NOVO BIÊNIO, NOVAS CONQUISTAS

Durante cerimônia de posse prestigiada por autoridades, diretoria da Adeppe tem trabalhoreconhecido e reforça compromisso em busca de mais melhorias para categoria Pág. 06 e 07

PRESIDENTE BRUNOBEZERRA DESTACANOVOS PROJETOSPág. 05

MODERNIZAÇÃO: FÁBIO REBELO DETALHA NOVA SEDE

DA ADEPPE Pág. 10 e 11

APERFEIÇOAMENTO DA CARREIRA É DEBATIDO

COM ESTADO Pág. 03

www.adeppe.com.brAGOSTO - SETEMBRO 2019 | SEÇÃO DE ENCERRAMENTO DO BIÊNIO 2017 - 2019#131

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Neste início de biênio, a Adeppe dá continuidade à defesa das prerrogativas do cargo de Delegado de Polícia com o objetivo de resgatar a autoestima e rees-truturar nossa carreira, que é indispensável para a segurança pública. A fim de melhor servir à população no desempenho de nossas funções, precisamos

de garantias como a inamovibilidade, prerrogativa garantida para magistrados e promo-tores, mas não para delegados de polícia – apesar de também sermos carreira jurídica. A inamovibilidade é fundamental para o trabalho imparcial de investigação da polícia judiciária, pois evita a remoção arbitrária – uma das formas de retaliação mais comuns. Também é necessário haver independência funcional e eleição para a Chefia de Polícia. Essas questões estão presentes no projeto de Lei Orgânica sugerido pela Adeppe. Buscar a aprovação da Lei Orgânica é um de nossos compromissos. Outro engajamento nosso é, junto à Associação dos Delegados de Polícia do Brasil (Adepol do Brasil), reivindicar a correção das atuais distorções no texto da reforma da previdência. Estamos cientes do momento pelo qual o país passa, porém esse debate precisa levar em consideração a atividade de risco dos policiais. Todos os dias, um policial civil ou militar é morto no Brasil, de acordo com o 12º Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Todas essas ques-tões interferem no trabalho dos delegados e delegadas e, por conseguinte, na segurança da sociedade. Para corrigir essas e outras injustiças, é imprescindível a participação do corpo de associados. Da mesma maneira como conquistamos vitórias importantes re-centemente, continuaremos a lutar em defesa das prerrogativas do nosso cargo.

ESPAÇOADEPPE

BRUNO BEZERRAPRESIDENTE

ADEPPE - ASSOCIAÇÃO DE DELEGADOS DE PERNAMBUCO

#131 | Agosto/Setembro - 2019

Presidente Bruno Bezerra

Vice-presidenteNely Queiroz

Pedro Henrique

Diretoria de Relações Públicas Paulo Amorim

Andreza Gregório

Tel. (81) 3221.2925 (81) 99333.0830

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ALFINIM COLETIVO CRIATIVO Projeto gráfico e editoração

Eddie Lima

Editor e jornalista responsável

Rodrigo Calladoassessoria@alfinim.com.br

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O delegado Emanoel Serapião comemorou a formatura em medicina de sua filha, Emanuelle de Candida Soares Pereiral, durante baile realizado no mês de junho no Classic Hall. Representando os demais associados da Adeppe, estiveram presentes os delegados Adalberto Freire, Marivaldo Manoel e

Marcos Fidélis. A filha de Marcos também era formanda e comemorou sua graduação no evento. Emanoel e Emanuelle agradeceram as presenças dos convidados.

DELEGADO EMANOEL SERAPIÃO REÚNE CONVIDADOS EM FORMATURA

2 3AGOSTO - SETEMBRO 2019

Sempre prezando pela melhoria das condições de trabalho da categoria, a diretoria da Adeppe – representada pelo

presidente Bruno Bezerra – reuniu-se com o procurador-geral do Estado, Ernani Medicis, e os deputados estaduais Delegado Erick Lessa e Antônio Moraes, para tratar sobre o aperfeiçoamento da carreira de Delegado de Polícia. As reuniões foram realizadas no centro de Estudos Jurídicos da Procuradoria, na sede da Adeppe e na Alepe, respectivamente, em agosto. Entre os temas abordados estão a aprovação da Lei Orgânica da Polícia Civil, a independência funcional e a inamovibilidade dos delegados e delegadas. “Os encontros foram muito positivos, estamos dando continuidade ao processo de reestruturação da nossa carreira

DELEGADO NEY LUIZ RODRIGUES RECEBE MOÇÃO DE CONGRATULAÇÕES EM IPOJUCA

ADEPPE MANTÉM ARTICULAÇÃO EM BUSCA DE MELHORIAS PARA DELEGADOS

Aredução da criminalidade em Ipojuca, reflexo do trabalho desempenhado pelo delegado Ney Luiz Rodrigues e sua

equipe, foi reconhecida recentemente pela Câmara de Vereadores. O legislativo municipal concedeu a Rodrigues uma Moção de Congratulações. A homenagem foi sugerida pelo vereador Deoclécio José da Lira Sobrinho e aprovada por unanimidade, no mês de julho. “Já vínhamos recebendo vários elogios da comunidade dizendo que, após assumirmos a delegacia, os crimes diminuíram bastante no município. Esse reconhecimento é muito importante porque demonstra que nosso trabalho vem apresentando resultados”, ressaltou o delegado. Rodrigues foi empossado em fevereiro de 2018. Dez meses depois, o índice de Crimes Violentos Letais Intencionais em Ipojuca foi de 86 assassinatos, enquanto que em 2017 houve 139 mortes violentas. Em 2019, os números continuam a diminuir. No mês de março, um homicídio foi cometido. De março de 2018 ao mesmo mês deste ano, foram realizadas no município

59 prisões; 90 representações por prisão; 15 armas apreendidas; três operações policiais, entre Operação de Repressão Qualificada e Operação de Intervenção Tática; 111 inquéritos encaminhados à Justiça na forma de Auto de Prisão em Flagrante Delito e mais 150 instaurados a partir de investigações iniciadas pela própria Delegacia. Rodrigues destaca também sua experiência em outros cargos da segurança pública, tendo sido policial militar por 11 anos e três anos agente de polícia, ambos no Distrito Federal.

QualificaçãoO concurso público no qual Rodrigues foi aprovado e ingressou na Polícia Civil é decorrente de intervenção direta da Adeppe. A Associação ingressou com ação judicial e impediu a realização de certame que seria realizado com vários indícios de irregularidades, evitando o ingresso no cargo de pessoas inabilitadas que dificultariam a obtenção dos resultados positivos no combate à criminalidade.

e esperamos, com o apoio recebido, corrigir essas injustiças que tanto prejudicam os delegados e a população”, destacou Bruno. O projeto de Lei Orgânica da Polícia Civil foi elaborado com a participação da Adeppe e prevê, além de independência funcional e eleição para a Chefia de Polícia, a inamovibilidade para o cargo de Delegado de Polícia. O objetivo é garantir o trabalho isento, imparcial e evitar a remoção arbitrária – uma das retaliações mais comuns. A prerrogativa é garantida para magistrados, integrantes do Ministério Público e da Defensoria

Pública, carreira jurídica assim como os delegados. Na jurisprudência a respeito do tema, especialistas avaliam que ignorar a inamovibilidade fere o conceito de delegado natural, princípio tão importante para o interesse público quanto o de juiz natural e promotor natural. Cumprir a inamovibilidade do delegado de polícia, conforme a doutrina jurídica sustenta, significa manter o respeito ao interesse público, garantindo à sociedade que a polícia judiciária terá as condições para atuar com isenção e imparcialidade.

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Bruno Bezerra reuniu-se com deputados Delegado Erick Lessa e Antônio Moraes

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Com o objetivo de debater e articular mudanças no texto da reforma da Previdência, a diretoria da Adeppe –

representada pelo presidente Bruno Bezerra – foi a Brasília em junho reunir-se com a Associação dos Delegados de Polícia do Brasil (Adepol do Brasil) e os parlamentares integrantes da Comissão Especial na Câmara dos Deputados. Bruno participou de reunião com a diretoria da Adepol do Brasil em sua sede. A entidade de âmbito nacional congrega todos os Delegados de Polícia de carreira do país, a fim de defender suas prerrogativas. Em seguida, o presidente da Adeppe visitou os parlamentares integrantes da Comissão Especial que trata do assunto e também reuniu-se com os deputados João Campos (PRB-GO) e Antônio da Luz Furtado (PSL-RJ). “Essa iniciativa é importante para alinhamento com as demais associações de delegados e visitação à base de parlamentares dos respectivos Estados, para as ações serem sincronizadas no país inteiro”, avaliou o presidente da Adeppe.

ADEPPE VAI A BRASÍLIA DEBATER REFORMA DA

PREVIDÊNCIAAtividade de risco é negligenciada O Brasil é o país onde os policiais mais são assassinados no mundo, segundo dados divulgados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública no final de 2016. Apesar disso, a atividade de risco, os altos níveis de estresse e as cobranças desproporcionais impostos à categoria não são levados em consideração no texto da reforma da previdência. Quando não morre, o policial aposentado conviveu em situações de elevados níveis de estresse e de pressão psicológica durante décadas, prejudicando diretamente seu bem-estar físico e mental.

Violação do Princípio da Igualdade O trabalho dos policiais é, por conta dos seus riscos, diferente das demais profissões. Negligenciar essa realidade representa a violação do Princípio da

Igualdade, consagrado desde o jurista Rui Barbosa até os dias de hoje. Barbosa declarou que a igualdade significa “quinhoar desigualmente aos desiguais, na medida em que se desigualam. Nesta desigualdade social, proporcionada à desigualdade natural, é que se acha a verdadeira lei da igualdade.” Atualmente, o Princípio da Igualdade é examinado de maneira semelhante à análise de Barbosa. “Dar tratamento isonômico às partes significa tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na exata medida de suas desigualdades”, explicou o advogado e professor titular da Faculdade de Direito da PUC-SP, Nelson Nery Júnior, no livro “Princípios do processo civil à luz da Constituição Federal”. Nery Júnior é reconhecido em todo o Brasil por seu trabalho em direito constitucional, entre outras áreas. O governo busca impor regras de aposentadoria injustas para os policiais civis, que arriscam as suas vidas em defesa da sociedade. A Adeppe luta em defesa de isonomia de regras com os militares.

Presidente Bruno Bezerra reuniu-se com parlamentares e Associação dos Delegados de Polícia do Brasil

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EM DEFESA DAS PRERROGATIVAS DOS DELEGADOS

Em quais municípios o sr. já trabalhou?Já passei pelas cidades de Recife, Sirinhaém, Rio Formoso, Ribeirão, Lagoa do Carro, Carpina, Santa Cruz do Capibaribe e Caruaru.

De que maneira toda essa experiência foi positiva?Em cada delegacia pela qual passamos, levamos experiências de vida e sempre as experiências, quer boas ou ruins, são positivas para o processo de amadurecimento do ser humano.

Quais os maiores entraves hoje no trabalho diário dos delegados e delegadas?O maior entrave para o trabalho dos delegados é a falta de prerrogativas, que deveriam estar previstas em lei, tal como a inamovibilidade, independência funcional e vitaliciedade, que existe para outras carreiras jurídicas, como a magistratura e o Ministério Público. E não menos importante seria a eleição para o cargo de Chefe de Polícia, visto que no formato atual a escolha é política. A ausência de autonomia administrativa e financeira na Polícia Civil também é algo extremamente preocupante, pois prejudica o funcionamento e a eficiência da Polícia.

Delegado desde 2008 e atual presidente da Adeppe, Bruno Bezerra já trabalhou em oito cidades do Litoral, Zona da Mata e Agreste. Além de ter enfrentado as dificuldades vivenciadas diariamente pelos delegados,

ele também participou da mais recente mesa de negociação salarial, que trouxe reajustes inéditos para a categoria. Nesta entrevista, Bruno detalha

os desafios do cargo de delegado, defende uma reforma da previdência justa e ressalta a importância da Associação para a conquista de mais melhorias.

Desde que o sr. entrou na PCPE, esses entraves sempre existiram ou houve um agravamento?Sempre existiram e tem sido alvo de luta pelos delegados ao longo dos anos. Tentamos superar esses e muitos outros entraves com a aprovação da nossa Lei Orgânica, que foi uma das pautas de reivindicação da negociação passada com o Governo, no ano de 2016, no entanto, a minuta que foi elaborada com a participação ativa da Adeppe ficou paralisada e encontra-se em algum setor da Secretaria de Defesa Social, por motivos não informados pela Administração.

De que maneira a rotina de trabalho dos policiais – marcada por alto nível de estresse, risco de vida e cobranças desproporcionais – deveria ser levada em consideração na reforma da previdência?A reforma da previdência deve levar em conta as especificidades da carreira policial. Por exemplo, a expectativa de vida do policial no Brasil é em média de 64 anos, e a da população em geral de mais de 75 anos de idade. Isso deve ser levado em consideração, com a adoção de requisitos diferenciados: idade

mínima distinta para homem e mulher, tempo de contribuição, estabelecimento de regras de transição e outros aspectos. A proposta em tramitação apresenta sérios gravames aos policiais, corre-se o risco de trazer aos policiais do Brasil a pior aposentadoria policial do mundo, ignorando-se todas as conquistas trazidas até o momento.

Qual a importância do cargo de presidente da Adeppe?É um cargo de suma importância para a carreira de delegado, pois a Adeppe como entidade classista é quem representa os delegados nas reivindicações junto ao Governo e defende os interesses da categoria, com independência, isenção e livre de motivações políticas.

Qual mensagem final gostaria de passar?Gostaria de declinar aos colegas que a Adeppe encontra-se de portas abertas a todos os delegados de polícia, de todas as gerações. A Adeppe é hoje uma das entidades de classe mais respeitadas do nosso Estado e isso foi fruto do trabalho construído ao longo dos anos, com a participação e união de todos os delegados.

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NOVA DIRETORIA TOMA POSSE EM BUSCA DE MAIS CONQUISTAS

Defender as prerrogativas, conquistar aumento salarial para todas as classes de maneira indistinta e melhores

condições de trabalho para os delegados de polícia. Esses são alguns dos principais objetivos da nova diretoria da Adeppe, empossada no dia 31 de maio para o biênio 2019 - 2021. O auditório da Associação ficou lotado durante a cerimônia, prestigiada com a presença de autoridades que reconheceram as conquistas da entidade e a importância da categoria para a segurança pública. A direção tem Bruno Bezerra como presidente, Nely Queiroz e Pedro Henrique na 1ª e 2ª vice-

presidência, respectivamente. Também na ocasião, foi realizado o lançamento dos livros “Coleções Carreiras Policiais – Medicina Legal”, de autoria dos delegados Paulo Furtado e Pedro Henrique, e “Mar de Fora”, do delegado Marcelo Barros. Ao transmitir o cargo de presidente para Bruno, Francisco Rodrigues lembrou dos desafios quando assumiu a presidência há quatro anos. “Naquela época, os delegados de Pernambuco recebiam o pior salário do país, era algo que incomodava porque o nosso desempenho já era um dos melhores do Brasil”. Francisco ressaltou que, “com muito esforço e luta”, a

Adeppe conquistou reajuste que elevou a remuneração da categoria para a 9ª posição em relação aos demais Estados. Ele lembrou que a Associação ingressou com ação judicial e impediu a realização de concurso público que seria realizado com vários indícios de irregularidades, evitando o ingresso no cargo de pessoas inabilitadas que dificultariam a obtenção dos resultados positivos de 2018 no combate à criminalidade. Francisco também reforçou o compromisso da nova diretoria para o reajuste salarial da classe substituta. Após assinar o termo de posse, Bruno destacou que as delegacias de

Assinatura do termo de posse marcou transmissão da presidência de Francisco Rodrigues para Bruno Bezerra

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Discurso de posse foi acompanhado por associados e convidados que lotaram o novo auditório da Adeppe

polícia encontram-se deficitárias em recursos humanos e materiais, situação prejudicial para a qualidade dos procedimentos de investigação e que impede resultados ainda melhores no combate à criminalidade. “Iremos cobrar do Poder Executivo a devida atenção para que, com urgência, consigamos as devidas melhorias estruturais, dando condições de trabalho aos delegados para exercerem suas funções com qualidade e eficiência”, ressaltou. “E se o caso for, iremos bater à porta do Judiciário, acompanhados do Ministério Público, Defensoria Pública e OAB, para fazer com que o governo cumpra com a obrigação de dispensar a devida atenção à Polícia Judiciária Civil”, completou. Bruno também disse que, atualmente, o delegado de polícia tem “orgulho da sua casa [Adeppe]”, a qual possui representatividade desde os aposentados até os recém-empossados. O desembargador Bartolomeu Bueno representou o presidente do Tribunal de Justiça de Pernambuco, desembargador Adalberto Melo. “Tenho certeza de que Bruno vai seguir na mesma linha de independência, de ética e que a Polícia de Pernambuco haverá de ser

cada vez mais valorizada. Parabéns para quem está saindo pelo excelente trabalho e para quem está chegando a convicção de que realizará uma profícua gestão em prol da sociedade pernambucana”, disse o magistrado. Representando o defensor público-geral José Fabrício, o defensor público Manoel Jerônimo disse que presenciou o avanço conquistado pela categoria dos delegados nos últimos quatro anos. “Conte sempre com a Defensoria Pública porque entendo que nosso prestígio e valorização perante o governo fará com que sejamos respeitados por ele”, destacou. O presidente da OAB-PE, Bruno Baptista, salientou a importância do diálogo e da união. “Não se faz segurança pública sem a valorização de quem dela participa efetivamente, que são os policiais. Neste momento, o diálogo é importante e a advocacia deve ser vista como aliada para que possa buscar consensos, valorização da carreira e ter em mim, Bruno, um aliado nessas lutas.” O secretário-geral do Ministério Público de Pernambuco, Maviael de Souza Silva, disse que o trabalho de

todas as instituições que combatem a criminalidade em Pernambuco é feito de maneira integrada em prol da sociedade. Ele defendeu a união desses órgãos para que o resultado seja o melhor possível. Também estiveram presentes na cerimônia a 1ª vice-presidente e o 2º vice-presidente da Adeppe, Nely Queiroz e Pedro Henrique, respectivamente; a delegada aposentada e integrante do Conselho Consultivo da Adeppe, Verônica Azevedo; o diretor de recursos humanos da Polícia Civil, Benedito Anastácio; a gestora do Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Draco), Sylvana Lellis; o juiz de direito Thiago Cintra, que representou a Associação dos Magistrados do Estado de Pernambuco (Amepe); o delegado Graham Stephan Bentzem Campelo, da Corregedoria Geral da Secretaria de Defesa Social de Pernambuco; o juiz Hugo Bezerra, da comarca de Abreu e Lima, além de outras autoridades. Após a cerimônia, os convidados participaram do lançamento dos livros “Coleções Carreiras Policiais –Medicina Legal” e “Mar de Fora” e do coquetel oferecido pela Adeppe.

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As Câmaras de Vereadores do Recife, Camutanga e Ferreiros homenagearam o delegado José Durval de Lemos Lins

Filho e a delegada Keila Lacerda de Oliveira Magalhães em razão do trabalho desenvolvido em defesa da população. Na capital, José Durval recebeu o Título de Cidadão do Recife. Em Camutanga e Ferreiros, Keila Oliveira foi agraciada com Votos de Aplausos. As homenagens foram concedidas no final de 2018. Natural de Olinda e empossado em 1998, o delegado já chefiou delegacias na capital e havia recebido outras homenagens em reconhecimento ao seu trabalho, a exemplo das medalhas Aluísio Magalhães (em Olinda) e José Mariano (no Recife). José Durval destacou que o Título confirma um sentimento de identificação

Com sucesso de público, a Adeppe realizou o II Congresso de Ciências Criminais no auditório

do Imip. No final do mês de março, especialistas de diversas áreas abordaram temas atuais e trouxeram estudos de casos. Presidente da Adeppe durante a elaboração e realização do congresso,

DELEGADO JOSÉ DURVAL E DELEGADA KEILA OLIVEIRA RECEBEM HOMENAGENS

ADEPPE REALIZA II CONGRESSO DE CIÊNCIAS CRIMINAIS

que já possuía com a cidade. “Confere ainda mais responsabilidade por saber que terei a mesma cidadania de Ascenso Ferreira, João Cabral de Melo Neto e tantos outros intelectuais e artistas ilustres. Espero poder contribuir com o Recife e seu povo como delegado, professor e cidadão”. Vereador quando sugeriu a homenagem (atual deputado estadual), Romero Albuquerque ressaltou que a concessão da comenda é justa em virtude da dedicação do delegado para melhorar a segurança pública em Pernambuco. Empossada em 2018, Keila Oliveira recebeu da Câmara de Vereadores de Camutanga o reconhecimento “pelos bons serviços prestados com honra e determinação no combate à criminalidade”. A homenagem foi sugerida pelo vereador Ricardo Almeida. Nos três primeiros meses

Francisco Rodrigues destacou que a iniciativa ajuda os alunos, pois os “fatos abordados servem para as provas da OAB e do próprio curso de Direito”. Também presente no evento, o professor e secretário-geral da Comissão de Perícias Forenses da OAB/PE, Luiz Henrique dos Santos Nascimento, presidiu a mesa. Falando como palestrante sobre o tema “Controle Social no Combate à Corrupção”, a delegada Patrícia Domingos citou pesquisa realizada pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), elaborada em 2012. O estudo projetava que as ações corruptas no Brasil custavam até 2,3% do Produto Interno Bruto (PIB). O delegado e coordenador do UniJuris, Paulo Furtado, abordou o tema “A Anomia Legislativa e os Limites Constitucionais da Investigação”. Paulo reforçou que “os delegados representam o Estado e o

de 2019, não houve nenhum homicídio no município. “Avalio a redução do CVLI como resultado das prisões feitas ao longo do ano e da Operação de Repressão Qualificada realizada na cidade em março de 2018”, destacou a delegada. No município de Ferreiros, o Legislativo Municipal – por meio dos vereadores Fabiano Marcos de Matos Barbosa, Bruno Japhet da Matta Albuquerque Filho, José Cândido da Silva, Marcos Jacinto Maciel e Salatiel Paz de Freitas Domingos – parabenizou a delegada, as Polícias Civil e Militar, além da Guarda Municipal. A Câmara destacou o “brilhante trabalho realizado, pois é notória a redução da criminalidade nos últimos tempos, onde quase não se houve mais falar em roubos e furtos nas ruas da cidade e na Zona Rural.”

trabalho da Polícia Civil traz segurança para a população.” O advogado criminal e professor de direito penal e processual do ATF Cursos Jurídicos, Rodrigo Almendra, abordou o caso de Vanderlei Rafael da Silva, que furtou comida de um supermercado em Matinhos (PR). Ele apontou que a reincidência e a presença de “outros meios capazes de evitar a ação criminosa” anulam as hipóteses do princípio da insignificância e do Estado de Necessidade. Também participaram do evento o delegado da Polícia Civil-PB, Iasley Almeida, o advogado e presidente da Comissão de Perícias Forenses da OAB/PE, Diogo Ramos, e o defensor público Emerson Castelo Branco. A Adeppe realizou o II Congresso de Ciências Criminais com apoio do Inejuris e do Jus21.

8 9SEÇÃO DE ENCERRAMENTO DO BIÊNIO 2017 - 2019

Com o objetivo de trazer mais conforto e melhores serviços aos associados, a Adeppe concluiu recentemente a

1ª parte da reforma de sua sede. A inauguração aconteceu durante a posse da nova diretoria para o biênio 2019 – 2021. Foram disponibilizados novos espaços de lazer no térreo – bar, salão de jogos e lounge – e o setor administrativo no 2º andar – presidência, tesouraria, secretaria, sala de reuniões, recepção, foyer e auditório. Além disso, a calçada na rua da Aurora também foi reformada, recebendo piso tátil para ser acessível a toda população. A reforma teve início no 1º semestre de 2018. A arquiteta Marta Roca, uma das responsáveis pelo projeto interno juntamente com a arquiteta

Foi realizado recentemente o pagamento dos precatórios para 223 contemplados que optaram pelo acordo direto com deságio

de 10% sobre o valor original, mecanismo previsto em lei estadual. A conquista, fruto de intensa negociação da Adeppe junto aos Poderes Executivo, Judiciário e representantes da Caixa Econômica Federal, marca o início da quitação definitiva da dívida para os credores – delegados, peritos criminais e médicos legistas – e representa uma das maiores vitórias da Associação desde 1999, quando foi apresentada a ação judicial que elevou a gratificação de função policial para 225%. Em junho deste ano, foi publicada a lista com os 223 contemplados. O pagamento foi realizado entre os dias três e seis do mesmo mês, levando em consideração o local de residência dos credores. Os residentes na Região Metropolitana do Recife dirigiram-se à agência Marrocos da Caixa Econômica

SEDE DA ADEPPE É MODERNIZADA

PAGAMENTO DE PRECATÓRIOS É REALIZADO APÓS MOBILIZAÇÃO DA ADEPPE JUNTO AO

JUDICIÁRIO E EXECUTIVO

Amanda Florêncio, destaca as grandes novidades de lazer: “O mezanino proporciona a integração visual entre os espaços [de entretenimento] ao mesmo tempo que deixa a área reservada para usos diferentes do espaço da sinuca e do bar.” No 2º andar, mais melhorias: o pavimento recebeu o setor administrativo, os banheiros foram desenvolvidos dentro do conceito da acessibilidade, o auditório foi ampliado e o foyer, modernizado. A sede recebeu nova iluminação, climatização, rede lógica e instalação elétrica, além de acabamento e pintura

Federal (CEF), na Praça da República. Quem reside nas outras regiões do Estado não precisou vir à capital, pois recebeu a quitação do precatório na agência da CEF no Interior. Presidente da Adeppe durante dois biênios (mandato encerrado em 31 de maio de 2019), Francisco Rodrigues destaca o longo processo de negociação para solucionar o tema. “Depois de muito esforço da Associação e do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), conseguimos finalmente que uma boa parte dos delegados, peritos criminais e médicos legistas começassem a receber. Nos últimos quatro anos tivemos diversas reuniões com o TJPE, Procuradoria Geral do Estado (PGE) e OAB-PE. O trabalho frutificou e conseguimos encerrar essa pendência que durava 20 anos”. Para os credores não contemplados dentro do pagamento realizado pela modalidade de acordo direto, a expectativa de

nas portas e janelas com vista para a rua da Aurora e rua da União. A reforma da sede da Adeppe marca uma nova fase na administração da Associação. Desde o início, toda a modernização é realizada com os recursos que os associados contribuem mensalmente. Antes, as melhorias eram promovidas por meio de doação. “Ressaltamos a contribuição de gestões anteriores nas obras realizadas no passado que foram importantes”, destaca o presidente da Adeppe no biênio anterior e atual diretor tesoureiro, Francisco Rodrigues.

resolução também é positiva. No final de 2018, Francisco anunciou, durante reunião no auditório da OAB-PE, que o pagamento dos precatórios poderia ser realizado com mais celeridade por meio de acordo direto com deságio de 10% sobre o valor original. Essa modalidade é baseada na lei estadual 15.690/15, alterada pela legislação 16.419/18. “Esse foi um trabalho que fizemos perante a PGE, no sentido de modificar o texto [lei 15.690/15]. Nós entendíamos que esse percentual [de 40%] não devia ser aceito e fato é que não houve interessados em fazer esse acordo anterior”, informou na ocasião o advogado Sérgio Higino. “A partir de então, insistimos com o Estado para modificação até que, mais recentemente, a PGE acolheu nossa sugestão e escalonou os percentuais de deságio [na lei 16.419/18, alterando a legislação 15.690/15]”, completou Sérgio.

Nova sala da presidência recebeu melhorias para atender associados

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MÃOS À OBRA EM PROL DA CATEGORIA

Quando o projeto de reforma da sede foi ser desenvolvido, quais eram os objetivos principais?Nosso objetivo foi tentar devolver a beleza do prédio, o convívio entre os filiados e também trazer a população para mais perto da Adeppe. Desde o 1º biênio eu acalentava esse desejo. Temos um edifício majestoso. Segundo os associados que conhecem sedes em outros Estados, a sede da Adeppe é a mais imponente. Além da minha vontade específica de mexer e assegurar para o associado uma edificação condizente com nossos cargos, temos o aspecto de comprometimento da Associação com a sociedade: estamos em um imóvel histórico em plena rua da Aurora, nº 387. Endereço mais nobre, impossível.Quais os maiores desafios encontrados durante a reforma?

Há dez anos na Polícia Civil, o delegado Fábio Rebelo sempre buscou melhorar a estrutura das delegacias onde trabalhou, desde Petrolina, Vitória de Santo Antão e, atualmente, Recife, onde está lotado no Departamento de Polícia da Criança e do Adolescente

(DPCA). Na Adeppe, foi diretor tesoureiro durante os últimos quatro anos, é o atual diretor de patrimônio na diretoria eleita para o biênio 2019 – 2021 e está à frente da reforma da sede desde 2018. Nesta entrevista, Fábio ressalta as ações realizadas em defesa dos

associados e destaca a necessidade de que os delegados disponham de melhores condições de trabalho para trazer resultados ainda mais positivos no combate à criminalidade em Pernambuco.

Por ser um prédio histórico, tivemos que trabalhar o salitre, esse é um problema comum em edificações próximas da maré. Também a estrutura com paredes estruturais, é uma construção antiga com vigas de madeira. Foi uma obra de envergadura gigantesca, tínhamos cinco equipes trabalhando aqui. Tivemos o desafio de encaixar o orçamento e a responsabilidade de lidar com os recursos dos associados que contribuem mensalmente. É importante ressaltar que, sem desmerecer ninguém, antes as reformas eram feitas com base em doação de materiais, na amizade. Nós temos orgulho de dizer que a reforma foi tocada com verbas da própria Associação. Não precisamos lançar mão desse artificio [doação de materiais] para angariar fundos e tocar a obra. Então para coordenar isso tudo é complicado mas as

coisas não poderiam deixar de ser assim porque nós [Polícia Civil-PE] temos uma história bicentenária. Tudo é superlativo na história da Polícia Civil, inclusive a sede da Adeppe. Um edifício grande e que traduz a classe.

E quanto ao novo restaurante, o que vem sendo pensado?Estamos conversando com o proprietário do restaurante Pastaio, que é muito conhecido e demonstrou interesse em ativá-lo na Adeppe para trazer a operação não só de comida italiana mas diversificar o cardápio também. A intenção é fazer uma contrapartida. A pessoa que vier a explorar o restaurante vai atender o associado, que terá um desconto significativo nas refeições. Ele também vai guarnecer com alimentação e bebida para a área reservada do bar e lounge. Na sala

10 11SEÇÃO DE ENCERRAMENTO DO BIÊNIO 2017 - 2019

do lado esquerdo próximo ao restaurante, o objetivo é instalar uma cafeteria para atender o associado e a população.

Quais as ideias para o 1º andar da sede?A ideia é fazer do 1º andar um ambiente de convívio do associado e da sociedade, trazendo a população para mais perto da Associação. Criar uma área cultural a exemplo do Espaço Banco do Brasil, onde possamos exibir o acervo que temos aqui e receber artistas plásticos que estejam interessados em expor suas obras. Acalentamos o sonho de criar um espaço onde os estudantes que estejam se preparando para concursos públicos possam frequentar sem custo, mediante um cadastro prévio. Um ambiente calmo e silencioso, propício para estudo.

Um ciclo encerrou-se recentemente, como você avalia as conquistas que a categoria tinha há quatro anos e agora?Estou na Polícia há dez anos, posso dizer seguramente que a Adeppe teve peso determinante em tudo que tivemos de significativo em matéria de ganho financeiro e institucional, prerrogativas e atenção ao aposentado. É certo que todas as conquistas foram vitórias da classe, seja da atividade ou inatividade mas sempre com essa força criativa e produtiva. Somos vanguarda no que diz respeito à forma de pensar Polícia e implementar o que deve ser o ideal. De dentro da Associação emanam os ventos do que é mais moderno, benéfico e do alinhamento do que deve ser a Polícia Civil.

Pode-se dizer que a Adeppe está entrando em uma nova fase com essas conquistas?Acredito que sim, nós temos muita vontade. Eu andei falando com outros diretores e estamos pensando em sempre oferecer [ao associado] um camarote no São João de Caruaru e no Festival de Inverno de Garanhuns. Tentamos fazer no final do biênio passado mas a questão da obra [da sede] impediu, provavelmente faremos uma cantata natalina da Adeppe.

Vamos trazer um grupo como a Orquestra Criança Cidadã e usar a fachada na rua da Aurora para entregar mais esse presente aos associados e à cidade do Recife, a exemplo do que acontece em Curitiba. Todas essas são datas do calendário que precisam ser observadas.

A PCPE tem, em relação a outros Estados, um dos melhores trabalhos realizados. De que maneira as condições de trabalho inadequadas impedem resultados ainda melhores?Nesse tempo de Polícia já vi muita gambiarra e coisa errada. Entendemos que, às vezes, existe escassez de verbas e um mal direcionamento de recursos também, mas ainda estamos distante do ideal e isso influencia diretamente no estado de espírito. Chegar em delegacia que está sem água, com o pátio geralmente cheio de entulhos, objetos apreendidos (motos, carros), mato, goteiras, condicionador de ar sem funcionar da maneira correta... temos uma série de pontos em que o servidor fica desestimulado e muitas vezes pesa a questão do bem-estar. Tem a questão dos prédios alugados, na maioria das vezes são residências adaptadas e não edifícios construídos especificamente para atender o público e à ocorrência policial. Quando trabalha-se satisfeito, desenvolve-se melhores resultados. Principalmente pela natureza do nosso trabalho, que é muito estressante.

Qual a importância de incentivar a carreira policial?Desde que entrei na Polícia, o material humano é renovado através de concurso público mas perdemos novamente policiais em virtude de aposentadorias, colegas que seguem outras carreiras jurídicas… é a rotatividade normal, seja delegado, agente ou escrivão que assume outras funções dentro do serviço público. Temos necessidade de sempre oxigenar o quadro de servidores com concursos periódicos. Temos que ter pessoal preparado. Mesmo que não chame de imediato mas dispor de contingente aprovado em fases do

concurso, com academia feita, para que quem está na fila de espera possa ser imediatamente convocado no momento em que houver necessidade.

Está comprovado que os índices de criminalidade diminuem quando há reforços de delegados, visto que Pernambuco teve a maior redução de mortes violentas no ano passado em relação aos outros Estados.Tudo passa pela investigação. Não podemos ter simplesmente a repressão, que é parte do processo e é muito bem realizada pela PM. Isso é muito comprovado de que quando há investimento em recursos materiais e humanos, temos um decréscimo da criminalidade porque conseguimos finalizar mais ocorrências trazidas pela PM e remetemos os inquéritos para o Judiciário e o Ministério Público. No momento em que consegue-se retirar de circulação uma pessoa que cometeu crime, a população aplaude e a sensação de segurança é retomada.

Quais as expectativas para este novo biênio?A diferença salarial da classe inicial precisa ser corrigida. Essa questão é importante, vamos nesse sentido mas também tem as prerrogativas, a valorização da Polícia Civil como um todo e outras situações que merecem a atenção dessa diretoria que está começando.

Quais suas considerações finais?Estou completando dez anos na Polícia Civil, peço a Deus que ilumine meus caminhos e continue me auxiliando para que eu não perca essa vontade de sempre alterar para melhor aquilo que nos cerca. A obra é permanente, você nunca deixa de reformar. A vida está em mutação sempre, todo dia. Tentamos interferir positivamente para mudar a nossa realidade e a de quem está ao nosso redor. Isso é muito válido na Polícia, seja para a pessoa que está levando para você uma situação de conflito, seja para sua equipe. Esse é o diferencial.

12 AT#131

Julieta JapiassuEnófila

Sommelier em formação pela ISGNível 2 – WSET

VINUMA matéria de hoje vai tratar

sobre os tipos de espumantes que existem mundo afora. São vários e, por favor, não

confunda Champagne com qualquer outro espumante, essa é a regrinha básica, e que vai ser explicada logo mais. Primeiramente, o vinho espumante é aquele que traz as gostosas borbulhas que fazem cócegas no nosso nariz e pinicam nossa língua, e difere do frisante pela pressão no interior da garrafa, que no espumante é maior. Essa diferença é importante, pois se formos falar em um Moscato d´Asti, vinho doce italiano, que vai muito bem com panettone, temos que pensar que não é espumante, mas sim um vinho frisante, assim também como o famoso Lambrusco. Os espumantes podem ser brancos, rosés ou tintos e ter diferentes níveis de doçura, variando dos mais secos, chamados de “nature” aos mais doces, que casam muito bem com as sobremesas à base de frutas vermelhas ou creme. Ainda, os espumantes podem ser elaborados de três formas, quais sejam, pelo método tradicional/clássico ou champenoise, pelo método charmat e pelo método do Asti. Antes de explicar cada processo de vinificação para obtenção do espumante, é importante refletir acerca de como se dá o processo de fermentação. O suco de uva se transforma em vinho através desse processo, no qual leveduras passam a consumir o açúcar do mosto, produzindo gás carbônico e álcool. O gás carbônico escapa, logo, na produção de espumantes, é necessário que esse gás fique preso na garrafa, o que ocorre através de uma segunda fermentação ou por uma única fermentação, o que acontece no procedimento de feitura do Asti. O método tradicional é aquele empregado na região de Champagne, no norte da França, uma das regiões mais setentrionais e frias da Europa continental onde se produz vinho. Champagne é Champagne, é feito somente nessa região e em nenhuma outra mais, então não confunda os espumantes brasileiros ou de outros países, e até mesmo de outros

lugares da França com Champagne. O método aplicado nessa região pode ser utilizado em diversos países, mas pela legislação, Champagne, como já afirmado, é Champagne. Esse método, chamado de tradicional, ocorre quando há uma primeira fermentação, a qual transforma o mosto da uva em vinho, chamado de vinho base, e depois se coloca esse vinho nas garrafas para uma segunda fermentação, adicionando-se leveduras e açúcar, com o objetivo de atingir uma segunda fermentação, momento no qual serão criadas as maravilhosas borbulhas, ou seja, o gás carbônico, que é produto da fermentação e que ficará preso na garrafa. Já o método charmat é aquele onde a segunda fermentação é realizada em grandes tanques de aço inox, e não na garrafa. Após o surgimento das bolhas (gás carbônico produto da fermentação), o vinho espumante é acondicionado em garrafas e colocados à venda. O método Asti é utilizado na Itália e em outros países, com a uva Muscat Blanc à Petit Grains, dentre outras moscatos, e funciona com a obtenção do gás carbônico em apenas uma única fermentação, dentro do tanque. Essa fermentação é interrompida para que sejam mantidas as bolhinhas de gás carbônico. No mundo, os espumantes recebem nomes distintos. No Brasil, chamamos de espumante mesmo, nos Estados Unidos e na Inglaterra, “sparkling wine”, na França podemos chamar de “Crémant ou Champagne” (dependendo do caso), na Alemanha de “Sekt”. Na Itália, também conforme o caso, temos o Prosecco, o Asti e o Franciacorta. Na Espanha, o Cava, entre outros. Então vamos lá, para deixar bem claro aos leitores, Champagne é o espumante feito na região francesa do mesmo nome e de acordo com as regras lá estabelecidas; Crémant é o espumante elaborado pelo método tradicional em

diversas outras regiões da França que não seja Champagne; Cava é o espumante espanhol feito pelo mesmo método dos anteriores e sua grande parte procede da Cataluña; o Franciacorta é um italiano também vinificado pelo processo tradicional ou clássico nos arredores de Brescia, na Lombardia e, depois do Champagne, é considerado o espumante de mais qualidade do mundo. Na Itália, ainda temos o muito falado Prosecco, produzido pelo método charmat, trazendo aromas mais simples e frescos, e o Asti, das uvas Moscato, cujo processo de produção de bolhinhas se dá apenas com uma fermentação, a qual é interrompida para manutenção do gás carbônico, como já explicado. Para não dizer que não mencionei nossos maravilhosos brasileiros, seguem algumas sugestões de espumantes nacionais de encher a boca de água: Gran Casa Valduga Extra Brut, Casa Valduga Sur Lie Nature, Rio Sol Brut Rose Grand Prestige, Cave Geisse Brut Blanc de Blancs, Cave Geisse Nature, Casa Perini Brut, Casa Perini Moscatel, Nero Celebration Brut Rose, Viapiana 575.

Um brinde a todos!