notícia como arma de guerra estudo de caso sobre a guerra entre palestinos e israelenses
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VIII Colóquio Técnico-Cientifíco do UniFOA
Notícia como arma de guerra - Estudo de caso sobre a guerra entre palestinos
e israelenses
MARTINS, Gabrielle Bordon; LEAL, Thaísa Santos
UniFOA – Centro Universitário de Volta Redonda
Introdução:
Em nossa pesquisa trabalharemos a questão “A notícia como arma de guerra” -
Estudo de caso sobre a guerra entre palestinos e israelenses. Ou seja: seu uso
como instrumento tático e estratégico na contenda político militar, geralmente com a
função de conquistar a opinião pública e deslegitimar/desqualificar o adversário.
Objetivos:
O estudo de caso da guerra entre palestinos e israelenses deve contribuir não
apenas para chamar a atenção dos profissionais da imprensa quanto à sua própria
ação de informar; mas, sobretudo, levar ao público leitor como a notícia pode ser
manipulada transformando-a numa importante arma de guerra, a fim de que se
desenvolva uma consciência crítica para avaliação criteriosa do noticiário.
Metodologia:
Para analisar a questão da objetividade e isenção da imprensa optou-se pelo estudo
do noticiário que implica em denúncias de forma de manipulação. Nosso objetivo é
analisar três casos, os quais são apontados como fruto de manipulação e revelar
como a guerra entre palestinos e israelenses se desdobra na mídia.
Caso 1: Notícias falsas no Líbano
Em 2011, o jornal Daily Star reportou que o ministro da agricultura do Líbano negou
as informações da mídia de que tomates importados de Israel causaram doenças e
danos aos moradores locais por estarem, supostamente, contaminados com células
cancerígenas. O ministro alegou que tomates importados não entravam no mercado
libanês por mais de um mês. As informações apareceram após relatos semelhantes
na imprensa egípcia.
Esta matéria mostra como a mídia pode ser usada para criar situações que causam
danos para outro país, noticiando informações que não são verdadeiras. As falsas
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notícias sobre os tomates, tanto no Egito como no Líbano, geraram preocupação à
população e construíram uma imagem negativa de Israel.
Caso 2: Distorção de fotos da Reuters
Outra situação de distorção de fatos aconteceu com a agência de notícias Reuters.
Em 6 de abril de 2001 foi publicada a imagem de um menino palestino sendo preso
pela polícia israelense. A foto chamou a atenção do público pela brutalidade dos
soldados israelenses. No entanto, outro fotógrafo da Reuters, registrou o mesmo
menino atacando pedras nos soldados israelenses.
Percebe-se que a manipulação acontece a partir da agência de notícias, a qual
divulga uma imagem com o intuito de denegrir a postura dos soldados israelenses.
Caso 3: A história de Muhammad al-Durrah
No vídeo, feito para o canal France 2, Muhammad aparece se escondendo junto
com seu pai quando são acertados por uma rajada de tiros onde, segundos depois,
o garoto é visto caído no chão. Na época, a emissora francesa noticiou que ele foi
alvo dos israelenses e as Forças de Defesa de Israel (IDF) se responsabilizaram
pela morte de Muhammad. Em 12 e 19 de maio de 2013, o caso voltou a ser
noticiado no The Jerusalem Post. Foi publicado que uma investigação israelense
constatou que o palestino estaria vivo e que houve manipulação do vídeo por parte
da emissora francesa.
Resultados:
O estudo de caso da guerra entre palestinos e israelenses demonstra como o
noticiário da imprensa pode ser um espaço privilegiado de combate, onde as
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versões podem ser fabricadas com objetivos estratégicos. Evidencia-se que há, de
fato, manipulação nos dados coletados porque em todos os casos, o compromisso
político antecede à missão ética de informar com maior objetividade e isenção
possível o leitor. Nestes exemplos, a manipulação da notícia acontece em níveis
distintos, principalmente a partir do próprio jornal/mídia que desqualificam uma
informação correta; da agência de notícias e, também, através de instrumentos
tecnológicos.
Conclusão:
A partir do referencial teórico e da análise dos dados é evidente a presença de
manipulação das notícias referentes ao conflito palestino-israelense e, com isso, a
falta de isenção do trato da notícia. Embora os casos aqui apresentados refiram-se
às ações realizadas pelo lado palestino, não se pode descartar a possibilidade de
também os israelenses se utilizarem destes mecanismos de manipulação para seus
objetivos político militares. Finalmente, concluímos com o historiador Michael Oren,
que os palestinos não tem um arsenal de guerra poderoso e, portanto, usam a mídia
a seu favor – Como não têm recursos militares suficientes exploram esta poderosa
arma de guerra: a manipulação midiática.
Referências:
CHAUÍ, Marilena. Simulacro e Poder. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2006.
LOWY, Michael. Ideologias e Ciência Social. São Paul: Cortez, 1991.
PENA, Felipe. Teoria do jornalismo. São Paulo: Contexto, 2008.
TRAQUINA, Nelson. Teorias do jornalismo: A tribo jornalística: uma comunidade interpretativa transnacional. Florianópolis: Insular, 2008.
<http://www.youtube.com/user/HonestReportingVideo?feature=watch >
<http://www.jpost.com/Diplomacy-and-Politics/Ctee-finds-IDF-didnt-kill-Palestinian- boy-al-Dura-in-2000-313637 >
<http://www.jpost.com/Middle-East/Muhammad-Al-Dura-The-boy-who-was-not-really- killed-312930>
Palavras-Chave: Manipulação; Israel e Palestina; objetividade; imprensa; arma de
guerra.
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