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KANÁ MANHÃES Perdas de Macaé com a queda no preço do petróleo pode chegar a R$ 100 milhões até o fim do ano POLÍTICA O DEBATE DIÁRIO DE MACAÉ www.odebateon.com.br Macaé (RJ), domingo, 1 e segunda- feira, 2 de março de 2015 Ano XXXIX, Nº 8643 Fundador/Diretor: Oscar Pires facebook/odebate twiter/odebate issuu/odebateon R$ 1,50 WANDERLEY GIL Estudo realizado pelo Nupem indica que, nos próximos anos, o Rio Macaé não terá água suficiente para atender a crescente demanda de abastecimento registrada pela Capital Nacional do Petróleo Especialistas alertam sobre risco de escassez de águas do Rio Macaé Nova Holanda ainda espera mudanças Quem viu a Nova Holanda há alguns anos e vê agora, sem dúvida percebeu que muitas melhorias foram feitas. No entanto, os moradores dizem que ainda há bastante coisa a se fazer no que diz respeito a infraestrutura. Apesar dos investimentos, a comunidade BAIRROS EM DEBATE KANÁ MANHÃES Para moradores, prioridade é a construção do piscinão Previsão reforça necessidade de realização de medidas ambientais, com foco na preservação das nascentes da Bacia Hidrográfica dos Rios Macaé e São Pedro, visando garantir o futuro do abastecimento do município PÁG. 10 ainda pode ser considerada uma das áreas mais carentes da Capital do Petróleo. Ela cresceu nas últimas décadas de maneira desordenada e em uma área considerada alagadi- ça. Tal situação obrigou o po- der público a tomar medidas, como a urbanização. PÁG. 8 Município já contabiliza R$ 26 milhões em perdas Em dois meses, Macaé contabiliza perdas que chegam a R$ 26 milhões com os recursos gerados pelas atividades de exploração e produção de pe- tróleo na Bacia de Campos. PÁG. 3 Montante é referente à redução na arrecadação de royalties e da Participação Especial PT e PSOL apoiam a 'Lei dos Plantões' ÍNDICE TEMPO POLÍCIA POLÍTICA Diretórios emitiram nota em defesa de derrubada de veto contra projeto PÁG. 3 KANÁ MANHÃES Mergulhadores ajudam na localização e resgate de vítimas Resgate eleva nível de desafio dos Bombeiros Equipe especial garante trabalho em situações de alto risco no mar PÁG. 5 EDITORIAL 4 PAINEL 4 GUIA DO LEITOR 4 ESPAÇO ABERTO 4 CRUZADINHA C2 HORÓSCOPO C2 CINEMA C2 AGENDA C2 Máxima 31º C Mínima 22º C Anuncie: (22) 2106-6060 (215) POLÍCIA GERAL GERAL CADERNO DOIS Corpo de Bombeiros terá novo comandante MPF cobra plano de contingência Especialistas orientam sobre a Malária Anormais completam 14 anos de alegria Após quatro anos de trabalho, Jorge Vincenzi deixa posto PÁG. 5 Recomendação é direcionada ao governo do Estado PÁG. Estado do Rio de Janeiro vive surto da doença PÁG. 11 Grupo é referência em vitalidade e saúde CAPA WANDERLEY GIL KANÁ MANHÃES CAI NÚMERO DE ROUBOS A VEÍCULOS NA CIDADE GOVERNO MUNICIPAL LUTA POR CIDADE DAS OPORTUNIDADES PREFEITURA INSCREVE PARA ESTÁGIO FORENSE POLÍCIA, PÁG.5 POLÍTICA, PÁG.3 EDUCAÇÃO, PÁG.10

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Page 1: Noticiário 01 03 15

kaná manhães

Perdas de Macaé com a queda no preço do petróleo pode chegar a R$ 100 milhões até o fim do ano

política

O DEBATEDIÁRIO DE MACAÉ

www.odebateon.com.br

Macaé (RJ), domingo, 1 e segunda-feira, 2 de março de 2015Ano XXXIX, Nº 8643Fundador/Diretor: Oscar Pires

facebook/odebate

twiter/odebate

issuu/odebateon

R$ 1,50

wanderley gil

Estudo realizado pelo Nupem indica que, nos próximos anos, o Rio Macaé não terá água suficiente para atender a crescente demanda de abastecimento registrada pela Capital Nacional do Petróleo

Especialistas alertam sobre risco de escassez de águas do Rio Macaé

Nova Holanda ainda espera mudançasQuem viu a Nova Holanda há alguns anos e vê agora, sem dúvida percebeu que muitas melhorias foram feitas. No entanto, os moradores dizem que ainda há bastante coisa a se fazer no que diz respeito a infraestrutura. Apesar dos investimentos, a comunidade

bairros em debate

kaná manhães

Para moradores, prioridade é a construção do piscinão

Previsão reforça necessidade de realização de medidas ambientais, com foco na preservação das nascentes da Bacia Hidrográfica dos Rios Macaé e São Pedro, visando garantir o futuro do abastecimento do município pÁG. 10

ainda pode ser considerada uma das áreas mais carentes da Capital do Petróleo. Ela cresceu nas últimas décadas de maneira desordenada e em uma área considerada alagadi-ça. Tal situação obrigou o po-der público a tomar medidas, como a urbanização. pÁG. 8

Município já contabiliza R$ 26 milhões em perdas

Em dois meses, Macaé contabiliza perdas que chegam a R$ 26 milhões com os recursos gerados pelas atividades de exploração e produção de pe-tróleo na Bacia de Campos. pÁG. 3

Montante é referente à redução na arrecadação de royalties e da Participação Especial

PT e PSOL apoiam a 'Lei dos Plantões'

íNdicetempo

políciapolítica

diretórios emitiram nota em defesa de derrubada de veto contra projeto pÁG. 3

kaná manhães

Mergulhadores ajudam na localização e resgate de vítimas

Resgate eleva nível de desafio dos Bombeirosequipe especial garante trabalho em situações de alto risco no mar pÁG. 5

ediTOrial 4

Painel 4

gUia dO leiTOr 4

esPaÇO aBerTO 4

CrUZadinha C2

hOrÓsCOPO C2

Cinema C2

agenda C2

Máxima 31º CMínima 22º C

Anuncie: (22) 2106-6060 (215)

polícia Geral Geral caderNo dois

Corpo de Bombeiros terá novo comandante

MPF cobra plano de contingência

Especialistas orientam sobre a Malária

Anormais completam 14 anos de alegria

após quatro anos de trabalho, Jorge Vincenzi deixa posto pÁG. 5

recomendação é direcionada ao governo do estado pÁG.

estado do rio de Janeiro vive surto da doença pÁG. 11

grupo é referência em vitalidade e saúde capa

wanderley gil kaná manhães

Cai número de roubos a veíCulos na Cidade

governo muniCiPal luTa Por Cidade das oPorTunidades

PreFeiTura insCreve Para esTÁgio Forense

polícia, pÁG.5 política, pÁG.3 edUcaÇÃo, pÁG.10

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O DEBATE DIÁRIO DE MACAÉ2 Macaé (RJ), domingo, 1 e segunda-feira, 2 de março de 2015

CidadeEdição: 264 Publicação: 27 dE junho dE 1981

SEMANA EM DEBATE O DEBATE EM MEMÓRIA

Fogo atinge restinga

Associação Comercial faz reuniãoA Associação Comercial e Industrial de Macaé (ACIM) realizou sua primeira reunião do ano, que contou com a pre-sença do subsecretário muni-cipal de Indústria e Comércio, Clóvis Lima. Entre os prin-cipais problemas apontados, a Segurança Pública foi des-tacada como questão crucial para intervenções especiais. Neste sentido, após um apelo sobre a grande importância do bairro para a contribuição arrecadatória do município, como solução parcial e ime-diata para a questão, os parti-cipantes reivindicaram a via-bilidade da instalação de uma cabine policial fixa no bairro. A segunda boa notícia foi relacio-nada à implantação do ‘Regin’ (Registro Fácil), previsto para entrar em funcionamento a partir do início de maio. Por meio do sistema, o empresário poderá emitir o alvará provisó-rio online obtendo condições de iniciar seu funcionamento.

Na tarde da última quar-ta-feira (25), a Guarda Am-biental, com apoio do Corpo de Bombeiros, combateu um novo incêndio flores-tal em Macaé, dessa vez na Restinga do Barreto. Ainda não há dados exatos, mas estima-se que foram quei-mados de dois a cinco hec-tares de vegetação nativa. Quem passava pela RJ-106 precisou reduzir a veloci-dade para evitar acidentes, pois a fumaça tomou conta da rodovia. Além dos danos ambientais, essas queima-das acabam colocando em risco a segurança de toda população. De acordo com a Guarda Ambiental, não se sabe as causas do incêndio, mas uma das hipóteses seria de que o fogo começou por conta de um munícipe, que

teria queimado madeiras em um terreno próximo ao local. Com a vegetação seca e o vento forte, as chamas teriam se espalhado rapida-mente, atingindo a restinga. Vale ressaltar que, segundo o Art. 41 da lei Nº 9.605/98, provocar incêndio em mata ou floresta pode levar o in-frator à pena de reclusão de dois a quatro anos e multa. O mesmo artigo ressalta que se “o crime é culposo, a pena é de detenção de seis meses a um ano, além de multa”. A restinga é um ecossistema muito importante para a manutenção do equilíbrio ecológico em um determi-nado ambiente. Denúncias de incêndios florestais po-dem ser feitas à Guarda Am-biental através do telefone (22) 99701-9770.

Secretário da Indústria e Comércio instala quarta-feira o Distrito Industrial de Macaé

O Sr. Carlos Alberto de Andrade Pinto, Secre-tário de Estado de Indústria, Comércio e Tu-rismo, estará visitando este município na pró-xima quarta-feira, dia 1º de julho, para instalar oficialmente o Distrito Industrial de Macaé. Naquele dia, a CBV - Indústria Mecânica - será a primeira empresa a receber em caráter defi-nitivo a escritura, em solenidade marcada para as 15h na Câmara Municipal, onde o secretário vai realizar palestra.

Vereador quer fábrica da Volks

O vereador Waltair Fernandes, segundo secretário da Câmara Municipal, apresentou requerimento à Mesa Diretora solicitando envio de correspondência ao Presidente da Volkswagen do Brasil pedindo providências objetivando a instalação no Distrito Industrial de Macaé de uma fábrica de ciclomotores da-quela empresa, anunciada para ser implantada no Estado do Rio.

Historiador ganha Moção da Câmara

Foi aprovada na reunião do dia 23 passado, pela Câmara Municipal, Moção de Aplausos e Congratulações ao Historiador Professor An-tônio Alvarez Parada, também colaborador de O DEBATE, cuja coluna com o título de “Histó-

rias Curtas & Antigas” de Macaé são publicadas aos sábados.

Macabu exportou banana para a França

A Cooperativa de Banana do município de Conceição de Macabu é o resultado de um trabalho integrado envolvendo a Secretaria de Agricultura e Abastecimento, EMATER-Rio, e produtores da comunidade. Sob a pre-sidência do Sr. Adriano Fidalgo, a Coopbana vem desenvolvendo um trabalho persistente entre os seus 75 associados e já conta com duas câmaras de climatização, estando prevista pa-ra breve a instalação de mais duas câmaras na Ceasa. Para a França já foram exportadas 500 caixas de banana.

contas de luz sobem, em média, 23,4% no país a partir de segunda

NOTA

Wanderley Gil

divulGação/ acim

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O DEBATE DIÁRIO DE MACAÉ Macaé, domingo, 1 e segunda-feira, 2 de março de 2015 3

Políticacrise

Município já contabiliza R$ 26 milhões em perdas com recursos do petróleoMontante é referente à redução na arrecadação de royalties e da Participação Especial pagos pela Secretaria de Tesouro Nacional

Márcio [email protected]

Em dois meses, Macaé contabiliza perdas que chegam a R$ 26 milhões

com os recursos gerados pelas atividades de exploração e pro-dução de petróleo na Bacia de Campos.

Apenas neste mês, o municí-pio deixou de arrecadar cerca de R$ 13 milhões com o segun-do repasse dos royalties, pago nesta semana pela Secretaria de Tesouro Nacional.

Os R$ 26 milhões somam o volume de queda de receitas ge-rado pela comparação entre os repasses pagos pela Secretaria em 2014 e as parcelas já depo-sitadas na conta do município neste mês.

Em janeiro, a queda na arre-cadação dos royalties foi mais de R$ 7 milhões na comparação entre a primeira parcela de 2014 e o repasse deste ano.

Com a Participação Especial, paga pela Secretaria de Tesouro Nacional no início deste mês, a queda registrada por Macaé foi de R$ 5,5 milhões, no compa-rativo entre 2014 (R$ 13,5 mi-lhões) e 2015 (R$ 8 milhões).

É expressivo também o défi-cit na arrecadação já registrada pelo município com os recursos do petróleo neste ano.

O déficit é a diferença entre o volume de arrecadação pre-

visto pelo município, através da Lei Orçamentária Anual (LOA), e o montante consolida-do pela secretaria municipal de Fazenda. Nesta comparação, as perdas de Macaé se aproximam dos R$ 24 milhões.

Assim como Macaé, todos os outros municípios produtores de petróleo do Norte Fluminen-se sofrem os efeitos da crise do petróleo. Em dois meses, as 10 cidades que vivem a influência do mercado offshore contabili-zam perdas orçamentárias que

já ultrapassam a casa dos R$ 200 milhões.

O mesmo volume de recursos pode ser apontado como déficit orçamentário contabilizado pe-lo governo do Estado, apenas com os recursos do petróleo.

Atualmente, o que influencia na queda das receitas dos royal-ties é a comercialização do óleo bruto e do gás natural no mer-cado internacional.

Apesar de manter o mesmo ritmo e volume de produção de barris diários de petróleo que

no ano passado - cerca de dois milhões -, o Brasil perde com a queda do preço do óleo bruto no mercado internacional.

Em tempos áureos, o barril de petróleo era comercializado em cerca de US$ 100. Já nos tempos atuais de crise, o preço bate a ca-sa dos US$ 50.

Especialistas do mercado apontam para o segundo semes-tre de 2016 como o período de re-cuperação do mercado interna-cional do petróleo, previsão que anima o mercado offshore local.

kaná manhães

Perdas de Macaé com a queda no preço do petróleo pode chegar a R$ 100 milhões até o fim do ano

Prefeito: "Lutamos por uma cidade de oportunidades"

iniciativa

No centro das crises do se-tor de óleo e gás, Macaé pode se tornar a matriz do processo de reestruturação econômica do Estado e do país, através do potencial do mercado offshore.

Porém, enquanto as medidas de fortalecimento do setor não são aplicadas pela Petrobras, operadora única da petróleo brasileiro, o município se une às demais cidades do 'emirado do petróleo fluminense' para buscar alternativas de enfren-tamento aos efeitos da reces-são. A preocupação principal é garantir a manutenção das va-gas disponíveis no mercado de trabalho, ato que requer apoio dos governos estadual e federal.

Ao contabilizar as perdas orçamentárias registradas nos dois primeiros meses do ano, o prefeito Dr. Aluízio Júnior (PV) aponta que o equilíbrio fiscal da cidade ainda depende de uma avaliação mais aprofundada sobre o comportamento das re-ceitas geradas por outras fontes de arrecadação.

"Vivemos um processo de de-saquecimento da economia no país. A decisão da Petrobras em reduzir investimentos também gera um cenário desanimador. Porém, apostamos no potencial do nosso mercado para garantir

Dr. Aluízio afirma que população tem papel fundamental no enfrentamento de crise

a superação da crise relativa ao preço do petróleo no mercado mundial", explicou o prefeito.

Ao analisar também a crise institucional vivida pela Petro-bras, o chefe do poder Executivo da Capital Nacional do Petróleo afirmou que a companhia ainda não garantiu o passo adequado para a sua reestruturação.

"Esperávamos um corpo técnico efetivo na formação da nova presidência da Petrobras. Isso traria maior confiança ao mercado", apontou o prefeito.

Assessorado pelas institui-ções que representam as gran-des empresas do petróleo no mundo, sediadas em Macaé, (IADC e Abespetro), o prefeito afirma que o período de crise produzirá efeitos positivos pa-ra a cidade.

kaná manhães

Prefeito aponta visão de Macaé no enfrentamento da crise ao promover integração regional

"Passaremos por esta fase com muita serenidade. A crise existe mas vai passar. O impor-tante é o diálogo que criamos junto às empresas do setor que entendem o nosso comprome-timento em buscar medidas que reduzam os custos operacionais da atividade do petróleo", apon-tou Dr. Aluízio.

A redução do chamado 'Cus-to Macaé' garante, na visão do prefeito, às empresas do petró-leo mais fôlego para enfrentar a crise.

"Existe uma preocupação quanto à migração da crise. Se a oferta de emprego reduzir em cidades da região há a pos-sibilidade de que mais pessoas venham para Macaé e isso vai sobrecarregar vários setores, principalmente saúde e edu-

cação. A mobilização regional trata essa questão com muita seriedade. Por isso pensamos no desenvolvimento econômico em diferentes aspectos, visan-do oferecer oportunidade para a população", explicou.

Como dever de casa, o gestor da cidade mais estratégica para o segmento do petróleo no país afirma que a colaboração da po-pulação é fundamental.

"Vivemos a fase de otimização de custos. Cortamos excessos e mantemos as prioridades. Ho-je, a contribuição da população é fundamental. Quanto me-nos lixo nas ruas, menos gasto com limpeza. Quanto menor o número de abrigos de ônibus quebrados, menor será o gasto para a manutenção e reparo", contabilizou o prefeito.

O presidente da Câmara, Dr. Eduardo (PPS) afirmou que a sessão ordinária de quarta-feira (25) foi encerrada dentro do tempo regimental

nOta

PONTODE VISTADe hoje até setembro, quando termina o prazo para que os pretensos candidatos às eleições de 2016 estejam filiados aos partidos, caso não haja alteração na lei com a reforma política que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), está alavancando, iniciamos a contagem regres-siva para a acomodação de filiados nas legendas partidárias.

Por mais que não queiram os detentores de cargos, torna-se difícil não voltar ao tema da falta de água, agora não só em Macaé, mas em toda a região.

A mobilidade no trânsito continua sendo, e vai ser ainda o maior problema, hoje e no futuro. Com 70 mil carros circulando, o congestionamento só aumenta, pois construir viadutos e passarelas, para acabar com 'pardais' e sinais 'Siga-Pare', continua sendo o maior desafio da administração. Só um governo com visões de futuro será capaz de mudar a cidade como deve ser feito.

Depois que Igor Sardinha, presidente do PT regional, decidiu ser pré-candidato

em 2016, o vice-prefeito Danilo Funke também quer se alojar no PSOL para

disputar o cargo. Se Chico Machado (PMDB) assumir o cargo de deputado

estadual, passa a ser o mais forte candidato na sucessão. Mas se Dr. Aluizio sair

do PV e ir para o PMDB, como anunciado, Chico vai ter de buscar outro caminho.

Até domingo.

Quando é que será aberta a caixa-preta do subsídio às empresas que integram o Sistema Integrado de Transporte (SIT)? Quem conhece o caso afirma que a prefeitura paga mais de R$ 100 milhões por ano, mas a SIT, como uma S/A, não divulga nenhum balanço. Alguns vereadores querem uma CPI para descobrir se há carne debaixo do angu. Mas existe resistência forte.

De olho nas mudanças

Mais água para...

Mas é grande a perspectiva da reforma acontecer e surpreender as "velhas raposas" que fazem do mandato uma carreira profissio-nal, elegendo-se seguidamente, esquecendo das promessas aos eleitores que não estão nada satis-feitos com os rumos seguidos até agora e pretendem, a exemplo de junho de 2013, voltar às ruas para manifestações espontâneas que vão ter como parâmetro a mobi-lização marcada para o dia 15 de março em todo o país. Além dos 32 partidos registrados até agora, existe a expectativa da criação de novos como a Rede Sustentabili-dade liderado por Marina Silva, ou até o Partido Militar do Brasil (PMB), dentre outros. A maioria de olho na grana do Fundo Parti-dário, que alimenta esse grande número de políticos sem expres-são, que mais tarde, considerados nanicos, fazem coligação para "alugar" o tempo da propaganda gratuita no rádio e tevê e, mais tarde, serem nomeados para algu-ma "boquinha", desencadeando desta forma uma enorme cadeia

corrupta de ocupação de cargos para se locupletarem. Ainda bem que na reforma política anun-ciada, que os parlamentares de Brasília resolveram desengave-tar, dentre todas as propostas encontram-se o fim da coligação partidária, elegendo desta forma os candidatos mais votados, o fim da reeleição para cargos executi-vos de prefeito, governador e Pre-sidente da República, cláusulas de barreira para registro de novos partidos, e tantas outras que vão mexer no tabuleiro do xadrez po-lítico. O povo está aplaudindo as iniciativas e torcendo para que as intervenções do governo não in-fluam na reforma sugerida tam-bém pelo ministro Gilmar Men-des, do Tribunal Superior Eleito-ral (TSE), que esta semana, numa das sessões da Corte, incentivou este trabalho, afirmando que não pode mais a legislação con-tinuar sendo judicializada com resoluções e outras medidas que caberiam ao Congresso Nacional adotar. Portanto, todos de olho nas mudanças!

Não resta a menor dúvida de que o slogan político ouvido há vá-rios anos com promessa de: "Mais água para Macaé" não cola mais. A cada gestão que se prenuncia para prefeito ou governador, sempre vem ao lado ou na frente a velha cantilena da promessa de mais água. A promessa já se tor-nou até ato público, e todo mundo lembra de governadores inaugu-rando canhões de água, o último deles quando Rosinha Garotinho esteve no Lagomar e fez festa em busca de votos. Mas a ação mais correta, e que deveria ter sido im-plementada há muito tempo, foi a conduzida pelo ex-prefeito Sylvio Lopes, com o aval da Câmara Mu-nicipal, de denunciar o convênio, que igualmente aconteceu em Niterói, Campos dos Goytacazes e na Região dos Lagos, ou seja, privatizar o sistema que deu bom resultado para atender a forte de-manda que leva os moradores da periferia - bairros mais pobres -, a conviver com o eterno problema da falta de água. Só que faltou co-ragem aos sucessores para fazer o que a Cedae não conseguirá fazer nunca, apesar da última promessa ao atual prefeito numa das reuni-

ões da Firjan, quando o agente da Cedae anunciou investimentos de R$ 105 milhões, a curto, médio e longo prazo. Até o prefeito acredi-tou na promessa e o que se obser-va hoje no dia a dia é a população reclamando da falta d'água. Ora, se o governo não tem dinheiro para atender a Capital e Baixada Fluminense, como vai investir em Macaé e na região? Antes da Petrobras instalar aqui suas unidades, existiu planejamen-to até de levar água para Rio das Ostras, projeto abortado quan-do a empresa foi alertada. Se a Petrobras não tivesse constru-ído seu próprio sistema de cap-tação hoje estaria amargando um problema que ela não tem, mas os milhares de trabalhado-res, seus empregados, sofrem o dilema. O leitor já foi informado alguma vez qual é a arrecadação da Cedae em Macaé? Ela não tor-na público, mas só que toda a gra-na vai para o caixa central e não retorna para os investimentos que o município necessita. Pior é não ver a classe política brigar por mais água. Quando o fazem, vem a promessa e... Tudo conti-nua como antes!!!

POntaDa

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O DEBATE DIÁRIO DE MACAÉ4 Macaé, domingo, 1 e segunda-feira, 2 de março de 2015

Opinião

ESPAÇO ABERTO

EDITORIAL FOTO LEGENDA

Demorou muito para que as autoridades públicas passassem a enxergar a água como um bem finito.

Frequentemente recebo no consultório pacientes queixando-se de dores no peito, palpitações, falta de ar etc.. sem nenhum tipo de origem física, com exames absolutamente normais.

Visão sustentável

O coração adoecido pela depressão

Foi necessário o risco de não ter acesso ao recurso hídri-co tratado, no simples ato de abrir uma torneira, para que as lideranças entendessem a importância de uma árvore, muitas suprimidas de forma indiscriminada da cidade, para o consumo dos mais de 250 mil moradores de Macaé.

Apesar do atual cenário de redução das fontes de água já ter sido traçada há anos por am-bientalistas que acompanham os efeitos do progresso do pe-tróleo, a crise hídrica instalada no âmbito nacional requer das autoridades públicas a saída da inércia que contribuiu com o déficit do serviço na cidade.

Atualmente, Macaé ainda re-gistra uma dívida de, pelo me-nos, 20 anos em investimentos na expansão das redes de capta-ção de água bruta, captada em pontos do Rio de Macaé, e de distribuição de água tratada na estação do Morro de Sant'Anna, que ainda não alcança as casas situadas no Lagomar.

Porém, mais que a questão da infraestrutura, as autoridades públicas passam a entender o real conceito da sustentabili-dade para garantir a oferta de água, não apenas para os mo-radores de Macaé, mas para as mais de 500 mil pessoas que circulam pela região do emira-do do petróleo fluminense.

Neste aspecto, a defesa por medidas como reflorestamento, recuperação da mata ciliar e a proteção das nascentes de água

cristalina passam a ser temas de discussões dentro do plenário da Câmara de Vereadores e também nas reuniões do núcleo de desenvolvimento regional, composto por prefeitos das cidades do Norte Fluminense beneficiadas pelas atividades do petróleo.

O pontapé para a mudança do conceito referente ao abas-tecimento de água foi dado pela Comissão Municipal da Firjan, que solicitou cadeira na nova formação do comitê da Bacia Hidrográfica dos Rios Macaé e São Pedro, para representar a nova posição da indústria em defesa da preservação das áreas de renovação das águas para o abastecimento da cidade.

Hoje, projetos ambientais voltados à preservação dos re-cursos hídricos que abastecem a região já estão prontos, mas não possuem recursos para se-rem aplicados.

Há também uma necessida-de latente de envolvimento de produtores rurais no desen-volvimento de ações de pre-servação, já que propriedades de cultivo da agricultura e da pecuária estão muito próximas aos mananciais da Bacia Hidro-gráfica.

Ou seja, a participação de todos os segmentos da socie-dade é fundamental para evi-tar o cenário projetado para os próximos 20 anos: a redução da capacidade do Rio Macaé em abastecer a Capital Nacional do Petróleo.

Na verdade, não é o coração físico que está doente, mas sim o emocional, o psíquico e por que não o espiritual .

Muitas vezes a tristeza de uma perda, o estresse exage-rado do nosso cotidiano fazem com que tenhamos sintomas relacionados ao centro de toda a nossa afetividade: o coração! É no centro do peito que vem a angústia de um relacionamento amoroso desfeito, da perda de um ente querido, ou mesmo dos reflexos do isolamento social das grandes metrópoles.

Cabe a nós, clínicos, e car-diologistas, sermos os primei-ros profissionais a ter contato com esse tipo de paciente. Cabe a nós reconhecermos os transtornos de ansiedade e de afetividade incipientes para, com sabedoria, iniciarmos o tratamento correto.

É rara a procura imediata pelo especialista em doenças mentais, devido ao tabu exis-tente com relação ao psiquia-tra, ou ainda pela falta desses profissionais no serviço públi-co e mesmo no setor da saúde suplementar.

Muito se fala sobre depres-são - doença que representa a segunda causa de afastamento no trabalho, situação que inco-moda os serviços previdenciá-rios do mundo todo.

Entretanto, pouco se sabe das verdadeiras causas dessa patologia, ainda não reconhe-cida como “doença” por muitos. Infelizmente,vemos pessoas que convivem com deprimidos achando que tudo não passa

de uma maneira de chamar a atenção.

Essas pessoas não sabem que a depressão é uma doença mental, que pode ter origem no corpo, no psiquismo e no espírito e que deve ser tratada com muito cuidado, pois a sua complicação maior é o suicídio, situação frequente e triste que não raramente vemos nas notí-cias da mídia.

Tratar a depressão é uma tarefa, muitas vezes difícil, pois como ela tem um caráter multifatorial é importante que se analise o paciente como um todo, antes de realmente iniciar qualquer procedimento.

É necessário afastar as causas orgânicas da depressão, como disfunções da tireóide, seque-las de acidentes vasculares ce-rebrais, doenças demenciais, Parkinson etc. Após isso, o tra-tamento medicamentoso é im-prescindível, ao lado do psico-lógico e também do espiritual.

Acho extremamente impor-tante o paciente ser tratado nas três dimensões humanas, não se podendo esquecer da espiri-tual. Para nós, católicos, sempre recomendo a confissão, pois um dos maiores problemas das pes-soas deprimidas é o sentimento de culpa que carregam por to-da a vida, situação que pode ser imediatamente resolvida com o perdão de Deus.

*Dr. Roque Marcos Savioli é cardio-geriatra do INCOR-HCFMUSP e autor dos livros “Uma dor sem nome”, “Um coração de Mulher” e “Um coração Saudável” pela Editora Canção Nova.

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ND

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LE

Y G

IL

EXPEDIENTE

PAINEL

GUIA DO LEITORPOLÍCIA MILITAR: 190POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL: 191SAMU - SERV. AS. MED. URGÊNCIA: 192CORPO DE BOMBEIROS: 193DEFESA CIVIL: 199POLÍCIA CIVIL - 123ª DP: 2791-4019DISQUE-DENÚNCIA (POLÍCIA MILITAR): 2791-5379DELEGACIA DE POLÍCIA FEDERAL (24 HORAS): 2796-8330DEL. DE POL. FEDERAL (DISQUE DENÚNCIA): 2796-8326DEL. DE POL. FEDERAL (PASSAPORTE/VISTO): 2796-8320DISQUE-DENÚNCIA (CÂMARA DE MACAÉ): 2772-7262HOSPITAL PÚBLICO MUNICIPAL: 2773-0061AMPLA: 0800-28-00-120CEDAE: 2772-5090PREFEITURA MUNICIPAL: 2791-9008DELEGACIA DA MULHER: 2772-0620GUARDA MUNICIPAL: 2773-0440ILUMINAÇÃO PÚBLICA: 0800-72-77-173AEROPORTO DE MACAÉ: 2772-0950CARTÓRIO ELEITORAL 109ª ZONA: 2772-9214CARTÓRIO ELEITORAL 254ª ZONA: 2772-2256CORREIOS - SEDE: 2759-2405AG CORREIOS CENTRO: 2762-7527TELEGRAMA FONADO: 0800-5700100SEDEX: 2762-6438CEG RIO: 0800-28-20-205RADIO TAXI MACAÉ 27726058CONSELHO TUTELAR I 2762-0405 / 2796-1108 PLANTÃO: 8837-4314CONSELHO TUTELAR II 2762-9971 / 2762-9179 PLANTÃO: 8837-3294CONSELHO TUTELAR III 2793-4050 / 2793-4044 PLANTÃO: 8837-4441

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CIRCULAÇÃO: Macaé, Quissamã, Conceição de Macabu, Carapebus, Rio das Ostras, Campos dos Goytacazes e Casimiro de Abreu.

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OffshoreNa quarta-feira (4), a Comissão Municipal da Firjan volta a se reunir no Senai Macaé. O en-contro, referente a março, será marcado pela discussão relativa aos impactos já registrados pela indústria do petróleo local, diante do anún-cio feito pela Petrobras referente à redução de novos contratos. O conselho empresarial acompanha também os preparativos para a re-alização da edição deste ano da Brasil Offsho-re. A feira ocorrerá em um momento crucial para a reestruturação do mercado.

MercadoFalando na crise do petróleo, a redução de novos contratos da Petrobras tem exigido de empresas locais a busca por novos merca-dos. Instituições como o Sebrae e a Orga-nização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip) têm dado suporte às companhias que tentam vencer a recessão do mercado. A expertise adquirida pela indústria local nos últimos 40 anos também ajuda a cadeia lo-cal a garantir espaço em outros setores da economia nacional.

PresidênciaMacaé surge como força capaz de reestrutu-rar a Organização dos Municípios Produto-res de Petróleo (Ompetro). Sob a gestão de Campos dos Goytacazes, a instituição não promoveu uma discussão de interesse regio-nal, mas foi utilizada para dar força política à cidade na briga com a Autopista Fluminense para mudança no projeto de duplicação da BR 101. Já na gerência de Macaé, a organi-zação volta às origens com um papel impor-tante: enfrentar a crise do petróleo.

FiscalizaçãoUma comissão vai acompanhar, de forma extraoficial, o andamento do novo processo licitatório para a liberação de 122 autarquias para táxis em Macaé. O trabalho contará com apoio da Câmara de Vereadores, diante da dificuldade enfrentada por motoristas auxi-liares em conseguir na secretaria municipal de Mobilidade Urbana a comprovação de atuação no serviço, o que garante bônus na disputa pelas novas concessões. O prefeito Dr. Aluízio Júnior (PV) aprova a fiscalização.

ProjetosMesmo com a passagem da alta temporada do verão, a Fundação de Esporte e Turismo de Macaé (Fesportur) mantém os programas de atividades físicas promovidos no espaço de convivência criado pela prefeitura na orla da Praia dos Cavaleiros. Nos finais de se-mana, o local recebe também uma série de atividades infantis, realizadas com o apoio da secretaria municipal de Governo. A expecta-tiva é que o projeto seja mantido em outros períodos do ano.

UEPA secretaria municipal de Saúde já rees-truturou o atendimento médico na Uni-dade de Emergências Pediátricas (UEP). Novos médicos foram convocados para compor a equipe que promove os plan-tões no final de semana. Referência em pediatria no município, a UEP atua em integração com outras unidades da rede pública de atendimento, encaminhando casos de maior gravidade para o Hospital Público Municipal (HPM).

RedesA circulação de caminhões tem gerado transtornos em vários bairros da cidade. Além dos impactos no trânsito, a passa-gem dos veículos, carregados com cargas destinadas principalmente ao segmento offshore, acaba destruindo redes de ca-beamento de internet, televisão e telefo-nia. O problema pode ser registrado no acesso ao Bairro da Glória e também na Rua Teixeira de Gouveia. A situação acaba gerando riscos a pedestres.

EleiçõesNa prévia para a disputa eleitoral de 2016, lideranças políticas da cidade correm contra o tempo para garantir espaço em legendas que ganharam destaque no cenário político da cidade. Na busca por reeleição, verea-dores com mandatos trocam de partidos, modificando por completo as bancadas que originaram os trabalhos da atual legislatura. Vale lembrar que em 2017 o parlamento mu-nicipal deverá contar com 19 cadeiras, duas a mais que o atual plenário.

MedicamentosAgência Municipal de Vigilância Sanitária de Macaé mantém a campanha de reco-lhimento de medicamentos vencidos e em desuso, que no ano passado recebeu 37.548 caixas de produtos descartados. O objetivo da ação é evitar a automedi-cação e promover a preservação do meio ambiente. Atualmente, há um posto que funciona na sede da Amvisa, na Rua José de Aguiar Franco, 2150, no bairro Costa do Sol, sempre de 8h às 17h.

Rota utilizada diariamente por mais de 80 mil veículos que cruzam Rio das Ostras em direção a Macaé, a Rodovia Amaral Peixoto precisa de intervenções imediatas do Departamento de Estradas de Rodagem (Detran). Além dos reparos estruturais, para garantir melhorias na pavimentação das pistas, a estrada precisa, de forma emergencial, do corte da vegetação que ocupa o acostamento das duas vias, que está bloqueando placas de sinalização que ajudam a orientar os motoristas.

NOTA

Pedestres reclamam de falta de local para travessia na RJ-106. Moradores do São José do Barreto precisam se arriscar diariamente entre os veículos em alta velocidade.

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O DEBATE DIÁRIO DE MACAÉ Macaé (RJ), domingo, 1 e segunda-feira, 2 de março de 2015 5

Polícia

CONVOCAÇÃO CLASSIFICAÇÃO DO PROCESSO SELETIVO 2015- 2º SEMESTRE

A Direção da Faculdade Professor Miguel Ângelo da Silva Santos- FeMASS-mantida pela Fundação Educacional de Macaé - FUNEMAC, sediada na RuaAluísio da Silva Gomes, 50 -Granja dos Cavaleiros, na cidade de Macaé,CONVOCA OS CLASSIFICADOS, em ordem alfabética, no Processo Sele-tivo -2015/2º semestre para acesso aos Cursos de Graduação em Adminis-tração (AD), Engenharia de Produção (EP) e Sistemas de Informação (SI),com início das aulas previsto para agosto de 2015.

1)Os candidatos convocados devem comparecer, nos dias 03 ou 04 deMarço, das 15 às 20 horas, na secretaria da faculdade, munidos de toda adocumentação descrita no item 9.10 do Edital nº 15/14 para efetuarem apré-matrícula.

ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

Adonias SampaioAdriana Elias FerreiraAleida Sandy Chagas da SilvaAna Marcia Lima de Almeida do CarmoAna Paula dos Santos CastroAndreza Tavares SantosBenes Oliveira Neves JuniorBrayan Marcolongo PrimoBrendon Corrêa da Silva FerreiraCaio Marinho Silva de AlmeidaCaio Xavier FreireCaique Barreto XimenesCarlos Alencar dos SantosErick Santos IzidoroFlávio Carneiro da SilvaGabriel Ricardo Silva CoimbraJéssica Lima BastosJoão Vitor Martins de OliveiraJorge Marcio de Oliveira CâmaraJuliana de Souza FerreiraJulio Leonardo de Oliveira CarvalhoLara Barros FigueiróLarissa Netto PereiraLis Fernandez FranzosoLuciano Barboza LageLuiz Guilherme Moraes SantosLuiza Aguiar Acciainoli

FACULDADE PROFESSORMIGUEL ÂNGELO DA SILVA

SANTOS - FEMASS

Luiza Marinho CandecoMarcelo Brasil FagundesMarcus Vinicius Ferreira AmorimMateus Diniz de OliveiraMatheus da Silva MaynhoneMatheus Marques MalheirosMikhail PriimenkoRamon Araújo LeiteRui Pacheco SoaresWagner Fonseca Marcilio JuniorYan Siqueira da Silva

ADMINISTRAÇÃODouglas Ramalho IsmerimLuiza de Mello Lischt

SISTEMAS DE INFORMAÇÃOGustavo Ribeiro Sacramento StraussMatheus de Oliveira PortugalMichelle Gomes PereiraPaulo William Klug Nunes

Macaé, 27 de Fevereiro de 2015

Larissa Frossard Rangel CruzDiretora

Gleison Marinho GuimarãesPresidente da FUNEMAC

Apenas um carro foi furtado durante todo o carnaval

REDUÇÃO

A redução é de 80% comparada com os anos de 2013 e 2014

após a divulgação do balanço do policiamento ostensivo realizado nas ci-dades do 32° BPM durante o carnaval, foi registrada uma queda vertiginosa no núme-ro de roubos de veículos em relação aos anos anteriores. A diminuição registrada foi de 80% nas ocorrências.

Em todos os dias de carna-val, apenas um furto foi rea-lizado por criminosos. O que cresceu assustadoramente foi o índice de veículos apre-endidos por irregularidades, como documentação atrasa-da e som alto. Em menos de uma semana foram mais de 400 apreensões.

Segundo o comandante, coronel Jorge Fernando Pi-menta, a razão pela queda foi devido ao planejamen-to implantado pela Corpo-ração. “Nossa atuação em pontos estratégicos, deter-

minados a partir da mancha criminal e da dinâmica dos crimes pertencente a este

período, nos permitiu proje-tar as melhores atividades, de acordo com a necessi-

dade de cada cidade e suas características”, finalizou Pimenta.

WANDERLEY GIL

O comandante afirmou que a razão pela queda foi devido ao planejamento implantado pela Corporação nas ações de trânsito

GUARDA-VIDAS

Mergulhadores do Corpo de Bombeiros desa�am o marOs perigos ocultos nas águas são a única preocupação dos agentes

Thuany [email protected]

A terceira e última matéria da série que retrata o coti-diano dos agentes do Cor-

po de Bombeiros designados para salvar vidas no mar relata, junto com os mergulhadores, o que acontece nos mares da região. Esta função é considerada a de mais impacto: geralmente quan-do um mergulhador é chamado, as chances de sobrevivência das vítimas são bastante remotas.

Nas areias da Praia dos Cava-leiros, durante uma simulação de salvamento, é possível observar um bombeiro se preparando pa-ra entrar em ação, com um equi-pamento que aparenta ser pesa-do, mas vital para seu trabalho: cilindro de oxigênio; máscara de mergulho, nadadeiras, luvas e faca de mergulho fazem parte do conjunto. Tudo isso preso ao corpo de um só homem, que tem a missão de resgatar uma vítima de afogamento.

O 1° Sargento Walber Tavares Guimarães, ou apenas Sargento Guimarães, lança-se à água e re-cebe apoio para ser transporta-do pelos bombeiros operadores do jet ski e chegar até o local do acontecimento. Muitas vezes, o veículo utilizado é uma embar-cação motorizada. Nesta simu-lação, ele apenas resgata outro companheiro de Corporação, que estava submerso após apa-rentar um afogamento. Mas, no dia a dia, a realidade é um pouco mais conturbada. “Ser mergulha-dor é uma das funções mais di-fíceis. Quando sou acionado, ge-ralmente, é porque a notícia não é boa. A maior parte dos atendi-mentos que presto são voltados para o resgate do corpo de quem morreu no mar. É difícil demais que eu consiga encontrar alguém com vida. Depende de vários fa-tores”, salienta Guimarães.

Em Macaé, três mergulhado-res se revezam nas ocorrências. E as ocorrências também são revezadas, entre mar, lagoa e ca-choeira. Mas o cenário predomi-

nante continua sendo as praias da região. Se, enquanto as lagoas oferecem visibilidade zero para quem precisa resgatar a vítima. O mar encobre muito mais caracte-rísticas que alteram a forma co-mo um corpo pode ser localizado. “Devemos levar em consideração as condições do mar, do vento, da temperatura da água e até das características físicas de quem se afogou. É uma questão de proba-bilidades matemáticas e é com base nelas que conseguimos de-terminar o possível destino per-corrido. Acontece muito alguém se afogar na Praia dos Cavaleiros e só ser encontrado em Barra de São João ou Tamoios, justamen-te por causa das condições da natureza naquele dia. Já realizei resgates durante a madrugada, sem o auxílio de qualquer ilumi-nação. Minha única referência é a corda acoplada ao meu equipa-mento: é por meio dela que eu me comunico com o operador que estava fora da água. O número determinado de toques na corda significa que o corpo foi achado ou que ainda estamos na busca”, esclarece o 1° Sargento.

Ele também explica que é

bastante comum o pensamen-to de que os bombeiros devem realizar o resgate de um corpo no mesmo ponto onde a vítima sucumbiu, mas não é bem assim. Tais fatores naturais influenciam diretamente no planejamento de ação da Corporação. Caso a água do mar esteja fria, a direção do vento aponte para determinado lado, a correnteza esteja em certo sentido e a pessoa que tenha se afogado apresente uma estrutura e peso medianos, é possível que ela só seja encontrada muitos quilômetros além do local onde o acidente aconteceu. Outros conjuntos combinados de con-dições naturais também atuam nesses aspectos.

Há 25 anos no Corpo de Bombeiros, o Sargento Gui-marães relata que as piores situações de resgate são as que envolvem crianças. “Já recuperei muitos corpos em todos esses anos, fossem em lagoas, cachoeiras ou praias, mas ainda me surpreendo e me sinto bastante emociona-do quando é preciso resgatar uma criança. O último caso que me marcou foi o do meni-

no de dez anos, pouco tempo atrás, na Lagoa de Imboas-siaca. Mas, definitivamente, seja adulto ou criança, minha função é oferecer conforto às famílias, diminuindo seu so-frimento”, conclui.

Prevenção é a chave - Se-gundo o comandante do Cor-po de Bombeiros de Macaé, tenente-coronel Jorge Vin-cenzi, o melhor caminho a ser percorrido ainda é o da pre-venção. “A solução para evi-tar esse tipo de tragédia é as pessoas se conscientizarem de que o perigo existente e está a postos para fazer qualquer um de vítima. Devemos ensinar nossas crianças desde cedo a respeitar a água e a saber co-mo usufruir dela sem perigo. Aos adultos, cabe a noção de buscar informação e orienta-ção com os guarda-vidas nas praias, já que essas são tam-bém funções do Grupamento. Existem sinalizações indican-do perigos e que precisam ser levadas a sério. Uma placa de aviso que consegue impactar uma pessoa é sinônimo de uma vida salva”.

KANÁ MANHÃES

O trabalho de resgate de uma vítima é realizado em conjunto entre o mergulhador e os operadores de embarcação

KANÁ MANHÃES

O atual comandante, tenente-coronel Jorge Vincenzi, está de partida para o Comando de Bombeiros de Área da Baixada Litorânea, responsável pelos batalhões de Macaé, Cabo Frio e Araruama

MUDANÇA

Corpo de Bombeiros de Macaé terá novo comandante

após quase quatro anos, o 9° Grupamento de Bombeiros Militar de Macaé terá um no-vo comandante. O evento, que marca a mudança, acontece na próxima terça-feira (3), a partir das 15h, na sede da Corporação.

O atual comandante, tenen-te-coronel Jorge Vincenzi, está de partida para o Comando de Bombeiros de Área da Baixada Litorânea, responsável pelos batalhões de Macaé, Cabo Frio e Araruama. A nova administra-ção fica por conta do tenente-coronel Eric Alves da Silva, que já ocupou o posto entre 2009 e 2011, e que estava atuando na Defesa Civil de Rio das Ostras.

Sob o comando de Vincenzi, o Corpo de Bombeiros na região obteve conquistas importantes, como a construção de diversos postos de atendimento nas orlas, principalmente em Macaé e Rio das Ostras, além da implantação da Subseção de Operações Espe-ciais com a recuperação de em-barcações motorizadas usadas nos resgates de vítimas de afo-gamento, incluindo barcos e jet skis e do número recorde de ins-crições nas edições de verão do

A cerimônia de passagem de comando acontece na próxima terça (3)

Projeto Botinho, entre outros. Para o coronel, este período

resultou em uma enorme ba-gagem de conhecimento e expe-riência, que serão usados nessa próxima etapa de sua carreira. “Saio com a sensação de dever cumprido. Tudo o que eu pu-de proporcionar ao quartel de Macaé e que estava ao meu al-cance e, muitas vezes, fora dele, foi feito. O que foi conquistado permanece como herança para quem for usufruir”, garantiu Vincenzi.

Há mais 25 anos na Corpora-ção, e atuando desde junho de 2011 no município, o coman-dante deve continuar servindo apenas até agosto do próximo ano, época em que se aposenta-rá. “Por causa da proximidade da minha aposentadoria, meu desafio no Comando de Área será ainda maior. Quero realizar todas as atividades concedidas a mim da melhor forma possí-vel, sempre em prol da popula-ção e de todos aqueles que nos apoiam. À Macaé, fica o meu agradecimento por esses quase quatro anos de convivência, de parceria e de solidariedade. Na minha nova atuação, ajudarei a coordenar os demais batalhões, incluindo o 9° GBM, no que for necessário. E ao novo coman-dante, desejo toda a sorte nessa empreitada”, finalizou.

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O DEBATE DIÁRIO DE MACAÉ6 Macaé (RJ), domingo, 1 e segunda-feira, 2 de março de 2015

Economia Os consumidores brasileiros vão pagar ao longo de 2015, via contas de luz, R$ 22,06 bilhões que serão repassados ao fundo Conta de Desenvolvimento Energético (CDE). Os recursos arrecadados serão usados para financiar ações do governo no setor elétrico

NOTA

APOIO

Secretaria desburocratiza processos para as empresas

a desburocratização dos processos de licenciamento tem sido uma ação para consolidar, ca-da vez mais, as empresas em Macaé.

De acordo com o secretário de Desenvolvimento Econômico e Tecnológico, Vandré Guimarães, a ideia é proporcionar transparência, celeridade e integração entre os ór-gãos da gestão municipal.

"A proposta é que o poder público contribua com a iniciativa privada e, desta forma, ela possa manter a sua competitividade no mercado. Isso é fundamental para a manu-tenção dos empreendimentos no município. Estamos num momento de crise, por isso, estreitar essa rela-ção com as empresas é importante para todos", destaca Vandré.

A equipe da secretaria de De-senvolvimento Econômico e Tec-nológico recebeu representantes da Etesco, uma das empresas beneficiadas com essas medidas. "Mudamos de endereço e, por isso, necessitávamos de um novo licen-ciamento ambiental. Estivemos na secretaria e o órgão realizou toda a interlocução com outras secreta-rias para agilizar os processos. Te-mos diversas certificações e uma das exigências é esse licenciamento.

Desenvolvimento Econômico promove trabalho integrado com departamentos

Essa intervenção é um dos fatores que garante a permanência da em-presa na cidade, assim como apro-xima o negócio e parcerias futuras", frisa a gerente de SGI, Gisele Chun-ques, acrescentando que a Etesco tem cerca de 500 funcionários com operações na Bacia de Campos.

Segundo Vandré, o atendimen-to customizado desburocratiza o processo, e ainda contribui para o desenvolvimento sustentável. "Estamos buscando realizar ações que irão dar toda a infraestrutura para as empresas. Uma delas é a ampliação do Aeroporto de Ma-caé, uma necessidade para trazer mais desenvolvimento ao municí-pio. Nos próximos dias, vamos nos reunir com o ministro da Secreta-

ria Nacional de Aviação Civil, Eli-seu Padilha, para agilizar as obras. Além disso, o Terminal Portuário de Macaé, o Tepor, também é uma iniciativa que irá trazer melhorias para o setor", afirma o secretário.

A Secretaria de Desenvolvi-mento Econômico e Tecnológico disponibiliza o Portal de Licen-ciamento da prefeitura (http://www.macae.rj.gov.br/conteudo/leitura/titulo/portal-de-licencia-mento). A ferramenta democra-tiza o acesso à informação, com formulários-padrão e listagem com documentos necessários pa-ra protocolo de requerimento. O objetivo é, ainda, garantir maior transparência à legislação e dar celeridade à tramitação.

GUGA MALHEIROS/SECOM

Reunião traçou medidas para garantir apoio a investimentos de empresa

SERVIÇO

Superintendência do MTE-Macaé opera limitadaServiço para emissão da carteira de trabalho segue sendo realizando normalmente. Requerimento para seguro-desemprego é mais difícil

Guilherme Magalhã[email protected]

No Rio, durante a última semana, foram divulga-das informações sobre

pessoas enfrentando proble-mas para requerer os serviços de emissão da carteira de tra-balho e seguro-desemprego nas agências do MTE (Minis-tério de Trabalho e Emprego), espalhadas pela região central do estado. Entre diversos tipos de reclamações, as mais recor-rentes mostravam pessoas re-voltadas com a espera na longa fila sem nem mesmo ter mar-cado o atendimento por meio do site do próprio MTE que, há muito, se tornou a única forma de conseguir realizar o agenda-mento para requerer os serviços presenciais.

Sobre a confusão, de acordo com o chefe da Superinten-dência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE) do município, Antonio César Coelho, diferen-temente dos problemas enfren-tados pelas agências da capital, em Macaé os serviços seguem funcionando dentro de suas limitações, podendo ser agen-dados para um prazo máximo

de atendimento em até dez dias.Esclarecendo a queda do site

durante o dia, mostrado pela maioria das reportagens sobre o tema, Antonio afirma que é normal ocorrer este tipo de si-tuação em todas as unidades do estado devido a alta demanda de solicitações por parte do traba-lhadores em contraste com o re-duzido número de vagas (cerca de 60 diárias), abertas a 0h de cada dia.

“Aqui em Macaé temos fun-cionado normalmente dentro dos nossos limites de atendi-mento. Mesmo assim, vimos conseguindo atender bem para os serviços de emissão da cartei-ra de trabalho e homologação. Entretanto, quando o assunto é seguro-desemprego, a espera pode ser um pouco maior, não por conta de problemas, e sim pela alta carga de atendimentos que nossa agência presta, inclu-sive para moradores de outros municípios, como Campos - que enfrenta os mesmos problemas de lotação”, explica Antonio en-fatizando que atualmente 70% dos atendimentos registrados na agência local são de mora-dores do município vizinho.

Segundo o superintendente,

nesta época do ano, a sobrecarga no atendimento das agências do trabalho podem ser considera-das um fator normal devido à alta demanda de trabalhado-res temporários contratados apenas para as festas de finais de ano e, convencionalmente, demitidos até o fim do primei-ro trimestre da temporada se-guinte.

COMO FUNCIONA OAGENDAMENTO

O agendamento dos serviços é feito somente pelo site www.mte.gov.br, a partir da meia-noite de cada dia da semana. São disponibilizados 66 aten-dimentos diários para seguro-desemprego, 40 para soluções relacionadas à carteira de tra-balho e mais 40 para consultas trabalhistas.

Desse modo, o ideal é realizar o agendamento logo nas primei-ras horas de abertura diária do site, pois as vagas se esgotam em poucas horas. Outra dica é que o requerimento para ser atendido seja feito com antecedência de uma semana em relação à data desejada, já que leva de cinco a seis dias de espera para o aten-dimento presencial.

KANÁ MANHÃES

Requerimento para atendimento deve ser feito pela internet com, pelo menos, antecedência de uma semana em relação à data desejada

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O DEBATE DIÁRIO DE MACAÉ8 Macaé (RJ), domingo, 1 e segunda-feira, 2 de março de 2015

bairros em debate Nova Holanda

Nova Holanda ainda espera por dias melhoresApesar das obras de urbanização estarem em andamento, comunidade ainda sofre com problemas antigos Marianna [email protected]

Quem viu a Nova Holanda há alguns anos e vê ago-ra, sem dúvida percebeu

que muitas melhorias foram feitas. No entanto, os morado-res dizem que ainda há bastan-te para se fazer no que diz res-peito à infraestrutura. Diante disso, essa semana o Bairros em Debate volta ao local, após sete meses desde a última visi-ta, para acompanhar de perto os problemas que a população ainda enfrenta no cotidiano.

Apesar dos investimentos, a comunidade ainda pode ser considerada uma das áreas mais carentes da Capital do Petróleo. Ela cresceu nas últimas décadas de maneira desordenada e em uma área considerada alagadi-ça. Tal situação obrigou o poder público a tomar medidas, como a urbanização, por exemplo.

Nos últimos anos, a prefei-tura vem executando obras de infraestrutura na região. Mas enquanto essas melhorias não são concluídas, a população continua sofrendo. Uma das principais reclamações é em relação aos alagamentos.

Segundo o presidente da Associação de Moradores do bairro, Wando Emanuel, uma das prioridades para a Nova Holanda, e também a comuni-dade vizinha Nova Esperança, é a construção dos piscinões para

escoamento da água das chuvas.“Isso é um problema antigo

que vem se arrastando. Desde o início da obra em 2012, ainda na antiga gestão, nós temos co-brado a construção desses pis-cinões. Sem eles, a rede pluvial acaba sendo ineficiente. Toda vez que chove, muitas ruas fi-cam alagadas e os moradores acabam tendo as suas casas invadidas pela água. Hoje, isso é fundamental para que não vejamos mais cenas desse tipo aqui dentro. O bairro não supor-ta uma carga mínima de três ho-ras de chuva”, conta.

Em um dos terrenos onde se-rá construído um dos piscinões, na Rua Aurélio Cristino da Sil-va, ao lado da Escola Municipal Prof. Darcy Ribeiro, em vez de obras o que se pode ver é o mato tomando conta do local e o lixo sendo acumulado.

Quem tem sentido na pele os transtornos é Marilene, comer-ciante da Rua Um. “Não termi-naram a obra aqui em frente, então quando chove alaga tudo aqui. Eu tive que colocar mu-retas na entrada do meu esta-belecimento, e mesmo assim a água invade. Não aguento mais. A gente fica ilhado, tem prejuí-zos, fora os riscos para a saúde, porque essa água acaba ficando contaminada. Pedimos ao po-der público que resolvam esse problema o mais rápido possí-vel. Já são dois anos sofrendo com essa situação”, relata.

Kaná Manhães

Segundo o presidente da associação de moradores, prioridade é a construção do piscinão

Algumas mudanças dependem da populaçãoNo último Bairros em De-bate, um dos apelos feito pelo presidente da Associação de Moradores foi em relação à lim-peza da comunidade. Segundo Wando, depois que a matéria foi publicada, a situação melhorou bastante.

Contudo, ele ressalta que a sujeira ainda pode ser vista pelas ruas do bairro, mas não pela omissão do poder públi-co, mas sim por conta da falta de conscientização de alguns moradores. Ele enfatiza que al-gumas pessoas ainda insistem em colocar o lixo fora dos dias e horários de coleta, que é feita nas segundas, quartas e sextas-feiras, a partir das 7h30.

Com isso, como a maioria não deposita em locais com tampa, cachorros acabam rasgando as sacolas e espalhando o lixo pe-las calçadas e ruas. Isso acaba atraindo bichos como ratos e

baratas para dentro das casas. Esses resíduos também são

levados pelo vento e pela água da chuva para as galerias plu-viais, obstruindo as mesmas e agravando o problema dos ala-gamentos. “Temos que reconhe-cer que 50% da culpa é nossa, porque estamos descartando o nosso lixo da maneira incorre-ta. Queria fazer esse apelo agora aos moradores para que eles se conscientizem quanto a isso”, solicita.

E não é só o lixo doméstico, os entulhos também precisam ser jogados fora de maneira adequa-da. Nesse caso, basta ir até a se-de da associação, situada na Rua Um, S/Nº (ao lado da praça) e so-licitar o serviço de recolhimento.

“O morador pede e a gente so-licita a prefeitura para que venha retirar. Nossa sede funciona de segunda a sexta-feira, das 7h às 18h”, frisa Wando.

Descarte irregular contribui com alagamentos e sujeira

Comunidade não conta com áreas de lazerConsiderada uma área de vulnerabilidade social, crianças e jovens ficam pelas ruas, tudo isso porque não existem áreas de la-zer no local. A única existente é uma praça situada na entrada da Nova Holanda, que há anos não vê uma reforma.

A opção mais próxima fica na Praça Beira Rio, na Barra de Ma-caé, mas ela não suporta toda a demanda da região.

“A praça hoje se encontra sem

condições de uso e precisamos muito de espaços para os mora-dores utilizarem nas horas vagas. Parece que está prevista a refor-ma dela a partir do meio do ano. Também comentaram que iriam fazer outra quadra ao lado do CIEP, para que os moradores pu-dessem jogar bola. Atualmente a gente utiliza a da escola, mas com horários limitados. Isso seria muito bom e um grande ganho para a comunidade”, diz Wando.

População aguarda reforma de praça da comunidade

Pedidos de redutores de velocidadeHá mais de um ano a população vem cobrando a instalação de redu-tores de velocidade (quebra-molas) nas ruas da comunidade. Wando enfatiza que essa medida é essen-cial para reduzir os casos de atro-pelamentos na Nova Holanda. Ele também alerta que já houve casos de morte por conta disso, o que tem deixado quem vive ali apreensivo.

E com medo de que novos aci-dentes aconteçam, alguns mora-dores, cansados de esperar a boa

vontade do poder público, resol-veram colocar quebra-molas por conta própria.

“Todo mundo sabe que não é ade-quado, mas precisamos fazer isso para evitar que mais vidas possam ser perdidas por causa disso. Desde que colocamos esses redutores, os acidentes reduziram. A secretaria de Mobilidade Urbana tinha dito que iria fazer, mas não sabemos o motivo pelo qual não fizeram. Que-ríamos saber o por quê”, questiona.

Moradores estão instalando quebra-molas nas ruas

Mudança de nome de ruas e CEPReceber uma correspon-dência em casa ou uma enco-menda pode se tornar uma tare-fa impossível na Nova Holanda.

Isso acontece, segundo Wando, porque o nome das ruas e os CEPs teriam sido mudados sem comu-nicar os moradores.

“Mudaram 95% dos endere-ços sem comunicar e pegaram os moradores de surpresa. Os vereadores fizeram esse projeto

de lei ainda na antiga gestão, mas não passaram isso para nós. Essa situação está dando um monte de problema nos Correios”, reclama.

Melhorias são reconhecidas De acordo com Wando, nem tudo é motivo de insatisfação. Alguns serviços antes cobrados, hoje chegam à comunidade. “A gente está aqui para cobrar, mas também para elogiar quando fa-zem”, conta.

E não é apenas a limpeza públi-ca. No último Bairros em Debate, a população cobrou mais eficiên-cia no serviço de limpa-fossa nas casas que ainda não estão ligadas à rede de esgoto. Na época, mora-

dores ficavam dias, e até semanas, aguardando para serem atendidos.

Além disso, a Nova Holanda vem ganhando cor atrás dos gra-fites, que estão sendo, aos poucos, pintados nos muros das casas. “A nossa ideia é acabar em até 100% com as pichações e também valo-rizar as casas através da arte”, en-fatiza o presidente da associação.

Outro ponto positivo é o traba-lho conjunto com a Coordenado-ria de Bairros, o que tem agilizado

as solicitações feitas pela popula-ção. “Resolvemos nos unir para conseguir solucionar muitas das reclamações. Isso acaba benefi-ciando a todos”, pontua.

A iluminação pública também melhorou bastante desde então. “Antes o bairro estava às escu-ras e hoje está bem iluminado. A Emip trocou 95% das lâmpadas queimadas. Ainda tem algumas faltando, mas o que já foi feito ajudou muito”, diz.

O que diz a prefeitura

Procurada, a prefei-tura informou que todas as solicitações foram encaminhadas aos se-tores responsáveis para adoção de providências.

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O DEBATE DIÁRIO DE MACAÉ Macaé (RJ), domingo, 1 e segunda-feira, 2 de março de 2015 9

QUESTÃODE JUSTIÇA

Quando o Judiciário é a notícia

Punições aos juízesTalvez esses juízes, em razão

da repercussão midiática, se-jam realmente punidos pelas suas respectivas Corregedo-rias. Mas o que mais chama a atenção é a forma das punições (ou a falta delas). Como o car-go de Juiz é vitalício, a maior punição aplicada é a sua apo-sentadoria compulsória com vencimentos, o que não é real-mente uma “penalidade”.

O Senado Federal já aprovou um Projeto de Emenda Cons-titucional (PEC) que põe fim à aposentadoria compulsória para juízes e promotores que cometerem crimes e forem

condenados judicialmente, permitindo a perda do cargo, mas a proposta se encontra parada na Câmara Federal.

É bom ressaltar que a gran-de maioria dos juízes não con-corda com posturas como es-tas, e a repudiam, muitas vezes publicamente. A Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) emitiu nota pública no caso do juiz que utilizou o Porsche esclarecendo que a “conduta é vedada a qualquer integrante (da categoria) e, em hipótese alguma, condiz com a postura usual e ética dos juí-zes”. Concordamos!

AndreA Meirelles [email protected]

A rápida ação da Corregedoria Nacional

Essa foi uma semana atípi-ca para o Judiciário brasileiro, pois normalmente as notícias que o destacam são prisões, decisões em processos im-portantes, posicionamentos firmes ou polêmicos dos seus membros. Desta vez, as no-tícias constrangeram toda a classe.

Tudo começou quando a esposa de Eike Batista en-controu estacionado num condomínio da Barra da Tiju-ca o carro do seu marido, que foi apreendido pela justiça e deveria estar num depósito público. Ela postou no Insta-gram a foto carro estacionado, destacando sua incredulidade.

Na sequência, o Juiz Fede-ral Flávio Roberto de Souza, titular da 3ª Vara Criminal do

Rio de Janeiro foi flagrado por jornalistas dirigindo o Pors-che Cayenne do empresário Eike Batista quando chegava à sede da Justiça Federal, no centro do Rio.

O carro tinha sido apreen-dido junto com outros cinco carros, 16 relógios, um piano, uma escultura e R$ 127 mil em espécie, sendo R$ 37 mil em moeda estrangeira.

Para completar o quadro de-vastador, o juiz em entrevista disse que este tipo de utilização de bens por magistrados era um fato comum. A declaração gerou um mal-estar generali-zado na Magistratura. Além do Porsche Cayenne, outro veícu-lo apreendido, uma Toyota Hi-lux, também estava na garagem de sua residência.

Não foi surpresa quando a Corregedora Nacional de Justiça, a Ministra Nancy An-drigh, afastou o Juiz Federal da condução dos processos penais movidos contra o em-presário Eike Batista, que se-rão redistribuídos para outro Magistrado.

O Juiz Federal responderá a duas sindicâncias, a primeira pela utilização indevida dos bens sob a guarda da justiça, e a segunda pela declaração que isso era “normal”. Afinal, não há na lei qualquer previsão pa-ra que um juiz possa utilizar-se de patrimônio particular apre-endido pela justiça.

O Tribunal Regional Federal da 2ª Região já tinha determi-nado que o Juiz regularizasse imediatamente a situação da guarda dos bens apreendidos, inclusive do piano que também estava sob sua posse.

O dano à imagem do judici-ário é irreparável neste caso, pois se aquele que é empodera-do para decidir a vida de pesso-as age de forma absurdamente repreensível e contrária à lei, como se sentem os jurisdicio-nados que dependem dele?

Em outro caso que teve des-taque, a notícia não foi a postu-ra do Juiz, mas sim a extensão de sua decisão.

Juiz manda tirar WhatsApp do ar no Brasil

A notícia deixou os brasileiros boquiabertos, pois a decisão do Juiz Luís Moura Correia da Co-marca de Teresina no Estado do Piauí determinou que todas as empresas de telefonia suspen-dessem temporariamente em todo Brasil o acesso ao aplicativo de troca de mensagens instantâ-neas WhatsApp.

O mandado judicial com a de-cisão foi expedido no dia 11 de fe-vereiro depois da empresa se ne-gar a dar informações para uma investigação policial. Embora a recusa da empresa mereça uma punição, ela deve ser proporcio-nal à situação. No caso, o usual seria impor uma multa diária até que a informação fosse prestada.

Contudo, o juiz optou por determinar a suspensão de um aplicativo utilizado por milhões

de brasileiros, que o usam tanto para mensagens particulares, mas também profissionalmente.

A punição escolhida pelo juiz puniria mais os brasileiros que utilizam o aplicativo do que a empresa em si.

O WhatsApp não possui repre-sentação no Brasil, o que dificulta sua notificação pelo judiciário, e a solução encontrada pelos tri-bunais tem sido notificar o Face-book que o adquiriu por U$$ 22 bilhões no ano passado.

Os usuários do WhatsApp já podem respirar aliviados porque o Desembargador Raimundo No-nato da Costa Alencar, do Tribu-nal de Justiça do Piauí, sustou os efeitos da decisão por entender que não havia razoabilidade na liminar, acatando assim o recurso das operadoras.

água

MPF cobra plano de contingência de uso da bacia do Paraíba do SulA recomendação foi expedida em resposta à grave crise hídrica enfrentada no Estado do Rio de JaneiroMartinho Santafé

O Ministério Público Fede-ral (MPF), por meio da 4ª Câmara de Coordenação

e Revisão, que trata de matéria ambiental, e das Procuradorias da República do Rio de Janei-ro, Volta Redonda, Resende e Campos de Goytacazes, expediu esta semana recomendação ao governador do Estado do Rio de Janeiro, aos diretores-presi-dentes das Agências Nacionais de Águas (ANA) e de Energia Elétrica (Aneel), e do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), e, ainda, ao presidente do Comitê para Integração da Bacia Hidrográfica do Rio Paraí-ba do Sul (Ceivap), determinan-do a apresentação, no prazo de 5 dias, de proposta de plano de contingência de uso dos recur-sos hídricos da bacia do Paraíba do Sul.

A recomendação foi expedi-da em resposta à grave crise hí-drica enfrentada no Estado. A recomendação estabelece que a proposta deverá especificar, dentre outras, as providências que serão adotadas em curto, médio e longo prazos a respeito da priorização do consumo hu-mano, do limite mínimo aceitá-vel dos reservatórios do sistema para cada etapa de restrição do uso da água e da redução das perdas constatadas no Estado, inclusive por parte das conces-sionárias dos serviços.

No início de fevereiro, os reservatórios de Paraibuna e Santa Branca, pertencentes ao sistema, já se encontravam abaixo das cotas correspon-dentes aos níveis mínimos de água, enquanto que os reser-vatórios dos aproveitamen-tos Jaguari e Funil estavam próximos dos limites de seus respectivos volumes úteis. A situação foi melhorando com as chuvas, mas a crise hídrica ainda continua na pauta.

De acordo com estudos apre-sentados pelo ONS, citados na recomendação, se mantidas as afluências médias mensais de 2014 em Santa Cecília, as cha-madas reservas técnicas (volu-mes mortos) ainda existentes nos reservatórios se esgotarão até o final do ano, mesmo se a afluência for reduzida de 190 m3/segundo (vazão mínima histórica) para 130 m3/segundo.

Diante deste cenário, o MPF avalia que é urgente a apresen-tação de plano de contingência que contemple não somente os usos múltiplos das águas do Paraíba do Sul, mas também a priorização do consumo hu-mano, conforme determina a Lei 9.433/97, que estabelece a política nacional de recursos hídricos.

AudiênciA públicA eM MArço

O MPF promoverá ainda uma audiência pública, no dia 11 de março, para discutir o impacto da crise hídrica no Estado do Rio de Janeiro, as medidas de enfrentamento adotadas pelas autoridades públicas até o mo-mento e o papel do Ministério Público Federal no tratamento do tema.

Foram convidados para o evento especialistas e autori-dades responsáveis pela gestão dos recursos do Paraíba do Sul, com destaque para a ministra do Meio-Ambiente e para o se-cretário de Recursos Hídricos do Ministério do Meio-Am-biente, para os diretores-presi-dentes da ANA e da Aneel, para o secretário estadual do Meio Ambiente do Rio de Janeiro e para os presidentes do Instituto Estadual do Ambiente (INEA), CEDAE, Fundação Rio-Águas e do Comitê de Integração da Bacia Hidrográfica do Paraíba do Sul. Foram também convida-dos representantes de ONGs e de Prefeituras da região afetada.

A audiência é aberta à parti-cipação do público (limitada ao número disponível de cadeiras no auditório) e a gravação do evento será, posteriormente,

disponibilizada no canal que o MPF mantém na internet.

TrAnsposição é grAve risco

A ideia do governo de São Paulo em transpor o rio Paraíba do Sul a partir da região de Ja-careí para abastecer o Sistema Cantareira continua gerando uma grande discussão política entre paulistas e fluminenses e levantou uma discussão am-biental. O projeto, além de colo-car em risco o abastecimento de água da população fluminense, uma vez que a bacia hidrográfi-ca é a principal fonte de capta-ção do Rio, pode significar pre-juízos ambientais irreversíveis a médio e longo prazo.

O professor e ecologista Ar-thur Soffiati não esconde a pre-ocupação com a situação atual do rio Paraíba do Sul e prevê uma catástrofe ambiental e so-cial no Norte Fluminense caso o projeto paulista seja aprovado pela Agência Nacional de Águas (ANA) e pelo Instituto Brasi-leiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA).

“O que vemos hoje já é bas-tante alarmante. O rio Paraíba do Sul tem sofrido há décadas por conta de ações humanas. As barragens, as transposições e o desmatamento resultaram em diversas mudanças. O rio Para-íba do Sul precisa de um plano emergencial de revitalização em quase todo o seu curso”, de-clarou Soffiati, recordando um decreto federal de 1982, que trazia medidas de recuperação e proteção ambiental da bacia hidrográfica do rio Paraíba do Sul. “Há mais de 30 anos já se falava em recuperar o Paraíba, imagina agora então”.

De acordo com estudos, o rio Paraíba do Sul, na altura da bar-ragem de Santa Cecília, apre-senta vazão média de 250m³ por segundo, dos quais 160 m³ por segundo são transpostos para o sistema Lajes-Guandu. O trecho depois da transposi-ção até o Três Rios é conside-rado o pior trecho dos mais de mil quilômetros de extensão do Paraíba do Sul. A situação é amenizada com o aporte das águas dos afluentes Paraibuna de Minas, Pomba, Muriaé, Pia-banha e Grande (Dois Rios).

Para Soffiati, problema maior que a quantidade de água que chega À foz em Atafona é a questão da qualidade. “Falta tratamento de esgoto adequado em todos os municípios que são banhados pelo rio Paraíba do Sul e seus afluente e a cada dia aumenta o número de ligações clandestinas que desembocam no rio. Isso é tão preocupante quanto à vazão da água”, afir-mou o ecologista, deixando uma frase para reflexão. “Preci-samos pensar mais na questão ambiental e menos na questão econômica ou depois poderá ser tarde demais”.

energiA eléTricA eM riscoPara o oceanólogo David Zee,

minimizar os prejuízos gerados

em relação ao desperdício de água durante a produção e dis-tribuição é uma das alternativas a ser considerada diante da crise hídrica que afeta o estado de São Paulo. Segundo ele, o desperdí-cio de água no Brasil já alcança uma média de 40%, sendo que somente em São Paulo perde-se 32% da água, e no Rio de Janei-ro, 38%.

Contrário à transposição do rio Paraíba do Sul como medi-da imediata a ser adotada, Zee reitera que “antes de retirar água dos mananciais esgotados, porque os rios já estão sobrecar-regados, é preciso reduzir as perdas e aumentar a eficiência. Se conseguirmos melhorar em 50% a eficiência, isso significa 20% de água a mais e talvez seja desnecessária a transposição”.

Zee explica que a transpo-sição está sendo cogitada pela questão da “facilidade” que o rio Paraíba oferece em termos de localização. Contudo, adver-te, “por ser próximo dos centros consumidores, ele também é extremamente exigido pela agricultura, pela produção de energia e outros usos. E, se a transposição for feita, daqui a pouco se corre o risco de faltar água para a produção de ener-gia elétrica. Se isso acontecer, as termoelétricas terão de funcio-nar e o custo da energia aumen-tará ainda mais”.

Lembrando o caso da trans-posição do rio São Francisco, que se estende desde 2007, Zee alerta para o fato de que “mui-tas vezes se pensa em fazer uma transposição e se faz um canal artificial ligando um lado a ou-tro do rio, mas só a extensão do canal precisa de um volume de água enorme para manter esse canal funcionando. Ocorre que às vezes essa questão não é vista, e se perde muita água por eva-poração”. E acrescenta: “Essa questão precisa ser discutida, porque antes de uma decisão política é preciso ter um estudo técnico para mostrar as alterna-tivas, o qual vai contribuir para ajudar a tomar uma decisão”.

E concluiu: “Avalio essa si-tuação como uma das últimas alternativas. Precisamos en-contrar alternativas que são de melhor solução antes de ir di-retamente para a transposição. Quais seriam essas alternati-vas? Primeiro, as empresas de produção/distribuição de água dos estados deveriam fazer a lição de casa, ou seja, minimi-zar os prejuízos em relação ao desperdício de água - a média no Brasil é de 40% de perda da água produzida”.

onu AdverTe pArA confliTos provocAdos por fAlTA d´águA

A ONU alertou que “o mun-do deve alcançar as metas internacionais sobre a água para evitar conflitos que pos-sam surgir do desespero”. Um relatório lançado esta semana pela Universidade da ONU e pelo Escritório das Nações Unidas para Desenvolvimento Sustentável afirma que o for-

necimento de água para 2,9 bi-lhões de pessoas em 48 países será insuficiente para suprir as necessidades da população em 10 anos.

invesTiMenTosO documento diz que “sem

grandes investimentos no se-tor de infraestrutura da água, muitas sociedades vão, em breve, confrontar desespero e conflitos sobre o recurso natu-ral mais essencial para a vida humana”.

O autor do estudo, Bob San-dford, da Iniciativa de Parce-ria Canadense, afirmou que “a consequência pelo não cum-primento dos objetivos será uma insegurança generaliza-da que levará a mais tensões e conflitos”.

A publicação fornece uma análise detalhada de 10 países para mostrar como atingir as metas de desenvolvimento sus-tentável relacionadas à água e ao saneamento podem ofere-cer uma forma rápida e barata de se alcançar esses objetivos. Entre os países pesquisados es-tão, Bolívia, Canadá, Indonésia, Paquistão, Uganda e Vietnã.

Para os especialistas, os go-vernos devem exigir uma pres-tação de contas dos setores de agricultura, que é responsável por 70% do uso das reservas de água, e o de energia, com 15%.

Combater a corrupção é fundamental no setor de for-necimento de água, principal-mente nos países em desenvol-vimento. Segundo o relatório, 30% do dinheiro que deveria ser usado para melhorias no setor é desviado.

Os especialistas afirmam ser necessário a criação de proto-colos contra a corrupção que apliquem penas rigorosas para os que cometerem o crime.

Os especialistas calculam que o custo global para se atingir as metas de desenvolvimento sus-tentável pós-2015 deve girar entre US$ 1,2 trilhão e US$ 2,2 trilhões por ano pelas próximas duas décadas.

Os autores do estudo disse-ram que em 10 anos, 48 países com uma população de 2,9 bi-lhões de pessoas, serão classi-ficados como “em escassez de água” ou com “falta d’água”.

Em 2030, a expectativa é a de que a demanda global por água será 40% superior a oferta. Os países que mais vão sofrer com essa situação são os que estão em regiões mais quentes e os mais pobres com uma popula-ção jovem crescente.

O relatório calcula que 25% das bacias hidrográficas dos principais rios do mundo vão secar durante vários meses do ano.

Os especialistas recomen-dam que os governos realizem avanços nos setores de controle da água, de saneamento e para evitar o desperdício.

O mundo deve, segundo o re-latório, identificar, reconhecer e prestar contas sobre todas as necessidades de água para a biodiversidade do planeta.

crédito

volume útil do reservatório paraibuna, uma das quatro represas do rio paraíba do sul

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O DEBATE DIÁRIO DE MACAÉ10 Macaé (RJ), domingo, 1 e segunda-feira, 2 de março de 2015

GeralRio Macaé

Escassez de água continua preocupando especialistasEm Macaé, cientistas alertam que é fundamental a recuperação das nascentes e preparam a “Carta da Água" do município

Wanderley Gil

Profissionas destacam a importância da realização de estudos e pesquisas para verificar a quantidade de água que o rio Macaé

Juliane Reis [email protected]

Uma realidade que para muitos pode parecer dis-tante, mas que para ou-

tros está bem próximo é a ques-tão do precário abastecimento de água na cidade. O problema que tende a se intensificar cada vez mais já era previsto, há mais de uma década por cientistas, entre eles o renomado Francis-co Esteves e que sempre destaca a importância da adoção de me-didas imediatas para a mudança no cenário do abastecimento na cidade e região.

Nesta reportagem ele ressal-ta que, ao que tudo indica, nos próximos anos o Rio Macaé não terá água o suficiente para atender a crescente demanda de água para abastecer toda cidade. “A seca hoje tornou-se um tema de discussão em ní-vel nacional. O tão importante recurso hídrico está acabando e em Macaé, município conhe-cido mundialmente como a Ca-pital do Petróleo, não tem sido diferente. No entanto, essa é uma questão que nós cientistas

já vínhamos falando há tempos, mas que pelo visto poucos não deram a devida atenção. Ma-caé hoje é uma cidade que tem cerca de 100% de suas áreas de alagamentos substituídas por aterros e construções irregula-res. Uma realidade que poderia ter sido evitada, mas que, pelo contrário, só aumentou. Hoje a única e principal saída para a problemática é a recuperação das nascentes ainda existentes, restaurando as áreas degrada-das e conservando os recursos hidricos ainda existentes por meio do reflorestamento”, res-salta.

Este mês, em que se come-mora o Dia Mundial da Água, o Núcleo em Ecologia e Desen-volvimento Socioambiental de Macaé (Nupem) e Universida-de Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Campus Macaé Profes-sor Aloisio Teixeira vão realizar o lançamento da “Carta da Água de Macaé”, assim como aconte-ceu no Estado de São Paulo.

O documento, redigido por cientistas da UFRJ/Macaé, tem como objetivo propor medidas possíveis de serem adotadas

com a finalidade de preservar a quantidade e qualidade e uso sustentável dos recursos hídri-cos na cidade. Material foi ela-borado com base em dados ob-tidos por meio de pesquisas que vem sendo realizado há cerca de 30 anos pelos profissionais. “Te-mos várias informações e dados que, de alguma forma, podem vir a contribuir com a sociedade. Cada região está fazendo a sua carta e nós estamos elaborando essa de acordo com os conceitos e informações que temos sobre o Rio Macaé”, ressaltaram os professores Francisco Esteves e Mauricio Molissani.

Eles destacam ainda que o município está na ante-sala de uma escassez de água pronun-ciada há algum tempo. “Há mui-to tempo essa escassez já vinha sendo anunciada por cientistas, mas ao invés de medidas serem adotadas para minimizar o im-pacto, nascentes e áreas alagá-veis, por exemplo, começaram a ser substituídas por constru-ções. O município, que antes contava com grande área de mata atlântica, já não conta mais. Mui-tos prédios, e até mesmo institui-ções de ensino, estão construídos em lugares que antes eram lagoas, por exemplo, e que hoje ocupa um lugar onde existiam três lagoas”, lembra Esteves.

Outro dado de fundamental importância, também lembrado pelo cientista, foi que a degrada-ção dos recursos hídricos na ci-dade se intensificou ainda mais após a década de 70 com a insta-lação da economia do petróleo na cidade. “Muito se pensou na economia, mas em paralelo a isso iniciou-se também a de-gradação da qualidade da água, o comprometimento da saúde pública, a redução da quanti-dade da água enquanto recurso hídrico. “E não é só isso, talvez Macaé seja o primeiro muni-cípio do Brasil a iniciar esse processo de degradação dos re-cursos hídricos. Este modo não sustentável do homem interagir com o ambiente vem de longe. No Brasil Império ja havia a de-gradação dos recursos hídricos em Macaé, por exemplo com a abertura do canal Campos / Ma-caé, com a extinção de centenas de nascentes e lagoas”, lembra.

É Preciso fazer uM Paralelo entre oferta e consuMo

Segundo Esteves e Mauricio Molissani é preciso realizar es-tudos e pesquisas para verificar a quantidade de água que o Rio Macaé fornece e, com isso, re-lacionar ao consumo e com is-so relacionar ao consumo pela

Wanderley Gil

o Professor francisco esteves e Mauricio Molissani ressaltam a importância da criação de ações em prol da preservação ambiental

Cedae, termoelétrica, agricul-tura, enfim.

“Estamos passando hoje por uma realidade preocupante. Estamos vivendo uma estiagem em pleno período de chuva. E isso já está acontecendo pelo segundo ano consecutivo e pode ser que, em período de estiagem, tenhamos grandes enchentes. E com tudo isso o ideal é que a população comece a mudar seus hábitos e se conscientize sobre a importância de economizar esse bem tão precioso e insubstituí-vel”, aponta Molissani.

O Rio Macaé é considerado um manancial responsável por abastecer a tão conhecida Capi-tal do Petróleo e diversos muni-

cípios vizinhos, mas que está se tornando um rio contaminado por efluentes.

sugestão Para coMeçar a econoMizar • Coletar água da chuva para uso sanitário, lavar calçadas, entre outros usos • Fazer o reaproveitamento da água da que lava roupa

“o rio Macaé abastecia 40 mil pessoas. Hoje são mais de 150 mil, fora as plataformas e termoelétricas”

francisco esteves

Inscrição para estágio de Prática Forense começa hoje

opoRtunidade

Vagas oferecidas são para estudantes do curso de Direito. a prefeitura de macaé, por meio da Procuradoria Geral do município, vai abrir neste do-mingo (1º) as inscrições para o terceiro Exame de Seleção de Candidatos ao Estágio de Prá-tica Forense. O processo sele-tivo é oferecido aos estudantes do curso de Direito. As inscri-ções são gratuitas e podem ser feitas até o dia 10 de março na www.macae.rj.gov.br por meio do preenchimento da ficha de inscrição na sede da Secretaria Municipal de Administração.

De acordo com o edital, essa ficha de inscrição deverá ser im-pressa e entregue, pessoalmen-te ou por procurador, na forma do art. 654 do Código Civil, na sede da Secretaria Municipal de Administração (Av. Rui Bar-bosa, nº 275 - 2º andar - S/ 204 - Galeria Macaé Center - Centro - Macaé/RJ), durante o período de inscrições.

O processo seletivo será rea-lizado na Escola Estadual Irene Meirelles, localizada na Aveni-da Agenor Caldas, número 442, Imbetiba, no dia 15 de março às 9h. A prova discursiva será composta por nove questões discursivas e com consulta à legislação de qualquer espécie, desde que sem comentários e/ou anotações, na qual serão aprovados apenas os candida-tos que obtiverem o mínimo de cinco pontos.

Podem se inscrever os estu-

dantes que estejam cursando a partir do 6º período, porém, a contratação apenas será efetu-ada aos estudantes que compro-varem estar cursando do 7º ao 10º períodos letivos, para o re-gime de períodos semestrais, ou os últimos 02 (dois) anos, para o regime seriado anual, sob pena de indeferimento liminar.

As vagas serão destinadas ao cadastro de reserva da Procura-doria Geral do Município, bem como dos demais órgãos e/ou entidades da Administração In-direta do Município de Macaé e, na medida que surgirem vagas, poderão ser convocados a esta-giar, por ordem de classificação, todos os candidatos aprovados,

de acordo com as necessida-des da Administração Pública, considerando os percentuais destinados aos candidatos por-tadores de deficiência, assim re-conhecidos pela Administração Pública.

Segundo o edital, a prova dis-cursiva tem o objetivo de ava-liar o conhecimento dos temas, a capacidade de expressão na modalidade escrita e o uso das normas do registro formal culto da língua portuguesa. O candi-dato deverá produzir, com base nos temas formulados pela Co-missão de Seleção, resoluções dissertativas, primando pela coerência, pela coesão e pelo domínio do idioma.

Ainda de acordo com o docu-mento, somente serão corrigi-das as provas discursivas dos candidatos que respeitarem o limite máximo de linhas pre-vistas para cada questão.

A remuneração para os esta-giários será de um salário-míni-mo e meio, conforme legislação municipal para carga horária de quatro horas diárias, de acordo com o expediente da Procura-doria Geral do Município e/ou dos demais órgãos e entidades da Administração Pública Mu-nicipal. O edital completo com todas as informações referentes ao processo seletivo está dispo-nível em <http://WWW.macae.rj.br>.

Wanderley Gil

o processo seletivo será realizado na escola estadual irene Meirelles

Kaná Manhães

fernando arruda destaca a importância da parceria entre Prefeitura e cedae para realização das obras na cidade

FoRneciMento suspenso

Cedae pede para população economizar água nas próximas horas

Na próxima terça-feira, a Cedae - concessionária responsá-vel pelo abastecimento de água em Macaé- vai interromper o forne-cimento na cidade. A suspensão, segundo o órgão, é necessário para possibilitar a interligação do novo trecho de adutora de água bruta no sistema de abastecimento. Segun-do o gerente da Litorânea Norte da Cedae, Fernando Arruda, serão interligados 2 km no trecho rural. A paralisação está marcada para ocorrer a partir das 9h.

“Vamos fazer essa paralisação por um bom motivo. Nossa meta é que a capacidade de produção que hoje é de 700 litros passe para 800 litros por segundo. Há cinco anos essa capacidade era de 350l/s e con-seguimos duplicar. Com a constru-ção desse novo trecho de adutora, vamos melhorar o abastecimento na cidade como um todo, ou seja toda população será beneficiada.

Essa ampliação do sistema de abastecimento de água no municí-pio é fruto de uma parceria entre o Governo do Estado, por meio da Cedae, e a Prefeitura de Macaé. De acordo com dados da Prefeitura, a obra prevê ampliação das elevató-rias de água bruta de baixo e alto recalque; ampliação da Estação de Tratamento de Água de 700 para 800 litros/segundo; construção de novo reservatório com capacidade

Para dar continuidade às obras de duplicação da adutora, órgão precisará suspender o abastecimento na próxima terça-feira (3)

para 5.000 m³; 12 mil novas ligações prediais; construção de 34.496 me-tros de tubos finos com diâmetros entre 50 mm e 200 mm, entre ou-tras ações. Foram realizadas frentes de trabalho nas áreas rural e urbana do município.

Ainda de acordo com informa-ções do órgão municipal, a fase urbana, chamada Linha Dois/Norte, está adiantada, com a ins-talação de tubos de ferro fundido também de 600 mm, ao longo da Linha Azul, faltando os locais de pontes e travessias. Serão cerca de 20 quilômetros de rede, do reserva-tório de Santa Mônica até o bairro Lagomar. O trabalho se concentra agora na instalação de tubulações de 400 mm, na altura do trevo do Imburo. A previsão é que o serviço seja concluído no primeiro semes-tre desse ano.

Arruda ressalta que, com a con-clusão desse trecho, toda população norte da cidade será beneficiada, entre eles o Lagomar. “Nossa pre-visão é de que, ainda neste primeiro semestre, essa etapa da obra esteja concluída”, disse.

nota

Professores da rede municipal participam de curso de Biotecnologia. O curso é oferecido pelo Laboratório de Biotecnologia Vegetal do NUPEM. Próximo encontro será em março.

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O DEBATE DIÁRIO DE MACAÉ Macaé (RJ), domingo, 1 e segunda-feira, 2 de março de 2015 11

Diretórios

PT e PSOL declaram apoio à 'Lei dos Plantões'Partidos em Macaé emitem nota de relevância à proposta que ainda passará por votação de veto

Conforme acordado en-tre o líder da oposição Igor Sardinha (PT) e

o presidente da Câmara de Macaé, vereador Eduardo Cardoso (PPS), a próxima quarta-feira (4) será mar-cada por um dos momentos mais esperados do retorno das sessões legislativas des-te ano: a votação do veto ao projeto da 'Lei dos Plantões'.

A proposta que obriga to-dos os hospitais e unidades de saúde públicos e priva-dos divulgar aos pacientes em suas salas de espera o nome, especialidade, regis-tro profissional, dia e hora dos médicos de plantão, foi aprovada pela Câmara de

Vereadores no final do ano passado, mas acabou veta-da de forma integral pelo governo municipal.

Diante da repercussão da matéria e a opinião de diversos políticos da cidade, dois parti-dos resolveram divulgar nota sobre o tema: o PT e o PSOL.

Para o PSOL, o veto aponta falta de sintonia com as pro-postas apresentadas pelo go-verno municipal, principal-mente quando não reconhe-ce os anseios da sociedade em busca de dias melhores para o atendimento na saúde no município de Macaé.

“O Psol acompanhou as discussões da Casa, sobre o referido projeto, seus argu-

mentos (pró e contra) e re-conhece que, por inúmeras vezes, interferências agudas ocorreram , maculando a di-ta independência dos pode-res, tão necessária para que esta Casa possa exercer suas funções e não seja um mero cartório do Poder Executi-vo”, diz a nota do partido.

Já o Diretório Municipal do PT, partido que hoje é declaradamente oposição ao atual governo, e pos-sui três vereadores em sua bancada na Câmara (Igor Sardinha, Marcel Silvano e Luciano Diniz), orientou aos parlamentares a perma-nência do voto favorável ao projeto mesmo após o veto

do governo. “ O D i r e t ó r i o d e c i d i u

orientar sua bancada a vo-tar pela derrubada do veto por vários argumentos que seguem o pensamento ide-ológico do partido. Além do mais, há dois meses os vereadores já foram favo-ráveis ao Projeto de Lei dos Plantões e não há motivo para mudarem o seu voto”, declarou o presidente do Diretório Municipal, De-nilson Machado.

Para incluir mais um in-grediente na votação, assim como o Ministério Público Estadual, o Ministério Pú-blico Federal também cobra da Prefeitura Municipal de

Macaé a adoção das ações defendidas pelo Projeto de Lei dos Plantões. O MP in-vestiga a existência de 133 médicos que, supostamen-te, não cumprem seus ho-rários de plantões na esfera pública de Macaé.

Além disso, o MP-RJ emitiu uma nota desconstruindo as argumentações do veto ao pro-jeto. “Não vislumbra suporte jurídico”, diz de forma clara o documento da promotoria.

O vereador Igor Sardinha considera a votação do PL dos Plantões como um mo-mento importante para o poder Legislativo.

“Além do apoio da popu-lação, conseguimos o apoio

de 12 vereadores na última votação há menos de três meses. Confio muito que possamos derrubar o veto. Temos o apoio da popula-ção, seguimos as orienta-ções estabelecidas pelo Mi-nistério Público e ficamos muito felizes com o apoio dos partidos, tanto do PT quanto do PSOL, legenda que vem crescendo e tra-zendo importantes discus-sões à sociedade, inclusive em nossa cidade. Estou con-fiante que a transparência e o bom senso será determi-nante na votação. Convido a população a estar presente e acompanhar a votação”, fi-nalizou Igor.

Wanderley Gil

Projeto da Lei dos Plantões foi aprovado em sessão realizada em dezembro de 2014

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O DEBATE DIÁRIO DE MACAÉ12 Macaé (RJ), domingo, 1 e segunda-feira, 2 de março de 2015