSaúde temem seu acervo diversas produ-ções sobre o tema.

Vacinas – Ontem, hoje eamanhã (2010, 13 min), umaprodução da Fiocruz Minas,conta uma breve história sobreos estudos e descobertas dasvacinas desde 1789, passandopor Louis Pasteur e Robert

NPor Daniela Muzi

Koch. Fala de Oswaldo Cruz,no início do século passado -do enfrentamento de doençascomo varíola e febre amarelae da instituição da obrigatori-edade da vacinação numacampanha que gerou o movi-mento popular chamado aRevolta da Vacina. Abordatambém as questões tecnoló-gicas que vêm abrindo cami-nho para novas descobertas.Apresenta o trabalho de Bio-Manguinhos, um dos principaisprodutores de vacinas huma-nas no Brasil e fornecedor devacinas contra febre amarelae meningite AC para as agên-cias das Nações Unidas.

As pesquisas continuam ea busca por soluções vacinaispara doenças negligenciadas,como a leishmaniose e a ma-lária, seguem com grandes es-forços. O Instituto Cultural Ba-rong, que desde 1996 desen-volve atividades visando dimi-

nuir a incidência de DoençasSexualmente Transmissíveis eAids (DST/Aids), hepatites, tu-berculose e gravidez inespera-da, realizou duas produçõesque abordam o tema.

O vídeo de ficção BeijaMar - prevenção e redução dedanos no turismo e no lazer(2013, 20 min) busca incenti-var comportamentos saudáveise aborda cuidados com asDST/Aids entre turistas. Pormeio do humor, a trama apre-senta situações sobre a ques-tão do lixo, do uso de bebi-das alcoólicas, de busca pordrogas, assédio de menores,entre outras situações comunspresentes nas localidades querecebem visitantes.

Saúde sexual e reprodu-tiva do homem – cuidandodeles! (2013, 13 min) é umvídeo educativo dirigido a tra-balhadores do sexo masculi-no. Partindo do universo cul-

tural e de educação estereo-tipada dos modelos masculi-nos predominantes, a ficçãosensibiliza, de forma bem-humorada, para a autoper-cepção de risco, o autocuida-do e a busca de prevenção ede acesso à rede de saúde,visando o cuidado sexual ereprodutivo, o planejamentoda paternidade e a preven-ção de DST/Aids e hepatites,entre a atenção a outros ris-cos, como a exposição à vio-lência e ao alcoolismo.

A série de 13 documen-tários Histórias posithivas: li-ções de vida que ultrapassamas barreiras do preconceito,produzida pela Secretaria deVigilância em Saúde (SVS/MS), traz um episódio sobreHIV, tuberculose e hepatites(2009, 4 min). Composta porreportagens e entrevistas, asérie fala sobre a relação doHIV com outras doenças in-

É preciso lembrar da hepatitefectocontagiosas e sobre ainterferência da baixa imu-nidade no seu aparecimen-to e o que pode ser feitopara preveni-las.

Participante IV MostraNacional de Vídeos em Saúde2003/2004, Hepatite C (deconscientização) (2001, 23min) é um trabalho final deconclusão de curso em Comu-nicação. O vídeo aponta a de-finição da hepatite C, seu his-tórico, tratamento e medica-mentos. Situa os centros dereferência no Rio de Janeiro emostra o trabalho da organi-zação não-governamental Gru-po Otimismo de Apoio ao Por-tador de Hepatite.

Todos os vídeos citados fa-zem parte do acervo da Video-Saúde Distribuidora da Fiocruze estão disponíveis para cópiaou empréstimo. Para mais in-formações acesse a páginawww.fiocruz.br/videosaude.

COMUNICAÇÃO INTERNA DA FIOCRUZ | JORNAL LINHA DIRETANº 24 | JULHO 2015

Coordenação: Elisa Andries | Edição : Claudia Lima | Redação e reportagem: Claudia Lima, Daniela Muzi, Eduardo Muller, Erika Farias, Fernanda Marques,GlauberQueiroz, Gustavo Mendelsohn de Carvalho e Leonardo Azevedo | Revisão: Claudia Lima | Projeto gráfico : Rodrigo Carvalho | Fotografia: Arquivo Direhe Peter Ilicciev. | Impressão: Gráfica Fox Print | Contato: [email protected].