comportamento governado por regras trabalho da grazi

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Um estudo de caso

A anlise do comportamento explica a causa dos

comportamentos por meio da anlise de contingncias, ou seja, regras que descrevem dependncias entre antecessores ambientais, respostas do organismo e suas conseqncias e no a sensaes que lhe estejam associadas.

Uma das formas de controle do comportamento

exercido por regras. Seguir regras envolve: seguir conselhos, instrues,

ordens ou outros comportamentos que descrevam, completamente ou incompletamente, contingncias.

O que so regras ? As regras so estmulos discriminativos verbais que

especificam contingncias, podendo estar descritas de forma implcita ou explcita. Outros autores definem regras como estmulos verbais

antecedentes, que podem exercer diferentes funes: discriminativa, estabelecedora, eliciadora e/ou reforadora.

A diferena entre essas duas definies que uma

funciona apenas como estmulo discriminativo, onde o estmulo verbal adquiriu essas funo por meio de uma histria de reforamento, e no outro, cada funo pode ser adquirida por meio de classes de equivalncia.

As regras podem alterar a funo de estmulos

discriminativos. Um estmulo discriminativo que antes evocava um comportamento passa a evocar outro quando este especificado pelas regras. Podendo tambm alterar a funo de operaes estabelecedoras e de estmulos punidores e reforadores. Portanto o mais correto seria definir as regras como operantes verbais com mltiplas funes.

O comportamento governado por regras mais

rapidamente aprendido do que modelado diretamente pelas contingencias. Uma descrio das contingncias nunca exatamente igual as mesmas, o que torna o comportamento regido por regra mais ostensivo, enquanto o contato com as contingncias parece significar maior contribuio pessoal.

Skinner afirma que os sentimentos esto associados

aos dois comportamentos e que se diferem. A fim de evitar punio social (comportamentos ticos), o comportamento privado denominado medo. Quando o mesmo comportamento se deve s contingncias naturalmente reforadoras, o sentimento de valorao. Um comportamento s denominado controlado por regras se formos capaz de descrev-lo.

Importncia das regras importante para a sobrevivncia humana, pois

permite que haja emisso de comportamentos autocontrolados, ou seja, em cujas consequncias reforadoras so atrasadas; emisso de respostas de esquiva, sem que para isso seja necessrio entrar em contato com a contingncia aversiva; aprender com maior rapidez; transmitir a futuras geraes toda uma cultura.

O comportamento de seguir regras modelado desde a

infncia e se seguimento depender da histria de reforamento de cada individuo do quanto as regras prescritas eram especificas, foram seguidas e consequenciadas. Os comportamentos so modelados pela comunidade verbal, por meio de reforadores sociais. Portanto, so as contingncias descritas pelas regras que controlam o comportamento e no as regras por si s.

Skinner fala sobre a influncia das agncias

controladoras e de como afetam o comportamento dos indivduos, pois usam muita punio, por meio de coero tentam suprimir o comportamento indesejado e que ameaa a estabilidade do grupo, tenta se estabelecer um comportamento obediente. Skinner afirma que essas agncias deveriam utilizar reforadores positivos ao invs de estmulos aversivos, assim os indivduos teriam respostas emocionais positivas e apoiariam essa instituio.

Como as agncias controladoras usam o poder para

punir, os indivduos iro emitir comportamentos de fugas do controlador. Existem tambm os subprodutos emocionais associados a isso. O comportamento de seguir regras ensinado desde a infncia, e modelado pelas contingncias e mantido por reforamento.

A comunidade verbal treina o indivduo a emitir

estmulos verbais correspondentes com suas aes, dizer-fazer. O indivduo pode formular autoregras disfuncionais, no ser capaz de reformul-las, interagindo de forma inadequada com a sociedade, sendo insensveis as contingncias. Nessas situaes o terapeuta pode agir como uma comunidade social diferente, manejando as contingencia e ajudando o cliente a desconstruir e construir tais regras.

Essas insensibilidades a mudanas nas contingncias

de reforo no comportamento governado por regras pode ocorrer devido vrios fatores: Se h contato com a discrepncia entre instruo e contingncia atual O contedo das instrues A variabilidade comportamental

O papel do terapeuta com indivduos que possuem

repertrios comportamentais que geram sofrimento o de analisar as contingncias que controlam o comportamento-queixa. A mudana de um comportamento deve passar pela anlise das variveis que controlam o mesmo. Evocar os eventos privados na terapia e trabalhar o aqui-agora, pode-se tambm trabalhar com tcnicas da terapia cognitiva.

O terapeuta como controlador deve cuidar com a

forma que utiliza seu poder, oferecer reforadores positivos, deve apresentar um comportamento diferente da comunidade verbal na qual o cliente esta inserido.

Caso Clnico- Moa de 22 anos com nome fictcio de Manu. Possua curso universitrio incompleto, morava com seus pais e tinha uma gata. - Procurou atendimento psicoterpico em funo de ter um humor cclico, de no ser perseverante em muitas aes e porque gostaria de se conhecer melhor. - Desistia de muitas coisas que comeava, tinha muitos momentos de altos e baixos e desconhecia o motivo.

Primeiro encontro.. Foi para explicar o funcionamento da psicoterapia. Foi feito um rapport inicial, onde a terapeuta procurou

acolh-la e ouvir sua queixa. A cliente ficou introvertida e mostrou ter dificuldades em descrever eventos. A inteno foi buscar informaes sobre o relacionamento de Manu com sua famlia e amigos e etc. Foi formado um bom vnculo que garantiu o retorno da cliente. A terapeuta considerou Manu muito simptica e com a fala embaraada pela emoo.

Foram realizados encontros semanais, com total de 29

encontros, cada encontro teve durao de 50 minutos. O processo teraputico consistiu em recursos focados na demanda da cliente, com textos e exerccios. A cliente era muito responsvel e sempre realizava os exerccios propostos.

Recursos utilizados: Auto-observao: Cliente registrou tudo o que ocorreu

nos finais de semana durante toda a terapia. Levantamento da historia de reforamento: a partir de uma lista com comportamentos emitidos por seus pais, ela deveria marcar os que foram presentes em seu passado. Historia de reforamento, de acordo com as fases da vida: a cliente relembrou fatos ocorridos em periodos de sua vida em intervalos de 5 anos ate sua idade atual. Autoconhecimento: a cliente registrou o que fazia para evitar se sentir mal e o que fazia para se sentir bem.

Conhecer os objetivos da cliente: cliente registrou

como gostaria de estar 10 anos mais tarde. Modelao de comportamento: atravs de leitura de textos. Role-playing e inverso de papis: terapeuta e cliente trocavam de papis simulando situaes que faziam parte da vida da cliente.

Objetivos:Levar a cliente: Observar seu ambiente de forma adequada. Fazer anlises funcionais de seus comportamentos. Construir regras mais funcionais. Ampliar seu repertrio comportamental. Desenvolver habilidades sociais Desenvolver contracontrole.

HISTRICO DE VIDA Relao com o Pai: Relao com a Me: Relao com os Irmos:

Profissional e Educacional: Relacionamentos Interpessoais: Relacionamentos Amorosos: Autoimagem:

TRATAMENTO Diante do relato da paciente aps cinco sesses, foi

desenvolvido um quadro que descreve a Analise Funcional realizada e o mesmo foi discutido com a paciente que demonstrou surpresa com as contingencias de reforamento observadas.

Analise Funcional realizada em decorrncia dos relatos da paciente

No decorrer de uma semana foi registrado os

comportamentos emitidos pela paciente e observa-se que a maioria dos comportamentos so negativos. Porque?

AUTORREGRAS Regras utilizadas de forma descontextualizada: no devo brigar com as pessoas; as pessoas que so mais aceitas so aquelas que esto

sempre de bem; para gostarem de mim, tenho que agradar mais do que ser agradada

Regra do pai: aluno inteligente s tira nota 9 e 10 O pai no falava diretamente com a paciente;

A paciente era proibida de questionar a me; A constituio familiar era tradicional: pai provedor e

me cuidadora. A me escolhia o que devia vestir e comer, observando como uma moa deveria se comportar. A paciente sempre lidou mais com criticas do que com elogios.

Nunca se sentiu amada pelos pais;

A paciente sentia-se responsvel pela felicidade da

me; A me voltou a estudar e pedia para a paciente fazer as pesquisas na internet; que a filha no a amava, por isso no o fazia para ela, Sempre que a paciente queria comprar algo para si era recriminada pela me; para ser amada tenho que fazer pelo outro.

no poder falhar, porque, do contrario perderia o

prestigio com as pessoas. Com relao a esta autorregra foi realizado analise da vida da paciente em que a mesma havia falhado.

OBJETIVOS FUTUROS formar-se e cursar mestrado; arranjar um bom trabalho; estar feliz com as pessoas de que gosto

MEDO A paciente demonstrou medo e resistncia de pensar

no futuro, pois achava que poderia falhar e a frustrao seria maior. De ter filhos; De assistir filme de terror; De ir a cachoeiras; pessoas fortes, capazes, no tem medo de nada

SEJA VOC MESMO aceite a vida como ela , que ela aceitara voc do seu

jeito, seja voc mesmo e se tornara deslumbrante, no tente agradar ningum. Os outros so tantos e querem tantas coisas contrarias, que impossvel agradar a todos.

Desenvolvimento das Habilidades Sociais Interao com os amigos; Pessoas desconhecidas;

Aps quatro messes de terapia a cliente j se permitia

que os outros fizessem algo por ela e fazia o que gostava. Estava agindo conforme as novas regras estabelecidas ao longo das sesses. Na 29 sesso foi discutido todo o trabalho realizado destacando os resultados, observou-se que a paciente passou a emitir mais tatos puros, a exercer mais contracontrole, diminuiu o relato de baixo astral, passou a se ver de forma diferente, mais bonita.

Comportamentos tanto pblicos como privados,

podem ser conseqncias do comportamento governado por regras, e das respostas emocionais como medo e ansiedade, gerada pelo excesso de controle aversivo.

O seguimento de regras tem seus aspectos positivos,

como por ex: A sobrevivncia da espcie

O comportamento de ditar regras Serve tambm para

evitar a emisso de comportamentos indesejados e evoca desempenhos mais apropriados e com mais eficincia, o que talvez acabe reforando o comportamento dos pais ditarem ordens ou aconselhar seus filhos.