nos braços do pai

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É possível alguém dormir no meio de uma tempestade? É possível tirar uma soneca com a chuva lavando seus cabelos? É possível descansar tranquilo na fila dos desempregados, em uma sala de UTI ou em uma sessão de quimioterapia? Quando você sabe quem está no controle da situação, a resposta é: Sim, é possível.

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Joel Sinete

São Paul o 2012

Nos Braços do Pai

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Joel Sinete é um escritor com alma de poeta. É

um escritor que usa a caneta como um pincel e faz

da página um quadro de rara beleza. Transforma o

cenário conhecido em paisagem fascinante, as his-

tórias antigas em desafios contemporâneos.

Prefaciar este livro é um sublime privilégio.

Abrir a porta desta obra, para você leitor(a), é mo-

tivo de grande alegria. E isso, por vários motivos:

primeiro, porque o autor não escreve como um aca-

dêmico, que trata de uma matéria de forma fria. Joel

desce do camarote e entra em campo. Tem sensibili-

dade para auscultar as dores da alma, os gemidos do

Prefácio

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coração, os soluços banhados de lágrimas daqueles

que sofrem. Segundo, porque Joel lida com o maior

de todos os textos: a Palavra de Deus. Suas reflexões

estão ancoradas na verdade que cruza os séculos e

vai permanecer eternamente. É dessa fonte inexau-

rível que o autor extrai as riquezas mais preciosas

que abastecem a alma de esperança. Terceiro, por-

que o autor aborda os temas com clareza, beleza,

eloquência e profunda sensibilidade. Faz uma per-

feita conexão entre o texto antigo e o leitor contem-

porâneo. Quarto, porque Joel tange os mais delica-

dos assuntos que afligem a humanidade e oferece

respostas lúcidas e soluções práticas.

Minha mais profunda expectativa é que este li-

vro, pequeno no tamanho, mas grande no conteúdo,

seja um tônico para sua alma, um bálsamo para seu

coração, um farol a guiar os seus passos neste mun-

do tenebroso.

Hernandes Dias Lopes

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A tempestade era avassaladora. As rajadas de

vento, a mais de cem quilômetros por hora, lançavam

o barco de um lado para o outro como um liquidifi-

cador. Uma tempestade, no mar da Galileia, era se-

melhante a um lutador de sumô (luta japonesa), com

sua enorme barriga, jogado numa piscina infantil.

Barclay, um grande comentarista da Bíblia, nos con-

ta: “Do lado oeste da água ficam as montanhas com

vales e desfiladeiros; quando um vento frio sopra do

ocidente, esses vales e desfiladeiros agem como funis

gigantescos. O vento fica preso neles e se abate sobre

o lago com violência selvagem.”1

Descansando nos Braços do Pai

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As ondas acima de três metros de altura torna-

vam os experientes pescadores em marinheiros de

primeira viagem, totalmente impotentes diante da

fúria da natureza.

Os discípulos não sabiam se tiravam a água que

inundava o barco ou se agarravam em algum mas-

tro para não serem lançados ao mar.

Estas são as palavras de Mateus. Ele se lembrou

da tempestade violenta e do barco agitado. O co-

brador de impostos buscou em seu arquivo mental

cada detalhe do episódio.

Mas, se você observar com atenção o seu rela-

to, verá que alguma coisa parece estar fora de lugar.

Ouça as suas palavras: “E eis que sobreveio no mar

uma grande tempestade, de sorte que o barco era var-

rido pelas ondas. Entretanto, Jesus dormia.” (Mt 8:24).

Descobriu o erro?

Olhe bem o quadro.

Enquanto os discípulos se agitavam, Jesus dormia;

Enquanto os discípulos remavam, Jesus dormia;

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Enquanto os discípulos gritavam desesperada-

mente, Jesus dormia;

Enquanto os relâmpagos riscavam os céus, os

trovões sacudiam a terra, os ventos balançavam as

ondas, Jesus dormia.

É possível alguém dormir no meio de uma

tempestade?

É possível tirar uma soneca com a chuva lavan-

do seus cabelos?

Agora, traga para a sua realidade: é possível ter

sono tranquilo na fila de desempregados?

É possível descansar calmamente na antessala

de uma UTI?

É possível se aquietar, quando o resultado do

exame traz uma aparência suspeita?

Quando você sabe quem está no controle da si-

tuação, a resposta é: sim, é possível.

Jesus conhecia quem controlava as atividades

do universo. Ele sabia que nenhuma folha caía sem

que o Criador de todas as coisas o permitisse. Ele

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tinha ciência de que nenhuma onda quebrava na

praia sem que Deus a ordenasse.

As Escrituras, do Antigo ao Novo Testamento,

dos profetas aos poetas e pregadores, se rendem a

uma verdade: Deus comanda os acontecimentos da

humanidade. O autor da Carta aos Hebreus decla-

rou certa vez: “O Senhor sustenta todas as coisas pela

palavra do seu poder.” (Hb 1:3).

Você nunca é vítima da natureza ou do destino.

Vivemos sob as mãos protetoras de um Rei sobe-

rano, que dirige todas as circunstâncias de nossas

vidas e sente prazer em nos fazer bem.

Nada surge em seu caminho sem que passe pri-

meiro pelo filtro de seu amor.2

Aprenda uma lição com o filho caçula de Jessé:

“Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte,

não temerei mal nenhum, porque tu estás comigo...”

(Sl 23:4). O jovem pastorzinho conhecia quem o

guiava. A segurança de Davi não estava na sua força,

no seu poder, na sua coragem. Sua confiança estava

Naquele que o acompanhava.

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Atente para as palavras de José. Traído, injus-

tiçado, esquecido. Mas consciente de quem estava

no comando: “Vós bem intentastes mal contra mim,

porém Deus o tornou em bem.” (Gn 50:20).

Acredite nas palavras narradas pelo profeta

Isaías:

Quando passares pelas águas estarei contigo, e,

quando pelos rios, eles não te submergirão; quando pas-

sares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arde-

rá em ti. Porque eu sou o Senhor, teu Deus, o Santo de

Israel, o teu Salvador. (Is 43:2-3).

As tempestades fazem parte da nossa vida. Os

tufões. As ondas bravias. Os maremotos.

Os seguidores de Cristo não curtem um calen-

dário cheio de cruzeiros no Caribe. Os discípulos

podem esperar mares violentos e ventos bravos.

“No mundo tereis aflições” (Jo 16.33). Os seguidores

de Jesus contraem malária, são atingidos por bala

perdida, enterram crianças e lutam contra o vício e,

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como resultado, encontram o medo, a preocupação,

a ansiedade, o desânimo. Não é a ausência de tem-

pestade que nos distingue, e sim quem descobrimos

na tempestade: Um Cristo imperturbado. “Jesus, po-

rém, dormia.”3

Seu barco tem sido atingido por uma tempestade?

Os ventos da adversidade têm balançado sua

vida, lançando-o de um lado para o outro?

Então, você tem motivos para andar cansado.

Você tem razões para viver agitado, estressado, insone.

Cada nascer do Sol parece trazer novas razões

para tirar a nossa paz.

Noticiários despejam informações para se-

rem assistidas de uma caverna. A crise mundial

está mais próxima que o vizinho do lado. O trân-

sito tem matado mais do que a guerra do Vietnã.

As pesquisas têm mostrado que os alimentos têm

mais agrotóxicos do que vitaminas. A sua empre-

sa está passando por um enxugamento no quadro

de pessoal.

A consequência de tudo isto?

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Pessoas fatigadas; consultórios médicos lo-

tados; tensão à flor da pele; mau-humor; doenças

psicossomáticas.

A solução não está em tomar mais calmantes,

tirar três férias por ano, reduzir a jornada de traba-

lho para 24 horas por semana, fazer terapias, mu-

dar-se para o interior.

Não seria maravilhoso viver ao menos um dia

livre da angústia? Imagine passar uma temporada

sem as tensões do mundo moderno?

Você acha isto impossível?

Pois Deus lhe oferece esta possibilidade.

Escute seu convite: “Vinde a mim, todos os que

estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei...”

(Mt 11:28).

Deus não quer que você viva em um estado

permanente de aflição. Ele conhece o alto custo do

sofrimento.

E o que Ele faz?

Ele faz aquilo que um pai amoroso é capaz de

fazer.

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Ele estende os braços a você. Oferece o seu colo.

Dispõe-se a carregar o seu fardo. Tomar as suas dores.

O homem que enfrentou o gigante de Gate,

chamado Golias, que foi perseguido incansavel-

mente pelo insano Rei Saul, que fugiu de Absalão,

o criador de ovelhas que se tornou rei, pode te falar

algo sobre este amor de Deus:

Do alto, me estendeu Ele a mão e me tomou; tirou-

me das muitas águas. Livrou-me do forte inimigo, dos

que me aborreciam, porque eram mais poderosos do

que eu. (2Sm 22:17-18).

Deus vê as nossas tempestades como Jesus viu

a dos discípulos. Ele trata as nossas agitações como

Jesus tratou as dos discípulos. Silenciando as on-

das, acalmando o mar e aquietando os ventos. “E

Ele, despertando, repreendeu o vento e disse ao mar:

Acalma-te, emudece! O vento se aquietou, e fez-se

grande bonança.” (Mc 4:39).

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Permita-me chamar sua atenção para um fato

importante deste acontecimento. Leia o versículo

38, do quarto capítulo de Marcos; ou melhor, vamos

ler juntos: “E Jesus estava na popa dormindo sobre o

travesseiro; eles o despertaram e lhe disseram: Mestre,

não te importas que pereçamos?”

Agora marque a parte final desse versículo.

O que você enxergou de importante?

Se você leu com atenção, verá que antes de

Jesus falar ao mar, os discípulos falaram a Jesus. Será

que eles se lembraram do Salmo 107:28? “Então, na

sua angústia, clamaram ao Senhor, e ele os livrou das

suas tribulações.”

Continue remando sozinho e prepare-se para

a exaustão.

Permaneça enfrentando as tempestades com

suas próprias forças e prepare-se para afundar.

Nossa energia sobe e desce mais do que o

elevador Lacerda em Salvador. Nosso vigor di-

minui dia a dia. Nossa paciência se reduz a cada

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momento. Mesmo o mais resistente dos homens

necessita parar.

Reuniões de trabalho têm lhe tirado o sono?

A pressão no cumprimento de metas tem lhe

desesperado?

O medo do fracasso tem lhe deixado angustiado?

O desafio de educar seu filho adolescente tem

lhe irritado?

Em vez de se refugiar atrás de uma mesa de es-

critório, refugie-se debaixo das asas do Seu Senhor.

Em vez de se drogar com psicotrópicos, alimente-se

com a Palavra de Deus. Em vez de se desanimar da

vida, renove o seu vigor através da oração. Recorra

Àquele que tem poder para lhe ajudar. Considere a

Sua força. Infinita. De acordo com a Bíblia, o po-

der de Deus dura para sempre (Rm 1:20). Em vez

de olhar adiante com medo, olhe para cima com fé.

Ouça as palavras do Salmista: “Elevo os olhos para

os montes: de onde me virá o socorro? O meu socorro

vem do Senhor, que fez o céu e a terra.” (Sl 121:1-2).

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Para Deus não existem pequenos proble-

mas pelos quais Ele não se interesse. O criador do

universo é também o Senhor das segundas-feiras.

Aquele que controla as galáxias, também está atento

às injustiças que cometem contra você. Suas lutas

são também as Dele. Suas preocupações, suas ten-

sões, seus medos. Ele conhece você. Ele sabe aquilo

que tem inquietado seu coração.

E Ele tem prazer em aliviá-lo. Ele oferece algo

que ninguém pode lhe dar: “Deixo-vos a paz, a mi-

nha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a

dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize.”

(Jo 14:27).

E aí? Ainda acha impossível viver sem aflição?

Que tal bater um papo com Moisés, ou melhor,

que tal se deleitar com suas palavras? Tenho certeza

de que algumas páginas lidas e alguns minutos na

presença de Deus, o convencerão de que nenhuma

tempestade poderá lhe causar terror quando você

sabe nos braços de quem está descansando.

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“O amado do Senhor habitará seguro com ele;

Todo dia o Senhor o protegerá.

E ele descansará nos seus braços.” (Dt 33:12).

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Marta agitava-se de um lado para o outro, ocupa-

da em muitos serviços. Então, se aproximou de Jesus e

disse: Senhor, não te importas de que minha irmã te-

nha deixado que eu fique a servir sozinha? Ordena-lhe,

pois, que venha ajudar-me. Respondeu-lhe o Senhor:

Marta! Marta! Andas inquieta e te preocupas com

muitas coisas. Entretanto, pouco é necessário ou mesmo

uma só coisa; Maria, pois, escolheu a boa parte, e esta

não lhe será tirada. (Lc 10:40-41;42).

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