noticia grazi

3

Click here to load reader

Upload: iuna-gabriella-paiva

Post on 18-Aug-2015

220 views

Category:

Documents


2 download

DESCRIPTION

prec linguistico

TRANSCRIPT

28/01/2008 - 15:24 - Grazi e a polmica sobre o sotaque paranaense. Mrcio Renato dos santos Jeitodefalartpicodointeriordoestadovemdamisturacaboclaentrendiose colonizadores. O sotaque da paranaense Grazielli Massafera, 22 anos,provocoupolmicanestasemana.Uma revista e um jornal de So Paulo noticiaram que a ex-BigBrotherBrasilfarsessesde fonoaudiologiaparacorrigiramaneiradefalar consideradacaipira.Grazi,pormeiodesua assessoriadeimprensa,confirmouanotcia, justificandoquepretendeamenizarosomdor retroflexo(orcaipira)paraampliarassuas possibilidadesprofissionaisenoficarrestritaa personagenscomoaThelminha,danovela Pginas da Vida, e Florinda, de Desejo Proibido. GraziellliMassafera:puxarorpodelimitara carreira. Mas,afinal,existeumamaneiracertadefalar?Issoseriaumproblemado sotaque paranaense? A professora da Universidade Estadual de Londrina (UEL) Vanderci de Andrade Aguilera, doutora em Lingstica, garante que ningum fala errado.Todomundofalacertodeacordocomacomunidadeemqueest inserido,afirma.ElaexplicaqueosotaquedeGrazi,comumemJacarezinho, cidade natal da atriz, resultado do contato dos indgenas com os portugueses. Osbandeirantesabsorveramessamaneiradefalarelevaramessafalaparao Sul de Minas Gerais e Norte de So Paulo, esclarece. Posteriormente, mineiros e paulistas desbravaram o Norte do Paran, onde disseminaram o sotaque. Alingistadefendeatesedequeosotaqueparanaenseestdivididoemduas grandes reas, uma ao Norte e outra ao Sul. De acordo com Vanderci, na regio Norte,almdorretroflexo(prrta),afalatambmcaracterizadapeloino finaldaspalavras(nrrti).JaoSul,hmanutenodoefinal.DaoleitE quentE que costuma ser pronunciado em Curitiba. Houtrapossibilidadedemapearosotaqueparanaensetesedefendidatanto porVanderciAguileracomopelolingistaFranciscoFilipak,mestreemletrase autor do Dicionrio Sociolingstico Paranaense a partir da idia dos trsParans.Oprimeiroseriao tradicional(dolitoralaosCampos Gerais);osegundo,odocaf(a regioNorte);eoterceiro,oda regioSudoeste.Osotaquedo ParantradicionalodoleitE quentE.Aorigemdissoestno imigranteeuropeu,quechegou paraaprenderoportuguse passouafalarcomoseescreve, explicaFilipak.Osotaquedo Sudoesteteminflunciade gachosecatarinenses,os principais colonizadores da regio. Noexisteofalarcerto.Ocorre quedeterminadosotaquepassaa termaisaceitaoqueoutros, comentaafonoaudilogaCidaStier.Elatrabalhahmaisdeumadcadano setoreprestaservioparaprofissionaisliberais,atoresejornalistas.Cida,que atuaemCuritiba,observaquemuitosclientessopessoasquemigraramdo interiorparaacapitaleprocuramotratamentofonoaudiolgicodevidoa preconceitos.H,porexemplo,professoresquesofremdiscriminaoemsala de aula e querem eliminar ou amenizar o sotaque, conta. AfonoaudilogasalientaqueGrazinoaprimeiranemseraltimaatriza procurarotratamentofonoaudiolgico.umanecessidadeprofissional.O sotaque tido como caipira pode atrapalhar a interpretao de um texto de William Shakespeare.Afinal,oqueapessoafaladevesermaisimportantedoqueo modo como a pessoa fala, afirma. Cida j trabalhou com atrizes de So Paulo e do Rio de Janeiro que vieram a Curitiba participar de filmes que exigiam a dico local. Afaladequemtemprestgiotendeaserimitada,observaVanderciAguilera, autora do Atlas Lingstico do Paran. Ela recorda que, em 1808, quando D. Joo VI chegou ao Rio de Janeiro, a fala do interior paulista o r retroflexo perdeu prestgio para o sotaque da corte, o mesmo que hoje falado pelos cariocas. Essa fala tida como caipira o que h de mais original no Brasil. fruto de um choque cultural interessantssimo. Pra que eliminar?, sugere a lingista Vanderci Aguilera. Um estrangeiro entende melhor o portugus falado aqui no Paran do quenoRiodeJaneiro,provocaolingistaFranciscoFilipak.Obrigaes profissionais at podem tentar corrigir a fala. A escola pensa que adestra. Um tratamento pode tentar controlar. Mas h uma fora maior, comenta Vanderci. A escolapassaargua.Aruaentorta.Eningumescapadarua.Nema linguagem oral, completa a lingista. Fonte: Jornal Gazeta do Povo, 28/01/2008.