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Notícias da Faculdade 1 FACULDADE Ano XI - nº 55 - novembro/2011 Direito São Bernardo NOTÍCIAS DA Prefeitura sela acordo de pagamento da dívida e FDSBC resgata autonomia institucional

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Boletim Notícias da Faculdade

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Notícias da Faculdade 1

FACULDADEAno XI - nº 55 - novembro/2011 Direito São Bernardo

NOTÍCIAS DA

Prefeitura sela acordo de

pagamento da dívida e FDSBC

resgata autonomia institucional

Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo2 Notícias da Faculdade 3

>>> NOTAS

O Informativo “Notícias da Faculdade” é uma publicação produzida pela Comunicação Social da Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo, gratuito e dirigido a toda a comunidade. Diretor Marcelo José Ladeira Mauad Vice-Diretor Rui Décio Martins Responsável Editorial Simone Dias e KB Comunicação Colaboradores Coluna Dica de Leitura: Valéria Cristina Pereira Furlan; Coluna TCC Nota 10: Carmela Dell’Isola Fotografia Marcos Lins e equipe da Comunicação Social Revisão: KB Comunicação Diagramação Simone Dias e Danielle Mattos Impressão e acabamento Art Printer Gráficos & Editores.

Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo, Autar-quia Municipal, Rua Java 425, Jardim do Mar, São Ber-nardo do Campo/SP, 09750-650.

www.direitosbc.br - Fone: 4123-0222Sugestões: [email protected]

EXPEDIENTE <<<

Queridos amigos,

Ao longo deste ano de 2011, obtivemos conquistas importantíssimas para a nossa esti-mada Faculdade de Direito. Desejo, porém, destacar neste momento a aprovação das duas leis municipais, nºs 6151 e 6155, sancionadas pelo Sr. Prefeito Luis Marinho em setembro. A primeira diz respeito ao pagamento integral da dívida da Prefeitura com a Faculdade, no valor remanescente de R$ 70.275.503,89. Os detalhes estão na revista, mas é funda-mental salientar que a lei prevê a aquisição do imóvel e edificações onde se encontra hoje o campus, a transferência de recursos essenciais à construção de nossa nova biblioteca (R$ 10.000.000,00, metade em novembro e o restante até março de 2012) e o pagamento em dinheiro de R$ 44.552.272,21, dividido em prestações anuais, com juros e correção monetária. É certo que a quitação desta dívida muito contribuirá para salvaguardar as finanças da Instituição, porém o mais relevante é que isto nos permite recuperar a nossa autonomia institucional. É preciso cumprimentar o Sr. Prefeito Luis Marinho por honrar este compromisso, de encontrar uma solução justa para a Prefeitura e para a Faculdade. Um agradecimento especial também aos Srs. Vereadores, pois, em ambos os casos, as aprovações foram por unanimidade e a Faculdade sempre recebeu uma atenção especial por parte de todos os nossos representantes eleitos. A segunda lei diz respeito à reorganização administrativa da Instituição e tem como objeti-vos: unificar as leis municipais que se referem à Faculdade; adequar a estrutura administrativa e funcional às demandas atuais e futuras, visando sempre aprimorar a prestação de serviços à comunidade acadêmica e, de igual modo, à população carente de SBCampo. Aproveito para lembrar que, só em 2010, nossos estagiários e demais profissionais (professores e funcionários) realizaram cerca de 39.000 atendimentos a pessoas de baixa renda. Esta lei, ainda, visa tornar permanentes os programas de bolsas de estudos oferecidos pela Faculdade, podendo ser ampliados no futuro, com a criação da nova modalidade de “Bolsa Restituível”, além de outras medidas de interesse para a instituição como um todo. Devo dizer que tudo isto tem uma única finalidade, melhorar sempre a qualidade dos serviços que são prestados pela Faculdade e assegurar um ensino de qualidade aos nossos alunos. Não poderia terminar sem falar de uma novidade importante. Instituímos o Encon-tro de Direito Ambiental, coordenado pela Profª. Patrícia Caldeira, que acontecerá anual-mente, no mês de agosto. Soma-se aos demais eventos oficiais realizados pela Faculdade (Aula Magna, Encontro da Mulher, Encontro do Trabalho, Semanajur e Congresso). O tema é um dos mais destacados da atualidade e por isto merece uma abordagem especial por parte da Instituição. Espero que possam desfrutar das próximas páginas com a certeza de que nossa Faculdade está determinada a buscar sempre mais o aprimoramento do ensino jurídico e da prestação dos serviços à comunidade.

Abraço a todos. Marcelo Mauad - Diretor

EditorialSumário

Notas

Acordo Selado

II Congresso /

XI SEMANAJUR

I Encontro de

Direito Ambiental

IX Encontro sobre

Direito do Trabalho

Opinião do Professor

TCC nota 10

Perfil do Professor

Dica de Leitura

Perfil do Funcionário

7

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18

20

22

23

23

3

10

21

Ex - aluno da FDSBC é novo desembargador do TJ/SP

O ex-aluno da FDSBC, Dr. Ronaldo Sérgio Moreira da Silva, foi empossado desembargador do TJ/SP, em cerimônia realizada no Palácio da Justiça no dia 28 de abril de 2011.

Ronaldo Sérgio Moreira da Silva formou-se pela Faculdade de Direito de São Ber-nardo do Campo e em 1983 ingressou na magistratura, sendo nomeado Juiz Substi-tuto na 14ª Circunscrição Judiciária com

A FDSBC recebeu, no dia 12 de maio, o professor português Paulo Cunha, que ministrou uma aula para os alunos do 1º ano sobre Neoconstitucionalismo.

O palestrante tratou da relação entre a Constituição e o tempo, discorrendo sobre perspectivas a respeito do constituciona-lismo contemporâneo, por alguns denom-inado neoconstitucionalismo, e apresentou comparações entre o direito português e o direito brasileiro, importantes para desen-

sede em Barretos e promovido para o Foro Distrital de Colina em 1984. Em 1985, atuou no Foro Distrital de Vo-torantim, comarca de Sorocaba e foi promovido para a 5ª Vara Criminal da comarca de Santo André em 1988. Pro-movido a juiz de Direito de entrância es-pecial, atuou na 7ª Vara Criminal Central de São Paulo em 1997 e foi removido para o cargo de juiz substituto em 2° grau, em 9 de junho de 2005.

Palestra com o Prof. Paulo Cunha

No dia 22/09, a FDSBC recebeu o Dr. Paulo Vannuchi, ex-ministro de Direi-tos Humanos, que ministrou a aula de abertura do módulo “O atendimento do Município ao ART. 6º da Constituição Federal”, do Curso de Especialização

em Direito Municipal e Políticas Públicas – 1ª Turma.

Aula com o Dr. PauloVannuchi

No dia 27/07, o Prof. Rodrigo Gago defendeu sua tese intitulada “O cumpri-mento de sentença como procedimento único para as execuções de alimentos”. O professor, que já é Mestre em Direito das Relações Sociais pela PUC/SP, con-cluiu os créditos exigidos para a obten-ção do título de Doutor em Direito das Relações Sociais pela mesma Instituição.

A banca examinadora teve como presi-dente o Prof. Dr. Donaldo Armelin,

Prof. Rodrigo Gago defende tese de Doutorado na PUC

Doutor em Direito Processual Civil pela PUC-SP, e os membros foram os Pro-fessores Doutores: William Santos Fer-reira, Doutor em Direito Processual Civil; Francisco José Cahali, Doutor em Direito Civil; Carlos Fonseca Monnerat, Doutor em Direito e Antonio de Pádua Notariano Junior, Doutor em Direito Processual Civil. Os cumprimentos de toda comuni-dade acadêmica para o professor.

A Professora Dra. Nélida Cristina dos Santos, titular da disciplina Direito Tributário - matutino e Coordenadora do Curso de Pós-Graduação em Direito Tributário pela FDSBC foi convidada a integrar, e o faz desde outubro de 2011, o Centro de Estudos da AJUFESP (As-sociação dos Juízes Federais de São Paulo e Mato Grosso do Sul), órgão responsável por planejar e administrar as atividades científicas e acadêmicas da Associação, voltadas aos juízes federais da 3ª Região, bem como à comunidade jurídica em geral. Composto por cinco conselheiros efetivos, quatro juízes federais e a pro-fessora-advogada, única nessa categoria, o Centro de Estudos está sob a direção do juiz federal Paulo Conrado e tem város projetos, dentre eles, o evento mar-cado para os próximos dias 24 e 25 de novembro, o 3º Congresso AJUFESP de Execuções Fiscais, que ocorrerá no auditório da AGU, na Rua da Consola-ção nº1875 em São Paulo. As inscrições devem ser feitas pelo site: www.ajufesp.org.br a um custo simbólico de R$40,00. Participem.

Profª. Nélida Cristina dos Santos integra Centro de Estudos da AJUFESP

volver uma perspectiva histórico-evolutiva do Direito Constitucional atual.

Ainda, em conjunto com o Prof. Luiz Guilherme Arcaro Conci, divulgou a criação da Academia Internacional de História e Filosofia Constitucionais (HIFIC), que contará com estudiosos de diversos países e universidades, volta-dos para o aprofundamento dos estu-dos históricos e filosóficos do Direito Constitucional.

Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo4 Notícias da Faculdade 5

>>> NOTASNOTAS <<<

Ex-aluna da Direito São Bernardo é aprovada em concurso para Juíza Federal

Em maio, Barbara de Lima Iseppi, 26 anos e ex-aluna da Direito São Bernardo, figurou como a mais jovem entre os 35 candidatos aprovados no XV Concurso de Ingresso na Carreira de Juiz Federal Substituto da 3ª Região (SP e MS).

Para Barbara, formada na FDSBC em 2006, a Faculdade teve um papel muito importante para despertar o interesse não só pelo Direito, mas também pelas carreiras públicas.

Foi aprovada em 3º lugar na seleção para estágio na Prefeitura de São Ber-nardo do Campo em 2004. Após dois anos, passou em uma nova seleção para estágio, dessa vez no Ministé-rio Público Federal, também em São Bernardo do Campo. “O ambiente da Direito São Bernardo foi estimulante para mim. Participei de grupos de es-tudo da iniciação científica, fui ‘Mono-

grafia Nota 10’ e fiz diversos cursos ex-tracurriculares. Salvo engano, completei a carga horária obrigatória de atividades extras no terceiro ano. Sempre gostei de estudar”, complementa.

Logo após a graduação, Barbara pas-sou um ano estudando Direito na Itália. Candidatou-se em um concurso para bolsas de estudo e foi a candidata sele-cionada na América Latina. Ao voltar, no final de 2007, foi aprovada no exame da OAB e começou a advogar com algu-mas amigas da Faculdade.

Em 2008, foi aprovada para o cargo de Procuradora em Guarulhos. Tomou posse em 2009 e lá permaneceu até ja-neiro de 2011, quando foi aprovada no concurso da Defensoria Pública do Es-tado de São Paulo. E, finalmente, em maio de 2011, foi aprovada para o cargo de Juíza Federal Substituta.

O ex-aluno da Direito São Bernardo Guilherme Augusto dos Santos Silva se tornou Procurador da Prefeitura de Americana e destacou a importância de um estágio qualificado, como o da FDSBC, que permita a vivência da práti-ca jurídica para a escolha certa.

Guilherme se formou em 2009 e teve uma carreira de sucesso também dentro da Faculdade, onde foi premiado com diversas Bolsas Mérito.

O ex-aluno ressalta que o estágio foi mui-to importante para adquirir os conhe-cimentos necessários para ingressar no mercado de trabalho. No quarto ano da graduação, começou a estagiar na Direito São Bernardo. Comentou que, na época, fez Estágio Profissional de Advocacia (EPA) em Ética, Prática Constitucional, Prática Civil e Prática Trabalhista. No se-gundo ano do estágio, fez EPA Trabalhis-ta, ministrado pela Profª Eliana Borges Cardoso. “Cada conhecimento adquirido

Novo Procurador da Prefeitura de Americana é ex-aluno da FDSBC

No dia 03 de junho, os alunos Marcela Giulia Coppini, Gustavo Cardoso Viani, Marina Bueno Nascimento, Eduarda Ribeiro Monteiro, Yuri Klink, Janyelly Minervino Araújo e Osman Carreira Pessoa e os ex-alunos Maria da Glória Perez Delgado Sanches e Fernando Henrique Rossi participaram da grava-

ção de dois programas “Apostila”, da TV Justiça.

Os temas abordados foram Nacionali-dade e Cidadania e Condição Jurídica do estrangeiro no Brasil, ministrado pelo Prof. Dr. Valério Mazzuoli, especialista em Direito Internacional.

Alunos da FDSBC participam da gravação do programa Apostila

Feiras de Profissões 2011

A Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo tem, cada vez mais, aumenta-do sua participação em Feiras de Profissões em escolas e colégios do Ensino Médio.

De maio à outubro, a Faculdade participou de onze feiras, sendo: Termomecânica - SBC (10/06), Externato Santo Antônio – SCS (31/05), Colégio São José - SBC (04/06), Colégio Objetivo – SCS (11/06), Colégio Barão - Mauá (15/06), Colégio Singular – S.André (20/08), Colégio Ábaco – SBC (03/09), Escola Santa Olímpia – SBC (16/09), Escola Francisco Cristiano – SBC (24/09), ETEC “Lauro Gomes” – SBC (26/10) e CAMP (29/10) – SBC.

Nestas feiras, os vestibulandos têm a oportunidade de conversar com os alunos da FDSBC para saber mais informações sobre o curso de Direito e as carreiras jurídicas.

Agradecemos aos professores Arthur Luis Mendonça Rollo, Gilberto Carlos Maistro Júnior, Carmela Dell’Isola e André Felipe Soares de Arruda, que palestraram sobre o curso e as carreiras.

Agradecemos a todos os funcionários que muito se dedicam para divulgar o nome da Faculdade. E agradecemos também aos alunos da Graduação da FDSBC: Emanuelle Furlan, Nicoli Fracchetta, Heloísa Alves da Cunha, Elisse Cristina Rossi, Bethânia Brandão Alves da Silva, Marcely Ferreira, Juliana Maria Raffo Montero, Bruna Paiva, Guilherme Melchiades Dias, Jaqueline Fernandes, Karina Oliveira Silva, Elise Cristine Raz, Otávio Naves de Oliveira, Samir Sampaio, Arthur Hokama Angeli, Henrique Fabretti Moraes, Marcella Lange Del Vecchio, Carol Pellizzer de Paiva, Luiza Calfa, Giovanna Clara Ferrareze e Eduardo Arnon Eloy Mendonça da Cruz.

Nos meses de junho e julho, acon-teceram as Solenidades de Entrega de Certificados de Pós-Graduação para a 2ª turma de Direito Previdenciário e para a 5ª turma de Direito e Relações do Trabalho da Faculdade de Direito São Bernardo do Campo.

Os eventos foram no Anfiteatro da

Cerimônia de entrega dos certificados da 2ª turma de Direito Previdenciário e da 5ª turma de Direito e Relações do Trabalho

Aconteceu na noite de 23 de agosto uma simulação de audiência trabalhista da turma do 4º Ano, que contou com a presença da Juíza Andréa Sayuri Tanoue, que é ex-aluna da FDSBC.

Esta aula prática foi ministrada pelo

Simulação de audiência trabalhista tem presença de Juíza

Faculdade e tiveram como Professores Homenageados a Dra. Eliana Fiorini Vargas e o Dr. Davi Furtado Meirelles, e os oradores da turma foram Alcides Targher, Carla Okubaru e Indaya Camila Stoppa de Souza.

A Faculdade parabeniza a todos os pós-graduados.

possibilitou a construção do meu projeto profissional e tornou minhas escolhas mais objetivas”, comenta Guilherme.

“A Faculdade, por oferecer alicerces sóli-dos para a minha formação jurídica e para a orientação em meus estudos posteriores à graduação, mostrou-se fundamental para que lograsse êxito no concurso público e pudesse assumir o cargo que ocupo atual-mente” afirma o ex-aluno da Direito São Bernardo.

Prof. José Ivanildo. Nesta oportuni-dade, os alunos puderam aprender na prática como são as etapas de um jul-gamento.

A FDSBC agradece a ilustre presença e participação da Juíza.

No dia 2 de julho, aconteceu mais um evento Direito na Palma da Mão, na EMEB Rui Barbosa.

A Profª Rosa Benites Pelicani acom-panhou a equipe de cinco estagiários do Escritório Escola e Poupatempo e uma aluna, que fizeram 08 atendimen-tos ao público.

O diretor da FDSBC, Dr. Marcelo José Ladeira Mauad, esteve no local e disse que fez questão de comparecer para demonstrar seu total apoio ao projeto, tão importante para a cidade de São Bernardo e para a formação de nos-sos alunos.

Direito na Palma da Mão

Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo6 Notícias da Faculdade 7

NOTAS <<< >>> ACORDO SELADO

Aconteceu no dia 13 de agosto, a Aula Magna da 1ª e 2ª Turmas de Especializa-ção em Direito Processual Civil e o tema abordado foi “A visão do STJ frente ao processo contemporâneo”.

O Ministro, que é professor aposentado da Casa, reportou-se ao sistema adotado por tribunais superiores estrangeiros e fez comparação com os tribunais brasileiros.

Destacou a dificuldade enfrentada pelos Ministros diante do excessivo número de recursos a serem julgados, que os fa-zem trabalhar de “lua a lua”. Mencionou que, em alguns sistemas estrangeiros, o processo é totalmente público, inclusive os de família, e que não há processos em segredo de justiça como aqui, o que faz com que as pessoas procurem re-solver suas diferenças extrajudicialmente,

Aula Magna ministrada pelo Dr. Sidnei Beneti

Dr. Eduardo Domingos Bottallo recebe título de Cidadão São Bernardense

No dia 31 de agosto de 2011, a Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo sediou a Sessão Solene para entrega do Título de Cidadão São Bernardense ao Prof. Dr. Eduardo Domingos Bottallo, importante jurista do Brasil e professor Honoris Causa da Instituição.

A comissão para homenagear o Dr. Bottallo foi presidida pelo ex-aluno da Direito São Bernardo, o vereador Tunico Vieira e a mesa de honra com-posta pelo Prof. Dr. Marcelo José La-deira Mauad, diretor da Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo, Dr. Leandro Piccino, Presidente 39° Subseção da OAB do município, Profa. Dra. Nélida Cristina Santos, coordena-dora do curso de Direito Tributário da Pós-Graduação da Direito São Ber-nardo, além dos desembargadores Prof. Dr. Osvaldo Caron e Prof. Dr. Carlos Eduardo Cauduro Padin.

O Dr. Mauad expressou a alegria de ter ao centro da mesa de honra uma figura tão ilustre e importante para a história da Instituição. “Podemos dizer que o Dr. Bottallo foi tudo na Direito São Bernardo. Foi aluno, professor, Diretor, representou a Faculdade em inúmeros eventos e coordenou o curso de Pós-

Graduação de Direito Tributário. To-das as grandes escolas de Direito têm ícones e a Faculdade também possui sua “velha-guarda”, que mantém as tradições e ensina o caminho para as novas gerações. Bottallo, com certeza, é uma referência permanente em nossa Instituição. A Direito São Bernardo é e sempre será a casa dele”, finalizou.

Uma grande homenagem foi feita através da exibição de um vídeo, com depoimentos de familiares, amigos e inúmeras autoridades, que tiveram a oportunidade de conviver com o Dr.

Bottallo. Foi uma viagem no tempo por meio dos registros da vida do jurista.

Após a apresentação do vídeo, Dr. Bottallo disse ter preparado um texto nos dias que antecederam o evento, mas, depois de tudo que presenciou, estava sem pala-vras. “Recebi hoje tantas emoções, para as quais meu interior não estava pre-parado, que eu prefiro me calar e deixar que se sobressaia esta linda homenagem, da qual todos os presentes fazem parte e contribuíram para minha história. De-sejo a vocês uma vida tão rica e cheia de realizações quanto a minha”, declarou.

porque sabem que se forem a juízo o problema se tornará público.

Por fim, ele passou uma importante men-sagem: “Não deve o magistrado, ao julgar, adjetivar as partes, como, por exemplo, mencionar “o delinquente, etc.”.

A FDSBC agradece a ilustre presença do Ministro Sidnei Beneti.

Dr. Eduardo Domingos Bottallo e sua família

No dia 18 de novembro, o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho, assinou o compromisso de pagamento da dívi-da com a Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo, firmado pela lei 6.151/2011, na presença do Diretor da instituição, Prof. Dr. Marcelo José La-deira Mauad, representantes da Câmara dos Vereadores, funcionários, professo-res e alunos da Faculdade. A cerimônia de assinatura ocorreu na sede da prefei-tura de São Bernardo. “A Faculdade de Direito é muito importante para a cidade, é uma marca. Ela oferece um curso de qualidade com um preço acessível, inclusive balizando as outras faculdades”, afirmou o pre-feito Luiz Marinho ao assinar o Termo de Consolidação, Confissão de Dívida e

O município quitará a dívida contraída em 2004 e com isso a instituição reconquista sua autonomia financeira.

Luiz Marinho assina compromisso de paga-mento da dívida com a Direito São Bernardo

Compromisso de Pagamento. Durante o evento, Dr. Mauad agra-deceu ao prefeito, aos vereadores e aos secretários municipais pelo trabalho que permitiu o fechamento do acordo. “Foi absolutamente fundamental o trabalho de todos os funcionários da Faculdade e da Prefeitura envolvidos direta ou in-diretamente com esse acordo”, declarou Dr. Mauad. O diretor também falou so-bre a ótima avaliação que a Faculdade recebeu por parte do MEC e sobre os trabalhos de assistência jurídica gratuita prestados à comunidade carente de São Bernardo, destacando o atendimento de 39 mil pessoas durante o ano de 2010. Segundo o prefeito, a assinatura do documento é o cumprimento de um compromisso firmado em 2008. “Du-

rante minha campanha, eu me compro-meti a quitar a dívida e é o que estamos fazendo hoje. Nós consolidamos o acordo depois de fazer todas as nego-ciações sobre o volume de correção do valor. Agora realizamos o pagamento de parte significativa e planejamos o paga-mento parcelado do restante”, afirmou Marinho. Na ocasião, também foram apresen-tados os benefícios da Lei 6.155/2011, que trata da reorganização administra-tiva e consolida leis anteriores sobre a Faculdade de Direito. Entre as mudan-ças comentadas estavam a extinção de cargos obsoletos, criação de cargos efe-tivos e o estabelecimento permanente de programas de bolsas de estudos con-cedidos a alunos e servidores.

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Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo8 Notícias da Faculdade 9

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ACORDO SELADO <<< >>> ACORDO SELADO

Início da História A dívida, cujo pagamento foi esta-belecido no acordo assinado por Luiz Marinho, foi gerada pela prefeitura de São Bernardo do Campo no ano de 2004, quando, em cumprimento a Lei Municipal nº 5.364/2004, o valor aproxi-mado de R$ 55 milhões foi transferido da Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo para os cofres do município. A retirada desse dinheiro trouxe grande dificuldade para as contas da Autarquia Municipal e acarretou a perda de sua au-tonomia financeira. A patir dessa lei, a integridade da Faculdade de Direito correu sérios ris-cos. Em 2005, pressionados a pagar a dívida adquirida, a gestão da prefeitura de São Bernardo, à época, cogitou até mesmo a municipalização da instituição de ensino. Dessa forma a dívida se tor-naria automaticamente inválida. Esse processo de transformação da Facul-dade em um órgão da prefeitura elimi-naria também toda a sua autonomia, obrigando que todos os projetos e in-vestimentos fossem aprovados pelo pre-feito, mas a ideia não foi levada adiante.

A FDSBC enfrentou diversos problemas financeiros, tendo inclu-sive que solicitar ao município que ar-casse com os recolhimentos das con-tribuições por ela devidas ao Fuprem (Fundo de Previdência Municipal) em 2008, utilizando os recursos que ha-viam sido transferidos. Agora, a lei 6.151/2011 e a assinatu-ra do Termo de Consolidação pelo pre-feito de São Bernardo trouxeram a pos-sibilidade de solucionar a ação popular em andamento no Tribunal de Justiça e darão segurança para que a Faculdade de Direito prossiga com sua dupla missão institucional: ensino público de quali-dade e prestação de relevantes serviços à comunidade carente do município.

Compromisso Cumprido Em 2008, em campanha eleitoral para prefeito, Luiz Marinho recebeu o Prof. Dr. Marcelo José Ladeira Mauad e se comprometeu a quitar a dívida, caso fosse eleito. Quando assumiu o cargo em 2009, levou o caso adiante como prioridade em sua gestão e passou a es-tudar medidas a serem tomadas junta-mente com a Secretaria de Finanças. Segundo o Secretário de Finanças, Dr. Jorge Alano Silveira Garagorry, foi uma longa discussão entre a Prefeitura e a Faculdade de Direito para avaliar as possibilidades e chegar a uma conclusão definitiva. “Estudamos uma solução para re-solver o caso da melhor forma. Che-gamos ao comum acordo após um le-vantamento detalhado dos controles financeiros da Prefeitura e também do projeto de Lei”, explicou Alano. O valor foi renegociado até novembro de 2010, chegando à quantia de R$ 70.275.503,89 por intermédio do Projeto de Lei nº 64/2011. No último dia 14 de setembro, em sessão ordinária, a Câmara de São Ber-nardo do Campo aprovou por una-

nimidade o projeto que autorizou em definitivo o pagamento da dívida com a Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo. Com a aprovação, cerca de R$ 15 milhões serão destinados à qui-tação do terreno do campus da Autar-quia, além de R$ 10 milhões, pagos em duas parcelas, que serão destinados à construção de uma nova biblioteca. A outra parte do valor, R$ 44.552.272,21, será dividida em 130 parcelas mensais. A primeira parcela deverá ser paga em dezembro, mês seguinte à assinatura do Termo de Consolidação, Confissão de Dívida e Compromisso de Pagamento, realizada no dia 18 de novembro.

“”

Com a lei, a Faculdade retoma seus recursos financeiros e

também sua autonomia administrativa, garantindo seu

patrimônio e valores agregados ao município.

Jorge Alano Silveira Garagorry, Secretário de Finanças

Durante minha campanha, eu me comprometi a quitar a dívida e é o que

estamos fazendo hoje.

Luiz Marinho, Prefeito de São Bernardo do Campo

Com a lei, a Faculdade retoma seus recursos financeiros e também sua au-tonomia administrativa, garantindo seu patrimônio e valores agregados ao mu-nicípio”, complementou Alano, enfatizan-do a alta representatividade que a FDSBC tem no ABC, formando excelentes profis-sionais com um curso de alto padrão. Atestando a qualidade de ensino, o MEC (Ministério da Educação) e o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pes-quisas Educacionais Anísio Teixeira) classificaram a Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo em primeiro lugar na região do ABC pelo curso de Direito. A Faculdade obteve nota 4 no IGC (Índice Geral de Cursos), indica-dor de qualidade de educação superior, que avalia cursos de graduação e de pós-graduação (mestrado e doutorado). Na avaliação do Enade (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes) a FDSBC também recebeu nota 4, em uma escala de 1 a 5. O exame faz parte do Sinaes (Sistema Nacional de Educação Supe-rior), que avalia a estrutura e gestão das instituições, qualidade do conteúdo pro-gramático dos cursos e o desempenho dos alunos.

Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo10 Notícias da Faculdade 11

>>> II CONgRESSO JURÍDICO-CIENTÍFICO E XI SEMANAJURII CONgRESSO JURÍDICO-CIENTÍFICO E XI SEMANAJUR <<<

As atividades do II Congresso Jurídi-co-Científico e XI Semanajur, realizado no Cenforpe, em São Bernardo do Cam-po, tiveram início com a apresentação da história de superação da advogada crimi-nal Alexandra Szafir. O professor Vladimir Balico, Co-ordenador do Evento, homenageou a advogada criminal, formada pela USP, que convive há 6 anos com Esclerose Lateral Amiotrófica, que a impede de falar e se locomover de forma indepen-dente, fato que não é empecilho para que ela continue atuando na área. Álfio D’Ávila, companheiro e porta voz da Dra. Alexandra, leu o profundo e tocante discurso que ela mesma es-creveu, falando sobre a responsabilidade que os estudantes de direito têm por conhecerem a lei e afirmou que não se pode esperar ou exigir atos de cidadania de uma pessoa que nunca teve acesso a uma. O que se deve fazer é auxiliar para que todos tenham o mesmo direito. O Dr. Pierpaolo Bottini, Mestre em Direito Penal pela USP, iniciou então

sua palestra explicando o objetivo e a essência do projeto da Comissão da Verdade. “Não acredito que seja pos-sível construir um futuro brilhante se ainda temos medo e frustrações como nosso passado”, disse. Nos dias de hoje, ainda há dúvidas sobre quem pode ser inocentado quanto aos crimes cometidos na época da dita-dura militar e a Comissão tem o objetivo

de “preservar a lembrança e consertar a frustração da geração que ainda sofre com isso”, argumentou. Se aprovada, a Comissão vai con-versar com pessoas que participaram de alguma forma da ditadura, sendo como vítima, acusado ou apenas familiar de um falecido, apurar documentos e que-brar o sigilo daqueles que estão protegi-dos por lei. “O importante é saber a verdade, identificar os responsáveis, saber onde estão os corpos que nunca foram encon-trados e tranquilizar famílias que ainda vivem aflitas por não terem enterrado seus familiares”. “Encontros como esse da Direito São Bernardo mostram que a palavra e o conceito de ‘desenvolvimento’ estão indo para o lado humano e isso me deixa satisfeito. Creio que todos precisam ter sentimento humanista para que as coisas possam melhorar”.

A primeira noite do II Congresso Jurídico-Científico e XI Semanajur da Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo foi marcada pela discussão de temas como os princípios funda-mentais da Constituição da República, o acesso à justiça e o papel da Defenso-ria Pública da União na promoção dos Direitos Humanos. O Diretor Dr. Marcelo José Ladeira Mauad deu início ao evento. “Agradeço a todos os presentes. Essa noite daremos continuidade aos debates de alto nível que foram iniciados hoje de manhã”, afirmou o Diretor. O Dr. Marcus Vinicius Rodrigues Lima, Defensor Público Federal e Chefe da Defensoria Pública da União em São Paulo, começou a exposição falando so-bre a missão e respaldo constitucional da Defensoria Pública e qual o seu pa-pel no desenvolvimento da dignidade da pessoa humana, do acesso à justiça e da igualdade material. “A Defensoria Pública da União – DPU - busca orientar juridicamente as pessoas que sobrevivem com o míni-mo de condições financeiras, o chamado necessitado organizacional. É função da DPU realizar a defesa destes neces-sitados organizacionais em todos os graus, incluindo o aconselhamento, a consultoria e o auxílio extrajudicial, de acordo com a Constituição de 1988.” afirmou Marcus. Segundo o Chefe da Defenso-ria Pública da União em São Paulo, as

questões impostas pela sociedade não podem ficar a margem do Estado. “O princípio da dignidade humana é uma referência que todos os operadores do Di-reito devem ter como norte”, concluiu. Em seguida, os comentários sobre o tema foram realizados pela Prof.ª Dra. Ivani Contini Bramante, Professora da FDSBC, Desembargadora do TRT-SP e Coordenadora do Comitê para Moni-toramento e Resolução de Conflitos Fundiários Rurais e Urbanos e Trabalho Escravo do TRT-SP. A Desembargado-ra iniciou o debate questionando sobre o que é o direito ao desenvolvimento

Evento contou histórias de superação e debateu a luta pela defesa do Direito ao Desenvolvimento Humano no Brasil e no mundo.

humano, como ele é tratado pela Consti-tuição Federal e como o Brasil aborda essa questão. Para ilustrar a realidade do País, a Dra. Ivani apresentou casos nos quais o direito ao desenvolvimento e à dignidade humana foram violados, como a história de Maria da Penha, que originou a Lei 10.886/2004. “Os direitos fundamentais só podem ser efetivados se todos nós fizermos nossa parte. Por isso peço en-gajamento de todos os alunos da Direito São Bernardo nos programas de estágio da Instituição, que prestam um excelente serviço à comunidade carente” finalizou.

Congresso coloca em foco a luta pelo direito ao desenvolvimento humano

Dr. Marcus Vinicius Rodrigues Lima

“O princípio da dignidade humana é uma referência que todos os operadores do Direito devem ter como norte.”

Prof.ª Dra. Ivani Contini Bramante

“Os direitos fundamentais só podem ser efetivados se todos nós

fizermos nossa parte. Por isso peço engajamento de

todos os alunos da Direito São Bernardo nos

programas de estágio da Instituição, que prestam

um excelente serviço à comunidade carente”

“Nunca percam o idealismo, não importa o que digam vocês podem sim mudar o

mundo, basta fazer sua parte.”

Dra. Alexandra Szafir

Creio que todos precisam ter sentimento humanista para que as coisas possam melhorar”

Dr. Pierpaolo Cruz Bottini

Foto: Marcos Lins e equipe

Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo12 Notícias da Faculdade 13

II CONgRESSO JURÍDICO-CIENTÍFICO E XI SEMANAJUR <<<

Para dar início à segunda manhã da Semanajur, o professor Vladimir Balico iniciou os trabalhos, que abordaram o tema “Globalização, Cidadania e Direi-tos Humanos”, passando a palavra para o palestrante Vladmir Oliveira da Sil-veira, Doutor em Direito pela PUC-SP, Vice-Coordenador e Professor do pro-grama de mestrado da FADISP. O Dr. Silveira fez uma apresentação explicando qual é o papel das gerações para “reconstruir os direitos humanos

que foram devastados na primeira e na segunda Guerra Mundial”, completou. Ele afirma que a globalização e a ci-dadania caminham juntas, “a globaliza-ção não seria possível se não houvesse a cidadania, e as duas estão ligadas direta-mente à economia. Por isso, precisamos de um estado que dialogue com a comu-nidade”. Para que o desenvolvimento do ser humano seja integral, é preciso desvin-cular a ideia de que ser desenvolvido, ou

Na noite de 19 de outubro, o II Congresso Jurídico-Científico e XI Se-manajur colocou em evidência a atual discussão sobre o controle jurisdicional da convencionalidade das leis. Todos os presentes puderam conferir as novi-dades sobre o tema e esclarecer dúvidas com os palestrantes. A apresentação do tema foi inicia-da pelo Prof. Dr. Vladimir Balico, pro-fessor titular da Direito São Bernardo e coordenador do evento. “O controle da convencionalidade das leis é de ex-trema importância para os operadores do Direito, visto que pode alterar o sistema de controle no direito pátrio” iniciou Balico. O professor esclareceu que a temáti-ca nasceu da Emenda Constitucional 45/2004, que acrescentou o § 3º ao art. 5º da Constituição. “Dessa forma ficamos com o estado Constitucional e os direitos e garantias fundamentais as-segurados na própria constituição, como cláusula pétria”, explicou.

Segundo o Prof. Balico, hoje, no Es-tado Constitucional do Direito, temos uma legislação que serve para determi-nado Estado, enquanto país ou nação. “Nos países signatários de tratados in-ternacionais que cuidam dos Direitos

não, depende apenas da economia do país. É preciso melhorar e aprimorar o lado humano. As novas gerações estão conseguindo isso, há um crescimento dinâmico nos estudos sobre desenvolvi-mento humano, “além de tudo, é preciso reconhecer as necessidades e ter ética”, diz o professor. Encerrada a palestra, a mesa foi formada com os professores da Direito São Bernardo e o Dr. Carlos Weis foi convidado para dar início ao debate. Mestre em Direito pela USP, é Defensor Público do Estado de São Paulo e coor-denador do Núcleo de Cidadania e Di-reitos Humanos da Defensoria Pública de São Paulo. Dr. Weis colocou em questão a liga-ção dos direitos individuais e coletivos, ressaltando que concorda plenamente com as palavras do Dr. Silveira, e que “se os direitos coletivos forem respeita-dos e cumpridos, o desenvolvimento humano evolui, pois os direitos individuais poderão ser exercidos”. O Defensor Público complemen-tou dizendo que “além do direito do consumidor que revolucionou a Cons-tituição, todo cidadão tem o direito de ir e vir, habitação, família, saúde, educação, liberdade de expressão e de pensamento, etc”.

Humanos, tais tratados têm valor consti-tucional, desde que o chefe do executivo deste Estado tenha ratificado”, comple-mentou. O Prof. Balico explicou ainda que esse não é o caso do Brasil, pois preva-leceu no Supremo Tribunal Federal a tese de que os tratados internacionais que versem sobre os direitos humanos ficam abaixo da Constituição, mas acima das leis. “Dessa forma os tratados têm valor supralegal e infraconstitucional, ou seja, entre a Constituição e toda a legisla-ção infraconstitucional” afirmou o coor-denador. Logo após o Prof. Dr. Rui Décio Martins, vice-diretor da Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo, iniciou uma reflexão a respeito da Palestina, que não conseguiu se esta-belecer como um Estado Pleno ainda. O Dr. Rui explicou que o reconhe-cimento da Palestina como Estado pelo Brasil teve um impacto interno e em di-versos outros países. “Entretanto, ape-sar da especulação dos jornalistas, o re-conhecimento de Estado não é feito por tratados internacionais. A ONU não pode reconhecer a Palestina como Estado Pleno, apenas outras Nações”, finalizou.

Dr. Vladmir Oliveira da Silveira

“A globalização não seria possível se não houvesse a cidadania, e as duas estão ligadas diretamente à economia. Por isso, precisamos de um estado que dialogue com a comunidade”

Dr. Carlos Weis

“Se os direitos coletivos forem respeitados e cumpridos,

o desenvolvimento humano evolui, pois os direitos

individuais poderão ser exercidos”

Prof. Dr. Vladimir Balico

Prof. Dr. Rui Décio Martins

“O controle da convencionalidade das leis é de extrema importância para os operadores do Direito, visto que pode alterar o sistema de controle no direito pátrio”

>>> II CONgRESSO JURÍDICO-CIENTÍFICO E XI SEMANAJUR

“Apesar da especulação dos jornalistas, o

reconhecimento de Estado não é feito por

tratados internacionais. A ONU não pode

reconhecer a Palestina como Estado Pleno,

apenas outras Nações.”

Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo14 Notícias da Faculdade 15

II CONgRESSO JURÍDICO-CIENTÍFICO E XI SEMANAJUR <<< >>> II CONgRESSO JURÍDICO-CIENTÍFICO E XI SEMANAJUR

Pela primeira vez, em onze edições, profissionais da Comunicação coman-daram uma apresentação na Semanajur. Dois jornalistas e professores universi-tários da área de Comunicação foram convidados para palestrar e debater so-bre os direitos humanos. Dr. José Arbex Júnior, graduado em jornalismo e doutor em História Social pela USP, começou sua palestra definindo o tema do evento como “central, porém cada vez mais trágico e inatingível”. O jor-nalista discorreu sobre assuntos polêmi-cos como a fome no mundo, alimentos transgênicos e empresas que querem devastar o meio ambiente. “Por dia, 40 mil pessoas morrem de fome no mundo e desse número 20 mil são crianças. Ou seja, 7 vezes a mais do que o número de pessoas que morreram nos atentados do World Trade Center,. E ainda têm coragem de chamar o Bin Laden de terrorista, sendo que por dia, podemos considerar que há 7 quedas de torres gêmeas”, polemizou. Ele relembrou uma citação da ONU de 1988, onde diz que até 2015 a fome do mundo seria erradicada. Pouco tem-po depois, o discurso mudou para “a erradicação de pelo menos metade da fome no mundo. Perceberam que não

seria possível, por conta do capitalismo de certas empresas e pela crise em alguns países, e a última palavra foi de que não conseguiriam erradicar nem a metade”. Arbex cita o caso da empresa Mon-santo, que planejava plantar eucaliptos na região gaúcha, prejudicando um dos maiores reservatórios de água do pla-neta. “É vergonhoso ver como o País se curvou e não teve a dignidade de defender

suas terras e seus direitos, assim como está fazendo agora com a FIFA, curvando-se a regras absurdas”, enfatizou. Em seguida, Arquimedes Pessoni, jornalista e professor da USCS, deu iní-cio ao debate, realizando contrapontos muito interessantes a partir da palestra realizada anteriormente. Um vídeo sobre plágio e suas con-sequências foi exibido como alerta aos alunos e, em seguida, outra apresenta-ção sobre o comportamento dos jovens, quantos livros lêem por ano e, em contra partida, quantas horas passam diariamente nas redes sociais. “A mente de vocês é como se fosse uma caixa d’água. Se vocês não encherem com água, no caso, conteúdo, quando abrirem a boca, será como abrir uma tor-neira vazia, o que vai sair? Nada”, passou o recado. “Nosso papel enquanto Faculdade é trazer temas que façam os alunos pensa-rem, que tragam uma reflexão profunda de como aprimorar o que há de mais im-portante: o caráter e a responsabilidade”, disse o Dr. Mauad, “Não há outra forma de aprender se não com muito esforço e suor, mesmo fazendo parte da geração Y”.

A noite de encerramento do evento, realizado no dia 20 de outubro, reuniu es-tudantes, professores e profissionais da área para discutirem sobre o Direito e a Eman-cipação Humana, além de homenagear dois professores da Faculdade. O primeiro homenageado foi o Dr. Morinobu Hijo, advogado especialista em Direito Processual Civil e graduado em Direito pela FDSBC. A homenagem foi realizada pela Dra. Rosa Benites Pelicani, professora da Faculdade e Coordenadora Pedagógica do curso de Pós-Graduação Lato Sensu de Direito Processual Civil. “O Prof. Hijo e eu somos um exemplo dos resultados do trabalho realizado pela Direito São Bernardo, pois estudamos nesta casa e nos tornamos professores da Instituição. Parabéns!”, comentou a Dra. Rosa. Dando continuidade às homenagens, o Dr. Luiz Antonio Mattos Pimenta Araújo, professor decano da Direito São Bernardo, prestou honras ao colega Dr. Carlos Eduardo Cauduro Padin, desembargador do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, docente e colaborador assíduo da Faculdade. “Tenho a agradável tarefa de fazer uma pequena homenagem da Faculdade ao Prof. Padin, que hoje completa “bo-das de prata” na Direito São Bernardo. Esta é uma justa prova de admiração a quem tem um excelente currículo”, disse o Dr. Pimenta. Em seguida, a palestra de encerramen-

to abordou o Direito e a Emancipação Humana, e foi apresentada pelo Prof. Dr. Mauro Luis Iasi, Mestre e Doutor em So-ciologia e Professor licenciado da FDSBC. Ele comentou sobre a relação entre o conceito de emancipação humana e o Di-reito, partindo do pressuposto de que as formas jurídicas estão vinculadas às for-mas societárias das quais fazem parte. “Vivemos um momento onde parece chegar ao ponto máximo o desencantar de um mito. O mito ao qual me refiro é que a humanidade chegou a acreditar que a afirmação do ser humano como centro do universo poderia levar à humanização do mundo”, explicou. Ele demonstrou com fatos históricos que o Direito não apenas se desenvolve como também pode passar por processos de retrocesso. “O futuro do Direito nada mais é do que a comprovação da história e do pas-sado. A desigualdade ameaça não somente a parcela da população excluída da cen-tralização do capital destinado aos ricos, como também prejudica a própria existên-cia da humanidade” finalizou o Dr. Iasi. O evento foi encerrado pelo coordena-dor Prof. Dr. Vladimir Balico. “Agradeço ao corpo docente e funcionários da Faculdade, sem os quais não seria possível a realização do evento, e principalmente aos alunos da Direito São Bernardo. Tudo o que fazemos é pensando em vocês”, encerrou Balico.

Dr. José Arbex Júnior

Dr. Arquimedes Pessoni

“O direito ao desenvolvimento humano

é um tema central, porém cada vez mais trágico e inatingível.”

“A mente de vocês é como se fosse uma caixa d’água, se vocês não encherem com água, no caso, conteúdo. Quando abrirem a boca, será como abrir uma torneira vazia, o que vai sair? Nada.”

Durante as tardes do II Congres-so Jurídico-Científico e XI Semana-jur, realizado nos dias 18, 19 e 20 de outubro, os alunos apresentaram, nas dependências da Faculdade, artigos, estudos e projetos de pesquisa cientí-fica relacionados ao tema central do evento: “Direito ao Desenvolvimento Humano”. As apresentações aconteceram em 10 salas de aula, ao longo dos três dias, com turmas divididas por subtemas relacionados à discussão geral sobre desenvolvimento humano. Em cada sala de aula, um profes-sor-mediador conduziu a ordem das apresentações e incentivou a reflexão e análise crítica dos alunos sobre os temas abordados. Entre os professores-medidadores estavam a Dra. Ariane Bueno Sudatti, Dr. Carlos Eduardo Batalha da Silva e Costa, Dra. Carmela Dell’Isola, Dra. Denise Auad, Dra. Jozimeire Angélica Vieira da Silva, Dr. Leandro Reinaldo da Cunha, Dr. Marcelo Koch, Dr. Rober-to Ferreira Archanjo da Silva, Dr. Tail-son Pires Costa e Dra. Valéria Cristina Pereira Furlan. Os temas abordados passaram por todas as áreas do Direito, variando desde discussões filosóficas sobre o conceito de justiça em contraposição a vingança, até inflamados debates sobre bioética. Para Dr. Mauad, Diretor da Facul-dade, as apresentações superaram as expectativas e promoveram reflexões atuais e de suma importância. “Os pai-néis cumpriram o objetivo de incentivar a efetiva participação de toda a comu-nidade acadêmica nas ponderações en-volvendo o tema geral do II Congresso Jurídico-Científico e XI Semanajur”, concluiu o diretor.

“A desigualdade ameaça não somente a parcela da

população excluída da centralização do capital

destinado aos ricos, mas também a própria

existência da humanidade”

Painéis de apresentação de trabalhos científicos abordaram o Direito ao Desenvolvimento Humano

Prof. Dr. Mauro Luis Iasi

Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo16 Notícias da Faculdade 17

I ENCONTRO DE DIREITO AMBIENTAL <<< >>> I ENCONTRO DE DIREITO AMBIENTAL

I Encontro de Direito AmbientalEvento discutiu o petróleo como bem ambiental e trouxe atrações de teatro, música e iniciativas de preservação ao meio ambiente na região do ABC

No dia 27 de agosto de 2011, a Faculdade de Direito de São Bernar-do do Campo promoveu em suas de-pendências o “I Encontro de Direito Ambiental”. Sob coordenação da Prof.ª Dra. Patrícia Caldeira, o evento reuniu importantes profissionais da área ju-rídica, alunos e visitantes que discutiram o tema “Pré-Sal” e as oportunidades de desenvolvimento que podem ser gerados, principalmente na região do Grande ABC. Na abertura, o Prof. Dr. Marcelo José Ladeira Mauad, Diretor da Facul-dade, falou da satisfação em inaugurar mais um evento anual de grande rele-vância. “Muito orgulho e satisfação em promover este belíssimo encontro que discutirá a questão ambiental de maneira ampla”. Abrindo as atividades, o Dr. Celso Antonio Pacheco Fiorillo, Livre-Docen-te em Direito Ambiental e 1º Vice-Presi-dente da Comissão de Sustentabilidade e Meio Ambiente da OAB/SP, ministrou a palestra “O petróleo como bem ambi-ental e a exploração da camada Pré-Sal”. De forma bem humorada e muito interativa com o público, Dr. Fiorillo fez uma análise do petróleo e sua asso-ciação ao Direito Ambiental, bem como o conjunto de regras para regulamentar sua venda, recursos ambientais do País e a importante relação com a energia. Um dos destaques da palestra foi a ênfase que o Dr. Fiorillo deu na relação do Petróleo como bem ambiental e na geração de riqueza. “O petróleo é nosso em caráter difuso e não de bem público”, enfatizou. No fim da palestra, um grupo de teatro apresentou, de forma lúdica, uma encenação interagindo com o público,

fazendo um alerta para a diminuição no consumo de materiais. No intervalo, a banda de rock Súbita, parceira da ONG “Reflorestar é Viver”, fez uma apresentação que animou a to-dos, além de distribuir mudas de plantas, incentivando as ações de preservação do meio ambiente. Um stand de artesanato em PET e o EcoMóvel, da Secretaria de Gestão Ambiental da Prefeitura de São

Bernardo do Campo, também somaram às atrações. Na segunda etapa do evento, foram discutidas maneiras diferentes de estu-do, pesquisa e de como as entidades de ensino podem ingressar no campo do Direito Ambiental. A Prefeitura de São Bernardo, em parceria com a FDSBC e empresas de petróleo, tem a intenção de construir um Parque Tecnológico com

espaço físico e virtual para fomentar as pesquisas. O Secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo da Prefeitura de São Bernardo do Campo, Dr. Jefferson José da Conceição, falou sobre as oportuni-dades de desenvolvimento econômico em São Bernardo. “Há pouco tempo atrás, as pessoas não se importavam com o meio ambiente. Acredito que 1% do faturamento da indústria de petróleo e gás, o que é alto, deve ser revertido para pesquisas”, afirmou. O jornalista Gilberto Marson, Secre-tário de Gestão Ambiental da Prefeitura de São Bernardo do Campo, apresentou dados sobre os benefícios que a preserva-ção pode gerar, e a qualidade da água uti-lizada em São Bernardo e em São Paulo. “A conscientização das pessoas quanto à preservação do meio ambiente deve ser tão importante quanto pensar na quali-dade de vida daqueles que ainda nem nasceram: filhos, netos e bisnetos”, frisou.

Dr. Celso Antonio Pacheco Fiorillo

“O petróleo é nosso em caráter difuso e

não de bem público”

Jefferson José da Conceição Gilberto Marson

Fotos: Marcos Lins

“A conscientização das pessoas quanto à preservação do meio ambiente

deve ser tão importante quanto pensar na qualidade de vida

daqueles que ainda nem nasceram: filhos, netos e bisnetos.”

“Há pouco tempo atrás, as pessoas não se importavam com o meio ambiente. Acredito que 1% do faturamento da indústria de petróleo e gás, o que é alto, deve ser revertido para pesquisas.”

Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo18 Notícias da Faculdade 19

>>> IX ENCONTRO SOBRE DIREITO DO TRABALHOIX ENCONTRO SOBRE DIREITO DO TRABALHO <<<

O IX Encontro sobre Direito do Tra-balho foi realizado em 7 de maio e con-tou com palestrantes renomados como o jornalista Dr. Leonardo Sakamoto, a Dra. Ivani Contini Bramante e o Dr. Renato Bignami, que abordaram o tema com enfoque em ações para erradicação do trabalho escravo, fundamentadas na dignidade humana. O evento foi aberto pelo Prof. Dr. Marcelo José Ladeira Mauad, diretor da Direito São Bernardo, que destacou a importância e atualidade do tema. “O trabalho escravo é visto por muitos como uma distante afronta aos direitos humanos, que ficou nas páginas dos

livros de história. Mas, infelizmente, é a realidade do Brasil, onde as diferen-ças sócio-econômicas e educacionais são tão acentuadas”, declarou o diretor, parabenizando os organizadores pela escolha do tema, em especial à coor-denadora do evento, Profa. Dra. Eliana Borges Cardoso. O jornalista e Doutor em Ciência Política, Leonardo Sakamoto, apresen-tou um verdadeiro panorama sobre as formas de trabalho escravo e as regiões nas quais o problema ocorre com mais incidência. Sakamoto desmascara uma teia de interesse que utiliza anonimamente a mão-de-obra escrava e se apresenta

ao consumidor na forma de grandes e conceituadas marcas do varejo, configu-rando a rentável economia do trabalho escravo no Brasil contemporâneo. Sakamoto, que também atua como Coordenador da ONG Repórter Brasil e é membro da Comissão Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo, mostrou, com dados empíricos, até onde vai a degradação da dignidade humana em diversas situações que caracterizam o trabalho escravo. O Coordenador da ONG Repórter Brasil apresentou também projetos que estão em andamento para erradicação do trabalho escravo e instruiu todos os presentes a buscar informações, para evitar o financiamento deste crime. Para ele, o melhor não é a libertação destes trabalhadores, mas um trabalho pre-ventivo para educar e capacitar, princi-palmente, os moradores das localidades mais subjugadas pelo problema. “Estou muito feliz pela abertura de um espaço tão importante. Falar diretamente aos futuros operadores de direito é uma forma de conscientizar os que serão protagonistas da luta contra uma das mais graves violações dos Direitos Humanos”, finaliza Sakamoto. Dando sequência ao evento, um painel sobre o Trabalho Escravo foi apre-sentado. A Dra. Ivani Contini Bramante, professora da Direito São Bernardo, Desembargadora do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo (TRT-SP) e coordenadora do Comitê para Moni-toramento e Resolução de Conflitos Fundiários Rurais e Urbanos e Trabalho Escravo do TRT-SP abordou o tema “Trabalho Escravo e Degradante e a Violação dos Direitos Humanos Funda-

Trabalho escravo em discussãoEvento reuniu especialistas em Direito do Trabalho para discussão de uma das mais graves violações dos direitos humanos

mentais do Trabalhador”. A desembargadora explicou aos alunos quais são as condições de tra-balho que caracterizam mão-de-obra escrava. De acordo com a especialista, o trabalho é denominado escravo em situações nas quais há, por exemplo, a retenção de documentos do funcionário, cobrança de estadia e/ou alimentação, privação de liberdade, cobrança de ferramenta, ou qualquer tipo de coação moral, física e psicológica, mesmo que o trabalhador tenha ajustado livremente a prestação de serviço. A segunda parte do painel foi apre-sentada pelo Dr. Renato Bignami, Au-ditor Fiscal do Trabalho e Assessor da Secretaria de Inspeção do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego, que falou sobre as Ações Governamentais para a Erradicação do Trabalho Escravo

e Degradante. Segundo o auditor, a erradica-ção do trabalho escravo exige que a justiça responsabilize adequa-damente os responsáveis pela cadeia de valor que terceiriza, subcontrata e contrata tais trabalhadores. Para ele, as possíveis soluções estão em institucio-nalizar e normatizar os fluxos de mão de obra, além de investimentos na for-mação e qualificação profissional e do apoio ao micro e pequeno empresário. “Precisamos punir os responsáveis e beneficiários do tráfico de pessoas e do trabalho escravo. Estou, hoje, minis-trando ao futuro da nação. Precisamos continuar com o olhar de indignação e batalhar para erradicar o trabalho escra-vo no Brasil”, finaliza Bignami. O evento contou ainda com a apre-sentação da bateria infanto-juvenil e do

grupo de balé da Entidade Filantrópica “Cidade dos Meninos”, para a qual o evento arrecadou doações de cadernos universitários. Importantes autoridades também prestigiaram o evento, entre elas, a Dra. Lilian Maria Teixeira Ferreira Boaro, Se-cretária Adjunta da Secretaria de Assuntos Jurídicos e Cidadania – representado o Prefeito Luiz Marinho; Dra. Cida Prado, conselheira da Associação dos Advogados Trabalhistas de São Paulo; Dra. Débora Abgariani Colombo – Coordenadora de Graduação da Faculdade Drummond e Dr. Leandro Piccino, presidente da 39ª Subsecção da OAB de São Bernardo do Campo. “Mais uma vez, a Faculdade de Direito de São Bernardo sai na frente e promove um evento para discussão de um tema de tamanha importância para o Di-reito”, concluiu Piccino.

Dr. Leonardo Sakamoto

“Estou muito feliz pela abertura de um espaço tão importante. Falar diretamente aos futuros operadores de direito é uma forma de conscientizar os que serão protagonistas da luta contra uma das mais graves violações dos Direitos Humanos”

Dr. Renato Bignami

“Precisamos continuar com o olhar de indignação e

batalhar para erradicar o trabalho escravo no Brasil”

Fotos: Marcos Lins

Bateria da Cidade dos Meninos

Grupo de balé da Cidade dos Meninos

Dra. Ivani Contini Bramante

“O trabalho é denominado escravo em situações nas quais há qualquer tipo de coação moral, física e psicológica, mesmo que o trabalhador tenha ajustado livremente a prestação de serviço.”

Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo20 Notícias da Faculdade 21

>>> TCC NOTA 10

A VIOLAÇÃO DO PRINCÍPIO DA DIgNIDADE DA PESSOA HUMANA DO EMPREgADO NO

PROCEDIMENTO DE REVISTA ÍNTIMA NO DIREITO BRASILEIRO

TCC nota 10

HOMICÍDIO PASSIONAL

Por: Cristiane Baraldi - aluna do 5º BN

Por: Ingrid Kiem - aluna do 5ºCD

Opinião do Professor

Ingresso da Palestina na UNESCO. Uma violação aos direitos fundamentais.

Por: Rui Décio Martins - professor de Direito Internacional da FDSBC

OPINIÃO DO PROFESSOR <<<

Vergonha!!! Vergonha!!! Vergonha!!! Novamente o povo palestino sofre a incompreensão de certos países que se auto intitulam potências mundiais - belica-mente, sim; cultural e eticamente estão a dever explicações. No mês de setembro deste ano, duran-te os trabalhos anuais da 66ª Assembléia Geral Ordinária da ONU, o Presidente da Autoridade Palestina formulou àquela Assembléia seu pedido de ingresso como membro pleno da ONU. O processo de entrada na principal organização intergovernamental é bas-tante árduo, não tanto pelos meandros burocráticos que devem ser satisfeitos – e isso é perfeitamente possível no caso pales-tino – mas, sim, pelo obstáculo político que deve ser obrigatoriamente superado. O ingressante deve apresentar seu pedido ao Secretário Geral da ONU que o remete para o Conselho de Segurança (CS) para uma avaliação técnica e, sendo aprovado, remete o processo para a Assembléia Geral (AG) a qual para a aprovação requer maioria qualificada de dois terços do total de membros, atualmente 193 Estados. É na fase do CS, porém, que o peri-go mora, pois dos quinze membros que compõem aquele Conselho, cinco são per-manentes, a saber: China, Estados Unidos da América, França, Inglaterra e Rússia. Essa pentarquia detém o chamado poder de veto, pelo qual uma questão considera-da como não processual, nos termos do artigo 27, § 3º, da Carta da ONU, neces-sita para sua aprovação o voto afirmativo de nove membros, inclusive os votos de todos os membros permanentes. Eis a questão: os Estados Unidos já declararam previamente seu voto, ou seja, votarão contra o ingresso da Palestina como Estado Pleno. Em outras palavras, já anteciparam o seu direito de veto, e

O homicídio passional é aquele cometi-do por paixão. Mas esta não pode ser usada para desculpar o crime e sim para explicá-lo. Ele se perfaz pela exaltação da emoção,

conseqüência de uma incontrolável paixão. Primeiramente, poderia se entender que o homicídio passional, por ser cometido por paixão, faria com que a conduta do homi-cida fosse considerada nobre. Mas não é, pois a paixão, neste caso, é essencial para desencadear a conduta criminosa. O crime passional não pode ser confun-dido com a atenuante de violenta emoção, aquela em que o agente pratica a conduta logo após injusta provocação da vítima. O que vige no Código Penal é que a emoção ou a paixão não exclui a culpa-bilidade de quem mata uma outra pessoa. Portanto, para o direito penal positivado na norma escrita, não há tratamento específi-co e mais brando para o crime passional.

Ingrid Kiem

O direito de propriedade do emprega-dor garante-lhe o uso do poder diretivo para determinar como deverá ocorrer a prestação de serviços por seus empregados. Este direito, logo o poder diretivo, deve seguir limites impostos por sua função so-cial, isto é, observar o interesse dos tra-balhadores enquanto partes do organismo empresarial e da sociedade, além de dever respeitar seus direitos assegurados pelo or-denamento, em especial, a dignidade. A dignidade é um atributo intrínseco ao ser humano, próprio a sua essência. Por isso a Constituição conferiu-lhe o status de princípio fundamental, colocando-a como atributo do Estado Democrático de Direito, valor supremo a ser respeitado e garantia mínima do indivíduo. A revista de caráter íntimo, realizada

no corpo do empregado com toques e/ou exigência que se dispa, é utilizada por em-pregadores para proteger seu patrimônio. A legislação acerca desta revista ainda deixa dúvidas interpretativas quanto à abrangên-cia e limites de sua aplicação. Apesar da discussão existente, o enten-dimento dominante afirma que a revista ín-tima, mesmo que respeitosa, já é atentatória à dignidade, sendo, portanto, proibida. Aparentemente, existe um conflito entre o direito de propriedade do em-pregador e a dignidade do empregado. Mas a própria Constituição dá a solução ao limitar o uso da propriedade ao res-peito de sua função social e colocar a dig-nidade da pessoa humana como sobre-princípio constitucional. Logo, o direito de propriedade ape-

nas terá proteção jurídica se seu uso for de acordo com o interesse social, não ser-vindo para atos atentatórios à lei ou so-brepondo garantias individuais mínimas, em especial, a dignidade, objetivo maior de proteção do ordenamento jurídico e fundamento de existência do Estado Democrático de Direito.

Não há dúvidas de que o homicida passional pratica o crime motivado pelo ciúme e possessividade, o que leva a um ir-resistível desejo de vingança, ao passo que, consumado o delito, o sentimento que o mortifica é o da perda, dizendo então em sua defesa, para ser absolvido pelo Tribu-nal do Júri, que se encontrava em estado de “violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima”. O direito penal não pode excluir a imputabilidade, pois o bem jurídico maior, a vida, não pode transigir com a idéia de eventual e completa absolvição do homi-cida passional, mesmo nos casos de ter o agente se conduzido sob a influência de forte emoção ou paixão.

Cristiane Baraldi

com ele a Palestina ficará do lado de fora da ONU. Aparentemente a causa está perdida para os palestinos, mas não de todo. A saída, diante da recusa estadunidense, é pleitear o ingresso num nível menor, como Estado Observador, que participa da organização mas não tem direito de voz e voto na Assembléia. Todavia, os palestinos persistem heroicamente em obter o reconheci-mento pleno para seu Estado. O mais novo capítulo dessa epopéia é a recém aceitação do Estado da Palestina como membro pleno da UNESCO – Or-ganização das Nações Unidas para a Cul-tura, com sede em Paris. Após intensos debates e arrou-bos retóricos, finalmente a assembléia daquela organização aprovou por maio-ria expressiva o ingresso do novo Es-tado. Como não poderia deixar de ser, entre aqueles que votaram contra estão Israel e Estados Unidos. Até aí, sem maiores problemas posto que ambos são Estados soberanos e atuam no cenário internacional com total in-dependência, embora não preguem essa mesma independência a outros Estados. O fato de não aceitarem o novo Esta-do não configuraria nada além de um ato soberano unilateral, pois essa é a natureza jurídica de um ato de reconhecimento. A questão crucial reside nas declarações estapafúrdias de ambos os Estados (não nos esqueçamos que outros países vota-ram contra, mas não fizeram dessa ati-tude um cavalo de batalhas de ameaças e violações ao direito de auto determina-ção que o Direito Internacional confere a qualquer povo). Assim, numa atitude arrogante e to-talmente abusiva os EUA pregaram aos quatro ventos que cortarão toda a con-

tribuição que destina à UNESCO (em torno de 30% do orçamento geral da OI). É de se perguntar: como ficarão os programas culturais e educacionais bancados por aquela organização e não raro apoiados e mesmo estimulados pelo grande Estado americano? Israel, numa continuidade sem freios de sua política ocupacionista, declarou que aumentará (sic!) as construções (tidas como ilegais pela comunidade e pelo di-reito internacionais) nos territórios ocupa-dos e reivindicados pelos palestinos como sendo parte da base física de seu Estado. Mais ainda, ameaçam com o não repasse das quotas de impostos devidos à Pales-tina e que, por uma dessas ironias da so-ciedade internacional, são arrecadados e posteriormente distribuídos por Israel. É de se questionar aqui, também, como ficarão os pagamentos dos funcionários palestinos? como ficarão o atendimento hospitalar e educacional nas áreas ocupa-das pelos israelenses e que são habitadas por um enorme contingente de palestinos apinhados num quase gueto? A sociedade internacional deve agir imediatamente para demover EUA e Is-rael dessa política de vindeta que não leva a lugar nenhum, no reino da paz, mas ao buraco mais fundo no reino da intolerância!

Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo22 Notícias da Faculdade 23

>>> DICA DE LEITURA / PERFIL DO FUNCIONÁRIOPERFIL DO PROFESSOR <<<

Dica de LeituraPor: Valéria Cristina Pereira Furlan - professora titular de Direito Tributário e Prática Jurídica Tributária da FDSBC

Perfil do Funcionário

Perfil do Professor

Nascido, criado e residente na cidade de São Paulo, o Professor Sérgio Seiji Itikawa é casado com a mestre em ar-quitetura e ceramista Valdete. Tem um casal de filhos: Karen e Leonardo. Professor titular de Economia, tam-bém é Procurador do Estado. Nas an-teriores “encarnações profissionais” foi analista de sistemas enquanto cursava engenharia na Escola Politécnica da USP. Formado, atuou como engenheiro até concluir o curso noturno de Direito na São Francisco. Migrou para a área ju-rídica, ingressando na carreira de Procu-rador do Estado. O mestrado em Administração Pública e Governo na FGV habilitou-o ao concur-so de ingresso na Direito São Bernardo. A 1ª aula que deu foi particular para uma estudante do 3º colegial, quando cursava o 2º ano colegial. “Um desafio”, diz o professor. Desde então prosseguiu com aulas em diversas instituições de ensino. Nessa trajetória, na maioria das vez-

es em dupla jornada - trabalho e estudo ou 2 trabalhos - considera importante o apoio familiar, inicialmente dos pais, depois da esposa e filhos. Sempre contou também com a co-laboração de amigos, como ocorreu quando por um amigo, a quem muito considera, à época também Procurador do Estado, com seu estilo peculiar pe-diu “um favor para ajudar uma amiga” e

substituir temporariamente o professor titular de economia da São Bernardo. “Não me julgo capaz de dar consel-hos, mas deixo meu testemunho de que ter muita dedicação no que fazemos, respeito ao próximo, disposição para aceitar desafios, apoio familiar, conqui-star e manter boas amizades funcionou para mim. Desejo a todos as mesmas oportunidades e conquistas que tive.”

“Não me julgo capaz de dar conselhos, mas deixo

meu testemunho de que ter muita dedicação no

que fazemos, respeito ao próximo, disposição para aceitar desafios, apoio fa-

miliar, conquistar e manter boas amizades funcionou

para mim. Desejo a todos as mesmas oportunidades e

conquistas que tive.”

Tsai Meng Hung é Fiscal de Ren-das do Município de Santo André/SP desde 1998. Em 2006, graduou-se na Faculdade de Direito de São Bernardo

do Campo. Sob minha orientação, de-senvolveu seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), intitulado “Local de Incidência do ISS e o Município Com-petente para sua Tributação”, tendo sido aprovado com a nota 10,0. Como resultado de sua experiência profissional e dedicação na pesquisa científica, adveio a publicação da obra “ISS – Como Definir o Local de In-cidência do Imposto Sobre Serviços”, pela IOB. Em três meses, esgotou-se

a primeira tiragem, o que ensejou, em 2011, sua 2ª edição. Cuida-se de um estudo que busca apontar as raízes do imbróglio referente ao local de incidência do ISS - explicita, para esse fim, o conceito de “Estabe-lecimento prestador” -, e também traz demonstrações da aplicabilidade prática de suas diretrizes aos casos que mais suscitam discussão. A presente obra, portanto, é reco-mendável para o aprimoramento pro-fissional dos advogados que militam na seara tributária e dos servidores públicos municipais, além de propiciar aos de-mais interessados uma visão atualizada acerca do local de incidência do ISS à luz da legislação, doutrina e jurisprudência.

Título: ISS - COMO DEFINIR O LO-CAL DE INCIÊNCIA DO IMPOSTO SOBRE SERVIÇOSAutor: TSAI MENG HUNGEditora: IOB, 2ª edição.

Sônia Maestre Duenhas entrou na Di-reito São Bernardo em abril de 1999 e há 12 anos trabalha no balcão da Biblioteca. Para ela, a parte mais gratificante de tra-balhar na seção é o contato com os alu-

Sônia Maestre Duenhas

nos, que acabam se tornando uma exten-são da família e que esta troca de energia e carinho é muito significativa. Movida pelo amor e pela emoção, tem na família pessoas que adora ficar junto. Uma delas é sua mãe Nena, ape-lido carinhoso da senhora Consuelo, e a sobrinha Yasmin, de 11 anos. Gosta muito de música, leitura, filmes e futebol – uma palmeirense apaixonada, que não tolera injustiça e falta de respeito ao próximo. Entre seus cantores preferidos estão Caetano Veloso e Ney Matogrosso. Na literatura, gosta de Machado de Assis e Érico Veríssimo e conta que começou a ler bastante na época em que fazia o curso de Redator Auxiliar no Colegial Técnico.

Foi sócia do Círculo do Livro e praticamente “ajudou a fundá-lo”, atri-buindo seu fechamento a diminuição do interesse na leitura e a substituição do livro pela internet. “O avanço da tecno-logia é algo muito importante, mas não podemos ficar a mercê dela.” Uma de suas maiores frustrações foi não ter conseguido concluir a faculdade de Psicologia. “Faltou apenas um se-mestre.”, disse. Espírita/Kardecista, começou a fre-quentar o Centro Joanna de Angelis após a perda do pai. No Centro, também ajudou na montagem e organização da biblioteca. Duas frases que sempre a acom-panham: “Ninguém é uma ilha” – Johannes Mário Simmell e “O acaso não existe” – Allan Kardec.

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