noticiário 27 03 2016

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O DEBATE DIÁRIO DE MACAÉ Governo pagou R$ 24,7 milhões para a Odebrecht em três anos Vazamento de planilha apreendida pela Polícia Federal na Operação Lava-Jato expõe relação contratual entre empresa e atual gestão, através de concorrência pública e acordo registrados no governo passado PÁG. 3 www.odebateon.com.br Macaé (RJ), domingo, 27 e segunda-feira, 28 de março de 2016 Ano XL, Nº 8977 Fundador/Diretor: Oscar Pires KANÁ MANHÃES KANÁ MANHÃES facebook/odebate twiter/odebate issuu/odebateon PESQUISA APONTA AUMENTO DE HOMICÍDIOS SEBRAE PROMOVERÁ OFICINAS GRATUITAS ANÁLISE IDENTIFICA CONTAMINAÇÃO DAS ÁGUAS R$ 1,50 POLÍCIA, PÁG.10 ECONOMIA, PÁG.5 EDUCAÇÃO, PÁG.8 Preparação para novo desafio no atletismo ÍNDICE TEMPO EDUCAÇÃO ESPORTE Vera Mota é favorita em categoria na 5ª Ultramaratona 12 horas PÁG. 11 O DEBATE DIVULGAÇÃO Programa oferece oportunidade para estudantes da cidade Vera Mota coleciona títulos em competições regionais Últimos dias de inscrição para programa Serviço do governo federal contempla vagas para cursos em Macaé PÁG. 7 EDITORIAL 4 PAINEL 4 GUIA DO LEITOR 4 ESPAÇO ABERTO 4 CRUZADINHA C2 HORÓSCOPO C2 CINEMA C2 AGENDA C2 Máxima 35º C Mínima 24º C Anuncie: (22) 2106-6060 (215) POLÍCIA GERAL EDUCAÇÃO CADERNO DOIS A revolução da longevidade Questão de Justiça traz análise sobre polêmica Pedido de isenção e cotas encerra hoje Escola Sentrinho: história de 26 anos Tema é analisado por Ramiro Campos PÁG. 10 Dr. François Pimentel aborda questão familiar PÁG. 9 Processo é referente a seleção do Cederj PÁG. 7 Instituição promove inclusão de pessoas com deficiência CAPA Comissão abre devassa sobre contrato e quer comprovante de depósito O vazamento das planilhas da Odebrecht apreendidas pela Polícia Federal fez acender um sinal de alerta na Câmara de Ve- readores sobre a gestão do con- trato da Parceria Pública Priva- da (PPP), e que une a empresa e o governo municipal. Presiden- te da Comissão Permanente de Saneamento e Meio Ambiente da Câmara, o vereador Maxwell Vaz (SDD), que também é rela- tor da Comissão de Constitui- ção e Justiça da Casa, afirmou ter iniciado uma devassa sobre o documento e vai cobrar da pre- feitura documentos relativos às contraprestações. Vice-prefeito diz que cobrou Mandado de Segurança contra PPP do Esgoto Em vídeo publicado na internet na última quarta-feira (23), o vice-prefeito Danilo Funke (REDE) afirmou que defendeu a impetração de um mandado de segurança contra o contrato da Parceria Pública Privada (PPP) do Esgoto, as- sinada pela gestão municipal passada com a Odebrecht Am- biental em 2012. No vídeo, Da- nilo lembra que, na discussão do projeto de lei que instituía a PPP do Esgoto, ele - vereador na época - votou contra a propos- ta. No vídeo, Danilo considerou como equivocada a decisão do governo de manter o contrato. WANDERLEY GIL População pede recapeamento da estrada principal do bairro BAIRROS EM DEBATE Fim do feriadão de Páscoa movimenta estradas da região Após curtir o feriado pro- longado, o dia de hoje (27) é de retorno para muitos. Até às 23h de hoje, cerca de 117 mil veícu- los devem passar pela BR-101/ Norte, nos trechos que cortam cidades como Macaé, Rio das Ostras e Casimiro de Abreu. A Autopista Fluminense, con- cessionária do Grupo Arteris e responsável pela adminis- tração da BR-101 RJ/Norte, POLÍCIA WANDERLEY GIL Autopista estima que passem 215 mil veículos na BR 101 informou que neste domingo o horário de maior movimen- tação será das 15h às 23h. Já na segunda-feira (28) estima- se que passem 98 mil veículos, entre 14h às 23h. A concessio- nária orienta os usuários para que adotem medidas de segu- rança, por exemplo, fazendo a revisão prévia no veículo e utilizando sempre o cinto de segurança. PÁG. 10 Aterrado do Imburo ainda vive longe do progresso do petróleo Perto da cidade e distante da infraestrutura. Essa é a realidade do Aterrado do Imburo que, apesar de estar localizado na área rural, vem sofrendo um forte crescimento nos últimos anos. A visita mais recente do Bairros em Debate aconteceu em outubro. No en- tanto, nesse tempo poucas das promessas feitas pelo poder público foram atendidas. O bairro foi criado há pouco mais de 20 anos. Por estar situado a poucos minutos da Linha Azul, essa região vem crescendo ao longo desse tempo. Para se ter uma ideia, estima- se que hoje vivam ali uma média de 1.200 pessoas. Conversando com os moradores, é possível ver que o bairro ainda sofre com a falta de itens básicos, como a rede de abastecimento de água e o saneamento. PÁG. 9 Por estar situado em área rural, os moradores relatam que a infraestrutura não chega até a localidade

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Page 1: Noticiário 27 03 2016

O DEBATEDIÁRIO DE MACAÉ

Governo pagou R$ 24,7 milhões para a Odebrecht em três anosVazamento de planilha apreendida pela Polícia Federal na Operação Lava-Jato expõe relação contratual

entre empresa e atual gestão, através de concorrência pública e acordo registrados no governo passado PÁG. 3

www.odebateon.com.br

Macaé (RJ), domingo, 27 e segunda-feira, 28 de março de 2016Ano XL, Nº 8977Fundador/Diretor: Oscar Pires

KANÁ MANHÃES KANÁ MANHÃES

facebook/odebate

twiter/odebate

issuu/odebateon

PESQUISA APONTA AUMENTO DE HOMICÍDIOS

SEBRAE PROMOVERÁ OFICINAS GRATUITAS

ANÁLISE IDENTIFICA CONTAMINAÇÃO DAS ÁGUAS

R$ 1,50

POLÍCIA, PÁG.10 ECONOMIA, PÁG.5 EDUCAÇÃO, PÁG.8

Preparação para novo desafio no atletismo

ÍNDICETEMPO

EDUCAÇÃO ESPORTE

Vera Mota é favorita em categoria na 5ª Ultramaratona 12 horas PÁG. 11

O DEBATE DIVULGAÇÃO

Programa oferece oportunidade para estudantes da cidade Vera Mota coleciona títulos em competições regionais

Últimos dias de inscrição para programaServiço do governo federal contempla vagas para cursos em Macaé PÁG. 7

EDITORIAL 4

PAINEL 4

GUIA DO LEITOR 4

ESPAÇO ABERTO 4

CRUZADINHA C2

HORÓSCOPO C2

CINEMA C2

AGENDA C2

Máxima 35º CMínima 24º C

Anuncie: (22) 2106-6060 (215)

POLÍCIA GERAL EDUCAÇÃO CADERNO DOIS

A revolução da longevidade

Questão de Justiça traz análise sobre polêmica

Pedido de isenção e cotas encerra hoje

Escola Sentrinho: história de 26 anos

Tema é analisado por Ramiro Campos PÁG. 10

Dr. François Pimentel aborda questão familiar PÁG. 9

Processo é referente a seleção do Cederj PÁG. 7

Instituição promove inclusão de pessoas com deficiência CAPA

Comissão abre devassa sobre contrato e quer comprovante de depósitoO vazamento das planilhas da Odebrecht apreendidas pela Polícia Federal fez acender um sinal de alerta na Câmara de Ve-readores sobre a gestão do con-trato da Parceria Pública Priva-

da (PPP), e que une a empresa e o governo municipal. Presiden-te da Comissão Permanente de Saneamento e Meio Ambiente da Câmara, o vereador Maxwell Vaz (SDD), que também é rela-

tor da Comissão de Constitui-ção e Justiça da Casa, afirmou ter iniciado uma devassa sobre o documento e vai cobrar da pre-feitura documentos relativos às contraprestações.

Vice-prefeito diz que cobrou Mandado de Segurança contra PPP do EsgotoEm vídeo publicado na internet na última quarta-feira (23), o vice-prefeito Danilo Funke (REDE) afirmou que defendeu a impetração de um mandado de segurança contra

o contrato da Parceria Pública Privada (PPP) do Esgoto, as-sinada pela gestão municipal passada com a Odebrecht Am-biental em 2012. No vídeo, Da-nilo lembra que, na discussão

do projeto de lei que instituía a PPP do Esgoto, ele - vereador na época - votou contra a propos-ta. No vídeo, Danilo considerou como equivocada a decisão do governo de manter o contrato.

WANDERLEY GIL

População pede recapeamento da estrada principal do bairro

BAIRROS EM DEBATE

Fim do feriadão de Páscoa movimenta estradas da regiãoApós curtir o feriado pro-longado, o dia de hoje (27) é de retorno para muitos. Até às 23h de hoje, cerca de 117 mil veícu-los devem passar pela BR-101/Norte, nos trechos que cortam cidades como Macaé, Rio das Ostras e Casimiro de Abreu. A Autopista Fluminense, con-cessionária do Grupo Arteris e responsável pela adminis-tração da BR-101 RJ/Norte,

POLÍCIA

WANDERLEY GIL

Autopista estima que passem 215 mil veículos na BR 101

informou que neste domingo o horário de maior movimen-tação será das 15h às 23h. Já na segunda-feira (28) estima-se que passem 98 mil veículos, entre 14h às 23h. A concessio-nária orienta os usuários para que adotem medidas de segu-rança, por exemplo, fazendo a revisão prévia no veículo e utilizando sempre o cinto de segurança. PÁG. 10

Aterrado do Imburo ainda vive longe do progresso do petróleo

Perto da cidade e distante da infraestrutura. Essa é a realidade do Aterrado do Imburo que, apesar de estar localizado na área rural, vem sofrendo um forte crescimento nos últimos anos. A visita mais recente do Bairros em Debate aconteceu em outubro. No en-tanto, nesse tempo poucas das promessas feitas pelo poder público foram atendidas. O bairro foi criado há pouco mais de 20 anos. Por estar situado a poucos minutos da Linha Azul, essa região vem crescendo ao longo desse tempo. Para se ter uma ideia, estima-se que hoje vivam ali uma média de 1.200 pessoas. Conversando com os moradores, é possível ver que o bairro ainda sofre com a falta de itens básicos, como a rede de abastecimento de água e o saneamento. PÁG. 9

Por estar situado em área rural, os moradores relatam que a infraestrutura não chega até a localidade

Page 2: Noticiário 27 03 2016

O DEBATE DIÁRIO DE MACAÉ2 Macaé, domingo, 27 e segunda-feira, 28 de março de 2016

CidadeEDIÇÃO: 320 PUBLICAÇÃO: 09 DE JANEIRO DE 1982

SEMANA EM DEBATE O DEBATE EM MEMÓRIA

NOTA

ARSA assume administração do Aeroporto de Macaé para dar mais apoio a Petrobras

As obras de construção da nova estação de passageiros e do pátio de estacionamen-to de aeronaves tiveram custo aproxima-do de Cr$ 200 milhões. Previstas para 150 dias, foram concluídas em 170, segundo in-formou Dr. Avelino Firmo Pereira Junior - Superintendente do Distrito de Perfuração do Sudeste.

Escândalo da “Suposta Tomada de Preços” continua

“O Prefeito de Macaé está brincando com coisa séria e não vai continuar a fazer jogo com cartas marcadas porque estamos vigi-lantes”. Foi o que falou o Vereador Rubem Gonzaga de Almeida Pereira ao tomar co-nhecimento de matéria veiculada na im-prensa de Campos e Niterói, provavelmen-te, já por conta de uma “Suposta Tomada de Preços”.

Novo JuizJá em pleno exercício de suas funções no

Forum de Macaé o Dr. Élvio Antonio Granja

de Abreu, promovido de Juiz da 2ª Entrân-cia para a 1ª Vara Cível da Comarca. Como Diretor do Forum continua o Dr. José Car-los Pinheiro da Costa, Juiz titular da 2ª Vara Criminal.

Corpo de Bombeiros abre inscrições

O Comandante do Subgrupamento de In-cêndio do Corpo de Bombeiros informou na tarde na tarde de sexta-feira que se acham abertas as inscrições para o Curso de Forma-ção de Praças, no período de 12 a 19 de janeiro. Uma das exigências principais é o candidato ter 1,65 metro de altura (mínima).

Secretário de Segurança anuncia aumento de efetivo da Polícia Militar

Lei aumenta percentual de biodiesel no óleo diesel. Índice passará para 8% até 2017; 9%, até 2018; e 10%, até 2019.

A presença do secre-tário de Segurança do Estado do Rio de

Janeiro em Macaé, José Mariano Beltrame, duran-te a solenidade de posse do Conselho de Seguran-ça Comunitário de Macaé (CCSP), na Câmara Muni-cipal, na quarta-feira (23), gerou algumas reivindica-ções por parte de líderes das instituições de segurança.

Entre as demandas apre-sentadas está a cobrança em relação ao número de poli-ciais militares que servem ao 32º Batalhão de Polícia Militar (BPM). De acordo com Beltrame, o problema do reforço de policiais tem atingido todos os batalhões

do Estado.“Em outubro foram cha-

mados 1.300 homens para reforçar as UPPs e alguns batalhões identificados com maior incidência cri-minal. Todos estão com problemas referentes ao efetivo e os pedidos de con-cursos para todos os setores da Polícia Militar estão pa-rados”, enfatizou.

Ele ressaltou que 6.000 pessoas já fizeram o con-curso, e serão convocadas por etapas para a Academia, que comporta 1.500 aspi-rantes. Dentro desse núme-ro, o secretário promete que haverá policiais destinados ao interior, incluindo o mu-nicípio de Macaé

Prefeito alega doação para PV Nacional e Odebrecht Ambiental nega repasse eleitoral

O prefeito Dr. Aluízio Jú-nior (PMDB) utilizou ontem o Facebook para prestar ex-plicações sobre a planilha da Odebrecht, apreendida pela Polícia Federal durante a 23ª fase da Operação Lava-Jato. Em um vídeo com duração de 52 segundos, divulgado por volta das 13h de ontem (24), o chefe do Executivo fala sobre os três pontos re-gistrados, em forma de texto, na mesma postagem na rede social: “1 - Nunca recebi em momento algum dinheiro da Odebrecht e nem o PV Macaé; 2 - Pelo que cons-ta, a única doação oficial da Odebrecht foi destinada ao PV Nacional; 3 - As plani-lhas disponíveis mostram claramente tudo o que citei acima”.

KANÁ MANHÃES

Em vídeo, Dr. Aluízio diz que nunca recebeu 'tostão furado' de empresa cuja planilha foi apreendida pela PF

Page 3: Noticiário 27 03 2016

O DEBATE DIÁRIO DE MACAÉ Macaé, domingo, 27 e segunda-feira, 28 de março de 2016 3

PolíticaSERVIÇO

Governo pagou mais de R$ 24,7 milhões para a Odebrecht em três anosVazamento de planilha apreendida pela Polícia Federal na Operação Lava-Jato expõe relação contratual entre empresa e atual gestão

Se na planilha apreendida pela Polícia Federal du-rante a ação "Acarajé", que

representa a 23ª fase da Opera-ção Lava-Jato, cita o pagamento de R$ 1 milhão do que seria uma espécie de doação de campanha em 2012, os R$ 24,7 milhões re-gistrados pelo Portal da Trans-parência, pagos pela prefeitura à Odebrecht Ambiental nesses últimos três anos, expõem a re-lação contratual entre a conces-sionária e a prefeitura iniciada no final de 2012, mas efetivada a partir do início das obras de sa-neamento da cidade, executadas desde 2013 no atual governo.

O vazamento de informações recolhidas pela Polícia Federal traz evidências sobre a relação entre a Odebrecht e prefeitos da região, dentro de uma ótica preliminar de troca de favores que provoca em Macaé uma discussão sobre o que é ilegal e

o que é imoral, diante nova pers-pectiva projetada pelo trabalho conduzido pelo Ministério Pú-blico Federal (MPF) a frente da Lava-Jato, enaltecido por cerca de mil pessoas, segundo os or-ganizadores, que foram as ruas da cidade no último dia 13, em defesa do trabalho conduzido pelo juiz Sérgio Moro.

Hoje, a empresa que está sen-do investigada por participar do esquema de corrupção na Petro-bras faz parte de um contrato pú-blico assinado com a prefeitura, através da criação da Parceria Pública Privada (PPP) do Esgoto.

No governo passado, a Ode-brecht venceu a concorrência pública através da subsidiária que possuía o nome (razão social) Foz de Macaé. O termo 'Foz' aparece grafado nas planilhas apreendi-das pela Polícia Federal que fa-zem referência a Macaé, vazadas na última quarta-feira (23) pelo

site UOL, viralizadas na rede so-cial e em vários grandes jornais.

E, o que se apura pela Lava-jato é que da Foz foi destinado o dinheiro considerado inicial-mente como doação de campa-nha para candidatos em 2012, que deverá ser objeto de análise do Superior Tribunal Federal (STF), assim como os 200 polí-ticos citados na planilha da Ode-brecht, incluindo os da região Norte Fluminense.

De acordo com o contrato da PPP do Esgoto publicado no dia 21 de dezembro de 2012, a Ode-brecht investirá mais de R$ 634 milhões para a implantação do sistema de saneamento básico da cidade, uma concessão que tem validade por 30 anos.

O contrato prevê em uma de suas cláusulas o pagamento da 'contraprestação pública' por parte da prefeitura. De acordo com o Portal da Transparência,

os R$ 24.714.136,04 já pagos pe-lo governo nesses três últimos anos fazem jus ao contrato, e es-tão relacionadas a participação do poder concedente do serviço na execução das metas da Parce-ria Pública Privada.

O contrato prevê ainda a cria-ção de um Fundo que obriga a prefeitura a realizar depósitos, condicionados aos repasses dos royalties, para assegurar o pa-gamento das contraprestações públicas em caso de atraso na liberação desses repasses.

De acordo com os extratos disponíveis no Portal da Trans-parência, em 2014 foram pa-gos a Odebrecht Ambiental, na época ainda a Foz de Macaé, R$ 11.375.577,36.

Já no ano seguinte foram pa-gos pelo governo um total de R$ 7.435.532,14. Somente neste ano foram pagos a Odebrecht R$ 5.903.027,14.

KANÁ MANHÃES

Empresa já executou obras em bairros da área sul da cidade ao longo de três anos de vigência do contrato firmado em 2012

Comissão abre devassa sobre contrato e quer comprovante de depósitos em FundoO vazamento das planilhas da Odebrecht apreendidas pela Polícia Federal fez acender um sinal de alerta na Câmara de Ve-readores sobre a gestão do con-trato da Parceria Pública Priva-da (PPP) que une a empresa e o governo municipal.

Presidente da Comissão Per-manente de Saneamento e Meio Ambiente da Câmara, o verea-dor Maxwell Vaz (SDD), que também é relator da Comissão de Constituição e Justiça da Casa, afirmou ter iniciado uma

devassa sobre o documento e vai cobrar da prefeitura documen-tos sobre as contraprestações.

"Estamos diante de uma de-núncia muito grave que coloca Macaé no centro de um escân-dalo nacional. O trabalho da Operação Lava-Jato é muito sério e através dele surge uma planilha que de forma inequí-voca cita o nome do prefeito, da cidade, de partidos, com valores e parcelas. Não estamos acusan-do e nem condenando ninguém, mas essa investigação precisa

ser aprofundada, inclusive por nós vereadores", disse Maxwell.

O presidente da Comissão afirmou também que solicitará ao governo cópias dos depósi-tos feitos ao Fundo que garante a PPP do Esgoto, relacionado ao pagamento das contrapres-tações.

"Já solicitamos várias vezes informações detalhadas sobre este fundo, que faz parte de um a cláusula fundamental para a garantia da Parceria Públi-ca Privada. E, com o foco dado

pela Operação Lava-Jato, esses documentos precisam ser apre-sentados", disse Maxwell.

Durante esta semana outros vereadores também se pronun-ciaram sobre o caso.

"De maneira serena, res-ponsável e republicana acom-panharemos o desenrolar dos fatos na certeza de que a po-pulação macaense aguarda an-siosamente por informações", afirmou Igor Sardinha (PRB), líder do bloco de oposição ao governo na Câmara.

Vice-prefeito diz que defendeu 'Mandado de Segurança' contra contratoEm vídeo publicado na internet na última quarta-feira (23), o vice-prefeito Danilo Funke (REDE) afirmou que de-fendeu a ação de mandado de segurança contra o contrato da Parceria Pública Privada (PPP) do Esgoto assinada pela gestão municipal passada com a Ode-brecht Ambiental em 2012.

No vídeo, Danilo lembra que na discussão do projeto de lei que instituía a PPP do Esgoto ele, que era vereador na época, votou contra a proposta.

"No dia 27 de setembro de 2012 eu, único vereador de opo-sição na Câmara, votei contra o contrato. E lembro que, no mes-mo dia, entrei em contato com o

então candidato a prefeito dizen-do que nós deveríamos entrar com um mandado de segurança contra essa concessão patrocina-da de R$ 631 milhões", disse.

No vídeo Danilo considerou como errada a decisão do gover-no de manter a vigência do con-trato, celebrado pela administra-ção municipal anterior.

Ao jornal O DEBATE, Danilo afirmou que também solicitará dados mais concretos sobre a execução do contrato da PPP do Esgoto, bem como analisará o andamento das investigações da Operação Lava-Jato.

"Acho que muitas informações ainda irão surgir nos próximos dias", afirmou.

Maxwell Vaz (SDD) preside a Comissão de Meio Ambiente e Saneamento da Câmara de Vereadores

NOTA

PONTODE VISTAA Semana Santa, que pelo calendário ocorre 40 dias após o Carnaval, sempre foi marcada por ritos reli-giosos quando se encerra, também, a Campanha da Fraternidade.

Quem de nós, mais antigos de Macaé, não sente sau-dades dos bons tempos em que a sociedade se en-contrava para bons momentos nos diversos clubes da cidade? Dentre outros, eram o Tênis Clube, Flu-minense, Americano, Flamenguinho e Ypiranga, para ficar apenas nos mais conceituados e que disputavam a preferência dos associados, também apoiadores e amantes do esporte que ganhou destaque.

O estacionamento rotativo, cujas vagas são administradas pela Rek Parking, já começa a dar o que falar. Apesar de cobrar uma boa grana dos proprietários de veículos, pelo convênio assinado, a empresa destina 23% da renda para a prefeitura. Os tótens foram apelidados de “cofrinho do prefeito” porque “engole” muitas moedas. Também não tem seguro para pagar danos aos veículos.

Este ano a população macaense teve a tradição quebrada porque a prefeitura não bancou a peça “Paixão de Cristo”, como ocorria em todos os anos anteriores, mesmo de forma mais humilde. Não se faz uma apresentação como essa apenas a troco de dinheiro e, sim, por pessoas enobrecidas pela fé. A crise econômica e política pode ter atingido empresas e pessoas, mas não a esse ponto.

Até domingo.

Como os prefeitos parecem querer ficar longe de problemas, muitos aproveitaram para decretar ponto facultativo no dia 24 (quinta-feira) e, dessa forma, ampliar o período do feriadão que deveria, como todos os anos, abranger a sexta-feira da Paixão, o sábado de Aleluia e o domingo de Páscoa. O comércio, banco e indústrias funcionaram normalmente, e em Búzios, bairro chic de Macaé, tudo funciona.

Tempo de reflexão

O triste fim do Ypiranga

Um longo e bom feriadão pa-ra que os que podem se entregar ao ócio, excetuado, neste caso, a classe política. Com o calendá-rio apertado pela nova legislação eleitoral aprovada a toque de caixa pelo Congresso, e a janela aberta para a troca de partido para quem pretende ser can-didato a prefeito, vice-prefeito e vereador, tem sido grande a mobilização das agremiações políticas que vão ganhando adesões diferentes, mas... na-da de novo. Apenas algumas figuras carimbadas, e a longo tempo dominando o poder com cargos eletivos, parece ainda não entusiasmar os eleitores. Formar a nominata de preten-sos candidatos a vereador não tem sido fácil para as principais lideranças que colocaram seus nomes para tirar o atual prefeito do cargo. Primeiro, pelo alto cus-to de uma campanha. Segundo, pela proibição de doação de em-presas para partidos políticos

ou candidatos. Parece até que estamos voltando ao tempo an-tigo, quando o candidato gastava sola de sapato para convencer a militância a atuar e pregar seus projetos. Era a multiplicação do famoso boca-a-boca. Mas como os tempos são outros, não vai ser tão difícil por causa da tecnolo-gia avançada que ganhou o mun-do e, em questão de segundos, uma boa ou má mensagem - que pode enaltecer ou macular uma pessoa ou candidato - viaja na velocidade da luz. Um dos exem-plos é a Operação Lava-Jato que tem levado os meios de comuni-cação a mudar as informações a cada instante. Ou seja, a pessoa acorda com uma informação e, ao longo do dia, as notícias são alteradas e nunca vai dormir sem que, na manhã seguinte, decisões novas tenham muda-do todo o panorama. Melhor mesmo é fazer uma reflexão. E tem muita gente que aproveitou a Semana Santa para isso.

No futebol, a Seleção Macaen-se de Futebol Amador, chegou a se tornar bí-campeã no antigo Estado do Rio, e atletas como George, Elmo Sodré, Zé que não dança, Chaminé, Hélio Cabral, Joel Cruz, Geraldo “Cara Suja”, e tantos outros que merecem ser citados, se faziam respeitar defendendo as cores dos clubes. Agora, o que mais ficou marca-do, mesmo foi o Ypiranga Fute-bol Clube que, ocupando as ins-talações da então ZYP 21, Rádio Emissora de Macaé transferida para outro endereço, tornou-se o centro dos melhores even-tos sociais, esportivos, shows e, no período em que imperou o regime militar, a sua quadra esportiva, onde o clube levan-tou diversos campeonatos de futebol de salão, vôlei e basque-te, serviu por um período como prisão para os contestadores do regime, quando Macaé chegou a ficar conhecida como a “Mos-couzinha do Brasil”. Aos domin-gos, Tinho e sua orquestra rei-navam na boate que se tornou tradicional. O tempo passou,

algumas diretorias não condu-ziram bem a administração do clube e, aos poucos, começou a ficar degradado. Uma pena que a dívida com o ECAD, pela falta de pagamento de direitos autorais, conseguisse através da Justiça, penhorar todo o patrimônio. O ex-prefeito Riverton Mussi ain-da tentou, através de decreto, desapropriar o imóvel e pagar a dívida. Promessa que ficou na vontade. Hoje, o que a popula-ção assiste é a total destruição de um dos pontos considerados mais importantes da cidade e que poderia, se recuperado, estar servindo à administração pública - que ocuparia o imóvel. Enfim, parece que a administra-ção atual não se preocupa ou não quer manter a identidade da Macaé que nos deu muitas glórias, como as contadas pelo Professor e Historiador Antônio Alvarez Parada, que não teve sua residência preservada, servin-do como museu. Era o mínimo e mais barato projeto que iria en-cher de orgulho os macaenses. Mas... fazer o quê?

PONTADA

Page 4: Noticiário 27 03 2016

O DEBATE DIÁRIO DE MACAÉ4 Macaé, domingo, 27 e segunda-feira, 28 de março de 2016

Opinião NOTA

ESPAÇO ABERTO

EDITORIAL FOTO LEGENDA

Diante da importância do serviço para a logística que move uma das 20 cidades mais importantes do país, a exploração do transporte público já teria motivos suficientes para ser fisca-lizada, com lente de lupa, pelo poder público ou concedente.

Li com certa satisfação, o artigo escrito na página 2, Segundo Caderno, Prosa, com o título de Serenidade, assinado pelo colunista e professor Marcio Tavares do Amaral. Inicia sua exposição pelo pensamento de Nietzsche, no século XIX, como o que demonstrou a grande causa da decadência da humanidade, como tudo aquilo que amesquinha a vida. Claro, dentro de seu pensamento trágico, a afirmação da vida em todos os seus sentidos, Nietzsche propôs que sobre a vida incidisse a vontade de transvaloração, com o ser humano superando a si mesmo, superando os valores tradicionais para encontrar a sua verdadeira natureza: vida como expansão e não como razão ou opressão.

Relações

Estranha Serenidade

No entanto, não pode ser natural para uma ci-dade que representa a

pujança econômica nacional, ter uma relação entre poder público e concessionária questionada ao ponto de ser necessária a instalação de uma Comissão Parlamentar de Investigação (CPI).

Há quatro anos, o tema transporte estava em voga, não pelas denúncias refe-rentes a irregularidades na execução do contrato assi-nado em 2005, mas sim pelo debate pré-eleitoral, pautado pela vertente da quebra de paradigmas políticos que co-locavam sob suspeita a rela-ção entre a prefeitura e a SIT, detentora sozinha dos direi-tos de explorar as quase 50 linhas do transporte público municipal.

O monopólio foi a tônica de um discurso que, a todo custo, quis condenar os anti-gos gestores públicos que se mantinham à frente da cida-de através da perpetuação do poder. A ruptura do contra-to que atravessou governos representava a libertação do município da hegemonia transfigurada em um sobre-nome familiar, alvo a ser com-batido pelo discurso vitorioso

da mudança que hoje é posto à prova pela própria população.

Como as surpresas sem-pre fizeram parte da história política local, a quebra do monopólio foi substituída pela criação de um subsídio comprometido com os abun-dantes repasses dos royalties e da Participação Especial, dinheiro que chancelou uma nova relação política e admi-nistrativa, que passou muito longe do debate da época de campanha.

Hoje, com o retorno da proposta de perpetuação do poder, o que era nocivo para a cidade passa a ser 'vendido' como essencial à sobrevi-vência do cidadão macaen-se, que vê os seus impostos comprometidos com a folha de pagamento da prefeitura, enquanto o dinheiro do petró-leo se esvai de acordo com os registros das catracas opera-das pela SIT.

E, quando a Câmara de Ve-readores se posiciona para dar luz a todos os fatos que envol-vem este enredo, o trabalho de fiscalização do Legislativo acaba sendo visto com ironia pelo poder que, nesses três anos, só fortaleceu os grilhões que amarram a máquina ad-ministrativa da cidade.

Realmente, Nietzsche era um adepto do deus Dionísio, no sentido da afirmação da von-

tade de vida, vida como afirmação de tudo aquilo que até os seus dias a filosofia considerava como proi-bido. E, afirma ainda em sua auto-biografia: “Orgulho-me de seguir as doutrinas do filósofo Dionísio e preferiria mil vezes mais ser con-siderado como um sátiro do que como um santo.” (Ecce Homo - Eis o Homem - Brasil Editora - 3ª Edi-ção - 1959 - pag. 16).

Narra ainda que “o seu pen-samento é o pensamento das al-turas. O gelo circunda-o, grande é a solidão - mas como as coisas repousam tranquilas em meio a luz.” Aí, nesse sentido, coloca seu pensamento como algo árduo, pa-ra poucos homens, só aqueles que sabem respirar o ar das alturas, tu-do porque, seu pensamento é em última análise um enfrentamento com tudo aquilo que se denomi-nou de civilização ocidental. Para Nietzsche, o lema que triunfará em sua filosofia é a vontade de adentrar a verdade, verdade como tudo aquilo que a razão e a civili-zação ocidental considerou como proibido.

Por outro lado, é certo que em sua obra, Origem da Tragédia, Nietzsche interpreta o socratis-mo como uma força decadencial. Tudo porque, para Nietzsche o momento áureo do pensamento grego foi o do pensamento mito poético trágico, e com Sócrates a razão passa a ser um instrumen-to de decomposição e destruição desse pensamento trágico criati-vo. O raciocínio socrático contra a

arte e a criatividade grega. A razão opressora em contraposição ao instinto criativo. Para Nietzsche a sensatez socrática constituiu uma força destruidora ou niilista dos valores estéticos e trágicos tão caros a civilização helênica. Sócra-tes, para Nietzsche elaborou uma cisão perigosa entre pensamento e vida. Conseguiu transformar a dialética em algo prazeroso e a criatividade instintiva como algo pecaminoso.

Embora seja um modesto au-todidata, estranho aqui, a trecho de seu artigo que, usando um silo-gismo do próprio Sócrates, afirma em relação a Nietzsche: “Ele odia-va a razão socrática. E a perdeu. Enlouqueceu mansamente. Uma loucura serena foi o seu mais tre-mendo gesto dionisíaco”. Penso que essa afirmação seja um absur-do. Associar a loucura de Nietzs-che a seu pensamento. Todos sa-bem que seu pai faleceu aos trinta e seis anos, por amolecimento do cérebro. Nietzsche possuía uma doença congênita que lhe obrigou a abandonar a cátedra em Basiléia, em 1879 e sofria de profundas en-xaquecas. Ficou por quase dez anos em cima de uma cama em estado de demência, mas, inexiste qualquer prova de que seu estado de inconsciência ou debilidade mental tenha decorrido da origi-nalidade de seu pensamento. Está mais que provado que foi uma do-ença congênita, hereditária e não decorrente de forma de pensar ou da originalidade de sua filosofia.

Ronaldo Madeira - Advogado e Professor.

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Terminam na próxima quarta-feira (30), as inscrições das escolas no Projeto de Apoio às Feiras de Ciências nas Escolas Públicas de Ensino Médio do Instituto Macaé de Ciências e Tecnologia (IMCT) e também, de professores, no Curso Investigação Científica na Educação Básica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Campus Macaé.

CorrupçãoAs últimas informações referentes a investi-gação da Operação Lava-Jato demonstram a efetiva falência do sistema político brasileiro. A corrupção combatida pela justiça não está im-pregnada apenas nos corredores do Planalto Central, mas se encontra também pelas ruas de Macaé. Errado é condenar antes do julga-mento. Porém, é mais incorreto ainda brincar com a opinião pública e atacar a liberdade da imprensa que, através dela, as verdades aca-bam sendo ditas.

Histórica Vereadores que compõem o bloco de oposi-ção ao governo na Câmara preparam discur-sos especiais que pretendem transformar a sessão ordinária da próxima terça-feira (29) em histórica. O objetivo não é promover um ataque raivoso, mas sim apresentar pondera-ções importantes para a compreensão da po-pulação sobre questões que envolvem a admi-nistração da cidade. Os por quês de contratos firmados no governo passado serem mantidos pela atual gestão também serão explicados.

Suplência E no mesmo dia, a composição do plenário do Palácio Natálio Salvador Antunes vai estar di-ferente. Enquanto muitos aguardam a entrada de Carlos Emir Mussi Júnior, primeiro suplente na Casa, na verdade quem assumirá a cadeia vai ser Teco Comunidade, segundo suplente da coligação. Carlos Emir vai se dedicar ao exercício da medicina, seguindo o seu traba-lho com médicos residentes que estão no São João Batista.

Debandada Esta será uma semana decisiva para o cená-rio pré-eleitoral de Macaé. Faltando menos de cinco dias para o fim do prazo das filia-ções partidárias, segundo o calendário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), lideranças políticas da cidade ainda estão definindo os seus caminhos. E, em virtude dos últimos acontecimentos no cenário nacional, há a sensação de que o bloco de apoio ao go-verno municipal possa sofrer novas baixas. A conferir!

EsgotoAtuando como concessionária do saneamento básico de Macaé, de acordo com a Parceria Pública Privada (PPP) do Esgoto assinada com a prefeitura em 2012, a Odebrecht Am-biental, antiga Foz do Brasil, recebeu da prefei-tura de Macaé mais de R$ 24,7 milhões entre 2013 e os três primeiros meses deste ano. Os recursos são oriundos das parcelas dos royal-ties e da Participação Especial do petróleo, cujas despesas foram executadas através da Empresa Municipal de Saneamento (Esane).

Destruição E por onde a empresa passou, na região Sul da cidade, ainda segue um cenário de destruição. É que as obras de assentamento de canos e sistemas elevatórios de captação e drenagem de esgoto, ruas do Novo Cavaleiros e do Bairro da Glória seguem parcialmente interditadas, o que geram transtornos aos moradores e des-truição de veículos. Há dúvidas sobre de quem é a responsabilidade da recomposição do as-falto, se é da Odebrechet ou se é da prefeitura.

Dossiê O vereador Maxwell Vaz (SDD) assumiu a tarefa de entregar aos promotores dos Ministérios Públicos Estadual e Federal um dossiê contendo todas as preposições registradas e aprovadas pela Câmara de Vereadores relativas a rede municipal de ensino. O documento foi entregue durante a Audiência Pública realizada há duas sema-nas pela justiça na Câmara de Vereadores, relativa ao inquérito civil público relativo a educação em Macaé.

Itinerante Assim como as Emendas Impositivas, grande parte das demandas registradas pelo Legis-lativo através das quase 20 sessões da Câ-mara Itinerante realizadas no ano passado ainda não foram atendidas pela prefeitura. Com isso, o trabalho de ouvir moradores de bairros, distritos e comunidades da cidade precisa ser repetido neste ano. Mesmo que não haja a possibilidade das audiências nas ruas, os requerimentos e indicações já valem o registro.

CursoO Tribunal de Contas do Estado do Rio de Ja-neiro (TCE- RJ) segue com os cursos do projeto Escola Itinerante 2016, na Região dos Lagos. As aulas acontecem na Cidade Universitária. Estão abertas as inscrições para o curso Procedimen-tos Prévios aos Contratos Administrativos: Li-citação, Atos de Dispensa e Inexigibilidade de Licitação que devem ser feitas pelo site www.ecg.tce.rj.gov.br até sábado, dia 26. As aulas serão ministradas entre os dias 25 e 29 de abril.

Os moradores dos bairros do extremo Norte da cidade ainda vivem o sonho do acesso à água tratada e encanada. Nos últimos dias, as promessas da Nova Cedae e da prefeitura sobre a expansão do serviço foram renovadas. Mas já tem gente acreditando que o discurso é, mais uma vez, alusivo ao ano eleitoral.

Page 5: Noticiário 27 03 2016

O DEBATE DIÁRIO DE MACAÉ Macaé, domingo, 27 e segunda-feira, 28 de março de 2016 5

SERVIÇO

Sebrae promoverá o�cinasgratuitas a microempreendedores Programação começa na próxima segunda-feira (29) em Rio das OstrasGuilherme Magalhã[email protected]

Com a retração da econo-mia e consequentemen-te do mercado de traba-

lho, uma das principais fontes de renda que tem ganhado força nos últimos meses, de acordo com as principais instituições de estatística do país são as advindas dos mi-croempreendimentos indivi-duais (MEIs). Não por acaso, somente em janeiro deste ano, a modalidade empresarial te-ve alta de 14,8%, segundo o indicador do Serasa Experian. Neste sentido, uma boa opor-tunidade para quem atua no setor em Macaé ou pretende criar o negócio próprio é o ca-lendário de oficinas gratuitas do Sebrae, que será realizado a partir da próxima terça-feira (29) em Rio das Ostras.

De acordo com o cronogra-ma do Sebrae, no ciclo de ofi-cinas do município vizinho se-rão discutidas questões como a importância do planejamen-to, como comprar e vender melhor e como controlar as finanças, entre outros assun-tos importantes para a gestão do negócio.

“O projeto SEI é um pro-grama nosso destinado aos microempreendedores indi-viduais para que estes possam se planejar melhor para o fu-turo, conhecendo melhor seu próprio negócio”, explicou o coordenador regional do Se-brae no Norte Fluminense, Gilberto Soares.

KANÁ MANHÃES

Atualmente, em macaé existem cerca de 7 mil microempreendedores

Realizadas a partir de 18h30 no auditório da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo de Rio das Ostras - localizada na Praça Prefeito Cláudio Ribeiro, Extensão do Bosque -, as oficinas termina-rão no próximo dia 1.

Atualmente, a estimativa é que apenas no Norte Flumi-nense as pequenas empresas totalizem 98,9% dos empre-endimentos regulares. De acordo com a prefeitura de Macaé, por meio do programa de incentivo ao microcrédito a pequenos empresários locais, já foram liberados mais de R$ 1 milhão. Além disso, como prova estatísitica da expan-são da modalidade durante os últimos anos, ainda segundo dados do governo municipal, atualmente estima-se que o número total de microempre-endedores individuais seja de aproximadamente 7 mil - em 2009 esse número era de 90 -, com os setores de comércio, alimentos e bebidas, beleza, cosméticos e transporte es-colar sendo os que mais rece-bem microempreendedores individuais.

SERVIÇO

Programação

● 29/03 - SEI Planejar● 30/03 - SEI Comprar● 31/03 - SEI Vender● 01/04 - SEI Controlar meu

dinheiro

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O DEBATE DIÁRIO DE MACAÉ6 Macaé, domingo, 27 e segunda-feira, 28 de março de 2016

BOLSAS DE ESTUDOS

Últimos dias de inscrição para o Programa Educa Mais BrasilSão mais de 200 mil bolsas de estudo em todo país. Há vagas para diversos cursos em Macaé Juliane [email protected]

Interessados em ingressar na educação técnica, su-perior ou cursos de idio-

mas devem ficar atentos às oportunidades. O Programa Educa Mais Brasil segue até o próximo dia 31 com inscri-ções abertas para o processo seletivo referente ao primeiro semestre letivo de 2016. Estão

sendo oferecidas mais de 200 mil bolsas de estudo, com até 70% de desconto para diversos cursos e instituições de ensino em todo o Brasil.

Em Macaé, as oportunida-des são para Educação Básica, Graduação, Pós- Graduação, Cursos de Idiomas, Cursos Técnicos, Preparatório para Concursos, EJA-Educação de Jovens e Adultos, Cursos Profissionalizantes e Pré-

Vestibular.Vale lembrar que as inscri-

ções permanecem abertas durante todo o ano, mas o can-didato que tiver interesse em ingressar ainda neste semes-tre tem até o dia 31/03/2016 para se inscrever pelo www.educamaisbrasil.com.br.

De acordo com informações do Programa, o estado do Rio de Janeiro está disponibilizan-do mais de 47 mil vagas.

A iniciativa é considerada o maior programa de inclu-são educacional do país. Para concorrer a uma das vagas os interessados podem se inscre-ver gratuitamente.

Entre as opções de cursos de graduação com vagas para Macaé estão: Administração, Engenharia de Produção, Ges-tão de Recursos Humanos, Lo-gística, Pedagogia, Gestão de Recursos Humanos, Processos

Gerenciais, Gestão pública, Ci-ências Contábeis, Marketing, MBA Executivo em Gestão de Pessoas, MBA em Gestão da Qualidade.

Já para cursos técnicos, en-tre as opções estão: Técnico em Meio Ambiente, Técnico em Segurança do Trabalho, Técnico em Logística, Técni-co em Eletrotécnica, Técnico em Mecânica. Além dos cur-sos de idioma: Libras, Inglês,

Espanhol e Italiano. Há vagas também para cursos profis-sionalizantes de Analista Ad-ministrativo, Animador 3D, Autocad e Web Designer.

Outras informações refe-rentes ao Programa podem ser obtidas através da Central de Atendimento nos telefo-nes 4007-2020 para capitais e regiões metropolitanas ou 0800 724 7202 para demais localidades.

DIVULGAÇÃO

As inscrições são gratuitas. No estado do Rio de Janeiro estão sendo oferecidas mais de 47 mil vagas

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O DEBATE DIÁRIO DE MACAÉ Macaé, domingo, 27 e segunda-feira, 28 de março de 2016 7

CEDERJ

Prazo para pedido de isenção e cotas encerra neste domingoAs vagas oferecidas são para o próximo semestre para cursos de graduação a distância em regime semipresencialJuliane [email protected]

O Centro de Educação Supe-rior a Distância do Estado do Rio de Janeiro - Cederj

vai encerrar neste domingo (27) as inscrições para pedido de isen-ção do pagamento da taxa de ins-crição e pré-inscrições no sistema de cotas da Lei Estadual, da ação afirmativa (Lei Federal). Os inte-ressados devem se inscrever pe-

lo site da instituição www.cederj.edu.br/vestibular . O resultado será divulgado no dia 20 de abril.

As vagas oferecidas são para cursos oferecidos por sete ins-tituições públicas de ensino su-perior. São elas: CEFET, UENF, UERJ, UFF, UFRJ, UFRRJ e UNIRIO. As oportunidades são para os cursos de Administra-ção, Administração Pública, Engenharia de Produção; Tec-nólogos em: Gestão de Turismo,

Segurança Pública e Sistemas de Computação; e Licenciaturas em: Ciências Biológicas, Física, Geografia, História, Letras, Ma-temática, Pedagogia, Química e Turismo.

Em breve estarão abertas as inscrições para o Vestibular Cederj 2016/2 e os interessados poderão concorrer a vagas ofe-recidas pelas instituições que formam o Consórcio Cederj. O Consórcio pertence à Fundação

Cecierj, órgão vinculado à Se-cretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação, conta com mais de 40 mil alunos ma-triculados em 15 cursos de gra-duação a distância.

Para o próximo semestre se-rão disponibilizadas vagas nos 32 polos regionais, localiza-dos em Angra dos Reis, Barra do Piraí, Belford Roxo, Bom Jesus do Itabapoana, Campo Grande, Cantagalo, Duque de

Caxias, Itaguaí, Itaocara, Ita-peruna, Macaé, Magé e Miguel Pereira. Além de Natividade, Niterói, Nova Friburgo, Nova Iguaçu, Paracambi, Petrópolis, Piraí, Resende, Rio Bonito, Rio das Flores, Rocinha, Santa Ma-ria Madalena, São Fidélis, São Francisco de Itabapoana, São Gonçalo, São Pedro da Aldeia, Saquarema, Três Rios e Volta Redonda.

De acordo com o edital, para

solicitar a isenção e ou cotas, o candidato precisa preencher o requerimento de Isenção e Pré-Inscrição no sistema de cotas e enviar a documentação exigida digitalizada em uma das seguin-tes extensões: *PDF, *JPEG/JPG ou *PNG, ao preencher requerimento no aplicativo de inscrição. Ainda segundo o do-cumento, a isenção da taxa será concedida mediante avaliação financeira do candidato.

WANDERLEY GIL

Em breve serão abertas as inscrições para o vestibular

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O DEBATE DIÁRIO DE MACAÉ8 Macaé, domingo, 27 e segunda-feira, 28 de março de 2016

BIODIVERSIDADE

Pesquisa realizada pelo Nupem/UFRJ aponta cenário de contaminação em Macaé Estudo realizado por pesquisadores com os mexilhões de praias de Macaé mostra um exemplo do cenário de poluição das águas, que já foram comprovados em outros estudosJuliane Reis [email protected]

Na semana em que se co-memorou o Dia Mun-dial da Água, um dado

chamou a atenção na Capital Nacional do Petróleo. A conta-minação dos principais recur-sos hídricos do município, em especial a foz do Rio Macaé, sendo esta bacia hidrográfi-ca um manancial responsável por abastecer toda cidade, hoje composta por cerca de 206.728 habitantes (dados do IBGE de 2010).

A mais recente pesquisa rea-lizada pelos profissionais e alu-nos teve como objetivo avaliar o grau de contaminação de me-xilhões da espécie Perna perna por hidrocarbonetos policícli-cos aromáticos (HPAs) e metais pesados, como uma indicação da qualidade das águas e deste recurso biológico da costa do município de Macaé.

A pesquisa foi realizada na dissertação de mestrado pelo aluno Igor Uchoa Santiago, do Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais e Con-servação do NUPEM/UFRJ orientada pelo Prof. Aricelso Limaverde, com a participa-ção dos pesquisadores Mauri-cio Mussi Molisani (NUPEM/UFRJ), Adriana Nuddi e Angela Wagener (PUC/RJ). Os resulta-dos acabam de ser publicados na revista Marine Pollution Bulletin (Vol. 103, 2016).

Segundo os pesquisadores, os HPAs e metais podem indi-car a presença de derivados de

petróleo e de efluentes de ativi-dades humanas, como esgoto, lixo, resíduos industriais. Eles explicam que alguns destes compostos podem ter poten-cial para causar danos genéti-cos em organismos, como os 16 compostos de HPAs priori-tários para monitoramento de acordo com a Agência de Pro-teção Ambiental dos Estados Unidos, e metais pesados, co-mo Cr+6. Os mexilhões foram coletados em costões rochosos na foz do rio Macaé (em frente ao Mercado de Peixes), Praia Campista (próximo ao Farol), Praia das Pedrinhas (Lagoa Imboassica) e Ilha de Santana, em períodos de chuva e de es-tiagem em 2013.

O resultado da pesquisa, apre-sentado pelos pesquisadores, foi: "Os mexilhões coletados na foz do rio Macaé apresentaram altos níveis de HPAs, sendo se-guidos pelos organismos cole-tados na Praia Campista. Já os mexilhões da Ilha de Santana e Pedrinhas apresentaram meno-res concentrações destes com-postos orgânicos".

“Os altos valores de HPAs dos mexilhões na foz do Rio Macaé são similares aos mexilhões analisados na Baía de Guana-bara, no Rio de Janeiro, que sofre com contaminação crô-nica por derivados de petróleo. Portanto podemos considerar que os mexilhões indiquem um cenário crítico de poluição por derivados de petróleo no estuário do Rio Macaé, o que compromete a qualidade deste recurso biológico, inclusive para

KANÁ MANHÃES

A foz do Rio Macaé é apontada por pesquisadores como a parte mais contaminada do manancial

o consumo pela população. Es-te cenário é mais preocupante quando os mexilhões desta área apresentaram os maiores níveis de HPAs com potencial de gerar câncer (carcinogênico)”, expli-cou o Prof. Aricelso.

Ainda segundo os pesquisa-dores, quando comparados as concentrações de HPAs nos me-xilhões na costa de Macaé com outras praias e ilhas do Estado do Rio de Janeiro (Arraial do Cabo, Niterói, Angra dos Reis, Rio de Janeiro) pode-se ver maiores valores em Macaé, in-dicando que é necessária a pre-ocupação com a região.

“Embora os mexilhões co-letados na Ilha de Santana apresentassem menores va-

lores totais de HPAs, de forma surpreendente, as espécies mais tóxicas de HPAs (16 HPAs prioritários) foram observadas na Ilha de Santana. A questão é saber quais são as fontes de HPAs para os mexilhões? As análises indicam que derrames e a queima de derivados de pe-tróleo são as fontes de HPAs para os mexilhões podendo ser oriundas das atividades urbanas e de toda a navegação que ocor-re na costa de Macaé, incluindo os barcos de pesca na foz do rio e dos navios que dão suporte as atividades de exploração de petróleo na Bacia de Campos e que ficam atracados próximos a Ilha de Santana. Em relação aos metais pesados não observamos

um cenário de contaminação nos mexilhões, a exceção do Cr que apresentou maiores valores do que preconizado pela Agen-cia de Vigilância Sanitária”, res-saltou os profissionais.

Pesquisas recentes realizadas pelo Núcleo em Ecologia e De-senvolvimento Socioambiental de Macaé (Nupem) / UFRJ e pelo Programa de Pós-Gradu-ação em Ciências Ambientais Conservação (PPG-CIAC) indi-cam um cenário onde as águas de Macaé apresentam em certas situações, condições considera-das como naturais e em outras situações apresentando dete-rioração ambiental.

O pesquisador Mauricio Mus-si Molisani ressalta que o Rio

Macaé é um exemplo onde su-as condições são consideradas boas em certas partes da bacia hidrográfica, principalmente devido à presença de florestas, enquanto que em outras partes da bacia e principalmente na foz do rio, suas condições já estão se deteriorando.

Ele enfatiza ainda que con-forme já mencionado anterior-mente, esta é a hora de se tomar providências para reduzir o im-pacto ambiental no Rio Macaé. “Pois ainda observamos con-dições naturais, enquanto que as condições de poluição são iniciais e ainda reversíveis. Se nada for feito agora, esta con-dição de deterioração ambien-tal vai aumentar e se espalhar pela bacia do Rio Macaé sendo necessários maiores esforços e recursos financeiros sem garan-tia de que as condições naturais sejam obtidas”, ressaltou.

“O estudo realizado por nós com os mexilhões é um exem-plo deste cenário de poluição das águas, que já foram compro-vados em outros estudos com bagres e pequenos crustáceos que apresentaram efeitos bio-químicos e mortalidade devido à presença de HPAs oriundos de derivados de petróleo no estu-ário do Rio Macaé. Estes estu-dos confirmam a urgência de se realizar o ordenamento do uso da foz do rio Macaé e da zona costeira visto que suas águas já estão se tornando tóxicas para organismos e potencialmente tóxica para a população que ve-nha a se alimentar destes bival-ves”, disse Mauricio.

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O DEBATE DIÁRIO DE MACAÉ Macaé, domingo, 27 e segunda-feira, 28 de março de 2016 9

QUESTÃODE JUSTIÇA

“Os direitos das amantes”

Breve histórico

Há uns 15 dias dei uma entrevista a uma das rádios de nossa região, onde o tema abordado foi “Os direitos das amantes”, tema este que gerou muita polêmica e perguntas dos que estavam atentos a indigitada rádio. Foram posi-cionamentos em todos os sentidos, os que eram favoráveis e os contra, tendo inclusive ocorrido depoimentos refe-rentes à fidelidade no casamento e/ou união estável. Infelizmente, o tempo de 60 minutos não foi suficiente para responder as dezenas de perguntas.

Após a entrevista, muitas pessoas me indagaram se não poderia retornar à rádio para continuar a falar sobre tão polêmico tema. No entanto, dessa vez, preferi utilizar o espaço dessa coluna para tratarmos um pouco mais desse intrigante tema.

Gostaria de ressaltar que, em todas as colocações e respostas na rádio, as-

sim como também aqui, definitivamen-te não se tratam de minhas opiniões, mas tão somente posicionamentos dos principais doutrinadores e das juris-prudências brasileiras sobre o assunto.

A minha opinião sobre o assunto seria no sentido de que, se às vezes já é tão difícil manter um relacionamen-to saudável quando são apenas dois indivíduos, acrescentar um terceiro somente iria trazer muita confusão e desconforto. Não há nada melhor do que um relacionamento onde reina a cumplicidade e fidelidade, seja em um casamento ou união estável. E vou além, acredito que o casal deve tentar ao máximo aparar suas diferenças pa-ra manter o relacionamento, notada-mente quando há filhos advindos do mesmo.

Mas eu pergunto: Nos dias de ho-je, as amantes têm direitos?

Atualmente, para entendermos quando uma pessoa é considerada amante ou não, temos que fazer um breve retorno na história do último século.

Até 1891, em nosso país, havia apenas o casamento religioso, onde a igreja católica exercia muita influência sobre os nubentes. Porém, na Constituição Federal de 1891 foi instituído o casamento civil, mantendo em nossa legislação brasileira o casamento reli-gioso com efeitos civis, bem como, o casamen-to simplesmente civil.

Apesar do avanço, provavelmente ain-da pela grande influência da igreja, NÃO se previu o DIVÓRCIO, que é a possibilidade de rompimento do vínculo conjugal por um dos cônjuges em vida. Apenas com a morte é que haveria tal rompimento e possibilidade de no-vo matrimônio pelo cônjuge supérstite, ou se-ja, era literalmente até que a morte os separe.

Tal situação acabou por gerar, perante toda a sociedade brasileira, uniões que esta-vam literalmente à margem da lei, pois não eram reconhecidas por nossa legislação e, por conseguinte, dessas uniões não advinham qualquer direito.

Diante da pressão social, o legislador aca-bou consentindo, através do DESQUITE, o fim da sociedade conjugal, ou seja, o casal não precisaria manter a fidelidade e/ou assistên-cia mútua, porém o vinculo conjugal ainda não podia ser rompido. A pessoa poderia se-guir sua vida sem ter que dar qualquer satis-fação ao seu antigo cônjuge, mas NÃO poderia se casar de novo, pois ser desquitado era um impedimento para um novo matrimônio.

Como é impossível a um ser humano viver só, acabou se disseminando perante nossa so-ciedade o CONCUBINATO, que era a união de pessoas que estavam impedidas de contrair novo casamento. Em tal contexto da época, todas as pessoas que viviam sob o mesmo teto sem a possibilidade de casamento eram consideradas AMANTES.

E dessa união à margem da lei não decor-riam quaisquer direitos, ou seja, ao fim desses relacionamentos, mesmo que durassem mui-tos anos, geralmente a mulher não teria direi-to a requerer alimentos, não teria direito aos bens adquiridos durante o relacionamento, e não seriam consideradas herdeiras. Concluin-do, elas sairiam literalmente com uma mão à frente e outra atrás.

Na década de 60, chegavam aos Tribunais muitos pedidos de alimentos de mulheres que conviveram muitos anos em concubinato, às vezes décadas, e após o rompimento eram largadas à própria sorte; sendo que nossos Tribunais negavam qualquer direito para tais pretensões. Porém, após muita pressão, as soluções encontradas regravam tão só efeitos matrimoniais do relacionamento na tentativa de coibir aberrantes injustiças.

Em um primeiro momento, nas situações em que a mulher não exercia atividade remu-nerada, e não tinha outra fonte de renda, os tribunais concediam alimentos de forma “camuflada”, sob o inacreditável nome de in-denização por serviços domésticos prestados, talvez em compensação dos serviços de cama e mesa por ela prestados. O fundamento para essas indenizações, à época, era a inadmissi-bilidade do enriquecimento ilícito: o homem que se aproveitava do trabalho e da dedicação de uma mulher não poderia abandoná-la sem qualquer ajuda.

Em face das queixas generalizadas (e mais do que justificadas), passaram os tribunais a reconhecer a existência de uma sociedade de fato, ou seja, como se fossem sócios de uma empresa, sem levar em consideração o afeto e o amor depositados na relação, muitas vezes por muitos anos.

Porém, para ensejar a divisão de bens ad-quiridos durante a união havia necessidade da prova de efetiva contribuição financeira de cada consorte para a constituição do patrimô-nio, os companheiros como verdadeiros só-cios, então sim, procedia a divisão de tais bens.

Ressalto que tais uniões concubinárias não eram discutidas nas Varas de Família, mas sim nas varas cíveis de nossos tribunais, pois ainda eram consideradas uniões à margem do di-reito de família, já que a legislação brasileira não considerava esses relacionamentos como geradores de famílias - apenas o casamento era considerado família.

Cabe frisar que tínhamos também os casos em que, sendo o homem e mulher solteiros, ou seja, sem impedimento para casar, mas não o faziam, decidindo por apenas “viverem jun-tos”, também eram considerados amantes.

Então, repetindo, todas as uniões que não estavam sob a “graça” do matrimônio eram

consideradas concubinatos e seus atores amantes, e como foi visto acima, quase não tinham direitos, e para reivindicá-los era uma verdadeira via crucis.

Apenas em 1977 veio a tão esperada e ansiada lei do divórcio, que acabou propor-cionando o rompimento do vínculo conjugal e permitindo a realização de um novo casa-mento para o divorciado.

Tal situação alterou o que se entendia, até então, por amantes, pois, naquele momento, pessoas desquitadas poderiam requerer o di-vórcio e após poderiam “regularizar” a união.

Assim, a união de pessoas desquitadas não era mais considerada um concubinato, pois poderiam se casar e, em decorrência, teriam garantidos os direitos previstos em nossa legislação.

A regularização das uniões de pessoas que, por algum motivo, não podiam se casar, acaba por gerar ainda uma união não reconhecida e, por conseguinte, continuariam a ser conside-radas meras amantes.

A primeira vez que o legislador vislumbrou regularizar tais uniões foi em 1994, quando assegurou aos companheiros direito a ali-mentos, partilha de bens e sucessão, porém, só abarcou no conceito de União Estável a relação entre pessoas solteiras, judicialmen-te separadas, divorciadas ou viúvas, deixando de fora, injustificadamente, os separados de fato, ou seja, pessoas que ainda eram casadas no papel, porém, separados de seus cônjuges e que viviam em uma nova relação com uma pessoa solteira. Estes eram considerados, tão somente, amantes.

Assim, mesmo com o avanço da legislação de 1994, as pessoas que eram separadas de fato, mas “casadas no papel” e que viveriam por décadas com uma pessoa solteira, seriam consideradas apenas amantes, sendo que, em caso de rompimento, não teriam quaisquer direitos.

Apenas em 1996, nova lei reconheceu que pessoas separadas de fato, e que viviam sob o mesmo teto com outra pessoa, eram con-sideradas em união estável, bem como tais discussões passaram a ser tratadas nas Varas de Família, concedendo todos os direitos ine-rentes: alimentos, partilha de bens e sucessão. As uniões estáveis são reconhecidas, inclusive, por nossa lei maior - a Constituição Federal.

Nessa nova realidade, as amantes são ape-nas as pessoas que se relacionam, e que não se enquadram nesse novo contexto de nossa legislação.

Realidade nos últimos anosAs hoje consideradas "amantes" são mu-

lheres que se relacionam com os homens casados e os que vivem em união estável, homens esses, que vivem com suas esposas e companheiras.

Nos últimos 20 anos, os nossos tribunais têm rechaçado os pedidos de alimentos, partilha de bens e sucessão de pessoas que fogem às regras do casamento e também da união estável, ou seja, vêm negando direitos às "amantes".

Voltando à pergunta inicial e que não quer calar: As amantes têm direitos?

Eu respondo orientado pela doutrina e ju-risprudência majoritária no sentido de que NÃO TÊM DIREITOS. Porém alguns juízes e tribunais têm sinalizado o contrário, ou se-ja, em ainda poucos casos têm-se concedido algum direito às amantes.

Questionam tais juízes o que fazer diante de vínculo de convivência constituído inde-pendentemente da proibição legal e moral da sociedade? Convivência esta que persistiu por muitos anos, de forma pública, contínua, du-radoura e, muitas vezes, com filhos.

O que fazer? Negar-lhe existência, sob o fundamento da ausência do objetivo de constituir família em face do impedimento? Tais juízes estão entendendo que punir tal mulher é condená-la a invisibilidade, o que poderá gerar irresponsabilidade, ensejando um enriquecimento ilícito para o homem ca-sado ou em união estável em detrimento dela.

A sociedade está sempre em movimento e, consequentemente, suas relações amorosas. Desse modo, para que hoje uma verdadeira AMANTE possa lograr algum êxito no pleito de algum direito terá que demonstrar o enri-quecimento ilícito por parte do “seu homem”. Tal empreitada não é nada fácil, porém possí-vel, em vista de julgados esporádicos de alguns tribunais.

E quanto às uniões homoafetivas? União entre pessoas do mesmo sexo? Amigos, isso é outra longa história que iremos abordar num outro dia, pois é um tema muito rico e contro-vertido. Aguardem.

FRANÇOIS PIMENTEL [email protected]

BAIRROS EM DEBATE Aterrado do Imburo

FOTOS: WANDERLEY GIL

Procurada pela nossa equi-pe, a prefeitura informou que a solicitação de reparo no asfalto foi encaminhada à secretaria de Serviços Públicos, que vai enviar uma equipe ao local para avaliar as intervenções necessárias. Quanto a limpeza, o órgão infor-mou que vem realizando um tra-balho em toda cidade e o bairro está no cronograma. A previsão é de que os serviços sejam exe-cutados nas próximas semanas.

Já em relação ao ESF, ela diz que a informação de que não há

médico no Imburo há mais de um ano não procede. Neste mês de março, o profissional lotado na unidade pediu exoneração, po-rém outro já foi convocado, via concurso para substituí-lo.

Quanto ao pedido das caixas comunitárias, o órgão responsá-vel informou que enviará técnicos ao local para avaliar as necessi-dades e executar os reparos ne-cessários na próxima semana. Sobre o abastecimento, será feita uma revisão no cronograma a fim de assegurar o atendimento.

O que diz a prefeitura

Reforma da praça é promessa que ainda não foi cumprida

Aterrado do Imburo não vê melhorias Por estar situado em área rural, os moradores relatam que a infraestrutura não chega até a localidadeMarianna [email protected]

Perto da cidade e distante da infraestrutura. Essa é a realidade do Aterrado

do Imburo que, apesar de estar localizado na área rural, vem sofrendo um forte crescimento nos últimos anos. A visita mais recente do Bairros em Debate aconteceu em outubro, no en-tanto, nesse tempo poucas das promessas feitas pelo poder pú-blico foram atendidas.

O bairro foi criado há pouco mais de 20 anos. Por estar situ-ado a poucos minutos da Linha Azul, essa região vem crescen-do ao longo desse tempo. Para se ter uma ideia, estima-se que hoje vivam uma média de 1.200 pessoas ali.

Conversando com os mora-dores, é possível ver que o bairro ainda sofre com a falta de itens básicos, como a rede de abaste-cimento de água e o saneamento.

“Aqui está indo de mau a pior.

Nunca fazem nada. São tantos problemas que a gente até fica desacreditado”, desabafa o pre-sidente da Associação de Mo-radores, Carlos José de Araújo Toledo.

Mesmo sendo um direito de todo ser humano, muitos cida-dãos não têm acesso a esse recur-so em suas torneiras. No caso do Aterrado do Imburo a água vem de caixas comunitárias instala-das em vários pontos do bairro.

No última edição do Bairros, Carlos destacou que a prefeitura tinha prometido fazer a reforma delas e, em alguns casos, até fazer a troca por novas. Apesar disso, cinco meses depois, a situação permanece da mesma maneira.

“Prometeram reformá-las, mas até hoje nada. Várias estão sem tampa, ou seja, se chover ainda compromete a qualidade da água. Quando estão vazias acabam virando criadouro do mosquito. A prefeitura fala tanto para a gente perder 10 minutos vendo se não tem focos dentro

de casa, mas ela mesma não está fazendo a parte dela”, diz.

Mas não é só a estrutura que é alvo de insatisfação. A quantida-de de água colocada nas 10 caixas d'águas comunitárias não atende mais a demanda do bairro. “Eles

estão abastecendo duas vezes na semana, só que isso não es-tá atendendo a demanda, que é grande. Infelizmente o problema da falta d'água é ainda uma rea-lidade para nós do Aterrado do Imburo”, lamenta o presidente.

Moradores solicitam a troca de caixas d'água comunitárias

Praça precisa de manutençãoDesde o último Bairros em

Debate, a lista de reclamações ganhou mais um item: a manu-tenção da praça. Ela é hoje a única opção de lazer para os moradores, principalmente as crianças. E são elas que estão correndo o maior risco na hora da diversão.

O presidente fala que é preciso concluir as obras da estrutura on-de ficam os banheiros e as salas, onde, até então, seria implanta-do o projeto Educa Mais. “Está tudo abandonado há quase um ano. Estamos sem saber quando as obras serão retomadas e se serão. Enquanto nada é definido, as crianças estão correndo risco de sofrerem algum acidente”, explica.

SERVIÇO DE DENTISTA O posto de saúde do bairro é

uma das poucas coisas que os moradores dizem funcionar bem, no entanto, desde março de 2015 a especialidade de dentista foi suspensa. “As crianças são as que mais sofrem. Quando estão com dor de dente, ou qualquer outro problema, os pais precisam se deslocar para outras localidades. É um serviço que está fazendo fal-ta para a comunidade do Aterrado do Imburo”, enfatiza Carlos.

Além disso, o atendimento no posto de saúde tem sido prejudi-cado por conta da falta de profis-sionais. “Está faltando médico. Se alguém passar mal precisa ir para longe para tentar ser atendido”, diz.

Buracos colocam em risco os motoristas“A via principal do bairro está precisando de manuten-ção”, diz os moradores. Segun-do o presidente da associação, a prefeitura chegou a fazer o serviço de tapa-buracos, esse que não foi concluído. “Como tudo que fazem, nada é ter-minado. Onde tinha buraco piorou e onde eles taparam já abriu tudo por conta das chuvas”, relata ele que diz que sempre procura os órgãos pes-soalmente. “Estou indo sem-pre na secretaria de Serviços Públicos e sendo atendido pelo secretário e pelo sub. Eles pro-metem que vão atender os nos-sos pedidos, mas só enrolam a gente”, conta.

Se está ruim onde o asfalto existe, onde não há pavimen-tação é ainda pior. “A gente enfrenta lama e poeira. Já perdemos até a esperança de que esse bairro será urbani-zado algum dia. Só aparecem em época de eleição”, diz uma moradora que pede para não ser identificada.

A manutenção das vias está prevista dentro do Código Bra-sileiro de Trânsito (CBT), que garante que é dever das auto-ridades promover um trânsito seguro e de qualidade. De acor-do com o Art. 1º "O trânsito, em condições seguras, é um direi-to de todos e dever dos órgãos e entidades componentes do Sistema Nacional de Trânsi-to, a estes cabendo, no âmbito das respectivas competências, adotar as medidas destinadas a assegurar esse direito".

PONTES SE TORNAM AMEAÇAS

As duas pontes que existem no bairro estão em péssimas condi-ções. Além de serem de madeira, tendo que suportar o peso de ca-minhões e ônibus, elas não apre-sentam nenhuma segurança para quem passa ali.

“No ano passado teve um se-nhor que morreu após cair dela com a carroça. Ele machucou a perna em um vergalhão e acabou vindo a falecer. Não queremos que outras tragédias como essa conti-nuem acontecendo. Se não puder mudar a estrutura da ponte agora, que pelo menos coloquem guar-da-corpos para evitar a queda de uma pessoa”, apela o presidente.

População pede recapeamento da estrada principal do bairro

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O DEBATE DIÁRIO DE MACAÉ10 Macaé, domingo, 27 e segunda-feira, 28 de março de 2016

PolíciaCOLUNA

A revolução da longevidade

O apresentador de tele-visão José Eugênio Soares, 78 anos de idade, mais co-nhecido como "Jô Soares", anunciou essa semana que 2016 será seu último ano na Rede Globo de Televisão, e que irá estudar propostas para dar continuidade ao seu trabalho em emissora concorrente. De forma irô-nica, Jô disse que trabalha-ria somente até os 100 anos de idade, e que, depois disso, iria aproveitar sua velhice.

HOUVE AUMENTO NA LONGEVIDADE NO BRASIL?

Segundo pesquisas cientí-ficas, houve um aumento de 35 anos na expectativa de vida em apenas um século. Antes, infelizmente nossa expectativa era pequena. Tal mudança levantou uma questão importante: O que fazer com todo esse tempo a mais para se viver, como aproveitar? As pessoas estão tendo suas vidas prolonga-das, as mortes prematuras que por muitas décadas di-zimou famílias e cidades; hoje é controlada com vaci-nas, medidas sanitárias, água potável e melhor nutrição. Aqueles óbitos por infec-ções, diarreias, tuberculose, sarampo, dentre outras cau-sas, não existem mais, já que, atualmente encontram-se controlados com os avanços da medicina. No século pas-sado, em 1920, a expectati-va de vida do brasileiro era de 45 anos, hoje é de 75. E a previsão para 2020 é de 85 anos. Porém, nosso país não está preparado para garantir a qualidade de vida do ido-so nesses anos de vida que ganhamos. Infelizmente, as políticas públicas voltadas para o idoso ainda são mui-to tímidas; na realidade nos preocupamos mais com as crianças e adolescentes do que com o futuro deles que é a velhice. Vale ressaltar que todos nós temos que pedir a Deus para sermos um dia chamados de idosos.

COMO ESSE FENÔMENO OCORRE EM OUTROS PAÍSES?

Nos países desenvolvidos como Estados Unidos, Euro-pa e Ásia, onde a revolução já ocorreu, houve enrique-cimento antes do envelhe-cimento. Esses países foram proativos para o referido processo, ou seja, ao mesmo tempo em que avançavam no aumento da expectativa de vida, planejaram políti-cas para aumentar o poder financeiro dessas pessoas no envelhecimento. Já no Brasil, a população está en-velhecendo em condições de pobreza, transforman-do a velhice em um fardo. Qualquer um de nós que conversar com um idoso, de mais de 65 anos, perce-berá que seu poder aquisi-tivo diminuiu exatamente no momento que ele mais precisava de recursos finan-ceiros para tratar da saúde. Conheço idosos que recla-mam de sua aposentadoria, cujos valores diminuem ano após ano, muitos ganhando apenas 2 salários mínimos. O aumento da longevidade é apontado como um divisor de águas desse processo de mudanças. Antes, os idosos queriam descansar dos anos vividos na juventude, e na fa-

se adulta, onde trabalharam por muito tempo. Hoje que-rem continuar aproveitando a vida, a velhice virou coisa do passado, já que muitos se valem das novas técnicas da medicina para aparentar menos idade e ter melhor qualidade de vida, através de alimentação saudável e atividades físicas.

NOSSA SOCIEDADE ESTÁ PREPARADA PARA A LONGEVIDADE?

Infelizmente não! Nossa sociedade capitalista é volta-da para o público jovem, que consome de forma desregra-da produtos, na maioria das vezes desnecessários; dificil-mente vemos nos meios de comunicação propagandas incentivando a compra de algum tipo de produto para idosos. Por incrível que pa-reça, o único produto que levam às telas em publici-dades são estimulantes se-xuais para ereção masculina, como se isso fosse priorida-de. A apresentadora Xuxa Meneguel foi a rainha dos baixinhos, como Angélica e Eliana, outras musas. Não me recordo de ter assistido algum programa destinado ao público idoso, tipo a "rai-nha dos idosos". Infelizmen-te, nossa sociedade tem uma dinâmica de vida que conduz a pessoa na melhor idade, ou seja após 65 anos, ter senti-mentos de apatia, solidão e insatisfação. Antigamente, a família estava mais próxima, era comum pais, netos e avós conviverem na mesma casa. Hoje, na maioria dos casos, os pais trabalham fora o dia todo, e os netos, quando não estão na creche, estão em ca-sa no computador navegan-do pela internet. O idoso fica deslocado em nossa socieda-de, dai surge a necessidade de políticas públicas para suprir a ausência da famí-lia. Sou favorável ao ditado que diz: idoso feliz é com a família, na ausência desta, ele inserido na dotação or-çamentária de políticas pú-blicas do Estado.

QUAL SUA OPINIÃO SOBRE O TEMA?

Na minha família, fui cria-do naquela cultura de que o idoso da casa tinha priori-dade em tudo. Quando meu falecido pai fazia festas em casa, os primeiros a serem servidos eram os idosos. Atualmente, não vejo mais isso ocorrer, observo que pa-ra a atual juventude o idoso é preterido em tudo e chama-do de "inconveniente". Cabe uma reflexão como exemplo a ser seguido: se nossos fi-lhos observarem nossa apa-tia pelo assunto acredite que eles farão o mesmo no futu-ro. Finalizo citando o livro: "Em busca do sentido", pu-blicado em 1946, por Victor Franklin, sobrevivente do campo de concentração de Auschwitz. Este narra que a essência da vida é encontrar sentido em todas as etapas, principalmente na velhi-ce; no final Franklin alerta: "Não procurem o sucesso, quanto mais o procurarem e o transformarem em um al-vo, mas vocês vão errar, pois o sucesso e a felicidade não podem ser perseguidos, eles devem acontecer. Devemos ouvir o que nossa consciên-cia diz que deve ser feito e colocar em prática da me-lhor forma possível, ai sim, em longo prazo, o sucesso e a felicidade vão nos perseguir, precisamente, pois esquece-mos de pensar neles".

NOTA

Desemprego fica em 9,5% no trimestre encerrado em janeiro

O tenente-coronel Ramiro Campos fala sobre envelhecer

BALANÇO

ISP divulga dados do mês de fevereiroMacaé apresentou queda nos índices de criminalidade no mês passado

Ludmila [email protected]

O Instituto de Segurança Pública (ISP), que divul-ga os dados do índice de

criminalidade, de acordo com as ocorrências realizados nas Delegacias do Estado do Rio de Janeiro, apontou uma queda no número de registros no mês de fevereiro, comparados ao mês anterior.

Segundo o ISP, Macaé teve 848 casos registrados na 123ª DP, enquanto que em janeiro foram 933. Isso demonstra uma queda na criminalidade da cidade, já que esses núme-ros são referentes a todos os tipos de crimes registrados no município.

Apesar da queda no total de ocorrências, o número de ho-

micídios dolosos (aquele que o agente quer tirar a vida de alguém ou assume o risco de fazê-lo) permanece alto. Sendo registrados oito casos em feve-reiro e seis em janeiro. Outro crime de bastante relevância - o estupro - vem mantendo uma média, sendo registrados três casos no mês passado.

O roubo a transeuntes, uma das principais reclamações dos cidadãos macaenses, também teve uma pequena queda em fevereiro: foram três casos a menos, do que em janeiro, que registrou 90 ocorrências.

Outra infração que vinha mantendo uma constante alta no balanço divulgado pelo ISP - o roubo de aparelho de celu-lar - também apresentou uma queda com menos nove ocor-rências na DP, sendo 23 casos

em fevereiro. É importante frisar que o roubo de aparelhos de celular, mesmo sendo uma das principais causas de recla-mações, costuma aparecer com números baixos no balanço do ISP. Assim é porque os dados informados pelo órgão refe-rem-se àqueles que vão à de-legacia registrar a ocorrência, o que dificilmente acontece, já que grande parte da população acredita que o registro não é importante, pois na maioria dos casos a PM não consegue recuperar o bem material.

Ainda de acordo com o balan-ço mensal, no mês de fevereiro, Macaé registrou 187 casos de roubos, de todos os gêneros, como em comércios, a tran-seuntes, residências, cargas etc. Já em janeiro foram 179 casos, com um aumento de oito regis-

tros em apenas 30 dias. Quanto aos furtos (quando não se é usa-do de violência contra a vítima) foram 167 ocorrências.

Para ajudar a Polícia Militar no combate à criminalidade e violência em toda a área do 32º Batalhão de Polícia Mili-tar (BPM), qualquer cidadão pode denunciar pessoas e si-tuações suspeitas. Basta en-trar em contato com o Disque-Denúncia da Polícia Militar, através do número 2765-7296. O telefone está à disposição da população 24 horas por dia para atender todos os chama-dos, e não é preciso se identi-ficar. Além das ligações, os ci-dadãos também podem passar informações pelo WhatsApp, através do número 98168-2344. Ou por e-mail para: [email protected].

BR-101 deve receber 215 mil veículos na volta para casa

TRÁFEGO

Após curtir o feriado pro-longado, o dia de hoje (27) é de retorno para muitos. Até às 23h de hoje, cerca de 117 mil veículos devem passar pela BR-101/Norte, nos trechos que cortam cidades como Macaé, Rio das Ostras e Casimiro de Abreu.

A Autopista Fluminense, concessionária do Grupo Ar-teris e responsável pela admi-nistração da BR-101 RJ/Norte, informou que neste domingo o horário de maior movimenta-ção será das 15h às 23h. Já na segunda-feira (28) estima-se que passem 98 mil veículos, entre 14h às 23h.

A concessionária orienta os usuários para que adotem me-didas de segurança, por exem-plo, fazendo a revisão prévia no veículo e utilizando sempre o cinto de segurança em todos os bancos, além da cadeirinha infantil para o transporte de crianças. É importante tam-bém respeitar os limites de velocidade e programar para-das ao longo da viagem para descanso e alimentação.

Motoristas devem ficar atentos aos horários de maior movimento

ATENDIMENTO AEMERGÊNCIAS EINFORMAÇÕES

Pelo telefone 0800 2820 101, o usuário pode solicitar atendimen-to de emergência na rodovia, tirar dúvidas ou fazer reclamações e su-gestões para a concessionária. O te-lefone 0800 717 1000 também está disponível para o atendimento aos usuários com deficiência auditiva e da fala (não aceita ligações de te-lefones convencionais e celulares).

PEDÁGIONos dias de maior fluxo, as pra-

ças de pedágio da BR-101/RJ Norte funcionarão com capacidade má-xima. Arrecadadores adicionais estarão de plantão para fazer a co-brança à frente das cabines (papa-filas), quando necessário. A tarifa básica para automóveis é de R$ 3,80. Motos pagam R$ 1,90. Veícu-los comerciais pagam conforme o número de eixos. Cinco praças de pedágio estão em funcionamento na rodovia: Km 40 - Campos dos Goytacazes (cobrança nos dois sentidos); Km 123 - Campos dos Goytacazes (cobrança nos dois sentidos); Km 192 - Casimiro de Abreu (cobrança nos dois senti-dos); Km 252 - Rio Bonito (cobran-ça nos dois sentidos); Km 299 - São Gonçalo (cobrança unidirecional - sentido Niterói).

WANDERLEY GIL

Hoje (27), a Autopista estima que passem 117 mil veículos na rodovia BR-101/Norte de 15h às 23h

KANÁ MANHÃES

Fevereiro apresenta queda nos índices de criminalidade comparados ao mês de janeiro em Macaé

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O DEBATE DIÁRIO DE MACAÉ Macaé, domingo, 27 e segunda-feira, 28 de março de 2016 11

ATLETISMO

Ultramaratonista fala dos desa�os e conquistas Vera Mota disputa provas na categoria 55-59 e com a meta de superar as próprias marcas e conquistar novos pódiosJuliane Reis [email protected]

Conhecida mundialmente como a Capital Nacional do Petróleo, Macaé é uma

cidade que, pouco a pouco, vem conquistando espaço quando o assunto é a prática esportiva. E as representações envolvem uma série de esportes, e não apenas o tradicional futebol. Em vários cantos do país, os atletas macaenses vão tentan-do conquistar pódios nas mais diversas modalidades. Na lista estão o judô, o jiu-jítsu, o karatê, atletismo, boxe, entre outras.

Entre os destaques nas provas de atletismo está a ultramara-tonista Vera Lúcia Mota. Há 22 anos, ela iniciou sua carreira no esporte e conta que, como todo atleta que representa Macaé, não é fácil enfrentar tantas bar-reiras e dificuldades para con-seguir participar das principais provas pelo país afora.

“Mesmo assim, nunca desani-mei. Sempre procurei encarar os desafios e superá-los, e nes-ses 22 anos foram muitas as vi-tórias que pude saborear, graças a Deus, que sempre está presen-te na minha vida. Muito impor-tante também o estímulo que recebo do meu marido Aprígio, além do apoio dos amigos que sempre me incentivaram e me ajudaram. Sinceramente, não consigo contar tantos troféus e medalhas já conquistadas, mas cada uma tem uma história de superação”, desafaba.

Vera ressalta que seu maior adversário é ela mesma. Por is-so, quando treina, procura sem-pre superar as próprias marcas e, com isso, já conquistou mui-tos pódios.

“Já corri todo tipo de distân-cia: 5, 10, 15, 21, 30, 42, 50, 100, 160km. Atualmente, sou Cam-peã Brasileira em Ultramarato-nas na minha categoria (55-59), esse titulo foi na Ultramaratota 24 horas dos Fuzileiros Navais (CEFAN). Conquistei também o 3º lugar geral em quatro edições seguidas da Ultramaratona In-ternacional de Santa Maria/RS, o 1º lugar geral em 3 edições da Ultramaratona de Sulacap/RJ, o Pódio geral em todas as edições da Ultramaratona 12 horas de Macaé. Ano passado fui campeã no Feminino e Campeã geral fe-

minina em todas as edições do Ultradesafio 80km. Agradeço ao meu amigo Eleir Andrade Junior, que me incentivou a entrar no mundo das Ultrama-ratonas”, lembra a atleta.

Vera é atleta da Ascom Ma-caé-RJ, filiada à Federação Brasileira de Atletismo do Rio de Janeiro (FABERJ), que neste fim de semana estará dividin-do as pistas com os melhores Ultras brasileiros na 5ª Ultra-maratona 12 horas de Macaé, compartilhando e recebendo conhecimento.

“Estou na contagem regressi-va. Na oportunidade, agradeço a Academia Profysyc, ao Jornal O Debate, ao Dr. Sergio Vilela, equipe da Ascom e a todos que sempre acreditaram no meu potencial”, disse.

DIVULGAÇÃO

A atleta vai disputar neste final de semana a 5ª Ultramaratona 12 horas de Macaé

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O DEBATE DIÁRIO DE MACAÉ12 Macaé, domingo, 27 e segunda-feira, 28 de março de 2016