novo testamento

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teologia

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    2

    iPED Instituto Politcnico de Ensino Distncia. Todos os Direitos Reservados. iPED marca registrada pela Empresa Brasileira de Comunicao LTDA.

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    3

    Sumrio

    Mateus ................................................................................................................. Pg. 8

    O nascimento de Jesus ........................................................................................ Pg. 10

    Marcos ................................................................................................................. Pg. 26

    Lucas.................................................................................................................... Pg. 35

    Joo ..................................................................................................................... Pg. 48

    Atos dos Apstolos .............................................................................................. Pg. 65

    Carta aos Romanos ............................................................................................. Pg. 82

    1 Corntios .......................................................................................................... Pg. 94

    2 Carta aos Corntios .......................................................................................... Pg. 104

    Carta aos Glatas ................................................................................................ Pg. 111

    Carta aos Efsios ................................................................................................. Pg. 116

    Carta aos Filipenses ............................................................................................ Pg. 121

    Carta aos Colossenses ........................................................................................ Pg. 125

    1 Carta aos Tessalonicenses .............................................................................. Pg. 129

    2 Carta aos Tessalonicenses .............................................................................. Pg. 133

    1 Carta a Timteo ............................................................................................... Pg. 135

    2 Carta a Timteo ............................................................................................... Pg. 140

    Carta a Tito .......................................................................................................... Pg. 143

    Carta a Filemom ................................................................................................... Pg. 146

    Carta aos Hebreus ............................................................................................... Pg. 147

    Tiago .................................................................................................................... Pg. 159

    1 Pedro ............................................................................................................... Pg. 164

    2 Pedro ............................................................................................................... Pg. 168

    1 Carta de Joo .................................................................................................. Pg. 171

    2 Carta de Joo .................................................................................................. Pg. 176

    3 Carta de Joo .................................................................................................. Pg. 177

    Judas.................................................................................................................... Pg. 177

    Apocalipse ............................................................................................................ Pg. 179

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    4

    Institucional O iPED, Instituto Politcnico de Ensino a Distncia, um centro de educao on-line que oferece informao, conhecimento e treinamento para profissionais, educadores e qualquer um que queira evoluir profissionalmente e culturalmente. Nosso objetivo torn-lo uma base forte de conhecimento e expandir cada vez mais o seu nvel intelectual e cultural. Oferecemos uma quantidade enorme de informao, alm de diversos cursos on-line, onde voc se mantm atualizado em qualquer lugar e a qualquer hora. Educao Distncia Aulas online ou a prtica de aprendizagem distncia, atravs de ambientes virtuais e redes de computadores interligadas para fins educacionais e culturais, nada mais do que o meio mais prtico e inteligente de proliferao de conhecimento. Atravs de ambientes virtuais e sistemas inteligentes, possvel adquirir conhecimento de forma total ou gradativa. Esse nosso conceito de educao, em tempo real, total ou gradativo, quando quiser e onde quiser e acima de tudo, da forma que quiser!

    Nossa Misso

    O Grupo iPED foi lanado com o intuito de aprimorar e disseminar o conceito de ensino a distncia. Com a implantao do ensino a distncia, pesquisas recentes registram que as pessoas alavancam os resultados dos mdulos de treinamento em at 70%, eliminando as distncias geogrficas e proporcionando a melhoria da gesto do conhecimento e dos recursos humanos por competncias.

    Pensando nisso o iPED presta esse servio a todos, para que a excluso digital seja cada vez menor e com o passar do tempo ela desaparea completamente.

    Esse nosso objetivo, essa nossa misso, e esteja certo que vamos conseguir!

    Fabio Neves de Sousa Diretor Geral - Grupo iPED

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    5

    Certificao O conceito de reconhecimento virtual concedido atravs de avaliao feita pelo sistema inteligente, que do inicio at o fim do curso est avaliando cada aluno em suas atitudes individuais e em comparao as atitudes do coletivo. Ao termino do contedo avaliado o aluno submetido a uma avaliao final que nada mais serve do que comprovar a avaliao do desempenho dele ao longo de toda a trajetria do curso.

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    7

    Voc est prestes a mergulhar no mais fascinante contedo histrico disponvel que o

    ser humano pode obter. Est prestes a conhecer as maneiras como Deus se revela a

    seu povo, atravs de sua palavra escrita, a Bblia.

    Este estudo pretende dar uma viso panormica de todos os livros da Bblia, alm de

    despertar o interesse pelo conhecimento aprofundado que, com certeza, ela lhe

    estimular. uma experincia que, com certeza, trar inmeros benefcios a voc e

    aos da sua casa.

    Lmpada para os meus ps a tua palavra e, luz para os meus caminhos.

    Salmos 119.105

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    8

    Mateus

    Este o primeiro livro do novo testamento. A tradio tem como certo que foi

    Mateus, um publicano quem escreveu o livro. Tambm chamado de Levi, este

    coletor de impostos foi comissionado1 pelo prprio Jesus e uniu-se ao grupo dos

    Apstolos. O foco principal deste livro mostrar que Jesus era o Cristo esperado

    pelos Judeus, e no precisariam esperar outro. Jesus cumprira todas as profecias que

    haviam escrito os antigos profetas e sempre encontraremos nesta obra, a expresso

    Para que se cumprisse o que fora dito ou Para que se cumprissem as escrituras.

    Jesus apresentado como Mestre de Mestre.

    A maneira como foi escrito este livro, parece querer destacar quatro blocos

    importantes, a saber:

    Mt 1 a 4 - Introduo

    Mt 5 a 13 Cristo Apstolo

    Mt 14 a 20 O ministrio de Jesus

    Mt 21 a 28 As ltimas palavras

    Este evangelho2 comea com a genealogia de Jesus, iniciando-se por Abrao

    (Mt 1.2) para provar a descendncia de Jesus, que Ele tambm era filho de Davi, da

    linhagem real de Israel. A seqncia : Abrao - Isaque -- Jac -- Jos -- Jesus.

    J nos acostumamos com muitos destes nomes, como o de Jac e de seus

    filhos (1.2); com o de Raabe, a prostituta que escondeu os guerreiros de Josu

    quando estes espionavam a cidade de Jeric para invadir (Js 2); Boaz, o remidor de

    Rute; Davi gerando Salomo da que fora mulher de Urias, sem nem citar o nome

    da pecadora, no caso Bate-Seba (1.6); todos os reis de Jud, muitos deles que fizeram

    o que era mau perante o Senhor; Jeconias, o rei que viu seu povo ser deportado

    para Babilnia (1.12); e finalmente, no versculo dezesseis, onde aparecem os nomes

    de Jos, como marido de Maria e; da qual nasceu Jesus, o que se chama Cristo.

    Aqui neste tpico, precisa-se comentar a respeito de Maria, a me de Jesus.

    Os evanglicos, talvez por culpa deles, ainda no se fizeram entender, qual seja sua

    posio relativa a Maria e a maioria dos praticantes e admiradores do Catolicismo

    1 Recebeu uma comisso, foi chamado

    2 Do grego euaggelion- Boa notcia

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    9

    Romano ficam imaginando tratar-se de desrespeito com a f que professam em

    Maria.

    No se trata de desrespeito com Maria, a mulher Maria, a me Maria. Se trata

    de honrar somente ao nico Deus. Maria foi me de Jesus, e Bem-aventurada;

    E exclamou em alta voz: Bendita s tu entre as mulheres, e bendito o fruto do teu

    ventre! Lc 1.42

    Com certeza, Maria era detentora dos atributos necessarios para gerar aquela

    criana, tanto que o Esprito Santo a elegeu para a misso. Mas s isso. Faz-la

    Me de Deus, j algo contrario aquilo que est escrito nas escrituras. Coloc-la

    como virgem eterna tambm no aumenta em nada sua santidade, pois lemos em Mt

    1.25, que Jos no a conheceu3 enquanto ela no deu luz um filho, mas no fala

    que no a conheceu para sempre, ou que no a conheceu depois dela ter dado luz

    um filho.

    Episdios lamentveis, como chutar uma imagem ao vivo na televiso no

    totalmente deplorveis e merecem o repdio de todo Cristo, pois sabe-se que o

    amor, tudo suporta (1Co 13.7) e suportarmo-nos, vivermos em comum-unio

    (comunho) o que Cristo ensinou.

    Diferenas entre dgmas, pr-supostos doutrinrios, entre os seres humanos,

    sempre existiram, e a diferena daquele que segue as pegadas de Cristo (=Cristo); e

    as tribos, foi a foi a abolio, ensinada por Jesus, do arco e flecha. Do tacape e

    machado. Das lutas e mortes patrocinadas em nome da F.

    Em Mt 1.7, ocorre uma incrvel combinao do numero sete, numa srie de

    tres combinaes de quatorze geraes a saber:

    Geraes de Abrao at Davi 14 geraes

    Desde Dav at o Exlio na Babilnia 14 geraes

    Desde o Exlio at Cristo 14 geraes

    3 No coabitou com ela.

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    10

    O nascimento de Jesus

    J vimos nascimentos miraculosos no AT, pessoas nascidas das maneiras

    mais inusitadas, como Isaque que nasceu de um pai e me de cem anos; como

    Moiss, que nasceu e foi colocado em um cesto no rio Nilo; Samuel, filho de Ana,

    que era estril, e outros. Nenhum destes recebeu tanta referencia, tanto foco como o

    nascimento de Jesus. Mateus reserva sete versculos, Lucas ento, comenta o antes e

    o depois do nascimento, totalizando mais de setenta versculos. o nascimento do

    Messias, o Ungido de Deus, Sacerdote e Rei.

    O autor, usado pelo Esprito Santo, fala no versculo dezoito, assuntos

    difceis, como: Estar Maria desposada de Jos (Noiva); nunca t-la possudo por

    mulher (Virgem); grvida de outro (Esprito). a Bblia mostrando nossa pequeneza

    ante o poder de Deus, ante o incompreensvel pela nossa mente finita das coisas

    feitas por um Deus infinito.

    Note-se o amor de Jos. Voc sabia que no registrada nenhuma palavra

    proferida por Jos na Bblia? S dito que ele era Justo. Considere o significado de

    Justo: aquele que no lana a culpa ao rosto de ningum4, porque sabe como ele

    pecador tambm. aquele que no difama que sofre sim, porque ningum tem

    sangue gelado correndo nas veias, mas aquele que recebe uma direo Divina,

    direta e especial como a que Jos recebeu. (v20)

    O anjo lhe orienta a colocar o nome de Jesus5 criana que iria nascer, visto

    ser Ele uma pessoa que j tinha uma misso: Salvar o seu povo dos pecados deles

    (v21b).

    4 Vide Dt 22.23-24 O castigo para a castidade

    5 Jesus a forma grega, que corresponde a Yeshua, o que significa: O Senhor salva.

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    11

    Ora, tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que fora dito pelo Senhor por

    intermdio do profeta:Eis que a virgem conceber e dar luz um filho, e ele ser

    chamado pelo nome de Emanuel (que quer dizer: Deus conosco) Mt 1.22-23

    Aqui aparece a primeira referencia a cumprimento de profecia. Mateus cita Is

    7.14-17 e, todo aquele que lesse este escrito naquele tempo, conseguiria entender do

    que se tratava. direcionado a um Judeu, para este ver que todas profecias foram ou

    esto sendo cumpridas em Cristo, Jesus.

    O menino recebe a visita dos magos do Oriente, povos acostumados a

    entender os Astros e neles enxergarem alguns sinais do curso da Histria. A Bblia

    no referenda este tipo de sabedoria e, em alguns casos, condena at. A mensagem

    que mesmo outros Reis da terra, mesmo culturas radicalmente diferentes reconhecem

    a autoridade do Rei Jesus, e querem conhec-lo, e o seu povo o rejeitou.

    O nascimento de Jesus em Belm da Judia cumprimento de outra profecia.

    Herodes pergunta aos sacerdotes e escribas e estes falam:

    Ento, convocando todos os principais sacerdotes e escribas do povo, indagava

    deles onde o Cristo deveria nascer.Em Belm da Judia, responderam eles, porque

    assim est escrito por intermdio do profeta6:E tu, Belm, terra de Jud, no s de

    modo algum a menor entre as principais de Jud; porque de ti sair o Guia que h

    de apascentar a meu povo, Israel.Mt 2.4-6

    6 Mq 5.2

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    12

    Os magos seguem uma estrela que os precedia, a qual parou sobre onde o

    menino estava e alegraram-se, prostraram-se perante Ele, adoraram-no e lhe

    entregaram presentes.

    Ento um anjo do Senhor aparece em sonhos a Jos ordenando que este tome

    o menino e a me e rumasse para o Egito porque Herodes iria perseguir o menino.

    Jos toma-os e vai e fica no Egito at a morte de Herodes, para que se cumprisse a

    palavra dita pelo Senhor, por intermdio do Profeta: Do Egito chamei meu filho

    (Os 11.1)

    A ordenana para matar todos os meninos de Belm dada, e o choro e a

    tristeza tambm foram preditos, atravs de Jeremias: Assim diz o SENHOR: Ouviu-

    se um clamor em Ram, pranto e grande lamento; era Raquel chorando por seus

    filhos e inconsolvel por causa deles, porque j no existem.(Jr 31.15).

    O anjo do Senhor reaparece a Jos em sonhos e informa sobre a morte dos

    perseguidores do menino. Regressa Jos do Egito com Maria e Jesus, mas no volta

    para Judia pois temia Arquelau, filho de Herodes governador daquela regio. Fixa

    sua residencia ao norte, na regio da Galilia, em Nazar, por divina revelao,

    cumprindo a profecia7: Ele ser chamado Nazareno

    Joo Batista

    considerado por muitos como o ltimo profeta, aquele que viria abrir os

    caminhos do Cristo. O primo de Cristo assunto nos quatro evangelhos, e os quatro

    coincidem ao apresentar o incio da atividade proftica dele, com o incio do

    ministrio de Jesus. Pregava o arrependimento, a volta do pecador a Deus, mudando

    radicalmente a maneira de pensar. Cita a profecia de Isaas em 40.3.

    Porque este o referido por intermdio do profeta Isaas: Voz do que clama no

    deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas.Mt 3.3

    Joo Batista tinha uma vida humilde e sua voz levou muitos a batizarem-se,

    confessando seus pecados. No se deixava enganar pelos poderosos, se estes o

    7 Jz 13.5-7

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    13

    buscassem s exteriormente, profetizando uma dura mensagem: Eis que o machado

    j est posto na raiz da rvore. Aquela que no produz bom fruto cortada e lanada

    no fogo. Falava tambm de um que viria depois dele, mais poderoso, que no s

    batizaria com as guas do Jordo, mas o faria com o Esprito Santo e com fogo.

    Jesus vem da Galilia para ser batizado por Joo, que lhe declara: - Eu que

    deveria ser batizado por ti, e Jesus lhe responde que o fizesse, pois da vontade de

    Deus que se manifeste toda justia. Todo simbolismo da Santssima Trindade8

    aparece registrada nesta passagem do Batismo de Jesus. Em Mt 3.16-17, Jesus saiu

    da gua, logo, viu-se o Esprito de Deus como pomba descendo sobre Ele e uma voz

    do cu declarou:

    - Este o meu filho amado, em quem me comprazo.

    A vida ministerial de Jesus inicia-se verdadeiramente em Mateus, quando da

    tentao de Cristo (Mt 4. 1-11). Nos dilogos entre Jesus e o diabo, aparecem a fora

    dos textos lidos nas sinagogas dos judeus. Jesus tentado na sua fome, como o povo

    tentou o Senhor no deserto no caminho de Cana quando saram do Egito, mas Jesus

    no cede. tentado com honras, glrias, mas no cede e com autoridade repreende:

    Ento, Jesus lhe ordenou: Retira-te, Satans, porque est escrito: Ao Senhor, teu

    Deus, adorars, e s a ele dars culto.Com isto, o deixou o diabo, e eis que vieram

    anjos e o serviram. Mt 4.10-11

    8 Este termo no aparece nas escrituras, mas referencia ao Deus uno e trino, Deus Pai, Deus Filho e

    Deus Esprito Santo

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    14

    Quando Jesus soube que Joo Batista fora preso, voltou para a Galilia, indo

    morar em Cafarnaum, nas terras de Zebulom e Naftali, cumprindo o que fora dito por

    intermdio do profeta (Is 9.1-2), que falou das bnos que estes territrios ainda

    receberiam. Neste incio de caminhada, Jesus convoca discpulos a seguirem-no,

    como os irmos pescadores Simo, chamado Pedro, e Andr. Mais a frente convoca

    os irmos Tiago e Joo, que deixando o barco e seu pai, o seguiram.

    E Jesus percorria toda a Galilia ensinando nas sinagogoas, pregando o

    evangelho do reino e curando toda sorte de enfermidades. Sua fama correu e vieram

    povos de todos lugares e numerosas multides o seguiam. Esta a sntese dos

    primeiros passos de Jesus, numa introduo ao ministrio de Cristo.

    Os captulos cinco a treze formam um bloco onde encontramos o apostolado

    de Jesus, firmando sua igreja, dando orientaoes atravs de ensinamentos nunca antes

    vistos. Dentre estes ensinamntos, destaca-se um, intitulado O sermo do monte ou

    as Bem-aventuranas, indo do captulo cinco ao sete.

    As regras de ouro contidas nestes dois captulos so a essencia do que o

    cristo deveria ser, do que a igreja seria se cumprissem os ensinamentos ali contidos.

    A sociedade contaria com uma resposta eficaz contra os males que a corroem que,

    em suma, resumem-se a herdeiros insatisfeitos com o herdado. Cada nova gerao

    recebe um fardo pior do que o anterior recebeu. So declinantes a moral, a tica, as

    aspiraes, mas, nos ensinos do monte, abrem-se novas perspectivas aos praticantes,

    mesmo parecendo impossvel e execuo do que ali ensinado.

    O ensino d-se num monte, no sabemos ao certo sua localizao, e monte

    sempre o lugar preferido quando aquele povo queria falar com Deus, pois o

    pensamento lgico fazia crer que quanto mais alto fosse o lugar, mais estaria

    proximo de Deus. Num lugar mais elevado, poderia ficar mais prximo Dele. Jeus v

    as multides, sobe no monte e assenta-se.

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    15

    a posio do Rabi9, pronto a ensinar, e seus discpulos se achegam, e

    comeam a aprender:

    Bem-aventurados os humildes de esprito, porque deles o reino dos cus Mt

    5.3

    Jesus comea falando de felicidade, de Bem-aventurado10

    , ou seja, est

    ensinando a razo de ser, o motivo principal da busca da humanidade, a felicidade.

    Quantas coisas so feitas procurando-a. Casa-se para ser feliz, e descasa-se para

    encontr-la. O novo emprego no por melhorias materias, antes a busca pelo

    reconhecimento. Novo pas, novo isso, aquilo. Da necessidade da busca e nem sobra

    tempo para buscar dentro de si a felicidade e Jesus comea a ensinar isso, sem o

    charlatanismo de muitos livros de auto ajuda. Voce ser feliz, mas a lgica ser

    outra. O como, difere do senso comum.

    Afirmao: - Bem aventurado os que choram! (Mt 5.4)

    Cristo contrasta a atual engrenagem social que prega o contrrio, onde feliz

    quem ri, o rico ri toa. Quem chora o perdedor, o derrotado, o infeliz. Jesus fala de

    felicidade e o sentido das suas palavras, difere dos momentos felizes encontrados,

    efmeros e cada vez mais raros. Este no algo duradouro, pleno e possvel de se

    passar aos outros porque to rpido que nem d pra pessoa apreciar muito tempo.

    a armadilha da conquista, onde o prazer, a felicidade j a conquista. Uma vez

    conseguido o objetivo, corre-se para outro, e outro, numa gincana atrs de cosias da

    felicidade, mas sem chorar. A afirmao dirigida aquele que chora pela inocncia

    perdida. Chora pelas inmeras maldades conscientes engendradas. Chora at, pela

    9 Rabi = mestre

    10 Feliz

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    16

    felicidade conseguida, a um preo to elevado. E existem felicidades to infelizes

    que elas obrigam a fazer mais, oprimir e subjugar cada vez mais. Jesus ensina, vem

    aos meus ps e chora, clama a mim que responderei. Conta tudo a mim, eu conheo o

    gnero humano, sei sua essncia e, o mais importante, te aceito assim mesmo, do

    jeito que voc .

    Felizes os que choram pela constante omisso. A somatria delas a

    sociedade glida, individual, indiferente at com o filho na sala, ou com o pai que

    est no asilo. Chora pela maldade do mundo, esfarelando-se.

    As bem-aventuranas esto em Mateus, do verso trs ao onze, e o verso doze

    coroa todas elas;

    Regozijai-vos e exultai, porque grande o vosso galardo nos cus; pois assim

    perseguiram aos profetas que viveram antes de vs.Mt 5.12

    Mt 6 Texto bblico Aplicao

    9 Portanto, vs orareis assim: Pai

    nosso, que ests nos cus,

    santificado seja o teu nome;

    Incio da orao, com louvor a Deus

    por tudo que ele , seus atributos,

    10 venha o teu reino; faa-se a tua

    vontade, assim na terra como no

    cu;

    Sua majestade e todos atos que Ele

    pode fazer

    11 o po nosso de cada dia d-nos

    hoje

    Incio do pede-pede. Nesta forma de

    orao, Jesus fala de sete coisas que

    precisamos:

    12 e perdoa-nos as nossas dvidas,

    assim como ns temos perdoado

    aos nossos devedores

    1- Santificado seu nome

    2- venha o reino

    3- faa-se a tua vontade

    4- d-nos po, hoje

    13a e no nos deixes cair em tentao;

    mas livra-nos do mal

    5- dividas no sentido das ofensas

    praticadas contra os outros e contra

    Deus

    6- no cair em tentao

    7- livrar-nos do mal

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    17

    O louvor final, numa frmula que no aparece nos escritos originais e est

    marcado entre parnteses, diz que Teu o reino, o poder e a Gloria eternamente,

    Amm.

    Esta orao, conhecida como o pai nosso , portanto uma matriz, que pode ser

    mudada e includa as peties especiais de cada pessoa, podendo ser considerada

    como uma orao particular, direta entre o que cr e Deus, que do alto da sua graa

    tudo ouve e tudo sabe, desde as mais nfimas das nossas necessidades.

    Algum poderia perguntar: - mas se Ele sabe pra que precisa ouvir da minha

    boca? Na realidade, no Ele quem precisa ouvir, mas nos que precisamos falar

    externar nossas impossibilidades direcionando ao Todo Poderoso nossas

    necessidades e fortalecer-nos na firme convico que se far o que pedimos. F a

    certeza das coisas que se esperam, a materializao da esperana e esta orao

    ensinada por Jesus a orao que coloca o que precisamos nas mos Dele, mas

    podemos pedir ainda, emprego, sade, paz com um visinho por exemplo. A parte de

    pede-pede nossa, uma abertura que a frmula concede para falarmos, para

    contarmos a Ele toda nossa dor. Ou alegria.

    Os ensinos do sermo continuam pelo captulo seis, ensinando sobre o jejum;

    de que no devemos ou no deveramos ajuntar tesouros onde a traa e a ferrugem

    corroem ou que os ladres roubam, ou que pelo menos lembrssemos que a BMW

    zero quilometro de hoje, o fusca de ontem e que como aquele passou e levou

    consigo a sua glria, este tambm efmero. No que no seja buscado, claro, mas

    que no seja a razo principal da vida, a busca por coisas. Das demais....

    A ansiedade, mal maior nos dias atuais, tambm contemplada pelo sermo,

    e o captulo sete remete aos julgamentos precipitados; quando comenta para no

    julgarmos para no sermos julgados; para buscarmos um espao na nossa agenda

    para orao; para acautelar-se dos falsos profetas ou das falsas profecias, no

    somente aquelas relacionadas com coisas de igreja, mas daqueles, por exemplo, que

    ensinam hoje que devssemos viver intensamente cada momento como se fosse o

    ltimo, ou daqueles que ainda sugerem o fracasso dos casamentos. Os falsos profetas

    podem ser identificados hoje em muitos setores.

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    18

    Edificar uma casa na rocha ou na areia11

    , a princpio, parece ensinamento

    simples, iguais aqueles dados pelos pais as criancinhas, para no colocar o dedo na

    tomada, d choque! Mas a qual crescimento nos referimos? Seramos to completos

    a ponto de no precisarmos ouvir, que se voc construir sua casa, moradia, lugar de

    repouso sem um alicerce firme, forte, como uma rocha; ela desabaria? Jesus ensinou.

    E tambm falou que o Meu povo sofre, porque lhe falta entendimento.

    Quando Jesus acabou de proferir estas palavras, estavam as multides

    maravilhadas da sua doutrinaporque ele as ensinava como quem tem autoridade e

    no como os escribas Mt 7.28-29

    No oitavo captulo, Mateus fala de cura, muitas outras curas realizadas pelo

    Messias. Leprosos eram curados e limpos. O Centurio12

    pede um milagre pelo seu

    criado e reconhece a autoridade de Cristo, pedindo que fosse enviada apenas uma

    palavra, para que seu servo fosse curado o que de fato aconteceu.

    A sogra de Pedro estava com febre e curada (Mt 8.14-15); os que seguiam a

    Cristo maravilharam-se ao ver uma tempestade sendo acalmada(Mt 8.23-27); na terra

    dos Gadarenos, um homem que vivia nos sepulcros liberto; na cidade de

    Cafarnaum, um paraltico recebe cura milagrosa.

    H um comentrio de Jesus em Mt 9.10-13 muito revelador da misso a que o

    Pai o incumbiu. Parou numa casa e comeou a comer com os Publicanos13

    e

    pecadores, sendo repreendido pelos fariseus, e a estes responde: Eu no vim para os

    sos, vim para os doentes que precisam de mdico No vim chamar justos, e sim

    pecadores.

    O caso da mulher que sofria de fluxo hemorrgico por dezoito anos e tocou

    nas vestes de Jesus descrito em Mt 9.19-22. Ela recebe sua cura, aps ouvir: Tem

    bom nimo, filha, a tua f te salvou. O episdio dos dois curados de cegueira

    aumenta ainda mais a fama de Jesus por toda aquela regio, apesar de serem avisados

    para no contar a ningum o que lhes ocorrera.

    11

    Mt 7.24-27 12

    Chefe de cem. Oficial encarregado do quartel das tropas romanas estacionadas em Israel. 13

    Eram os judeus contratados por Roma como coletores de impostos. Eram odiados pelos Judeus,

    alijados na sinagoga e do convvio com os da f.

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    19

    Mateus cita o nome dos doze apstolos que caminharam com Jesus, a saber:

    Simo Pedro, Andr o irmo de Pedro, Tiago filho de Zebedeu e seu irmo Joo,

    Filipe, Bartolomeu, Tom, Mateus o publicano, Tiago filho de Alfeu, Tadeu, Simo o

    Zelote e Judas Iscariotes que foi quem o traiu. Estes foram os que receberam

    autoridade sobe espritos imundos, para expelir e curar toda sorte de doenas e

    enfermidades. Foram instrudos para no tomarem rumo aos gentios, nem entrar em

    cidade de samaritanos; mas, de preferncia, procur as ovelhas perdidas da casa de

    Israel; e, medida que seguisse, preguassem que est prximo o reino dos cus.

    -Curai enfermos, ressuscitai mortos, purificai leprosos, expeli demnios; de graa

    recebestes, de graa dai, foram as palavras textuais ditas por Jesus.

    Para que no levassem ouro ou prata nos cintos, nem alforje para o caminho

    porque iriam receber a paga pelo trabalho dedicado. E, quando entrassem numa casa,

    saudassem os moradores com a Paz de Cristo, mas se ninguem os ouvisse pelas

    cidades: -sacudam o p das vossas sandlias porque no dia do juizo, tudo estar

    patente.

    Falou ainda a estes homens que iriam como ovelhas no meio de lobos, e para

    tomar cuidado com o homem, e que na hora em que fosse preciso falar alguma coisa,

    para no se preocupar porque o Esprito Santo falaria naquela hora, e que

    Sereis odiados de todos por causa do meu nome; aquele, porm, que

    perseverar at ao fim, esse ser salvo. Mt 10.22

    Jesus parte para para ensinar nas diversas cidades que compunham a Nao e

    as maravilhas que fazia ia em muito aumentando sua fama, a ponto de Joo Batista,

    do crcere, enviar-lhe mensageiros para interrog-lo se Ele seria o Messias ou se

    deveriam esperar outro. Jesus responde para eles mesmos tirarem suas concluses,

    mas que vissem os cegos enchergando, os coxos andam e doenas so curadas.

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    20

    Ento, Jesus que cita agora as profecias, falando que elas j diziam a respeito de

    Joo Batista (Ml 3.1). Neste mesmo captulo, Jesus critica as cidades que apesar de

    terem visto os milagres que Ele havia realizado, mesmo assim estas cidades e suas

    populaes no se arrependeream e deixaram seus maus desgnios. Suspira Ai de

    ti! para cidades como Corazim, Betsaida, Cafarnaum, comparando-as com Sodoma,

    se bem que, se em Sodoma houvesse realizado os milagres que ele fez, esta cidade

    ainda permaneceria.

    O Mestre convida a todos os cansados, os sobrecarregados a tomarem sobre si

    o seu jugo, que suave e o seu fardo leve. Ministra os ensinamentos a respeito do

    sbado, que Ele o Senhor do sbado. Devolve os moviementos mo ressequida de

    um homem, mas o corao duro deles comea a arquitetatar um plano para tirar-lhe a

    vida.

    Isaas havia dito, Is 42.1-4 que Ele no esmagaria a cana quebrada, nem

    apagaria o tio que fumegava, numa clara referencia aos fracos e desamparados

    que Jesus no se esqueceu, para cumpri o que fora profetizado. Os farizeus

    blasfemam contra as obras de Cristo, dizendo que Ele expelia demonios pelo poder

    do rei dos demonios, Belzeb. Na sua defesa, Jesus cita que reino dividido no

    persiste e que este era o nico pecado sem culpa, o pecado contra o Esprito Santo.

    Pedem-lhe sinais de sua filiao Divina, mas Ele s lhes oferece o sinal de

    Jonas,

    Porque assim como esteve Jonas trs dias e trs noites no ventre do grande

    peixe, assim o Filho do Homem estar trs dias e trs noites no corao da terra Mt

    12.40

    O Mestre condena a incredulidade deles, pois em Nnive, muitos creram em

    Jonas e se arrependeram e Ele era maior do que Jonas e no creram na sua pregao.

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    21

    At mesmo sua prpria famlia, que fora procurar-lhe certa vez, foi comparada como

    sendo grande o bastante para abrigar todos os que fizessem a vontade do Pai Celeste.

    As parbolas de Jesus contem um ensinamneto grandioso, e a parbola do

    semeador merece inclusive uma explicao a parte do Senhor, de to profunda e

    relevante (Mt 13.1-22); contou tambm a parbola do Joio e do Trigo que so muito

    semelhantes quando novas e se for arrancado o Joio, se arranca o Trigo tambm;

    falou da f do tamanho de um gro de mostarda14

    ; dos tesouros escondidos; ensinou a

    parbola da prola; da rede.

    Joo Batista, que estava preso por ter ido corte avisar Herodes que no era

    lcito possuir a mulher de seu irmo, morto pelos caprichos de uma jovem, que

    danou ao rei e este agradando-se, concedeu-lhe o desejo manifestadoa ela por sua

    me, de que fosse trazido a cabea de Joo numa bandeija. Os discpulos vieram e

    levaram seu corpo e o sepultaram. Ao saber destes fatos, Jesus retira-se dali, num

    barco, mas ao descer, encontra as multides famintas esperando-o e acontece a

    primeira multiplicao dos pes.

    Voltam para o mar seus discipulos e Ele fica ali, despedindo a multido e

    quando o barco ia longe, aoitado pelos ventos de tempestade, despedida a multido,

    Jesus foi ter com eles, andando por sobre o mar, e foi tomado como um fantasma

    pelos integrantes do barco. Pedro vem ter com Ele e tambm experimenta andar por

    sobre o mar, mas ia afundando quando Jesus o salvou,e a tempestade acalmou-se

    quando entrou no barco. Do outro lado, em Genesar, uma multido tocava-o e eram

    curados.

    Sempre haviam pessoas perguntando ao Rabi coisas diversas, a respeito das

    tradies, dos desrespeitos que seu apstolos fazim, ao que o Senhor responde com

    uma profecia de Isaas

    Hipcritas! Bem profetizou Isaas a vosso respeito, dizendo

    Este povo honra-me com os lbios, mas o seu corao est longe de mim Mt

    15.7-8

    Eles falavam tanto em tradio, mas honrar pai e me, por exemplo, era um

    mandamento pouco praticado entre os religiosos, sendo poucos os que praticavam.

    Jesus ataca a religiosidade exterior, a que no era de corao sincero mas somente

    uma religio vasia, para ser vista por todos. Uma mulher Canania procura Jesus pela

    14

    a menor semente do mundo

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    22

    enfermidade espiritual da filha, e recebe a cura, aps um dilogo com o Messias. Na

    volta ao mar da Galilia, multides se aproximavam trazendo enfemos dos mais

    diferentes males, e Ele os curou e eles, maravilhados, Glorificavam o Deus de Israel.

    E teve compaixo de toda essa gente, porque estavam com Ele j h trs dias, e no

    queria despedi-los com fome, para no desfalecerem pelo caminho. Jesus os

    alimenta, com sete pes e alguns peixinhos, e tanto foi a fartura que sobraram sete

    cestos cheios.

    Indo Jesus para os lados de Cesaria de Filipe, perguntou a seus discpulos:

    - Que dizem as pessoas sobre o Filho do Homem?

    E lhe responderam, uns dizem que Elias, outros Joo Batista ou algum outro

    profeta. Mas lhes perguntou e voces, quem voces acham que Eu sou? Respondeu-lhe

    Simo Pedro:

    -T s o Cristo, o Filho do Deus vivo, ao que Jesus se agradou pela revelao

    dada e Pedro pelo prprio Deus.

    O ministrio de Jesus continua, mas Ele j inicia os preparativos para seu

    final, com profecias predizendo sua morte e ressurreio, que deveria passar em

    Jerusalm por aquilo pelo qual tinha vindo, e Simo Pedro, chamando-o em separado

    procurava convenc-lo de que estas coisas no iriam suceder, ao que veementemente

    respondeu:

    Arreda, Satans! Tu s para mim pedra de tropeo, porque no cogitas das

    coisas de Deus, e sim das dos homens. Mt 16.23

    Seis dias depois, Jesusu transfigurou-se perante Pedro, Tiago e Joo num alto

    monte. Seu rosto resplandecia como o Sol e as suas vestes se tornaram brancas como

    a luz. E apareceram Moiss e Elias falando com eles. Uma nuvem luminosa os

    envolveu e ouviu-se uma voz que dizia: - Este o meu Filho amado, com quem me

    comprazo; a ele ouvi. E voltando do monte, os proibiu de revelar aquela viso at o

    Filho do Homem ressuscitar.

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    23

    Continuam as curas, agora de um jovem que encontrava-se possuido por um

    esprito demoniaco a qual os apstolos no puderam expulsar. Jesus repreende o

    esprito e este deixa-o. Arguido pelos apstolos porque no haviam conseguido

    expulsar do menino o esprito, Jesus repreendeu a sua falta de f e disse que algumas

    castas de demonio s saem com jejum e orao.

    Muitas dvidas haviam no corao dos seguidores de Jesus, e sobre quem era

    o maior no reino dos cus, era uma dela. Jesus responde que aquele que se humilhar,

    como uma criana, este maior no reino dos cus, mas que melhor do que saber

    quem era o primeiro, era melhor converter-se arrependendo dos seus pecados para

    entrar no cu. Falou dos escndalos que iriam acontecer; e dos Ais que iriam padecer

    quem fizesse fazer sofrer a um pequenino sequer, destes que eram Dle. Ensinou

    como devemos perdoar um irmo (Mt 18.15-20) e quantas vezes tambm

    Ento, Pedro, aproximando-se, lhe perguntou: Senhor, at quantas vezes meu irmo

    pecar contra mim, que eu lhe perdoe? At sete vezes?

    Respondeu-lhe Jesus: No te digo que at sete vezes, mas at setenta vezes sete.Mt

    18.21-22

    No captulo dezenove, Jesus fala sobre o divrcio, autorizando a separao

    somente em casos de relaes sexuais ilcitas. A dvida era que Moiss tinha dado

    carta de divrcio e a prtica estava sendo realizada por qualquer motivo. Ainda um

    jovem rico procura Jesus e vai-se atras delas novamente, o que d ensejo do

    ensinamento contido em Mt 19.23-30.

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    24

    Usando da mais perfeita pedagogia, Jesus comparava o reino dos cus a um

    dono de casa que saiu de madrugada para assalariar trabalhadores para sua vinha.

    Ajustou o dia por um denrio, e eles foram. O dono saiu ao meio dia, contratou

    outros trabalhadores por um denrio, e eles foram. O dono saiu as dezesseis horas,

    contratou outros trabalhadores por um denrio, e estes tambm se foram ao trabalho.

    Ao final do dia, mandou seu administrador fazer os pagamentos, comeando pelos

    ltimos, que receberam e se foram. Os primeiros muito se alegraram imaginando que

    iriam receber mais, porque estavam l desded a madrugada, mas murmuravam contra

    o dono da casa aps terem recebido um denrio, como os outros. O dono da vinha,

    respondendo lhes disse: - Amigos, no sou injusto. No combinei contigo o dinheiro?

    Toma a tua parte e vai-te. Acaso no lcito fazer o que quero com o que meu?

    Assim, os ltimos sero primeiros, e os primeiros sero ltimos {porque muitos so

    chamados, mas poucos escolhidos}.Mt 20.16

    Ento, veio a me de Tiago e Joo, pedido que Jesus ordenasse l no seu

    reino, que seus filhos se assentassem, um a direita e outro esquerda Dele nos cus.

    Jesus lhes fala que no sabiam o que estavam pedindo. O fato gerou um confronto

    entre os dez, ao que Jesus logo corrigiu, dizendo que se alguem quizesse ser grande

    entre eles, que fosse o que mais servisse, e se alguem quisesse ser o primeiro, que

    fosse servo, tal como o filho do Homem que no veio para ser servido, mas para

    servir e dar a sua vida em resgate de muitos.

    A partir do captulo vinte e um, temos as ltimas palavras de Jesus. A sua

    entrada em Jerusalm, foi triunfal, como havioa predito o profeta Zacarias (Alegra-te

    muito, filha de Sio; exulta, filha de Jerusalm: eis a te vem o teu Rei, justo e

    salvador, humilde, montado em jumento, num jumentinho, cria de jumenta.) Zc 9.9;

    No vinha montado em um cavalo, como vinham os reis poderosos da terra, vinha

    montado no animal mais simples que pudesse haver, um jumentinho. O povo

    colocava suas vestes pelo caminho onde estava passando e alguns do povo cortavam

    ramos de rvores, espalhando-os pelo caminho, e clamavam:

    - Hosana ao filho de Davi! Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana nas

    maiores alturas!

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    25

    E Jesus entrando no templo, expulsou todos os que ali vendiam e compravam;

    derrubou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos que vendiam pombas, e dizia:

    - Est escrito15

    - A minha casa ser chamada casa de orao; vs, porm, a

    transformais em covil de salteadores.

    Naquele mesmo templo, fez Jesus curas, de coxos, cegos e os meninos

    louvavam o seu nome, para que se cumprisse o que estava escrito nos Salomos (Sl

    8.2). Jesus sai dale e vai para Betnia, de de manha teve fome, e avistando uma

    figueira, foi ver se tinha frutos, mas so tinham folhasm e disse-lhe; Nunca mais

    nasa fruto de ti! E a figueira secou-se completamente. Os discpulos muito se

    admiraram de que a figueira secasse, mas Ele lhes disse:Jesus, porm, lhes

    respondeu: Em verdade vos digo que, se tiverdes f e no uvidardes, no somente

    fareis o que foi feito figueira, mas at mesmo, se a este monte disserdes: Ergue-te e

    lana-te no mar, tal suceder;e tudo quanto pedirdes em orao, crendo, recebereis

    Mt 21.21-22

    Jesus compara o reino dos cus ainda, a um casamento de um filho do rei;

    ensinou a respeito dos tributos; ressurreio; o grande mandamento, Amar a Deus

    sobre todas as coisas e o seu prximo como a ti mesmo; os farizeus e escribas

    recebem uma repreensa Dle. O captulo vinte e quatro comea com um grandioso

    semo proftico, onde predito a destruio do templo:

    Ele, porm, lhes disse: No vedes tudo isto? Em verdade vos digo que no ficar

    aqui pedra sobre pedra que no seja derribada.Mt 24.2

    15

    Confira Jr 7.11

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    26

    E continua com o anuncio das dores, o principio delas, da grande tribulao,

    sobre a vinda do filho do Homem. Fala da parbola das dez virgens, cinco nscias e

    cinco prudentes (Mt 25.1-13); A parbola dos talentos, dados a tres homens, que

    trouxeram resultados inusitados ao seu patro (Mt 25.14-30); o grande julgamento

    que se abater sobre todo mundo;

    Aps estas coisas e parando de ensinar, profetiza: Saibam que daqui a dois

    dias, quando celebrarmos a pcoa, o Filho do Homem ser entregue para se

    crucificado, e o sumo sacerdote Caifs deliberavam em prend-lo, a traio e mat-

    lo.

    Os acontecimentos posteriores, merecero estudo detalhado em Lucas.

    Marcos

    Marcos o segundo Evangelho, da coleo de quatro livros que contam sobre

    a vida e mensagem de Jesus, o Cristo. Os outros trs so Mateus, Lucas e Joo.

    Mateus, Marcos e Lucas so chamados de Sinticos em razo de

    apresentarem grande semelhana de forma e contedo quando colocados lado a lado,

    em trs colunas paralelas. Apesar de sua posio posterior na seqncia dos escritos,

    sabe-se que Marcos anterior a Mateus e que pode ter sido uma das principais fontes

    de inspirao aos outros dois. A redao destes escritos deu-se entre os anos setenta e

    oitenta.

    O motivo principal que levou Marcos escrever este livro, ele mesmo o

    declarou;

    Pois o prprio Filho do Homem no veio para ser servido, mas para servir e

    dar a sua vida em resgate por muitos. Mc 10.45

    Pretendendo mostrar os atos de Jesus, de uma forma pratica, rpida e sem apegar-se

    aos muitos detalhes. Aceita-se o argumento geral de que os leitores a quem se

    destinam este evangelho sejam os romanos, caracterizados por um senso prtico

    avesso a genealogias, citaes profticas ou dogmas judaicos. Marcos o mais curto

    dos Sinticos, com dezesseis captulos e s registra quatro parbolas de Jesus. E com

    a mesma rapidez com que Marcos imaginou este livro, comecemos:

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    27

    Jesus definido como Filho de Deus no primeiro versculo e esta eficiencia

    em informar, ser a tonica da obra. De Joo Batista, conta-nos que suas vestes eram

    feitas de pelos de camelo, que trazia um cinto de couro e se alimentava de mel

    silvestre e gafanhotos. Fala-nos da sua pregao, e do batismo que realizava no rio

    Jordo, onde compareceu Jesus para ser por ele batizado. Da cena do batismo, retira

    as imagens da Santssima trindade, como todos Evangelhos o fazem e importante

    pensar sobre isso. Se uma pessoa te diz que ouviu uma voz vinda do cu, talvez

    devessemos tomar mais cuidado com quem andamos. Se vier uma testemunha junto,

    bom, talvez algo no lhes fez bem. Mais uma, podemos ficar interessados. Mas

    quatro pessoas falando isso, e todas presenciaram, vamos ver isso:

    Naqueles dias, veio Jesus de Nazar da Galilia e por Joo foi batizado no rio

    Jordo.Logo ao sair da gua, viu os cus rasgarem-se e o Esprito descendo como

    pomba sobre ele.Ento, foi ouvida uma voz dos cus: Tu s o meu Filho amado, em ti

    me comprazoMc 1.9-11

    Jesus impelido ao deserto pelo Esprito, para ser tentato e o foi quarenta

    dias;

    Volta para a Galilia aps a priso de Joo Batista; Convoca quatro discpulos que

    eram pescadores junto ao mar, Simo, Andr, Tiago e Joo; Sua fama comea a

    correr toda aquela regio, aps a cura realizada na sinagoga do homem com espirito

    imundo; Toma pela mo a sogra de Pedro e a febre a deixou e passou a servi-los; E

    ele curou muitos doentes de toda sorte de enfermidades; tambm expeliu muitos

    demnios, no lhes permitindo que falassem, porque sabiam quem ele era.

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    28

    Retira-se o Senhor para orar, e quando o encontram, concordam em ir por

    todos os lugares, s povoaes visinhas, a fim de ensin-las, pois para isso tinha

    vindo. Aproximou-se um leproso e Jesus compadecido daquela situao, o tocou, e

    no mesmo instante lhe desapareceu a lepra e ficou curado, e lhe falou para no contar

    nada a ninguem mas, tendo ele sado, entrou a propalar muitas coisas e a divulgar a

    notcia, a ponto de no mais poder Jesus entrar publicamente em qualquer cidade,

    mas permanecia fora, em lugares ermos; e de toda parte vinham ter com ele.

    Quando o povo soube que entrara em Cafarnaum, logo foram correndo ate a

    casa em que estava, e eram tantos que nem havia lugar nem na porta da casa, e Ele

    ensinava-os. Quatro homens levavam um paraltico numa cama para que fosse

    curado por Jesus. Como no pudessem adentrar na casa, fizeram um buraco no

    telhado e desceram a cama at aos ps Dele, que vendo todo este esforo, diz:

    Vendo-lhes a f, Jesus disse ao paraltico: Filho, os teus pecados esto

    perdoados..Mt 2.5

    Alguns escribas que estavam ali assentados, pensavam no seu corao: Que

    Blasfmia, como pode este perdoar os pecados? O nico que pode perdoar os

    pecados Deus! E Jesus conhecendo o que ia nos seus coraes, pergunta;_ O que

    mais fcil, dizer ao paraltico esto perdoados os teus pecados ou dizer pega tua cama

    e anda? Para saberem que o Filho do Homem tem poder para perdoar pecados, disse

    ao paraltico:

    - Levanta-te, toma o teu leito e vai para sua casa. Ento se levantou imediatamente, e

    todos deram Glrias a Deus porque diziam: Nunca vimos coisa semelhate!

    Vendo Levi, filho de Alfeu, sentado na coletoria, disse: Segue-me e este

    seguiu.

    Em Marcos captulo tres, versculos sete a doze, encontramos a primeira das

    quatro passagens que s consta deste livro. o momento em que Jesus vai para os

    lados do mar, tendo sempre uma grande multido a acompanh-lo. Ele pede aos

    discpulos que sempre deixem um barquinho pronto, junto a praia, para que a

    multido no o comprimisse, pois muitos que sofriam de enfermidades se arrojavam

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    29

    a Ele para o tocar. Tambm espritos imundos, quando o viam, se prostravam diante

    dele exclamando: - T s o Filho de Deus! Mas Ele os repreendia severamente para

    que no o expusessem publicidade.

    Tambm encontra-se os nomes dos doze neste livro (Mc 3.13-19). A multido

    era tanta que o Mestre nem conseguia comer e at seus parentes vieram para o

    prender, porque diziam Est fora de Si. Dele, os escribas diziam estar possuido, e

    Jesus lhes ensina sobre o nico pecado que no tem perdo, a Blasfmia contra o

    Esprito Santo.

    Marcos conta-nos apenas quatro parbolas16

    de Jesus, e elas esto no captulo

    quatro: A parbola do semeador; da candeia; da semente; e do gro de mostarda.

    interessante o fato de Jesus falar em parbolas e explica-las somente aos discpulos,

    numa demontrao flagrante de que no queria que seu ministrio fosse revelado a

    ninguem antes que chegasse a hora;

    E com muitas parbolas semelhantes lhes expunha a palavra, conforme o permitia a

    capacidade dos ouvintes.E sem parbolas no lhes falava; tudo, porm, explicava

    em particular aos seus prprios discpulos.Mc 4.33-34

    Jesus vai terra dos Gadarenos, e quando desembarca surge um homem que

    vivia nos sepulcros da cidade, e nem mesmo com cadeias se podia segur-lo, pois era

    acometido de espritos imundos que o atormentavam. Andava sempre, de dia e de

    noite, e se feria com pedras. Este se pos aos ps de Jesus e o adorou, mas os espritos

    diziam: - Que temos ns com ti, Jesus Filho do Deus Altssimo! Deize-nos em paz,

    ao que Jesus respondeu:

    -Esprito imundo, sai deste homem!

    E porque eram legies, mandou que fossem embora e entraram numa manada

    de porcos que por ali pastavam, e os porcos , aproximadamente dois mil,

    precipitaram-se despenhadeiro abaixo, para dentro do mar onde se aforaram. Os

    porqueiros foram a cidade e contaram tudo o que ocorrera e vieram todos, e viram o

    que andava pelos sepulcros assentado, vestido e em perfeito juizo e temeram.

    16

    Gnero literrio, muito usado pelo judasmo, que uma narrao alegrica, cujas imagens, tiradas

    do cotidiano, permite ressaltar aspecto da doutrina

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    30

    Quando souberam o que acontecera aos porcos, comearam a rogar que Ele os

    deixasse, pois haviam outras manadas e o negcio era bom. Quando Jesus entra no

    barco, o que tivera as legies muito implorou para que fosse junto, mas o negou,

    mandando ir a sua casa anunciar o que lhe sucedera aos seus; Ento, ele foi e

    comeou a proclamar em Decpolis17

    tudo o que Jesus lhe fizera; e todos se

    admiravam.

    Jairo, um dos principais da sinagoga, interpela Jesus do outro lado da margem

    j apinhada de gente, rogando-lhe que Minha filhinha est a morte e Jesus foi com

    ele. No caminho, uns vem ao encontro trazendo a notcia da morte da menina, e que,

    portanto, ele no mais importunasse o Mestre, ao que Jesus exclama: - No temas,

    cre somente. E chegando a casa, grande era o pranto e o choro e Lhes diz: - porque

    choram? A criana no est morta, mas dorme! E riram-se Dele. Manda sair a todos,

    pega o pai e a me e os que vieram com ele18

    , adentram a casa, segura na mo da

    menina e diz:

    -Talit cumi!19

    Imediatamente, a menina se levantou e ps-se a andar; pois tinha doze anos. Ento,

    ficaram todos sobremaneira admirados.

    Muitas passagens do texto de Marcos esto presentes nos dois outros

    sinticos, mas em Mc 7. 32-37, encontramos a segunda exclusiva destas. Jesus

    novamente est caminhando pelos territrios, agora perto de Decpolis, no mar da

    Galilia e lhe trouxeram um, surdo e gago, para que lhe impusesse as mos. Pondo-

    lhe a parte da multido, ps-lhe os dedos nos ouvidos e lhe tocou a lngua com

    saliva; e depois erguendo os olhos ao cu, suspirou e disse:

    - Efat!, que quer dizer Abre-te!

    Seus ouvidos sararam e parou de gaguejar, falando desembaraadamente, mas

    ordenou-lhe que no contasse nada a ningum, contudo, quanto mais pedia mais eles

    contavam;

    17

    Regio de Gedara, fora dos Judeus, portanto gentios. 18

    Pedro, Tiago e Joo 19

    Que quer dizer: Menina, eu te mando, levanta-te!

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    31

    Maravilhavam-se sobremaneira, dizendo: Tudo ele tem feito esplendidamente bem;

    no somente faz ouvir os surdos, como falar os mudos. Mc 7.37

    A terceira exclusiva est em oito, do vinte e dois ao vinte e seis. Quando entram em

    Betsaida, lhe trouxeram um cego rogando-lhe que o tocasse. Jesus, tomando o cego

    pela mo, levou-o para fora da aldeia e, aplicando-lhe saliva aos olhos e impondo-lhe

    as mos, perguntou-lhe: Vs alguma coisa? Este, recobrando a vista, respondeu: Vejo

    os homens, porque como rvores os vejo, andando. Ento, novamente lhe ps as

    mos nos olhos, e ele, passando a ver claramente, ficou restabelecido; e tudo

    distinguia de modo perfeito. Jesus o manda embora para sua casa recomendando-lhe

    que no entrasse na aldeia.

    Sete dias depois, subindo ao monte, transfigurou-se na presena de Pedro,

    Tiago e Joo e insistiu com eles para que o no contassem a ninguem at ao dia em

    que o Filho do Homem ressuscitasse dentre os mortos, e eles, mesmo sem entender,

    no o contaram. Quando eles se aproximavam dos discpulos, viram numerosa

    multido e que os escribas discutiam com eles. Ao verem Jesus, correram ao seu

    econtro e o saudavam, e um jovem possesso ali presente, recebe sua cura.

    Muitos outros relatos de cura percorem os captulos posteriores, e em Mc

    14.51-52, encontramos a ltima parte exclusiva deste livro.

    Seguia-o um jovem, coberto unicamente com um lenol, e lanaram-lhe a mo.

    Mas ele, largando o lenol, fugiu desnudo. Mc 14.51-52

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    32

    A partir do captulo quatorze, a sucesso de fatos rpida, comentando-se os

    acontecimentos ocorridos com Jesus na ltima semana da sua vida e, a tabela abaixo,

    d detalhadamente todas as passagens contidas no livro. Como caracterstica

    comentada no incio, a sucesso rpida de fatos marca registrada no livro de

    mateus.

    Referencia Acontecimento Versculo chave

    14. 1-2 Arquitetado plano para tirar a vida de

    Jesus

    e os principais sacerdotes

    e os escribas procuravam

    como o prenderiam,

    traio, e o matariam.

    14.3-9 Uma mulher derrama perfume precioso

    em Jesus

    veio uma mulher trazendo

    um vaso de alabastro com

    preciosssimo perfume de

    nardo puro; e, quebrando

    o alabastro, derramou o

    blsamo sobre a cabea

    de Jesus.

    14.10-11 Procuram entregar Jesus E Judas Iscariotes, um dos

    doze, foi ter com os

    principais sacerdotes,

    para lhes entregar Jesus.

    14.12-16 Os Preparativos para a pscoa E ele vos mostrar um

    espaoso cenculo

    mobilado e pronto; ali

    fazei os preparativos.

    14.17-21 O traidor indicado Pois o Filho do Homem

    vai, como est escrito a

    seu respeito; mas ai

    daquele por intermdio de

    quem o Filho do Homem

    est sendo trado! Melhor

    lhe fora no haver

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    33

    nascido!

    14.22-26 A ceia do Senhor E, enquanto comiam,

    tomou Jesus um po e,

    abenoando-o, o partiu e

    lhes deu, dizendo: Tomai,

    isto o meu corpo

    .

    14.27-31 predito a Pedro que negaria a Cristo Respondeu-lhe Jesus: Em

    verdade te digo que hoje,

    nesta noite, antes que

    duas vezes cante o galo, tu

    me negars trs vezes.

    14.32-42 Os acontecimentos no Getsmani20

    E dizia: Aba, {Aba; no

    original, Pai} Pai, tudo te

    possvel; passa de mim

    este clice; contudo, no

    seja o que eu quero, e sim

    o que tu queres.

    14.43-50 A priso de Jesus Todos os dias eu estava

    convosco no templo,

    ensinando, e no me

    prendestes; contudo,

    para que se cumpram as

    Escrituras.

    14.53.65 Jesus levado perante o sumo sacerdote Levantando-se o sumo

    sacerdote, no meio,

    perguntou a Jesus: Nada

    respondes ao que estes

    depem contra ti?

    14.66.72 E cumpre-se a profecia contra Pedro 11 E logo cantou o galo pela

    segunda vez. Ento, Pedro

    20

    Um jardim situado ao p do monte das oliveiras

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    34

    se lembrou da palavra que

    Jesus lhe dissera: Antes

    que duas vezes cante o

    galo, tu me negars trs

    vezes. E, caindo em si,

    desatou a chorar.

    15.1-15 O dilogo com Pilatos Mas Pilatos lhes disse:

    Que mal fez ele? E eles

    gritavam cada vez mais:

    Crucifica-o!

    15.16-20 Os soldados ironizam-no Davam-lhe na cabea com

    um canio, cuspiam nele

    e, pondo-se de joelhos, o

    adoravam.

    15.21 A cruz carregada E obrigaram a Simo

    Cireneu, que passava,

    vindo do campo, pai de

    Alexandre e de Rufo, a

    carregar-lhe a cruz.

    15.22-32 A crucificao Ento, o crucificaram e

    repartiram entre si as

    vestes dele, lanando-lhes

    sorte, para ver o que

    levaria cada um.

    15.33-41 Sua morte Mas Jesus, dando um

    grande brado, expirou

    15.42-47 Seu sepultamento Este, baixando o corpo da

    cruz, envolveu-o em um

    lenol que comprara e o

    depositou em um tmulo

    que tinha sido aberto

    numa rocha; e rolou uma

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    35

    pedra para a entrada do

    tmulo.

    16.1-8 A ressurreio de Jesus Ele, porm, lhes disse:

    No vos atemorizeis;

    buscais a Jesus, o

    Nazareno, que foi

    crucificado;ele

    ressuscitou, no est mais

    aqui; vede o lugar onde o

    tinham posto

    16.9-11 Maria Madalena v Jesus Estes, ouvindo que ele

    vivia e que fora visto por

    ela, no acreditaram.

    16.12-13 Mais dois vem Jesus E, indo, eles o

    anunciaram aos demais,

    mas tambm a estes dois

    eles no deram crdito.

    16.14-18 A comisso para levar a mensagem ao

    mundo

    E disse-lhes: Ide por todo

    o mundo e pregai o

    evangelho a toda criatura

    16.19-20 A ascenso do Cristo De fato, o Senhor Jesus,

    depois de lhes ter falado,

    foi recebido no cu e

    assentou-se destra de

    Deus.

    Lucas

    Lucas o terceiro evangelho sintico e foi escrito pelo mdico Lucas, que

    talvez no fosse judeu, talvez um cristo-gentio. Tambm o autor do Livro dos

    Atos dos apstolos e est escrevendo para gregos, um povo mais culto, apresentando

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    36

    Jesus como homem, s que perfeito. Toda humanidade de Cristo revelada nas

    pginas deste Evangelho, retratando que ele veio, assumiu nossa condio humana e

    venceu. Sofreu as mesmas tentaes que todos sofremos, mas no pecou, manteve

    sua santidade, e Lucas quer mostrar que assim como o homem Jesus conseguiu,

    agora todos podem.

    Interrogado pelos fariseus sobre quando viria o reino de Deus, Jesus lhes

    respondeu: No vem o reino de Deus com visvel aparncia.Nem diro: Ei-lo aqui!

    Ou: L est! Porque o reino de Deus est dentro de vs.Lc 17.20-21

    O reino de Deus, em Lucas j chegou, e Jesus convida a todos para participar

    do reino que j est dentro de ns.

    Este evangelho comea com uma declarao do autor, de que ele mesmo no

    viu os fatos que vai contar, mas fez isso aps uma acurada investigao de todos os

    fatos que ocorreram, investigao esta realizada junto s testemunhas oculares que

    estavam presentes aos acontecimentos. Dedica sua obra a Tefilo, que poderia ser um

    grego financiador de pesquisas, ou alguem interessado nos fatos, mas Tofilo pode

    ser tambm To+filos ou filho de Deus, a igreja em geral. Fato que o motivo era

    para que tivssemos certeza das verdades em que fomos instridos Lc 1.4

    Lucas busca da origem do nascimento de Joo Batista, informando que seu

    pai era sacerdote e que se chamava Zacarias, casado com uma das filhas de Aro e

    chamava-se Isabel. Viviam uma vida irrepreensvel na presena do Senhor mas

    Isabel era estril e ambos j eram avanados em dias. Num dia em que era seu turno

    de entrar no Santurio do Senhor para queimar insenso, eis que lhe apareceu um anjo

    do Senhor em p, a direita do altar. Vendo-o ficou com medo, mas o anjo lhe disse: -

    No temas porque sua orao foi ouvida e sua mulher Isabel lhe dar um filho a

    quem pors o nome de Joo, e ele ser grande e converter o corao de muios aos

    Senhor.

    Zacarias objeta que j era velho, e como isso aconteceria? O anjo responde

    que era Gabriel e que viera direto do trono de Deus trazer a nova mas, como no

    acreditou, ficaria mudo at o dia em que acontecesse isso. Zacarias sai do templo

    mudo e s expressava-se por sinais, e o povo ento soube que tivera uma viso do

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    37

    anjo. Passados seus dias de servir no templo, voltou para casa. E sua esposa Isabel

    achou-se grvida e se escondeu por cinco meses, dizendo:

    Assim me fez o Senhor, contemplando-me, para anular o meu oprbrio perante os

    homens.Lc 1.23

    E no sexto mes de gestao de Isabel, o anjo Gabriel foi enviado pelo Senhor

    a uma cidade da Galilia chamada Belem, a uma virgem, noiva de certo varo

    chamado Jos cujo nome era Maria. Ao entrar o anjo a saudou; -Alegra-te muito,

    favorecida! O Senhor contigo.

    Estas palavras deixaram a jovem perturbada e pensava no significado destas

    palavras, ao que o Anjo a acalma: No temas, achastes graa diante de Deus,

    concebers e dars a luz a um filho e lhe pors o nome de Jesus. Ela contrape

    argumentando que no conhece homem, como se daria isso? Respondeu-lhe o anjo:

    Descer sobre ti o Esprito Santo, e o poder do Altssimo te envolver com a sua

    sombra; por isso, tambm o ente santo que h de nascer ser chamado Filho de Deus.

    O anjo tambm comenta que Isabel, que era sua parente, estava j no sexto mes de

    gestao.

    Maria foi a casa de Isabel e quando a saudou, o bebe lhe estremeceu no

    ventre, e ela, possuida pelo Esprito Santo exclamou ema alta voz: Bendita s tu

    entre as mulheres e bendito o fruto do teu ventre. Maria muito se alegra, e diz

    palavras maravilhosas, que formam um cntico, o Magnificat (Lc 1.46-56).

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    38

    E completados os dias em que Isabel daria a luz, lhe nasceu um menino e

    todos vieram a sua casa alegrar-se com eles, e no oitavo dia, o menino foi

    circuncidado, e lhe queriam colocar o nome do pai, Zacarias, ao que Isabel se opos,

    falando que o nome era Joo. Este nome no correspondia ao nome de nenhum dos

    parentes deles, por isso contendiam pelo nome e foram perguntar ao pai, que

    escreveu o nome numa tabuinha, Joo. Imediatamente abriu-se-lhe a boca e louvava

    ao Senhor. Todos seus vizinhos ficaram atemorizados comentando-se o fato por toda

    regio montanhosa da Judia. O menino contava com a mo do Senhor sobre si.

    Seu pai Zacarias, cheio do Esprito Santo, profetizou e estes foram

    trandormados num cantico, o Benedictus. (Lc 1.68-79). E o menino crescia e se

    fortalecia em esprito, e viveu nos desertos at ao dia em que havia de se manifestar a

    Israel.

    O nascimento de Jesus, talvez a histria mais contado do mundo, aconteceu

    assim: Foi decretado por Csar Augusto, que toda populao do imperio deveria

    recensear-se, e que cada um fosse a sua cidade para faz-lo. Jos, que era da casa de

    Davi, foi para Belm a fim de alistar-se com Maria que se achava grvida, s que em

    l chegando, ela deu a luz ao seu primognito, numa manjedoura, porque no

    existiam acomodaes para eles na hospedaria.

    Naquela regio haviam pastores que cuidavam dos seus rebanhos, e aparece-

    lhes um Anjo, trazendo as Boas novas:

    que hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que Cristo, o Senhor.Lc

    2.11

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    39

    Estes foram apressadamente para Belm, onde encontraram o menino como

    lhes havia falado o anjo, numa manjedoura e, contaram tudo o que viram, e como

    tudo sucedeu como ouviram. Voltaram para suas casas, louvando e glorificando a

    Deus pelas maravilhas acontecidas.

    Aos oito dias, o menino foi circuncidado e lhe deram o nome de Jesus, como

    o Anjo falara. E Jesus apresentado no templo segundo a lei de Moiss.

    curioso notar como Lucas apresenta detalhes neste Evangelho que de

    maneira alguma encontramos em Mateus e Marcos. Tanto que s em Lucas

    sabemos da circunciso de Jesus. No relato de seus pais terem se equivocado e

    esquecerem-se do menino aos doze anos quando voltavam de Jeruslm; esto

    presentes toda preocupao em mostrar o humano. E o que pode ser mais humano do

    que uma criana travessa?

    Pensando, porm, estar ele entre os companheiros de viagem, foram caminho de um

    dia e, ento, passaram a procur-lo entre os parentes e os conhecidos;Lc 2.44

    E voltando,aps tres dias, encontram a criana sentada, no templo dialogando

    com os doutores, ouvindo-os de perguntando. Todo pai lembra da poca do que

    isso? O que aquilo? O que se faz com aquilo outro? Nada mais humando. Sua me

    lhe interroga e ele comenta: - Me cumpria estar na casa de meu pai!. E foi com eles

    para Nazar e era submisso. E crescia o menino em sabedoria, estatura e graa,

    dainte de Deus e dos homens. Um menino com um nascimento miraculoso, filho de

    Deus, mas comum.

    Outro tema interessante que Lucas falou da mulher nos captulos analisados

    at agora, o um e o dois. Numa cultura em que a mulher vale menos que um camelo

    em muitas localidades, Lucas retrata dois nascimentos, de Joo e Jesus, numa

    demonstrao da importancia que ele d a mulher como participante da vida do Filho

    do Homem. Fala ainda dos pastores que receberam a visita do Anjo, que veio dar-

    lhes as Boas Novas. Mostra que o Anjo no apareceu s autoridades maiores em

    Belm, ou em Israel, mas revelou-se aos pobres, aos excluidos e este Evangelho

    voltado e eles, os alejados da sociedade, como as mulheres, os pobres, velhos e

    crianas.

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    40

    Lucas d a data exata quando comeou o ministrio de Joo Batista (Lc 3.1),

    e a idade certa quando comeou o de Jesus, trinta anos (Lc 3.23), donde notamos um

    espao de dezoito anos, desde a ltima comunicao sobre Jesus perdido dos pais no

    templo com doze anos e a data atual. So dezoito anos em que no lemos nada a

    respeito de Jesus, o que interessante, porque um escritor to meticuloso como

    Lucas tem sido at agora, no deixaria um lapso to grande de tempo sem

    informao alguma.

    justamente nesse lapso de tempo, que as mais diversas teorias tem se

    formado, desde sua ida a uma comunidade dos Essenios, onde teria recebido todo

    conhecimento esotrico que o habilitou a realizao de milagres, quanto ao seu

    envolvimento com Maria Madalena, que lhe gerou um filho, e por ai vai. Esses

    dezoito anos que fermentam as mentes de muitos autores, fermentando tambm

    suas contas bancrias. O que no se escreveu de Jesus manipulado e transformado

    no mais importante at do que se escreveu.

    Encontramos na narrao de Lucas, um detalhe pequeno mas significativo,

    quando do batismo de Jesus por Joo: E aconteceu que, ao ser todo o povo batizado,

    tambm o foi Jesus.(Lc 3.21). Todo povo e Jesus com todo povo! A humanidade de

    Jesus novamente afirmada, mostrando um homem comum, em meio a multido. Essa

    mesma multido que esmaga a muitos, no era motivo de opresso para Jesus. O

    anonimato no era impedimento, talvez fosse sua fora.

    Sob uma perspectiva diferente, a genealogia de Jesus em Lucas guarda

    algumas diferenas com a de Mateus(Lc 3.23-38). O versculo vinte e tres contm

    duas ilaes que precisam ser esclarecidas. Na primeira, comenta sobre a paternidade

    de Jos Era, como se cuidava, filho de Jos ou seja, parece que nem todos

    julgavam que Jos fosse o pai de Jesus e a frase, demonstra uma acomodao da

    situao. Portanto, Jesus como todos diziam era filho de Jos. A segunda pequena

    diferena reside na paternidade do prprio Jos. Em Lucas, Jos aparece como filho

    de Eli Lc 3.23b; Em Mt 1.16, soubemos que Jos era filho de Jac e a aparente

    desavena pode estar no fato de Jos ser filho de Eli pelo casamento com Maria ou

    seja, comeou a fazer parte dos filhos de Eli depois que se casou.

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    41

    Esta genealogia tem um particular interessante, porque no foi elaborada dos

    pais para os filhos, mas dos filhos para os pais e, no versculo trinta e dois, o filho de

    Davi com Bate-Seba, Salomo, no o mencionado, como ocorre em Mateus, mas

    Nat que est no seu lugar. A relao segue, passa por Abrao, porque Lucas no

    queria provar que Jesus era Judeu ou de linhagem real. Quer mostrar que suas

    origens remonta a Ado, o pai da humanidade. Termina em Ada, filho de Deus.

    A partir do captulo quatro, encontramos registros dos milagres, atos,

    profecias de Jesus numa sequencia paralela de Marcos. Abaixo encontra-se

    relacionados estes fatos:

    Registros de Lucas: Galilia

    Mensagem em Nazar, a sua cidade 40.16-30

    Curas em Cafarnaum 4.31-44

    A pesca maravilhosa 5.1-11

    O chamado de Levi 5.27-28

    Os fariseus tambm veem 6.1-11

    A convocao dos doze 6.12-16

    Instruoes para o campo 6.17-49

    Maravilhas 7.1-17

    Oratria do Senhor 7.18-50

    Parbolas 8.4-18

    A famlia de Jesus 8.19-21

    A tempestade acalmada 8.22-25

    A cura do gadareno 8.26-39

    A cura de uma mulher enferma 8.43-48

    Ressurreio da filha de Jairo 8.49-56

    A misso dada aos seguidores 9.1-6

    A primeira multiplicao 9.10-17

    Pedro confessando 9.18-22

    A transformao 9.28-36

    Cura do jovem 9.37-43

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    42

    Registros de Lucas: Judia

    A ida e o regresso dos setenta 10.1-24

    O bom Samaritano 10.25-37

    A melhor parte 10.38-42

    A orao do Pai nosso 11.1-4

    Em busca de sinais 11.29-32

    O fermento dos fariseus 12.1-12

    Jesus reprova a avareza e a ansiedade 12.13-59

    O ensino sobre a figueira 13.6-9

    O reino de Deus 13.18-30

    Curas, posies e parbola 14.1-24

    A abnegao no servio de Cristo 14.25-33

    Os perdidos 15.1-32

    O administrador infiel 16.1-13

    A caminho 16-17

    Registros de Lucas : Jerusalm

    A grande entrada em Jerusalm 19.28-40

    A Autoridade de Jesus e o batismo 20.1-7

    Escatologia 20.27-40

    A Pscoa de Jesus 22.14-38

    A traio 22.47-53

    Colocado perante o sumo sacerdote 22.66-71

    Pilatos 23.1-7

    Crucificao 23.33-38

    Sepultamento 23.50-56

    Ressurreio 24.1-12

    Ascenso 24.50-53

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    Do material nico a Lucas, a instruo do bom Samaritano, agrega muito

    contedo. Perguntado pelos intrpretes da lei sobre o que fazer para herdar a vida

    eterna, e com o intuito de coloc-lo a prova. Jesus responde que isso j estava

    escrito na lei, que deve-se Amar o seu prximo, ao que aquele replica: - Quem o

    meu proximo? Jesus passou a contar, ento, que havia certo homem que vinha numa

    estrada, quando foi assaltado por um bando, que alm de lhe levarem tudo que

    possuia, ainda o espancaram deixando-o semimorto. Casualmente, passou um

    sacerdote por al e vendo-o, passou ao largo. Um levita que passava por ali, fez o

    mesmo. Certo samaritano21

    , passando por ali, condoeu-se do homem Certo

    samaritano, que seguia o seu caminho, passou-lhe perto e, vendo-o, compadeceu-se

    dele.E, chegando-se, curou seus ferimentos, aplicando-lhes leo e vinho e,

    colocando-o sobre o seu prprio animal, levou-o para uma hospedaria e tratou

    dele.No dia seguinte, tirou dois denrios e os entregou ao hospedeiro, dizendo: -

    Cuida deste homem, e, se alguma coisa gastares a mais, eu to indenizarei quando

    voltar.Jesus ento pergunta qual destes trs parecia ter sido o prximo do homem que

    caiu nas mos dos salteadores?

    Respondeu-lhe o intrprete da Lei: O que usou de misericrdia para com ele. Ento,

    lhe disse: Vai e procede tu de igual modo Lc 10.37

    A percope22

    em Lucas 15.11-32 tambm merece destaque, no s pelo

    material o material indito, como tambm pelo ensino contido. a parbola do pai

    que tinha dois filhos, e o filho mais novo pede ao pai que lhe d sua parte na herana,

    que gostaria de sair a outras terras, conhecer e viajar o mundo. O pai reparte sua

    21

    Os judeus no consideravam os samaritanos como seu povo. Antes como pagos 22

    Texto que constitui uma unidade literria

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    herana entre eles e o filho, depois de alguns dias, parte para uma terra distante e l

    dissipou todos os seus bens, vivendo dissolutamente. Ento, houve uma grande fome

    naquela terra e ele comeou a passar necessidades, conseguindo emprego de

    apascentar porcos23

    . L desejava comer as bolotas que davam aos porcos, mas nem

    isso lhe davam. Ento, caindo em si, lembrou-se do pai, de que os trabalhadores do

    seu pai tinham mais dignidade do que ele, e resove vir ao pai, pelo menos para ser

    empregado. O pai, o avistou ainda quando ele vinha ao longe, e compadecido dele,

    correu ao seu encontro e o abraou, e o beijou. O Pai manda que seus servos se

    apressem, e trouxeram-lhe a melhor roupa, um anel que colocou no dedo e um par de

    sandlias. Mataram um novilho novo e festejaram, porque;

    Porque este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado. E

    comearam a regozijar-se.Lc 15.24

    Tambm nico o texto em 18.9-14, na parbola do fariseu e o publicano,

    para alguns que confiavam em si mesmos por se considerarem justos e desprezarem

    os demais. Conta que dois homens subiram ao templo com o propsito de orar: um,

    fariseu, e o outro, publicano.O fariseu, posto em p, orava de si para si mesmo, desta

    forma: Deus, graas te dou porque no sou como os demais homens, roubadores,

    injustos e adlteros, nem ainda como este publicano;jejuo duas vezes por semana e

    dou o dzimo de tudo quanto ganho.O publicano, estando em p, longe, no ousava

    nem ainda levantar os olhos ao cu, mas batia no peito, dizendo: Deus, s propcio

    a mim, pecador!

    Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e no aquele; porque todo o que

    se exalta ser humilhado; mas o que se humilha ser exaltadoLc 18.14

    Zaqueu, o publicano material exclusivo tambm em Lucas. Fala a respeito

    de Zaqueu, um cobrador de impostos e rico, que procurava ver quem era Jesus, mas

    no podia por causa da multido e porque ele era de pequena estatura. Quando soube

    que Jesus entrara em Jeric, e sabendo por onde Ele iria passar, apressou-se e,

    correndo, subiu numa figueira brava e ficou esperando passar a Jesus de Nazar.

    Este, quando chegou quele local, olhando para cima o viu no alto da rvore, disse: -

    23

    Apascentar porcos era o emprego mais desprezvel que um judeu poderia aspirar

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    Zaqueu, desce depressa, pois me convm ficar em tua casa hoje. Ele desce a toda

    pressa e o recebeu com alegria.

    Os murmuradores de planto comentam que Jesus no deveria se hospedar nem

    comer na casa de um pecador, ao que Zaqueu se levanta e diz: Senhor, resolvo dar

    aos pobres a metade dos meus bens e se roubei alguem, restituo quatro vezes mais,

    ao que em muito se alegra Jesus, a ponto de dizer:

    Ento, Jesus lhe disse: Hoje, houve salvao nesta casa, pois que tambm este

    filho de Abrao.Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o perdido Lc 19.9-

    10

    Nos instantes finais de Jesus, Lucas revela algo novo sobre os dois

    malfeitores que foram crucificados ao lado de Jesus, um direita, outro a esquerda,

    quando chegaram ao lugar chamado Calvrio24

    . Um dos crucificados blasfemava

    contra ele, dizendo: No t o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a ns tambm. O

    outro o repreendeu, alegando que eles mereciam estar ali, mas Jesus, o que ele tinha

    feito? No merecia estar al. E dirigindo-se a Jesus, suplica: Jesus, lembra-te de mim

    quando vieres no teu reino;

    Jesus lhe respondeu: Em verdade te digo que hoje estars comigo no parasoLc

    23.43

    A ressurreio de Jesus, tem em Lucas a maior quantidade de material em se

    comparando com Mateus, Marcos ou Joo. Se desde o princpio, Lucas est

    24

    Calvrio no original, Caveira

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    mostrando a humanidade de Jesus, agora procura fundamentar com a maior

    quantidade de material o fato. Comeando pelo capitulo vinte e quatro, vamos

    analisar todas as pessoas que esto descritas neste episdio. As primeiras pessoas que

    souberam do fato foram Maria Madalena, Joana e Maria me de Tiago. Elas foram

    alta madrugada, no primeiro dia da semana, e encontraram a pedra removida e

    qaundo entraram, no acharam o corpo do Senhor Jesus e estando ainda perplexas,

    apareceu-lhes dois vares com veste resplandescentes, falou-lhes:

    Por que buscais entre os mortos ao que vive?Ele no est aqui, mas ressuscitou.

    Lembrai-vos de como vos preveniu, estando ainda na Galilia,quando disse: Importa

    que o Filho do Homem seja entregue nas mos de pecadores, e seja crucificado, e

    ressuscite no terceiro dia Lc 24.5c-7

    Elas foram aos onze e lhes anunciaram esta coisas mas eles a tiveram por

    delirantes, e no creram. Porm, Pedro foi e viu o sepulcro vazio e ficou

    maravilhado.

    Dois discpulos estavam de caminho para uma aldeia chamada Emas, e

    vinham pelo caminho comentando as coisas que tinham acontecido e Jesus comeou

    a caminhar e conversar com eles, mas no lhe podiam reconhecer porque seus olhos

    estavam como que impedido. E caminhando Jesus lhes perguntou sobre o que

    falavam e eles lhe perguntaram se no soubera das coisas que ocorreram em

    Jerusalm, sobre Jesus, que havia morrido e tudo mais. Jesus lhes repreende,

    perguntado se no criam nas coisas que os profetas disseram! E discorreu desde

    Moiss, e falando-lhes todas as profecias a respeito de que Ele ressuscitaria e assim

    foram caminhando. Em chegando a porta de suas casas, Jesus ia seguir adiante, mas

    ele o constrangeram dizendo: Fica conosco, porque tarde, e o dia j declina. E

    entrou para ficar com eles. E aconteceu que, quando estavam mesa, tomando ele o

    po, abenoou-o e, tendo-o partido, lhes deu;

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    Ento, se lhes abriram os olhos, e o reconheceram; mas ele desapareceu da

    presena delesLc 24.31

    E foram na mesma hora de volta para Jerusalm contar as novas.

    E Falavam ainda sobre estas e outras coisas, quando Jesus apareceu no meio

    deles e lhes disse: Paz seja convosco! Eles, porm, surpresos e atemorizados,

    acreditavam estarem vendo um esprito.Mas ele lhes disse: Por que estais

    perturbados? E por que sobem dvidas ao vosso corao?Vede as minhas mos e os

    meus ps, que sou eu mesmo; apalpai-me e verificai, porque um esprito no tem

    carne nem oss