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0 NEEJA NÚCLEO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS CAXIAS DO SUL – 4ª CRE Rua Garibaldi, 660 – Centro CEP – 95080-190 Fone Fax 3221-1383 Email – [email protected] Site: www.neejacaxias.com.br ENSINO FUNDAMENTAL COMPONENTE CURRICULAR ARTE MÓDULO ÚNICO JANEIRO 2017

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NEEJANÚCLEO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E

ADULTOS

CAXIAS DO SUL – 4ª CRE

Rua Garibaldi, 660 – CentroCEP – 95080-190

Fone Fax 3221-1383Email – [email protected]: www.neejacaxias.com.br

ENSINO FUNDAMENTAL

COMPONENTE CURRICULAR

ARTE

MÓDULO ÚNICO

JANEIRO 2017

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ENSINO FUNDAMENTAL

ARTE: OLHOS PARA A VIDA

Desde a Antiguidade, o homem expressa suas emoções dançando e cantando. Mesmoantes de saber escrever, na pré-história, o homem expressava e interpretava o mundo usando aslinguagens da arte. Esculturas, pequenos objetos, desenhos nas paredes das cavernas foramencontrados nas regiões da França e Espanha e datam, provavelmente, de 3.000 anos.

Aqui no Brasil, também foram encontrados desenhos, pinturas e gravações feitas pelohomem primitivo em cavernas do Piauí, Bahia, Goiás e Santa Catarina. Essas Marcas são registras dahistória do homem e são chamadas “arte rupestre”.

Na cultura brasileira, os índios, os portugueses e os negros trouxeram muitas contribuiçõespara a formação do povo brasileiro. Sua influência está na linguagem, na religião, na culinária, nasfestas e na arte de todo o país.

A arte, como outros campos do conhecimento (a filosofia, a religião, a física, a antropologia,a história, etc.) procura compreender os sentidos da nossa vida. Assim, a arte representa a realidade,recriando-a. As relações entre a arte e a leitura da realidade são caminhos para ampliar a nossaexistência.

Observar uma obra de arte é sempre uma experiência que nos leva a refletir sobre quem afez, quando, onde, como, por quê, com o quê, e para quem. Pode também provocar reações como:agrado, desagrado, curiosidade, indiferença, medo, alegria, satisfação e muito mais.

OBJETIVOS

Ao final do módulo o aluno deverá:

1. Reconhecer a arte como um verdadeiro testemunho histórico, ao retratar situações sociais.

2. Identificar a participação dos povos indígenas, europeus e africanos na formação do Brasil,presentes na cultura nacional.

3. Conhecer algumas manifestações artísticas, relacionadas com a diversidade cultural do Brasil;

4. Aprecia e valorizar obras de arte.

5. Ao final deste módulo o aluno deverá:

6. Compreender a mentalidade artística dos antigos egípcios, estudando a sua história;

7. Entender que a arquitetura foi a arte nacional por excelência, presente ao longo de toda ahistória egípcia;

8. Compreender a importância dos hieróglifos na cultura egípcia Refletir sobre a presença da artenas diferentes épocas e culturas.

9. Identificar a representação de ideias, pensamentos e sentimentos por meio da música, pintura,escultura, teatro, dança, enfim, de todas as linguagens;

10. Identificar nas manifestações artísticas como cada povo viveu em diferentes contextos.Reconhecer o estilo da arquitetura gótica em meio a arte contemporânea;

11. Reconhecer a importância do renascimento cultural e artístico na Itália no século XVI;

12. Identificar o estilo Barroco na arte brasileira

1. ARTE NAS CULTURAS DA PRÉ-HISTÓRIA

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A Pré-história é o período que se estende do surgimento da humanidade à invenção da escrita.Como os grupos humanos desse período viveram há milhares de anos e não utilizavam a escrita, sópodemos conhecer seu modo de vida por meio de objetos, como utensílios e armas, e alguns registrospor eles deixados, como as pinturas nas cavernas. Atualmente, também há povos que não utilizam aescrita, como alguns grupos indígenas no Brasil e populações na África e Oceania.

As mais antigas figuras feitas pelo ser humano foram desenhadas em paredes de rocha,sobretudo em cavernas. Esse tipo de arte é chamado de rupestre, do latim rupes, rocha. Já foramencontradas imagens rupestres em muitos locais, mas as mais estudadas são as das cavernas deLascaux e Chauvet, França, de Altamira, Espanha, de Tassili, na região do Saara, África, e as domunicípio de são Raimundo Nonato, no Piauí, Brasil.

Dentre as pinturas rupestres destacam-se as chamadas mãos em negativo e os desenhos epinturas de animais.. As mãos em negativo são um dos primeiros registros deixados pelos nossosancestrais que viveram por volta de 30 mil anos atrás, no período da Pré-História chamado Paleolítico.Elas impressionam e despertam curiosidade, mas os pesquisadores já revelaram muitos detalhes sobrea técnica usada para criá-las.

Nos desenhos e pinturas de animais, chama nossa atenção o naturalismo: o artista pintava oanimal do modo como o via, reproduzindo a natureza tal qual seus olhos a captavam. Observandoessas pinturas, nota-se a presença de animais de grande porte: alguns talvez temidos, mas eramcaçados pelo ser humano.

O SER HUMANO RETRATA A SI MESMO

A mudança para uma vida mais estável foi decisiva para originar as sociedades atuais e tambémteve reflexos na expressão artística: o artista do Neolítico passou a retratar a figura humana em suasatividades cotidianas. O ser humano no Neolítico desenvolveu técnicas como a tecelagem, a cerâmica,e a construção de moradias. Além disso, como já produzia fogo, começou a trabalhar na fundição demetais. Assim, suas atividades começaram a se modificar – e as pinturas rupestres registraram essastransformações.

A ARTE DA ESCULTURA E DA CERÂMICA

Os artistas pré-historicos faziam também esculturas, em pedra e metal, que mostram seuempenho na criação de objetos e na representação da figura humana. Há esculturas em bronze nasquais já é possível observar não só a postura elegante da figura humana como também detalhes dorosto e das vestes. Os escultores pré-históricos produziam suas peças em metal por meio de doismétodos: o da forma de barro e o da cera perdida. No método da forma de barro o escultor fazia aforma e despejava nela o metal derretido em fornos. Então, esperava o metal esfriar, quebrava a formae obtinha a escultura. Na técnica da cera perdida, o escultor fazia um modelo em cera e o revestia combarro, deixando-o nele um orifício. Assim, ele obtinha um modelo oco e o preenchia com metal fundido.Quando o metal esfriava, ele quebrava o molde de barro e obtinha uma escultura igual à que haviamodelado na cera.

A ARTE NA PRÉ-HISTÓRIA BRASILEIRA

Pesquisadores classificam a arte rupestre no Brasil em dois grandes grupos: obras commotivos (ornamentos ou temas que aparecem isolados ou repetidos em uma obra de arte) naturalistas eobras com motivos geométricos. No grupo de motivos naturalistas predominam representações defiguras humanas, isoladas ou em grupo, em cenas de caça, guerras e trabalhos coletivos. As figurascom motivos geométricos são muito variadas: linhas paralelas; pontos agrupados; círculos, às vezesconcêntricos; cruzes; espirais e triângulos.

O território brasileiro possui um valioso patrimônio arqueológico, embora nem sempresaibamos preservá-lo. Em minas gerais, por exemplo, encontra-se o sítio arqueológico de Lapa daCerra Grande, localizado no município de Matozinhos, a aproximadamente 50 quilômetroa de BeloHorizonte. Ele foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Iphan, o queatesta sua importância e aumenta suas chances se preservação. Nas pinturas do interior de grutas e

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abrigos de Lapa da Cerca Grande, podem ser vistas figuras zoomorfas (representações de animaisterrestres, peixes e aves), antropomorfas (imagens humanas) e geométricas.

Outro importante sítio arqueológico, também tombado pelo Iphan, encontra-se no ParqueNacional da Serra do Capivara, município de são Raimundo Nonato, Piauí. Com base nos vestígiosencontrados, estudiosos formularam a hipótese da existência de um estilo artístico que nomearam deVárzea Grande. Esse estilo tem como características ‘a utilização da cor vermelha, o predomínio dosmotivos naturalistas, a representação de figuras antropomorfas e zoomorfas ( com o corpo totalmentepreenchido e os membros desenhados com traços) e a abundância de representações animais ehumanas de perfis.

Em 2003, a pesquisadora Edith Pereira publicou estudos sobre a arte rupestre na Amazônia,principalmente no Pará, que trouxeram informações sobre as origens mais remotas da cultura de nossopaís.

As pesquisas científicas sobre as antigas culturas que existiram no Brasil abrem um novopanorama tanto para a historiografia como para a arte brasileira. Por meio delas, podemos ver commais clareza nossa história inserida num contexto maior, na história humana.

2. Escrita e Alfabetos A comunicação entre os homens sempre foi principalmente oral, isto é, feito por meio dapalavra falada. Após passarem séculos e séculos utilizando o fantástico instrumento da fala, oshomens sentiram a necessidade de fixa-lo de maneira permanente. Assim abriu-se o caminhopara a representação gráfica da linguagem oral. Foi um longo percurso desde as primeiraspinturas figurativas e esquemáticas (escritas ideográficas) até se chegar à escrita alfabética(fonográfica), como hoje conhecemos. No entanto, a escrita propriamente dita começou háapenas 5.000 anos, 17.000 anos depois das pinturas rupestres feitas nas grutas de Lascaux( na França) e Altamira ( na Espanha).

COMO NASCEU A ESCRITA

A história da escrita se inicia por volta de 3500 a.C., na Mesopotâmia (Ásia), entre osrios Tigre e Eufrates. Ali floresceu a civilização dos sumérios. Sua escrita aparece em tábuasde argila, marcadas com um estilete de cana em forma de cunha, daí o seu nome: escritacuneiforme. Essa escrita estendeu-se aos povos vizinhos do Oriente Próximo ( assírios,babilônios, persas) e desenvolveu-se até que esses culturas desapareceram,aproximadamente no século I a.C. Paralelamente, os chineses e os egípcios estavam criandooutros sistemas de escrita. Ao redor de 1000 a.C., os fenícios inventaram o alfabeto e olevaram aos povos do Mediterrâneo.

3. A ARTE PRÉ-COLOMBIANA E A ARTE PRÉ-CABRALINA

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Ao chegar à América, em 1492, liderados pelo italiano Cristóvão Colombo, osespanhóis encontraram civilizações bem organizadas, originadas de populações pré-históricasde várias regiões do continente. A arte desses povos anterior à chegada de Colombo écomumente chamada de pré-colombiana. Suas criações culturais são mais ou menos damesma época que as obras do Renascimento europeu.

Os maias construíram grandes cidades e desenvolveram uma arquitetura monumental.Os templos maios eram geralmente erguidos sobre uma base piramidal, isto é, em forma depirâmide. A civilização maia desenvolveu também a escultura, na decoração dos templos epalácios ou na forma de monólitos( obra ou monumento feito de um só bloco de pedra), e acerâmica que impressiona por sua técnica refinada.

4. A ARTE INDÍGENA ANTERIOR A CABRAL

Segundo a Fundação Nacional do Índio – Funai -, quando os portugueses chegaramao Brasil, havia aqui de 1 milhão a 10 milhões de indígenas. Hoje, segundo o Censo de 2010 a população indígena é de 896,9 mil, tem 305 etnias e fala 274idiomas distribuídos por reservas em todo o país.

A organização social dos índios

Entre os indígenas não há classes sociais como a do homem branco. Todos têm osmesmo direitos e recebem o mesmo tratamento. A terra, por exemplo, pertence a todos equando um índio caça, costuma dividir com os habitantes de sua tribo. Apenas os instrumentosde trabalho (machado, arcos, flechas, arpões) são de propriedade individual. O trabalho natribo é realizado por todos, porém possui uma divisão por sexo e idade. As mulheres sãoresponsáveis pela comida, crianças, colheita e plantio. Já os homens da tribo ficamencarregados do trabalho mais pesado: caça, pesca, guerra e derrubada das árvores. Duasfiguras importantes na organização das tribos são o pajé e o cacique. O pajé é o sacerdote datribo, pois conhece todos os rituais e recebe as mensagens dos deuses. Ele também é ocurandeiro, pois conhece todos os chás e ervas para curar doenças. Ele que faz o ritual dapajelança, onde evoca os deuses da floresta e dos ancestrais para ajudar na cura. O cacique,também importante na vida tribal, faz o papel de chefe, pois organiza e orienta os índios. Aeducação indígena é bem interessante. Os pequenos índios, conhecidos como curumins,aprender desde pequenos e de forma prática. Costumam observar o que os adultos fazem evão treinando desde cedo. Quando o pai vai caçar, costuma levar o indiozinho junto para queeste aprender. Portanto a educação indígena é bem pratica e vinculada a realidade da vida datribo indígena. Quando atinge os 13 os 14 anos, o jovem passa por um teste e uma cerimônia para ingressar navida adulta.

Tupinambás praticandoum ritual de canibalismo

Canibalismo

Algumas tribos eram canibais como, por exemplo, os tupinambás que habitavam o litoral da região sudeste do Brasil. A antropofagia era praticada, pois acreditavam que ao comerem carne humana do inimigoestariam incorporando a sabedoria, valentia e conhecimentos. Desta forma, não se alimentavam da carne de pessoas fracas ou covardes. A prática do canibalismo era feira em rituais simbólicos.

Religião Indígena

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Cada nação indígena possuía crenças e rituais religiosos diferenciados. Porém,todas as tribos acreditavam nas forças da natureza e nos espíritos dos antepassados. Paraestes deuses e espíritos, faziam rituais, cerimônias e festas. O pajé era o responsável portransmitir estes conhecimentos aos habitantes da tribo. Algumas tribos chegavam a enterrar ocorpo dos índios em grandes vasos de cerâmica, onde além do cadáver ficavam os objetospessoais. Isto mostra que estas tribos acreditavam numa vida após a morte.

UMA ARTE INTEGRADA À CULTURA. Para os indígenas, os mais simples objetos usados no dia-a-adia – redes, potes,cestas, etc. – devem ser feitos com muito capricho e perfeição. Desse modo, os objetos sãobelos porque são bem feitos, e não por serem obras artíticas. Na sociedade indígena apreocupação com a beleza aparece também nos acessórios – colares, tangas, cocares -, nasmáscaras e objetos rituais e nas pinturas corporais. Outro aspecto importante da arte indígena é que ela representa mais as tradições dacomunidade que as preferências do artista. Assim, o estilo da pintura corporal, do trançado eda cerâmica varia muito de um grupo para outro, como se fosse a marca de cada comunidade. No período pré-cabralino dois conjuntos de produção artística se destacam: a fasemarajoara e a cultura Santarém. A fase marajoara é a quarta das cinco fases em que se dividiua produção cultural dos povos da ilha de Marajó, a noroeste do atual estado do Pará. Essaprodução destaca-se sobretudo pela cerâmica: vasos domésticos, simples; e vasos cerimoniaise funerários, com decoração mais elaborada. Despertam interesse também as estatuetas comrepresentações humanas. A finalidade de estatuetas não é conhecida ao certo. Seriam simplesobjetos de adorno? Teriam alguma função nas cerimônias daqueles povos? Decoradas ou não,elas reproduzem as formas de maneira estilizada, isto é, sem preocupação com uma imitaçãofiel da realidade. A cultura dessa fase sofreu um lento mas constante declínio, até desaparecercompletamente por volta de 1350, talvez absorvida por outros povos que chegaram à ilha.

Como as artes plásticas retratam os índios ao longo da história do Brasil

A pintura corporal é uma manifestação cultural presente em várias sociedades, como osindígenas, hindus, africanos e na sociedade ocidental por meio da maquiagem e da tatuagem.Os índios utilizam a pintura corporal como meio de expressão ligado aos diversos manifestosculturais de sua sociedade. Para cada evento há uma pintura específica: luta, caça,casamento, morte. Todo ritual indígena é retratado nos corpos dos mesmos na forma depintura, é a expressão artística mais intensa dos índios. A tinta é feito de urucum, jenipapo oubabaçu na maioria das vezes.A cultura hindu também utiliza a pintura corporal, nos casamentos, em que as noivas sãopintadas por todo o corpo com desenhos decorativos que representam sorte para a noiva e umrompimento com a antiga vida em família e para exibir a condição da mulher casada, um sinalvermelho no centro das sobrancelhas. Quando uma mulher hindu se casa, ela passa a fazer

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parte da família de seu marido, e deixa de ser integrante de sua família biológica, e as pinturassão como uma representação desse ritual de passagem para ela.Assim como os indígenas, muitas tribos africanas também usam a pintura corporal comsignificados particulares a cada evento, e para embelezar-se. A natureza também é muitoretratada nesse tipo de pintura corporal. As pinturas africanas são feitas com vegetais, barro,ocre vermelho e amarelo extraídos de rochas vulcânicas, cal branca e seiva de algumasplantas que possuem pigmentos fortes.Analisando estes tipos tradicionais de pintura corporal é possível notar o choque culturalexistente entre as sociedades, e observar também como é mutável o conceito de beleza. Noentanto, a pintura corporal na sociedade contemporânea ocidental baseia-se nos mesmosprincípios de embelezar-se e expressar algo.A maquiagem sempre foi um artifício feminino de beleza. As técnicas de maquiagem crescemininterruptamente e seguem tendências e padrões. Entretanto, não apenas as mulheresutilizam a maquiagem, o teatro, o cinema e a fotografia também a utilizam para fins artísticos,para expressar idéias, enfatizar o desejado nas imagens e fazer referências sócio-culturais adepender da manifestação.A tatuagem não é uma manifestação pertencente exclusivamente à sociedade contemporâneacomo pode se pensar. Estima-se que ela tenha surgido por volta do ano 3000 a.C. no Egito, emrituais ligados à religião. Todavia, a popularização da tatuagem, característica da sociedadecontemporânea ocidental, também está ligada ao desejo de expressar algo, um estilo, umaopinião, etc., muitas tribos urbanas têm a tatuagem como marca de seu estilo, como umapatente.A pintura corporal esteve inserida em diversos momentos por toda a história da humanidade,sendo utilizada de diferentes formas e com diferentes intuitos. Mas com intenções básicascomuns a todos os tipos de manifestação da mesma. A pintura corporal é mais que uma meracaracterística de manifestação cultural da humanidade, é parte integrante da formação damaioria das sociedades.Fontes:http://pt.wikipedia.org/wiki/Pintura_corporalhttp://ellenpeliciari.arteblog.com.br/3604/Tecnica-de-Pintura-Corporal/Arquivado em: Artes, Cultura

A CONTRIBUIÇÃO DE MAURÍCIO DE NASSAU PARA A CULTURABRASILEIRA

No período de 1630 a 1654, parte do nordeste brasileiro foi ocupada pelosholndeses, em luta contra o bloqueio espanhol à sua participação no comércio do açúcar. Em1637, Maurício de Nassau (1604-1679) foi mandado a Pernanbuco pela Companhia das índiasOcidentais para governar o nordeste holandês. Erudito e humanista, Nassau tinha intenção de criar uma universidade. Para isso,trouxe consigo da Holanda uma comitiva com dezenas de integrantes, formada por artistas,cientistas, pensadores e artífices. Entre os artistas, destacaram-se Frans Post, pintor debelíssimas paisagens brasileiras, e Albert Eckhout, que retratou com riqueza de detalhesnossas diferentes etnias. Nassau construiu um jardim botânico,um zoológico, um museu deartefatos indígenas e um observatório astrnômico – o primeiro da América.

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Dança dos tapuias, óleo sobre tela de Albert Eckhout.

A ARTE INDÍGENA MAIS RECENTE

Entre as atividades das comunidades indígenas atuais estão a cerâmica, atecelagem e o trançado de cestos e balaios. De modo geral, essas comunidades contam comuma ampla variedade de matérias-primas: madeira, cortiça, palmas, palha, cipó, sementes,coco, resinas, couro, ossos, dentes, conchas, garras e plumas das mais variadas aves.

Na arte indígena despertam interesse também a arte plumária, as máscaras e apintura corporal. A arte plumária é muito especial: não está ligada a uma finalidade, masapenas busca a beleza. A pintura corporal é usada para transmitir ao corpo a alegria contidanas cores vivas e intensas, por isso a escolha dessas cores é importante. As mais usadas sãoo vermelho do urucum( fruto do urucuzeiro de cuja polpa se extrai uma tintura), o negroesverdeado da tintura do suco de jenipapo ( fruto do jenipapeiro), e o branco da tabatinga( frutos da cabaceira com os quais, eliminando-se o miolo, fazem-se vasos). A pintura corporalé uma das mais tradicionais expressões da cultura indígena. A identificação de um povo e dopapel de cada indivíduo no grupo é uma das principais funções da pintura corporal. Oscontornos, em geral formas e figuras geométricas, são criadas a partir da observação deelementos presentes na natureza, como animais e plantas. Além de enfeitar, a pintura corporalna crença dos índios, constitui uma garantia de sucesso na caçada, na pesca, na luta, naviagem. Para os índios, as máscaras são artefatos produzidos por homens comuns. Ao mesmotempo, porém, tornam-se a figura viva do ser sobrenatural que representam. As máscaras sãousadas geralmente em rituais e danças cerimoniais.

ARTESANATO INDÍGENA

5. CULTURA AFRO-BRASILEIRA

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Denomina-se cultura afro-brasileira o conjunto de manifestações culturais do Brasil quesofreram algum grau de influência da cultura africana desde os tempos do Brasil colônia até aatualidade. A cultura da África chegou ao Brasil, em sua maior parte, trazida pelos escravosnegros na época do tráfico transatlântico de escravos. No Brasil a cultura africana sofreutambém a influência das culturas européia (principalmente portuguesa) e indígena, de formaque características de origem africana na cultura brasileira encontram-se em geral mescladas aoutras referências culturais. Traços fortes da cultura africana podem ser encontrados hoje em variados aspectos dacultura brasileira, como a música popular, a religião, a culinária, o folclore e as festividadespopulares. Os estados do Maranhão, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Minas Gerais, EspíritoSanto, Ri de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul foram os mais influenciados pela culturade origem africana, tanto pela quantidade de escravos recebidos durante a época do tráficocomo pela migração interna dos escravos após o fim do ciclo da cana-de-açúcar na regiãoNordeste. Ainda que tradicionalmente desvalorizados na época colonial e no século XIX, osaspectos da cultura brasileira de origem africana passaram por um processo de revalorização apartir do século XX que continua até os dias de hoje.

RELIGIÕES AFROBRASILEIRAS

Algumas religiões afro-brasileiras ainda mantém quase que totalmente suas raízes africanas,como é o caso das casas tradicionais de Candomblé e do Xangô do Nordeste; outrasformaram-se através do sincretismo religioso, como o Batuque, o Xambá e a Umbanda. Emmaior ou menor grau, as religiões afro-brasileiras mostram influências do Catolicismo e daencantaria européia, assim como da pajelança ameríndia. O sincretismo manifesta-seigualmente na tradição do batismo dos filhos e o casamento na igreja Católica, mesmo quandoos fieis seguem abertamente uma religião afro-brasileira.

ARTE

O Alaká africani, conhecido como pano da costa no Brasil é produzido por tecelãs do terreirode Candomblé Ilê Axé Opô Afonjá em Salvador,no espaço chamado de Casa do Alaká. MestreDidi, Alapini (sumo sacerdote) do culto aos Egungun e Assògbá (supremo sacerdote) do cultode Obaluaiyê e orixás da terra, é também escultor e seu trabalho é voltado inteiramente para amitologia e arte yorubana. Na pintura foram muitos os pintores e desenhistas que se dedicarama mostrar a beleza do Camdomblé, Umbanda e Batuque em suas telas. Um exemplo é oescultor e pintor argentino Carybé que dedicou boa parte de sua vida no Brasil esculpindo epintando os Orixás e festas nos mínimos detalhes, suas esculturas podem ser vistas no MuseuAfro-brasileiro e tem alguns livros publicados do seu trabalho. Na fotografia o francês PierreFatumbi Verger, que em 1946 conheceu a Bahia e ficou até o último dia de vida, retratou empreto e branco o povo brasileiro e todas as nuances do Candomblé, não satisfeito em sófotografar passou a fazer parte da religião, tanto no Brasil como na África onde foi iniciadocomo babalawo, ainda em vida iniciou a Fundação Pierre Verger em Salvador, onde seencontra todo seu acervo fotográfico.

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Culinária afro-brasileira é um deleite Os aficanos chegaram ao Brasil por volta de 1532, e com eles vieram novos estilos de cozinha e gostos, como cozinhar alimentos em dendê (óleo de palma), usando quiabo comoespessante e usando a banana em diferentes pratos. Os africanos também introduziram uma ampla variedade de pimentas e gengibre para temperar comida, e essa prática tem continuado a fazer parte da culinária afro-brasileira no Brasil. Outra técnica de cozinhar que os africanos levaram para o Brasil foi o uso de peixe defumado e camarão seco. O mais antigo prato Africano no Brasil, caruru remonta a 1600. É um guisado picante feito com peixe defumado ou camarão, quiabo, cebola, dendê e pimentas. No século XXI, a influência Africana sobre os ingredientes e técnicas culinárias ainda vive, especialmente no nordeste do estado da Bahia. A maioria dos descendentes dos escravos africanos que foram trazidos ao Brasil pelos Portugueses em 1500, vive no estado da Bahia. Embora a cozinha afro-brasileira possa ser vista em todo Brasil, é na Bahia que a tradiçãoé mantida, assim como a cultura africana. Outros produtos usados na culinária afro-brasileira são: malagueta, dendê, frutos do mar, leite de coco, banana e quiabo. A culinária baiana é a que mais demonstra a influência africana nos seus pratostípicos como acarajé, caruru, vatapá e moqueca. Estes pratos são preparados com o azeite-de-dendê, extraído de uma palmeira africana trazida ao Brasil em tempos coloniais. Na Bahiaexistem duas maneiras de se preparar estes pratos afros.Numa, mais simples, as comidas nãolevam muito tempero e são feita nos terreiros de candomblé para serem oferecidas aos orixás.Na outra maneira, empregada fora dos terreiros, as comidas são preparadas com muitotempero e são mais saborosas, sendo vendidas pelas baianas do acarajé e degustadas emrestaurantes e residências. A culinaria afro-brasileira também é bem conhecida por seus doces e sobremesas, provavelmente por causa da influência dos colonizadores portugueses que trouxeram o seu amor de açúcar. Os escravos africanos acrescentaram o seu próprio estilo com as receitas existentes. Um dos doces mais conhecidos da culinaria africana é a cocada, um doce de coco fervido em água com açúcar, gengibre ou limão. Os quindins também fazem parte da culinaria afro-brasileira. Os escravos africanos transportados para o Brasil pelos portugueses trouxeram suareligião com eles. Hoje a religião afrobrasileira, o candomblé, que é uma mistura de catolicismoromano das religiões portuguesas e Africano. Orixás são semelhantes aos santos católicos. Cada um tem um nome diferente e uma comida favorita. Pessoas que seguem a religião Candomblé comem refeições feitas da comida favorita do santo no dia em que santo é comemorado. Iemanjá, a deusa do oceano, é homenageado em 2 de fevereiro de cada ano, e suacomida favorita é melancia. Os pescadores acreditam que ela protege-os quando eles estão nomar, e que ela vai enviar grandes cardumes de peixes para eles pescarem.

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O deus Oxalá (Jesus Cristo), o pai de todos os orixás, é homenageado no Bonfim, realizado anualmente na terceira quinta-feira de janeiro. E acredita-se que o feijão preto é seu prato favorito.

MÚSICA E DANÇA

A música criada pelos afro-brasileiros é uma mistura de influências de toda África subsaarianacom elementos da música portuguesa e, em menor grau, ameríndia, que produziu uma grandevariedade de estilos.A música popular brasileira é fortemente influenciada pelos ritmos africanos. As expressões demúsica Afro-brasileira mais conhecidas são o samba, maracatu, ijexá, coco, jongo, carimbo,lambada, maxixe, maculelê.Como aconteceu em toda a parte do continente americano onde houve escravos africanos, amúsica feita pelos afro-descendentes foi inicialmente desprezada e mantida na marginalidade,até que ganhou notoriedade no início do século XX e se tornou a mais popular nos dias atuais.A capoeira, mistura de dança e arte marcial criada pelos escravos no Brasil colônia, que eraconsiderada própria de bandidos e marginais, foi apresentada, em 1953, por mestre Bimba aopresidente Vargas, que então a chamou de “único esporte verdadeiramente nacional”.

INSTRMENTOS AFRO-BRASILEIROS

Afoxé, Agogô, Atabaque, Berimbau, Tambor.

6. JEAN-BAPTISTA DEBRETPintor francês de grande importância para a história da arte no Brasil.

Viveu durante 15 anos no Brasil e desenvolveu uma intensa relação pessoal e emocional como território brasileiro.Seu trabalho é considerado de grande importância para o Brasil na medidaem que se dedicou a retratar o cotidiano e a sociedade do século XIX, especialmente no Rio deJaneiro.

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Mesmo sendo considerado um pintor neoclássico, aluno e seguidor se seu primo David, Debretestá numa posição de transição entre o neoclassicismo e o romantismo. Suas representaçõesdos indígenas apresentam condições idealizadas, há um privilégio da emoção valorizando oindividualismo, o sofrimento amoroso, a religiosidade cristã, a natureza e os temas do passado.

No ano de 1831, Jean-Baptiste Debret retornou à França alegando problemas de saúde. Suavolta ao território francês foi seguida pela publicação do livro intitulado Viagem Pitoresca aoBrasil. Neste o autor tenta apresentar um panorama além do que era popularmente conhecidocomo exótico e interessante por causa da história natural. A iniciativa procurava criar uma obrahistórica que desse conta da formação do povo e da nação brasileira, registrando suaspeculiaridades e representando o passado do povo que aqui vivia. A obra completa foipublicada em Paris entre 1838 e 1839 e é composta de 153 pranchas dotadas de textos queelucidam cada retrato apresentado.

Jean-Baptiste Debret cumpriu sua função em território do Brasil e deu origem a uma Academiade Artes e Ofícios que, com a independência do Brasil, passou a ser chamada AcademiaImperial de Belas Artes. Foi um importante mestre para a pintura brasileira, lecionando nainstituição que ajudou a criar até sua volta para a França. Seu trabalho influenciou também naproclamação da República do Brasil, uma vez que a bandeira do Brasil teve como base para ascores e formas geométricas a obra de Debret. Já em idade avançada, faleceu em Paris em 28de junho de 1848.

Jovens Negras Indo à Igreja para Serem Batizadas , 1821

7. ARTE POPULARArte Popular é a atribuição que se dá a produções artísticas (pintura, literatura, escultura, etc.)com relevante valor, de pessoas que nunca se especializaram em arte, de fato, frequentandoescolas e etc. Basicamente, é a arte do povo, sendo o Brasil, um dos principais celeiros deinúmeros artistas criativos da história do país. A cultura popular é a principal raíz dessa arte.

O artista popular dedica seu tempo livre, sua folga do trabalho para criar sua arte. Muitas vezesde maneira solitária, em alguns casos com ajuda da família. De maneira geral, não conseguesobreviver e sustentar família somente dos trabalhos artísticos realizados. Os principaiscompradores e revendedores da arte popular são feiras e mercados.

Uma escultura, por exemplo, pode ser utilizada na igreja (culto católico aos santos), como itemde decoração em casas ou até para brincadeiras infantis.

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Arte Popular e Arte Erudita

Para ficar mais evidente a diferença entre arte popular e arte erudita, é fundamental traçarmosalgumas pontuais diferenças.

A arte popular é a arte da intuição, aquela em que o artista exerce seu ofício sem terfrequentado escolas de artes para esse fim. Apesar disso, suas obras são de altíssimoreconhecimento estético e artístico.

Os artistas se inspiram em sua regionalidade, crenças, lendas e costumes típicos de suacultura. Seu humilde cotidiano e as dificuldades do dia-a-dia são refletidas na obra. Um artistabrasileiro muito conhecido por ser intensamente influenciado pela arte popular é AntônioFrancisco Lisboa, o Aleijadinho.

Já a arte erudita é oriunda de artistas com aprimorado conhecimento técnico, de elevadaexigência estética, que criam obras de valor universal, e acabam marcando época com suasinovações, além de proporcionar ao espectador intensa reflexão e questionamento a respeitoda obra. Um exemplo de arte erudita é famoso quadro “Monalisa” de Leonardo da Vinci.

Principais Artistas no Brasil

Ciro Fernandes (Paraíba, 1942);

Aberaldo Santos (Alagoas, 1960);

Gerson de Souza (Pernambuco, 1926);

Heitor dos Prazeres (Rio de Janeiro, 1898);

Cizin (Ceará, 1980).

A ARTE DO BARRO

Da arte milenar de modelar o barro nasceram as técnicas da cerâmica, da porcelana e dalouça. A técnica da cerâmica é muito antiga e foi usada e desenvolvida de diversas maneiraspor muitos povos na produção de potes, urnas,panelas e objetos decorativos.

No Brasil, vários povos indígenas, artesãos populares e artistas contemporâneos realizamtrabalhos em cerâmica.

A matéria prima para confeccionar a cerâmica é a argila colhida nas margens dos rios. Aqualidade da peça depende da qualidade da argila, que deve ter um grão bem fino ehomogêneo. Para isso é preciso retirar dela as impurezas e amassá-la bem para que nãoforme bolhas de ar. Em seguida, a argila pode ser moldada com as mãos ou em torno. Outramaneira é empilhar rolos de argila até formar o objeto. Para que tenha maior resistência à águae ao fogo, , a peça é queimada em forno de temperatura alta. No fim do processo, ela pode serpintada, esmaltada ou vitrificada.

Mestre Vitalino (1909-1963) foi um grande ceramista da região de Caruaru, em Pernambuco.Ele nasceu neste mesmo local e seu verdadeiro nome era Vitalino Pereira dos santos. Ficouconhecido por retratar em barro pessoas e situações comuns, cotidianas. Sua obra,extremamente original, foi copiada e difundida por seus familiares e amigos da região do Altodo Moura, uma vila a cerca de seis quilômetros de Caruaru.

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Mestre Vitalino - a arte feita de barroMestre Vitalino se notabiliza por suas figuras inspiradas nas crenças populares, em cenas do universo rural e urbano, no cotidiano, nos rituais e no imaginário da população do sertão nordestino brasileiro. Ainda criança, começa a modelar pequenos animais de seu repertório rural: boi, bode, burro e cavalo. Na década de 1930, possivelmente influenciado pelos conflitos armados do período, modela seus primeiros grupos, formados por figuras de cangaceiros, soldados, bacharéis e políticos. No início, a cor é obtida por meio de argilas de diferentes tons, avermelhado e branco. Depois, Vitalino pinta os bonecos com tintas industriais, o que lhes confere um aspecto alegre e lúdico. A partir de 1953, deixa de pintar as figuras, mantendo-as na cor da argila queimada.

A XILOGRAVURA

A xilogravura é uma técnica bastante usada por artistas populares. Seu processo consiste emfazer um desenho em um pedaço de madeira e escavar a parte de fora do desenho. Para fazercópias, se passa a tinta, que só cobre a imagem que ficou em alto relevo. Depois é só copiar aimagem no papel usando prensa ,anual.

COLCHA DE RETALHOS

As colchas de retalhos são também uma forma de expressão do artista popular. Em todo oBrasil, há trabalhos feitos com retalhos da sobras da indústria da confecção. Os trabalhos feitosnormalmente resultam em motivos geométricos. Alguns panos e colchas podem ser feitos comaplicação de figuras.

A ARTE DE SE ENFEITAR

Cada povo, cada grupo, tem seu jeito de se vestir e se adornar. A idade das pessoas e aocasião (um casamento, um aniversário, por exemplo) também podem determinar essaescolha. Conforme o estilo de roupa com que uma pessoa se veste, pode-se saber um poucode seus hábitos. A roupa, portanto, não apenas escomde partes do corpo de alguém; elatambém pode revelar suas preferências.

Na Idade Média, numa guerra a roupa, no caso, a armadura, sevia para ajudar a proteger avida dos soldados.

Em shows, em peças teatrais e cinema, as roupas e adereços são fundamentais para definirum personagem. Em algumas festas populares e religiosas, a indumentária, ao lado dasdanças, rezas e invocações, é uma parte importante do ritual e muitas roupas são exclusivasde determinadas entidades.

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A ARTE DE DECORAR OBJETOS

Muitos povos decoram objetos. Desde longa data na história da humanidade, diversos gruposhumanos pintam, fazem relevos e mudam alguns objetos para torná-los mais atraentes, comopotes e vasos. Em alguns casos, os artesãos fazem isso só para deixar sua marca e diferenciaresse objeto de outros.

Uma jarra, por exemplo, não é decorada para melhorar sua função de armazenar líquidos. Masa decoração agrada aos olhos e ao coração das pessoas. A arte não é essencial para asobrevivência material, como a comida e a vestimenta, mas pode proporcionar satisfaçãoestética. A arte pode encher de sensações os olhos e o espírito.

Ao decorar um objeto, o ser humano deixa sinais ou marcas sobre ele que são registros domodo de pensar e de viver de uma época. Desse modo, estudando e conhecendo a arte,podemos entender os valores de uma sociedade e o estágio de desenvolvimento tecnológicoalcançado por ela.

RECICLAGEM NO ARTESANATO

Um artesão, ao reaproveitar materiais, gasta menos na compra de matéria-prima utilizada paraconfeccionar seus produtos. Reduzir o desperdício, reutilizar material descartável e reciclarmatéria-prima são hoje preocupações das indústrias, dos artesãos e de toda a sociedade.

A utilização do papel reciclado é recente no Brasil. O arquiteto paulista Marcelo Ferrazapresenta um trabalho com forte significado social, ele chama atenção para questão dareciclagem, de reutilização por meio da transformação, do combate ao desperdício. Umaimagem – feia pelo fotógrafo Niels Andréas – de um catador de papel é o ponto central da obra,que Ferraz adorna com toalhinhas de renda de papel reciclado, resgatando formas tradicionaisda nossa cultura.

CARRANCACarranca é uma escultura com forma humana ou animal, produzida em madeira e utilizada a princípio na proa das embarcações que navegam pelo rio São Francisco. Espalhou-se no Brasil como uma forma de arte popular, sendo vendida em feiras e lojas de produtos artesanais. Não se sabe ao certo se sua origem é negra ou ameríndia, ou se seriam amuletos ou simplesmente ornamentos. Os artesãos que produzem carrancas são chamados de carranqueiros.

As primeiras referências às carrancas datam de 1888 em livros de Antônio Alves Câmara[1][2] e Durval Vieira de Aguiar[3]. As carrancas eram construídas a princípio com um objetivo comercial, pois a população ribeirinha dependia do transporte de mercadorias pelo rio, e os barqueiros utilizavam as carrancas para chamar a atenção para sua embarcação. Em certo momento, a população ribeirinha passou a atribuir características místicas de afugentar maus espíritos às carrancas. Esta atribuição colocava em segundo plano o aspecto artístico da produção das carrancas, ou seja, como forma de manifestação cultural popular de uma região brasileira. Elas tinham um significado importante para as embarcações: Elas espantavam mausespíritos, ajudavam para que a embarcação não afundasse, livravam das tempestades e atraiam muitos peixes.[4] [5]

Figura, figura de proa e leão de barca também eram termos utilizados pelos remeiros para designar as carrancas.[6]

Os principais pólos de produção e comercialização de carrancas são as cidades de Petrolina, em Pernambuco, Pirapora, em Minas Gerais, e Santa Maria da Vitória, Juazeiro, na Bahia.

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Arte Popular e Artesanato

Os folcloristas distinguem atualmente os conceitos de arte e de artesanato folclóricos, que têma mesma origem das artes e artesanatos denominados populares, com a diferença que estesúltimos são mais comerciais ou de consumo.

A arte popular é aquela cujo produto só tem a função decorativa ou ornamental: esculturas,pinturas, cerâmica figurativa, bordados, rendas, bijuterias, papéis recordados, máscaras, etc. Oartesanato é essencialmente utilitário, mas com alguma decoração, possuindo duas funções: aestética e a utilitária, como: cerâmica, tecelagem, trançados, couros, assim como algumasferramentas rústicas, como fusos, pilões, rodas d'água, monjolos, etc.

O artesanato está geralmente relacionado com os recursos naturais existentes e decorre darelação entre o homem e o meio, refletindo o sistema de vida adotado pelos moradores decerta região.

Os mais importantes trabalhos de arte popular são:

Escultura e pintura - As esculturas mais interessantes são as relacionadas com as crençasreligiosas, isto é, imagens de santos, os presépios, geralmente de aparência rústica, ascarrancas do rio São Francisco. Outras formas de esculturas são os "ex-votos" ou "promessas",executados em madeira ou cera, representando braços, pernas, cabeças e várias partes docorpo humano, oferecidas aos santos em agradecimento por curas ou proteção especial eaparecem dependuradas nas capelas e salas de milagres dos santuários populares. A pinturaem igrejas, bandeiras de festas e folguedos populares, as pinturas em bares, vendas,representando paisagens das cidades de origem dos proprietários, retratos de personagenshistóricos, etc. A pintura em areia de diversas cores, colocadas em garrafas, muito comum nosestados do Nordeste.

Cerâmica figurativa - É aquela que representa forma de animais e figuras humanas.

Um dos mestres da cerâmica figurativa foi Vitalino de Caruaru, que costumava representarsenas da vida cotidiana do nordeste.

As moringas do Vale do Jequitinhonha, com formato de galinhas e outras aves, podem serconsideradas mais figurativas do que utilitárias, pois são mais decorativas que úteis.

Bordados e rendas - A renda é o entrelaçamento de fios, formando um desenho, sem haverum fundo em tecido preparado. Sua execução é feita por meio de bilros. Os alfinetes de cabeçaou os espinhos de mandacaru (no Ceará) têm a função de segurar o fio no modelo, preso auma almofada, e a renda é tramada pela linha enrolada nos bilros.

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Bijuterias - São dignas de menção, sendo algumas delas autênticas joias. As mais comunssão as correntes de prata com medalhas de santos ou amuletos. Entre as joias propiciatóriasestão os "balangandans". Espécie de broche preso à cintura das baianas, com tetéias de prataou metal amarelo, geralmente de conotação supersticiosas: calungas, figas, búzios, signos deSalamão, romãs, peixes, cachos de uva, chaves, etc. Outros matérias usados na confecção dejoias populares são: casca de tartaruga e artigos de marfim vegetal, no Norte e Nordeste.

Papel recortado - A arte de recortar papéis é muito difundida nos meios populares. Nas festas,tanto para ornar as mesas, coo em caixinhas de doce, toalhinhas para fundo de prato e asfranjas das balas. Nas cozinhas da roça as prateleiras costumam ser enfeitadas com "bicos"recortados, formando desenhos, que muitas vezes parecem rendas de papel. Flores de papel.Bandeirolas suspensas por barbantes usadas nas festas de igrejas e juninas. Os balões deSão João, exemplos da arte de recortar papel, assim como os papagaios ou pipas, usadaspelas crianças. O Cata-vento, outro brinquedo, recortado em cartolina colorida e que gira deacordo com o vento. As máscaras de carnaval, sendo as mais procuradas aquelas querepresentam figuras e seres imaginários Tornam-se indispensáveis em certos folguedos, comoos palhaços das "Folias de Reis".

As principais formas de artesanato são:

Cerâmica - Ela esteve presente em todos os momentos da vida do homem, desde a pré-história. De um modo geral ela pode ser classificada em utilitária e figurativa. Já nos referimosà cerâmica figurativa na parte relativa à arte folclórica.

Cerâmica utilitária - É aquela que executa objetos de uso caseiro, como: potes, moringas,panelas, bilhas, vasos, etc. Ela teve sua origem no período neolítico, quando o homemaprendeu a cozinhar o barro.

Trançados - A arte de trançar é encontrada em quase todos os povos primitivos. Vários tiposde cestas e peneiras eram feitos pelos ameríndios, sendo portanto conhecidos os trançadospor diversas tribos brasileiras. Certamente os cesteiros atuais herdaram técnicas de nossosindígenas além de receberem influências lusas e africanas.

Couro - Nas zonas de pastoreio é muito comum o uso do couro, tanto para a indumentária:chapéu, gibão, luvas, perneiras, sapatos, cintos, etc., como para arreiame (arreios) de animaisde sela ou de tiro. Geralmente nestas regiões, principalmente no Ceará e Alagoas, o chicote étodo de couro, a corda é feita de couro trançado e a faca de mato está sempre metida embainha de couro presa à cintura.

Tecelagem - A técnica dos tecidos iniciou-se no Brasil pouco após a sua descoberta econserva-se até hoje. Ela começa com a preparo do fio, que pode ser de algodão, lã, linho oufibras vegetais, primeiramente cardados e depois transformados em fio no fuso ou roca depedal.

8. UM PAÍS EM FESTANo Brasil ocorrem celebrações de norte a sul ao longo de todo o ano. Essas festividades sãoum dos elementos mais marcantes da cultura brasileira, pois revelam as influências deixadaspelos diversos povos que por aqui passaram.

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As festas religiosas ou profana (que não são religiosas), revelam aspectos relacionados àscrenças, aos valores, à arte e a tantos outros fatores que caracterizam a cultura popular.

O CÍRIO DE NAZARÉ

Uma das mais importantes celebrações da Região Norte é o Círio de Nossa senhora deNazaré, ou simplesmente o Círio de Nazaré, festividade religiosa que leva milhões de pessoaspara as ruas de Belém (PA) todos os anos.O termo círio origina-se de cereus, palavra em latim que designa uma grande vela de cera. EmPortugal, os grupos que levavam suas velas nas procissões de Nossa Senhora de Nazaréeram chamadas de círios. Daí vem o nome da festividade brasileira.O Círio envolve a apresentação de músicas e danças, na procissão os fiéis se esforçam paratocar um imenso cordão de sisal, partindo da imagem que se estende por mais de 400 metros.

AS FESTAS JUNINAS

Presentes em praticamente todo o país, as festas juninas representam a celebração dos santosjuninos: Santo Antônio, São João e São Pedro. Uma das características principais das festasjuninas são as quadrilhas. A quadrilha foi introduzida no Brasil pelos portugueses a partir dedanças nobres da França e da Inglaterra.

O CARNAVAL

O Carnaval, a maior festa popular do Brasil, foi introduzida no país pelos colonizadores erecebeu influências principalmente africanas.Estudiosos defendem que sua origem está relacionada com as festas da colheita, comunsentre os povos da antiguidade, como egípcios, gregos e romanos. Algum tempo depois, aIgreja Católica adotou a festa como parte integrante de seu calendário, definindo que eladeveria ocorrer dias antes da Quaresma.Principais Carnavais: Carnaval carioca= sofreu influência da cultura africana, e o samba passou a ser o ritmocarnavalesco mais significativo da cidade.Carnaval pernambucano= acredita-se que o carnaval pernambucano tenha se originado noséculo XVII, a partir de uma festividade religiosa introduzida pelos europeus: a Festa de Reis.Foi com o nascimento do Frevo, entretanto, que o Carnaval se tornou uma festa popular emcidades como Recife e Olinda. BUMBA-MEU-BOI – Uma tradição que corre o Brasil de Norte a Sul

Um dos folguedos mais tradicionais do Brasil, (...) o bumba-meu-boi é uma espécie de auto emque se misturam teatro, dança, música e circo. Ele é representado sob os mais diferentesnomes em localidades que vão do Rio Grande do Sul (como boizinho) e Santa Catarina (boi-de-mamão) aos estados do Nordeste (boi-de-reis) e o amazonas (boi-bumbá). Sua provávelorigem é o Nordeste nas últimas décadas do século VXIII, onde a criação de gado era feita porcolonizadores com mão-de-obra escrava. Nas fazendas, os cativos teriam misturado suastradições africanas (como a do boi geroa) e outras européias dos senhores (co0mo a touradaespanhola e as tourinhas portuguesas), numa celebração que tematizava as relações de podere uma certa religiosidade, sendo, inicialmente, alvo de grande repressão. (...)

O boi, figura central do auto, geralmente é feito com uma armação de cipó coberta de chita,grande e bastante para que o homem a vista. A cabeça pode ser feita de papelão ou com aprópria caveira do animal. Na encenação, a lenda pode ser contada de várias formas, mas ahistória básica é a da escrava Catirina (ou Catarina), grávida, que pede ao marido Chico (ouPai Francisco) para que mate o boi mais bonito da fazenda porque quer comer a sua língua.Ele atende ao desejo da mulher e é preso pelo seu feitor, que tenta a todo custo ressuscitar o

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boi, com a ajuda de curandeiros. Boi revivido, tudo acaba em festa. Outros personagenspodem entrar na história para dançar, dependendo do tipo de boi: Bastião, Arlequim,Pastorinha,, Turtuqué, o engenheiro, o pader, o médico, o diabo etc., todos quase sempreinterpretados por homens, que se transvestem para compor os personagens femininos.

Sufocado pelos avanços dos meios de comunicação, o boi fica cada vez mais restritos àscomunidades rurais e pesqueiras que ainda conseguem preservar suas tradições. No entanto,ele é uma festividade muito popular em São Luis do Maranhão, para onde vários grupos doestado convergem na época junina e desfilam por toda a cidade.

O MARACATU

O maracatu é uma festa da região nordestina ( sobretudo em Pernambuco), de dança einstrumentos típicos, realizada desde tempos antigos. Não se sabe ao certo o significadooriginal da palavra maracatu.O maracatu atravessou a região do Nordeste e se espalhou por vários cantos do país. ChicoScience e a Nação Zumbi, precursores do movimento mangue beach, são os principaisdivulgadores do maracatu. Eles aproveitaram a influência desse ritmo nas canções quecompunham e renovaram a música popular contemporânea.No carnaval pernambucano há o maracatu de baque virado ou nação e o maracatu de baquesolto ou rural. O maracatu do baque virado foi criado em festas de religiões que misturamtradições africanas e católicas. É o mais antigo e nele a música cantada inclui versos deprocedência africana. No cortejo carnavalesco, saem de 30 a 50 c0mponrntes, fantasiados derei, rainha, porta-estandarte, dama do paço(que leva a boneca calunga) e de representantes dacorte, como o príncipe, a princesa, o duque, a duquesa, o corneteiro, o baliza e o secretário. Omaracatu rural é mais recente, tendo sido criado na segunda metade do século XIX. Ele surgiunas comunidades ao redor das grandes propriedades rurais produtoras de açúcar, osengenhos, e é uma mistura de várias festas populares de rua, em que os integrantes fazemverdadeiras peregrinações nas cidades da vizinhança. O maracatu rural ou de baque soltodifere do nação principalmente pela música, que é mais orquestrada. O personagem principal éo caboclo de lança, que abre espaço na multidão com saltos e malabarismos,

O PAU DE FITA

Uma das danças mais tradicionais da Região Sul é o Pau de Fita, introduzida na região pelosimigrantes europeus. Nessa dança, os dançarinos dançam ao redor de um mastro, segurandofitas de várias cores presas ao mastro. Ao som de músicas típicas, eles dançam em torno domastro, revezando os pares, até formar trançados nas fitas.

9. A ARTE NO EGITO O Egito desenvolveu uma das principais civilizações da antiguidade e nosdeixou uma produção cultural riquíssima. O aspecto cultural mais significativo do Egito antigoera a religião, que tudo orientava. A religião invadiu toda a vida egípcia, interpretando ouniverso, justificando sua organização social e política, determinando o papel de cada classesocial e, conseqüentemente, orientando toda a produção artística desse povo. Além de crer em

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deuses que poderiam interferir na história humana, os egípcios acreditavam também numa vidaapós a morte e achavam que essa vida era mais importante do que a que viviam no presente.O fundamento ideológico da arte egípcia é a glorificação dos deuses e do rei defuntodivinizado, para o qual se erguiam templos funerários e túmulos grandiosos.

A felicidade e a garantia da vida depois da morte dependiam dos rituais religiosos. A arte, comonão podia deixar de ser, refletia essa visão religiosa, que aparece representada em túmulos,esculturas, vasos e outros objetos deixados junto aos mortos.

1.1 A ARQUITETURA

Como consequência da intensa religiosidade, a arquitetura egípcia apresenta grandiosasconstruções mortuárias, que abrigavam os restos mortais dos faraós, além de belos templosdedicados às divindades. São exemplo dessas construções as pirâmides de Gizé, erguidas noAntigo Império. Por ordem dos faraós Quéops, Quéfren e Miquerinos, do Antigo Império, foramconstruídas três imensas pirâmides no deserto de Gizé para abrigar seus restos mortais.

Durante o reinado de Ramsés II, no século XIII a.C., a principal preocupação do Egito era aexpansão de seu poder político. Toda a arte desse período era usada como forma dedemonstrar poder.

O templo de Abu-Simbell e o pequeno templo de Abu-Simbell eram dedicados à deusa Hator,que representava o amor e a beleza. Neles a arte demonstra o poder político do faraó RamsésII, com estátuas gigantescas e imensas colunas comemorativas de suas conquistas. Nessaépoca, os hieroglíficos (nome dado aos caracteres da escrita dos antigos egípcios) começarama ser esculpidos nas fachadas e colunas dos templos, com o fim de deixar gravados para aposterioridade os feitos de Ramsés II, e tornar-se elemento de decoração da arquitetura.

Os templos mais significativos são: Carnac e Luxor, ambos dedicados ao deus Amon.

Colunas do templo de Luxor: o aspecto artístico mais importante desses templos são ascolunas decoradas com motivos da natureza, como a flor de papiro ( erva nativa da margem dorio Nilo de cujas folhas se aproveitavam as hastes para confecção do papiro, material sobre oqual se escrevia), e a flor de lótus.

As características gerais da arquitetura egípcia são:

• solidez e durabilidade;

• sentimento de eternidade; e

• aspecto misterioso e impenetrável.

As pirâmides tinham base quadrangular eram feitas com pedras que pesavam cerca de vintetoneladas e mediam dez metros de largura, além de serem admiravelmente lapidadas. A portada frente da pirâmide voltava-se para a estrela polar, a fim de que seu influxo se concentrassesobre a múmia. O interior era um verdadeiro labirinto que ia dar na câmara funerária, localonde estava a múmia do faraó e seus pertences.

Os monumentos mais expressivos da arte egípcia são os túmulos e os templos. Divididos emtrês categorias:

• Pirâmide - túmulo real, destinado ao faraó;

• Mastaba - túmulo para a nobreza; e

• Hipogeu - túmulo destinado à gente do povo.

Os tipos de colunas dos templos egípcios são divididas conforme seu capitel:

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• Palmiforme - flores de palmeira;

• Papiriforme - flores de papiro; e

• Lotiforme - flor de lótus.

Para seu conhecimento

Esfinge: representa corpo de leão (força) e cabeça humana (sabedoria). Eram colocadas naalameda de entrada do templo para afastar os maus espíritos.

Obelisco: eram colocados à frente dos templos para materializar a luz solar.

Templo de Abu-Simbel Templo de Karnak

colunas

1.2 A PINTURA

Os pintores egípcios estabeleceram várias regras que foram seguidas durante muito tempo, aolongo do Antigo Império. Entre elas, a regra da frontalidade chama a atenção pela frequênciacom que aparece nas obras. Aspectos como a perspectiva e proporção, ainda nãopreocupavam os pintores egípcios.

A regra da frontalidade: embora seja uma arte estilizada é também uma arte de atenção aopormenor, de detalhe realista, que tenta apresentar o aspecto mais revelador de determinadaentidade, embora com restritos ângulos de visão. Para esta representação, são só possíveis

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três pontos de vista pela parte do observador: de frente de perfil e de cima. Segundo essaregra, o tronco e um dos olhos do retratado deviam ser desenhados de frente para oobservador, enquanto a cabeça, os pés e as pernas deviam ser desenhados de perfil. A regradeterminava também que o desenho e a pintura deviam mostrar tudo o que havia de maiscaracterístico nos seres retratados, pois o observador tinha de entender facilmente as imagens.

O fato de, ao longo de tanto tempo,esta arte pouco ter variado e se terem verificado poucasinovações, deve-se aos rígidos cânones e normas a que os artistas deveriam obedecer e quede certo modo, impunham barreiras ao espírito criativo individual.

A conjugação de todos estes elementos marca uma arte robusta, sólida, solene, criada para aeternidade.

A rigidez dessas regras só seria quebrada no reinado de Amenófis IV, no Novo Império. Pôsfim a religião politeísta (vários deuses) impondo uma religião monoteísta, cujo único deus eraAton, o deus Sol, e adotando o nome de Akhnaton em homenagem a ele.

A decoração colorida era um poderoso elemento de complementação das atitudes religiosas.

Suas características gerais são:

• ausência de três dimensões;

• ignorância da profundidade;

• colorido a tinta lisa, sem claro-escuro e sem indicação do relevo; e

• Lei da Frontalidade que determinava que o tronco da pessoa fosse representado sempre defrente, enquanto sua cabeça, suas pernas e seus pés eram vistos de perfil.

Quanto a hierarquia na pintura: eram representadas maiores as pessoas com maiorimportância no reino, ou seja, nesta ordem de grandeza: o rei, a mulher do rei, o sacerdote, ossoldados e o povo. As figuras femininas eram pintadas em ocre, enquanto que as masculinaspintadas de vermelho.

Os egípcios escreviam usando desenhos, não utilizavam letras como nós. Desenvolveram trêsformas de escrita:

Hieróglifos - considerados a escrita sagrada;

Hierática - uma escrita mais simples, utilizada pela nobreza e pelos sacerdotes; e

Demótica - a escrita popular.

Livro dos Mortos, ou seja um rolo de papiro com rituais funerários que era posto no sarcófagodo faraó morto, era ilustrado com cenas muito vivas, que acompanham o texto com singulareficácia. Formado de tramas de fibras do tronco de papiro, as quais eram batidas e prensadastransformando-se em folhas.

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1.4 A ESCULTURA

A escultura é a mais bela manifestação da arte egípcia no Antigo Império. Apesar das muitasregras existentes para esse tipo de arte, os escultores criaram figuras bastante expressivas. Osegípcios acreditavam que, além de preservar o corpo dos mortos com a mumificação ( técnicade conservação do corpo dos mortos por meio de desidratação dos tecidos, aplicação debálsamos e enfaixamento com tecidos de linho), era importante encomendar a um artista umaescultura que reproduzisse seus traços físicos: como a fisionomia, os traços raciais e acondição social.

A expressão humana na escultura vai ganhar uma nova dimensão e realismo nesta época,passando-se a representar nas estátuas reais o envelhecimento. Mesmo a representaçãobidimensional perde a sua dependência das regras adotando uma maior naturalidade

Os escultores egípcios representavam os faraós e os deuses em posição serena, quasesempre de frente, sem demonstrar nenhuma emoção. Pretendiam com isso traduzir, na pedra,uma ilusão de imortalidade. Com esse objetivo ainda, exageravam freqüentemente asproporções do corpo humano, dando às figuras representadas uma impressão de força e demajestade.

Os Usciabtis eram figuras funerárias em miniatura, geralmente esmaltadas de azul e verde,destinadas a substituir o faraó morto nos trabalhos mais ingratos no além, muitas vezescoberto de inscrições.

Os baixos-relevos egípcios, que eram quase sempre pintados, foram também expressão daqualidade superior atingida pelos artistas em seu trabalho. Recobriam colunas e paredes,dando um encanto todo especial às construções. Os próprios hieróglifos eram transcritos,muitas vezes, em baixo-relevo.

1.5 ARTES DECORATIVAS E OUTRAS ARTES

As artes decorativas no Império Médio conhecem uma das épocas mais importantes,sobretudo no que diz respeito aos trabalhos de joalheria. Os amuletos, os pentes, os espelhos,as caixas caracterizam-se pela sua beleza.

A literatura desenvolve o gosto pelo provérbio, o romance a história. Passa também a obedecera outras funções como as de influenciar a política, homenagear faraós, e medmo descrever ecaracterizar profissões.

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2. Os Hieróglifos

Seja simplesmente gravados nas pedras, ou brilhantemente coloridos e até revestidos de ouro,os hieróglifos pululavam por todo o antigo Egito. Eram usados com propósitos religiosos oumonumentais em templos ou paredes tumulares, em estelas, nas laterais dos sarcófagos, mastambém em outras superfícies como caixões de madeira, jóias, recipientes de calcita e papiro.Dependendo do material e do contexto, podiam ser altamente detalhados e elaborados. Osegípcios acreditavam que a escrita havia sido inventada pela deusa Seshat e ensinada aoshumanos pelo deus Thoth e davam aos hieróglifos o nome de medju-netjer, que significapalavras dos deuses. Quem deu o nome de hieroglífica para a escrita egípcia foram os gregos.O termo é junção das palavras gregas glyphein, que significa inscrever, gravar e hieros, quesignifica sagrado. Inscrições sagradas, portanto, porque os gregos achavam, erroneamente,que se tratava de uma escrita meramente religiosa. Os hieróglifos devem ter surgido por voltade 4000 anos a.C.

Sendo um dos mais antigos métodos de escrita de que se tem notícia, suplantado talvezapenas pela escrita suméria, trata-se de um sistema pictográfico, ou seja, baseia-se emimagens que formam a escrita. Muitas dessas imagens são derivadas do meio ambienteafricano, o que prova tratar-se de uma criação original e não de um empréstimo. Em outrasculturas que também utilizaram sinais pictográficos em suas escritas, o sistema evoluiu paraformas abstratas. No Egito isso não ocorreu e o sistema manteve-se pictográfico até o final dahistória faraônica. Existem cerca de 6 mil hieróglifos conhecidos, se considerarmos todo operíodo durante o qual essa escrita foi empregada. Entretanto, a maioria deles foi desenvolvidapor razões religiosas durante o período greco-romano. Em geral, cerca de 700 foram de usocorrente em todas as épocas da história egípcia. .

Os egípcios acreditavam que palavras e nomes escritos em hieróglifos tinham poderesmágicos. Por isto, textos funerários e os nomes do defunto eram escritos nos ataúdes e nasparedes da tumba. As divindades ouviriam as orações e os indivíduos seriam protegidos contrao mal. Um nome escrito em hieróglifos incorporava a identidade da pessoa. Se fossedanificado, essa identidade se perderia. Também se perderiam os meios que o falecidodispunha para continuar vivendo no além-túmulo. Os nomes de faraós como Hatshepsut (c.1473 a 1458 a.C.) e Tutankhamun (c. 1333 a 1323 a.C.), por exemplo, foram removidos dasparedes dos templos por seus sucessores.

Para seu conhecimento

Hieróglifos: foi decifrada por Champolion, que descobriu o seu significado em 1822, ela se deuna Pedra de Rosetta que foi encontrada na cidade do mesmo nome no Delta do Nilo.

Mumificação: a) eram retirados o cérebro, os intestinos e outros órgãos vitais, e colocados numvaso de pedra chamado Canopo. b) nas cavidades do corpo eram colocadas resinasaromáticas e perfumes. c) as incisões eram costuradas e o corpo mergulhado num tanque comNitrato de Potássio. d) Após 70 dias o corpo era lavado e enrolado numa bandagem dealgodão, embebida em betume, que servia como impermeabilização.

Quando a Grande Barragem de Assuã foi concluída, em 1970, dezenas de construções antigasdo sul do país foram, literalmente, por água abaixo, engolidas pelo Lago Nasser. Entre as rarasexceções desse drama do deserto, estão os templos erguidos pelo faraó Ramsés II, em Abu

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Simbel. Em 1964, uma faraônica operação coordenada pela Unesco com recursos de váriospaíses - um total de 40 milhões de dólares - removeu pedra por pedra e transferiu templos eestátuas para um local 61 metros acima da posição original, longe da margem do lago. O maiordeles é o Grande Templo de Ramsés II, encravado na montanha de pedra com suas estátuasdo faraó de 20 metros de altura. Além de salvar este valioso patrimônio, a obra prestou umahomenagem ao mais famoso e empreendedor de todos os faraós.

Queóps é a maior das três pirâmides, tinha originalmente 146 metros de altura, um prédio de48 andares. Nove metros já se foram, graças principalmente à ação corrosiva da poluição vindado Cairo. Para erguê-la, foram precisos cerca de 2 milhões de blocos de pedras e o trabalho decem mil homens, durante vinte anos.

3. A ARTE NA CIVILIZAÇÃO EGÉIA

A descoberta dos povos que habitavam as ilhas do mar Egeu antes do seu denvolvimento dacivilização grega é relativamente recente: ocorreu em 1870. Sabe-se, por exemplo, que porvolta de 2500 a.C. a ilha já possuía cidades com construções de pedra e tijolo. Além disso,havia uma elaborada produção de jóias e outroa objetos de metal. Os cretenses contavam comuma desenvolvida marinha marcante, o que lhes permitiu dominar o comércio no Mediterrâneoe entrar em contato com diferentes povos, como os mesopotâmicos e os egípcios. Aprosperidade daí resultante traduziu-se em grande desenvolvimento urbanístico.

O que sabemos sobre essa civilização, também chamada monóica, resulta sobretudo doestudo e da cuidadosa observação de suas manifestações artísticas.

A ARTE CRETENSE

Com as descobertas arqueológicas de Creta, tornou-se claro que a cultura egéia teve origemnessa ilha, pois a arte desenvolvida em muitas regiões Egeu e mesmo no continente eranitidamente influenciada pela arte cretense.

Na arquitetura, os construtores da época precisavam resolver problemas como posicionamentode escadas, iluminação e colunas de sustentação. Tudo isso revela uma arquitetura avançadapara a época.

É na pintura, porém, que se revela com mais clareza o espírito dinâmico do povo cretense, Elamostra menos rigidez e imobilidade que a pintura egípcia. Supõe-se, entretanto, que não só amobilidade tenha sido alvo de preocupação do artista cretense, mas também o efeito causadopela combinação das cores, pois ele utilizava cores vivas e constratantes: tons de vermelho,azul e branco, bem como de marrom,amarelo e verde.

Na ourivesaria, os artistas cretenses também revelaram grande domínio técnico.Nas peçasestão representados, em baixo-relevo,touros e elementos da natureza.

Já no que se refere à escultura, somente pequenas peças dessa civilização foramencontradas .

10.A ARTE NA GRÉCIA

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Por volta do século X a.C., os habitantes da Grécia continental e das ilhas do marEgeu formavam pequenas comunidades, que aos poucos foram enriquecendo e setransformando em cidades-Estado. Com o aumento do comércio estas cidades-estadosentraram em contato com as culturas do Egito e do Oriente Próximo, cuja arte despertouadmiração nos gregos.

Enquanto a arte egípcia é uma arte ligada ao espírito, a arte grega liga-se à inteligência, poisos seus reis não eram deuses, mas seres inteligentes e justos que se dedicavam ao bem-estardo povo. A arte grega volta-se para o gozo da vida presente. Contemplando a natureza, oartista se empolga pela vida e tenta, através da arte, exprimir suas manifestações. Na suaconstante busca da perfeição, o artista grego cria uma arte de elaboração intelectual em quepredominam o ritmo, o equilíbrio, a harmonia ideal. Eles tem como características: oracionalismo; amor pela beleza. Os gregos não se submeteram a imposições de reis esacerdotes.

Do ponto de vista de sua produção artística, são relevantes os seguintes períodos históricos daGrécia antiga:

• Paríodo arcaico – da formação das cidades-Estados, em meados do séculoVII a.C até aépoca das Guerras Grco-Pérsicas, no séc.V a.C.

• Período clássico – das Guerras Grego-Pérsicas até o fim da Guerra do Peloponesco.

• Período helenístico – do século IV a.C. até o século II a.C.

Em 146 a.C. a Grécia viria a ser dominada por Roma.

1.1 A ARQUITETURA

As edificações que despertaram maior interesse são os templos. A característica mais evidentedos templos gregos é a simetria entre o pórtico de entrada e o dos fundos. O templo eraconstruído sobre uma base de três degraus. O degrau mais elevado chamava-se estilóbata esobre ele eram erguidas as colunas. As colunas sustentavam um entablamento horizontalformado por três partes: a arquitrave, o friso e a cornija. As colunas e entablamento eramconstruídos segundo os modelos da ordem dórica, jônica e coríntia.

• Ordem Dórica - era simples e maciça. O fuste da coluna era monolítico e grosso. O capitel erauma almofada de pedra. Nascida do sentir do povo grego, nela se expressa o pensamento.Sendo a mais antiga das ordens arquitetônicas gregas, a ordem dórica, por sua simplicidade eseveridade, empresta uma idéia de solidez e imponência.

A ordem dórica pode ser vista no Partenon, templo construído em homenagem à deusa Atena.O corpo das colunas era grosso e firmava-se diretamente no degrau mais elevado. O capitelera muito simples.

• Ordem Jônica - representava a graça e o feminino. A coluna apresentava fuste mais delgadoe não se firmava diretamente sobre o estilóbata, mas sobre uma base decorada. O capitel eraformado por duas espirais unidas por duas curvas. A ordem dórica traduz a forma do homem ea ordem jônica traduz a forma da mulher.

A ordem jônica era mais ornamentada e sugeria leveza. As colunas apresentavam corpo maisfino e, diferentemente das da ordem dórica, não se apoiavam diretamente sobre o últimodegrau do templo, mas sobre uma base decorada. O capitel era ornamentado.

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• Ordem Coríntia - o capitel era formado com folhas de acanto e quatro espirais simétricas,muito usado no lugar do capitel jônico, de um modo a variar e enriquecer aquela ordem.Sugere luxo e ostentação.

A finalidade dos templos era proteger das chuvas ou do sol excessivo as esculturas dedeuses e deusas.

Os principais monumentos da arquitetura grega:

• Templos, dos quais o mais importante é o Partenon de Atenas. Na Acrópole, também, seencontram as Cariátides que homenageavam as mulheres de Cária.

• Teatros, que eram construídos em lugares abertos (encosta) e que compunham de trêspartes: a skene ou cena, para os atores; a konistra ou orquestra, para o coro; o koilon ouarquibancada, para os espectadores. Um exemplo típico é o Teatro de Epidauro, construído, noséc. IV a.C., ao ar livre, composto por 55 degraus divididos em duas ordens e calculados deacordo com uma inclinação perfeita. Chegava a acomodar cerca de 14.000 espectadores etornou-se famoso por sua acústica perfeita.

• Ginásios, edifícios destinados à cultura física.

• Praça - onde os gregos se reuniam para discutir os mais variados assuntos, entre

Eles filosofia. A arquitetura grega influencia até hoje muitas construções em todo o mundo.

Dórica-Jônica-Coríntio

1.2 A PINTURA EM CERÂMICA

Na Grécia, a pintura em cerâmica tornou-se uma forma especial de manifestação artística. Osvasos gregos, ou ânforas, são famosas pela beleza da forma e pela harmonia entre desenhos,cores e espaço utilizado para ornamentação. Eram usados em rituais religiosos e também paraarmazenar água, vinho, azeite e também outros alimentos. As pinturas representavam cenasda mitologia grega e de pessoas em suas atividades diárias.

• Ânfora - vasilha em forma de coração, com o gargalo largo ornado com duas asas;

• Hidra - (derivado de ydor, água) tinha três asas, uma vertical para segurar enquanto corria aágua e duas para levantar;

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• Cratera - tinha a boca muito larga, com o corpo em forma de um sino invertido, servia paramisturar água com o vinho (os gregos nunca bebiam vinho puro), etc.

As pinturas dos vasos representavam pessoas em suas atividades diárias e cenas da mitologiagrega. O maior pintor de figuras negras foi Exéquias.

A pintura grega se divide em três grupos:

• figuras negras sobre o fundo vermelho

• figuras vermelhas sobre o fundo negro

• figuras vermelhas sobre o fundo branco

Vaso com figuras geométricas vaso com figuras negras

1.3 A ESCULTURA

Aproximadamente no fim do século VII a.C. os gregos começas a esculpir em mármoregrandes figuras masculinas. Na Grécia, a arte não tinha função religiosa, como no Egito. Semsubmeter-se a regras rígidas, a escultura evoluiu livremente. Também para superar aaparência de rigidez imobilidade, o escultor grego procurou representar as figuras emmovimento.

Nas obras do período arcaico nota-se a influência do Egito não só como fonte inspiradora, mastambém na técnica. O escultor grego desse período, como o escultor egípcio, apreciava asimetria natural do corpo humano (lados iguais ou semelhantes; regularidade; proporção). Paradeixar clara essa simetria, o artista esculpia figuras masculinas nuas, eretas, em rigorosaposição frontal e com o peso do corpo igualmente distribuído sobre as duas pernas. Esse tipode estátua é chamado de Kouros, que significa “homem jovem”.

A evolução da escultura: a obra Efebo de Crítios representa uma nova forma de fazerescultura. Em vez de olhar bem para a frente, como o Kouros, o Efebo tem a cabeçaligeiramente voltada para o lado. Em vez de apoiar-se igualmente sobre as duas pernas, ocorpo descansa sobre uma delas, mais afastada em relação ao eixo de simetria.

No Período Clássico passou-se a procurar movimento nas estátuas, para isto, se começou ausar o bronze que era mais resistente do que o mármore, podendo fixar o movimento sem sequebrar. Surge o nu feminino, pois no período arcaico, as figuras de mulher eram esculpidassempre vestidas.

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Período Helenístico podemos observar o crescente naturalismo: os seres humanos não eramrepresentados apenas de acordo com a idade e a personalidade, mas também segundo asemoções e o estado de espírito de um momento. O grande desafio e a grande conquista daescultura do período helenístico foi a representação não de uma figura apenas, mas de gruposde figuras que mantivessem a sugestão de mobilidade e fossem bonitos de todos os ângulosque pudessem ser observados.

Os principais mestres da escultura clássica grega são:

• Praxíteles, celebrado pela graça das suas esculturas, pela lânguida pose em “S” (Hermescom Dionísio menino), foi o primeiro artista que esculpiu o nu feminino.

• Policleto, autor de Doríforo - condutor da lança, criou padrões de beleza e equilíbrio atravésdo tamanho das estátuas que deveriam ter sete vezes e meia o tamanho da cabeça.

• Fídias, talvez o mais famoso de todos, autor de Zeus Olímpico, sua obra-prima, e Atenéia.Realizou toda a decoração em baixos-relevos do templo Partenon: as esculturas dos frontões,métopas e frisos.

• Lisipo, representava os Inícions “tal como se vêem” e “não como são” (verdadeiros retratos).Foi Lisipo que introduziu a proporção ideal do corpo humano com a medida de oito vezes acabeças.

• Miron, autor do Discóbolo - Iníciom arremessando o disco

Período Arcaico Período Clássico

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Período helenístico

A literatura e o teatro

O mais importante poeta grego foi Homero, autor da Ilíada e da Odisséia. Outro grande poetafoi Hesíodo, autor de Teogonia, em que escreveu a origem do mundo e a história dos deuses.Hesíodo escreveu ainda Os trabalhos e os dias, em que, além de escrever a situação socialdos pequenos proprietários rurais da Grécia, transmite uma série de conselhos. Vejamosalguns:

“Se quiser prosperar, trabalhe até mesmo no inverno. Não case cedo. Tenha um só filho,porque mais de um é difícil sustentar. Ofereça sacrifício aos deuses regularmente. Lembre-sedos dias felizes que o trabalho lhe proporciona e evite os dias infelizes. Seja amigo de seusvizinhos, porque estarão por perto caso necessite. Não peça emprestado, não empreste nada enão confie em ninguém.”

Entre os escritores gregos destacam-se ainda Esopo, que escreveu fábulas como A raposa eas uvas. ( Esopo era um escravo que viveu na Grécia no séc. VII a.C), e Pericles eDemóstenes, autores de importantes discursos.

Na poesia lírica destacaram-se Píndoro e Sáfo, uma mulher de rara sensibilidade, que escreviasobre o amor.

A poesia grega foi extremamente original e continua servindo como fonte de inspiração parainúmeros artistas contemporâneos.

Os gregos produziam textos e espetáculos teatrais de excelente qualidade e foram osinventores da tragédia e da comédia. Esses gêneros textuais nasceram nas grandes festasonde se misturavam música, dança e coros, em homenagem a Dionísio, o deus do vinho. Entreos dramaturgos gregos que produziram obras imortais, encontram-se Ésquili, Sófocles,Eurípedes e Aristófanes.

A tradição literária grega iniciou com Homero, uma figura cuja historicidade é motivo deconjetura, mas que é considerado muitas vezes o pai da literatura ocidental. Em seus doisgrandes poemas épicos, a Ilíade e a Odisséia, lançou as bases dos desenvolvimentos futuros.Eles coletam tradições antigas respectivamente sobre a guerra de tróia e a viagem de Odisseude volta para casa, e embora se apresentem como poemas históricos, grande parte da suaatenção é devotada das intervenções dos deuses na vida humana. Por outro lado, traçam umvasto panorama da sociedade grega do período anterior, espacialmente retratando a classe

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aristocrata, com seus costumes, suas crenças, suas motivações, seu perfil psicológico, suasrelações com os estrangeiros e sua organização social..

A escultura no período helenístico

Alexandre Magno construiu um gigantesco império: manteve o domínio sobre a Grécia econquistou a Pérsia e o Egito. Com sua morte, o império dividiu-se em vários reinos nos quaisse desenvolveu uma cultura semelhante à grega – daí ser chamada de helenística, de Hélade,como a Grécia era conhecida.

A escultura desse período apresenta características bem diferentes da dos períodos anteriores.Uma delas é a tendência de expressar sob forma humana, ideias e sentimentos, como a paz,amor, liberdade, vitória, etc. Outra é o início do nu feminino, pois no período arcaico e clássicosfiguras de mulher eram esculpidas sempre vestidas. A grande novidade da escultura doperíodo helenístico, entretanto, foi a representação de grupos de pessoas.

1.4 Mosaico da Grécia antiga

Não se sabe de onde os gregos derivaram sua técnica de mosaico. Supõe-se que suas origensremontem a prática da Suméria e Assíria, mas é certo que desde o Neolítico o mosaico se fezpresente na Grécia. Os primeiros exemplos de mosaico decorado com figuras datam doperíodo clássico. A técnica havia evoluído sensivelmente, com o uso de peças menores eempregando cores mais variadas, iniciando-se mesmo a exploração de efeitos desombreamento.

Durante o helenismo a técnica se sofisticou ainda mais, explorando-se a criação de texturasdiferenciadas na mesma composição e empregando-se peças ainda menores, de formatoregular.

O Mosaico de Alexandre é um piso mosaico romano originário da Casa do Fauno1 datado deaproximadamente de 150 a.C.2 É um dos enfeites decorativos mais luxuosos de casasaristocráticas da República Romana3 em Pompéia, na Itália. Ele retrata uma das batalhas entreos exércitos de Alexandre, o Grande e Dario III da Pérsia e mede 2,72 x 5,13 metros (8 pés 11polegadas x 16 pés 9 polegadas)

Os romanos foram grandes apreciadores dos mosaicos gregos, imitando-os em seus paláciose edifícios públicos e levando a técnica para toda a área de influência do Império.

Para seu conhecimento:

Mitologia: Zeus: senhor dos céus; Atenéia: deusa da guerra; Afrodite: deusa do amor; Apolo:deus das artes e da beleza; Posseidon: deus das águas; entre outros.

Olimpíadas: Realizavam-se em Olímpia, cada 4 anos, em honra a Zeus. Os primeiros jogoscomeçaram em 776 a.C. As festas olímpicas serviam de base para marcar o tempo.

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12. ARTE ROMANANas artes romanas nota-se claramente a influência das artes de outros povos, sobretudo osgregos.

Todavia, enquanto a arte grega preocupou-se em idealizar modelos, a arte romana adotou orealismo. Isto é, procurava representar os objetos, os seres e as paisagens da maneira maisfiel possível.

2.1 A ARQUITETURA

Os arquitetos romanos herdaram dos etruscos o arco e a abóboda, e dos gregos as colunas.Tais elementos foram aperfeiçoados e amplamente utilizados nas suas construções. O arco,por exemplo, foi alargado e coberto por uma cúpula.

A arquitetura romana foi grandiosa e monumental, fazendo pouco uso de ornamentos. Alémtermas, fontes e arquedutos, os romanos construíam edifícios de grande valor artístico como oColiseu, o Circo Máximo, o Teatro de Marcelo, o Pantenon de Roma e a Basílica de Maxêncio.A catedral de Notre-Dame- La-Grande, em Poitiers, é um exemplo típico de estilo românico.

Antes da invenção do arco, o vão entre uma coluna e outra era limitado pelo tamanho doestabelecimento horizontal. Esse tamanho não podia ser muito grande, pois, quanto maior aviga, maior a tensão sobre ela, e a pedra - material mais resistente usados nas construções daépoca – não suporta grandes tensões. Daí os templos gregos serem repletos de colunas, o queacarretava a redução do espaço de circulação.

O arco foi uma conquista que permitiu ampliar o vão entre uma coluna e outra. Nele o centronão sofre maior sobrecarga que as extremidades, e assim as tensões são distribuídas de formamais homogênea. Além disso, como o arco é construído com blocos de pedra, a tensãocomprime esses blocos e lhes dá maior estabilidade.

No final do século I d.C., Roma já havia superado as influências gregas e etrusca e estavapronta para desenvolver criações artísticas independentes e originais.

A ARQUITETUTA DOS TEMPLOS

Os romanos costumavam erigir seus templos num plano mais elevado, de modo que a entradasó era alcançada por uma escadaria, construída diante da fachada principal. Esses elementosarquitetônicos – pórtico e escadaria – tornavam a fachada principal bem distinta das laterais edo fundo do edifício. Eles não tinham, portanto, a mesma preocupação dos gregos: fazer oslados do templo semelhantes dois a dois – frente e fundo; laterais.

Nem todos os templos, porém, resultaram da soma da tradição romana com os ornamentosgregos. Enquanto a concepção arquitetônica grega criava edifícios para serem vistos doexterior, a romana procurava criar espaços interiores. O Panteão, construído em Roma duranteo reinado do imperador Adriano, é certamente o melhor exemplo dessa diferença.

As características gerais da arquitetura romana são:

• busca do útil imediato, senso de realismo;

• grandeza material, realçando a idéia de força;

• energia e sentimento;

• predomínio do caráter sobre a beleza;

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• originais: urbanismo, vias de comunicação, anfiteatro, termas.

As construções eram de seis espécies, de acordo com as funções:

1) Religião: Templos Pouco se conhece deles. Os mais conhecidos são o templo de JúpiterStater, o de Saturno, o da Concórdia e o de César. O Panteão, construído em Roma durante oreinado do Imperador Adriano foi planejado para reunir a grande variedade de deusesexistentes em todo o Império, esse templo romano, com sua planta circular fechada por umacúpula, cria um local isolado do exterior onde o povo se reunia para o culto.

2) Comércio e civismo: Basílica A princípio destinada a operações comerciais e a atosjudiciários, a basílica servia para reuniões da bolsa, para tribunal e leitura de editos. Mais tarde,já com o Cristianismo, passou a designar uma igreja com certos privilégios. A basílicaapresenta uma característica inconfundível: a planta retangular, (de quatro a cinco mil metros)dividida em várias colunatas. Para citar uma, a basílica Julia, iniciada no governo de JúlioCésar, foi concluída no Império de Otávio Augusto.

3) Higiene: Termas Constituídas de ginásio, piscina, pórticos e jardins, as termas eram o centrosocial de Roma. As mais famosas são as termas de Caracala que, além de casas de banho,eram centro de reuniões sociais e esportes.

4) Divertimentos:

a) Circo: extremamente afeito aos divertimentos, foi de Roma que se originou o circo. Dosjogos praticados temos: jogos circenses - corridas de carros; ginásios - incluídos neles opugilato; jogos de Tróia - aquele em que havia torneios a cavalo; jogos de escravos -executados por cavaleiros conduzidos por escravos; Sob a influência grega, os verdadeirosjogos circenses romanos só surgiram pelo ano 264 a.C. Dos circos romanos, o mais célebre éo "Circus Maximus".

b) Teatro: imitado do teatro grego. O principal teatro é o de Marcelus. Tinha cenários versáteis,giratórios e retiráveis.

c) Anfiteatro: o povo romano apreciava muito as lutas dos gladiadores. Essas lutas compunhamum espetáculo que podia ser apreciado de qualquer ângulo. Pois a palavra anfiteatro significateatro de um e de outro lado. Assim era o Coliseu, certamente o mais belo dos anfiteatrosromanos. Externamente o edifício era ornamentado por esculturas, que ficavam dentro dosarcos, e por três andares com as ordens de colunas gregas (de baixo para cima: ordem dórica,ordem jônica e ordem coríntia). Essas colunas, na verdade eram meias colunas, pois ficavampresas à estrutura das arcadas. Portanto, não tinham a função de sustentar a construção, masapenas de ornamentá-la. Esse anfiteatro de enormes proporções chegava a acomodar 40.000pessoas sentadas e mais de 5.000 em pé.

5) Monumentos decorativos

a) Arco de Triunfo: pórtico monumental feito em homenagem aos imperadores e generaisvitoriosos. O mais famoso deles é o arco de Tito, todo em mármore, construído no ForumRomano para comemorar a tomada de Jerusalém.

b) Coluna Triunfal: a mais famosa é a coluna de Trajano, com seu característico friso emespiral que possui a narrativa histórica dos feitos do Imperador em baixos-relevos no fuste. Foierguida por ordem do Senado para comemorar a vitória de Trajano sobre os dácios e ospartos.

6) Moradia: Casa Era construída ao redor de um pátio chamada Atrio.

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2.2 PINTURA

O Mosaico foi muito utilizado na decoração dos muros e pisos da arquitetura em geral.

A maior parte das pinturas romanas que conhecemos hoje provém das cidades de Pompéia eHerculano, que foram soterradas pela erupção do Vesúvio em 79 a.C. Os estudiosos da pinturaexistente em Pompéia classificam a decoração das paredes internas dos edifícios em quatroestilos.

Primeiro estilo: recobrir as paredes de uma sala com uma camada de gesso pintado; que davaimpressão de placas de mármore.

Segundo estilo: Os artistas começaram então a pintar painéis que criavam a ilusão de janelasabertas por onde eram vistas paisagens com animais, aves e pessoas, formando um grandemural.

Terceiro estilo: representações fiéis da realidade e valorizou a delicadeza dos pequenosdetalhes.

Quarto estilo: um painel de fundo vermelho, tendo ao centro uma pintura, geralmente cópia deobra grega, imitando um cenário teatral.

2.3 ESCULTURA

Os romanos eram grandes admiradores da arte grega, mas por temperamento, eram muitodiferentes dos gregos. Por serem realistas e práticos, suas esculturas são uma representaçãofiel das pessoas e não a de um ideal de beleza humana, como fizeram os gregos. Retratavamos imperadores e os homens da sociedade. Mais realista que idealista, a estatuária romanateve seu maior êxito nos retratos.

Com a invasão dos bárbaros as preocupações com as artes diminuíram e poucos monumentosforam realizados pelo Estado. Era o começo da decadência do Império Romano que, no séc. V- precisamente no ano de 476 - perde o domínio do seu vasto território do Ocidente para osinvasores germânicos.

2.4 MOSAICO

Partidários de um profundo respeito pelo ambiente arquitetônico, adotando soluções de claramatriz decorativa, os masaístas chegaram a resultados onde existe uma certa parte de estudodireto da natureza. As cores vivas e a possibilidade de colocação sobre qualquer superfície e aduração dos materiais levaram a que os mosaicos viessem a prevalecar sobre a pintura. Nosséculos seguintes, tornar-se-ão essenciais para medir a ampliação das primeiras igrejascristãs.

2.5 O IMPÉRIO BIZANTINO: Uma arte que expressa riqueza e poder

O momento de esplendor da capital do Império Bizantino coincidiu historicamente com aoficialização do cristianismo. A partir daí, a arte cristã primitiva, que era popular e simples, foisubstituída por uma arte cristã de caráter majestoso, que exprime poder e riqueza.

A arte bizantina tinha um objetivo: expressar a autoridade absoluta e sagrada do imperador,considerado o representante de Deus, com poderes temporais e espirituais. Para que a arteatingisse esse objetivo, uma série de convenções foi estabelecida – tal como ocorrera na arteegípcia.

Uma dessas convenções foi a frantalidade, uma vez que a postura rígida da personagemrepresentada leva ao observador a uma atitude de respeito e veneração. Além da frantalidade,outras regras minuciosas foram impostas aos artistas pelos sacerdotes, como a determinação

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do lugas de cada personagem sagrada na composição e na indicação de como deveriam seros gestos, as mãos, os pés, as dobras das roupas e dos símbolos. Enfim, tudo o que poderiaser representado era rigorosa e previamente determinado.

O Império Bizantino também imprimiu sua marca na história do mosaico, pois legou àHumanidade uma imensa coleção artística neste estilo. Muito devotos, eles preencheramprincipalmente igrejas e templos com esta arte, especialmente suas paredes e abóbadas. Osdesenhos representavam passagens da Bíblia e seus protagonistas. A partir desse momento ovidro passou a ser bastante utilizado

O mosaico é expressão máxima da arte bizantina e não se destinava apenas a enfeitar asparedes e abóbadas, mas instruir os fiéis mostrando-lhes cenas da vida de Cristo, dos profetase dos vários imperadores. Plasticamente, o mosaico bizantino em nada se assemelha aosmosaicos romanos; são confeccionados com técnicas diferentes e seguem convenções queregem inclusive os afrescos. Neles, por exemplo, as pessoas são representadas de frente everticalizadas para criar certa espiritualidade; a perspectiva e o volume são ignorados e odourado é demasiadamente utilizado devido à associação com maior bem existente na terra: oouro.

A arquitetura das igrejas foi a que recebeu maior atenção da arte bizantina, elas eramplanejadas sobre uma base circular, octogonal ou quadrada imensas cúpulas, criando-seprédios enormes e espaçosos totalmente decorados.

A Igreja de Santa Sofia (Sofia = Sabedoria), na hoje Istambul, foi um dos maiores triunfos danova técnica bizantina, projetada pelos arquitetos Antêmio de Tralles e Isidoro de Mileto, elapossui uma cúpula de 55 metros apoiada em quatro arcos plenos.Tal método tornou a cúpulaextremamente elevada, sugerindo, por associação à abóbada celeste, sentimentos deuniversalidade e poder absoluto. Apresenta pinturas nas paredes, colunas com capitelricamente decorado com mosaicos e o chão de mármore polido.

Toda essa atração por decoração aliada a prevenção que os cristãos tinham contra aestatuária que lembrava de imediato o paganismo romano, afasta o gosto pela forma econseqüentemente a escultura não teve tanto destaque neste período.O que se encontrarestringe-se a baixos relevos acoplados à decoração.

A arte bizantina teve seu grande apogeu no século VI.

13. A ARTE GÓTICA1.1 A ARQUITETURA NO SÉCULO XII

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No século XII, uma nova arquitetura foi ganhando espaço. No século XVI, os estudiososcomeçaram chamá-la, desdenhosamente, de gótica: segundo eles, sua aparência era tão“bárbara”, que ela poderia até ter sido criada pelos godos, povo que invadira o Império romanoe destruíra muito de suas obras. Mais tarde, o nome gótico perderia seu caráter depreciativo ese ligara definitivamente à arquitetura caracterizada pelos arcos ogivais. A rosácea é umelemento arquitetônico muito característico do estilo gótico, presente em quase todas as igrejasconstruídas entre os séculos XII e XIV.

O aspecto mais importante da arquitetura gótica, porém, é a abóboda de nervuras, que diferemuito da abóboda de arestas da arquitetura românica. A consequência mais importante foi asubstituição das sólidas paredes com janelas estreitas, do estilo românica, pela combinação depequenas áreas de parede com grandes áreas preenchidas por vídeos coloridos e trabalhados,chamados vitrais.

No século VIII, o estilo gótico já estava plenamente amadurecido e ricamente ornamentado porvitrais e esculturas. No século XV, o estilo gótico deixou de ser exclusivo dos edifíciosreligiosos e chegou às residências particulares, como o palácio conhecido como Cad’Oro(Casa de Ouro), construído por Matteo reverti, entre 1422 e 1440, em Veneza.

1.2 A ESCULTURA

De modo geral, a escultura gótica estava associada à arquitetura. Nos tímpanos dos portais ouno interior das grandes igrejas, os trabalhos escultóricos enriqueciam as construções edocumentavam, na pedra, os aspectos da vida humana mais valorizados da época.

1.3 OS MANUSCRITOS ILUSTRADOS

Durante o século XII e até o século XV, a arte desenvolveu-se também nos objetos preciosos –feitos de marfim, ouro e prata e decorados com esmalte – e nos ricos manuscritos ilustrados.

Um exemplo de manuscrito medieval ilustrado é o Saltério de Ingeborg, que data de cerca de1195. Seu nome está relacionado ao seu conteúdo – uma coletânea de salmos – e ao nome daprincesa Ingeborg,

1.4 A PINTURA

A pintura gótica desenvolveu-se nos séculos XIII, XIV e no início do século XV, quandocomeçou a ganhar novos aspectos que prenunciavam o Renascimento. Sua principalcaracterística foi a procura do realismo na representação das figuras.

PRINCIPAIS PINTORES:

CENNI DI PEPO

No século XIII, o pintor mais famoso foi Cenni di Pepo (c.1240-1302), nascido em Florença econhecido como Cimabue. Seu trabalho ainda foi influenciado pelos ícones bizantinos, mas jáapresentava uma nítida preocupação com o realismo ao representar a figura humana. Cimabueprocurou, por meio da postura dos corpos e do drapeado das roupas, dar algum movimento àsfiguras de anjos e santos; entretanto, não chegou a realizar plenamente a ilusão daprofundidade do espaço.

Suas obras mais importantes foram feitas para a igreja de são Francisco, em Assis.

GIOTTO DI BINDONE

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Giotto revolucionou a pintura ao criar a noção de tridimensionalidade. Abandonou a rigidezbizantina e dotou suas figuras de volume e sentimento, expressando assim, por meio da arte, ohumanismo que são Francisco de Assis imprimiu à religião no início do século XIII.

Giotto di Bondone nasceu na localidade de Vespignano, perto de Florença, em 1266, 1267ou 1276, e foi discípulo de Giovanni Cimabue, o maior pintor da Itália no fim do século XIII.

O biógrafo Giorgio Vasari conta que Cimabue encontrou Giotto ainda criança, no campo,quando o menino desenhava sobre uma pedra. Levou-o a seu ateliê de Florença, ensinou-lhepintura em mosaico e afresco e logo o aluno se tornou conhecido pelo talento.

Giotto era ainda muito jovem quando o superior geral dos franciscanos o escolheu parapintar a vida de são Francisco de Assis com base na nova biografia oficial do santo, escrita porsão Boaventura por volta de 1266.

A obra, executada na mais elevada das duas capelas superpostas da basílica de Assis,inclui quatro alegorias e 23 afrescos. Entre estes, destaca-se "São Francisco pregando aospássaros", em que Giotto representa uma cena ao ar livre e substitui por um céu azul o céudourado simbólico da tradição bizantina.

Presume-se que iniciou seu trabalho na basílica em 1296 ou 1297 e partiu para Roma em1300, onde pintou os afrescos e mosaicos da antiga basílica do Vaticano, mas desse trabalhorestou apenas o mosaico "Navicella", em que mostra a barca com os apóstolos e a caminhadade Cristo sobre as águas.

Nessa época teria pintado também "São Francisco recebendo os estigmas", na igreja daSanta Cruz, em Florença.

Entre 1306 e 1309, Giotto permaneceu em Pádua para executar o que muitos consideramsua maior obra, a decoração da capela da Arena, de propriedade de Enrico Scrovegni. Atrás doaltar, Giotto pintou o "Juízo final" e nas paredes laterais, afrescos com cenas dos Evangelhos eda vida da Virgem e a série "Vícios e virtudes".

Em 1311, de volta a Roma, executou trabalhos para o cardeal Stefaneschi e depois, emFlorença, pintou uma Madona para a igreja de Todos os Santos.

Amigo de Dante, foi incluído na Divina comédia, citado no "Purgatório" como o pintor quesuperou o grande mestre Cimabue.

Pouco se sabe sobre o período em que permaneceu em Nápoles, nos últimos anos da vida.Admirado por seus contemporâneos, Giotto morreu em Florença, em 8 de janeiro de 1337.

©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.

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Características da arte Gótica:

a) As principais características dos edifícios em estilo gótico (parte do século XII e século XII)são os arcos pontiagudos em forma de ogiva, paredes amplamente esculpidas, tetosabobadados e altos, janelas largas e grandes, e interiores claros.

b)Outra inovação do estilo gótico foi a utilização de vitrais coloridos que reproduziam cenas davida da Virgem Maria, de Cristo e dos santos.

c) Tanto a escultura quanto a pintura medievais foram artes desenvolvidas em função daarquitetura.

d)As esculturas góticas mostram a mesma leveza e claridade presentes nas catedrais góticas.

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e) Na pintura gótica, as figuras são pintadas com cores fortes e os desenhos são feitos emouro.

14. RENASCIMENTODurante o século XIV ocorreu o Renascimento Cultural e Artístico nas cidades italianas,movimento inspirado na Antiguidade Clássica (Grécia e Roma).

A Europa no século XI passou pelo chamado renascimento comercial e urbano, fato que levoua grandes transformações sociais e urbanas. A partir do século XII, as cidades italianas,principalmente, iniciaram um lento e prolongado processo de transformações culturais.

No século XIII ocorreu uma alteração na intuição e sensibilidade artística, fruto de umarevalorização cultural da Antiguidade Clássica (Grécia e Roma). Nesse período, valorizou-se oracionalismo (capacidade de reflexão do ser humano), o espírito crítico e o naturalismo(valorização da natureza). O renascimento cultural e artístico, ocorrido no século XVI,aconteceu primeiramente nas cidades italianas; posteriormente, o movimento alcançou váriaspartes do continente europeu.

O Renascimento modificou as formas de produção das artes. Na Idade Média valorizavam-seobras religiosas, geralmente abordadas em um plano (reto). Nas artes (pinturas e esculturas),os artistas do Renascimento basearam-se na observação do mundo e nos princípiosmatemáticos e racionais como: harmonia, equilíbrio e perspectiva (fundo). Os principais artistasrenascentistas italianos foram Leonardo da Vinci (1452-1519), Michelangelo Buonarroti (1475-1564) e Rafael Sanzio(1483-1520).

1 O Renascimento Artístico: a luz, a cor e aperspectiva

Bramante, Vignole e Palladio foram os arquitetos renascentistas mais influentes. A arquiteturarenascentista foi marcada por grandes construções de palácios, igrejas e monumentos queeram inspiradas na Antiguidade, sendo de responsabilidade dos arquitetos citados acima aadaptação do estilo clássico conforme as necessidades do período.

A Basílica de São Pedro, projetada por Bramante, e as cúpulas produzidas por Miguel Ângelo,foi a construção mais sublime do período.

. A ARQUITETURA

No período românico construíam-se templos fechados. A arquitetura gótica buscou averticalidade. Já o arquiteto do Renascimento bus buscou espaços em que as partes doedifício parecessem proporcionais entre si. Procurou, ainda, uma ordem que superasse abusca do infinito das catedrais góticas.

Um dos primeiros arquitetos a expressar esses ideais foi Fillipo Brunelleschi (1377 – 1446). Foipintor, escultor e arquiteto, além de dominar conhecimentos de matemática e geometria.

Outro grande arquiteto renascentista foi o italiano Donato Bramante (1444-1514). Sua principalrealização arquitetônica foi o plano para a reconstrução da Catedral de São Pedro no Vaticano.Nesse projeto, Bramante concebeu um edifício de planta no formato de uma cruz grega com

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uma grande cúpula sobre o cruzeiro. Com a morte do arquiteto, as obras tiveram umamodificação do plano inicial

. A PINTURA

A pintura renascentista foi uma inovação, trazendo a integração do natural, humano e oespaço tridimensional, proporcionando uma sensação de profundidade, deixando a pinturamais próxima da realidade. A beleza física do ser humano era destacada nas obras desteperíodo, os desenhos eram nítidos e muitas vezes o artista expressava as idéias na obra.Esses artistas eram beneficiados pelos mecenas, que patrocinavam seus trabalhos comoforma de expor o seu poder.

No fim da Idade Média e no Renascimento, predomina uma interpretação científica do mundo.Sobretudo na pintura, isso se traduz nos estudos da perspectiva segundo os princípios damatemática e da geometria. O uso da perspectiva conduz a outra tendência do período: o usodo claro-escuro, que consiste em pintar algumas áreas iluminadas e outras na sombra. Essejogo de contraste dá aos corpos uma aparência de volume. A combinação da perspectiva e doclaro-escuro, por sua vez, contribui para dar maior realismo às pinturas, isto é, torna-as maispróximas da realidade.

Outro aspecto da arte do Renascimento, em especial da pintura, é a formação de um estilopessoal. Mais livre em relação ao rei e à Igreja, o artista é como o vemos hoje: um criadorindependente, que se expressa contando apenas com sua capacidade de criação.

Piero dela Francesca: (1410-1492) – a pintura não tem por função principal representarum acontecimento ou transmitir emoções, como alegria, tristeza, sensualidade. Sua obraapresenta, muitas vezes, uma composição geométrica combinada ao uso de áreas de luz esombra.

Federico de Montefeltro (1472)

Botticelli: a linha que sugere ritmo (1445-1510) – é considerado o artista que melhortransmitiu, no desenho, um ritmo suave e gracioso às figuras. Seus quadros – com temastirados da Antiguidade grega ou a tradição cristã – buscam expressar o ideal da beleza doartista.

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A primavera (1478) Nascimento de Vênus

Leonardo da Vinci: conhecimento científico e beleza artística (1452-1519) - teve muitosinteresses e habilidades. Aos 17 anos, em Florença, foi aprendiz de Verrochio, escultor e pintorconsagrado. Em 1482 foi para Milão, onde fez um projeto urbanístico completo para a cidade:uma das redes de canais e um sistema de abastecimento de água e de esgotos, ruasalinhadas, praças e jardins públicos.

Por volta de 1500 o artista passou a dedicar-se a estudos de perspectiva, óptica, proporções eanatomia. Nessa época, fez milhares de desenhos com anotações e os mais diversos estudossobre anatomia humana, proporções de animais, movimentos, plantas de edifícios e engenhosmecânicos. Leonardo da Vinci não foi somente representante das artes plásticas (pintor eescultor), mas também estudou música, arquitetura, engenharia, foi inventor e filósofo. Suasobras de arte baseavam-se nas pinturas científicas a partir de minuciosas observações danatureza – essa abordagem científica está presente nas seguintes obras: “Última Ceia” (SantaCeia) e “A Gioconda” (ou Monalisa).

Da Vinci urbanista: organizou racionalmente a cidade: canais para transporte de mercadorias;ruas por onde pudessem passar carroças transportando produtos necessários aos moradores;ruas e espaços destinados apenas aos pedestres; ruas cobertas para protegê-los das chuvas eonde eles fizessem compras do dia-a-dia. Ele não se preocupou apenas com a beleza dacidade, mas também com a limpeza e a saúde pública, por isso previu um sistema de esgoto.

Da Vinci anatomista: interessava-se muito pela anatomia humana e procurava reproduzir ocorpo humano com bastante realismo. É famoso, por exemplo o desenho em que elerepresentou uma criança no interior do útero. É importante, porém, que, ao olhar seusdesenhos, não esqueçamos que, na época, os estudos científicos de anatomia humanaestavam apenas começando.

Da Vinci engenheiro: outros de seus interesses foram os engenhos mecânicos: objetoscapazes de fazer movimentos. Nessa área, fez inúmeras pesquisas, desenhos e projetos. Umdeles foi o leão mecânico projetado para uma festa da corte francesa: de sua barriga, que seabriria, cairiam lírios brancos, símbolo da realeza.

Michelângelo: a expressão da dignidade humana (1475-1564): Aos 13 anos, Michelângelo foiaprendiz de Domênico Guirlandaio, consagrado pintor de Florença. Depois, frequentou aescola de escultura mantida por Lourenço Médici, também em Florença. Em 1508 e 1512,trabalhou na pintura do teto da Capela Cistina, no Vaticano, para o qual concebeu grandenúmero de cenas do Antigo Testamento. Considerado o maior escultor renascentista italiano,Michelangelo praticou também a pintura e a arquitetura. Suas pinturas divergiram da grandemaioria dos pintores renascentistas (temas da natureza), pois se pautou em temas religiosos,tanto que sua maior obra de arte foi a pintura na abóboda (forma arqueada de arquitetura) daCapela Sistina. Nela, o artista retratou a história bíblica do Gênesis e o Juízo Final

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Rafael Sanzio (1483-1520): é considerado o pintor renascentista que melhor desenvolveuos ideais clássicos de beleza: harmonia e regularidade de formas e cores. Tornou-se muitoconhecido por pintar as figuras de Maria e Jesus, e sue trabalho transformou-se em modelopara o ensino de pintura em muitas em muitas escolas mais tradicionais. Quase todas as suasobras decoram atualmente salas do Vaticano (estado pontifício católico).

Madona As Três Graças Anjos

Dürer: a arte e a realidade: Albrecht Dürer (1471 – 1528) foi um dos primeiros artistasalemães a reproduziu fielmente em muitos de seus trabalhos. Foi famoso também como hábilgravador, usando como matriz a madeira e o metal.

São Jerônimo Melancolia

Hans Holbein: a dignidade humana: (1498 – 1543) Ficou conhecido como retratista depersonalidades políticas, financeiras e intelectuais da Inglaterra e dos Países Baixos. Seusretratos destacam-se pelo realismo e pela aparência de tranquilidade das pessoas retratadas.

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Ele procurou também dominar a técnica da pintura para expressar um dos ideaisrenascentistas de beleza. A dignidade do ser humano.

Hieronymus Bosch: a força da imaginação (1450 – 1516) Criou uma obra inconfundível, ricaem símbolos da astrologia, da alquimia e da magia do final da Idade Média. Nem todos oselementos presentes em suas telas, porém, podem ser decifrados, pois muitas vezes elecombina aspectos de diversos seres e cria estranhas formas sem motivo aparente. Algunsestudiosos vêem em sua obra a representação do conflito que inquietava o espírito humano nofinal da Idade Média: de um lado, o sentimento do pecado aos prazeres materiais; de outro, abusca das virtudes na vida ligada a espiritualidade.

Pieter Bruegel: um retrato das aldeias medievais (1525 – 1569) Viveu nas grandes cidadesda região de Flandres, já sob influência dos ideais renascentistas, mas retratou a realidade daspequenas aldeias que ainda conservavam a cultura medieval.

Ticiano (ou Tiziano) Vecellio :Aos nove anos de idade, Ticiano (ou Tiziano) Vecellio foienviado para Veneza a fim de estudar pintura. Por volta de 1518, já dono de um estilo próprio,tornou-se conhecido não apenas em Veneza, mas também nas cortes vizinhas e noestrangeiro. Convidado a fixar-se em Roma, preferiu permanecer em Veneza.

Em 1545, o papa Paulo 3º posou para Ticiano, em Roma, voltando a insistir em que seinstalasse nessa cidade; mas Ticiano, apesar de entusiasmado com a obra de Michelangelo ede Rafael, voltou a Veneza.

Em 1547 passou algum tempo na corte de Carlos 5º, em Augsburg. Em 1550 colocou-se aserviço de Filipe 2º, rei da Espanha, para quem executou grande número de trabalhos.

Com menos de 20 anos, quando trabalhava ainda com o pintor Giorgione, colaborou nadecoração do Fondaco dei Tedeschi, entreposto comercial alemão às margens do canalGrande, em Veneza. A "Judite" ali pintada por Ticiano logo chama a atenção. A partir de então,o pintor trabalharia sozinho até o fim da vida, cercado de glória, em pleno século de ouro docinquecento italiano.

Colorido e sensualidade

De início, ele escandaliza por sua predileção em pintar cenas bíblicas com nus ou empaisagens reconhecidamente venezianas. Passa então a fixar cenas da mitologia grega,livrando-se, assim, dos críticos puristas.

As mulheres louras por ele pintadas nesse período dão origem a um novo adjetivo: tizianesco:são mulheres de grande sensualidade, de cabelos ligeiramente avermelhados. Ticiano inspira-se nas mulheres que lavavam os cabelos no canal Grande e depois ficavam ao sol, para secá-los.

Também dessa fase são os admiráveis retratos, onde combina seu rico colorido com grandefinura psicológica. Soberanos, príncipes e senhores feudais disputam a honra de seremretratados pelo artista. Na maturidade, Ticiano retornaria aos temas bíblicos. No último período,suas telas possuem forte dramaticidade.

Junto com seus amigos, o escritor Pietro Aretino e o escultor e arquiteto Jacopo Sansovino,Ticiano forma o triunvirato sagrado da Veneza de seu tempo. Ele reúne em sua pintura asmelhores qualidades da escola veneziana: suntuosidade do colorido, jogo de luzes egrandiosidade técnica da decoração. Desde o começo, predomina em sua paleta o vermelho.

Um de seus quadros mais fascinantes é Homem da luva: um homem ocupa, com ar de grandedignidade, quase toda a dimensão da tela, tendo a mão esquerda enluvada e segurando aoutra luva na mão direita. O fundo marrom, neutro, aumenta o impacto da obra.

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RELIGIOSIDADE

Nos quadros religiosos, grandiosidade e solenidade das cenas seguem num crescendo, àmedida que o pintor amadurece. Se Homem da luva ainda possui traços de romantismo,Descida ao túmulo é puramente Ticiano: a composição elíptica mostra as figuras curvadas emdireção ao Cristo, no centro. Um jogo de luzes violento faz contrapartida a uma partesombreada, onde se vê o busto do Deus mártir. Esse estilo, de acentuada religiosidade, seriasubstituído, anos depois, por uma maior serenidade, como na pintura Apresentação da VirgemMaria no templo.Os retratos pintados por Ticiano são exemplos de acuidade psicológica, desenho seguro eriqueza de colorido. Retrato do papa Paulo 3º com seus sobrinhos é um terrível documentopsicológico, verdadeiro precursor dos retratos da família real espanhola pintados por Goya.Coberto de honrarias, solicitado pelos mais poderosos dirigentes de sua época, Ticiano nãoesmorece, a despeito da idade. Seu Danae trata a figura feminina com sensualidade e colorido,demonstrando o mesmo espírito ardente da mocidade.Poucos anos antes de morrer, Ticiano fez um Auto-retrato, obra surpreendentementerembrandtiana, com uso do claro-escuro. Ticiano faleceu durante a peste que assolou Veneza,deixando uma obra de vitalidade inexcedível.

. A ESCULTURA

A escultura renascentista, distingue-se da gótica essencialmente por deixar de ter a função deelemento ornamental, valendo por si mesma. Voltou-se à representação do nu, As estátuasequestres foram retomadas, sendo exemplo de realismo (representação da realidade).

Na escultura do renascimento destacam Lorenzo Ghiberti, Donatello, Michelangelo, Luca dellaRobbia, Andrea della Robbia, Desiderio da Settignano, Baccio Bandinelli, Agostino di Duccio eTullio Lombardo, entre outros. Estes foram impulsionadores da evolução da civilizaçãoocidental e da formação da mentalidade moderna. Pode-se dizer que a escultura é a forma deexpressão artistica que melhor representa o renascimento, no sentido humanista. Encontramosvárias obras retratando elementos mitólógicos, como o Baco, de michelangelo, assim como obusto ou as tumbas de mecenas, reis e papas.

Na escultura italiana do Renascimento destacam-se Michelângelo e Andrea del Verrochio.Verrochio (1435-1488) trabalhou em ourivesaria, o que influenciou sua escultura: algumas desuas obras possuem detalhes que lembram o trabalho de um ourives – artesão que trabalhacom peças de ouro. Entre elas, destaca-se Davi (de Verrochio-adolescente ágil e elegante; deMichelângelo-jovem adulto que sugere força e capacidade de trabalho e luta), escultura dapersonagem bíblica, e a Pietá, conservada atualmente na basílica de São Pedro, em Roma.

15. A ARTE BARROCA.1 ORIGEM E CARACTERÍSTICAS DO BARROCO ( SÉC XVII )

A arte barroca originou-se na Itália, logo se espalhou por outros países da Europa echegou à América trazida pelos colonizadores portugueses e espanhóis. Porém, apresentou

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características bastante diferentes nos vários países. Alguns princípios gerais podem serapontados como característicos dessa concepção artística: o Barroco rompeu o equilíbrio entresentimento e razão e entre arte e ciência que os artistas renascentistas procuravamestabelecer de forma muito consciente. Diferentemente da arte renascentista, na arte barroca aemoção predomina sobre o racionalismo.

.2 O precursor do Barroco

Entre as obras que melhor expressam o empenho da Igreja em revigorar seus princípiosdoutrinários está O Juízo Final, pintado por Michelangelo na Capela Sistina, o afresco revela,na intensidade expressiva e no vigor das figuras, características que anunciam um novo estilode pintura, em que a emoção se sobrepõe à razão. Há nessa obra evidentes aspectos quefazem desse artista, inegavelmente, o precursor de um estilo – conhecido por Barroco – quedesabrochará plenamente no século XVII.

3.3 A PINTURA

CARAVAGGIO: a beleza além da aristocracia (1573 – 1610)

Não se interessava pela beleza clássica – a dos deuses da mitologia grega ou dos membros daaristocracia -, que tanto encantou os artistas do renascimento. Para ele, não havia ligaçãoentre beleza e aristocracia, e seus modelos eram vendedores, músicos ambulantes, ciganos;enfim, gente do povo. O que melhor caracteriza sua pintura é a utilização da luz: ela nãoparece como reflexo da luz solar, mas é criada de modo intencional para direcionar a atençãodo observador.

TINTORETTO: a expressividade no corpo (1518 – 1594)

A extensa produção artística de Tintoretto tem dois aspectos marcantes: o corpo maisexpressivo que o rosto; a intensidade da luz e da cor. Para ele, um quadro deve ser vistoinicialmente em seu conjunto e só depois percebido em seus detalhes.

EL GRECO: as formas alongadas(1541 – 1614), nome verdadeiro DomenikosTheotokopoulos

Reuniu as três culturas: o artigo “el” do espanhol; o substantivo “grego” do italiano, e osignificado “o grego”, que indica sua origem. Sua pintura é marcada pela verticalidade: figurasesguias e alongadas que deixam de lado o ideal de beleza do Renascimento italiano.

VELÁZQUEZ: retratos da corte espanhola (1599-1660)

Assim como Caravaggio, trabalhou a luz e contraste com a sombra. Tornou-se famoso porretratar a corte espanhola do século XVII.

REMBRANDT: a gradação da claridade ( 1606 – 1669)

Revela um pintor que trabalha com precisão os efeitos da Luz. O que dirige nossa atenção nãopropriamente o contraste entre luz e sombra, mas os diversos graus de claridade, os meios-tons, as penumbras que envolvem áreas de luminosidade mais intensa.

VERMEER: a delicadeza da vida comum (1632 – 1675)

Diferentemente de Rembrandt, trabalha os tons em plena claridade. Seus temas são sempreos da vida das pessoas comuns da Holanda seiscentista. Seus quadros documentam comdelicada beleza os momentos simples da vida comum.

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RUBENS: aforça das cores quentes

A cor sempre foi o elemento mais importante da pintura famenga, e um exemplo disso são asobras de Rubens (1577 – 1640). Em seus quadros, é geralmente no vestuário que se localizamas cores mais fortes – o vermelho, o verde e o amarelo -, que contrabalançam a luminosidadeda pele clara das figuras humanas. Uma das telas mais coloridas de Rubens é o jardim doamor. Trata-se de uma cena onde a realidade e alegoria se confundem.

A pintura desenvolveu-se também no teto de igrejas e palácios. Embora com finalidadepredominantemente decorativa, apresenta algimas obras em que a perspectiva é trabalhada deforma audaciosa.

A glória de Santo Inácio de Andrea Pozzo (1691-1694)

.4. A ESCULTURA

Nos gestos e no rosto das figuras representadas, a escultura barroca exprime emoções:alegria, sofrimento, dor. Por vezes, um grupo de esculturas compõe uma cena dramática. Asformas sugerem movimento e apresentam efeitos decorativos. Predominam linhas curvas,drapeados das vestes e tons dourados.

BERNINI ( 1598-1680) – italiano: arquiteto, urbanista, escultor, decorador epintor.

Baldaquino (1624 -1633) da basílica de São Pedro, no vaticano, é considerada aprimeira obra plenamente barroca. Tem 29m de altura.

.5 A ARQUITETURA

Como a Igreja Católica queria proclamar a importância da fé, criou obras que impressionampelo esplendor. A arquitetura expressou, ainda o desejo dos governantes de demonstrar poderpor meio de seus palácios. Assim, os arquitetos do Barroco deixam de lado a simplicidade e aracionalidade do Renascimento e investem na grandiosidade das igrejas e dos palácios e nosefeitos decorativos. Na Itália, por exemplo, a praça de São Pedro (1657 – 1666), projetado porBernini, a Igreja Sant’Agnes (1653 – 1657), por Borromini, e a igreja Santa Maria delle Pace(1656 – 1657), por Pietro da Cortona, ilustram de modo significativo essa vitória da Igrejacatólica. Por outro lado, governantes como Luis XIV da França, que se consideravam reis pordireito divino, também desejavam palácios que demonstrassem poder e riqueza, como opalácio e os jardins de Versalhes.

16. O BARROCO NO BRASIL O Barroco brasileiro varia de uma região para outra. Nas regiões que enriqueceram com amineração e o comércio de açúcar – Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia e Pernambuco -,encontramos igrejas com detalhes dourados e esculturas refinadas, feitas por artistas derenome. Já nas regiões onde não havia açúcar nem ouro – como São Paulo -, as igrejasapresentam trabalhos modestos de artistas menos experientes.

EXPRESSÕES DE BARROCO BRASILEIRO

Profundamente ligado à religião católica, o Barroco brasileiro está presente, até hoje, eminúmeras igrejas construídas por todo o país. Mas está também em muitas outras construções,como prédios públicos, moradias, chafarizes.

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A ESCULTURA COMPLEMENTANDO A ARQUITETURA

As talhas – ornamentos esculpidos em madeira, mármore, marfim ou pedra – são muitopresentes nas igrejas brasileiras. Aparecem em altares, arcos, tetos, tetos e janelas, recobrindopraticamente todo o interior da construção. Podem ter motivos florais, figuras de anjos, espirais;enfim, formas que sugerem movimento e quebram a monotonia das linhas retas. As demadeira, com várias cores, são chamadas policromadas. As mais vistosas, porém, são asdouradas, revestidas por uma fina película de ouro. Em algumas igrejas, a talha se combinacom a pintura, como na igreja de São Francisco de Assis, em Ouro Preto.

A IGREJA DE SÃO FRANCISCO: O trabalho de Antônio Francisco Lisboa no projeto e narealização dessa igreja revela um artista completo. Na fachada os medalhões, as fitas e osanjos esculpidos em pedra-sabão (rocha de pouco rigidez, comum em Minas Gerais ). Ointerior não é mais excessivamente revestido de talha dourada, mas um ambiente mais leve,em que as paredes brancas fazem fundo para esculturas repletas de linhas curvas, motivosflorais, anjos e santos.

ANTONIO FRANCISCO LISBOA (o Aleijadinho): O PRNCIPAL ESCULTOR DOBARROCO DO BRASIL

Aleijadinho

Antônio Francisco Lisboa, mais conhecido como Aleijadinho, (Ouro Preto, ca. 29 deagosto de 1730 ou, mais provavelmente, 1738 — Ouro Preto, 18 de novembro de 1814) foi umimportante escultor, entalhador e arquiteto do Brasil colonial.

Pouco se sabe com certeza sobre sua biografia, que permanece até hoje envolta em cerradovéu de lenda e controvérsia, tornando muito árduo o trabalho de pesquisa sobre ele e ao

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mesmo tempo transformando-o em uma espécie de herói nacional. A principal fontedocumental sobre o Aleijadinho é uma nota biográfica escrita somente cerca de quarenta anosdepois de sua morte. Sua trajetória é reconstituída principalmente através das obras quedeixou, embora mesmo neste âmbito sua contribuição seja controversa, já que a atribuição daautoria da maior parte das mais de quatrocentas criações que hoje existem associadas ao seunome foi feita sem qualquer comprovação documental, baseando-se apenas em critérios desemelhança estilística com peças documentadas.

Toda sua obra, entre talha, projetos arquitetônicos, relevos e estatuária, foi realizada em MinasGerais, especialmente nas cidades de Ouro Preto, Sabará, São João del-Rei e Congonhas. Osprincipais monumentos que contém suas obras são aIgreja de São Francisco de Assis de OuroPreto e o Santuário do Bom Jesus de Matosinhos. Com um estilo relacionado aoBarroco eao Rococó, é considerado pela crítica brasileira quase em consenso como o maior expoenteda arte colonial no Brasil e, ultrapassando as fronteiras brasileiras, para alguns estudiososestrangeiros é o maior nome do Barroco americano, merecendo um lugar destacado na históriada arte do ocidente.

AZULEJOS, MAIS QUE DECORAÇÃO

A palavra azulejo vem do árabe azzelij, que significa pequena pedra polida usada paradesenhar mosaico bizantino do Próximo oriente. É comum, no entanto, relacionar-se otermo com a palavra azul (termo persa lazkward, lápis-lázuli) dado grande parte da لژاور produção portuguesa de azulejo caracterizar-se pelo emprego maioritário desta cor, mas areal origem da palavra é árabe.

Este termo designa uma peça de cerâmica de pouca espessura, geralmente, quadrada(originalmente fabricada nas medidas 15×15 ou menores formatos), em que uma das facesé vidrada, resultado da cozedura de um revestimento geralmente denominado comoesmalte, que se torna impermeável e brilhante. Devido a essa impermeabilidade era,geralmente, usado em áreas molhadas também pelo seu baixo custo e pela resistência.Esta face pode ser monocromática ou policromática, lisa ou em relevo. O azulejo énormalmente, utilizado em grande número como elemento associado à arquitectura emrevestimento de superfícies interiores ou exteriores ou como elemento decorativo isolado.Os temas oscilam entre os relatos de episódios históricos, cenas mitológicas, iconografiareligiosa e uma vasta gama de elementos decorativos espalhados em muitos temas(geométricos, vegetarianos etc) aplicados à parede, pavimentos e tectos de palácios,jardins, edifícios religiosos (igrejas, conventos), de habitação e públicos. Nas igrejas, oazulejo reveste todas as superfícies, mesmo tectos e abóbadas, e observa-se umcomplemento estético entre a talha dourada do período barroco português e as molduras

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ondulantes do azulejo.Com diferentes características entre si, este material tornou-se um elemento de construçãodivulgado em diferentes países, assumindo-se em Portugal como um importante suportepara a expressão artística nacional ao longo de mais de cinco séculos, onde o azulejotranscende para algo mais do que um simples elemento decorativo de pouco valorintrínseco. Este material convencional era usado além do seu baixo custo, pelas suas fortespossibilidades de qualificar, esteticamente, um edifício de modo prático. Mas nele sereflecte, além da luz, o repertório do imaginário português, a sua preferência pela descriçãorealista, a sua atracção pelo intercâmbio cultural. De forte sentido cenográfico descritivo emonumental, o azulejo é considerado hoje, como uma das produções mais originais dacultura portuguesa, onde se dá a conhecer, como num extenso livro ilustrado de granderiqueza cromática, não só a história, mas também a mentalidade e o gosto de cada época.Antigamente, o azulejo era material exclusivo de áreas molhadas como cozinha, banheiro,e demais áreas que continham instalações hidráulicas, porém, atualmente é muito usadocomo elemento decorativo e estético em detalhes de construção e decoração.

Em Lisboa, o Azulejo ultrapassou largamente a mera função utilitária ou o seu destino deArte Ornamental e atingiu o estatuto transcendente de Arte, enquanto intervenção poéticana criação das arquitecturas e das cidades.

No Brasil, alguns painéis em azulejo mostram que as marcas do colonialismo portuguêsficaram por todos os lados. Na culinária, na moda, no idioma e nas paredes.Nos principais núcleos urbanos, os belos azulejos portugueses ornamentam importantesedificações, como a Ordem Terceira de São Francisco de Salvador (Bahia) e a Igreja doOuteiro da Glória (Rio de Janeiro). Em Portugal, a arte da azulejaria é tão valorizada queganhou um museu próprio: o Museu Nacional do Azulejo, instalado em 1980 no Conventoda Madre de Deus, em Lisboa.

A sede do Colégio 2 de Julho, imponente casarão em Salvador, abriga uma relíquiaartística única no país. Espalhados por vários cômodos, 21 painéis retratam, com riquezade detalhes, o estilo neoclássico.Em Campinas temos influência Portuguesa em alguns imóveis mais antigos, um exemplode imóvel importante e tombado é o Palácio dos Azulejos, que tem suas origens no apogeuda economia cafeeira paulista. Trata-se de um patrimônio histórico e arquitetônico tombadotanto pelo Iphan, como pelo Condephaat e Condepacc, ou seja, nas instâncias nacional,estadual e local.

Na sua construção, em 1878, grande parte do material foi importada da Europa, como era ocostume da época. O Palácio dos Azulejos foi usado como residência até 1908 e, daí até1968, foi sede do governo municipal, passando depois a ser sede da Sanasa. Em 1996,seu uso foi transferido para a Secretaria de Cultura, e, desde então, abriga a sede do MIS(Museu da Imagem e do Som).

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O BARROCO NAS CONSTRUÇÕES JESUÍTICAS DO SUL

Organizadas pelos jesuítas, as missões ou reduções indígenas eram agrupamentosde construções: igreja, colégio, oficinas, enfermarias, cemitérios, habitações dos padres e dapopulação nativa (os Guarani). A região missioneira abrangia parte dos atuais estados do RioGrande do Sul, Paraná e Mato Grosso do Sul, além de terras do Paraguai e da argentina.Diferentemente da arquitetura do século XVIII nas demais regiões do país, as construçõesjesuíticas do Sul, concebidas por construtores de origem europeia, muitas vezes misturamelementos da arquitetura românica e barroca. Podemos reconhecer nelas, porém, os primeirostraços do Barroco em nosso país. A igreja de São Miguel abriga hoje o Museu das Missões,que reúne fragmentos arquitetônicos e esculturas da época: obras de arte concebidas segundoprincípios europeus, mas feitas pela criativa mão-de-obra Guarani. Em 1983, a Unesco deu àsruínas de São Miguel o título de Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade.

BIBLIOGRAFIA

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Jacqueline. Projeto Educação para o século XXI, Série LINK da Arte. Edições EscalaEducacional. São Paulo, 2010.

MEIRA, Beá. Coleção Projeto Radix. Editora Scipione. São Paulo, 2006.

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LIMA, Valéria. Uma viagem com Debret. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2004.

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BERABA, Marcelo. O Terreiro da Contradição. Folha de São Paulo; 30 de março de 2008.

A Inclusão da História Africana no Tempo dos Parâmetros Curriculares Nacionais

EXERCÍCIOS

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ARTE EGÍPCIAQuestão 01 – A Religião é fator predominante na cultura egípcia, o que é óbvio, reflete

imediatamente na produção artística deste povo. Assinale a alternativa que indica uma

característica dessa cultura:

a) ( X ) Uma arte bastante padronizada, não dando margem a criatividade nem a imaginação pessoal.

b) ( ) É uma arte predominante que valoriza a criatividade do artista.

c) ( ) Ao observar uma obra já se define o autor, pois suas características estão

expressas na obra.

d) ( ) Uma arte bastante criativa dando ao artista uma liberdade de expressão.

Questão 02 - “Essa lei determinava que o tronco da pessoa fosse representado sempre de frente, enquanto sua cabeça, suas pernas e seus pés eram vistos de perfil”. Assinale a alternativa CORRETA que contém o nome dessa lei:

a) ( ) Lei da modernidade

b) (X ) Lei da frontalidade

c) ( ) Lei da mortalidade

d) ( )Lei da lateralidade

Questão 03 – As tumbas dos primeiros faraós eram réplicas de suas casas, onde inicialmente construções retangulares mais simples eram utilizadas para o sepultamento de pessoas com menor importância social. Assinale a alternativa CORRETA com o nome dado a estas construções mortuárias:

a) ( ) Pirâmides

b) (X )Mastabas

c) ( )Sarcófagos

d) ( )Catacumbas

Questão 04 - Sendo a religião fator predominante na sociedade egípcia o que,

consequentemente reflete sua produção artística cultural. Julgue os itens (V) VERDADEIRO ou(F) FALSO quanto esta característica marcante da cultura egípcia:

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( ) A religião invade o Egito, interpretando o universo, justificando a organização social, mas no cenário administrativo político ela se faz ausente por manobras dos sacerdotes do império.

( ) Dessa forma a arte concretizou-se desde o inicio nas construções mortuárias e em estatuetas e vasos deixados junto aos mortos.

( ) São as Mastabas, construções de forma retangular, muito simples, que propiciam á sociedade egípcia base para a grandiosidade da pirâmide, que tinha funções de adoração aos deuses egípcios.

( ) O argumento de maior relevância dentro do fator religião utilizado pelos que detinham o poder egípcio era a morte.

Assinale a alternativa com a seqüência CORRETA obtida:

a) V – V – V – F

b) V – F – V – V

c) F – F – F – F

d) F – V – F – V (correta)

Questão 05 – Quanto a produção artística Egípcia julgue os itens a baixo com (V)

VERDADEIRO ou (F) FALSO e em seguida marque a alternativa correspondente à sequência CORRETA:

( ) Extremamente voltada para a produção de imagens de deuses na expectativa de recebimento de graças.

( ) Uma produção bastante livre, onde facilmente de detecta a característica de cada artista.

( ) Sua produção sempre moldada pelo direcionamento religioso, não dando margem a criação pessoal ou expressão própria do artista.

( ) Das restrições impostas pelo processo político religioso o de maior relevância denomina-seLei da Frontalidade.

a) V – V – V – V

b) V – F – V – F

c) F – F – V – V (correta)

d) F – F – F – F

Questão 6 - A antiga civilização egípcia era bastante complexa em sua organização social e muito rica em seu desenvolvimento cultural. Como havia a forte crença em uma vida depois da vida, a arte voltava-se para esse aspecto da religiosidade. E tinha-se na figura do Faraó uma centralização e uma representação de todo o povo. Preservar o corpo do Faraó e dotá-lo de meios próprios para a segunda vida, era garantir a todo o povo as mesmas possibilidades. O

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Faraó era mais do que um simples governante. O Faraó englobava o próprio povo, seu destino e sua eternização.

Questão 06 - Sobre a arte Egípcia, julgue os itens a seguir em (C) CERTOS ou (E)

ERRADOS:

1. (E) A temática da arte egípcia era a vida, pois a arte era feita para os vivos.

2. (C) Embora fazendo parte de ritos fúnebres, as pinturas são cheias de vida.

3. (C) Na arte egípcia, existe a estilização nas figuras humanas, que são representadas com o rosto de perfil, o olho visto de frente e ombros também vistos de frente, quadris e pernas novamente de perfil.

4. (E) Os egípcios não acreditavam na imortalidade.

Questão 07 – Os sarcófagos são:

a- ( ) Pinturas.

b- ( X ) Esculturas.

c- ( ) Pirâmides.

d- ( ) Construções arquitetônicas.

Questão 08 – O Ká é o mesmo que:

a- ( X ) Espírito.

b- ( ) Múmia.

c- ( ) Sarcófago.

d- ( ) Morte.

Questão 09 – As Pirâmides serviam para:

a- ( ) Guardar dinheiro.

b- ( X ) Guardar o corpo do faraó e suas riquezas.

c- ( ) Guardar os espíritos.

d- ( ) Moradia da população

Questão 10 – Sobre a pintura egípcia qual a alternativa correta:

a- ( ) Os egípcios dominavam a técnica da perspectiva.

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b- ( ) Não haviam pinturas no antigo Egito.

c- ( ) Os egípcios trabalhavam com a Lei da Habilidade.

d- ( X ) Nenhuma das alternativas.

Questão 11 - Sobre a arte egípcia, marque ( V ) para as alternativas verdadeiras e ( F ) para asfalsas.

( V ) A arte egípcia pode ser definida como a arte das convenções, pois obedecia a uma série de padrões e regras, o que limitava a criatividade e a imaginação pessoal do artista.

( V ) A pintura egípcia tinha como marca a Lei da Frontalidade , pela qual o tronco das figuras era representado de frente, enquanto a cabeça, as pernas e os pés eram vistos de perfil.

( F ) Embora a arte egípcia estivesse intimamente ligada à religião, na pintura, não havia essa relação, pois as pinturas tratavam apenas de temas pagãos.

( V ) Nas representações pictóricas, via de regra, a cor da pele do homem era diferente – mais escura – da cor da pele da mulher.

( V ) Particulariza a arte egípcia o anonimato dos artistas, pois a obra deveria revelar o perfeitodomínio das técnicas de execução, e não o estilo de quem as executava.

(A) F - V - F - F - V

(B) V - V- F- V - V

(C) V - V - F - V - F

(D) F - F - F - V - V

(E) V - V- F - F – V

Questão 12 - Os estados teocráticos da Mesopotâmia e do Egito evoluíram acumulando características comuns e peculiaridades culturais. Os egípcios desenvolveram a prática de embalsamar o corpo humano e colocar as vísceras nos vasos cânopos porque:

(A) se opunham ao politeísmo dominante na época.

(B) os seus deuses, sempre prontos para castigar os pecadores, desencadearam o dilúvio.

(C) depois da morte a alma podia voltar ao corpo mumificado.

(D) construíram templos, para realização de cultos e para moradia do faraó, na eternidade.

(E) os camponeses constituíam categoria social inferior.

Resposta letra C - Justificativa: Os egípcios acreditavam também na vida após a morte. Acreditavam, inclusive, que essa era mais importante que a vida terrena. A crença na vida após

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a morte, levou os egípcios a mumificarem seus mortos. Especialistas embalsamavam os corpos, que eram sepultados com seus pertences pessoais.

Questão 13 - Qual era a finalidade das pirâmides?

R: As pirâmides constituem a estrutura arquitetônica mais associada a função de túmulo para os faraós. As pirâmides foram construídas com base quadrangular e não utilizavam nenhuma espécie de argamassa entre os blocos de pedra que formavam suas imensas paredes.

Questão 14 - . A pintura do antigo Egito mostra uma característica muito peculiar. Qual é o nome dessa característica e no que ela consiste?

R: Entre as regras seguidas na pintura e nos baixos relevos, destaca-se a Lei da Frontalidade, de acordo com a qual a figura humana era retratada frontalmente, uma vez que era uma representação. Entre as características gerais da pintura, destacam-se a ausência de três dimensões e de profundidade. A Lei da Frontalidade determinava que o tronco da pessoa fosserepresentado sempre de frente, enquanto sua cabeça, suas pernas e seus pés eram vistos de perfil. Quanto à hierarquia na pintura, eram representadas em tamanho maior as figuras com maior importância no reino, ou seja, nesta ordem de grandeza: o faraó, a mulher do faraó, o sacerdote, os soldados e o povo. As figuras femininas eram pintadas em amarelo claro, enquanto que as masculinas eram pintadas em cobre. De modo geral, a pintura era utilizada como complemento da arquitetura.

ARTE GREGA 01. Na construção da sociedade ocidental, há um destaque, dado por muitos historiadores, aosfeitos da civilização grega, nos setores mais diversos da sua vida. Muitos feitos culturais dos gregos:

(A) permanecem atuantes na contemporaneidade, contribuindo para o pensamento ocidental, inclusive na formulação de seus valores éticos e políticos.

(B) distanciam-se totalmente dos princípios dos nossos tempos, não sendo retomados pelos pensadores do mundo atual.

(C) estão restritos aos tempos da Antigüidade clássica, onde predominavam os interesses da aristocracia comercial de Atenas.

(D) são diferentes dos feitos dos romanos e dos de outros povos da Antigüidade, pela universalização das suas práticas democráticas e estéticas.

(E) ficaram restritos às conquistas estéticas da arquitetura e da escultura, onde se salientava a harmonia das formas como princípio estético.

R: letra A. Justificativa: os gregos – juntamente com os romanos - lançaram as bases da civilização ocidental, contribuindo para a formulação dos valores éticos e políticos.

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02. Das civilizações da Antigüidade, a hebraica e a grega legaram elementos culturais significativos, que influenciaram a formação da sociedade ocidental. Sobre essas civilizações, todas as afirmativas estão corretas, EXCETO:

(A) Sócrates, Platão a Aristóteles, expoentes da filosofia grega, procuraram compreender a organização do mundo, do homem e da natureza, a partir da razão.

(B) a religião hebraica, por ser a única monoteísta entre as religiões orientais, serviu como importante referência para o cristianismo.

(C) o povo hebreu tem seu registro principal na Bíblia.

(D) os gregos deram impulso às ciências, graças ao papel que os sábios sacerdotes desenvolveram no interior dos mosteiros.

(E) o teatro, desenvolvido sob as modalidades de tragédia e comédia, teve forte expressão entre os gregos.

R: letra D. Justificativa: A arte grega esteve voltada para o ser humano e para a vida presente. Para os gregos o conhecimento, expressado pela razão, estava acima da crença em qualquer divindade. Desse modo, o impulso dado às ciências não deve ser atribuído a importância dos sábios sacerdotes, que as desenvolveram no interior de mosteiros, mas, sim à valorização do homem.

03. Sobre a arte grega, marque V para as alternativas verdadeiras e F para as falsas.

( V ) Assim como a dignidade e o valor do homem centralizavam os conceitos gregos, a figura humana era o principal motivo da arte grega.

(V ) Enquanto a filosofia destacava a harmonia, a ordem e a clareza de pensamento, a arte e arquitetura refletiam um respeito semelhante ao equilíbrio.

( F ) A arte grega, secular e funcional, privilegiava a inovação e a eficiência, destacando-se, nesse sentido, construções arquitetônicas que acomodavam grandes públicos.

( V ) Entre os legados arquitetônicos gregos, destaca-se o Partenon, tempo construído na Acrópole, que utiliza a ordem dórica na sua estrutura.

A seqüência corretas de preenchimento de parênteses, de cima para baixo, corresponde à alternativa:

(A) V-F-F-V

(B) V-V-F-V correta

(C) V-F-V-F

(D) F-V-V-F

(E) F-V-F-V

Justificativa: A arte grega esteve voltada para o ser humano e para a vida presente. Para os gregos o conhecimento, expressado pela razão, estava acima da crença em qualquer divindade. Considerando o homem o centro do Universo e contemplando a natureza, o artista

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grego se empolgava pela vida e tentava, através da arte, exprimir suas manifestações. Na sua constante busca pela perfeição, o artista grego criou uma arte de elaboração intelectual em quepredominavam o ritmo, o equilíbrio e a harmonia ideal. A arte grega tem como características o racionalismo, o amor pela beleza e o interesse pelo homem, melhor definido por Protágoras, para quem “o homem é a medida de todas as coisas”. A terceira afirmativa não estava correta porque as principais construções arquitetônicas dos gregos eram os templos, que tinham comofunção, ser morada dos deuses. Assim, não tinham como marca a funcionalidade e o objetivo de acomodar grandes públicos.

04. A arte grega, no período .......................... atingiu a perfeição idealizada, surgindo grandes obras de técnica muito apurada. A escultura do período atingiu a perfeição na representação das formas humanas, sendo o Discóbulo, do escultor........................., uma das obras imortais dessa fase da história da arte grega.

(A) arcaico – Policleto

(B) homérico – Fídias

(C) clássico – Mirón (correta)

(D) pós-clássico - Mirón

(E) helenístico – Policleto

Justificativa: O período clássico, também conhecido como “século de ouro”, corresponde ao período em que a Grécia estava em seu esplendor. Nesse período, a arte atingiu a perfeição idealizada, surgindo grandes obras, fruto da técnica apurada. Passou-se a procurar o movimento das estátuas e as obras Zeus de Artemísio e Discóbulo, de Mirón, representam a superação dessa imobilidade.

05. Observe o desenho das colunas gregas abaixo.

A associação correta entre a representação da coluna e sua respectiva ordem corresponde à alternativa:

(A) I – ordem jônica; II – ordem coríntia; III – ordem dórica.

(B) I – ordem coríntia; II – ordem jônica, III – ordem dórica.

(C) I – ordem dórica; II – ordem coríntia; III – ordem jônica.

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(D) I – ordem dórica; II – ordem jônica; III – ordem coríntia. (correta)

(E) I – ordem jônica; II – ordem dórica; III – ordem coríntia.

Justificativa: As colunas e entablamento eram construídos segundo os modelos das ordens dórica, jônica e coríntia. Os gregos tratavam os monumentos como grandes esculturas, construídas com as mesmas normas de simetria e proporções ideais. Os ritos públicos aconteciam em frente aos templos. A “ordem dórica” se refere aos componentes padronizados da Grécia continental. A “ordem jônica” se difundiu mais nas povoações gregas da Ásia Menos e do Egeu. A “ordem coríntia” se desenvolveu bem mais tarde e passou a ser amplamente usada em exteriores na época dos romanos. É pelo capitel de uma coluna que podemos identificar, à primeira vista, uma ordem arquitetônica.

06. Sobre a pintura grega, considere as afirmativas abaixo.

I – A pintura clássica grega era muito utilizada em cerâmicas, como na ânfora, representada aolado.

II – As cenas retratadas nas pinturas gregas estavam, geralmente, vinculadas à mitologia.

III – A pintura grega mostrava cenas realistas, reproduzidas com um rigor quase fotográfico.

Quais estão corretas?

(A) Apenas I.

(B) Apenas II.

(C) Apenas III.

(D) Apenas I e II. (correta)

(E) Apenas II e III.

Justificativa: Na Grécia a pintura apareceu como elemento de decoração da arquitetura. A pintura grega, porém, encontrou também uma forma de realização na arte da cerâmica. Os vasos gregos são conhecidos não só pelo equilíbrio da forma, mas também pela harmonia entre o desenho, as cores e o espaço utilizado para a ornamentação. A pintura de vasos de cerâmica foi muito praticada em toda a Grécia. Pintavam-se desde personagens míticos até cenas de batalha ou da vida cotidiana. A pintura grega não era realista.

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07. Os traços mais característicos da cultura helenística são identificados

(A) nas preocupações éticas e espirituais ligadas aos castigos e recompensas de uma vida futura.

(B) nas tentativas de compreensão e organização do mundo, do homem e da natureza a partir da razão.

(C) na valorização e crença da inteligência e na beleza do homem, segundo o nível social a que pertencia.

(D) na preferência por temas trágicos e emocionantes, cujas esculturas apresentavam movimento e ação. (correta)

(E) no amor à liberdade, à igualdade, e à fraternidade, princípio que seria adotado pelos ideólogos da Revolução Francesa.

Justificativa: A cultura helenística pretendia não apenas representar o corpo humano, mas também suas emoções, suas dores e angústias. Por isso, muitas vezes, as expressões humanas parecem caricaturais e exageradas.

08. Quais foram os períodos da arte grega? Caracterize-os.

R: Período arcaico: Embora sem alcançar o equilíbrio e a perfeição, no período arcaico os gregos começaram a esculpir, em mármores, grandes figuras de homens, de forma simétrica.

Período clássico: também conhecido como “século de ouro”, corresponde ao período em que a Grécia estava em seu esplendor. Nesse período, a arte atingiu a perfeição idealizada, surgindo grandes obras, fruto da técnica apurada.

Período helenístico: A cultura helenística pretendia não apenas representar o corpo

09. O que os gregos buscaram atingir, na arte, no período clássico?

R: No período clássico, também conhecido como “século de ouro”, corresponde ao período em que a Grécia estava em seu esplendor. Nesse período, a arte atingiu a perfeição idealizada, surgindo grandes obras, fruto da técnica apurada.

10. Diferencie os dois tipos de pintura na antiga Grécia.

R: A figura negra: pintadas em verniz negro e os detalhes feitos com um estilete.

A figura vermelha: a cor negra era usada como fundo e as figuras em deixadas no vermelho. O efeito obtido com essa inversão cromática foi, sobretudo, uma maior vivacidade das cores

11. A escultura, no período clássico da história grega, atingiu a perfeição na representação dasformas humanas idealizadas, sendo o Doríforo, de Policleto, uma das obras primas do período.Analise as principais características da arte grega, iniciadas no período clássico, que romperamcom o padrão estético e cultural anterior, caracterizando os objetivos dos escultores gregos, bem como o conceito de arte que subjaz as obras gregas.

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O período clássico, também conhecido como “século de ouro”, corresponde ao período em quea Grécia estava em seu esplendor. Nesse período, a arte atingiu a perfeição idealizada, surgindo grandes obras, fruto da técnica apurada. Passou-se a procurar o movimento das estátuas e as obras Zeus de Artemísio e Discóbulo, de Mirón, representam a superação dessa imobilidade.

12. Fale sobre as Olimpíadas na Grécia antiga.

Nos esportes, merece destaque o atletismo. A cada quatro anos, vários atletas de várias cidades-estado helênicas disputavam provas de atletismo. Havia muitas modalidades, muitas delas praticadas ainda hoje, como o arremesso de disco, a maratona e o lançamento de dardo.Participar de uma competição olímpica era uma grande honra; vencer, então, a verdadeira glória. Erguiam-se esculturas com as imagens de atletas campeões, que eram distribuídas por toda a Grécia. As Olimpíadas deixaram de ser disputadas por muitos séculos, após o advento do Cristianismo. No entanto, a partir de 1860, foi retomada a tradição dos jogos olímpicos, que até hoje fascinam platéias do mundo inteiro. As primeiras Olimpíadas do novo milênio, em2004,foram disputadas na capital grega, Atenas.

ARTE HELENÍSTICA

Atividades

01. Identifique as esculturas abaixo:

( I ) (II) (III)

As esculturas estão corretamente identificadas na alternativa:

(A) I – Vênus Calipígia; II – Afrodite; III – Vênus de Médici.

(B) I – Vênus de Milo, II – Afrodite; III – Diana Caçadora.

(C) I – Vênus de Willendorf; II – Davi; III – Vitória de Samotrácia.(correta)

(D) I – Vênus de Brassempoy – II – Vênus de Milo; III – Afrodite.

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(E) I – Vênus de Willendorf; - II – Vitória de Samotrácia; III – Afrodite.

Justificativa: A primeira figura corresponde à Vênus de Willendorf, que representada com seios fartos e ancas largas, está associada ao culto da fertilidade, na Pré-História. A segunda imagem corresponde à Vênus de Milo ou Afordite de Melos.Esculpida no século II a. C., ela representa uma deusa com o tronco despido, mas com o quadril e as pernas envoltas por uma túnica. A figura III é a Vitória de Samotrácia. Supõe-se que essa escultura estivesse presa à proa de um navio que conduzia uma frota. De fato, as formas dadas à figura de mulher com asas abertas, que personifica o desejo de vitória, indicam isso: a túnica agitada pelo vento, as asas ligeiramente afastadas para trás, o drapeado das vestes, o tecido transparente e colado no corpo. Todos esses elementos compõem uma figura que dá ao espectador uma forte sugestão de movimento.

02. Observe a imagem e analise as informações sobre a arte helenística.

I – A arte helenística corresponde à fusão entre a cultura ocidental e a oriental, promovida por Alexandre Magno, no período que sucede ao classicismo grego. II – Os traços mais característicos da arte helenística são identificados nas preocupações éticas e espirituais ligadas aos castigos e recompensas de uma vida futura. III – A arte helenística é marcada pela preferência por temas trágicos e emocionantes, cujas esculturas apresentavam movimento e ação. IV – Entre as esculturas de destaque da arte helenística destaca-se a imagem ao lado, “Laoconte e seus filhos atacados pelas serpentes”.

Quais estão corretas?

(A) Apenas II e III.

(B) Apenas I, II e III.

(C) Apenas I, III e IV.(correta)

(D) Apenas II, III e IV.

(E) I, II, III e IV.

Justificativa: A arte helenística corresponde à cultura iniciada sob o poder de Alexandre e seguida até o domínio da Grécia pelos romanos. A partir da conquista macedônica, em fins do século IV a.C., os artistas gregos procuraram criar obras cada vez mais realistas. Eles pretendiam não apenas representar o corpo humano, mas também suas emoções, suas dores

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e angústias. Por isso, muitas vezes, as expressões humanas parecem caricaturais e exageradas. A arte helenística não apresenta preocupações éticas e espirituais ligadas aos castigos e recompensas de uma vida futura.

03. Os traços mais característicos da cultura helenística são identificados

(A) nas preocupações éticas e espirituais ligadas aos castigos e recompensas de uma vida futura. (B) nas tentativas de compreensão e organização do mundo, do homem e da natureza apartir da razão.

(C) na valorização e crença da inteligência e na beleza do homem, segundo o nível social a que pertencia.

(D) na preferência por temas trágicos e emocionantes, cujas esculturas apresentavam movimento e ação.(correta)

(E) no amor à liberdade, à igualdade, e à fraternidade, princípio que seria adotado pelos ideólogos da Revolução Francesa.

Justificativa: A partir da conquista macedônica, em fins do século IV a.C., os artistas gregos procuraram criar obras cada vez mais realistas. Eles pretendiam não apenas representar o corpo humano, mas também suas emoções, suas dores e angústias. Nesse sentido, as esculturas apresentam preferência por temas trágicos e emocionantes, cujas esculturas apresentavam movimento e ação.

04. O que caracteriza a arte helenística de uma maneira geral?

A representação do corpo humano, mas também suas emoções, suas dores e angústias. Nesse sentido, as esculturas apresentam preferência por temas trágicos e emocionantes, cujasesculturas apresentavam movimento e ação.

05. Como se caracteriza a escultura helenística no que se refere às esculturas femininas?

Nas esculturas helenísticas, destaca-se o nu feminino, pois, nos períodos arcaico e clássico, representava-se a figura feminina sempre vestida. Praxísteles, por exemplo, esculpiu uma Afrodite nua que acabou sendo sua obra mais famosa. A Vênus de Milo ou Afordite de Melos, representa uma deusa com o tronco despido, mas com o quadril e as pernas envoltas por uma túnica.

06. A arte ..................................... mostra a fusão cultural entre oriente e ocidente, a qual se traduz, na pintura e na escultura, em cenas de dramaticidade e movimento.

(A) micênica

(B) grega

(C) romana

(D) helenística (correta)

(E) etrusca

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Justificativa: A arte helenística corresponde à cultura iniciada sob o poder de Alexandre e seguida até o domínio da Grécia pelos romanos. A partir da conquista macedônica, em fins do século IV a.C., os artistas gregos procuraram criar obras cada vez mais realistas.

07. Pintura e escultura helenísticas mostram:

(A) emoção e religiosidade.

(B) simetria e cores neutras.

(C) ação e religiosidade.

(D) pouco movimento e cores fortes.

(E) dramaticidade e movimento. (correta)

Justificativa: A pintura e a escultura helenística pretendiam não apenas representar o corpo humano, mas também suas emoções, suas dores e angústias. Nesse sentido, as esculturas apresentam preferência por temas trágicos e emocionantes, cujas esculturas apresentavam movimento e ação.

Exercícios sobre os Artistas do RenascimentoO Renascimento Cultural do século XVI teve uma grande quantidade de artistas que inovaram nas técnicas de produção de suas obras.

Questão 1

O renascimento cultural e artístico do século XVI teve grandes nomes da pintura entre os seus protagonistas.

Assinale a alternativa que indica o artista renascentista italiano que ficou conhecido como o Pintor das

Madonas.

a) Leonardo da Vinci

b) Rafael Sanzio

c) Giordano Bruno

d) Michelangelo

Questão 2

O Renascimento cultural e artístico europeu do século XVI foi um processo lento e prolongado de

transformações que remontam ao período final da Idade Média, principalmente a partir do século XI. A partir dos

seus conhecimentos referentes ao período, responda:

a) Quais os principais aspectos valorizados pelos artistas renascentistas em suas obras e em quais locais da

Europa esta produção artística foi mais valorizada?

b) Cite dois pintores renascentistas e dois arquitetos do período, indicando ao menos uma de suas obras.

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Questão 3

Sobre as principais características técnicas de produção artística, nas quais se basearam os pintores e

escultores renascentistas para a produção de suas obras, assinale a alternativa incorreta:

a) princípios matemáticos e racionais;b) o antropocentrismo;c) o plano reto e motivos religiosos; oud) a adoção da perspectiva.

Questão 4

(FCBH-MG) O homem é o modelo do mundo. A experiência é a mestra das coisas. (Leonardo da

Vinci)

Com relação ao Renascimento artístico, literário e científico, elemento típico de transição do

feudalismo ao capitalismo, podem ser feitas as seguintes afirmativas, exceto:

a) Os humanistas tiveram um papel extremamente importante na difusão das ideias

renascentistas.

b) A reflexão sobre problemas humanos levou o homem renascentista à análise de sua própria

individualidade, num esforço de autoconhecimento.

c) A visão de mundo político-religiosa medieval continuava a ser o elemento fundamental para a

compreensão do homem e do mundo.

d) A riqueza proveniente do comércio financiou artistas, cientistas, arquitetos, que passaram a ser

contratados para dar forma às novas realidades sociais.

e) O racionalismo passou a ser a pedra de toque da mentalidade renascentista, estimulando o

nascimento da ciência moderna.

“Os homens do Renascimento tinham consciência de viver em uma época diferente da medieval, querepudiavam como a Idade das Trevas” (ARRUDA, José J. de A.; PILETTI, Nelson. Toda a História: História

Geral e História do Brasil. São Paulo: Ática, 1996, p.132). Com base nessa asserção acima, assinale a(s)

a(s) alternativa(s) correta(s) sobre a arte renascentista.

01) O Renascimento implica uma retomada dos valores culturais e estéticos da Antiguidade Clássica,carecendo, por essa razão, de originalidade.

02) Além de renomado pintor e escultor, Palladio foi reconhecido como um grande arquiteto.

04) O Renascimento foi um fenômeno típico da Itália, não tendo jamais chegado nem à França nem à

Alemanha.

08) A valorização do papel a ser desempenhado pelo homem no mundo, chamada de Humanismo,

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transparece na arte renascentista.

16) A chamada perspectiva científica ou de ponto de fuga único foi desenvolvida a partir do estudo de

tratados de artistas romanos e gregos.

Respostas

Resposta Questão 1Letra b

Resposta Questão 2

a) Os principais aspectos valorizados pelos artistas renascentistas remontam ao que era apreciado

na Grécia e em Roma, durante a Antiguidade Clássica, como o racionalismo, o espírito crítico e o

naturalismo. Os principais locais desta produção artística do século XVI foram as cidades italianas,

como Florença, estendendo-se posteriormente ao restante da Europa.

b) Entre os pintores temos Leonardo da Vinci, que pintou a “Última Ceia” e a “Monalisa”, e

Michelangelo autor das pinturas das paredes da Capela Cistina em Milão. Entre os arquitetos,

podemos citar Fillipo Brunelleschi, que projetou a Catedral de Santa Maria del Friore e o Palácio de

Pitti, ambos em Florença, e Donato Bramante, cuja principal realização foi a catedral de São Pedro

no Vaticano.

Resposta Questão 3

Letra c.

O plano reto e os motivos religiosos eram uma característica artística da arte na Idade Média,

dominada principalmente pela Igreja Católica. A arte renascentista surge em oposição ao que foi

produzido pelos artistas medievais, adotando a razão e a utilização da matemática na elaboração de

suas obras, resultando no uso da perspectiva de fundo nas pinturas. Além disso, o homem era o

tema principal destes artistas, daí o motivo de caracterizar esta arte como antropocêntrica.

Resposta Questão 4

Letra c.

A visão de mundo do renascentismo passou a ser pautada na razão e no conhecimento produzido

pela experiência do ser humano, como indica a citação de Leonardo da Vinci no início da questão.

Por ser um movimento cultural de ruptura, a visão destes artistas era contrária à apregoada pela

Igreja Católica durante o período medieval.

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