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Dom Orlando Brandes Arcebispo de Londrina e Bispo Referencial da Pastoral Familiar do Regional Sul 2/ CNBB Nesta Edição 01 Harmonia Conjugal e Familiar 02 Guenka foi para a Casa do Pai 03 Coordenação da CRPF faz sua 2ª reunião do ano em Foz do Iguaçu 05 Catequese do Papa Francisco: Confissão e Unção dos Enfermos. 09 4º Simpósio Nacional da Família 15 Retiro no Decanato Laranjeiras 16Palmas/Francisco Beltrão na 6ª Peregrinação 17 Os significados do casamento 20Guarapuava no 4º Simpósio 21 O dom do filho H a r m o n i a C o n j u g a l e F a m i l i a r Desde o princípio o Criador programou o homem e a mulher para ser "uma só carne" (Gen 2,24), crescer, multiplicar- se, como imagem e semelhança da comunidade divina. O matrimônio é definido pela Igreja como "comunidade de vida e de amor". Eis o fundamento da harmonia conjugal, que se expressa em outras harmonias como veremos. l . Harmonia econômica. Apego material, ambição, ganância, gera miséria humana, espiritual e moral. Não esbanjar e não ser mão fechada, diz o bom senso. Os filhos devem assumir trabalhos em casa. Receber tudo de mão- beijada é prejudicial. Pais que só lembram o lado econômico e esquecem o afetivo e religioso, prejudicam a família. Não se compensa a ausência física com presentes nem com liberdade total. A tarefa de educar não é só da mãe, da babá, da creche, etc. O sucesso profissional e econômico não garante a felicidade dos filhos. Brigar por causa de herança não vale a pena. Enriquecer e perder o sono e a paz, é falsa felicidade. 2. Harmonia temperamental. Sem esta harmonia, as raivas, as grosserias, as agressões, a indiferença, as brigas se sucedem a cada instante. Não gritar, não fechar-se, mas dialogar, compreender, perdoar, tolerar e ajudar o outro a crescer, eis o caminho da harmonia. "Faças aos outros o que queres que te façam a ti". É a lei de ouro. Não vale culpar os outros, mas usar de auto-crítica. Quando um não quer, dois não brigam. Casar-se com o jeito do outro com suas limitações e ajudá-lo a ser mais, a amadurecer, é uma das finalidades do casamento. É ser uma só carne no nível temperamental. 3. Harmonia cultural. Não humilhar o cônjuge, mas sempre promovê- lo. Respeitar seus interesses, valorizar seus gostos e dar oportunidade para o outro fazer o que gosta. Não ter inveja nem sentir-se inferiorizado. Sem harmonia cultural não há diálogo, mas distância, silêncio, indiferença, humilhações. Troca- se o lar pelo bar, pelo esporte, ou por outro "amor". Casar é ajudar o outro a ser mais. Um ser mestre do outro. Cônjuge é quem sabe conjugar, carregar o jugo junto com o outro.

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Page 1: CNBB REGIONAL SUL 2 Harmonia Conjugal e Familiar · PDF file... já sem vida, nos braços da espo-sa. Seu filho Marcos foi atingido por ... no Senhor Jesus com o Pai e com os ir-

Dom Orlando Brandes

Arcebispo de Londrina e Bispo Referencial da Pastoral

Familiar do Regional Sul 2/ CNBB

Nesta Edição

01 – Harmonia Conjugal e Familiar

02 – Guenka foi para a Casa do Pai

03 – Coordenação da CRPF faz sua 2ª reunião do ano em Foz do Iguaçu

05 – Catequese do Papa Francisco: Confissão e Unção dos Enfermos.

09 – 4º Simpósio Nacional da Família

15 – Retiro no Decanato Laranjeiras

16– Palmas/Francisco Beltrão na 6ª Peregrinação

17 – Os significados do casamento

20– Guarapuava no 4º Simpósio

21 – O dom do filho

BOLETIM ON LINE

Junho de 2014

Ano VII

CNBB – REGIONAL SUL 2

Harmonia Conjugal e

Familiar Desde o princípio o

Criador programou o

homem e a mulher

para ser "uma só

carne" (Gen 2,24),

crescer, multiplicar-

se, como imagem e

semelhança da

comunidade divina. O

matrimônio é definido

pela Igreja como

"comunidade de vida

e de amor". Eis o

fundamento da

harmonia conjugal, que

se expressa em outras

harmonias como

veremos.

l . Harmonia

econômica. Apego

material, ambição,

ganância, gera miséria

humana, espiritual e

moral. Não esbanjar e

não ser mão fechada,

diz o bom senso. Os

filhos devem assumir

trabalhos em casa.

Receber tudo de mão-

beijada é prejudicial.

Pais que só lembram

o lado econômico e

esquecem o afetivo e

religioso, prejudicam

a família. Não se

compensa a ausência

física com presentes

nem com liberdade

total. A tarefa de

educar não é só da

mãe, da babá, da

creche, etc. O sucesso

profissional e

econômico não

garante a felicidade

dos filhos. Brigar por

causa de herança não

vale a pena.

Enriquecer e perder o

sono e a paz, é falsa

felicidade.

2. Harmonia

temperamental. Sem esta harmonia,

as raivas, as

grosserias, as

agressões, a

indiferença, as brigas

se sucedem a cada

instante. Não gritar,

não fechar-se, mas

dialogar,

compreender,

perdoar, tolerar e

ajudar o outro a

crescer, eis o caminho

da harmonia. "Faças

aos outros o que

queres que te façam

a ti". É a lei de ouro.

Não vale culpar os

outros, mas usar de

auto-crítica. Quando

um não quer, dois

não brigam. Casar-se

com o jeito do outro

com suas limitações e

ajudá-lo a ser mais, a

amadurecer, é uma

das finalidades do

casamento. É ser uma

só carne no nível

temperamental.

3. Harmonia

cultural. Não

humilhar o cônjuge,

mas sempre promovê-

lo. Respeitar seus

interesses, valorizar

seus gostos e dar

oportunidade para o

outro fazer o que

gosta. Não ter inveja

nem sentir-se

inferiorizado. Sem

harmonia cultural não

há diálogo, mas

distância, silêncio,

indiferença,

humilhações. Troca-

se o lar pelo bar, pelo

esporte, ou por outro

"amor". Casar é

ajudar o outro a ser

mais. Um ser mestre

do outro. Cônjuge é

quem sabe conjugar,

carregar o jugo junto

com o outro.

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4 Harmonia

sexual. Nada se

deve forçar, impor,

fingir em asunto de

sexo. Por outro lado

não se deve ter

vergonha de falar do

que Deus não teve

vergonha de criar. Em

sexo ninguém é

obrigado a ter sucesso

sempre. É uma área

delicada e a primeira

pessoa a nos ajudar é o

cônjuge que partilha

do mesmo leito.

Buscar ajuda neste

campo é sabedoria e

muitas vezes, a única

solução. O perdão, o

afeto, o humanismo, a

informação, a

espiritualidade muito

contribuem para a

harmonia sexual do

casal.

5. Harmonia

parental. Respeitar

e cultivar amizade

com os familiares e

parentes do outro

cônjuge. A

intromissão de

parentes em nossa

família é coisa

deletéria, mas a entre-

ajuda e bom

entrosamento é uma

bênção. Quem se casa

deve casar-se também

com os parentes do

seu consorte. Na

verdade, as famílias

de ambos se "casam"

entre si. Eis a

harmonia parental. O

contrário será um

verdadeiro inferno.

6. Harmonia

espiritual. Rezar

juntos, ensinar os

filhos a rezar, ler as

Escrituras, frequentar

a Igreja, colaborar

nos trabalhos

pastorais, são alguns

elementos da

harmonia-espiritual.

Uma pessoa muito

religiosa que se casa

com alguém

indiferente,

irreligioso,

irreverente, acaba

perdendo a fé ou

vivendo um divórcio

espiritual, algo

estranho e até

insuportável. A

religião será causa de

discussões e

aborrecimentos,

quando não, de

injustiças. É preciso

casar os espíritos, as

convicções, as almas e

não só os corpos. A

indiferença religiosa

destrói casamentos, já

a harmonia espiritual é

sustentação, remédio,

chave, proteção,

bênção da família.

GGuueennkkaa ffooii ppaarraa aa CCaassaa ddoo PPaaii Eduardo Guenka, nosso irmão de caminhada na Pastoral Familiar, foi morto a tiros no final da tarde deste domingo, 8, no jardim Santa Rosália, na garagem da casa onde também fo-ram baleados seu filho e nora.

Os bombeiros foram acionados às 17h42 para atender as vítimas. Ao che-garem ao local, encontraram o médico psiquiatra Eduardo Guenka, de 75 anos, já sem vida, nos braços da espo-sa. Seu filho Marcos foi atingido por dois disparos no abdome, seria subme-tido a uma cirurgia no Hospital Regio-nal de Sorocaba e não corre risco de morte. A esposa de Marcos, Aline, também foi levada ao Regional, com uma perfuração no ombro, sem gravi-dade.

Casado(a) com MARIA ANGELA ZOLDAN GUENKA, EDUARDO GUENKA deixou os filhos CARLOS EDUARDO 47 ANOS, MARCOS 45 ANOS, RAFAEL 40 ANOS,

FERNANDO 43 ANOS, ELAINE CRISTINA 36 ANOS.

DESCANSE EM PAZ, nos braços de Deus Pai.

À Angela e a toda a família nossas condolên-cias e orações, na certeza da ressurreição do

nosso irmão Guenka e da felicidade plena na vida eterna.

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Participaram, além dos membros da equipe: Gerson Angelo Lorenzi e Elisete Cecheto Lorenzi, Coorde-nadores Arquidio-cesanos da Pastoral Familiar de Casca-vel), Marilde Tasca e Izalnir Tasca, Coordena-dores Diocesanos

CCoooorrddeennaaççããoo ddaa CCRRPPFF ffaazz ssuuaa sseegguunnddaa

rreeuunniiããoo ddoo aannoo,, eemm FFoozz ddoo IIgguuaaççuu--PPRR

Mês de agosto – marque na Agenda

10 a 16 – SNF – Semana Nacional da Família

17 – Assunção de Nossa Senhora

23 e 24 – 3ª reunião da Coordenação da Comissão

Regional da Pastoral Familiar em Campo Mourão

PPAARRTTIICCIIPPAAÇÇÃÃOO Nos dias 17 e 18 de maio, a equipe de Coordenação da CRPF - Comissão Regional da Pasto-ral Familiar (Sul 2) esteve reunida pela segunda vez este ano. Desta feita na paróquia Nossa Se-nhora do Perpétuo Socorro em Foz do Iguaçu.

da Pastoral Fami-liar de Foz do Igua-çu e o padre Ademar Lins, Assessor Eclesiás-tico da Pastoral Familiar da Dioce-se de Foz do Igua-çu.

QQUUEESSTTIIOONNÁÁRRIIOO Sandra e Jorge, Wilton e Cris e José Marques e

Silvana irão elabo-rar um questioná-rio para levanta-mento da realidade das famílias no nosso Regional, a partir de sugestões de toda a equipe de coordenação.

CCOONNGGRREESSSSOO

RREEGGIIOONNAALL A Equipe de coor-denação da CRPF

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começou a discutir os principais itens para a realização do 5º Congresso Regional que, num primeiro mo-mento tem previsão para acontecer em Ponta Grossa, no mês de setembro de 2015. Até a próxima reunião serão defi-nidas as questões relativas ao número de participantes e demais itens de lo-gística, tema etc.

RREEUUNNIIÕÕEESS AANNUUAAIISS Decidido que as reuniões anuais da coordenação da CRPF serão três ao invés de quatro, como tem sido até o presente momento. Elas deverão ocor-rer nos meses de março, julho e no-vembro.

CCEELLEEBBRRAAÇÇÕÕEESS

EEUUCCAARRÍÍSSTTIICCAASS

Os trabalhos de sá-bado foram encer-rados com a cele-bração da Missa presidida por Dom Orlando com a par-ticipação apenas dos presentes na reunião. E, no domingo, as atividades inicia-ram com a partici-pação na Santa Missa presidida por Dom Orlando jun-tamente com a comunidade paro-quial.

FFIINNAANNÇÇAASS Um dos aspectos que impactam nos trabalhos pastorais é a questão finan-ceira, tornando-se, em alguns casos, um peso para os agentes de qualquer pastoral. Na Pasto-ral Familiar não é diferente. Para mi-nimizar ou resolver

esta questão, a e-quipe de coordena-ção está analisando algumas opções.

VVIIDDAA Wilton apresentou a logomarca, justi-ficou a cor predo-minante vermelha para redução de custo com impres-são. Disse que ana-lisou o material repassado na últi-ma reunião e iden-tificou alguns mo-vimentos e encon-tros e que vai en-trar em contato para participar. Pretende fazer uma reunião até 31/08 com os responsá-veis pelo setor para definir a Semana Nacional da Vida.

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episódio do perdão e

da cura do paralítico,

onde o Senhor Jesus

se revela ao mesmo

tempo médico das

almas e dos corpos

(cfr Mc 2,1-12 // Mt

9,1-8; Lc 5,17-26).

1. O Sacramento da

Penitência e da

Reconciliação surge

diretamente do misté-

rio pascal. De fato, na

própria noite de Pás-

coa, o Senhor aparece

aos discípulos, fecha-

dos no cenáculo, e

depois de ter dirigido

a eles a saudação “A

paz esteja convosco”,

soprou sobre eles e

disse: “Recebeis o

Espírito Santo. Àque-

les a quem perdoardes

os pecados, ser-lhes-

ão perdoados” (Jo

20,21-23). Esta pas-

sagem nos revela a

dinâmica mais pro-

funda que está conti-

da neste Sacramento.

Antes de tudo, o fato

de que o perdão dos

nossos pecados não é

algo que podemos dar

a nós mesmos. Eu não

posso dizer: perdoo

os meus pecados. O

perdão se pede, se

pede a uma outra pes-

soa e na Confissão

pedimos o perdão a

Jesus. O perdão não

é fruto dos nossos

esforços, mas é um

presente, é um dom

do Espírito Santo,

que nos enche com a

misericórdia e a gra-

ça que surge inces-

santemente do cora-

ção aberto de Cristo

crucificado e ressus-

citado. Em segundo

lugar, recorda-nos

que somente se nos

deixamos reconciliar

no Senhor Jesus com

o Pai e com os ir-

mãos podemos estar

verdadeiramente na

paz. E todos senti-

mos isso no coração

quando vamos con-

fessar-nos, com um

peso na alma, um

pouco de tristeza; e

quando recebemos o

perdão de Jesus es-

tamos em paz, com

aquela paz da alma

tão bela que somente

Jesus pode dar, so-

mente Ele.

2. No tempo, a cele-

bração deste Sacra-

mento passou de uma

forma pública – por-

que no início se fazia

publicamente – àque-

la pessoal, à forma

reservada da

Confissão. Isto, po-

rém, não deve fazer

CONFISSÃO

O Sacramento da Reconciliação é

um Sacramento de cura. Quando eu

vou confessar-me é para curar-me,

curar a minha alma, curar o

coração e algo que fiz e não foi

bom. O ícone bíblico que o

exprime melhor, em sua profunda

ligação, é o episódio do

perdão e da cura do paralítico, onde o Senhor Jesus se revela ao mesmo

tempo médico das almas e dos

corpos

Através dos Sacra-

mentos da iniciação

cristã, o Batismo, a

Confirmação e a Eu-

caristia, o homem

recebe a vida nova

em Cristo. Agora,

todos sabemos disso,

nós levamos essa vida

“em vasos de barro”

(2 Cor 4, 7), ainda

estamos sujeitos à

tentação, ao sofri-

mento, à morte e, por

causa do pecado, po-

demos até mesmo

perder a nova vida.

Por isto o Senhor

Jesus quis que a Igre-

ja continuasse a sua

obra de salvação

também através dos

próprios membros,

em particular o Sa-

cramento da reconci-

liação e aquele da

Unção dos enfermos,

que podem ser unidos

sob o nome de

“Sacramentos da

cura”. O Sacramento

da Reconciliação é

um Sacramento de

cura. Quando eu vou

confessar-me é para

curar-me, curar a mi-

nha alma, curar o

coração e algo que fiz

e não foi bom. O íco-

ne bíblico que o ex-

prime melhor, em sua

profunda ligação, é o

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perder a matriz ecle-

sial, que constitui o

contexto vital. De

fato, é a comunidade

cristã o lugar no qual

se torna presente o

Espírito, o qual reno-

va os corações no

amor de Deus e faz

de todos os irmãos

uma só coisa, em

Cristo Jesus. Eis en-

tão porque não basta

pedir perdão ao Se-

nhor na própria mente

e no próprio coração,

mas é necessário con-

fessar humildemente

e com confiança os

próprios pecados ao

ministro da Igreja. Na

celebração deste Sa-

cramento, o sacerdote

não representa so-

mente Deus, mas toda

a comunidade, que se

reconhece na fragili-

dade de cada um de

seus membros, que

escuta comovida o

seu arrependimento,

que se reconcilia com

ele, que o encoraja e

o acompanha no ca-

minho de conversão e

amadurecimento cris-

tão. Alguém pode

dizer: eu me confesso

somente com Deus.

Sim, você pode dizer

a Deus “perdoa-me”,

e dizer os teus peca-

dos, mas os nossos

pecados são também

contra os irmãos, con-

tra a Igreja. Por isto é

necessário pedir per-

dão à Igreja, aos ir-

mãos, na pessoa do

sacerdote. “Mas, pa-

dre, eu me envergo-

nho…”. Também a

vergonha é boa, é

saudável ter um pou-

co de vergonha, por-

que envergonhar-se é

saudável. Quando

uma pessoa não tem

vergonha, no meu

país dizemos que é

um “sem vergonha”:

um “sin verguenza”.

Mas também a vergo-

nha faz bem, porque

nos faz mais humildes

e o sacerdote recebe

com amor e com ter-

nura esta confissão e

em nome de Deus

perdoa. Também do

ponto de vista huma-

no, para desabafar, é

bom falar com o ir-

mão e dizer ao sacer-

dote estas coisas, que

são tão pesadas no

meu coração. E al-

guém sente que desa-

bafa diante de Deus,

com a Igreja, com o

irmão. Não ter medo

da Confissão! Al-

guém, quando está na

fila para confessar-se,

sente todas estas coi-

sas, também a vergo-

nha, mas depois

quando termina a

Confissão sai livre,

grande, belo, perdoa-

do, purificado, feliz.

É este o bonito da

Confissão! Eu gosta-

ria de perguntar-vos –

mas não digam em

voz alta, cada um

responda no seu cora-

ção – quando foi a

última vez que você

se confessou? Cada

um pense… São dois

dias, duas semanas,

dois anos, vinte anos,

quarenta anos? Cada

um faça as contas,

mas cada um diga a

si mesmo: quando foi

a última vez que eu

me confessei? E se

passou tanto tempo,

não perder um dia a

mais, vá, que o sa-

cerdote será bom. É

Jesus ali, e Jesus é o

melhor dos sacerdo-

tes, Jesus te recebe,

recebe-te com tanto

amor. Seja corajoso e

vá à Confissão!

3. Queridos amigos,

celebrar o Sacramen-

to da Reconciliação

significa ser envolvi-

do em um abraço

caloroso: é o abraço

da infinita misericór-

dia do Pai. Recorde-

mos aquela bela, bela

parábola do filho que

foi embora de sua

casa com o seu di-

nheiro da herança;

gastou todo o dinhei-

ro e depois quando

não tinha mais nada

decidiu voltar pra

casa, não como filho,

mas como servo.

Tanta culpa tinha em

seu coração e tanta

vergonha. A surpresa

foi que quando co-

meçou a falar, a pe-

dir perdão, o pai não

o deixou falar, abra-

çou-o, beijou-o e fez

festa. Mas eu vos

digo: toda vez que

nós nos confessamos,

Deus nos abraça,

Deus faz festa! Va-

mos adiante neste

caminho. Que Deus

vos abençoe!

CONFISSÃO

Queridos amigos,

celebrar o

Sacramento da

Reconciliação

significa ser

envolvido em um

abraço caloroso:

é o abraço da

infinita

misericórdia

do Pai.

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Crisma da Quinta-Feira Santa, propri-amente em vista da Unção dos enfer-mos. O vinho, em

vez disso, é sinal do amor e da graça de Cristo que surge da doação de sua vida por nós e se exprimem em toda a sua riqueza na vida sacramental da Igreja. Enfim, a pessoa que sofre é confiada a um hos-pedeiro, a fim de que possa continu-ar a cuidar dele, sem poupar despe-sas. Ora, quem é este hospedeiro? É a Igreja, a comuni-dade cristã, somos nós, aos quais, to-dos os dias, o Se-nhor Jesus confia aqueles que estão aflitos, no corpo e no espírito, para que possamos con-tinuar a derramar sobre eles, sem medida, toda a Sua misericórdia e a Sua salvação.

2. Este mandado é confirmado de mo-do explícito e preci-so na Carta de Tia-go, onde recomen-da: “Está alguém enfermo? Chame os sacerdotes da Igreja, e estes fa-çam oração sobre ele, ungindo-o com óleo em nome do Senhor. A oração da fé salvará o en-fermo e o Senhor o restabelecerá. Se

ele cometeu peca-dos, ser-lhes-ão perdoados” (5, 14-15). Trata-se então de uma prática que já estava em vigor no tempo dos a-póstolos. Jesus, de fato, ensinou aos seus discípulos a ter a sua mesma predileção pelos doentes e pelos que sofrem e transmitiu a eles a capacidade e a tarefa de continuar difundindo em seu nome e segundo o seu coração alívio e paz, através da graça especial de tal sacramento. Isso, porém, não nos deve levar a uma busca obses-siva pelo milagre ou na presunção de poder obter sempre e seja co-mo for a cura. Mas é a segurança da proximidade de Jesus ao doente e também ao idoso, porque todo idoso, toda pessoa com mais de 65 anos, pode receber este Sacramento, me-diante o qual é o próprio Jesus que se aproxima.

3. Mas quando há um doente às ve-zes se pensa: “chamemos o sa-cerdote para que venha”; “Não, pois traz má sorte, não o chamemos”, ou “depois assusta o

UNÇÃO DOS

ENFERMOS

Trata-se então de uma prática que já

estava em vigor no tempo dos

apóstolos. Jesus, de fato, ensinou

aos seus discípulos a ter a

sua mesma predileção pelos doentes e pelos

que sofrem e transmitiu a eles a capacidade e

a tarefa de continuar

difundindo em seu nome e segundo o seu coração alívio e paz, através da graça especial de tal sacramento.

Hoje gostaria de falar a vocês do Sacramento da Unção dos Enfer-mos, que nos per-

mite tocar com a mão a compaixão de Deus pelo ho-mem. No passado, era chamado “Ex-trema unção”, por-que era entendido como conforto espi-ritual na iminência da morte. Falar, em vez disso, de “Un-ção dos enfermos” ajuda-nos a alargar o olhar à experiên-cia da doença e do sofrimento, no hori-zonte da misericór-dia de Deus.

1. Há um ícone bí-blico que exprime em toda a sua pro-fundidade o misté-rio que transparece na Unção dos en-fermos: é a pará-

bola do “bom sama-ritano”, no Evan-gelho de Lucas (10, 30-35). Toda vez que celebramos tal sacramento, o Se-nhor Jesus, na pessoa do sacerdo-te, faz-se próximo a quem sofre e está gravemente doente, ou idoso. Diz a pa-rábola que o bom samaritano cuida do homem sofredor derramando sobre suas feridas óleo e vinho. O óleo nos faz pensar naquele que é abençoado pelo bispo todos os anos, na Missa do

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doente”. Por que se pensa isso? Porque há um pouco a i-deia de que depois do sacerdote che-gam os ritos fune-rais. E isto não é verdade. O sacer-dote vem para aju-dar o doente ou o idoso; por isto é tão importante a visita dos sacerdotes aos doentes. É preciso chamar o sacerdote junto ao doente e dizer: “venha, dê-lhe a unção, aben-çoe-o”. É o próprio Jesus que chega para aliviar o doen-te, para dar-lhe for-ça, para dar-lhe esperança, para ajudá-lo; também para é belíssimo! E não é preciso pen-sar que isto seja

um tabu, porque é sempre bonito sa-ber que no momen-to da dor e da do-ença nós não es-tamos sozinhos: o sacerdote e aque-les que estão pre-sentes durante a Unção dos enfermos repre-sentam de fato toda a comunidade cris-tã que, como um único corpo, se re-úne em torno de quem sofre e dos familiares, alimen-tando nesse a fé e a esperança, e a-poiando-lhe com a oração e o calor fraterno. Mas o conforto maior vem do fato de que ao tornar-se presente no Sacramento é o próprio Jesus que

nos toma pela mão, acaricia-nos como fazia com os doentes e nos re-corda que lhe per-tencemos e que nada – nem o mal e a morte – poderá nos separar Dele. Temos este hábito de chamar o sa-cerdote para que venha aos nossos doentes – não digo doentes de gripe, de três, quatro di-as, mas quando é uma doença séria – e também aos nossos idosos e dê a eles este Sacra-mento, este confor-to, esta força de Jesus para seguir adiante? Façamos isso!

UNÇÃO DOS

ENFERMOS

O sacerdote vem para ajudar o

doente ou o idoso; por isto é tão

importante a visita dos sacerdotes aos doentes. É

preciso chamar o sacerdote junto ao

doente e dizer: “venha, dê-lhe

a unção, abençoe-o”.

Os Sacramentos são sinais comunicadores da graça divina. O

Cristianismo não é apenas uma filosofia religiosa, mas é uma

união com o próprio Deus, da maneira como Ele estabeleceu,

especialmente pelos Sete Sacramentos. Todo Sacramento é um

sinal, que não apenas assinala, mas que realiza o que assinala.

Os Sacramentos dão continuidade à santíssima humanidade de

Nosso Senhor Jesus Cristo.

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Boas-vindas

Padre Rafael Fornasier ,

assessor nacional da Co-missão Episcopal Pasto-

ral para a Vida e a Famí-

lia,deu as boas-vindas. Em seguida foi composta

a mesa de abertura do

Simpósio: Dom

Raymundo Damasceno, Dom João Carlos Petrini

e o casal coordenador

nacional da Pastoral Fa-miliar, Roque e Verônica

Rhoden.

Dom Raymundo Damas-ceno ressaltou que o

Simpósio e a Peregrina-

ção Nacional mostram

nossa fé no valor da fa-mília e se inserem no

contexto da preparação

para o Sínodo com a Assembleia Extraordiná-

ria em outubro de 2014 e

a Assembleia Ordinária em 2015com os temas

das ações pastorais da

Igreja para com a Famí-

lia. Lembrou de São João Paulo II que afirmou

que o futuro da humani-

dade e da Igreja passam pela família, pois ela é a

4º Simpósio Nacional da Família

fronteira da Nova Evan-gelização.

Com base no tema do

simpósio “Família:

Caminhar com a Luz de

Cristo e a Sabedoria do

Evangelho”, Dom Ray-

mundo disse que pela vida e pela palavra, a

família é a educadora

fundamental da socieda-de. E, por último, rezou

para que Sagrada Família

nos acompanhe, especi-

almente nesta caminhada para o Sínodo a fim de

que dê muitos frutos.

Dom João Carlos Petrini invocou a proteção da

Virgem Maria sobre to-das as famílias que são

tão agredidas por forças

que tentam destruí-la.

Rogou que sempre mais saibamos encontrar as

razões pelas quais ama-

mos e defendemos a fa-mília: “Vemos um mundo

cada vez mais desumano,

uma desumanidade que atinge a família com

violências e brutalidades,

até manifestações de

protestos na humanidade em que depredações se

tornam válidas para de-

fender interesses de cer-tos grupos. Vale tudo e

Deus acaba sendo igno-

rado. Queremos pregar o caminho da paz. Da

verdadeira sabedoria

que vem do Evangelho,

para que possamos pro-pagar o amor, o amor

que chega ao sacrifício,

que se doa para o bem do outro.”, proclamou o

presidente da Comissão

Episcopal Pastoral para a Vida e a Família.

O casal coordenador

Nacional – Roque e Ve-

rônica –, deu as boas-vindas a todos os presen-

tes e lembrou da nossa

responsabilidade de le-varmos as reflexões aqui

feitas para nossas dioce-

ses.

1ª Exposição

O casal coordenador

Roque e Verônica fez a

primeira reflexão sobre o

tema central do simpó-sio:

“Família: Caminhar

com a Luz de Cristo e a

Sabedoria do Evange-

lho”

Não podemos viver so-mente com aquilo que o

mundo nos oferece, é

preciso buscar algo

mais, que alimente nossa espiritualidade. Mas o

que é a luz de Cristo e

como aplicar esta reali-dade na minha família?

A luz é a energia e a

influência divina que nos

chega por Cristo que dá luz e vida a todas as

coisas. A luz de Cristo

procede da presença de Deus, é a luz que dá vida

a todas as coisas. Esse

poder é uma influência benéfica em todas as

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nós nos tornamos Luz. Assim como a lua reflete

a luz do sol, também nós

devemos refletir a luz de

Cristo (cf. Mt 5,15). A luz que temos dentro de

nós não é para ser es-

condida timidamente, mas para ser oferecida

aos outros para que

também eles possam ser inundados por ela. Ser

luz é ser testemunho de

que uma vida com Cristo

vale a pena e é mais feliz. A igreja tem a mis-

são de iluminar a todos

os povos com essa luz, que deve resplandecer

sobre seu rosto.

Para melhor entender-

mos a sabedoria do Evangelho, comecemos

por Jo 1:

“No princípio era o Ver-bo, e o Verbo estava

junto de Deus e o Verbo

era Deus. Ele estava junto de Deus no princí-

pio. Tudo foi feito por

ele, e sem ele nada foi

feito. A luz resplandece nas trevas, e as trevas

não a compreenderam.

Este veio como testemu-nha, para dar testemu-

nho da luz, a fim de que

todos cressem por meio dele. [O Verbo] era a

verdadeira luz que, vindo

ao mundo, ilumina todo

homem. Veio para o que era seu, mas os seus não

o receberam. Os quais

não nasceram do sangue, nem da vontade da car-

ne, nem da vontade do

homem, mas sim de Deus. João dá testemunho dele,

e exclama: Eis aquele de

quem eu disse: O que vem depois de mim é

maior do que eu, porque

existia antes de mim. Pois a lei foi dada por

Moisés, a graça e a ver-

dade vieram por Jesus

Cristo.”

Essa é a teologia joani-

na: o Deus absoluto junto

ao qual encontro sua Palavra, o Filho. A luz

resplandece nas trevas e

as trevas, mesmo que sejam grandes, são sem-

pre vencidas pela luz. Se

a vida é a luz dos ho-

mens, então, as trevas são a morte. Compreen-

demos, assim, que a vida

sempre prevalecerá sobre a morte. Tudo provém de

Deus. Ef 4,5: Deus é a

substância única de todas

as coisas, porque tudo o que existe, existe em

Deus.”. A vida é a mani-

festação da divindade de Deus e do seu amor. Nes-

te simpósio viemos não

somente para rezar, mas para refletirmos sobre

nossa caminhada e como

a luz de Cristo pode ilu-

minar nossa caminhada. Diante dos desafios da

vida em família é uma

ilusão viver sem Deus.

Não adianta a humani-

dade desenvolver-se tec-

nologicamente, mas pre-cisa se fortalecer no

amor. Esse evento possi-

bilita a visibilidade de

todos nós que acredita-mos que a família é dom

de Deus e base da huma-

nidade. A melhor forma de denunciar é anunciar.

Nossa função e missão

como Pastoral Familiar

é de enaltecer as famí-lias, estejam como estive-

rem, sem preconceitos.

A primeira e mais bonita família é a Trindade

Santa, que se reúne para

criar o homem e a mu-lher e proclama que isto

era “muito bom”. A fa-

mília perpetua a imagem e semelhança de Deus.

Pela família o verbo se

tornou carne. Por isso,

precisamos de uma Pas-

toral Familiar inteligen-

te e corajosa. O amor

entre um homem e uma mulher é o que mais se

aproxima do amor divi-

no. É dele que nascemos. Numa das pinturas do

Santuário, logo após o

nicho de Nossa Senhora,

podemos aprender que devemos ficar atentos à

presença do Cristo Luz e

nos deixarmos envolver por sua misericórdia.

2ª Exposição

A seguir a escritora

Amélia Prado deu seu testemunho pessoal e

também sua experiência

no Movimento Familiar

Cristão na década de 60:

Há um senso universal

de que todas as pessoas

querem ser felizes. Não podemos atuar nas famí-

lias se não levarmos em

conta cada pessoa que a constitui. Até as famílias

cristãs são postas à pro-

va pelo mundo de forma

cruel, pela perda dos valores. Não podemos

“jogar sal sobre carne

podre” – a família preci-sa de uma profunda re-

novação. A resposta para

tal missão está na Pala-vra de Deus, especial-

mente nos Evangelhos.

É interessante notar que

Jesus nunca se dirigiu especificamente às famí-

lias, mas, sim, às pesso-

as, ou seja, era um con-

criaturas e leva todas as pessoas a descobrirem o

Evangelho. Nas Escritu-

ras a luz de Cristo nos

leva a entrarmos na presença de Deus. Jesus

se declara a luz do Mun-

do. Onde, hoje, estamos precisando desta luz?

Eu mesmo sou luz em

todos os ambientes em que vivo? Escolhemos e

acolhemos a luz de Cris-

to. Deixemos esta luz

entrar em nossos cora-ções. Em Mt 5,13, Jesus

nos convida a sermos sal

da terra e luz do mundo. A luz é crucial em nossas

vidas e não nos sentimos

muito bem na escuridão.

São muitas as histórias de medo e insegurança:

ficamos receosos no

escuro, andamos com dificuldade ou até nos

paralisamos. Mas a par-

tir do momento em que acendemos a luz, o te-

mor desaparece e nos

movimentamos com des-

treza. A luz é este símbo-lo poderoso do que é

Deus (cf. I Jo 1, 5). Jesus

é a vitória da luz sobre as trevas, da vida sobre

a morte. As trevas ao

longo da Sagrada escri-tura representam a rup-

tura do homem com a

presença de Deus pelo

pecado. Só a luz tranqui-liza e santifica o ser

humano. Precisamos da

Luz do Evangelho, da proposta de Jesus. Ao

reconhecer isso, também

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A família não pode dele-gar sua função educativa

a terceiros... A nossa

maior peregrinação co-

meça dentro de casa, no sairmos de nós mesmos,

e irmos ao encontro do

outro. Cito o seguinte poema:

Casamento

Há mulheres que dizem:

Meu marido, se quiser pescar, pesque,

mas que limpe os peixes.

Eu não. A qualquer hora da noite

me levanto,

ajudo a escamar, abrir,

retalhar e salgar. É tão bom, só a gente

sozinhos na cozinha,

de vez em quando os cotovelos se esbarram,

ele fala coisas como

"este foi difícil"

"prateou no ar dando rabanadas" e faz o gesto

com a mão.

O silêncio de quando nos vimos a primeira vez

atravessa a cozinha co-

mo um rio profundo. Por fim, os peixes na

travessa, vamos dormir.

Coisas prateadas espo-

cam: somos noivo e noi-va. (Texto extraído do livro

"Adélia Prado - Poesia

Reunida", Ed. Siciliano -

São Paulo, 1991, pág. 252)

Quando não há presen-

ça, não há atenção real.

A mulher que não se

abrir para o seu papel feminino, sua família não

terá bom futuro. O mari-

do pode e deve ajudar, mas não podem se inver-

ter completamente. O

marido “bonzinho” não

me afirma como mulher. Precisamos de maridos

bons! Não que sejam

machões, mas que te-nham o seu “lado femi-

nino” bem resolvido. É

claro que haverá confli-

tos e eles são necessá-

rios para que os pontos

negativos venham à tona e que tudo se renove. Os

afetos e os amores pre-

cisam ser reais. Amar é o principal: a Deus so-

bre todas as coisas e ao

próximo como a si mes-mo. Parece simples, mas

é a morte do ego.

3ª Exposição

A terceira exposição sobre a espiritualidade

na família ficou por

conta do bispo da dioce-

se de Palmas/Francisco Beltrão Dom José

Antonio Peruzzo:

Pela leitura do milagre das Bodas de Caná,

pensemos na palavra

espiritualidade. O ho-mem bíblico não enten-

dia cientificamente os

mecanismos da respira-

ção, mas sabia que se não respirarmos, morre-

remos. Em grego e em

aramaico, o espírito é o

ar, é o oxigênio de Deus que nos dá a vida. A vida

que Deus vive também

pode viver em nós. Isto é verdadeiramente espiritu-

alidade. O ar de Deus

deveria entrar dentro da minha vida e impregnar

todas as minhas ações e

inspirações.

Jo 1, 43: “No dia seguin-te...” Jo 1, 35 “ No dia

seguinte...” 1, 29: “No

dia seguinte..” E no texto de Jo 2: No terceiro dia,

houve uma festa de casa-

mento em Caná da Gali-léia.”

Quando o homem e a

mulher foram criados isso

aconteceu no sexto dia. Quando Jesus começa sua

missão ele cria um novo

homem.

“E lá se encontrava a

mãe de Jesus. Também

Jesus foi convidado para

a festa junto com seus

tato bem personalizado.

Lembremos os exemplos dos encontros com

Zaqueu, no choro sobre

Jerusalém, com a Sama-

ritana, com o casal das Bodas de Caná, a pesca

milagrosa com Pedro, a

hemorroíssa... em todos estes casos Jesus estava

inteiramente atento à

pessoa do outro. Jesus personaliza a compai-

xão. Isso reflete uma

compaixão quase femi-

nina da personalidade de Cristo. Sem essa

compaixão é impossível

restaurar a família, e temos que começar pelas

nossas próprias famílias!

Isso é amor, salvação e

cura de doenças, de re-lações. Sem esse passo

não há pastoral ou psi-

cologia que dê conta.

Reforçar bem os papéis

de cada um. Por exem-

plo, o da mulher de ser-vir no anonimato, assim

como faz o Espírito San-

to:“Espírito de Deus,

enviai dos céus um raio de luz! Vinde, Pai dos

pobres, dai aos corações

vossos sete dons.Consolo que acalma, hóspede da

alma, doce alívio, vinde!

No labor descanso, na aflição remanso, no ca-

lor aragem. Sem a luz

que acode, nada o ho-

mem pode, nenhum bem há nele. Ao sujo lavai,

ao seco regai, curai o

doente.Dobrai o que é duro, guiai no escuro, o

frio aquecei. Dai à vossa

Igreja, que espera e de-

seja, vossos sete dons. Dai em prêmio ao forte

uma santa morte, alegria

eterna! Enchei, luz ben-dita, chama que crepita,

o íntimo de nós!”

(Sequência da Missa do Espírito Santo)

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lhes falado. Eles ouviram

e agiram com toda dis-posição.

“Disse-lhes então: levai-

a ao mestre de cerimô-nia. E eles levaram. O

mestre de cerimônia

provou a água transfor-

mada em vinho e não sabia de onde viera,

embora os serventes

soubessem. Ele chamou o noivo e disse: É costu-

me servir primeiro o

vinho bom e depois que os convidados já estão

embriagados servir o

vinho menos bom. Mas

tu guardaste o vinho melhor até agora.”

Reparem que o mestre de

cerimônia que era o responsável pela festa

nem havia percebido que

o vinho faltara... Não podemos deixar que nos

passem despercebidos

em nossa vida familiar

as faltas de amor. “Des-te modo iniciou Jesus em

Caná da Galiléia os seus

sinais. Manifestou a sua glória e seus discípulos

começaram a crer nele.”

É nas talhas da purifica-

ção, ou seja, na conver-são que as verdadeiras

transformações aconte-

cem. É lá dentro, lá no fundo que precisa haver

mudança. Jesus se mani-

festou neste prodígio que é mais do que simples-

mente material (água

transformada em vinho).

Pensemos em uma placa que me envia a um desti-

no: como o sinal que me

envia para uma realidade

ainda mais grandiosa. Jesus manifestou a sua

glória – não no sentido

de grandeza triunfalística – mas, sim, o seu amor.

Ele manifestou o quanto

amava o povo. Amar

sempre em primeiro lu-gar, sem sermões ou pu-

nições. Primeiro, amar!

E então os discípulos creram... se nos amarmos

e se vivermos o amor,

principalmente onde parece impossível, é que

os outros crerão em

Deus.

Este milagre acontece numa família que já co-

meça vivendo a dor, por-

que o amor dói... E nin-guém se converte se não

passa por essa dor do

amor. Quando cuidamos mais da nossa espiritua-

lidade amamos mais, nos

queixamos menos... por-

que é o Espírito que nos move! Vento parado não

existe e nem se pode

frear seu movimento. “Fazei tudo o que eles

vos disser” é fundamen-

tal para a espiritualidade

matrimonial e familiar.

Como seria bom ouvir o

que Deus tem a nos dizer através da leitura orante

da Palavra de Deus vivida

em família. Assim, não faltará vinho no casamen-

to.

A tarde começou com a

apresentação musical do PEMSA – Programa de

Educação Musical do

Santuário de Aparecida, com diversas obras consa-

gradas da música popular

e religiosa nacional e in-ternacional, como "Roma-

ria" e "Panis Angelicus".

4ª Exposição

Dom Piatek apresentou o

instrumento de trabalho do Sínodo, que foi lançado

em 9 de maio. Contém três

partes e 116 parágrafos. A primeira parte trata do

anúncio do Evangelho

para a Família no mundo

contemporâneo, a segunda fala sobre a Pastoral Fami-

liar e seus desafios e a

terceira parte sobre a aber-tura à vida.

A introdução explica so-

bre o Sínodo que aconte-

cerá sobre a família e que

discípulos.”

O casamento se tornou retrato humano do amor

de Deus, uma ressonância

do amor de Deus ao seu povo, de Cristo por sua

Igreja. Foram festejar

não só o amor humano,

mas a celebração do amor de Deus por seu

povo.“Faltando vinho, a

mãe de Jesus lhe disse: “Eles não têm mais vi-

nho.” O vinho tinha uma

linguagem muito forte na cultura daquela época. Se

faltasse vinho, significa-

ria que faltaria amor...

“Respondeu-lhe Jesus: Mulher, que te importa

isso a mim e a ti? Minha

hora ainda não che-gou”Jesus a chama de

mulher porque lembra da

“mulher” do Gênesis. E afirma que este problema

não toca a eles porque, de

fato, a eles não faltava o

amor... “Maria disse ao servente: “Fazei tudo o

que ele vos disser.” É

preciso fazer tudo o que Jesus diz se quisermos

que nossa vida, nossa

família seja a festa do

amor.

“Havia ali seis talhas de

pedra, contendo cada

uma dois ou três barris, usadas para a purificação

dos judeus. Jesus lhes

disse enchei as talhas de água. Eles as encheram

até a borda.”As talhas

estavam vazias, porque

faltava realmente tudo. E os servos fizeram exata-

mente como Jesus havia

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das pesquisas feitas na

Igreja de todo mundo

sobre o matrimônio e a família. As respostas

apontam que o conheci-

mento das bases bíblicas sobre o matrimônio e a

família ainda são muito

falhos. Pediu-se maior preparação dos padres

para ajudar na instrução

dos fiéis neste sentido. O

mesmo acontece com a falta de conhecimento

sobre os documentos da

Igreja e o que ela prega sobre o matrimônio e a

família. Há muita confu-

são sobre estas questões entre os próprios batiza-

dos: contracepção, fideli-

dade, virgindade, fecun-

dação artificial, divórcio, homossexualidade etc. O

documento aponta como

dificuldades: a seculari-zação, falta de uma expe-

riência de Deus mais

profunda. A sociedade

ensina uma coisa e a Igreja outra completa-

mente diferente, cultura

hedonista, influência da mídia, cultura do descar-

tável etc.

A terceira parte, o campo da lei natural, um terreno

bastante complicado. É

preciso aprofundar a

questão da lei natural (que não é simplesmente

fazer o que é “espontâ-

neo”). O quarto capítulo

da primeira parte é sobre

a família e a vocação da pessoa em Jesus Cristo,

mas deve se inspirar neste

ícone da Santíssima Trin-dade que é a família de

Nazaré. A Igreja precisa

acompanhar as famílias

cristãs neste momento de crise com uma formação

contínua dos leigos.

A Pastoral Familiar, es-pecialmente, os pastores:

bispos, padres, diáconos,

religiosos e leigos enga-jados, devem se preocu-

par com questões como a

preparação para a recep-

ção do matrimônio em forma de um itinerário

que comece desde a Ini-

ciação Cristã e o fomento da espiritualidade conju-

gal e familiar.

A segunda parte fala do

agir à luz da fé que preci-sa ser resgatada nesta

crise que vivemos hoje

em que se apresentam desagregação, pobreza,

consumismo, vícios, de-

pressão, individualismo, violência, contra-teste-

munho das pessoas da

Igreja etc. Depois o do-

cumento trata de situa-

ções pastorais difíceis,

como recasados, irregu-

laridades canônicas, fa-

mílias monoparentais.

A abertura à vida e a

responsabilidade edu-

cacional dos pais para

com sua prole é o tema

deste terceiro capítulo.

Recorda a Humanae

Vitae, que não é conhe-

cida mesmo entre os

católicos e conclui fa-

lando da educação dos

filhos, que não pode ser

terceirizada. Esta é uma

dificuldade especial-

mente para os jovens

casais que, muitas vezes

vêm de uma geração

que não teve orientação

adequada. A família

que reza, que estuda e

que permanece unida a

Deus será luz para o

mundo.

5ª Exposição

Dom Antonio Augusto

Dias Duarte, na sequên-

cia falou sobre a desu-

manização da socieda-

de. O Papa Francisco na

sua Exortação “A Ale-

gria do Evangelho”

disse: “é no contexto

que vivemos e agimos

que o Bom Pastor co-

nhece as suas ovelhas.”.

Todos nós somos pasto-

res e ovelhas, mas so-

mos contextualizados.

Ou seja, vivemos dentro

de uma realidade que

irá na linha do Sínodo

anterior sobre a Nova

Evangelização – e passa também, claro, pela fa-

mília. Relembra o ques-

tionário feito em todas as dioceses no ano passado.

Na primeira parte o do-

cumento traz a funda-mentação teológica sobre

o desígnio de Deus sobre

o Matrimônio e a Famí-

lia. Apresenta a beleza do amor humano e o

matrimônio monogâmi-

co, heterossexual e indis-solúvel. Mostra Jesus

que se encarna no seio de

uma família, exatamente para santifica-la. Relem-

bra a carta aos Efésios

que fala do matrimônio

como um grande misté-rio – reflexo do amor de

Deus pela humanidade --

e como um carisma. Depois desta fundamen-

tação bíblica, há citações

de diversos documentos

do Magistério da Igreja, especialmente a segunda

parte da Gaudium et

Spes, em que o casal é chamado a se santificar

na vida matrimonial.

Cita a Humane Vitae, de Paulo VI e todos os do-

cumentos e catequeses

de João Paulo II, com

ênfase especial na Fami-liaris Consortio.

Na segunda parte, já

aparecem os resultados

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deve ser amplamente

conhecida. O papa nos

exorta a não nos per-

dermos em “excesso

de diagnósticos,” mas

nos pede que tenhamos

um olhar de discípulo que vê com a luz de

Cristo e na sabedoria do

Evangelho. Jesus veio restaurar o projeto de

Deus que se perdeu por

causa do pecado. Veio ao mundo para resgatar

nossa própria humanida-

de. Sim, vivemos um

processo de “desumani-zação”, diz o papa e so-

mente nisso devemos

nos concentrar.

Por exemplo, a alegria de

viver que é saudável,

vem hoje contaminada

pelo medo e pelo deses-pero. Em vez do respei-

to, vemos a violência

verbal e física... Os ani-mais sobrevivem; nós vi-

vemos. Mas o que se

observa hoje é uma labu-ta para sobreviver e aca-

bamos nos esquecendo

de viver. O Papa fala que

chegamos num tal nível de desumanização que o

ser humano virou um

objeto. Pensa-se: “Quan-to custa ter um filho

hoje?” – os filhos estão

condicionados aos orça-mentos...

Devemos, enquanto Igre-

ja, ajudarmos a humani-

zar o mundo: humanizar a saúde, a educação. Para

tal, três propostas do

nosso trabalho pastoral:

1- Só se pode ser verda-

deiramente humano

quando não se valoriza o

lado material – é preciso moderação e desprendi-

mento. O ser humano

não pode ser valorizado por sua produtividade. O

mundo de hoje vive a

idolatria do dinheiro.

Não valemos pelo que

nós temos, mas pelo que nós vivemos...

2- É preciso que também

nós tenhamos a respon-

sabilidade de criar cultu-ra. A fé cria cultura; do

contrário, não é fé. É pre-

ciso projetar-se para criar uma cultura humana e

que humaniza todos os

campos das relações so-

ciais. Não basta ser só teoria: é preciso virar

costume. Especialmente

a cultura da acolhida, e não da discriminação, da

indiferença, da competi-

ção, do descarte, não podemos ser só especta-

dores diante deste cená-

rio.

3- Exaltemos o que é próprio da família, o va-

lor dos vínculos familia-

res: o único âmbito em que os vínculos não se

apagam mais. Um filho

sempre será filho, um irmão será sempre um

irmão. No processo de

desumanização estão

querendo esmaecer os vínculos familiares. Pre-

cisamos ter cuidado até

com os termos que usa-mos: “companheiro”?

Não, é meu marido! “fi-

lhote?” Não, é meu filho!

Cuidado com essas pe-quenas coisas que vão

entrando sem perceber-

mos. A família é o espa-ço da pertença e da en-

trega. Sejamos, então,

ovelhas e pastores con-textualizados e que sai-

bamos cuidar bem destes

três aspectos.

O simpósio teve ainda os testemunhos de dois ca-

sais e o resumo dos tra-

balhos feito por Dom Petrini. Neste momento,

ele pediu que Pe. Rafael

Fornasier lesse o Mani-

festo da 6a Peregrinação

com uma palavra de re-púdio ao fato do governo

ter liberado para o SUS o

aborto dos casos não-

penalizáveis na lei civil

atual, com o eufemismo torpe de "interrupção

terapêutica da gestação"

por meio da Portaria 415.

A conclusão foi com a procissão com recitação

do terço saindo do Centro

de Eventos até o Santuá-rio, onde foi celebrada a

Missa das 18h já em in-

tenção à Peregrinação. No

domingo, dia 25 de maio, também todas as missas

do Santuário foram em

ação de graças pelas famí-lias.

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Nos dias 16 a 18 de maio de 2014, acon-teceu em Laranjei-ras do Sul um Retiro da Pastoral Familiar Decanato Laranjeiras do Sul da Diocese de Guarapuava, que contou com a pre-sença de 40 casais. O retiro reuniu par-ticipantes das paró-quias de Marqui-nho, Virmond, Por-to Barreiro, Rio Bo-nito do Iguaçu e da anfitriã Laranjeiras.

O local foi a Casa de Líderes, cujo pároco é o padre Jorge, que nos abriu as portas for-necendo infraestru-tura física e huma-

na, pois além das acomodações, nos deu permissão para que o padre Aleixo que é também da paróquia, nos desse todo o apoio neces-sário.

Desse encontro es-peramos agora co-lher os frutos, com

casais comprometi-dos primeiramente com Jesus, logo após com a sua igreja. Esperamos ver essas famílias renovadas na fé e no amor.

Ficamos imensa-mente gratos a todos que ajudaram de uma forma ou de outra, mas especial-mente aos colabora-dores que deixaram sua cidade e suas casas e família para passar um fim de semana inteiro cui-dando de outras famí-lias que ainda preci-sam de ajuda.

Jeferson e Talita Coordenadores Pastoral Familiar

Decanato Laranjeiras Diocese de Guarapuava

.

Nos dias 16 a 18 de maio de 2014,

aconteceu em Laranjeiras do Sul

um Retiro da Pastoral Familiar

Decanato Laranjeiras do Sul

da Diocese de Guarapuava

Participaram 40 casais das

paróquias de Marquinho,

Virmond, Porto Barreiro, Rio

Bonito do Iguaçu e da anfitriã Laranjeiras.

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momento de espirituali-dade mas também de

compreensão dos desafios

e de que como a luz de Cristo nos ajuda a enfren-tá-los positivamente dian-

te das adversidades da vida”.

Dom Petrini diz que a

Igreja quer olhar de forma

especial para a família

através do Sínodo extra-

ordinário da Família que

vai acontecer em outubro

no Vaticano e o Sínodo

Ordinário que acontece no

próximo ano: “Não é por

acaso que teremos dois Sínodos pela frente, signi-

fica que muita gente no mundo inteiro está pen-sando e rezando pela

família”.

Dom João Carlos Petrini

enviou uma mensagem a

Dom José, ao clero e aos

agentes da Pastoral Fami-

liar da Diocese de Palmas

-Francisco Beltrão: “Em primeiro lugar quero agradecer Dom José An-

tonio Peruzzo que teve

importante presença no Simpósio, sua palestra foi extraordinária, tudo a

partir da Palavra de Deus. Envio meu abraço aos agentes da Pastoral

Familiar da Diocese es-

perando que cada um faça sua parte como lu-

zeiros da esperança e portadores do evange-

lho da família, primei-

ro para nossa própria família para que possa resplandecer a beleza,

a alegria, a paz, a rea-lização humana pela presença de Cristo, e

depois que sejamos

missionários das de-mais famílias.”

Para Dom Antonio

Augusto Dias Duarte –

Bispo Auxiliar da Ar-

quidiocese do Rio de

Janeiro e membro da

Comissão para a Vida e

a Família da CNBB, a

6ª Peregrinação Nacio-

nal da Família repre-

senta a importância que

a família tem e jamais

deixará de ter: “Esta

presença aqui no San-

tuário Nacional de Aparecida revela que o Brasil precisa da famí-

lia constituída pelo matrimônio entre o homem e a mulher, com filhos educados na

fé, pelos valores cristão e cidadania. Não po-demos deixar de mos-

trar ao mundo que a família é a célula de uma sociedade sadia e

evoluída”.

Luiz Carlos Bittencourt

A Diocese de Palmas-

Francisco Beltrão partici-

pou, com uma caravana

composta por lideranças

da Pastoral Familiar das

Paróquias, da 6ª Peregri-

nação Nacional da Famí-

lia, que aconteceu no dia

25 de maio, em Aparecida

–SP. O evento foi organi-

zado pela Comissão Na-

cional da Pastoral Familiar

(CNPF) vinculada à Co-

missão para Vida e Famí-

lia da CNBB.

No dia 24 (sábado), acon-

teceu o 4º Simpósio, com

a presença de Dom José

Antonio Peruzzo, Bispo da

Diocese de Palmas-

Francisco Beltrão, que foi

um dos palestrantes do

evento, que teve como

temática central - "Famí-

lia: caminhar com a luz de

Cristo e a sabedoria do

Evangelho". No domingo,

a missa das 10h, foi presi-

dida pelo bispo de Cama-

çari (BA), dom João Car-

los Petrini, Presidente da

Comissão Episcopal para a

Vida e a Família da

CNBB.

Em entrevista exclusiva à

assessoria de imprensa da

Diocese de Palmas-Fran-

cisco Beltrão, Dom João

Carlos Petrini destacou a

importância da Peregrina-

ção Nacional da Família:

“É um grande passo. É um

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O Concílio de Trento da

Contra-Reforma estabeleceu a

doutrina da Igreja: o

casamento era um sacramento e como tal devia ser governado apenas pela lei

da Igreja.

Os significados do casamento

As principais reli-

giões e sistemas de

valores do mundo

atribuíram diferentes

significados ao casa-

mento.

Entre os cristãos, o

significado do casa-

mento tem sido obje-

to de disputas milena-

res. Nas interpreta-

ções ortodoxa e cató-

lica é um ato sagrado,

um sacramento, uma

dádiva da graça divi-

na. Mas na própria

tradição católica os

critérios para um ca-

samento apropriada-

mente constituído fo-

ram, por muito tem-

po, nebulosos e con-

troversos, porque a

Igreja também reco-

nhecia que o consen-

timento mútuo da noi-

va e do noivo para o

casamento era por si

só um critério válido,

a menos que fosse in-

validado pela Igreja.

Essa situação com-

plexa, com a possibi-

lidade estabelecida de

casamentos clandesti-

nos, manteve ocupa-

dos os tribunais ecle-

siásticos medievais. O

Concílio de Trento da

Contra-Reforma esta-

beleceu a doutrina da

Igreja: o casamento

era um sacramento e

como tal devia ser go-

vernado apenas pela

lei da Igreja. Deveria

ser normalmente con-

traído perante o sa-

cerdote da paróquia.

Não havia referência

ao consentimento

parental, apenas ao

consentimento das

próprias partes. O

casamento era indis-

solúvel uma vez con-

sumado sexualmente.

A Igreja Ortodoxa

sempre defendeu que

o casamento só pode-

ria ser firmado por

meio da bênção de

um sacerdote. Adulté-

rio, impotência e al-

gumas outras poucas

razões eram aceitas

como razões para o

divórcio ortodoxo,

enquanto o recasa-

mento da viúva cla-

ramente não era visto

com bons olhos.

O Protestantismo per-

cebia o casamento

como um contrato

mundano, ainda que

devesse ser realizado

por um clérigo con-

forme as regras da

igreja. No mundo

protestante, desde os

tempos de Calvino

em Genebra e daí por

diante, estabeleceram-

se extensa vigilância

sexual e jurisdição,

Assinatura anual com periodicidade trimestral que apresenta as principais informações, opiniões e notícias da Igreja em geral e da Pastoral da Vida e Família no Brasil.

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que alcançaram sua

plena aplicação no

século XVII. Na Sué-

cia, tais conceitos

foram introduzidos no

Direito da Igreja em

1686. O divórcio era

possível, por exem-

plo, em condições de

adultério e abandono.

Na tradição protestan-

te anglicana, o reco-

nhecimento do casa-

mento por consenti-

mento, sem formali-

dades, manteve sua

força até o Ato

Hardwicke no Parla-

mento, que estabele-

ceu os critérios para

um casamento angli-

cano válido na Ingla-

terra e no País de

Gales, excluindo as

colônias de além-mar,

a Escócia e a Irlanda,

que tinham suas pró-

prias regras. O grande

historiador Lawrence

Stone resumiu a prá-

tica da lei de casa-

mento inglesa do sé-

culo XIV ao século

XIX como sendo uma

“bagunça”.

Embora os protestan-

tes luteranos e calvi-

nistas tivessem de-

senvolvido suas pró-

prias normas eclesiás-

ticas de casamento

adequado, em princí-

pio, eles realmente

reconheciam a juris-

dição marital das au-

toridades seculares.

Nos países católicos,

entretanto, a partir da

Revolução Francesa,

desenvolveu-se a-

margo conflito entre

autoridades seculares

nacionais e forte Igre-

ja supranacional. O

Código de Napoleão,

o modelo legal da

Europa Latina e da

América Latina re-

queria um procedi-

mento civil para a

validação do casa-

mento, e no final do

século XIX, a contes-

tação papal desse

procedimento foi uma

questão importante na

maioria dos países

católicos.

Para o hinduísmo, o

casamento é uma o-

brigação religiosa e

uma instituição sa-

grada, um sacramen-

to, e como tal, em

princípio indissolú-

vel, mesmo após a

morte.

Na Índia o casamento

é um sacramento e

nenhum homem ou

mulher normal deve

morrer sem recebê-lo.

É um costume entre

muitas comunidades

que se uma mulher

morre solteira, uma

cerimônia de casa-

mento é feita com o

corpo, que então é

queimado com as

honras devidas a uma

mulher casada. Há

maior liberdade para

o homem, mas se um

homem que passou

pela cerimônia de

iniciação morrer sem

se casar, supõe-se que

ele se torne um fan-

tasma.

Uma viúva na tradi-

ção hindu está soci-

almente morta, tole-

rada somente em per-

pétuo estado de luto –

Buda, Gautama aban-

donou sua mulher e

filho. O budismo,

como cânone clássico,

contrastando com

todas as outras religi-

ões ou com os princi-

pais ensinamentos

éticos, tem muito

pouco a dizer sobre o

casamento, algo com-

pletamente mundano.

O budismo Theravada

(ou Hinayana) – atu-

almente dominante no

Sri Lanka, Tailândiae

Myanmar – não tem

nem mesmo uma ce-

rimônia religiosa de

casamento.

Tanto o Islã quanto o

confucionismo veem

o casamento como um

contrato mundano

dissolúvel, mas, como

tal, governado por

regras severas de pro-

cedimento e de limi-

tes. Como o islã não

faz distinção entre a

lei religiosa e a lei

secular, e como, à

semelhança do juda-

ísmo – de cujas con-

cepções de casamento

se aproxima muito –,

é uma religião muito

legalista, o casamento

fica circunscrito aos

domínios da lei islâ-

mica. O casamento é

uma preocupação

focal da lei. “Quase

todo conceito legal

gira em torno do (...)

estatuto do casamen-

to”, diz o autor de um

manual recente. O islã

vê o casamento sobre-

tudo como uma insti-

tuição de regulação da

da sexualidade huma-

Para o hinduísmo, o casamento é uma obrigação religiosa e uma

instituição sagrada, um

sacramento, e como tal, em

princípio indissolúvel,

mesmo após a morte.

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marido e mulher, pre-

cedência dos mais

velhos sobre os mais

novos e boa fé entre

amigos. A “distinção”

ou “separação” entre

cônjuges, como às

vezes é traduzida,

parece estar relacio-

nada principalmente à

divisão doméstica do

trabalho. O casamen-

to é inserido nesse

cenário tal qual a ins-

tituição para a conti-

nuação da linha dos

ancestrais. Mencius

disse: “Há três con-

travenções da regra

do dever filial, e des-

tas,a pior é não ter

progênie”. O casa-

mento, porém, apre-

senta outra importan-

te função. De acordo

com o mais importan-

te código normativo

da tradição confucia-

na na China Imperial,

“O Livro dos Ritos”:

“O ritual do casamen-

to é a fusão adequada

de dois nomes de

família a fim de ofe-

recer sacrifícios aos

ancestrais e continuar

a linha da família”;

“A finalidade do ca-

samento é unir duas

famílias visando har-

monizar a amizade

entre dois clãs”.

As concepções onto-

lógicas e normativas

da corrente existenci-

al que liga os vivos,

os mortos, os mem-

bros da comunidade

que partiram, os espí-

ritos, e deus ou

constituem uma parte

central das religiões

africanas. Isso atribui

forte carga religiosa ás

relações familiares

entre as gerações. O

casamento como pro-

criação institucionali-

zada é, portanto, um

dever religioso e mo-

ral. A pessoa que não

deixa descendentes

rompe o elo vital. A

memória dos descen-

dentes também garante

a um indivíduo a vida

após a morte. O casa-

mento significa um

direito ao resultado da

fecundidade feminina

e isso é crucial, antes

do que o monopólio

sexual ou a legitimi-

dade de base biológi-

ca. No casamento afri-

cano em 1900 havia

um aspecto mais eco-

nômico do que no das

outras principais cultu-

ras do mundo, já que a

maior parte da agricul-

tura de subsistência

predominante era de-

senvolvida por mulhe-

res. O casamento re-

presentava uma forma

crucial de suprimento

de trabalho.

THERBORN, Göran.

Sexo e Poder – a fa-

mília no mundo

(1900-2000). Tradu-

ção: Elisabete Dória

Bilac. São Paulo:

Editora Contexto,

2006, p. 200-203.

“O mensageiro disse, jovens,

aqueles de vocês que puderem manter uma

esposa deveriam casar, pois o

casamento evita que vocês olhem

para mulheres estranhas e os

preserva da imoralidade”

da sexualidade huma-

na, que em si mesma

não é vista como ne-

gativa ou inferior ao

celibato. O próprio

profeta era casado,

diferentemente de

Jesus. “O casamen-

to”, disse o profeta,

“é o meu caminho

[sunna]” “O mensa-

geiro disse, jovens,

aqueles de vocês que

puderem manter uma

esposa deveriam ca-

sar, pois o casamento

evita que vocês o-

lhem para mulheres

estranhas e os preser-

va da imoralidade”. O

sexo extramarital,

tanto por homens

quanto por mulheres,

trata-se de um delito

sério. O Corão é mui-

to forte nesse ponto:

“Açoite cem vezes o

homem e a mulher

culpados de adultério

e fornicação, não dei-

xe que sua compaixão

o leve a defendê-los”.

Na tradição confucia-

na, resumida sob este

aspecto pelo Mestre

Meng (Meng-tzu, ou

Mencius 551-479

c.C.), a relação entre

pai e filho é a primei-

ra dos “Cinco Rela-

cionamentos” da vida

humana, e o dever

filial é a virtude prin-

cipal. Mencius listou

esses cinco relacio-

namentos e deu-lhes

seu principal signifi-

cado ético da seguinte

maneira: amor entre

pai e filho, tratamento

justo entre soberano e

súdito, distinção entre

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GGuuaarraappuuaavvaa nnoo 44ºº

SSiimmppóóssiioo

piritualidade, reafirmando

o que Jesus nos prometera.

O Espírito Santo.

Que com Ele faríamos

coisas ainda maiores que o

próprio Cristo. Pede-nos

obediência à palavra de

Deus, não só ouvindo, mas

fazendo o que Ele nos diz.

Dom Antônio, comparou

os leigos, ao mestre Sala

que nas bodas de Caná não

havia percebido a falta do

vinho. Assim somos nós

leigos engajados na Pasto-

ral Familiar quando não

percebemos quando o vi-

nho das famílias está aca-

bando e deixamos de en-

cher as talhas do matrimô-

nio.

Na parte do tarde Dom

Marcos e Dom Augusto

refletiram sobre a família,

falaram da importância de

nos guiarmos com a sabe-

doria do evangelho e dos

ensinamentos do Papa

Francisco. Não esquecen-

do que desse Simpósio

também sairá material para

ser levado ao Sínodo que

acontecerá em Roma em

Outubro.

O encerramento foi mar-

cado com uma caminhada

luminosa em oração em

prol das famílias, uma

corrente de oração contra

a legalização do aborto

que caminha em passos

largos, terminando com a

Santa Missa na Basílica

Nacional de Aparecida.

Gerson e Dalva Coordenadores Diocesanos

Pastoral Familiar

Diocese de Guarapuava

O 4°Simpósio Nacional das

Famílias, se deu este ano,

em Aparecida, no dia 24 de

maio, debaixo do olhar

abençoado da nossa queri-

da mãe, onde se reuniu a

Pastoral Familiar de todo o

Brasil, ou seja, com repre-

sentantes de todo o Brasil.

A Diocese de Guarapuava

marcou presença com a

participação de mais de 40

casais, onde estivemos de

olhos e ouvidos atentos

para absorver o máximo do

que os bispos da nossa

Igreja tinham a nos passar

de metas e direções a se-

rem tomadas pela Pastoral

Familiar.

Tivemos a presença do

casal coordenador nacional

da Pastoral Familiar, Ro-

que e Verônica, do cardeal

Raimundo Damasceno

Assis, Dom João Carlos

Petrini, presidente da Co-

missão Episcopal Pastoral

para Vida e Família da

CNBB, Dom José Antônio

Peruzzo, bispo de Palmas-

Francis-co Beltrão e da

poetiza Adélia Prado.

No período da manhã ti-

vemos as boas vindas do

casal coordenador da Pas-

toral Familiar Roque e

Verônica e depois uma

mesa redonda onde a poeti-

za Adélia Prado emocionou

a plateia com seu testemu-

nho de vida em família,

explicando que mesmo

com conflitos as famílias

precisam estar unidas. Nos

esclareceu que toda a bí-

blia e o cristianismo se

resume em “Amar a Deus

sobre todas as coisas e ao

próximo como a si mes-

mo”. Também deixou claro

que precisamos nos doar as

famílias sem buscar a-

plausos, mas sim, nos espe-

lharmos no anonimato de

Maria.

Na sequencia experimen-

tamos o grande carisma e

simpatia de Dom Antônio

Peruzzo falando sobre es-

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fruto do ato especí-

fico do amo conju-

gal de seus pais, e

também o direito de

ser respeitado co-

mo pessoa desde o

momento de sua

concepção” (CDF,

instr. Donum vitae,

II, 8).

O Evangelho mos-

tra que a esterilida-

de física não é um

mal absoluto. Os

esposos que, de-

pois de terem esgo-

Bispo Referencial

Dom Orlando Brandes

Arcebispo de Londrina [email protected]

Casal coordenador

Jorge Luis Bovo e

Sandra Regina P.Bovo

Diocese de Apucarana [email protected]

[email protected] [email protected]

Assessor Regional

Diác. Juares C. Krum

Diocese de União da Vitória [email protected]

PRIORIDADE:

EVANGELIZAÇÃO

DAS FAMÍLIAS

Com seis destaques:

Catequese Grupos de Reflexão Pais e Filhos Espiritualidade

Conjugal Juventude Noivos

O DOM DO FILHO O filho não é algo

devido, mas um

dom. O “dom mais

excelente do ma-

trimônio” é uma

pessoa humana. O

filho não pode ser

considerado como

objeto de proprie-

dade, a que condu-

ziria o reconheci-

mento de um pre-

tenso “direito ao

filho”. Nesse cam-

po, somente o filho

possui verdadeiros

direitos: o “de ser o

tado os recursos

legítimos da medi-

cina, sofrerem de

infertilidade unir-se-

ão à Cruz do Se-

nhor, fonte de toda

fecundidade espiri-

tual. Podem mos-

trar sua generosi-

dade adotando cri-

anças desampara-

das ou prestando

relevantes serviços

em favor do próxi-

mo.

CIC nº 2378-9

2014/2016