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PAULO V. D. CORREIA

Seminário NORTE 2015 – “ O Desenvolvimento Regional no Novo Horizonte Europeu: O caso do Norte de Portugal” 25.Maio.2005

A GOVERNANÇA DO TERRITÓRIO

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A GOVERNANÇA DO TERRITÓRIO

Conceito-base - Forma das organizações económicas e políticas exercerem a sua autoridade e desempenharem as suas funções no complexo de instituições em que se integram

Conjunto das regras, processos e comportamentos utilizados no exercício do poder, em especial no que respeita a abertura, participação, responsabilização, eficácia real, e coerência

Fundamentos da governança: poder político e apoio aos decisores; envolvimento público real; vários âmbitos espaciais distintos, mas simultâneos, no envolvimento público para a tomada de decisão e para a acção; necessidade de promoção de sociedades inclusivas (não de exclusão) através da aprendizagem e do exercício da cidadania

Da Governanção (formulação de políticas e decisão) à Governança(administração do poder)

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A GOVERNANÇA DO TERRITÓRIO

A globalização e a desregulação crescentes surgem associadas à‘compressão espácio-temporal’ tornada tecnologicamente possível pela evolução dos sistemas de transportes e de comunicações, pelas tecnologias de informação, e pela redução dos custos associados.

Os novos conceitos de cidade, desde a ‘cidade em rede’, a cidade expandida ou a cidade mosaico, bem como da cidade-região e a cidade global, determinam novas estruturas físicas e funcionais territoriais.

A relativa a-territorialização das actividades humanas, isto é, a cada vez menor importância da distância física em relação a tempo e ao custo da deslocação, do transporte ou da comunicação vai definindo uma nova geografia determinada pelos ´pontos de ligação’ a redes globais e pela existência e dimensão de comunidades de utilizadores/consumidores de serviços que aquelas redes permitem e proporcionam.

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A GOVERNANÇA DO TERRITÓRIO

Os novos modelos organizacionais correspondentes, necessários à sua gestão ainda não surgiram.

Necessidade em serem estabelecidas redes de actores que assegurem o planeamento e a gestão pública, privada e público-privada daqueles espaços, tanto físicos, como ‘virtuais’, no respeito por direitos e obrigações que têm que ser redelimitados segundo os novos paradigmas emergentes.

A ‘crise da legitimação’ aos diferentes níveis políticos e administrativos (em especial ao nível ‘regional’).

Os actores do desenvolvimento - os Stakeholders - da vida económico-social, cultural e política correspondem hoje a uma rede complexa de que fazem parte as parcerias, as concessões, o sector empresarial público, holdings com interesses mais ou menos diversificados, cuja expressão territorial das suas actuações se encontra desde o nível local até ao nível global.

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A GOVERNANÇA DO TERRITÓRIO

O ambiente operacional da Governança

· O Estado eficiente, capaz de assegurar a representação e defesa do interesse público, designadamente através do seu papel regulador

· O Estado funcional, que através da redistribuição de responsabilidades directas entre o Estado e a sociedade (a todos os níveis territoriais) assegura uma gestão integrada e alargada da vida sócio-económica e da sua tradução territorial

· A Governação com a sociedade, que para além de ser uma das condições da natureza legítima e justa do Estado, vai ao encontro das expectativas de lucro, de auto-determinação social e de envolvimento dos cidadãos

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A GOVERNANÇA DO TERRITÓRIO

O ambiente operacional da Governança

• Estabelecimento de um quadro de valores de auto-desenvolvimento, favorável à inovação (também de serviços e modelos/desempenho organizacional, público e privado) e ao empreendedorismo;

• Economia de mercado descentralizada, enquadrada num processo deglobalização, o que envolve competição, modernização e inovação, a existência de agências reguladoras, o estabelecimento de redes de cooperação, e uma supervisão não repressiva.

• Novas estruturas de responsabilidade, por nova distribuição de responsabilidades entre o Estado e a sociedade.

• Reconstrução das relações internacionais

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A GOVERNANÇA DO TERRITÓRIO

O ambiente operacional da Governança

• As escolhas a fazer para o estabelecimento da Governança pública e para a reforma da Administração devem ser vistas não só como uma questão de valores, economicamente justificados, mas que necessitam também ser legalmente suportados. O utilitarismo da economia não pode sobrepor-se ao respeito pelos princípios da igualdade e da equidade, e pelos valores de cultura e da ética

Missão: Criação de condições novas e adequadas de Governança segundo um quadro de inovação organizacional na Administração, que substitua progressivamente um modelo burocrático por um modelo mais próximo de uma concepção sistémica, centrado na motivação, na liderança e na responsabilização de funcionários e de equipas

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A GOVERNANÇA DO TERRITÓRIO

O ambiente operacional da Governança

• As consequências de uma má gestão pública permitem duas ordens de juízos: sobre o valor jurídico dos actos praticados (e a consequente inexistência, invalidade, ineficácia ou mera irregularidade), e sobre o comportamento de quem a praticou (e a consequente responsabilidade política, criminal, disciplinar, financeira ou social). A ética deve traduzir esta responsabilidade como fonte de obrigações e como uma garantia com vista à minimização dos riscos de má gestão

Estado administrativo social, para o qual as concessões, o partenariado e as empresas públicas, embora de direito privado, prossigam inquestionavelmente o interesse público

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A GOVERNANÇA DO TERRITÓRIO

O ambiente operacional da Governança

• Ponderação de interesses na gestão pública envolve:

1. A prossecução do interesse público;

2. O respeito pelo ordenamento jurídico;

3. O diagnóstico das necessidades públicas;

4. A hierarquização destas necessidades;

5. A mobilização dos meios adequados à sua satisfação;

6. A ponderação dos demais interesses relevantes.

7. Em termos territoriais, estes interesses dizem sobretudo respeito ao ordenamento do território, ao urbanismo, ao ambiente, ao património, mas também às obras públicas, aos serviços públicos, à aquisição de bens e serviços e às tecnologias de informação

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A GOVERNANÇA DO TERRITÓRIO

O contexto da Governança do território da Região Norte

Elementos para uma Visão

Padrões de povoamento emergentes, tanto em termos físicos como funcionais, a promoção de espaços policêntricos e não apenas polinucleados

Cidades em rede e as redes de cidades

Polinucleação territorial funcional e às comunidades populacionais policêntricas

Aumentar significativamente a coesão intra-regional e nacional, incluindo o desenvolvimento dos recursos humanos e a aprendizagem ao longo da vida

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A GOVERNANÇA DO TERRITÓRIO

O contexto da Governança do território da Região Norte

Elementos para uma Missão

Capacidade de geração de consensos alargados sobre as questões decisivas para o desenvolvimento da Região e dos seus espaços

O Estado de administração social tem que ser simultaneamente “Interventor”, “Mediador”, e “Facilitador”, de acordo com a natureza das questões a resolver no âmbito da sua Missão.

Limites da desconcentração do Estado e os âmbitos da sua intervenção:

- Os resultam da responsabilidade inalienável da defesa e representação do interesse público (aos seus vários níveis territoriais)

- Os que resultam da necessidade de mediar e de arbitrar conflitos de interesses entre sectores de intervenção pública e entre o sector público e o sector privado, seja ainda entre interesses nacionais,regionais e locais.

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A GOVERNANÇA DO TERRITÓRIO

A Governança e o planeamento do desenvolvimento

As oito associações de municípios da Região Norte têm naturezas muito diversas

A nível regional importa territorializar as políticas sectoriais, articulando-as, compatibilizando-as e potenciado sinergias e complementaridades – entre si e entre o investimento público e o investimento privado

A nível dos diversos espaços sub-regionais, ajustados em função das especificidades económicas, ambientais, socio-culturais, importa encontrar modelos de desenvolvimento partihados, que traduzam a articulação entre o nível nacional/regional e o nível municipal e local

A nível municipal, importa que cada modelo territorial se integre, com coerência, nos níveis superiores, desenvolvendo os modelos regional e sub-regional segundo as especializações e as especificidades previamente acordadas e explicitadas

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A GOVERNANÇA DO TERRITÓRIO

A Governança e o planeamento do desenvolvimento

Os tempos próprios e necessários ao desenvolvimento contínuo destes processos paralelos de formulação de estratégias de desenvolvimento territorial e da concepção dos modelos territoriais correspondentes não são os mesmos.

Dependem não tanto dos âmbitos territoriais respectivos, mas sim da capacidade de mediação, de diálogo e de promoção de consensos em torno de objectivos e de políticas comuns e assumidas por todos agentes de cada rede

Falta ‘espessura institucional’ à Administração para desempenhar os seus vários papéis, que assim tem sido pouco activo e promocional

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A GOVERNANÇA DO TERRITÓRIO

A Governança e o planeamento do desenvolvimento

Parâmetros para a construção de cenários possíveis de mudança:

- Níveis (territoriais, sectoriais, de representatividade) e formas de participação da sociedade civil.

- Responsabilização do sector público e dos agentes de desenvolvimento perante a sociedade civil.

- Papel das novas tecnologias de comunicação e de informação (a E-Administração, a E-governação, os espaços virtuais).

- Avaliação das incidências territoriais das estratégias de desenvolvimento, numa pespectiva de desenvolvimento sustentável (e dos seus três pilares).

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A GOVERNANÇA DO TERRITÓRIO

A Governança e o planeamento do desenvolvimento

Parâmetros para a construção de cenários possíveis de mudança:

- Descentralização da actuação pública através de agências, designamente agências de desenvolvimento e agências reguladoras.

- Convergência entre políticas sectoriais e entre níveis da Administração através da coordenação aberta e do diálogo permanente.

- Contratualização e partenariados público-privado balizado por metas.

Formação e gestão de redes de agentes.; profissionalização da governança

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A GOVERNANÇA DO TERRITÓRIO

Pontos fortes

• Enquadramento regional das políticas de descentralização, desenvolvimento económico e social e de ordenamento do território

• Crescimento da população

• Oferta consolidada de formação escolar, média e superior

• Bons níveis de prestação de serviços à população e em áreas–chave, em matéria de infra-estruturação e equipamentos colectivos

• Disponibilidade crescente de novas tecnologias de informação para a gestão do território

• Qualificação e diversificação da oferta comercial e melhoria das infra-estruturas de logística comercial

• Recursos ecológicos e biodiversidade, em áreas significativas com estatuto de protecção

• Dimensão europeia, tanto da Região do Porto, como da Região Norte

• Boas condições naturais para produção de energias alternativas renováveis

• Cooperação transfronteiriça

• Potencial de atracção de novos mercados turísticos, em especial ligados à fruição da natureza e da paisagem

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A GOVERNANÇA DO TERRITÓRIO

Pontos fracos

• Debilidade da concertação estratégica e da capacidade de reconversão dos sectores tradicionais da base económica regional

• Perda de competitividade dos sectores tradicionais, com diminuição de quota de mercado, decréscimo de receitas e deterioração da relação preço/qualidade

• Envelhecimento da população

• Capacidade insuficiente para gerar “Inovação” comercializável

• Baixa qualificação escolar e profissional dos activos em grande parte da região

• Insuficiente estruturação da rede urbana regional e da articulação funcional entre centros urbanos

• Desadequação da rede ferroviária às necessidades da região no seu conjunto

• Desajustamento dos instrumentos de ordenamento do território e da sua gestão face ànecessidade de diminuir as assimetrias regionais

• Baixo nível de cooperação intermunicipal para fins diversificados

• Relativa incapacidade real para o estabelecimento de estratégias regionais ‘bottom up’

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A GOVERNANÇA DO TERRITÓRIO

Oportunidades

• Inserção da região em redes europeias de eventos empresariais, culturais e profissionais de nível nacional e internacional

• Crescente procura de produtos e serviços com maior valor acrescentado e criação de emprego qualificado

• Emergência de novas actividades e indústrias, de base tecnológica e conhecimento-intensivo

• Abertura para a sociedade de informação, através das redes telemáticas

• Melhoria da acessibilidade rodo e ferroviária da região às outras regiões nacionais e ibéricas e maior papel do aeroporto do Porto no tráfego internacional

• Reforço das centralidades urbanas, através das economias de aglomeração e de cidades em rede/redes de cidades

• Rede de parques/pólos tecnológicos, com ambiente de inovação e I&D

• Condições favoráveis de cooperação à escala ibérica, do Arco Atlântico e europeia

• Disponibilidade crescente de novas tecnologias de informação para a gestão do território

• Desenvolvimento do capital humano, sobretudo da população jovem

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A GOVERNANÇA DO TERRITÓRIO

Ameaças

• Aumento do desemprego de longa duração e do emprego precário, associado à crise estrutural em sectores tradicionais

• Aumento das situações de conflituosidade decorrentes da intensa urbanização e construção, sobretudo no litoral

• Situação de perificidade da região, tal como do país, agravada pelo “Alargamento” da EU

• Insuficiência de cultura de Empreendedorismo e de procura generalizada de Inovação por parte do sistema empresarial

• Dinâmica de empregos de oportunidade, com efeitos nas saídas precoces do sistema escolar e sem qualquer qualificação profissional

• Consequências da globalização dos mercados, sobretudo de produtos manufacturados de baixo valor e emergências de mercados concorrentes

• Dinâmica insuficiente das zonas de interior para gerar actividades económicas, fixação de populações e garantir sustentabilidade ambiental

• Maioria dos centros de decisão exteriores à Região

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A GOVERNANÇA DO TERRITÓRIO

A Governância não pode ser ensinada…

tem que ser alcançada através de uma cidadania melhorada