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TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO [Ano] Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br

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TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO

[Ano]

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Unidade: TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO

Unidade - TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO

MATERIAL TEÓRICO

Responsável pelo Conteúdo:

Prof. Dr. João Luiz de Souza Lima

Revisão Textual:

Profa. Dr. Patricia Silvestre Leite Di Iorio

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Introdução

No contexto das empresas contemporâneas, os processos

administrativos desempenham um papel de vital importância na estratégia

e na sustentabilidade de qualquer empresa. Portanto, o estudo da Gestão

em Saúde consiste numa ferramenta ideal e necessária para a

compreensão da Administração como um todo dentro da moderna

organização da saúde e está direcionada aos estudantes e profissionais

das áreas saúde como um todo. Contém ainda, os procedimentos que os

profissionais devem aplicar para incrementar os resultados gerenciais

através das atividades envolvendo o processo de tomada de decisões.

O estudo sobre a Gestão em Saúde tem como objetivos:

1. Conhecer a evolução de escolas e abordagem da Administração e

seus reflexos;

2. Apresentar princípios e conceitos das Teorias da Administração

nas organizações modernas da área da saúde;

3. Abordar as novas funções do Administrador em Organizações da

Saúde frente aos desafios de gestão das organizações

contemporâneas;

4. Relacionar a evolução dos modelos de gestão empresarial e

tendências das organizações para o futuro;

5. Definir e buscar as melhorias contínuas relativas aos processos

administrativos e gerenciais das organizações da saúde do século

XXI;

6. Entender o contexto que envolve as organizações da saúde do

século XXI;

7. Conhecer os paradigmas da Administração e as organizações que

atuarão num mundo sem fronteiras;

8. Estudar as ideias dos Gurus da Administração, as quais se

institucionalizaram nas organizações contemporâneas;

Esta apostila está estruturada de acordo com o ementário e a

bibliografia (básica e complementar) da disciplina de Gestão em Saúde,

conforme os seguintes assuntos envolvidos:

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a) Conceitos e Definições de Organização e Administração;

b) Cenário da Organização e da Administração;

c) Evolução dos Valores da Administração;

d) Teorias da Administração e seus Precursores;

e) Funções do Administrador;

f) Novas Abordagens da Administração;

g) Gurus da Administração;

h) Perspectivas da Administração.

A expectativa do Campus Virtual da Universidade Cruzeiro do

Sul é a de conduzir o assunto como uma excelente oportunidade de

interação dos conceitos em torno das atividades administrativas e

estratégicas da organização da saúde moderna.

1. Evolução dos Valores da Administração

A Ideologia Capitalista não constituiu a norma do padrão ético da

história do Mundo Ocidental. Na verdade, a maior parte da história

registrada considerou inaceitável essa ideologia. Contudo, as trocas e

as atividades econômicas são tão antigas como a história registrada da

Humanidade. Os livros do Velho Testamento e o Código de

Hammurabi, como exemplos, estavam repletos de regras e códigos de

ética, visando às atividades comerciais (Lima, 2003).

Na Grécia antiga, o comércio floresceu, a despeito do ideal de

auto-suficiência, com ênfase na base econômica assentada na cultura

agrícola e animal. De uma forma geral, os filósofos gregos julgavam as

atividades comerciais com desdém, considerando-as necessárias, mas

pouco agradáveis. O Império Romano acompanhava os gregos nessa

atitude, tolerando a necessidade do comércio, mas atribuindo a essas

atividades um nível pouco elevado (Lima, 2003).

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Na Idade Média, a economia caracterizou-se como um período

de estagnação e de ausência de desenvolvimento econômico e social.

Ela foi dominada pelas duas organizações sociais da época, o sistema

feudal e a Igreja Católica. O sistema feudal, com sua estrutura

fechada e sua definição específica das atribuições do senhor feudal e

do servo-camponês, dominou a vida econômica da Europa Ocidental. A

Igreja Católica, por sua vez, forneceu a ideologia e fixou o sistema de

valores da sociedade inteira. A principal preocupação das pessoas era

salvar suas próprias almas. O ensinamento religioso dizia que o

homem se encontrava na terra apenas por um pequeno período, no

qual ele precisa preparar-se para a eternidade e para a salvação. A

Igreja foi à instituição que prevaleceu sobre a comunidade feudal e os

limites das nações. Sua influência foi grande em todas as áreas da

atividade humana (Kast & Rozensweig, 1987).

A ideologia religiosa preponderante tinha em pouco valor as

atividades comerciais e empresariais e lhe impunha regras e limitações

estritas. A usura era considerada uma forma de pecado, e o próprio

comércio eram de duvidosa pureza. A doutrina religiosa refletia certa

hostilidade para com os homens de negócio e para com a atividade

comercial e empresarial. No entanto, ocorreu uma alteração nos

pronunciamentos da Igreja em relação às atividades comerciais,

através das idéias formuladas e implementadas por Santo Tomás de

Aquino, na metade do século XIII. Ele introduziu o conceito do preço

justo e explicou as margens de lucro obtidas no processo comercial

como sendo o salário do comerciante, pelo seu trabalho. Sua opinião

de que havia um preço justo, que podia ser determinado pelo mercado,

constituiu uma concessão de vulto às atividades comerciais.

O credo capitalista não surgiu de repente e maduro, na

sociedade ocidental. Ao contrário, ele resultou de um processo

revolucionário que teve suas raízes nos novos ângulos pelos quais a

Igreja começou a encarar os assuntos relacionados com o mundo dos

negócios, na última parte da Idade Média. Antes do início do século

XVI, boa parte das restrições do período medieval estava sendo

derrubada. O processo de urbanização por que passavam as

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populações, e a criação de comunidades e de nações, estimulavam a

intensificação do comércio e dos negócios. O crescente comércio

marítimo de nações como Inglaterra, França, Holanda, Espanha e

Portugal estimularam mais as atividades comerciais.

Alguns historiadores consideram o Judaísmo a principal força a

atuar no desenvolvimento do sistema capitalista. Os valores judaicos

básicos, envolvendo o autocontrole, o trabalho intenso, a sobriedade, a

parcimônia e a aderência às leis e ensinamentos religiosos

constituíram um molde a conduzir ao desenvolvimento econômico e

compatível com o capitalismo crescente (Kast & Rozensweig, 1987).

Por sua vez, Max Weber (1967) salientou que as mudanças

verificadas na ética religiosa em resultado da Reforma e do

Movimento Protestante propiciaram um clima ético e,

conseqüentemente, econômico, altamente favorável ao progresso do

capitalismo. Weber mostrou que o crescente protestantismo na

Inglaterra, Holanda, Alemanha e, posteriormente nos Estados Unidos

da América, constituiu a razão principal para esses países serem os

primeiros a se lançarem ao desenvolvimento industrial.

Na época da Independência Norte-Americana, a ética capitalista

estava bem entrincheirada na Holanda, na Inglaterra e nas Colônias

Norte-Americanas. A despeito de haver dominado o cenário econômico

no decorrer dos séculos XVI e XVII, por volta de 1750 à filosofia do

Mercantilismo estava em colapso. Segundo a concepção mercantilista,

o indivíduo subordinava-se ao Estado, e as atividades econômicas e

sociais destinavam-se a apoiar o poderio do Estado (Kast &

Rozensweig, 1987).

Em 1776, com a publicação da obra de Adam Smith: “Uma

Análise Sobre a Natureza e a Causa da Riqueza das Nações”, a

ética capitalista recebeu sua teoria suprema. Smith defendeu as

liberdades econômicas, com base na premissa de que promovendo

seus interesses pessoais cada indivíduo beneficiaria a sociedade total.

A metáfora da “mão invisível” do mercado e da concorrência restringiria

os interesses pessoais, garantindo assim a maximização dos proveitos

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sociais. A Teoria de Smith residia em permitir a cada pessoa tomar em

consideração apenas seus próprios interesses e ampliar ao máximo

seu proveito e sua riqueza e ainda assim promover automaticamente a

melhor distribuição possível das riquezas, em benefício dos interesses

sociais mais amplos. O mecanismo de controle era fornecido pela

concorrência de mercado, que era automática e não precisava nem do

controle do Estado nem de qualquer outro controle externo para

garantir seu funcionamento eficiente (Lima, 2003).

Smith salientava que qualquer interferência Estatal nas

atividades comerciais tenderia a desfazer o equilíbrio natural, ou seja,

ele apregoava o princípio do laissez-faire, deixar as peças funcionarem

sozinhas na distribuição dos recursos dentro dos limites impostos pelo

mercado (Smith, 1986). A teoria de Smith a respeito do capitalismo,

reforçada e de certa forma modificada pelo economista David Ricardo,

compôs a filosofia da Revolução Industrial e ainda hoje conta com

grande aceitação no mundo.

O sociólogo Herbert Spencer, na última metade do século XIX,

com base na teoria de Charles Darwin1 sobre a origem das espécies e

a sobrevivência do mais apto, criou a correspondente visão social: O

Darwinismo Social. A nova teoria dava a entender que as pessoas

mais capazes e possuidoras de maiores recursos ascenderiam à

cúpula da hierarquia social e que essa era a ordem natural das coisas.

No regime do Darwinismo Social era apenas natural a existência de

classes ricas e pobres, e qualquer tentativa de perturbar essa ordem

hierárquica era considerada antinatural e contrária ao melhor interesse

da sociedade. Portanto, era claro o apoio que o Darwinismo Social

dava à ética protestante e à concepção de Adam Smith do laissez-

faire (Lima, 2003).

1 Naturalista inglês (12/2/1809-19/4/1882). Participa como naturalista, em 1831, de uma

expedição de volta ao mundo no navio Beagle. A viagem, promovida pela Marinha

Inglesa para completar dados cartográficos de seu interesse, dura cerca de cinco anos.

No decorrer da viagem, obtém informações fundamentais para formular a Teoria da

Evolução das Espécies. Publicada em 1859 no livro A Origem das Espécies, a qual

defende a tese de que o meio ambiente seleciona os seres mais aptos e elimina os

menos dotados.

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Contudo, no século XIX começaram a surgir às primeiras

dissidências em relação à ideologia capitalista. O mais famoso

dissidente foi Karl Marx, que em 1848 escreveu com Frederick

Engels a obra intitulada “O Manifesto Comunista” e, em 1867, “O

Capital”. Marx e Engels encaravam o sistema capitalista em evolução

como uma ameaça de vulto à estrutura social, e recomendavam uma

medicação revolucionária. Os industrialistas e os capitalistas estavam

desfazendo a ordem social estabelecida. “A Burguesia”, diziam eles,

“sempre que conseguiu dominar acabou com todas as relações

feudais, patriarcais e idílicas, rompeu impiedosamente os diversos

laços feudais que ligavam o homem aos seus “superiores naturais”, e

não deixou nenhum elo entre o homem e o homem senão o cru

interesse próprio e os empedernidos pagamentos em dinheiro. Marx

concitou a uma revolução do proletariado para quebrar a ordem

capitalista e estabelecer o comunismo.

As atividades anti-sociais desenvolvidas por numerosos

industrialistas no fim do século XIX deram origem a uma substancial

insatisfação pública em relação ao sistema empresarial. O

aparecimento de gigantescas corporações e trustes e dos notórios

poderes monopolistas que eles tinham levou várias forças internas da

sociedade a reclamar alguma forma de regulamento ou controle. Elas

mostraram que a desenfreada aplicação do laissez-faire podia não

mostrar eficiência em um sistema de oligopólio e de monopólio. Assim

o período compreendido entre o final do século XIX e o início do século

XX foi marcado pela introdução de atos reguladores do governo,

principalmente nos Estados Unidos.

Embora desde os distantes anos do século XVII se encontrem

nos Estados Unidos traços de atividades trabalhistas organizadas,

foram somente a partir da segunda metade do século XIX que os

sindicatos de trabalhadores se mostraram eficientes como poder

contrabalanceador dos industrialistas. Durante as primeiras fases da

revolução industrial, numerosas restrições legais foram impostas à

ação coletiva dos grupos de trabalhadores, tanto nos Estados Unidos

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como na Europa Ocidental. Essencialmente, os tribunais sustentavam

que os sindicatos constituíam conspirações que visavam à restrição do

comércio.

Nos Estados Unidos, o movimento “Knights of Labor” foi

organizado em 1869 e permaneceu como sociedade secreta até 1879,

quando começou a operar abertamente. Ela foi franqueada a todos os

trabalhadores, tendo-se formado uma coalizão com grupos de

trabalhadores do campo, para a defesa de importantes reformas

sociais consideradas necessárias diante das práticas anti-sociais dos

industrialistas. A “American Federation of Labor” (AFL), fundada em

1886, serviu de padrão para o movimento trabalhista norte-americano.

Entre 1895 e 1920 surgiram organizações trabalhistas radicais, como o

Partido Trabalhista Socialista e a “Industrial Workers of the World”

(IWW). A IWW reunia os trabalhadores da indústria em organizações

militantes, visando à derrubada do sistema capitalista. Embora tendo

saído de cena após a Primeira Guerra Mundial, ela representou uma

violenta reação contra o darwinismo industrial predominante naquele

período (Kast & Rosenzweig, 1987).

A década de 1920 constituiu o ponto alto da empresa norte-

americana e do sistema industrial, com previsões de prosperidade sem

limites. Mas a década de 1930 rebaixou consideravelmente o conceito

dos empresários e apresentou à ideologia capitalista o mais violento

desafio. A Grande Depressão, iniciada com o desmoronamento do

mercado acionário, em 1929, e continuando com um colapso

econômico maciço, ameaçou a própria estrutura do sistema econômico

e social da época. O desemprego disseminado por toda parte e o

colapso dos mercados sacudiram as raízes da ideologia capitalista

clássica, e o bode expiatório que apareceu foi à empresa.

A doutrina clássica era um belo modelo de sistema fechado com

ajuste automático. Não havia necessidade de qualquer interferência ou

de qualquer força externa para assegurar a distribuição ótima e a plena

utilização dos recursos econômicos.

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Na doutrina econômica clássica, as depressões por um lado

eram aceitas como inevitáveis e por outro eram considerados períodos

de ajustamento de curta duração, constituindo apenas deslocações de

menor porte na utilização de recursos. Na linha desse modelo, o pleno

emprego e a plena utilização dos recursos seriam atingidos em um

novo ponto de equilíbrio. Isso, entretanto não foi o que ocorreu durante

a Grande Depressão. A Depressão estendeu-se, com ligeiras

modificações de 1929 até que o estímulo da Segunda Guerra Mundial

à atividade industrial introduzisse uma meia-volta.

Embora a própria Depressão constituísse naquela época uma

suposta prova da falência do sistema econômico e da ética capitalista

clássica, coube ao economista inglês John Maynard Keynes, através

do livro “The General Theory of Employment, Interest and Money”,

em 1936, apresentar a explicação teórica do fato. A tese keynesiana

questionava a própria base da doutrina econômica clássica do laissez-

faire, pela qual o mecanismo do mercado e o sistema de preços se

ajustariam automaticamente passando para um ponto de equilíbrio da

plena utilização dos recursos e da mão-de-obra.

Keynes explicou a Depressão sugerindo que se podia alcançar

o equilíbrio a despeito de um grande número de pessoas

involuntariamente desempregadas e de outros recursos não utilizados.

Ele deu mais ênfase ao consumo do que às poupanças, como meio de

se chegar à utilização plena dos recursos. Sem um sistema auto-

ajustável operando em favor do pleno emprego tanto da mão de obra

como de outros recursos, por essa tese seria necessária uma força

externa que fornecesse o mecanismo de equilíbrio, portanto, essa força

seria o governo (Dillard, 1989).

A Teoria Keynesiana foi recebida com bastante hostilidade por

parte da comunidade empresarial da época e ainda permaneceu sob

suspeita dos agentes econômicos. No entanto, pouco se duvida de que

a inescapável realidade da Grande Depressão e da persuasão dos

pontos de vista de Keynes exerceu bastante influência sobre a ética

capitalista, transformando-a para sempre.

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Talvez a maior influência que Keynes2 exerceu sobre as

transformações da ética capitalista pode ser vista nas propostas ativas

do “New Deal”, o qual consistia no termo aplicado ao programa do

presidente norte-americano Franklin Delano Roosevelt, entre 1933 e

1938, pelo qual ele procurava recuperar a economia dos Estados

Unidos da América e acabar com a Grande Depressão.

O termo New Deal, que significa "novo acordo", foi utilizado por

Roosevelt em seu discurso de 1932, quando aceitou a indicação para

ser candidato à presidência da República. A incapacidade de resolver

os problemas surgidos após a Grande Depressão levou à derrota do

então presidente republicano Hoover para Roosevelt, democrata,

em 1933.

A legislação do New Deal foi proposta por políticos

progressistas, administradores e especialistas a serviço do presidente.

A inspiração veio de economistas da escola de Keynes, que pregava

a intervenção do Estado na economia para diminuir os focos de tensão

social, por meio de grandes investimentos públicos: construção de

estradas, usinas, escolas etc. O objetivo era melhorar a distribuição de

renda, a fim de aumentar a capacidade de absorção do mercado

interno.

O plano foi aprovado por maioria esmagadora no Congresso

Norte-Americano. Suas principais medidas foram: fechamento

temporário dos bancos e a requisição dos estoques de ouro para

sanear as finanças; a desvalorização da moeda por meio de uma

2 John Maynard Keynes – economista inglês (05/06/1883–21/04/1946). Um dos

pensadores econômicos mais influentes do século XX. Nasceu em Cambridge e estudou

na universidade local, onde passou a lecionar. Em 1919 renunciou ao cargo de delegado

britânico na Conferência do Tratado de Versalhes, por discordar das indenizações

exorbitantes impostas à Alemanha no pós-guerra. Expôs suas críticas no livro “As

Conseqüências Econômicas da Paz” (1919). Seu principal trabalho, A Teoria Geral do

Emprego, do Juro e do Dinheiro (1936), é considerado a base da chamada "Revolução

keynesiana". Nele, o economista contraria a teoria clássica segundo a qual as

economias tenderiam para o equilíbrio e o pleno emprego. Sustentou que o desemprego

poderia perdurar indefinidamente se os governos não fizerem gastos para estimular a

economia e o crescimento. Em 1944 representou o Reino Unido na Conferência de

Bretton Woods, que definiu a instituição do Fundo Monetário Internacional (FMI) e o

Banco Mundial, visando a regulação da economia ocidental no pós-guerra.

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inflação moderada, com o objetivo de elevar os preços dos produtos

agrícolas e permitir que os fazendeiros paguessem suas dívidas;

emissão de papel-moeda e o abandono do padrão-ouro, que permitiu

ao Banco Central Americano financiar o seguro-desemprego, para os

norte-americanos em todos os campos, visando atender a população

mais carente.

A legislação emergencial de 1933 acabou com a crise bancária e

restaurou a confiança pública. As medidas de alívio do chamado

primeiro New Deal, entre 1933 e 1935, como a criação da Autoridade

do Vale do Tennessee (Tennessee Valey), estimulam a

produtividade, e a administração de projetos de trabalho reduziu o

desemprego. A falência das agências do governo central provocou o

segundo New Deal, entre 1935 e 1938, devotados à recuperação por

meio de medidas como o Ato de Seguridade Social, que garantiu o

seguro-desemprego, dando cobertura previdenciária aos assalariados

e estabeleceu a liberdade sindical.

O New Deal estendeu a autoridade do governo federal e deu

atenção imediata aos problemas trabalhistas. Apoiaram trabalhadores,

fazendeiros e pequenos empresários e, indiretamente, a população

negra, que foi beneficiada pela legislação, que propôs equiparar as

oportunidades e criar padrões mínimos de salário, carga horária,

descanso e seguridade. O problema do desemprego, no entanto,

somente foi resolvido às vésperas da II Guerra Mundial, com a

reativação da indústria bélica, a partir de 1937, em função do

rearmamento dos países da Europa.

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2. Teorias da Administração

A Revolução Industrial foi o fator decisivo para o despontar da

Administração como ciência. Ao final do século XIX, o quadro era de

expansão maciça da indústria e cresciam os grandes impérios capitalistas

assim como os aspectos tecnológicos, conforme demonstrado na figura 1.

Figura 1 – Revolução industrial3

De acordo com Faria (2002), no início do século XX, a situação se

agravou, com o crescimento dos mercados, a diversificação de produtos e

de consumidores, a expansão de linhas de produção e os continuados

riscos, em um emaranhado complexo e interminável. Para tanto, era

preciso racionalizar o trabalho e aumentar a eficiência, sendo os

principais obstáculos:

O crescimento acelerado e desorganizado das empresas;

A real necessidade de aumentar a eficiência;

A necessidade de se definir qual era o cenário de negócios;

Baixo rendimento do maquinário;

Alta taxa de desperdício;

Insatisfação geral (patrões e empregados);

Concorrência intensa;

Variado número de empresas.

3 Fonte: http://search.creativecommons.org/?q=era+industrial&format=Image

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Nesse período ocorreu o surgimento da Administração quando

dois engenheiros publicaram suas experiências. Um era americano,

Frederick Winslow Taylor (1856-1915), o qual desenvolver a chamada

Escola da Administração Científica, com a proposta de aumentar a

eficiência da indústria por meio da racionalização do trabalho dos

operários. O outro era o francês Henry Fayol (1841-1925) que

desenvolveu a chamada Escola Clássica da Administração, com a

proposta de aumentar a eficiência da empresa por meio de sua

organização e da aplicação e princípios gerais da administração. Embora

esses dois precursores da administração apresentaram pontos de vista

diferentes é certo que suas ideias se completaram, razão pela qual suas

teorias dominaram as cinco primeiras décadas no século passado no

panorama da administração de empresas. (CHIAVENATO, 2009). Vamos

conhecer mais sobre essas teorias:

2.1. Administração Científica (Taylorismo)

Os princípios contidos na Organização Científica do Trabalho

(OCT), também conhecida por Teoria da Administração Científica ou

Taylorismo, os quais foram idealizados no início do século XX nos

Estados Unidos da América por Frederick Winslow Taylor e seus

seguidores, pregavam conceitos ligados à melhoria dos processos

empresariais quando enfatizavam a análise do trabalho e sua

decomposição em tarefas seriais. Da mesma forma que a melhoria dos

processos aborda atualmente a questão da utilização de recursos

tecnológicos para o incremento dessas melhorias, a OCT pregava a

utilização da tecnologia para capacitar à mudança nos métodos de

trabalho.

No começo do século XX, as ideias de Frederick Winslow Taylor

(figura 2), provocaram uma verdadeira revolução no pensamento

administrativo e no mundo industrial da época. (FARIA, 2002).

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De acordo com Faria (2002), Taylor nasceu na Filadélfia, veio de

uma família com princípios rígidos, tendo sido educado com muita

disciplina. Iniciou sua vida profissional como operário em 1878, passando

a chefe de turma, contramestre, chefe de oficina e engenheiro (1885).

Preocupado em eliminar o desperdício e as perdas das indústrias

americanas, e ainda aumentar o nível de produtividade, aplicou métodos

e técnicas desenvolvidas pela engenharia industrial. Iniciou seus estudos

e experiências pelo trabalho do operário, generalizando suas conclusões

para a administração.

Figura 2 - Frederick Winslow Taylor4

Em 1881, ainda operário, foi autorizado a iniciar estudos sobre

“tempo”, com a proposta de racionalizar o manejo de materiais (lingotes

de ferro) e o tempo padrão para cada operação, determinando ainda os

requisitos físicos para o operário padrão. Com seus estudos e análises, a

racionalização do trabalho permitiu que um homem realizasse o trabalho

de quatro homens, e ainda, conseguiu reduzir o custo de manipulação

dos materiais.

O Taylorismo abordava vários princípios relacionados aos

conceitos da melhoria dos processos empresariais, conforme descrito a

seguir:

4 Fonte: http://search.creativecommons.org/?q=era+industrial&format=Image

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a) Distinção clara entre a execução do trabalho e o seu projeto.

b) A suposição clara de que existe um projeto ideal para qualquer

processo de trabalho.

c) A necessidade de medidas e controles da eficiência e eficácia do

trabalho.

d) A necessidade de que os trabalhadores deveriam seguir

procedimentos padronizados (TAYLOR, 1970).

As principais características da Teoria da Administração

Científica são:

Eliminação de desperdícios;

Caráter científico dos processos produtivos;

Eficiência e eficácia na empresa;

Interesse único entre empregador e empregado (dependência);

Divisão do trabalho.

Taylor e outros adeptos da OCT encaravam a organização

empresarial de um ponto de vista altamente mecanicista e viam no

trabalhador um elemento do sistema, racional e maximizador do lucro. A

OCT exerceu influência em muitas das idéias relativas à direção das

organizações. Além disso, criou o conceito do “Homo Economicus”

(Homem Econômico), o qual necessita da organização para a sua

própria sobrevivência.

A diferença entre os princípios da OCT e os da melhoria dos

processos empresariais é que os últimos oferecem a possibilidade de

tornar novamente completos trabalhos que tenham sido fragmentados e

especializados pelo Taylorismo.

A preocupação de racionalizar, padronizar e prescrever normas de

conduta ao administrador levou os engenheiros da Administração

Científica a pensar que tais princípios pudessem ser aplicados a todas as

situações possíveis. Um princípio é uma afirmação válida para uma

determinada situação; é uma previsão antecipada do que deverá ser feito

quando ocorrer àquela situação. Dentre a profusão de princípios

defendidos pelos autores da Administração Científica, os mais

importantes são:

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2.1.1. Princípios da Administração Científica de Taylor

Onde a gerência deve seguir quatro princípios básicos, a saber:

a) Princípio de Planejamento: Substituir no trabalho o critério

individual do operário, a improvisação e a atuação empírico-

prática, por métodos baseados em procedimentos científicos.

Substituir a improvisação pela ciência através do planejamento

do método de trabalho;

b) Princípio de Preparo: Selecionar cientificamente os

trabalhadores de acordo com suas aptidões, prepará-los e

treiná-los para produzirem mais e melhor, de acordo com o

método planejado. Preparar máquinas e equipamentos em um

arranjo físico e disposição racional;

c) Princípio do Controle: Controlar o trabalho para se certificar

de que está sendo executado de acordo com os métodos

estabelecidos e segundo o plano previsto. A gerência deve

cooperar com os trabalhadores para que a execução seja a

melhor possível;

d) Princípio da Execução: Distribuir atribuições e

responsabilidades para que a execução do trabalho seja

disciplinada (TAYLOR, 1970).

2.1.2. Princípios de Eficiência de Emerson

Harrington Emerson (1853-1931) foi um engenheiro que

simplificou os métodos de trabalho. Popularizou a Administração

Científica e desenvolveu os primeiros trabalhos sobre seleção e

treinamento de empregados (CHIAVENATO, 2002).

Os princípios de rendimento preconizados por Emerson são os

seguintes:

1. Traçar um plano bem definido, de acordo com os objetivos;

2. Estabelecer o predomínio do bom senso;

3. Oferecer orientação e supervisão competentes;

4. Manter disciplina;

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5. Impor honestidade nos acordos, ou seja, justiça social no trabalho;

6. Manter registros precisos, imediatos e adequados;

7. Oferecer remuneração proporcional ao trabalho;

8. Fixar normas padronizadas para as condições de trabalho;

9. Fixar normas padronizadas para o trabalho em si;

10. Fixar normas padronizadas para as operações;

11. Estabelecer instruções precisas;

12. Oferecer incentivos ao pessoal para aumentar o rendimento e a

eficiência.

2.1.3. Princípios Básicos de Ford (Fordismo)

Provavelmente, o mais conhecido de todos os precursores da

Administração Científica, Henry Ford (1863-1947) iniciou sua vida como

mecânico. Projetou um modelo de carro e em 1899 fundou sua primeira

fábrica de automóveis, que logo depois foi fechada. Sem desanimar,

fundou, em 1903, a Ford Motor Co. Sua idéia: popularizar um produto

antes artesanal e destinado a milionários, ou seja, vender carros a preços

populares, com assistência técnica garantida, revolucionando a estratégia

comercial da época.

Entre 1905 e 1910, Ford promoveu a grande inovação do século

XX: a produção em massa. Embora não tenha inventado o automóvel

nem mesmo a linha de montagem, Ford inovou na organização do

trabalho: a produção de maior número de produtos acabados com a maior

garantia de qualidade e pelo menor custo possível. E essa inovação teve

maior impacto sobre a maneira de viver do homem do que muitas das

maiores invenções do passado da humanidade.

Em 1913 já fabricava 800 carros por dia. Em 1914, repartiu com

seus empregados uma parte do controle acionário da empresa.

Estabeleceu o salário mínimo de cinco dólares por dia e jornada diária de

oito horas, quando, na época, a jornada variava entre dez e doze horas.

Em 1926, já tinha 88 fábricas e empregava 150.000 pessoas, fabricando

2.000.000 carros por ano. Utilizou um sistema de concentração vertical,

produzindo desde a matéria-prima inicial ao produto final acabado, além

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da concentração horizontal através de uma cadeia de distribuição

comercial por meio de agências próprias. Ford fez uma das maiores

fortunas do mundo graças ao constante aperfeiçoamento de seus

métodos e processos de trabalho.

A racionalização da produção proporcionou a linha d.e montagem

que permite a produção em série. Na produção em série ou em massa, o

produto é padronizado, bem como o maquinário, o material, a mão-de-

obra e o desenho do produto, o que proporciona um custo mínimo. Daí, a

produção em grandes quantidades, cuja condição precedente é á

capacidade de consumo em massa, seja potencial, na outra ponta. A

condição-chave da produção em massa é a simplicidade.

Três aspectos suportam o sistema:

1. A progressão do produto através do processo produtivo é

planejada, ordenada e contínua;

2. O trabalho é entregue ao trabalhador em vez de deixá-lo com a

iniciativa de ir buscá-lo;

3. As operações são analisadas em seus elementos constituintes

(CHIAVENATO, 2002).

Para obter um esquema caracterizado pela aceleração da

produção por meio de um trabalho ritmado, coordenado e econômico,

Ford adotou três princípios básicos:

Principio de Intensificação: Diminuir o tempo de duração com a

utilização imediata dos equipamentos e matéria-prima e a rápida

colocação do produto no mercado;

Princípio de Economicidade: Reduzir ao mínimo o volume do

estoque da matéria-prima em transformação, fazendo com que o

automóvel fosse pago à empresa antes de vencido o prazo de

pagamento dos salários e da matéria-prima adquirida. A velocidade

de produção deve ser rápida: "o minério sai da mina no sábado e é

entregue sob a forma de um carro ao consumidor, na terça-feira, à

tarde;

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Princípio de Produtividade: Aumentar a capacidade de produção

do homem no mesmo período (produtividade) por meio da

especialização e da linha de montagem. O operário ganha mais e o

empresário tem maior produção (CHIAVENATO, 2002).

Ford teve uma incrível intuição de marketing: concluiu que o mundo

estava preparado para um carro financeiramente acessível. Em seguida,

buscou as técnicas de produção em massa como a única forma de

viabilizá-Io. Então definiu o preço de venda e desafiou a organização a

fazer com que os custos fossem suficientemente baixos para garantir

aquele preço.

Assim, deu ao mercado o que ele queria: modelos simples e

acessíveis. O problema apareceu três décadas depois, quando os outros

fabricantes como a General Motors, por exemplo, começaram a

acrescentar opcionais aos carros enquanto Ford continuava fabricando os

mesmos modelos simples, básicos e de uma só cor: preta. O gênio de

marketing perdeu a percepção e a noção daquilo que os clientes

passaram a aspirar.

2.1.4. Princípio da Exceção de Taylor

Taylor adotou um sistema de controle operacional simples e

baseado não no desempenho médio, mas na verificação das exceções ou

desvios dos padrões normais. Em outros termos, tudo o que ocorre dentro

dos padrões normais não deve ocupar demasiadamente a atenção do

administrador. Esse deve estar preocupado com as ocorrências que se

afastam dos padrões - as exceções – para que sejam corrigidas.

Os desvios positivos ou negativos que fogem dos padrões normais

devem ser identificados e localizados para a tomada de providências. Daí

o princípio da exceção, segundo o qual as decisões mais freqüentes

devem ser transformadas em rotina e delegadas aos subordinados,

deixando os problemas mais sérios e importantes para os superiores.

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O Princípio da Exceção é um sistema de informação que acusa

os resultados concretos que divergem ou se distanciam dos resultados

previstos.

O Princípio da Exceção se baseia em relatórios condensados e

resumidos que mostram apenas os desvios ou afastamentos, omitindo as

ocorrências normais, tornando-os comparativos e de fácil utilização e

visualização.

Essa foi à forma pela qual Taylor concebeu a delegação que se

tornaria depois um princípio de organização amplamente aceito, fazendo

dos Estados Unidos da América e, posteriormente, o Japão, os principais

países que alcançaram uma excelente produtividade nas suas empresas.

È bem verdade que até hoje essas idéias são consideradas por muitas

empresas contemporâneas (TAYLOR, 1970).

2.1.5. Principais Contribuições da Teoria da Administração Científica

A Administração e a Organização deveriam ser estudadas e

tratadas cientificamente, a improvisação deveria dar lugar ao

planejamento, e o empirismo, à ciência, pois para Taylor, a partir de seus

estudos, três eram os fatores que acarretavam problemas às indústrias, a

saber (CHIAVENATO, 2009; FARIA, 2002):

Vadiagem dos operários, que reduziam a produção a um terço do

normal;

A gerência desconhecia as rotinas de trabalho e o tempo de sua

realização;

A falta de uniformidade das técnicas e métodos de trabalho.

Um ponto bastante forte da teoria científica se refere à divisão de

responsabilidade, ou seja, a gerência fica com o planejamento e a

supervisão, e o trabalhador fica com a execução, pura e simples. (FARIA,

2002).

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Outro aspecto também valorizado pela administração científica foi o

incentivo salarial e o prêmio compatível à produção. Surgiu também o

conceito de Homo Economicus, segundo o qual toda pessoa é

influenciada por recompensas salariais, econômicas e materiais. O

homem trabalha não porque gosta, mas sim, pela necessidade de

satisfazer suas vontades. (KURCGANT, 1999; FARIA, 2002)

Na organização racional do trabalho, a preocupação não se limitou

à divisão de trabalho, padronização de métodos e processos,

especialização do operário, mas também à padronização das máquinas,

equipamentos, instrumentos e ferramentas visando a reduzir a

variabilidade, a diversidade, enfim eliminar o desperdício. Estabeleceram-

se quatro princípios básicos para a administração: planejamento,

preparo, controle e execução. (FARIA, 2002).

2.1.6. Outros Colaboradores da Teoria científica

Muitos engenheiros colaboraram com os métodos preconizados

por Taylor e/ou participaram de seus estudos, dentre eles: Carl Barth

(1860-1939), Henry Lawrence Gantt (1861-1919) e Frank B. Gilbreth

(1868-1924), entre outros.

2.1.7. Crítica à Teoria Científica

De acordo com Faria (2002), são numerosas as críticas à obra de

Taylor e seus seguidores, mas há que se mencionar o mérito e o fato de

serem pioneiros em um momento em que nada proporcionava condições

propícias para tratar do assunto.

A figura 3 a seguir, apresenta as principais críticas à Teoria da

Administração Científica.

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Figura 3 – Principais Críticas à Teoria da Administração Científica Fonte: Elaborado pelo Autor

2.2. Teoria Clássica (Fayolismo)

Enquanto Taylor apresentava a administração científica nos

Estados Unidos, surgiu na França (1916) a Teoria Clássica,

caracterizada pela ênfase na estrutura e na busca de eficiência das

empresas. De acordo com Kurcgant (1991), essa teoria visava à eficiência

da organização pela adoção de uma estrutura adequada e de

funcionamento compatível com essa estrutura. Pela ênfase que davam à

estrutura e ao funcionamento, os seguidores dessa teoria foram

denominados respectivamente de “anatomistas” e “fisiologistas” da

organização.

Henri Fayol (figura 4) acreditava que a Administração como uma

ciência verdadeira deveria ser estudada pelas universidades. Ele

acreditava que a eficiência operacional de uma organização era motivada

através da forma de melhor administrar a empresa, por parte do seu

gestor (FAYOL, 1978).

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Figura 4 – Henri Fayol

5

Henri Fayol (1841-1915), o fundador da Teoria Clássica nasceu em

Constantinopla e faleceu em Paris. Seu trabalho, antes da tradução para

o inglês, foi divulgado por Urwick e Gulick, dois autores clássicos. Em

1860, aos 19 anos de idade, formou-se em engenharia e sua teoria,

baseada na prática colhida ao longo de quase 70 anos, permitiu-lhe

registrar, anotar, analisar, identificar e proclamar seus princípios. Suas

ideias de que a administração pode e deve ser ensinada merece citação e

respeito. Exerceu ainda atividades diversas, como administrador,

presidente ou membro de comissões em empresas metalúrgicas. (FARIA,

2002)

As principais características da Teoria Clássica de Fayol, também

conhecida como Teoria da Gerência Administrativa são:

Divisão do trabalho;

Eficiência operacional;

Divisão da organização em seis funções operacionais específicas:

técnica, comercial, financeira, segurança, contábil e administrativa;

Função administrativa coordenando as demais funções

operacionais;

Cada função tendo os seguintes atos administrativos:

planejamento, organização, comando, coordenação e controle.

Como conseqüência, Fayol criou os cinco atos administrativos, os

quais ficaram mundialmente conhecidos pela sigla POCCC, deixando

implícitos os seus significados no âmbito da Administração. São eles:

5 Fonte: http://search.creativecommons.org/?q=era+industrial&format=Image

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Planejamento;

Organização;

Comando,

Coordenação;

Controle.

As idéias de Fayol são muito utilizadas ainda hoje pelas

organizações contemporâneas. As funções básicas da empresa. Fayol

salienta que toda empresa apresenta seis funções, a saber:

1. Funções técnicas, relacionadas com a produção de bens ou de

serviços da empresa.

2. Funções comerciais, relacionadas com compra, venda e

permutação.

3. Funções financeiras, relacionadas com procura e gerência de

capitais.

4. Funções de segurança, relacionadas à proteção e preservação

dos bens e das pessoas.

5. Funções contábeis, relacionadas com inventários, registros,

balanços, custos e estatísticas.

6. Funções administrativas, relacionadas com a integração de

cúpula das outras cinco funções (FAYOL, 1978).

As funções administrativas coordenam e sincronizam as demais

funções da empresa, pairando sempre acima delas. Para Fayol "nenhuma

das cinco funções essenciais precedentes tem o encargo de formular o

programa de ação geral da empresa, de constituir o seu corpo social, de

coordenar os esforços e de harmonizar os atos. Essas atribuições

constituem outra função, designada pelo nome de Administração.

Fayol define o ato de administrar como: prever, organizar,

comandar, coordenar e controlar (FAYOL, 1978). As funções

administrativas envolvem os elementos da Administração, isto é, as

funções do administrador, a saber:

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1. Prever: Visualizar o futuro e traçar o programa de ação.

2. Organizar: Constituir o duplo organismo material e social da

empresa.

3. Comandar: Dirigir e orientar o pessoal.

4. Coordenar: Ligar, unir, harmonizar todos os atos e esforços

coletivos.

5. Controlar: Verificar que tudo ocorra de acordo com as regras

estabelecidas e as ordens dadas.

Esses são os elementos da Administração que constituem o

chamado Processo Administrativo, sendo localizáveis no trabalho do

Administrador em qualquer nível ou área de atividade da empresa. Em

outros termos, tanto o diretor, o gerente, o chefe, como o supervisor -

cada qual em seu respectivo nível - desempenham atividades de

previsão, organização, comando, coordenação e controle, como

atividades administrativas essenciais.

Para Fayol existe uma proporcionalidade da função administrativa:

ela se reparte por todos os níveis da hierarquia da empresa e não é

privativa da alta cúpula. A função administrativa não se concentra

exclusivamente no topo da empresa, nem é privilégio dos diretores, mas é

distribuída proporcionalmente entre os níveis hierárquicos. Na medida em

que se desce na escala hierárquica, mais aumenta a proporção das

outras funções da empresa e na medida em que se sobe na escala

hierárquica mais aumenta a extensão e o volume das funções

administrativas.

O quadro 1 a seguir apresenta as cinco funções do administrador

segundo Fayol.

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1. Previsão. Avalia o futuro e o aprovisionamento dos recursos em função dele.

2. Organização.

Proporciona tudo o que é útil ao funcionamento da empresa e pode ser dividida em organização material e organização social.

3. Comando.

Leva a organização a funcionar. Seu objetivo é alcançar o máximo retorno de todos os empregados no interesse dos aspectos globais do negócio.

4. Coordenação.

Harmoniza todas as atividades do negócio, facilitando seu trabalho e sucesso. Sincroniza coisas e ações em proporções certas e adapta meios aos fins visados.

5. Controle.

Consiste na verificação para certificar se tudo ocorre em conformidade com o plano adotado, as instruções transmitidas e os princípios estabelecidos. O objetivo é localizar as fraquezas e erros no intuito de retificá-los e prevenir a recorrência.

Quadro 1: Funções do Administrador Fonte: CHIAVENATO, 2002

Ainda que reconhecendo o emprego da palavra Administração

como sinônimo de Organização, Fayol faz uma distinção entre ambas às

palavras. Para ele, Administração é um todo do qual a organização é uma

das partes. O conceito amplo e compreensivo de Administração - como

um conjunto de processos entrosados e unificados - abrange aspectos

que a Organização por si só não envolve, tais como previsão, comando e

controle. A Organização abrange apenas a definição da estrutura e da

forma, sendo, portanto, estática e limitada.

A partir daí, organização passa a ter dois significados diferentes:

1. Organização como uma entidade social na qual as pessoas

interagem entre si para alcançar objetivos específicos. Neste

sentido, a palavra organização significa um empreendimento

humano moldado intencionalmente para atingir determinados

objetivos. As empresas constituem um exemplo de organização

social.

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2. Organização como função administrativa e parte do processo

administrativo (como previsão, comando, coordenação e controle).

Nesse sentido, organização significa o ato de organizar, estruturar

e alocar os recursos, definir os órgãos incumbidos de sua

administração e estabelecer as atribuições e relações entre eles

(FAYOL, 1978).

Os quatorzes Princípios Gerais da Administração, segundo

Fayol, são:

1. Divisão do trabalho: Consiste na especialização das tarefas e das

pessoas para aumentar a eficiência;

2. Autoridade e Responsabilidade: Autoridade é o direito de dar

ordens e o poder de esperar obediência. A responsabilidade é uma

conseqüência natural da autoridade e significa o dever de prestar

contas. Ambas devem estar equilibradas entre si;

3. Disciplina: Depende de obediência, aplicação, energia,

comportamento e respeito aos acordos estabelecidos;

4. Unidade de Comando: Cada empregado deve receber ordens de

apenas um superior. É o princípio da autoridade única;

5. Unidade de Direção: Uma cabeça e um plano para cada conjunto

de atividades que tenham o mesmo objetivo;

6. Subordinação dos Interesses Individuais aos Gerais: Os

interesses gerais da empresa devem sobrepor- se aos interesses

particulares das pessoas;

7. Remuneração do Pessoal: Deve haver justa e garantida

satisfação para os empregados e para a organização em termos de

retribuição;

8. Centralização: Refere-se à concentração da autoridade no topo da

hierarquia da organização;

9. Cadeia Escalar: É a linha de autoridade que vai do escalão mais

alto ao mais baixo em função do princípio do comando;

10. Ordem: Um lugar para cada coisa e cada coisa em seu lugar. É a

ordem material e humana;

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11. Eqüidade: Amabilidade e justiça para alcançar a lealdade do

pessoal;

12. Estabilidade do Pessoal: A rotatividade do pessoal é prejudicial

para a eficiência da organização. Quanto mais tempo uma pessoa

permanecer no cargo, tanto melhor para a empresa;

13. Iniciativa: A capacidade de visualizar um plano e assegurar

pessoalmente o seu sucesso;

14. Espírito de Equipe: A harmonia e a união entre as pessoas são

grandes forças para a organização (FAYOL, 1978).

2.2.1. Principais Contribuições da Teoria Clássica

Para Fayol, em toda empresa coexistem seis funções: técnica,

comercial, financeira, de segurança, contábil e administrativa, funções

que se equivalem aos processos administrativos: prever, organizar,

coordenar, comandar e controlar. (KURCGANT, 1991; SILVA, 2008).

Silva (2008) detalhou os processos administrativos conforme

segue:

Previsão – tentativa de avaliar o futuro, tudo que pode ocorrer;

Organização – Mobilização dos recursos;

Comando – estabelecimento de orientações para os

empregados, fazer agir o pessoal;

Coordenação – unificação e harmonia de todas de todas as

atividades;

Controle – medir e dimensionar os atos para verificar se estão

ocorrendo de acordo com o plano traçado.

Os principais fundamentos da Teoria Clássica:

Divisão do trabalho: especialização das tarefas e das

pessoas visando aumentar a eficiência;

Autoridade e responsabilidade: a autoridade foi definida para

Fayol como o direito de dar ordens e esperar obediência,

sendo a responsabilidade uma consequência da autoridade;

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Unidade de comando: o empregado deverá receber ordens de

um único superior, princípio de autoridade única;

Centralização: concentração da autoridade no topo da

empresa. (FARIA, 2002; SILVA, 2008)

A estrutura organizacional é influenciada de forma bastante

acentuada pelas concepções antigas e tradicionais, preocupação que

marcou a essência da Teoria clássica.

Ainda de acordo com Fayol, alguns princípios devem fazer parte da

vida diária do administrador, como conhecer profundamente o pessoal,

dispensar os incapazes, dar bom exemplo, fazer inspeções periódicas;

não deixar se absolver por detalhes, cada chefe dirige a sua maneira,

impor regras, entre outras. (FARIA, 2002).

2.2.2. Críticas à Teoria Clássica

A figura 5 a seguir, apresenta as principais críticas à Teoria

Clássica:

Figura 5 – Principais Críticas à Teoria Clássica

Fonte: Elaborado pelo Autor

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2.3. Abordagem Humanística – Teoria das Relações Humanas

Nesse período, a Administração sofreu uma verdadeira revolução,

pois se antes a ênfase recaía nas tarefas e estrutura, com a abordagem

humanística, iniciada nos Estados Unidos em 1930, o enfoque passou a

ser as pessoas.

De acordo com Silva (2008), o movimento das relações

humanas foi um esforço combinado entre teóricos e práticos para fazer

os gerentes mais sensíveis às necessidades dos empregados e a

preocuparem-se com o aspecto psicológico e sociológico, quando

pensado no grupo, em lugar dos métodos de trabalho.

Um marco no surgimento dessa teoria foi à experiência de

Hawthorne, desenvolvida em 1924 por Elton Mayo, que, embora

pretendesse mostrar a influência da iluminação na produção, acabou por

concluir que o fator psicológico interferia na produtividade dos

trabalhadores de forma mais acentuada. Concluiu que a produção estava

relacionada à integração do indivíduo no grupo social. (KURCGANT,

1991)

Com a Teoria das Relações Humanas, a administração passou a

tratar, entre outros, temas relativos à motivação humana, liderança,

comunicação, organização informal e dinâmica de grupo. A colaboração

humana tem origem na organização informal e não na formal.

(KURCGANT, 1991; FARIA, 2002)

2.3.1. Críticas à Teoria das Relações Humanas

A figura 6 a seguir, apresenta as principais críticas à Teoria das

Relações Humanas:

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Figura 6 – Principais Críticas à Teoria das Relações Humanas

Fonte: Elaborado pelo Autor

2.3.2. Comparações entre a Teoria Clássica e a Teoria das Relações

Humanas

Teoria Clássica Teoria das Relações Humanas

Trata a organização como máquina Trata a organização como grupo de pessoas

Enfatiza as tarefas ou tecnologia Enfatiza as pessoas

Inspirada em sistemas de engenharia Inspirada em sistemas de psicologia

Autoridade centralizada Delegação plena de autoridade

Especialização e competência técnica Autonomia do empregado

Acentuada divisão do trabalho Confiança de abertura

Confiança nas regras e nos regulamentos Ênfase nas relações humanas entre as pessoas

Clara separação entre linha e staff Confiança nas pessoas

Dinâmica grupal e interpessoal

Quadro 2: Comparações entre as Teorias Clássica e das Relações Humanas

Fonte: FARIA, 2002

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2.4. Teoria Burocrática

A partir de 1940 as críticas à Teoria Clássica e à Teoria das

Relações Humanas realçam a falta de uma teoria da organização sólida,

abrangente e que servisse de orientação ao administrador. Com base na

obra de Max Weber alguns estudiosos encontraram a inspiração para

essa nova teoria – Teoria da Burocracia (FARIA, 2002; SILVA, 2008)

2.4.1. Max Weber

Nos primeiros anos de 1900, Max Weber, sociólogo alemão,

apresentou um trabalho no qual fazia a bibliografia das grandes

organizações da época, dando-lhe a denominação de Burocracia, e

considerou o século XX como o século das burocracias.

Para Weber a organização por excelência é a Burocracia.

Figura 7 – Max Weber6

2.4.2. Principais Contribuições da Teoria Burocrática

De acordo com Faria (2002), a Burocracia é a organização

eficiente por excelência, tendo como principais características:

Caráter legal das normas e regulamentos – são escritos, cobrem

todas as áreas da empresa, são racionais e legais;

Caráter formal das comunicações – registradas por escrito e

utilizando rotinas e formulários para maior facilidade;

6 Fonte: http://search.creativecommons.org/?q=era+industrial&format=Image

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Unidade: TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO

Caráter racional e divisão do trabalho – sistemática divisão de

trabalho atendendo a uma racionalidade;

Impessoalidade nas relações – feitas em termos de cargos e

funções; o poder é impessoal e deriva do cargo;

Completa previsibilidade de funcionamento – o comportamento

dos membros da empresa é previsível.

2.4.3. Críticas à Teoria Burocrática

De acordo com Kurcgant (1991), Faria (2002) e Silva (2008) as

principais críticas à Teoria Burocrática estão apresentadas na figura 8, a

seguir:

Figura 8 – Principais Críticas à Teoria Burocrática

Fonte: Elaborado pelo Autor

2.5. Teoria Comportamental

Nesta teoria, a ênfase na preocupação com a dinâmica

organizacional, ou seja, no comportamento organizacional possibilitou o

enfoque para a variável “pessoas”. (KURCGANT, 1991; FARIA, 2002;

SILVA, 2008).

Para explicar o comportamento organizacional, essa teoria enfocou

o comportamento das pessoas por meio da motivação humana utilizando-

se do referencial de Maslow (SILVA, 2008), conforme figura 9 a seguir:

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Unidade: TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO

Figura 9 – Hierarquia das Necessidades de Maslow

Fonte: Elaborado pelo Autor

Abraham H. Maslow apresentou uma teoria segundo o qual as

necessidades humanas estão organizadas e dispostas em níveis, numa

hierarquia de importância e influência. Assim que uma necessidade é

satisfeita, surge em seguida outra, em um processo contínuo e sem fim.

Cabe ao administrador conhecer essas necessidades para melhor

entender o comportamento das pessoas e utilizar a motivação como um

meio para melhorar a qualidade de vida dentro da empresa.

(KURCGANT, 1991; FARIAS, 2002; SILVA, 2008)

A Teoria Comportamental teve em Herbert A. Simon seu principal

expoente, mas outros grandes colaboradores para essa teoria, como

Douglas McGregor com a apresentação da Teoria X e Y, Rensis Likert,

Abraham Maslow, entre outros. (FARIAS, 2002).

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2.6. Teoria dos Sistemas e Teoria Contingencial

A Teoria dos Sistemas, desenvolvida na década de 1960,

fundamentou-se em três premissas básicas: os sistemas existem dentro

de sistemas; os sistemas são abertos e as funções de um sistema

dependem de sua estrutura.

Para que possamos entender melhor esse conceito, vamos utilizar

um exemplo: nos últimos anos, as organizações de saúde apresentam

estruturas com características dessa teoria. As organizações de saúde

são aceitas como subsistemas do sistema maior, o sistema de saúde, e

com ele intercambiam, ou seja, um sistema dentro de outro sistema.

(KURCGANT, 1991; SILVA 2008)

A Abordagem Contingencial propõe que a eficácia organizacional

só é atingida após o uso de variados modelos, isto é, não existe uma

forma única de se atingir um objetivo. (FARIA, 2002)

A partir desse conceito é possível entender o nome dado a essa

teoria, pois “contingência” significa incerteza, eventualidade, possibilidade

de um fato acontecer ou não. Para Faria (2002), a mais nova das teorias

resulta das pesquisas de diversos autores no tocante às variáveis

“ambiente” e “tecnologia”.

Considerações Finais

Vimos o quanto as Teorias da Administração, além dos novos

Paradigmas da Administração e a Competição Empresarial afetam

decisivamente para a estratégia de a organização alcançar seus objetivos

e metas de mercado. Os administradores devem adotar uma nova

mentalidade que valoriza as características básicas da competição

empresarial contemporânea baseada em: Preço, Flexibilidade, Inovação,

Integração e Tecnologia e os desafios que daí surgirem.

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Anotações

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Referências

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