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NUCLEO ABRARTE CAMPINAS / SP A IMPORTÂNCIA DA ARTE NA CASA ESPÍRITA CAMPINAS 2015

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  • NUCLEO ABRARTE CAMPINAS / SP

    A IMPORTNCIA DA

    ARTE

    NA CASA ESPRITA

    CAMPINAS2015

  • SUMRIO

    1 INTRODUO............... ................................................................................2

    2 DEFINIES DE ARTE ................................................................................3

    3 HISTRICO DA ARTE ..................................................................................5

    4 A ARTE EM NOSSO DIA A DIA ...................................................................9

    5 TODOS SE AFINIZAM COM A ARTE .......................................................11

    6 BUSQUEMOS A ARTE QUE NOS ELEVE OS SENTIDOS ....................12

    7 A IMPORTNCIA DA ARTE PARA O DESENVOVIMENTO DO

    SER ESPIRITUAL .........................................................................................14

    8 A ARTE NO PLANO ESPIRITUAL .............................................................17

    9 OBRAS MARCANTES ..................................................................................20

    10 EU QUERO VIVER ISSO EM MEU DIA A DIA ..................................... 24

    11 PORQUE NO SE UTILIZAR MAIS DA ARTE NO DIA A DIA DA

    CASA ESPRITA .........................................................................................27

    12 IMPORTANTE TERMOS BOAS OBRAS ARTSTICAS ....................29

    13 RESOLUO CFN N5/2014 ......................................................................32

    14 ABRARTE ......................................................................................................34

    15 NUCLEO ABRARTE CAMPINAS .............................................................35

    REFERNCIAS .................................................................................................37

    ANEXO A QUESTIONRIO ........................................................................38

    ANEXO B PDF DO LIVRO O ESPIRITSMO NA ARTE ..........................39

    ANEXO C PDF DA RESOLUO CFN n 05/2014.......................................39

    1

  • 1 INTRODUO

    Caro leitor, o objetivo deste trabalho elucidar a importncia da arte para o

    desenvolvimento do ser espiritual e sensibilizar os colegas espritas quanto sua relevncia no

    movimento esprita.

    Afim de pautar este trabalho em slida base doutrinria, foram realizadas pesquisas

    nas obras bsicas e em outras obras da literatura esprita sobre a arte e suas diversas

    manifestaes. Alguns dos trechos mais relevantes foram aqui transcritos, afim de firmar o

    convencimento do poder desmaterializador da arte e outros tantos benefcios edificantes que

    ela pode trazer.

    A arte sempre se fez presente em todos os tempos, em todos os lugares, em todas as

    religies, no plano espiritual e material e ainda em nosso cotidiano. A arte intrnseca ao ser

    espiritual. No podemos conceber o ser espiritual, e por consequncia o ser humano, sem

    nenhum contato com a arte.

    A Luz da Doutrina Esprita, este estudo nos suscita reflexes acerca de nosso contato

    com a arte dentro e fora do meio esprita e nos chama colaborar com a expanso da arte

    esprita, esta importante ferramenta de elevao espiritual.

    2

  • 2 DEFINIES DE ARTE

    Arte um termo que vem do Latim, e significa tcnica/habilidade. A definio de arte

    varia de acordo com a poca e a cultura. A dificuldade de definir a arte est na sua direta

    relao e dependncia com a conjuntura histrica e cultural que a fazem surgir. E isso sucede

    porque ao se instaurar e estabilizar um novo "estilo", este rompe os sistemas e cdigos

    estabelecidos anteriormente.

    Diante dos variados conceitos e das dificuldades acerca da definio da arte, vamos

    nos ater por hora s definies utilizadas na literatura esprita. Segue abaixo trechos do livro

    O Espiritismo na Arte, de Lon Denis, escritor de vrias obras de relevncia doutrinria no

    meio Esprita.

    A beleza um dos atributos divinos. Deus ps nos seres e nas coisas esse encanto misterioso que nos atrai, nos seduz, nos cativa e enche a alma de admirao, s vezes de entusiasmo. A arte a busca, o estudo, a manifestao dessa beleza eterna da qual percebemos, aqui na Terra, apenas um reflexo.

    (DENIS, 1994, p.7, grifos nossos)

    Ainda nesta mesma obra, Lon Denis complementa o conceito de arte como expresso

    da beleza eterna:

    A arte, sob suas diversas formas, como j dissemos no capitulo precedente, a expresso da beleza eterna, uma manifestao da poderosa harmonia que rege o universo; a irradiao do Alto que dissipa as brumas, as obscuridades da matria, e faz-nos entrever os planos na vida superior.

    (DENIS, 1994, p.21)

    Em outro trecho da mesma obra Lon Denis nos traz duas definies de arte dadas

    pela esprito O Esteta, considerado esprito ''de alto valor'' segundo Lon Denis.

    Estou feliz por vos falar de uma arte que foi minha preocupao constante. Tendes cem vezes razo em defender a causa da arte e coloc-la em paralelo na Terra e no espao. A arte de essncia divina, uma manifestao do pensamento de Deus,uma radiao do crebro e do corao de Deus transmitida sob a forma artstica .

    [] Esta palavra, arte, quase mgica, significa: irradiao emanando de um campo supracsmico; essa irradiao mantm em nosso mundo a luz, a grandeza, o poder, a beleza, a bondade, que emanam do foco que forma o centro do campo fludico divino.

    (DENIS, 1994, p. 76, grifos nossos)

    Emmanuel1, pela psicografia de Chico Xavier, no livro O Consolador traz o conceito

    1 Emmanuel o nome dado pelo mdium esprita brasileiro Chico Xavier ao esprito a que atribui a autoria de boa parte de suas obras psicografadas. Esse esprito era apontado por Chico Xavier como seu orientador espiritual

    3

  • de arte pura, aquela que devemos buscar atravs de nosso aprimoramento moral e artstico e

    da qual um dia todos iremos regozijar-nos :

    A arte pura a mais elevada contemplao espiritual por parte das criaturas. Ela significa a mais profunda exteriorizao do ideal, a divina manifestao desse mais alm que polariza as esperanas da alma.

    (XAVIER, 1970, p. 93)

    Na mesma obra, Emmanuel nos traz a definio de artista.

    [...]o artista verdadeiro ser sempre o mdium das belezas eternas e o seu trabalho, em todos os tempos, far tanger as cordas mais vibrteis do sentimento humano, alando-o da Terra para o Infinito e abrindo, em todos os caminhos, a nsia dos coraes para Deus, nas suas manifestaes supremas de beleza, de sabedoria, de paz e de amor.

    (XAVIER, 1970, p. 93, grifos nossos)

    4

  • 3 HISTRICO DA ARTE

    A histria da arte est relacionada cultura dos mais variados povos existentes. Ela

    atravessa os tempos, criando e contando o passado e recriando o presente. A arte est presente

    nossa volta e com ela compomos a histria de uma sociedade.

    A arte data desde a Antiguidade, quando os homens da Pr-Histria desenhavam a arte

    rupestre (desenhos feitos nas cavernas). As figuras representavam a caa. A principal

    caracterstica era o Naturalismo e a arte surge como magia, ou seja, o pintor caador do

    Paleoltico supunha ter poder sobre o animal desde que possusse a sua imagem.

    Figura 1. Um desenho feito pelo homem na Pr-Histria

    Uma das principais civilizaes da Antiguidade, a civilizao egpcia era muito

    evoluda para a poca. Era bastante complexa em sua organizao social e riqussima em suas

    realizaes culturais. Produziram uma escrita bem estruturada, que nos permitiu ter um

    conhecimento completo de sua cultura.

    Acreditavam na reencarnao, de uma forma que retornariam vida no mesmo corpo,

    com todos os seus bens, incluindo os servos. Por isso construam grandes pirmides, nas quais

    depositavam no s os corpos dos faras, mas tambm todos os seus bens. A arte egpcia

    concretizou-se nos tmulos, nas estatuetas e nos vasos deixados junto aos mortos. Do mesmo

    modo, a arquitetura egpcia desenvolveu-se sobretudo nas construes morturias.

    5

  • Figura 2. Pirmide de Quops

    Os gregos apresentaram uma produo cultural muito livre. No se submeteram

    imposio de sacerdotes ou de reis autoritrios e valorizavam a vida e o homem, na certeza de

    que o homem era a criatura mais importante do universo. Representavam seus deuses como

    seres humanos.

    Figura 3. Apolo , Deus do Sol da mitologia grega.

    Com o tempo, a arte foi se subdividindo em estilos, tais como: barroco, gtico,

    romntico e outros. A histria da arte pode ser dividida de acordo com a diviso dos perodos

    da histria da humanidade: Antiga, Medieval, Renascentista e Moderna.

    O surgimento do Renascimento fez com que a arte se dividisse em conceitos: a

    pintura, literatura, msica, escultura, arquitetura e a arte feita com cermica, tapearia e etc.

    6

  • A arte j era estudada por antigos filsofos. Na obra O Espiritismo na Arte, Lon

    Denis traz os seguintes dizeres de Plato2 sobre a msica:

    A msica uma lei moral. Ela d uma alma ao Universo, asas ao pensamento, um impulso imaginao, um encanto tristeza, a alegria e a vida a todas as coisas. Ela a essncia da ordem e eleva em direo a tudo o que bom, justo e belo, de que ela a forma invisvel, porm surpreendente,apaixonada, eterna.

    (DENIS, 1994, p.106)

    Desde as origens mais remotas, a histria da arte tem estado ligada religio, no

    sentido de que esse conceito incluiria no apenas as grandes crenas universais -cristianismo,

    islamismo, budismo, judasmo- como tambm um amplo espectro de cultos mgicos e

    supersticiosos que afetaram tanto os povos primitivos como os civilizados.

    As principais manifestaes da arte religiosa estendem-se pelo campo da arquitetura

    (templos, baslicas, catedrais, sinagogas, mesquitas), da escultura e pintura (imagens de

    divindades, santos e profetas, isolados ou em grupos, inspiradas na maioria das vezes nos

    textos sagrados), da gravura, da miniatura (cdices cristos medievais) , das artes decorativas

    e da msica. Em suma, a religio tem impregnado em todos os tempos a histria da arte e tem

    sido fecunda fonte de inspirao para os artistas ocidentais e orientais.

    Encontramos relatos sobre a Arte tambm na Bblia3. Segue abaixo trechos sobre os

    cnticos:

    Louvarei o nome do Deus com um cntico e Engrandec-lo-ei com ao de graas Salmos 69:30

    Bom louvar ao senhor e cantar louvores ao teu nome, Altssimo Salmos 92:1

    Nos dias atuais a arte continua presente em todos os pases, todas as culturas e

    sociedades e nos diversos seguimentos religiosos de todo o planeta.

    No movimento religioso brasileiro, a msica ganha destaque nos cultos evanglicos e

    nas missas catlicas. Recentemente a Igreja Catlica passou pelo movimento denominado

    renovao carismtica, congregando milhes de novos fiis por diversos pases. O movimento

    procura oferecer uma abordagem inovadora s formas tradicionais de doutrinao e renovar

    prticas tradicionais dos ritos e da mstica da Igreja.

    No Brasil, dentre a renovao das prticas tradicionais destaca-se o surgimento dos

    2. Plato: clebre filsofo grego (Atenas, 428 ou 429 - id., 348 ou 347 a.C.), discpulo de Scrates, mestre de Aristteles. Autor dos dilogos: Criton, Fdon, Fedro, Grgias, O Banquete, A repblica, As Leis, etc..3 http://www.bibliaon.com/versiculo/salmos_69_30/

    7

  • Padres cantores e a inovao musical. Destacam-se os Padres Marcelo, Zezinho e Fbio de

    Melo. Atravs de abordagem moderna , utilizam suas msicas nas missas de forma dinmica.

    Suas msicas so ouvidas no apenas por fiis nas igrejas, mas por milhares de brasileiros de

    diversos credos religiosos dentro e fora das igrejas.

    Outro movimento artstico religioso ganha destaque e milhes de adeptos em solo

    nacional, o movimento Gospel. Na dcada de 30 surgiu nos Estados Unidos, nas igrejas afro-

    americanas, a msica Gospel. A msica Gospel utilizada na maioria das Igrejas Evanglicas

    como forma de louvor em seus cultos. A msica gospel tambm rompe barreiras e ouvida

    no apenas nos cultos das igrejas. Existem rdios gospel , programas de Televiso e outros

    meios de divulgao do Evangelho atravs da msica. Destacam-se vrios artistas no meio

    gospel com expresso nacional, como Irmo Lazaro, Aline Barros, Tallhes Roberto, Diante do

    Trono, Regis Danese, dentre outros.

    Sendo assim, temos que a arte sempre esteve presente na cultura de todos os povos,

    em todas as sociedades e em todos os tempos. Sempre esteve presente, ainda, no meio

    religioso, influenciando e sendo influenciada.

    8

  • 4 A ARTE EM NOSSO DIA A DIA

    A arte est to presente no cotidiano humano que s vezes no nos damos conta. Est

    em nossa casa, no trabalho, nas escolas das crianas, etc...Em todos os lugares estamos

    expostos algum tipo de arte: quando ligamos a Televiso em casa, quando escutamos uma

    msica no carro, quando apreciamos a arquitetura da cidade, quando lemos um livro, quando

    vamos ao cinema, ao assistir uma pea de teatro, ao visitar um museu, etc....

    Ser possvel imaginar o nosso dia a dia sem nenhuma atividade relacionada arte ?

    Quantas das atividades citadas acima so realizadas por ns em nosso dia a dia?

    A arte influencia a sociedade de forma geral. H, por exemplo fs que se comportam

    de maneira similar aos dolos de sua banda favorita. Artistas de novela criam tendncias e

    telespectadores passam a se vestir da mesma forma. Os exemplos de influncia vo desde os

    mais corriqueiros at os mais profundos. A prpria Doutrina Esprita se propaga e atinge

    coraes atravs da literatura.

    As influncias so dos mais variados tipos, podendo ser benficas ou no. Mais

    adiante abordaremos a importncia do contato com a arte de cunho moral elevado.

    Observa-se ento que estamos expostos arte a todo tempo e em todos os lugares.

    Desde o nascimento at a morte a arte se far presente ao nosso redor influenciando-nos. No

    vivemos separados da arte, esta essencial e intrnseca ao ser humano. Kardec ressalta na

    Obra o Cu e o Inferno a essncia musical do esprito.

    Um homem no msico porque tenha a bossa da msica, mas possui essa tendncia porque o seu Esprito musical.

    (KARDEC, 1994, p. 93)

    certo dizer que para cada expresso artstica que produzida teremos sempre

    algum que entrar em ressonncia e se beneficiar dela. Mesmo que no seja aquilo que

    consideremos uma arte celeste ou sublime.

    Andr Luiz4, atravs da psicografia de Chico Xavier, nos relata sobre manifestaes

    artsticas tambm no plano espiritual, na obra Nosso Lar.

    Observando minha admirao pelas canes que se ouviam,o companheiro explicou:

    4. Andr Luiz o nome atribudo pelo mdium brasileiro Francisco Cndigo Xavier a um dos espritos mais frequentes em sua obra psicografada.Algumas obras psicografadas atribudas Andr Luiz j foram adaptadas para o teatro, televiso e cinema.

    9

  • -Nas extremidades do Campo, temos certas manifestaes que atendem ao gosto pessoal de cada grupo dos que ainda no podem entender a arte sublime; mas, no centro, temos a msica universal e divina, a arte santificada, por excelncia.

    (XAVIER, 2010, p.305)

    Certo que a arte se faz presente em nosso cotidiano e assim ser por toda a

    eternidade, fazendo cada vez mais parte da essncia e do dia a dia do ser espiritual. O esprito

    Vianna de Carvalho, na obra Atualidade do Pensamento Esprita nos esclarece que quanto

    mais evoludo o planeta, mais integrado estar com a arte.

    [...]quanto mais evoludo o planeta, mais integrado estar com a Arte Sublime que supera as formas e se exterioriza, deixando de ser esttica para tornar-se vibrante e integrativa, mimetizando aqueles que a contemplam com o seu contedo invulgar. Nessas regies felizes a Arte viva, portadora de calor e comunicativa pela emoo que esparze, tornando o observador igualmente observado e, portanto, mergulhado na beleza que irradia.

    (FRANCO, 1999, p. 127, grifos nossos)

    10

  • 5 TODOS SE AFINIZAM COM A ARTE

    Se a arte esteve e est presente em todas as pocas e civilizaes da humanidade, em

    todos os cultos religiosos, em nosso dia a dia durante toda nossa vida, porque nos

    afinizamos, de alguma forma com os diversos tipos de arte. Em Obras Pstumas, no

    captulo sobre Msica Esprita, Kardec ressalta essa afinidade e a influncia que sofremos

    da msica.

    [.]Toda gente reconhece a influncia da msica sobre a alma e sobre o seu progresso. Mas, a razo dessa influncia em geral ignorada. Sua explicao est toda neste fato: que a harmonia coloca a alma sob o poder de um sentimento que a desmaterializa. Este sentimento existe em certo grau, mas desenvolve-se sob a ao de um sentimento similar mais elevado. Aquele que esteja desprovido de tal sentimento conduzido gradativamente a adquiri-lo: acaba deixando-se penetrar por ele e arrastar ao mundo ideal, onde esquece, por instantes, os prazeres inferiores que prefere divina harmonia.

    [.].Agora, se considerarmos que a harmonia sai do concerto do Esprito, deduziremos que a msica exerce salutar influncia sobre a alma e a alma que a concebe tambm exerce influncia sobre a msica. A alma virtuosa, que nutre a paixo do bem, do belo, do grandioso e que adquiriu harmonia, produzir obras-primas capazes de penetrar as mais endurecidas almas, de comov-las.

    (KARDEC, 1994, p. 184, grifos nossos)

    Na Obra O Espiritismo na Arte, no captulo onde aborda o poder teraputico da arte

    musical, Lon Denis tambm relata a influncia da msica sobre todos os seres, inclusive os

    animais.

    Efetivamente, a lei das vibraes harmnicas rege toda a vida universal, todas as formas de arte, todas as criaes do pensamento. Ela introduz equilbrio e ritmo em todas as coisas. Ela influi at sobre a sade fsica por sua ao sobre os fluidos humanos.

    (DENIS, 1994, p.90)

    [..]Todos os seres so sensveis msica. At os animais recebem a sua influncia.

    (DENIS, 1994, p.69, grifos nossos)

    11

  • 6 BUSQUEMOS A ARTE QUE NOS ELEVE OS SENTIDOS

    Conforme as leis divinas que regem o intercmbio entre o plano espiritual e material,

    o contedo moral de nossas obras, atitudes e pensamentos determinam a influncia espiritual

    que recebemos. Com as obras artsticas no h distino. Os bons espritos auxiliam na

    criao da boa msica, da pea de teatro com contedo moral elevado, do filme que consola,

    assim como auxiliam em toda obra do bem. Kardec, na questo 521 do Livro dos Espritos

    aborda a proteo espiritual s artes.

    521. Podem certos Espritos auxiliar o progresso das artes, protegendo os que s artes se dedicam?

    H Espritos protetores especiais e que assistem os que os invocam, quando dignos dessa assistncia. Que queres, porm, que faam com os que julgam ser o que no so? No lhes cabe fazer que os cegos vejam, nem que os surdos ouam.

    [..] Tambm modernamente, as artes , as diferentes indstrias, as cidades, os pases tm seus patronos, que mais no so do que Espritos superiores, sob vrias designaes.

    (KARDEC, 2009, p.179, grifos nossos)

    Certamente, se a arte intrnseca ao ser espiritual, os bons espritos se ocupam e

    auxiliam em seu desenvolvimento, seja no plano material ou espiritual. A arte que

    desenvolvemos est atrelada nossa evoluo moral. No estgio evolutivo que estamos hoje

    no planeta Terra, certamente no somos capazes de produzir a arte celeste. Mas como todos os

    atributos, temos que pratic-los para desenvolv-los. Na Obra Como Vivem os Espritos, no

    capitulo Os espritos e as artes observamos a importncia da prtica para a evoluoSe tudo uma criao mental, utilizando-se os fluidos para que essa criao se torne realidade, as artes no plano espiritual ( escultura, pintura, desenho, gravura, etc...), dependem , principalmente, do gnio criativo do artista. E um gnio no se faz com alguns anos de escola, mas com muita dedicao e amor, em algumas centenas ou milhares de anos.

    (RODRIGUES, 1990, p. 122)

    Embora ainda imperfeitos e incapazes de produzir a arte celeste, devemos produzir a

    arte que est ao nosso alcance e nos esforar para que o contedo seja o mais nobre que

    possamos oferecer. Devemos buscar nossa reforma ntima, nossa evoluo moral. Evoluindo

    moral e artisticamente, a arte que desenvolvemos tambm evoluir rumo ao belo. Mas no

    processo evolutivo no damos saltos. Precisamos seguir passo a passo e trabalhar com a arte

    que dispomos no momento. Nos preocupando em elevar o contedo moral das produes

    artsticas obteremos o auxlio dos bons espritos e seguiremos rumo arte elevada, a arte que

    cada vez mais nos aproximar de Deus.

    12

  • Ainda imperfeitos que somos, somos capazes de realizar o bem e auxiliar o progresso

    da humanidade, seja no trabalho fraterno, no auxlio ao necessitado ou no trabalho com a arte.

    Mas devemos ter cuidado. Ser que a arte que estamos em contato em nosso dia a dia est nos

    auxiliando a elevar nosso padro vibratrio? Ser que estamos sendo influenciados

    positivamente? Devemos sempre nos questionar sobre os sentimentos trazidos pela nossa

    exposio aos trabalhos artsticos.

    Devemos produzir e buscar a arte que nos eleve os sentidos e nos conduza alegria e

    paz. importante estar em sintonia com a boa influncia do plano espiritual que acompanha

    as boas obras artsticas e que nos aproxima de Deus, conforme relata o esprito Vianna de

    Carvalho, atravs da psicografia de Divaldo Franco na obra Atualidade do pensamento

    esprita. Toda manifestao de arte que inspira paz e eleva o ser, que o estimula a progredir e amar, torna a vida mais nobre e feliz, nos aproximando do incomparvel artista de quem tudo procede.

    (FRANCO, 1999, p. 121)

    Como artistas, desejosos de cooperar na seara do Cristo, preciso compreender que

    nossos deveres vo alm dos interesses do mundo material. Nossa arte precisa contemplar as

    necessidades do ser espiritual e buscar inspirao constante na luz divina. Dessa forma, como

    nos alerta Emmanuel no livro O Consolador, ser possvel ser um verdadeiro missionrio

    de Deus, um obreiro e colaborador da obra divina.Sempre que a arte se desvencilha dos interesses do mundo, transitrios e perecveis, para considerar to somente a luz espiritual que vem do corao unssono com o crebro, nas realizaes da vida, ento o artista um dos mais devotados missionrios de Deus, porquanto saber penetrar os coraes na paz da meditao e do silncio, alcanando o mais alto sentido da evoluo de si mesmo e de seus irmos em humanidade.

    (XAVIER, 1970, p.94, grifos nossos)

    13

  • 7 A IMPORTNCIA DA ARTE PARA O DESENVOLVIMENTO DO SER

    ESPIRITUAL

    Se a arte sempre se fez presente em todos os tempos, em todos os lugares, em todas as

    religies, no plano espiritual, e ainda continua em nosso cotidiano conclui-se: Ela intrnseca

    ao ser espiritual. No podemos conceber o ser espiritual, e por consequncia o ser humano,

    sem nenhum contato com a arte.

    A doutrina esprita visa o melhoramento do ser espiritual e seu desenvolvimento

    moral, atravs do uso de elementos que so intrnsecos ao ser espiritual, como: filosofia,

    religiosidade, psicologia, relaes scio culturais, etc..E sendo a arte tambm um desses

    elementos intrnsecos, conclui-se que a Doutrina esprita deve-se utilizar dela, dentre outras,

    para o desenvolvimento do ser espiritual.

    So inmeros os relatos do plano espiritual sobre a importncia da arte e sua

    influncia sobre o esprito. Segue abaixo trechos de Obras Pstumas:Evidentemente, o homem que goza as delcias da harmonia muito mais elevado, mais depurado, do que aquele em quem ela no logra penetrar; sua alma, mais apta a sentir, desprende-se mais facilmente e a harmonia lhe auxilia o desprendimento; transporta-a e lhe permite ver melhor o mundo moral. Deve-se concluir da que a msica essencialmente moralizadora, uma vez que traz a harmonia s almas e que a harmonia as eleva e engrandece.

    (KARDEC, 1994, p. 184, grifos nossos)

    Kardec coloca a importncia da harmonia e seu poder no desprendimento da alma,

    nos levando a melhor compreenso do mundo moral. Define a msica como essencialmente

    moralizadora e capaz de elevar a alma.

    possvel sentirmos o poder desmaterializador da msica. Quantos de ns nos

    envolvemos com determinada msica, a ponto de, por instantes, esquecer-nos do que est ao

    redor e de onde estamos. Por instantes, sentimos o corpo leve, como se estivssemos sendo

    transportados para fora de ns mesmos. Esse o santo poder da msica, tambm anunciado

    por Lon Denis em sua Obra O Espiritismo na Arte.O verdadeiro mrito, seja do escritor, seja do orador, consiste em fazer pensar, em provocar nas almas as nobres e santas exaltaes, em elev-las em direo s alturas radiosas onde elas percebem as vibraes do pensamento divino, em uma comunho suprema.No entanto, para que a alma se desenvolva e desabroche no xtase das alegrias superiores bom que a harmonia venha se juntar palavra e ao estilo; preciso que a msica venha abrir, para a inteligncia, os caminhos que levam compreenso das leis divinas, posse da eterna beleza. A influncia da msica imensa e, segundo os indivduos, reveste-se das mais diferentes formas. Os sons graves e profundos agem sobre ns de tal maneira que o melhor de ns mesmos se exterioriza. A alma se desprende e sobe at as fontes vivas da inspirao.

    14

  • (DENIS,1994, p. 53,grifos nosso)

    Quantas vezes tentamos explicar um determinado sentimento com palavras. As

    palavras so certamente poderosa forma de expresso. Mas aliada arte, que pura expresso

    dos sentimentos, tem seu alcance potencializado. Um acorde musical, uma determinada

    pintura ou cena de uma pea de teatro podem nos trazer sentimentos indescritveis. Desperta-

    nos a lembrana do passado, nos fortifica o presente e nos impulsiona ao futuro. Faz-nos

    recordar lugares, pessoas, acontecimentos. Dessa forma, ressalta-se novamente a importncia

    de estar em contato com a arte de cunho elevado, que nos traga boas impresses e nos firme a

    esperana no por vir.

    Segue abaixo alguns trechos do livro O Espiritismo na Arte de Lon Denis trazendo

    novamente relatos da importncia da arte: Na Terra, pelo pensamento, oral ou escrito, que se comunica a f e que se instruem os homens. Porm, no espao, nos dizem os nossos guias, a msica a expresso sublime do pensamento divino.

    (DENIS, 1994, p.54, grifos nossos)

    [ ]A palavra, quando unida msica, pode fornecer ao pensador um modo de expresso mais intenso, mais penetrante.[..] A msica, ns o sabemos, representa importante papel na inspirao proftica e religiosa.

    (DENIS, 1994, p.68)

    Em resumo, o som, o ritmo, a harmonia, so foras criadoras . Se ns pudssemos calcular o poder das vibraes sonoras, avaliar sua ao sobre a matria fludica, sua forma de agrupar os turbilhes de tomos, chegaramos a um dos segredos da energia espiritual.

    (DENIS, 1994, p.85, grifos nossos)

    [...] A poesia a expresso da beleza expandida em todo universo. o calor comunicativo da alma que a compreende, que alcana o profundo sentido das coisas, a lei das supremas harmonias e que procura penetrar as outras almas pelo meio que lhe so prprios

    (DENIS, 1994, p.69, grifos nossos)

    Relatos do plano espiritual como estes onde a msica colocada como expresso de

    pensamento divino, o som, o ritmo e a harmonia como foras criadoras e a poesia como

    expresso da beleza e calor comunicativo da alma no nos deixa dvida da importncia das

    diversas manifestaes artsticas para o desenvolvimento do ser espiritual.

    A arte sendo intrnseca ao esprito, naturalmente dever ganhar espao no meio

    esprita que tanto colabora para o desenvolvimento do ser espiritual. Kardec, em Obras

    15

  • Pstumas, ao tratar da expanso do espiritismo, j falava na importncia e expanso dos

    diversos tipos de arte.[...]Esses homens o estudam em silncio e aparecero quando for chegado o momento oportuno. At l, bom se conservem afastados. Dentro em pouco, tambm vereis as artes se acercarem dele, como de uma mina riqussima, e traduzirem os pensamentos e os horizontes que ele patenteia, por meio da pintura, da msica, da poesia e da literatura. J se vos disse que haver um dia a arte esprita, como houve a arte pag e a arte crist. uma grande verdade, pois os maiores gnios se inspiraro nele. Em breve, vereis os primeiros esboos da arte esprita, que mais tarde ocupar o lugar que lhe compete. Espritas, o futuro vosso e de todos os homens de corao e devotados. No vos assustem os obstculos, porquanto nenhum h que possa embaraar os desgnios da Providncia. Trabalhai sem descanso e agradecei a Deus o ter-vos colocado na vanguarda da nova falange [...].

    (KARDEC, 1994, p. 327, grifos nossos)

    A previso de Kardec vem se cumprindo. O Espiritismo vem crescendo e a arte

    esprita, que se fez presente desde os primrdios, caminha ao seu lado com passos mais largos

    do que outrora. Muito trabalho frente, sem dvida, mas com a doutrina da reencarnao e a

    esperana no porvir, bebemos em fonte fecunda de inspirao artstica, de onde brotaro

    novos artistas e se aprimoraro os que hoje j labutam.

    Cultivemos a f em Deus e em ns mesmos. Atravs de nosso aprimoramento moral e

    nos aproximando de nosso Pai maior passaremos a compreender melhor a arte , se utilizando

    desta no burilamento de nossos espritos. Produziremos obras artsticas de maior ressonncia

    na alma , e conforme anunciado por Lon Denis, na obra O Espiritismo na Arte , a arte trar

    alegrias , consolo, civilizao e aperfeioamento.A arte bem compreendida um poderoso meio de elevao e de renovao. a fonte dos mais puros prazeres da alma; ela embeleza a vida, sustenta e consola na provao e traa para o esprito, antecipadamente, as rotas para o cu. Quando a arte sustentada,inspirada por uma f sincera, por um nobre ideal, sempre uma fonte fecunda de instruo, um meio incomparvel de civilizao e de aperfeioamento.

    (DENIS, 1994, p.21, grifos nossos)

    A arte, com seu poder de elevao espiritual, sem dvida importante ferramenta

    tambm de divulgao da Doutrina Esprita. O cinema, que poderoso meio de comunicao!

    H poucos anos o filme Nosso Lar, baseado no livro Nosso Lar, ditado pelo esprito Andr

    Luiz pela psicografia de Chico Xavier e o filme Chico Xavier, sobre a vida de nosso

    querido Chico, bateram recordes de bilheteria e levaram a mensagem esprita milhes de

    telespectadores. Trabalhemos para o aprimoramento da arte esprita e seu crescimento,

    contribuindo assim para o crescimento da Doutrina Esprita e para a evoluo da humanidade.

    16

  • 8 A ARTE NO PLANO ESPIRITUAL

    Segue abaixo trecho do Livro Como Vivem os Espritos, obra que aborda o

    cotidiano da vida no plano espiritual. O trecho transcrito do captulo que trata das

    semelhanas entre esta e a vida espiritual.Quanto mais lemos sobre a vida espiritual, mais nos conscientizamos de que essa vida semelhante a nossa; no teremos muitas surpresas, quando l chegarmos! Se no, vejamos: l como aqui, temos as mesmas necessidades fisiolgicas- come-se, bebe-se, respira-se, etc..; l, como aqui, estuda-se , trabalha-se, diverte-se; l como aqui, cultivam-se a pintura, a escultura, a msica, o canto, etc...

    [..] evidente que estamos comentando da colnias espirituais, tendo como referncia o livro sobre a cidade Nosso Lar e outras semelhantes, para onde vo a maioria das pessoas que j tem alguma condio moral.[...]

    [..] obvio, tambm, que existam esferas superiores, para onde vo aqueles que na terra desenvolvem misses importantes no campo da cincia, da filosofia, ou das artes desde que qualquer uma dessas atividades esteja voltada para o bem da humanidade, sejam eliminados os sofrimentos ou facilitando o trabalho dos homens, revelando-lhes novas verdades ou alegrando ( atravs das artes) esta sofrida populao terrcola, ainda to ignorante.

    (RODRIGUES, 1990, p. 116, grifos nossos)

    A arte se manifesta no plano material porque intrnseca ao esprito. Portanto, assim

    como outros aspectos do conhecimento espiritual, desde conhecimento tecnolgico prtica

    dos conceitos morais, o esprito encarnado manifesta a necessidade de expressar a arte que j

    vivenciou em outras existncias e no plano espiritual, mesmo que no consiga ainda de forma

    elevada.

    Ressalta-se ainda do texto acima o relato da existncia de espritos missionrios no

    campo das artes, espritos esses de grau elevado. Kardec j mencionava em Obras Pstumas

    a vinda desses artistas. Segue abaixo trecho extrado do Livro Como Vivem os Espritos, do

    captulo Os espritos e as artes, abordando tambm a arte no plano espiritual:As reunies sociais nos planos espirituais, tambm so abrilhantadas por nmeros musicais e de canto, conforme nos da um exemplo Andr Luiz ( Os mensageiros, cap 31, edio FEB), em que uma jovem toca ao rgo composies conhecidas na terra, mas tambm algumas partituras desconhecida pelos encarnados; partituras essas de tal harmonia, que causam momentos emocionantes . Devemos lembrar que os instrumentos que eles possuem dispe de mais recursos, de escala cromtica mais ampla. So os instrumentos que produzem as msicas celestiais, que desconhecemos por no dispormos das partituras e nem dos instrumentos adequados.

    Nas regies inferiores, entretanto a msica muito pobre: Msica extica, fazia-se ouvir no distante ( Andr Luiz - Libertao - FEB).

    No livro A vida Alm do Vu, de G. Vale Owen, edio FEB, um dos espritos que ditou essa obra fala-nos de uma regio espiritual em que a msica esta no ar. A harmonia uma vibrao do ter, que pode ser provocada pela ao material dos Espritos que dominam essa arte sublime.

    17

  • Na pintura ( Os mensageiros, cap 16, FEB) o autor nos fala das telas de tanta perfeio e tcnica, que parece que possuem vida. As cores so mais ricas, algumas desconhecidas desse mundo terrqueo, devido a nossa limitao visual ; a luminosidade como tambm o relevo e as dimenses em que so apresentadas superam a tudo que conhecemos, aqui na crosta, ainda limitados s trs dimenses ( comprimento, largura e altura).

    Quando os espritos construtores ( tcnicos especializados) constroem um edifcio, manipulando os fluidos do prprio local, atravs do poder mental, podem recorrer a escultores para elaborarem as peas mais delicadas, que ornamentaram o interior desse edifcio

    (RODRIGUES, 1990, p. 121, grifos nossos)

    A excelente obra de Lon Denis, O Espiritismo na Arte, nos brindou tambm com

    relatos da msica nas esferas superiores.A msica a voz dos cus profundos. No espao tudo se traduz em vibraes harmnicas e certas classes de espritos comunicam-se entre si apenas por meio de ondas sonoras.

    (DENIS, 1994, p.79, grifos nossos)

    [..].Em ocasio das grandes festas no espao, dizem nossos guias espirituais, quando as almas se renem aos milhes para prestar homenagem ao Criador, na irradiao de sua f e de seu amor, delas escapam eflvios, radiaes luminosas, que se colorem de cores combinadas e se convertem em vibraes melodiosas. As cores se transformam em sons e, dessa comunho dos fluidos, dos pensamentos e dos sentimentos, emana uma sinfonia sublime, qual respondem os acordes longnquos vindos das esferas, dos astros inumerveis que povoam a imensido. Ento, do alto descem outros acordes, mais potentes ainda, e um hino universal faz cus e terras estremecerem. Ao perceber esses acordes, o esprito se desenvolve, se expande; ele sente que vive na comunho divina e entra em um arrebatamento que chega ao xtase......

    (DENIS, 1994, p.79, grifos nossos)

    [.''A msica celeste, portanto, o resultado de impresses causadas pelas camadas fludicas de acordo com a elevao do ser e a pureza do meio.

    (DENIS,1994, p.105, grifos nossos)

    Na Revista Esprita de 1858, em maio deste ano, foram registradas conversas com o

    esprito do renomado msico MOZART, que nos encoraja a lutar e evoluir para que um dia

    possamos nos deleitar da msica divina de outro plano.3. Nossa msica a mesma em outros planetas?Resp. No; nenhuma msica poder vos dar uma ideia da msica que temos aqui: divina ! Oh! Felicidade! Faz por merecer o gozo de semelhantes harmonias: luta! coragem! No possumos instrumentos: os coristas so as plantas e as aves; o pensamento compe e os ouvintes desfrutam sem audio material, sem o auxlio da palavra, e isso a uma distncia incomensurvel. Nos mundos superiores isso ainda mais sublime.

    (KARDEC, 1858, 221, grifos nossos)

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  • Na famosa obra Nosso Lar, ditada pelo esprito Andr Luiz pela psicografia de

    Chico Xavier, a importncia na msica tambm ressaltada:Essas msicas procedem das oficinas onde trabalham os habitantes de Nosso Lar. Aps consecutivas observaes, reconheceu a Governadoria que a msica intensifica o rendimento do servio, em que todos os setores de esforo construtivo. Desde ento ningum trabalha em Nosso Lar , sem esse estimulo de alegria

    (XAVIER, 2010, p. 79, grifos nossos)

    Oh! Quanta beleza, at aqui, nos foi relatada sobre a importncia da arte e de seu

    poder de nos desmaterializar e nos aproximar do Criador. Busquemos trabalhar com a arte

    terrena nos melhorando e melhorando esta arte, para que um dia possamos desfrutar das

    belezas celestiais e alcanar a mais alta espiritualidade, como nos diz o esprito Vianna de

    Carvalho na obra Atualidade do pensamento Esprita, pela psicografia de Divaldo Franco.A Arte tem como meta materializar a beleza invisvel de todas as coisas, despertando a sensibilidade e aprofundando o senso de contemplao, promovendo o ser humano aos pramos da Espiritualidade.

    (FRANCO, 1999, p. 126, grifos nossos)

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  • 9 OBRAS MARCANTES

    O maior nome da Educao Jesutica Jos de Anchieta, e utilizou-se da Arte para

    levar as mensagens do Evangelho de Jesus. O maior nome do Espiritismo no Brasil o do

    mdium Chico Xavier e seu primeiro livro psicografado uma coletnea de poemas. Parnaso

    de Alm-Tmulo, ditado por 56 poetas da lngua portuguesa, brasileiros e portugueses,

    preciosa coletnea, quer pela variedade de temas, quer pela superior inspirao, apresentando

    os autores, uma das provas subjetivas mais robustas em favor da sobrevivncia da alma aps a

    morte. Figura 4. Capa da Obra Parnaso de Alm Tmulo

    Parnaso, que significa antologia, coletnea de poesias, trouxe belos poemas ditados

    por Espritos de nomes famosos como Castro Alves, Augusto dos Anjos, Casimiro de Abreu,

    Cruz e Souza, Guerra Junqueiro, Fagundes Varela, Olavo Bilac, Pedro de Alcntara (D. Pedro

    II) e muitos outros. So diversos os poetas renomados da poca e que no tinham ligao com

    o Espiritismo, quando encarnados.

    Foi grande o rebolio causado na poca. Uns lanavam palpites de que Chico era leitor

    compulsivo, dono de memria prodigiosa, que incorporava o estilo dos poetas

    inconscientemente. Outros o tratavam por esquizofrnico e, alguns mais ferinos, defendiam

    que o livro era uma jogada de marketing da parte de Chico Xavier para chamar a ateno. H,

    porm, um detalhe: quando o livro foi lanado, o mdium tinha 21 anos, apenas a 4 srie

    primria e no demonstrava dotes intelectuais necessrios. Chico Xavier, alm de afirmar que

    a autoria dos poemas no lhe pertencia, reverteu todos os direitos autorais para a Federao

    Esprita Brasileira. Repetia sempre que a obra era lavra dos espritos. Certo que Chico

    iniciava sua contribuio doutrina esprita pela arte, e que obra abenoada de arte!

    20

  • Outros cones do movimento esprita se dedicaram a escrever sobre as artes. Lon

    Denis (1846 1927), foi um filsofo, mdium e um dos principais continuadores do

    espiritismo aps a morte de Allan Kardec, ao lado de Gabriel Delanne e Camelli Flammarion.

    Fez conferncias por toda a Europa em congressos internacionais espritas e espiritualistas,

    defendendo ativamente a ideia da sobrevivncia da alma e suas conseqncias no campo da

    tica nas relaes humanas.

    Figura 5. Lon Denis

    Escreveu diversas obras , como Cristianismo e Espiritismo , Depois da morte ,

    Espritos e Mdiuns, O Espiritismo na Arte5, dentre outras. Ressalta-se a obra O

    Espiritismo na Arte, Nesta obra, Lon Denis retrata o que ocorre na espiritualidade no que se

    refere arte, e como a beleza se manifesta atravs do artista encarnado na Terra. A obra foi

    elaborada com base em uma srie de artigos escritos por Lon Denis em 1922, para a Revue

    Spirite (revista esprita francesa fundada por Allan Kardec), na qual tratava da questo do belo

    na arte (arquitetura, pintura, escultura, msica, literatura, etc..).

    5. Esta obra pode ser baixada em formato PDF atravs do site:http://www.meiovirtual.net/cosmica/livros/leon_denis/leon_denis_o_espiritismo_na_arte.pdf

    21

    http://www.meiovirtual.net/cosmica/livros/leon_denis/leon_denis_o_espiritismo_na_arte.pdf

  • Figura 6. Capa da Obra O Espiritismo na Arte

    Nesta obra, Lon Denis aborda o conceito de arte. Nos traz respostas sobre

    importantes questionamentos: O Que inspirao? Como a arte consegue nos elevar dos

    pensamentos mais grosseiros aos mais sublimes sentidos? Como a arte dos grandes gnios

    desencarnados? Como as manifestaes artsticas conseguem realizar a mais perfeita

    comunho com o Criador e nos transportar ao infinito?

    Denis aborda diversos estilos de arte como a arquitetura, a msica, a literatura, a

    oratria, a pintura, o teatro, a poesia, etc.

    Outro abnegado trabalhador do bem e colaborador ferrenho da doutrina Esprita

    sempre esteve envolvido com a arte. Eurpedes Barsanulfo foi, e continua a ser, um educador

    de espritos. O gosto apurado pela a poesia, a atuao em diversas peas de teatro, o trato com

    as artes e toda a disciplina e trabalho em equipe que elas exigem foram oportunidade mpar

    para Eurpedes exercitar sua oratria, sua liderana e seu entusiasmo.

    A proposta inovadora de Eurpedes foi ter aberto uma escola completamente oposta

    aos padres da poca, abolindo as agresses fsicas e morais, fortalecendo a relao de

    amizade entre professores e alunos e desenvolvendo um processo de educao ativa. Tambm,

    ao contrrio das escolas extremamente elitistas, o Colgio Allan Kardec era gratuito, formado

    por classes mistas (meninos e meninas), tudo muito original para aquele tempo. Eurpedes

    utilizava no Colgio Allan Kardec o estudo da astronomia, da arte, em especial o teatro , e o

    trabalho de assistncia social com o envolvimento dos alunos.

    Ressalta-se ainda que obras importantes da Doutrina Esprita como Obras Pstumas

    e a Revista Esprita trazem tpicos especficos sobre a arte. Do plano espiritual, Emmanuel e

    Andr Luiz tambm nos trazem revelaes e reflexes sobre a arte, atravs da psicografia de

    22

  • nosso querido Chico Xavier, em diversas obras como : O Consolador, No Mundo Maior,

    Nosso Lar, dentre outras.

    Aos interessados em pesquisar sobre a arte na literatura esprita, recomendamos a

    consulta ao Vade-mcum Esprita6. L possvel pesquisar livros que tratam sobre o tema e as

    referidas pginas de cada obra, facilitando e direcionando a pesquisa.

    6. A consulta pode ser feita pela endereo eletrnico: http://www.vademecumespirita.com.br/goto/store/pesquisa.aspx?SID=Imagenet&p-assunto=ARTES .

    23

    http://www.vademecumespirita.com.br/goto/store/pesquisa.aspx?SID=Imagenet&p-assunto=ARTES

  • 10 EU QUERO VIVER ISSO EM MEU DIA A DIA!

    Queridos leitores, pensemos nos motivos que nos trazem Casa Esprita: Procuramos

    paz? Entendimento? Alento para nossas dores? Conhecer e estudar a Doutrina esprita?

    Procuramos por oportunidade de trabalho fraterno? Buscamos a reforma ntima e nossa

    evoluo espiritual? Buscamos nos aproximar de Deus? Quantos nobres motivos nos

    impulsionam a frequentar as Casas Espritas!

    Lon Denis nos brinda em O Espiritismo da Arte com uma, se no a mais, das

    elevadas funes da arte

    A arte, portanto, um dos meios de se sentir a grandeza de Deus. Devemos agradecer ao Criador por nos deixar sempre em relao com ele, e temos que nos tornar cada vez mais dignos disso. preciso venerar e amar a arte, porquanto, atravs da imensido do espao, ela a mensageira da imortal irradiao e do movimento divino universal

    (DENIS, 1994, p.77, grifos nosso)

    Certamente, atrelada evoluo do ser espiritual, uma das principais funes da Casa

    Esprita nos aproximar de Deus, para que possamos sentir sua grandeza, seja atravs do

    estudo, do trabalho fraterno, da arte (como nos orienta Lon Denis), dentre outros meios.

    Sentindo a grandeza de Deus seremos tocados pela luz divina que iluminar nossos caminhos

    e escolhas rumo nossa evoluo espiritual.

    Certamente no podemos deixar de usar a arte na Casa Esprita para esse nobre fim.

    Outra questo nos suscita reflexo. Somos os mesmos dentro e fora da Casa Esprita. Como

    estender os momentos de reflexo que temos na Casa Esprita para o dia a dia?

    Como manter o mesmo padro vibratrio dentro e fora da Casa Esprita? Enquanto

    estamos serenos, num ambiente preparado pela equipe espiritual, assistindo uma palestra ou

    tomando um passe, sentimos o bem estar e as boas vibraes. Como estender os benefcios de

    tais momentos para nosso dia a dia?

    At aqui j abordamos a importncia da arte para elevao do esprito e sua influncia

    em nosso dia a dia. Porque no se utilizar da arte dentro e tambm fora da Casa Esprita.

    Quanto tempo do nosso dia passamos no carro ou no nibus? Muitos de ns escutamos

    msica durante o percusso. Qual o contedo dessa msica? Quais os pensamentos e reflexes

    que ela nos suscita?

    Ao chegar em casa a noite ligamos a televiso. O jornal noticiando tragdias por todo

    o globo. Qual nossa sensao? Que vibrao os programas televisivos que assistimos nos

    trazem? Vamos ao cinema. O filme nos faz vibrar positivo? A pea de teatro que estamos

    24

  • assistindo nos eleva os sentidos?

    Certamente, se vamos a Casa Esprita em busca de equilbrio e comunho com Deus,

    podemos buscar tambm fora da Casa Esprita o complemento. A arte nos d essa

    possibilidade de estender os momentos positivos da Casa Esprita para o nosso dia a dia. Seja

    atravs da msica no carro, na pea de teatro no final de semana, do filme consolador, da

    pintura que tranquiliza, da dana que enobrece, da leitura edificante, etc.....

    Vejamos o trecho do dilogo entre Andr Luiz e o instrutor Calderaro na obra No

    Mundo Maior:

    [] pois ser crime danar? Buscar alegria constituir falta grave?[] - Que perguntas, Andr! O ato de danar pode ser to santificado como o ato de orar, pois a alegria sublime herana de Deus.

    (XAVIER, 2010, p.235, grifos nossos)

    Vincius, na obra Nas Pegadas do Mestre, ao abordar a relao entre a msica e o

    corao no deixa dvida do poder da msica

    A msica e o corao tm mistrios que entre si se relacionam. por isso que a uns agrada mais esta ou aquela melodia. Tal sinfonia faz vibrar os sentimentos de determinada pessoa enquanto que a outras pouco agrada ou mesmo enfastia. Cada indivduo, segundo as condies especialssimas do seu estado psquico, fica mais ou menos em consonncia com a determinada harmonia de uma msica.H afinaes, pois, na harmonia dos sentimentos que correspondem as afinaes na harmonia dos sons.A msica e o corao so confidentes que muito bem se entendem . Pela predileo das melodias entre as pessoas, pode-se descobrir perfeitamente as que se acham irmanadas pelos sentimentos.As cordas da Lira e do corao afinam-se num diapaso comum.

    H mistrios repetimos- entre a harmonia que regula o equilbrio das notas e aquela que preside o equilbrio de nosso eu .

    (CAMARGO, 2009, p.345,grifos nossos)

    Nos atentemos quantas horas de nosso dia estamos escutando msica. Imaginem se

    esta fosse de contedo elevado; se nos fizesse vibrar calma no congestionamento das cidades,

    nos trouxesse paz ao invs da violncia dos noticirios, nos contemplasse com amor nos

    momentos de dificuldade do lar. Busquemos nos utilizar da arte em toda a sua amplitude para

    preencher o nosso dia a dia com vibraes elevadas. Busquemos a arte espiritualizada ou a

    Arte Esprita.

    Camille Flammarion, em sua obra Deus na Natureza nos encoraja a apreciar todos

    25

  • os tipos de arte, obviamente de cunho elevado.[...]. Se sentistes, alguma vez, a magia da msica deixando-vos embalar por essas obras-primas, cujos autores ilustres tm pontilhado de encantos a travessia ocenica da vida, dizei-me: no vos parece que h fazes acsticas, harmonias que o ouvido no entendeu e das quais as melodias terrenas no representam mais que um eco amortecido?

    [ ..].Em vo se pretender que a Arte possa colimar outros fins que no sejam a representao de formas agradveis? Escultura, msica, pintura, apenas visam deleitar-nos os sentidos? Erro profundo ! Qual a beleza, que a nossa alma contempla na estaturia, no desenho, na harmonia? Qual a magia que nos atrai atravs das luzes e sombras dos ensaios perecveis? No ser a beleza ideal, a verdade misteriosamente oculta, da qual temos sede, procurando v-la em tudo? No ser o ideal puro, translcido, soberano, m possante, sedutor irresistvel de inteligncia?

    (FLAMMARION, 1939, p. 294,grifos nossos)

    ORAI E VIGIAI ! Quanta sabedoria e amor nos ensinamentos dessa mxima crist.

    Com certeza a arte de moral elevado , nos auxiliar na elevao do padro vibratrio de nosso

    dia a dia. Ela nos auxiliar a vigiar e atravs dela podemos tambm orar. Recordemos tambm

    as sbias palavras de Santo Agostinho: Quem canta ora duas vezes7.

    7 Disponvel em . Acessado em 01/01/2015

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    http://www.diocesedesaojoaodelrei.com.br/index.phpoption=com_content&view=article&id

  • 11 PORQUE NO SE UTILIZAR MAIS DA ARTE NO DIA A DIA DA

    CASA ESPRITA ?

    Demonstrada a importncia da arte no desenvolvimento do ser espiritual fica a

    questo: Porque no se utilizar mais da arte no dia a dia da Casa Esprita ? Quantos recursos

    de elevao moral trabalhamos na Casa Esprita! As palestras edificantes, os atendimentos

    fraternos, os passes confortantes, os cursos esclarecedores, a assistncia populao carente,

    dentre tantos outros trabalhos do bem.

    Usemos mais da arte, essa expresso do belo, tambm como ferramenta de elevao. A

    msica antes do passe ou da palestra preparando o ambiente e nos sintonizando com a equipe

    espiritual. A palestra musical, levando o evangelho com emoo atravs da arte. A mensagem

    e divulgao da Doutrina Esprita atravs da beleza do Teatro, a magia da poesia nos trazendo

    mais prximos da grandeza de Deus. O Coral que emite notas de esperana e acordes de amor,

    a msica e o teatro dinamizando as atividades da Evangelizao infantil e grupo de Jovens.

    Enfim, so inmeras as formas de se utilizar da arte no dia a dia da Casa Esprita.

    Recentemente a ABRARTE8 lanou o livro Arte no Centro Esprita Planejamento e

    Prtica. Trata-se da contribuio de valorosos companheiros da ABRARTE que trabalham no

    campo das artes, muitos deles h mais de duas dcadas. Por meio dessa obra oferecido aos

    dirigentes e trabalhadores de instituies espritas, elementos auxiliares aos estudos e prticas

    das atividades artsticas, sob a inspirao da Doutrina Esprita.

    Alm da fundamentao doutrinria sobre a importncia da Arte, o livro traz sugestes

    de planejamento e criao de ncleos artsticos. Incentiva e sugere meios de trabalho no

    Centro Esprita com o teatro, dana, audiovisual, msica, artes visuais e poesia. Recomenda-

    se a leitura dessa valorosa obra para todos os colegas que desenvolvem ou que venham a

    desenvolver atividades artsticas no meio esprita e tambm aos nobres colegas dirigentes das

    Casas Espritas.

    Segue abaixo trecho de Obras Pstumas, onde Kardec nos traz as concepes do

    Esprito:[ ..].A harmonia, a cincia e a virtude so as trs grandes concepes do Esprito: a primeira o arrebata, a segunda o esclarece, a terceira o eleva. Possudas em toda a plenitude, elas se confundem e constituem a pureza . Oh! Espritos puros que as possus! descei s nossas trevas e iluminai a nossa caminhada. Mostrai-nos a estrada que tomastes, a fim de que sigamos as vossas pegadas![...].

    (KARDEC, 1994, p. 181, grifos nossos)

    8 Associao Brasileira de Artistas Espritas27

  • Que belssimas palavras de Kardec e que importante papel tem a harmonia.

    Certamente devemos nos utilizar mais da arte no dia a dia da Casa Esprita. Lon Denis, em

    sua obra O Espiritismo na Arte, ao tratar da msica celeste, nos encoraja definitivamente

    nesse sentido ao relatar que a msica tem lugar importante no culto a Deus em todos os

    mundos.Eis por que, em todos os graus da escala dos mundos e da hierarquia dos espritos, a msica tem um lugar importante nas manifestaes do culto que as almas rendem a Deus . Nas esferas superiores, ela se torna uma das formas habituais da vida do ser, que se sente mergulhado em ondas de harmonia de uma intensidade e de uma suavidade inexprimveis.

    (DENIS, 1994, p.79, grifos nossos)

    Na mesma obra, Lon Denis, que tanto trabalhou para o desenvolvimento da Doutrina

    esprita, taxativo ao recomendar o cntico para completar uma cerimnia religiosa, no nos

    deixando qualquer dvida mais sobre a importncia da arte e a necessidade de utiliz-la no dia

    a dia da Casa EspritaO canto e a msica, em sua ntima unio, podem produzir a mais alta impresso. Quando a msica sustentada por nobres palavras, a harmonia musical pode elevar as almas at as regies celestes. o que acontece na msica religiosa, no canto sacro. O cntico produz uma dilatao salutar da alma, uma emisso fludica que facilita a ao das potncias invisveis. No h cerimnia religiosa verdadeiramente eficaz e completa sem o cntico.

    (DENIS, 1994, p. 89, grifos nossos)

    28

  • 12 IMPORTANTE TERMOS BOAS OPES ARTSTICAS

    [..]. Na realidade quanto mais elevados so os Espritos mais se dedicam ao trabalho. Mas isso no significa que eles no se dediquem aos estudos, s artes e ao lazer. O descanso, quando utilizado em ouvir boa msica, contemplar belos quadros e esculturas ou ler bons livros, tambm propicia um refazimento de energias gastas.[...]O corpo perispiritual, embora seja fludico tambm material e destarte necessita de descanso, mormente nos casos dos mais inferiores. Assim sendo, natural que as pessoas procurem pinacotecas, teatros e bibliotecas, segundo sua inclinao, para algumas horas agradveis, harmonizando-se fsica e psiquicamente.

    (RODRIGUES, 1991, p.116, grifos nossos)

    No trecho da obra Como vivem os Espritos, no captulo sobre as arte, observamos o

    relato dos espritos superiores que se dedicam no s ao trabalho mas tambm as artes. O

    texto nos traz como natural que procuremos pinacotecas, teatros e bibliotecas. Conforme j

    abordado, importante que busquemos a arte mas com ateno e discernimento, para que

    possamos usufruir da arte que nos eleve os sentimentos.

    Para que se escolha necessrio que haja opes. Todos buscamos a arte em nosso dia

    a dia. Por que a Casa Esprita no pode oferecer mais momentos de arte espiritualizada, como

    apresentaes musicais e teatrais, cursos de arte, etc..? O que hoje as Casas Espritas e o

    movimento esprita como um todo j oferecem em arte? Ns espritas no vamos com a

    famlia ao cinema no final de semana? No assistimos um show? No vamos ao teatro?

    Encontramos essas opes hoje nas Casas Espritas?

    Fora da Casa Esprita tambm h arte de contedo elevado. No se pretende que o

    esprita se feche dentro das atividades da Casa Esprita, de forma alguma. Inclusive como j

    abordado anteriormente refletimos sobre a possibilidade de estender os momentos que temos

    na Casa Esprita para o nosso dia a dia e o importante papel da arte nesta funo. Apenas

    convidamos os queridos irmos do movimento esprita a refletir sobre a possibilidade de

    trabalhar com a arte no dia a dia da Casa Esprita, dando opes de boa arte aos espritas.

    Se estamos imersos na arte em nosso dia, melhor que tenhamos contato com a arte

    espiritualizada, para nos deleitarmos das belezas divinas que ela nos oferece. Em contato com

    a arte que nos depura, podemos tambm ter mais recursos de comparao e senso crtico para

    analisarmos a arte a que estamos expostos em nosso dia a dia. o que Kardec, em Obras

    Pstumas, nos elucida ao citar que em contato com a msica sria desprezaremos a msica

    frvola que seduz as massas.

    29

  • O Espiritismo, com o moralizar d os homens, exercer, pois, grande influncia sobre a msica . Produzir mais compositores virtuosos, que transfundiro suas virtudes ao fazerem ouvidas suas composies.Rir-se- menos; chorar-se- mais; a hilaridade ceder lugar emoo, a fealdade beleza e o cmico grandiosidade. Por outro lado, os ouvintes que o Espiritismo dispuser a receber facilmente a harmonia gozaro, ouvindo a msica sria, de verdadeiro encanto; desprezaro a msica frvola e licenciosa, que seduz as massas . Quando o grotesco e o obsceno forem varridos pelo belo e pelo bem, desaparecero os compositores daquela ordem, porquanto, sem ouvintes, nada ganharo, e para ganhar que eles se emporcalham.

    Oh! sim, o Espiritismo ter influncia sobre a msica! Como poderia no ser assim? Seu advento transformar a arte, depurando-a. Sua origem divina, sua fora o levar a toda parte onde haja homens para amar, para elevar-se e para compreender. Ele se tornar o ideal e o objetivo dos artistas. Pintores, escultores, compositores, poetas iro buscar nele suas inspiraes e ele lhas fornecer, porque rico, inesgotvel. O Esprito do maestro Rossini voltar, numa nova existncia, a continuar a arte que ele considera a primeira de todas. O Espiritismo ser seu smbolo e o inspirador de suas composies.

    (KARDEC, 1994, p. 184, grifos nossos)

    Lon Denis em O Espiritismo na Arte tambm nos encoraja a buscar as

    apresentaes artsticas.Procurai as atraes artsticas , por mais pobres que sejam; enriquecei vosso pensamento, dai aos vossos nervos um alimento de fortes vibraes; enchei vosso crebro de sensaes que, no vosso mundo, se traduzem por estudos analticos de vossas vidas terrestres. Tudo isso, um dia, repercutir no espao, ao cntuplo, porquanto as vibraes armazenadas em vosso ser carnal despertaro e atrairo, como uma lira com mil asas, todas as sensaes atrativas que podem gerar os sentimentos mais harmoniosos, os mais elevados, que circulam nas correntes que emanam diretamente da esfera divina.

    (DENIS, 1994, p.73, grifos nossos)

    Definitivamente devemos buscar a arte de contedo moral elevado e a Casa Esprita

    pode nos oferecer mais. Evoluindo como cristos e espritas certamente desenvolveremos

    nossas produes artsticas. A evoluo da arte esprita j foi anunciada por Kardec em

    Obras Pstumas e na Revista Esprita de 1860.[..].Assim como a arte crist sucedeu arte pag, transformando-a, a arte esprita ser o complemento e a transformao da arte crist.

    (KARDEC, 1994, p. 158, grifos nossos)

    A pintura, a escultura, a arquitetura e a poesia se inspiraram sucessivamente nas idias pags e crists. Podeis dizer-nos se, depois da arte pag e da arte crist, no haveria um dia a arte esprita? O Esprito respondeu:Fazeis uma pergunta respondida por si mesma. O verme verme, torna-se bicho da seda, depois borboleta. Que h de mais etreo, de mais gracioso do que uma borboleta? Pois bem! a arte pag o verme; a arte crist o casulo; a arte esprita ser a borboleta.

    30

  • (KARDEC, Dezembro-1860, p. 531, grifos nossos)

    Yvonne A. Pereira narra em Devassando o Invisvel que muitos artistas renasceriam

    sob a coordenao de Victor Hugo a partir de 2000 para espiritualizar a Arte. Declarou que, salvo resolues posteriores, pretende reencarnar no Brasil, pas que futuramente muito auxiliar o triunfo moral das criaturas necessitadas de progresso, mas que tal acontecimento s se verificar do ano de 2000 em diante, quando descer Terra brilhante falange com o compromisso de levantar, moralizar e sublimar as Artes. No poder precisar a poca exata. S sabe que ser depois do ano de 2000, e que a dita falange ser como que capitaneada por Vtor Hugo, Esprito experiente e orientador.

    (PEREIRA, 1964, p.78)

    No a primeira vez que estas reencarnaes para impulso da Arte acontecem e

    certamente no ser a ltima. E nos perguntamos: reencarnando alguns destes no seio do

    movimento esprita, tero por certo o apoio necessrio para a realizao de suas tarefas?

    Encontraro o espao para sua Arte? Quem de ns sabe como se apresentaro? No j estaro

    alguns destes em nossos prprios grupos ou lares?

    Por estarem reencarnando os espritos artistas estamos isentos de nosso trabalho?

    Vamos ficar a espera que estes espritos artistas reencarnem, cresam para fazer a tarefa que

    acolhemos? Ser que eles no teriam maior facilidade se encontrarem o terreno limpo. O

    futuro da Arte, amigos espritas, j comeou.

    31

  • 13 RESOLUO CFN n 05/2014

    Aps vrios debates e estudos, convencida da importncia da arte e da necessidade de

    seu desenvolvimento no meio esprita, em 12 de fevereiro de 2014, a FEB (Federao Esprita

    Brasileira), considerando o carter de assessoramento da Comisso Executiva do CFN

    (Conselho Federativo Nacional), homologou o parecer da CFN sobre a Orientao para o

    uso da Arte na Atividade Esprita. Considerando a importncia da Arte como veculo de

    educao do esprito imortal e de divulgao da Doutrina esprita, a RESOLUO CFN n

    05/2014 apresenta orientaes para o uso da arte na atividade esprita, na qual esto definidos

    as diretrizes, os objetivos e as sugestes de projetos para sua execuo.

    A RESOLUO CFN n 05/20149 recomenda que o trabalho de Arte no Movimento

    Esprita seja desenvolvido por meio de aes junto aos trabalhadores espritas vinculados

    arte e demais trabalhadores das Instituies Espritas, a partir das trs diretrizes abaixo:

    DIRETRIZ 1- A DIFUSO DA DOUTRINA ESPRITA POR MEIO DA ARTE

    Objetivo: Difundir a Doutrina Esprita utilizando a arte como instrumento,

    preservando a fidelidade doutrinria, seja qual for a modalidade artstica escolhida, para,

    dessa forma, atender aos seus propsitos, quais sejam: favorecendo a evangelizao do

    esprito imortal, promovendo o bem, o belo, a harmonizao, os valores ticos, morais e a

    elevao da alma.

    Aes e Projetos: Utilizar a Arte nas atividades realizadas nas instituies espritas

    como na evangelizao, na harmonizao em palestras, nos eventos comemorativos, mostras,

    eventos artsticos beneficentes, nos eventos para o grande pblico (cinema, teatro, TV, rdio,

    internet, etc.), utilizando os princpios e os valores ticos e morais do Espiritismo nas

    manifestaes artsticas, por meio da arte-educao, a servio do bem e do belo.

    DIRETRIZ 2: A CAPACITAO TCNICO-PEDAGGICA E

    DOUTRINRIA DOS TRABALHADORES DA ARTE

    Objetivo: Atuar na capacitao tcnico-pedaggica e doutrinria de trabalhadores

    vinculados arte baseada na Codificao Esprita e Obras Subsidirias.

    9. A integra deste documento pode ser baixado pelo site: http://www.febnet.org.br/wp-content/uploads/2014/02/Resolu%C3%A7%C3%A3o-CFN-n%C2%BA-05_20141.pdf

    32

  • Aes e Projetos:

    Estimular no trabalhador esprita vinculado a arte o hbito do estudo

    doutrinrio contnuo, da orao, da permanente avaliao da melhoria dos trabalhadores

    envolvidos em atividades artsticas e sua integrao nas demais atividades da Casa Esprita.

    Promover o estudo do tema Espiritismo na Arte a partir do desenvolvimento de

    planos a serem elaborados em parceria com os trabalhadores espritas vinculados a arte,

    representantes das Federativas Estaduais e rgos de Unificao Regional ou Municipal.

    Promover mostras, seminrios, fruns e congressos por meio das instituies

    espritas que se destaquem pelos trabalhos artsticos, podendo ser realizados em conjunto com

    as instituies de arte existentes no Brasil, com vistas a conhecer as suas experincias e

    coletar subsdios para a elaborao de projetos que incrementem e desenvolvam a arte.

    DIRETRIZ 3: ESTMULO AO USO DA ARTE NAS INSTITUIES

    ESPRITAS

    Objetivo: Sensibilizar os dirigentes e trabalhadores em geral dos Centros Espritas

    quanto importncia da arte como instrumento de educao e elevao.

    Aes e Projetos:

    Promover campanhas que estimulem e orientem as manifestaes artsticas nas

    atividades das instituies espritas, dosando-as e localizando-as segundo as condies das

    assembleias a que se destinem.

    Estimular/Incentivar a criao de grupos de trabalho que desenvolvam

    atividades ligadas s manifestaes artsticas.

    Avaliar, a partir de critrios previamente definidos, com senso crtico a

    qualidade tcnica e doutrinria do trabalho para apresentaes dentro e fora do centro esprita.

    Identificar, convidar e capacitar, nas diferentes reas de atuao da instituio

    esprita, potenciais trabalhadores ligados s atividades artsticas.

    33

  • 14 ABRARTE ( Associao Brasileira de Artistas Espritas)

    Convencidos tambm da importncia da arte e da necessidade de seu desenvolvimento

    no meio esprita, trabalhadores artistas espritas criaram a ABRARTE. A Associao

    Brasileira de Artistas Espritas foi fundada no dia 8 de junho de 2007, em Salvador, na

    Federao Esprita do Estado da Bahia, durante o 4 Frum Nacional de Arte Esprita.

    A ABRARTE tem sua origem ligada ao Frum de Arte Esprita. O Frum um

    movimento nacional que rene artistas e integrantes de grupos espritas de arte de vrias

    cidades e estados brasileiros. J foram realizados 10 fruns-evento. O prximo Frum j est

    marcado para acontecer em Natal, no perodo de 4 a 7 de junho de 2015.

    A ABRARTE hoje uma realidade. Constitui-se numa organizao nacional que tem

    por finalidade concretizar os objetivos traados nos fruns: proporcionar a unio dos grupos,

    dos artistas e dos companheiros dedicados e de ideal, servindo de veculo de intercmbio de

    experincias, de aprendizado, promovendo o crescimento/aperfeioamento dos grupos e

    artistas, atravs de aes que estimulem o desenvolvimento da criatividade, a produo de

    trabalhos originais e de teor eminentemente esprita; e proporcionando reflexes e debates em

    torno da Arte Esprita.

    Recomendamos a todos que acompanhem o site da ABRARTE10 . O site atualizado

    constantemente com notcias relacionadas arte esprita em todo Brasil. Ainda encontramos

    links de artistas espritas, material para Download, o caderno de arte para reflexes sobre a

    arte dentre outros assuntos.

    A ABRARTE tem desenvolvido importante papel de debate e reflexes sobre a Arte

    Esprita junto as federativas espritas. Aos colegas que desenvolvem algum tipo de arte na

    Casa esprita, informamos que possvel se filiar ABRARTE e participar ativamente no

    desenvolvimento da arte esprita. Informamos ainda que para participar dos Fruns anuais no

    necessrio ser associado. Convidamos a todos os amigos espritas. So momentos

    abenoados de elevao espiritual no trabalho com a arte e de reflexes e debates sobre

    diversos temas ligados a arte.

    10. http://www.abrarte.org.br/ 34

    http://www.abrarte.org.br/

  • 15 NCLEO ABRARTE CAMPINAS / SP

    Em 2013, um grupo de artistas espritas filiados da ABRARTE e moradores de

    Campinas e regio criaram o NCLEO da ABRARTE CAMPINAS, com sede em Campinas

    e atuao em Campinas e Regio. Os objetivos do Ncleo so:

    Fomentar , divulgar e incentivar a arte dentro do movimento esprita de

    Campinas e Regio.

    Proporcionar a unio dos grupos, dos artistas e dos companheiros dedicados a

    arte esprita, servindo de veculo de intercmbio de experincias e de aprendizado.

    Proporcionar reflexes e debates em torno da Arte Esprita. Ex : Frum

    Proporcionar campanhas, eventos e apresentaes artsticas.

    Apoio aos eventos de arte esprita.

    Divulgar as aes da ABRARTE nacional e incentivar a associao de artistas

    espritas.

    O Ncleo ABRARTE Campinas composto inicialmente por 5 membros associados

    da ABRARTE, dos quais 4 integrantes do grupo musical Vozes do Amanha e 1 integrante do

    grupo Teatral Paluarte de Indaiatuba.

    Ressalta-se que o trabalho do Ncleo no se confunde com o trabalho do grupo Vozes

    do Amanha. Embora quatro membros do Grupo Vozes do amanh faam parte do Ncleo, os

    dois trabalhos so independentes. O mesmo ocorre com os trabalhos do Paluarte.

    Buscamos colaboradores de diversas Casas espritas de Campinas e regio que sejam

    artistas e que j realizem trabalho com a arte no movimento esprita, para que se unam ao

    Ncleo e auxiliem em seu desenvolvimento.

    Buscamos tambm os colaboradores espritas que trabalhem com arte, fora da Casa

    esprita, para realizar aes de incentivo e fomento da arte dentro das Casas espritas em que

    frequentam, contribuindo assim com o desenvolvimento da arte nestas Casas. Esses

    colaboradores continuaro sendo membros de suas Casas de origem, podendo atuar em outras

    Casas nas aes desenvolvidas pelo Ncleo ABRARTE. A ideia conscientizar esses artistas

    da importncia do trabalho com a arte na seara esprita como instrumento doutrinrio e cristo

    e traz-los para o movimento artstico esprita e, em caso de interesse, associ-los

    ABRARTE.

    Inicialmente no haver sede para o ncleo. Os eventos e aes de incentivo, fomento

    35

  • e divulgao da arte esprita sero realizados nas Casas espritas de Campinas e regio.

    Pretende-se iniciar os trabalhos com visitas as diversas Casas de Campinas e regio

    com finalidade de apresentar o Ncleo ABRARTE, seus objetivos, e colocar-se a disposio

    para apoio nos trabalhos artsticos dessas instituies. Esse trabalho inicialmente, dar-se-,

    com apresentao desta palestra, sobre a importncia da arte nos trabalhos da Casa esprita e

    na divulgao da doutrina esprita.

    Alm da palestra sero feitas pesquisas junto as Casas, com a finalidade de identificar

    trabalhadores da arte nestas Casas, e ainda artistas que frequentam a Casa mas no trabalham

    com a arte na seara esprita. O objetivo mapear as atividades artsticas em andamento,

    quantos e quem so os artistas e que tipo de arte desenvolvem.

    Conhecendo os artistas das diversas Casas de Campinas e Regio, ser possvel

    estreitar a comunicao entre todos, criar lista de e-mail para estabelecer contato permanente,

    incentivar o desenvolvimento de novas atividades , captar novos colaboradores, incentivar o

    intercmbio dos artistas das vrias Casas espritas para que se apresentem em locais diversos,

    formar novos grupos artsticos mistos com trabalhadores de Casas distintas , etc...

    Por fim, deixamos uma ltima mensagem para reflexo de todos ns : No

    exclusivamente necessrio que espritos artistas reencarnem para que a tarefa se inicie, pois

    estamos em contato com eles o tempo todo. A todo instante o futuro se anuncia, mas o

    presente que devemos ter sob o olhar pois nele que nossas escolhas fazem surtir os

    resultados para o amanh. Espritas, busquemos a Arte Esprita agora! Integre-se a ABRARTE

    e nos auxilie na abenoada seara artstica esprita.

    36

  • REFERNCIAS

    DENIS, Lon. O Espiritismo na Arte, 2 edio. Niteri: Publicaes Lachtre, 1994.

    XAVIER, Francisco Cndido. O Consolador, 5 edio. Rio de Janeiro: FEB

    (Federao Esprita Brasileira), 1970.

    Bblia Sagrada. Salmos. Disponvel em:< http://www.bibliaon.com/versiculo/salmos>.

    Acesso em 30/12/2014.

    KARDEC, Allan. O Cu e o Inferno, 60 edio. Braslia: FEB (Federao Esprita

    Brasileira), 1994.

    XAVIER, Francisco Cndido. Nosso Lar, 61 edio. Braslia: FEB (Federao

    Esprita Brasileira), 2010.

    KARDEC, Allan. Obras Pstumas, 24 edio. Braslia: FEB (Federao Esprita

    Brasileira), 1994.

    KARDEC, Allan. O Livro dos Esprito, 182 edio. Araras: Ide Editora, 2009.

    RODRIGUES, Antonio Fernandes. Como Vivem os Espritos, 1 edio. So Paulo:

    Petit Editora e Distribuidora Ltda, 1990.

    KARDEC, Allan. Revista Espirita. Braslia: FEB (Federao Esprita Brasileira), Maio

    de 1958 e Dezembro de 1860.

    CAMARGO, Vincius Pedro de. Nas pegadas do Mestre, 12 edio. Rio de Janeiro:

    FEB (Federao Esprita Brasileira), 1939.

    FLAMMARION, Camille. Deus na Natureza, 1 edio. Rio de Janeiro: FEB

    (Federao Esprita Brasileira), 2009.

    XAVIER, Francisco Cndido. No Mundo Maior, 26edio. Rio de Janeiro: FEB

    (Federao Esprita Brasileira), 2010.

    FRANCO, Divaldo Pereira. Atualidade do Pensamento Esprita, 3 edio. Salvador:

    Livraria Esprita Alvorada Editora, 1999.

    PEREIRA, Yvonne Amaral. Devassando o Invisvel, 2 edio. Rio de Janeiro: FEB

    (Federao Esprita Brasileira), 1964.

    37

    http://www.bibliaon.com/versiculo/salmos_69_30/

  • ANEXO A

    QUESTIONRIO

    NOME:

    TELEFONE:

    EMAIL:

    CASA ESPRITA QUE FREQUENTA:

    1) Trabalha, ou j trabalhou, com arte fora da Casa Esprita ? Em caso positivo descrever a atividade artstica. Se msico, informar o(s) instrumento(s) que toca.

    2) Trabalha, ou j trabalhou, com arte dentro da Casa Esprita ou em evento esprita ? Em caso positivo descrever a atividade artstica. Se musical informar o(s) instrumento(s) que toca.

    3) Podemos incluir seu e-mail na lista de e-mail do Ncleo da ABRARTE Campinas para receber noticias das atividades artsticas de Campinas e Regio.

    38

  • ANEXO B

    Arquivo em PDF do livro O espiritismo na arte. Para baixar clicar no alfinete abaixo

    ANEXO C

    Arquivo em PDF da RESOLUO CFN n 05/2014. Para baixar clicar no alfinete

    abaixo

    NUCLEO ABRARTE CAMPINAS / SP

    Verso 01 em 07/01/2015

    CONTATO: [email protected]

    39

  • O Espiritismo Na Arte

    SUMRIO I - ARQUITETURA E ESCULTURA A arte na espiritualidade O processo de criao

    II A INSPIRAO O mecanismo da inspirao H inspirao nos tempos modernos III O SENSO ARTISTICO A elaborao da obra de arte A pintura IV - LITERATURA E ORATORIA O pensamento na arte A transmisso espiritual da arte

    V - O ESPIRITISMO, A LITERATURA E A MSICA A msica do plano espiritual A arte para os espritos VI - A MSICA E A MEDIUNIDADE

  • VII - A MSICA TERRESTRE VIII - O PERISPRITO E A SENSIBILIDADE MUSICAL O perisprito: instrumento do esprito Comentrios IX - A MSICA CELESTE A harmonia A percepo do som no mundo espiritual Comentrios X - SOM E COR As notas musicais Comentrios XI - CORRENTES MUSICAIS A msica do espao XII - COMENTRIO FINAL

    I - ARQUITETURA E ESCULTURA

    A beleza um dos atributos divinos. Deus colocou nos seres e nas coisas esse misterioso encanto que nos atrai, nos seduz, nos cativa e enche a alma de admirao, s vezes de entusiasmo.

    A arte a busca, o estudo, a manifestao dessa beleza eterna, da qual aqui na Terra no percebemos seno um reflexo. Para contempl-la em todo o seu esplendor, em todo o seu poder, preciso subir de grau em grau em direo fonte da qual ela emana, e esta uma tarefa difcil para a maioria de ns. Ao menos podemos conhec-la atravs do espetculo que o universo

  • oferece aos nossos sentidos, e tambm atravs das obras que ela inspira aos homens de talento.

    O espiritismo vem abrir para a arte novas perspectivas, horizontes sem limites. A comunicao que ele estabelece entre os mundos visvel e invisvel, as informaes fornecidas sobre as condies da vida no alm, a revelao que ele nos traz das leis superiores de harmonia e de beleza que regem o universo, vem oferecer a nossos pensadores, a nossos artistas, inesgotveis temas de inspirao.

    A observao dos fenmenos de apario d a nossos pintores imagens da vida fludica, das quais James Tissot j pde tirar proveito com as ilustraes de sua (Vida de Jesus). Oradores, escritores, poetas, encontraro nesses fenmenos fonte de idias e de sentimentos. O conhecimento das vidas sucessivas do ser, sua ascenso dolorosa atravs dos sculos, o ensinamento dos espritos a respeito dessa grandiosa questo do destino, lanar, em toda a histria, uma inesperada luz, e fornecero ainda aos romancistas, aos poetas, temas de drama, mbeis de elevao, todo um conjunto de recursos intelectuais que ultrapassaro em riqueza tudo que o pensamento j pde conhecer at o momento.

    Quando refletimos a respeito de tudo o que o espiritismo traz humanidade, quando meditamos nos tesouros de consolao e de esperana, na mina inesgotvel de arte e de beleza que ele vem lhe oferecer, sentimo-nos cheios de piedade pelos homens ignorantes e prfidos cujas malvolas crticas no tm outra finalidade seno tirar o crdito, ridicularizar e at mesmo sufocar a nascente idia cujos benefcios j so to sensveis. Evidentemente essa idia, em sua aplicao, necessita de um exame, um controle rigoroso, mas a beleza que dela se desprende revela-se deslumbrante a todo pesquisador imparcial, a todo observador atento.

    O materialismo, com sua insensibilidade haviam esterilizado a arte. Esta se arrastava na estreiteza do realismo, sem poder elevar-se ao mximo da beleza ideal. O espiritismo vem dar-lhe novo curso, um impulso mais vive em direo s alturas, onde

  • ela encontra a fonte fecunda das inspiraes e a sublimidade do talento.

    O objetivo essencial da arte, j dissemos, a busca e a realizao da beleza , ao mesmo tempo a busca de Deus, uma vez que Deus a fonte primeira e a realizao perfeita da beleza fsica e moral.

    Quanto mais a inteligncia se purifica, se aperfeioa e se eleva, mais se impregna da idia do belo. O objetivo essencial da evoluo ser, portanto, a busca e a conquista da beleza, a fim de realiz-la no ser e em suas obras. Tal a regra da alma em sua ascenso infinita.

    J a se impe a necessidade das existncias sucessivas como meio de adquirir, atravs de esforos contnuos e graduais, um sentido mais preciso do bem e do belo. O incio modesto aqui no plano terrestre, a alma prepara-se primeiramente atravs de tarefas humildes, obscuras, apagadas; e em seguida, pouco a pouco, passando por novas etapas, o esprito adquire a dignidade de artista. Mais alm ainda, ele ir se abrir s concepes amplas e profundas que so privilgio dos gnios, e tornar-se- capaz de realizar a lei suprema da beleza ideal.

    Na Terra nem todos os artistas inspiram-se nesse ideal superior. A maior parte limita-se a imitar o que chamam "a natureza", sem se aperceberem de que esta no seno um dos aspectos da obra divina. Porm no espao a arte se reveste, ao mesmo tempo, das mais sutis e mais grandiosas formas, e ilumina-se com um reflexo divino.

    por este motivo que neste estudo fizemos questo de consultar, sobretudo nossos espritos guias, de recolher e resumir seus ensinamentos. Nos domnios onde vivem, as fontes de inspirao so mais abundantes, o campo de ao amplia-se; o pensamento, vontade, o poder supremo, afirmam-se e resplandecem com mais intensidade.

    Nossos protetores invisveis enviaram-nos primeiramente o esprito Massenet, que veio nos ditar cinco lies sobre a msica celeste, procedendo como fazia na Terra em seus cursos no

  • Conservatrio. Porm isto no nos podia ser suficiente; para ns eram necessrios dados mais gerais, vises de conjunto sobre como a arte compreendida e praticada no alm.

    Observa-se, com freqncia, nas obras inspiradas por espritos, sobretudo nos livros anglo-saxes, a descrio de lugares, monumentos, habitaes, criados com o auxlio dos fluidos, atravs da vontade dos habitantes do espao. Tnhamos necessidade de esclarecimentos a respeito desse assunto to controvertido e sobre o qual faltaram at o momento informaes precisas.

    Devido a nossos reiterados pedidos, e a fim de nos informar, os guias anunciaram-nos uma entidade que se apresentou sob o nome de o Esteta, e cuja verdadeira identidade no nos seria revelada seno ao final deste estudo. Imediatamente tivemos a impresso de que nos encontrvamos em presena de um esprito de alto valor.

    O fenmeno produz-se sob a forma de incorporaes. A partir do momento em que a entidade toma posse do mdium treinado, os traos deste, que um jovem cego, tomam uma expresso de calma, de serenidade quase Anglica, e que contrasta com a maneira de ser dos outros espritos. A fala suave, penetrante; e quando a sesso termina, os assistentes encontram-se sob forte impresso de paz, de serenidade, de quietude profunda. O mdium, despertando, ignora completamente o que foi dito atravs de sua boca durante o transe, e declara encontrar-se como que mergulhado em um "banho de radiaes". Ele experimenta uma inexprimvel sensao de bem-estar.

    O Esteta tomou a arquitetura como tema das duas primeiras lies estenografadas, as quais reproduzimos mais adiante. Escolheu como modelo a catedral porque ela serve de moldura a todas as outras artes. Mais adiante ele nos falar de escultura, de pintura, de eloqncia e, enfim, do estudo da msica, e as lies de Massenet viro completar esta exposio.

  • Lembramos aqui que todo esprito que emana de Deus no apenas possui uma centelha da inteligncia divina como, ainda, goza de uma parcela do poder criador, poder que ele chamado a manifestar cada vez mais no decorrer de sua evoluo, tanto em suas encarnaes planetrias quanto na vida no espao. Na Terra, sob o vu da carne, essa inteligncia e esse poder ficam diminudos; e, contudo maravilhoso constatar at que ponto o talento do homem pde subjugar as foras brutais da matria, vencer sua resistncia, sua hostilidade, submet-las a suas necessidades e at mesmo a suas fantasias! O homem trabalha o ferro, funde o bronze e o vidro, esculpir a pedra, faz esttuas, erige palcios e templos; o homem abre caminhos atravs das montanhas e une os mares. Porm no espao esse poder criador afirma-se com muito mais fora quanto mais sutil seja a matria fludica e quanto melhor tenha o esprito aprendido a combinar os elementos etreos que so a prpria substncia do universo. A todas as dificuldades da obra terrestre desaparecem; basta uma firme ao mental para que se d aos fludos as formas que o esprito deseja realizar e tornar durveis.

    Mesmo nessa vida, vemos no sono hipntico a vontade do operador dar aos objetos, s substncias, propriedades temporrias, que exercem sobre os sujeito incontestveis influncias.

    Em um grau mais elevado, por exemplo, nas materializaes de espritos, vontade destes cria formas, rostos, vestimentas, atributos sem