NOVA REPRESENTAÇÃO SIMBÓLICA DESTACA PROTEÇÃO COMO VALOR DA PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR Por Eliane Miraglia • ABRIL DE 2011

Quando eu e Marisa Bravi, em 2010, finalizamos nossa primeira pesquisa sobre educação

previdenciária, detectamos que a formiga e a abelha são representações simbólicas mais

utilizadas entre as Entidades Fechadas de Previdência Complementar para distinguir seus

Programas de Educação Previdenciária. Tratam-se de imagens emprestadas de histórias infantis,

portanto fazem referência objetiva à tradição, para ilustrar a idéia do valor do trabalho constante,

perseverança, tenacidade para concretizar sonhos e ideais.

No Encontro Nacional PREVI & GEPES 2011, recebi com uma agradável surpresa o novo KIT

Futuro PREVI que apresenta dois novos elementos simbólicos para a mesma proposta: o guarda-

chuva e o relógio, dois elementos presentes no cotidiano das pessoas em quase todas as

culturas do mundo. A estilização e a utilização das cores institucionais conferem uma abordagem

mais orgânica às imagens. Aos dois símbolos soma-se uma seleção de fotos que reitera a

uniformidade cromática e ainda destaca as pessoas e sua diversidade, em situações de

satisfação e qualidade de vida. Sem dúvida, um patrimônio intangível incomensurável,

conquistado pelos participantes da PREVI.

A análise da estratégia de comunicação da PREVI, ao adotar o guarda-chuva e o relógio, revela

mais um grupo de valores que se alinham com proteção, equilíbrio, planejamento e

sustentabilidade da vida. A nova proposta confere leveza à idéia da exposição contínua ao risco.

Mostra, portanto, que o ser humano não precisa ser o super-herói, como nossa a cultura, desde O

Guarani, de José de Alencar, estimulou a crença. O homem é vulnerável e está sujeito, sim, a

situações adversas. Mas pode ser inteligente e previdente, para minimizar impactos e lidar mais

confortavelmente com imprevistos para poder ser feliz.

Disciplina é liberdade

Esse novo tratamento da expressão lembra um conceito que Marisa Bravi sintetiza, com muita

propriedade: “Nós não vendemos produtos e serviços. Nós vendemos VALOR”. E mostra que

uma instituição tradicional, responsável por um patrimônio cultural imponderável, está mudando,

expandindo e se inovando para avançar as fronteiras nacionais.

Neste processo evolutivo, a EFPC ainda poderá sustentar seu traço de pioneirismo, reconduzindo

e alinhando o imaginário global para uma nova percepção da competência do Brasil nos negócios

de valor.

O tempo nem sempre é relativo e linear. Para algumas culturas milenares, como a de Cingapura,

a disciplina é uma realidade intrinsecamente materializada por meio de uma política que leva a

educação muito a sério. Nossa realidade histórica e cultural, até agora, manteve atrofiada a

disciplina dos brasileiros. Mas, diante de novas perspectivas e formas de ser, passam a encontrar

condições efetivas para entenderem e concretizarem um exercício mais avançado da cidadania e

da liberdade, por meio de escolhas conscientes e responsáveis.

Eliane Miraglia - mestre em Ciências da Comunicação, especialista em Gestão de Processos Comunicacionais e

consultora de comunicação. Com Marisa Santoro Bravi, escreveu A importância dos valores para a construção de novos paradigmas sociais, disponível para leitura em http://biblioteca.abrapp.org.br/default.html