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PT PT COMISSÃO EUROPEIA Bruxelas, XXX […](2013) XXX draft DOCUMENTO DE TRABALHO DOS SERVIÇOS DA COMISSÃO Nota de orientação sobre a Diretiva 2012/27/UE relativa à eficiência energética, que altera as Diretivas 2009/125/CE e 2010/30/CE e revoga as Diretivas 2004/8/CE e 2006/32/CE Artigo 7.º: Regimes de obrigação de eficiência energética COURTESY TRANSLATION OF SWD(2013) 451 FINAL

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COMISSÃO EUROPEIA

Bruxelas, XXX

[…](2013) XXX draft

DOCUMENTO DE TRABALHO DOS SERVIÇOS DA COMISSÃO

Nota de orientação sobre a Diretiva 2012/27/UE relativa à eficiência energética, que

altera as Diretivas 2009/125/CE e 2010/30/CE e revoga as Diretivas 2004/8/CE e

2006/32/CE

Artigo 7.º: Regimes de obrigação de eficiência energética

COURTESY TRANSLATION OF SWD(2013) 451 FINAL

1

ÍNDICE

A. INTRODUÇÃO ................................................................................................................................... 2

B. COMO CALCULAR A QUANTIDADE EXIGIDA DE ECONOMIAS DE ENERGIA? ..................................... 2

C. QUE INSTRUMENTOS POLÍTICOS E CRITÉRIOS ADOTAR? .................................................................. 9

D. QUE SETORES E AÇÕES ESPECÍFICAS VISAR ................................................................................... 16

E. COMO CALCULAR AS ECONOMIAS DE ENERGIA PROVENIENTES DE CADA AÇÃO ESPECÍFICA?...... 20

F. QUAIS SÃO OS REQUISITOS PARA MEDIÇÃO, CONTROLO, QUALIDADE, MONITORIZAÇÃO E

VERIFICAÇÃO? ....................................................................................................................................... 24

G. QUAIS SÃO OS REQUISITOS PARA A APRESENTAÇÃO DE RELATÓRIOS? ......................................... 25

H. LISTA DE ESTUDOS E ARTIGOS ....................................................................................................... 27

2

ARTIGO 7.º: REGIMES DE OBRIGAÇÃO DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

A. INTRODUÇÃO

1. O artigo 7.º da Diretiva Eficiência Energética1 (daqui em diante «a DEE» ou «a Diretiva»)

pode ser aplicado prevendo ou estabelecendo uma ou a combinação das seguintes medidas

políticas: (i) regimes de obrigação de eficiência energética ou (ii) medidas políticas

alternativas.

Ao proceder desta forma, devem ser seguidos certos passos por cada Estado-Membro:

1. Estabelecer a quantidade total de economias de energia que terá de ser obtida e a

respetiva distribuição durante a vigência da obrigação (ver secção B);

2. Decidir usar regimes de obrigação de eficiência energética ou medidas políticas

alternativas, ou ambos e, durante a conceção dos regimes ou medidas, assegurar que

determinados critérios são cumpridos (ver secção C);

3. Estabelecer os setores e as ações específicas que contribuem para obter a quantidade

exigida de economias de energia (ver secção D); Estabelecer como devem ser calculadas

as economias de energia provenientes das ações individuais (ver secção E);

4. Assegurar o controlo, verificação, monitorização e transparência do regime ou das

medidas políticas alternativas (ver secção F); e

5. Comunicar e publicar os resultados (ver secção G).

2. Existem diferenças entre estes passos dependendo da(s) medida(s) política(s) alternativa(s)

utilizada(s). Quando se verificam, estas diferenças são indicadas no texto.

3. O documento também inclui uma lista de vários relatórios e estudos na secção H, que podem

servir de suporte à definição de medidas políticas nacionais. Esta lista é indicativa, de

natureza orientadora e não exaustiva.

4. A presente nota visa fornecer orientação aos Estados-Membros sobre a aplicação do artigo 7.º

da DEE. Expressa os pontos de vista da Comissão, não altera os efeitos legais da Diretiva e

em nada prejudica a interpretação vinculativa do artigo 7.º apresentada pelo Tribunal de

Justiça.

B. COMO CALCULAR A QUANTIDADE EXIGIDA DE ECONOMIAS DE ENERGIA?

5. A quantidade de economias de energia que deve ser obtida ao longo do período de sete anos

da obrigação (1 de janeiro de 2014 a 31 de dezembro de 2020) é calculada da mesma forma,

independentemente dos métodos usados para obtê-la. As seguintes questões são relevantes

para este efeito:

1. Que conjuntos de dados devem ser usados nos cálculos?

2. Como deve ser calculada a quantidade global de economias de energia a obter ao longo do

período de sete anos da obrigação?

1 Diretiva 2012/27/UE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 25 de outubro de 2012, relativa à eficiência

energética, que altera as Diretivas 2009/125/CE e 2010/30/UE e revoga as Diretivas 2004/8/CE e 2006/32/CE,

JO L 315, de 14.11.2012, p. 1.

3

3. Como distribuir as economias de energia exigidas ao longo do período de sete anos da

obrigação?

4. Quais das opções do artigo 7.º, n.º 2 podem ser usadas e em que medida?

B1. Que conjuntos de dados devem ser usados nos cálculos?

6. O artigo 7.º, n.º 1 estabelece:

«Os Estados-Membros estabelecem regimes de obrigação de eficiência energética.

Esses regimes asseguram que os distribuidores de energia e/ou as empresas de

venda de energia a retalho que forem designados partes sujeitas a obrigação ao

abrigo do n. º 4, e que exerçam a sua atividade no território de um Estado-Membro,

atinjam um objetivo cumulativo de economias finais de energia até 31 de dezembro

de 2020, sem prejuízo do n. º 2.

Esse objetivo é pelo menos equivalente à realização anual, de 1 de janeiro de 2014 a

31 de dezembro de 2020, de novas economias que ascendam a 1,5 %, em volume,

das vendas anuais de energia aos consumidores finais de todos os distribuidores de

energia ou de todas as empresas de venda de energia a retalho, calculadas com base

na média do último período de três anos anterior a 1 de janeiro de 2013. As vendas

de energia, em volume, utilizada nos transportes podem ser total ou parcialmente

excluídas desse cálculo…».

7. Assim, para calcular a quantidade exigida de economias de energia é preciso calcular, em

primeiro lugar a média das vendas anuais de energia, em volume, aos consumidores finais de

todos os distribuidores de energia ou de todas as empresas de venda de energia a retalho para

os três anos anteriores a 1 de janeiro de 2013, ou seja 2010, 2011 e 2012. As vendas de

energia do setor dos transportes podem ser total ou parcialmente excluídas deste cálculo.

Devem ser consideradas as seguintes definições do artigo 2.º para estabelecer os conjuntos de

dados que devem ser usados:

«20) “Distribuidor de energia”, uma pessoa singular ou coletiva, incluindo um operador

de rede de distribuição, responsável pelo transporte de energia tendo em vista o seu

fornecimento aos consumidores finais ou a estações de distribuição que vendem

energia aos consumidores finais;

21) “Operador da rede de distribuição”, um operador da rede de distribuição na

aceção, respetivamente, das Diretivas 2009/72/CE e 2009/73/CE;

22) “Empresa de venda de energia a retalho”, uma pessoa singular ou coletiva que

vende energia aos consumidores finais;

23) “Consumidor final”, uma pessoa singular ou coletiva que compra energia para

utilização própria;».

A Diretiva estabelece que toda a energia final (com uma possível exceção da energia usada

no setor dos transportes) vendida a uma pessoa singular ou coletiva seja incluída nos cálculos.

Em contrapartida, são excluídos os volumes de energia transformados no local e usados para

consumo próprio e aqueles que são usados para a produção de outras formas de energia de

4

utilização não energética. As definições incluem energia da rede e fora da rede (por exemplo,

gasóleo de aquecimento e biomassa para aquecimento). No que se refere à eletricidade da

rede, o texto não faz distinção entre a eletricidade obtida através da rede de baixa, média ou

alta tensão. As mesmas devem ser incluídas desde que haja uma compra. Estes dados são

recolhidos pelo Eurostat, em conformidade com o Regulamento (CE) n.º 1099/2008.

8. No que se refere aos conjuntos de dados a utilizar no cálculo da quantidade de economia

exigida, os serviços da Comissão consideram que as categorias Eurostat «Consumo de energia

final» (Código B_101700) e excluindo total ou parcialmente «Consumo de energia final –

transporte» (Código B_101900), contêm os elementos necessários exigidos pelo artigo 7.º, n.º

1 (ver a caixa seguinte). A utilização das categorias Eurostat significaria evitar qualquer tipo

de dupla contabilização.

Definições Eurostat Relevantes

Consumo de energia final (Código B_101700) abrange a energia fornecida à porta do

consumidor final para todas as utilizações de energia. É a soma do consumo de energia final

– indústria (Código B_101800), consumo de energia final - transporte (Código B_101900) e

consumo de energia final – agregados familiares, comércio etc. (Código B_102000).

Consumo de energia final – indústria (Código B_101800) abrange o consumo em todos os

setores industriais com exceção do «Setor da energia» (ver Código B_101300). As

quantidades de gasóleo transformadas em centrais elétricas de autoprodutores industriais e

as quantidades de coque transformadas em gás de alto-forno não constam do consumo

industrial global, mas das entradas de transformação, (ver Códigos B_101022, das entradas

de autoprodutores de centrais de produção térmica e Código B_101006, do consumo de

centrais de alto-forno).

Consumo de energia final – transporte (Código B_101900) abrange o consumo em todos os

tipos de transformação, ou seja, comboio, estrada, transporte aéreo e navegação interior.

Consumo de energia final – agregados familiares, comércio, etc. (Código B_102000) abrange

as quantidades consumidas por agregados familiares (Código B_102010), serviços (Código

B_102035), agricultura/floresta (Código B_102030), pesca (Código B_102040) e não-

especificados (Código B_102040).

Adicionalmente e a título informativo, o consumo não-energético final (Código B_101600)

abrange a utilização de produtos energéticos para fins não energéticos. Consiste na soma do

consumo não-energético final na indústria química (Código B_101601) e não química

(Código B_101602).

9. Desta forma, são automaticamente excluídas dos cálculos, por exemplo, as seguintes

categorias:

consumo não-energético final (Código B_101600); entradas de autoprodutores de centrais de produção térmica (Código B_101022); entradas de centrais de alto-forno (Código B_101006);

eletricidade usada para regular o equilíbrio do regime energético que não ocorreu ao nível

do utilizador final da energia.

5

10. A utilização de energia para carros elétricos e a energia produzida por agregados

familiares para utilização própria pode ser excluída dos cálculos. Contudo, os Estados-

Membros devem desenvolver uma metodologia e justificar a exclusão na comunicação à

Comissão (conforme descrito no anexo V, ponto 4, alínea c)).

11. Podem também ser utilizadas outras fontes de dados, incluindo dados provenientes dos

prestadores de serviços energéticos, desde que contenham os mesmos elementos e

conduzam a quantidades semelhantes. A utilização de fontes estatísticas alternativas e

quaisquer diferenças nas quantidades resultantes necessita ser explicada e justificada na

comunicação à Comissão (conforme descrito no anexo V, ponto 4, alínea c)).

12. Se os dados referentes a 2012 não estiverem disponíveis à data em que os Estados-

Membros devem notificar a Comissão e em que o artigo 7.º deverá ser apresentado (ou

seja, fim de 2013), podem ser utilizadas estimativas de especialistas, devidamente

justificadas na comunicação à Comissão (conforme descrito no anexo V, ponto 4, alínea

c)). Contudo, quando os dados oficiais estiverem disponíveis, caso existam diferenças

significativas entre os números estimados e os números reais, será necessário reajustar a

quantidade de economias exigida aos números oficiais.

B2. Como calcular a quantidade global de economias de energia a obter ao longo do

período de sete anos da obrigação

13. O próximo passo consiste em multiplicar por 1,5% a média apurada para os anos de 2010,

2011 e 2012 para obter a «nova» quantidade anual que deverá ser economizada. Por outro

lado, nos termos do conceito de duração do anexo V, ponto 2, alínea e), considera-se que cada

ação específica de poupança de energia produz economias, não só no ano da sua execução,

como também nos anos futuros, até 2020. Por esta razão, a quantidade exigida de economias

deve ser «acumulada» ano-a-ano (caso contrário, as ações realizadas num ano poderiam ser

consideradas suficientes para cumprir o requisito). Por conseguinte, a quantidade global a

atingir ao longo de todo o período resulta da soma das seguintes percentagens cumulativas:

2014 – 1,5%; 2015 – 3%; 2016 – 4,5%; 2017 – 6%; 2018 – 7,5%; 2019 – 9%; 2020 – 10,5%.

14. Por exemplo, um Estado-Membro podia ter um consumo de energia de 102 milhões de

toneladas equivalente-petróleo (Mtep) em 2010, 98 Mtep em 2011 e 100 Mtep em 2012 –

obtendo-se uma média de 100 Mtep durante os três anos que antecedem 1 de janeiro de 2013.

A quantidade total de economias exigida a este Estado-Membro em relação a 2014, através da

implementação do artigo 7.º, seria (100 x 1,5% x 1 ano) = 1,5 Mtep. A quantidade total

exigida em relação a 2015 seria (100 x 1,5% x 2 anos) = 3 Mtep cumulativos. Para cada um

dos anos seguintes podem ser feitos cálculos semelhantes, até 2020, ano em relação ao qual a

quantidade total exigida seria (100 x 1,5% x 7 anos) = 10,5 Mtep. Tal, implica que a

quantidade total de economias de energia exigida ao longo do período de sete anos seria de

42,0 Mtep, ou seja:

Ano Economias de energia [Mtep] Total

2014 1,5 1,5

2015 1,5 1,5 3,0

2016 1,5 1,5 1,5 4,5

6

2017 1,5 1,5 1,5 1,5 6,0

2018 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 7,5

2019 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 9,0

2020 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 10,5

Total 42,0 Mtep

B3. Como distribuir as economias de energia exigidas ao longo do período de sete

anos da obrigação

15. Se os regimes de obrigação de eficiência energética estiverem em vigor, não é obrigatório

comunicar a forma de distribuição do esforço ao longo do período da obrigação, tal como

estabelece a última frase do artigo 7.º, n.º 1:

«Os Estados-Membros determinam de que modo a quantidade estimada de novas

economias a que se refere o segundo parágrafo deve ser distribuída ao longo do

período».

Contudo, os Estados-Membros devem estabelecer de que modo as economias devem ser

distribuídas ao longo do prazo. Por exemplo, um Estado-Membro pode optar por um

crescimento linear das economias ao longo do tempo; outro pode decidir começar mais tarde

mas exigir economias mais elevadas a meio/fim do período.

16. Se forem utilizadas medidas políticas alternativas (nos termos do artigo 7.º, n.º 9) e/ou o

fundo nacional para a eficiência energética (nos termos do artigo 20.º, n.º 6), é necessária a

introdução de pelo menos dois períodos intermédios, conforme estabelecido pelo artigo 7.º,

n.º 10, alínea a):

«Sem prejuízo do n.º 11, os critérios de definição das medidas políticas adotadas nos

termos do n.º 9, segundo parágrafo, e do artigo 20.º, n.º 6, são os seguintes:

a) As medidas políticas preveem, no mínimo, dois períodos intermédios até 31 de

dezembro de 2020, e levam à realização do nível de ambição estabelecido no

n.º 1;»

A duração destes períodos e as economias a obter devem ser comunicadas conforme o anexo

V, ponto 4, alíneas c) e d):

«4. Notificação da metodologia

Até 5 de dezembro de 2013, os Estados-Membros notificam a Comissão da sua

proposta de metodologia circunstanciada para o funcionamento dos regimes de

obrigação de eficiência energética e para efeitos do artigo 7.º, n.º 9, e do artigo 20.º,

n.º 6. Exceto no caso dos impostos, essa notificação deve incluir pormenores sobre:

c) O nível do objetivo de economia de energia ou as economias esperadas em

todo o período e no período intermédio».

7

Não existem requisitos para a duração destes períodos nem para os níveis de economias que

devem ser obtidos.

B4. Quais das opções do artigo 7.º, n.º 2 podem ser usadas e em que medida

17. O artigo 7.º, n.os

2 e 3, estabelecem que:

«2. Sem prejuízo do n.º 3, os Estados-Membros podem:

a) Efetuar o cálculo previsto no n.º 1, segundo parágrafo, utilizando valores

iguais a 1 % em 2014 e 2015; 1, 25 % em 2016 e 2017; e 1,5 % em 2018, 2019

e 2020;

b) Excluir do cálculo a totalidade ou parte das vendas, em volume, da energia

utilizada nas atividades industriais enumeradas no Anexo I da Diretiva

2003/87/CE;

c) Permitir que as economias de energia obtidas nos setores da transformação,

distribuição e transporte de energia, incluindo as infraestruturas de

aquecimento e arrefecimento urbano eficiente, graças à aplicação dos

requisitos estabelecidos no artigo 14.º, n.º 4 e n.º 5, alínea b), e no artigo 15.º,

n.ºs 1 a 6 e n.º 9, sejam contabilizadas como fazendo parte das economias de

energia exigidas nos termos do n.º 1; e

d) Contabilizar, como fazendo parte das economias de energia a que se refere o

n.º 1, as economias de energia resultantes de ações específicas cuja execução

foi iniciada desde 31 de dezembro de 2008 que continuam a produzir efeitos

em 2020, e que possam ser medidas e verificadas.

3. A aplicação do disposto no n.º 2 não pode conduzir a uma redução de mais de 25 %

das economias de energia a que se refere o n.º 1. Os Estados-Membros que façam

uso das possibilidades previstas no n.º 2 notificam desse facto a Comissão até 5 de

junho de 2014, comunicando-lhe nomeadamente os elementos enumerados no n.º 2

que serão aplicados e um cálculo que mostre o seu impacto nas economias de

energia a que se refere o n.º 1.»

Portanto, existem certas possibilidades que permitem ter em conta determinadas

circunstâncias nacionais e que podem conduzir a uma quantidade menor das economias finais

de energia que deverá ser obtida ao longo do período de sete anos.

18. Incluem-se no texto as seguintes quatro possibilidades:

a. Cálculos baseados numa taxa de poupança anual inferior;

b. Exclusão total ou parcial da indústria abrangida pelo RCLE;

c. Contabilização de certas economias de energia resultantes dos setores de transformação e

transporte de energia; e/ou

d. Ações empreendidas numa fase precoce, após o final de 2008, que continuam a oferecer

economias em 2020.

8

As possibilidades a) e b) estão relacionadas com a quantidade total de economias de energia a

obter – ver os exemplos seguintes.

As duas últimas possibilidades – c) e d) – estão relacionadas com a questão de saber que

economias de energia podem ser contabilizadas para a quantidade exigida de economias de

energia.

Eis alguns exemplos:

Se um Estado-Membro tiver utilizado apenas a possibilidade oferecida no artigo 7.º, n.º 2,

alínea a), realizando os cálculos com taxas mais baixas (1,0% em 2014 e 2015, 1,25% em

2016 e 2017, e 1,5% em 2018, 2019 e 2020), então a quantidade total de economias de

energia que deverá ser obtida ao longo do período corresponde à soma das seguintes

percentagens cumulativas: para 2014 – 1,0%, 2015 – 2,0%, 2016 – 3,25%, 2017 – 4,5%,

2018 – 6,0%, 2019 – 7,5%, 2020 – 9,0%. Continuando com o exemplo usado na seção B2,

a quantidade de economias exigida ao longo do período de sete anos seria de 33,25 Mtep

(e não 42,0 Mtep).

Se um Estado-Membro tiver utilizado apenas a possibilidade oferecida pelo artigo 7.º, n.º

2, alínea b) e excluir dos cálculos, total ou parcialmente, a indústria abrangida pelo

Regime de Comércio de Licenças de Emissão (ETS) da União Europeia, ao abrigo do

artigo 7.º, n.º 1, então o Estado-Membro necessitaria estabelecer os volumes de energia

fornecida ou vendida usados nestas atividades industriais. Estes cálculos consideram como

ponto de partida a energia usada para as atividades discriminadas no anexo I da Diretiva

ETS2 e contabilizada ao abrigo da definição do Eurostat sobre consumo de energia final

(Código B_101700). A esta quantidade deve ser deduzida a energia usada pelas três

«atividades no setor da energia» discriminadas no anexo I da Diretiva ETS: instalações de

combustão com uma potência térmica nominal superior a 20 MW (com exceção de

instalações para resíduos perigosos ou resíduos sólidos urbanos); refinarias de óleos

minerais; e fornos de coque e a energia usada na aviação3. A seguir, o Estado-Membro

deverá omitir total ou parcialmente dos cálculos o montante apurado, assegurando que o

resultado obtido, após a dedução, não é inferior a 75% do montante calculado nos termos

da secção B2 (ou seja, no exemplo dado, a redução não poderia ser superior a 10,5 Mtep e

a quantidade de economias exigida não seria inferior a 31,5 Mtep).

Se um Estado-Membro tiver utilizado a possibilidade oferecida pelo artigo 7.º, n.º 2,

alínea c) e contabilizar determinadas economias de energia provenientes dos setores de

transformação e transporte como fazendo parte da quantidade de economias exigida a

obter ao longo do período, este montante não pode exceder os 25%. Assim, no exemplo da

secção B2, não poderia exceder 10,5 Mtep (as ações específicas, ao abrigo da alínea c) são

analisadas na secção D2).

2 Diretiva 2003/87/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 13 de outubro de 2003, relativa à criação de um

regime de comércio de licenças de emissão de gases com efeito de estufa na Comunidade, alterada pela Diretiva

2009/29/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 23 de abril de 2009, que altera a Diretiva 96/61/CE do

Conselho, JO L 275, de 25.10.2003, p. 32. 3 Em alternativa à definição de quantidades de utilização de energia nas indústrias não abrangidas pela ETS,

pode multiplicar-se o número oficial de utilização de energia de cada setor industrial pelo rácio das emissões de

gases com efeitos de estufa, ETS /não-ETS, de acordo com os inventários de gases com efeitos de estufa.

9

Se um Estado-Membro tiver utilizado apenas a possibilidade oferecida pelo artigo 7.º, n.º

2, alínea d) e tiver contabilizado «ações empreendidas numa fase precoce» como fazendo

parte da quantidade de economias que deverá ser obtida ao longo do período, poderia

contabilizar as ações específicas realizadas após o final de 2008 que continuassem a

oferecer economias de energia em 2020. Este montante não pode exceder 25% e assim, no

exemplo da secção B2, não poderia ultrapassar 10,5 Mtep.

19. Não existem limitações para a escolha dos Estados-Membros ou para a combinação destas

quatro possibilidades exceto que, de acordo com o artigo 7.º, n.º 3, o conjunto das

possibilidades selecionadas não podem representar mais de 25% das economias exigidas nos

termos do artigo 7.º, n.º 1.

Por exemplo, um Estado-Membro pode reduzir a quantidade de economias em 5,25 Mtep,

devido à exclusão parcial das indústrias abrangidas pelo ETS e exigir economias de 36,75

Mtep ao longo do período. Pode decidir, simultaneamente, contabilizar até 5,25 Mtep de

economias provenientes de ações específicas empreendidas após o final de 2008 e que

continuarão a oferecer economias de energia em 2020.

C. QUE INSTRUMENTOS POLÍTICOS E CRITÉRIOS ADOTAR?

20. É necessário considerar as seguintes questões na definição das medidas políticas a usar para

cumprir os requisitos do artigo 7.º:

1. Que medidas políticas ou combinações das mesmas aplicar?

2. Quais os critérios que deveriam ser satisfeitos na conceção das medidas políticas?

3. Para efeitos do artigo 7.º é permitida a dupla contabilização de economias de energia?

C1. Que medidas políticas ou combinações das mesmas aplicar?

21. O artigo 7.º estabelece que a quantidade exigida de economias de energia é obtida através dos

regimes de obrigação de eficiência energética ou outras «medidas política». Estas medidas

políticas deverão ser concebidas visando «economias finais de energia» alcançadas «entre os

consumidores finais» (conforme estabelecido pelo artigo 7.º, n.os

1 e 9); e são definidas como

«um instrumento regulamentar, financeiro, orçamental ou voluntário ou um meio de

informação estabelecido e aplicado formalmente num Estado-Membro para criar estruturas

de apoio ou instaurar requisitos ou incentivos que levem os intervenientes no mercado a

fornecer e adquirir serviços energéticos e a tomar outras medidas destinadas a melhorar a

eficiência energética» (artigo 2.º, n.º 18).

Este texto exclui as medidas políticas que se destinam principalmente a apoiar objetivos

políticos diferentes da eficiência energética ou serviços de energia, bem como políticas que

originem economias na utilização final de energia que não são obtidas entre os consumidores

finais.

Exemplos de tais medidas políticas seriam a construção de novas estradas para reduzir o

congestionamento de tráfego, várias taxas sobre as redes de energia, ou tarifas de aquisição.

10

22. No que se refere à escolha das medidas políticas, a Diretiva estabelece regimes de obrigação

de eficiência energética (descritos no artigo 7.º, n.os

1 a 8) ou «outras» medidas políticas

(descritas no artigo 7.º, n.os

9 a 11 e no artigo 20.º, n.º 6).

No artigo 7.º, n.º 9, os primeiro e segundo parágrafos estabelecem que são possíveis

combinações das medidas políticas desde que seja mantida a «equivalência»:

23. Os regimes de obrigação de eficiência energética são regimes de caráter obrigatório,

estabelecidos pelo Estado-Membro, que obrigam os prestadores de energia a obter economias

entre os consumidores finais. Os requisitos relevantes para a definição e funcionamento de

regimes de obrigação encontram-se descritos no artigo 2.º, definições 14, 18 a 22 e 24; no

artigo 7.º, n.os

1 e 4 a 8; e no anexo V, pontos 1, 2 e 4. No artigo 18.º, n.º 3 também estão

definidas disposições importantes. Os prestadores de energia sujeitos às obrigações destes

regimes constituem as «partes sujeitas a obrigação» e deverão ser designados por cada

Estado-Membro, com base em critérios objetivos e não discriminatórios e entre as empresas

de distribuição e/ou venda de energia a retalho que operam no seu território (artigo 7.º, n.º 4).

Os distribuidores ou revendedores de combustível destinado aos meios de transporte que

operam no território do Estado-Membro também podem ser incluídos, independentemente da

energia usada no setor dos transportes ser ou não incluída nos cálculos do artigo 7.º, n.º 1 e

das ações específicas no setor dos transportes poderem ser ou não contabilizadas no âmbito

dos regimes.

Conforme descrito na secção B3, os Estados-Membros devem estabelecer a forma de

distribuição da quantidade calculada de economias de energia ao longo do período da

obrigação.

Para conceder mais flexibilidade na forma de obter as economias exigidas, os Estados-

Membros podem autorizar as partes sujeitas a obrigação a obter as economias de energia

realizadas pelos prestadores de serviços energéticos ou por terceiros, desde que exista um

processo de aprovação para estas economias (artigo 7.º, n.º 7, alínea b)).

Os regimes de obrigação de eficiência podem ser usados para promover finalidades sociais,

tais como combater a precariedade energética (artigo 7.º, n.º 7, alínea a)).

Os Estados-Membros podem permitir, de acordo com o artigo 20.º, n.º 6, que as partes

sujeitas a obrigação num regime de obrigação de eficiência energética cumpram as suas

obrigações contribuindo para o Fundo Nacional de Eficiência Energética. O montante da

contribuição deverá ser igual ao dos investimentos que as partes sujeitas a obrigação teriam de

outra forma de fazer para obter a quantidade exigida de economias.

24. As «outras» medidas políticas ou as medidas políticas «alternativas» podem assumir formas

diferentes. As seguintes possibilidades são referidas no artigo 7.º, n.º 9 e no artigo 20.º, n.º 6

(a lista não é exaustiva):

Taxas sobre a energia ou CO2 Estas são taxas definidas por um Estado-Membro que têm por efeito reduzir o consumo

final de energia. Os requisitos relevantes para esta medida estão descritos no artigo 2.º,

n.os

17, 18 e 19 no artigo 7.º, n.os

9 a 11 e no anexo V, pontos 3 e 4. A parte nos termos

destes regimes é uma «autoridade pública de execução», ou seja «um organismo de

direito público encarregado de assegurar a aplicação e o acompanhamento da

11

fiscalidade sobre a energia ou o carbono, dos mecanismos e instrumentos de

financiamento, dos incentivos fiscais, das normas, dos sistemas de rotulagem energética,

e das ações de formação e sensibilização.»

Mecanismos e instrumentos de financiamento ou incentivos fiscais Estas são medidas definidas por um Estado-Membro que conduzam, através de um

incentivo monetário e fiscal, à aplicação de tecnologias ou técnicas eficientes, do ponto de

vista energético, e que tenham por efeito reduzir o consumo final de energia. Os requisitos

relevantes para a respetiva definição e implementação encontram-se no artigo 2.º, n.os

15,

17 e 19, no artigo 7.º, n.os

9 a 11 e no anexo V, pontos 1, 2 e 4. A monitorização desta

medida política deve ser realizada por uma «autoridade pública de execução» ou «parte

executante». Uma «parte executante» é uma entidade jurídica que exerce poderes

delegados por um governo ou por outro organismo público para desenvolver, gerir ou

explorar em seu nome um mecanismo de financiamento. No caso de um mecanismo ou

instrumento de financiamento os fundos devem ser provenientes apenas de fontes públicas

(europeias ou nacionais) ou da combinação de fontes públicas (europeias ou nacionais) e

privadas (por exemplo, bancos, fundos de investimento, fundos de pensões), visando

particularmente a realização de ações específicas que conduzam a economias finais de

energia4.

Fundo Nacional de Eficiência Energética Um fundo definido por um Estado-Membro com o objetivo de apoiar as iniciativas

nacionais no domínio da eficiência energética. Os requisitos relevantes para a definição e

funcionamento destes fundos encontram-se descritos no artigo 2.º, n.os

15, 17 e 19, no

artigo 7.º, n.os

9 a 11, no artigo 20.º, n.º 6 e no anexo V, pontos 1, 2 e 4. A monitorização

desta medida política deverá ser realizada por uma «autoridade pública de execução» ou

uma «parte executante». Para que sejam tidos em conta ao abrigo dos objetivos do artigo

7.º, os fundos devem ser provenientes apenas de fontes públicas (europeias ou nacionais)

ou da combinação de fontes públicas (europeias ou nacionais) e privadas (por exemplo,

bancos, fundos de investimento, fundos de pensões, partes sujeitas a obrigação), visando

particularmente a realização de ações específicas que conduzam a economias finais de

energia5.

Disposições regulamentares e acordos voluntários Estas são medidas políticas, definidas por um Estado-Membro, que conduzem à aplicação

de tecnologias ou técnicas eficientes do ponto de vista energético e resultam na redução

do consumo final de energia. Podem consistir em medidas juridicamente vinculativas que

impõem tecnologias ou técnicas específicas, eficientes do ponto de vista energético ou

acordos voluntários em que os intervenientes, indústria ou autoridades locais, se

comprometem com determinadas ações. Os requisitos relevantes para a definição e

funcionamento destas medidas políticas encontram-se descritos no artigo 2.º, n.os

16 e 18 a

19, no artigo 7.º, n.os

9 a 11 e no anexo V, pontos 1, 2 e 4. Os intervenientes nestes

instrumentos políticos são designados por «parte interveniente» e incluem «empresas ou

4 Em termos de financiamento Europeu, deve ser assinalado que os Estados-Membros deverão consagrar à

energia renovável e eficiência energética pelo menos 20% da dotação do Fundo Europeu de Desenvolvimento

Regional entre 2014-2020 em regiões mais desenvolvidas, 15% em regiões de transição e 10 a 12% em regiões

menos desenvolvidas.

5 Ibid 4.

12

organismos públicos que se comprometeram a atingir determinados objetivos no quadro

de um acordo voluntário, ou que estejam abrangidos por um instrumento nacional de

regulamentação».

Normas Estas são medidas políticas (tais como normas de construção, requisitos mínimos para

processos), definidas por um Estado-Membro, que visam melhorar a eficiência energética

de, por exemplo, produtos, serviços, edifícios e veículos. Não são consideradas as normas

que tenham «caráter obrigatório e sejam aplicáveis nos Estados-Membros por força da

legislação da União»; este facto é justificado mais adiante nos pontos 34 e 36. Os

requisitos relevantes para esta medida estão descritos no artigo 2.º, n.os

17, 18 e 19, no

artigo 7.º, n.os

9 a 11 e no anexo V, pontos 1, 2 e 4. Os intervenientes nestes regimes são

designados por «autoridades públicas de execução».

Sistemas de rotulagem energética Estes consistem em sistemas de rotulagem, definidos por um Estado-Membro, com

exceção dos que tenham caráter obrigatório e sejam aplicáveis nos Estados-Membros por

força da legislação da União (por exemplo, as economias resultantes da introdução de um

rótulo energético ao abrigo da Diretiva Rotulagem Energética6 não serão tidas em conta

7).

Os requisitos relevantes para a definição e funcionamento desta medida estão descritos no

artigo 2.º, n.os

17, 18 e 19, no artigo 7.º, n.os

9 a 11 e no anexo V, pontos 1, 2 e 4. Deve ser

assinalado que o impacto de tais rótulos deve ser cuidadosamente considerado a fim de

estabelecer as relações entre o rótulo e as ações específicas atribuídas ao mesmo.

Ações de formação e sensibilização, incluindo programas de aconselhamento

energético Estas são medidas políticas, definidas por um Estado-Membro, que conduzem à aplicação

de tecnologias ou técnicas eficientes do ponto de vista energético e que resultam na

redução do consumo final de energia através de, por exemplo, ações de formação para

auditores da área da energia, programas de sensibilização para gestores de energia ou

programas de aconselhamento energético para agregados familiares. Os requisitos

referentes à respetiva definição e implementação estão descritos no artigo 2.º, n.os

17, 18 e

19, no artigo 7.º, n.os

9 a 11 e no anexo V, pontos 1, 2 e 4. A monitorização desta medida

política deve ser realizada por uma «autoridade pública de execução». Deve ser

assinalado, que o impacto de tais medidas deve ser cuidadosamente considerado a fim de

estabelecer as relações entre a atividade de formação ou sensibilização e as ações

específicas atribuídas à mesma.

Outras medidas políticas alternativas A lista fornecida no artigo 7.º, n.º 9 não é exaustiva e podem ser aplicadas outras medidas

políticas. Contudo, e de acordo com os requisitos da terceira frase do último parágrafo do

n.º 9, os Estados-Membros devem explicar na comunicação à Comissão como serão

obtidos níveis equivalentes de economias, monitorização e verificação.

6 Diretiva 2010/30/UE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 19 de maio de 2010, relativa à indicação do

consumo de energia e de outros recursos por parte dos produtos relacionados com a energia, por meio de

rotulagem e outras indicações uniformes relativas aos produtos, JO L 153, de 18.6.2010, p. 1. 7 A rotulagem energética de produtos baseada na Diretiva Rotulagem Energética pode ser usada como um

elemento das outras medidas políticas alternativas (por exemplo, incentivos financeiros ou fiscais, obrigações de

eficiência energética, acordos voluntários). O impacto destas medidas políticas alternativas é para ser

contabilizado ao abrigo dos requisitos do artigo 7. º e do anexo V.

13

25. A fim de reduzir os encargos administrativos e estabelecer um quadro político global, um

Estado-Membro pode agrupar todas as medidas políticas específicas para aplicar o artigo 7.º

num programa nacional abrangente em matéria de eficiência energética (artigo 7.º, n.º 9 e o

considerando 23).

26. Pode ser utilizada qualquer combinação dos instrumentos políticos acima referidos. Dada a

natureza distinta dos desafios para os diferentes setores de utilização final, podem existir

diferentes instrumentos políticos para cada um destes setores. Por exemplo, um Estado-

Membro pode obter parte das economias exigidas através de um regime de obrigação de

eficiência energética, novo ou já existente; outra parte através de instrumentos políticos

financeiros, novos ou já existentes, para o setor residencial; parte, através de acordos com

setores industriais; parte através de políticas fiscais (tais como taxas de CO2); parte através da

implementação das disposições sobre auditorias energéticas do artigo 8.º; e parte, através de

programas locais para a promoção de transporte urbano mais eficiente. Seria necessário

quantificar o impacto de todas estas medidas em conformidade com as várias secções da

presente nota.

14

C2. Que critérios devem ser satisfeitos na conceção de medidas políticas?

27. A conceção concreta das medidas políticas para o cumprimento do artigo 7.º deverá ser

estabelecida pelos Estados-Membros em conformidade com os critérios e requisitos básicos

definidos no artigo 7.º e anexo V. Estes estão resumidos na tabela abaixo.

Medida política

Critérios a satisfazer

pela medida política

Artigos

relevantes

Regimes

de

obrigação

EE

Taxas

sobre a

energia e

CO2

Disposições

regulamentares

e acordos

voluntários

Mecanismos de

financiamento e

instrumentos fiscais,

normas, rotul. energética,

ações de formação e

sensibilização

Artigos relevantes art. 7.º,

n.º 1

art. 7.º,

n.º 9, al.

a)

art. 7.º, n.º 9,

al. c)

art. 7.º, n.º 9, al. b), d), e),

f) e art. 20.º, n.º 6

Conduzir à consecução

do nível de ambição

definido no art. 7.º, n.º 1

art. 7.º, n.º

1 e art. 7.º,

n.º 10, al.

a)

√ √ √ √

Prever, no mínimo, 2

períodos intermédios art. 7.º, n.º

10, al. a) X √ √ √

Responsabilidade

claramente definida da:

Parte sujeita a obrigação

(PO), Parte Executante

(PE), Parte interveniente

(PI), Autoridade Pública

de Execução (APE)

art. 7.º, n.º

4 e art. 7.º,

n.º 10, al.

b)

√ PO √ APE √ PI √ APE ou PE

Economias determinadas

de forma transparente

art. 7.º, n.º

4 e art. 7.º,

n.º 10, al.

c)

√ √ √ √

Economias expressas em

energia final ou primária

usando os fatores de

conversão do anexo IV

art. 7.º, n.º

10, al. d) √ √ √ √

Economias calculadas

com base no anexo V,

pontos 1 e 2

art. 7.º, n.º

10, al. e) √ X √ √

Economias calculadas

com base no anexo V,

ponto 3

art. 7.º, n.º

10, al. f) X √ X X

Relatório anual

elaborado pelas PI, a

menos que não seja

viável

art. 7.º, n.º

10, al. g) X X √ X

Dados que a PO deve

fornecer, caso seja

necessário

art. 7.º, n.º

8 √ X X X

Monitorização dos

resultados

art. 7.º, n.º

6 e art. 7.º,

n.º 10, al.

h)

√ √ √ √

Sistema de controlo art. 7.º, n.º

6 e art. 7.º, √ √ √ √

15

Medida política

Critérios a satisfazer

pela medida política

Artigos

relevantes

Regimes

de

obrigação

EE

Taxas

sobre a

energia e

CO2

Disposições

regulamentares

e acordos

voluntários

Mecanismos de

financiamento e

instrumentos fiscais,

normas, rotul. energética,

ações de formação e

sensibilização

n.º 10, al.

i)

Dados sobre tendências

anuais publicados

anualmente

art. 7.º, n.º

8 e art. 7.º,

n.º 10, al.

j)

√ √ √ √

Nota: √ - indica que o critério é necessário para a medida política em causa, X – indica que o critério não é

necessário para a medida política em questão. «art.» significa artigo.

16

C3. Para efeitos do artigo 7.º é permitida a dupla contabilização de economias de

energia?

28. A combinação de diversas medidas políticas pode resultar na realização de uma única ação

específica. O artigo 7.º, n.º 12 descreve explicitamente que, neste caso, não deve ser feita a

dupla contabilização das economias de energia provenientes desta ação específica:

«12. Os Estados-Membros asseguram que, caso se verifique uma sobreposição do

impacto das medidas políticas e das ações específicas, não seja feita uma dupla

contabilização das economias de energia».

O método utilizado para assegurar este objetivo deve ser decidido a nível nacional e

comunicado de acordo com o anexo V, ponto 4, alínea f), referente à metodologia de cálculo.

D. QUE SETORES E AÇÕES ESPECÍFICAS VISAR

29. Ao identificar os setores e as ações específicas resultantes de medidas políticas com base nos

quais as economias de energia podem ser contabilizadas, colocam-se as seguintes questões:

1. Existem limitações para a escolha dos setores?

2. A partir de que ações específicas podem ser contabilizadas as economias?

3. Quando devem ser realizadas ações específicas?

D1. Existem limitações para a escolha de setores?

30. O artigo 7.º visa proporcionar economias «finais» de energia (no n.º 1, segunda frase) e não

existem restrições em relação aos setores de utilização final de energia que devem ser visados

pelas medidas políticas nacionais estabelecidas para implementar o presente artigo. As

economias resultantes da aplicação de medidas políticas ao setor dos transportes e às

indústrias abrangidas pelo ETS podem ser contabilizadas, mesmo se a utilização de energia

efetuada por estes setores tiver sido excluída dos cálculos da quantidade total de economias de

energia, conforme descrito na secção B1 desta nota.

31. Além de economias finais de energia, alguns Estados-Membros podem, conforme descrito na

secção B4, decidir visar, dentro do limite de 25% estabelecido no artigo 7.º, n.os

2 e 3,

determinadas economias «do lado da oferta» resultantes dos setores de transformação,

distribuição e transporte de energia, nomeadamente infraestruturas de aquecimento e

arrefecimento urbano eficientes (ver o ponto 38 abaixo para mais detalhes).

D2. As economias podem ser contabilizadas a partir de que ações específicas?

32. Para quantificar o impacto das medidas políticas, só podem ser consideradas economias de

energia que resultem de «ações específicas», executadas em aplicação das medidas políticas

em causa. As economias provenientes de ações individuais que (i) poupem energia (ii) sejam

implementadas no âmbito de um medida política de um Estado-Membro, podem ser

contabilizadas. Tal decorre das seguintes definições do artigo 2.º:

17

«18) “Medida política”, um instrumento regulamentar, financeiro, orçamental ou

voluntário ou um meio de informação estabelecido e aplicado formalmente num

Estado-Membro para criar estruturas de apoio ou instaurar requisitos ou incentivos

que levem os intervenientes no mercado a fornecer e adquirir serviços energéticos e

a tomar outras medidas destinadas a melhorar a eficiência energética;

19) “Ação específica” uma ação da qual resultem melhorias de eficiência energética

que possam ser verificadas e medidas ou estimadas, executada em aplicação de uma

medida política;»

33. O anexo V, ponto 2, alínea c) estabelece que, para serem consideradas,

«c) as atividades da parte interveniente, executante ou sujeita a obrigação têm de servir,

comprovadamente, o propósito de realização das economias anunciadas;».

Decorre deste «teste de materialidade» que a introdução automática da legislação da União

Europeia, ou melhorias autónomas devido a, por exemplo, forças do mercado ou

desenvolvimentos tecnológicos, não podem ser tidas em conta. Os Estados-Membros podem

não contabilizar ações que teriam acontecido de qualquer das formas. As atividades das partes

pertencentes ao setor público nacional que estão a implementar a medida política devem ser

«materiais» para que a ação possa ser executada. O termo «material» significa que a parte em

questão deve ter contribuído para a realização da ação específica em causa e que o apoio

financeiro ou o envolvimento da parte sujeita a obrigação, interveniente ou executante não

pode ter tido somente um efeito mínimo na decisão do utilizador final de realizar o

investimento no domínio da eficiência energética. O termo «demonstrável» significa que o

Estado-Membro deve ser capaz de mostrar que é o caso.

34. Para além deste teste de materialidade, o anexo V, ponto 2, alínea a) e o anexo V, ponto 3,

alínea a) estabelecem que, em alguns casos, apenas podem ser contabilizadas as economias

que ultrapassam os requisitos mínimos determinados pela legislação da União Europeia. Tal,

assume importância para as ações específicas resultantes de regimes de obrigação de

eficiência energética, medidas políticas alternativas e um fundo nacional de eficiência

energética. Estes casos podem estar relacionados, por exemplo, com a seguinte legislação da

União Europeia:

Para produtos – os requisitos de implementação de medidas ao abrigo da Diretiva

Ecodesign 8;

Para automóveis novos de passageiros e veículos comerciais ligeiros novos –

normas de desempenho em matéria de emissões na sequência da aplicação do

Regulamento (CE) n.º 443/20099 e 510/2011

10;

8 Diretiva 2009/125/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 21 de outubro de 2009, relativa à criação de

um quadro para definir os requisitos de conceção ecológica dos produtos relacionados com o consumo de

energia (reformulada), JO L 285, de 31.10.2009, p. 10. 9 Regulamento (CE) n.º 443/2009 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 23 de abril de 2009, que define

normas de desempenho em matéria de emissões dos automóveis novos de passageiros como parte da abordagem

integrada da Comunidade para reduzir as emissões de CO2 dos veículos ligeiros, JO L 140, de 5.6.2009, p. 1. 10

Regulamento (UE) n.º 510/2011 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 11 de maio de 2011, que define

normas de desempenho em matéria de emissões dos veículos comerciais ligeiros novos como parte da

abordagem integrada da União para reduzir as emissões de CO2 dos veículos ligeiros, JO L 145, de 31.5.2011, p.

1.

18

Para impostos – os níveis mínimos de tributação aplicáveis aos combustíveis

estabelecidos na Diretiva 2003/96/CE do Conselho, que reestrutura o quadro comunitário

de tributação dos produtos energéticos e da eletricidade11

ou na Diretiva 2006/112/CE do

Conselho, relativa ao sistema comum do imposto sobre o valor acrescentado 12

.

Quando estes textos legais forem alterados ou forem adotadas novas medidas de execução,

aplicar-se-ão novos níveis.

35. Por outro lado, nos casos em que o desempenho energético é determinado pelas opções

políticas nacionais, que não resultaram de requisitos de caráter obrigatório aplicáveis na

União Europeia, então todas as economias de energia resultantes de ações específicas

executadas na aplicação dessas medidas políticas podem ser atribuídas a essas ações

específicas.

36. Para além das limitações referidas no ponto 34, a Diretiva impõe limitações adicionais no que

concerne a possibilidade de contabilizar economias resultantes de determinadas medidas

políticas alternativas. Para medidas políticas alternativas (diferentes da tributação), conforme

estabelecido no artigo 7.º, n.º 9, alíneas d) e e), estas são:

«d) normas que visem melhorar a eficiência energética dos produtos e serviços,

incluindo edifícios e veículos, exceto nos casos em que tenham caráter obrigatório e

sejam aplicáveis nos Estados-Membros por força da legislação da União;

e) sistemas de rotulagem energética, com exceção dos que tenham caráter obrigatório

e sejam aplicáveis nos Estados-Membros por força da legislação da União;»

A classificação de «caráter obrigatório e sejam aplicáveis nos Estados-Membros por força

da legislação» significa que, quando são estabelecidos níveis de desempenho energético ou

regimes de rotulagem pela legislação da União Europeia, as economias de energia

provenientes de ações específicas que resultam da transposição automática desses níveis não

podem ser consideradas medidas políticas alternativas. Nos casos em que os níveis definidos

no âmbito nacional são mais ambiciosos do que os exigidos pela União Europeia, tanto quanto

seja legalmente possível, a diferença entre os níveis de caracter obrigatório da União Europeia

e os níveis estabelecidos nacionalmente pode ser contabilizada.

Quando existem outras políticas alternativas (tais como acordos financeiros, fiscais e

voluntários) que aceleram a adoção de, por exemplo, produtos, edifícios, veículos ou serviços

mais eficientes, o impacto integral das economias provenientes das ações específicas pode ser

contabilizado exceto no que diz respeito às economias enumeradas no anexo V, ponto 2,

alínea a) e no anexo V, ponto 3, alínea a). Para as mesmas, os níveis estabelecidos devido à

implementação da legislação da União Europeia, enumerados no anexo V, ponto 2, alínea a) e

no anexo V, ponto 3, alínea a) constituem pontos de partida mínimos para o cálculo das

economias de energia provenientes de ações específicas.

11

Diretiva 2003/96/CE do Conselho, de 27 de outubro de 2003, que reestrutura o quadro comunitário de

tributação dos produtos energéticos e da eletricidade, JO L 283, de 31.10.2003, p. 51. 12

Diretiva 2006/112/CE do Conselho, de 28 de novembro de 2006, relativa ao sistema comum do imposto sobre

o valor acrescentado, JO L 347, de 11.12.2006, p. 1.

19

37. Não existem limitações em relação ao tipo de medidas de economia final de energia que pode

ser contabilizado.

38. Por outro lado, só podem ser contabilizadas economias limitadas provenientes de ações

específicas que economizem energia durante a produção, transformação e transporte de

energia. Em primeiro lugar, a quantidade de economias de energia proveniente de tais

medidas está limitada pelo artigo 7.º, n.º 3 (conforme descrito na secção B4). Em segundo

lugar, estas ações específicas devem resultar da implementação dos requisitos estabelecidos

no artigo 14.º, n.º 4, no artigo 14.º, n.º 5, alínea b) e no artigo 15.º, n.os

1 a 6 e 9 da Diretiva.

Resumindo, as economias do «lado da oferta» podem ser contabilizadas, dentro de um

«pacote de 25%», se tiverem origem em ações específicas executadas em resultado de:

medidas políticas adotadas pelos Estados-Membros para desenvolver infraestruturas

de aquecimento e arrefecimento urbano eficientes e/ou para permitir o desenvolvimento

de cogeração de elevada eficiência e a utilização de aquecimento e arrefecimento

proveniente do calor residual e de fontes de energia renováveis;

economias de energia obtidas durante uma renovação substancial em que, na

sequência de uma análise de custo-benefício ocorre a conversão à cogeração de elevada

eficiência de uma instalação de produção de eletricidade de origem térmica, já existente,

cuja potência térmica total é superior a 20 MW;

medidas políticas adotadas pelos Estados-Membros para aumentar a eficiência do

transporte e distribuição; ou

medidas políticas adotadas pelos Estados-Membros para incentivar os operadores das

instalações de queima de combustíveis com uma potência térmica nominal total, igual ou

superior a 50 MW, a melhorar as suas médias anuais de eficiência operacional líquida.

D3. Quando devem ser realizadas as ações específicas?

39. À medida que são exigidas «novas» economias, nem tudo o que os Estados-Membros foram

fazendo no domínio da eficiência de utilização final de energia pode ser contabilizado para

efeitos do artigo 7.º. O artigo apresenta regras para definir quando as ações devem ocorrer

para que as economias sejam contabilizadas como parte da quantidade global de economias a

obter.

40. Podiam ser seguidas duas abordagens:

a) Os requisitos do artigo poderiam ser satisfeitos por novas medidas políticas. As

economias provenientes de medidas existentes antes de uma determinada data limite

podiam ser excluídas; ou

b) Os requisitos do artigo poderiam ser satisfeitos por novas ações específicas. As

economias provenientes de ações específicas empreendidas após a data limite podiam

ser contabilizadas, mesmo que a medida política que originou as ações, por exemplo,

um regime de financiamento, tivesse sido introduzida antes da data limite.

O texto adota a segunda abordagem, ou seja as economias provenientes de ações específicas

realizadas no período da obrigação (após 1 de janeiro de 2014 e até 31 de dezembro de 2020)

podem ser contabilizadas, mesmo se a medida política que originou as ações foi introduzida

antes da data.

20

Por exemplo, se um Estado-Membro tivesse estabelecido um regime de financiamento para

substituição de janelas em 2005, que continuará em vigor em 2014, financiando 100 000

substituições de janelas por ano, podiam ser contabilizadas as economias provenientes de

ações específicas – janelas substituídas – em 2014 e nos anos seguintes. Se este Estado-

Membro tiver decidido usar as possibilidades do artigo 7.º, n.º 2, alínea d) (ver secção B4

acima), as economias provenientes das janelas substituídas no final de 2008 e até ao final de

2013 também podiam ser contabilizadas.

41. O artigo 7.º, n.º 7, alínea c) estabelece que:

«7. No âmbito do regime de obrigação de eficiência energética, os Estados-Membros

podem:

[….]

c) Autorizar as partes sujeitas a obrigação a contabilizarem as economias

obtidas num dado ano como tendo sido obtidas num dos quatro anos anteriores ou

dos três anos seguintes.»

No caso dos regimes de obrigação de eficiência energética, esta disposição estipula que os

Estados-Membros podem conceder mais flexibilidade às partes sujeitas a obrigação para

contabilizar, como parte da quantidade global de economias de energia que lhes é exigida

obter, as economias de energia provenientes de ações específicas num dado ano como tendo

sido obtidas quatro anos antes ou nos três anos seguintes.

Ao considerar esta disposição, os Estados-Membros devem ter presente que o âmbito

temporal deste artigo está definido no primeiro parágrafo, nos termos do qual as partes

sujeitas a obrigação devem atingir um objetivo de eficiência energética equivalente à

realização anual, de 1 de janeiro de 2014 a 31 de dezembro de 2020, de novas economias que

ascendam a 1,5 %. O artigo 7.º, n.os

2 e 3, fornece uma revogação limitada deste horizonte

temporal e o legislador obriga ao cumprimento de condições específicas, tais como um limite

de 25% e a notificação prévia à Comissão.

E. COMO CALCULAR AS ECONOMIAS DE ENERGIA PROVENIENTES DE CADA AÇÃO

ESPECÍFICA?

42. A metodologia para o artigo 7.º deve responder às seguintes questões:

1. Que quantidade de economia de energia pode ser atribuída a cada ação?

2. Como deve ser contabilizado o “tempo de vida” das melhorias da eficiência energética?

E1. Que quantidade de economias de energia pode ser atribuída a cada ação?

43. As regras relativas à quantidade de economias de energia que pode ser atribuída a cada ação

específica devem ser estabelecidas pelos Estados-Membros, de acordo com o quadro

estabelecido no artigo 7.º e no anexo V.

21

44. Todas as medidas políticas (incluindo as resultantes de regimes de obrigação de eficiência

energética e medidas políticas alternativas, exceto a tributação) devem seguir os princípios

definidos no anexo V, pontos 1 e 2. No ponto 1, são mencionados quatro métodos para

calcular as economias de energia provenientes de diferentes tipos de ação: «economias

estimadas» (valores normalizados para cada medida), «economias por via de contagem»

(antes-e-após a medição), «economias de escala» (baseadas em estimativas técnicas) e

«economias controladas» (baseadas na resposta do consumidor). Ao aplicar estes quatro

métodos devem ser respeitados os níveis estabelecidos no anexo V, ponto 2, alíneas b) e c).

No que diz respeito aos regimes de obrigação de eficiência energética, as economias

estimadas e de escala têm sido até à data as metodologias usadas com mais frequência.

Os Estados-Membros necessitam de determinar as medidas de eficiência energética elegíveis

para as quais existem normas de economia de energia comprovadas independentemente ou

bem estabelecidas. Para estas medidas podem ser usadas economias estimadas ou baseadas

em estimativas técnicas. Recomenda-se que os Estados-Membros publiquem informação

sobre a forma de determinar as economias estimadas ou de escala e a quantidade de

economias que deve ser atribuída a diferentes medidas. Os Estados-Membros devem

assegurar que esta informação está acessível ao púublico. No caso particular das economias

de escala, a sua definição deve ser feita na «com base em metodologias e parâmetros

estabelecidos a nível nacional por peritos qualificados ou acreditados que sejam

independentes das partes intervenientes, executantes ou sujeitas a obrigação em causa». Para

outras medidas será necessário medir ou controlar as respetivas economias de energia para

determinar os seus valores.

45. Os princípios definidos no anexo V, ponto 3, alínea a) devem ser seguidos no caso de medidas

políticas que consistam em taxas. Para calcular as economias de energias resultantes da

aplicação de taxas, devem ser utilizadas elasticidades dos preços da procura para estimar

como os aumentos do preço causados apenas pelas taxas (ou seja não resultantes da inflação

ou outras políticas) provocam alterações no comportamento do consumidor.

Para incentivos fiscais que, por exemplo, forneçam a redução da taxa de imposto aos

consumidores que aplicam determinadas medidas de economia de energia ou estejam

abrangidos por um acordo voluntário, aplicam-se as regras estabelecidas no anexo V, pontos 1

e 2.

46. Se forem combinados vários tipos de medidas políticas, por exemplo, um regime de obrigação

de eficiência energética e incentivos fiscais ou incentivos fiscais, ações de formação e

sensibilização e rotulagem, deve ser evitada a dupla contabilização e, nos termos do artigo 7.º,

n.º 12, devem ser esclarecidas quais as economias obtidas que serão atribuídas a cada uma das

medidas.

E2. Como deve ser contabilizado o “tempo de vida” das melhorias da eficiência

energética?

47. Uma vez estabelecida a quantidade de economias de energia que pode ser atribuída a cada

ação específica, o passo seguinte é definir o intervalo de tempo ao longo do qual a ação

continuará a oferecer economias de energia. O presente artigo salienta a quantidade de energia

que deve ser obtida até 2020 e o anexo V, ponto 2, alínea e) estabelece que:

22

«e) O cálculo das economias de energia deve ter em conta a duração das economias.

Este cálculo pode ser efetuado contabilizando as economias que cada ação

específica realizará entre a sua data de execução e 31 de dezembro de 2020. Em

alternativa, os Estados-Membros podem adotar outro método que se considere poder

conduzir, pelo menos, à mesma quantidade total de economias. Se utilizarem outros

métodos, os Estados-Membros devem assegurar que a quantidade total de

economias de energia calculada não exceda o montante das economias de energia

que teria resultado do seu cálculo ao contabilizar as economias que cada ação

específica realizará entre a sua data de execução e 31 de dezembro de 2020. Os

Estados-Membros devem descrever pormenorizadamente no seu primeiro Plano de

Ação Nacional em matéria de Eficiência Energética, em conformidade com o Anexo

XIV da presente diretiva, os outros métodos que utilizaram e as medidas que foram

tomadas para cumprir este requisito de cálculo vinculativo; »

Por conseguinte, um Estado-Membro pode escolher atribuir a cada ação específica as

economias «reais» que a ação obterá entre o ano da sua implementação e 2020. Este método é

designado por método «direto».

48. Alternativamente e, em particular, para promover melhorias de eficiência energética a longo-

prazo, os Estados-Membros podem escolher outro método, desde que a escolha feita conduza

à quantidade de economias de energia exigida, calculada de acordo com a descrição nos

pontos 52 a 55 a seguir, efetivamente obtida em 2020.

49. A fim de ilustrar o método «direto», pode ser prevista uma ação específica, por exemplo, a

substituição de uma janela, que economiza 1 tonelada equivalente de petróleo (tep) do

consumo de energia por ano e continua a oferecer economias de energia ano após ano.

Segundo o método direto, se esta ação for realizada em 2014, economizará 1 tep em 2014 e 1

tep em cada ano seguinte até 2020, totalizando 7 tep. Se a ação for realizada em 2015,

economizará 1 tep por cada ano entre 2015 e 2020, totalizando 6 tep. Se a ação for realizada

em 2020, contribuirá para o requisito apenas durante esse ano, totalizando uma economia de

energia de 1 tep.

50. Por outro lado, uma ação de curta duração, por exemplo, uma campanha informativa – pode

economizar 1 tep no ano da respetiva implementação e nada daí em diante. Uma vez mais,

nos termos do método «direto», qualquer que seja o ano de implementação entre 2014 e 2020,

a contribuição será de 1 tep. É de assinalar que os Estados-Membros devem assegurar que a

quantidade global de energias, como descrito na secção B2, é obtida. Por exemplo, se um

Estado-Membro introduzir predominantemente ações específicas de curta duração no início

do período de sete anos da obrigação, irá necessitar de implementar medidas adicionais para

obter as economias exigidas.

51. O método «direto» cumpre claramente a condição de que o método de cálculo deve conduzir à

quantidade de economias exigida para 2020. No entanto, apresenta duas desvantagens.

Primeiro, tal como demonstrado no ponto 49, este método pode atribuir diferentes valores à

mesma ação, dependendo do ano em que foi implementada. Em segundo lugar, uma vez que

visa calcular economias até 2020, permite considerar um período máximo equivalente a 7

anos de economias, porém, algumas ações oferecem economias durante um período mais

longo (janelas novas, por exemplo, podem durar 25 anos). O método direto pode não ser um

incentivo suficiente para a execução de ações a longo prazo.

23

52. Os Estados-Membros que têm regimes de economia implementados lidam com este problema

de diferentes formas, todas mais complexas que a abordagem «direta».

53. Uma alternativa ao «método direto» é atribuir a cada ação um «valor-índice» que reflita a

duração esperada. Nos termos deste método, podia ser atribuído a uma campanha informativa

um «valor-índice» de 0,25, enquanto à substituição de uma janela podia ser atribuído um

«valor-índice» de 6. Se cada uma destas ações economizar 1 tep por ano, as economias

atribuídas à campanha informativa seriam (1 x 0,25) = 0,25 tep. A economia atribuída à

substituição da janela, independentemente do ano de implementação, seria (1 x 6) = 6 tep. Um

Estado-Membro usando este método deve assegurar que o resultado não é mais elevado do

que o obtido através da abordagem «direta»13

.

54. Uma segunda alternativa consiste em «limitar» as durações atribuídas às ações específicas.

Por exemplo, podia ser adotado um limite de 5 anos. Segundo este método, a economia

atribuída à campanha informativa seria 1 tep. A economia atribuída à substituição da janela,

independentemente do ano de implementação, seria (1 x 5) = 5 tep. Uma vez mais, um

Estado-Membro usando este método deve assegurar que o resultado não é mais elevado do

que o obtido através da abordagem «direta».

55. Uma terceira alternativa consiste em usar tempos de vida útil completos, mas «descontar» as

economias obtidas nos anos futuros. Por exemplo, podia ser adotada uma taxa de atualização

de 10% por ano. Segundo este método, a economia atribuída à campanha informativa seria de

1 tep. A economia atribuída a uma ação específica com a duração de 4 anos, economizando 1

tep por ano, seria de:

Ano 1 1,0 tep

Ano 2 (1,0 x 0,9) = 0,9

Ano 3 (0,9x0,9) = 0,81

Ano 4 (0,81x0,9) = 0,73

Total 3,44 tep

A economia atribuída à substituição de uma janela com um tempo de vida útil de 25 anos,

independentemente do ano de implementação, seria de 9,28 tep. Uma vez mais, um Estado-

13

Imagine um Estado-Membro que tenha de economizar 35 Mtep ao longo do período e espera atingir essa

quantidade através de uma campanha informativa anual realizando, por exemplo, 1 milhão de ações (a eficácia

de cada ação é de 1 tep, conforme demostrado por um inquérito) e 1 milhão de substituições de janelas por ano

(o valor estimado de cada uma é de 1 tep).

Segundo o método «direto», cada uma das campanhas informativas irá oferecer 1 Mtep no ano em que fosse

realizada ou um total de 7 Mtep referente à realização das sete campanhas ao longo de 7 anos até 2020. A

substituição de 1 milhão de janelas irá oferecer economias de valor igual a 7 Mtep no primeiro ano, 6 Mtep para

1 milhão de janelas substituídas no segundo ano, 5 Mtep no terceiro ano, 4 Mtep no quarto ano, 3 Mtep no

quinto ano, 2 Mtep no sexto ano, 1 Mtep no sétimo ano, ou um total de 28 Mtep até 2020. As economias

provenientes das campanhas informativas e das substituições de janelas, 7 Mtep mais 28 Mtep, totalizam 35

Mtep.

De acordo com o método do «valor-índice», um Estado-Membro pode optar por atribuir um valor-índice de 0, 25

a campanhas informativas e 4,75 a substituições de janelas. As campanhas informativas seriam então

contabilizadas como oferecendo 0,25 Mtep no ano de realização, ou 1,75 Mtep no total das sete campanhas

realizadas ao longo de 7 anos, até 2020. Os 7 milhões de substituições ao longo do período iriam oferecer uma

economia no valor de 7 Mtep multiplicada pelo fator de 4,75, resultando em 33,25 Mtep. As economias

provenientes das campanhas informativas e das substituições de janelas seriam contabilizadas adicionando 1,75

Mtep e 33,25 Mtep, totalizando 35 Mtep.

24

Membro usando este método deve garantir que o resultado não é mais elevado que o obtido

através do método «direto».

F. QUAIS SÃO OS REQUISITOS PARA MEDIÇÃO, CONTROLO, QUALIDADE, MONITORIZAÇÃO E

VERIFICAÇÃO?

56. Deve ser assegurada a medição, controlo, qualidade, monitorização e verificação das

economias de acordo com o artigo 7.º, n.os

6 e 10:

«6. Os Estados-Membros asseguram que as economias resultantes da aplicação dos n.ºs

1, 2 e 9 do presente artigo e do artigo 20, n.º 6, sejam calculadas em conformidade

com o Anexo V, pontos 1 e 2. Estabelecem também sistemas de medição, controlo e

verificação independentes no âmbito dos quais pelo menos uma parte

estatisticamente significativa e que constitua uma amostra representativa das

medidas de melhoria da eficiência energética aplicadas pelas partes sujeitas a

obrigação seja objeto de verificação. Esse processo de medição, controlo e

verificação é conduzido de forma independente das partes sujeitas a obrigação.

[…]

10. Sem prejuízo do n.º 11, os critérios de definição das medidas políticas adotadas nos

termos do n.º 9, segundo parágrafo, e do artigo 20, n.º 6, são os seguintes:

[…]

h) Os resultados são objeto de acompanhamento, e são previstas medidas

adequadas caso os progressos registados não sejam satisfatórios;

i) É criado um sistema de controlo que inclui a verificação independente de uma

proporção estatisticamente significativa das medidas de melhoria da eficiência

energética;»

e o anexo V, ponto 2:

«2. A fim de determinar a economia de energia obtida com uma medida de eficiência

energética para efeitos do artigo 7.º, n.ºs 1 e 2, do artigo 7.º, n.º 9, segundo

parágrafo, alíneas b), c), d), e) e f), e do artigo 20.º, n.º 6, aplicam-se os seguintes

princípios:

[…]

g) Ao promoverem a adoção de medidas de eficiência energética, os Estados-

Membros asseguram a manutenção dos padrões de qualidade dos produtos, serviços

e aplicação das medidas. Caso esses padrões não existam, os Estados-Membros

cooperam com as partes intervenientes, executantes ou sujeitas a obrigação com o

propósito de os elaborar.»

57. É exigida a comunicação dos elementos seguintes, em conformidade com o anexo V, ponto 4:

25

« i) as normas de qualidade;

j) os protocolos de controlo e verificação e a forma de garantir a sua

independência em relação às partes intervenientes, executantes ou sujeitas a

obrigação;

k) os protocolos de auditoria».

58. Os Estados-Membros devem estabelecer regras sobre sanções efetivas, proporcionadas e

dissuasivas, aplicadas em caso de não conformidade com as disposições adotadas nos termos

do presente artigo e do artigo 18.º, n.º 3, adotando também as medidas que asseguram a sua

implementação.

G. QUAIS SÃO OS REQUISITOS PARA A APRESENTAÇÃO DE RELATÓRIOS?

59. O presente artigo e o anexo V exigem:

até 5 de dezembro de 2013, que cada Estado-Membro apresente um relatório contendo:

1. a quantidade de economias de energia a obter ao longo do período da obrigação e a

respetiva forma de cálculo. Pode ser incluída uma explicação no caso de serem

utilizadas as possibilidades do artigo 7.º, n.º 2.

2. a metodologia detalhada proposta para o funcionamento dos regimes de eficiência

energética e, para efeitos do artigo 7.º, n.º 9 e, para efeitos do artigo 20.º, n.º 6. O

relatório deve ser baseado nos detalhes fornecidos no anexo V, ponto 4.

3. as medidas políticas que os Estados-Membros planeiam adotar para efeitos do

artigo 7.º, n.º 9, último parágrafo e do artigo 20.º, n.º 6, de acordo com o quadro

fornecido no anexo V, ponto 4, demonstrando como irão obter a quantidade de

economias exigida. No caso de medidas políticas referidas no segundo parágrafo

do n.º 9 e no artigo 20.º, n.º 6, esta notificação deve demonstar como serão

cumpridos os critérios referidos pelo artigo 7.º, n.º 10. No caso de medidas

políticas não referidas no segundo parágrafo do presente artigo ou no artigo 20.º,

n.º 6, os Estados-Membros devem explicar de que forma será obtido um nível

equivalente de economia, controlo e verificação.

A Comissão pode fazer sugestões para modificações, três meses após a notificação.

Em ambos os casos, o Estado-Membro pode enviar medidas políticas e metodologias

propostas ou planeadas, ou versões «finalizadas».

Até 30 de abril de 2014 e seguidamente, de três em três anos, como parte dos seus

Planos de Ação Nacionais em matéria de Eficiência Energética, cada Estado-

Membro deve comunicar:

O número de questões, conforme a Decisão de Execução da Comissão de 22 de maio de

2013, (2013/242/UE), que estabelece um modelo para os Planos de Ação Nacionais em

26

matéria de Eficiência Energética e o respetivo documento de orientação (DTSC(2013)

180).

Até 5 de junho de 2014, cada Estado-Membro deve comunicar:

O artigo 28.º da DEE estabelece o prazo de 5 de junho de 2014 para a transposição geral,

data em que os Estados-membros deverão comunicar formalmente a legislação usada na

transposição da Diretiva para o direito interno. Por conseguinte e até essa data, cada

Estado-Membro deve enviar todas as medidas concluídas para a transposição do artigo 7.º

e do artigo 20.º, n.º 6.

Ademais, caso um Estado-Membro recorra às exceções previstas no artigo 7.º, n.º 2 deve

comunicar este facto à Comissão até 5 de junho de 2014 e a forma como o mesmo foi

tido em conta no quadro legislativo comunicado. Tal, deve incluir quais das

possibilidades enumeradas no artigo 7.º, n.º 2 serão aplicadas e como serão satisfeitos os

requisitos do anexo V, referentes aos cálculos das economias de energia, e do artigo 7.º,

n.º 3 sobre a redução máxima possível. Deve ser também incluído um cálculo que mostre

o seu impacto nas economias de energia referidas no artigo 7.º, n.º 1.

Caso um Estado-Membro decida modificar o quadro político para implementação do

artigo 7.º, após a notificação de junho de 2014, deve assegurar que é salvaguardado e

mantido um quadro político coerente, que defenda o cumprimento do objetivo do artigo

7.º e que as alterações efetuadas são comunicadas à Comissão.

Métodos de notificação:

Os Estados-Membros devem comunicar as respetivas disposições legais transpondo a

Diretiva para a legislação nacional usando a base de dados «NIF». Para garantir a

transferência eficiente de informação os Estados-Membros são incentivados a usar a base

de dados «NIF» para as comunicações exigidas ao abrigo da Diretiva, tais como as do

artigo 7.º, n.os

3 e 9 e do anexo V, ponto 4.

60. Cada Estado-Membro deve ainda:

Para regimes de obrigação de eficiência energética – publicar, uma vez por ano a partir

de 2014 quando existam dados disponíveis, as economias de energia obtidas por cada

parte sujeita a obrigação, ou por cada subcategoria de parte sujeita a obrigação, bem

como o total a que ascendem no âmbito do regime, conforme exigido pelo artigo 8.º, n.º

6; e

Para medidas alternativas – publicar uma vez por ano a partir de 2014 quando existam

dados disponíveis, dados sobre as tendências anuais em matéria de economias de

energia, conforme exigido pelo artigo 7.º, n.º 10, alínea j).

61. Estão estabelecidos os seguintes requisitos para partes intervenientes e partes sujeitas a

obrigação:

Partes intervenientes – devem fornecer anualmente um relatório das economias obtidas,

a menos que tal não seja exequível e torná-lo público, de acordo com o artigo 7.º, n.º 10,

alínea g);

27

Partes sujeitas a obrigação – a pedido do Estado-Membro e não mais de uma vez por ano,

devem fornecer informação específica (agregada) sobre os seus consumidores finais,

conforme exigido pelo artigo 7.º, n.º 8.

H. LISTA DE ESTUDOS E ARTIGOS

62. Os seguintes estudos fornecem orientação sem caráter obrigatório sobre regimes de obrigação

de eficiência energética e políticas alternativas:

Eoin Lees. 2012. Energy efficiency obligations - the EU experience. Cited at:

http://www.eceee.org/press/2012/energy-efficiency-obligations-the-EU-

experience/resolveuid/bf45556b241774005c8e990bb7ce36ca

Joint European Commission and eceee seminar on Energy Efficiency Obligations. 2011.

Seminar materials available at: http://www.eceee.org/eceee_events/energy-efficiency-

obligations

Joint Research Centre (JRC). 2010. Voluntary agreements in the fields of Energy Efficiency

and emission reduction: review and analysis of the experience in member states of the

European Union. Cited at:

http://ec.europa.eu/energy/efficiency/studies/doc/2010_05_jrc_va_study.pdf

JRC. 2010. Financing Energy Efficiency: Forging the Link between Financing and Project

Implementation. Cited at:

http://ec.europa.eu/energy/efficiency/doc/financing_energy_efficiency.pdf

JRC. 2009. Energy Saving obligations and tradable white certificates. Cited at:

http://ec.europa.eu/energy/efficiency/studies/doc/2009_12_jrc_white_certificates.pdf

63. Os relatórios seguintes sobre monitorização e verificação das economias de energia podem ser

úteis:

eceee and RAP. 2012. Determining Energy Savings for Energy Efficiency Obligation

Schemes. Cited at: http://www.eceee.org/EED/Rap-ESO-report

Energy Efficiency Programs,” Proceedings of the 2010 International Energy Program

Evaluation Conference, Paris, France: IEPEC. Cited at:

http://www.iepec.org/2010PapersTOC/2010TOC.htm

Energy Efficiency Services Club (ClubS2E). Energy Efficiency Services Measurement and

Verification Guide 2009 (in French). Cited at:

http://www.clubs2e.org/Content/Default.asp?PageiD=285

International Performance Measurement and Verification Protocol (IPMVP). 2012. Cited at:

http://www.evo-world.org/index.php

Vine, E., N. Hall, K. Keating. M. Kushler and R. Prahl. 2010. “Emerging Issues in the

Evaluation of Energy Efficiency Programmes