novo código florestal brasileiro

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codigo florestal

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http://pt.wikipedia.org/wiki/Novo_C%C3%B3digo_Florestal_Brasileiro

Novo Cdigo Florestal BrasileiroOrigem: Wikipdia, a enciclopdia livre.Ir para: navegao, pesquisa

Ativista do Greenpeace protesta contra Novo Projeto de Cdigo Florestal. Mais tarde, ativistas pediram o veto presidencial integral ao texto.O Novo Cdigo Florestal Brasileiro (Lei n 12.651, de 25 de maio de 2012,[1] oribunda do Projeto de Lei n 1.876/99[2] ) a lei brasileira que dispe sobre a proteo da vegetao nativa, tendo revogado o Cdigo Florestal Brasileiro de 1965.[3] Desde a dcada de 1990, a proposta de reforma do Cdigo Florestal suscitou polmica entre ruralistas e ambientalistas.[3] O projeto que resultou no texto atual tramitou por 12 anos na Cmara dos Deputados e foi elaborado pelo deputado Srgio Carvalho (PSDB de Rondnia).[3] Em 2009, o deputado Aldo Rebelo do PCdoB foi designado relator do projeto, tendo emitido um relatrio favorvel lei em 2010.[3] A Cmara dos Deputados aprovou o projeto pela primeira vez no dia 25 de maio de 2011, encaminhando-o ao Senado Federal. No dia 6 de dezembro de 2011, o Senado Federal aprovou por 59 votos contra 7 o projeto de Aldo Rebelo (no Senado, o projeto adquiriu o nome de "Lei da Cmara n 30 de 2011")[3] [4] . No dia 25 de abril de 2012, a Cmara aprovou uma verso alterada da lei, ainda mais favorvel aos ruralistas, que comemoraram.[5] Em maio de 2012, a presidente Dilma Rousseff vetou 12 pontos da lei e props a alterao de 32 outros artigos."[6] Aps o Congresso aprovar o "Novo Cdigo Florestal", ONGs, ativistas e movimentos sociais organizaram o movimento "Veta Dilma", pedindo o veto integral ao Projeto de Lei.[3]Pontos polmicos[editar | editar cdigo-fonte]O Novo Cdigo Florestal envolve ao menos trs pontos polmicos tensionados por interesses ruralistas e ambientalistas. Em primeiro lugar, os parlamentares ruralistas, hegemnicos no Congresso, vem atuando a favor de uma reduo das faixas mnimas de preservao previstas pelas APPs (reas de Preservao Permanente). Os ruralistas tambm desejam obter permisso para realizar determinadas culturas em morros, o que vedado pelas APPs. As zonas de RL (Reserva Legal) tambm so foco de debate, uma vez que os ruralistas pretendem favorecer uma reduo das reas de reserva. Por fim, ambientalistas questionam a Anistia para Desmatadores, que deixariam de pagar multas referentes a desmatamentos realizados aps a promulgao da Lei de Crimes Ambientais (22 de julho de 2008).Principais diferenas[editar | editar cdigo-fonte]As principais diferenas entre o Cdigo Florestal vigente (Lei n 4.771, de 15 de setembro de 1965)[7] e o atual projeto de Cdigo Florestal (de Paulo Piau) so:TemasReserva Legal (RL)reas de Preservao Permanente (APPs)Mata Ciliar (pertinente s APPs)rea rural consolidadaAnistia

Cdigo Florestal (1965)Na Amaznia Legal (Amaznia livre para explorao): 80% em rea de florestas, 35% em rea de cerrado, 20% em demais regies e biomas do pas. Clculo da reserva legal excetua APPs. Averbao da RL em cartrio.[8]Proteo da vegetao nativa de margens de rios, lagos e nascentes, tendo como parmetro o perodo de cheia. Vrzeas, mangues, matas de encostas, topos dos morros e reas com altitude superior a 1800 metros no podem ser exploradas para atividades econmicas.[8]30 metros para matas ciliares em rios at 10 metros de largura. 50 metros nas margens de rios entre 10 e 50 metros de largura, e ao redor de nascentes de qualquer dimenso. 100 metros nas margens de rios entre 50 e 200 metros de largura. 200 metros para rios entre 200 e 600 metros de largura. 500 metros nas margens de rios com largura superior a 600 metros. 100 metros nas bordas de chapadas. Exige autorizao do Executivo federal para supresso de vegetao nativa em APP e para situaes onde for necessria a execuo de obras, planos, atividades ou projetos de utilidade pblica ou interesse social.[8]No contempla conceito de rea consolidada. Recomposio, regenerao e compensao so obrigatrias.[8]Pena de trs meses a um ano de priso simples e multa de 1 a 100 vezes o salrio mnimo.[8]

Cdigo Florestal (2012)Na Amaznia Legal: 80% em rea de florestas, 35% em rea de cerrado, 20% em demais regies e biomas do pas. Clculo da reserva incluia APPs. Imveis de at quatro mdulos fiscais no precisam recompor a RL. Fim da exigncia de averbao da RL em cartrio. Permisso de explorao econmica da RL com autorizao do Sisnama.[8]Proteo da vegetao nativa de margens de rios, lagos e nascentes, tendo como parmetro o nvel regular da gua. Vrzeas, mangues, matas de encostas, topos dos morros e reas com altitude superior a 1800 metros podem ser utilizadas para determinadas atividades econmicas.[8]30 metros para matas ciliares em rios de at 10 metros de largura; quando houver rea consolidada em APP de rio de at 10 metros de largura, reduz-se a largura mnima da mata para 15 metros. 50 metros nas margens de rios entre 10 e 50 metros de largura, e ao redor de nascentes de qualquer dimenso. 100 metros nas margens de rios entre 50 e 200 metros de largura. 200 metros para rios entre 200 e 600 metros de largura. 500 metros nas margens de rios com largura superior a 600 metros. 100 metros nas bordas de chapadas. Permite a supresso de vegetao em APPs e atividades consolidades at 2008, desde que por utilidade pblica, interesse social ou de baixo impacto ambiental, includas atividades agrossilvipastoris, ecoturismo e turismo rural. Outras atividades em APPs podem ser permitidas pelos estados por meio de Programas de Regularizao Ambiental (PRA). A supresso de vegetao nativa de nascentes, de dunas e restingas somente poder se dar em caso de utilidade pblica.[8]Estabelece o conceito de reas rurais consolidadas. Imveis at quatro mdulos fiscais no precisam recompor a vegetao nativa.[8]Isenta os proprietrios rurais das multas e sanes previstas na lei em vigor por utilizao irregular de reas protegidas at 22 de julho de 2008.[8]

Histrico[editar | editar cdigo-fonte]Aprovao na Cmara do PL 1.876/99 (texto de Aldo Rebelo)[editar | editar cdigo-fonte]O projeto de lei 1.876/99 foi criado pelo deputado tucano Srgio Carvalho, ento membro da bancada ruralista.[9] A tramitao do PL demorou, contudo, 12 anos para ser concluda devido s obstrues de grupos ruralistas. Ela foi retomada em 2009 quando a Mesa Diretora designou uma Comisso Especial destinada a proferir parecer ao Projeto. O deputado comunista Aldo Rebelo (PCdoB) foi responsvel pela redao de um parecer sobre o projeto. Quando o substitutivo entrou na Ordem do Dia da Cmara em maro de 2011, o governo Dilma realizou um acordo com a bancada ruralista pela aprovao do projeto desde que a Emenda n 164 (uma radicalizao dos ruralistas, que permitiria reduo das reas de preservao no pas ao regularizar a situao de ocupaes ilegais em reas de preservao permanente (APPs), como beira de rios, topos de morros e encostas que foram desmatadas ilegalmente) fosse rechaada. Como resultado, 410 parlamentares votaram pela aprovao do projeto contra 63 que no aceitaram sua aprovao. Percentualmente, isso representou um apoio de 86,5% dos parlamentares ao projeto, contra 13,3% de opositores.[10] A Emenda n 164, proposta pelo PMDB para reduzir a rea das APPs, foi aprovada mais tarde, representando uma sria derrota do governo federal. O texto aprovado na Cmara determinava: A iseno da reserva legal para os quatro mdulos (20 a 400 hectares, dependendo do Estado). O governo queria que Aldo Rebelo isentasse apenas mdulos da agricultura familiar, mas o relator insistiu em incluir pequenas propriedades. Segundo o Ministrio do Meio Ambiente, a medida deixaria 15 milhes de hectares, o equivalente ao Acre, sem reflorestamento.[11] Consolidao da manuteno de atividades agrcolas nas APPs (reas de preservao permanente) e autorizao de que os Estados participem da regularizao das propriedades rurais. (Emenda n 164) Anistia para os desmatamentos feitos por produtores rurais at 2008.Resultado da VotaoSubstitutivoPercentual

Sim41086,5%

No6313,3%

Abstenes10,02%

Segundo os dados da Cmara Federal, a relao dos votos favorveis ao Projeto por Partido foi:[12]PartidoSimNoOutro[13]TotalPercentual (sim)

PSDB47114996%

PDT21512778%

PR31203394%

PP390039100%

PT433718153%

PSB27303090%

PMDB740074100%

DEM380038100%

PTB210021100%

PCdoB140014100%

PRB110011100%

PSOL02020%

PV0120120%

PRP1001100%

PRTB2002100%

PSC17001894,4%

PPS10201283,3%

PHS2002100%

TOTAL41063347686,6%

[14]Aprovao no Senado[editar | editar cdigo-fonte]No dia 6 de dezembro de 2011, o Senado aprovou por 59 votos contra 7 o PL 1.876/99, conhecido no Senado como Projeto de Lei da Cmara N 30 de 2011. O texto analisado em plenrio foi o finalizado pelo relator Jorge Viana (PT-AC), e j havia sido aprovado pela Comisso de Meio Ambiente do Senado no final de novembro. O texto aprovado no Senado alterou o projeto original e teve como principais caractersticas os seguintes pontos:[15] Permisso de reduo da rea de conservao obrigatria em estados com mais de 65% das suas reas em reservas ambientais (RL), desde que tenha aprovao do Conselho Nacional do Meio Ambiente e dos estados. Permisso aos poderes executivos para aumentar o percentual das reas de preservao (APPs) permanentes em casos de bacias hidrogrficas consideradas em situao crtica, desde que com a autorizao dos comits regionais de meio ambiente. Permisso da atividades rurais em rea de manguezal, sendo limitada em 10% da Amaznia Legal e 35% nos demais biomas. Anistia para pequenos agricultores e tambm para donos de terras com at quatro mdulos fiscais autuados por desmatamento at julho de 2008. Com a redao do Senado, os benefcios de desmate passaram a valer para grandes propriedades rurais que desmataram sem autorizao ou licenciamento at julho de 2008. Obrigao de recompor margens de rios em pelo menos 15 metros de mata ciliar para rios at 10 metros de largura. A obrigao, para propriedades com at quatro mdulos fiscais, no poder exceder 20% da rea da propriedade.Vrios lderes partidrios, como Ktia Abreu (PSD-TO), Ana Amlia (PP-RS), Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), Gim Argello (PTB-DF), Wellington Dias (PT-PI), Jos Agripino (DEM-RN) e Renan Calheiros (PMDB-AL), elogiaram o teor do relatrio. A lder ruralista Ktia Abreu afirmou que se encerrava "a ditadura ambiental". Tambm se manifestaram pelo texto e em defesa dos ruralistas os senadores Waldemir Moka (PMDB-MS), Demstenes Torres (DEM-GO), Incio Arruda (PCdoB-CE), Ivo Cassol (PP-RO) e Acir Gurgacz (PDT-RO).Opositores do texto chegaram a pedir verificao de qurum. Os senadores Marinor Brito (PSOL-PA), Lindbergh Farias (PT-RJ), Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), Paulo Davim (PV-RN) e Cristovam Buarque (PDT-DF) foram alguns dos que rejeitaram o projeto. Randolfe discursou contra o texto e defendeu a agricultura familiar e a preservao ambiental. Marinor Brito tambm encaminhou contrariamente ao projeto, "em nome de todos os que tombaram em defesa das florestas".Partidos com ao menos um senador que votou "no".Partidos com apenas votos favorveis ao Novo Cdigo.PartidoSimNoOutro[13]TotalPercentual (no)

PSDB802100%

PDT410525%

PR80080%

PP40150%

PT1111137,6%

PSB310425%

PMDB1007140%

DEM40150%

PTB312533,3%

PCdoB10120%

PSD20020%

PRB10010%

PSOL0202100%

PV0101100%

TOTAL59715818,6%

[16] [17]Aprovao na Cmara (texto de Paulo Piau)[editar | editar cdigo-fonte]No dia 25 de abril de 2012, a Cmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei de Novo Cdigo Florestal do relator Paulo Piau (PMDB-MG).[18] O resultado representou uma derrota para o Planalto, que defendeu uma legislao menos permissiva em relao ao desmatamento. As sugestes de Piau foram aprovadas com 274 votos a favor, 184 contra e duas abstenes. Na votao do dia 25, os deputados podiam optar pela proposta aprovada pelo Senado ou pela proposta do relator (que, embora tenha mantido boa parte do texto enviado pelos senadores, fez 21 alteraes).[19] A liderana do governo orientou os deputados da base a votarem pela manuteno da verso do Senado. As principais caractersticas desta ltima verso do Cdigo esto relacionadas flexibilizao das leis de preservao ambiental, aproximando-a ainda mais dos interesses ruralistas. As mudanas foram: No h obrigatoriedade de recomposio de 30 metros de mata ao redor de olhos d'gua nas reas de preservao permanente (APPs) ocupadas por atividades rurais, consolidadas at 22 de julho de 2008. Sem obrigatoriedade de recompor a vegetao nativa em propriedades de agricultura familiar e naquelas reas privadas que tenham entre quatro e 500 hectares em torno de rios com largura maior que 10 metros. Possibilidade de o Poder Pblico reduzir a reserva legal para at 50% em reas de floresta na Amaznia Legal. Isso poder acontecer nos casos em que a propriedade rural estiver situada em estado com mais de 65% do territrio j ocupado por unidades de conservao pblicas ou terras indgenas. Recomposio de uma faixa mnima de 15 metros de vegetao nas margens dos rios com at 10 metros de largura (proposta do PT).[20]A relao de parlamentares favorveis ao projeto de Paulo Piau foram, conforme dados da Cmara e segundo sua legenda[21] [22] :PartidoTotalSim [23]No [23]Outro[13]Percentual (sim)

PSDB482622054,16%

PDT24177070,8%

PR26241192,3%

PP35278077,1%

PT8017811,25%

PSB25916036%

PMDB74713096%

DEM26242092,3%

PTB15141093,3%

PCdoB1266050%

PRB1001000%

PSOL30300%

PV90900%

PRP1100100%

PTdoB321066,6%

PSC14121185,7%

PPS936033,3%

PHS1100100%

PTC10100%

PMN1100100%

PSD43358081,3%

PSL10100%

TOTAL458274184359,8%

Veto presidencial[editar | editar cdigo-fonte]

Ao anunciar o veto do dia 25, a ministra do meio ambiente Izabella Teixeira afirmou que a principal preocupao do governo era "no permitir anistia aos desmatadores".[24]Aps a aprovao do projeto de Paulo Piau na Cmara dos Deputados, ONGs ambientalistas e membros da sociedade civil articularam-se para pressionar a presidente Dilma Rousseff a vetar na ntegra a lei. O Greenpeace e a WWF capitanearam os movimentos de reivindicao ecolgica. Durante um evento oficial no Rio de Janeiro em que a presidente Dilma Rousseff estava presente, a atriz Camila Pitanga, que era mestre de cerimnias, quebrou o protocolo e interrompeu a apresentao para pedir "Veta Dilma". No dia 24 de maio, uma carta com mais de 2 milhes de assinaturas foi entregue no Planalto Central com esse pedido.[25]Segundo o art. n 66 da Constituio Federal do Brasil, 1, "se o Presidente da Repblica considerar o projeto, no todo ou em parte, inconstitucional ou contrrio ao interesse pblico, vet-lo- total ou parcialmente, no prazo de quinze dias teis, contados da data do recebimento, e comunicar, dentro de quarenta e oito horas, ao Presidente do Senado Federal os motivos do veto". No entanto, o Congresso pode reverter o veto presidencial conforme diz o 4 do mesmo artigo: "o veto ser apreciado em sesso conjunta, dentro de trinta dias a contar de seu recebimento, s podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos Deputados e Senadores, em escrutnio secreto".[26]No dia 25 de maio de 2012, o governo federal anunciou o veto de 12 dos 84 artigos do Cdigo proposto por Paulo Piau. Tambm foram feitas 32 modificaes no texto. Entre os pontos vetados estava o artigo que tratava da consolidao de atividades rurais e da recuperao de reas de preservao permanente (APPs). O texto aprovado pelos deputados s exigia a recuperao da vegetao das reas de preservao permanente (APPs) nas margens de rios de at 10 metros de largura e no previa nenhuma obrigatoriedade de recuperao dessas APPs nas margens de rios mais largos.[27]Os pontos vetados pela presidente foram[28] : Apresentao do Cdigo Florestal: a presidenta vetou o artigo 1 do Cdigo Florestal, que define a razo do estabelecimento da medida. Segundo ela, o texto no indica com preciso "os parmetros que norteiam a interpretao e aplicao da lei".[28] Pousio dos solos: a presidenta vetou o inciso XI do artigo 3, pois, segundo ela, "o conceito de pousio (descanso do solo) aprovado no estabelece limites temporais ou territoriais para sua prtica".[28] Apicuns e salgados: a presidenta vetou o pargrafo 3 do artigo 4 do PL, pois ele "deixa os apicuns e salgados (plancies salinas prximas a mangues) sem qualquer proteo". A regra do texto aprovado pela Cmara no considerava apicuns e salgados como reas de Proteo Permanente (APPs).[28] Delimitao das reas de inundao em rios nas cidades: a presidenta vetou os pargrafos 7 e 8 do artigo 4. No texto da Cmara, estabelecido que a largura da faixa de inundao de qualquer curso de gua que passe por reas urbanas ser determinada pelo plano diretor e leis municipais de uso do solo. A presidenta afirmou que a medida tratava-se de "grave retrocesso", porque no levava em conta os critrios mnimos de proteo dessas margens, que evitam desastres naturais e protegem a infraestrutura.[28] Bacias hidrogrficas : Dilma vetou integralmente o artigo 43 do texto de Paulo Piau. Nele se estabelece que as empresas que prestam servios como abastecimento de gua e gerao de energia hidreltrica devero investir na recuperao e na manuteno da vegetao nativa em APPs existentes em toda a bacia hidrogrfica explorada. Segundo Dilma, o artigo prejudica o interesse pblico, uma vez que a recuperao de toda a bacia hidrogrfica implicaria em um aumento do custo desses servios, impactando no bolso do consumidor.[28] Recuperaao de APPs: O artigo 61 do Cdigo aprovado pela Cmara, que trata da recuperao das reas de Proteo Permanente (APPs) , segundo a presidenta, impreciso e vago "contrariando o interesse pblico e causando grande insegurana jurdica". Ela afirmou ainda que o artigo "parece conceder ampla anistia" aos desmatadores, que exploraram as reas a serem protegidas antes da legislao de 2008, que regula as APPs.[28]O texto atual (Lei Ordinria n 12.651/2012)[editar | editar cdigo-fonte]De acordo com as publicaes do Dirio Oficial, os pontos principais do Novo Cdigo Florestal encontram-se listados a seguirVersesTexto de Paulo PiauRedao final de Dilma Rousseff

Art. 1"Art. 1 Esta Lei estabelece normas gerais sobre a proteo da vegetao, dispe sobre as reas de Preservao Permanente e as reas de Reserva Legal, define regras gerais sobre a explorao florestal, o suprimento de matria-prima florestal, o controle da origem dos produtos florestais e o controle e a preveno dos incndios florestais e prev instrumentos econmicos e financeiros para o alcance de seus objetivos."[29]Vetado por impreciso.

Art. 2"Art. 2 As florestas existentes no territrio nacional e as demais formas de vegetao nativa, reconhecidas de utilidade s terras que revestem, so bens de interesse comum a todos os habitantes do Pas (...)"[29]Sancionado.

Art. 3, inciso I"Art. 3 Para os efeitos desta Lei, entende-se por: I Amaznia Legal: os Estados do Acre, Par, Amazonas, Roraima, Rondnia, Amap e Mato Grosso e as regies situadas ao norte do paralelo 13 S, dos Estados de Tocantins e Gois, e ao oeste do meridiano de 44 W, do Estado do Maranho;"[29]Sancionado.

Art. 3, inciso II"Art. 3, II rea de Preservao Permanente - APP: rea protegida, coberta ou no por vegetao nativa, com a funo ambiental de preservar os recursos hdricos, a paisagem, a estabilidade geolgica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gnico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaes humanas;"[29]Sancionado.

Art. 3, inciso III"Art. 3, III Reserva Legal: rea localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, delimitada nos termos do art. 12, com a funo de assegurar o uso econmico de modo sustentvel dos recursos naturais do imvel rural, auxiliar a conservao e a reabilitao dos processos ecolgicos e promover a conservao da biodiversidade, bem como o abrigo e a proteo de fauna silvestre e da flora nativa;"[29]Sancionado.

Art. 3, inciso XI"Art. 3, XI pousio: prtica de interrupo temporria de atividades agrcolas, pecurias ou silviculturais, para possi-bilitar a recuperao da capacidade de uso do solo;"[29]Vetado; "o conceito de pousio aprovado no estabelece limites temporais ou territoriais para sua prtica", o que permitiria que propriedades permanecessem em regime de pousio indefinidamente e a fiscalizao fosse inviabilizada.

Art. 4Art. 4 Considera-se rea de Preservao Permanente, em zonas rurais ou urbanas, para os efeitos desta Lei: (...) IV as reas no entorno das nascentes e dos olhos dgua, qualquer que seja a sua situao topogrfica, no raio mnimo de 50 (cinquenta) metros;[29]Vetado; "o dispositivo deixa os apicunss e salgados sem qualquer proteo contra intervenes indevidas. Exclui, ainda, a proteo jurdica dos sistemas midos preservados por normas internacionais subscritas pelo Brasil".[30]

Crticas[editar | editar cdigo-fonte]Ambientalistas[editar | editar cdigo-fonte]O Comit Brasil em Defesa das Florestas e do Desenvolvimento Sustentvel, que rene 163 entidades, classificou como "retrocesso ambiental" a sano do novo Cdigo Florestal, com 12 vetos, e a edio de uma medida provisria. Segundo as entidades, a redao final da presidente Dilma "anistia aos desmatadores e abre brechas para novos crimes ambientais". O Instituto de Pesquisa Ambiental da Amaznia (Ipam) afirmou que a anistia de multas e de recomposio de reas desmatadas est prevista em vrios pontos do texto enviado pela presidenta Dilma Rousseff, como nos artigos 4, 6, 11, 61, 63 e 67. Ambientalistas tambm criticaram a possibilidade do reflorestamente de APPs com flora extica, que no faz parte dos ecossistemas mencionados na lei. Raul Telles, coordenador adjunto do Instituto Socioambiental (ISA), afirmou que o Brasil est retrocedendo. Segundo ele, " a primeira vez que permitem que essas reas, fundamentais para a biodiversidade local, sejam recompostas com eucalipto ou outras plantas que no so nativas. Nem a bancada ruralista teve coragem de propor isso, mas a [presidente] Dilma [Rousseff] fez".[31]Parlamentares questionaram o compromisso da presidenta com a base e sua dificuldade em combater os interesses ruralistas. Por outro lado, membros da bancada ambientalista afirmaram que a presidente Dilma Rousseff cumpriu as promessas de campanha. Segundo o deputado Sarney Filho (PV-MA), "Vimos uma preocupao poltica em no confrontar a base no Congresso Nacional e no uma preocupao com o contedo. E ela foi fiel s promessas de campanha, foi coerente".[32]Pedro Gontijo, secretrio da Comisso Brasileira de Justia e Paz da Confederao Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), afirmou que a proposta de Dilma Rousseff foi "venenosa".[33] Segundo ambientalistas, "o veto parcial da Presidenta Dilma Roussef foi insuficiente para o cumprimento de sua promessa, apesar de contrariar interesses dos setores mais arcaicos do latifndio, e ainda mantm a anistia e a reduo de reas de proteo (APPs e RLs). Alm disto, devolve ao Congresso Nacional a deciso sobre a as florestas, o que ser feito apenas aps a Rio +20. Essa situao fruto da fora do agronegcio, que est posicionado de forma hegemnica no Congresso Brasileiro e no prprio Governo Federal. fundamental a convergncia das lutas populares e sociais contra o agronegcio para enfrent-lo e avanar com as necessidades reais da sociedade brasileira."Segundo o Greenpeace, a proposta da presidente Dilma Rousseff foi uma enganao. Ao lado de outras entidades, o Greenpeace listou as brechas da legislao ambiental sancionada por Dilma[34] : Mantm definio de rea rural consolidada para ocupaes ilegais ocorridas at julho de 2008. Conceito utilizado como base para todas as ANISTIAS previstas na nova Lei. A ltima alterao na lei no que se refere s APPs foi em 1989 e RL (somente na Amaznia) em 1996 (e no em 2008); Anistia de RL para desmatamentos ilegais em imveis rurais baseado no tamanho das propriedades e no no modelo de produo familiar (Lei 11.326/06), (art. 67) ANISTIANDO mais de 90% dos imveis de todo pas; Anistia de recomposio de APPs (Matas ciliares) em at 80% em relao ao patamar at ento vigente. Na Lei revogada recomposio de APP variava de 30 a 500m (na Lei 4.771/65). Na nova lei (+MP) a APP a ser recomposta ser de 5m a 100metros; Anistia total de recomposio de APP de topo de morro e encostas, mantendo inclusive pecuria (art. 63); Anistia de recomposio de APP de nascentes, olhos dgua, lagos e lagoas naturais entre 80 e 50% (art. 61- A, 5o e 6o); Anistia OCUPAES em Manguezal ocupados at julho de 2008 e permite de novas ocupaes em at 35% na Mata Atlntica e 10% na Amaznia (art. 11-A); Reduo de RL (na Amaznia), inclusive para novos desmatamentos, nos Estados com 65% de UC+TI ou Municpios com mais de 50% de UC+TI (4o e 5o artigo 12). Esse dispositivo afeta imediatamente 80 municpios na Amaznia. Afeta imediatamente todos os municpios do Amap. Par est prestes a atingir 65% de UC+TI; Anistia total de APPs. Nos poucos casos em que dever haver algum tipo de recomposio em APP esta no ser mais com espcies nativas (Art. 61-A, 13, IV); Veto ao nico incentivo positivo (econmico) concreto para recomposio de APPs (contribuio do setor eltrico) previsto na Lei aprovada pelo Congresso, sob justificativa de que tal medida contraria interesse nacional. Art. 43 (Vetado); Reduo de APP de topo de morro, com mudana no mtodo de definio da rea a ser preservada como APP, reduzindo em at 90% em alguns casos (art.4o);Ruralistas[editar | editar cdigo-fonte]Embora o projeto final tenha se aproximado dos interesses ruralistas, os vetos da presidente Dilma desagradaram partidos da oposio e proprietrios rurais. A medida provisria anunciada pela presidente Dilma Rousseff com mudanas no texto do Cdigo Florestal foi contestada, por exemplo, pelos Democratas (DEM) por motivos alegadamente tcnicos. O partido informou que entraria com um mandado de segurana no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a medida.[35] O vice-presidente do partido, Ronaldo Caiado (DEM - GO), alegou que "A presidente s rene ministrio para atender ONGs internacionais".[36] A senadora Ktia Abreu (PSD-TO) contextou a obrigao de compensao de Reservas Legais. Segundo ela, "s temos 27,7% de rea de produo agrcola no Brasil, descontados os 11% que so preservados nas propriedades particulares. O resto do Pas terra devoluta do Incra, terra de ndio, parques nacionais ou terras de Marinha e Exrcito e cidade. Onde eu vou arrumar floresta para compensar mesmo? lgico que em rea de produo".[37]