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105 Educação a Distância, Batatais, v. 6, n. 2, p. 105-122, jul./dez. 2016 Novas tecnologias na Educação: o celular como recurso pedagógico Euler de Castro SANTOS 1 Ana Lucia Farão Carneiro de SIQUEIRA 2 Adriana Aparecida de Lima TERÇARIOL 3 Resumo: A escola e os professores precisam e podem utilizar novos recursos tec- nológicos em suas práticas, uma vez que as gerações atuais têm incorporado em sua rotina o uso do celular e da internet. O objetivo deste trabalho é refletir sobre uma prática dos docentes do Ensino Fundamental, abordando a possibilidade da utilização de novos recursos e tecnologias como importante recurso, estimulando e incorporando novas linguagens, novas abordagens e novos métodos nos pro- cessos de ensino-aprendizagem. Para atingir tal objetivo, foi desenvolvido um projeto com visitas ao Parque Ecológico do Tietê, localizado na zona leste de São Paulo, centro de referência em ações de proteção ambiental, enriquecendo e complementando as informações apresentadas com um levantamento bibliográ- fico sistematizado. O presente trabalho também busca avaliar as possibilidades do uso do celular como ferramenta para a prática educativa, percebida aqui como instrumento do processo de ensino e aprendizagem e apresentar uma observação descritiva sobre uma experiência baseada na ação dos alunos da disciplina de Ciências, construída e desenvolvida com o uso de celulares. Palavras-chave: Ensino. Espaços Educativos. Novas Tecnologias. Celulares. 1 Euler de Castro Santos. Licenciado em História e Geografia pela Universidade Cidade de São Paulo (UNICID). Universidade do Oeste Paulista – Núcleo de Educação a Distância/ UNOESTE- NEAD/ Presidente Prudente – SP/Brasil. E-mail: <[email protected]>. 2 Ana Lucia Farão Carneiro de Siqueira. Mestranda em Educação pela Universidade do Oeste Paulista (UNOESTE). Especialista em Inovação e Gestão da EaD pela Universidade de São Paulo (USP). Bacharel em Ciência da Computação pela Universidade do Oeste Paulista (UNOESTE). E-mail: <[email protected]>. 3 Adriana Aparecida Lima Terçariol. Doutora em Educação e Currículo pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Mestre em Formação Inicial/Continuada de Educadores pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP), campus de Presidente Prudente (SP). Docente na Universidade Nove de Julho (UNINOVE). E-mail: <[email protected]>.

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Novas tecnologias na Educação: o celular como recurso pedagógico

Euler de Castro SANTOS1

Ana Lucia Farão Carneiro de SIQUEIRA2

Adriana Aparecida de Lima TERÇARIOL3

Resumo: A escola e os professores precisam e podem utilizar novos recursos tec-nológicos em suas práticas, uma vez que as gerações atuais têm incorporado em sua rotina o uso do celular e da internet. O objetivo deste trabalho é refletir sobre uma prática dos docentes do Ensino Fundamental, abordando a possibilidade da utilização de novos recursos e tecnologias como importante recurso, estimulando e incorporando novas linguagens, novas abordagens e novos métodos nos pro-cessos de ensino-aprendizagem. Para atingir tal objetivo, foi desenvolvido um projeto com visitas ao Parque Ecológico do Tietê, localizado na zona leste de São Paulo, centro de referência em ações de proteção ambiental, enriquecendo e complementando as informações apresentadas com um levantamento bibliográ-fico sistematizado. O presente trabalho também busca avaliar as possibilidades do uso do celular como ferramenta para a prática educativa, percebida aqui como instrumento do processo de ensino e aprendizagem e apresentar uma observação descritiva sobre uma experiência baseada na ação dos alunos da disciplina de Ciências, construída e desenvolvida com o uso de celulares.

Palavras-chave: Ensino. Espaços Educativos. Novas Tecnologias. Celulares.

1 Euler de Castro Santos. Licenciado em História e Geografia pela Universidade Cidade de São Paulo (UNICID). Universidade do Oeste Paulista – Núcleo de Educação a Distância/ UNOESTE- NEAD/Presidente Prudente – SP/Brasil. E-mail: <[email protected]>.2 Ana Lucia Farão Carneiro de Siqueira. Mestranda em Educação pela Universidade do Oeste Paulista (UNOESTE). Especialista em Inovação e Gestão da EaD pela Universidade de São Paulo (USP). Bacharel em Ciência da Computação pela Universidade do Oeste Paulista (UNOESTE). E-mail: <[email protected]>.3 Adriana Aparecida Lima Terçariol. Doutora em Educação e Currículo pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Mestre em Formação Inicial/Continuada de Educadores pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP), campus de Presidente Prudente (SP). Docente na Universidade Nove de Julho (UNINOVE). E-mail: <[email protected]>.

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New technologies in Education: the mobile phone as educational resource

Euler de Castro SANTOSAna Lucia Farão Carneiro de SIQUEIRA

Adriana Aparecida de Lima TERÇARIOL

Abstract: School and teachers need and have to use new technological resources in their practices, since the present generations have incorporated into their routine the use of cell phones and internet. The objective of this paper is to reflect on the practice of Primary Education teachers, addressing the possibility of using new resources and technologies as an important resource, encouraging and incorporating new languages, approaches and methods in the teaching and learning processes. To achieve this goal, it was developed a project including visits to the Tiete Ecological Park, located on the east side of São Paulo, a reference center for environmental protection actions, enriching and complementing the information presented with a systematized bibliographic research. This study also seeks to assess the possibilities of mobile phone use as a tool for educational practice, perceived here as an instrument of teaching and learning process and presenting a descriptive observation about an experience based on an experience-based action of students in the science discipline, built and developed with the use of mobile phones.

Keywords: Education. Learning. Educational Spaces. New Technologies. Mobile Phone.

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1. INTRODUÇÃO

As novas tecnologias, como o celular com acesso à internet, mudaram as relações e introduziram novos comportamentos e hábi-tos em nossa sociedade atual e, também, entre os estudantes, princi-palmente no Ensino Fundamental.

Antes de abordar a questão do uso do celular como ferramen-ta pedagógica, vale lembrar que despertar o interesse em aprender e motivar os alunos são ainda grandes desafios da educação, prin-cipalmente no Ensino Fundamental. Nesse sentido, Lévy (1996) ressalta que o maior e mais importante impacto das tecnologias de comunicação é possibilitar o contato com o mundo virtual, o que desenvolve muitas mudanças significativas na inteligência, no modo de aprender e interagir, abrindo novos horizontes sobre as possibilidades de aprendizado.

Nesse processo, sem dúvida, surgem novos e inúmeros ques-tionamentos, tensões e conflitos, sendo necessário refletir e romper com velhos procedimentos e modelos para construir ou permitir novas formas de aprender.

[...] o ambiente de ensino digital oferece novas possibilida-des interessantes, auspiciosas e inteiramente novas para o planejamento didático do preparo para o estudo autônomo, em todo caso incomparavelmente mais do que o melhor curso de ensino a distância impresso, mais do que o mais impressionante programa didático na televisão e a mais in-tensiva assistência tutorial (PETTERS, 2003, p. 260).

Conhecer os muitos estilos e mecanismos de aprendizagem baseados e estruturados na utilização dos novos recursos tecnoló-gicos implica conhecer as diversas características socioculturais, necessidades e potencialidades intelectuais dos alunos.

Essa avaliação e percepção pode ajudar no estabelecimento de metas, objetivos e procedimentos didático-metodológicos mais adequados.

Deve-se considerar, além disso, as limitações e especificida-des do meio virtual, presentes nas novas tecnologias de informação e comunicação, as quais possibilitam contemplar, no planejamento

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e elaboração dos processos didáticos, novas características, situa-ções e desafios. Elas possibilitam novas formas de acesso à infor-mação, bem como a ampliação e a exteriorização de algumas fun-ções cognitivas humanas, como a percepção, memória, imaginação e o raciocínio. Além disso, permitem o incentivo à exploração, à investigação, à observação e à construção do conhecimento, fun-ções que devem ser estimuladas e desenvolvidas no espaço escolar.

A utilização de celulares em sala de aula é um tema polêmi-co, gerador de muitos questionamentos, mas também pode consti-tuir um recurso complementar importante no processo de ensino e aprendizagem.

Nesse universo de novas possibilidades, podemos criar, de-senvolver e propor ações com objetivos cognitivos. O telefone ce-lular possui hoje uma tecnologia que agrega e possibilita muitos usos: é wireless, com acesso à internet a baixo custo, o que permite compartilhamento de fotos ou vídeos, a comunicação por mensa-gens ou aplicativos e entretenimento. Essa nova tecnologia está também fortemente presente no ambiente escolar, incorporando-se nas mais variadas realidades e contextos.

Diante desse cenário, o objetivo deste estudo é refletir e dis-cutir sobre as novas possibilidades de ensinar com novos recursos tecnológicos, em novas e múltiplas linguagens, trazendo várias so-luções e possibilidades diante das muitas necessidades crescentes por práticas pedagógicas que de fato tragam melhorias no proces-so de ensino e aprendizagem, bem como apresentar um relato de experiência utilizando o celular como recurso e fonte principal de pesquisa.

2. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Em virtude de o tema “uso das tecnologias móveis na edu-cação” ser um tema abrangente, delimitamos este estudo em um relato de experiência, que trata do uso do celular com jovens do 8º ano do Ensino Fundamental da EMEF PROFESSOR ABRÃO DE MORAES, localizada no bairro de Arthur Alvim, zona leste de São Paulo.

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Para complementar as informações apresentadas, realizou-se um levantamento bibliográfico sistematizado. A pesquisa biblio-gráfica permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenô-menos amplos que poderia pesquisar diretamente.

A pesquisa bibliográfica é indispensável para a realização de estudos históricos. Desse modo, o procedimento de pesquisa ado-tado para o desenvolvimento e conclusão do trabalho foi o biblio-gráfico.

A pesquisa foi desenvolvida durante o processo de conclusão do curso de Pós-graduação em Tecnologias na Educação do Núcleo de Educação a Distância da Universidade do Oeste Paulista.

3. OS NATIVOS DIGITAIS NA ESCOLA

Hoje, temos a presença do celular em todos os espaços, e o jovem incorporou seu uso à sua rotina, interagindo por meio das suas ferramentas de comunicação.

Para Prensky (2001), esses jovens estão acostumados a obter e lidar com informações de forma constante e de maneira muito veloz, de modo que recorrem primeiro a fontes digitais e à internet antes de procurarem a mídia impressa.

O autor conceitua e reconhece esses jovens como nativos digitais, em virtude desses novos conjuntos de comportamentos, habilidades e atitudes e, também, por entender a tecnologia digital como uma linguagem universal e comum, uma vez que eles têm contato e lidam com ela constantemente, iniciando esse contato ainda com pouca idade. Essa linguagem e comportamento estão incorporados aos seus hábitos e são desenvolvidos de um modo automático e natural, sendo assimilados pelo seu uso constante.

Ressalta, ainda, que muitos jovens dessa geração estão acos-tumados a obter muitas informações de forma rápida e a interagir com diversas mídias ao mesmo tempo em função de sua convivên-cia diária baseada na sua relação estreita e direta com computado-res e internet.

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Esse novo nativo digital, cuja criação está cercada por novos aparelhos de comunicação, tem o hábito de ficar constantemente conectado por meio de seu celular, trocando mensagens instantâ-neas, estando ligado a diversas novas ferramentas de comunicação por intermédio de aplicativos e redes sociais.

Do mesmo modo, Palfrey (2008) caracteriza esses jovens como pessoas que têm uma personalidade e uma vida em um mun-do virtual, on-line, criada e desenvolvida graças a recursos tecnoló-gicos e várias redes de relacionamentos.

As possibilidades de aprender a partir de novas realidades vivenciadas em espaços virtuais, novos conceitos de comunicação e novas ferramentas conectadas à internet estimularam os jovens a estabelecer novas maneiras de relacionamento e de interação; uma interação rápida, criada em espaços virtuais e que segue outros pa-drões de comportamento e regras específicas.

O celular é o instrumento mais comum nesse novo contexto de interações virtuais e instantâneas, em que os grupos de amigos interagem, trocam mensagens, estabelecem relacionamentos e atu-am em um enorme universo de interesses a partir de uma nova ló-gica de contato e comunicação.

Comunidades virtuais, construídas em volta de interesses e não de proximidade física, sugerem um movimento para longe da vitalidade tensa da vida em cidade. Quando todo grupo tem seu próprio chat room, por que se aventurar fora deste estreito quadro de referência? Desse ângulo, a ascen-são da comunidade virtual parece seguir a lógica da su-burbanização, já que cada grupo social recua para trás das novas comunidades fechadas do ciberespaço (PUBLIC LIFE IN ELETROPOLIS, 1995, p. 1).

Nesse universo de comunidades, surgem a todo instante as comunidades virtuais de troca de informações e aprendizagem, que, segundo Passarelli (2003), foram desenvolvidas e elaboradas no novo espaço virtual da internet.

Essa é uma das características que torna os alunos atuais úni-cos, interagindo e vivenciando novas formas de comunicação e de aprendizado a partir de aparelhos celulares.

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Aprender com o auxílio de um celular é caminhar em uma nova direção, com um novo instrumento disponível acessível à maioria da população e com o qual os alunos já têm grande familia-ridade, uma vez que ele já faz parte da rotina, sendo incorporado e aceito socialmente.

Aplicativos e funções simples presentes no celular podem ser usados em muitas funções e alinhados dentro de atividades de di-versas disciplinas. Como exemplo, podemos citar os jogos educati-vos, jogos de raciocínio e alfabetização. Tudo depende da intenção e objetivo do professor, de forma que os conteúdos devem estar perfeitamente alinhados ao desenvolvimento das atividades.

No entanto, ainda hoje, educadores e escolas parecem en-contrar muitas dificuldades nesse sentido, criando barreiras para aceitar, conviver e relacionar-se com essas novas atitudes e novos comportamentos dentro do espaço escolar.

Cabe ao professor, nesse contexto, conhecer os novos estilos e ambientes de aprendizagem, respeitando e valorizando as carac-terísticas socioculturais, necessidades e as diversas potencialidades dos alunos.

Deve-se também considerar e refletir sobre essas especifici-dades, possibilidades e limitações do meio virtual e dos novos re-cursos tecnológicos.

Repensar as práticas no ambiente escolar não é tarefa fácil e implica questionar métodos criados e utilizados há décadas, de for-ma que o uso dessas novas linguagens esteja em uma nova relação, estabelecendo uma nova dinâmica que ainda não está presente na realidade da maior parte das escolas.

4. A LINGUAGEM DIGITAL

Hoje, a comunicação via aparelho celular é constante e pre-sente em todas as sociedades e, desde jovens, alunos aprenderam e apoderaram-se dessa nova linguagem.

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Prensky (2001) afirma que a linguagem digital é uma segun-da língua, e esse conceito também se estende e atinge outras gera-ções, educadas com outros recursos e métodos.

Ainda na opinião do autor, pessoas que aprenderam a usar as tecnologias digitais ao longo de suas vidas adultas são chamadas de imigrantes digitais. Mesmo que aprendam a ser fluentes no uso e a dominar a linguagem digital, ainda manifestam ou apresentam cer-tas dificuldades ou limitações que podem ser observadas no modo com que usam a tecnologia e os recursos digitais.

De maneira geral, os imigrantes digitais tendem a buscar in-formações primeiramente em livros e outras formas de mídia im-pressa, coisas que são impensáveis para os nativos digitais. São práticas diferentes e processos desenvolvidos em condições distin-tas.

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A educação é ferramenta importante na construção de uma nova sociedade, e, sem dúvida, as novas possibilidades de infor-mação via internet são extremamente importantes nesse processo. Aceitar e permitir que essa nova linguagem esteja presente na esco-la é motivo de importante reflexão.

Nesse sentido, possibilitar novas dimensões do ensino em no-vos formatos através do uso de novas tecnologias já incorporadas ao uso é extremamente positivo.

A Internet está explodindo como a mídia mais promissora desde a implantação da televisão. É a mídia mais aberta, descentralizada e, por isso mesmo, mais ameaçadora para os grupos políticos e econômicos hegemônicos. Aumen-ta o número de pessoas ou grupos que criam na Internet suas próprias revistas, emissoras de rádio ou de televisão, sem pedir licença ao Estado ou ter vínculo com setores econômicos tradicionais. Cada um pode dizer nela o que quer, conversar com quem desejar, oferecer os serviços que considerar convenientes. Como resultado, começamos a assistir a tentativas de controlá-la de forma clara ou sutil (MORAN, 1997, p. 1).

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A internet é um mundo democrático quando pensamos sobre a elaboração e acesso ao seu conteúdo, já que qualquer pessoa com conhecimentos básicos pode captar e divulgar informações a partir do celular, que hoje é um objeto de custo relativamente baixo e pode ser encontrado em todas as camadas sociais.

Partindo dessa afirmação, o desenvolvimento do projeto teve por princípio básico conscientizar os alunos e professores sobre a possibilidade de se construir uma nova prática baseada na utiliza-ção de novos recursos tecnológicos, disponíveis a partir do uso do celular e que podem ajudar e estimular alunos da rede pública.

Os nossos olhares deverão estar atentos para a percepção das novas realidades virtuais, em que as barreiras e limitações do es-paço físico estão sendo superadas e podem trazer novas práticas, dinâmicas e conceitos para o ambiente escolar.

O mundo virtual permite rápido e ilimitado acesso aos mais diversos conteúdos e fontes de informações, cabendo ao professor orientar e mediar esse acesso. Nesta leitura, destacamos a impor-tância da informação via celular e internet, visto que os estudantes do Ensino Fundamental II têm grande interesse e fazem uso cons-tante do acesso à internet via celular.

A atividade teve o objetivo de pesquisar questões sobre o meio ambiente através do uso do celular no espaço escolar e, tam-bém, compartilhar essas informações via esse aparelho.

Todas as fases de pesquisas e atividades foram baseadas, de-senvolvidas e estruturadas no uso do aparelho em diversos momen-tos, com diversas funções.

O objetivo específico foi trabalhar a questão do meio ambien-te e preservação ambiental no espaço escolar, utilizando o celular como recurso e fonte principal de pesquisa e depois utilizá-lo como recurso para registros em campo, discutindo a questão da escassez de água e a devastação da mata atlântica.

Ao professor cabe estimular, regular e gerir esses processos, equilibrando as ações do processo de aprendizagem, organizando e orientando as atividades.

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Como ponto fundamental nesta discussão, cabe ressaltar que as novas e múltiplas possibilidades de utilizar no contexto escolar aparelhos celulares como recurso e ferramenta pedagógica são uma nova forma de acesso a inúmeros aplicativos com variadas aborda-gens e propostas, desenvolvidos e elaborados para esse fim, que são facilmente encontrados e disponibilizados gratuitamente.

A maioria dos alunos já tem o aparelho e domina suas múl-tiplas funções e recursos. Seu uso como instrumento na aprendiza-gem pode despertar grande interesse, estimulando a participação e interação com o universo da pesquisa, conhecimento e questio-namento em vários momentos, inclusive fora do ambiente escolar.

Cabe ressaltar que este trabalho tem como fio condutor apon-tar alternativas para desenvolver no Ensino Fundamental atividades baseadas e elaboradas com recursos digitais já disponíveis para a maioria dos estudantes antes mesmo da idade escolar.

A tecnologia é um componente importante na construção de novas práticas de aprender e interagir, dentro e fora do ambiente escolar, no espaço formal e não formal.

Devemos buscar a conscientização e a reflexão sobre a ques-tão das novas tecnologias no ambiente escolar, efetivando e possi-bilitando uma formação cidadã mais completa e com mais recursos, estimulando a interação em vários ambientes e ressaltando o uso da internet como fonte importante de informações, estimulando seu uso no ambiente escolar.

Documentos como os da Unesco4 (2013) tratam de aspectos positivos que relacionam esses dispositivos com o processo peda-gógico, reforçando a importância da utilização de novas tecnolo-gias no ambiente escolar como forma de incentivar e favorecer o aprendizado em múltiplos contextos.

As orientações contidas nesse guia valorizam e ressaltam a importância dos governos em criar e otimizar conteúdos educacio-nais através do acesso aos conteúdos da internet por intermédio do celular e de outras tecnologias móveis.

4 Disponível em: <http://unesdoc.unesco.org/images/0022/002277/227770por.pdf>. Acesso em: 27 ago. 2015.

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Destacam, também, a fundamental importância em treinar professores e capacitar educadores usando tecnologias móveis, bem como promover novas e significativas experiências e oportu-nidades de interação com a informação e a construção do conheci-mento.

Podemos destacar, entre os aspectos principais abordados, que o uso do celular traz inúmeras vantagens e possibilidades, uma vez que é uma tecnologia que rompe barreiras geográficas, dispo-nibilizando centenas de usos, despertando o interesse e sendo um grande facilitador do trabalho no ambiente escolar, agregando e disponibilizando diversas ferramentas de comunicação e interação, com a possibilidade de acesso ao universo infinito de informações via internet.

Estes são apenas alguns aspectos relevantes claros e precisos que indicam a necessidade de estudo e reflexão sobre a importância desse recurso em todos os ambientes de ensino e aprendizagem, pois é uma ferramenta tecnológica presente em larga escala que pode e deve ser incorporada como uma ponte entre as novas tecno-logias e o ambiente escolar.

A possibilidade de integrar efetivamente o celular como re-curso pedagógico exige uma nova postura, novos métodos e uma nova abordagem por parte dos professores.

A simples transmissão de saberes de uma maneira mecânica estabelecida em uma vivência sem interação e baseada em uma ló-gica em que o aluno muitas vezes apenas reproduz o conhecimento pode ser questionada e revista quando pensamos em inserir novas dinâmicas e possibilidades de interação e construção do conheci-mento por intermédio de um aparelho celular.

No cotidiano do homem do campo ou do homem urbano, ocorrem situações em que a tecnologia se faz presente e ne-cessária. Assumimos, então, educação e tecnologia como ferramentas que podem proporcionar ao sujeito a constru-ção de conhecimento, preparando-o para saber criar ar-tefatos tecnológicos, operacionalizá-los e desenvolvê-los (BRITO; PURIFICAÇÃO, 2008, p. 23).

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Esse novo professor também necessita de atualização perma-nente, de estrutura, de informação e formação, que devem ser ga-rantidas e ampliadas pelas políticas públicas. Ele deve estar cons-ciente da relação entre as novas possibilidades e novos saberes do mundo digital e globalizado.

O professor, em primeiro lugar, é um ser humano e, como tal, é construtor de si mesmo e da sua história. Essa cons-trução ocorre pelas ações num processo interativo perme-ado pelas condições e circunstâncias que o envolvem. É criador e criatura ao mesmo tempo: sofre as influências do meio em que vive e com as quais deve autoconstruir-se (BRITO; PURIFICAÇÃO, 2008, p. 45).

Cabe ressaltar que todo processo educativo está vinculado di-retamente ao contexto social e cultural de sua época. A sociedade está em constante e rápida transformação e, nos tempos atuais, isto também implica conhecer e usar a internet, que é um grande recur-so de informação e, também, pedagógico.

É possível preparar aulas atrativas e dinâmicas, que estimu-lem os discentes e os levem a refletir sobre sua realidade, utilizando tecnologias disponíveis; basta que o educador tenha realmente in-teresse em apropriar-se de novos saberes, questionar-se e atualizar--se, deixando de ser um analfabeto digital.

O novo professor precisaria, no mínimo, de uma cultura geral mais ampliada, capacidade de aprender a aprender, competência para saber agir na sala de aula, habilidades comunicativas, domínio da linguagem informacional, sa-ber usar meios de comunicação e articular as aulas com mídias e multimídias (LIBÂNEO, 2011, p. 12).

Apesar disso, ainda encontramos muita resistência quanto à utilização de novos recursos, de modo que são muitas as justifica-tivas para não se trabalhar com os recursos digitais. Um exemplo está na própria legislação de muitos estados, como em São Paulo, em que a Lei n° 12.730, de 11/10/2007, proíbe o uso telefone celu-lar nos estabelecimentos de ensino do Estado durante o horário de aula.5

5 SÃO PAULO. Assembleia Legislativa. Lei nº 12.730, de 11 de outubro de 2007, promulgada em 12 de outubro de 2007. Disponível em: <http://dobuscadireta.imprensaoficial.com.br/default.aspx?DataPublicacao=20071012&Caderno=DOE-I&Numero Pagina=1>. Acesso em: 25 mar. 2015.

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6. O ENSINO VIRTUAL: NOVAS POSSIBILIDADES RE-AIS

A possibilidade de aprender por meio de recursos virtuais é observada em todas as vertentes do conhecimento e, com o auxílio do celular, as barreiras físicas são extintas, e a escola pode cami-nhar em outras direções, avaliando opções além do ensino formal.

Sem dúvida, é preciso considerar a necessidade de urgentes mudanças nas práticas educacionais e, também, na visão sobre o uso das novas tecnologias na escola.

Nossa sociedade, marcada por profunda desigualdade, tem na escola pública, muitas vezes, a única fonte de acesso às informa-ções e recursos tecnológicos. A escola deve cumprir seu importante papel na transformação social.

A informática, em todas as suas diversas manifestações, está oferecendo aos Inovadores novas oportunidades para criar alternativas. A pergunta que permanece é: estas al-ternativas serão criadas democraticamente? Em essência, a educação pública mostrará o caminho ou, como na maio-ria das coisas, a mudança primeiro melhorará as vidas dos filhos dos ricos e poderosos e apenas lentamente e com um certo grau de esforço entrará nas vidas dos filhos do resto de nós? (PAPERT, 1994, p. 13).

A realidade dos novos recursos de informação também deve ser discutida e avaliada, pois o uso do celular deve ser avaliado a partir de uma clara e firme estruturação e estudo.

O simples acesso à internet não garante qualidade na infor-mação; gerir as intervenções e orientar o uso, preparando e questio-nando os alunos sobre seu uso correto no ambiente escolar, também fazem parte dessa nova prática, que, antes distante e seletiva, agora é real.

Importante neste momento ressaltar a imensa desigualdade social brasileira, em que, em muitas situações, a escola é o único braço do estado presente e, desse modo, também cumpre a função de levar a possibilidade de informação e acesso à tecnologia para comunidades carentes.

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Kenski (2001) entende e avalia a presença da tecnologia como importante ferramenta a ser utilizada para a transformação do ambiente e práticas da sala de aula, buscando criar um novo es-paço em que a produção do conhecimento aconteça de forma mais dinâmica e verdadeiramente participativa. Assim, a escola cumpre o seu efetivo papel social.

Quando abordamos os aspectos de aprendizagens em nossa sociedade, estabelecemos uma ligação direta com a educação e mé-todos utilizados para ensinar, que necessitam de profundas mudan-ças e atualizações e, também, as novas maneiras de aprender, assim como acontece com as demais organizações:

[...] uma perspectiva mais pedagógica, a centralidade do conhecimento também inspirou inicialmente algumas pos-turas otimistas sobre o futuro da sociedade, já que a ideia segundo a qual o desenvolvimento cognitivo tem alguma influência nas condutas e no comportamento das pessoas esteve sempre na base das propostas de mudança social. Ensinar a pensar bem, a pensar melhor, estava associa-do geralmente à ideia de formar um ser mais “humano”. As últimas versões deste enfoque provêm de pensadores vinculados ao desenvolvimento de enfoques interdiscipli-nares que permitam compreender adequadamente a com-plexidade dos fenômenos. O suposto básico deste enfoque é que as pessoas capazes de compreender a complexidade atuariam de maneira mais responsável e consciente (TE-DESCO, 2004, p. 2).

Cabe lembrar que, apesar de a falta de recursos tecnológicos nas escolas públicas ainda ser uma realidade no país, o uso do ce-lular já está incorporado pelos alunos, principalmente no Ensino Fundamental II.

Essa oportunidade de estimular e desenvolver o aprendizado com o uso de um simples celular pode apontar para o desenvolvi-mento de novas interações também entre aluno e escola, entre aluno e professor e entre aluno e conhecimento.

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7. NOVOS RECURSOS: PRÁTICA NO PARQUE

O Parque Ecológico do Tietê, localizado na cidade de São Paulo, foi usado como ambiente de aprendizagem, e o celular foi utilizado como novo recurso para registro das atividades e pesquisa em campo. Durante a visita, os alunos construíram, em conjunto, um diário de campo com impressões e registros com o uso do celu-lar, interagindo diretamente com o objeto de estudo.

O planejamento foi importante e determinante para o suces-so da visita, pois proporcionou momentos de reflexão, interação e aprendizagem para além do espaço escolar, em novas condições e aspectos, favorecendo a possibilidade de aprendizado em novos espaços educativos.

Durante o primeiro momento, foi organizado, em sala de aula, um roteiro com as atividades, compartilhado pelo celular; em seguida, foram organizados grupos que, durante a visitação ao parque, registraram e compartilharam suas atividades com uso dos aplicativos de comunicação no celular. Nessa direção, Moran afir-ma que:

Na Internet, encontramos vários tipos de aplicações edu-cacionais: de pesquisa, de apoio ao ensino e de comunica-ção. A divulgação pode ser institucional – a escola mostra o que faz – ou particular – grupos, professores ou alunos criam suas homepages pessoais, com o que produzem de mais significativo. A pesquisa pode ser feita individual-mente ou em grupo, ao vivo – durante a aula – ou fora da aula, pode ser uma atividade obrigatória ou livre (MO-RAN, 1997, p. 1).

As tecnologias da comunicação e da informação estão cada vez mais presentes em vários contextos e, desse modo, estabelecem uma nova configuração da sociedade e, também, no seu desenvol-vimento cognitivo. Favorecem e estimulam muito o processo de aprendizagem, uma vez que possibilitam novas formas de acesso à informação.

Deste modo, os conteúdos de aprendizagem não se re-duzem unicamente às contribuições das disciplinas ou matérias tradicionais. Portanto, também serão conteúdos

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de aprendizagem todos aqueles que possibilitem o desen-volvimento das capacidades motoras, afetivas, de relação interpessoal e de inserção social (ZABALA, 1998 p. 30).

Foi também levantada a questão da importância do parque para a comunidade e quais as suas contribuições para a conservação da fauna e flora. Todos os registros foram disponibilizados e com-partilhados via celular.

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta pesquisa nos mostra como o ensino pode e deve ser esti-mulado com o uso de novas tecnologias e novos recursos. No con-texto do espaço escolar, estimular e utilizar novas opções e recursos para favorecer o aprendizado é sempre um elemento desafiador, que questiona práticas e abordagens.

Especificamente com o uso do celular, podemos desenvolver uma série de ações e práticas, estimulando o interesse, participação e envolvimento dos alunos. Atividades diversas, com graus distin-tos de dificuldade e complexidade, podem ser elaboradas por meio de uma abordagem lúdica e diferenciada, e, assim, o celular torna--se aliado do professor, proporcionando novas interações e novas formas de abordar e lidar com as informações.

O simples uso de aplicativos de troca de mensagens já desperta o interesse; pesquisas e compartilhamento de atividades são ações realizadas com rapidez.

Muitos são os desafios que se apresentam com o uso dos re-cursos virtuais e tecnologias no processo educativo. Na verdade, são inúmeros assim como também são as possibilidades de uso das novas tecnologias de comunicação e de informação no favoreci-mento do processo de ensino e aprendizagem.

As tecnologias são recursos capazes de promover a constru-ção de novas estruturas cognitivas, transformando o comportamen-to dos alunos, mudando suas relações com os processos de aprendi-zagem e com a própria relação com a escola.

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Para que isso aconteça, há necessidade de adaptação e de transformação radical em alguns aspectos, pois a incorporação de novas tecnologias no ambiente escolar não pressupõe um processo fácil, tranquilo e estabelecido pelo consenso.

A discussão sobre a incorporação de novas tecnologias e seu uso como recurso pedagógico cabe a todos os educadores e deve ser vista como mais um desafio.

O uso do celular pode e deve ser otimizado, aperfeiçoado e adequado dentro de uma prática e proposta pedagógicas; é, antes de mais nada, uma atitude necessária, constante e urgente unir novos recursos e uma nova prática pedagógica.

Com esses resultados, constatamos que os recursos tecnoló-gicos e o celular, além dos ambientes virtuais, podem ser grandes aliados às práticas de ensino e da aprendizagem, trazendo novas possibilidades e estimulando alunos e professores.

REFERÊNCIAS

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ZABALA, A. A função social do ensino e a concepção sobre os processos de aprendizagem: instrumentos de análise. In: _____. Prática Educativa: como ensinar? Porto Alegre: Artmed, 1998.