cnbb regional sul 2 harmonia conjugal e familiar · pdf file... já sem vida, nos...
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Dom Orlando Brandes
Arcebispo de Londrina e Bispo Referencial da Pastoral
Familiar do Regional Sul 2/ CNBB
Nesta Edição
01 – Harmonia Conjugal e Familiar
02 – Guenka foi para a Casa do Pai
03 – Coordenação da CRPF faz sua 2ª reunião do ano em Foz do Iguaçu
05 – Catequese do Papa Francisco: Confissão e Unção dos Enfermos.
09 – 4º Simpósio Nacional da Família
15 – Retiro no Decanato Laranjeiras
16– Palmas/Francisco Beltrão na 6ª Peregrinação
17 – Os significados do casamento
20– Guarapuava no 4º Simpósio
21 – O dom do filho
BOLETIM ON LINE
Junho de 2014
Ano VII
CNBB – REGIONAL SUL 2
Harmonia Conjugal e
Familiar Desde o princípio o
Criador programou o
homem e a mulher
para ser "uma só
carne" (Gen 2,24),
crescer, multiplicar-
se, como imagem e
semelhança da
comunidade divina. O
matrimônio é definido
pela Igreja como
"comunidade de vida
e de amor". Eis o
fundamento da
harmonia conjugal, que
se expressa em outras
harmonias como
veremos.
l . Harmonia
econômica. Apego
material, ambição,
ganância, gera miséria
humana, espiritual e
moral. Não esbanjar e
não ser mão fechada,
diz o bom senso. Os
filhos devem assumir
trabalhos em casa.
Receber tudo de mão-
beijada é prejudicial.
Pais que só lembram
o lado econômico e
esquecem o afetivo e
religioso, prejudicam
a família. Não se
compensa a ausência
física com presentes
nem com liberdade
total. A tarefa de
educar não é só da
mãe, da babá, da
creche, etc. O sucesso
profissional e
econômico não
garante a felicidade
dos filhos. Brigar por
causa de herança não
vale a pena.
Enriquecer e perder o
sono e a paz, é falsa
felicidade.
2. Harmonia
temperamental. Sem esta harmonia,
as raivas, as
grosserias, as
agressões, a
indiferença, as brigas
se sucedem a cada
instante. Não gritar,
não fechar-se, mas
dialogar,
compreender,
perdoar, tolerar e
ajudar o outro a
crescer, eis o caminho
da harmonia. "Faças
aos outros o que
queres que te façam
a ti". É a lei de ouro.
Não vale culpar os
outros, mas usar de
auto-crítica. Quando
um não quer, dois
não brigam. Casar-se
com o jeito do outro
com suas limitações e
ajudá-lo a ser mais, a
amadurecer, é uma
das finalidades do
casamento. É ser uma
só carne no nível
temperamental.
3. Harmonia
cultural. Não
humilhar o cônjuge,
mas sempre promovê-
lo. Respeitar seus
interesses, valorizar
seus gostos e dar
oportunidade para o
outro fazer o que
gosta. Não ter inveja
nem sentir-se
inferiorizado. Sem
harmonia cultural não
há diálogo, mas
distância, silêncio,
indiferença,
humilhações. Troca-
se o lar pelo bar, pelo
esporte, ou por outro
"amor". Casar é
ajudar o outro a ser
mais. Um ser mestre
do outro. Cônjuge é
quem sabe conjugar,
carregar o jugo junto
com o outro.
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4 Harmonia
sexual. Nada se
deve forçar, impor,
fingir em asunto de
sexo. Por outro lado
não se deve ter
vergonha de falar do
que Deus não teve
vergonha de criar. Em
sexo ninguém é
obrigado a ter sucesso
sempre. É uma área
delicada e a primeira
pessoa a nos ajudar é o
cônjuge que partilha
do mesmo leito.
Buscar ajuda neste
campo é sabedoria e
muitas vezes, a única
solução. O perdão, o
afeto, o humanismo, a
informação, a
espiritualidade muito
contribuem para a
harmonia sexual do
casal.
5. Harmonia
parental. Respeitar
e cultivar amizade
com os familiares e
parentes do outro
cônjuge. A
intromissão de
parentes em nossa
família é coisa
deletéria, mas a entre-
ajuda e bom
entrosamento é uma
bênção. Quem se casa
deve casar-se também
com os parentes do
seu consorte. Na
verdade, as famílias
de ambos se "casam"
entre si. Eis a
harmonia parental. O
contrário será um
verdadeiro inferno.
6. Harmonia
espiritual. Rezar
juntos, ensinar os
filhos a rezar, ler as
Escrituras, frequentar
a Igreja, colaborar
nos trabalhos
pastorais, são alguns
elementos da
harmonia-espiritual.
Uma pessoa muito
religiosa que se casa
com alguém
indiferente,
irreligioso,
irreverente, acaba
perdendo a fé ou
vivendo um divórcio
espiritual, algo
estranho e até
insuportável. A
religião será causa de
discussões e
aborrecimentos,
quando não, de
injustiças. É preciso
casar os espíritos, as
convicções, as almas e
não só os corpos. A
indiferença religiosa
destrói casamentos, já
a harmonia espiritual é
sustentação, remédio,
chave, proteção,
bênção da família.
GGuueennkkaa ffooii ppaarraa aa CCaassaa ddoo PPaaii Eduardo Guenka, nosso irmão de caminhada na Pastoral Familiar, foi morto a tiros no final da tarde deste domingo, 8, no jardim Santa Rosália, na garagem da casa onde também fo-ram baleados seu filho e nora.
Os bombeiros foram acionados às 17h42 para atender as vítimas. Ao che-garem ao local, encontraram o médico psiquiatra Eduardo Guenka, de 75 anos, já sem vida, nos braços da espo-sa. Seu filho Marcos foi atingido por dois disparos no abdome, seria subme-tido a uma cirurgia no Hospital Regio-nal de Sorocaba e não corre risco de morte. A esposa de Marcos, Aline, também foi levada ao Regional, com uma perfuração no ombro, sem gravi-dade.
Casado(a) com MARIA ANGELA ZOLDAN GUENKA, EDUARDO GUENKA deixou os filhos CARLOS EDUARDO 47 ANOS, MARCOS 45 ANOS, RAFAEL 40 ANOS,
FERNANDO 43 ANOS, ELAINE CRISTINA 36 ANOS.
DESCANSE EM PAZ, nos braços de Deus Pai.
À Angela e a toda a família nossas condolên-cias e orações, na certeza da ressurreição do
nosso irmão Guenka e da felicidade plena na vida eterna.
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Participaram, além dos membros da equipe: Gerson Angelo Lorenzi e Elisete Cecheto Lorenzi, Coorde-nadores Arquidio-cesanos da Pastoral Familiar de Casca-vel), Marilde Tasca e Izalnir Tasca, Coordena-dores Diocesanos
CCoooorrddeennaaççããoo ddaa CCRRPPFF ffaazz ssuuaa sseegguunnddaa
rreeuunniiããoo ddoo aannoo,, eemm FFoozz ddoo IIgguuaaççuu--PPRR
Mês de agosto – marque na Agenda
10 a 16 – SNF – Semana Nacional da Família
17 – Assunção de Nossa Senhora
23 e 24 – 3ª reunião da Coordenação da Comissão
Regional da Pastoral Familiar em Campo Mourão
PPAARRTTIICCIIPPAAÇÇÃÃOO Nos dias 17 e 18 de maio, a equipe de Coordenação da CRPF - Comissão Regional da Pasto-ral Familiar (Sul 2) esteve reunida pela segunda vez este ano. Desta feita na paróquia Nossa Se-nhora do Perpétuo Socorro em Foz do Iguaçu.
da Pastoral Fami-liar de Foz do Igua-çu e o padre Ademar Lins, Assessor Eclesiás-tico da Pastoral Familiar da Dioce-se de Foz do Igua-çu.
QQUUEESSTTIIOONNÁÁRRIIOO Sandra e Jorge, Wilton e Cris e José Marques e
Silvana irão elabo-rar um questioná-rio para levanta-mento da realidade das famílias no nosso Regional, a partir de sugestões de toda a equipe de coordenação.
CCOONNGGRREESSSSOO
RREEGGIIOONNAALL A Equipe de coor-denação da CRPF
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começou a discutir os principais itens para a realização do 5º Congresso Regional que, num primeiro mo-mento tem previsão para acontecer em Ponta Grossa, no mês de setembro de 2015. Até a próxima reunião serão defi-nidas as questões relativas ao número de participantes e demais itens de lo-gística, tema etc.
RREEUUNNIIÕÕEESS AANNUUAAIISS Decidido que as reuniões anuais da coordenação da CRPF serão três ao invés de quatro, como tem sido até o presente momento. Elas deverão ocor-rer nos meses de março, julho e no-vembro.
CCEELLEEBBRRAAÇÇÕÕEESS
EEUUCCAARRÍÍSSTTIICCAASS
Os trabalhos de sá-bado foram encer-rados com a cele-bração da Missa presidida por Dom Orlando com a par-ticipação apenas dos presentes na reunião. E, no domingo, as atividades inicia-ram com a partici-pação na Santa Missa presidida por Dom Orlando jun-tamente com a comunidade paro-quial.
FFIINNAANNÇÇAASS Um dos aspectos que impactam nos trabalhos pastorais é a questão finan-ceira, tornando-se, em alguns casos, um peso para os agentes de qualquer pastoral. Na Pasto-ral Familiar não é diferente. Para mi-nimizar ou resolver
esta questão, a e-quipe de coordena-ção está analisando algumas opções.
VVIIDDAA Wilton apresentou a logomarca, justi-ficou a cor predo-minante vermelha para redução de custo com impres-são. Disse que ana-lisou o material repassado na últi-ma reunião e iden-tificou alguns mo-vimentos e encon-tros e que vai en-trar em contato para participar. Pretende fazer uma reunião até 31/08 com os responsá-veis pelo setor para definir a Semana Nacional da Vida.
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episódio do perdão e
da cura do paralítico,
onde o Senhor Jesus
se revela ao mesmo
tempo médico das
almas e dos corpos
(cfr Mc 2,1-12 // Mt
9,1-8; Lc 5,17-26).
1. O Sacramento da
Penitência e da
Reconciliação surge
diretamente do misté-
rio pascal. De fato, na
própria noite de Pás-
coa, o Senhor aparece
aos discípulos, fecha-
dos no cenáculo, e
depois de ter dirigido
a eles a saudação “A
paz esteja convosco”,
soprou sobre eles e
disse: “Recebeis o
Espírito Santo. Àque-
les a quem perdoardes
os pecados, ser-lhes-
ão perdoados” (Jo
20,21-23). Esta pas-
sagem nos revela a
dinâmica mais pro-
funda que está conti-
da neste Sacramento.
Antes de tudo, o fato
de que o perdão dos
nossos pecados não é
algo que podemos dar
a nós mesmos. Eu não
posso dizer: perdoo
os meus pecados. O
perdão se pede, se
pede a uma outra pes-
soa e na Confissão
pedimos o perdão a
Jesus. O perdão não
é fruto dos nossos
esforços, mas é um
presente, é um dom
do Espírito Santo,
que nos enche com a
misericórdia e a gra-
ça que surge inces-
santemente do cora-
ção aberto de Cristo
crucificado e ressus-
citado. Em segundo
lugar, recorda-nos
que somente se nos
deixamos reconciliar
no Senhor Jesus com
o Pai e com os ir-
mãos podemos estar
verdadeiramente na
paz. E todos senti-
mos isso no coração
quando vamos con-
fessar-nos, com um
peso na alma, um
pouco de tristeza; e
quando recebemos o
perdão de Jesus es-
tamos em paz, com
aquela paz da alma
tão bela que somente
Jesus pode dar, so-
mente Ele.
2. No tempo, a cele-
bração deste Sacra-
mento passou de uma
forma pública – por-
que no início se fazia
publicamente – àque-
la pessoal, à forma
reservada da
Confissão. Isto, po-
rém, não deve fazer
CONFISSÃO
O Sacramento da Reconciliação é
um Sacramento de cura. Quando eu
vou confessar-me é para curar-me,
curar a minha alma, curar o
coração e algo que fiz e não foi
bom. O ícone bíblico que o
exprime melhor, em sua profunda
ligação, é o episódio do
perdão e da cura do paralítico, onde o Senhor Jesus se revela ao mesmo
tempo médico das almas e dos
corpos
Através dos Sacra-
mentos da iniciação
cristã, o Batismo, a
Confirmação e a Eu-
caristia, o homem
recebe a vida nova
em Cristo. Agora,
todos sabemos disso,
nós levamos essa vida
“em vasos de barro”
(2 Cor 4, 7), ainda
estamos sujeitos à
tentação, ao sofri-
mento, à morte e, por
causa do pecado, po-
demos até mesmo
perder a nova vida.
Por isto o Senhor
Jesus quis que a Igre-
ja continuasse a sua
obra de salvação
também através dos
próprios membros,
em particular o Sa-
cramento da reconci-
liação e aquele da
Unção dos enfermos,
que podem ser unidos
sob o nome de
“Sacramentos da
cura”. O Sacramento
da Reconciliação é
um Sacramento de
cura. Quando eu vou
confessar-me é para
curar-me, curar a mi-
nha alma, curar o
coração e algo que fiz
e não foi bom. O íco-
ne bíblico que o ex-
prime melhor, em sua
profunda ligação, é o
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perder a matriz ecle-
sial, que constitui o
contexto vital. De
fato, é a comunidade
cristã o lugar no qual
se torna presente o
Espírito, o qual reno-
va os corações no
amor de Deus e faz
de todos os irmãos
uma só coisa, em
Cristo Jesus. Eis en-
tão porque não basta
pedir perdão ao Se-
nhor na própria mente
e no próprio coração,
mas é necessário con-
fessar humildemente
e com confiança os
próprios pecados ao
ministro da Igreja. Na
celebração deste Sa-
cramento, o sacerdote
não representa so-
mente Deus, mas toda
a comunidade, que se
reconhece na fragili-
dade de cada um de
seus membros, que
escuta comovida o
seu arrependimento,
que se reconcilia com
ele, que o encoraja e
o acompanha no ca-
minho de conversão e
amadurecimento cris-
tão. Alguém pode
dizer: eu me confesso
somente com Deus.
Sim, você pode dizer
a Deus “perdoa-me”,
e dizer os teus peca-
dos, mas os nossos
pecados são também
contra os irmãos, con-
tra a Igreja. Por isto é
necessário pedir per-
dão à Igreja, aos ir-
mãos, na pessoa do
sacerdote. “Mas, pa-
dre, eu me envergo-
nho…”. Também a
vergonha é boa, é
saudável ter um pou-
co de vergonha, por-
que envergonhar-se é
saudável. Quando
uma pessoa não tem
vergonha, no meu
país dizemos que é
um “sem vergonha”:
um “sin verguenza”.
Mas também a vergo-
nha faz bem, porque
nos faz mais humildes
e o sacerdote recebe
com amor e com ter-
nura esta confissão e
em nome de Deus
perdoa. Também do
ponto de vista huma-
no, para desabafar, é
bom falar com o ir-
mão e dizer ao sacer-
dote estas coisas, que
são tão pesadas no
meu coração. E al-
guém sente que desa-
bafa diante de Deus,
com a Igreja, com o
irmão. Não ter medo
da Confissão! Al-
guém, quando está na
fila para confessar-se,
sente todas estas coi-
sas, também a vergo-
nha, mas depois
quando termina a
Confissão sai livre,
grande, belo, perdoa-
do, purificado, feliz.
É este o bonito da
Confissão! Eu gosta-
ria de perguntar-vos –
mas não digam em
voz alta, cada um
responda no seu cora-
ção – quando foi a
última vez que você
se confessou? Cada
um pense… São dois
dias, duas semanas,
dois anos, vinte anos,
quarenta anos? Cada
um faça as contas,
mas cada um diga a
si mesmo: quando foi
a última vez que eu
me confessei? E se
passou tanto tempo,
não perder um dia a
mais, vá, que o sa-
cerdote será bom. É
Jesus ali, e Jesus é o
melhor dos sacerdo-
tes, Jesus te recebe,
recebe-te com tanto
amor. Seja corajoso e
vá à Confissão!
3. Queridos amigos,
celebrar o Sacramen-
to da Reconciliação
significa ser envolvi-
do em um abraço
caloroso: é o abraço
da infinita misericór-
dia do Pai. Recorde-
mos aquela bela, bela
parábola do filho que
foi embora de sua
casa com o seu di-
nheiro da herança;
gastou todo o dinhei-
ro e depois quando
não tinha mais nada
decidiu voltar pra
casa, não como filho,
mas como servo.
Tanta culpa tinha em
seu coração e tanta
vergonha. A surpresa
foi que quando co-
meçou a falar, a pe-
dir perdão, o pai não
o deixou falar, abra-
çou-o, beijou-o e fez
festa. Mas eu vos
digo: toda vez que
nós nos confessamos,
Deus nos abraça,
Deus faz festa! Va-
mos adiante neste
caminho. Que Deus
vos abençoe!
CONFISSÃO
Queridos amigos,
celebrar o
Sacramento da
Reconciliação
significa ser
envolvido em um
abraço caloroso:
é o abraço da
infinita
misericórdia
do Pai.
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Crisma da Quinta-Feira Santa, propri-amente em vista da Unção dos enfer-mos. O vinho, em
vez disso, é sinal do amor e da graça de Cristo que surge da doação de sua vida por nós e se exprimem em toda a sua riqueza na vida sacramental da Igreja. Enfim, a pessoa que sofre é confiada a um hos-pedeiro, a fim de que possa continu-ar a cuidar dele, sem poupar despe-sas. Ora, quem é este hospedeiro? É a Igreja, a comuni-dade cristã, somos nós, aos quais, to-dos os dias, o Se-nhor Jesus confia aqueles que estão aflitos, no corpo e no espírito, para que possamos con-tinuar a derramar sobre eles, sem medida, toda a Sua misericórdia e a Sua salvação.
2. Este mandado é confirmado de mo-do explícito e preci-so na Carta de Tia-go, onde recomen-da: “Está alguém enfermo? Chame os sacerdotes da Igreja, e estes fa-çam oração sobre ele, ungindo-o com óleo em nome do Senhor. A oração da fé salvará o en-fermo e o Senhor o restabelecerá. Se
ele cometeu peca-dos, ser-lhes-ão perdoados” (5, 14-15). Trata-se então de uma prática que já estava em vigor no tempo dos a-póstolos. Jesus, de fato, ensinou aos seus discípulos a ter a sua mesma predileção pelos doentes e pelos que sofrem e transmitiu a eles a capacidade e a tarefa de continuar difundindo em seu nome e segundo o seu coração alívio e paz, através da graça especial de tal sacramento. Isso, porém, não nos deve levar a uma busca obses-siva pelo milagre ou na presunção de poder obter sempre e seja co-mo for a cura. Mas é a segurança da proximidade de Jesus ao doente e também ao idoso, porque todo idoso, toda pessoa com mais de 65 anos, pode receber este Sacramento, me-diante o qual é o próprio Jesus que se aproxima.
3. Mas quando há um doente às ve-zes se pensa: “chamemos o sa-cerdote para que venha”; “Não, pois traz má sorte, não o chamemos”, ou “depois assusta o
UNÇÃO DOS
ENFERMOS
Trata-se então de uma prática que já
estava em vigor no tempo dos
apóstolos. Jesus, de fato, ensinou
aos seus discípulos a ter a
sua mesma predileção pelos doentes e pelos
que sofrem e transmitiu a eles a capacidade e
a tarefa de continuar
difundindo em seu nome e segundo o seu coração alívio e paz, através da graça especial de tal sacramento.
Hoje gostaria de falar a vocês do Sacramento da Unção dos Enfer-mos, que nos per-
mite tocar com a mão a compaixão de Deus pelo ho-mem. No passado, era chamado “Ex-trema unção”, por-que era entendido como conforto espi-ritual na iminência da morte. Falar, em vez disso, de “Un-ção dos enfermos” ajuda-nos a alargar o olhar à experiên-cia da doença e do sofrimento, no hori-zonte da misericór-dia de Deus.
1. Há um ícone bí-blico que exprime em toda a sua pro-fundidade o misté-rio que transparece na Unção dos en-fermos: é a pará-
bola do “bom sama-ritano”, no Evan-gelho de Lucas (10, 30-35). Toda vez que celebramos tal sacramento, o Se-nhor Jesus, na pessoa do sacerdo-te, faz-se próximo a quem sofre e está gravemente doente, ou idoso. Diz a pa-rábola que o bom samaritano cuida do homem sofredor derramando sobre suas feridas óleo e vinho. O óleo nos faz pensar naquele que é abençoado pelo bispo todos os anos, na Missa do
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doente”. Por que se pensa isso? Porque há um pouco a i-deia de que depois do sacerdote che-gam os ritos fune-rais. E isto não é verdade. O sacer-dote vem para aju-dar o doente ou o idoso; por isto é tão importante a visita dos sacerdotes aos doentes. É preciso chamar o sacerdote junto ao doente e dizer: “venha, dê-lhe a unção, aben-çoe-o”. É o próprio Jesus que chega para aliviar o doen-te, para dar-lhe for-ça, para dar-lhe esperança, para ajudá-lo; também para é belíssimo! E não é preciso pen-sar que isto seja
um tabu, porque é sempre bonito sa-ber que no momen-to da dor e da do-ença nós não es-tamos sozinhos: o sacerdote e aque-les que estão pre-sentes durante a Unção dos enfermos repre-sentam de fato toda a comunidade cris-tã que, como um único corpo, se re-úne em torno de quem sofre e dos familiares, alimen-tando nesse a fé e a esperança, e a-poiando-lhe com a oração e o calor fraterno. Mas o conforto maior vem do fato de que ao tornar-se presente no Sacramento é o próprio Jesus que
nos toma pela mão, acaricia-nos como fazia com os doentes e nos re-corda que lhe per-tencemos e que nada – nem o mal e a morte – poderá nos separar Dele. Temos este hábito de chamar o sa-cerdote para que venha aos nossos doentes – não digo doentes de gripe, de três, quatro di-as, mas quando é uma doença séria – e também aos nossos idosos e dê a eles este Sacra-mento, este confor-to, esta força de Jesus para seguir adiante? Façamos isso!
UNÇÃO DOS
ENFERMOS
O sacerdote vem para ajudar o
doente ou o idoso; por isto é tão
importante a visita dos sacerdotes aos doentes. É
preciso chamar o sacerdote junto ao
doente e dizer: “venha, dê-lhe
a unção, abençoe-o”.
Os Sacramentos são sinais comunicadores da graça divina. O
Cristianismo não é apenas uma filosofia religiosa, mas é uma
união com o próprio Deus, da maneira como Ele estabeleceu,
especialmente pelos Sete Sacramentos. Todo Sacramento é um
sinal, que não apenas assinala, mas que realiza o que assinala.
Os Sacramentos dão continuidade à santíssima humanidade de
Nosso Senhor Jesus Cristo.
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Boas-vindas
Padre Rafael Fornasier ,
assessor nacional da Co-missão Episcopal Pasto-
ral para a Vida e a Famí-
lia,deu as boas-vindas. Em seguida foi composta
a mesa de abertura do
Simpósio: Dom
Raymundo Damasceno, Dom João Carlos Petrini
e o casal coordenador
nacional da Pastoral Fa-miliar, Roque e Verônica
Rhoden.
Dom Raymundo Damas-ceno ressaltou que o
Simpósio e a Peregrina-
ção Nacional mostram
nossa fé no valor da fa-mília e se inserem no
contexto da preparação
para o Sínodo com a Assembleia Extraordiná-
ria em outubro de 2014 e
a Assembleia Ordinária em 2015com os temas
das ações pastorais da
Igreja para com a Famí-
lia. Lembrou de São João Paulo II que afirmou
que o futuro da humani-
dade e da Igreja passam pela família, pois ela é a
4º Simpósio Nacional da Família
fronteira da Nova Evan-gelização.
Com base no tema do
simpósio “Família:
Caminhar com a Luz de
Cristo e a Sabedoria do
Evangelho”, Dom Ray-
mundo disse que pela vida e pela palavra, a
família é a educadora
fundamental da socieda-de. E, por último, rezou
para que Sagrada Família
nos acompanhe, especi-
almente nesta caminhada para o Sínodo a fim de
que dê muitos frutos.
Dom João Carlos Petrini invocou a proteção da
Virgem Maria sobre to-das as famílias que são
tão agredidas por forças
que tentam destruí-la.
Rogou que sempre mais saibamos encontrar as
razões pelas quais ama-
mos e defendemos a fa-mília: “Vemos um mundo
cada vez mais desumano,
uma desumanidade que atinge a família com
violências e brutalidades,
até manifestações de
protestos na humanidade em que depredações se
tornam válidas para de-
fender interesses de cer-tos grupos. Vale tudo e
Deus acaba sendo igno-
rado. Queremos pregar o caminho da paz. Da
verdadeira sabedoria
que vem do Evangelho,
para que possamos pro-pagar o amor, o amor
que chega ao sacrifício,
que se doa para o bem do outro.”, proclamou o
presidente da Comissão
Episcopal Pastoral para a Vida e a Família.
O casal coordenador
Nacional – Roque e Ve-
rônica –, deu as boas-vindas a todos os presen-
tes e lembrou da nossa
responsabilidade de le-varmos as reflexões aqui
feitas para nossas dioce-
ses.
1ª Exposição
O casal coordenador
Roque e Verônica fez a
primeira reflexão sobre o
tema central do simpó-sio:
“Família: Caminhar
com a Luz de Cristo e a
Sabedoria do Evange-
lho”
Não podemos viver so-mente com aquilo que o
mundo nos oferece, é
preciso buscar algo
mais, que alimente nossa espiritualidade. Mas o
que é a luz de Cristo e
como aplicar esta reali-dade na minha família?
A luz é a energia e a
influência divina que nos
chega por Cristo que dá luz e vida a todas as
coisas. A luz de Cristo
procede da presença de Deus, é a luz que dá vida
a todas as coisas. Esse
poder é uma influência benéfica em todas as
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nós nos tornamos Luz. Assim como a lua reflete
a luz do sol, também nós
devemos refletir a luz de
Cristo (cf. Mt 5,15). A luz que temos dentro de
nós não é para ser es-
condida timidamente, mas para ser oferecida
aos outros para que
também eles possam ser inundados por ela. Ser
luz é ser testemunho de
que uma vida com Cristo
vale a pena e é mais feliz. A igreja tem a mis-
são de iluminar a todos
os povos com essa luz, que deve resplandecer
sobre seu rosto.
Para melhor entender-
mos a sabedoria do Evangelho, comecemos
por Jo 1:
“No princípio era o Ver-bo, e o Verbo estava
junto de Deus e o Verbo
era Deus. Ele estava junto de Deus no princí-
pio. Tudo foi feito por
ele, e sem ele nada foi
feito. A luz resplandece nas trevas, e as trevas
não a compreenderam.
Este veio como testemu-nha, para dar testemu-
nho da luz, a fim de que
todos cressem por meio dele. [O Verbo] era a
verdadeira luz que, vindo
ao mundo, ilumina todo
homem. Veio para o que era seu, mas os seus não
o receberam. Os quais
não nasceram do sangue, nem da vontade da car-
ne, nem da vontade do
homem, mas sim de Deus. João dá testemunho dele,
e exclama: Eis aquele de
quem eu disse: O que vem depois de mim é
maior do que eu, porque
existia antes de mim. Pois a lei foi dada por
Moisés, a graça e a ver-
dade vieram por Jesus
Cristo.”
Essa é a teologia joani-
na: o Deus absoluto junto
ao qual encontro sua Palavra, o Filho. A luz
resplandece nas trevas e
as trevas, mesmo que sejam grandes, são sem-
pre vencidas pela luz. Se
a vida é a luz dos ho-
mens, então, as trevas são a morte. Compreen-
demos, assim, que a vida
sempre prevalecerá sobre a morte. Tudo provém de
Deus. Ef 4,5: Deus é a
substância única de todas
as coisas, porque tudo o que existe, existe em
Deus.”. A vida é a mani-
festação da divindade de Deus e do seu amor. Nes-
te simpósio viemos não
somente para rezar, mas para refletirmos sobre
nossa caminhada e como
a luz de Cristo pode ilu-
minar nossa caminhada. Diante dos desafios da
vida em família é uma
ilusão viver sem Deus.
Não adianta a humani-
dade desenvolver-se tec-
nologicamente, mas pre-cisa se fortalecer no
amor. Esse evento possi-
bilita a visibilidade de
todos nós que acredita-mos que a família é dom
de Deus e base da huma-
nidade. A melhor forma de denunciar é anunciar.
Nossa função e missão
como Pastoral Familiar
é de enaltecer as famí-lias, estejam como estive-
rem, sem preconceitos.
A primeira e mais bonita família é a Trindade
Santa, que se reúne para
criar o homem e a mu-lher e proclama que isto
era “muito bom”. A fa-
mília perpetua a imagem e semelhança de Deus.
Pela família o verbo se
tornou carne. Por isso,
precisamos de uma Pas-
toral Familiar inteligen-
te e corajosa. O amor
entre um homem e uma mulher é o que mais se
aproxima do amor divi-
no. É dele que nascemos. Numa das pinturas do
Santuário, logo após o
nicho de Nossa Senhora,
podemos aprender que devemos ficar atentos à
presença do Cristo Luz e
nos deixarmos envolver por sua misericórdia.
2ª Exposição
A seguir a escritora
Amélia Prado deu seu testemunho pessoal e
também sua experiência
no Movimento Familiar
Cristão na década de 60:
Há um senso universal
de que todas as pessoas
querem ser felizes. Não podemos atuar nas famí-
lias se não levarmos em
conta cada pessoa que a constitui. Até as famílias
cristãs são postas à pro-
va pelo mundo de forma
cruel, pela perda dos valores. Não podemos
“jogar sal sobre carne
podre” – a família preci-sa de uma profunda re-
novação. A resposta para
tal missão está na Pala-vra de Deus, especial-
mente nos Evangelhos.
É interessante notar que
Jesus nunca se dirigiu especificamente às famí-
lias, mas, sim, às pesso-
as, ou seja, era um con-
criaturas e leva todas as pessoas a descobrirem o
Evangelho. Nas Escritu-
ras a luz de Cristo nos
leva a entrarmos na presença de Deus. Jesus
se declara a luz do Mun-
do. Onde, hoje, estamos precisando desta luz?
Eu mesmo sou luz em
todos os ambientes em que vivo? Escolhemos e
acolhemos a luz de Cris-
to. Deixemos esta luz
entrar em nossos cora-ções. Em Mt 5,13, Jesus
nos convida a sermos sal
da terra e luz do mundo. A luz é crucial em nossas
vidas e não nos sentimos
muito bem na escuridão.
São muitas as histórias de medo e insegurança:
ficamos receosos no
escuro, andamos com dificuldade ou até nos
paralisamos. Mas a par-
tir do momento em que acendemos a luz, o te-
mor desaparece e nos
movimentamos com des-
treza. A luz é este símbo-lo poderoso do que é
Deus (cf. I Jo 1, 5). Jesus
é a vitória da luz sobre as trevas, da vida sobre
a morte. As trevas ao
longo da Sagrada escri-tura representam a rup-
tura do homem com a
presença de Deus pelo
pecado. Só a luz tranqui-liza e santifica o ser
humano. Precisamos da
Luz do Evangelho, da proposta de Jesus. Ao
reconhecer isso, também
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A família não pode dele-gar sua função educativa
a terceiros... A nossa
maior peregrinação co-
meça dentro de casa, no sairmos de nós mesmos,
e irmos ao encontro do
outro. Cito o seguinte poema:
Casamento
Há mulheres que dizem:
Meu marido, se quiser pescar, pesque,
mas que limpe os peixes.
Eu não. A qualquer hora da noite
me levanto,
ajudo a escamar, abrir,
retalhar e salgar. É tão bom, só a gente
sozinhos na cozinha,
de vez em quando os cotovelos se esbarram,
ele fala coisas como
"este foi difícil"
"prateou no ar dando rabanadas" e faz o gesto
com a mão.
O silêncio de quando nos vimos a primeira vez
atravessa a cozinha co-
mo um rio profundo. Por fim, os peixes na
travessa, vamos dormir.
Coisas prateadas espo-
cam: somos noivo e noi-va. (Texto extraído do livro
"Adélia Prado - Poesia
Reunida", Ed. Siciliano -
São Paulo, 1991, pág. 252)
Quando não há presen-
ça, não há atenção real.
A mulher que não se
abrir para o seu papel feminino, sua família não
terá bom futuro. O mari-
do pode e deve ajudar, mas não podem se inver-
ter completamente. O
marido “bonzinho” não
me afirma como mulher. Precisamos de maridos
bons! Não que sejam
machões, mas que te-nham o seu “lado femi-
nino” bem resolvido. É
claro que haverá confli-
tos e eles são necessá-
rios para que os pontos
negativos venham à tona e que tudo se renove. Os
afetos e os amores pre-
cisam ser reais. Amar é o principal: a Deus so-
bre todas as coisas e ao
próximo como a si mes-mo. Parece simples, mas
é a morte do ego.
3ª Exposição
A terceira exposição sobre a espiritualidade
na família ficou por
conta do bispo da dioce-
se de Palmas/Francisco Beltrão Dom José
Antonio Peruzzo:
Pela leitura do milagre das Bodas de Caná,
pensemos na palavra
espiritualidade. O ho-mem bíblico não enten-
dia cientificamente os
mecanismos da respira-
ção, mas sabia que se não respirarmos, morre-
remos. Em grego e em
aramaico, o espírito é o
ar, é o oxigênio de Deus que nos dá a vida. A vida
que Deus vive também
pode viver em nós. Isto é verdadeiramente espiritu-
alidade. O ar de Deus
deveria entrar dentro da minha vida e impregnar
todas as minhas ações e
inspirações.
Jo 1, 43: “No dia seguin-te...” Jo 1, 35 “ No dia
seguinte...” 1, 29: “No
dia seguinte..” E no texto de Jo 2: No terceiro dia,
houve uma festa de casa-
mento em Caná da Gali-léia.”
Quando o homem e a
mulher foram criados isso
aconteceu no sexto dia. Quando Jesus começa sua
missão ele cria um novo
homem.
“E lá se encontrava a
mãe de Jesus. Também
Jesus foi convidado para
a festa junto com seus
tato bem personalizado.
Lembremos os exemplos dos encontros com
Zaqueu, no choro sobre
Jerusalém, com a Sama-
ritana, com o casal das Bodas de Caná, a pesca
milagrosa com Pedro, a
hemorroíssa... em todos estes casos Jesus estava
inteiramente atento à
pessoa do outro. Jesus personaliza a compai-
xão. Isso reflete uma
compaixão quase femi-
nina da personalidade de Cristo. Sem essa
compaixão é impossível
restaurar a família, e temos que começar pelas
nossas próprias famílias!
Isso é amor, salvação e
cura de doenças, de re-lações. Sem esse passo
não há pastoral ou psi-
cologia que dê conta.
Reforçar bem os papéis
de cada um. Por exem-
plo, o da mulher de ser-vir no anonimato, assim
como faz o Espírito San-
to:“Espírito de Deus,
enviai dos céus um raio de luz! Vinde, Pai dos
pobres, dai aos corações
vossos sete dons.Consolo que acalma, hóspede da
alma, doce alívio, vinde!
No labor descanso, na aflição remanso, no ca-
lor aragem. Sem a luz
que acode, nada o ho-
mem pode, nenhum bem há nele. Ao sujo lavai,
ao seco regai, curai o
doente.Dobrai o que é duro, guiai no escuro, o
frio aquecei. Dai à vossa
Igreja, que espera e de-
seja, vossos sete dons. Dai em prêmio ao forte
uma santa morte, alegria
eterna! Enchei, luz ben-dita, chama que crepita,
o íntimo de nós!”
(Sequência da Missa do Espírito Santo)
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lhes falado. Eles ouviram
e agiram com toda dis-posição.
“Disse-lhes então: levai-
a ao mestre de cerimô-nia. E eles levaram. O
mestre de cerimônia
provou a água transfor-
mada em vinho e não sabia de onde viera,
embora os serventes
soubessem. Ele chamou o noivo e disse: É costu-
me servir primeiro o
vinho bom e depois que os convidados já estão
embriagados servir o
vinho menos bom. Mas
tu guardaste o vinho melhor até agora.”
Reparem que o mestre de
cerimônia que era o responsável pela festa
nem havia percebido que
o vinho faltara... Não podemos deixar que nos
passem despercebidos
em nossa vida familiar
as faltas de amor. “Des-te modo iniciou Jesus em
Caná da Galiléia os seus
sinais. Manifestou a sua glória e seus discípulos
começaram a crer nele.”
É nas talhas da purifica-
ção, ou seja, na conver-são que as verdadeiras
transformações aconte-
cem. É lá dentro, lá no fundo que precisa haver
mudança. Jesus se mani-
festou neste prodígio que é mais do que simples-
mente material (água
transformada em vinho).
Pensemos em uma placa que me envia a um desti-
no: como o sinal que me
envia para uma realidade
ainda mais grandiosa. Jesus manifestou a sua
glória – não no sentido
de grandeza triunfalística – mas, sim, o seu amor.
Ele manifestou o quanto
amava o povo. Amar
sempre em primeiro lu-gar, sem sermões ou pu-
nições. Primeiro, amar!
E então os discípulos creram... se nos amarmos
e se vivermos o amor,
principalmente onde parece impossível, é que
os outros crerão em
Deus.
Este milagre acontece numa família que já co-
meça vivendo a dor, por-
que o amor dói... E nin-guém se converte se não
passa por essa dor do
amor. Quando cuidamos mais da nossa espiritua-
lidade amamos mais, nos
queixamos menos... por-
que é o Espírito que nos move! Vento parado não
existe e nem se pode
frear seu movimento. “Fazei tudo o que eles
vos disser” é fundamen-
tal para a espiritualidade
matrimonial e familiar.
Como seria bom ouvir o
que Deus tem a nos dizer através da leitura orante
da Palavra de Deus vivida
em família. Assim, não faltará vinho no casamen-
to.
A tarde começou com a
apresentação musical do PEMSA – Programa de
Educação Musical do
Santuário de Aparecida, com diversas obras consa-
gradas da música popular
e religiosa nacional e in-ternacional, como "Roma-
ria" e "Panis Angelicus".
4ª Exposição
Dom Piatek apresentou o
instrumento de trabalho do Sínodo, que foi lançado
em 9 de maio. Contém três
partes e 116 parágrafos. A primeira parte trata do
anúncio do Evangelho
para a Família no mundo
contemporâneo, a segunda fala sobre a Pastoral Fami-
liar e seus desafios e a
terceira parte sobre a aber-tura à vida.
A introdução explica so-
bre o Sínodo que aconte-
cerá sobre a família e que
discípulos.”
O casamento se tornou retrato humano do amor
de Deus, uma ressonância
do amor de Deus ao seu povo, de Cristo por sua
Igreja. Foram festejar
não só o amor humano,
mas a celebração do amor de Deus por seu
povo.“Faltando vinho, a
mãe de Jesus lhe disse: “Eles não têm mais vi-
nho.” O vinho tinha uma
linguagem muito forte na cultura daquela época. Se
faltasse vinho, significa-
ria que faltaria amor...
“Respondeu-lhe Jesus: Mulher, que te importa
isso a mim e a ti? Minha
hora ainda não che-gou”Jesus a chama de
mulher porque lembra da
“mulher” do Gênesis. E afirma que este problema
não toca a eles porque, de
fato, a eles não faltava o
amor... “Maria disse ao servente: “Fazei tudo o
que ele vos disser.” É
preciso fazer tudo o que Jesus diz se quisermos
que nossa vida, nossa
família seja a festa do
amor.
“Havia ali seis talhas de
pedra, contendo cada
uma dois ou três barris, usadas para a purificação
dos judeus. Jesus lhes
disse enchei as talhas de água. Eles as encheram
até a borda.”As talhas
estavam vazias, porque
faltava realmente tudo. E os servos fizeram exata-
mente como Jesus havia
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das pesquisas feitas na
Igreja de todo mundo
sobre o matrimônio e a família. As respostas
apontam que o conheci-
mento das bases bíblicas sobre o matrimônio e a
família ainda são muito
falhos. Pediu-se maior preparação dos padres
para ajudar na instrução
dos fiéis neste sentido. O
mesmo acontece com a falta de conhecimento
sobre os documentos da
Igreja e o que ela prega sobre o matrimônio e a
família. Há muita confu-
são sobre estas questões entre os próprios batiza-
dos: contracepção, fideli-
dade, virgindade, fecun-
dação artificial, divórcio, homossexualidade etc. O
documento aponta como
dificuldades: a seculari-zação, falta de uma expe-
riência de Deus mais
profunda. A sociedade
ensina uma coisa e a Igreja outra completa-
mente diferente, cultura
hedonista, influência da mídia, cultura do descar-
tável etc.
A terceira parte, o campo da lei natural, um terreno
bastante complicado. É
preciso aprofundar a
questão da lei natural (que não é simplesmente
fazer o que é “espontâ-
neo”). O quarto capítulo
da primeira parte é sobre
a família e a vocação da pessoa em Jesus Cristo,
mas deve se inspirar neste
ícone da Santíssima Trin-dade que é a família de
Nazaré. A Igreja precisa
acompanhar as famílias
cristãs neste momento de crise com uma formação
contínua dos leigos.
A Pastoral Familiar, es-pecialmente, os pastores:
bispos, padres, diáconos,
religiosos e leigos enga-jados, devem se preocu-
par com questões como a
preparação para a recep-
ção do matrimônio em forma de um itinerário
que comece desde a Ini-
ciação Cristã e o fomento da espiritualidade conju-
gal e familiar.
A segunda parte fala do
agir à luz da fé que preci-sa ser resgatada nesta
crise que vivemos hoje
em que se apresentam desagregação, pobreza,
consumismo, vícios, de-
pressão, individualismo, violência, contra-teste-
munho das pessoas da
Igreja etc. Depois o do-
cumento trata de situa-
ções pastorais difíceis,
como recasados, irregu-
laridades canônicas, fa-
mílias monoparentais.
A abertura à vida e a
responsabilidade edu-
cacional dos pais para
com sua prole é o tema
deste terceiro capítulo.
Recorda a Humanae
Vitae, que não é conhe-
cida mesmo entre os
católicos e conclui fa-
lando da educação dos
filhos, que não pode ser
terceirizada. Esta é uma
dificuldade especial-
mente para os jovens
casais que, muitas vezes
vêm de uma geração
que não teve orientação
adequada. A família
que reza, que estuda e
que permanece unida a
Deus será luz para o
mundo.
5ª Exposição
Dom Antonio Augusto
Dias Duarte, na sequên-
cia falou sobre a desu-
manização da socieda-
de. O Papa Francisco na
sua Exortação “A Ale-
gria do Evangelho”
disse: “é no contexto
que vivemos e agimos
que o Bom Pastor co-
nhece as suas ovelhas.”.
Todos nós somos pasto-
res e ovelhas, mas so-
mos contextualizados.
Ou seja, vivemos dentro
de uma realidade que
irá na linha do Sínodo
anterior sobre a Nova
Evangelização – e passa também, claro, pela fa-
mília. Relembra o ques-
tionário feito em todas as dioceses no ano passado.
Na primeira parte o do-
cumento traz a funda-mentação teológica sobre
o desígnio de Deus sobre
o Matrimônio e a Famí-
lia. Apresenta a beleza do amor humano e o
matrimônio monogâmi-
co, heterossexual e indis-solúvel. Mostra Jesus
que se encarna no seio de
uma família, exatamente para santifica-la. Relem-
bra a carta aos Efésios
que fala do matrimônio
como um grande misté-rio – reflexo do amor de
Deus pela humanidade --
e como um carisma. Depois desta fundamen-
tação bíblica, há citações
de diversos documentos
do Magistério da Igreja, especialmente a segunda
parte da Gaudium et
Spes, em que o casal é chamado a se santificar
na vida matrimonial.
Cita a Humane Vitae, de Paulo VI e todos os do-
cumentos e catequeses
de João Paulo II, com
ênfase especial na Fami-liaris Consortio.
Na segunda parte, já
aparecem os resultados
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deve ser amplamente
conhecida. O papa nos
exorta a não nos per-
dermos em “excesso
de diagnósticos,” mas
nos pede que tenhamos
um olhar de discípulo que vê com a luz de
Cristo e na sabedoria do
Evangelho. Jesus veio restaurar o projeto de
Deus que se perdeu por
causa do pecado. Veio ao mundo para resgatar
nossa própria humanida-
de. Sim, vivemos um
processo de “desumani-zação”, diz o papa e so-
mente nisso devemos
nos concentrar.
Por exemplo, a alegria de
viver que é saudável,
vem hoje contaminada
pelo medo e pelo deses-pero. Em vez do respei-
to, vemos a violência
verbal e física... Os ani-mais sobrevivem; nós vi-
vemos. Mas o que se
observa hoje é uma labu-ta para sobreviver e aca-
bamos nos esquecendo
de viver. O Papa fala que
chegamos num tal nível de desumanização que o
ser humano virou um
objeto. Pensa-se: “Quan-to custa ter um filho
hoje?” – os filhos estão
condicionados aos orça-mentos...
Devemos, enquanto Igre-
ja, ajudarmos a humani-
zar o mundo: humanizar a saúde, a educação. Para
tal, três propostas do
nosso trabalho pastoral:
1- Só se pode ser verda-
deiramente humano
quando não se valoriza o
lado material – é preciso moderação e desprendi-
mento. O ser humano
não pode ser valorizado por sua produtividade. O
mundo de hoje vive a
idolatria do dinheiro.
Não valemos pelo que
nós temos, mas pelo que nós vivemos...
2- É preciso que também
nós tenhamos a respon-
sabilidade de criar cultu-ra. A fé cria cultura; do
contrário, não é fé. É pre-
ciso projetar-se para criar uma cultura humana e
que humaniza todos os
campos das relações so-
ciais. Não basta ser só teoria: é preciso virar
costume. Especialmente
a cultura da acolhida, e não da discriminação, da
indiferença, da competi-
ção, do descarte, não podemos ser só especta-
dores diante deste cená-
rio.
3- Exaltemos o que é próprio da família, o va-
lor dos vínculos familia-
res: o único âmbito em que os vínculos não se
apagam mais. Um filho
sempre será filho, um irmão será sempre um
irmão. No processo de
desumanização estão
querendo esmaecer os vínculos familiares. Pre-
cisamos ter cuidado até
com os termos que usa-mos: “companheiro”?
Não, é meu marido! “fi-
lhote?” Não, é meu filho!
Cuidado com essas pe-quenas coisas que vão
entrando sem perceber-
mos. A família é o espa-ço da pertença e da en-
trega. Sejamos, então,
ovelhas e pastores con-textualizados e que sai-
bamos cuidar bem destes
três aspectos.
O simpósio teve ainda os testemunhos de dois ca-
sais e o resumo dos tra-
balhos feito por Dom Petrini. Neste momento,
ele pediu que Pe. Rafael
Fornasier lesse o Mani-
festo da 6a Peregrinação
com uma palavra de re-púdio ao fato do governo
ter liberado para o SUS o
aborto dos casos não-
penalizáveis na lei civil
atual, com o eufemismo torpe de "interrupção
terapêutica da gestação"
por meio da Portaria 415.
A conclusão foi com a procissão com recitação
do terço saindo do Centro
de Eventos até o Santuá-rio, onde foi celebrada a
Missa das 18h já em in-
tenção à Peregrinação. No
domingo, dia 25 de maio, também todas as missas
do Santuário foram em
ação de graças pelas famí-lias.
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Nos dias 16 a 18 de maio de 2014, acon-teceu em Laranjei-ras do Sul um Retiro da Pastoral Familiar Decanato Laranjeiras do Sul da Diocese de Guarapuava, que contou com a pre-sença de 40 casais. O retiro reuniu par-ticipantes das paró-quias de Marqui-nho, Virmond, Por-to Barreiro, Rio Bo-nito do Iguaçu e da anfitriã Laranjeiras.
O local foi a Casa de Líderes, cujo pároco é o padre Jorge, que nos abriu as portas for-necendo infraestru-tura física e huma-
na, pois além das acomodações, nos deu permissão para que o padre Aleixo que é também da paróquia, nos desse todo o apoio neces-sário.
Desse encontro es-peramos agora co-lher os frutos, com
casais comprometi-dos primeiramente com Jesus, logo após com a sua igreja. Esperamos ver essas famílias renovadas na fé e no amor.
Ficamos imensa-mente gratos a todos que ajudaram de uma forma ou de outra, mas especial-mente aos colabora-dores que deixaram sua cidade e suas casas e família para passar um fim de semana inteiro cui-dando de outras famí-lias que ainda preci-sam de ajuda.
Jeferson e Talita Coordenadores Pastoral Familiar
Decanato Laranjeiras Diocese de Guarapuava
.
Nos dias 16 a 18 de maio de 2014,
aconteceu em Laranjeiras do Sul
um Retiro da Pastoral Familiar
Decanato Laranjeiras do Sul
da Diocese de Guarapuava
Participaram 40 casais das
paróquias de Marquinho,
Virmond, Porto Barreiro, Rio
Bonito do Iguaçu e da anfitriã Laranjeiras.
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momento de espirituali-dade mas também de
compreensão dos desafios
e de que como a luz de Cristo nos ajuda a enfren-tá-los positivamente dian-
te das adversidades da vida”.
Dom Petrini diz que a
Igreja quer olhar de forma
especial para a família
através do Sínodo extra-
ordinário da Família que
vai acontecer em outubro
no Vaticano e o Sínodo
Ordinário que acontece no
próximo ano: “Não é por
acaso que teremos dois Sínodos pela frente, signi-
fica que muita gente no mundo inteiro está pen-sando e rezando pela
família”.
Dom João Carlos Petrini
enviou uma mensagem a
Dom José, ao clero e aos
agentes da Pastoral Fami-
liar da Diocese de Palmas
-Francisco Beltrão: “Em primeiro lugar quero agradecer Dom José An-
tonio Peruzzo que teve
importante presença no Simpósio, sua palestra foi extraordinária, tudo a
partir da Palavra de Deus. Envio meu abraço aos agentes da Pastoral
Familiar da Diocese es-
perando que cada um faça sua parte como lu-
zeiros da esperança e portadores do evange-
lho da família, primei-
ro para nossa própria família para que possa resplandecer a beleza,
a alegria, a paz, a rea-lização humana pela presença de Cristo, e
depois que sejamos
missionários das de-mais famílias.”
Para Dom Antonio
Augusto Dias Duarte –
Bispo Auxiliar da Ar-
quidiocese do Rio de
Janeiro e membro da
Comissão para a Vida e
a Família da CNBB, a
6ª Peregrinação Nacio-
nal da Família repre-
senta a importância que
a família tem e jamais
deixará de ter: “Esta
presença aqui no San-
tuário Nacional de Aparecida revela que o Brasil precisa da famí-
lia constituída pelo matrimônio entre o homem e a mulher, com filhos educados na
fé, pelos valores cristão e cidadania. Não po-demos deixar de mos-
trar ao mundo que a família é a célula de uma sociedade sadia e
evoluída”.
Luiz Carlos Bittencourt
A Diocese de Palmas-
Francisco Beltrão partici-
pou, com uma caravana
composta por lideranças
da Pastoral Familiar das
Paróquias, da 6ª Peregri-
nação Nacional da Famí-
lia, que aconteceu no dia
25 de maio, em Aparecida
–SP. O evento foi organi-
zado pela Comissão Na-
cional da Pastoral Familiar
(CNPF) vinculada à Co-
missão para Vida e Famí-
lia da CNBB.
No dia 24 (sábado), acon-
teceu o 4º Simpósio, com
a presença de Dom José
Antonio Peruzzo, Bispo da
Diocese de Palmas-
Francisco Beltrão, que foi
um dos palestrantes do
evento, que teve como
temática central - "Famí-
lia: caminhar com a luz de
Cristo e a sabedoria do
Evangelho". No domingo,
a missa das 10h, foi presi-
dida pelo bispo de Cama-
çari (BA), dom João Car-
los Petrini, Presidente da
Comissão Episcopal para a
Vida e a Família da
CNBB.
Em entrevista exclusiva à
assessoria de imprensa da
Diocese de Palmas-Fran-
cisco Beltrão, Dom João
Carlos Petrini destacou a
importância da Peregrina-
ção Nacional da Família:
“É um grande passo. É um
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O Concílio de Trento da
Contra-Reforma estabeleceu a
doutrina da Igreja: o
casamento era um sacramento e como tal devia ser governado apenas pela lei
da Igreja.
Os significados do casamento
As principais reli-
giões e sistemas de
valores do mundo
atribuíram diferentes
significados ao casa-
mento.
Entre os cristãos, o
significado do casa-
mento tem sido obje-
to de disputas milena-
res. Nas interpreta-
ções ortodoxa e cató-
lica é um ato sagrado,
um sacramento, uma
dádiva da graça divi-
na. Mas na própria
tradição católica os
critérios para um ca-
samento apropriada-
mente constituído fo-
ram, por muito tem-
po, nebulosos e con-
troversos, porque a
Igreja também reco-
nhecia que o consen-
timento mútuo da noi-
va e do noivo para o
casamento era por si
só um critério válido,
a menos que fosse in-
validado pela Igreja.
Essa situação com-
plexa, com a possibi-
lidade estabelecida de
casamentos clandesti-
nos, manteve ocupa-
dos os tribunais ecle-
siásticos medievais. O
Concílio de Trento da
Contra-Reforma esta-
beleceu a doutrina da
Igreja: o casamento
era um sacramento e
como tal devia ser go-
vernado apenas pela
lei da Igreja. Deveria
ser normalmente con-
traído perante o sa-
cerdote da paróquia.
Não havia referência
ao consentimento
parental, apenas ao
consentimento das
próprias partes. O
casamento era indis-
solúvel uma vez con-
sumado sexualmente.
A Igreja Ortodoxa
sempre defendeu que
o casamento só pode-
ria ser firmado por
meio da bênção de
um sacerdote. Adulté-
rio, impotência e al-
gumas outras poucas
razões eram aceitas
como razões para o
divórcio ortodoxo,
enquanto o recasa-
mento da viúva cla-
ramente não era visto
com bons olhos.
O Protestantismo per-
cebia o casamento
como um contrato
mundano, ainda que
devesse ser realizado
por um clérigo con-
forme as regras da
igreja. No mundo
protestante, desde os
tempos de Calvino
em Genebra e daí por
diante, estabeleceram-
se extensa vigilância
sexual e jurisdição,
Assinatura anual com periodicidade trimestral que apresenta as principais informações, opiniões e notícias da Igreja em geral e da Pastoral da Vida e Família no Brasil.
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que alcançaram sua
plena aplicação no
século XVII. Na Sué-
cia, tais conceitos
foram introduzidos no
Direito da Igreja em
1686. O divórcio era
possível, por exem-
plo, em condições de
adultério e abandono.
Na tradição protestan-
te anglicana, o reco-
nhecimento do casa-
mento por consenti-
mento, sem formali-
dades, manteve sua
força até o Ato
Hardwicke no Parla-
mento, que estabele-
ceu os critérios para
um casamento angli-
cano válido na Ingla-
terra e no País de
Gales, excluindo as
colônias de além-mar,
a Escócia e a Irlanda,
que tinham suas pró-
prias regras. O grande
historiador Lawrence
Stone resumiu a prá-
tica da lei de casa-
mento inglesa do sé-
culo XIV ao século
XIX como sendo uma
“bagunça”.
Embora os protestan-
tes luteranos e calvi-
nistas tivessem de-
senvolvido suas pró-
prias normas eclesiás-
ticas de casamento
adequado, em princí-
pio, eles realmente
reconheciam a juris-
dição marital das au-
toridades seculares.
Nos países católicos,
entretanto, a partir da
Revolução Francesa,
desenvolveu-se a-
margo conflito entre
autoridades seculares
nacionais e forte Igre-
ja supranacional. O
Código de Napoleão,
o modelo legal da
Europa Latina e da
América Latina re-
queria um procedi-
mento civil para a
validação do casa-
mento, e no final do
século XIX, a contes-
tação papal desse
procedimento foi uma
questão importante na
maioria dos países
católicos.
Para o hinduísmo, o
casamento é uma o-
brigação religiosa e
uma instituição sa-
grada, um sacramen-
to, e como tal, em
princípio indissolú-
vel, mesmo após a
morte.
Na Índia o casamento
é um sacramento e
nenhum homem ou
mulher normal deve
morrer sem recebê-lo.
É um costume entre
muitas comunidades
que se uma mulher
morre solteira, uma
cerimônia de casa-
mento é feita com o
corpo, que então é
queimado com as
honras devidas a uma
mulher casada. Há
maior liberdade para
o homem, mas se um
homem que passou
pela cerimônia de
iniciação morrer sem
se casar, supõe-se que
ele se torne um fan-
tasma.
Uma viúva na tradi-
ção hindu está soci-
almente morta, tole-
rada somente em per-
pétuo estado de luto –
Buda, Gautama aban-
donou sua mulher e
filho. O budismo,
como cânone clássico,
contrastando com
todas as outras religi-
ões ou com os princi-
pais ensinamentos
éticos, tem muito
pouco a dizer sobre o
casamento, algo com-
pletamente mundano.
O budismo Theravada
(ou Hinayana) – atu-
almente dominante no
Sri Lanka, Tailândiae
Myanmar – não tem
nem mesmo uma ce-
rimônia religiosa de
casamento.
Tanto o Islã quanto o
confucionismo veem
o casamento como um
contrato mundano
dissolúvel, mas, como
tal, governado por
regras severas de pro-
cedimento e de limi-
tes. Como o islã não
faz distinção entre a
lei religiosa e a lei
secular, e como, à
semelhança do juda-
ísmo – de cujas con-
cepções de casamento
se aproxima muito –,
é uma religião muito
legalista, o casamento
fica circunscrito aos
domínios da lei islâ-
mica. O casamento é
uma preocupação
focal da lei. “Quase
todo conceito legal
gira em torno do (...)
estatuto do casamen-
to”, diz o autor de um
manual recente. O islã
vê o casamento sobre-
tudo como uma insti-
tuição de regulação da
da sexualidade huma-
Para o hinduísmo, o casamento é uma obrigação religiosa e uma
instituição sagrada, um
sacramento, e como tal, em
princípio indissolúvel,
mesmo após a morte.
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marido e mulher, pre-
cedência dos mais
velhos sobre os mais
novos e boa fé entre
amigos. A “distinção”
ou “separação” entre
cônjuges, como às
vezes é traduzida,
parece estar relacio-
nada principalmente à
divisão doméstica do
trabalho. O casamen-
to é inserido nesse
cenário tal qual a ins-
tituição para a conti-
nuação da linha dos
ancestrais. Mencius
disse: “Há três con-
travenções da regra
do dever filial, e des-
tas,a pior é não ter
progênie”. O casa-
mento, porém, apre-
senta outra importan-
te função. De acordo
com o mais importan-
te código normativo
da tradição confucia-
na na China Imperial,
“O Livro dos Ritos”:
“O ritual do casamen-
to é a fusão adequada
de dois nomes de
família a fim de ofe-
recer sacrifícios aos
ancestrais e continuar
a linha da família”;
“A finalidade do ca-
samento é unir duas
famílias visando har-
monizar a amizade
entre dois clãs”.
As concepções onto-
lógicas e normativas
da corrente existenci-
al que liga os vivos,
os mortos, os mem-
bros da comunidade
que partiram, os espí-
ritos, e deus ou
constituem uma parte
central das religiões
africanas. Isso atribui
forte carga religiosa ás
relações familiares
entre as gerações. O
casamento como pro-
criação institucionali-
zada é, portanto, um
dever religioso e mo-
ral. A pessoa que não
deixa descendentes
rompe o elo vital. A
memória dos descen-
dentes também garante
a um indivíduo a vida
após a morte. O casa-
mento significa um
direito ao resultado da
fecundidade feminina
e isso é crucial, antes
do que o monopólio
sexual ou a legitimi-
dade de base biológi-
ca. No casamento afri-
cano em 1900 havia
um aspecto mais eco-
nômico do que no das
outras principais cultu-
ras do mundo, já que a
maior parte da agricul-
tura de subsistência
predominante era de-
senvolvida por mulhe-
res. O casamento re-
presentava uma forma
crucial de suprimento
de trabalho.
THERBORN, Göran.
Sexo e Poder – a fa-
mília no mundo
(1900-2000). Tradu-
ção: Elisabete Dória
Bilac. São Paulo:
Editora Contexto,
2006, p. 200-203.
“O mensageiro disse, jovens,
aqueles de vocês que puderem manter uma
esposa deveriam casar, pois o
casamento evita que vocês olhem
para mulheres estranhas e os
preserva da imoralidade”
da sexualidade huma-
na, que em si mesma
não é vista como ne-
gativa ou inferior ao
celibato. O próprio
profeta era casado,
diferentemente de
Jesus. “O casamen-
to”, disse o profeta,
“é o meu caminho
[sunna]” “O mensa-
geiro disse, jovens,
aqueles de vocês que
puderem manter uma
esposa deveriam ca-
sar, pois o casamento
evita que vocês o-
lhem para mulheres
estranhas e os preser-
va da imoralidade”. O
sexo extramarital,
tanto por homens
quanto por mulheres,
trata-se de um delito
sério. O Corão é mui-
to forte nesse ponto:
“Açoite cem vezes o
homem e a mulher
culpados de adultério
e fornicação, não dei-
xe que sua compaixão
o leve a defendê-los”.
Na tradição confucia-
na, resumida sob este
aspecto pelo Mestre
Meng (Meng-tzu, ou
Mencius 551-479
c.C.), a relação entre
pai e filho é a primei-
ra dos “Cinco Rela-
cionamentos” da vida
humana, e o dever
filial é a virtude prin-
cipal. Mencius listou
esses cinco relacio-
namentos e deu-lhes
seu principal signifi-
cado ético da seguinte
maneira: amor entre
pai e filho, tratamento
justo entre soberano e
súdito, distinção entre
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GGuuaarraappuuaavvaa nnoo 44ºº
SSiimmppóóssiioo
piritualidade, reafirmando
o que Jesus nos prometera.
O Espírito Santo.
Que com Ele faríamos
coisas ainda maiores que o
próprio Cristo. Pede-nos
obediência à palavra de
Deus, não só ouvindo, mas
fazendo o que Ele nos diz.
Dom Antônio, comparou
os leigos, ao mestre Sala
que nas bodas de Caná não
havia percebido a falta do
vinho. Assim somos nós
leigos engajados na Pasto-
ral Familiar quando não
percebemos quando o vi-
nho das famílias está aca-
bando e deixamos de en-
cher as talhas do matrimô-
nio.
Na parte do tarde Dom
Marcos e Dom Augusto
refletiram sobre a família,
falaram da importância de
nos guiarmos com a sabe-
doria do evangelho e dos
ensinamentos do Papa
Francisco. Não esquecen-
do que desse Simpósio
também sairá material para
ser levado ao Sínodo que
acontecerá em Roma em
Outubro.
O encerramento foi mar-
cado com uma caminhada
luminosa em oração em
prol das famílias, uma
corrente de oração contra
a legalização do aborto
que caminha em passos
largos, terminando com a
Santa Missa na Basílica
Nacional de Aparecida.
Gerson e Dalva Coordenadores Diocesanos
Pastoral Familiar
Diocese de Guarapuava
O 4°Simpósio Nacional das
Famílias, se deu este ano,
em Aparecida, no dia 24 de
maio, debaixo do olhar
abençoado da nossa queri-
da mãe, onde se reuniu a
Pastoral Familiar de todo o
Brasil, ou seja, com repre-
sentantes de todo o Brasil.
A Diocese de Guarapuava
marcou presença com a
participação de mais de 40
casais, onde estivemos de
olhos e ouvidos atentos
para absorver o máximo do
que os bispos da nossa
Igreja tinham a nos passar
de metas e direções a se-
rem tomadas pela Pastoral
Familiar.
Tivemos a presença do
casal coordenador nacional
da Pastoral Familiar, Ro-
que e Verônica, do cardeal
Raimundo Damasceno
Assis, Dom João Carlos
Petrini, presidente da Co-
missão Episcopal Pastoral
para Vida e Família da
CNBB, Dom José Antônio
Peruzzo, bispo de Palmas-
Francis-co Beltrão e da
poetiza Adélia Prado.
No período da manhã ti-
vemos as boas vindas do
casal coordenador da Pas-
toral Familiar Roque e
Verônica e depois uma
mesa redonda onde a poeti-
za Adélia Prado emocionou
a plateia com seu testemu-
nho de vida em família,
explicando que mesmo
com conflitos as famílias
precisam estar unidas. Nos
esclareceu que toda a bí-
blia e o cristianismo se
resume em “Amar a Deus
sobre todas as coisas e ao
próximo como a si mes-
mo”. Também deixou claro
que precisamos nos doar as
famílias sem buscar a-
plausos, mas sim, nos espe-
lharmos no anonimato de
Maria.
Na sequencia experimen-
tamos o grande carisma e
simpatia de Dom Antônio
Peruzzo falando sobre es-
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fruto do ato especí-
fico do amo conju-
gal de seus pais, e
também o direito de
ser respeitado co-
mo pessoa desde o
momento de sua
concepção” (CDF,
instr. Donum vitae,
II, 8).
O Evangelho mos-
tra que a esterilida-
de física não é um
mal absoluto. Os
esposos que, de-
pois de terem esgo-
Bispo Referencial
Dom Orlando Brandes
Arcebispo de Londrina [email protected]
Casal coordenador
Jorge Luis Bovo e
Sandra Regina P.Bovo
Diocese de Apucarana [email protected]
[email protected] [email protected]
Assessor Regional
Diác. Juares C. Krum
Diocese de União da Vitória [email protected]
PRIORIDADE:
EVANGELIZAÇÃO
DAS FAMÍLIAS
Com seis destaques:
Catequese Grupos de Reflexão Pais e Filhos Espiritualidade
Conjugal Juventude Noivos
O DOM DO FILHO O filho não é algo
devido, mas um
dom. O “dom mais
excelente do ma-
trimônio” é uma
pessoa humana. O
filho não pode ser
considerado como
objeto de proprie-
dade, a que condu-
ziria o reconheci-
mento de um pre-
tenso “direito ao
filho”. Nesse cam-
po, somente o filho
possui verdadeiros
direitos: o “de ser o
tado os recursos
legítimos da medi-
cina, sofrerem de
infertilidade unir-se-
ão à Cruz do Se-
nhor, fonte de toda
fecundidade espiri-
tual. Podem mos-
trar sua generosi-
dade adotando cri-
anças desampara-
das ou prestando
relevantes serviços
em favor do próxi-
mo.
CIC nº 2378-9
2014/2016