nt special topics portuguese

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ÍNDICE DE TÓPICOS ESPECIAIS DO NOVO TESTAMENTO Os seguintes Tópicos Especiais são tirados dos nossos comentários versículos por versículos. Eles tratam de 1. Estudos de palavra 2. Questões teológicas 3. Questões hermenêuticas 4. Questões culturais 5. Questões geográficas 6. Questões “polêmicas” na igreja hoje Nós esperamos que isto será uma maneira rápida para você acessar esses tópicos. “Permanecer” nos Escritos de João....................................................................................................................1 Abominação de Desolação ................................................................................................................................2 Abundar (peristeuō) ..........................................................................................................................................2 Adocionismo .....................................................................................................................................................3 Adultério ...........................................................................................................................................................3 Idade .................................................................................................................................................................5 Esta era e a Era por Vir .....................................................................................................................................7 Álcool – Alcoolismo .........................................................................................................................................7 Esmola ..............................................................................................................................................................9 Amém ..............................................................................................................................................................11 Pesos e Volumes do Antigo Oriente Próximo .................................................................................................12 Anjos nos Escritos de Paulo ............................................................................................................................14 Unção na Bíblia ...............................................................................................................................................14 Retorno de Cristo a Qualquer Momento vs. Ainda Não .................................................................................15 Literatura Apocalíptica ....................................................................................................................................16 Apostasia (aphistēmi) ......................................................................................................................................17 Nomes dos Apóstolos ......................................................................................................................................19 Archē ...............................................................................................................................................................19 Arca da Aliança ...............................................................................................................................................20 Arminianismo ..................................................................................................................................................21 Ascensão .........................................................................................................................................................24 Certeza (veja também “Certeza Cristã) ..........................................................................................................24 Autor/Líder .....................................................................................................................................................26 Autoridade (exousia) ......................................................................................................................................26 Batismo ...........................................................................................................................................................27 Barnabé ...........................................................................................................................................................27

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Trata de temas biblicos estudo vindo do texas usa.

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Page 1: NT Special Topics Portuguese

ÍNDICE DE TÓPICOS ESPECIAIS DO NOVO TESTAMENTO Os seguintes Tópicos Especiais são tirados dos nossos comentários versículos por versículos. Eles tratam de 1. Estudos de palavra 2. Questões teológicas 3. Questões hermenêuticas 4. Questões culturais 5. Questões geográficas 6. Questões “polêmicas” na igreja hoje Nós esperamos que isto será uma maneira rápida para você acessar esses tópicos.

“Permanecer” nos Escritos de João....................................................................................................................1

Abominação de Desolação ................................................................................................................................2

Abundar (peristeuō) ..........................................................................................................................................2

Adocionismo .....................................................................................................................................................3

Adultério ...........................................................................................................................................................3

Idade .................................................................................................................................................................5

Esta era e a Era por Vir .....................................................................................................................................7

Álcool – Alcoolismo .........................................................................................................................................7

Esmola ..............................................................................................................................................................9

Amém ..............................................................................................................................................................11

Pesos e Volumes do Antigo Oriente Próximo .................................................................................................12

Anjos nos Escritos de Paulo ............................................................................................................................14

Unção na Bíblia ...............................................................................................................................................14

Retorno de Cristo a Qualquer Momento vs. Ainda Não .................................................................................15

Literatura Apocalíptica ....................................................................................................................................16

Apostasia (aphistēmi) ......................................................................................................................................17

Nomes dos Apóstolos ......................................................................................................................................19

Archē ...............................................................................................................................................................19

Arca da Aliança ...............................................................................................................................................20

Arminianismo ..................................................................................................................................................21

Ascensão .........................................................................................................................................................24

Certeza (veja também “Certeza Cristã) ..........................................................................................................24

Autor/Líder .....................................................................................................................................................26

Autoridade (exousia) ......................................................................................................................................26

Batismo ...........................................................................................................................................................27

Barnabé ...........................................................................................................................................................27

Page 2: NT Special Topics Portuguese

Ser Fortalecido ................................................................................................................................................28

Crer (SUBSTANTIVO, VERBO, ADJETIVO) ............................................................................................29

Crer (pisteuō) em João ....................................................................................................................................30

Herança dos Crentes .......................................................................................................................................31

Berenice ..........................................................................................................................................................31

Irrepreensível ..................................................................................................................................................31

Vanglória .......................................................................................................................................................33

Inclinações Evangélicas do Bob ....................................................................................................................34

Corpo e Espírito .............................................................................................................................................34

Ousadia (parrēsia) .........................................................................................................................................34

Fôlego, Vento Espírito ...................................................................................................................................35

Praticas de Sepultamento ...............................................................................................................................35

Especiarias de Sepultamento .........................................................................................................................36

Chamados ......................................................................................................................................................36

Calvinismo .....................................................................................................................................................21

Cânon (Hebraico) ...........................................................................................................................................37

Gráfico dos Nomes dos Apóstolos ................................................................................................................19

O Cristão e a Paz ...........................................................................................................................................37

Certeza Cristã ................................................................................................................................................38

Liberdade Cristã vs. Responsabilidade Cristã ..............................................................................................39

Crescimento Cristão ......................................................................................................................................40

O Cristianismo é Coletivo .............................................................................................................................40

Igreja (ekklesia) .............................................................................................................................................40

Moedas em Uso na Palestina na Época de Jesus ...........................................................................................41

Conforto ........................................................................................................................................................41

Vindo Nas Nuvens ........................................................................................................................................42

Confissão .......................................................................................................................................................42

Consciência ....................................................................................................................................................43

Cidade de Corinto .........................................................................................................................................43

Pedra Angular ................................................................................................................................................44

Aliança ...........................................................................................................................................................45

Maldição (anathema) .....................................................................................................................................46

Data do Êxodo ...............................................................................................................................................46

Aquele Dia .....................................................................................................................................................48

Os Mortos, Onde Eles estão? (Sheol/Hades, Gehenna, Tartarus) ................................................................48

Page 3: NT Special Topics Portuguese

Graus de Recompensas e Punição .................................................................................................................51

O Demoníaco (espíritos impuros) .................................................................................................................52

Destruir, Arruinar, Corromper (phtheirō) .....................................................................................................53

Destruição (apollumi) ....................................................................................................................................54

As Perguntas dos Discípulos .........................................................................................................................54

Divisões da Bíblia Hebraica ..........................................................................................................................55

O Crente Nunca Cai? .....................................................................................................................................17

Uso de “Porta” no NT ....................................................................................................................................56

Literatura Oriental ..........................................................................................................................................57

Edificar ..........................................................................................................................................................58

Oração Eficaz ................................................................................................................................................58

Ancião ...........................................................................................................................................................59

Eleição ...........................................................................................................................................................60

Eleição/Predestinação e a necessidade de Um Equilíbrio Teológico ............................................................60

Fim ou Cumprimento ....................................................................................................................................61

Escatologia ....................................................................................................................................................61

Eterno ............................................................................................................................................................67

Evidência da Salvação de Alguém (NT) .......................................................................................................67

Êxodo 20.12-16 .............................................................................................................................................68

Exorcismo ......................................................................................................................................................73

Fé (pistis) .......................................................................................................................................................74

Cair da Graça? ...............................................................................................................................................17

Jejum ..............................................................................................................................................................75

Pai ..................................................................................................................................................................76

Paternidade de Deus ......................................................................................................................................76

Fogo ...............................................................................................................................................................78

Primogênito ....................................................................................................................................................78

Carne (sarx) ....................................................................................................................................................79

Tolice (termos) ...............................................................................................................................................79

Para Sempre (expressão idiomática grega) ....................................................................................................79

Para Sempre (‘olam) ......................................................................................................................................80

Forma (tupos) .................................................................................................................................................82

Quarenta e Dois Meses ..................................................................................................................................83

Gamaliel .........................................................................................................................................................83

Gehenna (Onde Estão os Mortos?) ................................................................................................................48

Page 4: NT Special Topics Portuguese

Generoso/Sincero (haplotes) ..........................................................................................................................84

Glória (apaugasma) ........................................................................................................................................84

Glória (doxa) ...................................................................................................................................................85

Gnosticismo ....................................................................................................................................................85

Deus Descrito como Humano (antropomorfismo) .........................................................................................86

Plano de Deus para Redenção ........................................................................................................................87

Governo ..........................................................................................................................................................87

O Maior Mandamento ....................................................................................................................................89

Termos Gregos para Testar e Suas Conotações .............................................................................................90

Ritos de Lamento ...........................................................................................................................................91

Garantia ..........................................................................................................................................................91

Hades .............................................................................................................................................................48

Cabeça (kephalē) ...........................................................................................................................................92

Curar ..............................................................................................................................................................92

Coração ..........................................................................................................................................................93

Os Céus e o Terceiro Céu ..............................................................................................................................93

Herodes e Sua Família ...................................................................................................................................94

Herodianos .....................................................................................................................................................96

Santo ..............................................................................................................................................................97

O Santo ..........................................................................................................................................................98

Homossexualidade .........................................................................................................................................98

Esperança .......................................................................................................................................................99

Chifres Usados Por Israel ..............................................................................................................................99

A Hora .........................................................................................................................................................100

Fala Humana ................................................................................................................................................100

Fome .............................................................................................................................................................101

Hipócritas .....................................................................................................................................................103

Iluminação ....................................................................................................................................................103

Inspiração .....................................................................................................................................................104

Oração Intercessória .....................................................................................................................................104

Percepções de Êxodo 20.12-16 ......................................................................................................................68

Interpretando Parábolas ................................................................................................................................138

Curar é Plano de Deus para Todas as Eras? ...................................................................................................92

Iscariotes .......................................................................................................................................................107

Tiago, o Meio Irmão de Jesus .......................................................................................................................108

Page 5: NT Special Topics Portuguese

Jesus e o Espírito ..........................................................................................................................................108

Jesus Como Sumo Sacerdote .......................................................................................................................109

O Retorno de Cristo a Qualquer Momento vs. Ainda Não vs. O Ainda Não ...............................................15

Jesus o Nazareno ..........................................................................................................................................109

Aparições de Jesus Pós-ressurreição ............................................................................................................110

Retorno de Jesus ..........................................................................................................................................110

João 1 Comparado com 1 João 1 .................................................................................................................111

João 6 (A Ceia do Senhor em João) ............................................................................................................111

Uso de João de Crer com PREPOSIÇÕES ................................................................................................112

Julgar (Os Cristãos Deveriam julgar Uns aos Outros?) ..............................................................................113

O Kerygma da Igreja Primitiva ...................................................................................................................113

O Reino de Deus .........................................................................................................................................114

Koinōnia (Comunhão) .................................................................................................................................114

Kosmos (em Paulo) ......................................................................................................................................115

Ktisis ............................................................................................................................................................115

Imposição de Mãos .....................................................................................................................................115

Fermento .....................................................................................................................................................116

Logos (Palavra) ...........................................................................................................................................116

A Ceia do Senhor em João .........................................................................................................................111

A Ceia do Senhor (Ordem do Culto da Páscoa).........................................................................................141

Mágica ........................................................................................................................................................117

Maranatha ..................................................................................................................................................118

Messias .......................................................................................................................................................118

Monoteísmo ................................................................................................................................................119

A Lei Mosaica e o Cristão ..........................................................................................................................120

Autoria de Moisés do Pentateuco ..............................................................................................................120

Monte Sinai (Localização) .........................................................................................................................123

Assassinato .................................................................................................................................................123

Mistério nos Evangelhos ............................................................................................................................125

Mistério nos Escritos de Paulo ...................................................................................................................126

Nomes para a Divindade ............................................................................................................................126

O Nome do Senhor ....................................................................................................................................129

Recursos Naturais ......................................................................................................................................130

Nazareno ....................................................................................................................................................130

Voto de Nazireu ........................................................................................................................................131

Page 6: NT Special Topics Portuguese

A Necessidade de Perseverar ....................................................................................................................132

Profecia do NT ..........................................................................................................................................138

Termos do NT para o Retorno de Cristo ...................................................................................................135

A Noite do Julgamento de Jesus ...............................................................................................................136

Anular (katargeō) ......................................................................................................................................136

Títulos do AT do Especial Que Há de Vir ................................................................................................137

Parábolas, Como Interpretar ......................................................................................................................138

Páscoa (Ordem do Culto) ..........................................................................................................................141

Admoestações de Paulo para Escravos .....................................................................................................141

Defesa Legal de Paulo (elementos comuns em Atos) ...............................................................................142

Oração, Louvor e Ação de Graças de Paulo .............................................................................................142

Uso de Paulo dos Compostos de Huper ...................................................................................................143

Visão de Paulo da Lei Mosaica .................................................................................................................144

Paz (sentidos diferentes) ...........................................................................................................................145

Paz e Guerra ..............................................................................................................................................145

Perseverança ..............................................................................................................................................147

Mal Pessoal ................................................................................................................................................148

Pessoalidade do Espírito ............................................................................................................................150

Pedro ..........................................................................................................................................................150

Fariseus ......................................................................................................................................................152

Pôncio Pilatos ............................................................................................................................................153

Derramado .................................................................................................................................................154

Diretrizes Práticas para Como os Crentes Possam Conhecer Seu Dom ....................................................154

Guarda Pretoriana ......................................................................................................................................155

Oração (veja Oração Eficaz e Oração Intercessória) ........................................................................58 & 104

Oração, Ilimitada Contudo Limitada .........................................................................................................155

Predestinação ...............................................................................................................................................60

Predestinação (Calvinismo) vs. Livre arbítrio Humano (Arminianismo) ....................................................21

Profecia (NT) ..............................................................................................................................................138

Profecia (AT) ................................................................................................................................................51

Punição (veja Graus de Recompensas e Punição) ........................................................................................51

Qualificações para Trabalhadoras Femininas da Igreja ..............................................................................156

Racismo .......................................................................................................................................................157

Resgate/Remir .............................................................................................................................................160

Reinando no Reino de Deus .......................................................................................................................162

Page 7: NT Special Topics Portuguese

Remanescente, três sentidos .......................................................................................................................162

Renovar (anakainōsis) ................................................................................................................................163

Arrependimento ..........................................................................................................................................163

Ressurreição ................................................................................................................................................164

Recompensas (veja Graus de Recompensas e Punição) ................................................................................51

Justiça ..........................................................................................................................................................165

Sabbath ........................................................................................................................................................167

Saduceus ......................................................................................................................................................168

Santos ..........................................................................................................................................................169

Salvação (TEMPOS VERBAIS Gregos) ....................................................................................................170

Salvação (Termo do AT) .............................................................................................................................171

Santificação .................................................................................................................................................171

Sinédrio .......................................................................................................................................................171

Satanás ........................................................................................................................................................173

Intenções .....................................................................................................................................................175

Escribas .......................................................................................................................................................175

Selo ..............................................................................................................................................................176

Segunda Vinda ............................................................................................................................................176

Enviar (apostellō) ........................................................................................................................................177

Liderança de Servo .....................................................................................................................................178

Sombra Como uma Metáfora para Proteção e Cuidado .............................................................................178

Sheol (veja Hades, Gehenna) ........................................................................................................................48

Os Cristão Deveriam julgar Uns aos Outros? .............................................................................................179

Pecado para Morte ......................................................................................................................................179

Silas – Silvano .............................................................................................................................................181

Escravos – Escravidão .................................................................................................................................141

“Filhos de...” ................................................................................................................................................181

Filho de Deus ...............................................................................................................................................182

Filhos de Deus em Gênesis ..........................................................................................................................183

Filho do Homem ..........................................................................................................................................185

Sofistas ........................................................................................................................................................186

Fala ..............................................................................................................................................................100

O Espírito e Jesus ........................................................................................................................................108

Espírito na Bíblia ........................................................................................................................................186

Espírito (pneuma) No NT ...........................................................................................................................188

Page 8: NT Special Topics Portuguese

Permanecer (histēmi) ..................................................................................................................................189

Submissão (hupotassō) ...............................................................................................................................190

Números Simbólicos na Escritura ..............................................................................................................190

Tartarus (veja Sheol) ....................................................................................................................................48

Os Dez Mandamentos ................................................................................................................................192

Termos para Pessoas Tolas ..........................................................................................................................79

Termos para a Segunda Vinda ...................................................................................................................176

Testar (peirazō e dokimazō) .........................................................................................................................90

Crítica Textual .............................................................................................................................................195

Ação de Graças ...........................................................................................................................................196

Aquele Dia ...................................................................................................................................................200

Timóteo ........................................................................................................................................................200

Dízimo ..........................................................................................................................................................201

Títulos para o Especial que Há de Vir .........................................................................................................202

Tito ...............................................................................................................................................................203

Tribulação ....................................................................................................................................................203

A Trindade ..................................................................................................................................................204

Confiar (fé) ....................................................................................................................................................74

Verdade (o conceito) nos Escritos de João ..................................................................................................205

Verdade (o termo) nos Escritos de João ......................................................................................................206

Verdade nos Escritos de Paulo ....................................................................................................................207

Tipologia ......................................................................................................................................................207

Doze .............................................................................................................................................................208

As Duas “Cidades” de Isaías .......................................................................................................................209

O Pecado Imperdoável ................................................................................................................................210

Uso de “Mandamento” nos Escritos de João ..............................................................................................210

Vícios e Virtudes .........................................................................................................................................211

Guerra no Céu ..............................................................................................................................................212

Fraqueza .......................................................................................................................................................212

Riqueza ........................................................................................................................................................213

O Que É Pecado Para a Morte ....................................................................................................................179

Onde Estão Os Mortos? (Sheol/Hades, Gehenna, Tartarus) ........................................................................48

Por Que os Cristãos Sofrem? .......................................................................................................................215

A Vontade (thelēma) de Deus .....................................................................................................................216

Vinho e Bebida Forte ......................................................................................................................................7

Page 9: NT Special Topics Portuguese

Testemunhas para Jesus ..............................................................................................................................217

Mulheres na Bíblia ......................................................................................................................................217

Mulheres no Ministério ...............................................................................................................................219

Mulheres Permanecem em Silêncio ............................................................................................................220

As Mulheres que Seguiam Jesus .................................................................................................................220

Mulheres Que Viajaram com Jesus e Seus Discípulos ...............................................................................222

APÊNDICE UM: Breves Definições da Estrutura Gramatical Grega .......................................................223

APÊNDICE DOIS: Abreviaturas Usadas Neste Estudo ...........................................................................233

Page 10: NT Special Topics Portuguese

TÓPICOS ESPECIAIS DO NOVO TESTAMENTO TÓPICO ESPECIAL: “PERMANECER” NOS ESCRITOS DE JOÃO

O Evangelho de João descreve um relacionamento especial entre Deus o Pai e Jesus o Filho. É uma intimidade mútua baseada em sujeição e igualdade. Por todo o Evangelho, Jesus fala o que Ele ouve o Pai dizendo, faz o que Ele vê o Pai fazendo. Jesus não age por conta própria, mas na vontade do Pai.

Esta comunhão e servidão íntimas estabelecem o padrão para o relacionamento entre Jesus e Seus seguidores. Esta associação íntima não foi a absorção do indivíduo (como no misticismo oriental), mas um estilo de vida emulação ética, moral. A comunhão era (1) cognitiva (a visão de mundo do evangelho como a Palavra de Deus); (2) relacional (Jesus era o Messias prometido de Deus para ser confiado e dependido); e (3) ética (Seu caráter reproduzido em crentes piedosos).

Jesus é o homem ideal, o verdadeiro israelita, o padrão de humanidade. Ele revela o que Adão deveria ter e poderia ter sido (humanamente falando). Jesus é a suprema “imagem de Deus”. Ele restaura a imagem caída na humanidade (1) revelando Deus; (2) morrendo em nosso lugar (expiação substitutiva); e (3) provendo aos seres humanos um exemplo para seguir. O termo “permanecer” (menō) reflete a meta de semelhança a Cristo (cf. Rm 8.29), a restauração da Queda (cf. Gn 3).

Esta reunião de Deus e Sua suprema criação, a humanidade, para o propósito de comunhão é o “em Cristo” do Apóstolo Paulo e o “permaneçam em mim” do Apóstolo Paulo. Observe o uso de João:

1. Permanecer entre o Pai e o Filho a. o Pai no Filho (João 10.38; 14.10, 11, 20; 17.21, 23) b. o Filho no Pai (João 10.38; 14.10, 11, 20; 17.21)

2. Permanecer entre a divindade e o crente a. o Pai no crente (João 14.20, 23; I João 3.24; 4.12, 13, 15) b. o crente no Pai (João 14.20, 23; 17.21; I João 2.24; 4.13, 16) c. o Filho no crente (João 6.56; 14.20, 23; 15.4, 5; 17.21, 23) d. o crente no Filho (João 6.56; 14.20, 23; 15.4, 5, 7; I João 2.6, 24, 27, 28)

3. Outros elementos de permanecer (positivos) a. a palavra de Deus

(1) negativamente (João 5.38; 8.37; I João 1.10; II João 9) (2) positivamente (João 8.31; 15.2; I João 2.14, 24; II João 9)

b. o amor de Deus (João 15.9, 10; 17.26; I João 3.17; 4.16) c. o espírito de Deus

(1) sobre o Filho (João 1.32) (2) no crente (João 14.17)

d. obediência é permanecer (João 15.10; I João 3.24) e. amor é permanecer na luz (I João 2.10) f. fazer a vontade de Deus é permanecer (I João 2.17) g. a unção permanece (I João 2.27) h. a verdade permanece (II João 2) i. o Filho permanece (João 8.35; 12.34)

4. outros elementos de permanecer (negativos) a. a ira de Deus permanece (João 3.36)

Page 11: NT Special Topics Portuguese

b. permanecer nas trevas (João 12.46) c. lançado fora...queimado (não permanecer) (João 15.6) d. pecar (não permanecer) (I João 3.6) e. não amar (não permanecer) (I João 3.14) f. nenhum assassino (não a vida eterna permanecendo) (I João 3.15) g. na morte (I João 3.14)

TÓPICO ESPECIAL: A ABOMINAÇÃO E DESOLAÇÃO

M. R. Vicent descreve bem o termo abominação: “O verbo cognato, βδελύσσμαι, significa sentir uma náusea ou repugnância por comida, daí usado para repugnância em geral. Num sentido moral denota um objeto de repugnância moral ou religiosa. Veja II Cr 15.8; Jr 13.27; Ez 11.21; Dn 9.27; 11.31. É usado para como equivalente para ídolo em I Reis 11.17; Dt 7.26; 2 Reis 23.13. Denota qualquer coisa em que afastamento de Deus se manifesta; como o comer de animais impuros, Lv 11.11; Dt 14.3; e, geralmente, todas as formas de paganismo. Este sentido moral deve ser enfatizado no uso da palavra no Novo Testamento. Compare Lucas 16.15; Ap 174, 5; 21.27. Ela não denota mera repugnância física ou estética. A referência aqui é provavelmente à ocupação do recintos do templo pelos romanos idólatras sob Tito, com seus estandartes e insígnias. Josefo diz que depois da queima do templo os romanos levaram suas insígnias e as colocaram defronte do portão oriental, e lá eles ofereceram sacrifícios a elas, e declaram Tito, como aclamações, ser imperador (Word Studies in the New Testament [Estudos de Palavras no Novo Testamento], pp. 74, 75).

A palavra “desolação” significava sacrilégio. Esta palavra é usada em Dn 9.27, 11.31 e 12.11.

1. Parece originalmente referir-se a Antíoco IV Epifânio, que pôs um altar para Zeus Olímpio no templo em Jerusalém em 167 a.C. (cf. Dn .9-14; I Mac 1.54).

2. Também em Dn 7.7, 8 ela se relacionava com o Anticristo do tempo do fim (cf. II Ts 2.4). 3. Em Lucas 21.20 ela possivelmente se refere à vinda do exército do General Romano

(depois Imperador) Tito em 70 A.D., que sacrificou para os estandartes do seu exército que foram dedicados a deuses pagãos, colocados ao lado do portão oriental próximo ao templo. Não pode referir-se ao sítio de Jerusalém mesmo porque seria tarde demais para os crentes escaparem.

Este é um exemplo de uma frase sendo usada de vários sentidos, mas relacionados. Isto é chamado profecia de cumprimento múltiplo. É difícil interpretar até depois que o evento ocorre; olhando para trás, a tipologia é óbvia. TÓPICO ESPECIAL: ABUNDAR (perisseuō)

Paulo usa este termo com freqüência 1. A palavra de Deus abundou para Sua glória, Rm 3.7 2. O dom gratuito na graça desse homem, Jesus Cristo, abundou, Rm 5.15 3. Os crentes abundam em esperança, Rm 15.13 4. Os crentes não são recomendados a Deus por comer ou não comer certos alimentos, I Co

8.8

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5. Os crentes abundam ao edificar a igreja, I Co 14.12 6. Os crentes abundam na obra do Senhor, I Co 15.58 7. Os crentes compartilham abundantemente no sofrimento de Cristo e abundantemente no

conforto de Cristo, II Co 1.5 8. O ministério da justiça abunda em glória, II Co 3.9 9. A ação de graças do crente deve abundar para a glória de Deus, II Co 4.15 10. Abundância de alegria dos crentes, II Co 8.2 11. Os crentes abundam em tudo (fé, palavra, conhecimento, na dedicação e amor), também

na contribuição para a igreja de Jerusalém, II Co 8.7 12. Toda graça abunda para os crentes, II Co 9.8 13. Ação de graças abundante dos crentes para Deus, II Co 9.12 14. As riquezas de Deus são derramadas abundantemente sobre os crentes, Ef 1.8 15. O amor dos crentes pode abundar ainda mais e mais, Fp 1.9 16. A confiança dos crentes em Paulo abunda em Cristo, Fp 1.26 17. Tendo abundância, Fp 4.12, 18 18. Os crentes transbordando com gratidão, Cl 2.7 19. Os crentes crescem e abundam em amor uns para com os outros, I Ts 3.12 20. Abundar no estilo de vida piedoso, I Ts 4.1 21. Abundar em amor pelos irmãos crentes, I Ts 4.10 A compreensão de Paulo da graça de Deus em Cristo era “além de”, assim também, é a

necessidade para os crentes andarem nesta graça e amor “além de” em suas vidas diárias! TÓPICO ESPECIAL: ADOCIONISMO

Esta era uma das visões primitivas da relação de Jesus com a divindade. Basicamente afirmava que Jesus era um humano normal de todas as maneiras e foi adotado num sentido especial por Deus no seu batismo (cf. Mt 3.17; Marcos 1.11) ou na Sua ressurreição (cf. Rm 1.4). Jesus viveu uma vida tão exemplar que Deus, em algum ponto (batismo, ressurreição), adotou-O como Seu “filho” (cf. Rm 1.4; Fp 2.9). Esta foi a visão da minoria da igreja primitiva e do oitavo século. Em vez de Deus tornar-se um homem (a Encarnação) inverte-se isto e agora o homem torna-se Deus!

É difícil verbalizar como Jesus, Deus o Filho, Divindade preexistente, foi recompensado ou exaltado por uma vida exemplar. Se Ele já era Deus, como Ele poderia ser recompensado? Se Ele tinha glória divina preexiste, como Ele poderia ser honrado mais? Embora seja difícil para nós compreendermos, o Pai de algum modo honrou Jesus num sentido especial por Seu cumprimento perfeito da vontade do Pai. TÓPICO ESPECIAL: ADULTÉRIO (ÊXODO 20.14) I. Contexto

A. É óbvio que o mandamento está relacionado com o respeito de alguém por Deus que é visto no respeito pela vida, esposa e propriedade do próximo de alguém (cf. Jr 5.8). Isto é verificado pela ordem diferente destes comandos na Septuaginta.

B. O paralelo deuteronômico mostra a propriedade de adotar esta verdade antiga para a nossa cultura.

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C. Como o respeito pelos pais era visto como uma chave para uma sociedade estável, assim também, é este mandamento.

D. Este mandamento também implica que a propriedade e controle de Deus das vidas sexual e familiar.

E. Este mandamento parece ter sido baseado em Gn 2.24, como o mandamento número quatro estava baseado em Gn 2.1-3. II. Estudo de Palavra

A. O termo importante nesse contexto é adultério (ךאב, BDB 610). É crucial que você entenda este termo à luz da cultura hebraica antiga. 1. Este termo é distinto num contexto do AT de “fornicação”. Adultério relaciona com

pelo menos uma parte no relacionamento sexual sendo casada. O termo “fornicação” implica que ambas as partes não são casadas (cf. Pv 29.3; 31.3). A distinção é perdida nos termos gregos do NT.

2. Esta possibilidade explica a razão para ênfase no estado civil porque relaciona-se com a importância dos direitos de herança, que estavam envolvidos na promessa de Deus “da terra”. A cada cinqüenta anos (Jubileu) toda terá devia reverter aos proprietários tribais originais.

3. Adultério era culturalmente condenado antes da legislação mosaica (cf. Gn 12.10ss; 26.7ss; 39.9).

4. Adultério era visto como um pecado contra a. o próximo – Êx 20.14; Dt 5.18 b. o casamento – Lv 18.20 c. Deus – Gn 20.2-13; 26.7-11

5. Era punível pela morte de ambas as partes a. Lv 20.10 b. Dt 22.22-24 c. Ez 16.40 (metáfora) d. Advertências severas são encontradas em Provérbios 1-9

III. Relação com o Novo Testamento A. Jesus usou Lv 19.18 como um resumo da Antiga Revelação (cf. Lucas 10.27). Isto

confirma que os Dez Mandamentos estão relacionados com os tratamentos dos outros. B. Jesus intensifica o mandamento em Mt 5.28. Ele coloca a ênfase no motivo em vez da

ação. Jesus via a mente como a sementeira da alma. O que alguém era o que alguém realmente era! (Pv 23.7). Isto torna As Dez Palavras quase impossíveis de guardar – esse é o propósito! (cf. Gl 2.15-3.29). IV. Aplicação Moderna

A. Casamento é possivelmente a melhor analogia de um compromisso de fé que dura a vida inteira no nome de Deus. É a nossa melhor chance para compreender as realidades dos conceitos da aliança do AT (Ml 2.14). Nosso respeito por nosso parceiro em todos os aspectos, incluindo a sexualidade, ajuda-nos compreender a idéia fundamental deste versículo.

B. Estabilidade e lealdade do casamento, como respeito pelos pais, é o pilar principal da força e longevidade da sociedade.

C. Necessita ser enfatizado que a sexualidade humana é um presente de Deus. Foi Sua idéia e vontade para a humanidade. As diretrizes não destinadas a impedir a liberdade ou alegria da humanidade, mas para dar algumas diretrizes piedosas para a humanidade caída. Os limites são revelados para nosso beneficio e felicidade a longo prazo. Embora a humanidade tenha abusado

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da sexualidade, como eles têm de todos os dons de Deus, é ainda um dispositivo poderoso dentro da humanidade que deve estar sob o controle e direção de Deus.

D. Sexo deve ser guardado de modo que a sacralidade da pessoa humana (macho e fêmea) seja respeitada porque eles são feitos à imagem de Deus (Gn 1.26, 27). Nosso foco caído sobre “mim” é tudo óbvio demais nesta área. TÓPICO ESPECIAL: IDADE I. Introdução

A. Uma citação de uma Christian Life Commission [Comissão da Vida Cristã] sobre “Um Futuro para a Família”, 1973, p. 16, de L. D. Johnson, intitulado “Geriatria Hebraico-Cristã”: “Nossa atitude para com o envelhecimento, refletida em nosso comportamento como oposto à nossa conversa sentimental, sugere que nós recomendamos a Bíblia mais ardentemente do que a obedecemos. Provavelmente nenhuma sociedade entre pessoas civilizadas demonstre menos preocupação pelos idosos do que a nossa. Nós somos adoradores jovens. Nós satisfazemos aos jovens, mimamos e superprotegemo-os, condescendemos com eles, invejamo-os e fazemo-nos de bobo tentando imitá-los. Nosso valor mais alto é o jovem, nossa idade mais baixa. Contudo o absurdo de um sistema de valor tão virado de cabeça para baixo deve ser óbvio. Um de cada seis de nós no mundo ocidental tem mais de sessenta, e a proporção está crescendo”.

B. As culturas têm diferido grandemente em como elas têm tratado seus idosos: 1. As culturais orientais têm mostrado grande respeito e cuidado para os seus idosos. 2. A cultura indígena americana abandonava seus idosos para morrer.

C. Há algumas diretrizes bíblicas para ajudar-nos nesta área. II. Material Bíblico

A. Antigo Testamento 1. Idade é uma benção divina para uma caminhada de aliança

a. Provérbios 16.31 b. Gênesis 15.15 c. Êxodo 20.12; Dt 6.2; 22.6, 7; 25.15 d. Jó 5.17-26 (especialmente v. 26) e. Salmo 91.14-16 f. Salmo 92.1-15 (especialmente vv. 14, 15)

2. Mesmo idade abençoada tem seus problemas únicos a. descrição gráfica da velhice é encontrada em Ec 12.1-5 b. Isaque tinha visão deficiente, Gn 27.1 c. Jacó tinha visão deficiente, Gn 48.10 d. Eli tinha visão deficiente, I Sm 3.2 e. Barzilai tinha audição e paladar deficientes, II Sm 19.31-35 f. Davi tinha circulação deficiente, I Reis 1.1-4 g. Aías tinha visão deficiente, I Reis 14.1

3. Deus nunca nos deixa, mesmo na velhice. a. Salmo 37.23-26 b. Salmo 71.9, 18 c. Salmo 73.24

4. A idade, desde que seja um sinal da benção de Deus, deve ser respeitada.

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a. Levítico 19.32 b. Rute 4.15 c. Provérbios 23.22 d. Falta de respeito é e será julgada.

(1) Deuteronômio 28.50 (2) I Samuel 2.31, 32 (3) Isaías 3.5 (4) Lamentações 4.16; 5.12

e. Sabedoria de Salomão, 2.10 f. Sabedoria de Ben Siraque (Eclesiástico) 8.6

5. Idade abençoada trás sabedoria e discernimento a. I Reis 12.8 b. Jó 12.12, 20 c. Jó 15.10 d. (Eclesiástico) 25.6 e. Há exceções

(1) Jó 32.6ss (2) Eclesiastes 4.13

6. O que é considerado velhice? a. Levítico 27.1-8, 60 anos b. Salmo 90.10, normal – 70, boa – 80 c. Isaías 65.20, 100 anos d. (Eclesiástico 18.9 – 100 anos)

B. Novo Testamento 1. I Timóteo

a. o papel das viúvas, 5.3ss b. atitude para com pessoas mais velhas, 3.1, 2 c. os crentes são responsáveis por suas famílias, 3.8

III. Algumas sugestões práticas A. Ensine seus filhos a respeitar as pessoas mais velhas (você mesmo precisará disto um

dia!). B. Torne isso um projeto de família para contatar membros idosos de sua família. Se

possível, em pessoa, se não telefone ou escreva para parentes idosos, especialmente nas ocasiões de feriado.

C. Faça uma excursão para a casa de um vizinho idoso ou casa de repouso para idosos. Encoraje sua igreja a adotar uma casa e visitá-la regularmente.

D. Providencie tempo os seus filhos mais novos estarem com seus avós, ou naturais ou “adotados”.

E. Encoraje nossas igrejas a desenvolver Ministérios de Adultos Idosos. Designe um membro do pessoal para coordenar.

F. Pessoalmente comece agora a planejar e preparar para a aposentadoria.

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TÓPICO ESPECIAL: ESTA ERA E A ERA POR VIR Os profetas do AT viram o futuro por uma extensão do presente. Para eles o futuro será uma

restauração do Israel geográfico. Entretanto, até eles viram um novo dia (cf. Is 65.17; 66.22). Com a rejeição intencional continuada de YHWH pelos descendentes de Abraão (mesmo depois do exílio) um novo paradigma se desenvolveu na literatura apocalíptica judaica intertestamentária (i.e., I Enoque, IV Esdras, II Baruque). Estes escritos começaram a distinguir entre duas eras: uma era atual do mal dominada por Satanás e uma era vindoura de justiça dominada pelo Espírito e inaugurada pelo Messias (muitas vezes um guerreiro dinâmico).

Nesta área da teologia (escatologia) há um desenvolvimento óbvio. Os teólogos chamam isto “revelação progressiva”. O NT afirma esta nova realidade cósmica de duas eras (i.e., um dualismo temporal):

Jesus Mateus 12.32 Marcos 10.30 Lucas 16.8 Lucas 18.30 Lucas 20.34, 35

Paulo Romanos 12.2 I Co 1.20; 2.6, 8;

3.18 II Co 4.4 Gálatas 1.4 Ef 1.21; 2.2, 7; 6.12 I Timóteo 6.17 II Timóteo 4.10 Tito 2.12

Hebreus 1.2 6.5 11.3

Na teologia do NT estas duas eras judaicas têm sido sobrepostas por causa das previsões inesperadas e despercebidas das duas vindas do Messias. A encarnação de Jesus cumpriu a maioria das profecias do AT da inauguração da nova era (Dn 2.44, 45). Entretanto, o AT também viu Sua vinda como Juiz e Conquistador, contudo Ele veio primeiro como o Servo Sofredor (cf. Is 53; Zc 12.10), humilde e manso (cf. Zc 9.9). Ele retornará em poder exatamente como o AT previu (cf. Apocalipse 19). Este cumprimento de dois estágios fez o Reino ser presente (inaugurado), mas futuro (não plenamente consumado). Esta é a tensão do NT do já, mas ainda não! TÓPICO ESPECIAL: ATITUDES BÍBLICAS PARA COMO O ÁLCOOL E ALCOOLISMO I. Termos Bíblicos

A. Antigo Testamento 1. Yayin – Este é o termo geral para vinho (BDB 406), que é usado 141 vezes. A

etimologia é incerta porque não é de uma raiz hebraica. Sempre significa suco de fruto fermentado. Algumas típicas são Gn 9.21; Êx 29.40; Nm 15.5, 10.

2. Tirosh – Isto é “vinho novo” (BDB 440). Por causa das condições climáticas do Oriente Próximo, a fermentação começava logo seis horas depois de extrair-se o suco. Este termo refere-se ao vinho no processo de fermentação. Para algumas passagens típicas veja Dt 12.17; 18.4; Is 62.8, 9; Os 4.11.

3. Asis – Isto é obviamente bebidas alcoólicas (“vinho doce”, BDB 779, e. .g Joel 1.5; Is 49.26).

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4. Sekar – Este é o termo “vinho forte” (BDB 1016). A raiz hebraica é usada no termo “embriagado” ou “bêbado”. Tinha algo acrescentado a ele para torná-lo mais intoxicante. É paralelo a yayin (cf. Pv 20.1; 3.16; Is 28.7).

B. Novo Testamento 1. Oinos – o equivalente grego de yayin 2. Neos oinos (vinho novo) – o equivalente de tirosh (cf. Marcos 2.22). 3. Gleuchos vinos (vinho doce, asis) – vinho nos primários estágios de fermentação (cf.

Atos 2.13). II. Uso Bíblico

A. Antigo Testamento 1. O vinho é um presente de Deus (Gn 27.28; Sl 104.14, 15; Ec 9.7; Os 2.8, 9; Joel 2.19,

24; Amós 9.13; Zc 10.7). 2. O vinho é uma parte de uma oferta sacrificial (Êx 29.40; Lv 23.13; Nm 15.7, 10; 28.14;

Dt 14.26; Jz 9.13). 3. O vinho é usado como remédio (II Sm 16.2; Pv 31.6, 7). 4. O vinho pode ser um problema real (Noé – Gn 9.21; Ló – Gn 19.33, 35; Nabal – I Sm

25.36; Urias – II Sm 11.13; Amom – II Sm 13.28; Elá – I Rs 16.8; Ben-Hadade – I Rs 20.12; Governantes – Amós 6.6; e Mulheres – Amós 4).

5. O vinho pode ser mal usado (Pv 20.1; 23.29-35; 31.4, 5; Is 5.11, 22; 19.14; 28.7, 8; Oséias 4.11).

6. O vinho era proibido para certos grupos (sacerdotes na função, Lv 10.9; Ez 44.21; Nazireus, Números 6; e governantes, Pv 31.4, 5; Is 56.11, 12; Oséias 7.5).

7. O vinho é usado num cenário escatológico (Amós 9.13; Joel 3.18; Zc 9.17). B. Interbíblico

1. O vinho em moderação é muito útil (Eclesiástico 31.27-30) 2. Os rabinos dizem, “O vinho é o maior de todos os remédios, onde o vinho está em falta,

logo medicamentos são necessários”. (BDB 58b). C. Novo Testamento

1. Jesus transformou uma grande quantidade de água em vinho (João 2.1-11). 2. Jesus tomou vinho (Mt 11.18, 19; Lucas 7.33, 34; 22.17sss). 3. Pedro acusado de embriaguês de “vinho novo” no Pentecostes (Atos 2.13). 4. O vinho pode ser usado como remédio (Marcos 15.23; Lucas 10.34; I Tm 5.23). 5. Os líderes não devem ser abusadores. Isto não significado abstêmios totais (I Tm 3.3, 8;

Tito 1.7; 2.3; I Pe 4.3). 6. O vinho é usado em cenários escatológicos (Mateus 22.1ss; Ap 19.9). 7. A embriaguês é deplorada (Mt 24.49; Lucas 12.45; 21.34; I Co 5.11-13; 6.10; Gl 5.21; I

Pe 4.3; Rm 13.13, 14). III. Percepção Teológica

A. Tensão dialética 1. O vinho é o presente de Deus. 2. A embriaguês é um problema muito importante. 3. Os crentes em algumas culturas devem limitar suas liberdades por causa do evangelho

(Mt 15.1-20; Marcos 7.1-23; I Coríntios 8-10; Romanos 14). B. Tendência para ir além dos limites dados

1. Deus é a fonte de todas as coisas boas.

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2. A humanidade caída tem abusado de todos as dádivas de Deus levando-as além dos limites dados por Deus.

C. Abusar está em nós, não nas coisas. Não há nada mau na criação física (cf. Marcos 7.18-23; Rm 14.14, 20; I Co 10.25, 26; I Tm 4.4; Tito 1.15). IV. Cultura e Fermentação Judaica do Primeiro Século

A. A fermentação começa muito cedo, aproximadamente 6 horas depois que a uva é esmagada.

B. A tradição judaica diz que quando uma leve espuma aparecia na superfície (sinal de fermentação), está sujeito ao dízimo do vinho (Ma aseroth 1.7). Era chamado “vinho novo” ou “vinho doce”).

C. A fermentação violenta primária estava completa depois de uma semana. D. A fermentação secundaria levava cerca de 40 dias. Neste estado é considerado “vinho

envelhecido” e poderia ser oferecido sobre o altar (Edhuyyoth 6.1). E. O vinho tinha descansado nas suas borras (vinho velho) era considerado bom, mas tinha

que ser coado bem antes do uso. F. O vinho era considerado ser apropriadamente envelhecido geralmente depois de um ano

de fermentação. Três anos era o período de tempo mais longo que o vinho poderia ser estocado em segurança. Era chamado “vinho velho” e tinha que ser diluído com água.

G. Somente nos últimos 100 anos com um ambiente estéril e aditivos químicos a fermentação tem sido adiada. O mundo antigo não podia parar o processo natural de fermentação. V. Declarações de Conclusão

A. Tenha certeza de que a sua experiência, teologia e interpretação bíblica não depreciam a Jesus e a cultura judaica/cristã do primeiro século! Eles não eram obviamente abstêmios totais.

B. Eu não estou defendendo o uso social do álcool. Entretanto, muitos têm exagerado a posição da Bíblia sobre este assunto e agora alegam justiça superior baseada numa inclinação cultural/denominacional.

C. Para mim, Romanos 14 e I Coríntios 8-10 têm fornecido percepção e diretrizes baseadas no amor e respeitos pelos irmãos crentes e a propagação do evangelho em nossas culturas, não na liberdade pessoal ou crítica de julgamento. Se a Bíblia é a única fonte de fé e prática, então talvez nós devamos todos repensar esta questão.

D. Se nós promovemos a abstinência total como vontade de Deus, o que nós implicamos sobre Jesus, assim como aquelas culturas modernas que regularmente usam vinho (e.g., Europa, Israel, Argentina)? TÓPICO ESPECIAL: ESMOLA I. O termo em si

A. Este termo desenvolveu-se dentro do judaísmo (i.e. período da Septuaginta). B. Refere-se a dar aos pobres e/ou necessitados. C. A palavra portuguesa, esmola, vem de uma contração do termo grego eleēmosumē.

II. Conceito do Antigo Testamento A. O conceito de ajudar os pobres foi expresso cedo na Torá

1. Contexto típico, Dt 15.7-11

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2. “respigar”, deixar parte da colheita para os pobres, Lv 19.9; 23.22; Dt 24.20 3. “ano do sabbath”, permitir aos pobres comerem os produtos do sétimo, ano inativo, Êx

23.10, 11; Lv 25.2-7. B. O conceito foi desenvolvido na Literatura da Sabedoria (exemplos selecionados)

1. Jó 5.8-16; 29.12-17 (os ímpios descritos em 24.1-12) 2. os Salmos, 11.7 3. Provérbios, 11.4; 14.21, 31; 16.6; 21.3, 13

III. Desenvolvimento no Judaísmo A. A primeira divisão da Mishná lida como tratar os pobres, necessitados e levitas locais. B. Citações selecionadas

1. Eclesiástico (também conhecido como a Sabedoria de Bem Siraque) 3.30, “como a água extingue um fogo em chamas, assim a esmola expia o pecado” (NRSV)

2. Eclesiástico 29.12, “armazena esmola no teu tesouro e ela te resgatará de todo desastre” (NRSV)

3. Tobias 4.6-11, “pois aqueles que agem de acordo com a verdade prosperarão em todas suas atividades. Para aqueles que praticam a justiça 7dá esmolas dos teus bens, e não deixa o teu olho invejar a dádiva quando tu o fazes. Não afasta o teu rosto de ninguém que é pobre, e o rosto de Deus não será afastado de ti. 8Se tu tens muitos bens, faz tua dádiva deles em proporção; se poucos, não tenha medo de dar de acordo com o pouco que tu tens. 9Assim tu estarás amontoando um bom tesouro para ti mesmo contra o dia da necessidade. 10Pois a esmola livra da morte e evita que entre na Trevas. 11Na verdade, a esmola, para todos que a praticam, é uma oferta excelente na presença do Altíssimo”. (NRSV)

4. Tobias 12.8, 9: “8Oração e jejum é bom, mas melhor do que ambos é a esmola com justiça. Um pouco com justiça é melhor do que riqueza com mau procedimento. É melhor dar esmolas do que amontoar ouro. 9Pois a esmola salva da morte e purga todo pecado. Aqueles que dão esmolas desfrutarão de uma vida completa”. (NRSV)

C. A última citação de Tobias 12.8, 9 mostra o problema em desenvolvimento. Ações humanas/méritos humanos eram vistos como o mecanismo para tanto para perdão quanto abundância.

Este conceito desenvolveu-se mais na Septuaginta onde o termo grego para “esmola” (eleēmonunē) tornou-se um sinônimo para “justiça” (dikaiosunē). Eles poderiam ser substituídos um pelo outro na tradução para o hebraico “justiça” (BDB 842, o amor e lealdade pactual de Deus, cf. Dt 6.25; 24.13; Is 1.27; 28.17; 59.16; Dn 4.27).

D. Atos humanos de compaixão se tornaram uma meta em si mesmos para obter abundância pessoal de alguém aqui e salvação na morte. O ato mesmo, em vez do motivo por trás do ato, tornou-se teologicamente preeminente. Deus olha o coração, depois julga a obra da mão. Este era o ensino dos rabinos, mas de algum modo perdeu-se na justiça própria individual (cf. Miquéias 6.8). IV. Reação do Novo Testamento

A. O termo é encontrado em 1. Mt 6.1-4 2. Lucas 11.41; 12.33 3. Atos 3.2, 3, 10; 10.2, 4, 31; 24.17

B. Jesus dirige-se à compreensão tradicional de justiça como (cf. II Clemente 16.4) 1. esmola

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2. jejum 3. oração

C. No Sermão do Monte de Jesus (cf. Mateus 5-7). Alguns judeus estavam confiando em suas ações. Estas ações eram destinadas para fluir de um amor por Deus, Sua palavra e irmãos e irmãs da aliança, não interesse ou justiça própria! Humildade e sigilo tornaram-se as diretrizes para ações adequadas. O coração é crucial. O coração é desesperadamente mau. Deus deve transformar o coração. O novo coração imita a Deus!

TÓPICO ESPECIAL: AMÉM I. ANTIGO TESTAMENTO

A. O termo “Amém” é de uma palavra hebraica para 1. “verdade” (emeth, BDB 49) 2. “veracidade” (emu, emurah, BDB 53) 3. “fé” ou “fidelidade” 4. “confianca” (dmn, BDB 52)

B. Sua etimologia é da postura física estável de uma pessoa. O oposto seria alguém que é instável, vacilante (cf. Salmo 35.6; 40.2; 73.18; Jeremias 23.12) ou cambaleante (cf. Sl 73.2). Deste uso literal desenvolveu-se a extensão metafórica de fiel, digno de confiança, leal e confiável (cf. Gn 15.16; Hc 2.4).

C. Usos especiais 1. uma coluna, II Rs 18.16 (I Tm 3.15) 2. firmeza, Êx 17.12 3. constância, Êx 17.12 4. estabilidade, Is 33.6 5. verdadeiro, I Rs 10.6; 17.24; 22.16; Pv 12.22 6. firme, II Cr 20.20; Is 7.9 7. confiável (Torá), Sl 119.43, 142, 151, 168

D. No AT dois outros termos hebraicos são usados para fé ativa. 1. bathach (BDB 105), confiança 2. yra (BDB 431), temor, respeito, adoração (cf. Gn 22.12)

E. Do sentido de confiança ou confiabilidade desenvolveu-se um uso litúrgico que era usado para sustentar uma afirmação verdadeira ou digna de confiança de uma outra (cf. Dt 27.15-26; Ne 8.6; Sl 41.13; 72.19; 89.52; 106.48).

F. A chave teológica para este termo não é a fidelidade da humanidade, mas de YHWH (cf. Êx 34.6; Dt 32.4; Sl 108.4; 115.1; 117.2; 138.2). A única esperança da humanidade caída é a lealdade pactual misericordiosa fiel de YHWH e Suas promessas. Aqueles que conhecem YHWH devem ser como Ele (cf. Hc 2.4). A Bíblia é uma história e um registro de Deus restaurando Sua imagem (cf. Gn 1.26, 27) na humanidade. Salvação restaura a capacidade da humanidade ter comunhão íntima com Deus. É por isso que nós fomos criados.

II. NOVO TESTAMENTO

A. O uso da palavra “amém” como uma afirmação litúrgica conclusiva da confiabilidade de uma declaração é comum no NT (cf. I Co 14.16; II Co 1.20; Ap 1.7; 5.14; 7.12).

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B. O uso do termo como uma conclusão para uma oração é comum no NT (cf. Rm 1.25; 9.5; 11.36; 16.27; Gl 1.5; 6.18; Ef 3.21; Fp 4.20; II Ts 3.18; I Tm 1.17; 6.16; II Tm 4.18).

C. Jesus é o único que usou o termo (muitas vezes duplicado em João) para introduzir afirmações significantes (cf. Lucas 4.24; 12.37; 18.17, 29; 21.32; 23.43).

D. É usado como um título para Jesus em Ap 3.14 (possivelmente um título para YHWH de Is 65.16).

E. O conceito de fidelidade ou fé, confiabilidade ou confiança é expresso no termo grego pistos ou pistis, que é traduzido para o português como “confiança”, “fé”, “crer”.

TÓPICO ESPECIAL: Pesos e Volumes do Antigo Oriente Próximo (Metrologia)

Os pesos e mediadas usados no comércio eram cruciais numa economia agrícola antiga. A Bíblia insta os judeus a serem justos nos seus negócios uns com os outros (cf. Lv 19.35, 36; Dt 25.13-16; Pv 11.1; 16.11; 20.10). O problema real não era a honestidade, mas os termos e sistemas não padronizados usados na Palestina. Parece que havia dois conjuntos de pesos; um “leve” e um “pesado” de cada quantidade (veja The Interpreter’s Dictionary of the Bible [O Dicionário do Intérprete da Bíblia], vol. 4, p. 831). Também o sistema decimal (base de 10) do Egito tinha sido combinado com o sexagesimal (base de 6) da Mesopotâmia.

Muitos dos “tamanhos” e “quantidades” usados eram baseados em partes do corpo humano, cargas de animais e recipientes do fazendeiro, nenhum dos quais eram padronizados. Portanto, os gráficos são apenas estimações e são conjecturais.

I. Termos de volume usados freqüentemente A. Medidas secas

1. Ômer (BDB 330, possivelmente uma “carga de jumento”, BDB 331), e.g. Lv 27.16; Oséias 3.2

2. Letekh (ou lethech, BDB 547, possivelmente aludido em Oséias 3.2) 3. Efa (BDB 35), e.g. Êx 16.36; Lv 19.36; Ez 45.10, 11, 13, 24 4. Sea (BDB 684), e.g. Gn 18.6; I Sm 25.18; I Rs 18.32; II Rs 7.1, 16, 18 5. Gômer (BDB 771 II, possivelmente “um molho” [uma carreira de grãos caídos], BDB

771 I), e.g., Êx 16.16, 22, 36; Lv 23.10-15 6. Issarôn (BDB 798, “a décima parte de um efa), e.g., Êx 29.40; Lv 14.21; Nm 15.4;

28.5, 13 7. Cabo (ou Kabo, BDB 866), cf. II Rs 6.25

B. Medidas Líquidas 1. Coro (BDB 499), e.g., Ez 45.14 (pode ser uma medida seca, cf. II Cr 2.10; 27.5) 2. Bato (BDB 144 II), e.g., I Rs 7.26, 38; II Cr 2.10; 4.5; Is 5.10; Ez 45.10, 11, 14 3. Him (BDB 228), e.g., Êx 29.40; Lv 19.36; Ez 45.24 4. Logue (BDB 528), cf. Lv 14.10, 12, 15, 21, 24

C. Gráfico (tirade do Roland deVaux, Israel Antigo, vol. 1, p. 201 e Enciclopédia Judaica, vol. 16, p. 379)

ômer (seco) = coro (líquido ou seco) 1 efa (seco) = bato (líquido) 10 1

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sea (seco) 30 3 1 him (líquido) 60 6 2 1 ômer/issarôn (seco) 100 10 - - 1 cabo/kabo (seco) 180 18 6 3 - 1 logue (líquido) 720 72 24 12 -

II. Termos de peso usados mais freqüentemente A. Os três pesos mais comuns são o talento, o siclo e a gera.

1. O maior peso no AT é o talento. De Êx 38.25, 26 nós aprendemos que um talento equivale a 3.000 siclos (i.e., “peso arredondado”, BDB 503).

2. O termo siclo (BDB 1053, “peso”) é usado tão freqüentemente que é suposto, mas não afirmado no texto. Há vários valores do siclo mencionado no AT.

a. “padrão comercial” (NASB de Gn 23.16) b. “o siclo do santuário” (NASB de Êx 30.13) c. “pelo peso do rei” (NASB de II Sm 14.26, também chamado “peso real” nos

papiros elefantinos. 3. A gera (BDB 176 II) é avaliada em vinte por siclo (cf. Êx 30.13; Lv 27.25; Nm 3.47;

18.16; Ez 45.12). As proporções variam da Mesopotâmia para o Egito. Israel seguia a avaliação mais comum em Canaã (ugarítico).

4. A mina (BDB 582) é avaliada em ou 50 ou 60 siclos. Este termo é encontrado principalmente nos livros mais recentes do AT (i.e., Ez 45.12; Ed 2.69; Ne 7.71, 72). Ezequiel usou o 60 para 1 proporção, enquanto Canaã usava o 50 para 1 proporção.

5. A beca (BDB 132, “metade de um siclo”, cf. Gn 24.22) é usada duas vezes no AT (cf. Gn 24.22; Êx 38.26) e é avaliada na metade de um siclo. Seu nome significa “dividir”.

B. Gráfico 1. Baseado no Pentateuco

talento 1 mina 60 1 siclo 3.000 50 1 beca 6.000 100 2 1 gera 60.000 1.000 20 10

2. Baseado em Ezequiel talento 1 mina 60 1 siclo 3.600 60 1 beca 7.200 120 2 1 gera 72.000 1.200 20 10 1

TÓPICO ESPECIAL: ANJOS NOS ESCRITOS DE PAULO

Os rabinos achavam que os anjos tinham ciúme do amor e atenção de Deus para a humanidade caída e, portanto, eram hostis a eles. Os falsos mestres gnósticos afirmavam que a salvação era somente disponível por palavras secretas através das esferas angélicas hostis (cf. Colossenses e Efésios), que conduziam ao o Deus elevado.

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George Eldon Ladd tem um bom resumo dos termos usados por Paulo no seu livro Teologia do Novo Testamento:

“Paulo refere-se não apenas a anjos bons e maus, a Satanás e demônios; ele usa um outro grupo de palavras para designar categorias de espíritos angélicos. A terminologia é como segue:

‘Principado’ [arché], I Co 15.24; Ef 1.21; Cl 2.10 ‘Principados’ (archai; RSV,

TÓPICO ESPECIAL: UNÇÃO NA BÍBLIA (BDB 603)

A. Usada para beatificação (cf. Dt 28.40; Rute 3.3; II Sm 12.20; 14.2; II Cr 28.1-5; Dn 10.3; Amós 6.6; Mq 6.15)

B. Usada para convidados (cf. Sl 23.5; Lucas 7.38, 46; João 11.2) C. Usada para cura (cf. Is 61.1; Jr 51.8; Marcos 6.13; Lucas 10.34; Tiago 5.14) [usado em

sentido higiênico em Ez 16.9] D. Usada para preparação para sepultamento (cf. Gn 50.2; II Cr 16.14; Marcos 16.1; João

12.3, 7; 19.39, 40) E. Usada num sentido religioso (de um objeto, cf. Gn 28.18, 20; 31.13 [uma coluna]; Êx

29.26 [o altar]; Êx 30.36; 40.9-16; Lv 8.10-13; Nm 7.1 [o tabernáculo] F. Usada para empossar líderes:

1. Sacerdotes a. Arão (Êx 28.41; 29.7; 30.30) b. filhos de Arão (Êx 40.15; Lv 7.36) c. frase ou título padrão (Nm 3.3; Lv 16.32)

2. Reis a. por Deus (cf. I Sm 2.10; II Sm 12.7; II Rs 9.3, 6, 12; Sl 45.7; 89.20) b. pelos profetas (cf. I Sm 9.16; 10.1; 15.1, 17; 16.3, 12, 13; I Rs 1.45; 19.15, 16) c. por sacerdotes (cf. I Rs 1.34, 39; II Rs 11.12) d. pelos anciãos (cf. Jz 9.8, 15; II Sm 2.7; 5.3; II Rs 23.30) e. de Jesus como rei Messiânico (cf. Sl 2.2; Lucas 4.18 [Is 61.1]; Atos 4.27; 10.38;

Hb 1.9 [Sl 45.7]) f. seguidores de Jesus (cf. II Co 1.21; I João 2.20, 27 [chrisma]

3. possivelmente dos profetas (cf. Is 61.1) 4. instrumentos incrédulos da libertação divina

a. Ciro (cf. Is 45.1) b. Rei de Tiro (cf. Ez 28.14, onde ele usa metáforas do Jardim do Éden)

5. termo ou título “Messias” significa “um Ungido” (BDB 603)

TÓPICO ESPECIAL: RETORNO DE CRISTO A QUALQUER MOMENTO VERSUS AINDA NÃO (PARADOXO DO NT)

I. Passagens escatológicas do Novo Testamento refletem percepção profética do Antigo

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Testamento que viam o tempo do fim através de ocorrências contemporâneas. II. Mt 24, Marcos 13 e Lucas 21 são tão difíceis para interpretar porque tratam de várias

questões simultaneamente. 1. quando o templo será destruído? 2. qual será o sinal do retorno do Messias? 3. quando será o tempo do fim (Mt 24.3)?

III. As passagens do gênero escatológico do Novo Testamento é geralmente uma combinação de linguagem apocalíptica e profética que é propositadamente ambígua e altamente simbólica. IV. Várias passagens no NT (cf. Mt 24, Marcos 13, Lucas 17 e 21, I e II Tessalonicenses e

Apocalipse) tratam da Segunda Vinda. Estas passagens enfatizam: 1. o tempo exato do evento é desconhecido, mas o evento é certo 2. nós podemos saber o tempo geral, mas não o tempo específico, dos eventos 3. ocorrerá de repente e inesperadamente 4. nós devemos estar piedosos, prontos e féis às tarefas designadas

V. Há uma tensão escatológica paradoxal entre (1) o retorno a qualquer momento (cf. Lucas 12.40, 46; 21.36; Mt 24.27, 44) e (2) o fato de que alguns eventos na história devem ocorrer. VI. O NT afirma que alguns eventos ocorrerão antes da Segunda Vinda:

1. o Evangelho pregado para o mundo todo (cf. Mt 24.14; Marcos 13.10) 2. a grande apostasia (cf. Mt 24.10-13, 21; I Tm 4.1; II Tm 3.1ss; II Ts 2.3) 3. a revelação do “homem da iniqüidade” (cf. Dn 7.23-26; 9.24-27; II Ts 2.3) 4. remoção do que/quem impede (cf. II Ts 2.6, 7) 5. avivamento judaico (cf. Zc 12.10; Romanos 11)

VII. Lucas 17.26-37 não é paralelo em Marcos. Não tem um paralelo sinótico em Mt 24.37-44. TÓPICO ESPECIAL: LITERATURA APOCALÍPTICA (Este tópico especial é tirado do meu comentário sobre Apocalipse)

Apocalipse é um gênero literário notavelmente judaico apocalíptico. Foi muitas vezes usado em épocas cheias de tensão para expressar a convicção de que Deus estava no controle da história e traria libertação para Seu povo. Este tipo de literatura é caracterizado por

1. uma forte sensação da soberania universal de Deus (monoteísmo e determinismo) 2. uma luta entre o bem e o mal, esta era e era por vir (dualismo) 3. uso de palavras-código secretas (geralmente do AT ou literatura apocalíptica judaica

intertestamentária) 4. uso de cores, números, animais, às vezes animais/humanos 5. uso de mediação angélica por meio de visões e sonhos, mas geralmente através de

mediação angélica 6. foca fundamentalmente no tempo do fim (nova era)

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7. uso de um conjunto fixo de símbolos, não realidade, para comunicar a mensagem do tempo do fim

8. Alguns exemplos deste tipo de gênero são: a. Antigo Testamento

(1) Isaías 24-27, 56-66 (2) Ezequiel 37-48 (3) Daniel 7-12 (4) Joel 2.28-3.21 (5) Zacarias 1-6, 12-14

b. Novo Testamento (1) Mateus 24, Marcos 13, Lucas 21 e I Coríntios 15 (de algumas maneiras) (2) II Tessalonicenses 2 (de quase todas as maneiras) (3) Apocalipse (capítulos 4-22)

c. não-canônico (tirado de D. S. Russel, The Method and Message of Jewish Apocalyptic [O Método e Mensagem do Apocalíptico Judaico], pp. 37-38)

(1) I Enoque, II Enoque (os Segredos de Enoque) (2) O Livro dos Jubileus (3) Os Oráculos Sibilinos III, IV, V (4) O Testamento dos Doze Patriarcas (5) Os Salmos de Salomão (6) A Assunção de Moisés (7) O Martírio de Isaías (8) O Apocalipse de Moisés (Vida de Adão e Eva) (9) O Apocalipse de Abraão (10) O Testamento de Abraão (11) II Esdras (IV Esdras) (12) Baruque II, III

9. Há uma sensação de dualidade neste gênero. Vê a realidade como uma série de dualismos, contrastes ou tensões (tão comuns nos escritos de João) entre:

a. céu – terra b. era má (homens maus e anjos maus) – nova era de justiça (homens piedosos e anjos

piedosos) c. existência atual – existência futura

Todos estes estão se movendo para uma consumação provocada por Deus. Este não é o

mundo que Deus pretendia que fosse, mas está continuando a desempenhar, operar e projetar Sua vontade para uma restauração da comunhão íntima iniciada no Jardim do Éden. O evento de Cristo é o momento decisivo do plano de Deus, mas as duas vindas provocaram os dualismos correntes. TÓPICO ESPECIAL: APOSTASIA (APHISTĒMI)

Este termo grego aphistēmi tem um amplo campo semântico. Entretanto, o termo inglês “apostasia” é derivado deste termo e prejudica seu uso para os leitores modernos. Contexto, como sempre, é a chave, não uma definição pré-ajustada.

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Este é um termo composto da preposição apo, que significa “de” ou “fora de” e histēmi, “sentar”, “permanecer” ou “fixar”. Observe os seguintes (não-teológicos) usos.

1. remover fisicamente a. do Templo, Lucas 2.37 b. de uma casa, Marcos 13.34 c. de uma pessoa, Marcos 12.12; 14.50; Atos 5.38 d. de todas as coisas, Mt 19.27, 29

2. remover politicamente, Atos 5.37 3. remover relacionalmente, Atos 5.38; 15.38; 19.9; 22.29 4. remover legalmente (divórcio), Dt 24.1, 3 (LXX) e NT, Mt 5.31; 19.7; Marcos 10.4; I

Co 7.11 5. remover uma dívida, Mt 18.24 6. mostrar despreocupação deixando, Mt 4.20; 22.27; João 4.28; 16.32 7. mostrar preocupação não deixando, João 8.29, 14.18 8. deixar ou permitir, Mt 13.30; 19.14; Marcos 14.6; Lucas 13.8

Num sentido teológico o verbo também tem um uso amplo: 1. cancelar, perdoar, suspender a culpa do pecado, Êx 32.32 (LXX); Nm 14.19; Jó 42.10 e

NT, Mt 6.12, 14, 15; Marcos 11.25, 26 2. abster-se do pecado, II Tm 2.19 3. negligenciar afastando-se

a. da Lei, Mt 23.23; Atos 21.21 b. da fé, Ez 20.8 (LXX); Lucas 8.13; II Ts 2.3; I Tm 4.1; Hb 2.13

Crentes modernos fazem muitas perguntas teológicas sobre o que os escritores do NT nunca teriam pensado. Uma destas se relacionaria com a tendência moderna de separar fé de fidelidade.

Há pessoas na Bíblia que estão envolvidas no povo de Deus e algo acontece. I. Antigo Testamento

I. Aqueles que ouviram o relato dos doze espias, Números 14 (cf. Hb 3.16-19) II. Coré, Nm 16

III. Os filhos de Eli, I Samuel 2, 4 IV. Saul, I Samuel 11-31 V. Profetas falsos (exemplos)

1. Dt 13.1-5; 18.19-22 (maneiras para conhecer um falso profeta) 2. Jeremias 28 3. Ezequiel 13.1-7

VI. Falsas profetisas 1. Ezequiel 13.17 2. Neemias 6.14

VII. Líderes maus de Israel (exemplos) 1. Jeremias 5.30, 31; 8.1, 2; 23.1-4 2. Ezequiel 22.23-31 3. Miquéias 3.5-12

II. Novo Testamento A. Este termo grego é literalmente apostasize. Os Antigo e Novo Testamentos tanto

confirmam um intensificação do mal quanto ensino falso antes da Segunda Vinda (Mt 24.24;

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Marcos 13.22; Atos 20.29, 30; II Ts 2.9-12; II Tm 4.4). Este termo grego pode refletir as palavras de Jesus na Parábola dos Solos encontrada em Mateus 13; Marcos 4; e Lucas 8. Os falsos mestres são obviamente não cristãos, mas eles vieram de dentro (cf. Atos 20.29, 30; I João 219); no entanto, eles são capazes de seduzir e capturar crentes imaturos (cf. Hb 3.12). A pergunta teológica é: os falsos mestres já eram crentes? Isto é difícil de responder porque havia falsos mestres nas igrejas locais (cf. I João 2.18, 19). Muitas vezes nossas tradições teológicas ou denominacionais respondem esta pergunta sem referência a textos bíblicos específicos (exceto o método texto-prova de citar um versículo fora de contexto para supostamente provar a inclinação de alguém).

B. Fé aparente 1. Judas, João 17.12 2. Simão Mago, Atos 8 3. Daqueles falados em Mt 7.13-23 4. Daqueles falados em Mateus 13; Marcos 4; Lucas 8 5. Os judeus de João 8.31-59 6. Alexandre e Himeneu, I Tm 1.19, 20 7. Aqueles de I Tm 6.21 8. Himeneu e Fileto, II Tm 2.16-18 9. Demas, II Tm 4.10 10. Falsos mestres, II Pedro 2.19-22; Judas vv.12-19 11. anticristos, I João 2.18, 19

C. Fé infrutífera 1. I Coríntios 3.10-15 2. II Pedro 1.8-11

Nós raramente pensamos sobre estes textos porque nossa teologia sistemática (calvinismo, arminianismo, etc.) dita a resposta ordenada. Por favor, não me prejulgue porque eu menciono este assunto. Minha preocupação é o procedimento hermenêutico adequado. Nós devemos deixar a Bíblia falar a nós e não tentar moldá-la numa teologia pré-ajustada. Isto é muitas vezes doloroso e chocante porque muito de nossa teologia é denominacional, cultural ou relacional (genitor, amigo, pastor), não bíblica. Alguns que estão no Povo de Deus resultarão não estar no Povo de Deus (e.g., Rm 9.6).

TÓPICO ESPECIAL: GRÁFICO DOS NOMES DOS APÓSTOLOS Mateus 10.2-4 Marcos 3.16-19 Lucas 6.14-16 Atos 1.12-18 Primeiro Grupo Simão (Pedro) André (irmão de Pedro) Tiago (filho de Zebedeu) João (irmão de Tiago) Simão (Pedro)

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Tiago (filho de Zebedeu) João (irmão de Tiago) André Simão (Pedro) André (irmão de Pedro) Tiago João Pedro João Tiago André Segndo Grupo Filipe Bartolomeu Tomé Mateus (coletor de imposto) Filipe Bartolomeu Mateus Tomé Filipe Bartolomeu Mateus Tomé Filipe Tomé Bartolomeu Mateus Terceiro Grupo Tiago (filho de Alfeu) Tadeu Simão (o cananeu) Judas (Iscariotes) Tiago (filho de Alfeu) Tadeu Simão (o cananeu) Judas (Iscariotes) Tiago (filho de Alfeu) Simão (o zelote) Judas (filho de Tiago) Judas (Iscariotes) Tiago (filho de Alfeu) Simão (o zelote) Judas (filho de Tiago)

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TÓPICO ESPECIAL: ARCHĒ

O termo “domínio” é o termo grego archē, que significa o “principio” ou “origem” de algo. 1. princípio da ordem criada (cf. João 1.1; I João 1.1; Hb 1.10) 2. o princípio do evangelho (cf. Marcos 1.1; Fp 4.15; II Ts 2.13; Hb 2.3) 3. primeiras testemunhas oculares (cf. Lucas 1.2) 4. princípio dos sinais (milagres, cf. João 2.11) 5. princípios elementares (cf. Hb 5.12) 6. confiança do princípio baseada nas verdades do evangelho (cf. Hb 3.14) 7. o princípio, Cl 1.18; Ap 3.14 Veio a ser usado para “regra” ou “autoridade” 1. de oficiais governantes humanos

a. Lucas 12.11 b. Lucas 20.20 c. Roamos 13.3; Tito 3.1

2. de autoridades angélicas a. Romanos 8.38 b. I Co 15.24 c. Ef 1.21; 3.10; 6.12 d. Cl 1.16; 2.10, 15

Estes falsos mestres desprezam toda autoridade, terrena e celestial. Eles são libertinos antinomianos. Eles colocam eles mesmos e seus desejos primeiro antes de Deus, anjos, autoridades civis e líderes da igreja.

TÓPICO ESPECIAL: ARCA DA ALIANÇA I. Seu propósito

A. o lugar onde YHWH habitava (i.e., escabelo dos Seus pés, cf. I Cr 28.2; Sl 132.7; Is 66.1) B. o lugar do perdão do pecado, para todos os povos (cf. Israel, Levítico 16 e I Rs 8.27-30;

estrangeiros, 8.41, 43, 60) II. Seu conteúdo

A. tradição rabínica 1. as duas tábuas de pedra nas quais YHWH escreveu o decálogo (cf. Êx 31.18; 32.15, 16) 2. as duas colunas de prata que seguravam as tábuas (sem referências bíblicas) 3. os fragmentos das duas tábuas originais que foram quebradas por Moisés por causa da

fabricação e adoração de Israel do bezerro de ouro (cf. Êx 32.19; Dt 9.17; 10.2) 4. uma cópia da Torá inteira (cf. Êx 25.16) 5. os nomes de Deus (cf. I Rs 8.29) desenvolvidos na Cabala, misticismo judaico

B. referências bíblicas quanto ao conteúdo (é incerto se estas se referem a coisas dentro da arca ou ao lado dela)

1. um vaso de maná (cf. Êx 16.31-36) 2. a vara de Arão que brotou (cf. Nm 17.4, 10; Hb 9.4) 3. a oferta da culpa dos filisteus (5 ratos de ouro e hemorróidas de ouro, cf. I Sm 6.3, 4, 8)

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4. uma cópia do Decálogo (cf. Dt 10.4, 5; 31.26) C. na dedicação do Templo de Salomão em Reis 8 diz-se da arca ter contido apenas as duas

tábuas de pedra (i.e., as Dez Palavras, cf. I Rs 8.9) III. Sua possível localização

A. Opções históricas 1. levada para o Egito por Sisaque (935-914 a.C.) quando ele invadiu Judá no quinto ano

(926 a.C.) do reinado de Reoboão (filho de Salomão) (cf. I Rs 14.25, 26; II Cr 12.9). 2. levada para o egito (Zoã, Tânis, Avaris – nomes diferentes para a capital do delta de

Seti I) pelo Faraó Neco II, que também exilou o descendente davídico Jeoacaz (filho de Josias) em 597 a.C. (cf. II Rs 23.31-35; II Cr 36.1-4)

3. levada para a Babilônia para o templo de Marduqe por Nabucodonozor II quando Zedequias foi exilado (586 a.C.) e o Templo queimado (cf. II Rs 25.9, 13-17; II Cr 36.18).

B. Tradições judaicas 1. escondida no Mt Nebo/Pisga por Jeremias antes da queda de Jerusalém 2. o livro apócrifo de II Baruque diz que um anjo a escondeu 3. escondida por um meio desconhecido, mas será retornada por Elias antes que o

messias venha (cf. Ml 4.5) 4. escondida no Mt. Gerizim (Siquém) onde os samaritanos construíram o templo deles

para YHWH

TÓPICO ESPECIAL: Predestinação (Calvinismo) Versus Arminianismo Livre Arbítrio Humano (Arminismo)

Tito 2.11 é um equilíbrio para outras passagens sobre eleição. I achei que poderia ser teologicamente útil fornecer notas do meu comentário de Romanos 8.29 e 9, assim como Efésios 1.

I. Romanos 8.29 – Paulo usa “conheceu” (proginōskō, “conhecer antes”) duas vezes, aqui e 11.2. em 11.12 refere-se ao amor pactual de Deus para Israel antes que o tempo começasse. Lembre que o termo “conhecer” em hebraico relacionava-se ao relacionamento íntimo, pessoal, não a fatos sobre alguém (cf. Gn 4.1; Jr 1.5). Aqui foi incluído numa corrente de eventos eternos (cf. Rm 8.29, 30). Este termo estava vinculado com predestinação. No entanto, deve ser afirmado que a presciência de Deus não é a base da eleição porque se isso fosse assim, então a eleição estaria baseada na resposta futura da humanidade caída, que seria desempenho humano. Este termo é também encontrado em Atos 26.5; I Pe 1.2, 20 e II Pe 3.17.

A. “conheceu” (proginōskō, “conhecer antes”) O termo “conhecer” e “predestinação” são ambos compostos com a preposição “antes” e, portanto, deveriam ser traduzidos “conhecer antes”, “estabelecer limites antes” ou “marcar antes”. As passagens definitivas sobre predestinação no NT são Rm 8.28-30; Ef 1.13, 14; e Rm 9. Estes textos obviamente enfatizam que Deus é soberano. Ele está no controle total de todas as coisas. Há um plano divino pré-ajustado sendo elaborado no tempo. Entretanto, este plano não é arbitrário ou seletivo. Está baseado na soberania e presciência de Deus, mas no Seu caráter imutável de amor, misericórdia e graça não merecidos. Nós devemos ter cuidado com nosso individualismo ocidental (americano) ou nosso zelo

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evangélico colorindo esta verdade maravilhosa. Nós devemos também prevenir-nos contra estar polarizados nos conflitos históricos, filosóficos entre Agostinho versus Pelágio ou calvinismo versus arminianismo.

B. “predestinou” (proorizō, “estabelecer limites antes”) Predestinação não é uma doutrina destinada a limitar o amor, graça e misericórdia de Deus nem para excluir alguém do evangelho. É destinada a fortalecer os crentes moldando sua visão de mundo. Quem ou que nos separa dEle (cf. Rm 8.31-39)? Deus vê toda a história como presente; os humanos são limitados pelo tempo. Nossa perspectiva e habilidades mentais são limitadas. Não há contradição entre a soberania de Deus e o livre arbítrio da humanidade. É uma estrutura pactual. Este é um outro exemplo da verdade dada em tensão dialética. Doutrinas bíblicas são apresentadas de perspectivas diferentes. Elas freqüentemente parecem paradoxais. A verdade é um equilíbrio entre pares aparentemente opostos. Nós não devemos remover a tensão pegando uma das verdades. Nós não devemos isolar nenhuma verdade bíblica num compartimento sozinha. É também importante acrescentar que a meta da eleição não é somente o céu quando nós morrermos, mas semelhança a Cristo agora (cf. Rm 8.29; Ef 1.4; 2.10). Nós fomos escolhidos para sermos “santos e irrepreensíveis”. Deus escolhe transformar-nos de modo que outros possam ver a mudança e responder por fé a Deus em Cristo. Predestinação não é um privilégio pessoal, mas uma responsabilidade pactual. Esta é a verdade principal da passagem. Esta é a meta do cristianismo. Santidade é a vontade de Deus para todo crente. A eleição de Deus é para semelhança a Cristo (cf. Ef 1.4), não um prestígio especial. A imagem de Deus, que foi dada ao homem na criação (cf. Gn 1.26; 5.1, 3; 9.6) deve ser restaurada.

C. “conformados à imagem do Seu Filho” – a meta final de Deus é a restauração da imagem perdida na queda. Os crentes são preordenados à semelhança a Cristo (cf. Ef 1.4).

II. Romanos 9

A. Romanos 9 é uma das mais fortes passagens sobre a soberania de Deus (a outra sendo Ef 1.3-14), enquanto o capítulo 10 afirma o livro arbítrio dos humanos claramente e repetidamente (cf. “todo” v. 4: “aqueke que” vv. 11, 13; “todos” v. 12 [duas vezes]). Paulo nunca tenta reconciliar esta tensão teológica. Elas duas são verdadeiras! A maioria das doutrinas da Bíblia são apresentadas em pares parodoxais ou dialéticos. A maioria dos sistemas de teologia são meias verdades lógicas. Agostinianismo e calvinismo versus semi-pelagianismo e Arminianismo têm elementos de verdade e erro. Tensão bíblica entre doutrinas é preferível a um sistema teológico, de texto-prova, dogmático, racional, que força a Bíblia a uma grade interpretativa preconcebida.

B. Esta mesma verdade (encontrada em Rm 9.23) é afirmada em Rm 8.29, 30 e Ef 1.4, 11. Este capítulo é a expressão mais forte da soberania de Deus no NT. Não pode haver disputa de que Deus está no cuidado total da criação e redenção. Esta grande nunca deveria atenuada ou diminuída. No entanto, deve ser equilibrada com a escolha de Deus da aliança como um meio de relacionar-se com a criação humana, feita à Sua imagem. É certamente verdadeiro que algumas alianças do AT, como Gênesis 15, são incondicionais e não se relacionam em absoluto como resposta humana, mas outras alianças são condicionadas na resposta humana (e.g., Éden, Noé, Moisés, Davi). Deus tem um plano de redenção para Sua criação; nenhum humano pode afetar este plano. Deus escolheu permitir aos indivíduos participarem dos Seus planos. Esta oportunidade para participação é uma tensão teológica entre soberania (Romanos 9) e livre arbítrio humano (Romanos 10).

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Não é apropriado selecionar uma ênfase e ignorar a outra. Há uma tensão entre doutrinas porque o povo oriental apresenta a verdade em pares dialéticos ou cheios de tensão. As doutrinas devem ser consideradas em relacionamento com outras doutrinas. A verdade é um mosaico de verdades.

III. Efésios 1 A. A eleição é uma doutrina maravilhosa. Contudo, isso não é um chamado ao favoritismo,

mas um chamado para ser um canal, uma ferramenta ou meio para a redenção de outros! No AT o termo era usado primordialmente para serviço; no NT é usado primordialmente para salvação que resulta em serviço. A Bíblia nunca reconcilia a aparente contradição entre a soberania de Deus e o livre arbítrio da humanidade, mas afirma ambas! Um bom exemplo da tensão bíblica seria Romanos 9 sobre a escolha soberana de Deus e Romanos 10 sobre a necessária resposta da humanidade (cf. 10.11, 13).

A chave para esta tensão teológica pode ser encontrada em 1.4. Jesus é o homem eleito de Deus e todos são potencialmente eleitos nEle (Karl Barth). Jesus é o “sim” de Deus para a necessidade da humanidade caída (Karl Barth). Efésios 1.4 também ajuda a esclarecer a questão afirmando que a meta da predestinação não é o céu, mas a santidade (semelhança a Cristo). Somos freqüentemente atraídos para os benefícios do evangelho e ignoramos as responsabilidades! O chamado de Deus (eleição) é para o tempo assim como para a eternidade!

As doutrinas vêem em relação a outras verdades, não como únicas, verdades não relacionadas. Uma boa analogia seria uma constelação versus uma única estrela. Deus apresenta a verdade nos gêneros orientais, não ocidentais. Não devemos remover a tensão causada pelos pares dialéticos (paradoxos) de verdades doutrinárias (Deus como transcendente versus Deus como imanente; segurança versus perseverança; Jesus como igual com o Pai versus Jesus subserviente ao Pai; liberdade cristã versus responsabilidade cristã a uma parceiro pactual, etc.).

O conceito teológico de “aliança” une a soberania de Deus (que sempre toma a iniciativa e estabelece a pauta) com uma resposta de fé arrependida inicial e contínua obrigatória do homem. Tenha cuidado com texto-prova de um lado do paradoxo e menosprezo do outro! Tenha cuidado com afirmar somente sua doutrina ou sistema de teologia favorito.

B. “Nos escolheu” em Ef 1.4 é um indicativo aoristo médio que enfatiza sujeito. Isto foca na escolha do Pai antes do tempo. A escolha de Deus não deve ser compreendida no sentido islâmico de determinismo, nem no sentido ultra-calvinista como alguns versus outros, mas no sentido pactual. Deus prometeu remir a humanidade caída (cf. Gn 3.15). Deus chamou e escolheu Abraão para escolher todos os humanos (cf. Gn 12.3; Êx 19.5, 6). Deus mesmo elegeu todas as pessoas que exercitariam fé em Cristo. Deus sempre toma a iniciativa na salvação (cf. João 6.44, 65). Este texto e Romanos 9 são a base bíblica para a doutrina da predestinação enfatizada por Agostinho e Calvino.

Deus escolheu os crentes não somente para salvação (justificação), mas também para santificação (cf. Colossenses 1.10-12). Isto poderia relacionar-se com (1) nossa posição em Cristo (cf. II Co 5.21) ou (2) o desejo de Deus de reproduzir Seu caráter nos Seus filhos (cf. 2.10; Rm 8.28, 29; Gl 4.19). A vontade de para Seus filhos é tanto o céu um dia quanto semelhança a Cristo agora!

“Nele” é o conceito chave de Ef. 1.4. As bênçãos, graça e salvação do Pai fluem através de Cristo (cf. João 14.6). Observe a repetição desta forma gramatical (locativo de esfera) no v. 3, “em Cristo”; v. 4, “nele”; v. 7, “no qual”; v. 9, “em Cristo”; v. 10, “nele”; v. 12, “em Cristo”; e v. 13, “em quem”, “nele”. Jesus é o “sim” de Deus para a humanidade caída (Karl Barth). Jesus é o

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homem eleito de Deus e todos são potencialmente eleitos nEle (Karl Barth). Todas as bênçãos do Pai fluem através de Cristo.

A frase “antes da fundação do mundo” é também usada em Mt 25.34; João 17.24; I Pe 1.19, 20 e Ap 13.8. Isso mostra a atividade redentiva do Deus Triúno ainda antes de Gn 1.1. Os humanos são limitados pelo seu sentido de tempo; tudo para nós é passado, presente e futuro, mas não para Deus.

A meta da predestinação é a santidade, não privilégio. O chamado de Deus não é para alguns selecionados dos filhos de adão, mas para todos! É um chamado para ser o que Deus pretendia que a humanidade fosse, como Ele mesmo (cf. I Ts 5.23; II Ts 2.13); à Sua imagem (cf. Gn 1.26, 27). Transformar a predestinação numa doutrina teológica em vez de uma vida santa é uma tragédia. Muitas vezes nossas teologias falam mais alto do que o texto bíblico.

O termo “irrepreensível” (amōmos) ou “livre de mancha” é usado para (1) Jesus (cf. Hb 9.14; I Pe 1.19); (2) Zacarias e Isabel (cf. Lucas 1.6); (3) Paulo (cf. Fp 3.6); e (4) todos os verdadeiros cristãos (cf. Fp 2.15; I Ts 3.13; 5.23). A vontade inalterável de Deus para cada crente não é apenas o céu mais tarde, mas semelhança a Cristo agora (cf. Rm 8.29, 30; Gl 4.19; I Pe 1.2). Os crentes devem refletir as características de Deus para um mundo perdido para o propósito do evangelismo.

Gramaticalmente a frase “em amor” neste versículo poderia combinar ou com o v. 4 ou v. 5. No entanto, quando esta frase é usada em outros lugares em Efésios ela sempre se refere ao amor por Deus (cf. 3.17; 4.2, 15, 16).

C. Em Ef 1.5 a frase “nos predestinou” é um particípio aoristo ativo. Este termo grego é um composto de “antes” e “marcar”. Refere-se ao plano redentivo predeterminado de Deus (cf. Lucas 22.22; Atos 2.23; 4.28; 17.31; Rm 8.29, 30). Predestinação é uma das várias verdades relacionadas com a salvação da humanidade. É parte de um padrão ou série teológica de verdades relacionadas. Nunca foi destinada a ser enfatizada isolada! A verdade bíblica foi dada numa série de pares paradoxais, cheios de tensão. O denominacionalismo tem tendido a remover a tensão bíblica enfatizando uma das verdades dialéticas (predestinação versus livre arbítrio humano; pecado original versus pecado volitivo; impecabilidade versus pecar menos; santificação declarada instantaneamente versus santificação progressiva; fé versus obra; liberdade cristã versus responsabilidade cristã; transcendência versus imanência).

A escolha de Deus não está baseada na presciência do desempenho do ser humano, mas no Seu caráter gracioso (cf. vv. 9 & 11). Ele gostaria que todos (não apenas alguns especiais como os gnósticos ou ultra-calvinistas modernos) fossem salvos (cf. Ez 18.21-23, 32; João 3.16, 17; I Tm 2.4; 4.10; Tito 2.11; II Pe 3.9). A graça de Deus (o caráter de Deus) é a chave teológica para esta passagem (cf. vv. 6a, 7c, 9b), como a misericórdia de Deus é a chave para a outra passagem sobre predestinação, Romanos 9-11.

A única esperança da humanidade caída é a graça de Deus (cf. Is 53.6 e vários outros textos do AT citados em Rm 3.9-18). É crucial interpretar estes primeiros capítulos teológicos para perceber que Paulo enfatiza aquelas coisas que estão totalmente relacionadas com o desempenho humano: predestinação (cap. 1), graça (cap. 2) e o plano de redenção eterno de Deus (mistério, 2.11-3.13). Isto devia contrabalançar a ênfase dos falsos mestres no mérito e orgulho humanos.

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TÓPICO ESPECIAL: ASCENSÃO Há um número de palavras gregas diferentes usadas para descrever a ascensão de Jesus de

volta para o céu: 1. Atos 1.2, 11, 22; analambanō, conduzir para cima (cf. I Tm 3.16), que é também usado na

Septuaginta em II Rs 2.9, 11 para a translação de Elias ao céu e também I Macabeus 2.58 2. Atos 1.9, epairō, levantar, elevar, erguer 3. Lucas 9.51, analēpsis (forma do nº 1) 4. Lucas 24.51, diistēmi, partir 5. João 6.62, anabainō, ascender

Este evento não está registrado no Evangelho de Mateus ou Marcos. O Evangelho de Marcos termina em 16.8, mas uma das três adições de escribas posteriores descreve o evento em 16.19 (i.e., analambanō).

TÓPICO ESPECIAL: CERTEZA

A. Pode os cristãos podem saber que são salvos (cf. João 5.13)? João tem três provas ou evidências.

1. Doutrinária (crença) (vv. 1, 5, 10; 2.18-25; 4.1-6,14-16; 5.11, 12) 2. Estilo de vida (obediência) (vv. 2, 3; 2.3-6; 3.1-10; 5.18) 3. Social (amor) (v. 2, 3; 2.7-11; 3.11-18, 4.7-12, 16-21)

B. Certeza tornou-se uma questão denominacional 1. João Calvino baseou a certeza na eleição de Deus. Ele disse que nós nunca podemos

estar certos nesta vida. 2. John Wesley baseou a certeza na experiência religiosa. Ele acreditava que nós temos a

capacidade de viver acima dos pecado conhecido. 3. Os católicos romanos a Igreja de Cristo baseiam a certeza numa Igreja autoritativa O

grupo ao qual alguém pertence é a chave para a certeza. 4. A maioria dos evangélicos baseia a certeza nas promessas da Bíblia, ligadas ao fruto do

Espírito na vida do crente (cf. Gl. 5.22, 23). C. Eu acho que a garantia fundamental da humanidade caída está ligada ao caráter do Deus

Uno e Triúno 1. amor de Deus o Pai

a. João 3.16; 10.28, 29 b. Romanos 8.31-39 c. Efésios 2.5, 8, 9 d. Filipenses 1:6 e. I Pedro 1.3-5 f. I João 4.7-21

2. ações de Deus o Filho a. morte em nosso lugar

1) Atos 2.23 2) Romanos 5.6-11 3) II Coríntios 5.21 4) I João 2.2; 4.9, 10

b. oração sumo sacerdotal (João 17.12)

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c. intercessão contínua 1) Romanos 8.34 2) Hebreus 7.25 3) I João 2.1

3. ministério de Deus o Espírito a. chamando (João 6.44, 65) b. selando

1) II Coríntios 1.22; 5.5 2) Efésios 1.13, 14; 4.3

c. assegurando 1) Romanos 8.16, 17 2) I João 5.7-13

D. Mas os seres humanos devem responder à oferta da aliança de Deus (tanto inicialmente quanto continuamente)

1. os crentes devem abandonar o pecado (arrependimento) e voltar para Deus através de Jesus (fé)

a. Marcos 1.15 b. Atos 3.16,19; 20.21

2. os crentes devem receber a oferta de Deus em Cristo a. João 1.12; 3.16 b. Romanos 5.1 (e por analogia 10.9-13) c. Efésios 2.5, 8, 9

3. os crentes devem continuar firmes na fé a. Marcos 13.13 b. I Coríntios 15.2 c. Gálatas 6.9 d. Hebreus 3.14 e. II Pedro 1.10 f. Judas 20, 21 g. Apocalipse 2.2, 3, 7, 10, 17, 19, 25, 26; 3.5, 10, 11, 21

4. os cristãos enfrentam três provas a. doutrinária (vv. 1, 5, 10; 2.18-25; 4.1-6, 14-16) b. estilo de vida (vv. 2, 3; 2.3-6; 3.1-10) c. social (vv. 2, 3; 2.7-11; 3.11-18, 4.7-12, 16-21)

E. A certeza é difícil porque 1. muitas vezes os crentes buscam certas experiências não prometidas na Bíblia 2. muitas vezes os crentes não entendem completamente o evangelho 3. muitas vezes os crentes continuam a pecar voluntariamente (cf. I Cor 3.10-15; 9.27; I

Tm 1.19, 20; II Tm 4.10; II Pe 1.8-11) 4. certos tipos de personalidade (i.e. perfeccionistas) nunca poderão aceitar a aceitação e

o amor incondicional de Deus 5. na Bíblia há exemplos de profissões falsas (cf. Mt 13.3-23;. 7.21-23, Marcos 4.14-20;

II Pe 2.19, 20; I João 2.18, 19)

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TÓPICO ESPECIAL: AUTOR/LÍDER (ARCHĒGOS) O termo “autor” ou “líder” é o termo grego archēgos. Vem da raiz grega “principio” (archē)

“ir” ou “liderar” (agō). Este composto veio a ser usado para um governante, príncipe ou líder (humano ou angélico). O termo é usado apenas três vezes no NT.

1. Príncipe ou autor em Atos 3.15 2. príncipe ou líder (cf. Atos 5.21) 3. o autor (ou pioneiro) e aperfeiçoador da fé em Hb 12.2 Jesus é o autor, o provedor e consumador da salvação.

TÓPICO ESPECIAL: AUTORIDADE (EXOUSIA)

É interessante observar o uso de Lucas de exousia (autoridade, poder ou direito legal. 1. Em 4.6 Satanás afirma ser capaz de dar autoridade a Jesus. 2. Em 4.32, 36, o povo judeu ficou admirado em como Jesus ensinava usando Sua

autoridade pessoal. 3. Em 9.1 Ele deu Seu poder e autoridade aos Seus Apóstolos. 4. Em 10.19 Ele deu Sua autoridade aos setenta missionários. 5. Em 20.2, 8 a pergunta central da autoridade de Jesus é feita. 6. Em 22.53 ao mal foi concedida autoridade para condenar e matar Jesus. Embora não em Lucas, a introdução de Mateus à Grande Comissão, “Toda a autoridade me

foi dada no céu e na terra”, é uma afirmação maravilhosa (Mt 28.18). A resposta de Jesus para a pergunta deles teria sido 1. as palavras de Deus faladas no Seu

a. batismo (Lucas 3.21, 22) b. transfiguração (Lucas 9.35)

2. profecias cumpridas do AT a. tribo de Judá (cf. Gn 49.10) b. família de Jessé (cf. II Samuel 7) c. nascido em Belém (cf. Miquéias 5.2) d. nascido durante o quarto império (Roma) de Daniel 2 e. ajudou os pobres, os cegos, os necessitados (Isaías)

3. Seus exorcismos revelaram Seu poder e autoridade sobre Satanás e seu reino. 4. Suas ressurreições dos mortos mostraram Seu poder sobre a vida e morte física. 5. Seus milagres todos revelaram Seu poder e autoridade sobre o temporal, espacial e físico.

a. natureza b. alimentos c. curas d. leitura de mentes e. pesca de peixe

TÓPICO ESPECIAL: BATISMO

Curtis Vaughan, Acts [Atos], tem uma nota de rodapé interessante, na página 28 relacionada com Atos 2.38.

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“A palavra grega para ‘batizado’ é um imperativo na terceira pessoa; a palavra para ‘arrependei’, um imperativo na segunda pessoa. Esta mudança da ordem mais direta da segunda pessoa para a menos direta da terceira pessoa de ‘batizado’ implica que a exigência básica fundamental de Pedro é para arrependimento”.

Isto segue a ênfase da pregação de João Batista (cf. Mt 3.2) e Jesus (cf. Mt 4.17). Arrependimento parece ser a chave espiritual e o batismo é uma expressão externa dessa mudança espiritual. O Novo Testamento nada sabia sobre crentes não batizados! Para a igreja primitiva, o batismo era a profissão pública de fé. É a ocasião para confissão pública de fé em Cristo, não um mecanismo para salvação! É necessário ser lembrado que o batismo não é mencionado no segundo sermão de Pedro, embora o arrependimento seja (cf. 3.19; Lucas 24.17). Batismo foi um exemplo estabelecido por Jesus (cf. Mt 3.13-18) e foi ordenado por Jesus (cf. Mt 28.19). A questão moderna da necessidade do batismo para salvação não é tratada no Novo Testamento; é esperado que todos os crentes sejam batizados. No entanto, você deve prevenir-se contra um mero mecanismo sacramental! Salvação é uma questão de fé, não uma questão do ato de lugar certo, palavras certas ou ritual certo! TÓPICO ESPECIAL: BARNABÉ I. O Homem

A. nascido em Chipre (cf. Atos 4.36). B. da tribo de Levi (cf. Atos 4.36). C. apelidado “filho da consolação” (cf. Atos 4.36; 11.23). D. um membro da igreja de Jerusalém (cf. Atos 11.22). E. ele tinha os dons espirituais de profeta e mestre (cf. Atos 13.1). F. chamado de apóstolo (cf. Atos 14.14).

II. Seu Ministério A. em Jerusalém

1. vendeu sua propriedade e deu todo o dinheiro para os Apóstolos ajudarem aos pobres (cf. Atos 4.37).

2. líder na igreja de Jerusalém (cf. Atos 11.22). B. com Paulo

1. Ele foi um dos primeiros a confiar na conversão de Paulo (cf. Atos 11.24). 2. Ele foi a Tarso encontrar Paulo e levá-lo para ajudar com a nova igreja em Antioquia

(cf. Atos 11.24-26). 3. A igreja em Antioquia enviou Barnabé e Saulo para a igreja em Jerusalém com uma

contribuição para os pobres (cf. Atos 11.29, 30). 4. Barnabé e Paulo prosseguem na primeira viagem missionária (cf. Atos 13.1-3). 5. Barnabé foi o líder da equipe em Chipre (sua ilha de origem), mas logo a liderança de

Paulo foi reconhecida (cf. Atos 13.13). 6. Eles se reportaram à igreja em Jerusalém para explicar e documentar sua missão entre

os Gentios (cf. Atos 15, chamado o Concílio de Jerusalém). 7. Barnabé e Paulo tiveram seu primeiro desentendimento sobre as leis de comida

judaicas e a comunhão dos gentios registrado em Gl. 2.11-14. 8. Barnabé e Paulo planejaram uma segunda viagem missionária, mas uma disputa

irrompeu sobre o primo de Barnabé, João Marcos (cf. Col. 4.10), que desertou do trabalho na

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primeira viagem missionária (cf. Atos 13.13). Paulo recusou-se a levá-lo na segunda viagem missionária, então a equipe se desmontou (cf. Atos 15.36-41). Isto resultou em duas equipes (i.e., Barnabé e João Marcos e Paulo e Silas). III. Tradição da Igreja (Eusébio)

A. Barnabé foi um dos setenta enviados por Jesus (cf. Lucas 10.1-20). B. Ele morreu como um mártir cristão em sua ilha natal, Chipre. C. Tertuliano diz que ele escreveu o livro de Hebreus. D. Clemente de Alexandria diz que ele escreveu o livro não canônico da Epístola de

Barnabé. TÓPICO ESPECIAL: SER FORTALECIDO

Este termo (kataioō) na voz passiva é usado várias vezes no NT em diferentes sentidos. 1. o desenvolvimento natural de Jesus como ser humano, Lucas 1.80; 2.40 2. os crentes sendo fortalecidos pelo Espírito Santo, EF 6.6 3. os crentes firmes e resolutos na sua fé em face das lutas externas na igreja corintiana, I Co

16.13 TÓPICO ESPECIAL: Fé, Crer ou Confiar (Pistis [substantivo], Pisteuō, [verbo], Pistos [adjetivo])

A. Este é um termo muito importante na Bíblia (cf. Hb 11.1, 6). É o assunto das primeiras pregações de Jesus (cf. Mc 1.15). Há pelo menos duas exigências da nova aliança: arrependimento e fé (cf. Marcos 1.15; At 3.16, 19; 20.21).

B. Sua etimologia: 1. O termo “fé” significava lealdade e fidelidade ou confiabilidade e era uma descrição da

natureza de Deus, não da nossa. 2. Vem de um termo hebraico (emun, emunah, BDB 53) que significava “ter certeza ou

estabilidade”. A fé salvífica é consentimento mental (conjunto de verdades), vida moral (um estilo de vida) e primordialmente um comprometimento relacional (acolhimento de uma pessoa) e volitivo (uma decisão) àquela pessoa.

C. Seu uso no AT Deve ser enfatizado que a fé de Abraão não estava num futuro Messias, mas na promessa de Deus de que ele teria um filho e descendentes (cf. Gn 12.2; 15.2-5; 17.4-8; 18.14). Abraão respondeu a esta promessa confiando em Deus. Ele ainda teve dúvidas e problemas a respeito desta promessa, que levou treze anos para ser cumprida. Sua fé imperfeita, no entanto, foi aceita por Deus. Deus está disposto a trabalhar com seres humanos imperfeitos que respondam a Ele e Suas promessas com fé, mesmo que ela seja do tamanho de um grão de mostarda (cf. Mt 17.20).

D. Seu uso no NT O termo “creu” vem do termo grego (pisteuō) que também pode ser traduzido “crer”, “fé” ou “confiança”. Por exemplo, o substantivo não ocorre no Evangelho de João, mas o verbo é usado freqüentemente. Em João 2.23-25, há incerteza quanto à autenticidade do compromisso da multidão a Jesus de Nazaré como o Messias. Outros exemplos deste uso superficial do termo “crer” estão em João 8.31-59 e Atos 8.13, 18-24. A verdadeira fé bíblica é mais do que uma resposta inicial. Deve ser seguida por um processo de discipulado (cf. Mt 13.20-22, 31, 32).

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E. Seu uso com preposições 1. eis significa “em”. Esta construção única enfatiza os crentes colocando sua

confiança/fé em Jesus 1. no Seu nome (João 1.12; 2.23; 3.18; I João 5.13) 2. nEle (João 2.11; 3.15, 18; 4.39; 6.40; 7.5, 31, 39, 48; 8.30; 9.36; 10.42; 11.45, 48;

12.37, 42; Mt 18.6; Atos 10.43; Fp 1.29; I Pe 1.8) 3. em Mim (João 6.35; 7.38; 11.25, 26; 12.44, 46; 14.1, 12; 16.9; 17.20) 4. no Filho (João 3.36, 9.35; I João 5.10) 5. em Jesus (João 12.11; Atos 19.4; Gl 2.16) 6. na Luz (João 12.36) 7. em Deus (João 14.1)

2. en significa “em” como em João 3.15; Marcos 1.15; Atos 5.14 3. epi significa “em” ou “sobre”, como em Mt 27.42; Atos 9.42; 11.17; 16.31; 22.19; Rm

4.5, 24; 9.33; 10.11; I Tm 1.16; I Pe 2.6 4. o caso dativo sem preposição como em João 4.50; Gl 3.6; Atos 18.8; 27.25; I João

3.23; 5.10 5. hoti, que significa “crer que”, dá conteúdo quanto ao que crer

a. Jesus é o Santo de Deus (João 6.69) b. Jesus é o Eu Sou (João 8.24) c. Jesus está no Pai e o Pai está nEle (João 10.38) d. Jesus é o Messias (João 11.27; 20.31) e. Jesus é o Filho de Deus (João 11.27; 20.31) f. Jesus foi enviado pelo Pai (João 11.42; 17.8, 21) g. Jesus é um com o Pai (João 14.10, 11) h. Jesus veio do Pai (João 16.27, 30) i. Jesus Se identificou no nome da aliança do Pai, “Eu Sou” (João 8.24; 13.19) j. Nós viveremos com Ele (Rm 6.8) k. Jesus morreu e ressuscitou (I Ts 4.14)

TÓPICO ESPECIAL:USO DE JOÃO DO VERBO “CRER” (o substantivo é raro) João combina “crer” com uma preposição

A. eis significa “em”. Esta construção única enfatiza os crentes colocando sua confiança/fé em Jesus

1. no Seu nome (João 1.12; 2.23; 3.18; I João 5.13) 2. nEle (João 2.11; 3.15, 18; 4.39; 6.40; 7.5, 31, 39, 48; 8.30; 9.36; 10.42; 11.45, 48;

12.37, 42; 3. em Mim (João 6.35; 7.38; 11.25, 26; 12.44, 46; 14.1, 12; 16.9; 17.20) 4. nAquele que Ele enviou (João 6.28, 29) 5. no Filho (João 3.36, 9.35; I João 5.10) 6. em Jesus (João 12.11) 7. na Luz (João 12.36) 8. em Deus (João 12.44; 14.1)

B. en significa “em” como em João 3.15 (Marcos 1.15)

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C. o caso dativo sem preposição (I João 3.23; 4.50; 5.10) D. hoti, que significa “crer que”, dá conteúdo quanto ao que crer. Alguns exemplos são

a. Jesus é o Santo de Deus (6.69) b. Jesus é o Eu Sou (8.24) c. Jesus está no Pai e o Pai nEle (10.38) d. Jesus é o Cristo (11.27; 20.31) e. Jesus é o Filho de Deus (11.27; 20.31) f. Jesus foi enviado pelo Pai (11.42; 17.8, 21) g. Jesus é um com o Pai (14.10, 11) h. Jesus veio do Pai (16.27, 30) i. Jesus Se identificou no nome da aliança do Pai, “Eu Sou” (8.24; 13.19)

A fé bíblica está tanto numa pessoa como numa mensagem! É evidenciada por obediência, amor e perseverança. TÓPICO ESPECIAL: HERANÇA DOS CRENTES

As escrituras falam sobre os crentes herdando (cf. Atos 20.32; 26.18; Ef. 1.4; Col. 1.12; 3.24) muitas coisas por causa do seu relacionamento familiar com Jesus que é o herdeiro de todas as coisas (cf. Hb. 1.2); e eles são co-herdeiros (cf. Rm. 8.17; Gl. 4.7) do

reino (cf. Mt 25.34, I Cr 6.9, 10; 15.50; Ef 5.5) vida eterna (cf. Mt 19.29; Hb 9.15) promessas de Deus (cf. Hb 6.12) proteção de Deus de suas promessas (cf. I Pe 1.4, 5)

TÓPICO ESPECIAL: BERENICE

1. Ela era a filha mais velha de Herodes Agripa I. 2. Ela Era a irmã de Agripa II, e por um período de tempo foi sua amante incestuosa. Depois

ela foi amante para Tito enquanto ele era general. 3. Ela era também a terceira esposa de Félix, irmã de Drusila. 4. Ela foi casada com Herodes Cálcis (irmão de Herodes Agripa I, tio dela), mas quando ele

morreu ela se instalou com seu irmão. 5. Ela depois se casou com Polemon, Rei da Cilícia, mas o deixou para retornar para seu

irmão que tinha acabado de receber o título de “Rei”. 6. Ela foi amante tanto de Vespasiano quanto de Tito. 7. Para referências históricas:

a. Guerras Judaicas de Josefo 2.11.6; 15.1; 17.1. b. Antiguidades dos Judeus de Josefo 19.9.1; 15.1; 20.1.3 c. História de Tácio 2.2 d. Vida de Tito de Suetônio 7 e. Histórias de Dio Cassius 65.15; 66.18 f. Sátiras de Juvenal 61.156-157

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TÓPICO ESPECIAL: IRREPREENSÍVEL, INOCENTE, INCULPÁVEL, SEM REPROVAÇÃO

A. Declarações de Abertura 1. Este conceito descreve teologicamente o estado original da humanidade (i.e., Gênesis

1, o Jardim do Éden). 2. Pecado e rebelião têm dizimado esta condição de perfeita comunhão (i.e. Gênesis 3). 3. Os humanos (macho e fêmea) anseiam pela restauração da comunhão com Deus

porque eles são Sua imagem e semelhança (i.e., Gn 1.26, 27). 4. Deus tem lidado com a humanidade pecaminosa de várias maneiras

a. líderes piedosos (i.e., Abraão, Moisés, Isaías) b. sistema sacrificial (i.e., Levítico 1-7) c. exemplos piedosos (i.e., Noé, Jó)

5. Finalmente Deus providenciou o Messias a. como revelação plena de Si mesmo b. como o sacrifício perfeito pelo pecado

6. Os cristãos são tornados irrepreensíveis a. legalmente através da justiça imputada de Cristo b. progressivamente através da obra do Espírito c. a meta do cristianismo é semelhança a Cristo (cf. Rm 8.28, 29; Ef 1.4), que, na

realidade, é a restauração da imagem de Deus perdida na queda de Adão e Eva. 7. Céu é a restauração da comunhão perfeita do Jardim do Éden. Céu é a Nova

Jerusalém descendo da presença de Deus (cf. Ap 21.2) para uma terra purificada (cf. II Pe 3.10). A Bíblia começa e termina nos mesmos temas.

a. comunhão íntima, pessoal com Deus b. num cenário de jardim (Gênesis 1-2 e Apocalipse 21-22) c. pela declaração profética, a presença e companhia de animais (cf. Is 11.6-9)

B. Antigo Testamento 1. Há tantas palavras hebraicas diferentes que carregam o conceito de perfeição,

irrepreensibilidade, inocência que seria difícil identificar e mostrar todos os relacionamentos intricados.

2. Os principais termos que carregam o conceito de perfeição, inculpabilidade ou inocência (de acordo com Robert B. Girdlestone, Synonyms of the Old Testament [Sinônimos do Antigo Testamento], pp. 94-96) são

a. shalom (BDB 1022) b. thamam (BDB 1070) c. calah (BDB 478)

3. A Septuaginta (i.e., a Bíblia da igreja primitiva) traduz muitos destes conceitos para termos do grego coinê usado no NT.

4. O conceito-chave está vinculado ao sistema sacrificial. a. amōmos (cf. Êx 29.1; Lv 1.3, 10; 3.1, 6; Nm 6.14) b. amiantos e aspilus também têm conotações cúlticas

C. Novo Testamento 1. o conceito legal

a. conotação cúltica legal hebraica é traduzida por amōmos (cf. Ef 5.27; Fp 2.15; I Pe 1.19)

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b. conotação legal grega (cf. I Co 1.8; Cl 1.22) 2. Cristo é O sem pecado, irrepreensível, inocente (amōmos, cf. Hb 9.14; I Pe 1.19) 3. Os seguidores de Cristo devem imitá-Lo (amōmos, cf. Ef 1.4; 5.27; Fp 2.15; Cl 1.22;

II Pe 3.14; Judas v. 24; Ap 14.5) 4. Este conceito é também usado paras os líderes da igreja

a. anegklētos, “sem acusação” (cf. I Tm 3.10; Tito 1.6, 7) b. anepilpemptos, “acima de crítica” ou “sem pretexto para reprovação” (cf. I Tm

3.2; 5.7; 6.14; Tito 2.8) 5. O conceito de “imaculado” (amiantos) é usado para

a. Cristo Mesmo (cf. Hb 7.26) b. a herança do cristão (cf. I Pe 1.4)

6. O conceito de “perfeição” ou “retidão” (holoklēria) (cf. Atos 3.16; I Ts 5.23; Tiago 1.4)

7. O conceito de “sem falta”, inocência inculpável é expresso por amemptos (cf. Lucas 1.6; Fp 2.15; 3.6; I Ts 2.10; 3.13; 5.23)

8. O conceito de “não sujeito à repreensão” é expresso por amōmētos (cf. II Pe 3.14) 9. O conceito de “sem mancha”, “imaculado” é muitas vezes usado em passagens que

têm um dos termos acima também (cf. I Tm 6.14; Tiago 1.27; I Pe 1.19; II Pe 3.14) D. O número de palavras em hebraico e grego que expressam este conceito mostra sua

importância. Deus proveu a nossa necessidade através de Cristo e agora convoca-nos para ser como Ele. Os crentes são posicionalmente, forensemente declarados “retos”, “justos”, “irrepreensíveis” pela obra de Cristo. Agora os crentes devem possuir a posição deles. “Andarmos na luz, como ele está na luz” (cf. I João 1.7). “Andeis de modo digno da vocação” (cf. Ef 4.1, 17; 5.2, 15). Jesus restaurou a imagem restaurou a imagem de Deus. Comunhão íntima é agora possível, mas lembre que Deus quer um povo que reflita Seu caráter, como Seu Filho fez. Nós somos chamados para nada menos do que santidade (cf. Mt 5.20, 48; Ef 1.4; I Pe 1.13-16). Santidade de Deus, não apenas legalmente, mas existencialmente! TÓPICO ESPECIAL: VANGLÓRIA

Os termos gregos kauchaomai, kauchēma e kauchēsis são usados cerca de 35 vezes por Paulo e somente outras duas vezes no restante do NT (ambas por Tiago). Seu uso predominante está em I e II Coríntios.

Há duas verdades principais relacionadas com a vanglória: A. nenhuma carne se gloriará/vangloriará-se diante de Deus (cf. I Co 1.29; Ef 2.9) B. os devem gloriar-se no Senhor (cf. I Co 1.31; II Co 10.17, que é uma alusão a Jr 9.23,

24). Portanto, um vangloriar-se/gloriar-se apropriado e inapropriado (i.e., orgulho). A. apropriado

1. na esperança da glória (cf. Rm 4.2) 2. em Deus através do Senhor Jesus (cf. Rm 5.11) 3. na cruz do Senhor Jesus Cristo (i.e., o tema principal de Paulo, cf. I Co 1.17, 18; Gl

6.14) 4. Paulo gloria-se em:

a. seu ministério sem compensação (cf. I Co 9.15,16)

Page 43: NT Special Topics Portuguese

b. sua autoridade de Cristo (cf. I Co 10.8, 12) c. seu não vangloriar-se no trabalho de outros homens (como alguns em Corinto

estavam, cf. II Co 10.15) d. sua herança racial (como outros estavam fazendo em Corinto, II Co 11.17; 12.1, 5,

6) e. suas igrejas

(1) Corinto (II Co 7.4, 14; 8.24; 9.2; 11.10) (2) Tessalônica (cf. II Ts 1.4) (3) sua confiança no conforto e libertação de Deus (II Co 1.12)

B. Inapropriada 1. em relação à herança judaica (cf. Rm 2.17, 23; 3.27; Gl 6.13) 2. alguns na igreja corintiana estavam se vangloriando

a. nos homens (cf. I Co 3.21) b. na sabedoria (cf. I Co 4.7) c. na liberdade (cf. I Co 5.6)

3. falsos mestres tentaram vangloriar-se na igreja em Corinto (cf. II Co 11.12)

TÓPICO ESPECIAL: INCLINAÇÕES EVANGÉLICAS DO BOB Eu devo admitir a você, o leitor, que eu sou parcial neste ponto. Minha teologia sistemática

não é calvinismo ou dispensacionalismo, mas é evangelicalismo da Grande Comissão (cf. Mt 28.18-20; Lucas 24.46, 47; Atos 1.8). Eu creio que Deus tinha um plano eterno para a redenção de toda a humanidade (e.g., Gn 3.15; 12.3; Êx 19.5, 6; Jr 31.31-34; Ez 18; 36.22-39; Atos 2.23; 3.18; 4.28; 13.29; Rm 3.9-18, 19, 20, 21-31), todos aqueles criados à Sua imagem e semelhança (cf. Gn 1.26, 27). Os pactos são unidos em Cristo (cf. Gl 3.28, 29; Cl 3.11). Jesus é o mistério de Deus, oculto mas agora revelado (cf. Ef 2.11-3.13)! O evangelho do NT, não Israel, é a chave para a Escritura.

Esta pré-compreensão influencia todas minhas interpretações da Escritura. Eu leio todos os textos através dela! É certamente um preconceito (todos os intérpretes os têm!), mas é uma pressuposição escrituristicamente informada. TÓPICO ESPECIAL: CORPO E ESPÍRITO

Corpo e Espírito não são uma dicotomia ontológica na humanidade, mas um relacionamento dual tanto com este planeta como com Deus. A palavra hebraica nephesh é usada tanto para a humanidade quanto para os animais em Gênesis, enquanto “espírito” (ruah) é usada unicamente para humanidade. Isto não é um texto-prova sobre a natureza da humanidade como um ser de duas partes (dicotômico, cf. I Co 7.34; Hb 4.12) ou três partes (tricotômico) (cf. I Ts 5.23). A humanidade é representada fundamentalmente na Bíblia como uma unidade (cf. Gn 2.7; II Co 7.1). Para um bom resumo das teorias da humanidade como tricotômica, dicotômica ou uma unidade, veja Christian Theology [Teologia Cristã] (segunda edição) de Millard J. Erickson, pp. 538-557 e Polarities of Man’s Existence in Biblical Perspective [Polaridades da Existência do Homem em Perspectiva Bíblica] de Frank Stagg. TÓPICO ESPECIAL: OUSADIA (PARRHĒSIA)

Este termo grego é um composto de “todo” (pan) e “fala” (rhēsis). Esta liberdade ou ousadia na fala muitas vezes tinha a conotação de uma ousadia em meio à oposição ou rejeição (cf. João

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7.13; I Ts 2.2). Nos escritos de João (usado 13 vezes) muitas vezes denota uma proclamação pública (cf.

João 7.4, também nos escritos de Paulo, Cl 2.15). Entretanto, às vezes significa simplesmente “claramente” (cf. João 10.24; 11.14; 16.25, 29).

Em Atos os Apóstolos falam a mensagem sobre Jesus da mesma maneira (com ousadia) como Jesus falou sobre o Pai e Seus planos e promessas (cf. Atos 2.29; 4.13, 29, 31; 9.27, 28; 13.46; 14.3; 18.26; 19.8; 26.26; 28.31). Paulo também pediu oração para que ele pudesse ousadamente pregar o evangelho (cf. Ef 6.19; I Ts 2.2) e viver o evangelho (cf. Fp 1.20).

A esperança escatológica de Paulo em Cristo dava-lhe ousadia e confiança para pregar o evangelho nesta atual era do mal (cf. II Co 3.11, 12). Ele também tinha confiança que os seguidores de Jesus agiriam apropriadamente (cf. II Co 7.4).

Há mais um aspecto para este termo. Hebreus usa-o num sentido único de ousadia em Cristo para aproximar-se de Deus e falar com Ele (cf. Hb 3.6; 4.16; 10.19, 35). Os crente são completamente aceitos e recebidos na intimidade com o Pai através do Filho!

É usado de várias maneiras no NT. 1. uma confiança, ousadia ou certeza relacionada a

a. homens (cf. Atos 2.29; 4.13, 31; II Co 3.12; Ef 6.19 b. Deus (cf. I João 2.28; 3.21; 4.12; 5.14; Hb 3.6; 4.16; 10.19)

2. falar abertamente, claramente ou não ambiguamente (cf. Marcos 8.32; João 7.4, 13; 10.24; 11.14; 16.25; Atos 28.31)

3. falar publicamente (cf. João 7.26; 11.54; 18.20) 4. a forma relacionada (parrhēsiazomai) é usada para pregar ousadamente em meio a

circunstâncias difíceis (cf. Atos 18.26; 19.8; Ef 6.20; I Ts 2.2) Neste contexto refere-se a uma confiança escatológica. Os crentes não temem a Segunda Vinda de Cristo; eles a abraçam com entusiasmo confiante porque eles permanecem em Cristo e vivem vidas parecidas com Cristo. TÓPICO ESPECIAL: FÔLEGO, VENTO, ESPÍRITO

O termo hebraico ruach (BDB 924) e o termo grego pneuma (cf. João 3.5, 8) podem significar “espírito”, “fôlego” ou vento (cf. João 3.5, 8). O Espírito está freqüentemente associado com a criação (cf. Gn 1.2; Jó 26.13; Sl 104.29, 30; 147.14-18). O AT não define claramente o relacionamento entre Deus e o Espírito. Em Jó 28.26-28; Sl 104.24 e Pv 3.19; 8.2, 23 Deus usou a sabedoria (um substantivo feminino) para criar todas as coisas. No NT diz-se ser Jesus o agente de Deus na criação (cf. João 1.1-3; I Co 8.6; Cl 1.15-17; Hb 1.2, 3). Como na redenção, assim também, na criação, todas as três pessoas da Divindade estão envolvidas. Gênesis 1 mesmo não enfatiza nenhuma causa secundária. TÓPICO ESPECIAL: PRÁTICAS DE SEPULTAMENTO I. Mesopotâmia

A. O sepultamento apropriado era muito importante para uma vida feliz depois da morte. B. Um exemplo de uma maldição mesopotâmica era: “que a terra não receba seus

cadáveres”. II. Antigo Testamento

A. O sepultamento apropriado era muito importante (cf. Ec. 6:3).

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B. Era feito muito rápido (cf. Sara em Gênesis 23 e Raquel em Gn. 35.19 e observe Deut. 21.23).

C. Sepultamento impróprio era um sinal de rejeição e pecado. 1. Deuteronômio 28.26 2. Isaías 14.20 3. Jeremias 8.2; 22.19

D. Os sepultamentos eram feitos se possível em sepulcros de família ou cavernas da área. E. Não havia embalsamamento, como no Egito. O homem veio do pó e deve retornar ao pó

(ex. Gn. 3.19; Sl. 103.14; 104.29). F. No Judaísmo rabínico era difícil equilibrar um respeito apropriado e manuseio do com o

conceito de impureza cerimonial relacionado aos corpos mortos. III. Novo Testamento

A. O sepultamento seguia a morte rapidamente, geralmente dentro de vinte e quatro horas. Os Judeus freqüentemente vigiavam o sepulcro durante três dias, acreditando que a alma poderia retornar ao corpo dentro dessa sessão de tempo (cf. João 11.39).

B. O sepultamento envolvia a limpeza e envolvimento do corpo em tiras (cf. João 11.44; 19.39, 40).

C. Não havia distinção entre os procedimentos de sepultamento ou itens colocados na sepultura judaica ou cristã na Palestina do primeiro século. TÓPICO ESPECIAL: ESPECIARIAS DE SEPULTAMENTO

A. Mirra, uma goma perfumada de árvores árabes. 1. Essa especiaria é mencionada doze vezes no AT, principalmente na literatura de

sabedoria como um perfume 2. Foi um dos presentes levados pelos Magos ao bebê Jesus (cf. Mt 2.11) 3. Seu simbolismo é surpreendente

a. usado no “óleo sagrando para unção” (Ex 30.23-25) b. usado como um presente para um rei (Mt 2.11) c. usado para ungir Jesus no Seu sepultamento (cf. João 19.39 e simbolicamente em

João 11.2). Isto estava de acordo com os costumes judaicos descritos no Talmude (i.e., Berakoth 53a).

B. Aloés, um tipo de madeira aromática 1. relacionada a um perfume aromático (cf. Nm. 24.6; Ps. 45.8; Pv. 7.17; Cantares 4.14) 2. era usado, misturado com mirra, pelos egípcios como parte do processo de

embalsamamento 3. Nicodemos levou uma grande quantidade para o sepultamente de Jesus e O ungiu

como ela (cf. João 19.39). Isto estava de acordo com os costumes judaicos descritos no Talmude (i.e., Betsaha 6a). TÓPICO ESPECIAL: CHAMADOS

Deus sempre toma a iniciativa em chamar, eleger e buscar os crentes para Si mesmo (cf. João 6.44, 65; 15.16; I Co 1.1, 2; Ef 1.4, 5, 11). O termo “chamar” é usado em vários sentidos teológicos.

A. Pecadores são chamados para salvação pela graça de Deus através da obra consumada de Cristo e a convicção do Espírito (i.e., klētos, cf. Rm 1.6, 7; 9.24, que é teologicamente similar a I

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Co 1.1, 2 e II Tm 1.9; II Pe 1.10). B. Pecadores invocam o nome do Senhor para serem salvos (i.e., epikaleō, cf. Atos 2.21;

22.16; Rm 10.9-13). Esta declaração é uma expressão idiomática de adoração judaica. C. Os crentes são chamados para viver vidas semelhantes a Cristo (i.e., klēsis, cf. I Co 1.26;

7.20; Ef 4.1; Fp 3.14; II Ts 1.11; II Tm 1.9). D. Os crentes são chamados para ministrar tarefas (cf. Atos 13.2; I Co 12.4-7; Ef 4.1).

TÓPICO ESPECIAL: CÂNON (HEBRAICO)

A Bíblia Hebraica é divida em três divisões do (a Bíblia portuguesa segue a ordem da Septuaginta).

1. A Torá (Pentateuco), Gênesis - Deuteronômio 2. Os profetas

a. Profetas Antigos, Josué - Reis (exceto Rute) b. Últimos Profetas, Isaías - Malaquias (exceto Lamentações e Daniel)

3. Os Escritos a. Literatura de Sabedoria, Jó – Provérbios b. Literatura Pós-exílica, Esdras - Ester c. O Megilloth (5 rolos)

(1) Rute (lido no Pentecostes) (2) Eclesiastes (lido nos tabernáculos) (3) Cantares (lido na Páscoa) (4) Lamentações (lido para lembrar a queda de Jerusalém em 586 a. C.) (5) Ester (lido no Purim)

d. I e II Crônicas e. Daniel

TÓPICO ESPECIAL: O CRISTÃO E A PAZ

Este termo grego originalmente significava “unir o que foi quebrado” (cf. João 14.27; 16.33; Fp 4.7). Há três formas que o NT fala de paz:

1. como aspecto objetivo da nossa paz com Deus através de Cristo (cf. Cl 1.20) 2. como aspecto subjetivo de nosso estar justos com Deus (cf. João 14.27; 16.33; Fp 4.7) 3. que Deus uniu num novo corpo, através de Cristo, tanto os crentes judeus quanto os

gentios (cf. Ef 2.14-17; Cl 3.15). Newman e Nida, , A Translator’s Handbook on Paul’s Letter to the Romans [Um manual

doTradutor sobre a Carta de Paulo aos Romanos], p. 92, tem um bom comentário sobre “paz”: “Tanto no AT quanto no Novo, o termo paz tem uma ampla gama de significado. Basicamente descreve o bem-estar total da vida de uma pessoa; era ainda adotado entre os judeus como uma fórmula de saudação. Este termo tinha uma significado tão profundo que também podia ser usado pelos judeus como uma descrição da salvação messiânica. Por causa deste fato, há vezes quando é usado quase como sinônimo do termo traduzido ‘estar numa relação reta com Deus’. Aqui o termo parece ser usado como descrição da relação harmoniosa entre o homem e Deus’. Aqui o termo parece ser usado com uma descrição da relação harmoniosa estabelecida entre o homem e Deus e sobre a base de Deus ter tornado o homem justo com Ele mesmo” (p. 92).

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TÓPICO ESPECIAL: CERTEZA CRISTÃ Certeza é (1) uma verdade bíblica, (2) uma experiência de fé do crente e (3) um estilo de vida.

A. A base bíblica para certeza é 1. O caráter de Deus o Pai

a. Gênesis 3.15; 12.3 b. Salmo 46.10 c. João 3.16; 10.28, 29 d. Romanos 8.38, 39 e. Efésios 1.3-14; 2.5, 8, 9 f. Filipenses 1.6 g. II Timóteo 1.12 h. I Pedro 1.3-5

2. A obra de Deus o Filho a. Sua oração sacerdotal, João 17.9-24, especialmente v. 12 b. Seu sacrifício substitutivo

1) Romanos 8.31 2) II Coríntios 5.21 3) I João 4.9, 10

c. Sua intercessão contínua 1) Romanos 8.34 2) Hebreus 7.25 3) I João 2.1

3. A capacitação de Deus o Espírito a. Seu chamado, João 6.44, 65 b. Seu selo

1) II Coríntios 1.22; 5.5 2) Efésios 1.13, 14; 4.30

c. Sua certeza pessoal 1) Romanos 8.16, 17 2) I João 5.7-13

B. A necessária resposta pactual do crente é 1. arrependimento e fé inicial e contínua

a. Marcos 1.15 b. João 1.12 c. Atos 3.16; 20.21 d. Romanos 10.9-13

2. lembrar que a meta da salvação é semelhança a Cristo a. Romanos 8.28, 29 b. Efésios 1.4; 2.10; 4.13

3. lembrar que a certeza é confirmada por estilo de vida a. Tiago b. I João

4. lembrar que a certeza é confirmada por fé e perseverança ativa a. Marcos 13.13 b. I Coríntios 15.2

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c. Hebreus 3.14; 4.14 d. II Pedro 1.10 e. Judas vv. 20, 21

TÓPICO ESPECIAL: LIBERDADE CRISTÃ vs. RESPONSABILIDADE CRISTÃ

A. Este capítulo tenta equilibrar o paradoxo da liberdade e responsabilidade Cristã. A unidade literária vai até Atos 15.13.

B. O problema que precipitou este capítulo foi possivelmente a tensão entre os crentes gentios e judeus na igreja de Roma. Antes da conversão os judeus tendiam a ser legalistas e os pagãos tendiam a ser imorais. Lembre-se, este capítulo é endereçado aos sinceros seguidores de Jesus. Este capítulo não se dirige a crentes carnais (cf. I Co 3.1). O motivo mais elevado é direcionado a ambos os grupos. Há um perigo nos extremos de ambos os lados. Esta discussão não é uma licença para um legalismo crítico ou da liberalidade ostentadora.

C. Os crentes devem ter cuidado para não tornarem sua teologia ou ética o padrão para todos os outros crentes (cf. II Co 10.12). Os crentes devem andar na luz que eles têm, mas compreender que sua teologia não é automaticamente a teologia de Deus. Os crentes ainda são afetados pelo pecado. Nós devemos encorajar, exortar e ensinar uns aos outros das Escrituras, razão e experiência, mas sempre em amor. Quanto mais alguém sabe mais ele sabe que não sabe (cf. I Co 13.12)!

D. As atitudes e motivos de alguém diante de Deus são as chaves reais para avaliar as ações dele/dela. Os cristãos ficarão diante de Cristo para serem julgados cobre como eles trataram uns aos outros (cf. vv. 10, 12 e II Co 5.10).

E. Martinho Lutero disse, “Um homem Cristão é um Senhor mais livre de todos, sujeito a ninguém; o homem Cristão é o servo mais obediente de todos, sujeito a todos”. A verdade bíblica é freqüentemente apresentada num paradoxo cheio de tensão.

F. Este assunto difícil mas crucia é tratado numa unidade literária inteira de Romanos 14.1-15.13 e também em I Coríntios 8-10 e Colossenses 2.8-23.

G. Contudo, precisa ser afirmado que o pluralismo entre os crentes sinceros não é uma coisa ruim. Cada crente tem pontos fortes e fraquezas. Cada um deve andar na luz que ele/ela tem, sempre aberto ao Espírito e à Bíblia para mais luz. Neste período de ver através de um espelho obscuramente (I Co 13.8-13) a pessoa deve andar em amor (v. 15), e paz (vv. 17, 19) para edificação mútua.

H. Os títulos “mais forte” e “mais fracos” que Paulo dá a estes grupos prejudica-os para nós. Esta não era certamente a intenção de Paulo. Ambos os grupos eram crentes sinceros. Nós não devemos tentar moldar outros Cristãos em nós mesmos! Nós aceitamos uns aos outros em Cristo!

I. O argumento todo poderia ser esboçado como 1. aceite um ao outro porque Deus nos aceita em Cristo (cf. 14.1, 3; 15.7); 2. não julgue um ao outro porque Cristo é nosso único Mestre e Juiz (cf. 14.3-12); 3. o amor é mais importante do que a liberdade pessoal (cf. 14.13-23); 4. siga o exemplo de Cristo e abra mão dos seus direitos pela edificação e bem dos outros

(cf. 15.1-13). TÓPICO ESPECIAL: O CRESCIMENTO CRISTÃO Romanos 5.3-4 Gálatas 5.22-23 Tiago 1.3-4 II Pedro 1.5-7

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A tribulação produz * perseverança excelência * caráter aprovado * esperança (cf. v. 2) amabilidade

Fruto do Espírito * amor * alegria * paz * paciência * amabilidade * bondade * fidelidade * mansidão * domínio próprio

A Prova Produz * perseverança * maturidade 1. firmeza 2. completo

Aplicando diligência * moral * conhecimento * domínio próprio * perseverança * piedade * fraternidade (filadelfia) * amor cristão (agapē)

TÓPICO ESPECIAL: O CRISTIANISMO É COLETIVO

A. Metáforas plurais de Paulo e de Pedro 1. corpo 2. campo 3. edifício

B. O termo “santo” é sempre plural (exceto Fp 4.21, mas mesmo lá também é coletivo) C. A ênfase da Reforma de Martinho Lutero sobre o “sacerdócio do crente” não é

verdadeiramente bíblico. É o sacerdócio dos crentes ( cf. Êx 19.6; I Pe 2.5, 9; Ap 1.6). D. Cada crente recebe dons para o bem comum (cf. I Co 12.7) E. Somente em cooperação pode o povo de Deus pode ser eficaz. O ministério é coletivo (cf.

Ef 4.11, 12). TÓPICO ESPECIAL: IGREJA (EKKLESIA)

Este termo grego, ekklesia, é de duas palavras “fora de” e “chamado”, portanto, o termo implica os divinamente chamados para fora. A igreja primitiva pegou este termo do uso secular (cf. Atos 19.32, 39. 41) e por causa do uso da Septuaginta deste termo para “congregação” de Israel (Qahal, BDB, cf. Nm 16.3; 20.4). Eles o usaram para si mesmos como uma continuação do povo de Deus do AT. Eles eram o novo Israel (cf. Rm 2.28, 29; Gl 6.16; I Pe 2.5, 9; Ap 1.6), o cumprimento da missão universal de Deus (cf. Gn 3.15; 12.3; Êx 19.5, 6; Mt 28.18-20; Lucas 24.47; Atos 1.8).

Este termo é usado em vários sentidos nos Evangelhos e Atos: 1. reunião secular da cidade, Atos 19.32, 39, 41 2. povo universal de Deus em Cristo, Mt 16.18 e Efésios 3. uma congregação local de crentes em Cristo, Mt 18.17; Atos 5.11 (nestes versículos a

igreja em Jerusalém) 4. o povo de Israel coletivamente, Atos 7.38, no sermão de Estêvão 5. o povo de Deus numa região, Atos 8.3 (Judéia ou Palestina)

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TÓPICO ESPECIAL: MOEDAS EM USO NA PALESTINA NA ÉPOCA DE JESUS I. Moedas de Cobre

A. cherma – pequeno valor (cf. João 2.15) B. chalchos – pequeno valor (cf. Mt 10.9; Marcos 12.41) C. assarion – uma moeda de cobre romana que valia cerca de 1/16 de um dēnarius (cf.

Mt10.29) D. kodrantres – uma moeda de cobre romana que valia 1/64 de um um dēnarius (cf. Mt 5.26) E. lepton – uma moeda de cobre judaica que valia cerca de 1/128 de um um dēnarius (cf.

Marcos 12.42; Lucas 21.2) F. quadrante/moeda de cobre – uma moeda romana de pouco valor

II. Moedas de prata A. arguros (“moeda de prata”) – muito mais valiosa do que as moedas de cobre ou bronze

(cf. M 10.9; 26.15) B. denário – uma moeda romana de prata que valia um dia de trabalho (cf. Mt 18.28; Marcos

6.37) C. dracma– uma moeda grega equivalente em valor a um denário (cf. Lucas 15.9) D. di-drachmon – uma dracma dupla equivalia a ½ siclo judaico (cf. Mt 17.24) E. statē – uma moeda de prata que valia cerca de quatro denários (cf. Mt 10.9)

III. Moedas de ouro – chrusos (“moedas de ouro”) – as moedas mais valiosas (cf. Mt 10.9) IV. Termos gerais para pesos de metal

A. mnaa – mina latina, peso de metal equivalente a 100 denários (cf. Lucas 19.13) B. talanton – uma unidade de peso grega (cf. Mt 18.24; 25.15, 16, 20, 24, 25, 28)

1. em prata valia 6.000 denários 2. em ouro valia 180.000 denários C. siclo – peso de prata judaico do AT (cf. Gn 23.15; 37.28; Êx. 21.32)

1. pīm – 2/3 de siclo 2. beca – ½ siclo 3. gerah – 1/20 siclo Unidades maiores 4. maneh – 50 siclos 5. kikkar – 3.000 siclos

TÓPICO ESPECIAL: CONFORTO

O seguinte é tirado do meu comentário sobre II Co 1.4-11.

“‘conforto’. Este termo, paraklēsis, nas suas diferentes formas, é usado dez vezes nos vv. 3-11. É a termo chave por toda a passagem e também nos capítulos 1-9, onde é usado vinte e cinco vezes. A palavra significa “chamar para o lado”. Era freqüentemente usada num sentido judicial para um advogado que prestava ajuda legal, conforto e orientação.

Neste contexto é usado no sentido de encorajamento e consolo. Um termo relacionado, paraklētos, é usado para o Espírito Santo em João 14.16, 26; 15.26; 16.7; e para Jesus em I João 2.1. Neste contexto é usado para o Pai.

A forma verbal de parakleō é usada em vários sentidos. A. a Septuaginta

1. exortar, Dt 3.28

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2. confortar, Gn 24.67; 37.35; Sl 119.50 (num sentido messiânico em Is 40.1; 49.13; 51.3; 61.2)

3. ter compaixão, Dt 32.36; Jz 2.18; Sl 135.14 4. consolar, Is 35.4 5. chamar, Êx 15.13

B. escritos de Paulo para Corinto 1. exortar, I Co 1.10; 4.16; 14.30, 31; 16.15, 16; II Co 2.8; 5.20; 6.1; 8.4, 6; 10.1 2. confortar, animar, II Co 1.4, 6; 2.7; 7.6, 7, 13; 13.11 3. ter compaixão, consolar, I Co 4.13 4. implorar, rogar, pedir, I Co 16.12; II Co 9.5; 12.18”

TÓPICO ESPECIAL: VINDO NAS NUVENS

Essa frase é uma referência óbvia à Segunda Vinda de Cristo. Essa vinda sobre as nuvens era um sinal escatológico muito significativo. Era usado de três maneiras distintas no AT.

1. para mostrar a presença física de Deus, a nuvem de Glória Shekinah (cf. Êx 13.21; 16.10; Nm 11.25)

2. Para cobrir Sua Santidade de modo que o homem não pudesse vê-Lo e morrer (cf. Êx 33.20; Is 6.5)

3. Para transportar a divindade (cf. Is 19.1) Em Daniel 7.13 as nuvens foram usadas para o transporte de um Messias divino humano.

Esta profecia em Daniel é aludida mais de 30 vezes no NT. Essa mesma conexão do Messias com as nuvens do céu pode ser vista em Mt 24.30; Marcos 13.26; Lucas 21.27; 14.62; Atos 1.9, 11 e I Ts 4.17. TÓPICO ESPECIAL: CONFISSÃO

A. Há duas formas da mesma raiz grega usada para confissão ou profissão, homolegeō e exomologe. O termo composto que Tiago usa é de homo, o mesmo; e legō, falar; ex, fora de. O significado básico é dizer a mesma coisa, concordar com. O prefixo ex acrescentava à idéia de uma declaração pública.

B. As traduções portuguesas deste grupo de palavra são 1. louvar 2. concordar 3. declara (cf. Mt 7.23) 4. professar 5. confessar (cf. Hb 4.14; 10.23)

C. Este grupo de palavra tinha dois usos aparentemente opostos 1. louvar (a Deus); 2. admitir o pecado

Estas podem ter-se desenvolvido do senso da humanidade da santidade de Deus e sua própria pecaminosidade. Reconhecer uma verdade é reconhecer ambas.

D. Os usos do grupo de palavra do NT são 1. prometer (cf. Mt 14.7; Atos 7.17) 2. concordar ou consentir com algo (cf. João 1.20; Lucas 22.6; Atos 24.14; Hb 11.13);

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3. louvar (cf. Mt 11.25; Lc 10.21; Rm 14.11; 15.9; Hb 13.15) 4. assentir a

a. uma pessoa (cf. Mt 10.32; Lc 12.8; João 9.22; 12.42; Rm 10.9; Fp 2.11; I João 2.23; Ap 3.5)

b. a verdade (cf. Atos 23.8; 2Co 11.13; I João 4.2). 5. fazer uma declaração pública de (sentido legal desenvolvido em arfrimacao religiosa,

cf. Atos 24.14; I Tm 6.13) a. sem admissão de culpa (cf. I Tm 6.12; Hb 10.23) b. com uma admissão de culpa (cf. Mt 3.6; Atos 19.18; Hb 4.14; Tiago 5.16; I João

1.9) TÓPICO ESPECIAL: CONSCIÊNCIA

Paulo usa o termo “consciência” freqüentemente nas cartas corintianas (cf. 4.4; 8.7, 10, 12;

10.25, 27, 28, 29; II Co 1.12; 4.2; 5.11). Refere-se àquela sensação interna do que é apropriado ou inapropriado (cf. Atos 23.1). A consciência pode ser afetada por nossas vidas passadas, nossas más escolhas ou pelo Espírito de Deus. Ela não um guia perfeito, mas realmente determina os limites da fé individual. Portanto, violar nossa consciência, mesmo que esteja no erro ou fraca, é um problema de fé importante.

A consciência do crente precisa ser cada vez mais formada pela Palavra de Deus e pelo Espírito Santo (cf. I Tm 3.9). Deus julgará os crentes pela luz que eles tiveram (i.e., fraco ou forte), mas todos nós precisamos estar abertos para a Bíblia e o Espírito Santo para mais luz e estar crescendo no conhecimento do Senhor Jesus Cristo. Veja nota mais completa sobre “consciência” em II Co 10.25. Veja Tópico Especial: Fraqueza. TÓPICO ESPECIAL: A CIDADE DE CORINTO

A. As rotas de navegação de inverno ao redor do ponto mais ao sul da Grécia (i.e., o Cabo Malea) eram muito perigosas. Portanto, uma rota por terra da menor extensão era crucial. A localização geográfica de Corinto sobre o istmo de cerca de seis quilômetros entre o golfo de Corinto (i.e., Mar Adriático) e o golfo de Sarônico (i.e., Mar Egeu) tornaram a cidade um importante centro comercial (i.e., centro de navegação e comércio especializado em tipos de cerâmica e um tipo especial de bronze) e centro militar. Nos dias de Paulo, esta era literalmente onde as culturas do Oriente e Ocidente se encontravam.

B. Corinto também era um importante centro cultural do mundo greco-romano porque recebia os bianuais Jogos Ístmicos que começaram em 581 a.C. (no Templo de Possêidon). Somente os Jogos Olímpicos em Atenas, a cada quatro anos, os rivalizavam em tamanho e importância (Tucídides – Hist. 1.13.5).

C. Em 146 a.C. Corinto foi envolvida numa revolta (i.e., a Liga de Acaia) contra Roma e foi destruída pelo General Romano Lúcio Múmio e a população dispersada. Por causa de sua importância econômica e militar, foi reconstruída entre 46 e 48 a.C. por Júlio César. Tornou-se uma colônia romana quando os soldados romanos se aposentavam. Era uma imitação de Roma

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na arquitetura e cultura e o centro administrativo da província romana (i.e., senatorial) da Acaia em 27 a.C. Tornou-se uma Província Imperial em 15 A.D.

D. A acrópole da Velha Corinto, que se elevava mais de 548 metros acima da planície, era o local do templo de Afrodite. Para este templo eram designadas 1.000 prostitutas (cf, Estrabo, Geografia, 8.6.20-22). Se chamado de “um Corintiano” (i.e., Korinthiazesthai, cunhado por Aristófanes [450-385 a.C.]) era sinônimo para viver dissoluto, desenfreado. Este templo, como a maior parte da cidade, foi destruído por um terremoto cerca de 150 anos antes que Paulo chegasse, e foi novamente em 77 A.D. É incerto se o culto da fertilidade continuava época de Paulo. Desde que os romanos, em 146 A.D., destruíram a cidade e mataram e escravizaram todos os seus cidadãos, a impressão grega da cidade foi suplantada pelo seu status colonial romano (cf. Pausânias, II.3.7). TÓPICO ESPECIAL: PEDRA ANGULAR I. Usos do AT

A. O conceito de uma pedra como um item resistente e durável que fazia uma boa fundação era usado para descrever YHWH (cf. Sl 18.2).

B. Depois desenvolveu-se num título messiânico (cf. Gn 49.24; Sl 118.22; Is 28.16). C. Também veio a representar o juízo de YHWH através do Messias (cf. Is 8.14; Dn 2.34,

35, 44, 45). D. Isto se desenvolveu numa metáfora de construção.

1. pedra de fundação, a primeira colocada, que era segura estabelecia os ângulos para o resto do edifício, chamada “pedra angular”

2. poderia também referir-se à pedra final colocada no lugar, que mantém as paredes unidas (cf. Zc 4.7; Ef 2.20, 21), chamada “cabeça de esquina”, do hebraico rush (cabeça)

3. poderia referir-se à “pedra principal”, que está no centro do arco do vão da porta e suporta o peso da parede toda II. Usos do NT

A. Jesus citou o Sl 118 várias vezes em referência a Si mesmo (cf. Mt 21.41-46; Marcos 12.10, 11; Lc 20.17)

B. Paulo usa o Sl 118 em conexão com a rejeição de YHWH do Israel rebelde e incrédulo (cf. Rm 9.33)

C. Paulo usa o conceito de uma “pedra angular” em Ef 2.20-22, em referência a Cristo D. Pedro usa este conceito de Jesus em I Pe 2.1-10. Jesus é a pedra angular e os crentes são

as pedras vivas (i.e., os crentes como templos, I Co 6.19), edificados nEle (i.e., Jesus é o novo Templo, cf. Marcos 14.58; Mt 12.6; João 2.19, 20). Os judeus rejeitaram a exata fundação da sua esperança quando rejeitaram a Jesus como Messias. III. Declarações Teológicas

A. YHWH permitiu a Davi/Salomão construir um templo. Ele lhes disse que se eles guardassem a aliança, Ele os abençoaria e estaria com eles (cf. II Samuel 7), mas se eles não guardassem, o templo estaria em ruínas (cf. I Rs 9.1-9)!

B. O judaísmo rabínico focou na forma e no ritual, e negligenciou o aspecto da fé pessoal (cf. Jr 31.31-34; Ez 36.22-38). Mas Deus busca um relacionamento piedoso, diário, pessoal com

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os que foram criados à Sua imagem (cf. Gn 1.26, 27). Lucas 20.17, 18 contém palavras assustadoras de juízo, como faz Mt 5.20, dirigidas ao judaísmo.

C. Jesus usou o conceito de um templo para representar Seu corpo físico (cf. João 219-22). Isto continua e expande o conceito de que a fé pessoal em Jesus como o Messias é a chave para o relacionamento com YHWH (i.e., João 14.6; I João 5.10-12).

D. A salvação é destinada a restaurar a imagem danificada de Deus nos seres humanos (Gn 1.26, 27 e capítulo 3) de modo que a comunhão com Deus seja possível. O alvo do cristianismo é a semelhança com Cristo agora. Os crentes devem tornar-se pedras vivas (i.e., pequenos templos edificados sobre/modelados por Cristo.

E. Jesus é o fundamento da nossa fé e a pedra principal da nossa fé (i.e., o Alfa e o Ômega). Contudo também a pedra de tropeço e a rocha de escândalo. Perdê-Lo é perder tudo. Não pode haver meio termo aqui! TÓPICO ESPECIAL: ALIANÇA

O termo do AT berith (BDB 136), aliança, não é fácil de definir. Não há nenhum verbo

correspondente em hebraico. Todas tentativas para derivar uma definição etimológica ou cognata tem se revelado inconvincente. Entretanto, a centralidade óbvia do conceito tem forçado os estudiosos a examinar o uso da palavra para tentar determinar seu significado funcional.

Aliança é o meio pelo qual o único Deus verdadeiro trata com Sua criação humana. O conceito de aliança, tratado ou acordo é crucial ao compreender a revelação bíblica. A tensão entre a soberania de Deus e o livre-arbítrio humano é claramente vista no conceito de aliança. Algumas alianças são baseadas exclusivamente no caráter e ações de Deus.

1. a própria criação (cf. Gênesis 1-2) 2. a chamada de Abraão (cf. Gênesis 12) 3. a aliança com Abraão (cf. Gênesis 15) 4. a preservação e promessa a Noé (cf. Gênesis 6-9)

Entretanto, a natureza exata da aliança exige uma resposta. 1. pela fé Adão deve obedecer a Deus e não comer da árvore no meio do Éden 2. pela fé Abraão deve deixar sua família, seguir a Deus e acreditar nos futuros descendentes 3. pela fé Noé deve construir um barco enorme longe de água e reunir aos animais 4. pela fé Moisés tirou os israelitas do Egito ao Mt. Sinai e recebeu diretrizes específicas

para a vida religiosa e social com promessas de bênçãos e maldições (cf. Deuteronômio 27-28) Esta mesma tensão envolvendo o relacionamento de Deus com a humanidade é dirigida na

“nova aliança”. A tensão pode ser claramente vista ao comparar Ezequiel 18 com Ez 36.27-38. A aliança é baseada nas ações graciosas de Deus ou na resposta humana ordenada? Esta é a questão intensa da Antiga Aliança e da Nova. As metas de ambas são as mesmas: (1) a restauração da comunhão perdida em Gênesis 3 e (2) o estabelecimento de um povo justo que reflita o caráter de Deus.

A nova aliança de Jr 31.31-34 resolve a tensão removendo o desempenho humano como meio de alcançar aceitação. A lei de Deus se torna um desejo interno em vez de um código de lei externo. A meta de um povo piedoso, justo permanece a mesma, mas a metodologia muda. A humanidade caída revelou-se inadequada para ser a imagem refletida de Deus. O problema não foi a aliança, mas a pecaminosidade e fraqueza humana (cf. Romanos 7; Gálatas 3).

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A mesma tensão entre as alianças incondicional e condicional do AT permanece no NT. Salvação é absolutamente gratuita na obra consumada de Jesus Cristo, mas ela exige arrependimento e fé (tanto inicialmente quanto continuamente). É tanto um pronunciamento legal quanto uma chamada para semelhança com Cristo, uma declaração indicativa de aceitação e um imperativo para santidade! Os crentes não são salvos por seu desempenho, mas para obediência (Ef 2.8-10). Viver piedoso torna-se a evidência de salvação, não o meio de salvação. No entanto, a vida eterna tem características observáveis! Esta tensão é claramente vista em Hebreus. TÓPICO ESPECIAL: MALDIÇÃO (ANATHEMA)

Há diversas em hebraico palavras para “maldição”. Herem (BDB 356) era usada para algo

dado a Deus (cf. LXX como anátema (BAGD 54), Lv 27.28), geralmente para destruição (cf. Dt 7.26; Js 6.17, 18; 17.12). Era um termo usado no conceito de “guerra santa”. Deus disse para destruir os cananeus e Jericó foi a primeira oportunidade, os “primeiros frutos”.

No NT, anátema e suas formas derivadas foram usados em diferentes sentidos: 1. como uma dádiva ou oferta a Deus (cf. Lc 21.5) 2. como um juramento de morte (cf. Atos 23.14) 3. para amaldiçoar e jurar (cf. Marcos 14.71) 4. uma fórmula de maldição relacionada a Jesus (cf. I Co 12.3) 5. uma entrega de alguém ou algo para o julgamento ou destruição de Deus (cf. Rm 9.3; I

Co 16.22; Gl 1.8, 9). TÓPICO ESPECIAL: A DATA DO ÊXODO

A. Há duas opiniões de eruditos sobre a data do Êxodo. B. De I Reis 6:1, que diz: “No ano quatrocentos e oitenta, depois de saírem os filhos de

Israel do Egito, Salomão, no ano quarto do seu reinado sobre Israel, no mês de zive (este é o mês segundo), começou a edificar a Casa do SENHOR”.

1. Salomão começou a reinar em 970 a.C. Isto é calculado usando a batalha de Carcar (853 a.C.) como uma data de partida certa.

2. O templo foi construído no seu quarto ano (965 a.C.), e o Êxodo ocorreu por volta de 1445/6 a.C.

3. Isto o faria ocorrer na 18ª Dinastia Egípcia. a. O Faraó da opressão seria Tutmés III (1490-1436 a.C.). b. O Faraó do Êxodo seria Amenotep II (1436-1407 a.C.).

(1) Alguns acreditam na evidência de Jericó baseados no fato que nenhuma correspondência diplomática ocorreu entre Jericó e Egito durante o reinado de Amenotep III (1413-1377 a.C.).

(2) Os textos de Amarna registram correspondência diplomática escrita em ostracas sobre os habiru invadindo a terra de Canaã no reinado de Amenotep III. Portanto, o Êxodo ocorreu no reinado de Amenotep II.

(3) O período dos Juízes não é bastante longo se o século 13 for a data do Êxodo. 4. Os possíveis problemas com essas datas.

a. A Septuaginta (LXX) tem 440 anos, não 480.

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b. É possível que 480 anos sejam representativos de 12 gerações de 40 anos cada, portanto, um número figurado.

c. Há 12 gerações de sacerdotes de Arão a Salomão (cf. I Cr 6), depois 12 de Salomão ao Segundo Templo. Os judeus, como os gregos, calculavam uma geração como quarenta anos. Assim, há um período de 480 anos para trás e para frente (uso simbólico de números) (cf. Redating the Exodus and Conquest [Redatando o Êxodo e a Conquista] de Bimson).

5. Há três outros textos que mencionam datas. a. Gênesis 15.13,16 (cf. Atos 7.6), 400 anos de escravidão b. Êxodo 12.40, 41 (cf. Gl 3.17)

(1) TM – 430 anos de permanência no Egito (2) LXX – 215 anos de permanência no Egito

c. Juízes 11.26 – 300 anos entre o tempo de Jefté e a conquista (apóia a data de 1445)

d. Atos 13.19, êxodo, peregrinação e conquista – 450 anos 6. O autor de Reis usou referências históricas específicas e não arredondou números

(Edwin Thiele, A Chronology of the Hebrew Kings [Uma Cronologia dos Reis Hebreus], pp. 83-85])

C. A evidência conjetural da arqueologia parece apontar para uma data de 1290 a.C. ou a décima nona Dinastia Egípcia.

1. José pôde visitar seu pai e o Faraó nesse mesmo dia. O primeiro Faraó nativo que começou a mudar a capital do Egito de Tebes de volta para o Delta do Nilo, para um lugar chamado Avaris/Zoã/Tanis, que foi a antiga capital dos Hicsos, foi Seti I (1309-1290 a.C.). Ele seria o Faraó da opressão.

a. Isto parece ajustar as duas informações sobre o reinado dos hicsos do Egito. (1) uma estela foi encontrada do tempo de Ramessés II que comemora a fundação

de Avaris quatrocentos anos antes (anos de 1700 a.C. pelos hicsos) (2) A profecia de 15.23 fala de uma opressão de 400 anos.

b. Isto implica que a ascensão de José ao poder foi sob um Faraó hicso (semítico). A nova dinastia egípcia é referida em Êx 1.8.

2. Os hicsos, uma palavra egípcia que significa “governantes de terras estrangeiras”, que foram um grupo de governantes semíticos não-egípcios, controlaram o Egito durante as 15ª e 16ª Dinastias (1720-1570 a.C.). Alguns querem relacioná-los com a ascensão de José ao poder. Se nós subtrairmos os 430 anos de Êx 12.40 de 1720 a.C., nós obtemos uma data de cerca de 1290 a.C.

3. O filho de Seti foi Ramesssés II (1290-1224). Este nome é mencionado como uma das cidades celeiros construída pelos escravos hebreus, Êx 1.11. Também este mesmo distrito no Egito perto de Gósen é chamado Ramessés, Gn 47.11. Avaris/Zoã/Tanis foi conhecida como “Casa de Ramessés” de 1300-1100 a.C.

4. Tutmés III era conhecido como um grande construtor, como era Ramessés II. 5. Ramessés II teve quarenta e sete filhas vivendo em palácios separados. 6. A arqueologia tem mostrado que a maioria das grandes cidades muradas de Canaã

(Hazor, Debir, Laquis) foram destruídas e reconstruídas rapidamente por volta de 1250 a.C. Ao levar em conta um período de 38 anos de peregrinação do deserto isto ajusta uma data de 1290 a.C. A arqueologia encontrou uma referência aos israelitas estando no sul de Canaã numa estela

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memorial do sucessor de Ramessés Merneptá (1224-1214 a.C., cf. A Estela de Merneptá, datada de 1220 a.C.).

7. Edom e Moabe parecem ter conseguido uma forte identidade nacional no fim dos anos de 1300 a.C. Estes países não foram organizados no século quinze (Glueck).

8. O livro intitulado Redating the Exodus and Conquest [Redatando o Êxodo e a Conquista] de John J. Bimson, publicado pela Universidade de Sheffield, 1978, argumenta contra toda a evidência arqueológica para uma data mais antiga. TÓPICO ESPECIAL: AQUELE DIA

Esta frase, “naquele dia” ou “naquele mesmo dia”, é uma maneira dos profetas do oitavo século falarem da visitação (presença) de Deus, tanto para julgamento quanto para restauração.

Oséias Amós Miquéias positivo negativo positivo negativo positivo negativo

1.11 1.5 1.14 (2) 2.4 2.3 2.16 3.6

2.15 3.14 4.6 5.18 (2) 5.20

2.16 6.3 5.10 2.21 3.18 (2) 8.3 7.4

5.9 8.9 (2) 7.11 (2) 7.5 8.10 7.12 9.5 9.11 8.13 10.14

Este padrão é típico dos profetas. Deus vai agir contra o pecado a seu tempo, mas Ele também oferece um dia de arrependimento e perdão para aqueles que mudarem seus corações e ações! O propósito da redenção e restauração de Deus ser realizado! Ele terá um povo que reflita Seu caráter. o propósito da criação (comunhão entre Deus e a humanidade) será cumprido! TÓPICO ESPECIAL: ONDE ESTÁO OS MORTOS? I. Antigo Testamento

A. Todos os seres humanos vão para o Sheol (etimologia incerta, BDB 1066), que é uma maneira de se referir à morte ou sepultura, principalmente na Literatura de Sabedoria e Isaías. No AT era uma existência sombria, consciente e sem alegria (cf. Jó 10.21, 22; 38.17).

B. Sheol caracterizado 1. associado com o juízo de Deus (fogo), Dt 32.22 2. associado com punição mesmo antes do Dia do Juízo, Sl 18.4, 5 3. associado com abaddon (destruição), no qual Deus também está presente, Jó 26.6; Sl

139.8; Amós 9.2 4. associado com “a Cova” (sepultura), Sl 16.10; Is 14.15; Ez 31.15-17 5. os ímpios descem vivos para o Sheol, Nm 16.30, 33; Sl 55.15

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6. personificado freqüentemente como um animal com uma grande boca, Nm 16.30; Is 5.14; Hc 2.5

7. as pessoas lá chamadas Repha’im (i.e., “espíritos dos mortos”), Isa. 14:9-11 II. Novo Testamento

A. O hebraico sheol é traduzido para o grego como Hades (o mundo invisível) B. Hades caracterizado

1. refere-se à morte, Mt 16.18 2. ligado à morte, Ap 1.18; 6.8; 20.13, 14 3. freqüentemente análogo ao lugar de punição permanente (Gehenna), Mt 11.23 (citação

do AT); Lucas 10.15; 16.23, 24 4. freqüentemente análogo à sepultura, Lucas 16.23

C. Possivelmente dividido (os rabinos) 1. a parte dos justos chamada paraíso (realmente um outro nome para céu, cf. II Co 12.4;

Ap 2.7), Lucas 23.43 2. a parte dos ímpios chamada Tartaro, II Pedro 2.4, onde é um lugar de aprisionamento

para os anjos maus (cf. Gn 6; I Enoque) D. Gehenna

1. Reflete a frase do AT “o vale dos filhos de Hinom”, (sul de Jerusalém). Era o lugar onde o deus do fogo dos fenício, Moloque (BDB 574), era adorado através do sacrifício de criança (cf. II Rs 16.3; 21.6; II Cr 28.3; 33.6), que foi proibido em Lv 18.21; 20.2-5.

2. Jeremias transformou-o de um lugar de adoração pagã num local do juízo de YHWH (cf. Jr 7.32; 19.6, 7). Tornou-se um lugar de juízo de fogo ardente, eterno em I Enoque 90.26, 27 e Sib 1.103.

3. Os Judeus da época de Jesus eram tão atemorizados pela participação de seus ancestrais na adoração pagã através do sacrifício de criança, que eles tornaram essa área num depósito de lixo para Jerusalém. Muitas das metáforas de Jesus para juízo eterno vieram desse depósito de lixo (fogo, fumaça, vermes, fedor, cf. Marcos 9.44, 46). O termo Gehenna é usado somente por Jesus (exceto em Tiago 3.6).

4. Emprego de Gehenna por Jesus: a. fogo, Mt 5.22; 18.9; Marcos 9.43 b. permanente, Marcos 9.48 (Mt 25.46) c. lugar de destruição (tanto da alma quanto do corpo), Mt 10.28 d. paralelo a Sheol, Mt 5.29, 30; 18.9 e. caracteriza os ímpios como “filhos do inferno”, Mt 23.15 f. resultado de sentença judicial, Mt 23.33; Lucas 12.5 g. o conceito de Gehenna é paralelo à segunda morte (cf. Ap 2.11; 20.6, 14) ou ao

lago de fogo (cf. Mt 13.42, 50; Ap 19.20; 20.10, 14, 15; 21.8). É possível que o lago de fogo se torne a morada permanente dos homens (de Sheol) e dos anjos maus (de Tartarus, II Pe 2.4; Judas v. 6 ou o abismo, cf. Lucas 8.31; Ap 9.1-11; 20.1, 3).

h. não foi designado para os seres humanos, mas para Satanás e seus anjos, Mt 25.41 E. É possível, por causa da sobreposição de Sheol, Hades, e Gehenna que

1. originalmente todos os seres humanos iam para o Sheol/ Hades 2. a experiência deles lá (boa ou má) era exacerbada depois do Dia do Juízo, mas o lugar

dos ímpios permanece o mesmo (é por isso que a KJV traduziu hades (sepultura) como gehenna (inferno).

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3. o único texto do NT a mencionar tormento antes do Juízo é a parábola de Lucas 16.19-31 (Lázaro e o homem rico). Sheol é também descrito como um lugar de punição agora (cf. Dt 32.22; Sl 18.1-5). Contudo, não se pode estabelecer uma doutrina numa parábola. III. Estado intermediário entre a morte e a ressurreição

A. O NT não ensina a “imortalidade da alma”, que é uma das várias visões antigas da vida depois da morte.

1. as almas humanas existem antes da sua vida física 2. as almas humanas são eternas antes e depois da morte física 3. freqüentemente o corpo físico é visto como uma prisão e a morte como uma libertação

de volta ao estado preexistente. B. O NT faz alusão a um estado fora do corpo entre a morte e a ressurreição

1. Jesus fala de uma divisão entre corpo e alma, M 10.28 2. Abraão pode ter um corpo agora, Marcos 12.26, 27; Lucas 16.23 3. Moisés e Elias têm um corpo físico na transfiguração, Mateus 17 4. Paulo afirma que na Segunda Vinda as almas com Cristo receberão seus novos corpos

primeiro, II Ts 4.13-18 5. Paulo afirma que os crentes recebem seus novos corpos espirituais no Dia da

Ressurreição, I Co 15.23, 52 6. Paulo afirma que os crentes não vão para o Hades, mas que na morte estão com Jesus,

II Co 5.6, 8; Fp 1.23. Jesus venceu a morte e conquistou o direito aos céus com Ele, I Pe 3.18-22. IV. Céu

A. Este termo é usado em três sentidos na Bíblia. 1. a atmosfera acima da terra, Gn 1.1, 8; Is 42.5; 45.18 2. os céus estrelados, Gn 1.14; Dt 10.14; Sl 148.4; Hb 4.14; 7.26 3. o lugar do trono de Deus (Dt 10.14; I Rs 8.27; Sl 148.4; Ef 4.10; Hb 9.24 (terceiro céu,

II Co 12.2) B. A Bíblia não revela muita coisa sobre a vida depois da morte, provavelmente porque os

seres humanos caídos não têm nenhuma maneira ou capacidade para entender (cf. I Co 2.9). C. O Céu é tanto um lugar (cf. João 14.2, 3) quanto uma pessoa (cf. II Co 5.6, 8). O Céu

pode ser um Jardim do Éden restaurado (Gênesis 1-2; Ap 21-22). A terra será purificada e restaurada (cf. Atos 3.21; Rm 8.21; II Pe 3.10). A imagem de Deus (Gn 1.26, 27) é restaurada em Cristo. Agora a comunhão íntima do Jardim do Éden é possível novamente. Contudo, isto pode ser metafórico (céu como uma grandiosidade cidade quadrangular de Ap 21.9-27) e não literal. I Coríntios 15 descreve a diferença entre o corpo físico e o corpo espiritual como a semente para a planta madura. Novamente I Co 2.9 (uma citação de Is 64.4 e 65.17) é uma grande promessa e esperança! Eu sei que quando nós o vermos seremos como Ele (cf. I João 3.2). V. Recursos úteis

A. William Hendriksen, The Bible On the Life hereafter [A Bíblia Sobre a Vida depois da morte]

B. Maurice Rawlings, Beyond Death’s Door [Além da Porta da Morte]

TÓPICO ESPECIAL: PROFECIA DO AT I. INTRODUÇÃO

A. Declarações de abertura

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1. A comunidade crente não concorda em como interpretar profecia. Outras verdades têm sido estabelecidas como a uma posição ortodoxa durante os séculos, mas não esta.

2. Há vários estágios bem defendidos da profecia do AT a. pré-monarca

(1) indivíduos chamados profetas (a) Abraão – Gn 20.7 (b) Moisés – Nm 12.6-8; Dt 18.15; 34.10 (c) Arão – Êx 7.1 (porta-voz de Moisés) (d) Miriam – Êx 15.20 (e) Medade e Eldade – Nm 11.24-30 (f) Débora – Jz 4.4 (g) Incógnito – Jz 6.7-10 (h) Samuel – I Sm 3.20

(2) Referências aos profetas como um grupo – Dt 13.1-5; 18.20-22 (3) Grupos ou associações proféticas – I Sm 10.5-13; 19.20; I Rs 20.35, 41; 22.6,

10-13; II Rs 2.3, 7; 4.1, 38; 5.22; 6.1, etc. (4) Messias chamado profeta – Dt 18.15-18

b. monarcas não-escribas (eles se dirigem ao rei): (1) Gade – I Sm 22.25; II Sm 24.11; I Cr 29.29 (2) Natã – II Sm 7.2; 12.25; I Rs 1.22 (3) Aías – I Rs 11.29 (4) Jeú – I Rs 16.1,7,12 (5) Incógnito – I Rs 18.4, 13; 20.13, 22 (6) Elias – I Rs 18; II Rs 2 (7) Micaías – I Rs 22 (8) Eliseu – II Rs 2.8, 13

c. profetas escribas clássicos (eles se dirigem à nação assim como ao rei): Isaías – Malaquias (exceto Daniel)

B. Termos Bíblicos 1. Ro'eh = “vidente”, I Sm 9.9. Esta referência mesma mostra a transição para o termo

nabi, Ro'eh é do termo geral “ver”. Essa pessoa entendia os caminhos e planos de Deus e era consultada para averiguar a vontade de Deus num assunto.

2. Hozeh = “vidente”, II Sm 24.11. É basicamente um sinônimo de Ro'eh. É de um termo mais raro para “ver”. A forma no particípio é usada mais freqüentemente para se referir aos profetas (i.e., “contemplar”).

3. Nabi' = “profeta”, cognato do verbo acádio Nabu = “chamar” e árabe Naba’a = “anunciar”. Este é o termo mais comum do AT para designar um profeta. É usado mais de 300 vezes. A etimologia exata é incerta, mas “chamar” no momento parece ser a melhor opção. Possivelmente a melhor compreensão vem da descrição de YHWH do relacionamento de Moisés com Faraó através de Arão (cf. Êx 4.10-16; 7.1; Dt 5.5). Um profeta é alguém que fala por Deus ao Seu povo (Amós 3.8; Jr 1.7, 17; Ez 3.4).

4. Todos os três termos são usados para o ofício de profeta em I Cr 29.29; Samuel - Ro'eh; Natã – Nabi’ e Gade – Hozeh.

5. A frase ‘ish ha – ‘elohim’, “Homem de Deus”, é também uma designação mais geral para aquele que fala por Deus. É usada umas 76 vezes no AT no sentido de “profeta”.

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6. O termo “profeta” é grego na origem. Vem de: (1) pro = “antes” ou “para”; (2) phemi = “falar”. II. DEFINIÇÃO DE PROFECIA

A. O termo “profecia” tinha um campo semântico mais amplo em hebraico do que em português. Os livros históricos de Josué a Reis (exceto Rute) são rotularam pelos judeus como “os profetas anteriores”. Tanto Abraão (Gn 20.7; Sl 105.5) quanto Moisés (Dt 18.18) são designados como profetas (também Miriam, Êx 15.20). Portanto, tenha cuidado com uma definição portuguesa adotada!

B. “O profetismo pode legitimamente ser definido como aquela compreensão da história que aceita o significado somente em termos do interesse divino, propósito divino, participação divina”, Interpreter’s Dictionary of the Bible [Dicionário do Intérprete da Bíblia], vol. 3, p. 896).

C. “O profeta é nem um filósofo nem um teólogo sistemático, mas um mediador do pacto que entrega a palavra de Deus ao Seu povo a fim de formar ao seu futuro reformando seu presente”, “Prophets and Profecy” [“Profetas e Profecia”], Encyclopedia Judaica, vol. 13 p. 1152. III. PROPÓSITO DA PROFECIA

A. Profecia é uma maneira para Deus falar ao Seu povo, provendo orientação em seu cenário presente e esperança em Seu controle das suas vidas e eventos do mundo. Sua mensagem era basicamente coletiva. É destinada a repreender, encorajar, gerar fé e arrependimento, e informar o povo de Deus sobre Ele mesmo e Seus planos. A isto deve ser acrescentado que com freqüência é usada para revelar claramente a escolha de Deus de um porta-voz (Dt 13.1-3; 18.20-22). Isso, tomado fundamentalmente, se referiria ao Messias.

B. Com freqüência, o profeta pegava uma crise histórica ou teológica de sua época e a projetava num cenário escatológico. Essa visão do tempo do fim da história é única em Israel e seu sentido de eleição divina e promessas de pacto.

C. O ofício de profeta parece equilibrar (Jr 18.18) e usurpar o ofício do Sumo Sacerdote como uma maneira de conhecer a vontade de Deus. O Urim e Tumim transcendem numa mensagem verbal do porta-voz de Deus. O ofício de profeta parece também ter expirado em Israel depois de Malaquias. Não reaparece até 400 anos depois com João Batista. É incerto como o dom de “profecia” do Novo Testamento se relaciona com o Antigo Testamento. Os profetas do Novo Testamento (Atos 11.27, 28; 13.1; 15.32; I Co 12.10, 28, 29; II Co 14.29, 32, 37; Ef 4.11) não são reveladores de nova revelação ou Escritura, mas narradores e preditores da vontade de Deus em situações de pacto.

D. A profecia não é exclusivamente ou fundamentalmente preditiva por natureza. Predição é uma maneira de confirmar seu ofício e sua mensagem, mas deve ser observado que “... Menos que 2 por cento da profecia do Antigo Testamento é messiânica. Menos que 5 por cento especificamente descreve a era da Nova Aliança. Menos que 1 por cento diz respeito a eventos ainda vindouros” (Fee & Stuart, Entendes O Que Lês?, p. 218).

E. Os profetas representam Deus ao povo, enquanto os sacerdotes representam o povo a Deus. Esta é uma afirmação geral. Há exceções como Habacuque, que dirige perguntas a Deus.

F. Uma razão que é difícil para entender os profetas é porque nós não sabemos como seus livros foram estruturados. Eles não são cronológicos. Eles parecem ser temáticos, mas nem sempre da maneira que alguém esperaria. Com freqüência não há cenário histórico óbvio, estrutura de tempo ou divisão clara entre oráculos. Esses livros são difíceis (1) ler todo numa sentada; (2) esboçá-los por tópico; e (3) averiguar a verdade central ou intenção autoral em cada oráculo.

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IV. CARACTERÍSTICAS DA PROFECIA A. No AT parece haver um desenvolvimento do conceito de “profeta” e “profecia”. No Israel

primitivo aí se desenvolveu uma associação de profetas, liderados por um líder carismático forte tais como Elias e Eliseu. Às vezes a frase “os filhos dos profetas” foi usada para designar esse grupo (II Rs 2). Os profetas eram caracterizados por formas de êxtase (I Sm 10.10-13; 19.18-24).

B. Contudo, esse período passou rapidamente para profetas individuais. Havia aqueles profetas (tanto verdadeiros quanto falsos) que se identificavam com Rei e moravam no palácio (Gade, Natã). Também, havia aqueles que eram independentes, às vezes totalmente desconectados com o status quo da sociedade israelita (Amós). Eles são tanto masculinos quanto femininos (II Rs 22.14).

C. O profeta era freqüentemente um revelador do futuro, condicionado na resposta imediata do homem. Com freqüência a tarefa do profeta era revelar o plano universal de Deus para Sua criação que não é afetado pela resposta humana. Esse plano escatológico universal é único entre os profetas do Oriente Próximo Antigo. Predição e fidelidade do Pacto são focos duplos das mensagens proféticas (cf. Fee e Stuat, p. 153). Isso implica que os profetas são fundamentalmente coletivos no foco. Eles geralmente, mas não exclusivamente, se dirigem à nação.

D. A maior parte do material profético foi apresentada oralmente. Foi depois combinado por meio de temas ou cronologia ou outros padrões da literatura do Oriente Próximo que estão perdidos para nós. Porque era oral não é tão estruturado quanto prosa escrita. Isso torna os livros difíceis de ler direto e difícil de compreender sem um cenário histórico específico.

E. Os profetas usam vários padrões para comunicar suas mensagens. 1. Cena Judicial – Deus leva seu povo ao tribunal, muitas vezes é um caso de divórcio

onde YHWH rejeita sua esposa (Israel) por sua infidelidade (Oséias 4; Miquéias 6). 2. Canto fúnebre – o medidor especial desse tipo de mensagem e seu “ai” característico

separa-o como uma forma especial (Isaías 5; Habacuque 2). 3. Pronunciamento de Bênção do Pacto – a natureza condicional do Pacto é enfatizada e

as conseqüências, tanto positivamente quanto negativamente, são explicadas claramente para o futuro (Deuteronômio 27-28). V. DIRETRIZES ÚTEIS PARA INTERPRETAR PROFECIA

A. Encontre a intenção do profeta original (editor) observando o cenário histórico e o contexto literário de cada oráculo. Geralmente envolverá Israel quebrando a Aliança Mosaica de alguma maneira.

B. Leia e interprete o oráculo todo, não só uma parte; esboce-o quanto ao conteúdo. Veja como se relaciona com os oráculos dos arredores. Tente esboçar o livro todo.

C. Adote uma interpretação literal da passagem até que algo no texto mesmo aponte-lhe para o uso figurado; então coloque a linguagem figurada em prosa.

D. Analise ação simbólica à luz do cenário histórico e passagens paralelas. Não deixe de lembrar que essa literatura do Oriente Próximo Antigo não é literatura ocidental ou moderna.

E. Trate a predição com cuidado. 1. Elas são exclusivamente para a época do autor? 2. Elas foram subseqüentemente cumpridas na história de Israel? 3. Elas são contudo eventos futuros? 4. Elas têm uma realização contemporânea e contudo uma realização futura? 5. Permita que os autores da Bíblia, não autores modernos, guiem suas respostas.

Page 63: NT Special Topics Portuguese

F. Preocupações especiais 1. A predição é qualificada por resposta condicional? 2. É certo para quem a profecia é dirigida (e por quê?) 3. Há uma possibilidade tanto biblicamente e/ou historicamente para realizações

múltiplas? 4. Os autores do NT sob inspiração puderam ver o Messias em muitos lugares do AT que

não são óbvios para nós. Eles parecem usar tipologia ou jogo de palavra. Visto que não somos inspirados, nós podemos melhor deixar essa abordagem para eles. VI. LIVROS ÚTEIS

A. A Guide to Biblical Prophecy [Um Guia para Profecia Bíblica] de Carl E. Armending e W. Ward Gasque

B. Entendes O Que Lês? de Gordon Fee e Douglas Stuart C. My Servants the Prophets [Meus Servos os Profetas] de Edward J. Young D. Relhas e Ganchos de Podar: Rethinking the Language of Biblical Prophecy and

Apocalyptic [Repensando a Linguagem da Profecia Bíblica e Apocalíptica] de D. Brent Sandy E. New International Dictionary of Old Testament Theology and Exegesis [Novo Dicionário

Internacional de Teologia e Exegese do Antigo Testamento], vol. 4, pp. 1067-1078 TÓPICO ESPECIAL: TÍTULOS DO AT DO ESPECIAL QUE HÁ DE VIR

A. Profeta – Dt 18.15, 18 B. Rei

1. da tribo de Judá, Gn 49.10; Sl 60.7; 108.8 2. da família de Davi, II Samuel 7 (de Jessé Is 11.1) 3. de outros textos, I Sm 2.10; Sl 89.3, 4; Is 9, 11; Jr 30.8, 9; Ez 37.21, 22; Zc 9.9, 10

C. Rei/Sacerdote 1. Salmo 110 (rei, vv. 1-3; sacerdote, v. 4) 2. Zc 4.14 (as duas oliveiras, os dois ungidos, Zorobabel [linhagem de Davi] e Josué

[linhagem de Arão]) D. O Ungido (Messias)

1. Rei de Deus, Sl 2.2; 45.7 2. Presença do Espírito, Is 11.2; 61.1 3. O Que Há de Vir, Dn 9.26 4. Três líderes do AT foram ungidos como um sinal do chamado e capacitação de Deus:

reis (cf. Jz 9.8, 15; I Sm 2.10; 9.16; 24.10; II Sm 19.21; 23.1; Sl 18.50), sacerdotes (cf. Êx 28.41; Lv 4.3; 6.22) e profetas (cf. I Rs 19.16)

E. Filho do Rei 1. Sl 2.7, 12 2. Rei de Israel como um símbolo do reinado de Deus (cf. I Samuel 8)

F. Filho do Homem (Dn 7.13) 1. humano, Sl 8.4; Ez 2.1 2. divino, Dn 7.13

G. Títulos Redentivos Especiais 1. Servo Sofredor, Is 52.13-53.12 2. Pastor Sofredor, Zc 12-14

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3. Pedra Angular, Sl 118; Is 8.14, 15; 28.16 4. Filho Especial, Is 7.14; 9.6, 7; Miquéias 5.2 5. Renovo, Is 4.2; 11.5; 53.2; Jr 23.5, 6; 33.15; Zc 3.8; 6.12

O NT toma essas referências dispersas sobre o agente redentivo especial de Deus e clarifica e desenvolve-as numa compreensão de Jesus como O Que Há de Vir Prometido de Deus (e.g., Mt 16.13-20; João 11.25-27). As duas vindas do Messias são o meio pelo qual essas diversas funções e títulos são unidos.

Para uma boa discussão da distinção nos Evangelhos entre o Filho do Homem como figura de autoridade versus Servo Sofredor, George E. Ladd, Teologia do Novo Testamento, p. 137-149. TÓPICO ESPECIAL: GRAUS DE RECOMPENSAS E PUNIÇÃO

A. Uma resposta apropriada ou inapropriada a Deus está baseada no nosso conhecimento. Quanto menos conhecimento alguém tem, menos responsável ele é. O oposto também é verdade.

B. O conhecimento de Deus vem de duas maneiras básicas 1. criação (cf. Salmo 19; Romanos 1-2) 2. Escritura (cf. Salmo 19, 119; o evangelho)

C. Evidência do AT 1. recompensas

a. Gn 15.1 ( geralmente associadas com recompensas terrenas, terra e filhos) b. Deuteronômio 27-28 (a obediência ao concerto traz bênçãos) c. Dn 12.3

2. Punição a. Deuteronômio 27-28 (a desobediência ao concerto traz maldições)

3. O padrão do AT de recompensa por justiça pessoal, pactual é modificado por causa do pecado humano. Essa modificação é vista em Jó e Salmo 73. O NT muda o foco deste mundo para o vindouro (cf. o Sermão da Montanha em Mat. 5-7).

D. Evidência do NT 1. recompensas (além da salvação)

a. Marcos 9.41 b. Mt 5.12, 46; 6.1-4, 5-6, 6-18; 10.41, 42; 16.27; 25.14-23 c. Lucas 6.23, 35; 19.11-19, 25, 26

2. punição a. Marcos 12.38-40 b. Lucas 10.12; 12.47, 48; 19.20-24; 20.47 c. Mateus 5.22, 29, 30; 7.19; 10.15, 28; 11.22-24; 13.49, 50; 18.6; 25.14-30 d. Tiago 3.1

E. Para mim, a única analogia que faz sentido é da ópera. Eu não freqüento apresentações de ópera por isso não as compreendo. Quanto mais eu conhecesse da dificuldade e complexidade da trama, música e dança, mais eu apreciaria as representações. Eu acredito que o céu encherá nossas taças, mas acho que nosso serviço terreno determina o tamanho da taça.

Portanto, conhecimento e uma resposta a esse conhecimento resulta em recompensas ou punições (cf. Mt 16.7; I Co 3.8, 14; 9.17, 18; Gl 6.7; II Tm 4.14). Há um princípio espiritual – nós colhemos o que semeamos! Alguns semeiam mais e colhem mais cf. Mt 13.8, 23).

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F. “A coroa da justiça” é nossa na obra consumada de Jesus Cristo (cf. II Tm 4.8), mas observe que a “coroa da vida” está ligada à perseverança sob provação (cf. Tiago 1.12; Ap 2.10; 3.10, 11). A “coroa de glória” para os líderes Cristãos está relacionada com o estilo de vida deles (cf. I Pe 5.1-4). Paulo sabe que ele tem uma coroa imperecível, mas ele exercitava auto-controle extremo (I Co 9.24-27).

O mistério da vida cristã é que o evangelho é absolutamente gratuito na obra consumada de Cristo, mas como precisamos responder à oferta de Deus em Cristo, nós devemos também responder à capacitação de Deus para a vida cristã. A vida cristã é tão sobrenatural quanto é a salvação, contudo devemos recebê-la e agarrar-nos a ela. O paradoxo do gratuito mas com custo de tudo é o mistério das recompensas e semear/colher.

Nós não somos salvos pelas obras, mas para as boas obras (cf. Ef 2.8-10). As boas obras são a evidência de que nós O encontramos (cf. Mateus 7). O mérito humano nessa área de salvação leva à destruição, mas o viver piedoso que resulta da salvação é recompensado. TÓPICO ESPECIAL: O DEMONÍACO (ESPÍRITOS IMPUROS)

A. Os povos antigos eram animistas. Eles atribuíam traços de personalidade a forças da natureza, animais e objetos naturais. A vida era explicada através da interação dessas entidades espirituais com a humanidade.

B. Essa personificação tornou-se politeísmo (muitos deuses). Geralmente os demônios (gênios) eram deuses ou semideuses (bons ou maus) menores que impactavam as vidas individuais humanas.

1. Mesopotâmia, caos e conflitos 2. Egito, ordem e função 3. Canaã, veja Archaeology and the Religion of Israel [Arqueologia e a Religião de

Israel] de W.F. Albright, Quinta Edição, pp. 67-92. C. O AT não se estende ou desenvolve o assunto de deuses menores, anjos ou demônios,

provavelmente por causa do seu monoteísmo estrito (cf. Êx 8.10; 9.14; 15.11; Dt 4.35, 39; 6.4; 33.26; Sl 35.10; 71.19; 86.8; Is 46.9; Jr 10.6, 7; Mq 7.18). Menciona os falsos deuses das nações pagãs (Shedim, BDB 993, cf. Dt 32.17; Sl 106.37) e nomeia ou personifica alguns deles:

1. Se’im (sátiro ou demônios peludos, BDB 972 III, cf. Lv 17.7; II Cr 11.15; Is 13.21; 34.14)

2. Lilith (demônio feminino, sedutor, BDB 539, cf. Is 34.14) 3. MaveT (termo hebraico para morte usado para o deus cananeu do submundo, Mot,

BDB 560, cf. Is 28.15, 18; Jr 9.21; e possivelmente Dt 28.22) 4. Resheph (praga, fogo ou pedras de granizo, BDB 958, cf. Dt 33.24; Sl 78.48; Hc 3.5) 5. Dever (pestilência, BDB 184, cf. Sl 91.5, 6; Hc 3.5) 6. Az’azel (nome incerto, mas possivelmente um demônio do deserto ou nome de lugar,

BDB 736, cf. Lv 16.8, 10, 26) (Estes exemplos são tirados da Enciclopédia Judauca, vol. 5, p. 1523) Entretanto, não há nenhum dualismo ou independência angélica de YHWH no AT. Satanás é

servo de YHWH (cf. Jó 1-3; Zc 3), não um inimigo independente ou auto-orientado (cf. A. B. Davidson em A Theology of the Old Testament [Uma Teologia do Antigo Testamento], pg. 300-306).

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D. O Judaísmo se desenvolveu durante o exílio Babilônico (586-538 a.C) e foi teologicamente influenciado pelo dualismo persa personificado do zoroastrismo, um deus elevado chamado Mazda ou Ormazd e um oponente mal chamado Ahriman. Isso permitiu dentro do judaísmo pós-exílico o dualismo personificado entre YHWH e Seus anjos e Satanás e seus anjos ou demônios. A teologia do Judaísmo sobre o mal personificado é explicada e bem documentada em The Life and Times of Jesus the Messiah [A Vida e os Tempos de Jesus o Messias], vol. 2, apêndice XIII (pp. 749-863) e XVI (pp. 770-776) de Alfred Edersheim. O Judaísmo personificava o mal de três maneiras.

1. Satanás ou Sammael 2. o intento mau (yetzer hara) com a humanidade 3. o Anjo da Morte

Edersheim caracteriza estes como (1) o Acusador; (2) o Tentador; e (3) o Punidor (vol. 2 pg. 756). Há uma diferença teológica assinalada entre o judaísmo pós exílico e a apresentação e explicação do mal do NT.

E. O NT, especialmente os Evangelhos, afirma a existência e oposição de seres espirituais maus à humanidade e a YHWH (no judaísmo Satanás é um inimigo para a humanidade, mas não para Deus). Eles se opõem à vontade, domínio e reino de Deus. Jesus confrontou e expulsou esses seres demoníacos, também chamados (1) espíritos imundos (cf. Lucas 4.36; 6.18) ou (2) espíritos maus (cf. Lucas 7.21; 8.2), dos seres humanos. Jesus fez claramente uma distinção entre doença (física e mental) e os demônios. Ele demonstrou Seu poder e percepção espiritual reconhecendo e exorcizando esses espíritos maus. Eles freqüentemente O reconheciam e tentavam se dirigir a Ele, mas Jesus rejeitava o testemunho deles, exigia o silêncio deles e os expulsava. Exorcismos são um sinal da derota do reino de Satanás. Há uma falta surpreendente de informação nas cartas Apostólicas do NT sobre este assunto. O exorcismo nunca é listado como um dom espiritual, nem uma é metodologia ou procedimento para isso dado para as futuras gerações de ministros ou crentes.

F. O mal é real; o mal é pessoal; o mal é presente. Nem a sua origem nem seu propósito é revelado. A Bíblia afirma sua realidade e agressivamente se opõe à sua influência. Não há nenhum dualismo final na realidade. Deus está no controle total; o mal está derrotado e julgado e será removido da criação.

G. O povo de Deus deve resistir ao mal (cf. Tiago 4.7). Eles não podem ser controlados por isso (cf. I João 5.18), mas podem ser tentados e seu testemunho e influência prejudicados (cf. Ef 6.10-18). O mal é uma parte revelada da visão de mundo cristã. Os cristãos modernos não têm nenhum direito para redefinir o mal (a demitologização de Rudolf Bultmann); despersonalizar o mal (as estruturas sociais de Paulo Tillich), nem tentar explicar isso completamente em termos psicológicos (Sigmund Freud). Sua influência é difundida, mas derrotada. Os crentes precisam caminhar na vitória de Cristo. TÓPICO ESPECIAL: DESTRUIR, ARRUINAR, CORROMPER (PHTHEIRŌ)

O significado básico desse termo phtheirō é destruir, arruinar, corromper ou estragar. Pode ser usado para

1. ruína financeira (possivelmente II Co 72) 2. destruição física (cf. I Co 3.17a) 3. corrupção moral (cf. Rm 1.23; 8.21; I Co 15.33, 42, 50; Gl 6.8; Ap 19.2) 4. sedução sexual (cf. II Co 113)

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5. destruição eterna (cf. II Pe 2.12, 19) 6. tradições perecíveis de homens (Cl 2.22, I Co 3.17b) Freqüentemente este termo é usado no mesmo contexto como o seu oposto negado (cf. Rm

1.23; I Co 9.25; 15.50, 53). Observe os contrastes paralelos entre nossos corpos físicos terrenos e nossos corpos eternos celestiais.

1. corruptível versus incorruptível, I Co 15.42, 50 2. desonra vs. glória, I Co 15.43 3. fraqueza vs. poder, I Co 15.43 4. corpo natural vs. corpo espiritual, I Co 15.44 5. primeiro Adão versus último Adão, I Co 15.45 6. imagem do terreno vs. imagem do celestial, I Co 15.49

TÓPICO ESPECIAL: DESTRUIÇÃO (APOLLUMI)

Esse termo tem um amplo campo semântico, que tem causado grande confusão em relação aos conceitos teológicos de juízo eterno vs. aniquilação. O significado básico literal vem de apo mais ollumi, arruinar, destruir.

O problema vem nos usos figurados destes termos. Isto pode ser claramente visto em Greek-English Lexicon of the New Testament [Léxico Grego-Inglês do Novo Testamento] de Louw e Nida, Baseado Nos Domínios Semânticos, vol. 2, pg. 30. Lista vários significados deste termo

1. destruir (e.g., Mt 10.28; Lucas 5.37; João 10.10; 17.12; Atos 5.37; Rm 9.22 do vol. 1, p. 232)

2. falha para obter (e.g., Mt 10.42, vol. 1, p. 566) 3. perder (e.g., Lucas 15.8, vol. 1, p. 566) 4. desconhecer a localização (e.g., Lucas 15.4, vol. 1, p. 330) 5. morrer (e.g., Mt 10.39, vol. 1, p. 266) Gerhard Kittel, Theological Dictionary of the New Testament [Dicionário Teológico do

Novo Testamento], vol. 1, p. 394, tenta delinear os diferentes usos listando quatro significados: 1. destruir ou matar (e.g., Mt 2.13; 27.20; Marcos 3.6; 9.22; Lucas 6.9; I Co 1.19) 2. perder ou sofrer a perda de (e.g., Marcos 9.41; Lucas 15.4, 8) 3. perecer (e.g., Mt 26.52; Marcos 4.38; Lucas 11.51; 13.3, 5, 33; 15.17; João 6.12, 27; I Co

10.9, 10) 4. estar perdido (e.g., Mt 5.29, 30; Marcos 2.22; Lucas15.4, 6, 24, 32; 21.18; Atos 27.34) Kittel então diz, “em geral nós podemos dizer que o nº 2 e nº 4 fundamentam as declarações

relativas a este mundo como nos Sinóticos, enquanto que o nº 1 e nº 3 fundamentam aquelas relativas ao mundo vindouro, como em Paulo e João (p. 394)

Nisto jaz a confusão. O termo tem um uso semântico tão amplo que diferentes autores do NT usam-no numa variedade de formas. Eu gosto de Robert B. Girdlestone, Synonyms of the Old Testament [Sinônimos do Antigo Testamento], p. 275-277. Ele relaciona o termo com aqueles seres humanos que estão moralmente destruídos e aguardando a separação eterna de Deus versus aqueles seres humanos que conhecem a Cristo e têm a vida eterna Nele. O último grupo é “salvo”, enquanto o outro grupo é destruído.

Eu pessoalmente (cf. R. B. Girdlestone, Synonyms of the Old Testament [Sinônimos do Antigo Testamento], p. 276) não acho que este termo denote aniquilação (cf. E. Fudge, The Fire That Consumes [O Fogo Que Consome]). O termo “eterno” é usado tanto para punição eterna quanto para vida eterna em Mt.25.46. Depreciar um é depreciar ambos!

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TÓPICO ESPECIAL: RESPOSTAS PARA AS DUAS PERGUNTAS DOS DISCÍPULOS DE MATEUS 24:3

(por F. F. Bruce em Answers to Questions [Respostas para as Perguntas], p. 57). A. Uma advertência contra ser enganado, por falsos profetas ou grandes calamidades, a

pensar que isto é o fim 1. Mt 24.4 2. Marcos 13.5, 8 3. Lucas 21.8-11

B. Uma predição de perseguição e promessa de socorro 1. Mt 24.9-14 2. Marcos 13.9-13 3. Lucas 21.12-19

C. Uma resposta para a primeira pergunta, relativa à destruição de Jerusalém e a dispersão dos seus habitantes

1. Mt 24.29-31 2. Marcos 13.24-27 3. Lucas 21.20-24

D. Uma resposta para a segunda pergunta, descrevendo a vinda de Cristo 1. Mt 24.29-31 2. Marcos 13.24-27 3. Lucas 21.20-24

E. Uma exortação para vigilância na situação que conduz à destruição de Jerusalém 1. Mt 24.32-35 2. Marcos 13.28-31 3. Lucas 21.29-33

F. Uma exortação para vigilância para a vinda de Cristo 1. Mt 24.36-44 2. Marcos 13.32-37 3. Lucas 21.34-36

TÓPICO ESPECIAL: AS DIVISÕES DA BÍBLIA HEBRAICA

I. TORÁ A. Gênesis B. Êxodo C. Levítico D. Números E. Deuteronômio

II. Os Profetas (Nevi’im) A. Profetas Antigos

1. Josué 2. Juízes 3. I & II Samuel

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4. I & II Reis B. Últimos Profetas

1. Isaías 2. Jeremias 3. Ezequiel 4. Os doze

a. Oséias b. Joel c. Amós d. Obadias

e. Jonas f. Miquéias g. Naum h. Habacuque

i. Sofonias j. Ageu k. Zacarias l. Malaquias

III. Os Escritos (Kethubim)

A. Livros do Festival (megelloth) 1. Rute (lido no Pentecostes) 2. Cantares (lido na Páscoa) 3. Eclesiastes (lido na Festa das Cabanas) 4. Lamentações (lido para no dia de comemorar a queda de Jerusalém) 5. Ester (lido no Purim)

B. Livros de Sabedoria 1. Jó 2. Salmos 3. Provérbios

C. Livros Históricos 1. Esdras 2. Neemias 3. Crônicas 4. Daniel

IV. A seção dos Escritos ainda estava sendo debatida pelos líderes de Jerusalém (i.e., Jâmnia) no primeiro quanto a que livros deveriam ser incluídos. TÓPICO ESPECIAL: USO DA PALAVRA “PORTA” NO NT

O NT usa “porta” em vários sentidos. 1. literal

a. das casas, Mt 6.6; Marcos 1.33; 2.2; 11.7, cenáculo, João 20.19, 26 b. do templo, Atos 3.2; 21.30 c. de uma prisão, Atos 5.19, 23; 12.6; 16.26, 27 d. de um túmulo, Mt 27.60; 28.2; Marcos 15.46; 16.3 e. de um aprisco, João 10.1, 2 f. de um pátio, João 18.16, Atos 12.13

2. metafórico a. proximidade do tempo, Mt 24.33; Marcos 13.29; Atos 5.9; Tiago 5.9 b. restrição na entrada para a fé verdadeira, Mt 7.13, 14; Lucas 13.24; Ap 3.20 c. oportunidade de fé salvífica perdida, Mt 25.10; Lucas 13.25; Ap 3.7 d. oportunidade de fé salvífica, Atos 14.27; Ap 3.7 e. oportunidade para o ministério, I Co 16.9; II Co 2.12; Cl 4.3; Ap 3.8

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f. revelação, Ap 4.1; 19.11 3. título para Jesus, João 10.7, 9

TÓPICO ESPECIAL: LITERATURA ORIENTAL

A Grande Figura – Paradoxos bíblicos 1. Esta percepção tem sido a mais útil para mim pessoalmente com alguém que ama e confia

na Bíblia com Palavra de Deus. Ao tentar levar a Bíblia seriamente tornou-se óbvio que textos diferentes revelam a verdade de maneiras selecionadas, não sistemáticas. Um texto inspirado não pode cancelar ou depreciar um outro texto inspirado! A verdade vem ao conhecer toda a Escritura (toda a Escritura, não apenas um pouco, é inspirado, cf. II tm 3.16, 17), não citando uma única passagem (texto-prova)!

2. A maioria das verdades bíblicas (literatura oriental) é apresentada em pares dialéticos ou paradoxais (lembre que os autores do NT, exceto Lucas, são pensadores hebreus, escrevendo em grego comum. A Literatura de Sabedoria e a Literatura Poética apresentam a verdade em linhas paralelas. O paralelismo antitético funciona como o paradoxo. Este paralelismo sintético funciona como passagens paralelas). De algum modo ambos são igualmente verdadeiros! Esses paradoxos são difíceis para nossas valorizadas tradições simplistas!

a. predestinação versus livre arbítrio humano b. segurança do crente versus a necessidade de preservar c. pecado original versus pecado volitivo d. Jesus como Deus versus Jesus como homem e. Jesus como igual com o Pai versus Jesus como subserviente ao Pai f. A Bíblia como Palavra de Deus versus autoria humana g. impecabilidade (perfeccionismo, cf. Romanos 6) versus pecar menos h. justificação e santificação inicial instantânea versus santificação progressiva i. justificação pela fé (Romanos 4) versus justificação confirmada pelas obras (cf. Tiago

2.14-26) j. liberdade cristã (cf. Rm 14.1-23; I Co 8.1-13; 10.23-33) versus responsabilidade cristã

(cf. Gl 5.16-21; Ef 4.1) k. transcendência de Deus versus Sua imanência l. Deus como supremamente incognoscível versus conhecível na Escritura e Cristo. m. as muitas metáforas de Paulo para salvação

(1) adoção (2) santificação (3) justificação (4) redenção (5) glorificação (6) predestinação (7) reconciliação

n. o reino de Deus como presente versus consumação futura o. arrependimento como um dom de Deus versus arrependimento como uma resposta

ordenada para salvação (cf. Marcos 1.15; Atos 20.21) p. o AT é permanente versus o AT expirou e é nulo (cf. Mt 3.17-19 vs. 5.21-48; Romanos

7 vs. Gálatas 3) q. os crentes são servos/escravos versus filhos/herdeiros

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TÓPICO ESPECIAL: EDIFICAR

Este termo oikodomeō e suas outras formas são usados freqüentemente por Paulo. Literalmente significa “construir uma casa” (Mt 7.24), mas veio a ser usado metaforicamente para:

1. o corpo de Cristo, a igreja, I Co 3.9; Ef 2.21; 4.16 2. a edificação

a. dos irmãos fracos, Rm 15.1 b. do próximo, Rm 15.2 c. de uns aos outros, Ef 4.29; I Ts 5.11 d. dos santos para o ministério, Ef 4.11

3. nós desenvolvermos ou edificarmos por a. amor, I Co 8.1; Ef 4.16 b. limitando as liberdades pessoais, I Co 10.23-24 c. evitando especulações, I Tm 1.4 d. evitando falantes nos cultos de adoração (cantores, mestres, profetas, falantes em

línguas e intérpretes), I Co 14.3, 4, 12 4. todas as coisas devem edificar

a. a autoridade de Paulo, II Co 10.8; 12.19; 13.10 b. resumo das declarações em Rm 14.19 e I Co 14.26

TÓPICO ESPECIAL: ORAÇÃO EFICAZ

A. Está ligada ao relacionamento pessoal com o Deus Triúno 1. Relacionada com a vontade do Pai

a. Mt 6.10 b. I João 3.22 c. I João 5.14, 15

2. Permanecendo em Jesus João 15.7

3. Orando em nome de Jesus a. João 14.13, 14 b. João 15.16 c. João 16.23, 24

4. Orando no Espírito a. Ef 6.18 b. Judas 20

B. Relacionada com os motivos pessoais de alguém 1. Não vacilando

a. Mt 21.22 b. Tiago 1.6, 7

2. Pedindo errado Tiago 4.3

3. Pedindo egoisticamente Tiago 4.2, 3

C. Relacionada com as escolhas pessoais de alguém

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1. Perseverança a. Lucas 18.1-8 b. Colossenses 4.2 c. Tiago 5.16

2. Discórdia no lar Pedro 3:7

3. Pecado a. Salmo 66.18 b. Isaías 59.1, 2 c. Isaias 64.7

Toda oração é respondida, mas nem toda oração é eficaz. A oração é um relacionamento de mão dupla. A pior coisa que Deus poderia fazer é conceder pedidos inapropriados dos crentes. TÓPICO ESPECIAL: ANCIÃO

1. usado para os anjos de Deus constituem o conselho angélico (cf. Is 24.23). Esta mesma terminologia é usada para as criaturas angélicas de Apocalipse (cf. 4.4, 10; 5.5, 6, 8, 11, 14; 7.11, 13; 11.16; 14.3; 19.4).

2. usado para os líderes tribais (zaqen) no AT (cf. Êx 3.16; Nm 11.16). Depois no NT este termo é aplicado a um grupo de líderes de Jerusalém que constituía a alta corte dos judeus, o Sinédrio (cf. Mt 21.23; 26.57). Na época de Jesus esse corpo de setenta membros era controlado por um sacerdote corrupto.

3. usado para os líderes locais de uma igreja do NT. Era um dos três termos sinônimos (pastor, superintendente e ancião, cf. Tito 1.5, 7; Atos 20.17, 28). Pedro e João usam-no para incluírem-se no grupo de liderança (cf. I Pedro 5.1; II João 1; III João 1).

4. Usado para os homens idosos na igreja, não necessariamente a liderança (cf. I tm 5.1; Tito 2.2). TÓPICO ESPECIAL: ELEIÇÃO

Eleição é uma doutrina maravilhosa. Contudo, não é um chamado ao favoritismo, mas um chamado para ser um canal, uma ferramenta ou um meio para redenção de outros! No Antigo Testamento este termo era usado primordialmente para serviço. No Novo Testamento é usado primordialmente para salvação, que resulta em serviço. A Bíblia nunca reconcilia a aparente contradição entre a soberania de Deus e o livre arbítrio da humanidade, mas afirma ambas! Um bom exemplo da tensão bíblica seria Romanos 9 sobre a escolha soberana de Deus e Romanos 10 sobre a necessária resposta da humanidade (cf. 10.11, 13).

A chave para esta tensão teológica pode ser encontrada em Ef 1.4. Jesus é o homem eleito de Deus e todos são potencialmente eleitos nele (Karl Barth). Jesus é o “sim” de Deus à necessidade da humanidade caída (Karl Barth). Efésios 1.4 também ajuda a esclarecer que a meta da predestinação não é o céu, mas a santidade (semelhança a Cristo). Somos freqüentemente atraídos para os benefícios do evangelho e ignoramos as responsabilidades! O chamado de Deus (eleição) é para o tempo assim como para a eternidade!

As doutrinas vêem em relação a outras verdades, não como únicas, verdades não relacionadas. Uma boa analogia seria uma constelação versus uma única estrela. Deus apresenta a verdade nos gêneros orientais, não ocidentais. Não devemos remover a tensão causada pelos pares dialéticos (paradoxais) de verdades doutrinárias (Deus como transcendente versus Deus

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como imanente. Ex.: Segurança vs. perseverança; Jesus como igual com o Pai vs. Jesus como subserviente ao Pai; liberdade Cristã vs. responsabilidade cristã a um parceiro pactual, etc.).

O conceito teológico de “aliança” une a soberania de Deus (que sempre toma a iniciativa e estabelece a pauta) com uma resposta de fé arrependida inicial e contínua obrigatória da humanidade. Tenha cuidado com texto-prova de um lado do paradoxo e menosprezo do outro! Tenha cuidado com afirmar somente sua doutrina ou sistema de teologia favorito!

TÓPICO ESPECIAL: Eleição/Predestinação e a Necessidade de Um Equilíbrio Teológico

A eleição é uma doutrina maravilhosa. Contudo, isso não é um chamado ao favoritismo, mas um chamado para ser um canal, uma ferramenta ou meio para a redenção de outros! No Antigo Testamento o termo era usado primordialmente para serviço; no Novo Testamento é usado primordialmente para salvação que resulta em serviço. A Bíblia nunca reconcilia a aparente contradição entre a soberania de Deus e o livre arbítrio da humanidade, mas afirma ambas! Um bom exemplo da tensão bíblica seria Romanos 9 sobre a escolha soberana de Deus e Romanos 10 sobre a necessária resposta da humanidade (cf. 10.11, 13).

A chave para esta tensão teológica pode ser encontrada em Ef 1.4. Jesus é o homem eleito de Deus e todos são potencialmente eleitos nEle (Karl Barth). Jesus é o “sim” de Deus para a necessidade da humanidade caída (Karl Barth). Efésios 1.4 também ajuda a esclarecer a questão afirmando que a meta da predestinação não é o céu, mas a santidade (semelhança a Cristo). Somos freqüentemente atraídos para os benefícios do evangelho e ignoramos as responsabilidades! O chamado de Deus (eleição) é para o tempo assim como para a eternidade!

As doutrinas vêem em relação a outras verdades, não como únicas, verdades não relacionadas. Uma boa analogia seria uma constelação versus uma única estrela. Deus apresenta a verdade nos gêneros orientais, não ocidentais. Não devemos remover a tensão causada pelos pares dialéticos (paradoxos) de verdades doutrinárias:

1. Predestinação vs. livre arbítrio humano 2. Segurança dos crentes vs. a necessidade de perseverança 3. Pecado original vs. pecado volitivo 4. Impecabilidade (perfeccionismo) vs. pecar menos 5. Justificação e santificação inicial instantânea vs. santificação progressiva 6. Liberdade cristã vs. responsabilidade cristã 7. Deus como transcendente vs. Deus como imanente 8. Deus como supremamente incognoscível vs. Deus como conhecível na Escritura 9. O reino de Deus como presente vs. consumação futura 10. Arrependimento como um dom de Deus vs. arrependimento como uma resposta pactual

humana necessária 11. Jesus como divino vs. Jesus como humano 12. Jesus como igual ao Pai vs. Jesus como subserviente ao Pai O conceito teológico de “aliança” une a soberania de Deus (que sempre toma a iniciativa e

estabelece a pauta) com uma resposta de fé arrependida inicial e contínua obrigatória dos seres humanos. Tenha cuidado com texto-prova de um lado do paradoxo e menosprezo do outro! Tenha cuidado com afirmar somente sua doutrina ou sistema de teologia favorito! TÓPICO ESPECIAL: FIM OU CUMPRIMENTO (TELOS)

Esta culminação das coisas espirituais é um tema recorrente em Hebreus. 1. telos, fim, cumprimento (3.6, 14; 6.8, 11)

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2. teleiōo, “tornar perfeito” a. (Jesus) aperfeiçoar o autor da salvação deles através do sofrimento (cf. 2.10) b. (Jesus) tendo sido tornado perfeito através do sofrimento (cf. 5.8, 9) c. a Lei não tornou nada perfeito (cf. 7.19) d. um Filho, tornado perfeito para sempre (cf. 7.28) e. tornar o adorador perfeito (cf. 9.9) f. tornar perfeitos aqueles que se aproximam (cf. 10.1) g. Ele aperfeiçoou por todo tempo aqueles que são santificados (cf. 10.14) h. separados de nós eles não seriam aperfeiçoados (cf. 11.40) i. o espírito de homens justos tornado perfeito (cf. 12.23)

3. teleios, os maduros (cf. 5.14) 4. teleios, tabernáculo mais perfeito (cf. 9.11) 5. teleiostēs, seguir em frente para maturidade (cf. 6.1) 6. teleiōsis, se a perfeição fosse através do sacerdócio levítico (cf. 7.11) 7. teleiōtēs, o autor e aperfeiçoador da fé (cf. 12.2)

Jesus traz a maturidade e finalização que a Aliança Mosaica nunca poderia fazer! TÓPICO ESPECIAL: Escatologia – Por que os Cristãos Têm Tantas Interpretações Dogmáticas de Apocalipse (Isto é tirado do Comentário Sobre Apocalipse do Dr Utley, vol. 12, 1998).

Através dos anos de meu estudo da escatologia, tenho aprendido que a maioria dos cristãos não tem ou querem uma cronologia do tempo do fim desenvolvida, sistematizada. Há alguns cristãos que focam ou se especializam nesta área do cristianismo por razões teológicas, psicolóficas ou denominações. Esses cristãos parecem tornar-se obcecados com como tudo terminará e de alguma maneira perdem a urgência do evangelho! Os crentes não podem afetar a pauta escatológica (tempo do fim) de Deus, mas eles podem participar do mandato do evangelho (cf. Mt 28.19,20; Lucas 24.47; Atos 1.8). A maioria dos crentes afirma uma Segunda Vinda de Cristo e uma culminação do tempo do fim das promessas de Deus. Os problemas interpretativos que surgem de como compreender essa culminação temporal vem de várias fontes:

1. A tensão entre modelos proféticos da Antiga Aliança e os modelos apostólicos da Nova Aliança

2. A tensão entre o monoteísmo da Bíblia (um Deus para Todos) e a eleição de Israel (um povo especial)

3. A tensão entre o aspecto condicional das alianças e promessas bíblicas (“se...então”) e a fidelidade incondicional de Deus à redenção da humanidade caída

4. A tensão entre os gêneros literários do Oriente Próximo e os modelos literários ocidentais modernos

5. A tensão entre o Reino de Deus enquanto presente, contudo futuro. 6. A tensão entre a crença no retorno iminente de Cristo e a crença de que alguns eventos

devem acontecer primeiro. Discutamos essas tensões uma por vez.

PRIMEIRA TENSÃO (categorias raciais, nacionais e geográficas do AT vs. todos os crentes por todo o mundo)

Os profetas do AT predizem uma restauração de um reino judeu na Palestina centrado em Jerusalém onde todas as nações da terra se reúnem para louvar e servir um governante davídico,

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mas Jesus nem os Apóstolos do NT nunca focam nessa pauta. O AT não é inspirado (cf. Mt 5.17-19)? Os autores do NT omitiram eventos cruciais do tempo do fim?

Há várias fontes de informação sobre o fim do mundo: 1. profetas do AT (Isaías, Miquéias, Malaquias) 2. escritores apocalípticos do AT (cf. Ez 37-39; Dn 7-12; Zc) 3. escritores apocalípticos judeus intertestamentários, não-canônicos (como I Enoque, que é

aludido em Judas) 4. Jesus mesmo (cf. Mt 24; Marcos 13; Lucas 21) 5. os escritos de Paulo (cf. I Coríntios 15; II Co 5; I Tessalonicenses 4-5; II Tessalonicenses

2) 6. os escritos de João (I João e Apocalipse)

Todos esses ensinam claramente uma pauta de tempo do fim (eventos, cronologia, pessoas)? Se não, por quê? Eles todos não são inspirados (exceto os escritos intertestamentários judaicos)?

O Espírito revelou verdades para os escritores do AT em termos e categorias que eles poderiam compreender. Contudo, através de revelação progressiva o Espírito expandiu esses conceitos escatológicos do AT para um escopo universal (“o mistério de Cristo”, Ef 2.11-3.13. Veja Tópico Especial em 10.7). Aqui estão alguns exemplos relevantes:

1. A cidade de Jerusalém no AT é usada como uma metáfora do povo de Deus (Sião), mas é projetada no NT como um termo expressando a aceitação de Deus de todos os seres humanos arrependidos, crentes (a nova Jerusalém de Apocalipse 21-22). A expansão teológica de uma cidade física, literal no novo povo de Deus (judeus e gentios crentes) é prefigurada na promessa de Deus para redimir a humanidade caída em Gn 3.15, antes que houvesse ainda quaisquer judeus ou uma cidade capital judaica. Mesmo a chamada de Abraão (cf. Gn 12.2-3) envolvia os gentios (cf. Gn 12.3; Êx 19.5).

2. No AT os inimigos do povo de Deus são nações dos arredores do Antigo Oriente Próximo, mas no NT eles são expandidos a todas as pessoas descrentes, anti-Deus e satanicamente inspiradas. A batalha moveu-se de um conflito geográfico, regional para um conflito universal, cósmico (cf. Colossenses).

3. A promessa de uma terra que é tão fundamental no AT (as promessas patriarcais de Gênesis, cf. Gn 12.7; 13.15; 15.7, 15; 17.8) torna-se agora a terra toda. A Nova Jerusalém desce para uma terra recriada, não o Oriente Próximo somente ou exclusivamente (cf. Apocalipse 21-22).

4. Alguns outros exemplos dos conceitos proféticos do AT que são expandidos são a. o descendente de Abraão é agora o espiritualmente circuncidado (cf. Rm 2.28, 29) b. o povo da aliança agora inclui os gentios (cf. Os 1.10; 2.23, citado em Rm 9.24-26;

também Lv 26.12; Êx 29.45, citado em II Co 6.16-18 e Êx 19.5; Dt 14.2, citado em Tito 2.14) c. o templo é agora Jesus (cf. Mt 26.61; 27.40; João 2.19-21) e através dEle a igreja local

(cf. I Co 3.16) ou o crente individual (cf. I Co 6.19) d. mesmo Israel e suas frases descritivas características do AT agora referem-se a todo o

povo de Deus (i.e., “Israel”, cf. Rm 9.6; Gl 6.16, i.e., “reino de sacerdotes”, cf. I Pe 2.5, 9, 10; Ap 1.6).

O modelo profético tem sido cumprido, expandido e é agora mais inclusivo. Jesus e os escritores Apostólicos não apresentam o tempo do fim da mesma maneira que os profetas do AT (cf. Martin Wyngaarden, The Future of The Kingdom in Prophecy and Fulfillment [O Futuro do Reino na Profecia e Realização]). Intérpretes modernos que tentam tornar o modelo do AT literal

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ou normativo deturpam o Apocalipse num livro muito judaico e forçam o significado em frases atomizadas, ambíguas de Jesus e Paulo! Os escritores do NT não negam os profetas do AT, mas mostram sua implicação universal final. Não há sistema organizado, lógico para a escatologia de Jesus ou de Paulo. O propósito deles é fundamentalmente redentivo ou pastoral.

Contudo, mesmo dentro do NT há tensão. Não há sistematização clara dos eventos escatológicos. De muitas maneiras o Apocalipse surpreendentemente usa alusões do AT ao descrever o fim em vez dos ensinos de Jesus (cf. Mateus 24; Marcos 13)! Segue o gênero literário iniciado por Ezequiel e Zacarias, mas desenvolvido durante o período intertestamentário (literatura apocalíptica judaica). Esta pode ter sido a maneira de João de ligar as Antiga e Nova Aliança. Isso mostra o antigo padrão da rebelião humana e o compromisso de Deus com a redenção! Mas deve ser observado que embora o Apocalipse use linguagem, pessoas e eventos do AT, ele os reinterpreta à luz da Roma do primeiro século (cf. Ap 1.7). SEGUNDA TENSÃO (monoteísmo vs. um povo eleito)

A ênfase bíblica é num Deus pessoal, espiritual, criador-redentor (cf. Êx 8.10; Is 44.24; 45.5-7, 14, 18, 21, 22; 46.9; Jr 10.6, 7). A singularidade do AT em sua própria época era seu monoteísmo. Todas as nações dos arredores eram politeístas. A unidade de Deus é o coração da revelação do AT (cf. Dt 6.4). A criação é um estágio para o propósito da comunhão entre Deus e o gênero humano, feito à Sua imagem e semelhança (cf. Gn 1.26,27). Contudo, a humanidade se rebelou, pecando contra o amor, liderança e propósito de Deus (cf. Gênesis 3). O amor e propósito de Deus era tão forte e certo que Ele prometeu redimir a humanidade caída (cf. Gn 3.15)!

A tensão surge quando Deus escolhe usar um homem, uma família, uma nação para alcançar o resto da humanidade. A eleição de Deus de Abraão e os judeus como um reino de sacerdotes (cf. Êx 19.4-6) causou orgulho em vez de serviço, exclusão em vez de inclusão. O chamado de Deus de Abraão envolvia a bênção de toda humanidade (cf. Gn 12.3). Deve ser lembrado e enfatizado que a eleição do AT era para o serviço, não salvação. Todo o Israel nunca esteve justo com Deus, nunca eternamente salvo baseado somente em seu direito nato (cf. João 8.31-59; Mt 3.9), mas pela fé e obediência pessoal (cf. Gn 15.6, citado em Romanos 4). Israel perdeu sua missão (a igreja é agora um reino de sacerdotes, cf. 1.6; II Pe 2.5, 9), tornou mandato em privilégio, serviço num prestígio especial. Deus escolheu um para escolher todos! TERCEIRA TENSÃO (alianças condicionais vs. alianças incondicionais)

Há uma tensão teológica ou paradoxo entre alianças condicionais e incondicionais. É certamente verdadeiro que o propósito/plano redentivo de Deus é incondicional (cf. Gn 15.12-21). Contudo, a resposta humana ordenada é sempre condicional!

O padrão “se... então” aparece tanto no AT quanto no NT. Deus é fiel; a humanidade é infiel. Essa tensão tem causado muita confusão. Os intérpretes têm tido a tendência de focar no único “chifre do dilema”, a fidelidade de Deus ou o esforço humano, a soberania de Deus ou livre-arbítrio do humanidade. Ambos são bíblicos e necessários.

Isso se relaciona à escatologia, às promessas do AT de Deus a Israel. Se Deus promete, isso o estabelece! Deus está atado às Suas promessas; Sua reputação está envolvida (cf. Ez 36.22-38). As Alianças incondicionais e condicionais se encontram em Cristo (cf. Isaías 53), não em Israel! A fidelidade suprema de Deus reside na redenção de todos que se arrependerão e crerão, não em quem foi seu pai/mãe! Cristo, não Israel, é a chave para todas as alianças e promessas de Deus. Se há um parêntese teológico na Bíblia, não é a Igreja, mas Israel (cf. Atos 7 e Gálatas 3).

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A missão mundial de proclamação do evangelho passou para a Igreja (cf. Mt 28.19, 20; Lucas 24.47; Atos 1.8). É ainda uma aliança condicional! Isto não é para implicar que Deus rejeitou totalmente os judeus (cf. Romanos 9-11). Pode haver um lugar e propósito para o Israel crente, do tempo do fim (Zc 12.10). QUARTA TENSÃO (modelos de literatura do Oriente Próximo vs. modelos ocidentais)

Gênero é um elemento crítico ao interpretar corretamente a Bíblia. A Igreja se desenvolveu num cenário cultural ocidental (grego). A literatura Oriental é muito mais figurada, metafórica e simbólica do que os modelos literários da cultura ocidental moderna. Foca em pessoas, encontros e eventos mais do que verdades proposicionais sucintas. Os cristãos têm sido culpados de usar seus modelos de história e literários para interpretar a profecia bíblica (tanto AT quanto NT). Cada geração e entidade geográfica tem usado sua cultura, história e literalidade para interpretar o Apocalipse. Cada uma delas está errada! É arrogante pensar que a cultura ocidental moderna é o foco da profecia bíblica!

O gênero em que autor original, inspirado escolhe para escrever é um contrato literário com o leitor. O livro de Apocalipse não é uma narrativa histórica. É uma combinação de carta (capítulos 1-3), profecia e principalmente literatura apocalíptica. É tão errado fazer a Bíblia dizer mais do que foi pretendido pelo autor original quanto fazê-la dizer menos do que o que ele pretendeu! A arrogância e dogmatismo dos intérpretes são ainda mais inadequados num livro como Apocalipse.

A Igreja nunca concordou numa interpretação adequada de Apocalipse. Minha preocupação é ouvir e tratar com a Bíblia toda, não alguma(s) parte(s) selecionada(s). A crença oriental da Bíblia apresenta a verdade em pares cheios de tensão. Nossa tendência ocidental para com a verdade proposicional não é inválida, desequilibrada! Eu acho que possível remover pelo menos um pouco do impasse ao interpretar Apocalipse observando seu propósito mutável para sucessivas gerações de crentes. É óbvio para a maioria dos intérpretes que Apocalipse deve ser interpretado à luz de sua própria época e seu gênero. Uma abordagem histórica para Apocalipse deve tratar com o que os primeiros leitores teriam, e poderiam ter, compreendido. De muitas maneiras os intérpretes modernos têm perdido o significado de muitos dos símbolos do livro. A verdade principal inicial de Apocalipse era encorajar crentes perseguidos. Mostrou o controle de Deus da história (como fizeram os profetas do AT); afirmou que a história está se movendo para um fim, juízo ou bênção marcados (como fizeram os profetas do AT). Afirmou em termos apocalípticos judaicos do primeiro século o amor, presença, poder e soberania de Deus!

Funciona destas mesmas maneiras teológicas para cada geração de crentes. Descreve a luta cósmica do bem e do mal. Os detalhes do primeiro século podem ter sido perdidos para nós, mas não as verdades poderosas, confortantes. Quando intérpretes ocidentais, modernos tentam forçar os detalhes de Apocalipse na história contemporânea deles, o padrão de interpretações falsas continua!

É bastante possível que os detalhes do livro podem tornar-se notavelmente literais novamente (como fez o AT em relação ao nascimento, vida e morte de Cristo) para a última geração de crentes enquanto eles enfrentam a investida de um líder anti-Deus (cf. II Tessalonicenses 2) e a cultura. Ninguém pode conhecer essas realizações literais do Apocalipse até que as palavras de Jesus (cf. Mt 24; Marcos 13; e Lucas 21) e Paulo (cf. I Coríntios; I Tessalonicenses 4-5; e II Tessalonicenses 2) também se tornem historicamente evidentes. Suposição, especulação e dogmatismo são todos inadequados. A literatura apocalíptica permite

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essa flexibilidade. Agradeça a Deus pelas imagens e símbolos que superam a narrativa histórica! Deus está no controle; Ele reina; Ele vem!

A maioria dos comentários modernos não entende o ponto do gênero! Intérpretes ocidentais modernos com freqüência buscam um sistema de teologia lógico, claro em vez de serem justos com um gênero ambíguo, simbólico, dramático da literatura apocalíptica judaica. Essa verdade é expressa bem por Ralph P. Martin em seu artigo “Approaches to New Testament Exegesis” [Abordagens à Exegese do Novo Testamento], no livro New Testament Interpretation [Interpretação do Novo Testamento], editado por J. Howard Marshall: “A menos que reconheçamos a qualidade dramática deste escrito e lembremos o modo em que a linguagem está sendo usada como um veículo para expressar verdade religiosa, erraremos intensamente em nossa compreensão do Apocalipse, e erroneamente tentaremos interpretar suas visões como se ele fosse um livro de prosa literal e preocupado em descrever eventos de história empírica e datável. Tentar o último curso é topar com toda maneira de problemas de interpretação. Mais seriamente isso leva a uma distorção do significado essencial de apocalíptico e assim perde o grande valor desta parte do Novo Testamento como uma afirmação dramática em linguagem mito-poética da soberania de Deus em Cristo e o paradoxo de seu domínio que mistura poder e amor (cf. 5.5, 6; o Leão é o Cordeiro)” (p. 235). W. Randolph Tate em seu livro Biblical Interpretations [Interpretações Bíblicas] disse: “Nenhum outro gênero da Bíblia tem sido tão ardentemente lido com resultados tão deprimentes como apocalipse, especialmente os livros de Daniel e Apocalipse. Este gênero tinha sofrido de uma história desastrosa de interpretação errônea devido a um mal-entendido de suas formas, estrutura e propósito literários. Por causa de sua afirmação exata de revelar o que está em breve para acontecer, o apocalipse tem sido visto como um mapa de estrada para e um anteprojeto do futuro. O defeito trágico nessa visão é a suposição de que a estrutura de referência do livro é a era contemporânea do leitor em vez da do autor. Essa abordagem equivocada para o apocalipse (particularmente Apocalipse) trata a obra como se fosse um criptograma pelo qual eventos contemporâneos podem ser usados para interpretar o símbolo do texto... Primeiro, o intérprete deve reconhecer que o apocalíptico comunica suas mensagens através do simbolismo. Interpretar um símbolo literalmente quando é metafórico é simplesmente interpretar mal. A questão não é se os eventos no apocalíptico são históricos. Os eventos podem ser históricos; eles podem ter realmente acontecidos, ou poderiam acontecer, mas o autor apresenta eventos e comunica significado através de imagens e arquétipos” (p. 137). Do Dictionary of Biblical Imagery [Dicionário de Imagens Bíblicas], editado por Ryken, Wilhost e Longman III: “Os leitores de hoje são muitas vezes desorientados e frustrados por esse gênero. As imagens inesperadas e experiências fora-deste-mundo parecem bizarras e fora de sincronização com a maior parte da Escritura. Levar esta literatura ao pé da letra deixa muitos leitores lutando para determinar ‘o que acontecerá quando’, assim perdendo a intenção da mensagem apocalíptica” (p.35). QUINTA TENSÃO (o Reino de Deus como presente contudo futuro)

O reino de Deus é presente, contudo futuro. Esse paradoxo teológico se torna focado no ponto de escatologia. Se alguém espera um cumprimento literal de todas as profecias do AT para Israel então o Reino se torna principalmente uma restauração de Israel para uma localidade geográfica e uma preeminência teológica! Isso necessitaria que a Igreja seja secretamente arrebatada no capítulo 5 e os capítulos restantes se relacionem com Israel.

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Contudo, se o foco é no reino sendo iniciado pelo Messias prometido do AT, então está presente com a primeira vinda de Cristo, e então o foco se torna a encarnação, vida, ensinos, morte e ressurreição de Cristo. A ênfase teológica está na salvação atual. O reino veio, o AT é cumprido na oferta de Cristo de salvação para todos, não Seu reino milenar sobre alguns!

É certamente verdadeiro que a Bíblia fala de ambas as vindas de Cristo, mas onde a ênfase deve ser colocada? Parece para mim que a maioria das profecias do AT foca na primeira vinda, o estabelecimento do reino messiânico (cf. Daniel 2). De muitas maneiras isso é análogo ao reino eterno de Deus (cf. Daniel 7). No AT o foco está no reino eterno de Deus, contudo o mecanismo para a manifestação desse reino é o ministério do Messias (cf. I Co 15.26, 27). Não é uma questão do que é verdadeiro; ambos são verdadeiros, mas onde está a ênfase? Deve ser dito que alguns intérpretes se tornam tão focados no reino milenar do Messias (cf. Apocalipse 20) que eles têm perdido o foco bíblico no reino eterno do Pai. O reinado de Cristo é um evento preliminar. Como as duas vindas de Cristo não eram óbvias no AT, também não é um reinado temporal do Messias!

A chave para a pregação e ensino de Jesus é o reino de Deus. É tanto presente (na salvação e culto) quanto futuro (na difusão e poder). Apocalipse, se ele foca num reinado messiânico milenar (cf. Apocalipse 20), é preliminar, não final (cf. Apocalipse 21-22). Não é óbvio do AT que um reinado temporal seja necessário; na verdade, o reinado messiânico de Daniel 7 é eterno, não milenar. SEXTA TENSÃO (retorno iminente de Cristo vs. a Parousia demorada)

A maioria dos crentes tem sido ensinada que Cristo está vindo em breve, de repente, e inesperadamente (Mt 10.23; 24.27, 34, 44; Marcos 9.1; 13.30). Mas cada geração de crentes cheia de expectativa até agora tem estado errada! A brevidade (imediação) do retorno de Jesus é uma esperança prometida poderosa de cada geração, mas uma realidade para somente uma (e aquela perseguida). Os crentes devem viver como se Ele estivesse voltando amanhã, mas planejar e executar a Grande Comissão (cf. Mt 28.19, 20) como se Ele tardasse.

Algumas passagens nos Evangelhos (cf. Marcos 13.10; Lucas 17.2; 18.8) e I e II Tessalonicenses são baseadas numa Segunda Vinda demorada (Parousia). Há alguns eventos históricos que devem acontecer primeiro:

1. evangelização mundial (cf. Mt 24.15; Marcos 13.10) 2. revelação do “homem do pecado” (cf. Mt 24.15; II Tessalonicenses 2; Apocalipse 13) 3. A grande perseguição (cf. Mt 24.21, 24; Apocalipse 13) Há uma ambigüidade intencional (cf. Mt 24.42-51; Marcos 13.32-36)! Viva cada dia como

se fosse seu último mas planeje e se prepare para o ministério futuro! CONSISTÊNCIA E EQUILÍBRIO

Deve ser dito que diferentes escolas de interpretação escatológica moderna todas contêm meias verdades. Elas explicam e interpretam bem alguns textos. O problema reside na consistência e equilíbrio. Com freqüência há um conjunto de pressuposições que usam o texto bíblico para encher um esqueleto teológico pré-estabelecido. A Bíblia não revela uma escatologia lógica, cronológica, sistemática. É como um álbum de família. As fotos são verdadeiras, mas nem sempre na ordem, no contexto, numa seqüência lógica. Algumas das fotos caíram do álbum e gerações mais recentes de membros da família não sabem exatamente como colocá-las de volta. A chave para interpretação apropriada do Apocalipse é a intenção do autor original como revelada em sua escolha do gênero literário. A maioria dos intérpretes tenta carregar suas ferramentas e procedimentos exegéticos dos outros gêneros do NT para suas

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interpretações do Apocalipse. Eles focam no AT em vez de permitir que os ensinos de Jesus e Paulo estabeleçam a estrutura teológica e deixe Apocalipse atuar como ilustrativo.

Eu devo admitir que eu abordo este comentário com um pouco de medo e temor, não por causa de Ap 22.18,1 9, mas por causa do nível de controvérsia que a interpretação deste livro tem causado e continua a causar entre o povo de Deus. Eu amo a revelação de Deus. Ela é verdadeira quando todos os homens são mentirosos (cf. Rm 3.4)! Por favor, use este comentário como uma tentativa a ser pensada provocadora e não definitiva, como um guia e não um mapa de estrada, como um “e se”, não “assim diz o Senhor”. Tenho enfrentado minhas próprias impropriedades, preconceitos e pauta teológica. Tenho também visto aquelas dos outros intérpretes. Quase parece que as pessoas encontram em Apocalipse o que elas esperam achar. O gênero empresta-se ao abuso! Contudo, está na Bíblia para um propósito. Sua localização com a “palavra” final não é por acidente. Tem uma mensagem de Deus para Seus filhos de cada e todas as gerações. Deus quer que nós entendamos! Juntemos as mãos, não formemos campos; afirmemos o que é claro e central, não tudo que pode ser, pôde ser, poderia ser verdadeiro. Deus nos ajude a todos! TÓPICO ESPECIAL: ETERNO Robert B. Girdlestone, no seu livro Synonyms of the Old Testament [Sinônimos do Antigo Testamento], tem um comentário interessante sobre a palavra “eterno”: “O adjetivo aiōnios é usado mais de quarenta vezes no N.T. com respeito à vida eterna, que é considerada parcialmente como uma dádiva presente, parcialmente como uma promessa para o futuro. É também aplicado à existência sem fim de Deus em Rm 16.26; à eficácia sem fim da expiação de Cristo em Hb 9.12, 13.20; e a eras passadas em Rm 16.25, 2 Tm 1.9, Tito 1.2. Esta palavra é usada com referência ao fogo eterno, Mt 18.8, 25.41, Judas 7; castigo eterno, Mt 25.46; juízo ou condenação eterna, Marcos 3.29, Hb 6.2; destruição eterna, 2 Ts 1.9. A palavra nestas passagens implica finalidade, e aparentemente significa que quando esses juízos serão infligidos, o tempo de recuperação, mudança, ou chance de restaurar a sorte de alguém, terá passado absolutamente e para sempre. Nós compreendemos muito pouco sobre o futuro, sobre a relação da vida humana com o resto da existência, e sobre o peso moral da incredulidade, enquanto visto à luz da eternidade. Se, de um lado, é errado acrescentar à palavra de Deus, do outro, nós não devemos tirar dela; e se nós cambalearmos sob a doutrina da punição eterna como é expressa na Escritura, nós devemos estar contentes para esperar, apegando-nos ao Evangelho do amor de Deus em Cristo, enquanto reconhecendo que há um contexto escuro que nós somos incapazes de compreender” (pp. 318-319). TÓPICO ESPECIAL: EVIDÊNCIA PARA A SALVAÇÃO DE ALGUÉM NO NOVO TESTAMENTO

É baseada na Nova Aliança (cf. Jr 31.31-34; Ez 36.22-38) em Jesus: 1. O caráter do Pai (cf. João 3.16), a obra do Filho (cf. II Co 5.21) e o ministério do Espírito

(cf. Rm 8.14-16), não no desempenho humano, não recompensa devido à obediência, não simplesmente um credo

2. É um dom (Rm 3.24; 6.23; Ef 2.5, 8, 9) 3. É uma nova vida, uma nova visão de mundo (Tiago e I João) 4. É conhecimento (o evangelho), comunhão (fé em e com Jesus) e um novo estilo de vida

(guiado pelo Espírito para a semelhança a Cristo), todos os três, não apenas algum deles independente.

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5. Veja os testes da verdadeira salvação em Percepções Contextuais para I João 2.3-3.3, C. TÓPICO ESPECIAL: NOTAS SOBRE ÊXODO 20 ÊXODO 20.13, ASSASSINATO I. CONTEXTO

A. É necessário ser lembrado que mesmo os mandamentos que parecem ser de uma natureza social são realmente religiosos. A soberania de Deus sobre a criação e a redenção é esboçada nesses mandamentos. O mandamento para não matar é, no foco adequado, uma palavra sobre a imagem de Deus em cada ser humano e o cuidado e interesse de Deus pela vida humana.

B. É necessário ser lembrado que cada mandamento reflete a comunidade de fé. A proibição de tirar uma vida de uma maneira ilegal está primordialmente focada com a comunidade crente. Suas implicações são tão amplas quanto toda a humanidade! II. ESTUDO DOS TERMOS SIGNIFICATIVOS

A. “Assassinato” 1. É um termo raro (rasah, BDB 953) para tirar a vida, usado somente 46 vezes no AT.

Há vários outros termos hebraicos coincidentes usados centenas de vezes. 2. O termo (Rasah) parece ter um significado original limitado e um significado

expandido. a. Originalmente relacionava-se com tirar a vida de um companheiro de pacto de

uma maneira premeditada, legal, freqüentemente associado com “o parente remidor” ou “go’el”. Este uso envolvia premeditação mas num sentido de vingança legal (cf. Nm 35.30-34; Lv 24.13-23). Na realidade a Lex Talionis, ou “olho por olho”, (cf. Gn 9.5, 6) era uma forma de limitar a vingança. Depois, as cidades de refúgio (cf. Dt 4.41; Js 20.3) foram estabelecidas para que um membro da aliança que passional ou acidentalmente matasse um outro membro da comunidade pudesse fugir da ira da família da vítima.

b. Depois o termo veio a referir-se ao motivo ou atitude por trás de tirar uma vida. O conceito de “intencionalidade” torna-se o máximo! (Êx 21.12-14; Nm 35.11, 22; Dt 28.24).

c. Esta distinção torna-se muito significativa neste mandamento. Parece no contexto referir-se apenas a outros dentro da comunidade. Está relacionado com o parente remidor ou vingança de sangue. Contudo, o termo é usado em passagens mais recentes que refletem o Decálogo, Oséias 4.2 e Jeremias 8.9, para referir-se a um assassinato. Esta palavra relaciona-se não apenas com a lei mas com o motivo. Ela se expande do compatriota para o ser humano semelhante.

3. Este termo certamente não se relaciona com a nossa moderna questão ética de punição capital ou guerra. Os judeus nunca tiveram um problema com execução da comunidade ou guerra santa (ou, tampouco, guerra profana!).

4. A melhor tradução para nossa cultura moderna seria “assassinato premeditado”. III. PERCEPÇÕES CONTEXTUAIS

A. O sexto, sétimo e oitavo mandamentos são constituídos de apenas duas palavras hebraicas. Eles são muito curtos e diretos.

B. A vida, como tudo da criação, está relacionada com Deus. Como tratamos os outros reflete nossos pensamentos acerca de Deus. IV. PARALELOS DO NOVO TESTAMENTO

A. Jesus

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1. Sua expansão deste mandamento (cf. Mt 5.21-26) dá-nos a orientação adequada para nossa discussão moderna sobre como aplicar este texto ao nosso tempo;

2. Jesus obviamente moveu o Decálogo do terreno das ações para o terreno dos motivos. Nós somos o que pensamos! “Como um homem pensa no seu coração, assim ele é”. A vida do pensamento é muito mais relevante e significativa do que nós normalmente lhe damos crédito.

B. João 1. I João, este mesmo conceito de ódio sendo considerado assassinato é afirmado. 2. Os termos gregos usados em Mateus 5.21ss e I João 3.15 são diferentes mas o

significado é essencialmente o mesmo. 3. Observe o aspecto positivo em I João 4.19-21.

V. APLICAÇÃO DAS VERDADES A. Embora um assassino não intencional possa escapar do vingador de sangue fugindo para

uma cidade de refúgio (cf. Nm 35; Js 20), ele tinha que pagar a penalidade de confinamento naquela cidade até a morte do Sumo Sacerdote. As conseqüências do seu ato ainda permaneciam!

B. Embora este versículo não se relacione diretamente com suicídio, como os antigos provavelmente nunca pensaram neste evento, o texto ainda dá um princípio espiritual concernente à santidade da vida humana e da soberania e propósito de Deus para a vida humana feita à Sua imagem. Este texto fala uma palavra forte para o nosso tempo nesta área!

C. Este texto, contudo, não fala uma palavra decisiva para a questão moderna de: (1) punição capital ou (2) guerra. Para Israel, estas não eram coisas más em si mesmas. Os israelitas estavam envolvidos nestes dois atos. Ainda, o princípio da significância da vida feita à imagem de Deus e sob Seu controle é uma verdade importante nesta área.

D. Este texto realmente fala uma palavra necessária sobre a dignidade e a santidade da vida humana! Nós na comunidade crente somos mordomos, não apenas de nossas próprias ações, mas da nossa sociedade. O dom da vida é tanto individual quanto coletivo.

Nós somos tão responsáveis pelo abuso físico, social e psicológico dos nossos próprios corpos como somos do abuso físico, social e psicológico dos outros da nossa comunidade. Isto é especialmente verdadeiro numa cultura como a nossa onde somo permitidos falar e, portanto, mudar o sistema. Nós somos o guardador dos nossos irmãos! ÊXODO 20.14, ADULTÉRIO I. CONTEXTO

A. É óbvio que o mandamento está relacionado com o respeito de alguém por Deus que é visto no respeito pela vida, esposa e propriedade do próximo de alguém (cf. Jr 5.8). Isto é verificado pela ordem diferente destes comandos na Septuaginta.

B. O paralelo deuteronômico mostra a propriedade de adotar esta verdade antiga para a nossa cultura.

C. Como o respeito pelos pais era visto como uma chave para uma sociedade estável, assim também, é este mandamento.

D. Este mandamento também implica que a propriedade e controle de Deus das vidas sexual e familiar.

E. Este mandamento parece ter sido baseado em Gênesis 2.24 como o mandamento número 4 estava baseado em Gênesis 2.1-3. II. ESTUDO DE PALAVRA

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A. O termo importante nesse contexto é “adultério”. É crucial que você entenda este termo à luz da cultura hebraica antiga.

1. Este termo é distinto num contexto do AT de “fornicação”. Adultério relaciona com pelo menos uma parte no relacionamento sexual sendo casada. O termo “fornicação” implica que ambas as partes não são casadas (cf. Pv 29.3; 31.3). A distinção é perdida nos termos gregos do NT.

2. Esta possibilidade explica a razão para ênfase no estado civil porque relaciona-se com a importância dos direitos de herança que estavam envolvidos na promessa de Deus “da terra”. A cada 50 anos (Jubileu) toda terá devia reverter aos proprietários tribais originais.

3. Adultério era culturalmente condenado antes da legislação mosaica (cf. Gn 12.10ss; 26.7ss; 39.9).

4. Adultério era visto como um pecado contra: a. O próximo – Êxodo 20.14; Deuteronômio 5.18 b. O casamento – Levítico 18.20 c. Deus – Gênesis 20.1-13; 26.7-11

5. Era punível pela morte de ambas as partes: a. Levítico 20.10 b. Deuteronômio 22.22-24 c. Ezequiel 16.40 (metáfora) d. Advertências severas são encontradas em Provérbios 1-9

III. RELAÇÃO COM O NT A. Jesus usou Levítico 19.18 como um resumo da Antiga Revelação (cf. Lucas 10.27). Isto

confirma que os Dez Mandamentos estão relacionados com os tratamentos dos outros. B. Jesus intensifica o mandamento em Mateus 5.28. Ele coloca a ênfase no motivo em vez da

ação. Jesus via a mente como a sementeira da alma. O que alguém pensava era o que alguém realmente era! (Pv 23.7). Isto torna As Dez Palavras quase impossíveis de guardar – esse é o propósito! (cf. Gl 2.15-3.29). IV. APLICAÇÃO MODERNA

A. Casamento é possivelmente a melhor analogia de um compromisso de fé que dura a vida inteira no nome de Deus. É a nossa melhor chance para compreender as realidades dos conceitos da aliança do AT (Ml 2.14). Nosso respeito por nosso parceiro em todos os aspectos, incluindo a sexualidade, ajuda-nos compreender a idéia fundamental deste versículo.

B. Estabilidade e lealdade do casamento, como respeito pelos pais, é o pilar principal da força e longevidade da sociedade.

C. Necessita ser enfatizado que a sexualidade humana é um presente de Deus. Foi Sua idéia e vontade para o homem. As diretrizes não são destinadas a impedir a liberdade ou alegria do homem, mas para dar algumas diretrizes piedosas para a humanidade caída. Os limites são revelados para nosso beneficio e felicidade a longo prazo. Embora o homem tenha abusado da sexualidade, como ele tem de todos os dons de Deus, é ainda um dispositivo poderoso dentro da humanidade que deve estar sob o controle e direção de Deus.

D. Sexo deve ser guardado de modo que a sacralidade da pessoa humana (macho e fêmea) seja respeitada porque eles são feitos à imagem de Deus. Nosso foco caído sobre “mim” é tudo óbvio demais nesta área. ÊXODO 20.15,ROUBO

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I. INFORMAÇÃO GERAL A. Como todos os outros preceitos no Decálogo, nossa fé, amor e respeito por Deus devem

ser vistos nos aspectos sagrados e seculares das nossas vidas diárias. É uma abominação a Deus dizer que O conhecemos e depois explorar nosso parceiro de pacto (cf. I João 4.20, 21; 2.7-11).

B. Este mandamento é destinado a ajudar a manter a comunhão da comunidade do pacto. A qualidade desta comunhão espiritual atrairá um mundo confuso e egoísta para o nosso Deus que é o propósito da Escritura.

C. Como outros mandamentos focam na propriedade de Deus de toda a vida, assim também, este! Nós somos mordomos, não proprietários. Nossa tendência caída para posses, sem custo, está por trás desta proibição (cf. Sl 50.10-12). II. ESTUDO DE PALAVRA E FRASE

A. Este é o terceiro mandamento da segunda metade do Decálogo que é constituído de apenas duas palavras em hebraico.

B. O objeto da proibição está ausente. Isto é geralmente apoiado por: 1. O contexto dos dois mandamentos prévios que se relacionam com ofensas capitais. 2. A presença de passagens paralelas aplicáveis tanto imediatas (Êx 21.16) quanto

remotas (Dt 24.7). Veja também Gênesis 37. C. Contudo, a forma sucinta é também defensável 1. Está registrado para nós sob inspiração 2. Ele amplia o escopo da injunção 3. Há também uma passagem paralela no contexto imediato que se relaciona com o roubo –

Ex 22.1ss 4. Jesus aparentemente cita esta passagem ao falar em furto (cf. Mt 19.18). D. O roubo é também tratado no outro antigo Código de Lei, mas geralmente a penalidade é

a morte, mutilação ou a restituição de 30 vezes. E. Há passagens paralelas significativas que definem e expandem esta verdade:

1. Levítico 19.1-18 – “Santo serás, porque Eu, o Senhor teu Deus sou santo” a. Nosso estilo de vida deve refletir as características de família do nosso Pai e nosso

Deus (cf. v. 18). b. Nossa fé deve impactar as nossas vidas diariamente, tanto nas ações positivas

quanto na proibição negativa, ambos informados pelos motivos adequados (cf. v. 17). c. A compaixão pelos ignorados e necessitados, vv. 9, 10, 13, é tão significativa

quanto a recusa a roubar nossos semelhantes, v. 11. 2. Amós 8.4-7–Deus odeia as explorações! 3. Miquéias 6.6-8–Deus quer os motivos adequados em todas as nossas ações. Por que

nós não roubarmos é a questão! 4. Êxodo 22.1ss–Freqüentemente a verdade que falta em nossa discussão moderna de

roubo é a restituição! O pecado sempre tem custos! III. APLICAÇÃO DAS VERDADES

A. Joy Davidman, esposa de C. S. Lewis, escreveu um livro maravilhoso sobre o Decálogo. Ela traduz este mandamento “Não tentarás obter algo por nada”. Isso seguramente amplia o escopo além das possessões. Ela também diz que “a propriedade não é nem pecado nem direito inalienável, mas um empréstimo, um crédito de Deus”.

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B. O roubo, como todos os outros pecados do coração caído, é tratado por um novo coração, Ef 4.28. É incrível como a velha natureza do “pegar” transforma-se na nova natureza do “compartilhar”.

C. Nosso respeito por Deus é claramente visto em nosso respeito pelos outros parceiros do pacto! Esta verdade sobrepuja o Decálogo.

D. O homem moderno rouba de várias maneiras! QUESTÕES DE DISCUSSÃO

1. Como o homem moderno pratica o roubo? 2. Como a restituição está relacionada com o arrependimento? 3. Como este versículo se relaciona com a visão de propriedade do capitalismo?

ÊXODO 20.17, COBIÇA I. INTRODUÇÃO

A. É possível ver o relacionamento entre os cinco últimos mandamentos como segue: 1. Número 6, 7 e 8 proíbem o dano de um parceiro de pacto numa ação direta. 2. Número 9 proíbe o dano de um parceiro de pacto na fala. 3. Número 10 proíbe o dano de um parceiro de pacto no pensamento.

B. É verdade que o ato de cobiçar danifica a pessoa que está cobiçando, não o objeto o próximo. Contudo, é possível que este mandamento espere que os pensamentos passarão para ações.

C. Muitos vêem este mandamento como um conceito único encontrado somente no antigo código da Lei de Israel e que está ausente nos outros códigos do Antigo do Oriente Próximo. Este novo conceito seria a proibição do pensamento. É verdade que Israel percebia a vida mental ser a origem das obras más (cf. Pv 23.7; Tiago 1.14,15). Contudo, este versículo parece relacionar-se com pensamentos que resultam em ações. Várias passagens usam o termo “cobiça” em conexão com a ação resultante (cf. Dt 7.25; Js 7.21; Miquéias 2.2).

D. Se é verdade que a ênfase está colocada no que é listado primeiro e último, a verdadeira significância deste mandamento é vista. A exclusiva adoração de Deus é primeiro, mas nossas atitudes e motivos em para com as coisas deste mundo afetam nossa verdadeira devoção a Deus. Esta ênfase dupla é também vista no Sermão da Montanha, Mt 6.33– “Mas buscai em primeiro lugar o Seu reino e a Sua justiça; e todas as demais coisas (cf. vv. 19-32) vos serão acrescentadas”. II. ESTUDO DE PALAVRA E FRASE

A. Em Êxodo 20.17 e Deuteronômio 5.21, embora basicamente iguais, têm várias diferenças significativas:

1. A esposa é incluída no conceito maior de “casa” ou propriedade de um homem em Êxodo 20 enquanto é colocada numa categoria separada, aparentemente prioritária em Deuteronômio 5.

2. A passagem de Êxodo 20 tem o termo hebraico “cobiça” que significa “deseja de adquirir”, mas Deuteronômio 5 tem um segundo termo, “desejo” assim como “cobiça”. “Cobiça” fala de desejo que está conectado a uma ação para adquirir o objeto do desejo, mas “desejo” parece que foca na atitude somente.

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3. Também, Êxodo 20, escrito para os filhos de Israel durante o período de peregrinação do deserto, não tem nenhuma menção de “campo” na lista de posses enquanto Deuteronômio 5 está reafirmando os mesmos mandamentos para uma sociedade estabelecida na Terra Prometida.

B. O termo “cobiça” é um termo neutro. Pode referir-se a desejar coisas boas (cf. Sl 19.10; I Co 12.31).

C. Desejo inadequado foi a causa-raiz da queda de Satanás, Adão e Eva e de todos nós. Paulo enfatizou a questão da batalha pessoal com a cobiça em Romanos 7.7, 8. Cobiçar é basicamente um descontentamento e falta de confiança no cuidado e na provisão de Deus.

D. Várias passagens do NT se relacionam com a cobiça: 1. O grande problema do homem é descontentamento e ganância (cf. Lucas 12.15; I Tm

6.8-10). 2. A cobiça está incluída na lista de Jesus dos pecados que contaminam (cf. Marcos 7.17-

23; I Co 5.10; Ef 5.5; Cl 3.5). III. APLICAÇÃO DAS VERDADES

A. A resposta à ganância e ao descontentamento lascivo é: 1. Amor – Rm 13.8-10 2. Contentamento – Hb 14.5; Fp 4.11-13 (e compartilhar, Fp 4.14)

B. O mandamento diz “pare”, mas somente Cristo nos deu o meio para parar! Nele podemos controlar nossa vida mental até certo grau.

C. Deus conhece os nossos corações e mentes: 1. I Crônicas 28.9 2. Provérbios 20.27 3. Salmo 139.1, 23 4. Jeremias 17.10 5. Romanos 8.27 6. Apocalipse 2.23.

D. As coisas não são más, mas quando elas se tornam a prioridade elas se tornam pecado. As coisas não são finais ou eternas: mas o povo feito à imagem de Deus é! Cobiçar afeta a Comunidade do Pacto de formas insidiosas e destrutivas! QUESTÕES DE DISCUSSÃO

1. O que é cobiçar? 2. Como o homem moderno cobiça? 3. Os nossos pensamentos são pecado? 4. Por que os pensamentos são tão significativos na vida cristã? 5. Por que o mandamento em Êxodo 20.17 é de algum modo diferente daquele em

Deuteronômio 5.21? TÓPICO ESPECIAL: EXORCISMO

Exorcismos eram comuns na época de Jesus, mas os métodos de Jesus eram radicalmente diferentes. Seus exorcismos eram um sinal da Nova Era. Os rabinos usavam fórmulas mágicas (veja The Life and Times of Jesus the Messiah [A Vida e os Tempos de Jesus o Messias], vol. 2, Apêndice XIII, pp. 748-763; XVI, pp. 770-776), mas Jesus usava Sua própria autoridade. Há muita confusão e má informação circulando hoje sobre exorcismo e o demoníaco. Parte desse problema é que o NT não discute essas questões. Como pastor eu gostaria que eu tivesse mais informação sobre este assunto. Aqui estão alguns livros que eu confio:

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1. Christian Counseling and the Occult [Aconselhamento Cristão e o Oculto], Kurt E. Koch 2. Demons in the World Today [Demônios no Mundo Hoje], Merrill F. Unger 3. Biblical Demonology [Demonologia Bíblica], Merrill F. Unger 4. Principalities and Powers [Principados e Potestades], John Warwick Montgomery 5. Christ and the Powers [Cristo e as Potestades], Hendrik Berkhof 6. Three Crucial Questions About Spiritual Warfare [Três Questões Cruciais Sobre Guerra

Espiritual] de Clinton Anton Surpreende-me que o exorcismo não seja listado como um dos dons espirituais e que o

assunto não seja tratado nas cartas Apostólicas. Eu acredito numa visão de mundo bíblica que inclui o terreno espiritual (i.e., bem e mal), presente e ativo no terreno físico (i.e., Jó 1-2; Daniel 10; Ef. 6:10-18). Contudo, Deus escolheu não revelar as especificações. Como crentes nós temos a informação que precisamos para vivermos vidas piedosas, produtivas para Ele! Mas alguns assuntos não são revelados ou desenvolvidos. TÓPICO ESPECIAL: FÉ (PISTIS [substantivo], PISTEUŌ, [verbo], PISTOS [adjetivo])

A. Este é um termo muito importante na Bíblia (cf. Hb 11.1, 6). É o assunto das primeiras pregações de Jesus (cf. Mc 1.15). Há pelo menos duas exigências da nova aliança: arrependimento e fé (cf. Marcos 1.15; At 3.16, 19; 20.21).

B. Sua etimologia: 1. O termo “fé” no AT significava lealdade, fidelidade ou confiabilidade e era uma

descrição da natureza de Deus, não da nossa. 2. Vem de um termo hebraico (emun, emunah, BDB 53) que significava “ter certeza ou

estabilidade”. A fé salvífica é consentimento mental (conjunto de verdades), vida moral (um estilo de vida) e primordialmente um comprometimento relacional (acolhimento de uma pessoa) e volitivo (uma decisão) àquela pessoa.

C. Seu uso no AT Deve ser enfatizado que a fé de Abraão não estava num futuro Messias, mas na promessa de Deus de que ele teria um filho e descendentes (cf. Gn 12.2; 15.2-5; 17.4-8; 18.14). Abraão respondeu a esta promessa confiando em Deus. Ele ainda teve dúvidas e problemas a respeito desta promessa, que levou treze anos para ser cumprida. Sua fé imperfeita, no entanto, foi aceita por Deus. Deus está disposto a trabalhar com seres humanos imperfeitos que respondam a Ele e Suas promessas com fé, mesmo que ela seja do tamanho de um grão de mostarda (cf. Mt 17.20).

D. Seu uso no NT O termo “creu” vem do termo grego (pisteuō) que também pode ser traduzido “crer”, “fé” ou “confiança”. Por exemplo, o substantivo não ocorre no Evangelho de João, mas o verbo é usado freqüentemente. Em João 2.23-25, há incerteza quanto à autenticidade do compromisso da multidão a Jesus de Nazaré como o Messias. Outros exemplos deste uso superficial do termo “crer” estão em João 8.31-59 e Atos 8.13, 18-24. A verdadeira fé bíblica é mais do que uma resposta inicial. Deve ser seguida por um processo de discipulado (cf. Mt 13.20-22, 31, 32).

E. Seu uso com preposições 1. eis significa “em”. Esta construção única enfatiza os crentes colocando sua

confiança/fé em Jesus a. no Seu nome (João 1.12; 2.23; 3.18; I João 5.13) b. nEle (João 2.11; 3.15, 18; 4.39; 6.40; 7.5, 31, 39, 48; 8.30; 9.36; 10.42; 11.45, 48;

17.37, 42; Mt 18.6; Atos 10.43; Fp 1.29; I Pe 1.8)

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c. em Mim (João 6.35; 7.38; 11.25, 26; 12.44, 46; 14.1, 12; 16.9; 17.20) d. no Filho (João 3.36, 9.35; I João 5.10) e. em Jesus (João 12.11; Atos 19.4; Gl 2.16) f. na Luz (João 12.36) g. em Deus (João 14.1)

2. en significa “em” como em João 3.15; Marcos 1.15; Atos 5.14 3. epi significa “em” ou “sobre”, como em Mt 27.42; Atos 9.42; 11.17; 16.31; 22.19; Rm

4.5, 24; 9.33; 10.11; I Tm 1.16; I Pe 2.6 4. o caso dativo sem preposição como em Gl 3.6; Atos 18.8; 27.25; I João 3.23; 5.10 5. hoti, que significa “crer que”, dá conteúdo quanto ao que crer

a. Jesus é o Santo de Deus (João 6.69) b. Jesus é o Eu Sou (João 8.24) c. Jesus está no Pai e o Pai está nEle (João 10.38) d. Jesus é o Messias (João 11.27; 20.31) e. Jesus é o Filho de Deus (João 11.27; 20.31) f. Jesus foi enviado pelo Pai (João 11.42; 17.8, 21) g. Jesus é um com o Pai (João 14.10, 11) h. Jesus veio do Pai (João 16.27, 30) i. Jesus Se identificou no nome da aliança do Pai, “Eu Sou” (João 8.24; 13.19) j. Nós viveremos com Ele (Rm 6.8) k. Jesus morreu e ressuscitou (I Ts 4.14)

TÓPICO ESPECIAL: JEJUM

O jejum, embora nunca tenha sido ordenado no NT, era esperado no tempo apropriado para os discípulos de Jesus (cf. Mt 6.16, 17; 9.15; Marcos 2.19; Lucas 5.35). O jejum apropriado é descrito em Isaías 58. Jesus estabeleceu um precedente Ele mesmo (cf. Mt 4.2). A igreja primitiva jejuava (cf. Atos 13.2, 3; 14.23; II Co 6.5; 11.27). O motivo e a maneira são cruciais; o tempo; a duração; e a freqüência são opcionais. O jejum do AT não é um requisito para os crentes do NT (cf. Atos 15.19-29). Jejuar não é uma maneira de mostrar a espiritualidade de alguém, mas de se chegar mais perto de Deus e buscar sua direção. Pode ser espiritual útil.

As tendências da igreja primitiva para com o ascetismo fizeram com que os escribas inserissem “jejum” em varias passagens (i.e., Mt 17.21; Marcos 9.29; Atos 10.30; I Co 7.5). Para mais informações sobre estes textos questionáveis, consulte A Textual Commentary on the Greek New Testament [Um Comentário Textual Sobre o Novo Testamento Grego] de Bruce Metzger , publicado pela Sociedade Bíblica Unida. TÓPICO ESPECIAL: PAI

O AT apresenta a metáfora íntima familiar de Deus como Pai: 1. a nação de Israel é freqüentemente descrita como “filho” de YHWH (cf. Os 11.1; Ml

3.17) 2. mesmo antes em Deuteronômio a analogia de Deus como Pai é usada (1.31) 3. em Deuteronômio 32 Israel é chamado “seus filhos” e Deus é chamado “teu pai” 4. esta analogia é afirmada no Sl 103.13 e desenvolvida no Sl 68.5 (o pai dos órfãos) 5. era comum nos profetas (cf. Is 1.2; 63.8; Israel como filho, Deus como Pai, 63.16; 64.8;

Jr 3.4, 19; 31.9).

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Jesus falava aramaico, o que significa que muitos dos lugares onde “Pai” aparece como o grego Pater pode refletir o aramaico Abba (cf. Marcos 14.36). Este termo familiar “Paizinho” ou “Papai” reflete a intimidade de Jesus com o Pai; Sua revelação disso aos Seus seguidores também encoraja a nossa intimidade com o Pai. O termo “Pai” era usado moderadamente no AT para YHWH, mas Jesus usa-o freqüentemente e de forma marcante. É a maior revelação do novo relacionamento do crente com Deus através de Cristo (cf. Mateus 6.9). TÓPICO ESPECIAL: PATERNIDADE DE DEUS I. Antigo Testamento

A. Há um sentido de que Deus é pai por meio da criação. 1. Gn 1.26, 27 2. Ml 2.10 3. Atos 17.28

B. Pai é uma analogia usada em vários sentidos. 1. pai de Israel (por eleição)

a. “Filho” – Êx 4.22; Dt 14.1; 39.5; Is 1.2; 63.16; 64.8; Jr 3.19; 31.20; Oséias 1.10; 11.1; Ml 1.6

b. “primogênito” – Êx 4.22; Jr 31.9 2. pai do rei de Israel (messiânico)

a. II Sm 7.11-16 b. Sl 2.7; Atos 13.33; Hb 1.5; 5.5 c. Oséias 11.1; Mt 2.15

3. analogia de genitor amoroso a. pai (metáfora)

(1) carrega seu filho – Dt 1.31 (2) disciplina – Dt 8.5; Pv 3.12 (3) provisão (i.e., Êxodo) – Dt 32.1 (4) nunca abandonará – Sl 27.10 (5) ama – Sl 103.13 (6) amigo/guia – Jr 3.4 (7) sarador/perdoador – Jr 3.22 (8) concessor de misericórdia – Jr 31.20 (9) instrutor – Oséias 11.1-4 (10) filho especial – Ml 3.17

b. mãe (metáfora) (1) nunca abandonará – Sl 27.10 (2) amor de uma mãe que está amamentando – Is 48.15; 66.9-13 e Oséias 11.4

(com a correção textual proposta de “jugo” para “criança de peito”) II. Novo Testamento

A. A Trindade (textos onde todos os três são mencionados) 1. Evangelhos

a. Mt 3.16, 17; 28.19 b. João 14.26

2. Paulo

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a. Rm 1.4, 5; 5.1, 5; 8.1-4, 8-10 b. I Co 2.8-10; 12.4-6 c. II Co 1.21; 13.14 d. Gl 4.4-6 e. Ef 1.3-14, 17; 2.18; 3.14-17; 4.4 f. I Ts 1.2-5 g. II Ts 2.13 h. Tito 3.4-6

3. Pedro – I Pe 1.2 4. Judas – vv. 20, 21

B. Jesus 1. Jesus como “unigênito” – João 1.18; 3.16, 18; I João 4.9 2. Jesus como “Filho de Deus” – Mt 4.3; 14.33; 16.16; Lucas 1.32, 35; João 1.34, 49;

6.69; 11.27 3. Jesus como Filho Amado – Mt 3.17; 17.5 4. Uso de Jesus de abba para Deus – Marcos 14.36 5. Uso de Jesus dos pronomes para mostrar tanto o Seu como o nosso relacionamento

com Deus a. “Meu Pai”, e.g., João 5.18; 10.30, 33; 19.7; 20.17 b. “vosso Pai”, e.g., Mt 17.24-27 c. “nosso Pai”, e.g., Mt 6.9, 14, 26

C. Uma das muitas metáforas de família para descrever o relacionamento íntimo entre Deus e a humanidade:

1. Deus como Pai 2. Crentes como

a. filhos de Deus b. filhos c. nascidos de Deus d. nascidos de novo e. adotados f. nascidos g. família de Deus

TÓPICO ESPECIAL: FOGO

Fogo tem conotações tanto positivas quanto negativas na Escritura. A. Positivas

1. adverte (cf. Is 44.15; João 18.18) 2. ilumina (cf. Is 50.11; Mt 25.1-13) 3. cozinha (cf. Êx 12.8; Is 44.15, 16; João 21.9) 4. purifica (cf. Nm 31.22, 23; Pv 17.3; Is 1.25; 6.6-8; Jr 6.29; Ml 3.2, 3) 5. santifica (cf. Gn 15.17; Êx 3.2; 19.18; Ez 1.27; Hb 12.29) 6. liderança de Deus (cf. Êx 13.21; Nm 14.14; I Rs 18.24) 7. capacitação de Deus (cf. Atos 2.3) 8. Proteção (cf. Zc 2.5)

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B. Negativas 1. queima (cf. Js 6.24; 8.8; 11.11; Mt 22.7) 2. destrói (cf. Gn 19.24; Lv 10.1, 2) 3. ira (cf. Nm 21.28; Is 10.16; Zc 12.6) 4. punição (cf. Gn 38.24; Lv 20.14; 21.9; Js 7.15) 5. sinal escatológico falso (cf. Ap 13.13)

C. A ira de Deus contra o pecado é expressa em metáforas de fogo 1. Sua ira queima (cf. Os 8.5; Zc 3.8) 2. Ele derrama fogo (cf. Na 1.6) 3. fogo eterno (cf. Jr 15.14; 17.4) 4. juízo escatológico (cf. Mt 3.10; 13.40; João 15.6; II Ts 1.7; II Pe 3.7-10; Ap 8.7;

16.8) D. Como tantas metáforas na Bíblia (i.e., fermento, leão) fogo pode ser uma bênção ou uma

maldição dependendo do contexto. TÓPICO ESPECIAL: PRIMOGÊNITO Esta palavra “primogênito” (prōtotokos) é usada na Bíblia em vários sentidos distintos

1. seu contexto do AT refere-se à preeminência do filho primogênito da família (cf. Sl 89.27; Lucas 2.7; Rm 8.29; Hb 11.28)

2. seu uso em Cl 1.15 fala de Jesus como o primeiro da criação que é uma possível alusão do AT a Pv 8.22-31, ou agente de Deus da criação (cf. João 1.3; I Co 8.6; Cl 1.15, 16; Hb 1.2)

3. seu uso em Cl 1.18; I Co 15.20 ( e aqui) se refere a Jesus como o primogênito dos mortos. 4. é um título do AT usado para o Messias (cf. Sl 89.27; Hb 1.6; 12.23). Era um título que

combina vários aspectos da primazia e centralidade de Jesus. Neste contexto nº 3 ou nº 4 se enquadra melhor. TÓPICO ESPECIAL: CARNE (sarx)

Este termo é usado mais freqüentemente por Paulo em Gálatas e seu desenvolvimento teológico em Romanos. Os estudiosos diferem em como caracterizar as diferentes conotações do termo. Há certamente alguma sobreposição no termo. O seguinte é meramente é meramente uma tentativa de observar o amplo campo semântico do termo A. corpo humano, João 1.14; Rm 2.28; I Co 5.5; 7.28; II Co 4.11; 7.5; 12.7; Gl 1.16; 2.16, 20; 4.13; Fp 1.22; Cl 1.22, 24; 2.5; I Tm 3.16 B. descendente humano, João 3.6; Rm 1.3; 4.1; 9.3, 5, 8; 11.14; I Co 10.18; Gl 4.23, 29 C. a pessoa humana, Rm 3.20; 7.5; 8.7, 8; I Co 1.29; II Co 10.3; Gl 2.16; 5.24 D. humanamente falando, João 8.15; I Co 1.26; II Co 1.12; 5.16; 10.2; Gl 6.12 E. fraqueza humana, Rm 6.19; 7.18; 8.5, 6, 9; II Co 10.4; Gl 3.3; 5.13, 16, 19-21; Cl 2.18 F. hostilidade dos seres humanos para com Deus, relacionada com as conseqüências da Queda, Rm 7.14; 13.14; I Co 3.1, 3; Ef 2.3; Cl 2.18; I Pe 2.11; I João 2.16 TÓPICO ESPECIAL: TERMOS PARA PESSOAS TOLAS

Há um precedente de usar esta resposta para falsidade no hebraico do AT.

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1. kesil – que implica uma auto-confiança na Literatura de Sabedoria (e.g., Provérbios 17 e 26; Eclesiastes 7)

2. evil – que implica uma competência mental também usado principalmente na Literatura de Sabedoria (e.g., Is 29.11; 35.8; Os 9.7)

3. nabal – que implica uma pessoa estúpida (e.g., Dt 32.6, 21; II Sm 3.33; 13.13; Sl 14.1; 53.1; Jr 12.11)

4. sakal – que implica uma pessoa néscia (e.g., I Sm 26.21; Ec 2.19; 10.3, 14) Jesus usou três palavras para descrever pessoas tolas. 1. aphrōn, Lucas 11.40; 12.20 2. anoētos, Lucas 24.25 3. mōros, Mt 5.22; 23.17, 19 As declarações mais fortes com respeito ao uso de uma caracterização de uma pessoa por

uma outra está em Mt 5.22, onde mōros reflete a palavra aramaica raça, que significa incapacitado de vida.

Paulo segue o AT e Jesus ao usar vários termos para descrever pessoas tolas. 1. aphrōn, I Co 15.36; II Co 11.16, 19; 12.6, 11 2. mōros, I Co 3.18; 4.10 e forma relacionada em Rm 1.22

As pessoas que alegam conhecer a Deus, mas pensam e agem de maneiras inapropriadas, são freqüentemente caracterizadas como pensadores pobres! Os comentários sarcásticos de Paulo, tão freqüentes em I e II Coríntios, revelam este tipo de pessoa. Elas eram tão confiantes que elas possuíam o conhecimento que podiam ver nem reconhecer o verdadeiro conhecimento! TÓPICO ESPECIAL: PARA SEMPRE (EXPRESSÃO IDIOMÁTICA GREGA)

Uma frase idiomática grega é “pelas eras” (cf. Lc 1.33; Rm 1.25; 11.36; 16.27; Gl 1.5; I Tm 1.17), que pode refletir o hebraico ‘olam. Veja Robert B. Girdlestone, Synonyms of the Old Testament [Sinônimos no Velho Testamento], pp. 319-321, e Tópico Especial do AT: Para Sempre (‘Olam). Outras frases relacionadas são “pela era” (Mt 21.19 [Marcos 11.14]; Lucas 1.55; João 6.58; 8.35; 12.34; 13.8; 14.16; II Co 9.9) e “pelas eras das eras” (Ef 3.21). Parece não haver distinção entre essas expressões idiomáticas que significam “para sempre”. O termo “eras” pode ser plural num sentido figurado da construção gramatical rabínica chamada “plural de majestade” ou pode referir-se ao conceito de várias “eras” no sentido judaico de “era da impiedade”, “era por vir” ou “era de justiça”. TÓPICO ESPECIAL: PARA SEMPRE (‘OLAM)

A etimologia do termo hebraico ‘olam עולם (BDB 761) é incerta (NIDOTTE, vol 3, p. 345). É usado em vários sentidos (geralmente determinado pelo contexto). Os seguintes são apenas exemplos selecionados.

1. coisas antigas a. povos, Gn 6.4; I Sm 27.8; Jr 5.15; 28.8 b. lugares, Is 58.12; 61.4 c. Deus, Sl 93.2; Pv 8.23; Is 63.16 d. coisas, Gn 49.26; Jó 22.15; Sl 24.7, 9; Is 46.9 e. tempo, Dt 32.7; Is 51.9; 63.9, 11

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2. tempo futuro a. vida de alguém, Êx 21.6; Dt 15.17; I Sm 1.22; 27.12 b. hipérbole para rei, I Rs 1.31; Sl 61.7; Ne 2.3 c. existência contínua

(1) terra, Sl 78.69; 104.5; Ec 1.4 (2) céus, Sl 148.5

d. existência de Deus (1) Gn 21.33 (2) Êx 15.18 (3) Dt 32.40 (4) Sl 93.2 (5) Is 40.28 (6) Jr 10.10 (7) Dn 12.7

e. a aliança (1) Gn 9.12, 16; 17.7, 13, 19 (2) Êx 31.16 (3) Lv 24.8 (4) Nm 18.19 (5) II Sm 23.5 (6) Sl 105.10 (7) Is 24.5; 55.3; 61.8 (8) Jr 32.40; 50.5

f. aliança especial com Davi (1) II Sm 7.13, 16, 25, 29; 22.51; 23.5 (2) I Rs 2.33, 45; 9.5 (3) II Cr 13.5 (4) Sl 18.50; 89.4, 28, 36, 37 (5) Is 9.7; 16.5; 37.35; 55.3

g. Messias de Deus (1) Sl 45.2; 72.17; 89.35, 36; 110.4 (2) Is 9.6

h. leis de Deus (1) Êx 29.28; 30.21 (2) Lv 6.18, 22; 7.34; 10.15; 24.9 (3) Nm 18.8, 11, 19 (4) Sl 119.89, 160

i. promessas de Deus (1) II Sm 7.13, 16, 25; 22.51 (2) I Rs 9.5 (3) Sl 18.50 (4) Is 40.8

j. descendentes de Abraão e a Terra Prometida (1) Gn 13.15; 17.19; 48.4 (2) Êx 32.13

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(3) I Cr 16.17 k. festas pactuais

(1) Êx 12.14, 17, 24 (2) Lv 23.14, 21, 41 (3) Nm 10.8

l. eternidade de eternidade (1) I Rs 8.13 (2) Sl 61.7, 8; 77.8; 90.2; 103.17; 145.13 (3) Is 26.4; 45.17 (4) Dn 9.24

m. o que os Salmos dizem que os crentes farão para sempre (1) darão graças, Sl 30.12; 79.13 (2) permanecerão na Sua presença, Sl 41.12; 61.4, 7 (3) confiarão na Sua misericórdia, Sl 52.8 (4) louvarão o Senhor, Sl 52.9 (5) cantarão louvores, Sl 61.8; 89.1 (6) declararão Sua justiça, Sl 75.9 (7) glorificarão o Seu nome, Sl 86.12; 145.2 (8) bendirão o Seu nome, Sl 145.1

3. tanto para trás quanto para frente no tempo (“de eternidade a eternidade”) a. Sl 41.13 (louvor a Deus) b. Sl 90.2 (Deus mesmo) c. Sl 103.17 (a misericórdia do SENHOR)

Lembre, o contexto determina a extensão do significado do termo. As alianças e promessas eternas são condicionais (i.e., Jeremias 7). Tenha cuidado com ler sua visão moderna de tempo ou sua teologia sistemática do NT em cada uso do AT desta palavra fluida. O NT universalizou as promessas do AT. TÓPICO ESPECIAL: FORMA (TUPOS)

O problema é a palavra tupos, que tem uma variedade de usos. 1. Moulton e Miligan, The Vocabulary of the Greek New Testament [O Vocabulário do

Novo Testamento Grego], p. 645 a. padrão b. plano c. forma ou maneira de escrever d. decreto ou edito e. sentença ou decisão f. modelo do corpo humano como ofertas votivas para o deus curador g. verbo usado no sentido de fazer cumprir os preceitos da lei

2. Louw e Nida, Greek-English Lexicon [Léxico Grego-Inglês], vol. 2, p. 249 a. cicatriz (cf. João 20.25) b. imagem (cf. Atos 7.43) c. modelo (cf. Hb 8.5) d. exemplo (cf. I Co 10.6; Fp 3.17)

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e. arquétipo (cf. Rm 5.14) f. tipo (cf. Atos 23.25) g. conteúdo (cf. Atos 23.25)

3. Harold K. Moulton, The Analytical Greek Lexicon Revised [O Léxico Grego Analítico Revisado], p. 411 a. um golpe, uma impressão, uma marca (cf. João 20.25) b. um delineamento c. uma imagem (cf. Atos 7.43) d. uma fórmula, plano (cf. Rm 6.17) e. forma, teor (cf. Atos 23.25) f. uma figura, equivalente (cf. I Co 10.6) g. uma figura antecipativa, tipo (cf. Rm 5.14; I Co 10.11) h. um padrão modelo (cf. Atos 7.44; Hb 8.5) i. um padrão moral (cf. Fp 3.17; I Ts 1.7; II Ts 3.9; I Tm 4.12; I Pe 5.3)

TÓPICO ESPECIAL: QUARENTA E DOIS MESES

O número quarenta e dois meses é profeticamente característico de um período de perseguição. O pisoteio do pátio exterior é um provérbio para o povo de Deus sob a dominação de incrédulos em diferentes períodos da história – Antíoco Epifânio, os romanos em 70 A.D. e o Anticristo do fim dos tempos.

Quarenta e dois meses, ou seu equivalente, é mencionado várias vezes na Bíblia. A origem parece ser o livro de Daniel.

1. Daniel 7.25 e 12.7 mencionam “um tempo, tempos e a metade de um tempo” ou 1.277 dias (supondo que um “tempo” equivale a um ano).

2. Daniel 8.14 menciona 2.300 noites e manhãs 3. Daniel 12.11 menciona 1.290 dias 4. Daniel 12.12 menciona 1.335 dias. Fraseologia similar é encontrada em Ap 12.6 (1.260

dias) e 13.5 (42 meses). Quando todas essas ocorrências são levadas em conta, sua variedade parece falar da natureza

simbólica dos números, enquanto sua proximidade aos quarenta e dois meses parece mostrar que é um número simbólico para um período de perseguição. Desde que três e meio é a metade de sete, isso parece ser uma referência ao período completo de perseguição que foi abreviado (cf. Mt 24.22; Marcos 13.20; Lucas 21.24). A perseguição é limitada pelo amor de Deus como é o juízo. TÓPICO ESPECIAL: GAMALIEL

I. O Nome A. O nome significa “Deus é meu galardoador”. B. Ele é conhecido como “o ancião” ou Gamaliel I para distinguí-lo de um parente

posterior, também bastante ativo na liderança judaica. II. O Homem

A. A tradição diz que ele era neto de Hillel. B. Outras tradições dizem que ele tinha laços com a família real de Herodes (i.e.,

Agripa I).

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C. A tradição diz que ele era presidente do Sinedrio, mas isso se refere provavelmente a Gamaliel II.

D. Ele era um dos setenta rabis altamente respeitados a quem era dado o título de Rabino.

E. Ele morreu antes de 70 A.D. III. Sua Teologia

A. Ele era um rabino altamente respeitado. B. Ele se tornou conhecido por cuidar e ficar no controle dos judeus espalhados da

Diáspora. C. Ele era também conhecido por sua preocupação com os socialmente privados de

direito (seu Takkonot geralmente começava com “para o benefício da humanidade”). 1. órfãos 2. viúvas 3. mulheres

D. Ele foi o mentor rabínico do Apóstolo Paulo em Jerusalém (cf. Atos 22.3) E. Em Atos 5.33-39 ele dá sábia orientação sobre como tratar a igreja primitiva na

Palestina. F. Esse rabino era tão altamente conceituado que na sua morte se disse: “Quando

Rabino Gamaliel o ancião morreu, a glória da Torah cessou e a pureza e santidade (lit. “separação”) pereceram” (Sot. 9.15), tirado da Enciclopédia Judaica, vol. 7, p. 296.

G. Deve ser afirmado que a motivação de Gamaliel neste caso é incerta. Ele podia estar afirmando a sabedoria dos fariseus contra a impulsividade dos saduceus. Essas duas poderosas seitas judaicas exploravam uns aos outros em cada oportunidade! TÓPICO ESPECIAL: GENEROSO/SINCERO (HAPLOTES)

Este termo (haplotes) tinha duas conotações, “generoso” ou “sincero”. Era uma metáfora relacionada com visão. No AT o olho era usado como uma metáfora para motivo de duas maneiras.

1. olho mau (sovina, cf. Dt 15.9 e Pv 23.6; 28.22) 2. olho bom (generoso, cf. Pv 22.9)

Jesus seguiu este uso (cf. Mt 6.22, 23; 20.15). Paulo usa este termo em dois sentidos. 1. “simplicidade, sinceridade, pureza” (cf. II Co 1.12; 11.3; Ef 6.5; Cl 3.22) 2. “liberalidade” (cf. Rm 12.8; II Co 8.2; 9.11, 13)

TÓPICO ESPECIAL: GLÓRIA (APAUGASMA)

A palavra “resplendor” (apaugasma) é usada apenas aqui no NT. Em Filo era usada para o relacionamento de Cristo com Deus no sentido que o logos era um reflexo da divindade. Os pais da igreja grega primitiva usavam-no no sentido de Cristo como o reflexo ou fulgor de Deus. No sentido popular ver Jesus é ver Deus, como um espelho reflete a luz do sol completo. O termo hebraico “glória” (kabod) era freqüentemente usado no sentido de brilho (cf. Êx 16.10; 24.16, 17; Lv 9.6).

Esta fraseologia pode estar relacionada com Pv 8.22-31, onde “sabedoria” (o termo é feminino tanto em hebraico quanto em grego) é personificada como a primeira criação de Deus (cf. Siraque 1.4) e agente da criação (cf. Sabedoria de Salomão 9.9). Este mesmo conceito é desenvolvido no livro apócrifo Sabedoria de Salomão 7.15-2a e 22b-30. No v. 22 a sabedoria faz

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todas as coisas; no v. 25 a sabedoria é a emanação pura da glória do Todo-Poderoso; no v. 26 a sabedoria é o reflexo da luz eterna, um espelho imaculado da obra de Deus; e no v. 29 comparada com a luz (i.e., sol e estrelas) ela é achada ser superior.

No AT a palavra hebraica mais comum para “glória” (kabod) era originalmente um termo comercial (que se referia a um par de balanças) que significava “ser pesado”. Aquilo que era pesado era valioso ou tinha valor intrínseco. Muitas vezes o conceito de brilho era acrescentado à palavra para expressar a majestade de Deus. Ele somente é digno e honrado. Ele é brilhante demais para a humanidade caída contemplar. Deus pode somente ser verdadeiramente conhecido através de Cristo (cf. Jr 1.14; Mt 17.2; Hb 1.3; Tiago 2.1).

O termo “glória” é de algum modo ambíguo: 1. pode ser paralelo a “a justiça de Deus” 2. pode referir-se à “santidade” ou “perfeição” de Deus 3. poderia referir-se à imagem de Deus na qual a humanidade foi criada (cf. Gn 1.26, 27;

5.1; 9.6), mas que foi depois desfigurada através da rebelião (cf. Gn 3.1-22). TÓPICO ESPECIAL: GLÓRIA (DOXA)

O conceito bíblico de “glória” é difícil de definir. A glória dos crentes é que eles entendem o evangelho e se gloriam em Deus, não neles mesmos (cf. 1.29-31; Jer. 9.23, 24).

No AT a palavra hebraica mais comum para “glória” (kbd, BDB 217) era originalmente um termo comercial relativo a um par de balanças (“ser pesado”). Aquilo que era pesado era valioso ou tinha valor intrínseco. Muitas vezes o conceito de brilho era acrescentado à palavra para expressar a majestade de Deus (cf. Êx 19.16-18; 24.17; Is 60.12). Ele somente é digno e honrado. Ele é brilhante demais para a humanidade caída contemplar (cf. Êx 33.17-23; Is 6.5). YHWH pode somente ser verdadeiramente conhecido através de Cristo (cf. João 12.45; 14.8-11; Cl 1.15; Hb 1.3). O termo “glória” é de algum modo ambíguo

4. pode ser paralelo a “a justiça de Deus” 5. pode referir-se à “santidade” ou “perfeição” de Deus 6. poderia referir-se à imagem de Deus na qual a humanidade foi criada (cf. Gn 1.26, 27;

5.1; 9.6), mas que foi depois desfigurada através da rebelião (cf. Gn 3.1-21). É primeiro usado para a presença de YHWH com seu povo durante o período de peregrinação no deserto em Ex 16.7, 10; Lv 9.23; e Nm 14.10. TÓPICO ESPECIAL: GNOSTICISMO

A. Muito do nosso conhecimento dessa heresia vem dos escritos gnósticos do segundo século. Contudo, suas idéias estavam presentes no primeiro século (Rolos do Mar Morto) e os escritos do Apóstolo João.

B. O problema em Éfeso (I Timóteo), Creta (Tito) e Colossos (Colossenses) era um híbrido de cristianismo, gnosticismo incipiente e judaísmo legalista.

C. Alguns princípios do gnosticismo valentiniano e cerintiano do segundo século. 1. Matéria e espírito eram co-eternos (um dualismo ontológico). A matéria é má, o

espírito é bom. Deus, que é espírito, não pode estar diretamente envolvido na moldagem da matéria má.

2. Há emanações (aeons ou níveis angelicais) entre Deus e a matéria. A última ou a mais baixa era YHWH do Antigo Testamento, que formou o universo (kosmos).

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3. Jesus era uma emanação, como YHWH, mas em mais elevado na escala, mais próximo ao verdadeiro Deus. Alguém O colocou como o mais elevado, mais ainda menos do que Deus e certamente não divindade encarnada (cf. João 1.14). Visto que a matéria é má, Jesus não poderia ter um corpo humano e ainda ser divino. Ele parecia ser humano, mas era realmente somente um espírito (cf. I João 1.1-3; 4.1-6).

4. A salvação era obtida somente através da fé em Jesus mais conhecimento especial, que é somente conhecido por pessoas especiais. Conhecimento (senhas) era necessário para passar através das esferas celestiais. O legalismo Judaico também era exigido para chegar a Deus.

D. Os falsos mestres gnósticos defendiam dois sistemas éticos opostos: 1. Para alguns, o estilo de vida não era totalmente relacionado com a salvação. Para eles,

salvação e espiritualidade estavam encapsuladas em conhecimento secreto (senhas) através das esferas angelicais (aeons).

2. Para outros, o estilo de vida era crucial para a salvação. Nesse livro, os falsos mestres enfatizavam um estilo de vida ascético como evidência da verdadeira salvação (cf. 2.16-23).

E. Um bom livro de referência é The Nag Hammadi Library [A Biblioteca de Nag Hammadi] de James M. Robinson e Richard Smith TÓPICO ESPECIAL: DEUS DESCRITO COMO HUMANO (linguagem antropomórfica) I. Este tipo de linguagem é muito comum no AT (alguns exemplos)

A. Partes físicas do corpo 1. olhos – Gn 1.4, 31; 6.8; Êx 33.17; Nm 14.14; Dt 11.12; Zc 4.10 2. mãos – Êx 15.17; Nm 11.23; Dt 2.15 3. braço – Êx 6.6; 15.16; Dt 4.34; 5.15; 26.8 4. ouvidos – Nm 11.18; I Sm 8.21; II Rs 19.16; Sl 5.1; 10.17; 18.6 5. face – Êx 32.20; 33.11; Nm 6.25; Dt 34.10; Sl 114.7 6. dedo – Êx 8.19; 31.18; Dt 9.10; Sl 8.3 7. voz – Gn 3.8, 10; Êx 15.26; 19.19; Dt 26.17; 27.10 8. pés – Êx 24.10; Ez 43.7 9. forma humana – Êx 24.9-11; Sl 47; Is 6.1; Ez 1.26 10. o anjo do Senhor – Gn 16.7-13; 22.11-15; 31.11, 13; 48.15, 16; Êx 3.4, 13-21;

14.19; Jz 2.1; 6.22, 23; 13.3-22 B. Ações físicas

1. falando como o mecanismo de criação – Gn 1.3, 6, 9, 11, 14, 20, 24, 26 2. caminhando (i.e., som de) no Éden – Gn 3.8; 18.33; Hc 3.15 3. fechando a porta da arca de Noé – Gn 7.16 4. cheirando sacrifícios – Gn 8.21; Lv 26.31; Amós 5.21 5. descendo – Gn 11.5; 18.21; Êx 3.8; 19.11, 18, 20 6. sepultando Moisés – Dt 34.6

C. Emoções humanas (alguns exemplos) 1. lamento/arrependimento – Gn 6.6, 7; Êx 32.14; Jz 2.18; I Sm 15.29, 35; Amós 7.3,

6 2. ira – Êx 4.14; 15.7; Nm 11.10; 12.9; 22.22; 25.3, 4; 32.10, 13, 14; Dt 6.5; 7.4;

29.20 3. zelo – Êx 20.5; 34.14; Dt 4.24; 5.9; 6.15; 32.16, 21; Js 24.19 4. desprezo/aborrecimento – Lv 20.23; 26.30; Dt 32.19

Page 99: NT Special Topics Portuguese

D. Termos de família (alguns exemplos) 1. Pai

a. de Israel – Êx 4.22; Dt 14.1; Is 1.2; 63.16; 64.8; Jr 31.9; Os 11.1 b. do rei – II Sm 7.11-16; Sl 2.7 c. metáforas de ações paternais – Dt 1.31; 8.5; 32.6-14; Sl 27.10; Pv 3.12; Jr 3.4,

22; 31.20; Oséias 11.1-4; Ml 3.17 2. Genitor – Oséias 11.1-4 3. Mãe – Sl 27.10; Is 49.15; 66.9-13 (analogia à mãe que está amamentando) 4. Jovem amante fiel – Oséias 1-3

II. Razões para o uso deste tipo de linguagem A. É necessário para Deus Se revelar aos seres humanos. O conceito muito difundido de

Deus como masculino é um antropomorfismo porque Deus é espírito! B. Deus toma os aspectos mais significativos da vida humana e usa-os para revelar a Si

mesmo à humanidade caída (pai, mãe, genitor, amante) C. Embora necessário às vezes (i.e., Gn 3.8), Deus não quer ser limitado a nenhuma forma

física (cf. Êxodo 20; Deuteronômio 5) D. O antropomorfismo supremo é a encarnação de Jesus! Deus se tornou físico, tocável (cf.

I João 1.1-3). A mensagem de Deus se tornou a Palavra de Deus (cf. João 1.1-18). TÓPICO ESPECIAL: PLANO DE DEUS PARA REDENÇÃO, “MISTÉRIO”

Deus tem um propósito unificado para a redenção da humanidade que até mesmo precedeu a Queda (Gênesis 3). Pistas desse plano são reveladas no AT (Gênesis 3.15; 12.3; Êxodo 19.5, 6; e as passagens universais nos profetas). Contudo, esta pauta inclusiva não era clara (I Co 2.6-8). Com a vinda de Jesus e do Espírito começa a tornar-se mais óbvia. Paulo usou o termo “mistério” para descrever este plano redentivo total (I Co 4.1; Ef 6.19; Cl 4.3; II Tm 1.9). No entanto, ele o usou em vários sentidos diferentes.

1. O endurecimento parcial de Israel para permitir os gentios serem incluídos. Este influxo de gentios funcionará como um mecanismo (ciúme) para os judeus aceitarem Jesus como o Messias da profecia (Rm 11.25-32).

2. O evangelho foi tornado conhecido a todas as nações, todos que são potencialmente incluídos em Cristo e através de Cristo (Rm 16.25-27; Cl 2.2).

3. Os crentes terão novos corpos na Segunda Vinda (I Co 15.5-57; I Ts 4.13-18). 4. A agregação de todas as coisas em Cristo (Ef 1.8-11). 5. Os gentios e Judeus são co-herdeiros (Ef 2.11-3.13). 6. A intimidade do relacionamento entre Cristo e a Igreja descrita em termos de casamento

(Ef 5.22-33). 7. Os gentios incluídos no povo da aliança e habitados pelo Espírito de Cristo para produzir

maturidade semelhante a Cristo, ou seja, a imagem restaurada de Deus na humanidade caída (Gn 1.26-27; 5.1; Cl 1.26-28).

8. O anticristo do fim dos tempos (II Ts 2.1-11). 9. Um resumo do mistério da igreja primitiva é encontrado num hino em I Tm 3.16.

TÓPICO ESPECIAL: GOVERNO HUMANO I. INTRODUÇÃO

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A. Definição – Governo é a humanidade se organizando para prover e assegurar as necessidades percebidas (i.e. Gênesis 4 e 11). Os seres humanos são seres sociais mesmo antes da Queda (cf. Gn 2.18). Famílias, tribos, nações dão-nos comunidade.

B. Propósito – Deus estabeleceu que a ordem é preferível à anarquia. 1. A legislação de mosaica, particularmente o Decálogo, é a vontade de Deus para a

humanidade em sociedade. Ela equilibra adoração e vida. 2. Nenhuma forma ou estrutura de governo é advogada na Escritura, embora a teocracia

antiga de Israel seja a forma antecipada do céu. Nem democracia nem capitalismo é uma verdade bíblica. Os cristãos devem agir adequadamente em qualquer sistema governamental em que se encontrem. O propósito do cristão é evangelismo e ministério, não revolução. Todos os governos são transitórios.

C. Origem do governo humano 1. O catolicismo romano afirma que governo humano é uma necessidade inata, mesmo

antes da Queda. Aristóteles parece ter primeiro afirmado essa premissa. Ele diz, “o homem é um animal político”, e por isto ele quer dizer que “existe para a promoção da boa vida”.

2. O protestantismo, especialmente Martinho Lutero, tem afirmado que governo humano é inerente à Queda. Ele o chama de “o Reino da mão esquerda de Deus”. Ele disse que “a forma de Deus controlar homens maus é por homens maus sob controle”.

3. Karl Marx afirmou que governo é o meio pelo qual uma pequena elite mantém as massas sob controle. Para ele, governo e religião desempenham um papel similar. II. MATERIAL BÍBLICO

A. Antigo Testamento 1. Israel é o padrão que será utilizado no céu. No Israel antigo YHWH era Rei. Teocracia

é o termo usado para descrever o domínio direto de Deus (cf. I Sm 8.4-9). 2. A soberania de Deus no governo humano pode ser claramente vista ao nomear

a. todos os reis, Dn 2.21; 4.17, 24, 25 b. o reinado messiânico, Dn 2.44, 45 c. Nabucodonosor, (neo-Babilônia), Jr 27.6; Dn 5.28 d. Ciro II (Pérsia), II Cr 36.22; Esdras 1.1; Is 44.28; 45.1

3. O povo de Deus deve ser submisso e respeitoso mesmo para com governos invasores e dominadores:

a. Daniel 1-4, Nabucodonosor (neo-Babilônia) b. Daniel 5, Belsazar c. Daniel 6, Dario (Pérsia) d. Esdras e de Neemias (Pérsia)

4. A Judá restaurada devia orar por Ciro e o reinado dos seus descendentes a. Esdras 6.10; 7.23 b. Os judeus deviam orar pela autoridade civil, Mishná, Avot 3.2

B. Novo Testamento 1. Jesus mostrou respeito aos governantes humanos

a. Mt 17.24-27; Ele pagou o imposto do Templo (autoridades religiosas e civis eram destinadas a ser uma, cf. I Pe 2.17)

b. Mt 22.15-22; Marcos 12.13-17; Lucas 20.20-26, Ele defendeu um lugar para o imposto romano e, desse modo, a autoridade civil romana

c. João 19.11, Deus permite que a autoridade civil funcione

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2. Palavras de Paulo relacionadas com governos humanos a. Romanos 13.1-5, os crentes devem se submeter às autoridades civis pois elas são

estabelecidas por Deus b. Romanos 13.6, 7, os crentes devem pagar seus impostos e honrar as autoridades

civis c. I Timóteo 2.1-3, os crentes devem orar pelas autoridades civis d. Tito 3.1, os crentes devem estar sujeitos às autoridades civis

3. Palavras de Pedro relacionadas com governos humanos a. Atos 4.1-31; 5.29, Pedro e João diante do Sinédrio (isto mostra precedente bíblico

para desobediência civil) b. I Pedro 2.13-17, os crentes devem se submeter às autoridades civis para o bem de

da sociedade e para evangelismo 4. Palavras de João relacionadas com governos humanos

a. Apocalipse 17, a prostituta da Babilônia significa governo humano organizado e funcionando separado de Deus

b. Apocalipse 18, a prostituta da Babilônia é destruída III. CONCLUSÃO

A. O governo humano (num mundo caído) é ordenado por Deus. Este não é “o direito divino dos Reis”, mas a tarefa divina do governo. Nenhuma forma é defendida acima uma da outra.

B. É uma obrigação religiosa para os crentes obedecer e orar pela autoridade civil. C. É adequado para os crentes apoiar o governo humano pelos impostos com uma atitude

reverente apropriada. D. O governo humano é para o propósito da ordem civil. Eles são servos de Deus para esta

tarefa. E. O governo humano não é supremo. Ele é limitado em sua autoridade. Os crentes devem

agir pelo bem de sua consciência ao rejeitar a autoridade civil quando ela viola os limites apontados divinamente. Como Agostinho declarou em A Cidade de Deus, nós somos cidadãos de dois reinos, um temporal e um eterno (cf. Fp 3.20). Nós temos responsabilidade em ambos, mas o reino de Deus é o supremo! Há tanto um foco individual quanto coletivo em nossa responsabilidade para com Deus.

F. Nós deveríamos encorajar os crentes num sistema é democrático a participar ativamente no processo de governo e implementar, quando possível, os ensinos da Escritura.

G. Mudança social deve ser precedida de conversão individual. Não há verdadeira esperança escatologicamente duradoura no governo. Todos os governos humanos, embora desejados e usados por Deus, são expressões pecaminosas da organização humana separada de Deus. Este conceito é expresso no uso joanino do termo “o mundo” (i.e., I João 2.15-17). TÓPICO ESPECIAL: O MAIOR MANDAMENTO

“Amarás, pois, o SENHOR, teu Deus”, é de Dt 6.4, 5, chamado o Shemá (“ouvir para fazer algo”). Este homem possivelmente apontou para o seu filactério, que continha este versículo. Isso mostra que o foco primordial está na nossa atitude de compromisso para com Deus o que inclui tudo que nós somos.

Os paralelos em Marcos e Mateus são levemente diferentes. Deixe-me citar minhas notas de Mateus e Marcos. “Mt 22.37, 38 O maior mandamento é declarado em Dt 6.5. Há uma ligeira diferença entre o

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texto hebraico massorético e a citação de Jesus, mas a essência é a mesma. Este versículo não está conectado com a natureza dicotômica (cf. Hb 4.12) ou tricotômica do homem mas antes trata o homem como uma unidade (cf. Gn 2.7; I Co 15.45): um ser pensante e sentimental, físico e espiritual. É verdade que, porque os seres humanos animais terrenos, eles dependem deste planeta para comida, água, ar e todas as outras coisas que a vida animal precisa para sobreviver. Os seres humanos são também seres espirituais que se relacionam com Deus e o reino espiritual. Contudo é uma interpretação falsa construir teologia nessas diferentes descrições da natureza humana. A chave para este versículo é o “todo” repetido três vezes, não as supostas distinções entre “coração”, “alma” e “mente”. Marcos 12.29 “Ouve” Jesus cita de Dt. 6.4,5, mas não o Texto Massorético ou a Septuaginta (o paralelo em Mt 22.37 é o mais próximo ao Texto Massorético, mas não exato). A citação de Jesus acrescenta uma frase tanto ao texto hebraico massorético quanto ao texto grego da Septuaginta. Essa citação exata é desconhecida de qualquer texto do AT. A LXX muda o hebraico “coração” para “mente” ou “entendimento”. Mas esta citação acrescenta a frase “com toda tua mente” à fraseologia tripla (i.e., coração, alma e força) tanto no TM e na LXX. A NJB reconhece isso imprimindo a frase como não parte da citação do AT (i.e., não em itálico). É interessante o manuscrito uncial Grego D (i.e., Beza) do quinto século omite a frase “e com toda a tua mente” inteiramente. Isso pode refletir o texto original porque sua ausência encaixa a resposta do escriba no v. 33. No texto paralelo de Mateus (cf. 22.32), Mateus cita Jesus como dizendo “com todo teu coração, e com toda tua alma, e com toda tua mente”. Aqui a cláusula hebraica “com toda tua força” é deixada de fora. É muito surpreendente que Marcos e Mateus discordem entre si e tanto com o TM quanto com a LXX. Este é um exemplo perfeito da perda de muitas das citações do AT no NT (mesmo daquelas atribuídas a Jesus). Aqui está onde a precisão é impossível. Todas elas (i.e., LXX, Mateus e Marcos) refletem o senso geral sobre a citação de Moisés. Esse texto do AT (Deut. 6.4, 5) é chamado a Shemá, que é a palavra hebraica “ouvir”. Ela significa ouvir para fazer. Ela se tornou a afirmação judaica do monoteísmo. Era a oração feita diariamente pelos judeus fiéis e todo Sabbath. Há outros textos sobre a singularidade e unicidade de Deus nos Profetas, mas este é o único nos escritos de Moisés (i.e., Gn – Dt) e é, portanto, obrigatória a todos os ouvintes de Jesus (i.e., saduceus e fariseus). TÓPICO ESPECIAL: TERMOS GREGOS PARA “TESTAR” E SUAS CONOTAÇÕES Há dois termos gregos que têm a conotação de testar alguém para um propósito. 1. Dokimazō, Dokimion, Dokimasia Este termo é um termo metalúrgico para testar a autenticidade de algo (i.e., metaforicamente alguém) pelo fogo. O fogo revela o metal verdadeiro e queima (i.e., purifica) a escória. Este processo físico se tornou uma poderosa expressão idiomática para Deus e/ou Satanás e/ou seres humanos testar outros. Este termo é apenas usado num sentido positivo de testa com uma visão para aceitação.

É usado no NT para testar a. bois – Lucas 14.19 b. nós mesmos – I Co 11.28 c. nossa fé – Tiago 1.3 d. até Deus – Hb 3.9

Os resultados destes testes eram supostos ser positivos (cf. Rm 1.28; 14.22; 16.10; II Co 10.18;

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13.3, 7; Fp 2.27; I Pe 1.7), portanto, o termo expressa a idéia de alguém examinado e provado a. para ser proveitoso b. para ser bom c. para ser genuíno d. para ser valioso e. para ser honrado

2. Peirazō, Peirasmus Este termo freqüentemente tem a conotação de exame para o propósito de encontrar falha ou rejeição. É muitas vezes usado em conexão com a tentação de Jesus no deserto.

a. Expressa a tentativa de armar cilada para Jesus (cf. Mt 4.1; 16.1; 19.3; 22.18, 35; Marcos 1.13; Lucas 4.38; Hb 2.18).

b. Este termo (peirazōn) é usado como um título para Satanás em Mt 4.3; I Ts 3.5. c. É usado por Jesus advertindo-nos para não testar a Deus (cf. Mt 14.7; Lucas 4.12) [ou

Cristo cf. I Co 10.9]. Ele também denota a tentativa de fazer algo que falhou (cf. Atos 9.20; 20.21; Hb 11.29). É usado em conexão com a tentação e provas dos crentes (cf. I Co 7.5; 10.9, 13; Gl 6.1; I Ts 3.5; Hb 2.18; Tiago 1.2, 13, 14; I Pe 4.12; II Pe 2.9). Deus permite que os três inimigos da humanidade (i.e., o mundo, a carne e o diabo) manifestem-se num tempo e lugar específico. TÓPICO ESPECIAL: RITOS DE LAMENTO

Os israelitas expressavam tristeza pela morte de um ente querido e para arrependimento pessoal, assim como crimes coletivos, de várias maneiras:

1. rasgam as vestes, Gn 37.29, 34; 44.13; Jz 11.35; II Sm 1.11; 3.31; I Rs 21.27; Jó 1.20 2. põem pano de saco, Gn 37.34; II Sm 3.31; I Rs 21.27; Jr 48.34 3. tiram as sandálias, II Sm 15.30; Is 20.3 4. põem as mãos na cabeça, II Sm 13.19; Jr 2.37 5. põem terra na cabeça, Js 7.6; I Sm 4.12; Ne 9.1 6. sentam no chão, Lm 2.10; Ez 26.16 (deitam no chão, II Sm 12.16); Is 47.1 7. batem no peito, I Sm 25.1; II Sm 11.26; Na 2.7 8. cortam o corpo, Dt 14.1; Jr 16.6; 48.37 9. jejuam, II Sm 12.16, 21-23; I Rs 21.27; I Cr 10.12; Ne 1.4 10. entoam um lamento, II Sm 1.17; 3.31; II Cr 35.25 11. calvície (cabelos arrancados ou raspados), Jr 48.37 12. diminuem a barba, Jr 48.37 13. cobrem a cabeça, II Sm 15.30; 19.4

TÓPICO ESPECIAL: GARANTIA Este é o termo grego bebaios, que tem três conotações.

1. aquilo que é certo, certo ou capaz de ser confiado (cf. Rm 4.16; II Co 1.7; Hb 2.20; 3.6, 14; 6.19; II Pe 1.10, 19).

2. o processo pelo qual a confiabilidade de alguma coisa é mostrada ou estabelecida (cf. Rm 15.8; Hb 2.2, cf. Louw e Nida, Greek-English Lexicon of the New Testament [Léxico Grego-Inglês do Novo Testamento], Vol. 1, pp. 340, 377, 670).

3. nos papiros tornou-se um termo técnico para uma garantia legal (cf. Moulton e Miligan, The Vocabulary of the Greek New Testament [O Vocabulário do Novo Testamento Grego], pp.

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107-8). TÓPICO ESPECIAL: CABEÇA (KEPHALĒ) Tem havido extensiva discussão teológica sobre o significado de “cabeça” (kephalē). O termo pode ser compreendido como

1. seu equivalente hebraico do AT é rosh, que pode significar a. cabeça b. principal c. princípio d. quantidade total (cf. Dictionary of Old Testament Theology and Exegesis [Dicionário de Teologia e Exegese do Antigo Testamento], vol. 3, pp. 1015-1020)

2. na LXX rosh é traduzido pela palavra grega a. archē (princípio, cf. Sl 137.6) b. prōtotokos (primeiro, cf. I Cr 5.12) c. kephalē (cabeça)

(1) cabeça de um ser humano (2) cabeça de um animal (3) topo de uma montanha (4) topo de uma torre (cf. Mt 21.42)

3. no NT kephalē a. cabeça de um ser humano (cf. I Co 11.4, 5, 7) b. cabeça de um animal c. expressão idiomática para a pessoa toda d. princípio ou fonte (cf. I Co 11.3) e. resumo (cf. Rm 13.9) f. líder g. marido (cf. Ef 5.23) (cf. Dictionary of New Testament Theology [Dicionário de Teologia do Novo Testamento], vol. 3, pp. 156-163)

TÓPICO ESPECIAL: CURAR É PLANO DE DEUS PARA TODAS AS ERAS?

1. A cura era um aspecto significante do ministério de Jesus e dos Apóstolos. 2. Era intencionado primordialmente confirmar a sua mensagem radicalmente nova sobre

Deus e Seu reino. 3. Mostra o coração de Deus pelas pessoas feridas. 4. Deus não mudou (Ml 3.6) e Ele ainda age em amor ao curar. 5. Há exemplos onde a cura não aconteceu.

a. Paulo, II Co 12.7-10 b. Trófimo, II tm 4.20

6. Pecado e enfermidade estavam associados nos rabinos e Tiago (cf. João 9.2; Tiago 5.13-18).

7. A cura não é uma garantia da Nova Aliança. Não é parte da expiação descrita em Isaías 53 e Salmo 103.

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8. Há verdadeiro mistério sobre por que alguns são curados e alguns não são. 9. É possível que embora a cura esteja presente em todas as eras, houve um aumento

significante durante a vida de Jesus; esse aumento ocorrerá novamente antes do Seu retorno. TÓPICO ESPECIAL: O CORAÇÃO

O termo grego kardia é usado na Septuaginta e NT para refletir o termo hebraico lēb (BDB 523). É usado de várias maneiras (cf. Bauer, Arndt, Gingrich e Danker, A Greek-English Lexicon [Um Léxico Grego-Inglês], pp. 403-404).

1. O centro da vida física, uma metáfora para a pessoa (cf. Atos 14.17; II Co 3.2, 3; Tiago 5.5)

2. O centro da vida espiritual (i.e., moral) a. Deus conhece o coração (cf. Lucas 16.15; Rm 8.27; I Co 14.25; I Ts 2.4; Ap 2.23) b. usado para a vida espiritual da humanidade (cf. Mt 15.18, 19; 18.35; Rm 6.17; I Tm

1.5; II Tm 2.22; I Pe 1.22) 3. o centro da vida mental (i.e., intelecto, cf. Mt 13.15; 24.48; atos 7.23; 16.14; 28.27; Rm

1.21; 10.6; 16.18; II Co 4.6; Ef 1.18; 4.18; Tiago 1.26; II Pe 1.19; Ap 18.7; coração é sinônimo com mente em II Co 3.14, 15 e Fp 4.7)

4. o centro da volição (i.e., vontade, cf. Atos 5.4; 11.23; I Co 4.5; 7.37; II Co 9.7) 5. o centro das emoções (cf. Mt 5.28; Atos 2.26, 37; 7.54; 21.13; Rm 1.24; II Co 2.4; 7.3; Ef

6.22; Fp 1.7) 6. único lugar da atividade do Espírito (cf. Rm 5.5; II Co 1.22; Gl 4.6 [i.e., Cristo em nossos

corações, Ef 3.17]) 7. o coração é uma maneira metafórica de se referir à pessoa inteira (cf. Mt 22.37, citando

Dt 6.5). Os pensamentos, motivos e ações atribuídos ao coração revelam plenamente o tipo de indivíduo. O AT tem alguns usos notáveis dos termos

a. Gn 6.6; 8.21, “se arrependeu o SENHOR de ter feito o homem na terra, e isso lhe pesou no coração”, também observe Oséias 11.8,9

b. Dt 4.29; 6.5, “de todo o teu coração, de toda a tua alma” c. Dt 10.16, “Circuncidai, pois, o vosso coração” e Rm 2.29 d. Ez 18.31, 32, “coração novo” e. Ez 36.26, “coração novo” vs. “coração de pedra”

TÓPICO ESPECIAL: OS CÉUS No AT o termo “céu” é geralmente plural (i.e., shamayim, BDB 1029). O termo hebraico

significa “altura”. Deus habita nas alturas. Este conceito reflete a santidade e transcendência de Deus.

Em Gn 1.1 o plural “céus e terra” tem sido visto como Deus criando (1) a atmosfera acima deste planeta ou (2) uma maneira de se referir a toda realidade (i.e., espiritual e física). A partir desta compreensão básica, outros textos foram citados como se referindo a níveis de céu: “céu dos céus” (cf. 68.33) ou “céu e o céu dos céus” (cf. Dt 10.14; I Rs 8.27; Ne 9.6; Sl 148.4). Os rabinos presumiam que poderia haver

1. dois céus (i.e., R. Judah, Hagigah 12b)

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2. três céus (Test. Levi 2-3; Ascen. de Is 6-7; Misdrash Tehillim sobre Sl 114.1) 3. cinco céus (III Baruque) 4. sete céus (R. Simonb. Lakish; II Enoque 8; Ascen. de Is 9.7) 5. dez céus (II Enoque 20.3b; 22.1)

Todos estes eram destinados a mostrar a separação de Deus da criação física e/ou Sua transcendência. O número mais comum de céus no judaísmo rabínico era sete. A. Cohen, Everyman’s Talmud [Talmude de Todo Homem] (p. 30), diz que estava relacionado às esferas astronômicas, mas eu acho que se refere a sete sendo o número perfeito (i.e., dias da criação com o sete representando o descanso de Deus em Gn 1).

Paulo, em II Co 2.2, menciona o “terceiro” céu (grego ouranos) como uma maneira de identificar a presença pessoal, majestosa de Deus. Paulo teve um encontro pessoal com Deus! TÓPICO ESPECIAL: A FAMÍLIA DE HERODES O GRANDE

A. Herodes o Grande A. Rei da Judéia (37-4 a.C.), um Idumeu (de Edom), que, através de manobras

políticas e o apoio de Marco Antônio, conseguiu ser nomeado governador de uma grande parte da Palestina (Canaã) pelo Senado Romano em 40 a.C.

B. Ele é mencionado em Mt 2.1-19 e Lucas 1.5 C. Seus filhos

a. Herodes Filipe (filho de Mariane de Simão) (1) marido de Herodias (4 a.C – 34 A.D.) (2) mencionado em Mt 14.3; Marcos 6.17

b. Herodes Filipe I (filho de Cleópatra) (1) Tetrarca da área norte e oeste do Mar da Galiléia (4 a.C – 34 A.D.) (2) mencionado em Lucas 3.1

c. Herodes Antipas (1) Tetrarca da Galiléia e Peréia (4 a.C – 39 A.D.) (2) mencionado em Mt 14.1-12; Marcos 6.14, 29; Lucas 3.19; 9.7-9; 13.31;

23.6-12, 15; Atos 4.27; 13.1 d. Arquelau, Herodes o Etnarca

(1) governador da Judéia, Samaria e Iduméia (4 a.C – 6 A.D.) (2) mencionado em Mt 2.22

e. Aristóbulo (filho de Mariane) (1) mencionado como pai de Herodes Agripa I que era

(a) Rei da Judéia (37-44 A.D.) (b) mencionado em Atos 12.1-24; 23.35

(i) seu filho era Herodes Agripa II – Tetrarca do território do norte (50-70 A.D.)

(ii) Sua filha era Berenice – consorte de seu irmão – mencionada em Atos 25.13–26.32

(iii) Sua filha era Drusila – esposa de Félix – mencionada em Atos 24.24

B. Referências Bíblicas aos Herodes

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1. Herodes o Tetrarca, mencionado em Mateus 14.1ss; Lucas 3.1; 9.7; 13.31, e 23.7, era o filho de Herodes o Grande. Na morte de Herodes o Grande, seu reino foi dividido entre os vários de seus filhos. O termo “Tetrarca” significa “líder da quarta parte”. Esse Herodes era conhecido como Herodes Antipas, que é a forma reduzida de Antipater. Ele controlou a Galiléia e a Peréia. Isto significa que muito do ministério de Jesus foi no território desse governador idumeu da segunda geração.

2. Herodias era a filha do irmão de Herodes Antipas, Aristóbulo. Ela tinha sido também casada anteriormente com Filipe, o meio irmão de Herodes Antipas. Esse não era Filipe o Tetrarca que controlava a área exatamente ao norte da Galiléia, mas o outro irmão de Filipe, que vivia em Roma. Herodias tinha uma filha de Filipe. Na visita de Herodes Antipas a Roma ele se encontrou e foi seduzido por Herodias, que estava procurando avanço político. Portanto, Herodes Antipas divorciou-se de sua esposa, que era uma princesa Nabatita, e Herodias divorciou-se de Filipe para que ela e Herodes Antipas pudessem casar-se. Ela era também irmã de Herodes Agripa I (cf. Atos 12).

3. Nós aprendemos o nome da filha de Herodias, Salomé, de Flávio Josefo em seu livro As Antiguidades dos Judeus 8.5.4. Ela devia ter entre doze e dezessete anos nessa ocasião. Ela era obviamente controlada e manipulada por sua mãe. Ela mais tarde casou-se com Filipe o Tetrarca, mas ficou logo viúva.

4. Cerca de dez anos depois da decapitação de João Batista, Herodes Antipas foi a Roma na instigação de sua esposa Herodias para buscar o título de rei porque Agripa I, irmão dela, tinha recebido esse título. Mas Agripa I escreveu para Roma e acusou Antipas de corroboração com os Partos, um inimigo odiado de Roma do Crescente Fértil (Mesopotâmia). O Imperador aparentemente acreditou em Agripa I e Herodes Antipas, juntamente com sua esposa Herodias, foi exilado para a Espanha.

5. Pode tornar mais fácil lembrar esses diferentes Herodes quando eles são apresentados no Novo Testamento lembrando que Herodes o Grande matou as crianças em Belém; Herodes Antipas matou João Batista; Herodes Agripa I matou o apóstolo Tiago; e Herodes Agripa II ouviu o apelo de Paulo registrado no livro de Atos.

C. Para mais informações de pano de fundo sobre a Família de Herodes o Grande, consulte o índice de Flávio Josefo em Antiguidades dos Judeus. TÓPICO ESPECIAL: HERODIANOS

O termo é derivado de sua associação com a família dominante de Herodes. Os Herodes eram uma família iduméia (Edom) de governantes começando com Herodes o

Grande. Na sua morte vários de seus filhos dividiram seu reino. Todos os Herodes eram apoiadores do governo romano. Seus seguidores queriam conservar o status quo político. Eles preferiam o governo de Herodes ao governo direto de Roma. Esse grupo era estritamente político. Eles não se identificavam oficialmente com a teologia dos fariseus ou dos saduceus. I. A Família dos Herodes

Herodes o Grande A. Rei da Judéia (37-4 a.C.) B. Registrado em Mt 2.1-19 e Lucas 1.5 C. Seus filhos

1. Herodes Filipe (filho de Mariane de Simão) a. Marido de Herodias (4 a.C – 34 A.D.)

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b. Registrado em Mt 14.3; Marcos 6.17 2. Herodes Filipe (filho de Cleópatra)

a. Tetrarca da área norte e oeste do Mar da Galiléia (4 a.C – 34 A.D.) b. Registrado em Lucas 3.1

3. Herodes Antipas a. Tetrarca da Galiléia e Peréia (4 a.C – 39 A.D.) b. Registrado em Mt 14.1-12; Marcos 6.14, 29; Lucas 3.19; 9.7-9; 13.31; 23.6-12,

15; Atos 4.27; 13.1 4. Arquelau, Herodes o Etnarca

a. Governador da Judéia, Samaria e Iduméia (4 a.C – 6 A.D.) b. Registrado em Mt 2.22

5. Aristóbulo (filho de Mariane) a. Registrado como pai de Herodes Agripa I

(1) Rei da Judéia (37-44 A.D.) (2) Registrado em Atos 12.1-24; 23.35

(a) seu filho era Herodes Agripa II – Tetrarca do território do norte (50-70 A.D.)

(b) sua filha era Berenice – consorte de seu irmão – Atos 25.13–26.32

(c) sua filha era Drusila – esposa de Félix – Atos 24.24

II. Referências Bíblicas aos Herodes A. Herodes o Tetrarca que foi mencionado em Mateus 14.1ss; Lucas 3.1; 9.7; 13.31, e 23.7,

era o filho de Herodes o Grande. Na morte de Herodes o Grande, seu reino foi dividido entre três de seus filhos. O termo “Tetrarca” significava “líder da quarta parte”. Esse Herodes era conhecido como Herodes Antipas, que é a forma reduzida de Antipater. Ele controlou a Galiléia e a Peréia. Isto significa que muito do ministério de Jesus foi no território desse governador idumeu da segunda geração.

B. Herodias era a filha do irmão de Herodes Antipas, Aristóbulo, que a tornou sua sobrinha. Ela tinha sido também casada anteriormente com Filipe, o meio irmão de Herodes Antipas. Esse não era Filipe o Tetrarca que controlava a área exatamente ao norte da Galiléia, mas o outro irmão de Filipe que vivia em Roma. Herodias tinha uma filha de Filipe (Salomé). Na visita de Herodes Antipas a Roma ele se encontrou e foi seduzido por Herodias que estava procurando avanço político. Portanto, Herodes Antipas divorciou-se de sua esposa, que era uma princesa Nabatita e Herodias divorciou-se de Filipe para que ela e Herodes Antipas pudessem casar-se. Ela era também irmã de Herodes Agripa I (cf. Atos 12).

C. Nós aprendemos o nome da filha de Herodias, Salomé, de Flávio Josefo em seu livro As Antiguidades dos Judeus 18.5.4. Ela devia ter entre doze e dezessete anos nessa ocasião. Ela era obviamente controlada e manipulada por sua mãe. Ela mais tarde casou-se com Filipe o Tetrarca, mas ficou logo viúva.

D. Cerca de dez anos depois da decapitação de João Batista, Herodes Antipas foi a Roma na instigação de sua esposa Herodias para buscar o título de rei porque Agripa I, irmão dela, tinha recebido esse título. Mas Agripa I escreveu para Roma e acusou Antipas de corroboração com os

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Partos, um inimigo odiado de Roma do Crescente Fértil (Mesopotâmia). O Imperador aparentemente acreditou em Agripa I e Herodes Antipas, juntamente com sua esposa Herodias, foi exilado para a Espanha.

E. Pode tornar mais fácil lembrar esses diferentes Herodes quando eles são apresentados no Novo Testamento lembrando que Herodes o Grande matou as crianças em Belém; Herodes Antipas matou João Batista; Herodes Agripa I matou o apóstolo Tiago; e Herodes Agripa II ouviu o apelo de Paulo registrado no livro de Atos. TÓPICO ESPECIAL: SANTO I. O Antigo Testamento

A. A etimologia do termo kadosh (BDB872) é incerta, possivelmente cananéia. É possível aquela parte da raiz (i.e., kd) que significa “dividir”. Esta é a fonte da definição popular “separado (da cultura cananéia, cf. Dt 7.6; 14.2, 21; 26.19) para uso de Deus”.

B. Relaciona-se com a presença de Deus em coisas, lugares, tempos e pessoas. Não é usado em Gênesis, mas torna-se comum em Êxodo, Levítico e Números.

C. Na literatura profética (esp. em Isaías e Oséias) o elemento pessoal anteriormente presente, mas não enfatizado, destaca-se. Torna-se uma forma de designar a essência de Deus (cf. Is 6.3). Deus é santo. Seu nome representando Seu caráter é Santo. Seu povo que deve revelar Seu caráter a um mundo necessitado é santo (se eles obedecerem ao pacto por fé).

D. A misericórdia e o amor de Deus são inseparáveis dos conceitos teológicos das alianças, justiça e caráter essencial. Neste ponto está a tensão em Deus para com uma humanidade caída, rebelde e profana. Há um artigo muito interessante sobre o relacionamento entre Deus como “misericordioso” e Deus como “santo”, em Robert B. Girdlestone, Synonyms of the Old Testament [Sinônimos do Antigo Testamento], pp. 112-113. II. O Novo Testamento

A. Os escritores do NT (exceto Lucas) são pensadores hebreus, mas influenciados pelo grego coinê (i.e., a Septuaginta). É a tradução grega do AT, não a literatura, pensamento ou religião grega clássica que controla o vocabulário deles.

B. Jesus é santo porque Ele é de Deus e igual a Deus (cf. Lc 1.35; 4.34; Atos 3.14; 4.27, 30). Ele é o Santo e o Justo (cf. Atos 3.14; 22.14). Jesus é santo porque é sem pecado (cf. João 8.46; II Co 5.21; Hb 4.15; 7.26; I Pe 1.19; 2.22; I João 3.5).

C. Porque Deus é santo, Seus filhos devem ser santos (cf. Lv 11.44, 45; 19.2; 20.7, 26; Mt 5.48; I Pe 1.16). Porque Jesus é santo, Seus seguidores devem ser (cf. Rm 8.28, 29; II Co 3.18; Gl 4.19; Ef 1.4; I Ts 3.13; 4.3; I Pe 1.15). Os cristãos são salvos para servir na semelhança a Cristo (santidade). TÓPICO ESPECIAL: O SANTO

O “Santo” pode referir-se a 1. Deus o Pai (cf. numerosas passagens do AT sobre “o Santo de Israel”) 2. Deus o Filho (cf. Marcos 1.24; Lucas 4.34; João 6.69; Atos 3.14) 3. Deus o Espírito (Seu título, “Espírito Santo” cf. João 1.33; 14.26; 20.22). Atos 10.38 é um versículo onde todas as três pessoas da Divindade estão envolvidas na

unção. Jesus foi ungido (cf. Lucas 4.18; Atos 4.17; 10.38). Aqui o conceito é expandido para incluir todos os crentes (cf. I João 2.27). O Ungido tornou-se os ungidos! Isso pode ser um

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paralelo ao Anticristo e os anticristos (cf. I João 2.18). O ato simbólico do AT da unção física com óleo (cf. Êx 29.7; 30.25; 37.29) relaciona-se com aqueles que foram chamados e preparados por Deus para uma tarefa especial (i.e., profetas, sacerdotes e reis). A palavra “Cristo” é uma tradução do termo hebraico “o ungido” ou Messias.

TÓPICO ESPECIAL: HOMOSSEXUALIDADE

Há muita pressão cultural moderna para aceitar a homossexualidade como um estilo de vida alternativo apropriado. A Bíblia condena-o como um estilo de vida destrutivo, fora da vontade de Deus para Sua criação.

1. viola o mandamento de Gn 1 para ser frutífero e multiplicar 2. caracteriza a adoração e a cultura pagã (cf. Lv 18.22; 20.13; Rm 1.26, 27; e Judas 7); 3. revela independência egocêntrica de Deus (cf. I Co 6.9, 10). Contudo, antes de deixar este tópico deixe-me afirmar o amor e o perdão de Deus para todos

os seres humanos rebeldes. Os cristãos não têm o direito de agir com odiosamente ou arrogantemente para com esse pecado particular, especialmente quando é óbvio que todos nós pecamos. A oração, preocupação, testemunho e compaixão fazem muito mais nesta área do que a condenação veemente. A palavra de Deus e Seu Espírito executarão a condenação, se nós os deixarmos. Todos os pecados sexuais, não apenas este, são abominação a Deus e levam a juízo. A sexualidade é um dom de Deus para a alegria e o bem-estar da humanidade, e uma sociedade estável. Mas este impulso poderoso, dado por Deus é freqüentemente transformado em vida de busca de prazer a qualquer custo, rebelde, egocêntrico (cf. Rm 8.1-8; Gl 6.7, 8). TÓPICO ESPECIAL: ESPERANÇA

Paulo usava este termo freqüentemente em vários sentidos diferentes, mas relacionados. Muitas vezes era associado com a consumação da fé do crente (e.g., I Tm 1.1). Isto pode ser expresso como glória, vida eterna, salvação final, Segunda Vinda, etc. A consumação é certa, mas o elemento do tempo é futuro e desconhecido. Era muitas vezes associado com “fé” e “amor” (cf. I co 13.13; I Ts 1.3; II Ts 2.16). Uma lista parcial de alguns dos usos de Paulo são:

1. A Segunda Vinda, Gl 5.5; Ef 1.18; 4.4; Tito 2.13 2. Jesus é nossa esperança, I Tm 1.1 3. O crente ser apresentado a Deus, Cl 1.22, 23; I Ts 2.19 4. Esperança é depositada no céu, Cl 1.5 5. Confiança no evangelho, Cl 1.23; I Ts 2.19 6. Salvação final, Cl 1.5; I Ts 4.13; 5.8 7. A glória de Deus, Rm 5.2; II Co 3.12; Cl 1.27 8. A salvação dos gentios por Cristo, Cl 1.27 9. Certeza de salvação, I Ts 5.8 10. Vida eterna, Tito 1.2; 3.7 11. Resultados da maturidade cristã, Rm 5.2-5 12. Redenção de toda criação, Rm 8.20-22 13. Consumação da adoção, Rm 8.23-25 14. Título para Deus, Rm 15.13 15. Desejo de Paulo para os crentes, II Co 1.7

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16. AT como guia para os crentes do NT, Rm 15.4 TÓPICO ESPECIAL: CHIFRES USADOS POR ISRAEL

Há quatro palavras em hebraico associadas com chifres/trombetas: 1. “o chifre de carneiro” (BDB 901) – transformado num instrumento de som, cf. Js 6.5. esta

mesma palavra é usada para o carneiro pego pelos chifres que Abraão substituirá Isaque em Gn 22.13.

2. “trombeta” (BDB 1051) – do termo assírio para ovelha selvagem (íbex). Esse é o chifre que foi usado em Êx 19.16, 19 no Mt Sinai/Horebe. Nº 1 e nº 2 são paralelos em Js 6.5. Era usado para comunicar tempos para adoração e tempo para lutar (i.e., Jericó foi ambos, cf. Js 6.4).

3. “chifre de carneiro” (BDB 385) – da palavra fenícia para Carneiro (cf. Js 6.4, 6, 8, 13). Também significa o Ano do Jubileu (cf. Lv 25.13, 28, 40, 50, 52, 54; 27.17, 18, 23, 24). (Todos estes três usos parecem intercambiáveis sem distinção tencionada. A Mishná (RH 3.2) permitia qualquer chifre de animal–ovelha, bode ou antílope, mas não de vaca.)

4. “trombetas” (BDB 348) – possivelmente do verbo “estirar”, implicando um osso reto (não curvado como os chifres de animal). Estas eram feitas de prata (à maneira do feitio e forma do Egito). Estas eram usadas:

a. com ritos de adoração (cf. Nm 10.2, 8, 10; Esdras 3.10; Ne 12.35, 41) b. para propósitos militares (cf. Nm 10.9; 31.6; Oséias 5.8) c. para propósitos reais (cf. II Rs 11.14)

Um desses chifres de metal é descrito na Arca de Tito em Roma; também Josefo os descreve em Antig. 3.12.6 TÓPICO ESPECIAL: A HORA

O termo “hora” é usado de diferentes maneiras nos Evangelhos, como 1. uma referência de tempo (cf. Mt 8.13; Lucas 7.21; João 11.9) 2. uma metáfora para um tempo de prova e tentação (cf. Mt 10.19; Marcos 13.11; Lucas

12.12) 3. uma metáfora para Jesus começando Seu ministério (cf. João 2.4; 4.23) 4. uma metáfora para o dia do juízo (i.e., a Segunda Vinda, cf. Mt 24.36, 44; 25.13; Marcos

13.32; João 5.25, 28) 5. uma metáfora para a paixão de Jesus (cf. Mt 26.45; Marcos 14.35, 41; João 7.30; 8.20;

12.23, 27; 13.1; 16.32; 17.1) TÓPICO ESPECIAL: A FALA HUMANA I. PENSAMENTOS INICIAIS DOS PROVÉRBIOS

A. A linguagem é parte da imagem de Deus na humanidade (i.e., a criação é falada para a existência e Deus conversa com Sua criação humana). É parte vital da nossa pessoalidade.

B. A fala humana permite que nos comuniquemos aos outros sobre como nós nos sentimos sobre a vida. Portanto, ela revela quem realmente somos (Pv 18.2; 4.23 [20-27]). A fala é um ácido teste da pessoa (Pv 23.7).

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C. Nós somos criaturas sociais. Preocupamo-nos com aceitação e afirmação. Precisamos disso de Deus e de nossos semelhantes humanos. As palavras têm poder para atender essas necessidades tanto de maneiras positivas (Pv 17.10) quanto negativas (Pv 12.18).

D. Há um poder tremendo na fala humana (Pv 18.20-21)–poder para abençoar e curar (Pv 10.11, 21) e poder para amaldiçoar e destruir (Pv 11.9).

E. Nós colhemos aquilo que semeamos (Pr. 12:14). II. PRINCÍPIOS DOS PROVÉRBIOS

A. O potencial destrutivo e negativo da fala humana 1. as palavras de homes maus (1.11-19; 10.6; 11.9, 11; 12.2-6) 2. as palavras da adúltera (5.2-5; 6.24-35; 7.5ss; 9.13-18; 22.14) 3. as palavras do mentiroso (6.12-15, 19; 10.18; 12.17-19, 22; 14.5, 25; 17:4; 19.5, 9, 28;

21.28; 24.28; 25.18; 26.23-28) 4. as palavras do tolo (10.10, 14; 14.3; 15.14; 18.6-8) 5. as palavras da falsa testemunha (6.19; 12.17; 19.5,9, 28; 21.28; 24.28; 25.18) 6. as palavras de um fofoqueiro (6.14, 19; 11.13; 16.27, 28; 20.19; 25.23; 26.20) 7. as palavras faladas rápido demais (6.1-5; 12.18; 20.25; 29.20) 8. as palavras de bajulação (29.5) 9. palavras demais (10.14, 19, 23; 11.13; 13.3, 16; 14.23; 15.2; 17.27, 28; 18.2; 21.23;

29.20) 10. palavras pervertidas (17.20; 19.1)

B. O potencial positivo, curador e edificante da fala humana 1. as palavras do justo (10.11, 20, 21, 31, 32; 12.14; 13.2; 15.23; 16.13; 18.20) 2. as palavras de discernimento (10.13; 11.12) 3. as palavras de conhecimento (15.1, 4, 7, 8; 20.15) 4. as palavras de cura (15.4) 5. as palavras de uma resposta gentil (15.1, 4, 18, 23; 16.1; 25.15) 6. as palavras de uma resposta agradável (12.25; 15.26, 30; 16.24) 7. as palavras da lei (22.17-21)

III. O PADRÃO DO AT CONTINUA NO NT A. A fala humana permite que nos comuniquemos aos outros sobre como nós nos sentimos

sobre a vida; portanto, ela revela quem realmente somos (Mt 12.33-37; 15.1-20; Marcos 7.2-23). B. Nós somos criaturas sociais. Preocupamo-nos com aceitação e afirmação. Precisamos

disso de Deus e de nosso semelhante humano. As palavras têm poder para atender essas necessidades tanto de maneiras positivas (II Tm 3.15-17) quanto negativas (Tiago 2.2-12).

C. Há um poder tremendo na fala humana; poder para abençoar (Ef 4.19) e poder para amaldiçoar (Tiago 3.9). Nós somos responsáveis pelo que dizemos (Mt 12.36, 37); Tiago 3.2-12).

D. Nós seremos julgados por nossas palavras (Mt 12.33-37; Lucas 6.39-45) assim como nossas obras (Mt 25.31-46). Nós colhemos aquilo que semeamos (Gl 6.7). TÓPICO ESPECIAL: FOME I. Introdução A. A fome é um lembrete sempre presente da condição caída da humanidade e da criação. B. A fome é um aspecto do problema do mal e do sofrimento. É atribuída diretamente à humanidade, não a Deus. Embora Deus usasse as bênçãos ou maldições agrícolas como uma

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forma de recompensar e punir o povo do Seu Pacto (Dt 27-28), isso não é verdade para os descrentes em geral (Mt 5.45). A fome é mais um exemplo da humanidade gananciosa, egoísta e materialista. O problema da fome não é realmente de alimento, mas da motivação e das prioridades humanas. C. A fome é uma oportunidade para a humanidade redimida refletir o amor de Deus. As reações dos crentes à necessidade física na Igreja e no mundo mostram quem nós realmente somos. II. Material Bíblico

A. Antigo Testamento: 1. Moisés

a. um dos três possíveis dízimos no Israel antigo era para os pobres (Dt 14.28, 29) b. a lei fornecia provisões especiais para os pobre comerem (Êx 23.11; Lv 19.10;

23.22; Dt 24.19-22) c. a lei providenciava sacrifícios especiais, baratos para os pobres (Lv 14.21) d. Israel devia ter uma atitude compassiva e de mão aberta para com os pobres e

necessitados (Dt 15.7-11, cf. Jó 29.16; 30.25; 31.16-23). 2. Literatura de Sabedoria

a. Havia bênçãos especiais reservadas para aqueles que ajudavam os pobres (Sl 41.4) b. Ajudar os pobres era ajudar a Deus (Pv 14.31; 17.5; 19.17)

3. Profetas a. Deus exigia adoração a Ele na forma de justiça social e compaixão para com os

necessitados (Is 58.6, 7; Mq 6.8) b. Um sinal da mensagem de Deus era que era proclamada aos pobres e necessitados

(Is 61.1, 2) c. Os profetas de Deus repreendiam contra a exploração social (Amós 2.6-8; 5.10-

13; Miquéias) B. Novo Testamento:

1. Os Evangelhos a. A ajuda para os pobres é admoestada (Mc 10.21; Lucas 3.11). b. O juízo é baseado em nosso amor social para com os outros no nome de Jesus. De

fato, ajudar os outros é ajudar a Jesus (Mt 25.31-46). c. Marcos 14.7 tem sido muito mal interpretado quando é afirmado que isso reflete a

falta de preocupação de Jesus pelos pobres. Este versículo é destinado a enfatizar a Sua singularidade, não uma depreciação dos pobres.

d. Isaías 61.1, 2 reflete que os destinatários da mensagem de Deus serão os socialmente ignorados (Lucas 4.18; 7.22; 14.21).

2. Paulo a. Paulo aprendeu de Antioquia da Síria o conceito de oferta especial de amor para

os pobres da igreja de Jerusalém (Rm 15.26; I Co 16.1; II Co 8.4, 6, 19; Gl 2). b. Paulo enfatiza a graça, a fé e as obras (Ef 2.8-10).

3. Tiago (Literatura de Sabedoria do NT) a. A fé em Deus através de Cristo sem preocupação social é doente (Tiago 2.14-17). b. Ele ainda diz que a fé sem obras é morta!

4. João a. O livro de I João afirma que a certeza cristã está baseada numa vida transformada

de fé e serviço (I João 3.17,18).

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III. Conclusão A. A miséria e necessidade estão relacionadas com o pecado da humanidade. Há vários

aspectos para a fome: 1. comportamento insensato (Pv 19.15) 2. punição de Deus (Dt 27-28) 3. relacionada com o serviço espiritual (II Co 11.27) 4. circunstâncias culturais (ganância, concepção, etc). 5. circunstâncias materiais (fome, inundações, granizo, etc).

B. Deus realmente cuida das pessoas. Ele ama aqueles em necessidade de maneira única! C. A Igreja em ação é a resposta de Deus à necessidade humana (física e espiritual)

1. ação pessoal, direta 2. ação coletiva da paróquia/igreja 3. organização política para mudar.

D. Nós devemos avaliar criticamente a nossa cultura e as nossas prioridades pessoais à luz das Escrituras (II Coríntios 8-9).

E. Nós precisamos dos nossos olhos, corações e mãos abertos para a necessidade humana em casa e no exterior; na igreja e no mundo.

F. A ajuda deve estar relacionada com quem somos em Cristo à luz da Grande Comissão (Mt 28.18-20). A ajuda deve ser física e espiritual. TÓPICO ESPECIAL: HIPÓCRITAS

Esse termo composto é traduzido literalmente por “julgar sob”. Poderia ter significado (1) uma palavra teatral para falar por de trás de uma máscara ou (2) seu uso anterior era “supervalorizar”. Nesse contexto referia-se a uma encenação religiosa.

Os Fariseus realizavam ritos e rituais religiosos a fim de serem louvados pelos homens, não para agradar a Deus (embora eu tenha certeza de que era um dos vários motivos):

1. davam esmolas, não só para ajudar os pobres, mas para serem louvados pelos homens, Mt 6.2

2. oravam nas sinagogas e em público para serem vistos pelos homens, Mt 6.5 3. quando eles jejuavam pareciam desalinhados assim os outros ficariam impressionados

com espiritualidade deles, Mt 6.16 4. eles davam dízimos dos temperos da cozinha, mas erravam nas questões de peso da Lei,

Mt 23.23 5. eles limpavam o lado de fora dos copos, mas não por dentro, Mt 23.25 (cf. Marcos 7.1-8) 6. eles eram virtuosos aos seus próprios olhos, Mt 23.29, 30 7. eles impediam outros de entrarem no Reino, Mt 23.13-15 8. eles tentavam armar ciladas a Jesus com questões difíceis, não como uma busca pela

verdadeira sabedoria, Mt 22.15-22 9. Eles têm um lugar especial no inferno, Mt 24.51 10. Eram um sepulcro caiado cheio de impureza, Mt 23.27 (cf. Dictionary of Biblical

Imagery [Dicionário de Imagens Bíblicas], pg. 415) TÓPICO ESPECIAL: ILUMINAÇÃO

“Deus agiu no passado para Se revelar claramente à humanidade. Na teologia isto é chamado revelação. Ele selecionou certos homens para registrar e explicar esta auto-revelação. Na teologia

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isto é chamado inspiração. Ele enviou Seu Espírito para ajudar os leitores compreender Sua palavra. Na teologia isto é chamado iluminação. O problema surge quando nós afirmamos que o Espírito está envolvido na compreensão da palavra de Deus – então por que há tantas interpretações dela?

Parte do problema está na pré-compreensão ou experiências pessoais do leitor. Muitas vezes uma pauta pessoal é dirigida usando a Bíblia de uma maneira texto-prova ou atomística. Muitas vezes uma rede teológica é imposta sobre a Bíblia permitindo-lhe falar somente em certas áreas e de maneiras selecionadas. Iluminação simplesmente não pode ser igualada com inspiração embora o Espírito Santo esteja envolvido em cada uma.

A melhor abordagem pode ser tentar afirmar a idéia central de um parágrafo, não interpretar cada detalhe do texto. É um pensamento tópico que expressa a verdade central do autor original. Esboçar o livro ou unidade literária ajuda alguém a seguir a intenção do autor original inspirado. Nenhum intérprete é inspirado. Nós não podemos reproduzir o método de interpretação do escritor bíblico. Nós podemos e devemos tentar compreender o que eles estavam dizendo à sua época e então comunicar essa verdade para nossa própria época. Há partes da Bíblia que são ambíguas ou ocultas (até certo um tempo ou período). Haverá sempre discordâncias sobre alguns textos e assuntos, mas nós devemos afirmar claramente as verdades centrais e permitir liberdade para interpretações individuais dentro do limite da intenção do autor original. Os intérpretes devem caminhar na luz que eles têm, sempre estando abertos para mais luz da Bíblia e do Espírito. Deus nos julgará baseado no nível de nossa compreensão e como nós vivemos essa compreensão. TÓPICO ESPECIAL: INSPIRAÇÃO

A fé “de uma vez por todas” refere-se aos ensinos das verdades, doutrinas, conceitos, visão de mundo do cristianismo (cf. II Pe 2.21). Esta ênfase uma vez dada é a base a teologicamente limitar a inspiração aos escritos do NT e não permitir posteriores ou outros escritos serem considerados revelatórios. Há muitas áreas ambíguas, incertas e obscuras no NT, mas os crentes afirmam pela fé que tudo que é “necessário” para a fé e prática está incluído com clareza suficiente no NT.

Este conceito tem sido delineado no que é chamado “o triângulo revelatório” 1. Deus Se revelou na história tempo-espaço (REVELAÇÃO) 2. Ele escolheu certos seres humanos para documentar e explicar Seus atos (INSPIRAÇÃO) 3. Ele deu Seu Espírito para abrir as mentes e corações dos seres humanos para

compreenderem esses escritos, não definitivamente, mas adequadamente para salvação e uma vida cristã eficaz (iluminação)

O ponto disto é que a inspiração está limitada aos escritores da Escritura. Não há mais escritos, visões ou revelações autoritativos. O cânon está fechado. Nós temos toda a verdade que nós precisamos para responder adequada e agradavelmente a Deus.

Esta verdade é vista melhor na conformidade dos escritores bíblicos versus o desacordo de crentes sinceros, piedosos. Nenhum escritor ou conferencista moderno tem o nível de liderança divina que os escritores da Escritura tiveram. TÓPICO ESPECIAL: ORAÇÃO INTERCESSÓRIA I. Introdução

A. A oração é significativa por causa do exemplo de Jesus

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1. oração pessoal, Marcos 1.35; Lucas 3.21; 6.12; 9.29; 22.29-46 2. purificação do Templo, Mt 21.13; Marcos 11.17; Lucas 19.46 3. Oração Modelo, Mt 6.5-13; Lucas 11.2-4

B. Oração é colocar numa ação tangível nossa crença num Deus pessoal e cuidadoso que está presente, disposto e capaz para agir em nosso favor e dos outros, através das orações.

C. Deus pessoalmente tem-Se limitado a agir nas orações de Seus filhos em muitas áreas (cf. Tiago 4.2).

D. O propósito principal da oração é a nossa comunhão e tempo com o Deus Triúno. E. O escopo da oração é qualquer coisa ou qualquer pessoa que preocupa os crentes. Nós

podemos orar uma vez, crendo, ou repetidas vezes enquanto o pensamento ou a preocupação reaparecerem.

F. A oração pode envolver vários elementos 1. louvor e adoração ao Deus Triúno 2. ações de graça a Deus por Sua presença, comunhão e provisões 3. confissão de nossa pecaminosidade, tanto passada quanto presente 4. petição por nossas necessidades físicas ou desejos percebidos 5. intercessão, onde nós abraçamos as necessidades de outros diante do Pai

G. A oração intercessória é um mistério. Deus ama aqueles por quem oramos muito mais do que nós, contudo nossas orações freqüentemente efetuam uma mudança, resposta ou necessidade, não somente em nós mesmos, mas neles. II. Material Bíblico

A. Antigo Testamento 1. Alguns exemplos da Oração intercessória:

a. Abraão suplicando por Sodoma, Gn 18.22ss b. Orações de Moisés por Israel

(1) Êxodo 5.22, 23 (2) Êxodo 32.31ss (3) Deuteronômio 5.5 (4) Deuteronômio 9.18, 25ss

c. Samuel ora por Israel: (1) I Samuel 7.5, 6, 8, 9 (2) I Samuel 12.16, 23 (3) I Samuel 15.11

d. Davi ora por seu filho, II Samuel 12.16-18 2. Deus está procurando intercessores, Isaías 59.16 3. Pecado desconhecidos, não confessado ou uma atitude não arrependida afetam nossas

orações a. Salmo 66.1 b. Provérbios 28.9 c. Isaías 59.1, 2; 64.7

B. Novo Testamento 1. O ministério intercessório do Filho e do Espírito

a. Jesus (1) Romanos 8.34 (2) Hebreus 7.25

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(3) I João 2.1 b. Espírito Santo, Romanos 8.26, 27

2. O ministério intercessório de Paulo a. Ora pelos judeus

(1) Romanos 9.1ss (2) Romanos 10.1

b. Ora pelas igrejas (1) Romanos 1.9 (2) Efésios 1.16 (3) Filipenses 1.3, 4, 9 (4) Colossenses 1.3, 9 (5) I Tessalonicenses 1.2, 3 (6) II Tessalonicenses 1.11 (7) II Timóteo 1.3 (8) Filemom, v. 4

c. Paulo pediu às igrejas para orarem por ele (1) Romanos 15.30 (2) II Coríntios 1.11 (3) Efésios 6.19 (4) Colossenses 4.3 (5) I Tessalonicenses 5.25 (6) II Tessalonicenses 3.1

3. O ministério intercessório da igreja a. Orar uns pelos outros

(1) Efésios 6.18 (2) I Timóteo 2.1 (3) Tiago 5.16

b. Oração solicitada para grupos especiais (1) nossos inimigos, Mt 5.44 (2) trabalhadores cristãos, Hebreus 13.18 (3) governantes, I Timóteo 2.2 (4) os doentes, Tiago 5.13-16 (5) infiéis, I João 5.16

III. Condições para oração respondida A. Nosso relacionamento com Cristo e com o Espírito

1. Permanece nEle, João 15.7 2. Em Seu nome, João 14.13, 14; 15.16; 16.23, 24 3. No Espírito, Efésios 6.18; Judas 20 4. De acordo com a vontade de Deus, Mateus 6.10; I João 3.22; 5.14, 15

B. Motivos 1. Não vacilando, Mateus 21.22; Tiago 1.6, 7 2. Humildade e arrependimento, Lucas 18.9-14 3. Pedindo errado, Tiago 4.3 4. Sem egoísmo, Tiago 4.2, 3

C. Outros aspectos

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1. Perseverança a. Lucas 18.1-8 b. Colossenses 4.2

2. Continuar pedindo a. Mateus 7.7, 8 b. Lucas 11.5-13 c. Tiago 1.5

3. Discórdia no lar, I Pedro 3.7 4. Livre de pecado conhecido

a. Salmo 66.18 b. Provérbios 28.9 c. Isaías 59.1, 2 d. Isaías 64.7

IV. Conclusão Teológica A. Que privilégio. Que oportunidade! Que dever e responsabilidade B. Jesus é nosso exemplo. O Espírito é nosso guia. O Pai está esperando ansiosamente. C. Isso poderia transformar você, sua família, seus amigos e o mundo.

TÓPICO ESPECIAL: ISCARIOTES

Judas tinha ouvido, observado e tido comunhão com o Senhor Jesus num alcance próximo por vários anos, mas aparentemente ele ainda tinha nenhum relacionamento com Ele por fé (cf. Mt 7.21-23). Pedro passou pela mesma intensidade de tentação como Judas, mas com resultados dramaticamente diferentes. Muita discussão tem acontecido sobre os motivos da traição de Judas:

1. foi primordialmente monetário (cf. João 1.26) 2. foi primordialmente político (cf. William Klassen, Judas Betrayer or Friend of Jesus?

[Judas Traidor ou Amigo de Jesus?]) 3. foi espiritual (cf. João 13.27) Sobre o assunto de influência satânica ou possessão demoníaca há vários recursos bons (listados na ordem daqueles que eu confio). 1. Merrill F. Unger, Biblical Demonology, Demons in the World Today [Demonologia

Bíblica, Demônios no Mnndo Hoje ] 2. Clinton E. Arnold, Three Crucial Questions About Spiritual Warfare [Três Questões

Cruciais Sobre Guerra Espiritual] de Clinton Antony 3. Kurt Koch, Christian Counseling and Occultism, Demonology Past and Present

[Aconselhamento Cristão e o Ocultismo, Demonologia Passado e Presente] 4. C. Fred Dickason, Demon Possession and the Christian [Possessão Demoníaca e o

Cristão] 5. John P. Newport, Demons, Demons, Demons [Demônios, Demônios, Demônios] 6. John Warwick Montgomery Principalities and Powers [Principados e Potestades], Tenha cuidado com mitos e superstições culturais. Satanás afeta Pedro em Mt 16.23 para

tentar Jesus da mesma maneira exata–Sua morte substitutiva. Satanás é consistente. Ele está tentando de qualquer maneira possível para a obra redentiva de Jesus em nosso favor.

1. a tentação de Jesus, Lucas 4 2. usa Pedro 3. usa Judas e o Sinédrio

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Jesus até descreve Judas como um diabo em João 6.70. A Bíblia não discute o assunto da possessão e influência demoníaca quando se relaciona aos crentes. Mas, os crentes são obviamente afetados pelas escolhas pessoais e mal pessoal!

A etimologia desta palavra é de algum modo obscuro; no entanto, há várias possibilidades: 1. Kerioth, uma cidade de Judá (cf. Js 15.25) 2. Kartan, uma cidade na Galiléia (cf. Js 21.32) 3. Karōides, uma palmeira de tâmara em Jerusalém ou Jericó 4. scortea, um avental ou uma bolsa de couro (cf. João 13.29) 5. ascara, estrangular (hebraico) de Mt 27.5 6. a faca de um assassino (grego), significando que ele era um Zelote como Simão (cf. Lucas

6.15). TÓPICO ESPECIAL: TIAGO, O MEIO IRMÃO DE JESUS

A. Ele era chamado “Tiago o Justo” e depois apelidado de “joelhos de camelo” porque constantemente orava sobre os joelhos (informação de Hegésipo, citado por Eusébio).

B. Tiago não era um crente até depois a ressurreição (cf. Marcos 3.21; João 7.5). Jesus apareceu a ele pessoalmente depois da ressurreição (cf. I Co 15.7).

C. Ele estava presente no cenáculo com os discípulos (cf. Atos 1.14) e possivelmente estava lá quando o Espírito veio no Pentecostes.

D. Ele era casado (cf. I Co 9.5). E. Ele é referido por Paulo como uma coluna (possivelmente um apóstolo, cf. Gl 1.19) mas

era não um dos Doze (cf. Gl 2.9; Atos 12.17; 15.13ss). F. Em Antiguidades dos Judeus 20.9.1, Josefo diz que ele foi apedrejado em 62 A.D. por

ordens dos saduceus do Sinédrio, enquanto uma outra tradição (dos escritores do segundo século, Clemente de Alexandria ou Hegésipo) diz que ele foi derrubado do muro do Templo.

G. Por muitas gerações depois da morte de Jesus, um parente de Jesus foi apontado líder da igreja em Jerusalém. TÓPICO ESPECIAL: JESUS E O ESPÍRITO

Há uma fluidez entre a obra do Espírito e do Filho. G. Campbel Morgan disse que o melhor nome para o Espírito é “o outro Jesus” (no entanto, eles são pessoas eternas, distintas). O seguinte é uma comparação de esboço da obra e títulos do Filho e do Espírito.

1. O Espírito chamado “Espírito de Jesus” ou expressões similares (cf. Rm 8.9; II Co 3.17; Gl 4.6; I Pe 1.11).

2. Ambos sendo chamados pelos mesmos termos a. “verdade”

1) Jesus (João 14.6) 2) Espírito (João 14.17; 16.13)

b. “advogado” 1) Jesus (I João 2.1) 2) Espírito (João 14.16, 26; 15.26; 16.7)

c. “Santo” 1) Jesus (Lucas 1:35; 14:26) 2) Espírito (Lucas 1:35)

3. Ambos habitam nos crentes

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a. Jesus (Mt 28.20; João 14.20 ,23; 15.4, 5; Rm 8.10; II Co 13.5; Gl 2.20; Ef 3.17: Cl 1.27)

b. Espírito (João 14.16, 17; Rm 8.9, 11; I Co 3.16; 6.19; II Tm 1.14) c. Pai (João 14.23; II Co 6.16).

TÓPICO ESPECIAL: JESUS COMO SUMO SACERDOTE

Hebreus é único no NT ao chamar Jesus sumo sacerdote. Há vários lugares no AT onde o Messias é descrito em termos sacerdotais (cf. Sl 110.4; Zc 3-4). Este tema será desenvolvido completamente nos capítulos 4.14-5.10 e 6.13-7.28.

Hebreus descreve a obra Sumo Sacerdotal de Jesus de varias maneiras. 1. expiação pelo pecado (cf. 2.17; 7.27; 9.14) 2. força para aqueles tentados pelo pecado (cf. 2.18) 3. graça em tempo de necessidade (cf. 4.15, 16) 4. traz vida eterna (cf. 5.9, 10) 5. intercessão em nome dos crentes (cf. 7.25) 6. confiança para se aproximar de um Deus santo (cf. 10.19-21)

TÓPICO ESPECIAL: JESUS O NAZARENO

Há vários termos gregos diferentes que o NT usa para falar de Jesus. A. Termos do NT

1. Nazaré – a cidade da Galiléia (cf. Lucas 1.26; 2.4, 39, 51; 4.16; Atos 10.38). Esta cidade não é mencionada em fontes contemporâneas, mas tem sido encontrada em inscrições posteriores. Por Jesus ser de Nazaré não era um cumprimento (João 1.46). A placa sobre a cruz de Jesus que incluía o nome deste lugar era um sinal do desprezo judaico.

2. Nazarēnos – parece referir-se também a uma localização geográfica (Lucas 4.34; 24.19).

3. Nazōraios– pode referir-se a uma cidade, mas poderia também ser um jogo no termo hebraico messiânico “renovo” ou (netzer, BDB 666, cf. Is 4.2; 11.1; 53.2; Jr 23.5 (BDB 855); 33.15; Zc 3.8; 6.12; no NT, Ap 22.16). Lucas usa isto para Jesus em 18.27 e Atos 2.22; 3.6; 4.10; 6.14; 22.8; 24.5; 26.9.

4. Relacionado com o nº 3 nāzir (BDB 634), que significa “alguém consagrado por meio de um voto”.

B. Usos históricos fora do NT. 1. Denotava um grupo herético judeu (pré-cristão) (aramaico nāsōrayyā). 2. Era usado em círculos judaicos para descrever os crentes em Cristo (Atos 24.5, 14;

28.22, nosri). 3. Tornou-se o termo comum para indicar os crentes nas igrejas sírias (aramaicas).

“Cristão” era usado nas igrejas gregas para indicar os crentes. 4. Algum tempo depois da queda de Jerusalém, os fariseus se reorganizaram em Jâmnia e

instigaram uma separação formal entre a sinagoga e a Igreja. Um exemplo do tipo de fórmulas de maldição contra os cristãos é encontrado em “As Dezoito Bênçãos” de Berakoth 28b-29a, que chama os crentes de “Nazarenos”. “Que os Nazarenos e hereges desapareçam num momento; eles serão apagados do livro da vida e não sejam inscritos com os fiéis”.

C. Opinião do autor

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Fiquei surpreso por tantas grafias do termo, embora eu saiba que isso não seja desconhecido no AT como “Josué” tem várias grafias diferentes em hebraico. Os seguintes itens fazem-se permanecer incerto quanto ao significado preciso:

1. A associação próxima com o termo messiânico “Renovo” (netzer) ou o termo similar nāzir (“alguém consagrado por meio de um voto”)

2. a conotação negativa da Galiléia 3. pouca ou nenhuma confirmação contemporânea à cidade de Nazaré na Galiléia 4. vindo da boca de um demônio num sentido escatológico (i.e., “vieste para nos

destruir?”). Para uma bibliografia completa dos estudos deste grupo de palavra, veja Colin Brown

(ed.), New International Dictionary of New Testament Theology [Novo Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento], vol. 2, p. 346 ou Raymond E. Brown, Birth [Nascimento], pp. 209-213, 223-225. TÓPICO ESPECIAL: APARIÇÕES DE JESUS PÓS-RESSURREIÇÃO

Jesus mostrou-Se a várias pessoas para confirmar a Sua ressurreição. 1. as mulheres no túmulo, Mt 28.9 2. os onze discípulos, Mt 28.16 3. Simão, Lucas 24.34 4. dois homens, Lucas 24.15 5. discípulos, Lucas 24.36 6. Maria Madalena, João 20.15 7. dez discípulos, João 20.19 8. onze discípulos, João 20.26 9. sete discípulos, João 21.1 10. Cefas (Pedro), I Co 15.5 11. os Doze (Apóstolos), I Co 15.5 12. 500 irmãos, I Co 15.6 (Mt 28.16, 17) 13. Tiago (Seu família terrena), I Co 15.7 14. todos os apóstolos, I Co 15.7 15. Paulo, I Co 15.8 (Atos 9) Obviamente alguns destas referem-se à mesma aparição. Jesus queria que eles soubessem

com certeza que Ele estava vivo! TÓPICO ESPECIAL: RETORNO DE JESUS

O NT como um todo está escrito dentro da visão de mundo do AT que afirmava 1. uma era do mal, rebelde, atual 2. uma nova era de justiça por vir 3. provocada pela agência do Espírito através da obra do Messias (o Ungido). A suposição teológica da revelação progressiva é exigida porque os autores do NT

modificam levemente a expectativa de Israel. Em vez de uma vinda militar, nacionalista (Israel) do Messias, há duas vindas. A primeira vinda é a encarnação da divindade na concepção e nascimento de Jesus de Nazaré. Ele veio como o “servo sofredor” não-militar, não-judicial de Isaías 53; e o humilde cavaleiro sobre o filhote de um jumento (não um cavalo de guerra ou mula real) de Zc 9.9. A primeira vinda iniciou a Nova Era Messiânica, o Reino de Deus na terra. Em

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um sentido o Reino está aqui, mas claro, em outro está ainda muito distante. É esta a tensão entre as duas vindas do Messias que, num sentido, é a sobreposição das duas eras judaicas que era invisível, ou pelo menos não clara, do AT. Na realidade, esta vinda dupla enfatiza o compromisso de YHWH de redimir toda humanidade (cf. Gn 3.15; 12.3; Êx 19.5 e a pregação dos profetas, especialmente Isaías e Jonas).

A igreja não está esperando o cumprimento da profecia do AT porque a maioria das profecias refere-se à primeira vinda (cf. Entendes o Que Lês?, pp. 217-218). O que os crentes realmente prevêem é a vinda gloriosa do Rei dos Reis e Senhor dos Senhores ressurreto, o cumprimento histórico esperado da nova era de justiça na terra como é no céu (cf. Mt 6.10). As apresentações do AT não eram imprecisas, mas incompletas. Ele virá novamente exatamente como os profetas previram no poder judicial e autoridade material de YHWH.

A Segunda Vinda não é um termo bíblico, mas o conceito é a visão de mundo e estrutura do NT inteiro. Deus corrigirá tudo. A comunhão entre Deus e a humanidade criada à Sua imagem será restaurada. O mal será julgado e removido. Os propósitos de Deus, não podem, não falharão! TÓPICO ESPECIAL: JOÃO 1 COMPARADO COM 1 JOÃO 1 Evangelho Carta

1. No princípio (1.1, 2) Do princípio (1.1) 2. Palavra (logos) (1.1) Palavra (logos) (1.1) 3. Vida (zōē) (1.4) Vida (zōē) (1.1, 2) 4. Luz em Jesus (1.4) Luz em Deus (1.5) 5. Luz revelada (1.4) Luz revelada (1.5) 6. Trevas (1.5) Trevas (1.5) 7. Testemunha da luz (1.6-8) Testemunha da luz (1.3, 5) 8. Homens levados a Deus (1.7, 12, 13) Homens levados a Deus (1.3) 9. Contemplada Sua Glória (1.14) Contemplada Sua Glória (1.1-3)

TÓPICO ESPECIAL: A CEIA DO SENHOR EM JOÃO 6 (MEU COMENTÁRIO, VOL. 4, JOÃO)

A. O Evangelho de João não registra a Ceia do Senhor, embora os capítulos 13-17 registrem o diálogo e a oração no Cenáculo. Essa omissão pode ser intencional. A igreja do final do primeiro século começou a ver as ordenanças num sentido sacramental, Eles os viam como canais de graça. João pode estar reagindo a essa visão sacramental em desenvolvimento não registrando o batismo de Jesus ou a Ceia do Senhor.

B. João 6 está no contexto da alimentação dos cinco mil. Contudo, muitos usam-no para ensinar uma visão sacramental da Eucaristia. Esta é a fonte da doutrina Católico Romana da transubstanciação (vv. 53-56). A questão sobre como o capítulo 6 se relaciona com a Eucaristia mostra a dupla natureza dos Evangelhos. Obviamente, os Evangelhos se relacionam com as palavras e a vida de Jesus, contudo eles foram escritos décadas depois e expressavam a comunidade da fé dos autores individuais. Assim, há três níveis de intenção autoral: (1) O Espírito; (2) Jesus e os ouvintes originais; e (3) Os escritores do Evangelho e seus ouvintes. Como alguém deve interpretar? O único método verificável deve ser uma abordagem contextual, gramatical e léxica, informados por um cenário histórico.

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C. Devemos lembrar que o público era judeu e a formação cultural era a expectativa rabínica do Messias sendo um Super-Moisés (cf. vv. 30-31), especialmente em relação às experiências do Êxodo como o “maná”. Os rabinos usariam Sl 72.16 como um texto-prova. As declarações comuns de Jesus (cf. vv. 60-62, 66) eram destinadas a contrapor às falsas expectativas Messiânicas da multidão (cf. vv. 14, 15).

D. Os pais da igreja primitiva concordavam todos que esta passagem se refere à Ceia do Senhor. Clemente de Alexandria, Orígenes e Eusébio nunca mencionam a Ceia do Senhor em suas discussões sobre esta passagem.

E. As metáforas desta passagem são muito similares às palavras de Jesus usadas com a “mulher no poço” em João 4. A água e o pão terrenos são usados como metáforas da vida eterna e das realidades espirituais.

F. Essa multiplicação dos pães é o único milagre registrado em todos os quatro Evangelhos! TÓPICO ESPECIAL:USO DE JOÃO DO VERBO “CRER” (o substantivo é raro) João combina primordialmente “crer” com uma preposição

1. eis significa “em”. Esta construção única enfatiza os crentes colocando sua confiança/fé em Jesus

a. no Seu nome (João 1.12; 2.23; 3.18; I João 5.13) b. nEle (João 2.11; 3.15, 18; 4.39; 6.40; 7.5, 31, 39, 48; 8.30; 9.36; 10.42; 11.45, 48;

12.37, 42; c. em Mim (João 6.35; 7.38; 11.25, 26; 12.44, 46; 14.1, 12; 16.9; 17.20) d. nAquele que Ele enviou (João 6.28, 29) e. no Filho (João 3.36, 9.35; I João 5.10) f. em Jesus (João 12.11) g. na Luz (João 12.36) h. em Deus (João 12.44; 14.1)

2. ev significa “em” como em João 3.15 (Marcos 1.15) 3. o caso dativo sem preposição (João 4.50; I João 3.23; 4.50; 5.10) 4. hoti, que significa “crer que”, dá conteúdo quanto ao que crer. Alguns exemplos são

a. Jesus é o Santo de Deus (6.69) b. Jesus é o Eu Sou (8.24) c. Jesus está no Pai e o Pai nEle (10.38) d. Jesus é o Cristo (11.27; 20.31) e. Jesus é o Filho de Deus (11.27; 20.31) f. Jesus foi enviado pelo Pai (11.42; 17.8, 21) g. Jesus é um com o Pai (14.10, 11) h. Jesus veio do Pai (16.27, 30) i. Jesus Se identificou no nome da aliança do Pai, “Eu Sou” (8.24; 13.19)

A fé bíblica está tanto numa pessoa como numa mensagem! É evidenciada por obediência, amor e perseverança. TÓPICO ESPECIAL: OS CRISTÃOS DEVERIAM JULGAR UNS AOS OUTROS?

Este assunto deve ser tratado de duas maneiras 1. os crentes são admoestados a não julgar uns aos outros (cf. Mt 7.1-5; Lucas 6.37, 42; Rm

2.1-11; Tg 4.11, 12)

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2. os crentes são admoestados a avaliar os líderes (cf. Mt 7.6, 15, 16; I Co 14.29; I Ts 5.21; I Tm 3.1-13; e I João 4.1-6)

Alguns critérios para avaliação adequada podem ser úteis. 1. a avaliação deveria ser para o propósito de afirmação (cf. I João 4.1 – “testar” para

aprovação) 2. a avaliação deve ser feita em humildade e delicadeza (cf. Gl 6.1) 3. a avaliação não deve focar nas questões de preferência pessoal (cf. Rm 14.1-23; I Co 8.1-

13; 10.23-33) 4. A avaliação deveria identificar aqueles líderes que tenham “nenhum pretexto para crítica”

de dentro da Igreja ou da comunidade (cf. I Timóteo 3) TÓPICO ESPECIAL: O KERYGMA DA IGREJA PRIMITIVA

A. As promessas por Deus feitas no Antigo Testamento têm sido agora cumpridas com a vinda de Jesus o Messias (Atos 2.30; 3.19, 24; 10.43; 26.6, 7, 22; Rm 1.2-4; I Tm 3.16; Hb 1.1, 2; I Pedro 1.10-12; 2 Pedro 1.18, 19).

B. Jesus foi ungido como Messias por Deus no Seu batismo (Atos 10.38). C. Jesus começou Seu ministério na Galiléia depois do Seu batismo (Atos 10.37). D. Seu ministério foi caracterizado por fazer o bem e realizar obras poderosas através do

poder Deus (Marcos 10.45; Atos 2.22; 10.38). E. O Messias foi crucificado de acordo com o propósito eterno de Deus (Marcos 10.45; João

3.16; Atos 2.23; 3.13-15, 18; 4.11; 10.39; 26.23; Rom. 8.34; I Co 1.17, 18; 15.3; Gl 1.4; Hb 1.3; I Pedro 1.2, 19; 3.18; I João 4.10).

F. Ele foi ressuscitado dos mortos e apareceu aos Seus discípulos (Atos 2.24, 31, 32; 3.15, 26; 10.40, 41; 17.31; 26.23; Rm 8.34; 10.9; I Co 15.4-7, 12ss; I Ts 1.10; I Tm 3.16; I Pedro 1.2; 3.18, 21).

G. Jesus foi exaltado por Deus e recebeu o nome de “Senhor” (Atos 2.25-29, 33-36; 3.13; 10.36; Rm 8.34; 10.9; I Tm 3.16; Hb 1.3; I Pedro 3.22).

H. Ele deu o Espírito Santo para formar uma nova comunidade de Deus (Atos 1.8; 2.14-18, 38, 39; 10.44-47; I Pedro 1.12).

I. Ele virá novamente para juízo e restauração de todas as coisas (Atos 3.20, 21; 10.42; 17.31; I Co 15.20-28; I Ts 1.10).

J. Todos que ouvem a mensagem deveriam arrepender-se e ser batizados (Atos 2.21, 38; 3.19; 10.43, 47, 48; 17.30; 26.20; Rm 1.17; 10.9; I Pedro 3.21).

Este esboço servia como a proclamação essencial da igreja primitiva, embora os diferentes autores do Novo Testamento possam deixar uma porção ou enfatizar particulares na sua pregação. Todo o Evangelho de Marcos segue bem de perto o aspecto petrino do kerygma. Marcos é tradicionalmente visto como quem estrutura os sermões de Pedro, pregados em Roma, num Evangelho escrito. Tanto Mateus quanto Lucas seguem a estrutura básica de Marcos. TÓPICO ESPECIAL: O REINO DE DEUS

No AT YHWH era imaginado como o Rei de Israel (cf. I Sm 8.7; Sl 10.16; 24.7-9; 29.10;

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44.4; 89.18; 95.3; Is 43.15; 44.4, 6) e o Messias como o rei ideal (cf. Sl 2.6; Is 9.6, 7; 11.1-5). Com o nascimento de Jesus em Belém (6-4 a.C.) o reino de Deus irrompeu na história humana como poder e redenção novos (nova aliança, cf. Jr 31.31-34; Ez 36.27-36). João Batista proclamou a proximidade do reino (cf. Mt 3.2; Marcos 1.15). Jesus claramente ensinou que o reino estava presente nEle mesmo e Seus ensinos (cf. Mt 4.17, 23; 9.35; 10.7; 11.11, 12; 12.28; 16.19; Marcos 12.34; Lucas 10.9, 11; 11.20; 12.31, 32; 16.16; 17.21). Contudo o reino é também futuro (cf. Mt 16.28; 24.14; 26.29; Marcos 9.1; Lucas 21.31; 22.16, 18).

Nos paralelos Sinóticos em Marcos e Lucas, nós encontramos a frase, “o reino de Deus”. Este tópico comum dos ensinos de Jesus envolvia o reinado presente de Deus nos corações do ser humano, que um dia será consumado sobre toda a terra. Isto é refletido na oração de Jesus em Mt 6.10. Mateus, escrito para os judeus, preferiu a frase que não usava o nome de Deus (Reino dos Céus), enquanto Marcos e Lucas, escrevendo para os gentios, usaram a designação comum, empregando o nome da divindade.

Esta é uma frase tão chave nos Evangelhos Sinóticos. O primeiro e o último sermões de Jesus, e a maioria das Suas parábolas, trataram deste tópico. Refere-se ao reinado de Deus nos corações humanos agora! É surpreendente que João use esta frase apenas duas vezes (e nunca nas parábolas de Jesus). No evangelho de João “vida eterna” é uma metáfora-chave.

A tensão com esta frase é causada pelas duas vindas de Cristo. O AT focou apenas em uma das duas vindas do Messias de Deus – uma vida militar, de julgamento, gloriosa – mas o NT mostra que Ele veio a primeira vez como o Servo Sofredor de Is 53 e o rei humilde de Zc 9.9. As duas eras judaicas, a era da iniqüidade e a nova era de justiça, se sobrepõem. Jesus atualmente reina nos corações dos crentes, mas um dia reinará sobre toda a criação. Ele virá como o AT previu! Os crentes vivem “o já” versus “o ainda não” do reino de Deus (cf. Entendes O Que Lês? Gordon D. Fee e Douglas Stuart, pp. 175-178). TÓPICO ESPECIAL: KOINŌNIA

O termo “comunhão” (koinōnia) significa 1. associação próxima com uma pessoa

a. com o Filho (cf. I João 1.6; I Co 1.9) b. com o Espírito (cf. II Co 13.13; Fp 2.1) c. com o Pai e o Filho (cf. I João 1.3) d. com outros irmãos/irmãs da aliança (cf. I João 1.7; Atos 2.42; Gl 2.9; Filemom 17)

2. associação próxima com coisas ou grupos a. com o evangelho (cf. Fp 1.5; Filemom 6) b. com o sangue de Cristo (cf. I Co 10.16) c. não com as trevas (cf. II Co 6.14) d. com o sofrimento (cf. Fp 3.10; 4.14; I Pe 4.13)

3. doação ou contribuição feita de maneira generosa (cf. Rm 12.13; 15.26; II Co 8.4; 9.13; Fp 4.15; Hb 13.16)

4. o presente da graça de Deus através de Cristo, que restaura a comunhão da humanidade com Ele e seus irmãos e irmãs

Isto afirma o relacionamento horizontal (humano com humano) que é provocado pelo

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relacionamento vertical (humano com Criador). Isso também enfatiza a necessidade e alegria da comunidade cristã. O tempo verbal enfatiza o começo e a continuação desta experiência de comunidade (cf. 1.3 [duas vezes], 6, 7). O cristianismo é coletivo!

TÓPICO ESPECIAL: USO DE PAULO DE KOSMOS (MUNDO)

Paulo usa o termo kosmos de várias maneiras. 1. toda a ordem criada (cf. Rm 1.20; Ef 1.4; I Co 3.22; 8.4, 5) 2. este planeta (cf. II Co 1.12; Ef 1.10; Cl 1.20; I Tm 1.15; 3.16, 6.7) 3. seres humanos (cf. Rm 3.6, 19; 11.15; I Co 1.27, 28; 4.9, 13; II Co 5.19; Cl 1.6) 4. seres humanos organizados e funcionando à parte de Deus (cf. I Co 1.20, 21; 2.12; 3.19;

11.32; Gl 4.3; Ef 2.2, 12; Fp 2.15; Cl 2.8, 20-23). É muito similar ao uso de João (i.e., I João 2.15-17)

5. as estruturas atuais do mundo (cf. I Co 7.29-31; Gl 6.14, similar a Fp 3.4-9, onde Paulo descreve as estruturas judaicas)

De algumas maneiras essas se sobrepõem e é difícil de categorizar cada uso. Este termo, como tantos no pensamento de Paulo, deve ser definido pelo contexto imediato não uma definição pré-estabelecida. A terminologia de Paulo era fluida (cf. A Man in Christ [Um Homem em Cristo] de James Stewart). Ele não estava tentando estabelecer uma teologia sistemática, mas proclamar a Cristo. Ele transforma tudo! TÓPICO ESPECIAL: KTISIS

Este termo, ktisis, é usado numa variedade de sentidos no NT. O Léxico de Louw e Nida lista as seguintes possibilidades.

1. criação (a arte da criação, cf. Marcos 13.19; Rm 1.20; Ef 3.9) 2. criatura (aquela que é criada viva, cf. Marcos 10.6; Rm 1.25; 8.39; Cl 1.15; 23) 3. universo (tudo que foi criado, cf. Marcos 13.19; Rm 8.20; Hb 9.11) 4. instituição (cf. I Pe 2.13, nº 42.39) 5. autoridade (cf. I Pe 2.13, nº 37.47) Paulo também personifica a criação em Rm 8.18-25. Ele caracteriza a nova criação de Deus,

a nova era, a era do Espírito em II Co 5.17 e Gl 6.15. Os crentes deveriam viver como cidadãos da nova era (cf. Rm 6.4) TÓPICO ESPECIAL: IMPOSIÇÃO DE MÃOS NA BÍBLIA

Esse gesto de envolvimento pessoal é usado de várias maneiras diferentes na Bíblia. 1. tomada de juramento (i.e., mão debaixo da coxa [Gn 24.2, 9; 47.29]) 2. passar a liderança familiar (cf. Gn 48.18) 3. identificar-se com a morte de um animal sacrificial como substituto

a. sacerdotes (cf. Êx 29.10, 15, 19; Lv 16.21; Nm 8.12) b. pessoas leigas (cf. Lv 1.4; 3.2, 8; 4.4, 15, 24; II Cr 29.23)

4. separar pessoas para servirem a Deus numa tarefa especial ou ministério (cf. Nm 8.10; 27.18, 23; Dt 34.9; Atos 6.6; 13.3; I Tm 4.14; 5.22; II Tm 1.6)

5. participar do apedrejamento judicial de um pecador (cf. Lv 24.14) 6. a mão na boca de alguém denota silêncio ou aquiescência (cf. Jz 18.19; Jó 21.5; 29.9;

40.4; Miquéias 7.16)

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7. a mão na própria cabeça de alguém significa tristeza/pesar (II Sm 13.19) 8. receber uma benção para saúde, felicidade e santidade (cf. Mt 19.13, 15; Marcos 10.16) 9. relativa a cura física (cf. Mt 9.18; Marcos 5.23; 6.5; 7.32; 8.23; 16.18; Lucas 440; 13.13;

Atos 9.17; 28.8) 10. Receber o Espírito Santo (cf. Atos 8.17-19; 9.17; 19.6)

Há uma falta surpreendente de uniformidade nas passagens que têm sido historicamente

usadas para apoiar o estabelecimento eclesiástico de líderes (i.e., ordenação). 1. Em Atos 6.6 é o Apóstolo que impõe as mãos sobre os sete para o ministério local. 2. Em Atos 13.3 são os profetas e mestres que impõem as mãos sobre Barnabé e Paulo para

o serviço missionário. 3. Em I Tm 4.14 são os anciãos locais que estavam envolvidos no inicial chamado e

estabelecimento de Timóteo 4. Em II Tm 1.6 é Paulo que impõe as mãos sobre Timóteo. Essa diversidade e ambigüidade, ilustra a falta de organização na igreja do primeiro século.

A igreja primitiva era muito mais dinâmica e usava regularmente os dons espirituais dos crentes (cf. I Co 14). O NT não foi escrito para advogar ou delinear um modelo governamental ou procedimento ordenatório. TÓPICO ESPECIAL: FERMENTO

O termo “fermento” (zumē) é usado em dois sentidos tanto no AT quanto no NT: 1. um sentido de corrupção e, portanto, um símbolo do mal

a. Êx 12.15; 13.3, 7; 23.18; 34.25; Lv 2.11; 6.17; Dt 16.3 b. Mt 16.6, 11 Marcos 8.15; Lucas 12.1; Gl 5.9; I Co 5.6-8

2. um sentido de permeação e, portanto, influência, não um símbolo do mal a. Lv 7.13; 23.17; Amós 4.5 b. Mt 13.33; Lucas 13.20, 21

Somente o contexto pode determinar o significado desta palavra (que é verdadeiro para todas as palavras!). TÓPICO ESPECIAL: ORIGEM HEBRAICA E GREGA DO LOGOS

Origem do termo Logos 1. origem hebraica

a. o poder da palavra falada (Is 55.11; Sl 33.6; 107.20; 147.15, 18), como na Criação (Gn 1.3, 6, 11, 14, 20, 24, 26, 29) e a bênção patriarcal (Gn 27.1ss; 49.1)

b. Provérbios 8.12-23 personifica a “Sabedoria” como a primeira criação de Deus e agente de toda a criação (cf. Sl 33.6 e a não-canônica Sabedoria de Salomão, 9.9)

c. os Targuns (traduções e comentários aramaicos) substituem a frase “Palavra de Deus” por logos por causa do seu desconforto com termos antropomórficos

2. origem grega a. Heráclito – o mundo estava em fluxo; o logos impessoal divino e imutável o mantinha

unido e guiava o processo de mudança b. Platão – o logos impessoal e imutável mantinha os planetas no curso e determinava as

estações c. Estóicos – o logos era a “razão do mundo” ou administrador, mas era semi-pessoal

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d. Filo – ele personificou o conceito de logos como “Sumo Sacerdote que colocava a alma do homem diante de Deus”, ou “a ponte entre o home e Deus”, ou “a cana do leme pela qual o Piloto do universo conduz todas as coisas” (kosmocrater) TÓPICO ESPECIAL: MÁGICA Nos tempos antigos parece haver vários tipos de indivíduos e grupos envolvidos em diferentes espécies de mágica.

1. Havia uma casta sacerdotal da Média envolvida em astrologia chamada caldeus (cf. Dn 1.20; 2.2, 10, 27; 4.7, 9; 5.11; Mt 2.1, 7, 16). Heródoto os chama de “sacerdotes da Média”. Eles estavam envolvidos em predizer e controlar eventos futuros baseados no movimento e configuração dos deuses astrais (ou seja, planetas, estrelas, constelações, cometas).

2. Há um grupo contraponto filosófico, matemático na vida grega conhecido como os pitagóricos.

3. A maioria dos grupos mágicos era constituída por pessoas que alegavam ser capazes de manipular as forças sobrenaturais ou naturais (cf. Gn 41.8, 24; Êx 7.11, 22; 8.7, 19; 9.11). Muitas vezes, essas forças (ou deuses) eram vistas estar em conflito com a humanidade e tomando o lado dessa força ou daquela força o possuidor do conhecimento poderia controlar as forças para ganho pessoal (cf. os papiros mágicos dos séculos terceiro e quarto A.D.). Estes indivíduos poderiam:

a. prever eventos futuros b. controlar eventos futuros; c. interpretar eventos futuros e sonhos d. amaldiçoar ou proteger outros indivíduos, cidades, nações, exércitos, etc.

4. Mágicos como em Atos 8.9, 11 alegavam ser capazes de manipular as forças impessoais da natureza ou as forças pessoais (demoníacas) para realizarem a vontade deles. Isso muitas vezes envolvia ritos mágicos e encantamento.

5. “Verdadeiros” mágicos muitas vezes atacavam outros mágicos que não realizavam os ritos e liturgias corretamente. Esses eram chamados charlatões e enganadores (cf. Atos 13.6, 8; 19.13).

6. O poder do evangelho é visto no ministério de Paulo em Éfeso onde ex-mágicos se convertidos à fé em Cristo queimaram os seus dispendiosos livros mágicos (i.e., como realizar adequadamente encantamentos, ritos e liturgias, cf. Atos 19.19).

7. Para mais leitura a. Susan Garrett, The Demise of the Devil [O Fracasso do Diabo], Fortress Press, 1989 b. Unger, Biblical Demonology [Demonologia Bíblica], Scripture Press, 1967 c. Hendrik Berkhof, Christ and the Powers [Cristo e as Potestades], Herald Press, 1977 d. Waller Wink, Naming the Powers [Nomeando as Potestades], Fortress Press, 1984 e. Clinton Arnold, Three Crucial Questions About Spiritual Warfare [Três Questões

Cruciais Sobre Guerra Espiritual], Baker, 1997 TÓPICO ESPECIAL: MARANATHA

Esta é uma frase aramaica que reflete uma afirmação teológica litúrgica de uma igreja primitiva palestina para (1) a divindade de Jesus (Salmo 110) ou (2) a Segunda Vinda de Jesus (Atos 3.19-21). Seu significado depende de como alguém divide a palavra:

1. “Nosso Senhor, venha” (i.e., marana-tha) é o siginificado de uma frase imperativa similar

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em Ap 22.20. Portanto, muitos tradutores presumem esse significado aqui. Se for o caso, então seria uma oração para o retorno de Jesus.

2. “Nosso Senhor veio” (i.e., maran-atha) seria um perfeito aramaico. Esta é a tradução que Crisóstomo (345-407 A.D.) preferiu, que fala da encarnação de Jesus.

3. “Nosso Senhor está vindo” refletiria um perfeito hebraico profético, que é usado por muitos para supor um motivo para o serviço cristão. A Segunda Vinda tem sido sempre um encorajamento para os crentes em todas as eras.

4. O Didaquê (escrito no final do primeiro ou segundo século) 10.6 usa esta mesma frase no contexto da Ceia do Senhor onde a presença atual e a vinda futura, escatológica de Jesus são ambas enfatizadas nas orações. TÓPICO ESPECIAL: MESSIAS

Isto é tirado da minha nota de comentário em Daniel 9.6. A dificuldade ao interpretar este versículo é por causa dos possíveis significados associados com o termo Messias ou ungido (BDB 603).

1. usado para reis judeus (e.g., I Sm 2.10; 12.3) 2. usado para sacerdotes judeus (e.g., Lv 4.3, 5) 3. usado para Ciro (cf. Is 45.1) 4. nº 1 e nº 2 são combinados em Salmo 110 e Zacarias 4 5. usado para a vinda especial de Deus, Rei Davídico para trazer a nova era de justiça.

a. linhagem de Judá (cf. Gn 49.10) b. casa de Jessé (cf. II Samuel 7) c. reinado universal (cf. Salmo 2; Is 9.6; 11.1-5; Mq 5.1-4ss)

Eu pessoalmente sou atraído para a identificação de “um ungido” com Jesus de Nazaré por causa de

1. a apresentação de um Reino eterno em Daniel 2 durante o quarto império 2. a apresentação de “um filho de homem” em Dn 7.13 sendo dando um reino eterno 3. as orações redentivas de Dn 9.24, que apontam para uma culminação da história do

mundo caído 4. o uso de Jesus do livro de Daniel no NT (cf. Mt 24.15; Marcos 13.14)

TÓPICO ESPECIAL: MONOTEÍSMO

O conceito de “monoteísmo” (um e somente um Deus), não apenas o “deus elevado” do politeísmo ou o deus bom do dualismo iraniano (zoroastrismo), é único a Israel (Abraão, 2000 a.C.). Somente uma rara exceção brevemente no Egito (Amenotepe IV, também conhecido como Akhenaten, 1367-1350 ou 1386-1361 a.C.).

Este conceito é expresso em várias frases do AT. 1. “ninguém há como o SENHOR, nosso Deus”, Êx 8.10; 9.14; Dt 33.26; I Rs 45.21; 44.6,

8; 45.6, 21 2. “nenhum outro há, senão ele”, Dt 4.35, 39; 32.39; I Sm 2.2; II Sm 2.5; Tiago 2.19 3. “é o único SENHOR”, Dt 6.4; Rm 3.30; I Co 8.4, 6; I Tm 2.5; Tiago 2.19 4. “não há semelhante a ti”, II Sm 7.22; Jr 10.6 5. “só tu és Deus!”, Sl 86.10; Is 37.6 6. “antes de mim deus nenhum se formou, e depois de mim nenhum haverá”, Is 43.10 7. “não há outro; além de mim...não há outro”, Is 45.5, 6, 22

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8. “não há outro que seja Deus”, Is 45.14, 18 9. “não há outro Deus, senão eu”, Is 45.21 10. “não há outro...não há outro semelhante a mim”, Is 46.9 Deve ser admitido que esta doutrina crucial tem sido revelada de maneiras progressivas. As

primeiras declarações poderiam ser compreendidas com “henoteísmo” ou monoteísmo prático (há outros deuses, mas somente um deus para nós, cf. Êx 15.11; 20.2-5; Dt 3.28; 5.7; 6.4, 14; 10.17; 32.12; I Rs 8.23; Sl 83.18; 86.8; 136.12).

Os primeiros textos que começam a denotar uma singularidade (monoteísmo filosófico) são primitivos (cf. Êx 8.10; 9.14; Dt 4.35, 39; 33.26). As afirmações plenas e completas são encontradas em Isaías 43-46 (cf. 43.11; 44.6, 8; 45.7, 14, 18, 22; 46.5, 9).

O NT alude a Dt 6.4 em Rm 3.30; I Co 8.4, 6; Ef 4.6; I Tm 2.5; e Tiago 2.19. Jesus o cita como o primeiro mandamento em Mt 22.36, 37; Marcos 12.29, 30; Lucas 10.27. o AT, assim como o NT, afirma a realidade de outros seres espirituais (demônios, anjos), mas somente um Deus (YHWH, Gn 1.1) criador/redentor .

1. Deus é um e único (a ontologia é suposta, não espeficada) 2. Deus é pessoal (cf. Gn 1.26, 27; 3.8) 3. Deus é ético (cf. Êx 34.6; Ne 9.17; Sl 103.8-10) 4. Deus criou os seres humanos à Sua imagem (Gn 1.26, 27) para comunhão (i.e., nº 2). Ele

é Deus zeloso (cf. Êx 20.2, 3) Do NT 1. Deus tem três manifestações pessoais, eternas (veja Tópico Especial: A Trindade em 8.11) 2. Deus é perfeitamente e completamente revelado em Jesus (cf. João 1.1-14; Cl 1.15-19; Hb

1.2, 3) 3. O plano eterno de Deus para a humanidade caída é a oferta sacrificial do Seu único Filho

(Isaías 53; Marcos 10.45; II Co 5.21; Fp 2.6-11; Hebreus) TÓPICO ESPECIAL: A LEI MOSAICA E O CRISTÃO

A. A Lei é Escritura inspirada e é eterna (cf. Mt 5.17-19). B. A Lei como o caminho da salvação é nula e sempre tem sido, mas a humanidade tinha que

ver que o esforço dele/dela era fútil (cf. Mt 5.20; Rm 7.7; Gl 3.1ss; Tiago 2.10). C. O evangelho de Cristo é a único caminho para Deus (cf. João 14.6; Rm 3.21; Gl 2.15-21;

Hb 8.12). D. O Antigo Testamento ainda é útil para os crentes como a vontade de Deus para os seres

humanos em sociedade, mas não como o caminho da salvação. O culto Israel (sistema sacrificial, dias santos, leis religiosas e cívicas) cessou mas Deus ainda fala através do AT. As estipulações mencionadas em Atos 15.20 referem-se somente a questões de comunhão, não para salvação. TÓPICO ESPECIAL: AUTORIA DE MOISÉS DO PENTATEUCO

A. A Bíblia mesma não identifica o autor (como é verdadeiro de muitos livros do AT). Gênesis não tem nenhuma seção “eu” como Esdras, Neemias, ou “nós” como Atos.

B. Tradição Judaica 1. Antigos escritores judeus dizem que Moisés o escreveu

a. O Eclesiástico de Ben Siraque, 24.23, escrito por volta de 185 a.C. b. O Baba Bathra 14b, uma parte do Talmude que dá a autoria tradicional dos livros

do AT

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c. Filo de Alexandria, Egito, um filósofo judeu, que viveu por volta de 20 a.C. a 42 A.D.

d. Flávio Josefo, um historiador judeu, que viveu por volta de 37-70 A.D. 2. YHWH revela a verdade a Moisés

a. Diz-se que Moisés escreveu para o povo (1) Êxodo 17.14 (2) Êxodo 24.4, 7 (3) Êxodo 34.27, 28 (4) Números 33.2 (5) Deuteronômio 31.9, 22, 24-26

b. Diz-se que Deus falou através de Moisés para o povo (1) Deuteronômio 5.4, 5, 22 (2) Deuteronômio 6.1 (3) Deuteronômio 10.1

c. Diz-se que Moisés falou as palavras da Torá para o povo (1) Deuteronômio 1.1, 3 (2) Deuteronômio 5.1 (3) Deuteronômio 27.1 (4) Deuteronômio 29:2 (5) Deuteronômio 31.1, 30 (6) Deuteronômio 32.44 (7) Deuteronômio 33.1

3. Outros autores do AT o atribuem a Moisés a. Josué 8.31 b. II Reis 14.6 c. Esdras 6.18 d. Neemias 8.1; 13.1, 2 e. II Crônicas 25.4; 34.12; 35.12 f. Daniel 9.11 g. Malaquias 4.4

C. Tradição Cristã 1. Jesus atribui citações da Torá a Moisés

a. Mateus 8.4; 19.8 b. Marcos 1.44; 7.10; 10.5; 12.26 c. Lucas 5.14; 16.31; 20.37; 24.27, 44 d. João 5.46, 47; 7.19, 23

2. Outros autores do NT atribuem citações da Torá de Moisés a. Lucas 2.22 b. Atos 3.22; 13.39; 15.1, 15-21; 26.22; 28.23 c. Romanos 10.5, 19 d. I Coríntios 9.9 e. II Coríntios 3.15 f. Hebreus 10.28 g. Apocalipse 15.3

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3. A maioria dos Pais da Igreja aceitava a autoria Mosaica. Contudo, Irineu, Clemente de Alexandria, Orígenes e Tertuliano todos tiveram questionamentos sobre o relacionamento de Moisés com a forma canônica de Gênesis (cf. D. 2. na página 3).

D. Modernos estudiosos 1. Houve obviamente algumas adições editoriais na Torá (aparentemente para tornar o

trabalho antigo mais compreensível para os leitores contemporâneos, que tinha uma característica dos escribas egípcios):

a. Gênesis 12.6; 13.7; 14.14; 21.34; 32.32; 36.31; 47.11 b. Êxodo 11.3; 16.36 c. Números 12.3; 13.22; 15.22, 23; 21.14, 15; 32.33ss d. Deuteronômio 3.14; 34.6

2. Os antigos escribas eram altamente treinados e educados. Suas técnicas, contudo, diferenciavam de país para país:

a. Na Mesopotâmia, eles eram cuidadosos para não mudar nada, e ainda conferiam seus trabalhos com precisão. Aqui está uma nota de rodapé de um antigo escriba sumério de cerca de 1.400 a.C.: “o trabalho está completo do princípio ao fim, tendo sido copiado, revisado, comparado e verificado sinal por sinal”.

b. No Egito eles revisavam livremente os textos antigos para atualizá-los para os leitores contemporâneos. Os escribas de Qumran (i.e., Rolos do Mar Morto) seguiam essa abordagem.

3. Estudiosos do século 19 teorizaram que a Torá era um documento composto de muitas fontes durante um extenso período de tempo (Graff-Wellhausen). Essa teoria era baseada em:

a. os diferentes nomes para Deus b. aparentes parelhas no texto c. a forma literária dos relatos d. a teologia dos relatos

4. Supostas fontes e datas a. fonte J (uso de YHWH do sul de Israel) – 950 a.C. b. fonte E (uso de Elohim do norte de Israel) – 850 a.C. c. JE combinadas – 750 a.C. d. fonte D – 621 a.C. (o Livro da Lei, II Reis 22.8, descoberto durante a reforma de

Josias enquanto remodelava o Templo, que era supostamente o livro de Deuteronômio, escrito por um sacerdote desconhecido do tempo de Josias para apoiar sua reforma).

e. fonte P (reescrita sacerdotal do AT, especialmente o ritual e procedimento) – 400 a.C.

5. Houve obviamente diversas adições editoriais para a Torá. Os Judeus afirmam que a. O Sumo Sacerdote (ou um outro da sua família) no tempo do escrito b. Jeremias o Profeta c. Esdras o Escriba – IV Esdras diz que ele o reescreveu porque os originais foram

destruídos na queda de Jerusalém em 586 a.C. 6. Contudo, a teoria J.E.D.P. diz mais sobre nossas teorias e categorias literárias

modernas do que da Torá (R. K. Harrison em sem livro Introduction to the Old Testament [Intoduçã ao Antigo Testamento], pp. 495-541 e Tyndale’s Commentaries, “Leiviticus [Levítico]”, pg. 15-25).

7. Características da Literatura Hebraica

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a. Parelhas, como Gênesis 1 & 2, são comuns no hebraico. Geralmente uma descrição geral é dada, seguida por um relato específico. Isso pode ter sido uma maneira de acentuar as verdades ou auxiliar a memória oral.

b. Os antigos rabinos diziam que os dois nomes mais comuns para Deus têm significância teológica:

(1) YHWH – o nome da Aliança para a divindade como Ele se relaciona com Israel como Salvador e Redentor (cf. Sl 19.7-14; 103).

(2) Eloim – a divindade como Criador, Provedor e Sustentador de toda a vida na terra (cf. Sl 19.1-6; 104).

c. É comum na literatura não-bíblica do oriente próximo que uma variedade de estílos e vocabulário ocorram nas obras literárias unificadas (cf. R. K. Harrison, pg. 522-526).

8. Há uma teoria emergente de que havia escribas (em diferentes partes de Israel) trabalhando em diferentes partes do Pentateuco ao mesmo tempo sob a direção de Samuel (cf. I Sm 10.25). Essa teoria foi primeiro proposta por The Old Testament Problem [O Problema do Antigo Testamento] de E. Robertson.

E. A evidência da literatura do antigo Oriente Próximo implicam que Moisés usou documentos cuneiformes escritos ou tradições orais no estilo mesopotâmico (patriarcal) para escrever Gênesis. Isso de maneira nenhuma significa implicar uma diminuição da inspiração, mas é uma tentativa de explicar o fenômeno literário do livro de Gênesis (cf. New Discoveries in Babylonia about Genesis [Novas Descobertas na Babilônia sobre Gênesis] de P. J. Wiseman). Começando em Gênesis 37, uma marcante influência egípcia de estilo, forma e vocabulário parecem indicar que Moisés usou ou produções literárias ou tradições orais dos dias dos Israelitas tanto no Egito quanto na Mesopotâmia. A educação formal de Moisés era inteiramente Egípcia! A exata formação literária do Pentateuco é incerta. Eu acredito que Moisés é o compilador e autor da vasta maior parte do Pentateuco, embora ele tenha usado escritores e/ou tradições escritas e orais (patriarcais). Seus escritos foram atualizados por escribas posteriores. A historicidade e confiabilidade desses primeiros poucos livros do AT têm sido ilustrados pela arqueologia moderna. TÓPICO ESPECIAL: A LOCALIZAÇÃO DO MT. SINAI

A. Se Moisés estava falando literalmente e não figuradamente da “jornada de três dias" que solicitou de Faraó (3.18; 5.3; 8.27), que não era um tempo longo o bastante para eles chegarem ao local tradicional no sul da Península do Sinai. Portanto, alguns estudiosos colocam a montanha perto do oásis de Cades-Barnéia.

B. O local tradicional chamado "Jebel Musa", no deserto de Sim, tem várias coisas em seu favor.

1. A grande planície diante da montanha. 2. Deuteronômio 1.2 diz que foi uma viagem de onze dias do Mt. Sinai a Cades-Barnéia. 3. O termo "Sinai" é um termo não hebraico. Pode estar ligado ao Deserto de Sim, que se

refere a um pequeno arbusto do deserto. O nome hebraico para o monte é Horebe (i.e., deserto). 4. O Monte Sinai tem sido um local tradicional desde o quarto século A.D. Está na "terra

de Midiã", que incluía uma grande área da península do Sinai e Arábia. 5. Parece que a arqueologia tem confirmado a localização de algumas cidades

mencionadas em Êxodo (Elim, Dophkah, Refidim) como estando no lado ocidental da Península do Sinai.

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C. Os judeus nunca estiveram interessados na localização geográfica do Mt. Sinai. Eles acreditavam que Deus lhes deu a Lei e cumpriu Sua promessa de Gênesis 15.12, 21. "Onde" não era a questão e eles não tinham a intenção de retornar a este local (i.e., nenhuma peregrinação anual).

D. O local tradicional do Mt. Sinai não foi estabelecido até a Peregrinação de Sílvia, escrito por volta de 385-8 A.D. (cf. F. F. Bruce, Commentary on the Book of the Acts [Comentário do Livro de Atos], pg. 151). TÓPICO ESPECIAL: ÊXODO 20.13, ASSASSINATO I. Contexto

A. É necessário ser lembrado que mesmo os mandamentos que parecem ser de uma natureza social são realmente religiosos. A soberania de Deus sobre a criação e a redenção é esboçada nesses mandamentos. O mandamento para não matar é, no foco adequado, uma palavra sobre a imagem de Deus em cada ser humano e o cuidado e interesse de Deus pela vida humana.

B. É necessário ser lembrado que cada mandamento reflete a comunidade de fé. Suas implicações são tão amplas quanto toda a humanidade! II. Estudo de Palavra dos Termos Significativos

A. “Assassinato” 1. Este termo, rasah, חצר, BDB 953, significa tirar a vida. É usado somente quarenta e

seis vezes no AT. Há vários outros termos hebraicos coincidentes usados centenas de vezes. 2. O termo (rasah) parece ter um significado original limitado e um significado

expandido. a. Originalmente relacionava-se com tirar a vida de um companheiro de pacto de

uma maneira premeditada, legal, freqüentemente associado com “o parente remidor” ou “go’el”. Este uso envolvia premeditação, mas num sentido de vingança legal (cf. Nm 35.30-34; Lv 24.13-23). Na realidade a Lex Talionis, “olho por olho”, (cf. Gn 9.5, 6) era uma forma de limitar a vingança. Depois, as cidades de refúgio (Dt 4.41; Js 20.3) foram estabelecidas para que um membro da aliança que passional ou acidentalmente matasse um outro membro da comunidade pudesse fugir da ira da família da vítima.

b. Depois o termo veio a referir-se ao motivo ou atitude por trás de tirar uma vida. O conceito de “intencionalidade” torna-se o máximo (cf. Êx 21.12-14; Nm 35.11, 22; Dt 28.24).

c. Esta distinção torna-se muito significativa neste mandamento. Parece no contexto referir-se apenas a outros dentro da comunidade da aliança. Está relacionado com o parente remidor, ou vingança de sangue. Contudo, o termo é usado em passagens mais recentes que refletem o Decálogo, Oséias 4.2 e Jr 8.9, para referir-se a um assassinato. Esta palavra relaciona-se não apenas com a lei, mas com o motivo. Ela se expande do compatriota para o ser humano semelhante.

3. Este termo certamente não se relaciona com a nossa moderna questão ética de punição capital ou guerra. Os judeus nunca tiveram um problema com execução da comunidade ou guerra santa (ou, tampouco, guerra profana!).

4. A melhor tradução para nossa cultura moderna seria “assassinato premeditado”. III. Percepções Contextuais

A. O sexto, sétimo e oitavo mandamentos são constituídos de apenas duas palavras hebraicas. Eles são muito curtos e diretos.

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B. A vida, como tudo da criação, está relacionada com Deus. Como tratamos os outros reflete nossos pensamentos acerca de Deus. IV. Paralelos do Novo Testamento

A. Jesus 1. Sua expansão deste mandamento em Mt 5.21-26 dá-nos a orientação adequada para

nossa discussão moderna sobre como aplicar este texto ao nosso tempo. 2. Jesus obviamente moveu o Decálogo do terreno das ações para o terreno dos motivos.

Nós somos o que pensamos! “Como um homem pensa no seu coração, assim ele é”. A vida do pensamento é muito mais relevante e significativa do que nós normalmente lhe damos crédito.

B. João 1. Em João 3.5, este mesmo conceito de ódio sendo considerado assassinato é afirmado. 2. Os termos gregos usados em Mt 5.21ss e I João 3.5 são diferentes mas o significado é

essencialmente o mesmo. 3. Observe o aspecto positivo em I João 4.19-21.

V. Aplicação A. Embora um assassino não intencional possa escapar do vingador de sangue fugindo para

uma cidade de refúgio (cf. Nm 35; Josué 20), ele tinha que pagar a penalidade de confinamento naquela cidade até a morte do Sumo Sacerdote. As conseqüências do seu ato ainda permanecem!

B. Embora este versículo não se relacione diretamente com suicídio, como os antigos provavelmente nunca pensaram neste evento, o texto ainda dá um princípio espiritual concernente à santidade da vida humana.

C. Este texto, contudo, não fala uma palavra decisiva para a questão moderna de (1) punição capital ou (2) guerra. Para Israel, estas não eram coisas más em si mesmas. Os israelitas estavam envolvidos nestes dois atos. Ainda, o princípio da significância da vida feita à imagem de Deus e sob Seu controle é uma verdade importante nesta área.

D. Este texto realmente fala uma palavra necessária sobre a dignidade e a santidade da vida humana! Nós na comunidade crente somos mordomos, não apenas de nossas próprias ações, mas da nossa sociedade. O dom da vida é tanto individual quanto coletivo.

Nós somos tão responsáveis pelo abuso físico, social e psicológico dos nossos próprios corpos como somos do abuso físico, social e psicológico dos outros da nossa comunidade. Isto é especialmente verdadeiro numa cultura como a nossa onde somo permitidos falar e, portanto, mudar o sistema. Nós somos o guardador dos nossos irmãos! TÓPICO ESPECIAL: MISTÉRIO NOS EVANGELHOS

A. Nos Evangelhos Sinóticos “mistério” é usado para a percepção espiritual obtida das parábolas de Jesus.

1. Marcos 4.11 2. Mateus 13.11 3. Lucas 8.10

B. Paulo o usa de várias diferentes maneiras. 1. Um endurecimento parcial de Israel para permitir aos Gentios serem incluídos. Esse

influxo dos Gentios funcionará como um mecanismo para os Judeus aceitarem a Jesus como o Cristo da profecia (cf. Rm 11.25-32).

2. O evangelho feito conhecido para as nações, contando-lhes que eles foram todos incluídos em Cristo e através de Cristo (cf. Rm 16.25-27; Cl 2.2).

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3. Os novos corpos dos crentes na Segunda Vinda (cf. I Co 15.5-57; I Ts 4.13-18). 4. A agregação de todas as coisas em Cristo (cf. Ef 1.8-11). 5. Os gentios e judeus como co-herdeiros (cf. Ef 2.11-3.13). 6. A intimidade do relacionamento entre Cristo e a Igreja descritos em termos de

casamento (cf. Ef 5.22-33). 7. Os gentios incluídos no povo da aliança e habitados pelo Espírito de Cristo de para

produzir a maturidade da semelhança a Cristo, ou seja, restaurar a imagem manchada de Deus no homem (cf. Gn 1.26, 27; 5.1; 6.5,11-13; 8.21; 9.6; Cl 1.26-28).

8. O Anti-Cristo do fim dos tempos (II Ts 2.1-11). 9. Um hino da igreja primitiva sobre o mistério do evangelho é encontrado em I Tm3.16.

C. No Apocalipse de João é usado para o significado dos símbolos apocalípticos de João. 1. 1.20 2. 10.7 3. 17.5, 6

D. Essas são verdades que os homens não podem descobrir; elas devem ser reveladas por Deus. Essas percepções são cruciais para a verdadeira compreensão do plano eterno de Deus para a redenção de todas as pessoas (cf. Gn 3.15). TÓPICO ESPECIAL: MISTÉRIO

Deus tem um propósito unificado para a redenção da humanidade que até mesmo precedeu a queda (cf. Gênesis 3). Pistas desse plano são reveladas no AT (cf. Gn 3.15; 12.3; Êx 19.5, 6; e as passagens universais nos profetas). Contudo esta pauta plena não era clara (cf. I Co 2.6-8). Com a vinda de Jesus e do Espírito começa a tornar-se mais óbvia. Paulo usou o termo “mistério” para descrever este plano redentivo total (cf. I Co 4.1; Ef 6.19; Cl 4.3; I Tm 1.9). No entanto, ele o usou em vários sentidos diferentes.

1. Um endurecimento parcial de Israel para permitir os gentios serem incluídos. Este influxo de gentios funcionará como um mecanismo para os judeus aceitarem Jesus como o Messias da profecia (cf. Rm 11.25-32).

2. O evangelho foi tornado conhecido a todas as nações, que todos são potencialmente incluídos em Cristo e através de Cristo (cf. Rm 16.25-27; Cl 2.2).

3. Os novos corpos dos crentes na Segunda Vinda (cf. I Co 15.5-57; I Ts 4.13-18). 4. A agregação de todas as coisas em Cristo (cf. Ef 1.8-11). 5. Os gentios e judeus são co-herdeiros (cf. Ef 2.11-3.13). 6. A intimidade do relacionamento entre Cristo e a Igreja descrita em termos de casamento

(cf. Ef 5.22-33). 7. Os gentios incluídos no povo da aliança e habitados pelo Espírito de Cristo para produzir

maturidade semelhante a Cristo, ou seja, restaurar a imagem manchada de Deus na humanidade caída (cf. Gn 6.5, 11-13; 8.21) de Deus no homem (cf. Gn 1.26, 27; 5.1; 9.6; Cl 1.26-28).

8. O anticristo do fim dos tempos (cf. II Ts 2.1-11). 9. Um resumo do mistério da igreja primitiva é encontrado em I Tm 3.16.

Page 137: NT Special Topics Portuguese

TÓPICO ESPECIAL: OS NOMES PARA A DIVINDADE

A. El (BDB 42, KB 48) 1. O significado original do termo genérico antigo para a divindade é incerto, embora

muitos eruditos acreditem que ele vem da raiz acádia, “ser forte” ou “ser poderoso” (cf. Gn 17.1; Nm 23.19; Dt 7.21; Sl 50.1).

2. No panteão cananeu o deus eminente é El (textos de Ras Shamra) 3. Na Bíblia El é freqüentemente composto com outros termos. Estas combinações se

tornaram uma maneira de caracterizar Deus. a. El-Elyon (Deus Altíssimo, BDB 42 & 751 II), Gn 14.18-22; Dt 32.8; Is 14.14 b. El-Roi (“Deus que vê” ou “Deus que Se revela”, BDB 42 & 909), Gn 16.13 c. El-Shaddai (“Deus Todo-poderoso” ou “Deus de todo compaixão” ou “Deus da

montanha”, BDB 42 & 994), Gn 17.1; 35.11; 43.14; 49.25; Êx 6.3 d. El-Olam (“o Deus Eterno”, BDB 42 & 761), Gn 21.33. Este termo é

teologicamente ligado à promessa de Deus a Davi, II Sm 7.13, 16 e. El-Berite (“Deus da Aliança”, BDB 42 & 136), Jz 9.46

4. El é igualado com a. YHWH em Sl 85.8; Is 42.5 b. Elohim em Gn 46.3; Jó 5.8, “Eu sou El, o Elohim de teu pai” c. Shaddai em Gn 49.25 d. “zeloso” em Êx 34.14; Dt 4.24; 5.9; 6.15 e. “misericordioso” em Dt 4.31; Ne 9.31; f. “grande e temível” em Dt 7.21; 10.17; Ne 1.5; 9.32; Dn 9.4 g. “conhecimento” em I Sm 2.3 h. “minha fortaleza e minha força” em II Sm 22.33 i. “meu vingador” em II Sm 22.48 j. “o santo” em Is 5.16 k. “forte” em Is 10.21 l. “minha salvação” em Is 12.2 m. “grande e poderoso” em Jr 32.18 n. “retribuição” em Jr 51.56

5. Uma combinação de todos os principais nomes do AT para Deus é encontrada em Josué 22.22 (El, Elohim, YHWH, repetidos)

B. Elyon (BDB 751, KB 832) 1. Seu significado básico é “alto”, “exaltado” ou “elevado” (cf. Gn 40.17; I Rs 9.8; II Rs

18.17; Ne 3.25; Jr 20.2; 36.10; Sl 18.13). 2. É usado num sentido paralelo a vários outros nomes/títulos de Deus.

a. Elohim – Sl 47.1, 2; 73.11; 107.11 b. YHWH – Gn 14.22; II Sm 22.14 c. El-Shaddai – Sl 91.1, 9 d. El – Nm 24.16 e. Elah – usado muitas vezes em Daniel 2-6 e Esdras 4-7, ligado com illair (aramaico

para “Deus Elevado”) em Dn 3.26; 4.2; 5.18, 21 3. É muitas vezes usado por não-israelitas.

a. Melquisedeque, Gn 14.18-22

Page 138: NT Special Topics Portuguese

b. Balaão, Nm 24.16 c. Moisés, falando das nações em Dt 32.8 d. Evangelho de Lucas no NT, escrevendo aos gentios, também usa o equivalente

grego Hupsistos (cf. 1.32, 35, 76; 6.35; 8.28; Atos 7.48; 16.17) C. Elohim (plural), Eloah (singular), usado fundamentalmente em poesia (BDB 43,KB 52)

1. Este termo não é encontrado fora do Antigo Testamento. 2. Esta palavra pode designar o Deus de Israel ou os deuses das nações (cf. Êx 3.6; 20.3).

A família de Abraão era politeísta (cf. Js 24.2). 3. Pode referir-se aos juízes israelitas (cf.Êx 21.6; Sl 82.6). 4. O termo elohim é também usado para outros seres espirituais (anjos, o demoníaco) em

Dt 32.8 (LXX); Sl 8.5; Jó 1.6; 38.7. 5. Na Bíblia é o primeiro título/nome para Divindade (cf. Gn 1.1). É usado

exclusivamente até Gn 2.4, onde é combinado com YHWH. Ele basicamente (teologicamente) se refere a Deus como criador, sustentador e provedor de toda a vida neste planeta (cf. Sl 104). É sinônimo com El (cf. Dt 32.15-19). Pode também ser paralelo a YHWH como Salmo 14 (Elohim,vv. 1, 2, 5; YHWH, vv. 2, 6; até Adon, v.).

6. Embora plural e usado para outros deuses, este termo muitas vezes designa o Deus de Israel, mas geralmente tem o verbo singular para denotar o uso monoteísta.

7. É estranho que um nome comum para o Deus monoteísta de Israel seja plural! Embora não haja certeza, aqui estão as teorias.

a. O hebraico tem muitos plurais, muitas vezes usados para ênfase. Estritamente relacionado com isto é o aspecto gramatical hebraico posterior chamado “o plural de majestade”, onde o plural é usado para magnificar um conceito.

b. Isto pode se referir ao conselho angélico, com que Deus se reúne no céu e que faz Seu mandado (cf. I Rs 22.19-23; Jó 1.6; Sl 82.1; 89.5, 7).

c. É ainda possível que isto reflita a revelação do NT do único Deus em três pessoas. Em Gn 1.1 Deus cria; Gn 1.2 o Espírito habita, e do NT Jesus é o agente de Deus o Pai na criação (cf. João 1.3, 10; Rm 11.36; I Co 8.6; Cl 1.15; Hb 1.2; 2.10).

D. YHWH (BDB 217, KB 394) 1. Este é o nome que reflete a divindade como o Deus que faz o pacto; Deus como

salvador, redentor! Os seres humanos quebram os pactos, mas Deus é leal à Sua palavra, promessa, pacto (cf. Salmo 103).

Este nome é mencionado primeiro em combinação com Elohim em Gn 2.4. Não há dois relatos da criação em Gn 1-2, mas duas ênfases: (1) Deus como o criador do universo (o físico) e (2) Deus como o criador especial da humanidade. Gênesis 2.4-3.24 começa a revelação especial sobre a posição e propósito privilegiado da humanidade, assim como o problema do pecado e rebelião e associado com a posição única.

2. Em Gn 4.26 é dito que “daí se começou a invocar o nome do SENHOR” (YHWH). Entretanto, Êx 6.3 implica que o povo do pacto primitivo (os patriarcas e suas famílias) conhecia a Deus apenas como El-Shaddai. O nome YHWH é explicado somente uma vez em Êx 3.13-16, esp. v. 14. Entretanto, os escritos de Moisés freqüentemente interpretam palavras por jogos de palavra popular, não etimologias (cf. Gn 17.5; 27.36; 29.13-35). Têm havido várias teorias quanto ao significado deste nome (tirado de IDB, vol. 2, pp. 409-11).

a. de uma raiz árabe, “mostrar amor fervente” b. de uma raiz árabe, “soprar” (YHWH como Deus da tempestade)

Page 139: NT Special Topics Portuguese

c. de uma raiz ugarítica (cananéia) “falar” d. seguindo uma inscrição fenícia, um particípio causativo significando “O que

sustém” ou “O que estabelece” e. da forma hebraica Qal “O que é”, ou “O que está presente” (em sentido futuro, “O

que será”) f. da forma hebraica Hifil “O que faz ser” g. da raiz hebraica “viver” (e.g., Gn 3.21), significando “O sempre existente, único

existente” h. do contexto de Êx 3.13-16 um jogo sobre a forma imperfeita usada num sentido

perfeito, “Eu continuarei a ser o que eu costumava ser” ou “Eu continuarei a ser o que Eu tenho sempre sido” (cf. J. Wash Watts, A Survey of Syntax in the Old Testament [Uma Pesquisa de Sintaxe no Antigo Testamento], p. 67). O nome completo YHWH é muitas vezes expresso em abreviatura ou possivelmente numa forma original

(1) Yah (e.g., Hallelu – yah, BDB 219, cf. Êx 15.2; 17.16; Sl 89.9; 104.35) (2) Yahu (“ias” final de nomes, e.g., Isaías) (3) Yo (“Jo” começo de nomes, e.g., Josué ou Joel)

3. No judaísmo posterior este nome do pacto se tornou tão santo (o tetragrama) que os judeus tinham medo de dizê-lo temendo que eles quebrassem o mandamento de Êx 20.7; Dt 5.11; 6.13. Assim eles substituíram o termo hebraico por “dono”, “amo”, “esposo”, “senhor” – adon ou adonai (meu senhor). Quando eles vinham a YHWH na sua leitura dos textos do AT eles pronunciavam “senhor”. É por isso que YHWH é escrito Senhor nas traduções inglesas.

4. Como com El, YHWH é muitas vezes combinado com outros termos para enfatizar certas características do Deus da Aliança de Israel. Enquanto há muitos possíveis termos de combinação, aqui estão alguns.

a. YHWH – Yireh (YHWH proverá, BDB 217 & 906), Gn 22.14 b. YHWH – Rophekha (YHWH é o teu sarador, BDB 217 & 950, partcípio Qal), Êx

15.26 c. YHWH – Nissi (YHWH é a minha bandeira, BDB 215 & 651), Êx 17.15 d. YHWH – Meqaddishkem (YHWH o que te santifica, BDB 217 & 872, particípio

Piel), Êx 31.13 e. YHWH – Shalom (YHWH é Paz, BDB 217 & 1022), Jz 6.24 f. YHWH – Sabbaoth (YHWH dos Exércitos, BDB 217 & 878), I Sm 1.3, 11; 4.4;

15.2; freqüentemente nos Profetas g. YHWH – Ro‘I (YHWH é meu pastor, BDB 217 & 944, partcípio Qal), Sl 23.1 h. YHWH – Sidqenu (YHWH é nossa justiça, BDB 217 & 841), Jr 23.6 i. YHWH – Shammah (YHWH está ali, BDB 217 & 1027), Ez 48.35

TÓPICO ESPECIAL: O NOME DO SENHOR

Esta era uma frase comum no NT para a presença pessoal e ao poder ativo do Deus Triúno na Igreja. Não era uma fórmula mágica, mas um apelo ao caráter de Deus.

Freqüentemente esta frase refere-se a Jesus como Senhor (cf. Fp 2.11) 1. na profissão de fé de alguém em Jesus no batismo (cf. Rm 10.9-13; At 2.38; 8.12,16;

10.48; 19.5; 22.16; I Co 1.13,15; Tiago 2.7)

Page 140: NT Special Topics Portuguese

2. na prática do exorcismo (cf. Mt 7.22; Marcos 9.38; Lucas 9.49; 10.17; Atos 19.13) 3. numa cura (cf. Atos 3.6, 16; 4.10; 9.34; Tiago 5.14) 4. num ato de ministério (cf. Mt 10.42; 18.5; Lucas 9.48) 5. no momento de disciplina da igreja (Mt 18.15-20) 6. durante a pregação aos gentios (Lucas 24.47; Atos 9.15; 15.17; Rm 1.5) 7. na oração (João 14.13, 14; 15.2, 16; 16.23; I Co 1.2) 8. uma maneira de referir-se ao cristianismo (Atos 26.9; I Co 1.10; II Tm 2.19; Tiago 2.7; 1

Pe 4.14) O que quer que façamos como proclamadores, ministros, auxiliares, promotores de cura,

exorcistas, etc., nós fazemos no Seu caráter, Seu poder, Suas provisões – no Seu Nome! TÓPICO ESPECIAL: RECURSOS NATURAIS I. Introdução

A. Toda a criação é o pano de fundo ou palco para a relação de amor de Deus com a humanidade.

B. Ela toma parte na queda (cf. Gn 3.17; 6.1ss; Is 24.3-8; Rm 8.18-20). Também, tomará parte na redenção escatológica (cf. Is 11.6-9; Rm 8.20-22; Ap 21-22).

C. A humanidade pecaminosa, caída violentou o ambiente natural com o abandono egoísta. O seguinte é uma citação de O Cânon de Westminster de Edward Carpenter. “...a agressão implacável do homem, num contexto global, sobre o universo ao redor dele – ou seja, sobre a criação de Deus – um ataque sobre o ar que ele polui; as vias aquáticas naturais que ele suja; o solo que ele envenena; as florestas que ele derruba, negligente com os efeitos a longo prazo dessa destruição brutal. Esse ataque é pouco a pouco descoordenado. Pouco respeito é dado a qualquer equilíbrio da natureza e, conseqüentemente, pouco senso de responsabilidade pelo que uma geração deve para a outra”.

D. Nós não somente estamos colhendo o resultado da poluição e exploração do nosso planeta, mas nossa posteridade colherá conseqüências irreversíveis, ainda mais severas. II. Material Bíblico

A. Antigo Testamento 1. Gênesis 1-3

a. A criação é um lugar especial criado por Deus para comunhão com a humanidade (cf. Gn 1.1-25).

b. A criação é boa (Gn 1.4, 10, 12, 18, 21, 25), sim, muito boa (cf. Gn 1.31). É destinada para ser uma testemunha de Deus (Sl 19.1-16).

c. A humanidade é o propósito supremo da criação (cf. Gn 1.26, 27). d. A humanidade foi destinada a exercer domínio (hebraico, “pisar”), como um

mordomo para Deus (cf. Gn 1.28-30; Salmo 8.3-8; Hebreus 2.6-8). Deus é e permanece o Criador/Sustentador/Redentor/Senhor da criação (cf. Êx 19.5; Jó 37-41; Salmo 24.1, 2; 95.3-5; 102.25; 115.15; 121.2; 124.8; 134.3; 146.6; Is 37.16).

e. A mordomia da humanidade da criação pode ser vista em Gn 2.15: “para cultivá-la e preservar e protegê-la” (cf. Lv 25.23; I Cr 29.14).

2. Deus ama a criação, especialmente os animais. a. As leis de Moisés para o tratamento adequado dos animais

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b. YHWH brincando com o Leviatã (cf. Sl 104.26) c. Deus se importa com os animais (cf. Jonas 4.11) d. A presença escatológica da natureza (cf. Is 11.6-9; Apocalipse 21-22)

3. A natureza, até certo ponto, glorifica a Deus. a. Salmo 19.1-6 b. Salmo 29.1-9 c. Jó 37-41

4. A natureza é um meio pelo qual Deus mostra Seu amor e lealdade ao pacto. a. Dt 27-28; I Reis 17 b. Através dos profetas

B. Novo Testamento 1. Deus é visto como criador. Há somente um Criador, o Deus Triúno (Elohim, Gn 1.1; o

Espírito, Gn 1.2; e Jesus, no NT). Tudo mais é criado. a. Atos 17.24 b. Hebreus 11.3 c. Apocalipse 4.11

2. Jesus é o agente de Deus da criação: a. João 1.3, 10 b. I Coríntios 8.6 c. Colossenses 1.16 d. Hebreus 1.2

3. Jesus fala do cuidado de Deus pela natureza de uma maneira indireta nos Seus sermões a. Mateus 6.26, 28-30, os pássaros do ar e lírios do campo b. Mateus 10.29, pardais

4. Paulo afirma que todos os seres humanos são responsáveis pelo conhecimento deles de Deus na criação (i.e., revelação natural, cf.Rm 1.19, 20; Ap 21-22). III. Conclusão

A. Nós estamos sujeitos a esta ordem natural! B. A humanidade pecaminosa tem abusado da dádiva de Deus da natureza como ele tem de

todas as outras boas dádivas de Deus. C. Esta ordem natural é temporária. Vai passar (II Pe 3.7). Deus está movendo nosso mundo

para um nexo histórico. O pecado continuará o seu curso, mas Deus determinou os limites dele. A criação será remida (cf. Rm 8.18-25). TÓPICO ESPECIAL: VOTO NAZIREU

A. Esta era uma maneira de alguém, macho ou fêmea (cf. Nm 6.1), que não era da tribo de Levi, dedicar-se ao serviço de Deus (i.e., “santo para o Senhor”). Nazireu significa “alguém separado” (BDB 634), que é a idéia-raiz do termo Hebraico santo.

B. No AT era um voto que durava a vida inteira 1. Sansão (Jz 13.7) 2. Samuel (I Sm 1.21) 3. João Batista

C. O judaísmo desenvolveu um voto de Nazireu de curto prazo (provavelmente desenvolvido das palavras de Nm 6.5). A duração mais curta era trinta dias. Este voto de curta

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duração culminava no raspar da cabeça e queima com das barbas junto com um sacrifício no templo.

D. Os requisitos específicos (cf. Nm 6:1-8) 1. Abster-se do vinho e bebida forte, não comer nenhum produto do vinho (cf. Nm 6.3,

4). 2. Não cortar o cabelo. 3. Não tocar uma pessoa morta. Isto tornaria impossível participar de quaisquer

procedimentos de funeral judaicos. 4. Uma provisão para contaminação acidental está em Nm 6.9. Aparentemente a situação

de Paulo em Atos 21.23-25 envolvia esta questão. Havia um período de purificação e sacrifício prescrito (cf. Nm 6.9-12). TÓPICO ESPECIAL: A NECESSIDADE DE PERSEVERAR

As doutrinas bíblicas relacionadas à vida cristã são difíceis de explicar porque elas são

apresentadas em pares tipicamente orientais dialéticos. Estes pares parecem contraditórios, contudo ambos são bíblicos. Os cristãos ocidentais têm tido a tendência de escolher uma verdade e ignorar ou depreciar a verdade oposta. Deixe-me ilustrar.

A. A salvação é uma decisão inicial de confiar em Cristo ou um compromisso de existência ao discipulado?

B. A salvação é uma eleição por meio da graça de um Deus soberano ou uma resposta de crença e arrependida a uma oferta divina?

C. A salvação, uma vez recebida, é impossível de perder, ou há uma necessidade por diligência contínua?

A questão da perseverança tem sido controvertida por toda a história da igreja. O problema começa com passagens aparentemente conflitantes do NT:

A. Textos sobre certeza 1. afirmações de Jesus (João 6.37; 10.28, 29) 2. afirmações de Paulo (Rm 8.35-39; Ef 1.13; 2.5, 8, 9; Fp 1.6; 2.13; II Ts 3.3; II Tm 1.12;

4.18) 3. afirmações de Pedro (I Pe 1.4, 5)

B. textos sobre a necessidade de perseverança 1. afirmações de Jesus (Mt 10.22; 13.1-9, 24-30; 24.13; Marcos 13.13; João 8.31; 15.4-10;

Ap 2.7, 17, 20; 3.5, 12, 21) 2. afirmações de Paulo (Rm 11.22; I Co 15.2; II Co 13.5; Gl 1.6; 3.4; 5.4; 6.9; Fp 2.12;

3.18-20; Cl 1.23) 3. afirmações do autor de Hebreus (2.1; 3.6, 14; 4.14; 6.11) 4. afirmações de João (I João 2.6; II João 9) 5. afirmações do Pai (Ap 21.7)

Salvação bíblica resulta do amor, misericórdia e graça de um Deus Triúno soberano. Nenhum ser humano pode ser salvo sem a iniciação do Espírito (cf. João 6.44, 65). A Divindade vem primeiro e estabelece a pauta, mas exige que os seres humanos respondam em fé e arrependimento, tanto inicialmente quanto continuamente. Deus trabalha com a humanidade num relacionamento pactual. Há privilégios e responsabilidades!

Salvação é oferecida a todos os seres humanos. A morte de Jesus cuidou do problema do

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pecado da criação caída. Deus providenciou um caminho e quer que todos aqueles feitos à Sua imagem respondam ao Seu amor e provisão em Jesus.

Se você gostaria de ler mais sobre este assunto a partir de uma perspectiva não-calvinista, veja

1. Dale Moody, The Word of Truth [A Palavra da Verdade], 1981 (pp. 348-365) 2. Howard Marshall, Kept by the Power of God [Guardado pelo Poder de Deus], Bethany

Fellowship, 1969 3. Robert Shank, Life in the Son [Vida no Filho], Westcott, 1961 A Bíblia se dirige a dois problemas diferentes nesta área: (1) tomar a certeza como uma

licença para viver vidas infrutíferas e egoístas e (2) encorajar aqueles que lutam com ministério e pecado pessoal. O problema é que os grupos errados estão levando a mensagem errada e construindo sistemas teológicos sobre passagens bíblicas limitadas. Alguns cristãos precisam desesperadamente da mensagem de certeza, enquanto outros precisam das advertências severas! Em que grupo você está? TÓPICO ESPECIAL: PROFECIA DO NOVO TESTAMENTO

I. Não é a mesma como a profecia do AT (BDB 611), que tinha a conotação rabínica de revelações inspiradas de YHWH (cf. Atos 3.18, 21; Rm 16.26). Somente profetas poderiam escrever a Escritura.

A. Moisés foi chamado de profeta (cf. Dt 18.15-21). B. Os livros de história (Josué - Reis [exceto Rute] foram chamados “profetas antigos”

(cf. Atos 3.24). C. Os profetas usurpam o lugar do Sumo Sacerdote como a fonte de informação de Deus

(cf. Isaías - Malaquias). D. A segunda divisão do Cânon Hebraico é “os Profetas” (cf. Mt 5.17; 22.40; Lucas

16.16; 24.25, 27; Rm 3.21). II. No NT o conceito é usado de várias maneiras diferentes.

A. referindo-se aos profetas do AT e sua mensagem inspirada (cf. Mt 2.23; 5.12; 11.13; 13.14; Rm 1.2)

B. referindo-se a uma mensagem para um indivíduo em vez de todo um grupo coletivo (i.e., os profetas do AT falaram primordialmente para Israel)

C. referindo-se tanto a João Batista (cf. Mt 11.9; 14.5; 21.26; Lucas 1.76) quanto a Jesus como proclamadores do Reino de Deus (cf. Mt 13.57; 21.11, 46; Lucas 4.24; 7.16; 13.33; 24.19). Jesus também afirmou ser maior do que os profetas (cf. Mt 11.9; 12.41; Lucas 7.26).

D. Outros profetas do NT 1. princípio da vida de Jesus como registrado no Evangelho de Lucas (i.e., as

memórias de Maria) a. Izabel (cf. Lucas 1.41, 42) b. Zacarias (cf. Lucas 1.67-79) c. Simeão (cf. Lucas 2.25-35) d. Ana (cf. Lucas 2.36)

2. predições irônicas (cf. Caifás, João 11.51) E. Referindo-se a alguém que proclama o evangelho (as listas dos dons de proclamação

em I Co 12.28, 29; Ef 4.11)

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F. referindo-se aos dons vigentes na igreja (cf. Mt 23.34; Atos 13.1; 15.32; Rm 12:6; I Co 12.10, 28, 29; 13.2; Ef 4.11). Às vezes isso pode se referir às mulheres (cf. Lucas 2.36; Atos 2.17; 21.9; I Co 11.4, 5).

G. referindo-se ao livro apocalíptico de Apocalipse (cf. Ap 1.3; 22.7, 10, 18, 19) III. Profetas do NT

A. Eles não tinham revelação inspirada no mesmo sentido dos profetas do AT (i.e., Escrituras). Esta declaração é possível por causa do uso da frase “a fé” (i.e., um sentido de um evangelho completo) usado em Atos 6.7; 13.8; 14.22; Gl 1.23; 3.23; 6.10; Fp 1.27; Judas 3, 20. Este conceito é claro da frase completa usada em Judas 3, “a fé que de uma vez por todas foi dada aos santos”. No “de uma vez por todas” fé refere-se às verdades, doutrinas, conceitos e ensinos de visão de mundo do cristianismo. Esta ênfase uma vez dada é a base bíblica para limitar teologicamente a inspiração aos escritos do NT e não permitir que posteriores ou outros escritos sejam considerados revelatórios. Há muitas áreas ambíguas, incertas e cinza no NT, mas os crentes afirmam pela fé que tudo que é “necessário”para fé e prática está incluído com clareza suficiente no NT. Este conceito foi delineado no que é chamado de “triângulo revelatório”.

1. Deus Se revelou na história tempo-espaço (REVELAÇÃO) 2. Ele escolheu certos escritores humanos para documentar e explicar Seus atos

(INSPIRAÇÃO) 3. Ele deu Seu Espírito para abrir as mentes e corações dos seres humanos para

compreenderem esses escritos, não definitivamente, mas adequadamente para salvação e uma vida cristã eficaz (ILUMINAÇÃO). O ponto disto é que a inspiração está limitada aos escritores da Escritura. Não há mais escritos, visões ou revelações autoritativos. O cânon está fechado. Nós temos toda a verdade que nós precisamos para responder adequadamente a Deus. Esta verdade é vista na conformidade dos escritores bíblicos versus o desacordo de crentes sinceros, piedosos. Nenhum escritor ou conferencista moderno tem o nível de liderança divina que os escritores da Escritura tiveram.

B. De algumas maneiras os profetas do NT são similares aos profetas do AT. 1. predição de eventos futuros (cf. Paulo, Atos 27.22; Ágabo, Atos 11.27, 28; 21.10,

11; outros profetas não identificados, Atos 20.23) 2. proclamam de juízo (cf. Paulo, Atos 13.11; 28.25-28) 3. atos simbólicos que retratam vividamente um evento (cf. Ágabo em Atos 21.11)

C. Eles proclamam as verdades do evangelho às vezes de maneiras preditivas (cf. Atos 11.27, 28; 20.23; 21.10, 11), mas este não é o foco primordial. Profetizar em I Coríntios é basicamente comunicar o evangelho (cf. 14.24, 39).

D. Eles são o meio contemporânea do Espírito de revelar a mensagem contemporânea e aplicações práticas da verdade de Deus para cada nova situação, cultura ou período de tempo (cf. I Co 14.3).

E. Eles estavam ativos nas primeiras igrejas paulinas (cf. I Co 11.4, 5; 12.8, 29; 13.2, 8, 9; 14.1, 3, 4, 5, 6, 22, 24, 29, 31, 32, 37, 39; Ef 2.20; 3.5; 4.11; I Ts 5.20) e são mencionados no Didaquê (escrito no fim do primeiro século ou no segundo século, data incerta) e no Montanismo do segundo e terceiro séculos no norte da África.

IV. Os dons do NT cessaram? A. Esta é uma pergunta difícil de responder. Ajuda a clarificar a questão definindo o

propósito dos dons. Eles são um meio de confirmar a pregação inicial do evangelho ou eles são maneiras continuas para a igreja ministrar para si mesma e para um mundo perdido?

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B. Alguém olha a história da igreja para responder a questão ou para o NT mesmo? Não há indicação no NT de que os dons espirituais eram temporários. Aqueles que tentam usar I Co 13.8-13 para dirigir a esta questão abusam da intenção autoral da passagem, que afirma que tudo exceto o amor passará.

C. Eu sou tentado a dizer que visto que o NT, não a história da igreja, é a autoridade, os crentes devem afirmar que os dons continuam. Contudo, eu acredito que a cultura afeta a interpretação. Alguns textos muito claros não são mais aplicáveis (i.e., o beijo santo, mulheres usando véus, igrejas se reunindo nas casas, etc). Se a cultura afeta os textos, então por que não a história da igreja?

D. Isto é simplesmente uma questão que não pode ser respondida definitivamente. Alguns crentes defenderão a “cessação” e outros a “não-cessação”. Nesta área, como em muitas questões interpretativas, o coração do crente é a chave. O NT é ambíguo e cultural. A dificuldade é ser capaz de decidir quais textos são afetados pela cultura/história e quais são para todo tempo e culturas (cf. Entendes o Que Lês?, pp. 24-27 e 98-107). Aqui é onde a discussão da liberdade e responsabilidade, que são encontradas em Rm 14.1-15.13 e I Co 8-10, são cruciais. Como respondemos a questão é importante de duas maneiras.

1. Cada crente deve andar em fé na luz que eles têm. Deus olha nosso coração e motivos.

2. Cada crente deve permitir que outros crentes andem na compreensão de fé deles. Deve haver tolerância dentro dos limites bíblicos. Deus quer que nós nos amemos uns aos outros assim como Ele ama. E. Para resumir a questão, o cristianismo é uma vida de fé e amor, não uma teologia perfeita. Um relacionamento com Ele que impacta nosso relacionamento com os outros é mais importante do que uma informação definitiva ou um perfeição de credo. TÓPICO ESPECIAL: TERMOS DO NT PARA O RETORNO DE CRISTO

A ênfase escatológica de um dia especial que se aproxima quando os seres humanos encontrarão Jesus (como Salvador e Juiz) segue várias designações nos escritos de Paulo.

1. “o Dia de nosso Senhor Jesus Cristo” (cf. I Co 1.8) 2. “o Dia do Senhor” (cf. I Co 5.5; I Ts 5.2; II Ts 2.2) 3. “o Dia do Senhor Jesus (cf. I Co 5.5; II Co 1.14) 4. “o Dia de Cristo Jesus” (cf. Fp 1.6) 5. “o Dia de Cristo” (cf. Fp 1.10; 2.16) 6. “seu dia (Filho do Homem) (cf. Lucas 17.24) 7. “o dia em que o Filho do Homem se manifestar” (cf. Lucas 17.30) 8. “a revelação de nosso Senhor Jesus Cristo” (cf. I Co 1.7) 9. “quando do céu se manifestar o Senhor Jesus” (cf. I Ts 1.7) 10. “na presença de nosso Senhor Jesus em sua vinda” (cf. I Ts 2.19) Há pelo menos quatro maneiras que os autores do NT se referem ao retorno de Jesus. 1. epiphaneia, que se refere ao brilho deslumbrante que é teologicamente (embora não

etimologicamente) relacionada com “glória”. Em II Tm 1.10; Tito 2.11 e 3.4, refere-se à primeira vinda de Jesus (i.e., encarnação) e Sua Segunda vinda. É usada em II Ts 4.8 que inclui todos os três termos principais para a Segunda Vinda: I Tm 6.14; II Tm 4.1, 8; Tito 2.13.

2. parousia, que implica presença e originalmente referia-se a uma visita real. É o termo mais amplamente usado (cf. Mt 24.3, 27, 37, 39; I Co 15.23; I Ts 2.19; 3.13; 4.15; 5.23; II Ts 2.1,

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8; Tiago 5.7, 8; II Pe 1.6; 3.4, 12; I João 2.28). 3. apocalupsis (ou apocalypsis), que significa um tirar o véu para o propósito de revelar. É o

nome do último livro do NT (cf. Lucas 17.30; I Co 1.7; II Ts 1.7; I Pe 1.7; 4.13). 4. phaneroō, que significa trazer à luz ou revelar ou manifestar claramente. O termo é usado

muitas vezes no NT para muitos aspectos da revelação de Deus. Como epiphaneia, pode referir-se à primeira vinda de Cristo (cf. I Pe 1.20; I Jo 1.2; 3.5, 8; 4.9) e Sua segunda vinda (cf. Mt 24.30; Cl 3.4; I Pe 5.4; I João 2.28 3.2).

5. O termo muito comum para “vinda”, erchomai, é também usado ocasionalmente para o retorno de Cristo (cf. Mt 16.27, 28; 23.39; 24.30; 25.31; Atos 1.10, 11; I Co 11.26; Ap 1.7, 8).

6. É também usado com a frase “dia di Senhor” (cf. I Ts 5.2), que é um título do AT para o dia de bênção (ressurreição) e juízo de Deus.

O NT como um todo é escrito dentro da visão de mundo do AT, que afirmava a. uma era do mal, rebelde atual b. uma nova era de justiça que se aproxima c. uma era provocada pela agência do Espírito através da obra do Messias (O Ungido)

A suposição teológica da revelação progressiva é exigida porque os autores do NT modificam levemente a expectativa de Israel. Em vez de uma vinda militar, nacionalista (Israel) do Messias, há duas vindas. A primeira vinda é a encarnação da divindade na concepção e nascimento de Jesus de Nazaré. Ele veio como o “servo sofredor” não-militar, não-judicial de Is 53; também o humilde cavaleiro sobre o filhote de um jumento (não um cavalo de guerra ou mula real), de Zc 9.9. A primeira vinda iniciou a Nova Era Messiânica, o Reino de Deus na terra. Em um sentido o Reino está aqui, mas claro, em outro está ainda muito distante. É esta a tensão entre as duas vindas do Messias que, num sentido, é a sobreposição das duas eras judaicas que era invisível, ou pelo menos não clara, do AT. Na realidade, esta vinda dupla enfatiza o compromisso de YHWH de redimir toda humanidade (cf. Gn 3.15; 12.3; Êx 19.5 e a pregação dos profetas, especialmente Isaías e Jonas).

A igreja não está esperando pelo cumprimento da profecia do AT porque a maioria das profecias refere-se à primeira vinda (cf. Entendes o Que Lês?, pp. 217-218). O que os crentes realmente prevêem é a vinda gloriosa do Rei dos Reis e Senhor dos Senhores ressurreto, o cumprimento histórico esperado da nova era de justiça na terra como é no céu (cf. Mt 6.10). As apresentações do AT não eram imprecisas, mas incompletas. Ele virá novamente exatamente como os profetas previram no poder e autoridade de YHWH.

A Segunda Vinda não é um termo bíblico, mas o conceito é a visão de mundo e estrutura do NT inteiro. Deus corrigirá tudo. A comunhão entre Deus e a humanidade criada à Sua imagem será restaurada. O mal será julgado e removido. Os propósitos de Deus não podem, não falharão! TÓPICO ESPECIAL: Ilegalidades do Julgamento de Noite do Sinédrio, Mt 26.57-68

A. Nenhum julgamento capital devia ser realizado à noite. B. Um julgamento e punição capital não devem ocorrer no mesmo dia. C. Nenhum julgamento devia ser realizado num dia de festa ou véspera de uma festa. D. Essa manhã particular era reservada para a recitação dos filactérios (cf. Dt 6.8; 11.18). E. Essa manhã era também o momento da oferta de presentes no templo (cf. Êx 23.15).

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TÓPICO ESPECIAL: ANULAR, (KATARGEŌ) Esta (katargeō) era uma das palavras favoritas de Paulo. Ele a usou pelo menos vinte e cinco

vezes mas tem uma extensão semântica muito vasta. A. Sua raiz etimológica básica é de argos que significava

1. Inativo 2. Ocioso 3. Inutilizável 4. Inútil 5. Inoperante

B. O composto com kata era usado para expressar 1. Inatividade 2. Inutilidade 3. Aquilo que foi cancelado 4. Aquilo que foi abolido 5. Aquilo que era completamente inoperante

C. Foi usado uma vez em Lucas para descrever uma árvore infrutífera, portanto inútil (cf. Lucas 13.7).

D. Paulo a usa num sentido figurado de duas maneiras principais 1. Deus tornando inoperantes coisas que são hostis à humanidade

a. Natureza pecaminosa da humanidade – Rm 6.6 b. A lei Mosaica em relação à promessa de “a semente” de Deus – Rm 4.14; Gl 3.17;

5.4, 11; Ef 2.15 c. Forças espirituais – I Co 15.24 d. O “homem iníquo” – II Ts 2.8 e. Morte física – I Co 15.26; II Tm 1.10 (Hb 2.14)

2. Deus substituindo o antigo (pacto, era) pelo novo a. Coisas relacionadas à Lei Mosaica – Rm 3.3, 31; 4.14; II Co 3.7, 11, 13, 14 b. Analogia de casamento usado para Lei – Rm 7.2, 6 c. As coisas desta era – I Co 13.8, 10, 11 d. Este corpo – I Co 6.13 e. Líderes desta era – I Co 1.28; 2.6

Esta palavra é traduzida de tantas maneiras diferentes, mas seu significado principal é tornar algo inútil, nulo, inoperante, ineficaz, mas não necessariamente não-existente, destruído ou aniquilado. TÓPICO ESPECIAL: TÍTULOS DO AT DO ESPECIAL QUE HÁ DE VIR

A. Profeta – Dt 18.15, 18 B. Rei

1. da tribo de Judá, Gn 49.10; Sl 60.7; 108.8 2. da família de Davi, II Samuel 7 (de Jessé, Is 11.1) 3. de outros textos, I Sm 2.10; Sl 89.3, 4; Is 9, 11; Jr 30.8, 9; Ez 37.21, 22; Zc 9.9, 10

C. Rei/Sacerdote 1. Salmo 110 (rei, vv. 1-3; sacerdote, v. 4) 2. Zc 4.14 (as duas oliveiras, os dois ungidos, Zorobabel [linhagem de Davi] e Josué

[linhagem de Arão])

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D. O Ungido (Messias) 1. Rei de Deus, Sl 2.2; 45.7 2. Presença do Espírito, Is 11.2; 61.1 3. O Que Há de Vir, Dn 9.26 4. Três líderes do AT foram ungidos como um sinal do chamado e capacitação de Deus:

reis (cf. Jz 9.8, 15; I Sm 2.10; 9.16; 24.10; II Sm 19.21; 23.1; Sl 18.50), sacerdotes (cf. Êx 28.41; Lv 4.3; 6.22) e profetas (cf. I Rs 19.16)

E. Filho do Rei 1. Sl 2.7, 12 2. Rei de Israel como um símbolo do reinado de Deus (cf. I Samuel 8)

F. Filho do Homem (Dn 7.13) 1. humano, Sl 8.4; Ez 2.1 2. divino, Dn 7.13

G. Títulos Redentivos Especiais 1. Servo Sofredor, Is 52.13-53.12 2. Pastor Sofredor, Zc 12-14 3. Pedra Angular, Sl 118; Is 8.14, 15; 28.16 4. Filho Especial, Is 7.14; 9.6, 7; Miquéias 5.2 5. Renovo, Is 4.2; 11.5; 53.2; Jr 23.5, 6; 33.15; Zc 3.8; 6.12

O NT toma essas referências dispersas sobre o agente redentivo especial de Deus e clarifica e desenvolve-as numa compreensão de Jesus como O Que Há de Vir Prometido de Deus (e.g., Mt 16.13-20; João 11.25-27). As duas vindas do Messias são o meio pelo qual essas diversas funções e títulos são unidos.

Para uma boa discussão da distinção nos Evangelhos entre o Filho do Homem como figura de autoridade versus Servo Sofredor, George E. Ladd, Teologia do Novo Testamento, p. 137-149. TÓPICO ESPECIAL: INTERPRETANDO PARÁBOLAS

Os Evangelhos foram escritos muitos anos depois da vida de Jesus. Os escritores do Evangelho (pela ajuda do Espírito) estavam culturalmente acostumados com a tradição oral. Os rabinos ensinavam por meio de apresentações orais. Jesus imitou essa abordagem oral para ensinar. Para nosso conhecimento Ele nunca escreveu nenhum de Seus ensinos ou sermões. Para ajudar na memória, as apresentações de ensino eram repetidas, resumidas e ilustradas. Os escritores do Evangelho retiveram essas ajudas de memória. As parábolas são uma dessas técnicas. As parábolas são difíceis de definir: “Parábolas são melhor definidas como estórias com dois níveis de significado; o nível da estória fornece um espelho pelo qual a realidade é percebida e compreendida”. Tirado do Dictionary of Jesus and the Gospels [Dicionário de Jesus e dos Evangelhos], (pg. 594).

“Uma parábola é um provérbio ou estória que busca enfatizar um ponto que o orador deseja enfatizar ilustrando a partir de uma situação familiar da vida comum”. Tirado de The Zondervan Pictorial Bible Encyclopedia [Enciclopédia Ilustrada da Bíblia de Zodervan]” (pg. 590).

É difícil definir exatamente o que era compreendido pelo termo “parábola” na época de Jesus

1. Alguns dizem que reflete o termo hebraico mashal que era qualquer tipo de enigma (Marcos 3.23), ditados inteligentes (Provérbios, Lucas 4.23), ditados curtos (Marcos 7.15) ou ditados misteriosos (“ditados obscuros”).

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2. Outros se agarram a uma definição mais limitada de uma estória curta. Dependendo de como alguém define o termo, mais de um terço dos ensinos registrados de

Jesus estão na forma de parábolas. Esse era gênero literário importante do NT. Parábolas são, certamente, ditados autênticos de Jesus. Se alguém aceita a segunda definição, há ainda vários tipos diferentes de estórias curtas

1. estórias simples (Lucas 13.6-9) 2. estórias complexas (Lucas 15.11-32) 3. estórias contrastantes (Lucas 16.1-8; 18.1-8) 4. tipológicas/alegóricas (Mt 13.24-30, 47-50; Lucas 8.4-8, 11-15; 10.25-37; 14.16-24;

20.9-19; João 10; 15.1-8) Ao lidar com essa variedade de material parabólico você deve interpretar esses ditados em

vários níveis. O primeiro nível seria princípios hermenêuticos aplicáveis a todos os gêneros bíblicos. Algumas diretrizes:

1. identificar o propósito do livro inteiro ou de pelo menos a unidade literária maior 2. identificar o público original. É significativo que freqüentemente a mesma parábola é

dada para diferentes grupos, exemplo: a. a ovelha perdida em Lucas 15 dirigida a pecadores b. a ovelha perdida em Mt 18 dirigida para os discípulos

3. não deixe de observar o contexto imediato da parábola. Freqüentemente Jesus ou o escritor do evangelho diz o ponto principal (geralmente no fim da parábola ou imediatamente depois dela).

4. expresse a intenção(ões) central da parábola numa sentença declarativa. Parábolas freqüentemente têm dois ou três personagens principais. Geralmente há uma verdade, propósito ou ponto (trama) implicado para cada personagem.

5. verifique as passagens paralelas nos outros Evangelhos, depois os outros livros do NT e os livros do AT.

O segundo nível dos princípios interpretativos são aqueles que se relacionam especificamente com o material parabólico

1. Leia (ouça se possível) a parábola diversas vezes. Essas foram dadas para um impacro oral, não análise escrita.

2. A maioria das parábolas tem apenas uma verdade central que é relacionada com os contextos históricos e literários tanto de Jesus quanto do evangelista.

3. Tenha cuidado ao interpretar os detalhes. Freqüentemente eles são apenas parte do cenário da estória.

4. Lembre que parábolas não são realidade. Elas são analogias realistas, mas geralmente exageros, para enfatizar um ponto (verdade).

5. Identifique os pontos principais da estória que um público judaico do primeiro século teria compreendido. Então olhe para a virada ou surpresa. Geralmente ela vem ao fim da estória (cf. A. Berkeley Mickelsen no seu livro Interpreting the Bible [Interpretando a Bíblia], pp. 221-224).

6. Todas as parábolas foram dadas para obter uma resposta. Essa resposta é geralmente relacionada com o conceito de “O Reino de Deus”. Foi Jesus foi iniciador do novo Reino Messiânico (Mt 21.31; Lucas 17.21). Aqueles que O ouviram devem responder a Ele agora! O Reino era também futuro (Mateus 25). O futuro de uma pessoa era dependente de como ela respondesse a Jesus no momento. As parábolas do Reino descreviam que o novo reino já tinha

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chegado em Jesus. Elas descreviam suas exigências éticas e radicais para o discipulado. Nada pode ser como era. Tudo é radicalmente novo e focado em Jesus!

7. Parábolas freqüentemente não expressam o ponto ou verdade central. O intérprete deve buscar as chaves contextuais que revelam as verdades originalmente culturalmente óbvias, mas agora obscuras para nós.

Um terceiro nível que é freqüentemente controverso é aquele da ocultação da verdade parabólica. Jesus freqüentemente falou da ocultação das parábolas (cf. Mt 13.9-15; Marcos 4.9-13; Lucas 8.8-10; João 10.6; 16.25). Isso era relacionado com a profecia de Is. 6.9, 10. O coração do ouvinte determina seu nível de compreensão (cf. Mt 11.15; 13.9, 15, 16, 43; Marcos 4.9, 23, 33, 34; 7.16; 8.18; Lucas 8.8; 9.44; 14.35).

Contudo, deve também ser afirmado que freqüentemente a multidão (Mt 15.10; Marcos 7.14) e os fariseus (Mt 21.45; Marcos 12.12; Lucas 20.19) compreendiam exatamente o que Jesus estava dizendo, mas recusaram responder apropriadamente a isso pela fé e arrependimento. Num sentido essa é a verdade da parábola do Semeador (Mt 13; Marcos 4; Lucas 8). As parábolas eram um meio de ocultar ou revelar a verdade (Mt 13.16, 17; 16.12; 17.13; Lucas 8.10; 10.23, 24).

Grant Osborne, no seu Hermeneutical Spiral [A Espiral Hermenêutica], p. 239, enfatiza o ponto que “parábolas são um ‘mecanismo de encontro’ e funcionam diferentemente dependendo do público...Cada grupo (líderes, multidões, discípulos) é encontrado diferentemente pelas parábolas”. Freqüentemente até os discípulos não compreendiam ou Suas parábolas ou Seus ensinos (cf. Mt 15.16; Marcos 6.52; 8.17, 18, 21; 9.32; Lucas 9.45; 18.34; João 12.16).

Um quarto nível é também controverso. Esse lida com a verdade central das parábolas. Os intérpretes mais modernos têm reagido (justificadamente assim) às interpretações alegóricas das parábolas. Alegoria tornou os detalhes em elaborados sistemas de verdade. Esse método de interpretação não foca no cenário histórico, cenário literário ou intenção autoral, mas apresentava o pensamento do intérprete, não do texto.

Contudo, deve ser admitido que as parábolas que Jesus interpretou são muito próximas do alegórico ou pelo menos tipológico. Jesus usava os detalhes para transmitir a verdade (o Semeador, Mt 13; Marcos 4; Lucas 8 e os arrendatários ímpios, Mateus 21; Marcos 12, Lucas 20).

Algumas das outras parábolas também têm várias verdades principais. Um bom exemplo é a parábola do Filho Pródigo (Lucas 15.11-32). Não é somente o amor do Pai e a obstinação do filho mais novo, mas a atitude do filho mais velho que é integral o significado completo da parábola.

Uma citação útil de Linguistics and Biblical Interpretation [Lingüística e Interpretação Bíblica] de Peter Cotterell e Max Turner: “Foi Adulf Julicher, mais do que nenhum outro que dirigiu a erudição do Novo Testamento em direção a uma tentativa decisiva de compreender o papel da parábola no ensino de Jesus. A alegorização radical das parábolas foi abandonada e a busca começou por uma chave que nos capacitaria a penetrar seu verdadeiro significado. Mas como Jeremias tornou claro, ‘Seus esforços para libertar as parábolas das interpretações fantásticas e arbitrárias de cada detalhe fizeram-lhe cair num erro fatal’. O erro foi insistir não meramente que uma parábola deveria ser compreendida como transmitindo uma única idéia, mas que a idéia deveria ser tão geral quanto possível” (p. 308).

Outra citação útil de The Hermeneutical Spiral [A Espiral Hermenêutica] de Grant Osborne: “Contudo eu tenho notado muitas indicações de que as parábolas são de fato alegorias, embora

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controladas pela intenção do autor. Bloomberg (1990) de fato argumenta que há tantos pontos quanto há personagens nas parábolas e que elas são de fato alegorias. Enquanto isto seja de algum modo exagerado, está mais próximo da verdade do que a abordagem de ‘um ponto’” (p. 240).

As parábolas deveriam ser usadas para ensinar verdades doutrinárias ou para iluminar verdades doutrinárias? A maioria dos intérpretes tem sido influenciada pelo abuso do método alegórico de interpretar parábolas que as permitiu ser usadas para estabelecer doutrinas que não têm conexão com a intenção original de Jesus nem com aquela do escritor do evangelho. O significado deve estar vinculado com a intenção autoral. Jesus e os escritores do evangelho estavam sob inspiração, mas os intérpretes não estão.

Contudo gravemente as parábolas têm sido abusadas que elas ainda funcionam como veículos de ensino da verdade, verdade doutrinária. Ouça Bernard Ramm neste ponto: “Parábolas realmente ensinam doutrinas e afirmação de que elas não podem ser usadas de forma alguma em escrito doutrinário é imprópria...nós devemos verificar nossos resultados com o ensino simples, evidente do nosso Senhor, e com o restante do Novo Testamento. Parábolas com os cuidados adequados podem ser usadas para ilustrar doutrina, iluminar a experiência cristã e para ensinar lições práticas”. Protestant Biblical Interpretation [Interpretação Bíblica Protestante] (p. 285).

Em conclusão deixe-me dar-lhes três citações que refletem advertências na nossa interpretação de parábolas:

1. Tirada de Entendes o Que Lês? de Gordon Fee e Doug Stuart: “...as parábolas têm sofrido uma triste sorte de interpretações errôneas na igreja, superada somente pelo Apocalipse” (p. 121)

2. Tirada de Understanding and Applying the Bible [Compreendendo e Aplicando a Bíblia] de J. Robertson McQuilkin: “Parábolas têm sido a fonte de bênçãos incontáveis na iluminação do povo de Deus no que se refere a verdade espiritual. Ao mesmo tempo, parábolas têm sido a fonte de confusão incontável tanto na doutrina quanto na prática na igreja” (p. 164).

3. Tirada de The Hermeneutical Spiral [A Espiral Hermenêutica] de Grant Osborne, “Parábolas tem estado entre as mais escritas, contudo hermeneuticamente abusadas porções da Escritura...o mais dinâmico contudo o mais difícil de compreender dos gêneros bíblicos. O potencial da parábola para comunicação é enorme, visto que ela cria uma comparação ou estória baseada nas experiências do dia a dia. No entanto, essa estória mesma é capaz de muitos significados, e o leitor moderno tem tanta dificuldade de interpretá-la quanto tiveram os antigos ouvintes” (p. 235). TÓPICO ESPECIAL: ORDEM DO CULTO DA PÁSCOA NO JUDAÍSMO DO PRIMEIRO SÉCULO

A. Oração B. Cálice de vinho C. Lavagem das mãos pelo anfitrião e passagem da bacia para todos D. Mergulho de ervas amargas e molho E. O cordeiro e a refeição principal F. Oração e um segundo mergulho de ervas amargas e molho G. O segundo cálice de vinho com tempo para pergunta e resposta para as crianças (cf. Ex.

12.26, 27) H. Cântico dos Salmo de Hallel 113-114 e oração I. O mestre de cerimônia faz pão para cada um depois de lavar suas mãos

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J. Todos comum até se satisfazerem; encerram com um pedaço de cordeiro K. Terceiro cálice de vinho depois de lavar as mãos L. Cantam os Salmos de Hallel 115-118 M. Quarto cálice de vinho, que denotava a vinda do Reino

Muitos acreditam que a instituição da Ceia do Senhor aconteceu em “K”. TÓPICO ESPECIAL: ADMOESTAÇÕES DE PAULO PARA ESCRAVOS

1. Estejam contentes, mas se uma oportunidade para liberdade se disponibilizar, aproveite-a (I Co 7.21-24)

2. Em Cristo não há escravo ou livre (Gl 3.28; Cl 3.11; cf. I Co 12.13) 3. Trabalhe como para o Senhor; Ele retribuirá (Ef 6.5-9; Cl 3.22-25; cf. I Pe 2.18-20) 4. Em Cristo os escravos se tornam irmãos (I Tm 6.2; Filemom vv. 16-17) 5. Escravos piedosos trazem honra a Deus (I Tm 6.1; Tito 2.9)

Admoestação de Paulo para os donos de escravos: Escravos e donos de escravos cristãos têm o mesmo Senhor; portanto, eles deveriam tratar

um ao outro com respeito (Ef 6.9; Cl 4.1) TÓPICO ESPECIAL: ELEMENTOS COMUNS DA DEFESA LEGAL DE PAULO Elementos comuns Paulo diante da Turba Paulo diante do Sinédrio Paulo diante de Félix Paulo dainte de Festo Paulo diante de Agripa II 1. Sua Formação

Judaica 22,3 24.14, 17.18 26.4 2. Seu treinamento

e zelo Farisaico

22.3 23.6-9 24.15, 21 26.5-8 3. Sua Perseguição de “O Caminho” 22.4, 5 26.9-11 4. Seu testemunho

Pessoal da

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sua Conversão 22.6-16 26.12-16 5. Seu chamado por Deus para ministério específico 22.17-22 26.17-23 TÓPICO ESPECIAL: LOUVOR, ORAÇÃO E AÇÃO DE GRAÇAS DE PAULO A DEUS

Paulo era homem de louvor. Ele conhecia o Antigo Testamento. Cada uma das primeiras quatro divisões (i.e., livros) do Saltério termina com doxologias (cf. Sl 41.13; 72.19; 89.52; 106.48). Ele também louva e exalta Deus de várias formas diferentes.

1. parágrafos iniciais em suas cartas a. bênçãos ou saudações iniciais (cf. Rm 1.7; 1Co 1.3; 2Co 1.2) b. bênçãos iniciais (eulogētos, cf. II Co 1.3, 4; Ef 1.3-14)

2. breves irrupções de louvor: a. Rm 1.25; 9.5 b. II Co 11.31

3. doxologias (caracterizadas pelo uso [1] doxa {i.e., glória} e [2] “para todo o sempre” a. Rm 11.36; 16.25-27 b. Ef 3.20, 21 c. Fp 4.20 d. I Tm 1.17 e. II Tm 4.18

4. ação de graças (i.e., eucharisteō) a. aberturas de carta (cf. Rm 1.8; I Co 1.4; II Co 1.11; Ef 1.16; Fp 1.3; Cl 1.3, 12; I Ts

1.2; II Ts 1.3; Filemom v. 4; I Tm 1.12; II Tm 1.3) b. chamado para dar graças (cf. Ef 5.4, 20; Fp 4.6; Cl 3.15, 17; 4.2; I Ts 5.18)

5. breves irrupções de ação de graças a. Rm 6.17; 7.25 b. I Co 15.57 c. II Co 2.14; 8.16; 9.15 d. I Ts 2.13 e. II Ts 2.13

6. bênçãos finais a. Rm 16.20, 24(?) b. I Co 16.24 c. II Co 13.14 d. Gl 6.18 e. Ef 6.24

Paulo conhecia o Deus Triúno teológica e experimentalmente. Em seus escritos ele começa com oração e louvor. No meio de suas exposições ele irrompe em louvor e ação de graças. Na conclusão das cartas, ele sempre se lembra de orar, louvar e agradecer a Deus. O escrito de Paulo

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respira oração, louvor e ação de graças. Ele conhecia a Deus, ele conhecia a si mesmo e ele conhecia o evangelho. TÓPICO ESPECIAL: USO DE PAULO DOS COMPOSTOS DE “HUPER”

Paulo tinha uma predileção especial por criar palavras novas usando a preposição grega huper, que basicamente significa “sobre”, “superior”. Quando usada com o genitivo (ablativo) significa “em favor de”. Pode também significar “acerca de” ou “a respeito de”, como peri (cf. II Co 8.23; II Ts 2.1).

Quando usado com o acusativo significa “acima”, “sobre” ou “além” (cf. A. T. Robertson, A Grammar of the Greek New Testament in the Light of Historical Research [Uma Gramática do Novo Testamento Grego à Luz da Pesquisa Histórica], pp. 625-633). Quando Paulo queria acentuar um conceito ele usava esta preposição num composto. O seguinte é uma lista do uso especial de Paulo desta preposição em compostos.

A. Hapax legomenon (usada somente uma vez no NT) 1. Huperakmos: alguém que passou da flor da idade, I Co 7.36 2. Huperauxanō: aumentar excessivamente, II Ts 1.3 3. Huperbainō: ultrapassar ou transgredir, I Ts 4.6 4. Huperkeina: além II Co 10.16 5. Huperekteina: estender demasiadamente, II Co 10.14 6. Huperentugchanō: interceder, Rm 8.26 7. Hupernikaō: ser abundantemente vitorioso, Rm 8.37 8. Huperpleonazō: estar em superabundância, I Tm 1.14 9. Huperupsoō: exaltar supremamente, Fp 2.9 10. Huperphroneō: ter pensamentos elevados, Rm 12.3

B. Palavras usadas somente nos Escritos de Paulo. 1. Huperairomai: exaltar a si mesmo II Co 12.7; II Ts 2.4) 2. Huperballontōs: acima da medida, excessivamente, II Co 11.23; (advérbio somente

aqui, mas verbo em II Co 3.10; 9.14; Ef 1.19; 2.7; 3.19) 3. Huperbolē: um excesso, uma armadura extraordinária armoring, Rm 7.13; I Co 12.31;

II Co 1.8; 4.7, 17; 22.7; Gl 1.13 4. Huperekperissou: além de toda medida, Ef 3.20; I Ts 3.10; 5.13 5. Huperlian: no mais alto grau ou proeminentemente, II Co 11.5; 12.11 6. Huperochē: proeminência, excelência, I Co 2.1; I Tm 2.2 7. Huperperisseuō: superabundar, Rm 5.20 (voz média, estar abundantemente cheio,

transbordante, II Co 7.4) C. Palavras usadas por Paulo e raramente em outros escritores do NT

1. Huperanō, muito acima, Ef 1.21; 4.10; e Hb 9.5 2. Huperechō, excelência, preeminência, Rm 13.1; Fp 2.3; 3.8; 4.7; I Pe 2.13 3. Huperēphanos, arrogante ou soberbo, Rm 1.30; II Tm 3.2 e Lucas 1.51; Tiago 4.6; I Pe

5.5. Paulo era um homem de grande paixão; quando coisas ou pessoas eram boas, elas eram

muito boas e quando eram más, elas eram muito más. Esta preposição permitia-lhe expressar seus sentimentos superlativos a respeito do pecado, de si próprio, e de Cristo e do Evangelho.

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TÓPICO ESPECIAL: VISÕES DE PAULO DA LEI DE MOSAICA É boa e de Deus (cf. Rm 7.12, 16). A. Não é o caminho para a justiça e aceitação por Deus (pode até ser uma maldição, cf.

Gálatas 3). B. É ainda a vontade de Deus para os crentes porque é a auto-revelação de Deus (Paulo

freqüentemente cita o AT para convencer e/ou encorajar os crentes). C. Os crentes são informados pelo AT (cf. Rm 4.23, 24; 15.4; I Co 10.6, 11), mas não salvos

pelo AT (cf. Atos 15; Romanos 4; Gálatas 3; Hebreus). D. Funciona na nova aliança para:

1. mostrar a pecaminosidade (cf. Gl 3.15-29) 2. guiar a a humanidade remida na sociedade 3. informar decisões éticas cristãs

É este espectro teológico de maldição e transitório para bênção e permanência que causa o problema ao tentar compreender a visão de Paulo da Lei Mosaica. Em A Man in Christ [Um Homem em Cristo], James Stewart mostra o pensamento e escrito paradoxal de Paulo: “Você normalmente esperaria um homem que estava se colocando para construir um sistema de pensamento e doutrina para fixar tão rigidamente quanto possível os significados dos termos que ele empregava. Você esperaria que ele aspirasse à precisão na fraseologia de suas idéias principais. Você exigiria que uma palavra, uma vez usada por seu escritor num sentido mantenha, deveria carregar esse sentido todo o tempo. Mas procurar isso de Paulo é ficar desapontado. Muito da sua fraseologia é fluida, não rígida... ‘A lei é santa’ ele escreve, ‘no tocante ao homem interior, tenho prazer na lei de Deus’ (Rm 7.12, 22) mas é claramente um outro aspecto da nomos que o faz dizer em outro lugar, ‘Cristo nos resgatou da maldição da lei’ (Gl 3.13)” (p. 26). TÓPICO ESPECIAL: PAZ (sentidos diferentes)

Este termo grego originalmente significava “unir aquilo que estava quebrado”. Há três formas que o NT fala de paz:

1. um aspecto objetivo, nossa paz com Deus através de Cristo (cf. Cl 1.20) 2. um aspecto subjetivo, nosso estar justos com Deus (cf. João 14.27; 16.33; Fp 4.7) 3. aquilo que Deus uniu num novo corpo, através de Cristo, tanto judeu quanto gentio crente

(cf. Ef 2.14-17; Cl 3.15). Uma vez que nós temos paz com Deus, isso deve resultar em paz com os outros!

Newman e Nida, A Translator’s Handbook on Paul’s Letter to the Romans [Um Manual do Tradutor sobre a Carta de Paulo aos Romanos], p. 92, tem um bom comentário sobre “paz”.

“Tanto no Antigo Testamento quanto no Novo o termo paz tem um amplo espectro de significados. Basicamente descreve o bem-estar total da vida de uma pessoa; era mesmo adotado entre os judeus como uma fórmula de saudação (shalom). Este termo tinha significado tão profundo que também pôde ser usado pelos judeus como uma descrição da salvação messiânica. Por causa deste fato, há vezes em que é usado quase como sinônimo da expressão traduzida como ‘estar numa relação reta com Deus’. Aqui o termo parece ser usado como uma descrição da relação harmoniosa estabelecida entre o homem e Deus na base de Deus ter tornado o homem justo consigo mesmo” (p. 92).

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TÓPICO ESPECIAL: PAZ E GUERRA I. Introdução

A. A Bíblia, nossa única fonte de fé e prática, não tem nenhuma passagem definitiva sobre paz. De fato, é paradoxal na sua apresentação. O AT pode ser aludido como uma abordagem para a paz que é militarista. O NT, no entanto, coloca o conflito em termos espirituais de luz e trevas.

B. A fé bíblica, assim como as religiões mundiais do passado e presente, buscou e ainda espera uma era áurea de prosperidade que não existe conflito.

1. Isaías 2.2-4; 11.6-9; 32.15-18; 51.3; Oséias 2.18; Miquéias 4.3 2. A fé bíblica profetiza a agência pessoal do Messias, Is 9.6, 7

C. No entanto, como nós vivemos num mundo de conflito? Há três respostas cristãs básicas que se desenvolveram cronologicamente entre a morte dos Apóstolos e a Idade Média.

1. Pacifismo, embora raro na antiguidade, era a resposta da igreja primitiva para a sociedade militar romana.

2. Só guerra, depois da conversão de Constantino (314 A.D.) a igreja começou a racionalizar o apoio militar de um “estado cristão” em resposta às sucessivas invasões bárbaras. Esta era basicamente a posição grega clássica. Esta posição foi primeiro articulada por Ambrósio e expandida por Agostinho.

3. Cruzada, isto é similar ao conceito de Guerra Santa do AT. Desenvolveu-se na Idade Média em resposta aos avanços mulçumanos na “Terra Santa” e antigos territórios cristãos tais como o Norte da África, Ásia Menos e Império Romano do Oriente. Não era em favor do estado, mas em favor da Igreja e sob os seus auspícios.

4. Todas as três visões se desenvolveram num contexto cristão com visões discordantes sobre como os cristãos deveriam se relacionar com um sistema mundial caído. Cada uma enfatizava certos textos bíblicos para a exclusão de outros. O pacifismo tende a se separar do mundo. A resposta da “Guerra Justa” tem defendido o poder do estado para controlar um mundo mal (Martinho Lutero). A posição da Cruzada tem defendido que a Igreja ataque o mundo caído para controlá-lo.

5. Roland H. Bainton, no seu livro Christian Attitudes Toward War and Peace [Atitudes Cristãs em Relação à Guerra e Paz], publicado por Abingdon, página 15, diz,

“A Reforma precipitou guerras de religião, em que as três posições histórica reapareceram: a guerra justa entre os luteranos e os anglicanos, a cruzada nas Igrejas Reformadas, e o pacifismo entre os anabatistas e depois os quakers. O século dezoito na teoria e na prática ressuscitou os idéias da paz humanista da Renascença. O século dezenove foi uma era de comparativa paz e grande agitação pela eliminação da guerra. O século vinte viu duas guerras mundiais. Nesse período também novamente as três posições históricas repetiram-se. As igrejas nos Estados Unidos particularmente tomaram uma atitude de cruzada para com a Primeira Guerra Mundial; o pacifismo foi predominante entre as duas guerras; o ambiente da Segunda Guerra aproximou daquele do guerra justa”.

D. A definição exata de “paz” tem sido disputada. 1. Para os gregos parece referir-se a uma sociedade de ordem e coerência. 2. Para os romanos era uma ausência de conflito provocado através do poder do estado. 3. Para os hebreus paz era uma dádiva de YHWH baseada na resposta apropriada a Ele.

Era geralmente posta em termos agrícolas (cf. Dt 27-28). Não só prosperidade, mas segurança e proteção divina são incluídas. II. Material Bíblico

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A. Antigo Testamento 1. Guerra Santa é um conceito básico do AT. A frase “não matarás” de Êx 20.13 e Dt 5.17

em hebraico refere-se ao assassinato premeditado (BDB 953), não morte por acidente ou paixão ou guerra. YHWH é até visto como um guerreiro em favor do Seu povo (cf. Josué – Juízes e Is 59.17, aludido em Ef 6.14)

2. Deus até usa a guerra como um meio de punir Seu povo desobediente – Assíria exila Israel (722 a.C.); Neo-Babilônia exila Judá (586 a.C.).

3. É chocante, numa atmosfera tão militarista, ler sobre o “servo sofredor” de Isaías 53, que pode ser classificado como pacifismo redentivo.

B. Novo Testamento 1. Nos Evangelhos soldados são mencionados sem condenação. Os “centuriões romanos”

são mencionados freqüentemente e quase sempre num sentido nobre. 2. Até os soldados crentes não são ordenados a deixar sua vocação (igreja primitiva). 3. O Novo Testamento não defende uma resposta detalhada aos males sociais em termos

de teoria ou ação social, mas em redenção espiritual. O foco não está nas batalhas físicas, mas na batalha espiritual entre a luz e as trevas, bem e mal, amor e ódio, Deus e Satanás (Ef 6.10-17).

4. Paz é uma atitude do coração em meio aos problemas do mundo. Está relacionada exclusivamente com nosso relacionamento com Cristo (Rm 5.1; João 14.27), não com o estado. Os pacificadores de Mt 5.9 não são políticos, mas proclamadores do evangelho! Comunhão, não conflito, deveria caracterizar a vida da igreja, não para si mesma como para um mundo perdido. TÓPICO ESPECIAL: PERSEVERANÇA

As doutrinas bíblicas relacionadas à vida cristã são difíceis para explicar porque elas são apresentadas em pares tipicamente orientais, dialéticos. Estes pares parecem contraditórios, contudo ambos os pólos são bíblicos. Os cristãos ocidentais têm tido a tendência de escolher uma verdade e ignorar ou depreciar a verdade oposta. Alguns exemplos:

1. A salvação é uma decisão inicial de confiar em Cristo ou um compromisso de toda vida ao discipulado?

2. A salvação é uma eleição por meio da graça de um Deus soberano ou uma resposta de fé e arrependimento da parte da humanidade a uma oferta divina?

3. A salvação, uma vez recebida, é impossível de perder, ou há uma necessidade por diligência contínua?

A questão da perseverança tem sido controvertida por toda a história da igreja. O problema começa com passagens aparentemente contraditórias do NT:

1. textos sobre certeza a. afirmações de Jesus no Evangelho de João (João 6.37; 10.28, 29) b. afirmações de Paulo (Rm 8.35-39; Ef 1.13; 2.5, 8, 9; Fp 1.6; 2.13; II Ts 3.3; II Tm 1.12;

4.18) c. afirmações de Pedro (I Pe 1.4, 5)

2. textos sobre a necessidade de perseverança a. afirmações de Jesus nos Evangelhos Sinóticos (Mt 10.22; 13.1-9, 24-30; 24.13; Marcos

13.13) b. afirmações de Jesus no Evangelho de João (João 8.31; 15.4-10) c. afirmações de Paulo (Rm 11.22; I Co 15.2; II Co 13.5; Gl 1.6; 3.4; 5.4; 6.9; Fp 2.12;

3.18-20; Cl 1.23; II Tm 3.2) d. afirmações do autor de Hebreus (2.1; 3.6, 14; 4.14; 6.11)

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e. afirmações de João (I João 2.6; II João 9; Ap 2.7, 17, 26; 3.5, 12, 21; 21.7) Salvação bíblica resulta do amor, misericórdia e graça de um Deus Triúno soberano.

Nenhum ser humano pode ser salvo sem a iniciação do Espírito (cf. João 6.44, 45). A Divindade vem primeiro e estabelece a pauta, mas exige que os seres humanos devem responder em fé e arrependimento, tanto inicialmente quanto continuamente. Deus trabalha com a humanidade num relacionamento pactual. Há privilégios e responsabilidades!

Salvação é oferecida a todos os seres humanos. A morte de Jesus lidou com o problema do pecado da criação caída! Deus providenciou um caminho e quer que todos criados à Sua imagem respondam ao Seu amor e provisão em Jesus.

Se você gostaria de ler mais sobre este assunto, veja 1. Dale Moody, The Word of Truth [A Palavra da Verdade], Eerdmans, 1981 (pp. 348-365) 2. Howard Marshall, Kept by the Power of God [Guadado pelo Poder de Deus], Bethany

Fellowship, 1969 3. Robert Shank, Life in the Son [Vida no Filho], Westcott, 1961 A Bíblia se dirige a dois problemas diferentes nesta área: (1) tomar a certeza como uma

licença para viver vidas infrutíferas, egoístas ou (2) encorajar aqueles que lutam com ministério e pecado pessoal. O problema é que os grupos errados estão levando a mensagem errada e construindo sistemas teológicos sobre passagens bíblicas limitadas. Alguns cristãos precisam desesperadamente da mensagem de certeza, enquanto outros precisam de advertências severas de perseverança! Em que grupo você está?

Há uma controvérsia teológica histórica envolvendo Agostinho versus Pelágio e Calvino

versus Armínio (semi-pelagianismo). A questão envolve a pergunta da salvação: se alguém é verdadeiramente salvo, ele deve perseverar na fé e frutificação?

Os calvinistas fazem fila atrás daqueles textos que afirmam a soberania de Deus e poder conservador (João 10.27-30; Rm 8.31-39; I João 5.13, 18; I Pe 1.3-5) e tempos verbais como os particípios passivos perfeitos de Ef 2.5, 8.

Os arminianos fazem fila atrás daqueles textos bíblicos que advertem a “agüentar”, “manter-se firme”, ou “continuar” (Mt 10.22; 24.9-13; Marcos 13.13; João 15.4-6; I Co 15.2; Gl 6.9; Ap 2.7, 11, 17, 26; 3.5, 12, 21; 21.7). Eu pessoalmente não creio que Hb 6 e 10 sejam aplicáveis, mas muitos arminianos usam-nos como uma advertência contra apostasia. A parábola do Semeador em Mt 13 e Marcos 4 dirigem-se à questão de crença aparente, como faz João 8.31-59. Como os calvinistas citam os verbos de tempo perfeito usados para descrever a salvação, os arminianos citam as passagens de tempo presente como I Co 1.18; 15.2; II Co 2.15.

Este é um exemplo perfeito como sistemas teológicos abusam do método de interpretação texto-prova. Geralmente um princípio orientador ou texto principal é usado para construir uma rede teológica pela qual todos os outros textos são vistos. Tenha cuidado com redes de qualquer fonte. Elas vêm da lógica ocidental, não da revelação. A Bíblia é um livro oriental. Ela apresenta a verdade em pares cheios de tensão, aparentemente paradoxais. Os cristãos são destinados a afirmar ambos e viver dentro da tensão. O NT apresenta tanto a segurança do crente quanto a exigência por fé e piedade contínuas. Cristianismo é uma resposta inicial de arrependimento e fé seguida por uma resposta contínua de arrependimento e fé. Salvação não é um produto (uma passagem para o céu ou política de seguro contra incêndio), mas um relacionamento. É uma decisão e discipulado. É descrita no NT em todos os tempos verbais:

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aoristo (ação completada), Atos 15.11; Rm 8.24; II Tm 1.9; Tito 3.5 perfeito (ação completada com resultados contínuos), Ef 2.5, 8 presente (ação contínua), I Co 1.18; 15.2; II Co 2.15 futuro (eventos futuros ou eventos certos), Rm 5.8, 10; 10.9; I Co 3.15; Fp 1.28; I Ts 5.8, 9;

Hb 1.14; 9.28 TÓPICO ESPECIAL: MAL PESSOAL Esse é um assunto muito difícil por várias razões.

1. O AT não revela um arquiinimigo para o bem, mas um servo de YHWH que oferece à humanidade uma alternativa e acusa a humanidade de injustiça (A. B. Davidson, pp. 300-306).

2. O conceito de um arquiinimigo pessoal de Deus desenvolveu-se na literatura interbíblica (não-canônica) sob a influência da religião persa (zoroastrismo). Isso, por sua vez, influenciou grandemente o judaísmo rabínico.

3. O NT desenvolve temas do AT em categorias surpreendentemente inflexíveis, mas seletivas.

Se alguém aborda o estudo do mal da perspectiva da teológica bíblica (cada livro ou autor ou gênero estudado e esboçado separadamente), então visões muito diferentes do mal são reveladas.

Se, contudo, alguém aborda o estudo do mal de uma perspectiva não bíblica ou extra-bíblica a partir das religiões mundiais ou religiões oridentais, então muito do desenvolvimento do NT é prenunciado no dualismo persa e espiritismo greco-romano.

Se alguém está pressupostamente comprometido com a autoridade divina da Escritura, então o desenvolvimento do NT deve ser visto como uma revelação progressiva. Os cristãos devem se prevenir contra permitir que o folclore judaico ou literatura inglesa (i.e., Dante, Milton) esclareçam mais o conceito. Há certamente mistério e ambigüidade nessa área da revelação. Deus escolheu não revelar todos os aspectos do mal, sua origem, seu propósito, mas Ele sempre revela sua derrota!

No AT o termo Satanás (BDB 966) ou acusador parece estar relacionado com três grupos separados.

1. acusadores humanos (I Sm 29.4; II Sm 19.22; I Rs 11.14, 23, 25; Salmo 109.6) 2. acusadores angélicos (Nm 22.22, 23; Zc 3.1) 3. acusadores demoníacos (I Cr 21.1; I Reis 22.21; Zc 13.2) Somente mai tarde no período intertestamentário é a serpente de Gênesis 3 identificada com

Satanás (cf. Livro de Sabedoria 2.23, 24; II Enoque 31.3), e mesmo depois isso se tornou uma opção rabínica (cf. Sot 9b e Sanh. 29a). Os “filhos de Deus” de Gênesis 6 se tornaram os anjos maus em I Enoque 54.6. Eles se tornaram a origem do mal na teologia rabínica. Eu menciono isso, não para afirmar sua precisão teológica, mas para mostrar seu desenvolvimento. No NT essas atividades do AT são atribuídas ao mal angélico, personificado (Satanás) em II Co 11.3; Ap 12.9.

A origem do mal personificado é difícil ou impossível (dependendo do seu ponto de vista) de determinar a partir do AT. Uma razão para isso era o forte monoteísmo de Israel (cf. I Rs 22.20-22; Ec 7.14; Is 45.7; Amós 3.6). Toda causalidade era atribuída a YHWH para demonstrar sua exclusividade e primazia (cf. Is 43.11; 44.6, 8, 24; 45.5, 6, 14, 18, 21, 22).

Fontes de possível informação são (1) Jó 1-2, onde Satanás é um dos “filhos de Deus” (i.e., anjos) ou (2) Isaías 14; Ezequiel 28, onde reis orgulhosos do oriente próximo (Babilônia e Tiro) são usados para ilustrar o orgulho de Satanás (cf. I Tm 3.6). Eu tenho emoções mistas sobre esta

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abordagem. Ezequiel usa metáforas do Jardim do Éden não somente para o rei de Tiro como Satanás (cf. Ez 28.12-16), mas também para o rei do Egito como a Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal (Ez 31). Contudo, Isaías 14, particularmente v.v. 12-14, parecem descrever uma revolta angélica através do orgulho. Se Deus quisesse revelar para nós a natureza e a origem específica de Satanás, essa é uma forma e lugar muito oblíquo para fazer isso. Devemos nos prevenir contra a tendência da teologia sistemática de tomar partes pequenas, ambíguas de diferentes testamentos, autores, livros e gêneros e combiná-los como partes de um quebra cabeça divino.

Alfred Edersheim (The Life and Times of Jesus the Messiah [A vida e os tempos de Jesus o Messias], vol. 2, apêndices XIII [pp. 748-763] e XVI [pp. 770-776]) diz que o judaísmo rabínico foi grandemente influenciado pelo dualismo persa e especulação demoníaca. Os rabinos não são uma boa fonte para a verdade nessa área. Jesus diverge radicalmente dos ensinos da Sinagoga. Eu acho que o conceito rabínico de mediação e oposição angélica na entrega da lei para Moisés no Mt. Sinai abriu a porta para o conceito de um arquiinimigo angélico de YHWH assim como da humanidade. Há dois deuses elevados do dualismo persa (zoroastrismo), Ahkiman e Ormaza, bem e mal. Esse dualismo se desenvolveu num dualismo judaico limitado de YHWH e Satanás.

Há certamente revelação progressiva no NT quanto ao desenvolvimento do mal, mas não tão elaborado quanto os rabinos proclamam. Um bom exemplo dessa diferença é a “guerra no céu”. A queda de Satanás é uma necessidade lógica, mas os detalhes específicos não são dados. Mesmo o que é dado é encoberto no gênero apocalíptico (cf. Ap 12.4, 7, 12, 13). Embora Satanás seja derrotado e exilado para a terra, ele ainda funciona como um servo de YHWH (cf. Mt 4.1; Lucas 22.31, 32; I Co 5.5; I Tm 1.20).

Nós devemos refrear nossa curiosidade nessa área. Há uma força pessoal de tentação e mal, mas há somente um único Deus e a humanidade ainda é responsável suas escolhas. Há uma batalha espiritual, tanto antes quanto depois da salvação. A vitória só pode vir e permanecer em e através do Deus Triúno. O mal foi derrotado e será removido! TÓPICO ESPECIAL: A PESSOALIDADE DO ESPÍRITO

No AT “o Espírito de Deus” (i.e., ruach) era uma força que realizava o propósito de YHWH, mas não há nenhuma dica de que era pessoal (i.e., monoteísmo do AT). No entanto, no NT a pessoalidade plena do Espírito é documentada:

1. Ele pode ser blasfemado (cf. Mt 12.31; Marcos 3.29) 2. Ele ensina (cf. Lucas 12.12; João 14.26) 3. Ele dá testemunho (cf. João 15.26) 4. Ele convence, guia (cf. João 16.7-15) 5. Ele é chamado “quem”, (i.e., hos) (cf. Ef 1.14) 6. Ele pode ser entristecido (cf. Ef 4.30) 7. Ele pode ser extinguido (cf. I Ts 5.19)

Textos trinitários (aqui estão três de muitos) também falam de três pessoas. 1. Mt 28.19 2. II Co 13.14 3. I Pe 1.2

O Espírito é relacionado com atividades humanas. 1. Atos 15.28 2. Rm 8.26

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3. I Co 12.11 4. Ef 4.30 No começo exato de Atos o papel do Espírito é enfatizado. O Pentecostes não foi o começo

da obra do Espírito, mas um novo capítulo. Jesus sempre teve o Espírito. Seu batismo não foi o começo da obra do Espírito, mas um novo capítulo. Lucas prepara a igreja para um novo capítulo de ministério efetivo. Jesus ainda é o foco, o Espírito ainda é o meio eficaz e o amor, perdão e restauração do Pai de todos os seres humanos criados à Sua imagem é a meta! TÓPICO ESPECIAL: PEDRO, O HOMEM I. SUA FAMÍLIA

A. A família de Pedro vivia na Galiléia dos Gentios na cidade de Betsaída na margem norte do Mar da Galiléia (ou Mar de Tiberíades cf. João 1.44), mas aparentemente mudou-se para Cafarnaum em algum momento (cf. Marcos 1.21, 29).

B. O nome do pai de Pedro era Jonas (cf. Mt 16.17) ou João (cf. João 1.42; 21.15-17). C. Seu nome dado era Simão (cf. Marcos 1.16, 29, 30, 36), que era comum na Palestina do

primeiro século. Era a forma Judaica de Simeão (cf. Atos 15.14; II Pe 1.1). Jesus lhe deu o nome de Pedro (Petros, que significa “rocha”, destinado a descrever sua força e estabilidade final) em Mt 16.18; Marcos 3.16; Lucas 6.14; e João 1.42. A forma Aramaica é Cefas (cf. João 1.42; I Co 1.12; 3.22; 9.5; 15.5; Gl 1.18; 2.9, 11, 14). Freqüentemente no NT esses dois nomes eram dados juntos (cf. Mt 16.16; Lucas 5.8; João 1.40; 6.8, 68; 13.6, 9, 24, 36; 18.10, 15, 25; 20.2, 6; 21.2, 3, 7, 11, 15).

D. O nome do irmão de Pedro era André (cf. Marcos 1.16). Ele era um discípulo de João Batista (cf. João 1.35, 40) e mais tarde um crente e seguidor de Jesus (cf. João 1.36, 37). Ele levou Simão a Jesus (cf. João 1.41). Vários meses depois Jesus os confrontou diante do Mar da Galiléia e os chamou para serem Seus discípulos oficiais de tempo integral (cf. Mt 4.18-20; Marcos 1.16-18; e Lucas 5.1-11).

E. Ele era casado (cf. Marcos 1.30; I Co 9.5), mas não há menção de filhos. II. SUA OCUPAÇÃO

A. A família de Pedro possuía vários barcos de pesca e até servos contratados. B. A família de Pedro pode sido sócia com Tiago, João e seu pai, Zebedeu (cf. Lucas 5.10). C. Pedro voltou a pescar brevemente depois da morte de Jesus (cf. João 21).

III. SUA PERSONALIDADE A. Os pontos fortes de Pedro

1. Ele era um seguidor dedicado, mas muito impulsivo (cf. Marcos 9.5; João 13.4-11). 2. Ele tentou atos de fé, mas freqüentemente falhou (e.g., andar sobre as águas, cf. Mt

14.28-31). 3. Ele era corajoso e disposto a morrer (cf. Mt 26.51, 52; Marcos 14.47; Lucas 22.49-51;

João 18.10, 11). 4. Depois de Sua ressurreição, Jesus dirigiu-se pessoalmente a ele como o desacreditado

líder dos Doze em João 21 e providenciou uma oportunidade para o arrependimento e restauração à liderança.

B. As fraquezas de Pedro 1. Ele tinha inicialmente tendências para o legalismo judaico

a. comendo com os gentios (Gl 2.11-21) b. leis de alimento (Atos 10.9-16)

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2. Ele, como todos os Apóstolos, não entendeu plenamente os novos ensinamentos radicais de Jesus e suas implicações

a. Marcos 9.5, 6 b. João 13.6-11; 18.10, 11

3. Ele foi castigado pessoalmente e severamente por Jesus (Marcos 8.33; Mt 16.23) 4. Ele foi encontrado em sono profundo em vez de orando na grande hora de necessidade

de Jesus no Getsêmani (Marcos 14.32-42; Mt 26.36-46; Lucas 22.40-60) 5. Ele negou repetidamente que conhecia Jesus (Marcos 14.66-72; Mt 26.69-75; Lucas

22.56-62; João 18.16-18, 25-27) IV. SUA LIDERANÇA DO GRUPO APOSTÓLICO

A. Há quatro listas dos Apóstolos (cf. Mt 10.2-4; Marcos 3.16-19; Lucas 6.14-16; Atos 1.13). Pedro é sempre listado primeiro. Os doze são divididos em três grupos de quatro. Eu acredito que isso lhes permitia alternarem em casa para visitarem suas famílias.

B. Pedro freqüentemente serve como o porta-voz do grupo Apostólico (cf. Mt 16.13-20; Marcos 8.27-30; Lucas 9.18-21). Essas passagens têm sido usadas com freqüência para afirmar a autoridade de Pedro dentro do grupo (cf. Mt 16.18). No entanto, dentro desse exato contexto ele é repreendido por Jesus como um instrumento de Satanás (cf. Mt 16.23; Marcos 8.33).

Também, quando os discípulos estavam discutindo sobre quem era o maior, Pedro não é suposto tomar essa posição (cf. Mt 20.20-28, especialmente v. 24; Marcos 9.33-37; 10.35-45).

C. Pedro não era o líder da Igreja de Jerusalém. Isso coube a Tiago, o meio irmão de Jesus (cf. Atos 12.17; 15.13; 21.18; I Co 15.7; Gl 1.19; 2.9, 12). V. SEU MINISTÉRIO DEPOIS DA RESSURREIÇÃO DE JESUS

A. O papel da liderança de Pedro é claramente vista nos primeiros capítulos de Atos 1. Ele conduziu a eleição da substituição de Judas (cf. Atos 1.15-26). 2. Ele pregou o primeiro sermão no Pentecostes (cf. Atos 2). 3. Ele curou um paralítico e pregou o segundo sermão registrado (cf. Atos 3.1-10; 3.11-

26). 4. Ele falou ousadamente ao Sinédrio em Atos 4. 5. Ele presidiu sobre a disciplina da igreja de Ananias e Safira em Atos 5. 6. Ele falou no Concílio de Jerusalém em Atos 15.7-11. 7. Vários outros eventos e milagres são atribuídos a ele em Atos.

B. Pedro, no entanto, nem sempre incorporava todas as implicações do Evangelho 1. Ele reteve a mentalidade do AT (cf. Gl 2.11-14) 2. Ele teve que receber uma revelação especial para incluir Cornélio (cf. Atos 10) e outros

gentios. VI. OS ANOS DE SILÊNCIO

A. Há pouca ou nenhuma informação sobre Pedro depois do Concílio de Jerusalém de Atos 15

1. Gálatas 1.18 2. Gálatas 2.7-21 3. I Coríntios 1.12; 3.22; 9.5; 15.5

B. Tradição da igreja primitiva 1. Pedro sendo martirizado em Roma é mencionado na Carta de Clemente de Roma para

a igreja em Corinto em 95 A.D.

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2. Tertuliano (150-222 A.D.) também observa o martírio de Pedro em Roma sob Nero (54-68 A.D.).

3. Clemente de Alexandria (200 A.D.) diz que Pedro foi morto em Roma. 4. Orígenes (252 A.D.) diz que Pedro foi martirizado por crucificação, de cabeça para

baixo, em Roma. TÓPICO ESPECIAL: FARISEUS I. O termo tinha uma das seguintes possíveis origens:

A. “Ser separado”. Esse grupo se desenvolveu durante o período dos Macabeus. (Essa é a visão mais amplamente aceita).

B. “Dividir”. Esse é um outro significado da mesma raiz hebraica. Alguns dizem que significava um intérprete (cf. II Tm 2.15).

C. “Persa”. Esse é um outro significado da mesma raiz aramaica. Algumas das doutrinas dos Fariseus têm muito em comum com o dualismo do Zoroastrismo Persa. II. Eles se desenvolveram durante o período macabeu dos Hasidim (piedosos). Vários grupos diferentes como os essênios surgiram da reação anti-helenística a Antíoco Epifano IV. Os fariseus são os primeiros mencionados nas Antiguidades dos Judeus 8.5.1-3 de Josefo. III. Suas principais doutrinas:

A. Crença num Messias vindouro, que era influenciada pela literatura apocalíptica judaica interbíblica como I Enoque.

B. Deus ativo na vida diária. Isso era diretamente oposto aos saduceus. Muito das doutrinas farisaicas eram um contraponto às doutrinas dos saduceus.

C. Uma vida depois da morte fisicamente orientada baseada na vida terrena, que envolvia recompensa e punição (cf. Dn 12.2).

D. Autoridade do AT e das Tradições Orais (Talmude). Eles eram conscientes de serem obedientes aos mandamentos de Deus do AT como eram interpretados e aplicados pelas escolas dos estudiosos rabínicos (Shammai, o conservador, e Hillel, o liberal). A interpretação rabínica era baseada num diálogo entre rabinos de duas filosofias divergentes, uma conservadora e outra liberal. Essas discussões orais sobre o significado da Escritura foram finalmente escritas de duas formas: o Talmude Babilônico e o incompleto Talmude Palestino. Eles acreditavam que Moisés tinha recebido interpretações orais no Mt. Sinai. O princípio histórico dessas discussões começou com Esdras e os homens da “Grande Sinagoga” (depois chamada de Sinédrio).

E. Angelologia altamente desenvolvida. Isso envolvia tanto os seres espirituais bons quanto maus. Isso se desenvolveu do dualismo persa e da literatura judaica interbíblica. TÓPICO ESPECIAL: PÔNCIO PILATOS I. O homem

A. Lugar e data de nascimento desconhecido B. Da ordem dos Equestres (classe média superior da sociedade romana) C. Casado, mas sem filhos conhecidos D. Primeiros compromissos administrativos (dos quais devem ter havido vários)

desconhecidos II. Sua personalidade

A. Duas visões diferentes

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1. Filo (Legatio ad Gaium, 299-305) e Josefo (Antig. 18.3.1 e Guerras Judaicas 2.9.2-4) o descrevem-no como um ditador cruel e incompassível.

2. O NT (Evangelhos, Atos) apresenta um procurador romano fraco, facilmente manipulado.

B. Paul Barnett, Jesus and the Rise of Early Christianity [Jesus e o Surgimento do Cristianismo Primitivo], pp. 143-148, dá uma explicação plausível dessas duas visões.

1. Pilatos foi designado procurador em 26 A.D. sob Tibério, que era pró-judaico (cf. Filo, Legatio ad Gaium, 160-161) por conselho de Sejano, principal conselheiro anti-judaico de Tibério.

2. Tibério sofreu uma perda de poder político para L. Élio Sejano, seu prefeito pretoriano que se tornou o poder real por trás do trono e que odiava os judeus (Filo, Legatio ad Gaium, 159-160).

3. Pilatos era um protegido de Sejano e tentou impressioná-lo por: a. introduzir os estandartes romanos em Jerusalém (26 A.D.), que outros

procuradores não tinham feito. Esses símbolos dos deuses romanos inflamaram os judeus (cf. Antig. 18.31; Guerras Judaicas 2.9.2, 3 de Josefo).

b. cunhar moedas (29-31 A.D.) que tinham imagens de adoração romana gravadas nelas. Josefo diz que ele estava propositadamente tentando derrubar as leis e costumes Judaicos (cf. Antig. 18.4.1, 2 de Josefo).

c. tirar dinheiro do tesouro do Templo para construir um aqueduto em Jerusalém (cf. Antig. 18.3.2; Guerras Judaicas 2.9.3 de Josefo).

d. ter vários galileus mortos enquanto estavam oferecendo um sacrifício na Páscoa em Jerusalém (cf. Lucas 13.12).

e. levar escudos romanos para Jerusalém em 31 A.D. O filho de Herodes apelou a ele para removê-los, mas ele não atendeu, então eles escreveram a Tibério que ordenou que fossem removidos de volta para Cesaréia pelo mar (cf. Filo, Legatio ad Gaium, 299-305).

f. Ter muitos Samaritanos massacrados no Mt. Gerizim (36/37 A.D.) enquanto buscavam objetos sagrados de sua religião, que tinham sido perdidos. Isso fez com que o superior local de Pilatos (Vitélio, Prefeito da Síria) o removesse do seu ofício e o enviasse para Roma (cf. Antig. 18.4.1, 2 de Josefo).

4. Sejano foi executado em 31 A.D. e Tibério foi restaurado ao pleno poder político; portanto, a, b, e d foram possivelmente realizados por Pilatos para ganhar a confiança de Sejano; e e f poderiam ter sido tentativas para ganhar a confiança de Tibério, mas podem ter produzido um resultado indesejado.

5. É óbvio que com um imperador pró-judaico restaurado, mais uma carta oficial para os procuradores de Tibério serem gentis com os judeus (cf. Filo, Legatio ad Gaium, 160-161), que a liderança judaica em Jerusalém tirou vantagem da vulnerabilidade política de Pilatos e o manipulou para que tivesse Jesus crucificado. Essa teoria de Barnett une as duas visões de Pilatos de uma forma plausível. III. Seu destino

A. Ele foi recolhido e chegou a Roma logo depois da morte de Tibério (37 A.D.) B. Ele não foi renomeado C. Sua vida é desconhecida depois disso. Há muitas teorias posteriores, mas nenhum fato

seguro.

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TÓPICO ESPECIAL: DERRAMADO O termo geral cheō, significa “derramar”. A forma intensificada, ekcheō, tem duas

conotações desenvolvidas 1. sangue inocente derramado, Mt 23.35; Atos 22.20 2. um sacrifício oferecido, Mt 26.28; Marcos 14.24; Lucas 22.20 Em Jesus esses dois sentidos se encontram no Calvário (cf. Colin Brown, ed., The New

International Dictionary of New Testament Theology [O Novo Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento] vol. 2, pp. 853-855). TÓPICO ESPECIAL: Diretrizes Práticas para Como os Crentes Possam Conhecer Seu Dom

Cristo mesmo, ou antes a Trindade (cf. 4.4-6; I Co 12.4-6), concede dons espirituais ao Seu povo. Os crentes são todos ministros dotados. Alguns são líderes, mas todos são ministros.

Há várias listas de dons espirituais no escrito de Paulo (I Co 12.2-10, 28-30; Rm 12.6-8; Ef 4.11). Essas listas não são idênticas. Isto implica que essas listas não são exaustivas, mas representativas. Para Paulo os dons são aspectos do ministério de Jesus concedidos ao Seu corpo (a igreja) para continuar o Seu ministério. O NT nunca dá uma lista definitiva dos dons ou uma diretriz para o conhecimento dos crentes de que dons lhes foram dados. O foco não está em identificar os dons, mas no aspecto diverso do ministério. Uma das melhores diretrizes práticas para conhecer o dom espiritual de alguém é encontrada num livreto da IVP chamado “Affirming the Will of God [Afirmando a Vontade de Deus] de Paul Little. As mesmas diretrizes para conhecer a vontade de Deus se aplicam para descobrir o dom espiritual de alguém. TÓPICO ESPECIAL: GUARDA PRETORIANA

Originalmente o termo, pretoriano, referia-se a uma tenda (pretório) do general romano, mas depois da era de conquista romana veio a ser usado num sentido administrativo para denotar o quartel general ou residência da administração política/militar (cf. Mt 27.27; João 18.28, 33; 19.9; Atos 23.35).

No entanto, no mundo romano do primeiro século era usado para os oficiais que constituíam a Guarda Imperial especial. Este grupo de soldados de elite foi iniciado por Augusto, mas foi finalmente concentrado em Roma por Tibério. Eles

1. eram todos do mesmo posto, centuriões 2. recebiam pagamento duplo 3. tinham privilégios especiais 4. se tornaram tão poderosos que a escolha deles para o Imperador era sempre honrada Não foi até o tempo de Constatino que este Grupo de elite, politicamente poderoso foi

finalmente dissolvido. TÓPICO ESPECIAL: ORAÇÃO, ILIMITADA CONTUDO LIMITADA

A. Os Evangelhos Sinóticos 1. os crentes são encorajados a perseverar em oração e Deus fornecerá “coisas boas”

(Mateus) ou “Seu Espírito” (Lucas) Mt 7.7; Lucas 11.5-13) 2. no contexto da disciplina da igreja os crentes (dois) são encorajados a se unirem em

oração (Mt 18.19) 3. no contexto do julgamento do judaísmo os crentes devem pedir com fé sem duvidar

(Mt 21.22; Marcos 11.23, 24)

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4. no contexto de duas parábolas (vv. 1-8, o juiz iníquo e vv. 9-14, o fariseu e o pecador) os crentes são encorajados a agir diferentemente dos juízes ímpios e fariseus hipócritas. Deus ouve os humildes e arrependidos (Lucas 18.1-14)

B. Escritos de João 1. no contexto do homem nascido cego que Jesus cura, a verdadeira cegueira dos fariseus

é revelada. As orações de Jesus (como de qualquer um) são respondidas porque Ele conhecia a Deus e vivia de acordo (João 9.31).

2. O Discurso do Cenáculo de João (João 13-17) a. 14.12-14 – a oração crente caracterizada por

1) vir de crentes 2) pedir em nome de Jesus 3) desejar que o Pai seja glorificado 4) guardar os mandamentos (v. 15)

b. 15.7-10 – oração crente caracterizada por 1) permanecer em Jesus 2) Sua permanecer neles 3) desejar que o pai seja glorificado 4) produzir muito fruto 5) guardar os mandamentos (v. 10)

c. 15.15-17 – oração dos crentes caracterizada por 1) sua eleição 2) sua produção de fruto 3) pedir em nome de Jesus 4) guardar o mandamento de amar um ao outro

d. 16.23, 24 – oração dos crentes caracterizada por 1) pedir em nome de Jesus 2) desejar a alegria seja tornada completa

3. A primeira carta de João a. 3.22-24 – oração dos crentes caracterizada por

1) guardar Seus mandamentos (vv. 22, 24) 2) viver adequadamente 3) crer em Jesus 4) amar um ao outro 5) permanecer nEle e Ele em nós 6) ter o dom do Espírito

b. 5.14-16 – oração dos crentes caracterizadas por 1) confiança em Deus 2) de acordo com a vontade dEle 3) os crentes oram uns pelos outros

C. Tiago 1. 1.5-7 – os crentes confrontados com várias tribulações são invocados a pedir sabedoria

sem duvidar 2. 4.2, 3 – os crentes devem pedir com os motivos apropriados 3. 5.13-18 – os crentes confrontados com problemas de saúde são encorajados

a. a pedir aos anciãos que orem

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b. orar com fé salvará c. a pedir que seus pecados sejam perdoados d. a confessar o pecado uns aos outros e orar uns pelos outros (similar a I João 5.16)

A chave para a oração eficaz é a semelhança a Cristo. Isto é o que orar em nome de Jesus significa. A por coisa que Deus poderia fazer para a maioria dos cristãos é responder suas orações egoístas! Num sentido todas as orações são respondidas. O aspecto mais valioso da oração é que o crente passa tempo com Deus, confiando em Deus. TÓPICO ESPECIAL: QUALIFICAÇÕES PARA TRABALHADORAS FEMININAS DA IGREJA

A. dignas (3.11) B. não caluniadoras (3.11) C. temperantes (3.11) D. fieis em tudo (3.11) E. não sustentada por parentes (5.3) F. esperança em Deus (5.5) G. persevera em oração (5.5) H. irrepreensíveis (5.7) I. mais de sessenta anos de idade (5.9) J. esposa de um só marido (5.9) K. testemunho de boas obras (5.10)

1. tenha criado os filhos bem (5.10) 2. exercitado hospitalidade (5.10) 3. socorrido atribulados (5.10) 4. zelosa de toda boa obra (5.10)

M. R. Vicente, Word Studies [Estudos de Palavra], vol. 2, pp. 752 e 1196, diz que as Constituições Apostólicas, que datam do final do segundo ou começo do terceiro século, faz uma distinção entre deveres e ordenação de auxiliadoras femininas da igreja.

A. diaconisas B. viúvas (cf. I Tm 3.11; 5.9, 10) C. virgens (cf. Atos 21.9 e possivelmente I Co 7.34)

Esses deveres envolviam A. cuidar dos doentes B. cuidar das pessoas fisicamente perseguidas C. visitar aqueles em prisão pela fé D. ensinar os novos crentes E. ajudar no batismo de mulheres F. algumas supervisoras de membros femininos da igreja

TÓPICO ESPECIAL: RACISMO I. Introdução

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A. Esta é uma expressão universal da humanidade caída dentro da sua própria sociedade. Este é o ego da humanidade, apoiando-se nas costas dos outros. O racismo é, de várias maneiras, um fenômeno moderno, enquanto o nacionalismo (ou tribalismo) é uma expressão mais antiga.

B. O nacionalismo começou em Babel (Gênesis 11) e estava originalmente relacionado com os três filhos de Noé dos quais as assim chamadas raças se desenvolveram (Gênesis 10). Contudo, é óbvio a partir da Escritura que a humanidade é de uma única fonte (cf. Gênesis 1-3; Atos 17.24-26).

C. O racismo é apenas um dos muitos preconceitos. Alguns outros são: (1) esnobismo educacional; (2) arrogância sócio-econômica; (3) legalismo religioso hipócrita; e (4) afiliações políticas dogmáticas. II. Material Bíblico

A. Antigo Testamento 1. Gn 1.27 – A humanidade, macho e fêmea, foi feita à imagem e semelhança de Deus,

que os criou únicos. Isso também mostra seu valor e dignidade individual (cf. João 3.16). 2. Gn 1.11-25 – Registra a frase, “...segundo a sua espécie...” dez vezes. Isso tem sido

usado para apoiar a segregação racial. No entanto, é óbvio do contexto que isso se refere a animais e plantas não à humanidade.

3. Gn 9.18-27 – Isso tem sido usado para apoiar a predominância racial. Deve ser lembrado que Deus não amaldiçoou Canaã. Noé, seu bisavô, o amaldiçoou depois de despertar de um estupor alcoólico. A Bíblia nunca registra que Deus confirmou esse juramento/maldição. Mesmo que Ele tivesse, isso não afeta a raça negra. Canaã foi o pai daqueles que habitaram a Palestina e a arte de parede do Egito mostra que eles não eram negros.

4. Josué 9.23 – Isso tem sido usado ara provar que uma raça servirá à outra. No entanto, no contexto, os gibeonitas são da mesma linhagem que os judeus.

5. Esdras 9-10 e Neemias – Esses têm sido freqüentemente usados num sentido racial mas o contexto mostra que os casamentos foram condenados não por causa da raça (eles eram do mesmo filho de Noé, Gênesis 10), mas por razões religiosas.

B. Novo Testamento 1. Nos Evangelhos:

a. Jesus fez uso do ódio entre os judeus e os samaritanos em vários casos, o que mostra que o ódio racial é inapropriado.

(1) a parábola do Bom Samaritano (Lucas 10.25-37) (2) a mulher no poço (João 4) (3) o leproso agradecido (Lucas 17.11-19)

b. O evangelho é para toda a humanidade: (1) João 3.16 (2) Lucas 24.46, 47 (3) Hebreus 2.9 (4) Apocalipse 14.6

c. O Reino incluirá toda a humanidade (1) Lucas 13.29 (2) Apocalipse 5

2. Atos a. Atos 10 é uma passagem definitiva sobre o amor universal de Deus e a mensagem

universal do evangelho.

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b. Pedro foi atacado por suas ações em Atos 11 e esse problema não foi resolvido até o Concílio de Jerusalém de Atos 15 se reuniu e chegou a uma solução. A tensão entre os judeus e gentios do primeiro século foi muito intensa.

3. Paulo a. Não há barreiras em Cristo

(1) Gl 3.26-28 (2) Ef 2.11-22 (3) Cl 3.11

b. Deus não faz acepção de pessoas (1) Rm 2.11 (2) Ef 6.9

4. Pedro e Tiago a. Deus não faz acepção de pessoas, I Pe 1.17 b. Deus não mostra parcialidade, então nem deveria Seu povo, Tiago 2.1

5. João a. Uma das mais fortes declarações sobre a responsabilidade dos crentes é

encontrada em I João 4.20 III. Conclusão

A. O racismo, ou tampouco, ou preconceito de qualquer espécie, é totalmente impróprio para os filhos de Deus. Aqui está uma citação de Henlee Barnette, que falou num fórum em Glorieta, Novo México, para a Comissão de Vida Cristã, em 1964.

“O racismo é herético, porque é antibíblico e anticristão, para não dizer anti-científico”. B. Este problema dá aos cristãos a oportunidade de mostrar seu amor, perdão e compreensão

semelhante a Cristo a mundo perdido. A recusa cristã nesta área mostra imaturidade e é uma oportunidade para o maligno retardar a fé, a certeza e o crescimento do crente. Também atuará como uma barreira às pessoas que se aproximam de Cristo.

C. O que eu posso fazer? (Esta seção é tirada de um tratado da Comissão de Vida Cristã ntitulada “Relações das Raças”)

NO NÍVEL PESSOAL Aceite sua própria responsabilidade em resolver problemas associados com raça. Através da oração, estudo da Bíblia e comunhão com aqueles de outras raças, esforce-se

por livrar a sua vida do preconceito racial. Expresse suas convicções a respeito de raça, particularmente onde aqueles que

estimulam o ódio racial não são desafiados. NA VIDA FAMILIAR Reconheça a importância da influência da família no desenvolvimento de atitudes para

com as outras raças. Busque desenvolver atitudes cristãs falando sobre o que filhos e pais ouvem sobre a

questão racial fora de casa. Os pais deveriam ter cuidado para estabelecer um exemplo cristão ao relacionar-se com

pessoas de outras raças. Busque oportunidades para fazer amizades da família através das linhas raciais. NA SUA IGREJA

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Pela pregação e ensino da verdade bíblica relativa a raça, a congregação pode ser motivada a estabelecer um exemplo para a comunidade inteira.

Assegure-se de que a adoração, a comunhão e o culto através da igreja estejam abertos a todos, mesmo que as igrejas do NT não observaram barreiras raciais (Ef 2.11-22; Gl 3.26-29).

NA VIDA DIÁRIA Ajude a vencer toda discriminação racial no mundo do trabalho. Trabalhe através de organizações da comunidade de todos os tipos para assegurar

direitos e oportunidades iguais, lembrando que é o problema racial que deve ser atacado, não as pessoas. O alvo é promover compreensão, não criar amargura.

Se parecer sábio, organize um comitê especial de cidadãos interessados para o propósito de abrir linhas de comunicação na comunidade para educação do público em geral e para ações específicas ao melhorar as relações raciais.

Apóie a legislação e os legisladores na aprovação de leis que promovam a justiça racial e oponha-se àqueles que exploram o preconceito para ganho político.

Elogie os funcionários públicos que aplicam a lei por aplicarem a lei sem discriminação.

Evite a violência e promova o respeito pela lei, fazendo tudo que for possível como cidadão cristão, para assegurar que as estruturas legais não se tornem ferramentas nas mãos daqueles que promoveriam discriminação.

Exemplifique o Espírito e a mente de Cristo em todas as relações humanas. TÓPICO ESPECIAL: RESGATE/REMIR I. ANTIGO TESTAMENTO

A. Há fundamentalmente dois termos legais hebraicos que expressam este conceito. 1. Ga’al (BDB 145, I), que basicamente significa “libertar por meio de um preço pago”.

Uma forma do termo go’el acrescenta ao conceito um intermediário pessoal, geralmente um membro da família (e.e., parente remidor). Este aspecto cultural do direito para comprar de volta objetos, animais, terra (cf. Levítico 25, 27), ou parentes (cf. Rute 4.14; Is 29.22) é transferido teologicamente à libertação de Israel do Egito (cf. Êx 6.6; 15.13; Sl 74.2; 77.15; Jr 31.11). Ele Se torna “o redentor” (cf. Jó 19.25; Sl 19.14; 78.35; Pv 23.1; Is 41.14; 43.14; 44.6, 24; 47.4; 48.17; 49.7, 26; 54.5, 8; 59.20; 60.16; 63.16; Jr 50.34).

2. Padah (BDB 804), que basicamente significa “libertar” ou “resgatar” a. a redenção do primogênito (Êx 13.13, 14 e Nm 18.15-17) b. redenção física é contrastada com redenção espiritual (Sl 49.7, 8, 15) c. YHWH redimirá Israel de seu pecado e rebelião (Sl 130.7, 8)

B. O conceito teológico envolve vários itens relacionados. 1. Há uma necessidade, uma servidão, uma penalidade, uma prisão.

a. física b. social c. espiritual (cf. Sl 130.8)

2. Um preço deve ser pago pela liberdade, libertação e restauração. a. da nação de Israel (cf. Dt 7.8) b. do indivíduo (cf. Jó 19.25-27; 33.28)

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3. Alguém deve atuar como um intermediário e benfeitor. Em gaal este é geralmente um membro da família ou parente próximo (i.e., go’el, BDB 145).

4. YHWH muitas vezes Se descreve em termos familiares. a. Pai b. Esposo c. Parente Próximo Remidor/vingador

Redenção era assegurada através da agência pessoal de YHWH; um preço era pago e a redenção era obtida II. NOVO TESTAMENTO

A. Há vários termos usados para expressar o conceito teológico. 1. Agorazō (cf. I Co 6.20; 7.23; II Pe 2.1; Ap 5.9; 14.3, 4). Este é um termo comercial que

reflete um preço pago por algo. Nós somos pessoas compradas por sangue que não controlamos nossas próprias vidas. Nós pertencemos a Cristo.

2. Exagorazō (cf. Gl 3.13; 4.5; Ef 5.16; Cl 4.5). Este é também um termo comercial. Reflete a morte substitutiva de Jesus em nosso lugar. Jesus levou a “maldição” de uma lei baseada no desempenho (i.e., Lei Mosaica. Cf. Ef 2.14-16; Cl 2.14), que os seres humanos pecadores não poderiam realizar. Ele levou a maldição (cf. Dt 21.23) por nós todos (cf. Marcos 10.45; II Co 5.21)! Em Jesus, a justiça e o amor de Deus fundem-se em perdão, aceitação e acesso plenos!

3. Luō, “libertar” a. Lutron, “um preço pago” (cf. Mt 20.28; Marcos 10.45). Estas são palavras

poderosas da própria boca de Jesus a respeito do propósito de Sua vinda, para ser o Salvador do mundo pagando uma dívida do pecado que Ele não devia (cf. João 1.29).

b. Lutroō, “libertar” (1) remir Israel (Lucas 24.21) (2) dar-Se para remir e purificar um povo (Tito 2.14) (3) para ser um substituto sem pecado (I Pe 1.18, 19)

c. Lutrōsis, “redenção”, “salvação” ou “libertação” (1) profecia de Zacarias sobre Jesus, Lucas 1.68 (2) louvor de Ana a Deus por Jesus, Lucas 2.38 (3) sacrifício melhor de Jesus, uma vez oferecido, Hb 9.12

4. Apolytrōsis a. redenção na Segunda Vinda (cf. Atos 3.19-21)

(1) Lucas 21.28 (2) Romanos 8.23 (3) Efésios 1.14; 4.30 (4) Hebreus 9.15

b. redenção na morte de Cristo (1) Romanos 3.24 (2) I Coríntios 1.30 (3) Efésios 1.7 (4) Colossenses 1.14

5. Antilytron (cf. I Tm 2.6). Este é um texto crucial (como é Tito 2.14) que vincula libertação à morte substitutiva de Jesus na cruz. Ele é o único sacrifício aceitável, o único que morre por “todos” (cf. João 1.29; 3.16, 17; 4.42; I Tm 2.4; 4.10; Tito 2.11; II Pe 3.9; I João 2.2;

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4.14). B. O conceito teológico no NT.

1. A humanidade está escravizada ao pecado (cf. João 8.34; Rm 3.10-18; 6.23) 2. A servidão da humanidade ao pecado tem sido revelada pela Lei Mosaica do AT (cf.

Gálatas 3) e o Sermão do Monte de Jesus (cf. Mateus 5-7). O desempenho humano tem se tornado uma sentença de morte (cf. Cl 2.14)

3. Jesus, o cordeiro de Deus sem pecado, veio e morreu em nosso lugar (cf. João 1.29; II Co 5.21). Nós fomos comprados do pecado de modo que nós possamos servir a Deus (cf. Romanos 6).

4. Por implicação tanto YHWH quanto Jesus são “parente próximo” que atuam em nosso benefício. Isto continua as metáforas familiares (i.e., pai, esposo, filho, irmão, parente próximo).

5. Redenção não foi um preço pago para Satanás (i.e., teologia medieval), mas a reconciliação da palavra de Deus e justiça de Deus com o amor e provisão plena de Deus em Cristo. Na cruz a paz foi restaurada, a rebelião humana foi perdoada, a imagem de Deus na humanidade é agora plenamente funcional novamente num relacionamento íntimo!

6. Há ainda um aspecto futuro de redenção (cf. Rm 8.23; Ef 1.14; 4.30), que envolve a ressurreição dos nossos corpos e intimidade pessoal com o Deus Triúno. Nossos corpos ressurretos serão como o dEle (cf. I João 3.2). Ele tinha um corpo físico, mas com um aspecto extradimensional. É difícil definir o paradoxo de I Co 15.12-19 com I Co 15.35-58. Obviamente há um corpo físico, terreno e haverá um corpo celestial, espiritual. Jesus tinha ambos! TÓPICO ESPECIAL: REINANDO NO REINO DE DEUS

O conceito de reinar com Cristo é parte de uma categoria teológica mais ampla, chamada “o

Reino de Deus”. É uma transferência do conceito do AT sobre Deus como o verdadeiro rei de Israel (cf. I Sm 8.7). Ele reinou simbolicamente (I Sm 8.7; 10.17-19) através de um descendente da tribo de Judá (cf. Gn 49.10) e da família de Jessé (cf. II Samuel 7).

Jesus é o cumprimento prometido da profecia do AT no que se refere ao Messias. Ele inaugurou o Reino de Deus com Sua encarnação em Belém. O Reino de Deus tornou-se a coluna central da pregação de Jesus. O Reino veio plenamente nEle (cf. Mt 10.7; 11.12; 12.28; Marcos 1.15; Lucas 10.9, 11; 11.20; 16.16; 17.20, 21).

No entanto, o Reino era também futuro (escatológico). Estava presente, mas não consumado (cf. Mt 6.10; 8.11; 16.28; 22.1-14; 26.29; Lc 9.27; 11.2; 13.29; 14.10-24; 22.16, 18). Jesus veio a primeira vez como um servo sofredor (cf. Is 52.13-53.12); como humilde (cf. Zc 9.9), mas Ele retornará como Rei dos Reis (cf. Mt 2.2; 21.5; 27.11-14). O conceito de “reinar” é certamente uma parte desta teologia do “reino”. Deus deu o reino aos seguidores de Jesus (veja Lucas 12.32). O conceito de reinar com Cristo tem vários aspectos e questões.

1. As passagens que afirmam que Deus deu aos crentes “o reino” através de Cristo referem-se a “reinar” (cf. Mt 5.3, 10; Lucas 12.32)?

2. As palavras de Jesus aos discípulos originais no contexto judaico do primeiro século referm-se a todos os crentes (cf. Mt 19.28; Lucas 22.28-30)?

3. A ênfase de Paulo sobre reinar nesta vida agora contrasta ou complementam os textos acima (cf. Rm 5.17; I Co 4.8)?

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4. Como o sofrer e reinar estão relacionados (cf. Rm 8.17; II Tm 2.11, 12; I Pe 4.13; Ap 1.9)?

5. O tema recorrente de Apocalipse refere-se ao compartilhar o reinado de Cristo , esse reinado é

a. terreno, 5.10 b. milenar, 20.5, 6 c. eterno, 2.26; 3.21; 22.5 e Dn 7.14, 18, 27

TÓPICO ESPECIAL: REMANESCENTE, TRÊS SENTIDOS

O conceito do AT de um “remanescente fiel” é um tema recorrente dos Profetas (principalmente nos profetas do oitavo século e Jeremias). É usado em três sentidos:

1. aqueles que sobreviveram o Exílio (e.g., Is 10.20-23; 17.4-6; 37.31, 32; Jr 42.15, 19; 44.12, 14, 28; Amós 1.8)

2. aqueles que permanecem fiéis a YHWH (e.g., Is 4.1-5; 11, 16,; 28.5; Joel 2.32; Amós 5.14, 15; Miquéias 2.12, 13; 4.6, 7; 5.7-9; 7.18-20)

3. aqueles que são parte da renovação e recriação escatológica (e.g., Amós 9.11-15) Neste contexto Deus escolhe somente alguns (aqueles com um zelo fiel) do remanescente

(sobreviventes do Exílio) para retornar a Judá. Como nós vimos antes neste capítulo, temas do passado de Israel se repetem (v. 6). Deus está reduzindo os números de modo que Ele possa mostrar o Seu poder, provisão e cuidado (e.g., Gideão, Juízes 6-7). TÓPICO ESPECIAL: RENOVAR (ANAKAINŌSIS)

Este termo grego em suas várias formas (anakainoō, anakainizō) tem dois significados básicos

1. “fazer algo se tornar novo e diferente (i.e., melhor)” – Rm 12.2; Cl 3.10 2. “causar uma mudança a um estado anterior preferível” – II Co 4.16; Hb 6.4-6 (tirado do Greek-English Lexicon of the New Testament [Léxico Grego-Inglês do Novo

Testamento] de Louw e Nida, vol. 1, pp. 157, 594) Moulton e Milligan, The Vocabulary of the Greek Testament [O Vocabulário do Testamento

Grego], dizem que este termo (i.e., anakkainōsis) não pode ser encontrado na grega antes do que Paulo. Paulo pode ter cunhado este termo ele mesmo (p. 34).

Frank Stagg, New Testament Theology [Teologia do Novo Testamento], tem um comentário interessante.

“Regeneração e renovação pertencem a Deus somente. Anakkainōsis, a palavra para “renovação”, é um substantivo de ação, e é empregado no Novo Testamento, junto com formas verbais, para descrever uma renovação contínua, como em Romanos 12.2, ‘transformai-vos pela renovação da vossa mente’ e 2 Coríntios 4.16, ‘o nosso homem interior se renova de dia em dia’. Colossenses 3.10 descreve o ‘novo homem’ como ‘que se refaz para o pleno conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou’. Assim o ‘novo homem’, a ‘novidade de vida’, a ‘regeneração’, ou ‘renovação’, por mais que designada, é traçada para um ato inicial e um ato contínuo de Deus como doador e sustentador da vida eterna” (p. 118). TÓPICO ESPECIAL: ARREPENDIMENTO

Arrependimento (junto com fé) é uma exigência pactual tanto da Antiga Aliança (Nacham,

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BDB 636, e.g., 13.12; 32.12, 14; Shuv, BDB 996, e.g., I Rs 8.47; Ez 14.6; 18.30) quanto da Nova Aliança.

1. João Batista (Mt 3.2; Marcos 1.4; Lucas 3.3, 8) 2. Jesus (Mt 4.17; Marcos 1.15; Lucas 5.32; 13.3, 5; 15.7; 17.3) 3. Pedro (Atos 2.38; 3.19; 8.22; 11.18; II Pe 3.9) 4. Paulo (Atos 13.24; 17.30; 20.21; 26.20; Rm 2.4; II Co 2.9, 10) Mas o que é arrependimento? É tristeza? É uma cessação de pecado? O melhor capítulo do

NT para compreender as diferentes conotações deste conceito é II Coríntios 7.8-11, onde termos gregos relacionados, mas diferentes, são usados.

1. “tristeza” (lupeō, cf. vv. 8 [duas vezes], 9 [três vezes], 10 [duas vezes], 11). Significa pesar ou sofrimento e tem uma conotação teológica neutra.

2. “arrependimento” (metanoeō, cf. vv. 9, 10). É um composto de “depois” e “mente, que implica uma nova mente, uma nova maneira de pensar, uma nova atitude para com a vida e Deus. Isto é verdadeiro arrependimento.

3. “arrepender-se” (metamelomai, cf. vv. 8 [duas vezes], 10). É um composto de “depois” e “cuidado”. É usado para Judas em Mt 27.3 e Esaú em Hb 12.16, 17. Implica tristeza sobre as conseqüências, não sobre os atos.

Arrependimento e fé são atos pactuais exigidos (cf. Marcos 1.15; Atos 2.38, 41; 3.16, 19; 20.21. Há alguns textos que implicam que Deus concede arrependimento (cf. Atos 5.31; 11.18; II Tm 2.25). Mas a maioria dos textos vê isto como uma resposta pactual humana necessária à oferta de uma salvação gratuita de Deus.

As definições de ambos os termos hebraicos e gregos são exigidos para compreender o sentido completo de arrependimento. O hebraico exige “uma mudança de ação”, enquanto o grego exige “uma mudança de mente”. A pessoa salva recebe uma mente e coração novos. Ele pensa diferente e vive diferente. Em vez de “O que há nisso para mim!” a pergunta agora é “Qual é a vontade de Deus?” Arrependimento não é uma emoção que desaparece ou uma impecabilidade total, mas um novo relacionamento com O Santo que transforma o crente progressivamente num santo. TÓPICO ESPECIAL: A RESSURREIÇÃO

A. Evidência para a ressurreição 1. Cinqüenta (50) dias depois no Pentecostes, a ressurreição havia se tornado o a nota

chave do sermão de Pedro (cf. Atos 2). Milhares que viviam na área onde isso aconteceu creram! 2. As vidas dos discípulos foram transformadas radicalmente do desencorajamento (eles

não estavam esperando a ressurreição) para a ousadia, e até o martírio. B. Significância da ressurreição

1. Mostra que Jesus era quem Ele afirmava ser (cf. Mt 12.38-40 predição da morte e ressurreição)

2. Deus expressou sua aprovação na vida, ensino e morte substitutiva de Jesus! (cf. Rm 4.25)

3. Mostra-nos a promessa para todos os cristãos (i.e., ressurreição dos corpos, cf. I Coríntios 15)

C. Afirmações de Jesus de que Ele ressuscitaria dos mortos 1. Mt 12.38-40; 16.21; 17.9, 22, 23; 20.18, 19; 26.32; 27.63 2. Marcos 8.31; 9.1-10, 31; 14.28, 58

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3. Lucas 9.22-27 4. João 2.19-22; 12.34; capítulos 14-16

D. Mais estudo 1. Evidence That Demands a Verdict de Josh McDowell 2. Who Moved the Stone? [Quem Moveu a Pedra?] de Frank Morrison 3. The Zondervan Pictorial Encyclopedia of the Bible [Enciclopédia Ilustrada da Bíblia

de Zodervan], “Ressurreição”, “Ressurreição de Jesus Cristo” 4. Teologia Sistemática de L. Berkhof, pp. 318, 663.

TÓPICO ESPECIAL: JUSTIÇA

“Justiça” é um tópico tão crucial que um estudante da Bíblia deve fazer um extensivo estudo pessoal do conceito.

No AT o caráter de Deus é descrito como “justo” ou “reto” (BDB 841). O termo mesopotâmico mesmo vem de um junco de rio que era usado como uma ferramenta de construção para julgar a retidão horizontal de paredes e cercas. Deus escolheu o termo para ser usado metaforicamente para Sua própria natureza. Ele é o gume (régua) reto pelo qual todas as coisas são avaliadas. Este conceito afirma a justiça de Deus como também Seu direito para julgar.

O homem foi criado à imagem de Deus (cf. Gn 1.26, 17; 5.1, 3; 9.6). A humanidade foi criada para comunhão com Deus. Toda a criação é um palco ou pano de fundo para a interação de Deus e humanidade! Deus queria que Sua mais elevada criação, a humanidade, conhecesse-O, amasse-O e fosse como Ele! A lealdade da humanidade foi testada (cf. Gênesis 3) e o casal original foi reprovado no teste. Isto resultou numa interrupção do relacionamento entre Deus e a humanidade (cf. Gênesis 3; Rm 5.12-21).

Deus prometeu reparar e restaurar a comunhão (cf. Gn 3.15). Ele fez isto através de Sua própria vontade e Seu próprio Filho. Os seres humanos eram incapazes de restaurar a violação (cf. Rm 1.18-3.20).

Depois da Queda, o primeiro passo de Deus para restauração foi o conceito de pacto baseado no Seu convite e resposta arrependida, fiel, obediente da humanidade. Por causa da Queda, os seres humanos eram incapazes de ação apropriada (cf. Rm 3.21-31; Gálatas 3). Deus mesmo teve que tomar a iniciativa para restaurar os seres humanos quebradores do pacto. Ele fez isto

1. declarando a humanidade justa através da obra de Cristo (i.e., justiça forense). 2. dando gratuitamente à humanidade justiça através da obra de Cristo (i.e., justiça

imputada). 3. provendo o Espírito interior que produz justiça (i.e., semelhança a Cristo, a restauração da

imagem de Deus) na humanidade. 4. restaurando a comunhão do Jardim do Éden Entretanto, Deus exige uma resposta pactual. Deus decreta (i.e., dá gratuitamente) e provê, mas os seres humanos devem responder e continuar a responder em 1. arrependimento 2. fé 3. estilo de vida de obediência 4. perseverança Justiça, portanto, é uma ação pactual, recíproca entre Deus e Sua mais elevada criação.

Baseada no caráter de Deus, na obra de Cristo e na capacitação do Espírito, a que cada indivíduo deve pessoalmente e continuamente responder apropriadamente. O conceito é chamado

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“justificação pela fé”. O conceito é revelado nos Evangelhos, mas não nestes termos. É fundamentalmente definido por Paulo, que usa o termo grego “justiça” em suas várias formas mais de 100 vezes.

Paulo, sendo um rabino treinado, usa o termo dikaiosunē no seu sentido hebraico do termo SDQ usado na Septuaginta, não da literatura grega. Nos escritos gregos, o termo é relacionado com alguém que se ajustou às expectativas da Divindade e sociedade. No sentido hebraico é sempre estruturado em termos pactuais. YHWH é um Deus justo, ético, moral. Ele quer que Seu povo reflita Seu caráter. A humanidade remida se torna uma nova criatura. Essa novidade resulta num novo estilo de vida de piedade (foco católico romano de justificação). Visto que Israel era uma teocracia não havia nenhuma delineação clara entre o secular (normas da sociedade) e o sagrado (vontade de Deus). Esta distinção é expressa nos termos hebraico e grego sendo traduzidos para o inglês como “justiça” (relacionando-se com sociedade) e “retidão” (relacionando-se com religião).

O evangelho (boas novas) de Jesus é que a humanidade caída tem sido restaurada à comunhão com Deus. Isso tem sido realizado através do amor, misericórdia e graça do Pai; da vida, morte e ressurreição do Filho; e da persuasão e atração ao evangelho do Espírito. Justificação é um ato gratuito de Deus, mas deve resultar em piedade (posição de Agostinho, que reflete tanto a ênfase da Reforma na liberdade do evangelho quanto a ênfase católico romana numa vida transformada de amor e fidelidade). Para os reformadores o termo “a justiça de Deus” é um genitivo objetivo (i.e., o ato de tornar a humanidade pecaminosa aceitável a Deus [santificação posicional], enquanto para o católico é um genitivo subjetivo, que é o processo de se tornar mais igual a Deus [santificação progressiva experimental]. Na realidade é certamente ambas!!)

Na minha opinião tudo da Bíblia de Gênesis 4 – Apocalipse 20 é um registro da restauração de Deus da comunhão do Éden. A Bíblia começa com Deus e a humanidade em comunhão num cenário terreno (cf. Gênesis 1-2) e a Bíblia termina com o mesmo cenário (cf. Apocalipse 21-22). A imagem e propósito de Deus serão restaurados!

Para documentar as discussões acima observe as seguintes passagens selecionadas do NT ilustrando o grupo de palavra grega.

1. Deus é justo (muitas vezes relacionado a Deus como Juiz) a. Romanos 3.26 b. II Tessalonicenses 1.5, 6 c. II Timóteo 4.8 d. Apocalipse 16.5

2. Jesus é justo a. Atos 3.14; 7.52; 22.14 (título do Messias) b. Mateus 27.19 c. I João 2.1, 29; 3.7

3. A vontade de Deus para Sua criação é justiça a. Levítico 19.2 b. Mateus 5.48 (cf. 5.17-20)

4. O meio de Deus de providenciar e produzir justiça a. Romanos 3.21-31 b. Romanos 4 c. Romanos 5.6-11

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d. Gálatas 3.6-14 e. Dada por Deus

1) Romanos 3.24; 6.23 2) I Coríntios 1.30 3) Efésios 2.8, 9

f. Recebida por fé 1) Romanos 1.17; 3.22, 26; 4.3, 5, 13; 9.30; 10.4, 6, 10 2) I Coríntios 5.21

g. Através de atos do Filho 1) Romanos 5.21 2) II Coríntios 5.21 3) Filipenses 2.6-11

5. A vontade de Deus é que Seus seguidores sejam justos a. Mateus 5.3-48; 7.24-27 b. Romanos 2.13; 5.1-5; 6.1-23 c. Efésios 1.4; 2.10 d. I Timóteo 6.11 e. II Timóteo 2.22; 3.16 f. João 3.7 g. I Pedro 2.24

6. Deus julgará o mundo pela justiça a. Atos 3.7 b. II Timóteo 4.8

Justiça é uma característica de Deus, dada gratuitamente à humanidade pecadora através de Cristo. É

1. um decreto de Deus 2. um presente de Deus 3. um ato de Cristo 4. uma vida a ser vivida Mas é também um processo de tornar-se justo que deve ser vigorosamente e constantemente

perseguido, que um dia será consumado na Segunda Vinda. Comunhão com Deus é restaurada na salvação mas prossegue por toda a vida para tornar-se um encontro frente a frente na morte ou na Parousia!

Aqui está uma boa citação para concluir esta discussão. É tirada do Dictionary of Paul and His Letters [Dicionário de Paulo e Suas Cartas] da IVP

“Calvino, mais ainda do que Lutero, enfatiza o aspecto relacional da justiça de Deus. A opinião de Lutero da justiça de Deus parece conter o aspecto de absolvição. Calvino enfatiza a natureza maravilhosa da comunicação ou transmissão da justiça de Deus a nós” (p. 834).

Para mim o relacionamento do crente com Deus tem três aspectos. 1. o evangelho é uma pessoa (ênfase da Igreja Oriental e Calvino) 2. o evangelho é verdade (ênfases de Agostinho e Lutero) 3. o evangelho é uma vida transformada (ênfase católica) Eles são todos verdadeiros e devem ser mantidos unidos para um cristianismo saudável, são,

bíblico. Se algum for super-enfatizado ou depreciado, problemas ocorrem. Nós devemos receber Jesus!

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Nós devemos crer no evangelho! Nós devemos perseguir a semelhança a Cristo!

TÓPICO ESPECIAL: SABBATH

Isto é o significado da palavra hebraica “descanso” ou “cessação”. Está relacionada ao sétimo dia da Criação quando Deus cessou seu trabalho depois de finalizar a criação inicial (cf. Gn 2.1-3). Deus não descansou porque Ele estava cansado, mas porque (1) a criação estava completa e era boa (cf. Gn 1.31) e (2) para dar à humanidade um padrão regular para adoração e descanso. O Sabbath começa como todos os dias de Gn 1, no crepúsculo; portanto, do crepúsculo na sexta-feira ao crepúsculo no sábado era o período de tempo oficial. Todos os detalhes da sua observância são dados em Êxodo (especialmente os capítulos 16, 20,31 e 35) e Levítico (especialmente os capítulos 23-26). Os fariseus tinham tomaram essas normas e, por suas tradições orais, as interpretaram para incluir muitas regras. Jesus freqüentemente realizava milagres, violando de propósito suas regras meticulosas para entrar num diálogo com eles. Não era o Sabbath que Jesus rejeitava ou menosprezava, mas o seu legalismo hipócrita e falta de amor. TÓPICO ESPECIAL: SADUCEUS I. Origem do Grupo

A. Muitos estudiosos acreditam que o nome vem de Zadoque, um dos sumo sacerdotes de Davi (cf. II Sm 8.17; 15.24). Mais tarde, Salomão exilou Abiatar por apoiar a rebelião de Adonias (cf. I Rs 2.26, 27) e reconheceu Zadoque como o único Sumo Sacerdote (cf. I Rs 2.35). Depois do exílio Babilônico essa linhagem sacerdotal foi restabelecida em Josué (cf. Ag 1.1). Essa família levítica foi escolhida para administrar o templo. Depois aqueles que eram dessa tradição sacerdotal e seus apoiadores foram chamados de zadoquitas ou saduceus.

B. Uma tradição rabínica do nono século A.D. (Aboth do Rabino Natan) diz que Zadoque foi um discípulo de Antígono de Sokho (2º século a.C.), Zadoque confundiu um famoso ditado de seu mentor envolvendo “recompensas depois da morte” e desenvolveu uma teologia que negava uma vida depois da morte e, por isso, negava a ressurreição do corpo.

C. Mais tarde dentro do Judaísmo os saduceus são identificados com os betusianos. Beto foi um discípulo de Antígono de Sokho. Ele desenvolveu uma teologia similar a Zadoque. Que também negava uma vida depois da morte.

D. O nome dos saduceus não aparece até os dias de João Hircano (135-104 a.C.), que é citado por Josefo (cf. Antiguidades 13.10.5, 6). Em Antiguidades 13.5.9 Josefo diz que lá existiam “três escolas de pensamentos”, fariseus, saduceus e essênios.

E. Há uma teoria rival de que eles vêm do tempo das tentativas dos governantes selêucidas para helenizar o sacerdócio sob Antíoco Epifânio IV (175-163 a.C.). Durante a revolta dos Macabeus um novo sacerdócio foi iniciado em Simão Macabeu (142-135 a.C.) e seus descendentes (cf. I Mac 14.41). Esses novos sumos sacerdotes asmoniano foram o possível início dos saduceus aristocráticos. Os fariseus se desenvolveram durante esse mesmo tempo dos Hasidim (i.e., os “separados”, cf. I Mac 2.42; 7.5-23).

F. Há uma teoria moderna (i.e., T. W. Manson) que saduceu é uma transliteração de do termo Grego sundikoi. Esse termo se referia às autoridades locais que interagiam com a autoridade romana. Isso pode explicar porque alguns saduceus não eram sacerdotes aristocráticos, mas eram membros do Sinédrio.

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II. Crenças Distintas A. Eles eram de uma facção sacerdotal conservadora da seita vida judaica durante os

períodos asmoniano e romano. B. Eles eram especialmente preocupados com os procedimentos, protocolo, rituais e liturgia

do templo. C. Eles se apegavam à Torá escrita (i.e., Gn – Dt) como autoritativa, mas rejeitavam a

Tradição Oral (i.e., Talmude). D. Eles, portanto, rejeitavam muitos das doutrinas estimadas desenvolvidas dos fariseus

1. a ressurreição do corpo (cf. Mt 22.23; Marcos 12.18; Lucas 20.27; Atos 4.1,2; 23.8) 2. a imortalidade da alma (cf. Antiguidades 18.1.3, 4; Guerras 2.8.14) 3. a existência de uma elaborada hierarquia de anjos (cf. Atos 23.8) 4. Eles tomavam o “olho por olho” (i.e., Lex talionis) literalmente e apoiavam a punição

física e a pena de morte (em vez de doação monetária) E. Uma outra área de disputa teológica era predestinação vs. livre arbítrio. Dos três grupos

mencionados por Josefo 1. os essênios afirmavam uma espécie de determinismo 2. os saduceus colocavam uma ênfase no livre arbítrio humano (cf. Antiguidades 13.5.9;

Guerras 2.8.14) 3. os fariseus sustentavam algo de uma posição de equilíbrio entre as outras duas

F. Num sentido os conflitos entre os dois grupos (i.e., saduceus e fariseus) espelhavam a tensão entre os sacerdotes e profetas no AT.

Uma outra tensão surgiu do fato que os saduceus representavam a nobreza social e que possuía terras. Eles eram os aristocratas (cf. Antiguidades 13.10.6; 18.1.4, 5; 20.9.1 de Josefo), enquanto os fariseus e os escribas eram os estudiosos e piedosos entre as pessoas da terra. Essa tensão poderia ser caracterizada como o templo em Jerusalém vs. as sinagogas locais por toda a terrra.

Uma outra tensão pode ter representado a rejeição dos saduceus da influência do zoroastrismo sobre a teologia farisaica. Exemplo: uma angelologia altamente desenvolvida, um dualismo entre YHWH e Satanás e uma elaborada visão da vida depois da morte em reluzentes termos físicos. Esses excessos pelos essênios e fariseus causaram uma reação nos saduceus. Eles retornaram para a posição conservadora de Moisés – somente teologia numa tentativa de frustrar as especulações dos outros grupos judaicos. III. Fontes de Informação

A. Josefo é a principal fonte de informação sobre os saduceus. Ele foi influenciado tanto pelo seu compromisso com os fariseus quanto seu interesse em retratar uma imagem positiva da vida judaica para os romanos.

B. A outra fonte de informação é a literatura rabínica. No entanto, aqui, também uma forte influência é evidente. Os saduceus negavam a relevância e a autoridade da Tradição Oral dos Anciãos (i.e., o Talmude). Esses escritos farisaicos obviamente descrevem seus oponentes de maneiras negativas, possivelmente exageradas (i.e, táticas de homem de palha).

C. Não há escritos conhecidos dos saduceus mesmos que sobreviveram. Com a destruição de Jerusalém e do Templo em 70 A.D. todos os documentos e influência da elite sacerdotal foram destruídos. Eles queriam manter a paz regional e a única maneira para fazer isso no primeiro século era cooperar com Roma (cf. João 11.48-50).

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TÓPICO ESPECIAL: SANTOS Este é o equivalente grego do kadosh hebraico (BDB 871), que tem o significado básico de

separar alguém, alguma coisa ou algum lugar para uso exclusivo de YHWH (BDB 871). Denota o conceito inglês de “o sagrado”. YHWH está separado da humanidade por Sua natureza (Espírito eterno não-criado) e Seu caráter (perfeição moral). Ele é o padrão pelo qual tudo mais é medido e julgado. Ele é o transcendente, o Santo, Outro Santo.

Deus criou os seres humanos para comunhão, mas a queda (Gênesis 3) causou uma barreira relacional e moral entre um Deus Santo e a humanidade pecaminosa, Deus escolheu restaurar Sua criação consciente; portanto, Ele invoca Seu povo para ser “santo” (cf. Lv 11.44; 19.2; 20.7, 26; 21.8). Por um relacionamento de fé com YHWH Seu povo se torna santo pela posição pactual nEle, mas são também invocados para viverem vidas santas (cf. Mt 5.48).

Este viver santo é possível porque os crentes são completamente aceitos e perdoados através da vida e obra de Jesus e da presença do Espírito Santo em suas mentes e corações. Isso estabelece a situação paradoxal de:

1. santo por causa da justiça imputada de Cristo 2. chamado para viver santo por causa da presença do Espírito Os crentes são “santos” (hagioi) por causa de 1. a vontade do Santo (o Pai, cf. João 6.29, 40) 2. a obra do Filho Santo (Jesus, cf. II Co 5.21) 3. a presença interior do Espírito Santo (cf. Rm 8.9-11) O NT sempre se refere a santos como plural (exceto uma vez em Fp 4.12, mas mesmo aí o

contexto o torna plural). Ser salvo é ser parte de uma família, um corpo, um edifício! A fé bíblica começa com uma recepção pessoal, mas resulta numa comunhão coletiva. Nós somos cada um dotados (I Co 12.11) para a saúde, crescimento e bem-estar do corpo de Cristo – a igreja (cf. I Co 12.7). Nós somos salvos para servir! Santidade é uma característica de família! TÓPICO ESPECIAL: TEMPOS DO VERBO GREGO USADO PARA SALVAÇÃO

Salvação não é um produto, mas um relacionamento. Não está terminada quando alguém confia em Cristo; ela apenas começou (um portão e depois uma estrada)! Não é uma política de seguro contra incêndio, nem uma passagem para o céu, mas uma vida de crescente semelhança a Cristo. Nós temos um ditado proverbial nos Estados Unidos que diz que quanto mais tempo um casal vive junto, mais eles começam a ficar parecidos. Esta é a meta da salvação! SALVAÇÃO COMO UMA AÇÃO COMPLETADA (aoristo)

– Atos 15.11 – Romanos 8.24 – II Timóteo 1.9 – Tito 3.5 – Romanos 13.11 (combina o aoristo com uma orientação futura)

SALVAÇÃO COMO UM ESTADO DE SER (perfeito) – Efésios 2.5, 8

SALVAÇÃO COMO UM PROCESSO CONTÍNUO (presente) – I Coríntios 1.18; 15.2 – II Coríntios 2.15 – I Pedro 3.21

SALVAÇÃO COMO UMA CONSUMAÇÃO FUTURA (futuro no tempo do verbo ou contexto)

Page 181: NT Special Topics Portuguese

– Romanos 5.9, 10; 10.9, 13 – I Coríntios 3.15; 5.5 – Filipenses 1.28 – I Tessalonicenses 5.8, 9 – Hebreus 1.14; 9.28 – I Pedro 1.5

Portanto, salvação começa com uma decisão de fé inicial (cf. João 1.12; 3.16; Rm 10.9-13), mas isso deve resultar numa fé de estilo de vida (cf. Rm 8.29; Gl 4.19, 20; Ef 1.4; 2.10), que um dia será consumada à vista (cf. I João 3.2). Esse estado final é chamado glorificação. Isto pode ser ilustrado como

1. salvação inicial – justificação (salvo da penalidade do pecado) 2. salvação progressiva – santificação (salvo do poder do pecado) 3. salvação final – glorificação (salvo da presença do pecado)

TÓPICO ESPECIAL: SALVAÇÃO (Termo do AT)

Este termo (BDB 447) tem várias conotações. 1. bem-estar, prosperidade, Jó 30.15 2. salvação divina que inclui tanto aspectos físicos quanto espirituais

a. Gn 49.18 b. Dt 32.15 c. Sl 3.2, 8; 22.1; 35.3; 62.2; 69.29; 70.5; 78.22; 80.3; 89.26; 91.16; 106.4; 140.7 d. Is 12.2; 33.2; 51.6, 8; 52.7, 10; 56.1; 59.11; 60.18; 62.1

3. a idéia de libertação física e espiritual está claramente presente em Jonas 2.9, 10 4. freqüentemente “regozijar” está relacionado com a salvação de YHWH, I Sm 2.1; Is 25.9;

26.1; Sl 9.14; 13.5; 35.9 Salvação envolve a implementação da comunhão e sociedade original pretendida de YHWH

com Suas criaturas humanas. Isso envolve inteira individual e da sociedade! TÓPICO ESPECIAL: SANTIFICAÇÃO

O NT afirma que quando pecadores se voltam para Jesus em arrependimento e fé, eles são instantaneamente justificados e santificados. Esta é a nova posição deles em Cristo. Sua justiça é imputada a eles (cf. Romanos 4). Eles são declarados justos e santos (um ato forense de Deus).

Mas o NT também insta os crentes sobre à santidade ou santificação. É tanto uma posição teológica na obra consumada de Jesus Cristo quanto um chamado para ser como Cristo em atitude e ações na vida diária. Como a salvação é um presente gratuito e um estilo de vida que custa tudo, assim também, é a santificação.

Resposta Inicial Uma Semelhança a Cristo Progressiva Atos 20.23; 26.18 Romanos 6.19 Romanos 15.16 II Coríntios 7.1 I Coríntios 1.2, 3; 6.11 Efésios 1.4;2.10 II Tessalonicenses 2.13 I Tessalonicenses 3.13; 4.3, 4, 7; 5.23 Hebreus 2.11; 10.10, 14; 13.12 I Timóteo 2.15 I Pedro 1.2 II Timóteo 2.21

Hebreus 12.14 I Pedro 1.15, 16

Page 182: NT Special Topics Portuguese

TÓPICO ESPECIAL: O SINÉDRIO I. Fontes de Informação

A. O Novo Testamento B. Antiguidades dos Judeus de Flavio Josefo C. A seção Mishná do Talmude (i.e., Tratado “Sinédrio”) Infelizmente o NT e Josefo não concordam com os escritos rabínicos, que parecem afirmar

dois Sinédrios em Jerusalém, um sacerdotal (i.e., saduceu), controlado pelo Sumo Sacerdote e lidando com a justiça civil e criminal e um segundo controlado pelos fariseus e escribas, preocupado com as questões religiosa e tradicional. No entanto, os escritos rabínicos datam de 200 A.D. e refletem situações da cultura depois da queda de Jerusalém para o general romano, Tito, em 70 A.D. Os Judeus restabelecem sua vida religiosa numa cidade chamada Jâmnia e mais tarde (118 A.D.) mudaram-se para a Galiléia. II. Terminologia

O problema com a identificação desse corpo judicial envolve os diferentes nomes pelos quais é conhecido. Há várias palavras usadas para descrever corpos judiciais dentro da comunidade judaica de Jerusalém.

A. Gerousia – “senado” ou “conselho”. Esse é o termo mais antigo que era usado perto do fim do período persa (cf. Antiguidades 12.3.3 de Josefo e II Macabeus 11.27). É usado por Lucas em Atos 5.21 junto com o termo “Sinédrio”. Pode ter sido uma maneira de explicar o termo para os leitores que falavam grego (cf. I Mac 12.35).

B. Synedrion – “Sinédrio”. Isto é uma composição de syn (junto com) e hedra (assento). Surpreendentemente esse termo é usado em aramaico, mas ele reflete uma palavra grega. Até o fim do período macabeu isso tinha se tornado o termo aceito para designar a suprema corte dos judeus em Jerusalém (cf. Mt 26.59; Marcos 15.1; Lucas 22.66; João 11.47; Atos 5.27). O problema surge quando a mesma terminologia é usada para os concílios judiciais locais fora de Jerusalém (cf. Mt 5.22; 10.17).

C. Presbyterion – “conselho de anciãos” (cf. Lucas 22.66). Isto é uma designação do AT para os líderes tribais. No entanto, veio a referir-se à suprema corte em Jerusalém (cf. Atos 22.5).

D. Boulē – Este termo “conselho” é usado por Josefo (i.e., Guerras 2.16.2; 5.4.2, mas não o NT) para descrever vários corpos judiciais: (1) o Senado em Roma; (2) cortes romanas locais; (3) a suprema corte judaica em Jerusalém; e (4) cortes judaicas locais. José de Arimatéia é descrito como um membro do Sinédrio por uma forma desse termo (i.e., bouleutēs, que significa “conselheiro”, cf. Marcos 15.43; Lucas 23.50). III. Desenvolvimento histórico

Originalmente diz-se que Esdras estabeleceu a Grande Sinagoga (cf. Targum sobre o Cantares 6.1) no período pós-exílico, quando parece ter começado o Sinédrio do tempo de Jesus.

A. A Mishná (i.e., Talmude) registra que havia duas cortes principais em Jerusalém (cf. Sin. 7.1).

1. Uma constituída de 70 (ou 71) membros (Sand. 1.6 ainda afirma que Moisés estabeleceu o primeiro Sinédrio em Nm 11, cf. Nm 11.16-25).

2. Uma constituída de 23 membros (mas isso pode se referir às cortes das sinagogas locais).

3. Alguns estudiosos judeus acreditam que havia três Sinédrios de 23 membros em Jerusalém. Quando os três se reuniam, eles, juntamente com os dois líderes, constituíam “o Grande Sinédrio” de 71 membros (i.e., Nasi e Av Bet Din).

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a. um sacerdotal (i.e., saduceus) b. um legal (i.e., fariseus) c. um aristocrático (i.e., anciãos)

B. No período pós exílico, a descendência davídica que retornou foi Zorobabel e a descendência aarônica que retornou foi Josué. Depois da morte de Zorobabel, não houve continuidade da descendência davídica, então o manto judicial foi passado exclusivamente para os sacerdotes (cf. I Mac. 12.6) e anciãos locais (cf. Ne 2.16; 5.7).

C. Esse papel sacerdotal nas decisões judiciais é documentado por Diodoro 40.3.4, 5 durante o período helenístico.

D. Esse papel sacerdotal no governo continuou durante o período selêucida. Josefo cita Antíoco “o Grande” III (223-187 a.C.) em Antiguidades 12.138-142.

E. Esse poder sacerdotal continuou durante o período macabeu de acordo com Antiguidades 13.10.5, 6; 13.15.5 de Josefo.

F. Durante o período romano o governador da Síria (i.e., Gabínio de 57-55 a.C.) estabeleceu cinco “Sinédrios” regionais (cf. Antiguidades 14.5.4; e Guerras 1.8.5 de Josefo), mas isso foi depois anulado por Roma (47 a.C).

G. O Sinedrio tinha um confronto político com Herodes (i.e., Antiguidades 14.9.3-5) que, em 37 a.C, retaliou e matou a maioria da alta corte (cf. Antiguidades 14.9.4; 15.1.2 de Josefo).

H. Sob os procuradores romanos (i.e., 6-66 A.D.) Josefo nos conta (cf. Antiguidades 20.200, 251) que o Sinédrio ganhou novamente considerável poder e influência (cf. Marcos 14.55). Há três julgamentos registrados no NT onde o Sinédrio, sob a liderança da família do Sumo Sacerdote, executa justiça.

1. o julgamento de Jesus (cf. Marcos 14.53-15.1; João 18.12-23, 28-32) 2. Pedro e João (cf. João Atos 4.3-6) 3. Paulo (cf. Atos 22.25-30)

I. Quando os judeus se revoltaram em 66 A.D., os romanos subseqüentemente destruíram a sociedade judaica e Jerusalém em 70 A.D. O Sinédrio foi permanentemente dissolvido, embora os fariseus em Jâmnia tentassem trazer uma suprema corte judicial (i.e., Beth Din) de volta à vida religiosa judaica (mas não civil ou política). IV. Membresia

A. A primeira menção bíblica de uma alta corte em Jerusalém é II Cr 19.8-11. Ela era constituída de (1) levitas; (2) sacerdotes; e (3) os cabeças das famílias (i.e., anciãos, cf. I Mac. 14.20; II Mac. 4.44).

B. Durante o período macabeu era dominado por (1) famílias dos sacerdotes saduceus e (2) a aristocracia local (cf. I Mac. 7.33; 11.23; 14.28). Depois nesse período os “escribas” (advogados mosaicos, geralmente fariseus) foram acrescentados, aparentemente pela esposa de Alexandre Janios Salomé (76-67 a.C). Diz-se ainda que ela tornou os fariseus o grupo predominante (cf. Guerras dos Judeus 1.5.2 de Josefo).

C. Até à época de Jesus a corte era constituída de 1. as famílias dos Sumos Sacerdotes 2. homens das famílias ricas locais 3. escribas (cf. Lucas 19.47)

V. Fontes Consultadas A. Dictionary of Jesus and the Gospels [Dicionário de Jesus e os Evangelhos], IVP, pp. 728-

732

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B. The Zondervan Pictorial Encyclopedia of the Bible [Enciclopédia Ilustrada da Bíblia de Zodervan], vol. 5, pp. 268-273

C. The New Schaff-Herzog Encyclopedia of Religious Knowledge [A Nova Enciclopédia Schaff-Herzog de Conhecimento Religioso], vol. 10, pp. 203-204

D. The Interpreter’s Dictionary of the Bible [O Dicionário do Intérprete da Bíblia], vol. 4, pp. 214-218

E. Enciclopédia Judaica, vol. 14, pp. 836-839 TÓPICO ESPECIAL: SATANÁS

Este é um assunto muito difícil por várias razões: 1. O AT não revela um arqui-inimigo do bem, mas um servo de YHWH, que oferece à uma

humanidade uma alternativa e também acusa a humanidade de injustiça. Há somente um Deus (monoteísmo), um poder, uma causa no AT – YHWH.

2. O conceito de um arqui-inimigo pessoal de Deus se desenvolveu na literatura interbíblica (não-canônica) sob a influência das religiões dualísticas persas (zoroastrismo). Isto, por sua vez, influenciou grandemente o judaísmo rabínico e a comunidade essênia (i.e., Rolos do Mar Morto).

3. O NT desenvolve os temas do AT em categorias surpreendentemente marcantes, mas seletivas.

Se alguém aborda o estudo do mal da perspectiva da teologia bíblica (cada livro ou autor ou gênero estudado e esboçado separadamente), então muitas visões deferentes do mal são reveladas.

Se, no entanto, alguém aborda o estudo do mal a partir de uma abordagem não-bíblica ou extra-bíblica das religiões mundiais ou religiões orientais, então muito do desenvolvimento do NT é prenunciado no dualismo persa e espiritismo greco-romano.

Se alguém está pressupostamente comprometido com a autoridade divina da Escritura, então o desenvolvimento do NT deve ser visto como revelação progressiva. Os cristãos devem se prevenir contra permitir que o folclore judaico ou a literatura ocidental (Dante, Milton) influencie mais o conceito. Há certamente mistério e ambigüidade nesta área da revelação. Deus escolheu não revelar todos os aspectos do mal, sua origem, seu desenvolvimento, seu propósito, mas Ele revelou sua derrota!

No AT o termo “satanás” ou “acusador” (BDB 966) pode se relacionar com três grupos separados.

1. acusadores humanos (cf. I Sm 29.4; II Sm 19.22; I Rs 11.14, 20, 29; Sl 109.6) 2. acusadores angélicos (cf. Nm 22.22, 23; Jó 1-2; Zc 3.1) 3. acusadores demoníacos (cf. I Cr 21.1; I Rs 22.21; Zc 13.2) Somente depois no período intertestamentário é a serpente de Gênesis 3 identificada com

Satanás (cf. Livro da Sabedoria 2.23, 24; II Enoque 31.3), e mesmo depois isto se torna uma opção rabínica (cf. Sot 9b e Sanh. 29a). Os “filhos de Deus” de Gn 6 se tornam anjos em I Enoque 54.6. Eu menciono isto, não para afirmar sua precisão teológica, mas para mostrar seu desenvolvimento. No NT estas atividades do AT são atribuídas ao mal angélico, personificado (cf. II Co 11.3; Ap 12.9).

A origem do mal personificado é difícil ou impossível (dependendo do seu ponto de vista) de determinar a partir do AT. Uma razão para isto é o forte monoteísmo de Israel (cf. I Rs 22.20-22; Ec 7.14; Is 45.7; Amós 3.6). Toda casualidade era atribuída a YHWH para demonstrar Sua singularidade e primazia (cf. Is 43.11; 44.6, 8, 24; 45.5, 6, 14, 18, 21, 22).

Page 185: NT Special Topics Portuguese

Fontes para possíveis informações são (1) Jó 1-2, onde Satanás é um dos “filhos de Deus” (i.e., anjos) ou (2) Isaías 14 e Ezequiel 28, onde reis orgulhosos do oriente próximo (Babilônia e Tiro) são possivelmente usados para ilustrar o orgulho de Satanás (cf. I Tm 3.6). Eu tenho emoções mistas sobre esta abordagem. Ezequiel usa metáforas do Jardim do Éden, não só para o rei de Tiro como Satanás (cf. Ez 28.12-16), mas também para o rei do Egito como a Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal (Ezequiel 31). Entretanto, Isaías 14, particularmente vv. 12-14, parece descrever uma revolta angélica através do orgulho. Se Deus quisesse nos revelar a natureza e origem específica de Satanás, esta é uma maneira e um lugar muito oblíquo para fazê-lo. Nós devemos nos prevenir contra a tendência da teologia sistemática de pegar partes pequenas, ambíguas de testamentos, autores, livros e gêneros diferentes e combiná-los como peças de um quebra-cabeça divino.

Eu concordo com Alfred Edersheim (The Life and Times of Jesus the Messiah [A Vida e Tempos de Jesus o Messias], vol. 2, apêndices XIII [pp. 748-763] e XVI [pp. 770-776]) que o judaísmo rabínico tem sido grandemente influenciado pelo dualismo persa e especulação demoníaca. Os rabinos não são uma boa fonte para a verdade nesta área. Jesus diverge radicalmente dos ensinos da Sinagoga nesta área. Eu acho que o conceito de um inimigo arcangélico de YHWH se desenvolveu dos dois deuses eminentes do dualismo iraniano, Akhiman e Ormaza, e foram depois desenvolvidos pelos rabinos num dualismo de YHWH e Satanás.

Há certamente revelação progressiva no NT quanto à personificação do mal, mas não tão

elaborada quanto os rabinos. Um bom exemplo desta diferença é a “guerra no céu”. A queda de Satanás é uma necessidade lógica, mas as especificidades não são dadas. Mesmo o que é dado é encoberto no gênero apocalíptico (cf. Ap 12.4, 7, 12, 13). Embora Satanás seja derrotado em Jesus e exilado para terra, ele ainda serve como um servo de YHWH (cf. Mt 4.1; Lucas 22.31, 32; I Co 5.5; I Tm 1.20).

Nós devemos refrear nossa curiosidade nesta área. Há uma força pessoal de tentação e mal, mas há ainda somente um Deus e nós ainda somos responsáveis por nossas escolhas. Há uma batalha espiritual, tanto antes como depois da salvação. Vitória só pode vir e permanecer em através do Deus Triúno. O mal foi derrotado e será removido! TÓPICO ESPECIAL: INTENÇÕES

Esta é palavra grega noēma. É usada por Paulo cinco vezes em II Coríntios e somente uma outra vez em Fp 4.7. É da raiz nous, que significa mente ou pensamentos. Paulo desenvolve isto de duas maneiras.

A. pensamento mau ou destrutivo 1. intenções de Satanás, II Co 2.11 2. mentes endurecidas e encobertas na descrença, II Co 3.14 3. mentes cegas por Satanás (o deus deste mundo), II Co 4.4 4. mentes enganadas por Satanás (como Eva) e desencaminhadas, II Co 11.3

B. pensamento piedoso 1. levar todo pensamento cativo à obediência de Cristo, II Co 10.5 2. a paz de Deus que excede toda compreensão (i.e., nous) guardará vossos corações e

vossas mentes (i.e., noemata) As habilidades do pensamento e linguagem humana são parte da imagem de Deus. Esses

maravilhosos dons podem ser usados para o bem ou mal. Os crentes devem guardar seus

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pensamentos e palavras. Nossa mente pode ser enganada, cega e manipulada por Satanás. Eles também podem ser maravilhosamente ativados por Deus para Sua glória e para Seu Reino. Nós somos despenseiros dos nossos pensamentos, planos e motivos! TÓPICO ESPECIAL: ESCRIBAS

O título vem do substantivo hebraico (BDB 706) que significa “uma mensagem falada”, “um documento/decreto escrito”. A tradução grega “grammateus” geralmente se refere a uma mensagem escrita. Pode denotar

1. educador (Neemias 8) 2. oficial governamental (II Rs 22.2-13) 3. notário/secretário (I Cr 24.6; II Cr 34.13; Jr 36.22) 4. oficial militar (cf. Jz 5.14) 5. líder religioso (Esdras 7.6; Ne 12.12, 13) No NT eles são freqüentemente associados com os fariseus. Num sentido eles eram pessoas

que eram educadas no AT e nas Tradições Orais (i.e., Talmude). Eles ajudavam a interpretar e aplicar as tradições judaicas na vida diária (cf. Sirah 39.6). No entanto, sua justiça (i.e., o legalismo e ritual judaicos) não podia trazer paz com Deus (cf. Mt 5.20; Rm 3.19, 20; 9.1-5, 30-32; 10.1-6; Cl 2.20-22).

Eles foram descritos nos Evangelhos Sinóticos (João nunca os menciona, 8.3 não é original), como opostos a Jesus, embora alguns respondessem a Ele (cf. Mt 8.19).

1. conflito sobre comer com pecadores e coletores de impostos, Marcos 2.16; Mt 9.9-13 2. conflito sobre a fonte da autoridade de Jesus nos exorcismos, Marcos 3.22 3. conflito sobre Jesus perdoar pecado, Mt 9.3; Lucas 5.21 4. exigência por um sinal espetacular, Mt 12.38 5. conflito sobre a lavagem de mão (i.e., as lavagens cerimoniais), Mt 15.1, 2; Marcos 7.1-5. 6. conflito sobre a afirmação das multidões na entrada triunfal em Jerusalém, Mt 21.15 7. acusação de Jesus dos motivos deles (i.e., buscar honra e proeminência), Marcos 12.38-

40 8. acusação de Jesus de serem hipócritas e guias cegos na cadeira de Moisés, Mt 23.1-36 Por causa do seu conhecimento da Escritura, eles deveriam ter sido os primeiros a

reconhecer e abraçar Jesus, mas suas tradições (cf. Is. 29.13; 6.9, 10) os tinha cegado! Quando a luz se torna trevas, quão grandes são as trevas! TÓPICO ESPECIAL: SELO

Um selo pode ter sido uma forma antiga de mostrar 1. verdade (cf. João 3.33) 2. propriedade (cf. João 6.27; II Tm 2.19; Ap 7.2, 3) 3. segurança ou proteção (cf. Gn 4.15; Mt 27.66; Rm 15.28; II Co 1.22; Ef 1.13; 4.30) 4. pode ter sido também um sinal da realidade da promessa de Deus de uma dádiva (Rm

4.11 e I Co 9.2). O propósito deste selo é identificar o povo de Deus para que a ira de Deus não os afete. O

selo de Satanás identifica o povo dele, que é o objeto da ira de Deus. No Apocalipse, “tribulação” (i.e., thlipsis) é sempre incrédulos perseguindo crentes, enquanto a ira/raiva (i.e., orgē ou thumos) é sempre um juízo de Deus sobre os incrédulos para que eles possam

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arrepender-se e dirigir-se à fé em Cristo. Este propósito positivo do juízo pode ser visto nas maldições/bênçãos pactuais de Deuteronômio 27-28. TÓPICO ESPECIAL: A SEGUNDA VINDA

Isso é literalmente “até a parousia”, que significa “presença”, e era usada para uma visita real. Os outros termos do NT usados para a Segunda Vinda são (1) epiphaneia, “aparição face a face”; (2) apokalupis, “desvelamento”; e (3) “o Dia do Senhor” e as variações desta frase.

O NT como um todo é escrito dentro da visão de mundo do AT, que afirmava 1. uma era do mal, rebelde atual 2. uma nova era de justiça que se aproxima 3. isso seria provocado pela agência do Espírito através da obra do Messias (O Ungido) A suposição teológica da revelação progressiva é exigida porque os autores do NT

modificam levemente a expectativa de Israel. Em vez de uma vinda militar, nacionalista focada (Israel) do Messias, há duas vindas. A primeira vinda foi a encarnação da divindade na concepção e nascimento de Jesus de Nazaré. Ele veio como o “servo sofredor” não-militar, não-judicial de Is 53; também o humilde cavaleiro sobre o filhote de um jumento (não um cavalo de guerra ou mula real), de Zc 9.9. A primeira vinda iniciou a Nova Era Messiânica, o Reino de Deus na terra. Num sentido o Reino está aqui, mas claro, em outro está ainda muito distante. É esta a tensão entre as duas vindas do Messias que, num sentido, é a sobreposição das duas eras judaicas que era invisível, ou pelo menos não clara, do AT. Na realidade, esta vinda dupla enfatiza o compromisso de YHWH de redimir toda humanidade (cf. Gn 3.15; 12.3; Êx 19.5 e a pregação dos profetas, especialmente Isaías e Jonas).

A igreja não está esperando pelo cumprimento da profecia do AT porque a maioria das profecias refere-se à primeira vinda (cf. Entendes o Que Lês?, pp. 217-218). O que os crentes realmente prevêem é a vinda gloriosa do Rei dos Reis e Senhor dos Senhores ressurreto, o cumprimento histórico esperado da nova era de justiça na terra como é no céu (cf. Mt 6.10). As apresentações do AT não eram imprecisas, mas incompletas. Ele virá novamente exatamente como os profetas previram, no poder e autoridade de YHWH.

A Segunda Vinda não é um termo bíblico, mas o conceito forma a visão de mundo e estrutura do NT inteiro. Deus corrigirá tudo. A comunhão entre Deus e a humanidade criada à Sua imagem será restaurada. O mal será julgado e removido. Os propósitos de Deus não podem, não falharão! TÓPICO ESPECIAL: ENVIAR (APOSTELLŌ)

Esta é uma palavra grega comum para “enviar” (i.e., apostellō). Este termo tem vários usos teológicos:

1. os rabinos o usavam para alguém chamado e enviado como um representante oficial de um outro, algo como a palavra portuguesa “embaixador” (II Co 5.20)

2. os Evangelhos freqüentemente usam este termo para Jesus sendo enviado pelo Pai. Em João o termo assume conotações messiânicas (cf. Mt 10.40; 15.24; Marcos 9.37; Lucas 9.48 e especialmente João 5.36, 38; 6.29, 57; 7.29; 8.42; 10.36; 11.42; 17.3, 8, 18, 21, 23, 25; 20.21 [ambas “apóstolo” e seus sinônimo pempō usado no v. 21]). É usado para Jesus enviando crentes (João 17.18; 20.21).

3. O NT usa-o para os discípulos

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a. o círculo íntimo original dos doze discípulos (e.g., Marcos 6.30; Lucas 6.13; Atos 1.2, 26);

b. um grupo especial de auxiliares e cooperadores apostólicos (1) Barnabé (cf. Atos 14.4, 14) (2) Andrônico e Júnias (ARC, Júnia, cf. Rm 16.7) (3) Apolo (cf. I Co 4.6-9) (4) Tiago o irmão do Senhor (cf. Gl 1.19) (5) Silvano e Timóteo (cf. I Ts 2.6) (6) possivelmente Tito (cf. II Co 8.23) (7) possivelmente Epafrodito (cf. Fp 2.25)

c. um dom permanente na igreja (cf. I Co 12.28, 29; Ef 4.11) 4. Paulo usa este título para si mesmo na maioria das suas cartas, como uma forma de

afirmar a sua autoridade dada por Deus como representante de Cristo (cf. Rm 1.1; I Co 1.1; II Co 1.1; Gl 1.1; Ef 1.1; Cl 1.1; I Tm 1.1; II Tm 1.1; Tito 1.1). TÓPICO ESPECIAL: LIDERANÇA DE SERVO

Os líderes de Deus são dotados para a igreja (Ef. 4.11), mas eles ainda são servos, não patrões! Paulo usa vários termos para se dirigir à idéia de servo/ministro nas cartas corintianas.

1. ajuda domestica (originalmente “levantar poeira”) a. diakonos, I Co 3.5; II Co 3.6; 6.4; 11.15 (duas vezes), 23 b. diakonia, I Co 16.15; II Co 3.7, 8, 9 (duas vezes); 4.1; 5.18; 6.3; 8.4; 9.1, 13; 11.8 c. dialoneō, II Co 3.3

2. servo ou assistente, hupēretes (no NT é usado para muitos tipos diferentes de empregados), I Co 4.1

3. escravo (alguém que é possuído e dirigido por um outro) a. doulos, I Co 7.21, 22 (duas vezes), 23; II Co 4.5 b. douloō, I Co 9.19

4. colega de trabalho, cooperador (composto de sol + trabalhador), sunergos, II Co 1.24 5. provedor (originalmente alguém que financia um coro)

a. chorēgeō, II Co 9.10 b. epichorēgeō, II Co 9.10

6. ministro (usado na Septuaginta de José para Potifar, Josué para Moisés, Samuel para Eli, Abisague para Davi e dos levitas para Israel (leitourgia, i.e., o termo geral para serviço na Septuaginta, II Co 9.12)

Todos esses termos mostram a compreensão de Paulo de ministério. Os crentes pertencem a Cristo. Como Cristo serviu aos outros (cf. Marcos 10.45), os crentes servem os outros (cf. I João 3.16). A liderança a igreja é a liderança de servo (cf. Mt 20.20-28; Marcos 10.32-45; Lucas 22.24-27). Esses facções arrogantes, orgulhosas tinham compreendido mal completamente o evangelho e falharam em compreender o coração e o ministério de Jesus! TÓPICO ESPECIAL: SOMBRA COMO METÁFORA PARA PROTEÇÃO E CUIDADO

A expressão idiomática de “sombra” era muito comum no antigo Oriente Próximo. Observe os exemplos na Bíblia.

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1. expressão idiomática de proteção, Is 16.3, 30.2, 3; Lm 4.20 2. expressão idiomática de “sombra da mão”, Sl 121.5, Is 49.2; 51.16 3. expressão idiomática de “sombra do teto”, Gn 19.8 4. expressão idiomática de “sombra da nuvem especial de Deus”, cf. Êx 1.21, 22; 14.19, 20,

24; Is 4.6; 25.4, 5; 32.1, 2 5. expressão idiomática de “sombra da asa”, Sl 17.8; 36.7; 57.1; 61.4; 63.7; 91.1, 4

(metáforas similares em Dt 32.10, 11; Rute 2.12; Is 31.5; Mt 23.37; Lucas 13.34) 6. expressão idiomática de “sombra de uma arvore”, Jz 9.15; Ez 17.23; 31.6, 17; Dn 4.12;

Oséias 14.7 TÓPICO ESPECIAL: OS CRISTÃOS DEVERIAM JULGAR UNS AOS OUTROS?

Esta questão deve ser tratado de duas maneiras. 1. os crentes são admoestados a não julgar uns aos outros (cf. Mt 7.1-5; Lucas 6.37, 42; Rm

2.1-11; Tg 4.11, 12) 2. os crentes são admoestados a avaliar os líderes (cf. Mt 7.6, 15, 16; I Co 14.29; I Ts 5.21; I

Tm 3.1-13; e I João 4.1-6) Alguns critérios para avaliação adequada podem ser úteis. 5. a avaliação deveria ser para o propósito de afirmação (cf. I João 4.1 – “testar” com uma

visão para aprovação) 6. a avaliação deve ser feita em humildade e delicadeza (cf. Gl 6.1) 7. a avaliação não deve focar nas questões de preferência pessoal (cf. Rm 14.1-23; I Co 8.1-

13; 10.23-33) 8. A avaliação deveria identificar aqueles líderes que tenham “nenhum pretexto para crítica”

de dentro da igreja ou da comunidade (cf. I Timóteo 3) TÓPICO ESPECIAL: QUAL É O PECADO PARA MORTE? A. Considerações hermenêuticas

1. a identificação adequada deve estar relacionada com o cenário histórico de João a. a presença dos falsos mestres gnósticos nas igrejas (cf. 2.19, 26; 3.7; II João 7)

(1) os gnósticos “cerintianos” ensinavam que o homem Jesus recebeu o espírito de Cristo no seu batismo e que o espírito de Cristo partiu antes de sua morte na cruz (cf. 5.6-8)

(2) os gnósticos docetas ensinavam que Jesus era um espírito divino, não um verdadeiro ser humano (cf. 1.1-3)

(3) o gnosticismo revelado nos escritos do segundo século refletia duas visões diferentes sobre o corpo humano

(a) visto que a salvação era uma verdade revelada à mente, o corpo humano era irrelevante ao terreno espiritual. Portanto, o que quer que ele desejasse ele poderia ter. Esses são freqüentemente referidos como gnósticos antimonianos ou libertinos.

(b) O outro grupo concluía que visto que o corpo era inerentemente mau (i.e., pensamento grego), qualquer desejo corporal deveria ser evitado. Esses são chamados gnósticos ascéticos.

b. esses falsos mestres tinham deixado a igreja (cf. 2.19), mas sua influência não tinha! 2. a identificação adequada deve estar relacionada com o contexto literário do livro todo

a. I João foi escrito para combater o falso ensino assegurar os verdadeiros crentes b. esses dois propósitos podem ser vistos nos testes dos verdadeiros crentes

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(1) doutrinário (a) Jesus era verdadeiramente humano (cf. 1.1-3; 4.14) (b) Jesus era verdadeiramente Deus (cf. 1.2; 5.20) (c) os seres humanos são pecadores e responsáveis a um Deus santo (cf. 1.6, 10) (d) os seres humanos também são perdoados e tornados justos com Deus por

i. morte de Jesus (cf. 1.7; 2.1, 2; 3.16; 4.9, 10, 14; 5.6-8) ii. fé em Jesus (cf. 1.9; 3.23; 4.15; 5.1, 4, 5, 10-12, 13)

(2) prático (positivo) (a) estilo de vida de obediência (cf. 2.3-5; 3.22, 24; 5.2, 3) (b) estilo de vida de amor (2.10; 3.11, 14, 18, 23; 4.7, 11, 12, 16-18, 21) (c) estilo de vida de semelhança a Cristo (não peca, cf. 1.7; 2.6, 29; 3.6-9; 5.18) (d) estilo de vida de vitória sobre o mal (cf. 2.13, 14; 4.4; 5.4) (e) Sua palavra permanece neles (cf. 1.10; 2.14) (f) eles têm o Espírito (cf. 3.24; 4.4-6, 13) (g) oração respondida (cf. 5.14, 15)

(3) prático (negativo) (a) estilo de vida de pecado (cf. 3.8-10) (b) estilo de vida de ódio (cf. 2.9, 11; 3.15; 4.10) (c) estilo de vida de desobediência (cf. 2.4; 3.4) (d) amam o mundo (cf. 2.15, 16) (e) negam a Cristo (negam o Pai e o Filho, cf. 2.22, 23; 4.2, 3; 5.10-12)

3. a identificação adequada deve estar ligada aos itens específicos no texto relevante (cf. 5.16, 17)

a. o termo “irmão” do v. 16 relaciona-se tanto com aqueles que cometem um pecado que não leva à morte quanto com aqueles que cometem um pecado que leva à morte?

b. os ofensores foram uma vez membros da igreja (cf. 2.19)? c. qual é a significância textual de:

(1) não há artigo com “pecado”? (2) o verbo “vê” como uma condicional de terceira classe com o subjuntivo aoristo

ativo? d. como as orações de um cristão (cf. Tiago 5.15, 16) podem restaurar a vida eterna “zōē”

para um outro sem o arrependimento pessoal do pecador? e. como o v. 17 se relaciona com os tipos de pecado (para morte, não para morte)?

B. Problemas teológicos 1. deveria um intérprete tentar ligar este texto com

a. o pecado “imperdoável” dos Evangelhos b. o pecado “uma fez fora” de Hebreus 6 e 10

O contexto de I João não parece paralelo ao pecado imperdoável dos fariseus na época de Jesus (cf. Mt 12.22-37; Marcos 3.2-29) assim como os judeus incrédulos de Hebreus 6 e 10. Todos os três grupos (fariseus, judeus incrédulos e falsos mestres gnósticos) ouviram o evangelho claramente, mas recusaram confiar em Jesus Cristo.

2. deveriam as questões denominacionais modernas ser uma rede teológica para ver este texto? O evangelicalismo tem super-enfatizado o início da experiência cristã e negligenciado as evidências do estilo de vida contínuo de fé verdadeira. Nossas questões teológicas modernas teriam chocado os cristãos do primeiro século. Nós queremos “certeza” baseada em “textos-

Page 191: NT Special Topics Portuguese

prova” bíblicos selecionados e em nossas deduções lógicas ou inclinações denominações. Nossas questões, redes e peculiaridades teológicas refletem nossas próprias inseguranças.

Nós queremos mais informação e esclarecimento do que a Bíblia fornece, assim nossas teologias pegam alguns pequenos pedaços de Escritura e tecem enormes teias de doutrinas lógicas, ocidentais lógicas!

A palavras de Jesus em Mateus 7 e Marcos 7 eram adequadas para a igreja primitiva! Jesus procura discípulos, não decisões, fé de estilo de vida a longo prazo, não fé emocional a curto prazo (cf. Mt 13.10-23; João 8.31-59). O cristianismo não é ato passado isolado, mas um arrependimento, fé, obediência e perseverança contínuas. O cristianismo não é uma passagem para o céu comprada no passado, nem uma política de seguro contra incêndio tirado para proteger alguém de um estilo de vida de egoísta, ímpio!

3. O pecado para morte refere-se à morte física ou morte eterna? O uso de João de zōē neste contexto implica que o contraste refere-se à morte eterna. É possível que Deus leva para casa (morte física) filhos que pecam? A implicação deste contexto é que (1) as orações de crentes companheiros e (2) o arrependimento pessoal do ofensor combinam para restaurar os crentes, mas se eles continuam num estilo de vida que traz reprovação sobre a comunidade crente, então o resultado pode ser um “finalmente” ou partida física precoce desta vida (cf. When Critics Ask [Quando os Críticos Perguntam] de Norman Geisler and Thomas Howe, p. 541] TÓPICO ESPECIAL: SILAS/SILVANO

Silas, ou Silvano, foi o homem que Paulo escolheu para ir com ele na segunda viagem missionária depois que Barnabé e João Marcos retornaram para Chipre:

A. Ele mencionado primeiro na Bíblia em Atos 15.22, onde ele é chamado um dos principais entre os irmãos da Igreja de Jerusalém.

B. Ele também era um profeta (cf. Atos 15.32). C. Ele era um cidadão romano como Paulo (cf. Atos 16.37). D. Ele e Judas Barsabás foram enviados para Antioquia pela Igreja de Jerusalém para

inspecionar a situação (cf. Atos 15.22, 30-35). E. Paulo o menciona em II Co 1.19 como um bom companheiro pregador do evangelho. F. Mais tarde ele é identificado com Pedro ao escrever I Pedro (cf. I Pe 5.12). G. Tanto Paulo quanto Pedro o chamam de Silvano, enquanto Lucas o chama de Silas (a

forma aramaica de Saulo). É possível que Silas fosse seu nome judaico e Silvano o seu nome latino (cf. F. F. Bruce, Paul: Apostle of the Heart Set Free [Paulo: o Apóstolo do Coração Liberto], p. 213). TÓPICO ESPECIAL: “FILHOS DE...”

O termo “filho” (ou “filhos de...”) é freqüentemente usado para caracterizar um grupo (ou individual) ou mostra a inclusão de alguém num grupo.

A. Caracterização de um grupo 1. positiva

a. filhos do Reino, Mt 8.12; 13.38 b. filhos dos homens, Marcos 3.28; Ef 3.5 c. filhos da luz, Lucas 16.8; João 12.36; Ef 5.8; I Ts 5.5 d. filhos da ressurreição, Lucas 20.36

Page 192: NT Special Topics Portuguese

e. filhos dos Profetas, Atos 3.25 f. filhos da aliança, Atos 3.25 g. filhos de Deus, I João 3.10

2. negativa a. filhos do maligno, Mt 13.38; João 8.44; I João 3.10 b. um filho do inferno, Mt 23.15 c. filhos desta era, Lucas 16.8; d. filhos do diabo, Atos 13.10; 23.6 e. filhos da desobediência, Ef 2.2; 5.6

B. Caracterização de um individuo 1. positiva

a. filho da consolação (i.e., Barnabé), Atos 4.36 b. filho de fariseus (i.e., Paulo), Atos 23.6

2. negativa a. filhos do trovão (i.e., Tiago e João), Marcos 3.17 b. filho da perdição (i.e., Judas Iscariotes), João 17.12 c. filho da destruição (o Anticristo), II Ts 2.3

TÓPICO ESPECIAL: O FILHO DE DEUS

Este é um dos principais títulos do NT para Jesus. Certamente tem conotações divinas. Incluía Jesus como “o Filho” ou “Meu Filho” e Deus se dirigia como “Pai”. Ocorre no NT mais de 124 vezes. Mesmo a auto-designação de Jesus como “Filho do Homem” tem conotação divina de Dn 7.13, 14.

No AT a designação “filho” poderia referir-se a quatro grupos específicos. A. anjos (geralmente no plural, cf. Gn 6.2; Jó 1.6; 2.1) B. o Rei de Israel (cf. II Sm 7.14; Sl 2.7; 89.26, 27) C. a nação de Israel como um todo (cf. Êx 4.22, 23; Dt 14.1; Os 11.1; Ml 2.10) D. juízes israelitas (cf. Sl 82.6) É o segundo uso que é ligado a Jesus. Desta maneira “filho de Davi” e “filho de Deus”

ambos se relacionam com II Samuel 7; Salmo 2 e 89. No AT “filho de Deus” nunca é usado especificamente para o Messias, exceto como o rei escatológico como um dos “ofícios ungidos” de Israel. Entretanto, nos Rolos do Mar Morto o título com implicações messiânicas é comum (veja referências específicas em Dictionary of Jesus and the Gospels [Dicionário de Jesus e os Evangelhos], p. 770). Também “Filho de Deus” é um título messiânico nas duas obras apocalípticas judaicas interbíblicas (cf. II Esdras 7.28; 13.32, 37, 52; 14.9 e I Enoque 105.20.

No contexto do NT quando se refere a Jesus é melhor resumido por várias categorias. 1. Sua preexistência (cf. João 1.1-18) 2. Seu nascimento único (virgem) (cf. Mt 1.23; Lucas 1.31-35) 3. Seu batismo (cf. Mt 3.17; Marcos 1.11; Lucas 3.22. A voz de Deus do céu une o rei real

do Salmo 2 com o servo sofredor de Isaías 53). 4. Sua tentação satânica (cf. Mt 4.1-11; Marcos 1.12, 13; Lucas 4.1-13. Ele é tentado a

duvidar de Sua filiação ou pelo menos realizar o propósito dela por meio diferente da cruz). 5. Sua afirmação por confessores inaceitáveis

a. demônios (cf. Marcos 1.23-25; Lucas 4.31-37, 41; Marcos 3.11, 12; 5.7) b. descrentes (cf. Mt 27.43; Marcos 14.61; João 19.7)

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6. Sua afirmação por Seus discípulos a. Mt 14.33; 16.16 b. João 1.34, 49; 6.69; 11.27

7. Sua auto-afirmação a. Mateus 11.25-27 b. João 10.36

8. Seu uso da metáfora familiar de Deus como Pai a. Seu uso de abba para Deus

1) Marcos 14.36 2) Romanos 8.15 3) Gálatas 4.6

b. Seu uso recorrente de Pai (patēr) para descrever Seu relacionamento com a divindade Em resumo, o título “Filho de Deus” tinha grande significado teológico para aqueles que

conheciam o AT e suas promessas e categorias, mas os escritores do NT ficavam apreensivos sobre seu uso com os gentios por causa de sua origem pagã de “os deuses” tomando mulheres com a descendência resultante sendo “os titãs” ou “gigantes”. TÓPICO ESPECIAL: “os filhos de Deus” em Gênesis 6

A. Há uma grande controvérsia sobre a identificação da frase “os filhos de Deus”. Há três interpretações principais

1. a frase se refere à linhagem piedosa de Sete (cf. Gênesis 5) 2. a frase se refere a um grupo de seres angelicais 3. a frase se refere aos reis ou tiranos da linhagem de Caim (cf. Gênesis 4)

B. Evidência para a frase referindo-se à linhagem de Sete 1. o contexto literário imediato de Gênesis 4 e 5 mostra o desenvolvimento da linhagem

rebelde de Caim e a linhagem piedosa de Sete. Portanto, as evidências contextuais parecem favorecer a linhagem piedosa de Sete.

2. os rabinos têm se dividido sobre seu entendimento dessa passagem. Alguns afirmam que isso se refere a Sete (mas a maioria a anjos).

3. a frase, “os filhos Deus”, embora mais freqüentemente usado para seres angelicais, raramente se refere aos seres humanos

a. Dt 14.1, “filhos sois do SENHOR, vosso Deus” b. Dt 32.5, “seus filhos” c. Salmo 73.15, “teus filhos” d. Oséias 1.10, “filhos do Deus vivo”

C. Evidência para a frase referente a seres angelicais 1. esse tem sido o entendimento mais comum da passagem. O contexto maior de Gênesis

poderia apoiar essa visão como outro exemplo de um mal sobrenatural tentando frustrar a vontade de Deus para a humanidade (os rabinos dizem que foi por ciúme)

2. A frase (“filhos de Deus”) é usada abundantemente para anjos no AT a. Jó 1.6 b. Jó 2.1 c. Jó 38.7 d. Salmo 29.1 e. Salmo 89.6, 7

Page 194: NT Special Topics Portuguese

f. Daniel 3.25 3. o livro intertestamentário de I Enoque, que era muito popular entre os crentes do período

do NT, junto com Gênesis apócrifo dos rolos do Mar Morto e Jubileus 5.1, interpreta esses como anjos rebeldes ( I Enoque 12.4; 19.1; 21.1-10).

4. o contexto imediato de Gênesis 6 parece implicar que “os valentes que houve na antiguidade, homens de renome” vieram dessa mistura imprópria das ordens da criação

5. I Enoque ainda afirma que o Dilúvio de Noé veio para destruir esta união entre anjos/seres humanos que era hostil a YHWH e Seu plano para a criação (Cf. I Enoque 7.1ss; 15.1ss; 86.1ss)

D. Evidência para a frase referindo-se aos reis e tiranos da linhagem de Caim 1. Há várias traduções antigas que apóiam essa visão

a. Targum ou Onkelos (segundo século A.D.) traduz “filhos de Deus” como “filhos de nobres”

b. Símaco (segundo século A.D.), tradução grega do AT, traduz “filhos de Deus” como “os filhos dos reis”

c. O termo elohim é às vezes usado para os líderes Israelitas (cf. Êx 21.6; 22.8; Sl 82.1, 6, observe NVI e Net Bibles)

d. Nefilins é ligado a Gibborim em Gênesis 6.4. Gibborim é o plural de Gibbor que significa “um poderoso homem de bravura; força, riqueza e poder”

2. essa interpretação e suas evidências são tiradas do livro Hard Sayings of the Bible [Expressões Difíceis da Bíblia], pp. 106-108

E. Evidência histórica dos defensores de ambos os usos 1. a frase refere-se aos setitas

a. Cirilo de Alexandria b. Teodoro c. Agostinho d. Jerônimo

e. Calvino f. Kyle g. Gleason Archer h. Watts

2. a frase refere-se a seres angelicais a. Escritores da Septuaginta b. Filo c. Josefo (Antigüidades 1.3.10 d. Justino Mátir e. Clemente de Alexandria

f. Tertuliano g. Orígenes h. Lutero i. Delitzsch j. Hengstenberg

k. Olford l. Westwerm m. Wenham n. Biblia NET

F. Como os “Nefilins” de Gênesis 6.4 são relacionados com os “filhos de Deus” e “as filhas dos homens” de Gn 6.1, 2?

1. Eles são gigantes que resultaram da união entre anjos e mulheres humanas (cf. Nm 13.33).

2. Eles não se relacionam em absoluto. São simplesmente mencionados como estando na terra nos dias dos eventos de Gn 6.1, 2 e também depois.

3. R. K. Harrison, em Introduction to the Old Testament [Introdução ao Antigo Testamento, p. 557, tem a seguinte citação enigmática, “perder totalmente as percepções antropológicas inestimáveis na inter-relação do Homo sapiens e as espécies pré-adâmicas que a passagem contém, e que são expostas àqueles estudiosos que estão preparados para persegui-las”.

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Isso implica para mim que ele vê esses dois grupos como representando diferentes grupos de humanóides. Isso implicaria uma criação especial posterior de Adão e Eva, mas também um desenvolvimento evolucionário do Homo erectus.

G. É apenas justo revelar meu próprio entendimento desse texto controverso. Primeiro, deixe-me lembrar a todos nós que o texto em Gênesis é curto e ambíguo. Os primeiros ouvintes de Moisés devem ter tido percepção histórica adicional ou Moisés usou tradições orais e escritas do período patriarcal que ele mesmo não entendia completamente. Essa questão não é um assunto teológico crucial. Nós freqüentemente somos curiosos sobre coisas que as Escrituras apenas dão uma pista. Seria muito inoportuno construir uma elaborada teologia a partir desse e de fragmentos similares de informação bíblica. Se precisássemos dessa informação, Deus a teria providenciado de uma forma mais clara e completa. Eu pessoalmente acredito que eram anjos e seres humanos, porque:

1. a frase “filhos de Deus” é usada consistentemente, se não exclusivamente, para anjos no AT

2. a Septuaginta (alexandrina) traduz (final do primeiro século a.C.) “filhos de Deus” como “anjos de Deus”

3. o livro apocalíptico pseudoepigrafo de I Enoque (possivelmente escrito por volta de 200 a.C.) é muito específico que isso se refere a anjos (cf. capítulos 6-7)

4. II Pedro 2 e Judas falam de anjos que pecaram e não mantiveram sua habitação apropriada. Eu sei que para alguns isso parece contradizer Mt 22.30, mas esses anjos específicos não estavam nem no céu nem na terra, mas numa prisão especial (Tártaro).

5. Eu acho que uma razão das muitas dos eventos de Gênesis 1-11 são encontradas em outras culturas (i.e., relatos similares da criação, relatos similares do dilúvio, relatos similares de anjos possuindo mulheres) é porque todos os seres humanos estavam juntos e tiveram algum conhecimento de YHWH durante esse período, mas depois da dispersão da torre de Babel, esse conhecimento se tornou corrompido e adaptado a um modelo politeísta.

Um bom exemplo disso é a mitologia grega onde gigantes meio humanos/meio sobrenaturais chamados titãs são aprisionados no Tártaro, este exato nome usado somente uma vez na Bíblia (II Pe 2) para lugar de aprisionamento dos anjos que não mantiveram sua moradia própria. Na teologia rabínica Hades era divida numa seção para o justos (paraíso) e uma seção para os ímpios (Tártaro). TÓPICO ESPECIAL: FILHO DO HOMEM (tirado das notas do meu comentário sobre Daniel 7.13)

A frase aramaica (“bem enosh” construto BDB 1085 e 1081) “filho do homem” é diferente da frase hebraica similar (“ben adam”) encontrada nos Salmos e Ezequiel. Ambas as frases são usadas em paralelo em Jó 25.6; Sl 8.4; 90.3; 144.3; Is 13.12. Isto obviamente se refere ao Messias e isso se relaciona à sua humanidade (cf. 8.17; Jó 25.6; Sl 8.4; Ez 2.1), que é o significado das frases aramaica e hebraica, “filho do homem” com sua divindade porque as nuvens são o transporte da divindade (cf. Mt 24.30; 26.64; Marcos 13.26; 14.62; Ap 1.7; 14.14).

Jesus usa a frase para referir-se a Si mesmo no NT. Era usada para o Messias no judaísmo rabínico. Não tinha conotações exclusivista, nacionalista, militar. Descreve unicamente o Messias como plenamente humano e plenamente Deus (cf. I João 4.1-3). O uso de Daniel é o primeiro que foca no seu aspecto divino!

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Jesus usou a frase para Si mesmo em três sentidos. 1. Seu sofrimento e morte (e.g., Marcos 8.31; 10.45; 14.21; Lucas 9.22, 44) 2. Sua vinda como Juiz (e.g., Mt 16.27; 25.31; João 5.27) 3. Sua vinda em glória para estabelecer o Seu Reino (e.g., Mt 16.28; 19.28; Marcos 13.26,

27; 14.62) De The Jewish Study Bible [A Bíblia de Estudo Judaica], p. 1657 (veja também George E.

Ladd, Teologia do Novo Testamento, pp. 137-149), a tradição judaica posterior sobre isto é listada.

1. Este contexto é messiânico (cf. I Enoque 46.1; 48.10; 4 Esdras [2 Esdras] capítulo 13; b. Sin. 98a)

2. Todas as previsões neste contexto já estão cumpridas (cf. b. Sin. 97b) 3. Este contexto não se refere ao tempo do fim (cf. Gên. Rab. 98.2) 4. Este contexto representa Israel (cf. Ibn Esdras e Rashi)

TÓPICO ESPECIAL: SOFISTAS

A palavra grega sofista significa sabedoria. O termo relacionado sophistēs veio a denotar alguém “habilitado” ou “educado em retórica”. Geralmente denotava um orador público, freqüentemente itinerante, que vinha a uma cidade e tentava abrir uma escola para treinar os filhos da classe elite. Esse falar em público é o que fazia os pais buscá-los para aulas lições particulares ou instrução dos seus filhos.

Havia uma tremenda competição entre esses “homens sábios” relacionada com suas reputações e habilidade para atrair alunos. Havia ainda um conjunto de diretrizes para suas oportunidades de falar. Uma desses procedimentos estabelecidos era um tempo para o filósofo listar suas qualificações e ponto forte.

Os problemas de Paulo em Corinto parecem estar relacionados com A. facções na Igreja, cada uma alegando seguir um mestre em particular (I Coríntios 1-4) B. falsos mestres judeus de Jerusalém helenisticamente treinados (II Coríntios 10-13) A declaração de Paulo para “sabedoria” em I Coríntios 1-4 estabelece o palco para ser

atacado por aqueles que se gloriavam do seu treinamento filosófico, retórico e julgavam todos os outros à luz desses critérios. É surpreendente que os mestres judeus tivessem se gloriado nas categorias filosóficas, mas um precedente é estabelecido no judaísmo por Filo de Alexandria e possivelmente ainda o treinamento e a formação de Apolo de Alexandria.

Paulo não era um polido orador publico. Ele era atacado por isso. Ele retalia escrevendo de forma polida, equilibrada, bem construída, retórica em II Coríntios 10-13. Ele usa os termos deles, as formas deles e expõe as suas atitudes e arrogância inadequada. Veja W. Winter, Philo and Paul Among the Sophists [Filo e Paulo Entre os Sofistas]. TÓPICO ESPECIAL: ESPÍRITO NA BÍBLIA I. Os termos gregos

A. pneō, soprar B. pnoē, vento, fôlego C. pneuma, espírito, vento

Page 197: NT Special Topics Portuguese

D. pneumatikos, concernente ao espírito E. pneumatikōs, espiritualmente

II. Origem filosófica grega (pneuma) A. Aristóteles usou o termo como a força da vida que se desenvolve da nascimento até a

autodisciplina B. Os estóicos usaram o termo como sinônimo a psuchē, (alma) ainda nous (mente) no

sentido dos cinco sentidos físicos e o intelecto humano C. Pensamento grego – o termo se tornou equivalente à ação divina (i.e., adivinhação,

mágica, ocultismo, profecia, etc.) III. Antigo Testamento (ruah)

A. As ações do Deus monoteísta (i.e., Espírito, usado cerca de 90 vezes no AT) 1. positiva, Gênesis 1.2 2. negativa, I Sm 16.14-16, 23; I Rs 22.21, 22; Is 29.10

B. A força da vida dada por Deus na humanidade (i.e., fôlego de Deus, cf. Gn 2.7) C. A Septuaginta traduz ruah por pneuma (usada cerca de 100 vezes na LXX) D. Nos escritos rabínicos posteriores, escrito apocalíptico e os Rolos do Mar Morto,

influenciados pelo zoroastrismo, pneuma é usado para anjos e demônios IV. Novo Testamento (pneuma)

A. A presença, poder e preparo especial de Deus B. O Espírito está relacionado com a atividade de Deus na igreja

1. profecia 2. milagres 3. ousadia para proclamar o evangelho 4. sabedoria (i.e., o evangelho) 5. alegria 6. introduz a nova era 7. conversão (i.e., persuasão e habitação) 8. semelhança a Cristo 9. dos especiais para o ministério 10. ora pelos crentes

O Espírito desperta o desejo da humanidade pela comunhão com Deus, para o que eles foram criados. Essa comunhão é possível por causa da pessoa e obra de Jesus, o Messias de Deus. O novo despertamento espiritual leva ao viver, serviço e confiança semelhante a Cristo.

C. Melhor compreendido como uma continuídade espiritual com o Espírito Santo numa extremidade e humanidade como uma criatura física deste planeta, mas também uma criatura espiritual à imagem de Deus, na outra extremidade.

D. Paulo é o autor do NT que desenvolve uma teologia do Espírito/espírito. 1. Paulo usa Espírito para contrastar carne (i.e., natureza do pecado) 2. Paulo usa espírito para contrastar o físico 3. Paulo usa Espírito/espírito para contrasta o pensamento, conhecimento e ser humano

E. Alguns exemplos de I Coríntios 1. o Espírito Santo, 12.3 2. o poder e sabedoria de Deus transmitidos pelo Espírito Santo, 2.4, 5 3. ações de Deus no centre

a. nova crença, 2.12; 14.14, 32

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b. novo templo, 3.16, 6.19, 20 c. nova vida (i.e., moralidade), 6.9-11 d. nova vida simbolizada no batismo, 12.13 e. um com Deus (i.e., conversão), 6.17 f. sabedoria de Deus, não sabedoria do mundo, 2.12-15; 14.14, 32, 37 g. dom espiritual de cada crente para o ministério, capítulos 12 e 14

4. o espiritual em contraste ao físico, 9.11; 10.3; 15.44 5. o terreno espiritual em contraste ao terreno físico, 2.11; 5.5; 7.34; 15.45; 16.18 6. uma maneira de referir-se à vida espiritual/interna de um ser humano como distinta do

corpo físico de alguém, 7.34 F. Os seres humanos vivem em dois terrenos pela criação (i.e., o físico e espiritual). A

humanidade caiu da intimidade com Deus (Gênesis 3). Através da vida, ensinos, morte ressurreição e retorno prometido de Cristo, o Espírito persuade os seres humanos a exercitar fé no evangelho, em que ponto eles são restaurados à comunhão com Deus. O Espírito é aquela parte pessoal da Trindade que caracteriza a Nova Era de justiça. O Espírito é o agente de Deus o Pai e Advogado do Filho nesta “era”. Um problema existe porque a nova era ocorreu no tempo, enquanto a antiga era de rebelião ainda existe. O Espírito transforma a antiga na nova, mesmo enquanto ambas existem. TÓPICO ESPECIAL: ESPÍRITO (PNEUMA) NO NT

O termo grego para “espírito” é usado de várias maneiras no NT. Aqui estão algumas classificações e exemplos representativos.

A. do Deus Triúno 1. do Pai (cf. João 4.24) 2. do Filho (cf. Rm 8.9, 10; II Co 3.17; Gl 4.6; I Pe 1.11) 3. do Espírito Santo (cf. Marcos 1.11; Mt 3.16; 10.20; João 3.5, 6, 8; 7.39; 14.17; Atos

2.4; 5.9; 8.29, 35; Rm 1.4; 8.11, 16; I Co 2.4, 10, 11, 13, 14; 12.7) B. da força da vida humana

1. de Jesus (cf. Marcos 8.12; João 11.33, 38; 13.21) 2. da humanidade (cf. Mt 22.43; Atos 7.59; 17.16; 20.22; Rm 1.9; 8.16; I Co 2.11; 5.3-5;

7.34; 15.45; 16.18; II Co 2.13; 7.13; Fp 4.23; Cl 2.5) C. do terreno espiritual

1. seres espirituais a. bons (i.e, anjos, cf. Atos 23.8, 9; Hb 1.14) b. maus (i.e., demoníacos, cf. Mt 8.16; 10.1; 12.43, 45; Atos 5.16; 8.7; 16.16; 19.12-

21; Ef 6.12) c. espíritos (cf. Lucas 24.37)

2. discernimento espiritual (cf. Mt 5.3; 26.41; João 3.6; 4.23; Atos 18.25; 19.21; Rm 2.29; 7.6; 8.4, 10; 12.11; I Co 14.37)

3. coisas espirituais (cf. João 6.63; Rm 2.29; 8.2, 5, 9, 15; 15.27; I Co 9.11; 14.12) 4. dons espirituais (cf. I Co 12.1; 14.1) 5. inspiração do Espírito (cf. Mt 22.43; Lucas 2.27; Ef 1.17) 6. corpo espiritual (cf. I Co 15.44, 45)

D. Caracteriza

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1. a atitude do mundo (cf. Rm 8.15; 11.8; I Co 2.12) 2. processo do pensamento dos seres humanos (cf. Atos 6.10; Rm 8.6; I Co 4.2)

E. do terreno físico 1. vento (cf. Mt 7.25, 27; João 3.8; Atos 2.2) 2. fôlego (cf. Atos 17.25; II Ts 2.8)

É óbvio que este termo deve ser interpretado à luz do seu contexto imediato. Há varias vestígios de significado que podem referir-se a (1) o mundo físico; (2) o mundo invisível; (3) assim como pessoas deste mundo físico ou do terreno espiritual.

O Espírito Santo é aquela parte do Deus Triúno que está supremamente ativa neste estágio da história. A nova era do Espírito chegou. Tudo que é bom, santo, justo e verdadeiro relaciona-se com Ele. Sua presença, dons e ministério são cruciais no auxílio do evangelho e no sucesso do Reino de Deus (cf. João 14 e 16). Ele não atrai a atenção para Si mesmo, mas para Cristo (cf. João 16.13, 14). Ele traz convicção, convence, persuade, batiza e aperfeiçoa todos os crentes (cf. João 16.8-11). TÓPICO ESPECIAL: PERMANECER (HISTĒMI) Este termo comum é usado em vários sentidos teológicos no Novo Testamento

1. estabelecer a. a Lei do AT, Rm 3.31 b. a própria justiça de alguém, Rm 10.3 c. a nova aliança, Hb 10.9 d. uma acusação, II Co 13.1 e. a verdade de Deus, II Tm 2.19

2. resistir espiritualmente a. o diabo, Ef 6.11 b. no dia do juízo, Ap 6.17

3. resistir posicionando-se no território de alguém a. metáfora militar, Ef 6.14 b. metáfora civil, Rm 14.4

4. uma posição na verdade, João 8.44 5. uma posição na graça

a. Rm 5.2 b. I Co 15.1 c. I Pe 5.12

6. uma posição na fé a. Rm 11.20 b. 1Co 7.37 c. I Co 15.1 d. II Co 1.24

7. uma posição de arrogância, I Co 10.12 Este termo expressa tanto a graça pactual e a misericórdia de um Deus soberano quanto o

fato de que os crentes precisam responder a ela e agarrar-se a ela pela fé! Ambas são verdades bíblicas. Elas devem ser mantidas unidas!

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TÓPICO ESPECIAL: SUBMISSÃO (HUPOTASSŌ)

A Septuaginta usa este termo para traduzir dez palavras hebraicas diferentes. Seu significado básico do AT era “ordenar”, ou “o direito de comando”. Isto é apreendido na LXX.

1. Deus ordena (cf. Lv 10.1; Jonas 2.1; 4.6-8) 2. Moisés ordena (cf. Êx 36.6; Dt 27.1) 3. Reis ordenam (cf. II Cr 31.13) No NT este sentido continua como em Atos 10.48, onde um Apóstolo ordena. No entanto,

novas conotações são desenvolvidas no NT. 1. um aspecto voluntário se desenvolve (freqüentemente voz média) 2. ação auto-limitante pode ser vista em Jesus submetendo-se

a. ao Pai (cf. I Co 15.25) b. aos Seus pais terrenos (cf. Lc 2.51)

c. os crentes se submetem a aspectos da cultura de modo que o evangelho não seja afetado adversamente.

a. outros crentes (cf. Ef 5.21) b. esposas crentes (cf. Cl 3.18; Ef 5.22-24; Tito 2.5; I Pe 3.1) c. os crentes para governos pagãos (cf. Rm 13.1-7; I Pe 2.13)

Os crentes agem por motivos de amor, por Deus, por Cristo e pelo reino, para o bem de outros. Como agapaō (amor), a igreja encheu este termo com novo significado baseados nas necessidades do Reino e nas necessidades dos outros. Este termo assume uma nova nobreza de abnegação, não baseada num mandamento, mas num novo relacionamento com um Deus doador e Seu Messias. Os crentes obedecem e se submetem pelo bem do todo e para a bênção da família de Deus. TÓPICO ESPECIAL: NÚMEROS SIMBÓLICOS NA ESCRITURA

A. Certos números funcionam tanto como numerais quanto como símbolos: 1. Um – Deus (e.g., Dt 6.4; Ef 4:.4-6) 2. Quatro – a terra toda (i.e., quatro cantos, quatro ventos) 3. Seis – imperfeição humana (um menos que 7, e.g., Ap 13.18) 4. Sete – a perfeição divina (os sete dias da criação). Observe os usos simbólicos em

Apocalipse: a. sete candelabros, 1.12; 20; 2.1 b. sete estrelas, 1.16, 20; 2.1 c. sete igrejas, 1.20 d. sete espíritos de Deus, 3.1; 4.5; 5.6 e. sete lâmpadas, 4.5 f. sete selos, 5.1-5 g. sete chifres e sete olhos, 5.6 h. sete anjos, 8.2, 6; 15.1, 6, 7, 8; 16.1; 17.1 i. sete trombetas, 8.2, 6 j. sete trovões, 10.3, 4 k. sete mil, 11.13 l. sete cabeças, 13.1; 17.3, 7, 9

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m. sete pragas, 15.1, 6, 8; 21.9 n. sete taças, 15.7 o. sete reis, 17.10

5. Dez – inteireza a. uso nos Evangelhos

(1) Mt 20.24; 25.1, 28 (2) Marcos 10.41 (3) Lucas 14.31; 15.8; 17.12, 17; 19.13, 16, 17, 24, 25

b. uso em Apocalipse (1) 2.10, dez dias de tribulação (2) 12.3; 17.3, 7, 12, 16, dez chifres (3) 13.1, dez coroas

c. Múltiplos de 10 em Apocalipse (1) 144.000 = 12 x 12 x 1000, cf 7.4; 14.1, 3 (2) 1.000 = 10 x 10 x 10, cf. 20.2, 3, 6

6. Doze – organização humana a. doze filhos de Jacó (i.e., as doze tribos de Israel, Gn 35.22; 49.28) b. doze colunas, Êx 24.4 c. doze pedras no peitoral do Sumo Sacerdote, Êx 28.21; 39.14 d. doze pães, para a mesa no Lugar Santo (simbólico da provisão de Deus para as

doze tribos), Lv 24.5; Êx 25.30 e. doze espias, Dt 1.23; Js 3.22; 4.2, 3, 4, 8, 9, 20 f. doze apóstolos, Mt 10.1 g. uso em apocalipse

(1) doze mil selados, 7.5-8 (2) doze estrelas, 12.1 (3) doze portas, doze anjos, doze tribos, 21.12 (4) doze fundamentos, nomes dos doze apóstolos, 21.14 (5) Nova Jerusalém era de doze mil estádios quadrados, 21.16 (6) doze portas feitas de doze pérolas, 21.12 (7) árvore da vida com doze tipos de fruto, 22.2

7. Quarenta – número para o tempo a. algumas vezes literal (êxodo e peregrinações do deserto, e.g., Êx 16.35); Dt 2.7;

8.2 b. pode ser literal ou simbólico

(1) dilúvio, Gn 7.4, 17; 8.6 (2) Moisés no Mt. Sinai, Êx 24.18; 34.28; Dt 9.9, 11, 18, 25 (3) divisões da vida de Moisés:

(a) quarenta anos no Egito (b) quarenta anos no deserto (c) quarenta anos liderando Israel

(4) Jesus jejuou quarenta dias, Mt 4.2; Marcos 1.13; Lucas 4.2 c. Observe (por meio de uma Concordância) o número de vezes que esse número

aparece como designação de tempo na Bíblia! 8. Setenta – número redondo para pessoas

Page 202: NT Special Topics Portuguese

a. Israel, Êx 1.5 b. setenta anciãos, Êx 24.1, 9 c. escatológico, Dn 9.2, 24 d. equipe missionária, Lucas 10.1, 17 e. perdão (70x7), Mt 18.22

B. Boas referências 1. John J. Davis, Biblical Numerology [Numerologia Bíblica] 2. D. Brent Sandy – Plowshares and Pruning Hooks [Relhas Ganchos de Poda]

TÓPICO ESPECIAL: OS DEZ MANDAMENTOS (cf. Êx 20.1-17; Dt 5.6-21) I. Termos

A. Literalmente “As Dez Palavras” (cf. Êx 34.28; Dt 4.13; 10.4). B. Clemente de Alexandria chamava-o “o Decálogo” (Deka Logous) e isso foi seguido pelos

pais da igreja primitiva. C. Na Bíblia é também são chamado:

1. “Aliança” i.e., o termo hebraico berith, BDB 136, Êx 34.28; Dt 4.13; 9.9) a. do acádio, barah – comer (i.e., uma refeição comum) b. do acádio, biritu – atar ou acorrentar (i.e., um laço entre pessoas) c. do acádio, birit – entre (i.e., arranjo entre duas partes) d. baru – um gosto (i.e., uma obrigação)

2. “Testemunho” – Êx 16.34; 25.16 (i.e., as duas tábuas) II. Propósito

A. Eles revelam o caráter de Deus 1. único e autoritativo (i.e., monoteísta) 2. ético, tanto para a sociedade como para o individuo

B. Eles são para 1. todas as pessoas porque eles revelam a vontade de Deus para a humanidade e todos os

seres humanos foram criados à imagem de Deus. 2. os crentes pactuais somente porque é impossível compreender e obedecê-los sem a

ajuda de Deus 3. C. S. Lewis – o senso moral interior mesmo entre as tribos primitivas (Rm 1.19, 20;

2.14, 15) estão refletidos aqui. C. Como todos os códigos de lei antigos eles deviam

1. regular e controlar os relacionamentos interpessoais 2. manter a estabilidade da sociedade

D. Eles uniram o grupo heterogêneo de escravo e párias egípcios numa comunidade de fé e lei. B. S. Childs, Old Testament Library, Exodus [Biblioteca do Antigo Testamento, Êxodo] – “os oito aspectos negativos mostram os limites externos da fronteira pactual. Não há contravenções senão para quebrar a exata fibra de que o relacionamento divino-humano consiste. Os dois aspectos positivos mostram a definição para a vida dentro da aliança. O Decálogo olha tanto para fora quanto para dentro; ela previne contra o caminho de morte e aponta para o caminho de vida” (p. 398). III. Paralelos

A. Bíblico

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1. As Dez Palavras são registradas duas vezes, em Êxodo 20 e Deuteronômio 5. A leve diferença no 4º, 5º e 10º mandamentos mostra a adaptabilidade desses princípios gerais a diferentes situações.

2. No entanto, sua uniformidade aponta para a precisão com a qual eles são transmitidos. 3. Eles eram provavelmente lidos e reafirmados periodicamente, como Josué 24 mostra.

B. Cultural 1. Outros códigos de lei do antigo Oriente próximo

a. Ur-Nammu (sumério, 2050 a.C.) da cidade de Ur b. Lipit-Ishtar (sumério, 1900 a.C.) da cidade de Isin c. Eshnunna (acádio, 1875 a.C.) da cidade de Eshunna d. Código de Hamurabi (Babilônia, 1690 a.C.) da Babilônia, mas estelas foram

encontradas em Susa 2. A forma das leis em Êxodo 20.18-23.37 tem muito em comum com outros códigos de

lei do antigo Oriente Próximo. No entanto, as Dez Palavras estão numa forma única que implicam sua autoridade (ordem da segunda pessoa – apodítica).

3. A conexão cultural mais óbvia é com os Tratados Suserania dos Hititas de 1450-1200 a.C. Alguns bons exemplos da similaridade podem ser vistos em

a. As Dez Palavras b. O livro de Deuteronômio c. Josué 24

Os elementos desses tratados são: a. Identificação do Rei b. Narração dos grandes atos c. Obrigações pactuais d. Instrução para depositar o tratado no santuário para leitura pública e. Divindades das partes invocadas como testemunhas f. Bênção pela fidelidade e maldiçoes para as violações

4. Algumas boas fontes sobre este assunto a. George Mendenhall, Law and Covenant in Israel and the Ancient Near East [Lei e

Aliança em Israel e no Antigo Oriente Próximo] b. Dewey Beegle, Moses, The Servant of Yahweh [Moisés, o Servo de Yahweh] c. W. Bezalin, o livro Origin and History [Origem e História] d. D. J. McCarthy, Treaty and Covenant [Tratado e Aliança]

IV. Estrutura interna A. Alt, no seu livro The Origins of Israelite Law [As Origens da Lei Israelita], foi o primeiro

a fazer distinção entre apodítico e casuístico: 1. Casuístico sendo aquela forma comum de Lei do AOP que continham a condição –

“se” = “então” 2. Apodídico sendo aquela forma rara que expressa uma ordem direta “Farás...” ou “Não

farás...” 3. Roland de Vaux em Ancient Israel: Social Institutions [Israel Antigo: Instituições

Sociais], vol. 1, p. 146, diz que o casuístico é fundamentalmente usado na área secular e o apodídico na sagrada.

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B. As Dez Palavras são fundamentalmente negativas em sua expressão – 8 de 10. A forma é a segunda pessoa singular. Elas ou destinadas a dirigir-se a toda a comunidade pactual, membro individual, ou ambos!

C. As duas tábuas de pedra (Êx 24.12; 31.18) são freqüentemente interpretadas como se relacionando com os aspectos vertical e horizontal das Dez Palavras. O relacionamento do homem com YHWH é expresso em quatro mandamentos e o relacionamento do homem com os outros homens nos outros seis mandamentos. No entanto, à luz dos tratados Suseranos Hititas, elas podem ser duas cópias da lista inteira dos mandamentos.

D. O histórico da numeração das Dez Palavras 1. É óbvio que temos dez regulamentos. No entanto, a distinção exata não é dada. 2. Os judeus modernos listam 20.2 como o primeiro mandamento. A fim de manete o

número em dez eles tornam os versículos 3-6 o segundo mandamento. 3. As igrejas católico-romanas e as igrejas luteranas, seguindo Agostinho, tornam Êx

20.3-6 o primeiro mandamento e a fim de manter o número em dez, dividem o versículo 17 em dois mandamentos separados.

4. As igrejas reformadas, seguindo Orígenes e as igrejas primitivas orientais e ocidentais, afirmam que Êx 20.3 é o primeiro mandamento. Essa era uma antiga visão judaica representada por Filo e Josefo. V. Como os Cristãos se Relacionam com as Dez Palavras?

A. As altas visões de Jesus sobre as Escrituras são registradas no Sermão do Monte em Mateus 5-7 e especialmente 5.17-48, que mostram a seriedade da questão. Seu sermão quase que parece ser baseado nas Dez Palavras e na sua aplicação apropriada.

B. Teorias do relacionamento 1. Para os crentes

a. Roy Honeycutt, These Ten Words [Estas Dez Palavras] (1) “Nós nunca abandonamos os Dez Mandamentos porque nós nunca

abandonamos Deus” (p. 7). (2) “Porque os Mandamentos são testemunhas para Deus, no entanto, há um

sentido no qual sua relevância e a relevância de Deus são tão entrelaçadas quanto serem quase inseparáveis. Conseqüentemente, se Deus é tão relevante para sua vida, os Mandamentos também serão profundamente relevantes, pois eles são escrito do caráter e exigências de Deus” (p. 8).

b. Pessoalmente, nós devemos ver essas diretivas como resultando de uma relação de fé já estabelecida. Divorciá-las da fé e do compromisso com Deus é destruí-las. Portanto, para mim, elas são universais somente no sentido de que Deus quer que todos os homens O conheçam. Elas também estão relacionadas com o testemunho interior de Deus para toda Sua criação humana. Paulo expressa isso em Romanos 1.19, 20; 2.14, 15. Nesse sentido os Mandamentos refletem uma luz de direção que tem uma relevância implícita para toda a humanidade.

2. Para todos os homens, em todas as sociedades, para todos os tempos a. Elton Trueblood, Foundations for Reconstruction [Fundamentos para

Reconstrução] “A tese deste pequeno livro é que a recuperação da lei moral, como representada pelo

Decálogo Hebreu, é uma das formas nas quais o antídoto para o declínio potencial pode ser encontrado” (p. 6).

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b. George Rawlinson, Pulpit Commentary, “Exodus” [Comentário do Púlpito, “Êxodo”]

“Eles constituem para todo o tempo um resumo condensado do dever humano que leva o divino na sua face, que é ajustado para toda forma de sociedade humana, e que, contanto que o mundo dure, não pode se tornar antiquada. A retenção do Decálogo como o melhor resumo da lei moral pelas comunidades cristãs é justificada nesses assuntos, e ele mesmo fornece enfático testemunho para a excelência do compêndio” (p. 130).

3. Como um meio de salvação eles não são, nem nunca foram, o meio de Deus para a redenção espiritual do homem caído. Paulo claramente afirma isto em Gl 2.15-4.31 e Rm 3.21-6.23. Eles realmente servem como diretrizes para o homem em sociedade. Eles apontam para Deus e depois para os o nosso semelhante homem. Perder esse primeiro elemento é perder todos! Regras morais, sem corações transformados, habitados, são um retrato da queda desesperançada do homem! As Dez Palavras são válidas, mas somente como uma preparação para encontrar Deus no meio de nossa incapacidade. Divorciados da redenção eles são diretrizes sem um guia! TÓPICO ESPECIAL: CRÍTICA TEXTUAL

Uma breve explicação dos problemas e teorias da “baixa crítica” ou “crítica textual”. A. Como as variantes ocorreram

1. inadvertidas ou acidentais (vasta maioria de ocorrências) a. lapso do olho

(1) ao copiar de mão que lê o segundo caso de duas palavras similares e, desse modo, omite todas as palavras no meio (homeoteleuto)

(2) ao omitir uma palavra ou frase de letra dobrada (haplografia) (3) erro mental ao repetir uma frase ou linha de um texto grego (ditografia)

b. lapso do ouvido ao copiar de mão por ditado oral onde um erro ortográfico ocorre (itacismo). Com freqüência o erro ortográfico insinua ou soletra uma palavra grega que soa similar.

c. os textos gregos mais antigos não tinham divisões de capítulo e versículo, pouca ou nenhuma pontuação e nenhuma divisão entre palavras. É possível dividir as letras em lugares diferentes formando palavras diferentes.

2. Intencionais a. mudanças foram feitas para melhorar a forma gramatical do texto copiado b. mudanças foram feitas para trazer o texto de acordo com outros textos bíblicos

(harmonização de paralelos) c. mudanças foram feitas combinando duas ou mais leituras variantes num texto

combinado longo (conflação) d. mudanças foram feitas para corrigir um problema percebido no texto (cf. Bart

Ehrman, The Ortodox Corruption of Scripture [A Corrupção Ortodoxa da Escritura], pp. 146-50, no que se refere a Hb 2.9)

e. alguma informação adicional quanto ao cenário histórico ou interpretação apropriada do texto foi colocada na margem por um escriba, mas colocada no texto por um segundo escriba (cf. João 5.4)

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B. Os princípios básicos da crítica textual (possibilidades transcricionais) 1. o texto mais difícil ou gramaticalmente incomum é provavelmente o original porque os

escribas tendiam tornar os textos mais uniformes 2. o texto mais curto é provavelmente o original porque os escribas tendiam a acrescentar

informação adicional ou frases de passagens paralelas 3. o texto mais antigo é dado mais peso por causa de sua proximidade histórica ao

original, todos os outros sendo iguais 4. manuscritos que são geograficamente diversos geralmente têm a leitura original 5. tentativas para explicar como as variantes poderiam ter ocorrido (isto é considerado o

mais importante o princípio mais importante pela maiorias dos estudiosos) 6. a análise do estilo literário, vocabulário e teologia de um dado autor bíblico é usada

para decidir o provável texto original. O texto grego da UBS4 usado não maioria dos cenários acadêmicos é um texto eclético

reconstruído a partir de muitos manuscritos gregos antigos. A maioria dos estudiosos supõe que mais de 97% do texto original dos Autógrafos foi obtido. TÓPICO ESPECIAL: AÇÃO DE GRAÇAS I. Introdução

A. Esta é a atitude apropriada dos crentes para com Deus: 1. Esta é fonte do nosso louvor a Deus através de Cristo

a. II Coríntios 2.14 b. II Coríntios 9.15

2. Este é motivo apropriado para o ministério, I Co 1.4 3. Este é o tema contínuo do céu:

a. Apocalipse 4.9 b. Apocalipse 7.12 c. Apocalipse 11.17

4. Este é o tema contínuo dos crentes a. Colossenses 2.7 b. Colossenses 3.17 c. Colossenses 4.2

II. Material Bíblico A. Antigo Testamento

1. Duas palavras básicas a. yadah (BDB 392), que significa louvr b. todah (BDB 392), que significa ação de graças. É geralmente usado para

sacrifícios oferecidos (cf. II Cr 29.31; 33.16) 2. Davi nomeou levitas especiais para louvar e agradecer a Deus. Isto foi continuado por

Salomão, Ezequias e Neemias. a. I Crônicas 16.4, 7, 41 b. I Crônicas 23.30 c. I Crônicas 25.3 d. II Crônicas 5.13

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e. II Crônicas 7.6 f. II Crônicas 31.2 g. Neemias 11.12 h. Neemias 12.24, 27. 31, 38, 46

3. O Saltério é a coleção dos louvores e ações de graças de Israel. a. Ação de graças a YHWH por Sua fidelidade à Aliança

(1) Salmo 107.8 (2) Salmo 103.1ss (3) Salmo 138.2

b. Ação de graças era parte do cortejo para o templo (1) Salmo 95.2 (2) Salmo 100.4

c. Ação de graças acompanhava os sacrifícios (1) Salmo 26.7 (2) Salmo 122.4

d. Ação de graças pelas ações de YHWH (1) Libertação dos inimigos

(a) Salmo 7.17 (b) Salmo 18.49 (c) Salmo 28.7 (d) Salmo 35.18 (e) Salmo 44.8 (f) Salmo 54.6 (g) Salmo 79.13 (h) Salmo 118.1, 21, 29 (i) Salmo 138.1

(2) Libertação da prisão (metáfora), Salmo 142.7 (3) Libertação da morte

(a) Salmo 30.4, 12 (b) Salmo 86.12, 13 (c) Isaías 38.18, 19

(4) Ele humilha o ímpio e exalta o justo (a) Salmo 52.9 (b) Salmo 75.1 (c) Salmo 92.1 (d) Salmo 140.13

(5) Ele perdoa (a) Salmo 30.4 (b) Isaías 12.1

(6) Ele provê para o Seu povo (a) Salmo 106.1ss (b) Salmo 111.1 (c) Salmo 136.1, 26 (d) Salmo 145.10 (e) Jeremias 33.11

Page 208: NT Special Topics Portuguese

B. Novo Testamento 1. A palavra principal para graças e ação de graças (algumas referências)

a. eucharisteō (cf. I Co 14.14; 10.30; 11.24; 14.17, 18; Cl 1.3, 12; 3.17 b. eucharistos (cf. I Cl 3.15) c. eucharistia (cf. I Co 14.16; II Co 4.15; 9.11, 12; Cl 2.7; 4.2) d. charis (cf. I Co 15.57; II Co 2.14; 8.16; 9.15; I Pe 2.19)

2. O exemplo de Jesus a. Ele era agradecido pela comida:

(1) Lucas 22.17, 19 (I Co 11.24) (2) João 6.11, 23

b. Ele era agradecido pela oração respondida, João 11.41 3. Outros exemplos de gratidão

a. Pelo dom de Deus de Cristo, II Co 9.15 b. Pela comida

(1) Atos 27.35 (2) Romanos 14.6 (3) I Coríntios 10.30; 11.24 (4) I Timóteo 4.3, 4

c. Pela cura, Lucas 17.16 d. Pela paz, Atos 24.2, 3 e. Pela libertação do perigo

(1) Atos 27.35 (2) Atos 28.15

f. Por todas as circunstâncias, Filipenses 4.6 g. Por todos os seres humanos, especialmente os líderes, I Timóteo 2.1, 2

4. Outros aspectos da gratidão a. É a vontade de Deus para todos os crentes, I Tessalonicenses 5.18 b. É uma evidência do viver cheio do Espírito, Efésios 5.20 c. Negligenciá-la é pecado

(1) Lucas 17.16, 17 (2) Romanos 1.21

d. É um antídoto para o pecado, Efésios 5.4 5. Gratidão de Paulo

a. Suas bênçãos sobre a igreja (1) por proclamar o evangelho

(a) Romanos 1.8 (b) Colossenses 1.3, 4 (c) Efésios 1.15, 16 (d) I Tessalonicenses 1.2

(2) pela graça concedida (a) I Coríntios 1.4 (b) II Coríntios 1.11; 4.15

(3) por aceitar o evangelho, I Tessalonicenses 2.13 (4) pela comunhão na propagação do evangelho, Filipenses 1.3-5 (5) pelo crescimento na graça, II Tessalonicenses 1.3

Page 209: NT Special Topics Portuguese

(6) pelo conhecimento da eleição, II Tessalonicenses 2.13 (7) pelas bênçãos espirituais, Colossenses 1.12; 3.15 (8) pela liberalidade em dar, II Coríntios 9.11, 12 (9) pela alegria sobre os novos crentes, I Tessalonicenses 3.9

b. Sua ação de graças pessoal (1) por ser um crente, Colossenses 1.12 (2) pela libertação da servidão ao pecado, Romanos 7.25; II Co 2.14 (3) pelo trabalho sacrificial dos outros crentes, Romanos 16.4; II Co 8.16 (4) por alguns atos que não ocorreram, I Coríntios 1.14 (5) pelo dom espiritual pessoal, I Coríntios 14.18 (6) pelo crescimento espiritual dos amigos, Filemom 4, 5 (7) pela força física para o ministério, I Timóteo 1.12

III. Conclusão A. Ação de graças é uma resposta central para Deus uma vez que somos salvos. Resulta não

só em assentimento verbal, mas em gratidão de estilo de vida. B. Ação de graças em todas as coisas é a meta de uma vida madura no cuidado de Deus (cf. I

Ts 5.13-18) C. Ação de graças é um tema recorrente tanto do Antigo quanto do Novo Testamento. É um

dos seus temas?

TÓPICO ESPECIAL: AQUELE DIA Esta frase, “naquele dia” ou “naquele mesmo dia”, é uma maneira dos profetas do oitavo

século falarem da visitação (presença) de Deus, tanto para julgamento quanto para restauração. Oséias Amós Miquéias

Positivo negativo positivo negativo Positivo negativo 1.11 1.5 1.14 (2) 2.4

2.3 2.16 3.6 2.15 3.14 4.6 2.16 5.18 (2) 5.10 2.21 3.18 (2) 5.20 7.4

5.9 6.3 7.11 (2) 7.5 8.3 7.12 9.5 8.9 (2) 10.14 8.10 9.11 8.13

Este padrão é típico dos profetas. Deus vai agir contra o pecado a seu tempo, mas Ele também oferece um dia de arrependimento e perdão para aqueles que mudarem seus corações e ações! O propósito da redenção e restauração de Deus ser realizado! Ele terá um povo que reflita Seu caráter. o propósito da criação (comunhão entre Deus e a humanidade) será cumprido!

TÓPICO ESPECIAL: TIMÓTEO

A. Seu nome significa “aquele que honra a Deus”.

Page 210: NT Special Topics Portuguese

B. Ele era filho de uma mãe judia e um pai grego e vivia em Listra (cf. Atos 16.1). A tradução latina do comentário de Orígenes sobre Romanos 16.21 diz que Timóteo era um cidadão de Derbe. Isto é possivelmente de Atos 20.4.

C. Ele era instruído na fé judaica (ou fé cristã) por sua mãe e avó (cf. II Tm 1.5; 3.14,15). D. Ele aparentemente confiou em Cristo durante a primeira viagem missionária de Paulo (cf.

Atos 14.6, 7) E. Ele foi convidado a juntar-se à equipe missionária de Paulo e Silas na segunda viagem

(cf. Atos 16.1-5), aparentemente para assumir os deveres de João Marcos. Ele foi confirmado por profecia (cf. I Tm 1.18; 4.14).

F. Ele foi circuncidado por Paulo para que pudesse trabalhar tanto com judeus quanto Gregos (cf. Atos 16.3).

G. Foi um dedicado companheiro de Paulo e tornou-se um representante apostólico. É mencionado pelo nome mais vezes do que quaisquer outros auxiliares de Paulo (17 vezes em 10 cartas, cf. Rm 16.21; I Co 4.17; 16.10; Fp 1.1; 2.19, 22; Cl 1.5; I Tm 1.2; II Tm 1.2; Tito 1.4).

H. Paulo o chama afetuosamente “verdadeiro filho na fé” (cf. I Tm 1.2); “amado filho” (cf. II Tm 1.2) “verdadeiro filho, segundo a fé comum” (cf. Tito 1.4). Também observe “meu filho amado e fiel no Senhor” em I Co 4.17.

I. Ele estava aparentemente em Roma quando Paulo foi libertado da prisão e o acompanhou na sua quarta viagem missionária (cf. Cl 1.1; Fm 1).

J. Ele é chamado um “apóstolo” em I Ts 2.6 no sentido de um dom espiritual contínuo para as igrejas (cf. Ef 4.11).

K. Duas das três Epístolas Pastorais são endereçadas a ele. L. Ele mencionado pela última vez em Hebreus 13.23 (mas cronologicamente em II Tm 1.2).

TÓPICO ESPECIAL: DÍZIMO

Esta é a única referência do NT ao dízimo. Eu não creio que o NT ensine o dízimo porque este cenário inteiro é contra o legalismo e hipocrisia de “picuinhas” judaicos. Eu creio que as diretrizes do NT para a contribuição regular (se há alguma) são encontradas em II Coríntios 8 e 9, que vão muito além do dízimo! Se um judeu com apenas a informação do AT era ordenado dar de dez a trinta por cento (há dois, possivelmente três, exigidos dízimos no AT), então os cristãos deveriam dar muito além e não ainda tomar tempo para discutir o dízimo!

Os crentes do NT devem ter cuido de não transformar o cristianismo num novo código orientado pelo desempenho (Talmude cristão). O desejo deles de ser agradáveis a Deus os faz tentar encontrar as diretrizes para cada área da vida. No entanto, teologicamente é perigoso extrair regras pactuais antigas que não são reafirmadas no NT (cf. Atos 15) e torná-los critérios dogmáticos, especialmente quando eles são afirmados (por pregadores modernos) ser causas de calamidade ou promessas de prosperidade (cf. Malaquias 3).

Aqui está uma citação de Frank Stagg, New Testament Theology [Teologia do Novo Testamento], pp. 292-293.

“O Novo Testamento nenhuma vez introduz o dízimo na graça de contribuir. Os dízimos são mencionados apenas três vezes no Novo Testamento: (1) ao censurar os fariseus pela negligência da justiça, misericórdia e fé enquanto davam cuidado meticuloso ao dízimo de até do produto agrícola do jardim (Mt 23.23; Lucas 11.42); (2) na exposição dos fariseu orgulhoso que ‘oravam para si mesmo’, gabando-se que ele jejuava duas vezes cada semana e dava o dízimo de todas as suas posses (Lucas 18.12); e (3) ao argumentar a favor da superioridade de Melquisedeque, e

Page 211: NT Special Topics Portuguese

assim de Cristo, a Levi (Hb 7.6-9) “É claro que Jesus aprovava o dízimo como uma parte do sistema do Templo, apenas como

em princípio e prática ele apoiava as práticas gerais do Templo e das sinagogas. Mas não há nenhuma indicação de que ele impusesse qualquer parte do culto do Templo sobre seus seguidores. Os dízimos eram principalmente produto agrícola, anteriormente comido no santuário pelo que dava o dízimo e depois comido pelos sacerdotes. O dízimo como iniciado no Antigo Testamento poderia ser cumprido somente num sistema religioso construído ao redor de um sistema de sacrifício de animal.

“Muitos cristãos acham que o dízimo é um plano justo e viável para a contribuição. Contanto que não seja tornado ser um sistema coercivo e legalista, pode provar ser um plano feliz. No entanto, ninguém pode validamente afirmar que o dízimo é ensinado no Novo Testamento. É reconhecido como adequado para a observância judaica (Mt 23.33; Lucas 11.42), mas não é imposto sobre os cristãos. De fato, é agora impossível para judeus e cristãos darem o dízimo no sentido do Novo Testamento. O dízimo hoje apenas vagamente se parece com a antiga prática ritual pertencente ao sistema sacrificial dos judeus”.

Paulo Stagg resume. “Enquanto muito pode ser dito para adotar o dízimo voluntariamente com um padrão para a

contribuição de alguém sem impô-lo rigidamente sobre outros como uma exigência cristã, é claro ao adotar uma prática assim que alguém não está cumprindo a prática do Antigo Testamento. No máximo alguém está fazendo algo apenas remotamente análogo à prática do dízimo do Antigo Testamento, que era um imposto para sustentar o templo e o sistema sacerdotal, um sistema social e religioso que não existe mais. Os dízimos eram obrigatórios no judaísmo como um imposto até a destruição do Templo em 70 A.D., mas eles não estão assim obrigando sobre os cristãos”.

Isso não deve desacreditar o dízimo, mas deve clarificar seu relacionamento com o Novo Testamento. Deve negar que o Novo Testamento apóia a coerção, o legalismo, a razão de lucro e a barganha que tão freqüentemente caracterizam os apelos de dízimo hoje. Como um sistema voluntário, o dízimo oferece mais; mas deve ser remido pela graça se é para ser cristão. Alegar que ‘funciona’ é apenas adotar os testes pragmáticos do mundo. Muito ‘funciona’ que não é cristão. O dízimo, se é para ser propício à teologia do Novo Testamento, deve estar enraizado na graça e amor de Deus”.

TÓPICO ESPECIAL: TÍTULOS DO AT DO ESPECIAL QUE HÁ DE VIR A. Profeta – Dt 18.15, 18 B. Rei

1. da tribo de Judá, Gn 49.10; Sl 60.7; 108.8 2. da família de Davi, II Samuel 7 (de Jessé Is 11.1) 3. de outros textos, I Sm 2.10; Sl 89.3, 4; Is 9, 11; Jr 30.8, 9; Ez 37.21, 22; Zc 9.9, 10

C. Rei/Sacerdote 1. Salmo 110 (rei, vv. 1-3; sacerdote, v. 4) 2. Zc 4.14 (as duas oliveiras, os dois ungidos, Zorobabel [linhagem de Davi] e Josué

[linhagem de Arão]) D. O Ungido (Messias)

1. Rei de Deus, Sl 2.2; 45.7

Page 212: NT Special Topics Portuguese

2. presença do Espírito, Is 11.2; 61.1 3. O Que Há de Vir, Dn 9.26 4. três líderes do AT foram ungidos como um sinal do chamado e capacitação de Deus:

reis (cf. Jz 9.8, 15; I Sm 2.10; 9.16; 24.10; II Sm 19.21; 23.1; Sl 18.50), sacerdotes (cf. Êx 28.41; Lv 4.3; 6.22) e profetas (cf. I Rs 19.16)

E. Filho do Rei 1. Sl 2.7, 12 2. Rei de Israel como um símbolo do reinado de Deus (cf. I Samuel 8)

F. Filho do Homem (Dn 7.13) 1. humano, Sl 8.4; Ez 2.1 2. divino, Dn 7.13

G. Títulos Redentivos Especiais 1. Servo Sofredor, Is 52.13-53.12 2. Pastor Sofredor, Zc 12-14 3. Pedra Angular, Sl 118; Is 8.14, 15; 28.16 4. Filho Especial, Is 7.14; 9.6, 7; Miquéias 5.2 5. Renovo, Is 4.2; 11.5; 53.2; Jr 23.5, 6; 33.15; Zc 3.8; 6.12 O NT toma essas referências dispersas sobre o agente redentivo especial de Deus e

clarifica e desenvolve-as numa compreensão de Jesus como O Que Há de Vir Prometido de Deus (e.g., Mt 16.13-20; João 11.25-27). As duas vindas do Messias são o meio pelo qual essas diversas funções e títulos são unidos. Para uma boa discussão da distinção nos Evangelhos entre o Filho do Homem como figura de autoridade versus Servo Sofredor, George E. Ladd, Teologia do Novo Testamento, p. 137-149.

TÓPICO ESPECIAL: TITO A. Tito era um dos mais confiáveis cooperadores de Paulo. Isto é evidenciado pelo fato de

que Paulo o envia aos lugares de problemas de Coríntio e Creta. B. Ele era um gentio completo (Timóteo era meio grego), convertido sob a pregação de

Paulo. Paulo recusou circuncidá-lo (cf. Gálatas 2). C. Ele é mencionado freqüentemente nas cartas de Paulo (cf. II Co 2.13; 7.6-15; 8.6-24;

12.18; Gl 2.1-3; II Tm 4.10) e é muito surpreendente que Lucas não o mencione em Atos. Alguns comentários teorizam que (1) ele pode ter sido um parente de Lucas (possivelmente um irmão) e incluir o nome dele teria sido visto como um ato de impropriedade cultural da parte de Lucas ou (2) Tito é fonte importante de informação de Lucas sobre a vida e ministério de Paulo e, portanto, como Lucas, não seria identificado.

D. Ele acompanhou Paulo e Barnabé ao todo importante Concílio de Jerusalém, registrado em Atos 15.

E. O livro de Tito foca no conselho que Paulo dá a Tito sobre o trabalho dele em Creta. Tito está atuando como substituto oficial de Paulo.

F. A última informação no NT sobre Tito é que ele foi enviado para trabalhar em Dalmácia (cf. II Tm 4.10).

Page 213: NT Special Topics Portuguese

TÓPICO ESPECIAL: TRIBULAÇÃO

É necessário haver uma distinção teológica entre o uso deste de Paulo deste termo (thlipsis) e de João.

A. O uso de Paulo (que reflete o uso por Jesus) 1. problemas, sofrimentos, mal envolvidos num mundo caído

a. Mt 13.21 b. Rm 5.3 c. I Co 7.28 d. II Co 7.4 e. Ef 3.13

2. problemas, sofrimentos, mal causados por descrentes a. Rm 5.3; 8.35; 12.12 b. II Co 1.4, 8; 6.4; 7.4; 8.2, 13 c. Ef 3.13 d. Fp 4.14 e. I Ts 1.6 f. II Ts 1.4

3. problemas, sofrimentos, mal do fim dos tempos a. Mt 24.21, 29 b. Marcos 13.19, 24 c. II Ts 1.6

B. O uso por João 1. João faz uma distinção específica entre thlipsis e orgē ou thumos (ira) em Apocalipse.

Thlipsis é o que os descrentes fazem aos crentes e orgē é o que Deus faz aos descrentes. a. thlipsis – Ap 1.9; 2.9, 10, 22; 7.14 b. orgē – Ap 6.16, 17; 11.18; 16.19; 19.15 c. thumos – Ap 12.12; 14.8, 10, 19; 15.1, 7; 16.1; 18.3

2. João também usa o termo no seu Evangelho para refletir problemas que os crentes enfrentam em cada era – João 16.33.

TÓPICO ESPECIAL: A TRINDADE

Observe a atividade de todas as três Pessoas da Trindade nos contextos unificados. O termo “trindade”, primeiro cunhado por Tertuliano, não é uma palavra bíblica, mas o conceito é difundido.

A. os Evangelhos 1. Mt 3.16, 17; 28.19 (e paralelos) 2. João 14.26

B. Atos – Atos 2.32, 33, 38, 39 C. Paulo

1. Rm 1.4, 5; 5.1, 5; 8.1-4, 8, 10 2. I Co 2.8-10; 12.4-6 3. II Co 1.21, 22; 13.14

Page 214: NT Special Topics Portuguese

4. Gl 4.4-6 5. Ef 1.3-14, 17; 2.18; 3.14-17; 4.4-6 6. I Ts 1.2-5 7. II s 2.13 8. Tito 3.4-6

D. Pedro – I Pe 1.2 E. Judas – vv. 20, 21 Uma pluralidade em Deus é sugerida no AT. A. Uso de plurais para Deus

1. O nome Elohim é plural, mas quando usado para Deus sempre tem um verbo singular 2. “Nós” em Gênesis 1.26, 27; 3.22; 11.7

B. O anjo do Senhor era um representante físico da Divindade 1. Gênesis 16.7-13; 22.11-15; 31.11, 13; 48.15, 16 2. Êxodo 3.2, 4; 13.21; 14.19 3. Juízes 2.1; 6.22, 23; 13.3-22 4. Zacarias 3.1, 2

C. Deus e Seu Espírito são separados, Gn 1.1, 2; Sl 104.30; Is 63.9-11; Ez 37.13, 14 D. Deus (YHWH) e Messias (Adon) são separados, Sl 45.6, 7; 110.1; Zc 2.8-11; 10.9-12 E. O Messias e o Espírito são separados, Zc 12.10 F. Todos os três são mencionados em Is 48.16; 61.1 A divindade de Jesus e a personalidade do Espírito causaram problemas para os cristãos

primitivos, rigorosos, monoteístas. 1. Tertuliano – subordinou o Filho ao Pai 2. Orígenes – subordinou a essência divina do Filho e do Espírito 3. Ário – negou Divindade ao Filho e Espírito 4. Monarquianismo – acreditava numa sucessiva manifestação cronológica do único Deus

como Pai, Filho e Espírito A trindade é uma formulação historicamente desenvolvida informada pelo material bíblico 1. a Divindade plena de Jesus, igual ao Pai, foi afirmada em 325 A.D. pelo Concílio de

Nicéia (cf. João 1.1; Fp 2.6; Tito 2.13) 2. A personalidade e divindade plena do Espírito igual ao Pai e ao Filho foram afirmadas em

381 A.D. pelo Concílio de Constantinopla 3. A doutrina da trindade é plenamente expressa na obra de Agostinho De Trinitate Há verdadeiramente mistério aqui. Mas o NT parece afirmar uma essência divina com três

manifestações pessoais eternas.

TÓPICO ESPECIAL: “VERDADE” (O CONCEITO) NOS ESCRITOS DE JOÃO Num certo sentido João combina origem hebraica e a origem grega de alētheia “verdade”

como ele fez com logos (cf. 1.1-14). No hebraico emeth (BDB 53) denota aquilo que é verdade ou digno de confiança (geralmente associado na Septuaginta com pisteuō). No grego era associado com a realidade versus irrealidade, celestial versus terreno de Platão. Isso enquadra o dualismo de João. Deus claramente revelou (a etimologia de alētheia é expor, não dissimular, manifestar claramente) a Si mesmo no Seu Filho. Isso é expresso de várias maneiras.

1. Substantivo, alētheia, verdade a. Jesus é cheio de graça e verdade (cf. 1.14, 17 – termos pactuais do AT)

Page 215: NT Special Topics Portuguese

b. Jesus é o foco do testemunho de João Batista (cf. 1.32-34; 18.37 – último profeta do AT)

c. Jesus fala a verdade (cf. 8.40, 44, 45, 46 – a revelação é proposicional e pessoal) d. Jesus é o caminho, a verdade e a vida (cf. 14.6) e. Jesus os santifica na verdade (cf. 17.17) f. Jesus ( o Logos, 1.1-3) é verdade (cf. 17.17)

2. adjetivo, alēthēs,verdadeiro, digno de confiança a. O testemunho de Jesus (cf. 5.31, 32; 7.18; 8.13, 14) b. O juízo de Jesus (cf. 8.16)

3. adjetivo, alēthinus, real a. Jesus é a verdadeira luz (cf. 1.9) b. Jesus é o verdadeiro pão (cf. 6.32) c. Jesus é o verdadeiro vinho (cf. 15.1) d. Jesus é a verdadeira testemunha (cf. 19.35)

4. advérbio, alēthōs, verdadeiramente a. o testemunho samaritano de Jesus como o Salvador do mundo (cf. 4.42) b. Jesus é a verdadeira comida e bebida, como oposto ao maná da época de Moises (cf.

6.55) O termo verdade e seus derivativos também expressam testemunhos de outros de Jesus,

alēthēs a. O testemunho de João Batista é verdadeiro (cf. 10.41) b. O testemunho de João (o autor do Evangelho) é verdadeiro (cf. 21.24) c. Jesus é visto como um profeta verdadeiro (cf. 6.14; 7.40)

Para uma boa discussão de verdade no AT e NT veja o livro George E. Ladd, Teologia do Novo Testamento, pp. 337-354.

TÓPICO ESPECIAL: “VERDADEIRO” (O TERMO) NOS ESCRITOS DE JOÃO

1. Deus o Pai a. Deus é verdadeiro/digno de confiança (cf. João 3.33; 7.18, 28; 8.26; 17.3; Rm 3.4; I Ts

1.9; I João 5.20; Ap 6.10) b. Os caminhos de Deus são verdadeiros (cf. Ap 15.3) c. Os juízos de Deus são verdadeiros (cf. Ap 16.7; 19.2) d. Os ditos de Deus são verdadeiros (cf. Apoc. 19.11)

2. Deus o Filho a. O Filho é verdadeiro/verdade

1) verdadeira luz (cf. João 1.9; I João 2.8) 2) verdadeiro vinho (cf. João 15.1) 3) cheio de graça e de verdade (cf. João 1.14, 17) 4) Ele é a verdade (cf. João 14.6; 8.32) 5) Ele é verdadeiro (cf. Ap 3.7, 14; 19.11)

b. o testemunho/testemunha do filho é verdadeiro (cf. João 18.37) 3. Pode ter um sentido comparativo

a. a lei de Moises versus a graça e a verdade de Jesus (cf. João 1.17) b. o tabernáculo no deserto versus o tabernáculo celestial (cf. Hb 8.2; 9:1)

Page 216: NT Special Topics Portuguese

4. Tão freqüentemente em João essa palavra tinha várias conotações (hebraico e grego). João usa todas elas para descrever o Pai e o Filho, como pessoas, como porta-vozes, e como suas mensagem que deve ser passada aos seus seguidores (cf. João 4.13; 19.35; Hb 10.22; Ap 22.6).

5. Para João, esses dois adjetivos descrevem o Pai como a única divindade digna de confiança (cf. 5.44; I João 5.20) e Jesus como Sua verdadeira e completa revelação para o propósito de redentivos, não apenas cognitivos!

TÓPICO ESPECIAL : “VERDADE” NOS ESCRITOS DE PAULO

O uso de Paulo deste termo e suas formas relacionadas vem do seu equivalente do AT, emet, que é digno de confiança ou fiel (BDB 53). Nos escritos judaicos interbíblicos era usado em contraste à falsidade. Talvez o paralelo mais próximo seria os “Hinos de Ação de Graças” dos Rolos do Mar Morto, onde era usada para as doutrinas reveladas. Os membros da Comunidade Essênia se tornaram “testemunhas da verdade”.

Paulo usa o termo como uma maneira de se referir ao evangelho de Jesus Cristo. 1. Romanos 1.18, 25; 2.8, 20; 3.7; 15.8 2. I Coríntios 13.6 3. II Coríntios 4.2; 6.7; 11.10; 13.8 4. Gálatas 2.5,14; 5.7 5. Efésios 1.13; 6.14 6. Colossenses 1.5, 6 7. II Tessalonicenses 2.10, 12, 13 8. I Timóteo 2.4; 3.15; 4.3; 6.5 9. II Timóteo 2.15, 18, 25; 3.7, 8; 4.4 10. Tito 1.1, 14 Paulo também usa o termo como uma maneira de expressar seu falar acuradamente 1. Atos 26.25 2. Romanos 9.1 3. II Coríntios 7.14; 12.6 4. Efésios 4.25 5. Filipenses 1.18 6. I Timóteo 2.7 Ele também o usa para descrever seus motivos em I Co 5.8 e estilo de vida (também para

todos os cristãos) em Ef 4.24; 5.9; Fp 4.8. Ele às vezes o usa vezes para pessoas. 1. Deus, Rm 3.4 (cf. João 3.33; 17.17) 2. Jesus, Ef 4.21 (similar a João 14.6) 3. testemunhas apostólicas, Tito 1.13 4. Paulo, II Co 6.8 Somente Paulo usa a forma verbal (i.e., alētheuō) em Gl 4.16 e Ef 4.15, onde se refere ao

evangelho. Para mais estudo, consulte Colin Brown (ed), The New International Dictionary of New Testament Theology [O Novo Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento], vol. 3, pp. 784-902.

TÓPICO ESPECIAL: TIPOLOGIA

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O uso de alegoria de Filo e da igreja primitiva e o uso de Paulo da mesma técnica diferiam significativamente. Os primeiros ignoravam totalmente o cenário histórico, desenvolvendo ensinos inteiramente entranho à intenção do autor original. A abordagem de Paulo é melhor caracterizada como tipologia. Paulo supunha o cenário histórico de Gênesis e a unidade do Antigo e Novo Testamentos, assim ele pôde construir sobre as similaridades entre eles porque eles têm um único autor – Deus. Nesse contexto em particular, Paulo comparou a Aliança Abraâmica e a Aliança Mosaica e tira aplicação para a Nova Aliança de Jr 31.31-34 e para o NT.

Quatro conexões em 4.21-31 podem ser tiradas. 1. as duas mães significam duas famílias; uma formada por meio natural, e outra por

promessa sobrenatural 2. há tensão entre essas duas mães e seus filhos como há tensão entre a mensagem dos

judaizantes e o evangelho de Paulo. 3. ambos os grupos afirmavam ser descendentes de Abraão, mas um estava na servidão para

a Lei Mosaica e o outro estava livre na obra consumada de Cristo 4. duas montanhas estavam ligadas a essas diferentes alianças, Mt. Sinai com Moisés e Mt.

Sião com Abraão. Mt. Sião ou Monte Moriá era onde Abraão ofereceu Isaque como um sacrifício (cf. Gn 22), que depois se tornou Jerusalém. Abraão estava procurando uma cidade celestial (Hb 11.10; 12.22; 13.14, a Nova Jerusalém, Isaías 40-66) não uma Jerusalém terrena.

Paulo pode ter usado essa tipologia porque 1. os falsos mestres tinham usado essa mesma abordagem para sua vantagem de afirmar

serem a verdadeira descendência de Abraão 2. os falsos mestres podem ter usado uma alegoria dos escritos de Moisés para empurrar sua

teologia pactual judaica, assim Paulo usa o pai da fé judaica, Abraão 3. Paulo pode ter usado isso por causa de Gn 21.9, 10, que é citado no versículo 30 e diz,

“lança fora” o filho natural; na analogia de Paulo isto poderia referir-se aos judaizantes 4. Paulo pode ter usado isso por causa do exclusivismo dos falsos mestres judeus,

particularmente no seu pelos gentios; na tipologia de Paulo os gentios são aceitos e os racialmente confiantes são rejeitados por Deus (cf. Mt 8.11, 12)

5. Paulo pode ter usado essa tipologia porque ele vem enfatizando “filiação” e “herança” nos capítulos 3 & 4. Este era o coração deste argumento: nossa adoção na família de Deus pela fé através de Cristo somente, não de descendente natural.

TÓPICO ESPECIAL: O NÚMERO DOZE

O doze sempre foi um número simbólico de organização A. fora da Bíblia

1. doze signos do zodíaco 2. doze meses do ano

B. no AT (BDB 1040 mais 797) 1. os filhos de Jacó (as tribos judaicas) 2. refletido em

a. doze colunas do altar em Êx 24.4 b. doze pedras preciosas no peitoral do sumo sacerdote (que significavam as doze

tribos) em Êx 28.21 c. doze pães no lugar santo do tabernáculo em Lv 24.5

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d. dozes espias enviados a Canaã em Nm 13 (um de cada tribo) e. doze varas (estandartes tribais) na rebelião de Coré em Nm 17.2 f. doze pedras de Josué em Js 4.3, 9, 20 g. doze distritos administrativos na administração de Salomão em I Rs 4.7 h. doze pedras do altar de Elias para YHWH em I Rs 18.31

C. no NT 1. doze apóstolos escolhidos 2. doze cestos de pães (um para cada Apóstolo) em Mt 14.20 3. doze tronos em que os discípulos do NT sentam (referentes às 12 tribos de Israel) em

Mt 19.28 4. doze legiões de anjos para resgatar Jesus em Mt 26.53 5. o simbolismo de Apocalipse

h. 24 anciãos e 24 tronos em 4.4 i. 144.000 (12x12.000) em 7.4; 14.1, 3 j. doze estrelas na coroa da mulher em 12.1 k. doze portas, doze anjos referindo-se às doze tribos em 21.12 l. doze fundamentos da nova Jerusalém e sobre eles os nomes dos doze Apóstolos

em 21.14 m. doze mil estádios quadrados em 21.16 (tamanho da nova cidade, Nova Jerusalém) n. a muralha é de 144 côvados em 21.17 o. doze portas de pérolas, 21.21 p. árvores na nova Jerusalém com doze tipos de fruto (um para cada mês) em 22.2

TÓPICO ESPECIAL: AS DUAS CIDADES

A. Mateus 24-27 são uma unidade literária posicionada na conclusão de uma série de oráculos de juízo contra as nações dos arredores encontradas em Isaías 13-23. Juízo não é a última palavra! O Deus de graça e misericórdia tem um plano redentivo, inclusivo, eterno!

B. Esta seção inteira é um jogo sobre duas cidades. 1. as cidades formadas pelos filhos humanos caídos de Caim, que tentam satisfazer suas

necessidades completamente nos seus próprios recursos (i.e., Gênesis 10-11). 2. a cidade de Sião, onde Deus habita (i.e., sobre as asas dos dois querubins sobre a Arca

da aliança no santuário interno mais santo do templo em Jerusalém) e onde o Seu povo (judeu e gentio) vêm a Ele e O adoram (cf. 2.2-4; 19.18-25; Hb 11.10; 12.22; 13.14; Ap 21.1, 2).

C. Cidades representam grupos/nações de pessoas. Cidades Humanas Cidade de Deus

1.7,8, queimadas cidades judaicas 1.21, a cidade fiel se tornou uma prostituta 6.11, cidades judaicas devastadas 14.17, 21, todas cidades devastadas 14.31, cidades da Filístia 17.1-3, 9, cidades da Síria destruídas 19.2, cidades do Egito destroem-se uma à outra

1.26, a cidade da justiça, uma cidade fiel 19.18-22, cidades egípcias adoram a Deus

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22.2, 9, a cidade exultante, Jerusalém cai 23, Tiro destruída 24.1-25.5, destruição universal das cidades 25.10-12, Moabe e seu palácio, cidades fortificadas pisadas 26.5, a cidade inatacável, provavelmente Moabe 27.10, cidades fortificadas caem 29.1, “Ariel” (Jerusalém) 33.2, 19, a cidade jubilosa (Jerusalém) 48.2, a cidade santa, mas no nome apenas

19.23-25, todo Egito e Assíria incluídos no povo de Deus 25.6-9, banquete no monte de Deus (i.e., Jerusalém) 26.1, uma cidade forte, Jerusalém, restaurada 45.13, Minha cidade (cf. 44.23) 52.1-6, a cidade santa 60.14, a cidade do SENHOR 62.12, a cidade não abandonada

66.6, uma voz de tumulto da cidade, uma voz do templo

TÓPICO ESPECIAL: Procedimentos Exegéticos para Interpretar “O Pecado Imperdoável”

A. Lembre que os Evangelhos refletem um cenário judaico 1. Dois tipos de pecados (cf. Lv 4.2, 22, 27; 5.15, 17-19; Nm 15.27-31; Dt 1.43; 17.12,

13) a. não intencional b. intencional

2. Cenário judaico Pré-Pentecostal (i.e., o cumprimento do evangelho e o Espírito ainda não tinham sido manifestados)

B. Observe o contexto literário de Marcos 3.22-30 1. A incredulidade da própria família de Jesus (cf. 3.31-32) 2. A incredulidade dos fariseus (cf. 2.24; 3.1, 6, 22)

C. Compare os paralelos onde o título “Filho do Homem” muda para “filhos dos homens” 1. Mt 12.22-37 (i.e., 12.32, “alguma palavra contra o Filho do Homem”) 2. Lucas 11.14-26; 12.8-12 (i.e., 12.10, “uma palavra contra o Filho do Homem”) 3. Marcos 3.28 (i.e., “tudo será perdoado aos filhos dos homens”)

TÓPICO ESPECIAL: USO DE “MANDAMENTO” NOS ESCRITOS DE JOÃO

1. Uma vez usado para a Lei de Moisés, João 8.5 2. Do Pai para Jesus

a. controle sobre Seu próprio sacrifício redentivo, João 10.18; 12.49, 50; 14.31

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b. o mundo conheceria o amor de Jesus pelo Pai, João 14.31 c. Jesus obedeceu o mandamento do Pai, João 15.10

3. De Jesus para os crentes a. permanecer no Seu amor, João 14.15; 15.10 b. amar uns aos outros, mesmo como Ele os amou, João 13.34; 15.12, 17; I João 2.7, 8;

3.11, 23; 4.7, 21; II João 5 c. guardar Seu mandamento (i.e., b), João 14.15; 15.10, 14; I João 2.3, 4; 3.22, 24; 5.1-3;

II João 6 4. Do Pai para os crentes

a. crer em Jesus, I João 3.23 (cf. João 6.29) b. amar uns aos outros, I João 3.23

TÓPICO ESPECIAL: VÍCIOS E VIRTUDES NO NT Listas tanto de vícios quanto de virtudes são comuns no NT. Freqüentemente elas refletem

listas tanto rabínicas quanto culturais (helenísticas). As listas de características contrastantes do NT podem ser vistas em

Vícios Virtudes 1. Paulo Rm 1.28-32 –

Rm 13.13 Rm 12.9-21 I Co 5.9-11 – I Co 6.10 I Co 6.6-9 II Co 12.20 II Co 6.4-10 Gl 5.19-21 Gl 5.22, 23 Ef 4.25-32 – Ef. 5.3-5 –

– Fp 4.8, 9 Cl 3.5, 8 Cl 3.12-14 I Tm 1.9, 10 – I Tm 6.4, 5 – II Tm 2.22a, 23 II Tm 2.22b, 24 Tito 1.7, 3.3 Tito 1.8, 9; 3.1, 2

2. Tiago Tiago 3.15, 16 Tiago 3.17, 18 3. Pedro I Pe 4.3 I Pe 4.7-11

II Pe 1.9 II Pe 1.5-8 4. João Ap 21.8; 22.15 –

TÓPICO ESPECIAL: GUERRA NO CÉU (tirado Comentário Sobre Apocalipse)

Tem havido muita discussão quanto à data desse confronto. Jesus parece mencionar isso em Lucas 10.18 e João 12.31. Mas tentar propor uma datação cronológica ao evento é tremendamente difícil:

1. antes de Gênesis 1.1 (antes da criação) 2. entre Gênesis 1.1 e 1.2 (teoria do intervalo) 3. no AT depois de Jó 1-2 (Satanás no céu) 4. no AT depois de Rs 22.21 (Satanás no concílio celestial)

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5. no AT depois de Zacarias 3 (Satanás no céu) 6. no AT como em Is 14.12; Ez 28.15 e II Enoque 29.4, 5 (Reis orientais condenados) 7. no NT depois da tentação de Jesus (cf. Mateus 4) 8. no NT durante a missão dos setenta (vi Satanás cair do céu, cf. Lucas 10.18) 9. no NT depois da entrada triunfal em Jerusalém (o príncipe deste mundo expulso, cf. João

12.31) 10. no NT depois da ressurreição e ascensão de Jesus (cf. Ef 4.8; Cl 2.15) 11. no tempo do fim (cf. Ap 12.7, possivelmente Satanás tumultua o céu em busca do Filho) Nós deveríamos simplesmente ver isso como a eterna batalha entre Deus e a hoste do mal;

esse conflito vai ser consumado na derrota absoluta do dragão e sua hoste. Em Apocalipse 20 eles são removidos e isolados!

TÓPICO ESPECIAL: FRAQUEZA

Aqui está o contraste. Os falsos mestres se vangloriam de suas credenciais e do seu estilo

retórico, mas Paulo conhece o valor da “fraqueza” (astheneō). Observe quão freqüentemente estes termos (ou suas várias formas) são usados em I e II Coríntios.

Vanglória Fraqueza I Coríntios 1.29, 31 I Coríntios 1.25,27

3.21 2.3 4.7 4.10 5.6 8.7, 9, 10, 11, 12 9.15, 16 9.22

II Coríntios 1.12, 14 11.30 5.12 (duas vezes) 12.22 7.4,14 (duas vezes) 15.43 8.24 II Coríntios 10.10 9.2, 3 11.21, 29, 30 10.8, 13, 15, 16, 17 12.5, 9, 10 (duas vezes) 11.12, 16, 17, 18, 30 13.3, 4(duas vezes), 9 12.1, 5, 6, 9

Paulo usa o conceito de fraqueza de várias maneiras. 1. a fraqueza de Deus, I Co 1.25 2. fraco no mundo, I Co 1.27 3. a fraqueza e o temor de Paulo, I Co 2.3; 9.22; II Co 11.29, 30; 12.5 4. Paulo e sua equipe missionária, I Co 4.10; II Co 11.21 5. O crente fraco (cf. Rm 14.1-15.13), I Co 8.7, 9, 10, 11, 12; 9.22 6. doença física, I Co 11.30 7. partes do corpo humano, I Co 12.22 8. corpo físico, I Co 15.43 9. a presença física de Paulo e suas habilidades retóricas, II Co 10.10 10. a fraqueza de Paulo aumentava a força de Deus, II Co 12.9, 10; 13. 4, 9 11. a mensagem de Cristo através de Paulo, II Co13.3 12. O corpo físico de Cristo, II Co 13.4

Page 222: NT Special Topics Portuguese

TÓPICO ESPECIAL: RIQUEZA I. Perspectiva do Antigo Testamento como um todo

A. Deus é o dono de todas as coisas 1. Gênesis 1-2 2. I Crônicas 29.11 3. Salmo 24.1; 50.12; 89.11 4. Isaías 66.2

B. Os homens são despenseiros da riqueza para os propósitos de Deus 1. Deuteronômio 8.11-20 2. Levítico 19.9-18 3. Jó 31.16-33 4. Isaías 58.6-10

C. A riqueza é uma parte da adoração 1. os dois dízimos

a. Números 18.21-29; Dt 12.6, 7; 14.22-27 b. Dt 14.28, 29; 26.12-15

2. Provérbios 3.9 D. A riqueza é vista como um dom de Deus pela fidelidade pactual

1. Deuteronômio 27-28 2. Provérbios 3.10; 8.20, 21; 10.22; 15.6

E. Advertências contra a riqueza à custa dos outros 1. Provérbios 21.6 2. Jeremias 5.26-29 3. Oséias 12.6-8 4. Miquéias 6.9-12

F. A riqueza não é um pecado em si, a menos que seja prioridade 1. Salmo 52.7; 62.10; 73.3-9 2. Provérbios 11.28; 23.4, 5; 27.24; 28.20-22 3. Jó 31.24-28

II. Perspectiva única de Provérbios A. A riqueza colocada na arena de esforço pessoal

1. indolência e preguiça condenadas – Provérbios 6.6-11; 10.4, 5, 26; 12.24, 27; 13.4; 15.19; 18.9; 19.15, 24; 20.4, 13; 21.25; 22.13; 24.30-34; 26.13-16

2. trabalho duro defendido – Provérbios 12.11, 14; 13.11 B. Pobreza versus riqueza usada para ilustrar a justiça versus iniqüidade – Provérbios 10.1ss;

11.27, 28; 13.7; 15.16, 17; 28.6, 19, 20 C. Sabedoria (conhecer a Deus e Sua Palavra e viver esse conhecimento) é melhor do que

riquezas – Provérbios 3.13-15; 8.9-11,18-21; 13.18 D. Advertências e admoestações

1. advertências a. tenha cuidado com garantir empréstimo a um vizinho (fiador) – Provérbios 6.1-5;

11.15; 17.18; 20.16; 22.26, 27; 27.13 b. tenha cuidado com ficar rico através de meios maus – Provérbios 1.19; 10.2, 15;

11.1; 13.11; 16.11; 20.10, 23; 21.6; 22.16, 22; 28.8 c. tenha cuidado com empréstimo – Provérbios 22.7

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d. tenha cuidado com a fugacidade da riqueza – Provérbios 23.4, 5 e. a riqueza não ajudará no dia do juízo – Provérbios 11.4 f. a riqueza tem muitos “amigos” – Provérbios 14.20; 19.4

2. Advertências a. a generosidade defendida – Provérbios 11.24-26; 14.31; 17.5; 19.17; 22.9, 22, 23;

23.10, 11; 28.27 b. a justiça é melhor do que a riqueza – Provérbios 16.8; 28.6, 8, 20-22 c. oração pela necessidade, não por abundância – Provérbios 30.7-9 d. dar aos pobres é dar a Deus – Provérbios 14.31

III. Perspectiva do Novo Testamento A. Jesus

1. a riqueza forma uma tentação única de confiar em nós mesmos e nos nossos recursos em vez de Deus e Seus recursos

a. Mateus 6.24; 13.22; 19.23 b. Marcos 10.23-31 c. Lucas 12.15-21, 33, 34 d. Apocalipse 3.17-19

2. Deus proverá nossas necessidades físicas a. Mateus 6.19-34 b. Lucas 12.29-32

3. semear está relacionado com colher (espiritual assim como físico) a. Marcos 4.24 b. Lucas 6.36-38 c. Ateus 6.14; 18.35

4. o arrependimento afeta a riqueza a. Lucas 19.2-10 b. Levíticos 5.16

5. a exploração econômica condenada a. Mateus 23.25 b. Marcos 12.38-40

6. o fim dos tempos está relacionado com o nosso uso da riqueza – Mateus 25.31-46 B. Paulo

1. visão prática como Provérbios (trabalho) a. Efésios 4.28 b. I Tessalonicenses 4.11, 12 c. II Tessalonicenses 3.8, 11, 12 d. I Timóteo 5.8

2. visão espiritual como Jesus (coisas são passageiras, contentem-se) a. I Timóteo 6.6-10 (contentamento) b. Filipenses 4.11, 12 (contentamento) c. Hebreus 13.5 (contentamento) d. I Timóteo 6.17-19 (generosidade e confiança em Deus, não nas riquezas) e. I Coríntios 7.30, 31 (transformação das coisas)

IV. Conclusões A. Não há nenhuma teologia bíblica sistemática no que se refere à riqueza.

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B. Não há nenhuma passagem definitiva sobre esse assunto, entretanto, percepções podem ser obtidas de diferentes passagens. Tenha cuidado para não ler suas visões nesses textos isolados.

C. Provérbios, que foi escrito pelos homens sábios (sábios), tem uma perspectiva diferente do que outros tipos de gênero bíblico. Provérbios é prático e focado individualmente. Equilibra e deve ser equilibrado por outra Escritura (cf. Jr 18.18).

D. Nossa época precisa analisar suas visões e práticas concernentes à riqueza à luz da Bíblia. Nossas prioridades são colocadas em lugar errado se o capitalismo ou o comunismo são nosso único guia. Por que e como alguém alcança o sucesso são questões mais importantes do que o quanto alguém tem acumulado.

E. O acúmulo de riqueza deve ser equilibrado com a verdadeira adoração e a mordomia responsável (cf. II Coríntios 8-9).

TÓPICO ESPECIAL: POR QUE OS CRISTÃOS SOFREM?

1. Por causa do pecado pessoal (julgamento temporal). Isso não implica que todos os problemas e circunstâncias negativas são um resultado do pecado (cf. Jó; Sl 73; Lucas 14.1-5; Ne 9; Atos 5.1-11; I Co 11.29, 30; Gl 6.7).

2. Desenvolver a semelhança a Cristo (Hb 5.8). Até Jesus, humanamente falando, teve que amadurecer, assim também, Seus seguidores (cf. Rm 5.3, 4, 8.28, 29; II Co 12.7-10; Fl 3.10; Hb 12.5-12; Tiago 1.2-4; I Pe 1.7).

3. Para desenvolver um testemunho poderoso, eficaz (cf. Mt 5.10-12; João 15.18-22; I Pe 2.18-21, 3.13-17).

4. Como um sinal das dores do nascimento da Nova Era (cf. Mt 24.6; Marcos 13.8).

TÓPICO ESPECIAL: A VONTADE (thelēma) DE DEUS EVANGELHO DE JOÃO

Jesus veio fazer a vontade do pai (cf. 4.34; 5.30; 6.38) para ressuscitar no último dia todos que o Pai deu ao Filho (cf. 6.39) para que todos creiam no Filho (cf. 6.29, 40) respondeu a oração relacionada a fazer a vontade de Deus (cf. 9.31 e I João

5.14)

OS EVANGELHOS SINÓTICOS fazer a vontade de Deus é crucial (cf. Mt 7.21) fazer a vontade Deus torna alguém um irmão e irmã de Jesus (cf. Mt 12.5;

Marcos 3.35) não é a vontade de Deus que alguém pereça (Mt 18.14; I Tm 2.4; II Pe 3.9) o Calvário foi a vontade do Pai para Jesus (cf. Mt 26.42; Lucas 22.42)

CARTAS DE PAULO a maturidade e serviço de todos os crentes (cf. Rm 12.1, 2) crentes libertos desta era má (cf. Gl 1.4) a vontade de Deus foi o Seu plano redentivo (cf. Ef 1.5, 9, 11)

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crentes experimentando e vivendo a vida cheia do Espírito (cf. Ef 5.17, 18) crentes cheios do conhecimento de Deus (cf. Cl 1.9) crentes aperfeiçoados e completos (cf. Cl 4.12) crentes santificados (cf. I Ts 4.3) crentes dando graças em todas as coisas (cf. I Ts 5.18)

CARTAS DE PEDRO crentes fazendo o certo (i.e., submetendo-se à autoridade civil) e, desse

modo, silenciando os homens tolos, providenciando uma oportunidade para o evangelismo (cf. I Pe 2.15)

crentes sofrendo (cf. I Pe 3.17; 4.19) crentes não vivendo vidas egocêntricas (cf. I Pe 4.2)

CARTAS DE JOÃO crentes permanecendo para sempre (cf. I João 2.17) chave dos crentes para oração respondida (cf. I João 5.14)

TÓPICO ESPECIAL: TESTEMUNHAS PARA JESUS

O substantivo (marturia) e seu verbo (marturēo) “testemunhar” são termos-chave em João. Já muitas testemunha para Jesus.

1. João Batista (cf. João 1.7, 8, 15; 3.26, 28; 5.33) 2. Jesus Mesmo (cf. João 3.11; 5.31; 8.13, 14) 3. a mulher samaritana (cf. João 4.39) 4. Deus o Pai (cf. João 5.32, 34, 37; 8.18; I João 5.9) 5. Escritura (cf. João 5.39) 6. a multidão na ressurreição de Lázaro (cf. João 12.17) 7. o Espírito (cf. João 15.26, 27; I João 5.10, 11) 8. os discípulos (cf. João 15.27; 19.35; I João 1.2; 4.14) 9. o autor mesmo (cf. João 21.24)

TÓPICO ESPECIAL: MULHERES NA BÍBLIA I. O Antigo Testamento

A. Culturalmente as mulheres eram consideradas propriedade 1. incluídas na lista de propriedade (Êxodo 20.17) 2. tratamento de mulheres escravas (Êxodo 21.7-11) 3. votos das mulheres anuláveis pelos homens socialmente responsáveis (Números 30) 4. mulheres como espólios de guerra (Deuteronômio 20.10-14; 21.10-14)

B. Praticamente havia uma mutualidade 1. macho e feitos à imagem de Deus (Gênesis 1.26, 27) 2. honra pai e mãe (Êxodo 20.12 [Dt 5.16]) 3. reverencia pai e mãe (Levítico 19.3; 20.9) 4. homens e mulheres podiam ser nazireus (Números 6.1, 2) 5. filhas tinham direito de herança (Números 27.1-11) 6. parte do povo da aliança (Deuteronômio 29.10-12) 7. observam o ensino do pai e da mãe (Provérbios 1.8; 6.20)

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8. filhos e filhas de Hemã (família levita) conduziam a música no Templo (I Crônicas 25.5, 6)

9. filhos e filhas profetizarão na nova era (Joel 2.28, 29) C. Mulheres estavam nos papéis de liderança

1. A irmã de Moisés, Miriam, chamada profetisa (Êxodo 15.20, 21 observe também Miquéias 6.4)

2. mulheres dotadas por Deus para tecerem material para o Tabernáculo (Êxodo 35.25, 26)

3. uma mulher casada, Débora, também uma profetisa (cf. Jz 4.4), liderou todas as tribos (Juízes 4.4, 5; 5.7)

4. Hulda foi uma profetisa a quem o rei Josias pediu para ler e interpretar o recém achado “Livro da lei” (II Reis 22.14; II Cr 34.22-27)

5. Rainha Ester, uma mulher piedosa, salvou os judeus na Pérsia II. O Novo Testamento

A. Culturalmente, as mulheres tanto no judaísmo quanto no mundo greco-romano eram cidadãos de segunda classe com poucos direitos ou privilégios (a exceção era a Macedônia).

B. Mulheres em papeis de liderança 1. Izabel e Maria, mulheres religiosas disponíveis para Deus (Lucas 1-2) 2. Ana, uma profetisa servindo no Templo (Lucas 2.36) 3. Lídia, crente e líder de uma igreja no lar (Atos 16.14, 40) 4. As quatro filhas virgens de Felipe eram profetisas (Atos 21.8-9) 5. Febe, diaconisa da igreja em Cencréia (Romanos 16.1) 6. Prisca (Priscila), colaboradora de Paulo e professora de Apolo (Atos 18.26; Rm 16.3) 7. Maria, Trifosa, Trifena, Pérside, Júlia, a irmã de Nereu, várias mulheres colaboradoras

de Paulo (Romanos 16.6-16) 8. Júnia (KJV), possivelmente uma mulher apóstola (Romanos 16.7) 9. Evódia e Síntique, colaboradoras de Paulo (Filipenses 4.2, 3)

III. Como um crente moderno equilibra os exemplos bíblicos divergentes? A. Como alguém determina as verdades históricas ou culturais, que se aplicam somente ao

contexto original, das verdades eternas válidas para todas as igrejas, todos os crentes de todas as eras?

1. Nós devemos tomar a intenção do autor original inspirado com muita seriedade. A Bíblia é a Palavra de Deus e a única fonte de fé e prática.

2. Nós devemos lidar com os textos inspirados historicamente condicionados. a. o culto (i.e., ritual e liturgia) de Israel (cf. Atos 15, Gl 3) b. judaísmo do primeiro século c. as declarações de Paulo obviamente historicamente condicionadas em I Coríntios

(1) o sistema legal da Roma pagã (I Co 6) (2) permanecer um escravo (I Co 7.20-24) (3) celibato (I Co 7.1-35) (4) virgens (I Co 7.36-38) (5) comida sacrificada a um ídolo (I Co 10.23-33) (6) ações indignas na Ceia do Senhor (I Co 11)

3. Deus Se revelou completamente e claramente para uma cultura particular, numa época particular. Nós devemos levar essa revelação a sério, mas não todos os aspectos da sua

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acomodação histórica. A Palavra de Deus foi escrita em palavras humanas, endereçadas a uma cultura particular num tempo específico.

B. A interpretação Bíblica deve buscar a intenção do autor original. O que ele estava dizendo para sua época? Isso é fundamental e crucial para uma interpretação apropriada. Mas depois, devemos aplicar isso à nossa própria época. Agora, aqui está o problema com mulheres na liderança (o problema interpretativo real pode estar ao definir o termo. Havia mais ministérios além de pastores que eram vistos como liderança? As diaconisas e profetisas eram vistas como líderes?). É bastante claro que Paulo, em I Co 14.34, 35 e I Tm 2.9-15, está afirmando que mulheres não deveriam tomar a iniciativa na adoração pública! Mas, como eu aplico isso hoje? Eu não quero que a cultura de Paulo ou a minha cultura silenciem a Palavra e a vontade de Deus. Possivelmente a época Paulo fosse limitante demais, mas também a minha época pode ser aberta demais. Eu me sinto tão desconfortável dizer que as palavras e ensinos de Paulo eram condicionais, primeiro século, a verdades e situacionais locais. Quem sou eu que deveria deixar minha mente ou minha cultura negar um autor inspirado?!

No entanto, o que eu faço quando há exemplos bíblicos de líderes mulheres (mesmo nos escritos de Paulo, cf. Romanos 16)? Um bom exemplo disso é a discussão de Paulo da adoração pública em I Coríntios 11-14. Em 11.5 ele parece permitir a pregação e oração de mulheres na adoração pública com suas cabeças cobertas, contudo em 14.34, 35 ele exige que elas permaneçam em silêncio! Havia diaconisas (cf. Rm 16.1) e profetisas (cf. Atos 21.9). É essa diversidade que me permite a liberdade para identificar os comentários de Paulo (enquanto se relaciona às restrições sobre mulheres) como limitados a Corinto e Éfeso do primeiro século. Em ambas as igrejas havia problemas com mulheres exercendo sua recém conquistada liberdade (cf. Bruce Winter em After Paul Left Corinth [Depois que Paulo Deixou Corinto), que poderiam causado dificuldade para a igreja ao alcançar sua sociedade para Cristo. A liberdade delas tinha que ser limitada para que o evangelho pudesse ser mais eficaz.

Minha época é exatamente o oposto da de Paulo. Na minha época o evangelho pode ser limitado se mulheres articuladas, treinadas não forem permitidas espalhar o evangelho, não permitidas a liderar! Qual é a meta final da adoração pública? Não é o evangelismo e o discipulado? Deus pode ser honrado e alegrado com líderes mulheres? A Bíblia como um todo parece dizer “sim”!

Eu quero me render a Paulo; minha teologia é fundamentalmente paulina. Eu não quero ser influenciado ou manipulado demais pelo feminismo moderno! No entanto, eu sinto que a igreja tem sido lenta em responder às verdades bíblicas óbvias, como a impropriedade da escravidão, racismo, intolerância, sexualidade. Tem sido também lenta em responder apropriadamente ao abuso de mulheres no mundo moderno. Deus em Cristo libertou os escravos e mulheres. Não me atrevo deixar um texto ligado à cultura reacorrentá-las.

Mais um ponto: com intérprete eu sei que Corinto era uma igreja muito disputada. Os dons carismáticos eram priorizados e alardeados. As mulheres podem ter sido pegas nisso. Eu também acredito que Éfeso estava sendo afetada pelos falsos mestres que estavam se aproveitando das mulheres e usando-as como preletoras substitutas nas igrejas nos lares de Éfeso.

C. Sugestões para mais leitura Entendes o Que Lês? (pp. 87-107) Gospel and Spirit: Issues in New Testament Hermeneutics [Evangelho e Espírito:

Questões na Hermenêutica do Novo Testamento] de Gordon Fee

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Hard Sayings of the Bible [Expressões Difíceis da Bíblia] de Walter C. Kaiser, Peter H. Davids, F.F. Bruce e Manfred T Branch (pp. 613-616; 665-667)

TÓPICO ESPECIAL: USO DE PAULO DE MULHERES NO MINISTÉRIO

Observe todas as mulheres em Romanos 16 que eram colaboradoras com Paulo no evangelho (cf. Fp 4.3): Febe no v. 1; Priscila no v. 3; Maria no v. 6; Júnia (ou Júnias – se assim for, era um homem) no v. 7; Trifena e Trifosa no v. 12; Perside no v. 12; “sua mãe” no v. 13; Júlia no v. 15; e “sua irmã” no v. 15. Tenha cuidado com o dogmatismo na área de mulheres no ministério. Todos os crentes são têm dons (cf. I Co 12.7, 11); todos os crentes são ministros de tempo integral (cf. Ef 4.12). Nesta lista nós temos um diácono mulher, Febe, e um possível apóstolo mulher, Júnia (cf. Joel 2.28; Atos 2.16-21). É difícil saber como tratar essa questão biblicamente por causa das declarações aparentemente paradoxais de Paulo tais como I Co 11.4, 5 comparado com 14.34.

TÓPICO ESPECIAL: TEORIAS RELACIONADAS A “MULHERES PERMANECEREM EM SILÊNCIO” I. Isto não é uma afirmação de Paulo, mas uma adição posterior (cf. Gordon Fee, New International Commentary, “I Corinthians” [Novo Comentário Internacional, “I Coríntios”], pp. 699-708), geralmente baseada em alguns manuscritos gregos (i.e., MSS D, F, G; um MS da Vulgata; Pai da igreja latina Ambrosiastro, depois de 384 A.D.) que colocam os vv. 33, 34 depois do v. 40. II. Paulo está citando a carta da Igreja, que afirma as visões falsas do grupo faccioso. Paulo a cita para negá-la. No entanto, essa discussão prolongada (i.e., vv. 33-35 o 36) não encaixa os “slogans” anteriores de Paulo. Não é uma simples afirmação modificada por Paulo, mas um argumento sustentado. III. Paulo está se referindo a um grupo de mulheres problema que estão interrompendo o culto de adoração ou por línguas, profecia ou perguntas. A exuberância delas na sua nova liberdade em Cristo estava causando dificuldades culturais no evangelismo e adoração. IV. Paulo está limitando as mulheres, não no profetizar público, mas ao avaliar as mensagens de outros profetas (i.e., profetas masculinos), desse modo implicando uma autoridade sobre eles (James Hurley, Men and Women in Biblical Perspective [Homens e Mulheres na Perspectiva Bíblica], pp. 185-194 e Wayne Grudem, The Gift of Prophecy in I Corinthians [O Dom de Profecia] em I Coríntios, pp. 239-255). V. Paulo está lidando com situações diferentes em 11.5 e 14.34.

A. Uma é uma igreja no lar (i.e., 11.5) e uma é a igreja reunida (i.e., 14.34) B. 11.5 é dirigido a mulheres solteiras e 14.34 para mulheres casadas C. Algumas mulheres eram insubordinadas ou francas demais A variedade e número de interpretações mostram a incerteza dos intérpretes modernos

relacionada às práticas da adoração de Corinto e tampouco congregações cristãs do primeiro século. O problema era

1. local (i.e., unicamente Corinto) 2. cultura romana do primeiro século 3. abuso dos dons 4. tentativa de dominar por mulheres

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5. tentativa de impor uma estrutura judaica 6. visão falsa de um grupo faccioso em Corinto

TÓPICO ESPECIAL: AS MULHERES QUE SEGUIAM A JESUS

A. A primeira menção das mulheres seguidoras de Jesus que ajudaram a Ele e ao grupo Apostólico é Lucas 8.1-3.

1. Maria, que era chamada de Madalena (v. 2) a. Mt 27.56, 61; 28.1 b. Marcos 15.40, 47; 16.1, 9 c. Lucas 8.2; 24.10 d. João 19.25; 20.1, 11, 16, 18

2. Joana, a esposa de Cuza (servo de Herodes, v. 3) é listada também em Lucas 24.10 3. Suzana (v. 3) 4. “e muitas outras, as quais lhe prestavam assistência com os seus bens” (v. 3)

B. Um grupo de mulheres são mencionadas como estando presentes na crucificação 1. A lista de Mateus

a. Maria Madalena (27.56) b. Maria, a mãe de Tiago e José (27.56) c. a mãe dos filhos de Zebedeu (27.56)

2. A lista de Marcos a. Maria Madalena (15.40) b. Maria, a mãe de Tiago o Menor e José (15.40) c. Salomé (15.40)

3. Lucas diz apenas, “as mulheres que o tinham seguido desde a Galiléia” (23.49) 4. A lista de João

a. Maria, mãe de Jesus (19.25) b. A irmã de Sua mãe (19.25) c. Maria de Clopas [KJ Cleofas, isso poderia significar a esposa de Clopas ou filha

de Clopas] (19.25) d. Maria Madalena (19.25)

C. Um grupo de mulheres é mencionado observando o lugar do sepultamento de Jesus 1. A lista de Mateus

a. Maria Madalena (27.61) b. a outra Maria (27.61)

2. A lista de Marcos a. Maria Madalena (15.47) b. Maria, a mãe de José (15.47)

3. Lucas diz apenas, “As mulheres que tinham vindo da Galiléia com Jesus” (23.55) 4. João não tem registro de mulheres olhando o túmulo

D. Um grupo de mulheres foi ao túmulo domingo de manhã cedo 1. A lista de Mateus

a. Maria Madalena (28.1) b. a outra Maria (28.1)

2. A lista de Marcos

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a. Maria Madalena (16.1) b. Maria, a mãe de Tiago (16.1) c. Salomé (16:1)

3. A lista de Lucas a. “foram elas ao túmulo” (24.1-5, 24)

i. Maria Madalena (24.10) ii. Joana (24.10) iii. Maria, a mãe de Tiago (24.10)

4. João lista apenas Maria Madalena (20.1, 11) E. As mulheres são mencionadas como estando presentes no cenáculo (Atos 1.14)

1. “as mulheres” (1.14) 2. Maria, a mãe de Jesus (1.14)

F. O relacionamento exato entre as diferentes mulheres nessas diferentes listas é incerto. Maria Madalena obviamente tem um papel predominante. Um bom artigo sobre “mulheres” na vida e ministério de Jesus é encontrado no livro Dictionary of Jesus and the Gospels [Dicionário de Jesus e os Evangelhos], publicado pela IVP, pp. 880-886. TÓPICO ESPECIAL: MULHERES QUE VIAJARAM COM JESUS E SEUS DISCÍPULOS Mateus 27.55, 56 Marcos 15.40, 41 Lucas 8.2, 3; 23.49 João 19.25 Maria Madalena Maria Madalena Maria Madalena Maria, mãe de Jesus Maria, mãe de Tiago Maria, mãe de Tiago Joana, esposa de Cusa A irmã de sua mãe e José o menor, e José (mordomo de Herodes) Maria, esposa de Clopas Mãe dos filhos de Salomé Suzana Maria Madalena Zebedeu (Tiago e e as outras João)

As seguintes são notas sobre essas mulheres do meu comentário em Marcos 15.40, 41:

“Estavam também ali algumas mulheres, observando de longe”. O grupo apostólico era servido tanto financeiramente quanto fisicamente por várias mulheres (i.e., cozinhando, lavando, etc., cf. v. 41; Mt 27.55; Lucas 8.3).

“Maria Madalena”. Magdala era uma pequena cidade na costa do Mar da Galiléia, quase cinco quilômetros ao norte de Tiberias.

Maria seguiu a Jesus da Galiléia depois que Ele a tinha libertado de vários demônios (cf. Lucas 8.2). Ela tem sido injustamente rotulada como uma prostituta, mas não há nenhuma evidência disso no NT.

“Maria, a mãe de Tiago, o menor, e de José”. Em Mt 27.56 ela é chamada “mãe de Tiago e de José”. Em Mt 28.1 ela é chamada de “a outra Maria”. A pergunta real é com quem ela era casada?

Em João 19.25, possivelmente ela era casada com Clopas, contudo seu filho Tiago era dito ser “filho de Alfeu” (cf. Mt 10.3; Marcos 3.18; Lucas 6.15).

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“Salomé”. Essa era a mãe de Tiago e João, que faziam parte do círculo íntimo de discípulos

de Jesus, e esposa de Zebedeu (cf. Mt 27.56; Marcos 15.40; 16.1, 2). As seguintes são minhas notas sobre essas mulheres do meu comentário sobre João 19.25: “junto à cruz estavam a mãe de Jesus, e a irmã dela, e Maria, mulher de Clopas, e Maria

Madalena”. Há muita discussão sobre se há quatro nomes aqui ou três nomes. É provável que haja quatro nomes porque não haveria duas irmãs chamadas Maria. A irmã

de Maria, Salomé é identificada em Marcos 15.40 e Mt 27.56. Se isso é verdade, então significaria que Tiago, João e Jesus eram primos. Uma tradição do segundo século (Hegesippo) diz que Clopas era irmão de José. Maria de Magdala era a de quem Jesus expulsou sete demônios, e a primeira a quem Ele escolheu aparecer depois da Sua ressurreição (cf. 20.1, 2; 11-18; Marcos 16.1; Lucas 24.1-10). APÊNDICE UM BREVES DEFINIÇÕES DE TERMOS GRAMATICAIS GREGOS

O grego coinê, muitas vezes chamado grego helenístico, era a língua comum do mundo mediterrâneo começando com a conquista de Alexandre o Grande (336-323 a.C.) e durando aproximadamente oitocentos anos (300 a.C.-500 A.D.). Não era apenas um grego clássico simplificado, mas de muitas maneiras uma forma mais nova do grego que se tornou a segunda língua do oriente próximo antigo e do mundo mediterrâneo.

O grego do NT era único de algumas maneiras porque seus usuários, exceto Lucas e o autor

de Hebreus, provavelmente usavam o aramaico como sua língua primária. Portanto, seu escrito foi influenciado pelas expressões idiomáticas e formas estruturais do aramaico. Além disso, eles liam e citavam a Septuaginta (tradução grega do AT) que foi também escrita em grego coinê. Mas a Septuaginta foi também escrita por estudiosos judeus cuja língua-mãe não era o grego.

Isso serve como um lembrete de que nós não podemos pressionar o Novo Testamento numa

estrutura gramatical rigorosa. É único e contudo tem muito em comum com (1) a Septuaginta; (2) escritos judaicos tais como aqueles de Josefo; e (3) os papiros encontrados no Egito. Como então nós abordamos uma análise gramatical do Novo Testamento?

As características gramaticais do grego coinê e do grego coinê do Novo Testamento são

fluidas. De muitas maneiras foi um tempo de simplificação da gramática. O contexto será um guia importante. As palavras só têm significado num contexto maior, portanto, estrutura gramatical só pode ser compreendida à luz de (1) estilo de um autor particular; e (2) um contexto particular. Nenhuma definição conclusiva das formas e estruturas gregas é possível.

O grego coinê era fundamentalmente um língua verbal. Muitas vezes a chave para

interpretação é o tipo e forma dos verbos. Na maioria das orações principais o verbo ocorrerá primeiro, mostrando sua preeminência. Ao analisar o verbo grego três informações devem ser observadas: (1) a ênfase básica do tempo, voz e modo (flexão ou morfologia); (2) o significado

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básico do verbo particular (lexicografia); e (3) o fluxo do contexto (sintaxe). I. TEMPO

A. Tempo ou aspecto envolve o relacionamento dos VERBOS para ação completa ou ação

incompleta. Isto é muitas vezes chamado “PERFEITO” ou “IMPERFEITO”. 1. Tempos perfeitos focam na ocorrência de uma ação. Mais nenhuma informação é dada

exceto que algo aconteceu! Seu início, continuação ou culminação não é dirigida. 2. Tempos imperfeitos focam no processo contínuo de uma ação. Pode ser descrito em

termos de ação linear, ação duradoura, ação progressiva, etc.

B. Os tempos podem ser categorizados por como o autor vê ação enquanto progredindo 1. Ocorreu = aoristo 2. Ocorreu e os resultados permanecem = perfeito 3. Estava ocorrendo no passado e os resultados estavam permanecendo, mas não agora =

mais-que-perfeito 4. Está ocorrendo = presente 5. Estava ocorrendo = imperfeito 6. Ocorrerá = futuro

Um exemplo concreto de como estes tempos ajudam na interpretação seria o termo “salvar”. Era usado em vários tempos diferentes para mostrar tanto seu processo quanto culminação:

1. aoristo – “salvo” (cf. Rm 8.24) 2. perfeito – “tendo sido salvo e o resultado continua” (cf. Ef 2.5, 8) 3. presente – “sendo salvo” (cf. I Co 1.18; 15.2) 4. futuro – “será salvo” (cf. Rm 5.9, 10; 10.9)

C. Ao focar nos tempos verbais, os intérpretes procuram a razão que o autor original

escolheu para expressar-se num certo tempo. O tempo padrão “sem adornos” era o aoristo. Era a forma verbal regular, “não específica”, “desmarcada” “não assinalada”. Pode ser usado numa ampla variedade de formas que o contexto deve especificar. Estava simplesmente afirmando que algo ocorreu. O aspecto do tempo passado é somente pretendido no modo indicativo. Se algum outro tempo era usado, algo mais específico estava sendo enfatizado. Mas o quê?

1. tempo perfeito. Isto fala de uma ação completa com resultados permanentes. De algumas maneiras era uma combinação do aoristo e tempos presentes. Geralmente o foco está nos resultados permanentes ou a conclusão de um ato (exemplo: Ef 2.5 & 8), “vocês têm sido e continuam a ser salvos”).

2. tempo mais-que-perfeito. Este era parecido com o perfeito exceto que os resultados permanentes tinham cessado. Exemplo: João 18.16 “Pedro estava em pé à porta do lado de fora”.

3. tempo presente. Este fala de uma ação incompleta ou imperfeita. O foco está geralmente na continuação do evento. Exemplo: I João 3.6 & 9, “Todo que permanece nEle não continua pecando”. “Todo que tem sido gerado de Deus não continua a cometer pecado”.

4. tempo imperfeito. Neste tempo o relacionamento com o tempo presente é análogo ao relacionamento entre o perfeito e o mais-que-perfeito. O imperfeito fala de ação incompleta que estava ocorrendo mas tem agora cessado ou o início de uma ação no passado. Exemplo: Mt 3.5, “então toda a Jerusalém estava continuando a sair para ele” ou “então toda a Jerusalém começou

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a sair para ele”. 5. tempo futuro. Este fala de uma ação que era geralmente projetada numa estrutura de

tempo futura. Focava no potencial para uma ocorrência em vez de uma ocorrência real. Muitas vezes fala da certeza do evento. Exemplo: Mt 5.4-9, “Bem-aventurados são...eles serão...”

II. VOZ

A. A voz descreve o relacionamento entre a ação do verbo e o seu sujeito. B. A voz ativa era a maneira normal, esperada, não enfatizada para afirmar que o sujeito

estava realizando a ação do verbo. C. A voz passiva significa que o sujeito estava recebendo a ação do verbo produzida por um

agente externo. O agente externo produzindo a ação era indicado no NT grego pelas seguintes preposições e casos:

1. um agente pessoal direto por hupo com o caso ablativo (cf. Mt 1.22; Atos 22.30). 2. um agente intermediário por dia com o caso ablativo (cf. Mt 1.22). 3. um agente impessoal geralmente por en com o caso instrumental. 4. às vezes ou um agente pessoal ou impessoal pelo caso instrumental somente.

D. A voz média significa que o sujeito produz a ação do verbo e está também diretamente

envolvido na ação do verbo. É freqüentemente chamada a voz de interesse pessoal intensificada. Esta construção enfatizava o sujeito da oração ou sentença de alguma maneira. Esta construção não é encontrada em português. Ela tem uma ampla possibilidade de significados e traduções em grego. Alguns exemplos da forma são:

1. reflexiva – a ação direta do sujeito sobre si mesmo. Exemplo: Mt 27.5 “enforcou-se”. 2. intensiva – o sujeito produz a ação para si mesmo. Exemplo: II Co 11.14 “Satanás se

disfarça como um anjo de luz”. 3. recíproca – a interação de dois sujeitos. Exemplo: Mt 26.4 “eles aconselharam um com

o outro”.

III. MODO A. Há quatro modos no grego coinê. Eles indicam a relação do verbo com a realidade, pelo

menos dentro da própria mente do autor. Os modos são divididos em duas categorias gerais: aquela que indicavam realidade (indicativo) e aquela que indicava potencialidade (subjuntivo, imperativo e optativo).

B. O modo indicativo era o modo normal para expressar ação que tinha ocorrido ou estava

ocorrendo, pelo menos na mente do autor. Era o único modo grego que expressava um tempo definido, e mesmo aqui este aspecto era secundário.

C. O modo subjuntivo expressava ação futura provável. Algo não tinha ainda acontecido,

mas as chances eram prováveis que aconteceria. Tinha muito em comum com o indicativo futuro. A diferença era que o subjuntivo expressa algum grau de dúvida. Em português isto é

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freqüentemente expressado pelos termos “poderia”, “seria”, “pode”, “podia”. D. O modo optativo expressava um desejo que era teoricamente possível. Era considerado

um passo mais distante da realidade do que o subjuntivo. O optativo expressava possibilidade sob certas condições. O optativo era raro no Novo Testamento. Seu uso mais freqüente é a famosa frase de Paulo, “De maneira nenhuma” (KJV, “Deus não permita”), usada quinze vezes (cf. Rm 3.4, 6, 31; 6.2, 15; 7.7, 13; 9.14; 11.1, 11; I Co 6.15; Gl 2.17; 3.21; 6.14). Outros exemplos são encontrados em Lucas 1.38, 20.16, Atos 8.20 e I Ts 3.11.

E. O modo imperativo enfatizava uma ordem que era possível, mas a ênfase estava na

intenção do falante. Afirmava somente possibilidade volitiva e estava condicionado nas escolhas de um outro. Havia um uso especial do imperativo em orações e pedidos da 3ª pessoa. Estas ordens eram encontradas somente nos tempos presente e aoristo no NT.

F. Algumas gramáticas categorizam particípios como um outro tipo de modo. Eles são muito

comuns no NT grego, geralmente definidos como adjetivos verbais. Eles são traduzidos em conjunção com o verbo principal ao qual eles se relacionam. Uma ampla variedade era possível ao traduzir particípios. É melhor consultar várias traduções portuguesas. The Bible in Twenty Six Translations [A Bíblia em Vinte e Seis Traduções] publicada por Baker é uma grande ajuda aqui.

G. O indicativo ativo aoristo era a maneira normal ou “desmarcada” para registrar uma

ocorrência. Qualquer outro tempo, voz ou modo tinha alguma significância interpretativa específica que o autor original queria comunicar.

IV. Para a pessoa não familiar com grego os seguintes auxílios de estudo fornecerão a informação necessária:

A. Friberg, Barbara and Timothy. Analytical Greek New Testament [Novo Testamento

Grego Analítico]. Grand Rapids: Baker, 1988. B. Marshall, Alfred. Interlinear Greek-English New Testament [Novo Testamento Interlinear

Grego-Inglês]. Grand Rapids: Zondervan, 1976. C. Mounce, William D. The Analytical Lexicon to the Greek New Testament [O Léxico

Analítico para o Novo Testamento Grego]. Grand Rapids: Zondervan,1993. D. Summers, Ray. Essentials of New Testament Greek [Elementos Essenciais do Grego do

Novo Testamento]. Nashville: Broadman, 1950. E. Cursos por correspondência de grego coinê academicamente aprovados estão disponíveis

através do Instituto Bíblico Moody em Chicago, IL.

V. SUBSTANTIVOS A. Sintaticamente, substantivos são classificados por caso. Caso era aquela forma flexionada

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de um substantivo que mostrava seu relacionamento com o verbo e outras partes da sentença. No grego coinê muitas das funções de caso eram indicadas por preposições. Visto que a forma do caso podia identificar vários relacionamentos diferentes, as preposições se desenvolveram para dar separação mais clara para essas possíveis funções.

B. O caso grego era categorizado nas seguintes oito maneiras:

1. O caso nominativo era usado para nomear e geralmente era o sujeito da sentença ou oração. Era também usado para substantivos e adjetivos predicativos com os verbos de ligação “ser” ou “tornar-se”.

2. O caso genitivo era usado para descrição e geralmente designava um atributo ou qualidade para a palavra a que estava relacionado. Respondia à pergunta, “Que tipo?” Era freqüentemente expresso pelo uso da preposição portuguesa “de”.

3. O caso ablativo usava a mesma forma flexionada como o genitivo, mas era usado para descrever separação. Geralmente denotava separação de um ponto no tempo, espaço, fonte, origem ou grau. Era muitas vezes expresso pelo uso da preposição portuguesa “de”.

4. O caso dativo era usado para descrever interesse pessoal. Este poderia denotar um aspecto positivo ou negativo. Com freqüência este era o objeto indireto. Era muitas vezes expresso pelo uso da preposição portuguesa “para”.

5. O caso locativo era a mesma forma flexionada como o dativo, mas descrevia posição ou localização no espaço, tempo ou limites lógicos. Era muitas vezes expresso pelo uso das preposições portuguesas “dentro, sobre, em, entre, durante, junto a, em cima de e ao lado de”.

6. O caso instrumental era a mesma forma flexionada como os casos dativo e locativo. Expressava meio ou associação. Era muitas vezes expresso pelo uso das preposições portuguesas “por” ou “com”.

7. O caso acusativo era usado para descrever a conclusão de uma ação. Expressava limitação. Seu uso principal era o objeto direto. Respondia a pergunta, “Quão distante?” ou “A que extensão?”

8. O caso vocativo era para discurso direto.

VI. CONJUNÇÕES E CONECTIVOS A. O grego é uma língua muito precisa porque tem tantos conectivos. Eles conectam

pensamentos (orações, sentenças e parágrafos). Eles eram tão comuns que sua ausência (assíndeto) é muitas vezes exegeticamente significante. Na verdade, estas conjunções e conectivos mostram a direção do pensamento do autor. Eles muitas vezes são cruciais ao determinar o que exatamente ele está tentando comunicar.

B. Aqui está uma lista das conjunções e conectivos e seus significados (esta informação foi

obtida principalmente de A Manual Grammar of the Greek New Testament [Uma Gramática Manual do Novo Testamento Grego] de H. E. Dana e Julius K. Mantey).

1. Conectivos de tempo a. epei, epeidē, hopote, hōs, hote, hotan (subj.) – “quando” b. heōs – “enquanto” c. hotan, epan (subj.) – “sempre que” d. heōs, achri, mechri (subj.) – “até”

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e. priv (infin.) – “antes” f. hōs – “desde”, “quando”, “enquanto”

2. Conectivos lógicos a. Propósito

(1) hina (subj.), hopōs (subj.), hōs – “para que”, “que” (2) hōste (infinitivo acusativo articular) – “que” (3) pros (infinitivo acusativo articular) ou eis (infinitivo acusativo articular) –

“que” b. Resultado (há uma associação próxima entre as formas gramaticais de propósito e

resultado) (1) hōste (infinitivo, este é mais comum) – “para que”, “assim” (2) hiva (subj.) – “para que” (3) ara – “assim”

c. Causal ou razão (1) gar (causa/efeito/ ou razão/conclusão) – “pois”, “porque” (2) dioti, hotiy – “porque” (3) epei, epeidē, hōs – “desde que” (4) dia (com acusativo) e (com infin. articular) – “porque”

d. Inferencial (1) ara, poinun, hōste – “portanto” (2) dio (conjunção inferencial mais forte) – “em qual conta”, “pelo qual”,

“portanto” (3) oun – “portanto”, “assim”, “então”, “conseqüentemente” (4) toinoum – “de acordo”

e. Adversativo ou contraste (1) alla, (adversativo forte) – “mas”, “exceto” (2) de – “mas”, “contudo”, “no entanto”, “por outro lado” (3) kai – “mas” (4) mentoi, oun – “contudo” (5) plēn – “todavia” (principalmente em Lucas) (6) oun – “contudo”

f. Comparação (1) hōs, kathōs (introduzem orações comparativas) (2) kata (em compostos, katho, kathoti, kathōsper, kathaper) (3) hosos (em Hebreus) (4) ē – “do que”

g. Continuativo ou série (1) de – “e”, “agora” (2) kai – “e” (3) tei – “e” (4) hina, oun – “que” (5) oun – “então” (em João)

3. Usos enfáticos a. alla – “certamente”, “sim”, “de fato” b. ara – “de fato”, “certamente”, “realmente”

Page 237: NT Special Topics Portuguese

c. gar – “mas realmente”, “certamente”, “de fato” d. de – “de fato” e. ean – “mesmo” f. kai – “mesmo”, “de fato”, “realmente” g. mentoi – “de fato” h. oun – “realmente”, “claro que sim”

VII. SENTENÇAS CONDICIONAIS

A. Uma sentença condicional é aquela que contém um ou mais orações condicionais. Esta

estrutura gramatical ajuda a interpretação porque fornece as condições, razões ou causas por que a ação do verbo principal ocorre ou não. Havia quatro tipos de sentenças condicionais. Elas se movem daquilo que era suposto ser verdadeiro a partir da perspectiva do autor ou para seu propósito para aquilo que era somente um desejo.

B. A sentença condicional de primeira classe expressava ação ou ser que era suposto ser

verdadeiro a partir da perspectiva do escritor ou para seus propósitos mesmo que fosse expresso com um “se”. Em vários contextos poderia ser traduzida “visto que” (cf. Mt 4.3; Rm 8.31). Contudo, isto não significa implicar que todas as primeiras classes são verdadeiras para a realidade. Muitas vezes eram usadas para enfatizar um argumento ou ressaltar uma falácia (cf. Mt 12.27).

C. A sentença condicional de segunda classe é muitas vezes chamada “contrária ao fato”.

Afirma algo que era falso para a realidade para enfatizar um ponto. Exemplos: 1. “Se Ele realmente fosse um profeta que Ele não é, Ele saberia quem e de que caráter a

mulher é que está agarrando nEle, mas ele não sabe” (Lucas 7.39) 2. “Se vós realmente crêsseis em Moisés, o que vós não credes, vós creríeis em mim, o

que não credes” (João 5.46) 3. “Se eu ainda estivesse tentando estar agradando a homens, que não estou, eu não seria

um servo de Cristo em absoluto, o que eu sou” (Gl 1.10)

D. A terceira classe fala de possível ação futura. Muitas vezes supõe a probabilidade dessa ação. Geralmente implica uma contingência. A ação do verbo principal é contingente na ação na oração “se”. Exemplos de I João: 1.6-10; 2.4, 6, 9, 15, 20, 21, 24, 29; 3.21; 4.20; 5.14, 16.

E. A quarta classe é a mais destituída de possibilidade. É rara no NT. Na verdade, não há

nenhuma sentença condicional de quarta classe completa em que ambas as partes da condição caibam na definição. Um exemplo de uma quarta classe parcial a é oração de abertura em I Pe 3.14. Um exemplo de uma quarta classe parcial na oração de conclusão é Atos 8.31.

VIII. PROIBIÇÕES

A. O imperativo presente com o particípio mē freqüentemente (mas não exclusivamente) tem

a ênfase de parar um ato já em processo. Alguns exemplos: “parai de armazenar vossas riquezas na terra...” (Mt 6.19); “parai de vos preocupar com vossa vida...” (Mt 6.25); “parai de oferecer ao

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pecado as partes de vossos corpos como instrumentos do mal...” (Rm 6.13); “vós deveis parar de ofender o Espírito Santo de Deus...” (Ef 4.30); e “parai de embriagar-vos no vinho...” (5.18).

B. O subjuntivo aoristo com o particípio mē tem a ênfase de “nem mesmo começar ou

provocar um ato”. Alguns exemplos: “nem mesmo começai a supor que...” (Mt 5.17); “nunca começai a preocupar-vos...” (Mt 6.31); “tu nunca deve ficar envergonhado...” (II Tm 1.8).

C. O negativo duplo com o modo subjuntivo é uma negação muito enfática. “Nunca, não

nunca” ou “não sob nenhuma circunstância”. Alguns exemplos: “ele nunca, não nunca experimentará a morte” (João 8.51); “Eu nunca, não, nunca...” (I Co 8.13). IX. O ARTIGO

A. No grego coinê o artigo definido “o” tem um uso similar ao português. Sua função básica

era aquela de “um indicador”, uma maneira de atrair a atenção para uma palavra, nome ou frase. O uso varia de autor para autor no Novo Testamento. O artigo definido podia também funcionar

1. como um mecanismo contrastante como um pronome demonstrativo 2. como um sinal para referir-se a um sujeito ou pessoa previamente apresentados 3. como uma maneira para identificar o sujeito numa sentença com um verbo de ligação.

Exemplos “Deus é Espírito” (João 4.24); “Deus é luz” (I João 1.5); “Deus é amor” (4.8, 16).

B. O grego coinê não tinha um artigo indefinido como o português “um” ou “uma”. A ausência do artigo definido poderia significar

1. um foco nas características ou qualidade de alguma coisa 2. um foco na categoria de alguma coisa

C. Os autores do NT variavam amplamente quanto a como o artigo era empregado.

X. MANEIRAS DE MOSTRAR ÊNFASE NO NOVO TESTAMENTO GREGO A. As técnicas para mostrar ênfase variam de autor para autor no Novo Testamento. Os

escritores mais consistentes e formais eram Lucas e o autor de Hebreus. B. Nós afirmamos antes que o indicativo ativo aoristo era padrão e desmarcado para ênfase,

mas qualquer outro tempo, voz ou modo tinham significância interpretativa. Isto não deve implicar que o indicativo ativo aoristo não era com freqüência usado num sentido gramatical significante. (Exemplo: Rm 6.10 [duas vezes]).

C. Ordem de palavra no grego coinê

1. O grego coinê era uma língua flexionada que não era dependente, como o inglês, da ordem de palavra. Portanto, o autor podia variar a ordem normal esperada para mostrar

a. o que o autor queria enfatizar para o leitor b. o que o autor pensava seria surpreendente para o leitor c. sobre o que o autor sentia profundamente.

2. A ordem normal de palavra em grego ainda é uma questão incerta. Contudo, a suposta

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ordem normal é: a. para verbos de ligação

(1) verbo (2) sujeito (3) complemento

b. Para verbos transitivos (1) verbo (2) sujeito (3) objeto (4) objeto indireto (5) frase preposicional

c. Para frases nominais (1) substantivo (2) modificador (3) frase preposicional

3. A ordem de palavra pode ser um ponto exegético extremamente importante. Exemplos: a. “mão direita eles deram para mim e Barnabé de comunhão”. A frase “mão direita

de comunhão” é separada e defrontada para mostrar sua significância (Gl 2.9). b. “com Cristo” foi colocado primeiro. Sua morte era central (Gl 2.20). c. “foi pouco a pouco e de muitas maneiras” (Hb 1.1) foi colocado primeiro. Foi

como Deus revelou a Si mesmo que estava sendo contrastado, não o fato da revelação. D. Geralmente algum grau de ênfase era mostrado por

1. A repetição do pronome que já estava presente na forma flexionada do verbo. Exemplo: “Eu, eu mesmo, certamente estarei convosco...” (Mt 28.20).

2. A ausência de uma conjunção esperada, ou outro mecanismo conectivo entre palavras, frases, orações ou sentenças. Isto é chamado assíndeto (“não ligado”). O mecanismo conectivo era esperado, assim sua ausência atrairia atenção. Exemplos:

a. As Bem-aventuranças, Mt 5.3ss (enfatizava a lista) b. João 14.1 (novo tópico) c. Romanos 9.1 (nova seção) d. II Co 12.20 (enfatizam a lista)

3. A repetição de palavras ou frases presentes num dado contexto. Exemplos “para o louvor de sua glória” (Ef 1.6, 12 & 14). Esta frase era usada para mostrar a obra de cada pessoa da Trindade.

4. O uso de uma expressão idiomática ou jogo de palavra (som) entre termos a. eufemismos – palavras substitutas para assuntos tabu, como “dormir” para morte

(João 11.11-14) ou “pé” para genitália masculina (Rute 3.7, 8; I Sm 24.3). b. circunlocuções – palavras substitutas para nomes de Deus, como “Reino dos Céus”

(Mt 3.2) ou “uma voz dos céus” (Mt 3.17). c. Figuras de linguagem

(1) exageros impossíveis (Mt 3.9; 5.29, 30; 19.24) (2) moderado sobre declarações (Mt 3.5; Atos 2.36) (3) personificações (I Co 15.55) (4) ironia (Gl 5.12) (5) passagens poéticas (Fp 2.6-11)

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(6) jogos de som entre palavras (a) “igreja”

(i) “igreja” (Ef 3.21) (ii) “chamada” (Ef 4.1, 4) (iii) “chamados” (Ef 4.1, 4)

(b) “livre” (i) “mulher livre” (Gl 4.31) (ii) “liberdade” (Gl 5.1) (iii) “livre” (Gl 5.1)

d. linguagem idiomática – linguagem que é geralmente cultural e linguagem específica:

(1) uso figurado de “comida” (João 4.31-34) (2) uso figurado de “Templo” (João 2.19; Mt 26.61) (3) expressão idiomática hebraica de compaixão, “aborrecer” (Gn 29.31; Dt 21.15;

Lucas 14.36; João 12.25; Rm 9.13) (4) “Todos” versus “muitos”. Compare Is 53.6 (“todos”) com Is 53.11 & 12

(“muitos”). Os termos são sinônimos como Rm 5.18 e 19 mostram. 5. O uso de uma frase lingüística completa em vez de uma única palavra. Exemplo: “O

Senhor Jesus Cristo”. 6. O uso especial de autos

a. quando com o artigo (posição atributiva) era traduzido “mesmo”. b. quando sem o artigo (posição predicativa) era traduzido como um pronome

reflexivo intensivo – “ele mesmo”, “ela mesma” ou “si mesmo”. E. O estudante da Bíblia que não lê grego pode identificar ênfase de várias maneiras:

1. O uso de um léxico analítico e texto interlinear grego-português. 2. A comparação de traduções inglesas, particularmente das teorias diferentes de

traduções. Exemplo: comparando uma tradução “palavra por palavra” (ARC e ARA) com uma “equivalente dinâmica” (NVI, NTLH, BJ). Uma boa ajuda aqui seria The Bible in Twenty Six Translations [A Bíblia em Vinte e Seis Traduções] de Baker.

3. O uso de The Emphasized Bible [A Bíblia Enfatizada] de Joseph Bryant Rotherham (Kregel, 1994).

4. O uso de uma tradução muito literal a. The American Standard Version de 1901 b. Young’s Literal Translation of the Bible [Tradução Literal da Bíblia de Young] de

Robert Young (Guardian Press, 1976). O estudo de gramática é tedioso mas necessário para interpretação apropriada. Estas breves

definições, comentários e exemplos são destinados a encorajar e preparar as pessoas que não lêem grego a usar as observações gramaticais fornecidas neste volume. Certamente estas definições estão simplificadas excessivamente. Elas não deveriam ser usadas de uma maneira dogmática, inflexível, mas como ponto de partida para uma compreensão maior da sintaxe do Novo Testamento. Com sorte, estas definições também possibilitarão aos leitores compreender os comentários de outros auxílios de estudo tais como comentários técnicos sobre o Novo Testamento.

Nós devemos poder verificar nossa interpretação baseados nos itens de informação encontrados nos textos da Bíblia. Gramática é um dos mais úteis destes itens; outros itens

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incluiriam cenário histórico, contexto literário, uso contemporâneo da palavra e passagens paralelas. Abreviaturas Usadas Neste Estudo

AB Anchor Bible Commentaries [Comentários da Bíblia Anchor], ed. William Foxwell Albright e David Noel Freedman ABD Anchor Bible Dictionary [Dicionário da Bíblia Anchor] (6 vols.), ed. David Noel Freedman AKOT Analytical Key to the Old Testament [Chave Analítica para o Antigo Testamento] de John Joseph Owens ANET Ancient Near Eastern Texts [Textos do Antigo Oriente Médio], James B. Pritchard BAGD A Greek-English Lexicon of the New Testament and Early Christian Literature [Um Léxico Grego-Inglês do Novo Testamento e Literatura Cristã Primitiva], Walter Bauer, 2ª edição de F. W. Gingrich e Fredrick Danker BDB A Hebrew and English Lexicon of the Old Testament [Um Léxico Hebraico Inglês do Antigo Testamento] de F. Brown, S. R. Driver e C. A. Briggs BHS Biblia Hebraica Stuttgartensia, GBS, 1997 DSS Dead Sea Scrolls [Rolos do Mar Morto] IDB The Interpreter’s Dictionary of the Bible [Dicionário do Intérprete da Bíblia] (4 vols.), ed. George A. Buttrick ISBE International Standard Bible Encyclopedia [Enciclopédia Bíblica Padrão Internacional] (5 vols.), ed. James Orr BJ Bíblia de Jerusalém JPSOA The Holy Scriptures According to the Masoretic Text: A New Translation [As Sagradas Escrituras de Acordo com o Texto Massorético (The Jewish Publication Society of America) KB The Hebrew and Aramaic Lexicon of the Old Testament [O Léxico Hebraico Aramaico do Antigo Testamento] de Ludwig Koehler e Walter Baumgartner LAM The Holy Bible From Ancient Eastern Manuscripts [A Bíblia Sagrada a Partir de Antigos Manuscritos Orientais] (a Peshita) de George M. Lamsa

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LXX Septuagint (Greek-English) [Septuaginta (Grego-Inglês] de Zondervan, 1970 MOF A New Translation of the Bible [Uma Nova Tradução da Bíblia] de James Moffatt TM Texto Massorético Hebraico NAB New American Bible Text [Texto da Nova Bíblia Americana] NASB New American Standard Bible NEB New English Bible NET NET Bible: New English Translation [Bíblia NET: Nova Tradução Inglesa], Segunda Edição Beta NIDNTT New International Dictionary of New Testament Theology [Novo Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento] (4 vols.), de Colin Brown NIDOTTE New International Dictionary of Old Testament Theology and Exegesis [Novo Dicionário Internacional de Teologia e Exegese do Antigo Testamento] (5 vols.), ed. Willem A. VanGemeren NVI Nova Versão Internacional

NJB New Jerusalem Bible [Nova Bíblia de Jerusalém] NRSV New Revised Standard Bible OTPG Old Testament Parsing Guide [Guia Analítico do Antigo Testamento] de Todd S. Beall, William A. Banks e Colin Smith REB Revised English Bible RSV Revised Standard Version SEPT The Septuagint (Greek-English) [A Septuaginta (Grego-Inglês] de Zondervan, 1970 TCNT The Twentieth Century New Testament [Novo Testamento do Século Vinte] TEV Today’s English Version das Sociedades Bíbicas Unidas YLT Young’s Literal Translation of the Holy Bible [Tradução Literal da Bíblia Sagrada de Young] de Robert Young

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ZPBE Zondervan Pictorial Bible Encyclopedia [Enciclopédia Ilustrada da Bíblia de Zodervan] (5 vols.), ed. Merrill C. Tenney